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educacional
Material do aluno
Caderno
educacional
Material do aluno
Expediente
Governo do Estado de Goiás
Secretaria de Estado da Educação de Goiás
Superintendência de Acompanhamento dos Programas Institucionais
Núcleo de Orientação Pedagógica
Escola de Formação do Estado de Goiás
Sumário
Apresentação Geral ...............................................................................07
Língua Portuguesa ......................................................................................08
Apresentação .....................................................................................................................09
Aula 1 Levantamento dos conhecimentos prévios/
introdução ao estudo do gênero “sinais de trânsito”..................................10
Aula 2 Função social do gênero..................................................................................12
Aula 3 Função social do gênero “sinais de trânsito” ................................................15
Aula 4 Plano global do gênero “sinais de trânsito”..................................................18
Aula 5 Estilo do gênero “sinais de trânsito”...............................................................22
Aula 6 Estilo do gênero “sinais de trânsito”...............................................................25
Aula 7 Ampliação do conteúdo:
diferentes abordagens sobre o gênero sinais de trânsito..........................27
Aula 8 Reescrita das produções iniciais.....................................................................31
Aula 9 Divulgação do material produzido pelos alunos ........................................34
Aula 10 Levantamento dos conhecimentos prévios/
introdução ao estudo do gênero “romance”................................................35
Aula 11 Apreciação de leituras .....................................................................................38
Aula 12 Situação de produção do gênero romance..................................................40
Aula 13 Alguns aspectos do gênero romance ...........................................................44
Aula 14 Ampliação dos conhecimentos: diferentes abordagens sobre o romance..46
Aula 15 Alguns aspectos sobre o romance.................................................................49
Aula 16 Alguns aspectos do romance .........................................................................51
Aula 17 Alguns aspectos do romance .........................................................................53
Aula 18 Alguns aspectos sobre o romance: o fantástico .........................................56
Aula 19 Plano global do romance ................................................................................58
Aula 20 Plano global gênero “romance”......................................................................62
Aula 21 Plano global gênero “romance”......................................................................65
Aula 22 Plano global gênero “romance”......................................................................69
Aula 23 Plano global gênero “romance”......................................................................72
Aula 24 Plano global gênero “romance”......................................................................75
Aula 25 Plano global gênero “romance”......................................................................78
Aula 26 Plano global gênero “romance”......................................................................81
Aula 27 Plano global gênero “romance”......................................................................84
Aula 28 Plano global gênero “romance”......................................................................87
Aula 29 Plano global gênero “romance”......................................................................90
Aula 30 A intertextualidade: um recurso usado no romance..................................93
Aula 31 A intertextualidade no romance A Confissão...............................................96
Aula 32 Estilo (discurso direto, indireto e indireto livre)...........................................99
Aula 33 Estilo (variações linguísticas) ........................................................................102
Aula 34 Estilo (estrutura de frases e períodos).........................................................104
Aula 35 Estilo (função dos adjetivos, substantivos e advérbios nos textos) .......108
Aula 36 Estilo (flexões verbais)....................................................................................111
Aula 37 Estilo (concordância nominal e verbal).......................................................114
Aula 38 Estilo (figuras de linguagem)........................................................................117
Aula 39 Estilo (regência verbal e nominal) ...............................................................119
Aula 40 Estilo (sinais de pontuação) ..........................................................................123
Aula 41 Estilo (coesão no romance)...........................................................................125
Aula 42 Estilo (emprego das conjunções coordenativas e
subordinativas na construção do texto) .....................................................128
Aula 43 Ampliação do conhecimento sobre o romance ........................................130
Aula 44 Produção textual.............................................................................................132
Aula 45 Divulgação dos textos produzidos pelos alunos ......................................136
Matemática .........................................................................................139
Apresentação ......................................................................................140
Aula 1 A ideia de função ............................................................................................141
Aula 2 Par ordenado...................................................................................................147
Aula 3 Representação gráfica de um par ordenado
(Plano cartesiano ortogonal) ........................................................................150
Aula 4 O sistema cartesiano como ferramenta......................................................158
Aula 5 Gráficos de uma função simples ..................................................................163
Aula 6 Domínio do gráfico de uma função simples..............................................168
Aula 7 Função polinomial do 1º grau ......................................................................175
Aula 8 Representação gráfica de uma função polinomial de 1º grau................178
Aula 9 Razões...............................................................................................................186
Aula 10 Proporções.......................................................................................................191
Aula 11 Congruência de triângulos ...........................................................................195
Aula 12 Semelhança de triângulos: critério LLL ......................................................198
Aula 13 Semelhança de triângulos: critério LAL......................................................202
Aula 14 Semelhança de triângulos: critério ALA .....................................................206
Aula 15 Semelhança de triângulos: critério AA .......................................................210
Aula 16 Semelhança de triângulos na resolução de problemas...........................214
Aula 17 Teorema de Tales ............................................................................................217
Aula 18 Teorema de Pitágoras ....................................................................................221
Aula 19 Porcentagem ...................................................................................................225
Aula 20 Juro simples.....................................................................................................229
Aula 21 Juro composto ................................................................................................232
Aula 22 Probabilidade ..................................................................................................234
Aula 23 Noções de Estatística .....................................................................................238
Aula 24 Estatística (rol, intervalos de classes média, moda e mediana) ..............241
Aula 25 Regra de três simples .....................................................................................244
Aula 26 Regra de três composta.................................................................................248
Aula 27 Equação do 1º grau ........................................................................................251
Aula 28 Sistema de equação do 1º grau com duas incógnitas .............................254
Aula 29 Inequações do 1º grau com uma incógnita ...............................................258
Aula 30 Equação incompleta do 2º grau...................................................................261
Aula 31 Equação completa do 2º grau ......................................................................264
Aula 32 Escrevendo uma equação polinomial
do 2º grau quando conhecidas as duas raízes...........................................269
Aula 33 Equações irracionais.......................................................................................272
Aula 34 Equações biquadradas...................................................................................278
Aula 35 Sistema de equação do 2º grau ...................................................................281
Aula 36 Área das figuras planas..................................................................................286
Aula 37 Área das figuras planas..................................................................................289
Aula 38 Área das figuras planas..................................................................................292
Aula 39 Área das figuras planas..................................................................................296
Aula 40 Fatoração de polinômios...............................................................................299
Aula 41 Trigonometria .................................................................................................302
Aula 42 Trigonometria .................................................................................................306
Aula 43 Trigonometria .................................................................................................310
Aula 44 Velocidade .......................................................................................................313
Aula 45 Energia cinética...............................................................................................316
Apresentação
Prezado aluno,
07
Prezado(a) Aluno(a),
09
líNgua pORTuguESa
aula 01 - SINaIS DE TRÂNSITO
Prática de leitura
Meu automóvel
10
líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Destaque as principais características do automóvel descrito pelo autor. O que ele tem de diferente
dos demais automóveis que circulam no trânsito de sua cidade?
2 OQuesinalideia(s)
de exclamação é usado para criar efeitos de sentido, como, por exemplo, enfatizar uma ideia.
o autor destaca/enfatiza ao empregar esse sinal no décimo e décimo sexto versos?
3 Qual é a imagem do trânsito construída pelo autor nesse poema? Você concorda com ele?
Produção inicial
Reúna-se com alguns colegas, formando grupos de três a quatro pessoas. Agora, pensem na
sinalização em torno de sua escola. Vocês acham que ela poderia ser melhorada? Pensando nisso,
construam no mínimo três placas de sinalização que poderiam ser usadas para melhorar o trânsito
dessa área. Para tanto, procurem desenhar um mapa das ruas em torno da escola e desenhem as
placas onde vocês acharem necessário.
11
líNgua pORTuguESa
aula 02 - SINaIS DE TRÂNSITO
u Será que as pessoas contribuem para que as regras de trânsito sejam cumpridas?
u Quando as normas de trânsito não são cumpridas, quais são os prejuízos econômicos e morais?
Conceito
O gênero “sinais de trânsito” possui a finalidade de O que você vai aprender hoje:
instruir, regulamentar nossas ações, orientar nossos u Ler textos sobre o trânsito, construindo
comportamentos. Dessa forma, sua função social significados e inferindo informações implícitas.
consiste em conscientizar-nos sobre valores e atitudes u Debater/discutir sobre os diferentes temas
Prática de leitura
Reunião da AFAT
Em virtude da diminuição dos acidentes de trânsito, os associados da AFAT – Associação dos
Favorecidos com os Acidentes de Trânsito – reuniram-se a fim de buscar alternativas para acabar
com a crise no setor. O presidente da AFAT, dono de uma rede de funerárias, iniciou a reunião.
- Depois que começaram a trabalhar a educação para o trânsito com os jovens, perdi vários
clientes. As mortes diminuíram muito. E não foi só entre os jovens. Foi geral. Os acidentes de
trânsito representavam 50% dos funerais que atendíamos. Já tive que fechar duas funerárias.
Mirian, sócia de uma famosa clínica de reabilitação, pediu a palavra:
- Concordo com o presidente. A queda dos acidentes de trânsito tem sido um caos para nossos
negócios. Minha clínica vivia lotada com pessoas se recuperando de traumas causados pela violência
no trânsito. Antigamente era uma maravilha. Dos pacientes que atendíamos, muitos ficavam
inválidos e tinham que fazer fisioterapia pelo resto da vida. Hoje, o máximo que conseguimos são
alguns braços quebrados. Nunca tínhamos passado por uma crise assim.
Adolfo, um profissional que trabalha com serviço de guincho, também quis falar:
- Quando eu comecei a trabalhar com serviço de guincho, tinha dez carros na rua e não dava
conta de atender todos os chamados. Hoje tô com cinco e falta serviço. Os motoristas não estão
mais batendo com os carros. Assim não dá.
Amilton, um famoso latoeiro, prestou seu depoimento, indignado.
- Tinha três oficinas. Ganhava dinheiro igual à água, arrumando as latarias dos carros batidos.
Hoje, por causa dessa educação de trânsito aí, já tive que fechar duas oficinas. Quase não têm mais
carros batidos. O que eu faço?
12
líNgua pORTuguESa
Durante mais de uma hora, os participantes da reunião ficaram se queixando. Chegaram à conclusão
de que não adiantaria lutar contra a educação para o trânsito porque ela estava sendo bem feita e não
tinha como derrubá-la. As pessoas, através do que aprendiam nas aulas e nas campanhas educativas,
estavam se conscientizando e mudando de atitudes.
Então o presidente questionou:
- Se não conseguimos derrubar a educação para que a violência no trânsito diminua e, assim,
possamos melhorar nossos negócios, o que vamos fazer então? Houve um grande silêncio no auditório.
SILVA, Irene Rios da. Quem? Eu? Eu Não! E outras crônicas de trânsito. Ilha Mágica. Florianópolis, 2007. Páginas: 61-63.
Prática de escrita
1 Ouma
motivo da reunião da AFAT gera uma quebra de expectativa no leitor, já que todos queriam encontrar
solução para os baixos índices de acidentes de trânsito, decorrentes de um projeto educacional.
Esse fato é responsável pelo humor do texto. Como o leitor reage em face de tal quebra de expectativa?
2 De acordo com o texto, a AFAT estava passando por quais problemas? Eles seriam de relevância
para toda a sociedade?
3 educação”
No último parágrafo do texto, o valor conotativo que o autor dá à expressão “derrubar a
nos remete a uma ideia implícita: a de que a educação é a solução da grande maioria
dos problemas sociais. Você concorda com essa ideia? Justifique sua resposta.
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líNgua pORTuguESa
4 Nessa crônica, para resolver os problemas da AFAT, seria necessário elevar os números de violência no
trânsito, derrubando a educação. Que soluções você apontaria para resolver os problemas da AFAT?
DESAFIO
Leia a charge abaixo.
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líNgua pORTuguESa
Conceito
O gênero “sinais de trânsito” possui a finalidade de instruir, regulamentar nossas ações,
orientar nossos comportamentos. Sua função social consiste em nos conscientizar sobre
valores e atitudes que regulem os nossos comportamentos, a fim de garantir maior segurança
para todos no trânsito.
Prática de leitura
Código Civil
O novo Código Civil Brasileiro entrou em vigor em 10 de janeiro de 2002, sob a lei nº 10.406.
O Código Civil prevê no seu artigo 1º que “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem
civil.”. Para tanto, todo cidadão brasileiro que usufrua e necessite viver em sociedade deve conhecer
este conjunto de leis.
Lei Nº 12006 – Estabelece a obrigatoriedade de mensagens educativas em publicidade de
automóveis
Leia na íntegra a Lei Federal 12.006, que em complemento ao Código de Trânsito Brasileiro
(CTB), determina que os trabalhos publicitários de produtos da indústria automobilística – seja
para veículos ou para peças – incluam, obrigatoriamente, uma mensagem educativa de trânsito.
Lei 11705 – que inibe o consumo de álcool no País
Leia na íntegra a Lei n.º 11.705 que estabelece alcoolemia 0 (zero) e impõe penalidades mais
severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool.
Disponível em <http://www.portaldotransito.com.br/legislacao/legislacao-de-transito.html> Acesso em 02 de set. de 2012.
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líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 De acordo com este trecho do código civil “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Para tanto, todo cidadão brasileiro que usufrua e necessite viver em sociedade deve conhecer este
conjunto de leis”. A que você atribui as dificuldades de muitas pessoas em respeitar as leis que
regulamentam o trânsito no Brasil?
2 (CTB),
Considere este trecho: “A Lei Federal 12.006, em complemento ao Código de Trânsito Brasileiro
determina que os trabalhos publicitários de produtos da indústria automobilística – seja
para veículos ou para peças – incluam, obrigatoriamente, uma mensagem educativa de trânsito”.
Esse tipo de propaganda (paralela) já acontece em publicidade de bebidas alcoólicas e de cigarros,
como o “Beba com moderação” e “Fumar é prejudicial à saúde”.
Procure se lembrar dos anúncios publicitários de automóveis. Você acha que é comum as indústrias
automobilísticas cumprirem essa lei? Pensando nisso, crie uma frase educativa que, em sua opinião,
poderia fazer parte de um anúncio publicitário automobilístico.
3 Quanto ao descumprimento das leis, o que você atribui como sendo a grande causa de morte no
trânsito brasileiro? Comente.
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líNgua pORTuguESa
4 Quanto à linguagem, pode-se afirmar que as leis possuem obrigatoriamente uma linguagem mais
formal, apresentando, ainda, termos específicos de leis. O uso de algumas palavras, como, por
exemplo, “alcoolemia”, empregado na Lei 11. 705, dificulta a interpretação desta pela maioria das
pessoas? Que significado você atribui ao termo “alcoolemia”?
DESAFIO
Bancando o repórter
Que tal dar uma de repórter para tentar entender o
comportamento das pessoas no trânsito? Legal? Então visite
o Código Nacional de Trânsito. Depois, faça a seguinte
pergunta ao maior número de pessoas que puder: "O que
você faz para não se envolver em acidentes de trânsito?"
Entreviste pessoas com mais de 10 anos, inclusive adultos
que sejam motoristas. Compare as respostas com o que está escrito no Código. Você ficará
surpreso em ver que a maioria dos entrevistados relacionou as regras do Código sem nunca
tê-lo lido. Registre aqui as conclusões de sua investigação.
Disponível em: <http://www.transitocomvida.ufrj.br/OlhePorOndeAnda.asp> Acesso em 02 de set. de 2012.
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líNgua pORTuguESa
Prática de leitura
Legenda para o texto I
Texto I
SÓ ULTRAPASSE
COM
SEGURANÇA
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líNgua pORTuguESa
Texto II
Placas de Trânsito - Sinalização Gráfica Vertical – Placas
A eficiência das placas depende dos seguintes fatores:
u Colocação correta no campo visual;
u Propriedade e clareza da mensagem transmitida;
u Legibilidade;
u Entendimento por parte do condutor.
As placas de sinalização podem ser encontradas ao lado ou suspensas sobre a pista, transmitindo
mensagens mediante legendas e/ou símbolos pré-conhecidos e legalmente instituídos. Sua finalidade
é a de manter o fluxo de trânsito em ordem e segurança.
A sinalização gráfica vertical é feita com dispositivos diversos, os quais são dimensionados em
função da velocidade de diretriz da via e confeccionadas com materiais refletivos para garantir
visibilidade noturna.
São 3 (três) as espécies de placas:
u de regulamentação (cores: branca, vermelha e preta)
u de advertência (cores: amarela e preta)
u de indicação (cores: azul, verde, branca e preta)
Placas de Regulamentação:
As placas de regulamentação indicam as obrigações, proibições e limitações que determinam o
uso das vias. Sua violação constitui infração do Código de Trânsito Brasileiro. Elas são circulares,
têm o fundo branco, borda em vermelho, com ou sem uma tarja vermelha, exceto a placa de "Parada
Obrigatória", que é octagonal e possui fundo vermelho e a placa de "Dê a Preferência", que é
triangular.
Placas de Advertência:
As placas de advertência indicam aos condutores os perigos que não lhes sejam perceptíveis. Suas
mensagens têm caráter de recomendação. São de forma quadrada, nas cores amarela e preta e sua
colocação é tal que suas diagonais ficam nas posições vertical e horizontal.
Podemos agrupá-las da seguinte forma:
u placas referentes a curvas; u placas referentes ao sentido;
u placas referentes a cruzamentos; u placas referentes a ferrovias;
u placas referentes ao perfil; u placas referentes a perigo.
u placas referentes a estreitamento de pista;
Placas de Indicação:
As placas de indicação têm caráter de orientação ao motorista e podem ser de 4 (quatro) tipos:
u Orientação e Destino; u Educativas;
u Serviços Auxiliares; u Atrativos Turísticos.
Disponível em <http://www.spell.com.br/download/Placas_Transito.htm> Acesso em 04 de set. de 2012.
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líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Pensando nas formas geométricas e cores das placas de trânsito, faça uma comparação entre placas de
regulamentação e placas de advertência, explorando os efeitos de sentido que esses elementos
provocam nos leitores.
2 Para que servem as placas de orientação? Como você imagina a vida das pessoas sem elas,
sobretudo turistas e/ou pessoas que não conhecem uma região?
3 As placas educativas têm a cor branca. Explique a relevância dessa cor para esse tipo de placa.
4 Em sua opinião, as punições (multas) para infrações cometidas pelos motoristas são eficientes
para coibir tais infrações? Como no Brasil o desrespeito às placas de regulamentação ocorre com
muita frequência, você acredita que há outras soluções para evitar que isso aconteça?
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líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Leia a piada reproduzida a seguir:
Texto
Vinha o motorista dirigindo o seu carro, quando deparou com uma placa de
sinalização:
DEVAGAR
QUEBRA-MOLAS
Imediatamente, ele acelerou o seu veículo. Logo depois, voltou a pé para o local da
placa e nela escreveu, para corrigi-la:
DEVAGAR
QUEBRA-MOLAS
DEPRESSA TAMBÉM
Como muitas piadas, esta se baseia em um equívoco. O(s) comportamento(s) do
motorista que explica(m) adequadamente o efeito cômico da piada pode(m) estar
nos itens:
a) Voltar ao local da placa a pé, e não de carro, visto que seu veículo estava
quebrado.
b) Ler a mensagem como uma ordem ou conselho para acelerar.
c) Corrigir a mensagem da placa, pois ela trouxe um erro de informação.
d) Imprimir maior velocidade para escapar do quebra-molas.
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líNgua pORTuguESa
Conceito
Uma abordagem ao estilo do gênero é voltar-se para uma reflexão sobre as particularidades da
linguagem própria do "dele". Nos sinais de trânsito, em específico, a linguagem que predomina é
a não verbal, pois a comunicação se dá, na maioria das vezes, por meio de símbolos e sinais; mas há
também os que trazem palavras, então, esses possuem linguagem verbal; existem ainda os sinais de
trânsito que trazem palavras e símbolos, esses possuem linguagem verbal e não verbal. Outra
particularidade desse gênero é a função apelativa da linguagem que, na maioria das vezes, faz uso
de verbos no imperativo, ou utiliza-se de palavras que indicam proibição, cuja função é influenciar
o comportamento do receptor. Além disso, a presença de advérbios e locuções adverbiais serve para
orientar e informar sobre localização e organização no trânsito.
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líNgua pORTuguESa
Prática de leitura
Por gentileza, você poderia Por favor, você poderia Sugiro que você Sugiro que você
dar a preferência? não acionar a buzina ou vire à direita. vire à esquerda.
sinal sonoro?
Prática de escrita
1 Depois de ler o que informam as placas acima, você estranhou o modo como elas estão escritas?
Justifique sua resposta.
2 Você acha que essa linguagem é comum ao gênero sinais de trânsito? Explique.
A forma de falar é a mesma? Qual das duas linguagens exerce um maior efeito persuasivo na conduta
do motorista? Justifique sua resposta.
23
líNgua pORTuguESa
4 Ainfluenciar,
função da linguagem que atende a esse gênero é denominada de apelativa, cuja finalidade é
persuadir, modificar o comportamento do receptor. Nas frases da questão 3, quais as palavras
que estão a serviço desta função?
