Capitães da Areia

O livro Capitães da Areia foi escrito por Jorge Amado. Este livro pertence á coleção
Obras de Jorge Amado e foi publicado pela editora Publicações Europa-América, em
Mira-Sintra, em abril de 1975.

Jorge Amado nasceu a 10 de Agosto de 1912, no Brasil, e morreu a 6 de Agosto de

2001. Foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todo o sempre,
sendo que Capitães da Areia é uma das suas obras, escrita em 1937.

Trata-se de um livro de romance, que retrata o amor e as aventuras de um grupo de

crianças marginalizadas, os Capitães de Areia, daí o título do livro, que vivem no Brasil,
na cidade da Bahia, e aterrorizam o dia-a-dia das pessoas, pois furtavam-nas, por
instinto de sobrevivência, visto que as crianças desse grupo são caracterizadas como
pessoas, que de forma geral, estão relacionadas a tragédias familiares e miséria, sendo
que vivem num trapiche abandonado em uma praia.

O protagonista é Pedro Bala, um menino órfão de 15 anos, com um temperamento de

líder , de cabelos loiros e com uma cicatriz no rosto, e todas as outras crianças do grupo
Capitães de Areia, são lideradas por ele.

Em determinado momento da narrativa, uma doença, a bexiga negra, espalha-se pela

cidade, assustando todos os moradores de Bahia. Um dos meninos dos Capitães de
Areia acaba por ser contagiado e nessa altura duas novas crianças são integradas no
grupo, Dora e Zé Fuinha, que são irmãos e cujos pais morreram devido á tal epidemia
que atacou a cidade.

Pedro Bala e Dora acabam por se relacionar e, um dia, quando um grupo constituído por
alguns dos Capitães de Areia participava num assalto, acabam por ser apanhados pela
polícia, mas Pedro, com um bom líder, protege-os e só ele e Dora são presos.

Dora é levada para um orfanato enquanto Pedro é torturado e mantido num

Reformatório, enquanto a polícia tentava conseguir informações sobre a localização do
esconderijo dos Capitães de Areia, mas ele nada diz, até que os meninos do grupo o
conseguem soltar e todos partem em busca de Dora.

Eles conseguem retirar Dora do orfanato, mas ela estava muito doente e acaba por
morrer. Depois da morte da rapariga, várias alterações ocorrem no grupo, sendo que
vários membros arranjam ocupações dignas, que não incluam roubo, como João
Grande, com uma notável força física, que se torna marinheiro ou Pirulito, que praticava
assaltos apenas para sobreviver e acaba por seguir o caminho da religião e parte da
cidade com o Padre José Pedro, um grande amigo dos Capitães da Areia.

Pedro Bala, acaba por abandonar o cargo de líder, voltando-se para a vida operária,
seguindo o caminho do falecido pai, acabando assim, por se envolver em greve e lutas a
favor do povo, movido por ideias comunistas e revolucionárias.
Eu classifico esta obra com um 8 e considero que retrata um realidade vivida pelas
classes mais pobres do Brasil, de forma interessante, mostrando o dia-a-dia das crianças
marginalizadas, que perderam tudo na vida e estão completamente sós, e a união e
lealdade entre elas, que constituíam um grupo, onde reinava a confiança e apoio mútuo.

Um dos excertos que eu mais gostei no livro foi: (Pag 199)

Lá fora é a liberdade e o sol. A cadeia, os presos na cadeia, a surra ensinaram a Pedro Bala que
a liberdade é o bem maior do mundo. Agora sabe que não foi apenas para que sua história
fosse contada no cais, no Mercado, na Porta do Mar, que seu pai morrera pela liberdade. A
liberdade é como o sol. É o bem maior do mundo.

Este excerto explicita o sentimento de orgulho que Pedro tem pelo seu pai e como ele
seguiu os ensinamentos do seu falecido pai, visto que acaba por abandonar o cargo de
líder nos Capitães da Areia, voltando-se para a vida operária, envolvendo-se em greves
e lutas a favor do povo, movido por ideias comunistas e revolucionárias.