DESAFIO
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda.
24
líNgua pORTuguESa
aula 06 - SINaIS DE TRÂNSITO
u No significado das placas acima, quais u Analisar e refletir sobre a estruturação de frases e períodos.
palavras servem para indicar a direção ou
u Inferir informações presentes nos símbolos e nas expressões: cuidado,
sentido das vias? Como essas palavras
são denominadas? atenção, pare, perigo, silêncio etc.
Conceito
Os Advérbios ou locuções adverbiais (quando duas ou mais palavras exercem o valor de um
advérbio) são palavras, cujo efeito de sentido serve para acrescentar uma circunstância à frase, seja
de tempo: nunca, jamais, à noite, hoje, cedo; de lugar: em frente, à direita, acima, longe, perto; de
modo: bem, mal, assim, às pressas, incansavelmente; de afirmação: sim, certamente, realmente; de
negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum; de dúvida: acaso, porventura, possivelmente,
provavelmente, talvez, de intensidade: muito, demais, pouco, tão, menos, bastante etc.
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líNgua pORTuguESa
Sobre a estrutura das frases das placas acima, reflita e depois responda:
1 Elas são curtas ou longas? No máximo, quantas palavras há em cada uma? Há a presença de verbos?
Como é o formato de suas letras?
2 Agora,
1 partindo das reflexões da questão anterior, explique por que as frases das placas são estruturadas
dessa maneira, levando em consideração a finalidade do gênero.
4 Apretendido
1 linguagem não verbal, presente nas três últimas placas, contribui para ampliar o efeito de sentido
nelas? Explique.
26
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Leia o texto abaixo.
Na teoria, todos sabem, diante do sinal amarelo, diminuir e parar.
Petrônio, motorista de táxi, numa reunião na associação a qual faz parte, emite a
seguinte opinião:
- Na verdade, o sinal amarelo significa atenção e, na prática, só poderá passar se, na troca
do verde para o amarelo, o condutor estiver debaixo dele. Além disso, a extensão do
cruzamento também é muito importante. Ao se aproximar do sinal que amarelou o
condutor precisa decidir: “Por quanto tempo o sinal ficará amarelo? Terei tempo para frear?
Se frear subitamente, vou sofrer uma colisão do veículo detrás? Passo e posso ser multado
pelo equipamento eletrônico?” (…) Na realidade, o sinal amarelo não manda parar e não
manda passar. Trata-se do condutor pensar rápido e decidir.
Porém, quando o guarda está presente, o pensamento é um só: parar.
27
líNgua pORTuguESa
Prática de leitura
28
Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=crônica+no+sinal+questão+da+ufg+2010&sugexp=chrome,mod=5&sourceid=chrome&ie=UTF-
8#hl=pt-PT&gs_nf=1&tok=TexaTwRC_5z3sIyWHEJfiA&pq=cr%C3%B4nica%20%22
Acesso em 04 de set. de 2012.
Prática de escrita
1 Atrânsito
mídia divulga todos os dias dados estatísticos os quais comprovam que a combinação álcool e
é responsável por inúmeros acidentes, muitos com vítimas fatais. Será que campanhas
publicitárias, como a da “Balada consciente” e a do cantor Leonardo contribuem para que haja uma
mudança de comportamento das pessoas no trânsito? Em caso afirmativo, justifique.
2 Osuaque leva pessoas como o cantor Leonardo a participar de uma campanha de trânsito? Será que a
imagem é capaz de influenciar as pessoas a modificarem o comportamento e a fazer adesão à
campanha de que álcool e direção não combinam? Comente.
29
líNgua pORTuguESa
3 Na campanha “Balada consciente” é utilizada a imagem de um rapaz jovem e feliz. A que se deve essa
escolha? Para que público essa campanha é direcionada? Por quê?
4 As campanhas publicitárias normalmente utilizam uma linguagem considerando o público alvo. Assim,
procure relacionar a escolha do termo “balada” ao público para qual ela se destina.
DESAFIO
Leia o texto abaixo: No sinal
Ricardo Freire
- Bem-vindo ao Esmola's Drive-Thru. - Tô sem óculos.
- Como? - Eu ajudo. Número 1, abordagem seca,
- Bem-vindo ao Esmola's Drive-Thru. rápida, objetiva e fim de papo: 1 real. Mas
- Peraí. Eu passo aqui há 20 anos e até esse não dá mais porque o senhor ficou aí
ontem esse lugar era um sinal de trânsito. embaçando.
Semáforo. Farol. Sinaleira. - Sei.
- Era, mas agora é mais uma franquia do - Número 2, abordagem piedosa com
Esmola's Drive-Thru. Com concessão da criança no colo e uso das palavras "tio" ou
prefeitura e tudo. Taqui, ó. Parte da renda é "tia": 50 centavos.
revertida para a Associação Municipal dos Bi- - Criança branca ou preta?
Rodais. - A que estiver disponível no momento.
- Cuma? - Claro.
- Bi-Rodais. O pessoal que anda em cadeira - Número 3, abordagem infantil com caixa
de rodas. Politicamente correto, sacumé. de dropes à mão: trerreal para carro
Agora, por favor, peça pelo número. importado, dorreal para carro nacional do
- Não entendi. ano, 1 real para "outros". Grátis, um dropes.
- Peça pelo número. Não tá vendo o menu - Grátis?
ali no painel ao lado do semáforo? Naquele - Grátis. O doutor só paga a contribuição
poste ali? Embaixo do cartaz do candidato a social e o dropes vai de brinde.
vereador... - Ah, tá.
30
líNgua pORTuguESa
b) Por que o motorista utiliza a repetição de vários sinônimos para se referir ao sinal de
trânsito?
31
líNgua pORTuguESa
Conceito
Cartazes Escolares
O principal objetivo de um cartaz é comunicar, de maneira simples e objetiva, aspectos de um
determinado assunto. Ele serve como forma de registro.
No entanto, alguns cuidados devem ser observados na sua elaboração, o que significa
planejamento prévio para cumprir os objetivos propostos e tempo disponível para a confecção de
uma obra que será objeto de observações e críticas (algumas positivas, outras nem tanto) de colegas
de turma e até de professores de outra disciplina.
Etapas:
1 - A cartolina ou papel cartão nunca 6 - As legendas com 0,5 cm de tamanho.
devem estar amassados; 7 - As margens ou bordas devem ser
2 - A partir da escolha da cor do papel, criativas, porém não devem chamar mais
define-se a cor da caneta a ser utilizada, atenção do que o assunto do trabalho.
que deve contrastar. 8- Não pode haver rasuras;
3 - A letra deve ser legível e com 9 - Todas as figuras que serão coladas
tamanho compatível às informações. nos cartazes devem ser bem recortadas;
4 - O título deve estar centralizado e as 10 - O título deve ser objetivo (uma a
letras com tamanho médio de 5 cm. três palavras);
5 - O texto deve ter letras com 1 cm de 11 - O texto escrito não deve ultrapassar
tamanho. uma (1) linha, já que serão apenas frases.
Quanto à exposição:
u Tanto individual quanto coletiva – deve apresentar o título, a série e a turma que elaborou, o
nome do professor orientador, dos alunos (se forem trabalhos coletivos) e uma justificativa.
u Os cartazes devem ser afixados na parede, com fita crepe (nunca com fita dupla face ou durex
a fim de não danificar as paredes), nas extremidades e na parte central do cartaz.
u O tempo de exposição nunca deverá ultrapassar duas (2) semanas.
Tendo esses poucos parâmetros em mente, acreditamos que a elaboração de cartazes é uma
excelente ferramenta de trabalho pedagógico.
Disponível em <http://www.geomundo.com.br/sala-dos-professores-20142.htm> Acesso em 06 de set. de 2012.
32
líNgua pORTuguESa
33
líNgua pORTuguESa
Caso você tenha assinalado na coluna “Preciso mudar”, em qualquer uma das questões anteriores, reelabore
seu texto de forma que contemple essas informações, necessárias ao gênero em estudo.
Disponível em <http://www.geomundo.com.br/sala-dos-professores-20142.htm> Acesso em 06 de set. de 2012.
Finalizada a reescrita, afixem os cartazes no mural da escola e socialize com os colegas o que você
aprendeu sobre o trânsito.
Disponível em <http://www.geomundo.com.br/sala-dos-professores-20142.htm> Acesso em 06 de set. de 2012
Leitura complementar
Veja algumas dicas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para praticar a
gentileza no trânsito:
- Ao parar no semáforo, não fique em cima da faixa de pedestre.
- Usar o celular ao dirigir um veículo pode distrair o motorista. Que tal ligar antes de sair ou
depois de estacionar?
- Não se esqueça de acionar a seta antes de virar. Outros motoristas e pedestres precisam
saber para que lado você vai.
- Mantenha os faróis regulados e acione sempre a luz baixa ao cruzar com outro veículo.
- Em dias de chuva, cuidado com a pista molhada. Não ande em alta velocidade e evite freadas
bruscas e o risco de derrapagem.
- Ao atravessar um cruzamento, tenha certeza que você não vai bloquear a passagem de outros
carros.
- Seja camarada e ofereça carona a quem precisa. Assim você ajuda a diminuir o número de
carros na rua e a poluição em sua cidade.
- Fique atento ao sair de garagens ou postos de gasolina, pois a calçada é área comum com
pedestres. Lembre-se, a preferência é sempre de quem está a pé!
34
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
- Já imaginou que um desses cartazes produzidos na escola pode despertar a
curiosidade de qualquer pessoa? Então, tentem fazer exposição dos trabalhos em locais
públicos, como os comércios próximos da escola. Combine com os donos dos locais e
deixe o painel uns dois dias em cada local, e tentem promover essa divulgação ao
menos por uma semana. Não se esqueçam de registrar os resultados.
aula 10 - ROMaNCE
Conceito
O gênero romance é uma narrativa longa, geralmente dividida em capítulos, possui personagens
variadas em torno das quais acontece a história principal e também histórias paralelas a essa. Pode
apresentar espaço e tempo variados.
Prática de leitura
Os dez livros mais lidos no mundo
A página do facebook Eu amo ler divulgou a
pesquisa sobre os livros mais lidos nos últimos
cinquenta anos. Qual a importância desta lista
para nós leitores?
“Os números no infográfico estão em milhões
de unidades e representam figuras oficiais de
vendagem. Sagas e séries de livros são colocadas
na lista de forma unificada, somando-se ao total
como se fosse apenas um livro.”
35
líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Observando a lista de livros mais vendidos nos últimos anos, você saberia dizer por que esses livros
estão nessa lista? Quais os motivos de eles terem sido escolhidos? Explique.
2 Você já leu algum dos livros mencionados na lista? Em caso afirmativo, qual? Você o indicaria para
leitura? Por quê?
3 Dentre os livros mencionados, há algum que você gostaria de ler? Por quê?
36
líNgua pORTuguESa
4 Em sua opinião, a leitura é importante na vida das pessoas? Ela é algo capaz de promover
mudanças? Comente.
DESAFIO
Leia a tirinha a seguir:
- Você sabe quem foi Dostoiévski? Faça uma pequena pesquisa e descubra quem
foi ele e o que ele fez.
Disponível em:http://www.brasilescola.com/biografia/fiodor-mikhailovitch-dostoievski.htm Acesso em 24 de set. 2012.
37
líNgua pORTuguESa
aula 11 - ROMaNCE
Apreciação de leituras
Prática de oralidade
u O que você acha das histórias de vampiro?
O que você vai aprender hoje:
u Apreciar, interpretar e socializar as leituras com os colegas.
u Esse tipo de história provoca medo ou não?
u Antecipar o conteúdo das leituras com base em indícios
u Como uma pessoa se torna um vampiro?
como, por exemplo, autor, título do texto, ilustrações e outros.
E como ela passa a viver?
u Você considera possível ocorrer um romance
entre um humano e um vampiro?
Conceito
O gênero textual romance tem como função entreter, divertir, comunicar fantasias ou
fatos extraordinários, transmitir valores culturais, sociais e também morais.
Prática de leitura
Na luz do sol, Edward era chocante. Eu não conseguia me acostumar com aquilo, embora
eu o tivesse olhado a tarde toda. Sua pele, branca, apesar do rubor fraco da viagem de caça da
véspera, literalmente faiscava, como se milhares de diamantes pequenininhos estivessem
incrustados na superfície. (MEYER, 2009, p. 192)
38
líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Observe que o trecho do livro traz uma descrição do vampiro Edward, feito pela protagonista
Bela Swan. A aparência da personagem brilha ao sol, mas você sabe dizer o que acontece ao
conde Drácula quando ele é exposto ao sol?
2 Você já leu algum dos livros da Saga Crepúsculo? Em caso afirmativo, qual? Qual a sua opinião
em relação a ele?
3 De acordo com algumas opiniões, os livros da Saga Crepúsculo foram lidos mais por meninas. Por que
será que esse fato acontece? Qual será a opinião dos meninos em relação a esse tipo de romance?
4 Pelo grande sucesso dos livros da saga dos vampiros, eles foram parar nas telas do cinema. Você
assistiu às histórias adaptadas para o cinema? Você acha que essas adaptações foram fiéis às
histórias dos livros? Comente.
39
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Leia a tirinha a seguir:
Em outros contextos, qual efeito de sentido você atribuiria à expressão “me abriu a
cabeça”? Dê exemplos de frases, ou situações, em que esse sentido apareça.
aula 12 - ROMaNCE
40
líNgua pORTuguESa
Conceito:
Os textos são produzidos em diferentes situações por autores diversos, cada um com o seu
objetivo, em momentos diferenciados, dirigidos a públicos diversificados, para circular em
diferentes locais. Esses elementos caracterizam a situação de produção de um texto.
Prática de leitura
Leia os textos a seguir
Texto 01
Fragmento de A confissão, de Flávio Carneiro
“Agora a senhora veja a ironia: o que me falta, o que me tornaria outra vez humano, é algo
que a senhora tem, que está evidente em seu rosto desde o momento em que chegamos nesta
casa, ou mesmo antes, desde que a abordei na estrada deserta. E a ironia maior talvez esteja no
fato de que se trata de uma coisa que a senhora não pode simplesmente, de livre e espontânea
vontade, me dar. Não, é preciso que eu lhe tome esse tesouro, essa coisa tão preciosa e ao mesmo
tempo tão simples, corriqueira, isso que atende pelo nome, ouça bem, que atende pelo nome de
medo.
É apenas isso o que quero agora – meu único desejo –, é simplesmente isso o que me levou
a trazê-la para minha casa: o seu medo. Viu? A senhora já tem finalmente sua resposta, acabo de
lhe dar a decifração do enigma. Está satisfeita? Para tornar a me sentir frágil preciso muito,
urgentemente, deste seu sentimento profundo, que a torna humana, que todos os homens têm,
menos eu – o medo.”
(Rio de Janeiro: Rocco, p. 234)
*Flávio Carneiro: escritor goiano, crítico literário, roteirista e professor de literatura
Texto 02
O Leão Apaixonado
(Esopo)
*Esopo: escritor grego Disponível em> < http://adao.blog.uol.com.br/>. Acesso em 05 de set. de 2012.
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líNgua pORTuguESa
Texto 03
A Velha Contrabandista
(Stanislaw Ponte Preta)
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira
montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega – tudo
malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela
parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo
a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no
odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da
lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia.
Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi
embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com
muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o
saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela
respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal
interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de
contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal
propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto
nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando
por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
*Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sérgio Marcus Rangel Porto: cronista, escritor radialista
e compositor brasileiro.
Disponível em:http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_stanislaw_ponte_preta/. Acesso em:22/09/2012
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líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Após a leitura dos três textos, reflita sobre a situação de produção de cada um deles. Para isso,
preencha o quadro abaixo.
Papel social Destinatário Conteúdo Objetivo do
Textos Autor temático texto Gênero Suporte
do autor
Texto 1
Texto 2
Texto 3
2 No texto 1, o vampiro quer se tornar outra vez humano. Para isso, ele precisa se apossar de um
tesouro que a senhora a qual ele sequestrou possui. Que tesouro é esse? Explique por quê.
4 Considerando o texto 3, com que finalidade a velhinha levava “um bruto saco atrás da lambreta”?
43
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
No trecho “Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço.
Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a
senhora é contrabandista...”, a expressão destacada representa uma variação da
linguagem
a) culta. b) regional. c) coloquial. d) formal.
aula 13 - ROMaNCE
Prática de leitura
Romantismo
O Romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que
representa as mudanças no plano individual, destacando a personalidade, sensibilidade, emoção e
os valores interiores.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes plásticas. A
literatura romântica, abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance, foi um movimento de
pioneiro e que teve grande repercussão na formação da sociedade da época, ao contrário das artes
plásticas, que desempenharam um papel menos influente.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revolução Francesa e de seus ideais,
propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de
uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do
que era tradicional, mas sim de uma proximidade conceitual pela temática das obras.
A produção artística romântica reforçou o individualismo na medida em que se baseou em valores
emocionais subjetivos e, muitas vezes, imaginários, tomando como modelo os dramas amorosos e
as lendas heróicas medievais, a partir dos quais revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel
especial desempenharam a morte heróica na guerra e o suicídio por amor.
Disponível em:http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=404 Acesso em 01 de out. de 2012. Adaptado.
44
líNgua pORTuguESa
* Romantismo, com letra maiúscula, é a palavra que serve para denominar um estilo de época da
literatura, que corresponde, no Brasil, ao período de 1836 a 1881.
A palavra romantismo designa uma maneira de se comportar, de interpretar a realidade. Esse
comportamento caracteriza-se pelo sonho, por uma atitude emotiva diante da realidade. Daí as
denominações "literatura romântica", "cinema romântico", "música romântica".
Disponível em: http://www.klickeducacao.com.br/2006/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,SPD-673-7587,00.html Acesso em 01 de out. de 2012.
Prática de escrita
1 Tendo como base as informações lidas nesta aula, a que conclusões você e seu grupo chegaram
em relação ao livro O Crepúsculo? Ele apresenta características do Romantismo? Explique.
DESAFIO
Observe atentamente esta imagem. Que característica do Romantismo você pode
extrair dela? Anote-a e explique-a.
Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/obras/ra_indianismo.htm
Acesso em 04 de out. de 2012.
45
líNgua pORTuguESa
aula 14 - ROMaNCE
Conceito
O gênero textual “romance” permite desdobramentos diversos quanto às temáticas, as quais
podem ser abordadas em vários outros gêneros textuais, veiculados em suportes variados.
Prática de leitura
A geração romântica
Como a série Crepúsculo reformulou, para os adolescentes de hoje, o ideal do amor romântico
– aquele ancorado num laço sublime, e não no desejo carnal
Ah, o amor... Como diria o compositor Cole Porter, até "moscas bem-comportadas" se
apaixonam. (...) Algo semelhante se observa atualmente em torno da saga vampiresca Crepúsculo.
Os quatro romances da escritora americana Stephenie Meyer, e os dois filmes até agora baseados
neles, deram a senha para que o espírito romântico de adolescentes e pré-adolescentes abrisse suas
largas asas na era carnal do "ficar".
Os protagonistas de Crepúsculo compõem um casal incomum: uma jovem meio desajeitada,
Bella, e um vampiro espectralmente belo e apaixonado, Edward, que move, se não o sol, ao menos
a lua e as estrelas por sua amada. Na trama, o morto-vivo tem mais de 100 anos e, portanto, é
cavalheiro como o homem de antigamente. Apesar do desejo incontrolável (Edward é perdidamente
atraído pelo cheiro da amada), ele não avança o sinal vermelho: sua família abdicou do sangue
humano. No cinema, Bella é interpretada pela atriz Kristen Stewart, enquanto o vampiro-gato com
jeitão de estrela de rock ganhou as feições do ator Robert Pattinson. As meninas enlouquecem
quando ele surge na tela. Todas são um pouco Bella, a mocinha de beleza simples e humana, mas
capaz de atrair o coração imortal. Todas querem um Edward para chamar de seu.
Por trás do sucesso de Crepúsculo, não está nem a boa literatura nem a qualidade dos filmes –
46
líNgua pORTuguESa
que agradam só ao público a que se dirigem. O pulo do gato da autora Stephenie Meyer foi
combinar, de maneira muito eficaz para consumo adolescente, os principais elementos da tradição
romântica: o amor devotado e imortal, que atravessa tormentas e não precisa se consumar no sexo;
o homem que protege, salva, cuida, espera... Está tudo ali, para ler e ser visto, com força suficiente
para libertar o romantismo de uma geração de adolescentes que aparentemente (e só aparentemente)
parecia desprezá-lo. "Garotos e garotas participam de uma espécie de corrida, para ver quem beija
mais ou quem fica mais", diz a psicanalista Diana Corso. "Mas há também o movimento inverso, a
busca por um amor em que eles possam se sentir desejados."
Com a revolução sexual dos anos 60, muitos acreditavam que o amor romântico teria chegado
ao fim – como se ele fosse somente o efeito colateral de séculos de condenação do desejo pelo
cristianismo. "Depois da década de 80, no entanto, o amor romântico teve uma volta significativa",
diz o professor Reddy. "Acho que é porque o desejo não é suficiente para estruturar uma vida e
pode até se tornar tedioso quando exercitado sem nenhuma rédea." Uma vida cheia de namorados
e namoradas é exaustiva, impessoal, solitária. Os efeitos de Crepúsculo se dão sobre uma geração
que tem próximos de si exemplos desse tipo de comportamento. Justamente por isso, pode ser mais
conservadora em relação a valores morais e à instituição do casamento, como mostra, por exemplo,
uma pesquisa sobre o pensamento dos jovens realizada neste ano, no Brasil, pelo instituto Research
International. "É como se eles vissem no casamento um ato de heroísmo, dadas as dificuldades que
presenciam na vida real dos pais em criar filhos e manter um casamento de longo prazo", diz o
professor Reddy.
[...] Ah, o amor... "Que move o sol e as estrelas", segundo Dante Alighieri; "A ferida que dói e
não se sente", nos versos de Luís de Camões; "É cego e os amantes não podem ver as deliciosas
loucuras que eles cometem", de acordo com William Shakespeare. É muito provável – infelizmente,
quase certo – que os adolescentes que alimentam esse sucesso jamais tenham lido uma dessas linhas
clássicas sobre o amor. Mas o espírito que transpira dos versos imortais, de um romantismo que,
em diferentes medidas, a tudo abarca e suplanta, está bem vivo no seu coração.
Prática de escrita
1 Ajovens,
autora defende que, a partir da saga vampiresca, houve uma mudança de comportamento dos
que estão deixando de ‘ficar’ para se ligar ao outro de forma romântica e menos
relacionada ao desejo sexual, fazendo um resgate no amor romântico. Você concorda com essa
posição da autora? Explique sua resposta.
47
líNgua pORTuguESa
2 "Garotos e garotas participam de uma espécie de corrida, para ver quem beija mais ou quem fica
mais"; "Mas há também o movimento inverso, a busca por um amor em que eles possam se sentir
desejados". O que a autora quis dizer com essas afirmações?
3 Qual o efeito de sentido de “ficar” e “namorar”? São comportamentos diferentes? Por quê?
4 “Ah, o amor... ‘Que move o sol e as estrelas’, segundo Dante Alighieri; ‘A ferida que dói e não se sente’, nos versos
de Luís de Camões; ‘É cego e os amantes não podem ver as deliciosas loucuras que eles cometem’, de acordo
com William Shakespeare. É muito provável – infelizmente, quase certo – que os adolescentes que alimentam
esse sucesso jamais tenham lido uma dessas linhas clássicas sobre o amor.” Contrariando essa afirmação da
autora, você já leu alguma dessas obras românticas? Em caso afirmativo, qual? Comente.
DESAFIO
Faça uma pesquisa a respeito dos escritores Dante Alighieri, Luís de Camões,
William Shakespeare, mencionados pela autora no texto, e tente compreender por
que eles são considerados escritores românticos.
48
líNgua pORTuguESa
aula 15 - ROMaNCE
Prática de leitura
A Confissão
Humberto Milhomem
A confissão (2006), de Flávio Carneiro (Goiânia, 1962) é
uma obra que oscila entre o romance fantástico e o romance
de terror, agradando em cheio ao leitor moderno, por suas
situações insólitas, pela ruptura com as noções canônicas de
tempo e espaço e pela incansável fixação do inapreensível, do
inusitado e do efêmero. O autor explora a violência em um
lugar e tempo em que isso já não choca mais, já não produz
mais objeção, frente à ausência de valores que norteiam a
sociedade materialista e individualista da pós-modernidade.
No plano da fabulação, um narrador anônimo sequestra uma
mulher e a leva para uma casa isolada, na qual a submete ao
vexame de ouvir sua história. Ouçamos nós também!
Disponível em
http://www.vestibulendo.com.br/2008/03/ufg-2009-confisso-de-flvio-carneiro.html
Acesso em 06 de set. de 2012
Prática de escrita
1 Essa resenha explica com clareza e riqueza de detalhes toda a história do romance? Qual o objetivo dela?
49
líNgua pORTuguESa
2 seria
Qual o efeito de sentido que provoca a capa do romance A Confissão? O que desperta em você? Você
capaz de inferir o assunto do romance, apenas pela imagem?
3 romance
O autor da resenha afirma que A Confissão “é uma obra que oscila entre o romance fantástico e o
de terror”. Você saberia dizer as características desses dois gêneros?
DESAFIO
Leia o poema e responda a questão a seguir:
Que esta minha paz e este meu amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsória dos cemitérios
Acho-me relativamente feliz
Porque nada de exterior me acontece...
Mas,
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto!
(Mário Quintana)
Disponivel em: <http://pensador.uol.com.br/confissao_on_line/>. Acesso em 07 e set. de 2012.
Nos trechos: “Que esta minha paz e este meu amado silêncio”... “Em mim, na minha
alma”. As palavras destacadas são pronomes possessivos e foram utilizadas com a
intencionalidade de relatar:
a) ( ) Provocação de uma situação b) ( ) Um sentimento
c) ( ) O paradoxo dos conflitos d) ( ) Brincadeiras com palavras
50
líNgua pORTuguESa
aula 16 - ROMaNCE
Conceito
Romance é um tipo de história longa e complexa, com várias personagens. Ele permite que
o leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada um dos integrantes do enredo. Dentro de
um romance, podem existir histórias secundárias que ajudam a compor o caráter e a
personalidade das personagens ou ajudam no entendimento do que se passa na história.
Prática de leitura
Um vampiro Sui Generis
Vera Maria Tietzmann Silva.
[...]
O vampirismo, um dos temas mais antigos e fascinantes, presente no imaginário popular de
todos os povos, passou a circular na literatura de modo mais insistente a partir do Romantismo.
Poetas consagrados, como Goethe, Shelley, Byron e Walter Scott escreveram sobre esse tema já no
final do século XVIII. Em 1897, com a publicação de Drácula, de Bram Stoker, esse estranho
personagem que se nutre do sangue alheio popularizou-se definitivamente em livros, palcos e telas
de cinema, em versões que vão do terror à comédia. "Entrevista com o vampiro", de Neil Jordan,
e "A dança dos vampiros", de Roman Polanski, são dois filmes de décadas diferentes que bem
ilustram isso, enquanto "Nosferatu", do diretor alemão Felix Murnau, hoje um clássico do cinema
mudo, foi uma das primeiras tentativas de transposição desse personagem para o cinema.
O vampirismo faz fronteira com outros temas afins, como o satanismo (porque o vampiro se
apodera da alma da vítima), o canibalismo (porque se alimenta do sangue do outro), a imortalidade
(porque protela a própria morte no processo), a metamorfose (porque o vampiro às vezes toma a
forma de lobo ou de morcego) e o erotismo (porque ataca de noite e seduz a vítima). Todas essas
possibilidades têm um denominador comum: são universalmente consideradas como manifestações
do Mal.
Observa-se, no entanto, que Flávio Carneiro, em A confissão, atualiza esse tema de forma
bastante inesperada e original. Seu vampiro narrador (cujo nome não é revelado) inicialmente
desconhece essa sua natureza de predador. A verdade lhe chega quando já tem 19 anos. Primeiro,
51
líNgua pORTuguESa
como uma vaga desconfiança, quando lê num jornal a notícia da morte de Emma, a jovem com
quem tivera um relacionamento amoroso na véspera. Haveria uma relação de causa/efeito, ou tudo
não passava de simples coincidência, obra do acaso? Logo ele passa a suspeitar que não existem
coincidências na vida, nada acontece por acaso. [...]
Disponível em < http://www.flaviocarneiro.com.br/comentarios/confissoesdeumvampirocarioca.html>. Acesso em 06 de set. de 2012.
Prática de escrita
1 Arelaciona
partir da leitura do texto, você compreende o efeito de sentido da expressão “sui generis”? Ela se
a algumas características da personagem?
2 De acordo com a autora, a partir de quando o tema vampirismo passou a ser utilizado na
literatura? Você sabe dizer por quê?
3 Oqual
vampirismo vem aliado a outros temas que remetem à manifestação do mal? Quais são eles? E
se pode atribuir ao protagonista do livro A Confissão?
52
DESAFIO
Você assistiu ao filme Entrevista com vampiro? Veja que a charge faz uma alusão ao
filme, no entanto, há um deslocamento do sentido original para outro, justamente
porque quem faz a entrevista é o próprio vampiro. Assim, qual o efeito de sentido
provocado pela entrevista:
a) a mulher não quer ser entrevistada. b) o vampiro não é um bom entrevistador.
c) a mulher deseja apenas um emprego. d) o vampiro deseja o sangue da mulher.
aula 17 - ROMaNCE
Conceito
Romance é um tipo de história longa e complexa, com várias personagens. Ele permite que
o leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada um dos integrantes do enredo. Dentro de
um romance, podem existir histórias secundárias que ajudam a compor o caráter e a
personalidade das personagens ou ajudam no entendimento do que se passa na história.
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líNgua pORTuguESa
Prática de leitura
Eu passava por uma transformação [...] não uma transformação meramente física,
metamorfose, essas coisas exóticas e estúpidas das histórias fantasiosas, algo de verdade estava
se modificando em mim, para sempre [...]. Emma foi a divisora de águas, o ponto limite, o
lugar da travessia, e meu corpo estava se adaptando ao novo homem em que me transformara.
(CARNEIRO, 2006, p.65)
Não sou um homem normal [...], e se meus sentidos são mais aguçados do que os de
qualquer homem, também minha tristeza é mais aguda, acredite, bem mais aguda do que se
possa imaginar. (CARNEIRO, 2006, p.224).
Prática de escrita
1 Você sabe explicar como ocorre a metamorfose? No caso do protagonista, ele afirma não passar apenas
por uma metamorfose, por quê?
2 Quem é o narrador da história? Retire do texto elementos que comprovem sua resposta.
3 No segundo fragmento do livro, pode-se perceber que o protagonista é um homem triste e infeliz. E
mesmo sendo um vampiro diferente, ele também prefere os dias sombrios. Por quê?
4 Oendereço
protagonista dizia que, em relação ao seu ofício, ele simplesmente fazia “o exercício de mudar o
dos livros” (p. 13). Ao se descobrir vampiro, do que ele passa a se apropriar?
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líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Estranhamento do Objeto
55
líNgua pORTuguESa
aula 18 - ROMaNCE
Conceito
A narrativa fantástica é a construção de um mundo irreal, com situações improváveis e
ações que transpassam a realidade além do humano. Há presença de magia que dá margem
para que fatos absurdos aconteçam ao longo da narrativa, como se fossem normais: seres
mágicos que aparecem e desaparecem com facilidade. O herói possui poderes extraordinários
que o ajudam a derrotar o mal.
Prática de leitura
56
líNgua pORTuguESa
Nas histórias fantásticas, a magia desempenha um papel fundamental, estando sua presença
associada a uma personagem que dificilmente ocupa o lugar principal. A presença da magia,
enquanto um elemento capaz de modificar os acontecimentos, é o que distingue a história
fantástica. É possível, pois, entender o que significa a magia nos contos fantásticos: é a forma
assumida pela fantasia, de que somos dotados, e que nos ajuda a resolver problemas. No
conto fantástico, a imaginação é o limite nunca ultrapassado.
Texto adaptado de <http://revistacultura.blogspot.com.br/2009/12/o-conto-fantastico-caracteristicas-e.html> Acesso em 13 de set. de 2012.
Prática de escrita
1 Observe atentamente as imagens anteriores e escreva as impressões e sensações que elas lhe causam.
a) Imagem 01:
b) Imagem 02:
2 Você imagina que essas imagens poderiam representar algo da nossa realidade? Sim ou não? Por quê?
3 Você assistiu ao filme Avatar? Considerando o mundo e a história criados por James Cameron
podemos inferir que é uma história fantástica? Por quê?
57
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Final para um conto fantástico
— Que estranho! — disse a garota, avançando com cautela. — Que porta mais
pesada, meu Deus! — E, ao falar, tocou-a e a porta acabou fechando-se de um
golpe.
— Deus do céu! — disse o homem. — Não é que não tem maçaneta do lado de
dentro? Agora estamos os dois trancados!
— Os dois, não — disse a garota. — Só você.
E passou através da porta e desapareceu.
(I. A. Ireland)
1 Opalavras,
título do conto é “Final para um conto fantástico”. Explique, com suas
por que esse título é adequado ao texto.
aula 19 - ROMaNCE
Conceito
O conto é uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de fantasia
ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens,
ponto de vista e enredo. Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena
extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada,
desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em
conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto>. Aceso em 23 de set. de 2012.
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líNgua pORTuguESa
Prática de leitura
A moça tecelã
Marina Colasanti
Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E
logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os
fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca
acabava.
Se era forte demais o sol, e o jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira
grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens,
escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha
cumprimentá-los à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os
pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar
a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear
para a frente e para trás, a moça passava seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis
que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite
que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sentiu sozinha, e pela primeira
vez pensou como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida,
começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos
seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato
engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos,
quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi
entrando na sua vida.
Aquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria
para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, por algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu.
Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele
poderia lhe dar.
–Uma casa melhor é necessária – disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram
dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes e pressa
para casa acontecer.
* Significado de Tecer: v.t. entrelaçar, segundo um modelo dado, os fios da urdidura (em comprimento) e os da trama (em largura),
para fazer um tecido: tecer a lã, o algodão. Fig. Tramar, urdir: tecer intrigas. Disponível em: http://dicioweb.com.br/tecer.
Acesso em 03 de out. 2012.
59
líNgua pORTuguESa
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. - Por que ter casa se podemos ter palácio?
– perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates
de prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas,
e salas e poços. A neve caia lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava,
e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam
os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal, o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu
tear o mais alto quarto da mais alta torre.
– É para que ninguém saiba do tapete – disse. E antes de trancar a porta a chave advertiu:
- Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os
cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queira
fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio
com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou como seria bom estar sozinha de
novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas
exigências. E descalça para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao
tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e,
jogando-a veloz de um lado para outro, começou a desfazer o seu tecido, os cavalos, as
carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio. E todas as
maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além
da janela.
A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou, e espantado olhou
em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos e ele
viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou
o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-
a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte.
Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/58553063/A-Moca-Tecela-Conto>. Acesso em 17 de set. de 2012.
Prática de escrita
1 Oaspectos:
texto faz parte do gênero conto, uma forma de narrativa que costuma apresentar os seguintes
personagens, foco narrativo, espaço e tempo. Reveja-os no texto e responda às perguntas:
a) Quais as personagens presentes no texto?
60
líNgua pORTuguESa
4 Na vida de cada ser humano, quais os cuidados que devem ser tomados ao tecer seus próprios caminhos?
3
61
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Cada um tece aquilo que quer para si ou, em algumas circunstâncias, em determinados
momentos da vida, somos levados a aceitar o que tecem para nós, independente de
nossa vontade? Justifique, criando um pequeno texto opinativo e citando exemplos.
Prática de oralidade
u Você já viu essa imagem antes?
u O título dessa obra é “A liberdade de um povo”.
Ela foi pintada em 1830 pelo artista francês
Eugène Delacrioix. Onde podemos identificar a
“liberdade” e o “povo” no quadro?
u Qual seria o significado da nudez, do manuseio A Revolução Francesa, segundo o pintor Delacroix
de uma bandeira por uma mulher, das roupas
surradas e das armas nesse quadro? Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-revolucao-francesa-aos-olhos-eugene-delacroix.htm - Acesso em 07 de set.12.
62
líNgua pORTuguESa
Conceito
Os folhetins surgiram na França e representavam uma técnica de divulgar, dia a dia, uma
parte de uma narrativa, interrompendo-a no clímax, a fim de garantir o interesse do público
em ler a parte que seria divulgada no dia seguinte. As personagens centrais eram mulheres
aristocratas e os temas eram o amor, com referências a triângulos amorosos, lutas entre o
bem e o mal, amor e dinheiro, vida e morte. Os finais das histórias eram felizes ou trágicos.
Prática de leitura
Leia atentamente este poema:
Folhetim
Chico Buarque/1977-1978
Se acaso me quiseres E eu te farei as vontades
Sou dessas mulheres Direi meias verdades
Que só dizem sim Sempre à meia luz
Por uma coisa à toa E te farei, vaidoso, supor
Uma noitada boa Que és o maior e que me possuis
Um cinema, um botequim
Mas na manhã seguinte
E, se tiveres renda Não conta até vinte
Aceito uma prenda Te afasta de mim
Qualquer coisa assim Pois já não vales nada
Como uma pedra falsa És página virada
Um sonho de valsa Descartada do meu folhetim.
Ou um corte de cetim
Disponível em: http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=folhetim_77.htm. Acesso em 07 de set. 2012.
Prática de escrita
1 Ocom
poema fala de uma mulher marginalizada. Quem seria essa mulher? Comprove sua resposta
elementos do poema.
63
líNgua pORTuguESa
3 Como você explica o fato de a mulher do poema pedir apenas coisas de pouco valor? Com o que
ela se preocupa?
DESAFIO
Faça uma comparação entre a temática das duas imagens, expressando seu ponto de
vista sobre o assunto.
64
líNgua pORTuguESa
aula 21 - ROMaNCE
u Identificar os elementos da narrativa: foco narrativo, personagem, tempo, espaço, enredo, conflito, clímax, desfecho.
Prática de oralidade
Observe atentamente as personagens da cena.
u Considerando o modo como estão vestidas, os
objetos que carregam e a atitude que exibem, o local
onde estão, essa cena representa um momento da vida
dessas personagens. Como seria essa história?
u Com base nas características que você observou nas
duas personagens, você diria que elas são os vilões ou
os heróis da história?
u Você acredita que esse espaço retratado na cena seja
o mesmo em todos os momentos dessa história?
u Que tipo de situação você acredita que terão de
enfrentar a partir desse momento?
Conceito
A narrativa de ficção é um relato centrado num fato ou acontecimento, dependendo de
personagens atuando e de um narrador que relate a ação, assim como de um tempo e de um
ambiente. Esses elementos são utilizados para simular uma história que, de alguma forma,
reflete situações de uma dada realidade para que seja aceita pelo público leitor. Assim, há
várias maneiras de se construir uma narrativa, como, por exemplo, fábula, crônica, conto,
romance, novela e tantos outros.
Prática de leitura
Leia a crônica:
O primeiro beijo
*A biografia de Clarice Lispector encontra-se em anexo. Sugerimos que ela seja comentada com os alunos antes da leitura.
65
líNgua pORTuguESa
feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me
beijar? Ele foi simples:
Sim, já beijei antes uma mulher.
Quem era ela? perguntou com dor.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em
algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos,
finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir -
era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do
motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca
ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a
sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo
nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por
instantes, mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto
sua sede era de anos.
Não sabia como e por que, mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima,
e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos,
espreitando, farejando.
O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava...
o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede,
mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água.
O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta
encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de
uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro
gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia
jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o
líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo
todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais
o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada,
estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo,
espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta
com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o
encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
Ele se tornara homem.
(In "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998) Clarice Lispector.
66
líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
1 Considerando o texto, tente imaginar o lugar onde os dois jovens estão no início da história. E, no
segundo momento, onde aconteceu o “primeiro beijo do garoto”.
3 Nessa história, há dois momentos diferentes. Explique quais são esses dois momentos.
4 Oquetexto “O primeiro beijo”, de Clarice Lispector, inicia-se com um diálogo. Quem são as pessoas
dialogam nesse momento? O que motivou a pergunta feita pela namorada?
DESAFIO
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
Que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
Que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história
Carlos Drummond de Andrade
67
líNgua pORTuguESa
b) Com quem?
68
líNgua pORTuguESa
d) Que sentimentos esse conto despertou em você? u Perceber a diferença entre narrativa em
prosa e narrativa em verso.
Conceito
O texto narrativo caracteriza-se por contar um fato, fictício ou não. Para entendê-lo, o leitor
precisa reconhecer nesse texto os seguintes elementos:
Fato - o que se vai narrar (O quê?)
Tempo - quando o fato ocorreu (Quando?)
Lugar - onde o fato se deu (Onde?)
Personagens - quem participou ou observou o ocorrido (Com quem?)
Enredo: Causa - motivo que determinou a ocorrência (Por quê?) /Modo - como se deu o
fato (Como?)
Consequências (Geralmente provoca determinado desfecho)
Prática de leitura
69
líNgua pORTuguESa
Prática de escrita
Propor aos alunos que façam a análise dos elementos da narrativa do conto “O primeiro
beijo”, preenchendo o quadro abaixo:
70
líNgua pORTuguESa
DESAFIO
Leia o poema:
O poema lido conta uma história. Sua tarefa será transformá-lo em uma narrativa em
prosa. Para isso, atente-se para a necessidade de adaptações, como, por exemplo, o
emprego de elementos coesivos.
71
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
Foco narrativo é o modo pelo qual o narrador expõe os fatos ao leitor. Dessa forma, o
foco narrativo pode ser em 1ª pessoa, quando esse narrador é personagem, assumindo a
condição de narrador protagonista ou narrador coadjuvante. O foco narrativo pode ser ainda
em 3ª pessoa. Nesse caso, o narrador não participa ativamente dos fatos relatados e pode se
apresentar de duas formas:
• Narrador onisciente – é o tipo de narrador que conhece toda a história, até mesmo o
pensamento dos personagens.
• Narrador observador – ele não conhece toda a história, apenas se limita a narrar os
fatos à medida que eles acontecem. Assim sendo, o narrador não interfere na história e não
é concedida a ele nenhuma atitude que, porventura, possa nos adiantar o que ocorrerá.
Prática de leitura
Leia com atenção esses trechos do romance A confissão, de Flávio Carneiro.
“Vi uma mulher sozinha numa mesa.[...] Criei a biografia daquela mulher, eu em pé, do lado de
fora, olhando.[...] era a senhora que levava a taça aos lábios num gesto suave e firme [...] Eu a olhava
suplicando, eu queria saber o que a senhora estava pensando naquele momento [...] o que estava
sentindo depois de ter depositado a taça sobre a mesa [...] nesse instante falei baixinho, ninguém ouviu,
não havia ninguém perto de mim, olhei bem na sua direção e disse: me ensina, por favor. “ (p. 19)
“Claro que não, nunca pensou nessas coisas absurdas, como poderia saber? Para a senhora, para
as pessoas normais, os fantasmas precisavam ser vencidos e não cultivados, evidentemente, quem
pensaria numa maluquice dessas: sentir falta da velha solidão, da insegurança, do medo? Pois eu sinto,
sinto de verdade. E fique sabendo que há, sim, uma resposta para a minha pergunta, eu a encontrei.
Simples: para voltar a ser o que eu era, para voltar a ser um homem comum, preciso de algo que já
não possuo. (...) é preciso voltar a ser um homem frágil” (p. 233).
72
líNGua pORTuGuEsa
“Até que ponto tinha decidido algo na minha vida? [...] Não tinha como duvidar, algo ou alguém
estava guiando meus passos, era essa a conclusão a que havia chegado finalmente, não mandava em nada,
não podia mandar em nada, nem em mim mesmo, nem na minha vida, nem na minha morte.” (p. 227)
“Naquela época, várias coisas me faltavam, mas eu estava vivo. Vivo de verdade, não como estou
agora, este ser híbrido que não sei definir, essa mistura de vários destinos, pedaços de sonhos colados
ao acaso, acho que é isso, me sinto como uma folha de papel em que uma criança foi colando recortes
coloridos sem intenção de formar figura nenhuma.” (p. 232)
Prática de escrita
1 personagem
Os trechos acima comprovam que o narrador do romance A confissão, de Flávio Carneiro, é
da história. Que elementos dos trechos podem comprovar isso.
2 Reescreva este trecho em 3ª pessoa. “Até que ponto tinha decidido algo na minha vida? [...] Não
tinha como duvidar, algo ou alguém estava guiando meus passos, era essa a conclusão a que havia
chegado finalmente, não mandava em nada, não podia mandar em nada, nem em mim mesmo,
nem na minha vida, nem na minha morte.” A seguir, reflita: por que o autor não escolheu um
narrador em 3ª pessoa para esse romance?
73
líNGua pORTuGuEsa
4 “(...) é preciso voltar a ser um homem frágil”. Que sentido tem a expressão “homem frágil” adquire
nesse trecho?
DESAFIO
Leia o fragmento abaixo, extraído do romance A confissão, de Flávio
Carneiro.
“[...] e aquela sensação de que um furacão havia passado por mim e já ia longe,
distante, sem perigo algum, então me lembro, jamais poderia esquecer, me lembro da
imagem de Agnes deitada no tapete, dormindo, quer dizer, eu pensava que ela
estivesse dormindo, até me dar conta do que de fato acontecera e já estava previsto
desde o início, não pudera evitar, me lembro do rosto tranquilo de Agnes, morrera com
um leve sorriso no rosto, tão bonito o rosto de Agnes naquela manhã [...]”
(CARNEIRO, Flávio. A confissão. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 128.)
74
líNGua pORTuGuEsa
Prática de oralidade
u Que personagem do romance A confissão, de Flávio Carneiro, você mais gostou?
u Você se identificou com algum?
u As personagens que participam da história se parecem com alguém que vocês conhecem?
u Você acredita que existam pessoas no mundo em que vivemos agindo como o protagonista da história?
Conceito
As personagens de uma narrativa podem ser chamadas de protagonista/antagonista/personagens
secundários.
•Protagonista é a personagem principal em torno da qual se constrói toda a trama. É conhecida
como o herói.
•Antagonista é a personagem que se opõe ao protagonista e o sucesso de uma narrativa está
diretamente ligado à perfeita caracterização dessa personagem. É conhecida como o vilão.
•Personagens secundárias são aquelas que não têm muita importância na narrativa. As
secundárias participam da ação e dão sustentação à trama, mas não assumem papéis importantes.
Prática de Leitura
Leia o texto:
“Era alto, magro e muito velho a julgar pelo prateado dos seus
cabelos e de sua barba, suficientemente longos para prender no
cinto. Usava vestes longas, uma capa púrpura que arrastava pelo
chão e botas com saltos altos e fivelas. Seus olhos azuis eram
claros, luminosos e cintilantes por trás dos óculos em meia-lua e
o nariz, muito comprido e torto, como se o tivesse quebrado pelo
menos duas vezes. O nome dele era Alvo Dumbledore.”
J. K. Rowling. Harry Potter e a pedra filosofal. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2000.
Disponível em http://bancadeestudo.blogspot.com.br/2011/06/narrativa-teoria-e-
exercicios.html. Acesso em 23 de set. 2012.
75
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
Leia o trecho da obra A bolsa amarela, de Lygia Bojunga Nunes.
“Chegou o sábado e a minha irmã falou:
― Não vai te vestir, Raquel, tem almoço na casa da tia Brunilda. Bacalhoada.
Eu adoro comer, só tem um prato que eu não aguento: bacalhau. Mas como o pessoal aqui de
casa tá sempre paparicando a tia Brunilda, eu sabia muito bem que na hora de dizer: Ó, Tia
Brunilda, a senhora se importa se eu só como a sobremesa? Ó, eles iam me olhar daquele jeito, e
eu ia ter que acabar comendo. Então já fui ficando meio aflita. Calça comprida eu só tenho duas:
uma boa, outra ruim; enquanto uma lava, uso a outra. A boa estava lavando e ainda mais essa, eu
pensei. Quando fui me olhar no espelho, dei de cara com uma espinha. Bem na ponta do nariz.
Espremi, começou a sair uma aguinha lá de dentro; vi que tinha feito uma besteira. Meu nariz
começou a doer. Olhei no espelho e anunciei:
― Não posso ir à bacalhoada: meu nariz inchou, tá doendo demais.
Mandaram eu botar mercurocromo e acabar de me vestir. Quando eu abri a porta do
armarinho do banheiro, um tal de mercúrio, que estava na beira da prateleira, sem tampa nem
nada, desabou em cima de mim. Só faltei morrer de raiva. Já estava quase pronta para sair. Tinha
baixado a bainha da calça, passei ela a ferro, peguei uma tinta que a minha irmã pinta o olho e
pintei uma flor na minha blusa pra ver se tapava uma mancha antiga, agora tava tudo respingando,
tudo vermelho, blusa, calça, flor, até meu sapato levou um banho de mercurocromo. Vi que o dia
ia ser fogo. Botei aquele vestido xadrez que eu acho o fim; meu nariz tava o fim; eu toda estava o
fim; saí de casa achando a minha vida o fim.”
2 Nesse trecho, mesmo que não haja uma descrição evidente da personagem que narra, é possível
caracterizá-la. Como você a vê fisicamente? E psicologicamente?
76
líNGua pORTuGuEsa
3 Pela caracterização feita na questão anterior, é possível relacionar essa personagem com tipos humanos
presentes em nossa realidade. Com quem ela se parece? Por quê?
4 De que maneira a linguagem empregada nesse trecho pode ajudar o leitor a identificar a personagem?
DESAFIO
Leia o os textos a seguir.
Máscaras
A vida nos põe no rosto
máscaras de gosto e desgosto
e sem tamanho
onde fica o reflexo
do rosto de um estranho
que se interroga.
(SOUSA, Afonso Felix de. Nova antologia
poética. Goiânia: Cegraf/UFG, 1991. p. 185)
“[…] já não estou certo do fato de ser um homem ou alguma outra coisa não
definida, quem sabe tenha me transformado num ser híbrido, entre homem e Deus,
embora ninguém acredite em mim, nem mesmo a senhora, o que é realmente uma
pena. [...] Então, se ninguém acredita em mim, sobretudo a senhora, posso me
considerar Deus? Não? Mas homem também não sou, pelo menos não do tipo que se
conhece. Então o que é que eu sou? A senhora me faria o favor de responder a esta
pergunta: o que é que eu sou?”
(CARNEIRO, Flávio. A confissão. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 158)
77
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
Nas obras de ficção, é preciso que os fatos apresentados deem impressão da verdade, ou seja, é
preciso que haja semelhança com os fatos do mundo em que vivemos. Assim, quando se cria uma
personagem, é preciso que suas ações sejam condizentes com suas características físicas e
psicológicas. Por exemplo: um menino muito magro que vendia amendoins numa esquina de uma
das avenidas de Goiânia. Ele era tão fraquinho que mal podia carregar a cesta em que estavam os
pacotinhos de amendoim. Um dia, na esquina em que ficava, um motorista, que vinha em alta
velocidade, perdeu a direção. O carro capotou e ficou de rodas para o ar. O menino não pensou
duas vezes. Correu para o carro e tirou de lá o motorista, que era um homem corpulento.
As descrições podem ser:
• Subjetiva: feita por meio do emprego de substantivos abstratos, linguagem conotativa,
linguagem com função poética (exploração dos sentidos e sentimentos), visão pessoal e parcial,
captação imprecisa.
78
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
Leia estes trechos da obra A Confissão, de Flávio Carneiro
“A mulher entrou, alta, muito magra, de saia preta, meias pretas, sapato de salto, um pulôver
branco, os cabelos curtos, bem negros, entrou carregando junto ao peito uma sacola de papel
pardo, sentou-se no banco à minha frente. (...) tinha 26, soube depois, alguns dias depois, quando
a vi pela segunda vez, (...) imaginei a ponta de meus dedos passando naquela nuca, devia ser muito
bom, e eu mesmo, pude confirmar noutra ocasião.” (p.15)
“(...) uma moça tímida, de poucas palavras, os óculos de lentes grossas, os gestos delicados,
educada, gentil, mas sem nunca falar de si mesma, fechada em uma concha, ninguém sabia de sua
vida, de sua família ou mesmo por que escolhera fazer um curso de medicina. (...) Luísa tirava da
bolsa nessas horas eram uns livrinhos do mesmo tamanho desses de bolso, mas de capa dura,
pequenas edições bem cuidadas, sóbrias (...) era uma história de vampiros (...).”
“(...) uma mulher elegante, bem vestida, uns trinta anos, avaliei, quem sabe casada com algum
milionário, talvez ela mesma fosse de uma família rica, tradicional, e aproveitasse uma folga depois
das compras para beber seu vinho em paz, longe do marido e das crianças, antes de voltar para
casa e dar ordens às empregadas, os preparativos para o jantar, criei a biografia daquela mulher, eu
em pé, do lado de fora, olhando.”
Prática de escrita
Produção coletiva de texto descritivo
Caro aluno,
Sua tarefa nesse momento será caracterizar algumas das personagens do romance A confissão.
Para isso, siga as instruções do professor. Você trabalhará em grupos a atividade escrita e, depois,
poderá organizar com os colegas uma pequena dramatização.
Serão entregues a cada grupo alguns nomes de personagens do romance e alguns dicionários.
Vocês pesquisarão alguns adjetivos que possam ser usados para caracterizar as personagens que
receberam, anotando-os em folhas de papel sulfite. Para que os adjetivos não fiquem soltos,
construam um texto descritivo, de dez a quinze linhas. Ao final, cada grupo poderá apresentar,
oralmente, o perfil dessas personagens para o restante da turma.
A descrição poderá apresentar tanto características objetivas, quanto subjetivas.
79
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
Leia este texto
O leão
A menina conduz-me diante do leão, esquecido por um circo de passagem. Não está
preso, velho e doente, em gradil de ferro. Foi solto no gramado e a tela fina de arame é
escarmento ao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: as pernas reumáticas, a juba
emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei
nove ou dez moscas, que ele não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam
gotas e pensei, por um momento, que fossem lágrimas.
Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão
conserva o seu antigo prestígio - as crianças estão em redor dos macaquinhos. Um dos
presentes explica que o bicho tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula.
Derreado, não pode sustentar-se em pé.
Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas
de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: faz estremecer a grama a seus pés.
Um de nós protesta que deviam servi-lhe a carne em pedacinhos.
– Ele não tem dente?
– Tem sim, não vê? O que não tem é força de morder.
Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um
brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso da derrota.
80
líNGua pORTuGuEsa
Está velho, artrítico, não se aguenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a
juba, põe-se a mastigar o capim. Ora, leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra:
acertou no olho lacrimoso e doeu.
O leão abriu a bocarra de dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor,
elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou
penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina de fordeco antigo.
Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais
depressa o coração da menina. O leão soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de
lado e fechou os olhos para sempre.
Dalton Trevisan
(ITA)
I. Embora não seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descrição, visto que
o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.
II. Por ressaltar unicamente as condições físicas da personagem, predomina a descrição
objetiva no texto, com linguagem denotativa.
III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas - descrição e
dissertação - inexistem.
81
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
O tempo em uma narrativa é elemento decisivo, já que retrata a duração em que os fatos
ocorrem. Ele pode ser cronológico, demarcado pelos dias, horas, anos e outros, ou psicológico,
sendo, nesse caso, demarcado pelas lembranças e pelos sentimentos das personagens. Os dois
tempos podem aparecer juntos na narrativa.
Prática de Leitura
Leia estes trechos da obra A Confissão, de Flávio Carneiro
“(...) A senhora imagine, por favor. Eu tinha dezenove anos. Podia ter mais ou menos, podia
ser aos quinze ou quarenta, (...)” (p. 11)
“Os livros eu roubava das bibliotecas, era um ladrão de livros, ladrãozinho de terceira categoria
(...)” (p. 13)
“(...) Mas meu prazer maior, no entanto, ainda não disse, aliás, ainda não disse tanta coisa, era
ler cardápios de restaurante. (...)” (p. 25)
“O que aconteceu depois daquela manhã no apartamento de Agnes foi simplesmente que tive
a certeza de quem eu era. Um vampiro, talvez, pouco me importa o nome, o importante é que
finalmente descobrira minha nova forma, ou identidade, (...)” (p. 129)
Prática de escrita
1 Aaopartir da leitura desses trechos, podem ser percebidos elementos linguísticos que nos remetem
tempo das ações narradas. Que elementos são esses?
2 Com base na resposta dada à questão anterior, explique as escolhas do autor quanto ao uso
desses elementos.
82
líNGua pORTuGuEsa
3 Na sua opinião, de que maneira os fatos do passado (tempo psicológico) se relacionam aos do
presente (tempo cronológico) no romance A Confissão?
4 categoria”.
Releia este trecho: “Os livros eu roubava das bibliotecas, era um ladrão de livros, ladrãozinho de terceira
Que efeitos de sentido as formas verbais destacadas produzem em relação ao tempo das
ações que elas expressam?
DESAFIO
Venha ver o pôr-do-sol
Ela subiu sem pressa a tortuosa ladeira. À medida que avançava, as casas iam rareando,
modestas casas espalhadas sem simetria e ilhadas em terrenos baldios. No meio da rua
sem calçamento, coberta aqui e ali por um mato rasteiro, algumas crianças brincavam de
roda. A débil cantiga infantil era a única nota viva na quietude da tarde. Ele a esperava
encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo blusão azul-marinho, cabelos
crescidos e desalinhados, tinha um jeito jovial de estudante.
– Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
– Veja que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes. Que ideia,
Ricardo, que ideia! Tive que descer do taxi lá longe, jamais ele chegaria aqui em cima.
Ele sorriu entre malicioso e ingênuo.
– Jamais? Pensei que viesse vestida esportivamente e agora me aparece nessa
elegância! Quando você andava comigo, usava uns sapatões de sete léguas, lembra?
– Foi para me dizer isso que você me fez subir até aqui? (...)
(Lygia Fagundes Telles. Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. São Paulo, Ática, 1991.p. 26)
83
líNGua pORTuGuEsa
u Reconhecer e usar, de forma produtiva e autônoma, mecanismos de coesão verbal no discurso narrativo.
Prática de oralidade
uA partir da observação dessa imagem, que relação é possível
estabelecer entre o tempo e o espaço em que se passa o fato
representado?
u Pelascaracterísticas do espaço e das personagens, você acha
que essa história aconteceu em que época?
u Que tipo de história seria essa?
uA caracterização do espaço pode revelar estados de espírito,
características psicológicas e intelectuais das personagens?
Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula
=40023 Acesso em 23 de set. 2012.
Conceito
Em uma narrativa, o espaço é tão importante quanto qualquer outro elemento. Assim, é preciso
que seja percebido logo no início da narrativa para que o leitor localize a ação e imagine-a com
maior facilidade. Ele é caracterizado, quase sempre, pelas descrições, de acordo com a intenção
do narrador. Assim como o tempo, o espaço pode referir-se a um lugar real, dentro do universo
ficcional, sendo, então, exterior. É usual classificar o espaço em regional ou urbano, físico ou social.
84
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
Leia estes trechos da obra A Confissão, de Flávio Carneiro.
“Rio de Janeiro (...) eu uma vez andava pelas ruas da Gávea, depois de ter roubado alguns livros
da biblioteca da PUC, e parei em frente a um restaurante que a senhora conhece, já esteve lá (...).”
(p. 18).
“(...) Já desfrutava de uma situação financeira bastante confortável quando decidi sair do país.
Não sabia se iria voltar, não pensei nisso, preferi não decidir nada, iria correr o mundo, conhecer
novos lugares (...).” (p. 141).
“Andei pelos corredores da pensão [...] pelas ruazinhas da Alfama [...] entrando em vielas escuras
e úmidas que iam dar numa praça, retomando em seguida os caminhos estreitos como se voltasse
a um labirinto (único espaço, hoje sei, em que sempre me senti em casa).” (p. 160)
Prática de escrita
1 Otanto
narrador-personagem declara gostar, desde a juventude, de andar pelas ruas sozinho, sem rumo,
no Rio de Janeiro, como em outros lugares por onde passou. A que você atribui esse gosto?
2 Em um labirinto, a entrada e a saída são o mesmo lugar. Como esse labirinto é construído no romance lido?
3 Ointeração,
espaço tem como funções principais situar as ações das personagens e estabelecer com elas uma
influenciando suas atitudes, pensamentos ou emoções. Qual é a relação da condição do
narrador com o labirinto?
85
líNGua pORTuGuEsa
4 Os espaços em que acontecem as histórias podem ser classificados urbanos. Que características da
protagonista esses espaços revelam?
DESAFIO
Tragédia brasileira
Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma
aliança empenhada e os dentes em petição de miséria.
Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou
médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado.
Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez
nada disso: mudou de casa.
Viveram três anos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.
Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria,
Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua
Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato,
Inválidos...
Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência ,
matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontrá-la caída em decúbito dorsal, vestida
de organdi azul.
Manuel Bandeira
Disponível em:http://www.lumiarte.com/luardeoutono/manuelbandeira.html
Acesso em 23 de set. de 2012.
86
líNGua pORTuGuEsa
Esse texto de Manuel Bandeira traz uma demarcação clara dos espaços, pois eles
refletem ações muito específicas das personagens.
a) Qual é relação entre os lugares em que as personagens moraram e suas ações?
b) Por que os nomes das últimas ruas em que moraram são “Inválidos” e “Rua da
Constituição”?
u Vocês compreenderam a lógica dos fatos no romance A Confissão? gerador e os elementos que
constroem a narrativa.
u Vocês conseguiram entender o final da história?
Conceito
O enredo na narrativa é o conteúdo do texto que tem como núcleo o conflito, o qual está
diretamente ligado às personagens, situadas no tempo e no espaço. É no enredo que se desenrolam
os acontecimentos que formam o texto e é com base nele que os demais elementos que compõem
a estrutura da narrativa vão se formando e se relacionando para a construção de um texto coerente
e lógico. O enredo é constituído destas partes:
a) equilíbrio inicial – parte em que a situação é apresentada e ainda não surgiu o conflito;
b) conflito – o problema a ser resolvido;
c) clímax – momento mais emocionante e difícil do conflito;
d) desfecho – solução do conflito.
87
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
Leia esta sinopse da obra A Confissão, de Flávio Carneiro.
Sinopse
Um sequestrador explica para sua vítima, durante uma longa madrugada, suas razões para
capturá-la. Amarrada a uma poltrona, ela escuta uma história de amor, medo e muitas surpresas. Da
inusitada ocupação do protagonista – um ladrão especializado em furtar livros – às descobertas que
ele faz sobre sua própria identidade, tudo é revelado gradualmente no longo monólogo do
sequestrador em A Confissão, o novo romance de suspense e mistério de Flávio Carneiro.
O nome do protagonista nunca é mencionado, como também não são revelados detalhes de
sua família. Para ele, só importam as pessoas que passam a fazer parte de sua vida. Enquanto cadáveres
surgem à sua volta, ele jamais é responsabilizado por qualquer crime. Para evitar novas mortes, sai do
Rio e corre o mundo até se isolar em uma aldeia da China. Mesmo assim, ele parece não ter sossego.
Escrito na primeira pessoa e sem diálogos, A Confissão é o relato labiríntico e entrecortado
das muitas histórias que o narrador tem para contar. O leitor acompanha passo a passo as aventuras
deste estranho sedutor, que parece querer ao mesmo tempo atrair e amedrontar a mulher que tem
diante de si. O leitor também é capturado pela história do sequestrador, e acompanha com ansiedade
o seu relato. Mesclando elementos de terror com suspense de policial, a narrativa ágil de Flávio
Carneiro é uma leitura surpreendente.
As revelações que surgem a cada capítulo não apenas esclarecem o que passa pela mente do
sequestrador, mas também mostram os conflitos do homem contemporâneo no protagonista, que
não tem escrúpulos em aproveitar as oportunidades que garantam seu conforto pessoal ao mesmo
tempo em que se compadece dos que cruzam seu caminho.
Disponível em:
http://www.planetanews.com/promocao/livros/22280/a-confissao-flavio--carneiro.html Acesso em 23 de set. 2012.
Adaptado.
Prática de escrita
1 Dessa
Como já vimos, a narrativa do romance A Confissão não é linear e há várias histórias entrelaçadas.
forma, há uma história central entremeada de outras. Considerando essa história central,
delimite as partes de seu enredo:
a) equlíbrio inicial
b) conflito
c) clímax
d) desfecho
88
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
Urubus e Sabiás
Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus,
aves por natureza bicudas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo
contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram
escolas e importaram professores, gargarejaram do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas
e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a
permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram
nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se
tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência.
Tudo ia muito bem até que a doce tranquilidade da hierarquia dos urubus foi
estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos, tagarelas, que brincavam
com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o
rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um
inquérito. “Onde estão os documentos de seus concursos?” E as pobres aves se olharam
perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse. Não haviam passado
por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma
para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente... Não, assim não pode ser.
Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem
alvarás...
Moral: em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá.
(ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1985, p.81- 2)
89
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
A confissão de um vampiro
Aparentemente, A confissão é um romance que se filia à longa tradição do fantástico - ou, se
quisermos, à já consolidada tradição das histórias de terror. Os elementos mais evidentes
encontram-se aqui, como o insólito das situações, a relativização dos conceitos de tempo e
espaço, o inapreensível percebido como natural. Mas, nas mãos de alguém que domina o ofício,
o que é aparente pode não ser o essencial. E nisso consiste a arte: mais que o autor, quem lhe dá
vida é o leitor, que carrega para as páginas do livro as suas próprias experiências e expectativas,
reformulando as possíveis intenções iniciais do escritor.
Uma das leituras possíveis de A confissão seria a de um romance que busca, de maneira bastante
feliz, entender os impasses da violência numa sociedade que já não tem mais valores sólidos onde
se assentar. O narrador anônimo, mais paciente que agente de sua vida, sequestra uma mulher,
também anônima, e arrasta-a para uma casa isolada, onde a obriga a ouvir sua história. O motivo
pelo qual age desta maneira, só no final o leitor, assim como a sequestrada, entenderá.
Aos dezenove anos, o narrador, desempregado e sem profissão definida, perambula pelas ruas
do Rio de Janeiro, vivendo com o pouco que arrecada na venda de livros roubados em bibliotecas
e livrarias. Apenas duas coisas o fascinam: a leitura de cardápios de restaurantes chiques e a nuca
das mulheres. Sem expectativas, leva sua vida medíocre, até que um dia cruza num trem de metrô
com Emma. Após algumas peripécias, Emma o convida para seu apartamento, de onde, depois
de manterem uma relação sexual, o narrador foge, carregando quinhentos dólares, acossado por
um homem que tenta arrombar a porta. No outro dia, pelos jornais, descobre que Emma havia
morrido e que o homem à porta era seu noivo. O jovem sabe que, por algum motivo, ele foi o
responsável por aquela morte. E, pior: percebe que, de alguma maneira, ele incorporou às
suas as memórias de Emma.
90
líNGua pORTuGuEsa
Mais tarde, encontrará Agnes, uma médica que dá a chave para entender o ocorrido. Ele
descobre que é um vampiro – não desses com dentes salientes e capa preta, mas alguém que tem
o poder de sugar a vida de outra pessoa. Então, o jovem passa a exercer esse seu poder para viver
sem trabalhar - pois se apossa dos bens das vítimas - e para incorporar novos conhecimentos.
Viaja pelo mundo, sempre insaciável, até que num acesso de saudosismo, volta ao Rio de Janeiro
em busca daquele que foi um dia.
Conhece, então, Inês e tomado de paixão verdadeira por ela, descobre entretanto que não
pode consumar esse amor, porque consumá-lo seria destruí-la. Diante desse impasse, só resta
uma solução: incorporar à sua memória algo que julgara ter perdido para sempre. E isso quem
pode restituir-lhe é a mulher a quem sequestra.
Assim, utilizando de artifícios da literatura de entretenimento, Carneiro habilmente nos
conduz a um universo de loucura e nonsense, retrato acabado da nossa época. Podemos, se
quiser, ler esse relato como a confissão de um serial killer - suas vítimas são mulheres ricas que,
possuem, então, tudo aquilo que ele nunca teve, beleza, dinheiro, sofisticação. E o vampirismo
seria uma bela metáfora para os assassinatos. Mas, como todo assassino em série, ele sabe que
mais dia menos dia será capturado. E para evitar que isso aconteça, ele tem que abrir mão de
sua autoconfiança e readquirir o medo. E é aqui começa de verdade essa história.
Prática de escrita
1 Segundo o texto, o romance A confissão pode ser caracterizado como narrativa fantástica. Por quê?
2 Asermulher sequestrada é mãe de Inês, a moça que é poupada por ele. Enquanto uma é rejeitada para não
destruída, a outra, provavelmente, será violentada e morta. Como você entende esse comportamento?
91
líNGua pORTuGuEsa
3 “Uma das leituras possíveis de A confissão seria a de um romance que busca, de maneira bastante feliz,
entender os impasses da violência numa sociedade que já não tem mais valores sólidos onde se assentar.”
Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
4 “Então, o jovem passa a exercer esse seu poder para viver sem trabalhar. Suas vítimas são mulheres ricas
que possuem, então, tudo aquilo que ele nunca teve, beleza, dinheiro, sofisticação.” Esse comportamento
assemelha-se ao de muitas pessoas atualmente. Levante hipóteses acerca do que motivaria o narrador
e essas tantas pessoas a agirem dessa forma.
DESAFIO
O homem que entrou pelo cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois
se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos
familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era
interessante. No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou
na torneira, à espera que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu
numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina
aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem
dentro da pia” Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o
tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988. p. 89.
O homem desviou-se de sua trajetória porque
a) ouviu muitos barulhos familiares.
b) já estava “viajando” há vários dias.
c) ficou desinteressado pela “viagem”.
d) percebeu que havia uma torneira.
92
líNGua pORTuGuEsa
A intertextualidade: um
recurso usado no romance
O que você vai aprender hoje
u Ampliar a competência leitora.
u Reconhecer a transposição de um formato de gênero textual para outro, observando a referência que cada texto
faz a outro, seja oral ou escrito.
Prática de oralidade
u Por que esse texto foi criado?
u Quem é o locutor? E o interlocutor?
uA parte verbal, assim como a parte
não verbal desse texto, lembra algo?
O quê?
u Que efeitos de sentido o autor
pretende provocar com esse texto?
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19919
Acesso em 03 de out. de 2012.
Conceito
Intertextualidade é a relação entre dois ou mais textos, em que um cita o outro ou outros.
Assim, qualquer texto que se refira a assuntos abordados em outros textos é exemplo desse
recurso. Ele pode ocorrer em textos escritos, músicas, pinturas, filmes, novelas e outros.
Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos
textos/contextos em que ela é inserida.
A intertextualidade pode ser feita por meio de:
• paráfrase: na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo
novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto
citado;
• Paródia: a paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura
com as ideias originais. A voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, levando
o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades;
• plágio - o plágio consiste na apropriação ou imitação, essencialmente ilícita, de texto de
outra pessoa. Pode ser parcial ou total, distinguindo-se da paráfrase e da paródia por ocultar seu
processo de criação.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19919. Acesso em 03 de out. de 2012. Adaptado.
93
líNGua pORTuGuEsa
2 Achamada
intertextualidade existente nesse texto pode ser
de paráfrase, paródia ou plágio?
Justifique sua resposta.
94
líNGua pORTuGuEsa
4 Que reflexões podem ser feitas a partir dessa paródia? Levante hipóteses em relação às
intencionalidades do autor?
DESAFIO
Conto de fadas para Mulheres Modernas
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de
auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago
do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse:
– Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas, uma bruxa má lançou-me um
encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo
castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias
as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre…
“… E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas
de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava:
– Eu, hein?… nem morta!
(Luís Fernando Veríssimo)
Intertextualidade é quando um texto remete a outro. No texto lido lembramos a clássica
história do príncipe transformado em sapo. Na construção desse texto o autor usou qual
tipo de intertextualidade? Justifique.
95
líNGua pORTuGuEsa
u Estabelecer relações entre o u Vocêsjá viram os nomes das personagens do romance A confissão
lido/vivido ou conhecido em algum outro livro ou filme? Quais?
(conhecimento de mundo). u Vocês conhecem a história de Sherazade, das “Mil e um noites”?
u Estabelecer relação semântica entre u Se conhecem, o que ela tem de parecido com a história do romance
ideias de textos diferentes. A confissão? Se não conhecem, vamos conhecê-la agora?
Conceito
Histórias da Tradição oral são aquelas repassadas oralmente, de pai para filho, de uma geração
para outra. As histórias de As mil e uma noites eram contadas de uma pessoa para outra, estavam
na boca do povo. Ninguém sabe quem as inventou; fazem parte da tradição oral do povo árabe,
com seus contadores de histórias que reuniam multidões nas ruas e mercados. Por isso, a obra não
tem autor. Não se sabe ao certo quando os contos foram passados para o papel. A primeira versão
do livro, Mil contos, surgiu na Pérsia (atual Irã, onde se passa a história de Sherazade) por volta
do século X. O nome que conhecemos só veio depois, com os árabes. Muito supersticiosos, eles
acreditavam que números redondos atraíam coisas ruins. Passaram o nome então para As mil e
uma noites. Porém, como o original do livro nunca foi encontrado, há versões diferentes para a
história de Sherazade. O final, no entanto, é sempre o mesmo.
Prática de Leitura
Texto I
Conto árabe - Sherazade e as mil e uma noites
Tudo começa com a história do rei Shariar. Ele descobre que está sendo traído pela esposa,
que tem um servo como amante, e, enfurecido, mata os dois. Depois, toma uma decisão terrível:
a cada noite, vai se casar com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para
nunca mais ser traído. Assim procede por três anos, causando medo e lamentações em todo o
reino. Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro do rei, a bela e sábia Sherazade, diz ao pai
que tem um plano para acabar com a barbaridade do rei. Para aplicá-lo, porém, ela precisa casar-
se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da idéia, mas Sherazade estava
decidida a acabar de vez com a maldição que aterroriza a cidade.
Quando chega a noite de núpcias, sua irmã mais nova, Duniazade, faz o que sua Sherazade havia
pedido. Vai de madrugada até o quarto dos recém-casados e, chorando, pede para ouvir uma das
fabulosas histórias que a irmã conhece. Sherazade começa então a narrar uma intrigante história
que cativa a atenção do rei, mas não tem tempo de acabar antes do amanhecer. Curioso para saber
96
líNGua pORTuGuEsa
o fim do conto, Shariar concede-lhe mais um dia de vida. Mal sabe ele que essa seria a primeira de
mil e uma noites! As histórias de Sherazade, uma mais envolvente que a outra, são sempre
interrompidas na parte mais interessante. Assim, dia após dia, a sua morte vai sendo adiada.
Disponível em:
http://aprendizdeti.blogspot.com.br/2007/10/conto-rabe-sherazade-e-as-mil-e-uma.html Acesso em 08 de out. de 2012.
TEXTO II
Trecho de entrevista realizada com o autor do livro - Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 25.11.2006.
Para os vestibulandos, qual o ponto principal para se pensar a partir desse seu livro?
Eles vão descobrir o que eles querem. É um livro para quem gosta de histórias, não para quem
gosta de ensinamentos. Esse narrador lembra um pouco a Sherazade, das "Mil e Uma Noites" e
isso não foi intencional, depois que eu vi que tinha feito. Ele nunca chega à história que ele quer
contar. O personagem começa a contar uma história e quando o leitor pensa que ele está
acabando, ele lembra de uma outra coisa, e emenda em uma segunda, que vai para uma terceira...
Ele, às vezes, volta para a primeira, às vezes, segue direto. Quem quer uma história muito certinha,
com começo, meio e fim, agora vai acabar, vai perceber que não é bem assim. O livro é meio
labiríntico. Eu acho que o fato dele ter sido escolhido para o vestibular (eu espero, não conheço
as pessoas que escolheram, mas vi os outros livros) tenha tido a ver também com a capacidade de
atrair um leitor mais jovem. Eu suponho. Pelo menos, eu busquei isso. Eu quis fazer um romance
que interessasse também a um leitor que não é adulto.
Disponível em:
http://www.tribunadoplanalto.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=6323. Acesso em 08 de out. de 2012.
Prática de escrita
1 No conto árabe, Sharazade usa a estratégia de contar histórias todas as noites para o rei para não ser
morta. Em sua opinião, por que o narrador de A confissão nunca chega à história que quer contar?
2 Na história de Sharazade, tudo começa porque o rei fora traído e ele quer se vingar: “a cada noite, vai se
casar com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenar sua execução, para nunca mais ser traído”. O
que você pensa sobre esse comportamento?
97
líNGua pORTuGuEsa
3 Sharazade conquista o amor do rei com suas histórias e os dois vivem felizes . Em A confissão, o narrador
possui encantos invisíveis para atrair suas vítimas. Prova disso é que Agnes se entrega a ele mesmo sabendo
que vai morrer. Como se explica isso?
4 “As histórias de Sherazade, uma mais envolvente que a outra, são sempre interrompidas na parte mais
interessante. Assim, dia após dia, a sua morte vai sendo adiada.” O autor do romance A confissão também
interrompe a narrativa central em uma parte muito interessante. Por quê?
DESAFIO
Disponível em:
Leia os seguintes fragmentos. http://www.vestibular.ufg.br/estatisticas/2010-2/1%20etapa/2.pdf. Acesso em 08 de 2012.
Ele ficou ainda um tempo naquela posição e quando levantou a cabeça e me olhou levei um susto: era
exatamente igual a mim, tinha o meu rosto quando jovem, magro, branco, muito branco, uns vinte anos, senti
um calafrio correndo por toda a espinha, era como se eu estivesse me olhando no espelho, num antigo
espelho. Sou eu, falei comigo mesmo, aquele garoto sou eu. Ele ficou me olhando, a expressão neutra,
olhávamos fixamente um para o outro mas o rosto dele não se alterava, nada, por um momento tive a
impressão de que ele não me via, de que eu estava invisível, ele talvez estivesse vendo apenas alguma coisa
no muro, um cartaz, uma coisa qualquer, não olhava para mim, olhava através de mim, foi o que pensei.
CARNEIRO, Flávio. A confissão. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. p. 193-194.
Caiu de cócoras, sem tino de nada, e só então reparou na roupa desalinhada do marido, na barba de dias
e nas migalhas de bolo presas aos fios do bigode. Tomada por uma ternura insuportável, abraçou-se a ele aos
prantos, e o perdoou por deixar seus objetos pessoais, selas, arreios e esporas em profusão, para ela que há
tempo não montava um cavalo, pois engordara muito. Nos anos de luto que estavam por vir, teria de justificar
às visitas a parede que erguera, dividindo a casa em duas. Um vão inteiro servia apenas para esconder as
lembranças do marido. Naquele santuário escuro e fedorento a mofo, ninguém entrava, a não ser os netos,
guardiões assombrados da história de Francisco Vieira, Chiquinho, como só ela chamava.
BRITO, Ronaldo Correia de. Livro dos homens. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p. 136.
Comparecem nestes fragmentos marcas da ficção contemporânea que, no contexto de cada um a das
obras a que eles pertencem, são representadas, respectivamente, pela:
a) tematização da loucura; adesão ao ponto de vista do marginalizado.
b) ênfase na linearidade do enredo; recorrência de desfechos em aberto.
c) descaracterização do gênero confessional; ruptura das fronteiras espaciais.
d) fragmentação do ser; superposição de diversos planos temporais.
e) presença do narrador em primeira pessoa; utilização de recursos intertextuais.
98
líNGua pORTuGuEsa
aula 32 - ROMaNCE
Prática de oralidade
Vamos conversar um pouco? u Você sabe para que ele é usado?
u Você sabe para que ele é usado? u Qual é a importância dos verbos dicendi nos
discursos direto e indireto?
u Você sabe quais os sinais de pontuação que
costumam aparecer no discurso direto? u Você já ouviu falar em discurso indireto livre?
u Você já ouviu falar em discurso indireto? u Você sabe para que ele é usado?
Conceito
Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o
discurso indireto e o discurso indireto livre. Não necessariamente esses três discursos estão
separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Isso dependerá de quem o produziu.
Discurso Direto: O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como
dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzidas
e elas ganhem vida. Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito comuns durante a
reprodução das falas.
Ex: “Não gosto disso” – disse a menina em tom zangado.
Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz as falas, e as reações das personagens.
É escrito normalmente em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras suas para
reproduzir aquilo que foi dito pela personagem.
Ex: A menina disse em tom zangado, que não gostava daquilo.
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa e o narrador conta a história, mas
as personagens têm voz própria, de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim, é
uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se fundem.
Ex: A menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que
ninguém a ouvia.
Disponível em: http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/. Acesso em 08/09/2012
99
líNGua pORTuGuEsa
Verbos "dicendi" são aqueles que empregamos para introduzir a fala de pessoas ou personagens:
Ex: O candidato afirmou:
– Faremos promessas e as cumpriremos!
Prática de Leitura
Leia o trecho a seguir de A hora da estrela, de Clarice Lispector.
Ele se aproximou e, com voz cantante de nordestino que a emocionou, perguntou-lhe:
⎯ E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
⎯ Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que ele mudasse de ideia.
⎯ E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
⎯ Macabéa.
⎯ Maca ⎯ o quê?
⎯ Bea, foi ela obrigada a completar.
⎯ Me desculpe, mas até parece doença, doença de pele.
⎯ Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por promessa a Nossa Senhora da Boa
Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome, eu preferia
continuar a nunca ser chamada em vez de ter um nome que ninguém tem, mas parece que deu
certo ⎯ parou um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor ⎯
pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
⎯ Também no sertão da Paraíba promessa é questão de grande dívida de honra.
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a chuva grossa e pararam diante da vitrine de
uma loja de ferragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, parafusos grandes e
pregos. E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-
namorado:
⎯ Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?
Da segunda vez em que se encontraram caía uma chuva fininha que ensopava os ossos. Sem
nem ao menos se darem as mãos caminhavam na chuva que na cara de Macabéa parecia lágrimas
escorrendo.
(…)
Disponível em: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/a_hora_da_estrela. Acesso em: 22/09/2012
100
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
1 Qual o tipo de discurso que aparece nesse texto e qual a intenção da autora ao usá-lo?
4 Macabéa é o nome de uma personagem do romance A hora da estrela, da autora Clarice Lispector. De
acordo com o texto, essa personagem demonstra gostar do seu nome? Comente.
DESAFIO
“Ele se aproximou e, com voz cantante de nordestino…”, a expressão destacada revela uma
característica linguística:
a) coloquial. b) culta. c) informal. d) regional.
101
líNGua pORTuGuEsa
aula 33 - ROMaNCE
Conceito
A língua é dinâmica. Ela está sempre em constante transformação, em virtude de vários fatores
advindos da própria sociedade, que também é totalmente mutável.
Existem diferentes variações ocorridas na língua, entre elas:
Variação histórica ou diacrônica - Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como
por exemplo, a palavra “você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida
no meio eletrônico, é apenas “vc". O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era
o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variação regional ou diatópica (os chamados regionalismos ou dialetos) - São as variações
ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra
mandioca, que em certas regiões é tratada por aipim e em outras por macaxeira; e abóbora, que é
conhecida como jerimum.
Variação Social ou diastrática - É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste
caso, a linguagem informal ou coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal ou
culta, que é aquela de maior prestígio social.
Prática de Leitura
O coronel Pedro Melo
Bernardo Élis
No frio da manhã, o coronel Pedro Melo ia pela estrada montado na sua grande mula, a maior
de que havia notícia naquela região. Tilintava as esporas, as rodelas dos freios, as fivelas e bombas
do arreio e da cabeçada. Atrás iam os dois jagunços, Mulato e Resto-de-Onça, cada qual com sua
repetição alceada no ombro. Os cascos batiam nas pedras. Pelos baixos, a neblina ia densa,
molhando o capim que pegava a amarelar. Os bem-te-vis cantavam pelos altos angicos.
Pedro Melo dirigia-se para a Grota, ia pôr seu filho Artur a par de tudo que se passava no
povoado, queria dar-lhe parte das exigências de Vicente Lemes.
O velho olhava sobranceiro a paisagem que lhe era tão familiar. Quantas vezes já passaram por
ali, nem sabia ao certo! Julgava-se o criador daquela paisagem, daqueles caminhos, daquelas cercas,
102
líNGua pORTuGuEsa
daqueles muros e daquelas pontes. Tudo saíra de suas mãos ou das de seu filho. Era o criador e
dono daquilo tudo. No entanto, Vicente Lemes e Valério Ferreira pretendiam governar. Essa era
boa! Uns preguiçosos daquela marca! Que é que eles já haviam feito para a região, a não ser fuxicos
e mais fuxicos? Pela frente corria a estrada orvalhada e ainda sem sol. Era uma estrada carreira.
Quando o velho era menino, havia ali apenas um trilheiro de jumentos. Bem se lembrava de
quando a abriu. Era mocinho, que bons tempos! A estrada antiga nem merecia esse nome. Mal
dava passagem para os cargueiros de mantimentos. Para ir a Barreiras era duro. Os comerciantes
da Bahia até debicavam:
- Ei, seu moço, esse seu Goiás é mesmo um fim de mundo! Por que é que você não traz carro
de boi para levar mercadoria?
Pedro Melo enrolava conversa e ria para disfarçar o embaraço. No fundo, ficava agravado. Na
verdade não levava carro de bois a Barreiras porque a estrada não dava passagem. Dava isso para
meter os burros pelas grotas e serrotes.
Os comerciantes, entretanto, tanto azucrinaram que um dia Pedro não se conteve:
- Homem, não trago carro porque acho tropa melhor de lidar.
(…)
Disponível em: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=356&sid=90. Acessado em: 09/09/2012
Prática de escrita
1 No primeiro parágrafo, a frase: “Tilintava as esporas, as rodelas dos freios, as fivelas e bombas do arreio e da
cabeçada.”, revela qual tipo de variação linguística? Qual a intenção do autor ao fazer uso dessa variação?
2 “Pela frente corria a estrada orvalhada e ainda sem sol. Era uma estrada carreira.” Explique o significado da
expressão destacada.
103
líNGua pORTuGuEsa
No romance A confissão, de Flávio Carneiro: “Então como pode dizer que não tinha a droga de uma janela no
4 alto do casarão, e uma luz que se acendeu e se apagou…?” (p. 34). O termo destacado revela qual variação
linguística? Explique.
DESAFIO
No trecho do romance A confissão, de Flávio Carneiro: “Fui me aproximando do balcão com
o rabo de olho percebi que o rapaz olhava pra mim...” (p. 184), a expressão destacada é uma
variação de linguagem:
a) regional b) coloquial c) culta d) formal
aula 34 - ROMaNCE
Prática de oralidade
Vamos conversar sobre este poema?
Cidadezinha qualquer
Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia
104
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
Frase é um enunciado de sentido completo, a unidade mínima de comunicação. A frase pode
ser oracional (frase verbal) ou não oracional (frase nominal). À frase oracional, damos o nome
de “oração”.
u Frase nominal - Pode ser constituída por apenas uma palavra ou por mais de uma. Mas o
que a caracteriza é a ausência de verbo.
Exemplos:
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
Pomar amor cantar.
Eta vida besta, meu Deus.
Frase com apenas uma oração: Frase com mais de uma oração:
Identificamos as diferentes orações em É quando a frase apresenta mais de um
uma frase pelos verbos que a constituem. verbo (simples ou em locução verbal).
Uma frase com uma única oração é uma Exemplos:
frase constituída por apenas um verbo ou
por uma locução verbal. Eu já tinha saído quando você chegou.
(uma frase, duas orações)
Exemplos:
Cristina comemorava anos e festejava
Um homem vai devagar. suas bodas. (uma frase, duas orações)
Vendemos muito hoje. Gritei, pedi socorro, mas ninguém me
Ia andando distraído naquela manhã. ouviu. (uma frase, três orações)
Período
O período nada mais é do que a frase organizada em oração ou orações, terminando sempre
com uma pausa bem definida, marcada na escrita pelo ponto final, ponto de exclamação,
interrogação ou reticências.
Dependendo do número de orações que o constitui, o período pode ser classificado em:
Simples: Composto:
Apresenta apenas uma oração, e esta é Apresenta duas ou mais orações.
chamada de “oração absoluta”. Exemplos:
Exemplos: “Daí nasceu certa ponta de discórdia
Fátima chorava muito. entre os dois amantes; as suas entrevistas
A rosa, apesar de bonita, tinha muitos tornavam-se agora mais raras e mais
espinhos. difíceis.” (O Cortiço, Aloísio Azevedo)
105
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
Notícia de Jornal
Fernando Sabino
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, 30
anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade,
permanecendo deitado na calçada durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos e comentários, uma ambulância do Pronto
Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que
acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso
(morrer de fome) era da alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem
de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Anatômico sem ser
identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome.
Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na
rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal,
um proscrito, um bicho, uma coisa – não é um homem. E os outros homens cumprem seu destino
de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que
morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar
nenhum. Passam, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os
homens, sem socorro e sem perdão.
Não é da alçada do comissário, nem do hospital, nem da rádiopatrulha, por que haveria de ser
da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome,
diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo
providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do
homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam
fazer senão esperar que morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição, tombado em plena rua, no centro mais
movimentado da cidade do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, um homem morreu de fome.
Disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/intertextualidade.php. Acesso em: 22/09/2012
Prática de escrita
106
líNGua pORTuGuEsa
3 Conte quantas vezes o autor repetiu a expressão “morreu de fome”. Explique a intenção do autor na
insistência dessa informação.
DESAFIO
Família - Carlos Drummond de Andrade
Três meninos e duas meninas, o palito nos dentes contentes,
sendo uma ainda de colo. o gramofone rouco toda a noite
(…) e a mulher que trata de tudo.
o papagaio, o gato, o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta O agiota, o leiteiro, o turco,
e a mulher que trata de tudo. o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra, branco! mas a esperança sempre verde.
o cigarro, o trabalho, a reza, A mulher que trata de tudo
a goiabada na sobremesa de domingo, e a felicidade.
O autor construiu a única frase verbal do poema em torno da mulher: “e a mulher que
trata de tudo”. Qual o efeito de sentido que essa frase verbal emprega ao texto?
107
líNGua pORTuGuEsa
aula 35 - ROMaNCE
Prática de oralidade
Vamos conversar um pouco?
u Para que servem os adjetivos na construção de sentido do texto?
uE os substantivos, qual é sua importância para a construção de sentido do texto?
u Quais as circunstâncias que os advérbios podem acrescentar aos textos?
Conceito
O adjetivo é a classe de palavra semanticamente associada à ideia de qualidade, para especificar
características ou propriedades atribuíveis aos seres animados ou inanimados e, por essa razão, é
hierarquicamente dependente de um nome – substantivo, com o qual deve concordar em gênero
e número. A adjetivação é um dos elementos estruturadores de um texto, funcionando como uma
das principais estratégias discursivas de construção da opinião de quem escreve em relação àquilo
que escreve.
O substantivo é a classe de palavra que serve para nomearmos os seres em geral animados ou
inanimados, como sentimentos, estados de espírito, sensações etc. Porém, a escolha dos nomes
não é involuntária. Ao nomearmos os seres, atribuímos-lhes valores, conforme as nossas
impressões, as quais são frutos de nossas experiências pessoais e coletivas. Representamos, através
do nome, a ideia que temos dos objetos.
O advérbio é a classe de palavra que usamos quando queremos acrescentar uma circunstância,
seja de modo, tempo, lugar, negação, afirmação, dúvida ou intensidade a um verbo, a um adjetivo
ou a um outro advérbio e tem função importante na construção de sentido do texto.
108
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
A confissão (fragmento)
Flávio Carneiro
“A senhora me escute, por favor. Em primeiro lugar, peço desculpas pelo mau jeito. Sei que não foi
nada gentil de minha parte interceptar seu carro àquela hora da madrugada e apontar uma arma para
a sua cabeça, ordenando, ou pedindo, depende do modo como se vejam as coisas, creio ter lhe pedido
para descer do carro, embora o gesto de lhe apontar a arma possa indicar que era uma ordem, não um
pedido, pode ser, não vamos discutir por ninharias, de todo modo reconheço que não fui gentil.
Tampouco pode ser visto como um sinal de boas maneiras o fato de em seguida ter guardado a
arma na cintura, por dentro da calça, não, admito que não fiz isso por arrependimento, remorso,
esses sentimentos delicados, eu simplesmente precisava das duas mãos livres, seria impossível aplicar
sobre seu rosto assustado o lenço com clorofórmio se não estivesse com as duas mãos livres, e
precisava delas também, das mãos livres, para ajeitar seu corpo inconsciente no porta-malas, por
sorte a senhora não pesa muito, vê-se que mantém a forma, a elegância.
Sei também que não é nada educado, cavalheiros certamente não fazem isso, não é nada educado
amarrar alguém numa poltrona como essa aí, de onde a senhora me olha com esse jeito de quem
não sabe onde está, meio tonta, tentando examinar o ambiente, girando o rosto em volta, buscando
uma pista, uma referência qualquer, franzindo as sobrancelhas neste quarto no fim do mundo, onde
passaremos algumas horas até eu ter lhe contado, por inteiro, a minha história.
Espero pelo menos que, na medida do possível, esteja confortável. Entendo, deve ser um
transtorno se ver de repente privada da companhia de seu marido, seus filhos, da sua casa espaçosa,
aconchegante, limpa, farta, bem administrada, sim, entendo tudo isso, mas não pense que sou um
homem grosseiro, não, tenho modos, saiba, aprendi com o tempo e certas mulheres a ter um gosto
refinado. Espero que aprecie o que tenho a lhe contar, a poltrona lhe agrada? Posso providenciar
algumas almofadas se for do seu desejo, quero que se sinta bem e me ouça com atenção, prometo
me esforçar para que possamos aproveitar ao máximo as poucas horas que dividiremos, posso lhe
assegurar que serão poucas, não se preocupe. Farei o possível para que minha história lhe seja
minimamente agradável, tentarei contar de modo claro e preciso tudo o que realmente aconteceu,
esse ponto é absolutamente necessário, a verdade, vou lhe contar somente a verdade, mas fique
sabendo de antemão, sinto mas devo dizer logo no início, não é conveniente que venha a saber disso
mais tarde, vou dizer de uma vez, se é para ser dito então digamos, saiba que vou contar coisas
estranhas, até assustadoras, quem sabe, para mim não são, mas para a senhora podem ser, de
qualquer forma lhe asseguro, desde já, que é tudo verdade.
Não, minha senhora, não adianta gritar, além de não ser grosseiro também não sou burro, não
a deixaria sem mordaça se houvesse a possibilidade, mesmo remota, de sermos ouvidos fora daqui,
não sou burro, este quarto foi preparado antes, as paredes, as janelas, as portas, até mesmo o piso e
o teto, daqui não vaza som, podemos falar alto, gritar se quisermos, como naturalmente acaba de
fazer. Preferi deixá-la sem mordaça por me preocupar com seu conforto, é certo, mas também
porque gostaria de ouvi-la, gostaria que falasse, por favor, de vez em quando fale, é importante, não
quero só ouvidos, preciso de suas palavras vez ou outra, se for possível, seria possível?
Não quer responder, se recusa a responder, talvez a senhora seja um pouco geniosa, talvez esteja
querendo me irritar, o que seria sem dúvida uma pequena, mas certeira vingança, (…)”
Rio de Janeiro: Rocco, 2006. 9, 10, 11p.
109
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
1 No trecho “… creio ter lhe pedido para descer do carro, embora o gesto de lhe apontar a arma possa indicar
que era uma ordem, não um pedido, pode ser, não vamos discutir por ninharias…”, o narrador-personagem
diz crer que fez um pedido, enquanto a senhora interpretou como uma ordem. Esses dois substantivos
destacados possuem o mesmo significado. De acordo com o texto, você interpretou a ação do narrador-
personagem como um pedido ou uma ordem? Comente.
“Entendo, deve ser um transtorno se ver de repente privada da companhia de seu marido, seus filhos, da sua
2 casa espaçosa, aconchegante, limpa, farta, bem administrada…” Os adjetivos destacados caracterizam a casa
da senhora. Qual o efeito de sentido que eles atribuem à casa e consequentemente a sua dona.
3 “Não, minha senhora, não adianta gritar (…), este quarto foi preparado antes, as paredes, as janelas, as portas,
até mesmo o piso e o teto, daqui não vaza som,”. Os substantivos destacados, escolhidos para nomear o
lugar para o qual foi levada a senhora, contribuem para qual efeito de sentido do texto?
“Não, minha senhora, não adianta gritar (…), este quarto foi preparado antes, as paredes, as janelas, as portas,
4 até mesmo o piso e o teto, daqui não vaza som,”. O que o advérbio destacado nos revela em relação ao
sequestrador?
110
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
No trecho “… não é nada educado amarrar alguém numa poltrona como essa aí, de onde a
senhora me olha (…), buscando uma pista, uma referência qualquer, franzindo as sobrancelhas
neste quarto no fim do mundo, …” as expressões destacadas dão ideia de:
a) causa. b) modo. c) lugar. d) tempo.
aula 36 - ROMaNCE
111
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
O verbo é a base da comunicação verbal, está diretamente relacionado à ação e à existência
do homem no mundo. Compreender a representação dos verbos é fator muito importante para
interpretar um texto, pois, é o significado dos verbos que faz com que outros termos se liguem
a ele.
Podemos nos referir a um fato passado de três maneiras distintas, por meio dos verbos no:
• Pretérito perfeito: expressa uma ação ou um fato concluído no passado.
• Pretérito imperfeito: expressa um fato ou uma ação habitual ou que acontecia com frequência
no passado; pode também indicar uma ação que teve continuidade no passado.
• Pretérito mais-que-perfeito: indica um fato que ocorreu no passado antes de outro fato
também no passado. Ainda presente em textos escritos formais, o pretérito mais-que-perfeito
simples é raramente utilizado na linguagem oral, em que predomina a forma composta, formada
pelos verbos auxiliares “ter” ou “haver” (no pretérito imperfeito), seguido do particípio do verbo
principal. Ex.: Ele tinha telefonado (composta) = Ele telefonara (simples).
Prática de Leitura
A confissão (fragmento)
Flávio Carneiro
Soube da morte de Emma pelos jornais. Só então fiquei sabendo que era filha única, que
pertencia a uma família da alta sociedade, que estava noiva, eu nem sabia que as pessoas ainda
ficavam noivas, mas Emma tinha ficado, e o noivo, vi pela foto no jornal, era o sujeito
desesperado que eu vira pela fresta da porta dos fundos, o que esmurrou a porta naquela manhã.
A reportagem dizia que Emma tinha vinte e seis anos, era alegre, comunicativa, gostava de
acordar cedo e correr na praia, estudiosa, preocupada com as pessoas ao seu redor, cheia de
projetos para o futuro, sonhava criar uma fundação para menores carentes, dizia o jornal, me
apresentando uma mulher diferente da que eu conhecera, o que me levou a acreditar, não que
Emma tivesse uma espécie de dupla personalidade mas que o jornal, talvez sob pressão da família,
criava um perfil de moça bem comportada para Emma, e isso ela não era.
Diziam ainda que havia sido encontrada pelo noivo, no quarto do apartamento em que
morava sozinha, no Leblon. O noivo tocara a campainha várias vezes, achou estranho que Emma
não respondesse, sabia que ela estava em casa, ele tinha as chaves do apartamento mas as chaves
não estavam com ele no momento. O noivo desceu até a rua, procurou um chaveiro, subiu com
o chaveiro e este deu um jeito de abrir a porta, o noivo entrou no apartamento, não viu ninguém
na sala, foi até o quarto e depois que constatou a morte da moça chamou imediatamente a polícia.
(…)
112
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
No trecho “O noivo desceu até a rua, procurou um chaveiro, subiu com o chaveiro e este deu um jeito de
2 abrir a porta, o noivo entrou no apartamento, não viu ninguém na sala, foi até o quarto e depois que
constatou a morte da moça chamou imediatamente a polícia.”, justifique o uso das formas verbais no
pretérito perfeito do indicativo.
3 Osabendo…
pretérito mais que perfeito simples, em desuso na língua falada do dia a dia, aparece em: “Só então fiquei
que estava noiva, eu nem sabia que as pessoas ainda ficavam noivas, mas Emma tinha ficado, e o
noivo, vi pela foto no jornal, era o sujeito desesperado que eu vira pela fresta da porta dos fundos”. Explique o
emprego desse tempo verbal (palavra sublinhada) no texto.
4 Ainda presente em textos escritos formais, o pretérito mais-que-perfeito simples é raramente utilizado na
linguagem oral, em que predomina a forma composta, formada pelos verbos auxiliares “ter” ou “haver” (no
pretérito imperfeito), seguido do particípio do verbo principal. Ex.: Ele tinha telefonado (composta) = Ele
telefonara (simples).
113
líNGua pORTuGuEsa
Reescreva as frases a seguir, passando as formas verbais destacadas do pretérito mais que perfeito composto para
a forma simples desse tempo verbal:
a) “…eu nem sabia que as pessoas ainda ficavam noivas, mas Emma tinha ficado…”
b) “Diziam ainda que havia sido encontrada pelo noivo, no quarto do apartamento…”
DESAFIO
Você já deve ter percebido que o pretérito é o tempo verbal que mais predomina no romance
A confissão, de Flávio Carneiro. Analise a escolha desse tempo verbal, tendo em vista o título
do romance e o que o narrador-personagem se propõe a fazer. Para isso, busque o significado
da palavra “confissão” no dicionário.
aula 37 - ROMaNCE
114
líNGua pORTuGuEsa
Prática de oralidade
Vamos conversar sobre o trecho a seguir?
“Caminhar me acalmava, era um lugar paradisíaco, já lhe contei, e eu descobrira trilhas pouco usadas… saí de casa na direção
contrária à da rua principal,… entrei no pequeno bosque e subi, contornando a montanha por uma trilha estreita.”
u Qual palavra, em cada expressão, apresenta uma u Há uma relação de concordância entre
característica ou qualidade em relação a outra? substantivos e adjetivos?
u Essas palavras são masculinas ou femininas, u Essa relação de concordância se estende
estão no singular ou no plural? também aos artigos?
Conceito
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
Concordância Verbal: ocorre quando o verbo se flexiona em número e pessoa para concordar
com seu sujeito.
Concordância Nominal: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com
o substantivo a que se referem em gênero e número.
Prática de Leitura
A confissão (fragmento)
Flávio Carneiro
No povoado não havia hotel, eles ficaram hospedados numa casa, chegaram e foram direto para
lá, desceram com a tralha toda, tudo bem, o problema era que a casa ficava ao lado da minha, a senhora
imagine, eu estava fugindo das pessoas, das mulheres principalmente, e me vinha uma moça francesa,
saindo de um lugar a milhares de quilômetros dali, vinha essa tal mulher magra e alta hospedar-se ao
meu lado naquele povoado no fim do mundo. Quem pode explicar, a senhora pode? Eu não.
Da minha varanda pude ver quando descarregavam o material, os dois homens estavam
visivelmente mal-humorados, era uma viagem longa desde a cidade mais próxima, a estrada horrível.
(…)
(Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 148)
Prática de escrita
Após a leitura do texto, responda:
1 Vamos organizar algumas expressões retiradas do texto no quadro a seguir. Para isso, analise a relação
de concordância que artigo, numeral, adjetivo e pronome estabelecem em gênero e número com o
substantivo.
Artigo Numeral Pronome Substantivo Adjetivo
a) “…uma moça francesa…”
b) “…essa tal mulher magra e alta…”
c) “…a minha varanda…”
d) “…uma viagem longa…”
e) “…os dois homens…”
f) “…a estrada horrível…”
115
líNGua pORTuGuEsa
3 Troque o sujeito das orações abaixo pelo pronome “ele”. Atente-se para as alterações necessárias às
concordâncias nominal e verbal:
“…eles ficaram hospedados numa casa, chegaram e foram direto para lá…”
DESAFIO
Fora De Si
Arnaldo Antunes
eu fico louco eu vai embora
eu fico fora de si eu fico fora de si
eu fica assim eu fico oco
eu fica fora de mim eu fica bem assim
eu fico um pouco eu fico sem ninguém em mim
depois eu saio daqui Disponível em:
http://letras.mus.br/arnaldo-antunes/91629/. Acessado em: 17/09/2012
Levando em conta que a forma de um texto geralmente está relacionada com seu conteúdo,
explique o efeito de sentido que a falta de concordância nominal “eu fico fora de si” e verbal
“eu fica”, “eu vai” causam ao texto.
116
líNGua pORTuGuEsa
aula 38 - ROMaNCE
Conceito
Figuras de linguagem são construções que transformam o significado da palavra para tirar
delas maior efeito ou para construir uma nova mensagem. Essas figuras fazem com que os
significados, que geralmente encontramos no dicionário para as palavras, não sejam tão restritos,
de forma que cada palavra possua um sentido novo em potencial, que pode e deve ser
compreendido e explorado nos textos.
Prática de Leitura
A confissão (fragmento)
Flávio Carneiro
“Não estavam errados, os médicos, eu de fato estava subnutrido, depois que soube da morte
de Emma praticamente parei de me alimentar, e com relação ao aspecto emocional nem preciso
dizer que havia chegado ao fundo do poço, um trapo, um farrapo, mas Agnes não acertou
completamente no diagnóstico.
(…)
Eu passava por uma transformação, tente compreender, não uma transformação meramente
física…, algo de verdade estava se modificando em mim, para sempre…, já disse que minha
história é de sombras, não disse? Não? Pois digo agora, e a senhora me escute, por favor, e se
puder confie no que vou dizer, sem maiores perguntas, simplesmente me escute e confie: esta,
a minha, é uma história de sombras.”
(Rio de Janeiro: Rocco, 2006. 65, p. 66)
117
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
1 Apara
metáfora consiste em retirar uma palavra de seu significado convencional (denotativo) e transportá-la
um novo campo de significação (conotativo). O que o narrador-personagem quis dizer ao fazer uso da
metáfora “… havia chegado ao fundo do poço, um trapo, um farrapo…”?
2 Sabendo que se trata de uma história de vampiros, qual o efeito de sentido que esta metáfora: “…já
disse que minha história é de sombras, não disse?” emprega ao texto?
3 No trecho do romance A confissão, de Flávio Carneiro: “Mas eu não era o que sou hoje, então fugi. Escapei
escada abaixo como um gato, um rato, desci as escadas levando os dólares dentro do envelope, no bolso da
calça, e o livro debaixo do braço, sim levei o livro também, não se deve fazer as coisas pela metade.” (p. 21), o
narrador-personagem narra o momento em que ele foge com os dólares e o livro, do apartamento de
Emma. Explique o efeito de sentido que essa comparação (a expressão sublinhada) atribui ao texto.
118
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
No trecho do romance A confissão, de Flávio Carneiro: “Já lhe disse que não gosto de tomar
decisões, entre outras coisas porque uma decisão é uma coisa temerária, nunca se pode ter
certeza absoluta de termos tomado a decisão correta…” (p. 124). Qual o significado da
expressão destacada?
aula 39 - ROMaNCE
u Analisar, por meio de atividades propostas, a função semântico-discursiva da regência na construção do texto.
Prática de oralidade
Vamos conversar um pouco sobre algumas palavras presentes nestas orações retiradas do livro A Confissão, de Flávio
Carneiro:
a) “Sabe por que os pombos não têm medo de mim?” (p. 176)
b) “…não gostava de ficar em pé…” (p. 193)
c) “…quem sabe estivesse apenas pensando na vida ou talvez não pensasse em nada…” (p. 193)
u Vamos refletir sobre a palavra medo. Ela possui sentido completo? Há algum termo na oração que lhe completa o
sentido? Qual? Esse termo está preposicionado? Qual é essa preposição?
u O verbo gostava possui sentido completo? Qual o termo da oração que lhe completa o sentido? Esse termo está
preposicionado? Qual é essa reposição?
u O verbo pensar aparece duas vezes. Nas duas ele possui sentido completo? Quais os termos no período que
completam o seu sentido? Ambos estão preposicionados? Qual é a preposição?
119
líNGua pORTuGuEsa
Conceito
Regência verbal é o nome dado à relação de dependência que ocorre entre um verbo e seu
complemento, podendo ser ou não preposicionado.
Regência nominal é o nome dado à relação de dependência que ocorre entre um nome e seu
complemento, obrigatoriamente, preposicionado.
Os termos que exigem a presença de outro, chamam-se regentes ou subordinantes; os que
completam a significação dos anteriores chamam–se regidos ou subordinados.
Por meio da regência, estabelecem-se relações entre as palavras, criando frases não ambíguas,
que expressam efetivamente o sentido que se deseja de forma clara. Sendo assim, a relação entre
verbos e nomes transitivos é um fator de coesão textual, uma vez que a má organização desse
tipo de relação pode provocar mais do que simples problemas de correção gramatical, chegando
a comprometer a própria coerência de um texto.
Prática de Leitura
A confissão (fragmento)
Flávio Carneiro
“Quando desci no Galeão, tinha um destino definido: esta casa em que estamos agora. Eu a
comprei antes de sair do Brasil, ficou fechada esses anos todos, uma empresa especializada tomou
conta da limpeza e da segurança, foi para cá que decidi voltar, sempre gostei muito daqui, desse
lugar deserto, perto do mar, ainda não sabia que iria trazer para minha companhia aquela mulher
que eu vira tantos anos antes pela janela do restaurante e que jamais, pode ter certeza disso,
jamais se apagou da minha memória.
(…) um dia eu a vi no jornal e recortei sua foto, me desculpe confessar um gesto assim tão
pueril, mas é a pura verdade… recortei a foto e a guardei. Sua foto me acompanhou esses anos
todos, minha senhora, era uma espécie de talismã, e também me acalentava quando alguma coisa
não ia bem, quando sentia certa saudade de mim mesmo, do tempo em que era faminto e
inseguro, rodando pelas ruas e livrarias, roubando meus livros, às vezes, sentia um pouco de
saudade dessa época…
(…) mesmo a senhora sendo quem é, e tendo o marido que tem, mesmo assim a polícia não
poderá chegar tão rápido aqui, afinal a senhora estava sozinha naquela madrugada, quando a
sequestrei, não há testemunhas, e não há por que achar que desconfiariam de mim…
(…) vim direto para esta casa e fiquei aqui alguns dias, sozinho, sem ver ninguém, pensando
um pouco na minha vida… tinha consciência de que em breve deixaria o aconchego desta casa
e iria em busca da velha cidade...”
(Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 190-191)
120
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
1 Acomplementos,
regência verbal faz referência ao estudo da relação que se estabelece entre os verbos e seus
por intermédio ou não de uma preposição. Organize as orações retiradas do texto no
quadro abaixo, observando a regência dos verbos, seus complementos, e se eles se ligam por meio de
uma preposição:
Termo regente Preposição Termo regido
a) “…gostei… daqui,
desse lugar deserto…”
b) “…pensando… na minha vida…”
c) “…tinha um destino definido…”
d) “…recortei sua foto…”
e) “…desconfiariam de mim…”
2 Agora, faça o mesmo com a regência nominal. Não se esqueça que ela faz referência ao estudo da
relação que se estabelece entre os nomes e seus complementos, sempre por intermédio de uma
preposição. Organize os fragmentos abaixo retirados do texto no quadro a seguir, observando a
regência dos nomes, seus complementos e as preposições que os ligam:
121
líNGua pORTuGuEsa
3 AComo
regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre o verbo e seus complementos.
alguns verbos têm mais de um significado, pode ocorrer que a mudança de significado provoque
alteração na regência, como ocorre com o verbo assistir. Explique o significado desse verbo em cada uma
das frases abaixo, observando sua regência.
a) O governo pretende assistir os desabrigados pela enchente.
4 No fragmento do romance A confissão, de Flávio Carneiro: “…tem certeza de que eles gostam de cinzas?”
(p. 179). Retire um exemplo de regência nominal e um de regência verbal e explique-os.
DESAFIO
No fragmento do romance A confissão, de Flávio Carneiro: “…me desculpe confessar um gesto
assim tão pueril,…” (p. 190), qual o significado da palavra destacada?
122
líNGua pORTuGuEsa
aula 40 - ROMaNCE
Prática de oralidade
Vamos conversar um pouco sobre sinais de pontuação.
u Você conhece alguns sinais de pontuação?
Conceito
Os sinais de pontuação representam os recursos atribuídos à escrita. Dentre suas muitas
finalidades, está a de reproduzir da fala as:
• pausas (nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula);
• entonações (nos casos do ponto de exclamação e de interrogação).
Além de pausa na fala e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita,
nossas emoções, intenções e anseios.
Prática de Leitura
Leia o texto a seguir e aguarde orientações do professor.
Um homem muito rico estava extremamente doente, agonizando. Pediu papel e caneta e
escreveu, sem pontuação alguma, as seguintes palavras:
'Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada
dou aos pobres. '
Não resistiu e se foi antes de fazer a pontuação. Ficou o dilema, quem herdaria a fortuna? …
(…)
Autor desconhecido
Disponível em: http://www.simplesmenteportugues.com.br/2009/06/sala-de-aula-texto-para-trabalhar.html
Acesso em: 20/09/2012
123
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
a) Depois de conhecer o restante do texto que seu professor escreveu na lousa, explique o efeito de
sentido que o sinal de interrogação emprega ao texto nas 1ª, 3ª e 4ª formas de pontuação.
b) Qual o efeito de sentido que o sinal de exclamação emprega ao texto nas 1ª, 3ª e 4ª formas de pontuação?
c) Qual o efeito de sentido que os sinais de ponto final empregam ao texto na 2ª forma de pontuação, ou
seja, na forma como a irmã pontuou?
DESAFIO
No fragmento do texto “O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele”,
qual o significado da expressão destacada?
124
líNGua pORTuGuEsa
aula 41 - ROMaNCE
Conceito
Coesão no romance
Um dos traços que caracteriza o estilo funcional dos romances corresponde à exigência, típica
do gênero (por ser uma narrativa longa e cheia de detalhes) de ter que se fazer, várias vezes, ao
longo do texto, referência a uma personagem, a um fato, ou mesmo a um objeto que estão sendo
alvo da atenção do narrador. É este traço que garante a coesão do texto.
Dessa forma, há três tipos de coesão por:
u Substituição: substitui a palavra à qual está se referindo por outra.
u Repetição: repete a palavra à qual está se referindo.
u Elipse: omite a palavra à qual está se referindo. A retomada, nesse caso, faz-se por meio
da desinência verbal.
Prática de Leitura
Leia o trecho a seguir do romance A Confissão, de Flávio Carneiro, que retrata o momento
em que o narrador-personagem encontra com Inês pela primeira vez.
A Confissão
Flávio Carneiro
“E foi então que a vi, a moça sozinha, caminhando pela praça. Quando vi seu rosto pensei
comigo: é ela, é essa mulher quem tem a chave. Vestia uma saia estampada, leve, fundo azul com
desenhos de flores coloridas, e uma blusa branca, sem mangas, colada no corpo, devia ter uns vinte
anos mais ou menos, a pele morena, o cabelo preso atrás num rabo-de-cavalo, a sandália rasteira
125
líNGua pORTuGuEsa
com tiras finas, não reparei tudo isso na hora, claro, fui reparando aos poucos, depois, enquanto a
segui, o que me chamou a atenção à primeira vista foi que estava sozinha e sorria, para ninguém,
talvez se lembrando de uma piada ou de alguma cena engraçada…não era bonita nem feia mas seu
sorriso me encantou, e mesmo que não me encantasse eu a teria escolhido, quando a vi não tive
dúvida, era ela.
(…)
Pois aquela jovem seguramente era, ou estava, feliz. Seu modo de andar dizia isso, altiva, segura,
passos largos e cabeça erguida, só podia estar feliz, e aquele sorriso confirmava, era uma mulher
radiante, o que a tornava uma mulher atraente, sem dúvida, mesmo não sendo propriamente bonita,
como já disse. Levantei-me do banco e a segui, ela foi andando na direção da Lapa, já perto dos
Arcos entrou numa ruazinha escura, continuou caminhando, alguns caras mexeram com ela mas a
moça continuou firme, os passos largos, iria se encontrar com alguém?, alguém a esperava em algum
lugar?… continuei caminhando atrás da jovem, até que ela parou num café com mesas na calçada,
onde alguns amigos a esperavam, dois homens e três mulheres, todos mais ou menos da mesma
idade, jovens.
(…)
…era mesmo Inês quem estava lá naquela noite, com os amigos, ela mesma, Inês,...
(…)
(Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 197-199; 201)
Prática de escrita
1 Agora, retorne ao texto e conte o número de vezes (está sublinhado no texto) que o narrador-personagem
faz referência à Inês. E então? Qual foi o resultado? Você achou que foi muito? A leitura desse trecho foi
prejudicada por causa das repetições? Explique.
2 Qual o tipo de coesão que aparece nos fragmentos abaixo, retirados do texto?
a) “E foi então que a vi, a moça sozinha, caminhando pela praça.”
b) “Quando vi seu rosto pensei comigo: é ela, é essa mulher quem tem a chave.”
126
líNGua pORTuGuEsa
d) “…só podia estar feliz, e aquele sorriso confirmava, era uma mulher radiante…”
e) “…era mesmo Inês quem estava lá naquela noite, com os amigos, ela mesma, Inês, sua filha.”
DESAFIO
A palavra Inês foi repetida várias vezes, intencionalmente, para que você empregue os tipos
de coesão que julgar necessários. Dessa forma, reescreva o texto, substituindo, repetindo ou
omitindo essa palavra.
“…Inês era uma mulher que ainda transpirava felicidade, o modo como, às vezes, Inês
interrompia a leitura da revista e Inês olhava para fora do ônibus, pela janela, mostrava que
Inês ainda era capaz de sonhar, Inês sonhava acordada, lá fora só havia carros e um monte de
prédios, mas Inês não via nada disso, os olhos de Inês planavam longe, Inês suspirava, Inês
voltava a folhear a revista, já um tanto distraída, Inês passava as páginas sem prestar muita
atenção, a revista pousava quieta sobre o colo de Inês…”
(Adaptado de A confissão, de Flávio Carneiro. Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 204)
127
líNGua pORTuGuEsa
aula 42 - ROMaNCE
Prática de oralidade
Vamos conversar um pouco sobre conjunções, para isso, leia o trecho abaixo
retirado do romance A confissão, de Flávio Carneiro.
“Eu dirigia o carro pela estrada deserta, não era muito tarde, mas minha casa
fica longe de tudo, como lhe disse, quase ninguém passa por aqui, quando
chegamos à cidade, o trânsito piorou, mas ainda assim não pegamos
nenhum engarrafamento…” (p. 222)
u As palavras “quando” e “mas”, além de servir para ligar as orações,
também acrescentam ao texto, respectivamente, uma ideia de?
u Qual a função dessas palavras no texto?
Conceito
As conjunções cumprem papel decisivo na construção da textualidade. São elementos
articuladores de palavras e ideias, que explicitam relações de oposições, adição, causa, conclusão,
tempo etc. tornando o texto claro, articulado, coeso e coerente.
Prática de Leitura
A confissão
Flávio Carneiro
“O que aconteceu depois daquela manhã no apartamento de Agnes foi simplesmente que tive a
certeza de quem eu era. Um vampiro, (…) enquanto olhava para o rosto de Agnes, meu olhar já
não tinha sombras, era lúcido, preciso, completo, como se, ao olhar para aquele rosto, eu de certa
forma visse tudo que estava em volta dele num único quadro, sentia os traços, as cores, a
luminosidade não como um homem qualquer, sentia por dentro e por inteiro, como se meus
sentidos não tivessem limites, como se eu próprio não tivesse mais limites.
E de fato quase não tinha. Quando saí do apartamento de Agnes e desci para a rua fazia sol. Fui
andando devagar e à medida que caminhava ia deixando para trás o que eu havia sido, o que fora
antes ia se soltando de mim e escorregando do meu corpo, ficando pela calçada, pela rua molhada,
o rapaz medroso agora finalmente se descolava de mim e seguia seu destino, o de ser apenas memória,
128
líNGua pORTuGuEsa
lembrança que de tempos em tempos eu buscaria do passado, às vezes com certa melancolia…
Não sentia culpa de nada, nem mesmo de ter levado as joias e o dinheiro que encontrei sobre a
mesa da sala do apartamento de Agnes. Se estavam lá, tão à vista, era porque ela queria que eu
levasse, foi o que pensei, e mesmo que ela não quisesse, mesmo que eu tivesse arrombado o cofre…
e roubado tudo aquilo, mesmo assim não me sentiria culpado.”
(Rio de Janeiro: Rocco, 2006, p. 129-130)
Prática de escrita
1 No trecho do primeiro parágrafo “… enquanto olhava para o rosto de Agnes, meu olhar já não tinha sombras,
era lúcido, preciso, completo, como se, ao olhar para aquele rosto, eu de certa forma visse tudo que estava em
volta dele…”, as conjunções sublinhadas dão ideia de?
2 Releia o segundo parágrafo e reflita sobre as conjunções sublinhadas “quando”, “e” e “à medida que”.
Qual o significado que elas acrescentam ao texto?
3 Qual a explicação que o narrador-personagem encontrou para justificar o fato de ter levado as joias e o
dinheiro que encontrara sobre a mesa da sala do apartamento de Agnes?
129
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
No trecho abaixo, retirado do romance A confissão, de Flávio Carneiro, qual a conjunção que
melhor se encaixa sem que prejudique o sentido?
“Carregava no bolso uma quantia razoável, poderia pagar um ano de aluguel do meu quarto se
quisesse, ______________ não queria…” (p. 133)
a) que b) pois c) quando d) mas
aula 43 - ROMaNCE
Ampliação do conhecimento
sobre o romance
Prática de oralidade O que você vai aprender hoje
u Você já assistiu a Harry Potter ou já leu alguns dos livros da série? u Identificar os elementos textuais que
caracterizam os gêneros em estudo.
u As histórias contadas ali são fantásticas?
u Ler com fluência e autonomia, construindo
u O que você acha que aconteceu ao Harry depois de adulto?
significados e inferindo informações implícitas.
Conceito
Fanfic é a abreviação do termo em inglês fan fiction, ou seja, "ficção criada por fãs", mas que
também pode ser chamada de Fic. Trata-se de contos ou romances escritos por terceiros, não
fazendo parte do enredo oficial dos animes, séries, mangás, livros, filmes ou história em
quadrinhos a que faz referência, ou uma história inventada por eles. Os autores dessas Fics são
chamados de Fictores.
Prática de Leitura
Capítulo I – Pós- Hogwarts
(Stefanny, 15 anos, de Aparecida de Goiânia)
Harry Potter era um menino de 11 anos, aparentemente normal e até um pouco tímido. Harry morava
com seus tios, os Dursley's e seu primo Duda, porque seus pais, Tiago e Lílian Potter, haviam morrido
em um acidente de carro, assim pensava. No dia do seu décimo primeiro aniversário Harry descobre que
é um bruxo muito famoso, no mundo da magia, e que seus pais na verdade não foram mortos num
130
líNGua pORTuGuEsa
acidente, e sim foram assassinados por um poderoso bruxo das trevas: Lord Voldemort.
Depois de descobrir que era bruxo, Harry foi para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde
conheceu seus dois melhores amigos, Rony Weasley e Hermione Granger.
Após várias aventuras cheias de perigos, onde já enfrentou dragões, dementadores, sereianos, um
basilisco, e também derrotou o poderoso Lord das trevas.
Após dois anos que derrotou Voldemort, ele já havia se tornado um homem de 19 anos, e agora
trabalhava para o ministério como auror. Harry não quisera voltar para Hogwarts como Hermione para
terminar o seu último ano, e sim aceitou a oferta de trabalho no ministério.
Mas algo nessa perfeita vida que ele levava, não estava perfeita. Algo ainda faltava.
Harry e Rony estavam no escritório dos aurores no ministério e de repente Rony lembrou:
– Harry, você lembra que temos que buscar a Mione na estação de King Cross, hoje à tarde?
– Claro, que lembro Rony, como poderia me esquecer do dia em que Hermione voltaria de Hogwarts.
– Então acho melhor irmos andando, já são 4 horas.
– Vá na frente, que eu te alcanço, tenho que guardar algumas coisas por aqui.
– Está bem, te encontro na saída.
Rony saiu e deixou a porta encostada. De repente a porta se abre rapidamente, e Harry acabou
derrubando tudo no chão.
– Rony, você...! – falou Gina Weasley.
– Oi Gina! – falou Harry.
– Ah, Harry desculpa! Não sabia que estava aqui.
– Não tem nada, não! – falou Harry se agachando para pegar os papeis que havia derrubado.
Gina se agachou pra ajudar Harry, mas ao tentar pegar um papel sua mão toca a de Harry. Eles ficam
se olhando por alguns segundos, que pareceram décadas. Gina relembrou o tempo em que namoravam
em Hogwarts, foi um tempo muito curto de namoro, mas foi um momento único. Mas ela não sabia que
Harry também estava se lembrando daqueles momentos em que passaram juntos.
Foi nesse momento em que Harry olhou nos olhos castanhos de Gina, e percebeu o que faltava na sua vida.
Disponível em: <http://www.fanfiction.net/s/5338894/1/Alguem-para-amar>. Acesso em 20 de set. de 2012.
Prática de escrita
1 Odetexto lido é uma Fanfic, uma história narrada por um fã que, normalmente, gostaria de ter uma sequência
alguma história de que goste muito. Os personagens ali mencionados pertencem a algum livro ou
filme? Quem são eles?
2 Você já percebeu que há histórias que gostaríamos de saber o que acontece aos personagens em
outros estágios da vida deles? Uma Fanfic é um modo interessante de se dar continuidade às histórias?
Justifique sua resposta.
131
líNGua pORTuGuEsa
3 Ahistórias?
autora dessa Fanfic é uma menina, você acredita que as meninas preferem que haja romance nas
Explique.
4 Você gostaria de continuar lendo essa história e compreender como seria um romance entre
Potter e Gina? Por quê?
DESAFIO
No trecho "Li um pedaço de Harry Potter e a Pedra Filosofal, mas não tive paciência para ler até
o fim.", a palavra em destaque é uma conjunção adversativa que só não pode ser substituída,
sem prejuízo de sentido, por
a) contudo b) todavia c) no entanto d) que
Disponível em: <http://portugues-na-sala-de-aula.blogspot.com.br/2008/06/harry-potter.html>. Acesso em 20 de set. de 2012.
aula 44 - ROMaNCE
Produção textual
Prática de oralidade
O que você vai
u O que você imagina que aconteceu com a mulher sequestrada em A confissão? aprender hoje
u O personagem narrador seria um vampiro de verdade?
u Compor trechos descritivos
u De que modo essa história deverá terminar? para enriquecer as narrativas.
u Produzir textos numa
Conceito situação real de uso
considerando o destinatário, a
Fanfic (FF) é a abreviação do termo em inglês Fan fiction, finalidade, os espaços de
ou seja, “ficção criada por fãs”. Em outras palavras, trata-se de circulação, os elementos e as
características dos gêneros.
contos ou romances escritos por quem gosta de determinado
filme, livro, história em quadrinhos ou quaisquer outros meios
de comunicação.
132
líNGua pORTuGuEsa
Prática de Leitura
Andava apressadamente pelos corredores do ministério. Estava ficando cansada, porém o desespero
de que algo novamente acontecesse a fez esquecer todo o cansaço que sentia. Era observada por pessoas
que circulavam no ministério da Magia com indagação, afinal não era todo o dia que se via Hermione
Granger, a melhor aurora do departamento, correndo afobada com um simples papel na mão.
Finalmente chegou ao seu destino, nem bateu na porta, apenas a empurrou com estrondo fazendo
o homem que mexia em alguns papéis atentamente, levantasse os olhos para ela e abrisse um sorriso.
–Mione! Pensei que ia me esperar em casa – falou o homem indo ao encontro de Hermione e
observando a palidez presente em seu rosto e sua respiração parecia totalmente descompassada -
Aconteceu alguma cosa? – A morena apenas esticou o papel bruscamente em direção ao amigo e se
sentou em uma das poltronas que se encontravam na sala do Auror ainda atônita com a notícia. Olhava
para o moreno de forma piedosa, compreensiva e temerosa enquanto seus olhos cresciam à medida
que lia a carta. Sim, ela estava com muito medo que a notícia fosse verdadeira. Olhou nos olhos de
Harry, e pode ver a aflição ali estampada. Ele havia terminado de ler a carta que o departamento de
aurores acabara de receber de Azkabam. Os Lestrange estavam à solta novamente. Harry apenas se
deixou cair na poltrona ao lado de Hermione pensativo, era extraordinariamente difícil acreditar que
depois de anos trabalhando para colocar aqueles comensais em seu devido lugar, eles tenham escapado
e agora estejam de novo a solta.
– Quando recebeu isso? – perguntou indiferente observando a carta que ainda tinha em mãos.
– Agora... – respondeu a morena fitando o amigo preocupada. Aproximou-se de sua poltrona e se
ajoelhou diante dele, apenas o observando compreensivamente.
– Você acha que é verdadeira? Aqueles malditos, foragidos? - ele perguntou agora a observando.
– Eu não tenho ideia – ela se levantou com uma mão na testa, caminhando em volta da sala do amigo.
– Lupim ao me entregar a carta, disse que iria averiguar. Ele deve estar conversando com o diretor
de Azkabam agora. – ela deu ainda mais uns passos pela sala antes de parar e olhar para Harry
novamente que continuava em silêncio, absorto em pensamentos que Hermione sabia muito bem
quais seriam, pelo fato de ela conseguir decifrar a mente do moreno sem nenhum esforço, e pelo fato
de dividirem a mesma preocupação, uma linda preocupação de seis anos. Os dois ouviram uma batida
na porta e por ela passou Lupim igualmente preocupado. Ambos se sobressaltaram e olharam para o
chefe esperando alguma novidade.
– Eles... – Hesitou – Estão soltos agora. – falou o chefe do departamento dos aurores sombriamente.
Observou Harry com preocupação. Não era justo com o homem, depois de tanto sofrimento. Lupim
sabia que Harry havia adquirido uma raiva monstruosamente grande dos Lestrange, mais precisamente
de Bellatrix devido ao fato de ela ser responsável pela morte de sua esposa, há seis anos atrás. Harry e
Hermione se olharam, já esperavam por isso, mas ainda alimentavam uma pontinha de esperança de
que tudo fosse mentira, e que poderiam continuar levando suas vidas e lutando contra criminosos sem
a sombra iminente dos maiores seguidores de Voldmort.
– Harry, Hermione, espero vocês na sala de reuniões amanhã as 10:00 – disse Lupim ainda
observando Harry preocupado – Vocês estão liberados por hoje, peço que pensem em estratégias
eficazes até amanhã.
–Hermione concordou com a cabeça e Lupim saiu fechando a porta atrás de si delicadamente.
Harry e Hermione seguiam em silêncio para fora do ministério da magia. Os dois preocupados
demais para estabelecer um diálogo.
133
líNGua pORTuGuEsa
– Está tudo bem – Disse Harry ao notar o olhar de Hermione voltado a si constantemente enquanto
eles entravam em um estacionamento trouxa próximo a cabine telefônica que dava entrada ao
ministério para pegar o carro.
Hermione ergueu uma sobrancelha em um gesto descrente:
– Sabe muito bem que não é possível esconder nada de mim, Harry – disse a mulher parando em
frente do carro – Isso não mudará nada, querido, só aumentará as nossas árduas horas de trabalho, além
de precisarmos arranjar alguém com quem deixar Daniel. Poderíamos ver com Molly, o que me diz? Bem,
na verdade eu não pretendia que um de nós se ausentasse ao mesmo tempo, mas diante das atuais
circunstâncias, não vejo outra alternativa a ser seguida... – Disse Hermione. Sabia que não seria fácil assim
como tentava aparentar a Harry. Conhecia o amigo bem demais para saber que não estava tudo bem, e
que ainda alimentava uma raiva extremamente grande de Bellatrix Lestrange. Não queria que Harry
revivesse todo aquele passado doloroso, não queria ver o sofrimento em seus olhos, como viu naquela
torturante noite que o mundo bruxo jamais esqueceu.
– Conversamos sobre isso depois, se importa? – pediu implorante a Hermione, já entrando no carro
trouxa.
– Vamos? - perguntou observando a amiga de dentro do carro.
– Não, eu... tenho algumas coisas a fazer antes, se importa? – perguntou ao moreno, que já saía do
carro.
– Que coisas? – perguntou desconfiado se aproximando de Hermione.
– Oh, nada... nada – ela fez um gesto vago com as mãos e estalou um beijo nos lábios do amigo
rapidamente – Eu só queria andar por aí, você se importa?
– Ah, me importo sim – ele disse a abraçando pela cintura – Sabe que não gosto de dividir você
com ninguém?
Hermione riu baixinho – Você não vai me dividir com ninguém! Eu vou dar uma volta apenas –
exclamou segurando as mãos do amigo.
– Por isso mesmo, odeio dividi-la até com as calçadas – os dois sorriram – É sério, tome cuidado
Mione. Se você não estiver em casa daqui a... – ele consultou o relógio rapidamente – 10 minutos eu
sairei com todo o quartel general atrás da senhorita.
Hermione gargalhou – Não se preocupe, antes das sete estou em casa. – Ela falou ignorando
parcialmente a verdadeira ameaça de Harry. – Não esqueça de mandar Daniel para o banho assim que
chegar da escola trouxa, Harry.
– Está insinuando que não sei cuidar do meu próprio filho, Granger? – Murmurou perto do ouvido
da Morena, que sentiu um leve arrepio. E isso não passou imperceptível a Harry que sorriu
marotamente.
– Oh não, eu estou afirmando! – Ele fechou a cara e ela gargalhou – Não sei o que seria de vocês
dois se não tivessem a mim morando com vocês! – Ela gargalhou ainda mais e sussurrou em seguida
– Se você não me soltar agora não conseguirei me separar de você nunca mais!
– Ok Ok, só porque seria realmente muito desagradável ter uma Hermione Granger turrona em
mandona colada em mim mais do que já é! – Ele disse sorrindo e entrando no carro.
(N/A - Eu sei, tá um pouco confuso, mas vocês já vao entender tudo no segunndo capitulo beeijos :*)
Disponível em: http://fanfic.potterish.com/visucap.php?identCap=5617&identFic=15162&tCh=8 Acesso em 20 de out. de 2012.
134
líNGua pORTuGuEsa
Prática de escrita
1 Confissão,
Agora que você já conhece o gênero Fanfic, que tal produzir um capítulo ou um final para o livro A
de Flávio Carneiro. Lembre-se que a obra é um romance fantástico, no qual não sabemos se
a história é real ou apenas fruto da imaginação do narrador. O protagonista é um vampiro, que não
possui nome e que suga o conhecimento das suas vítimas. A história toda se desenrola a partir de um
sequestro em que ele conta toda a sua vida à sua vítima, antes de assassiná-la, aspecto que fica a
cargo da imaginação do leitor, pois há indícios de que ele irá matá-la, no entanto, não sabemos ao
certo.
135
líNGua pORTuGuEsa
aula 45 - ROMaNCE
Conceito
Painel literário é uma estratégia para expor a um determinado público textos ou obras literárias,
com a proposta de convidar esse público a interagir de forma lúdica com os textos produzidos.
Prática de Leitura
Painel Literário
Recursos
Cartolina, caixa de creme dental, papel colorido, cola plástica, cola branca, cola quente, durex colorido,
tinta guache, palito de churrasco e criatividade!
Modo de fazer
a) Decorem o verso de um caixa de creme
dental/pasta de dente, conforme sua
criatividade. Veja na imagem a seguir:
136
líNGua pORTuGuEsa
DESAFIO
Já imaginou que os textos produzidos no gênero Fanfic podem despertar a curiosidade de
qualquer pessoa? Então, tentem fazer uma divulgação na escola por meio de uma exposição
das caixinhas, contendo os textos e também a divulgação do link do blog para que todos
possam acessar. Registre e divulgue com os colegas o número de acessos.
137
Caro (a) estudante!
140
MateMática
aula 01
A ideia de função
Objetivo geral
Relembrar a ideia de função, explorando o cálculo de
valores numéricos, a construção de tabelas e a associação em
gráficos cartesianos.
descrever e representar
diversas situações.
Observe que a grandeza y depende exclusivamente do
u Resolver situações-
valor de x. Então: problema que envolvam
u Se você escolher para x o valor 10, funções e descrevê-las
graficamente.
y = x + 21 y = 10 + 21 y = 31
i
y = x + 21 y = 16 + 21 y = 37
i
Isso deixa evidente que é totalmente possível construir uma tabela como a expressa abaixo, na
qual, a partir dos valores atribuídos a x, na função y = + 21, você obtém uma resposta específica a y.
y = x + 21
x y
0 21
1 22
2 23
3 24
4 25
6 27
10 31
16 37
141
MateMática
Dessa forma, fica claro que, sempre que trabalhar com funções, é possível atribuir valores para a
variável x, obtendo, assim, uma “resposta” que será o valor da grandeza y. Ao conjunto de valores
atribuídos a x, damos o nome de domínio. Às respostas encontradas para y, damos o nome de imagem.
Atividades
1 A fim de preparar-se para a corrida de sua cidade, Mateus planeja correr 6 km todos os dias durante 40
dias.
a) Quantos quilômetros Mateus terá percorrido após o terceiro dia de treinamento?
b) E após o sexto dia?
c) Para acompanhar seu rendimento físico, Mateus construiu uma tabela relacionando a quantidade de
quilômetros percorridos dia após dia. Complete-a:
d) Perceba que, se relacionarmos essa situação em função de duas grandezas, podemos escrevê-la como
y = 6x, de sorte que y corresponde a segunda coluna da tabela (quantidade total de km percorridos)
e x corresponde à quantidade de dias de treinamento. Assim, se você quer saber quantos quilômetros
Mateus percorreu do 1º dia de treinamento até o 8º dia, basta tomar a função y = 6x e substituir x por
8. Assim,
y = 6x y = 6 . (8) y = 48 km
i
Seguindo o mesmo raciocínio, determine quantos quilômetros Mateus terá percorrido após o 17º dia, o 26º
dia e o 40º dia de treinamento.
142
MateMática
143
MateMática
2 Sabendo que, no mercadinho de seu Nono, um refrigerante de 2 litros custa R$ 3,20, responda:
a) Quanto Carlos pagará por 2 refrigerantes?
b) Se Mônica irá comprar 2 fardos desse refrigerante, sabendo que cada fardo contém 6 garrafas, quanto
Mônica pagará no total?
c) Para facilitar os cálculos na hora da venda, seu Nono está fazendo uma tabelinha com os preços desse
refrigerante em função da quantidade de vendas de tal bebida. Ajude-o a construí-la:
Quantidade de refrigerantes Preço (R$)
1 R$ 3,20
2
3
4
5
6
2 fardos R$ 38,40
3 fardos
Solução
144
MateMática
3 Sabendo que uma função pode ser expressa como a relação entre duas grandezas,
x
complete os valores
de y na tabela abaixo substituindo os valores de x, dados na função. y = - 11
y = x - 11
X y
4
5
6
7
8
Solução
145
MateMática
DESAFIO
Certa empresa de táxi cobra R$ 4,00 pela bandeirada (valor fixo) mais R$ 1,30 por km rodado.
Assim, se uma pessoa toma o táxi com um destino que fica a 11 km do ponto inicial, ela
pagará R$ 4,00 fixo mais 11 vezes R$ 1,30.
a) Quanto essa pessoa pagou pela corrida?
b) Construa uma fórmula relacionando o total y a ser pago com a quantidade x de
quilômetros rodados.
c) Registre em um gráfico cartesiano a evolução da corrida (valor pago/quantidade de
quilômetros rodados) nos 10 primeiros quilômetros.
Solução
146
MateMática
aula 02
Par ordenado
Objetivo geral
Recordar a ideia de par ordenado, relacionando-o a
situações matemáticas que envolvam equações polinomiais
de 1º grau e sistema de equações polinomiais de 1º grau.
Conceito básico
Chama-se par ordenado o par de elementos escritos na
forma (a, b) de forma ordenada, de modo que a
corresponde ao primeiro elemento e b corresponde ao
segundo elemento. Como o par ordenado é escrito de O que você vai
forma ordenada, temos aprender hoje:
(a,b) = (b,a) u Reconhecer, escrever e
2x + 8 = 18 2x = 18 - 10 2x = 8 x= 8 x=4
i i
i i
i i
i i
2
(2x + 8, 3y - 4) = (18,20)
3y - 4 = 20 3y = 20 + 4 3y = 24 y = 24 y=8
3
x=4ey=8
147
MateMática
2m + 3n = 27
(2m + 3n, 3m - n) = (27,2)
i
3m - n = 2
2m + 3n = 27 . (3) 6m + 9n = 81
-
i
3m - n = 2 . (2) 6m - 2n = 4
11n = 77 n = 77 n=7
i
11
Substituindo em 2m + 3n = 27:
2m + 3 . (7) = 27 2m + 21 = 27 2m = 27 -21 2m = 6 m= 6 m=3
i
i
2
m=3en=7
É necessário ficar claro que o par ordenado está diretamente ligado à ideia de função,
uma vez que, a partir dele, você pode verificar a validade de dada função. Logo, é preciso
perceber que o par ordenado (x, y) valida ou não uma função que relaciona as grandezas x
e y.
Veja:
u O par ordenado (3, 5) torna verdadeira a função y = x + 2, uma vez que, substituindo o y
u O par ordenado (7, 2) não torna verdadeira a função y = x + 2, uma vez que, substituindo
o y por 7 e o x por 2, teremos
y=x+2 7=2+2 7 = 4 (falso)
i
uO par ordenado (12, 3) torna verdadeira a função y = x – 9, uma vez que, substituindo o y
por 3 e o x por 12, teremos
y=x+2 3 = 12 +9 3 = 3 (falso)
i
148
MateMática
Atividades
1 Marque V, se for verdadeiro e, F, se for falso.
a) ( ) (1, 3) = (1, 3)
b) ( ) (-2, 6) = (6, -2)
c) ( ) Na igualdade (x + 2, y – 7) = (8, 16), x = 6 e y = 23.
d) ( ) Na igualdade (2m – 5, n + 6) = (5, 9), m = 5 e n = 3.
e) ( ) Na igualdade (3a + 8, 15) = (11, 5b), a = 1 e b = 3.
f) ( ) Na igualdade (s –1, 16) = (7, 4t), s = 8 e t = 2.
Solução
a) ( ) c) ( ) e) ( )
b) ( ) d) ( ) f) ( )
2 Determine a solução de cada sistema de equações expresso nas igualdades dos pares ordenados abaixo:
a) (x + y, 2x - y) = (5, 1)
b) (5x - y, x + 2y) = (1, 9)
c) (3x + 2y, 2x - y) = (22, 3)
d) (x + 4y, x - 2y) = (18, 6)
Solução
149
MateMática
DESAFIO
Encontre uma função que torne os pares ordenados abaixo soluções das funções:
a) (1, 9)
b) (2, 20)
c) (7, 13)
Solução
aula 03
150
MateMática
8
y (ordenada)
- +
8
8
0 x (abscissa)
-
8
Observe que, no plano cartesiano ortogonal, o eixo x é chamado eixo das abscissas e o eixo y
é chamado eixo das ordenadas. O plano cartesiano é dividido em quatro quadrantes conforme
a figura abaixo:
y
II QUADRANTE I QUADRANTE
x
0
151
MateMática
4 A(3, 4)
x
0 3
Atividades
1 Sabendo que, para ser gol, você pode chutar somente nas regiões marcadas por um X, responda a
todos os itens abaixo:
1
2
3
4
1 2 3 4 5 6
a) Identifique todos os possíveis chutes que serão gol. Não esqueça que, para isso, você deverá dar as
coordenadas a partir de um par ordenado, sendo que a primeira coordenada deverá corresponder aos
números expressos na horizontal e a segunda coordenada deverá corresponder aos números expressos
na vertical.
b) Se chutar no (2, 4), será gol? E, se chutar no (4, 2), será?
c) As coordenadas (3, 4) e (4, 3) dizem respeito ao mesmo quadrado? Justifique.
152
MateMática
Solução
2 Veja o croqui da sala de aula do 9º ano onde MARIA e PEDRO estudam. Observe que todas as carteiras
estão dispostas em linhas e colunas.
a) Qual a localização da carteira (coluna; linha) de MARIA, sabendo que sua carteira está representada pela letra A.
b) Qual a localização da carteira (coluna; linha) de PEDRO, sabendo que sua carteira está representada pela letra B.
153
MateMática
Solução
154
MateMática
Solução
4 Complete com = ou =
( )
a) 1 ; 7
2
(0, 5;7) ( )
b) 2; - 5
2
(2; -2,5) c) (-3; 4) ( )
- 6 ; 12
2 3
d) (5; 4) ( )
5; 12
3 ( )
e) 31 ; 20
3 2
(7; 10)
Solução
155
MateMática
4
3
2
1
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
-1
-2
-3
-4
Sugestão de solução
156
MateMática
y
4
P
3
M
2
1
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
-1
-2 N
-3
Nele, os vértices M, N e P são respectivamente:
a) M(2, -4), N(-2, 1) e P(3, 6)
b) M(2, -4), N(1,-2) e P(3, 6)
c) M(-4, 2), N(1, -2) e P(6, 3)
d) M(-4, 2), N(-2, 1) e P(6, 3)
Solução
DESAFIO
157
MateMática
Solução
Solução
aula 04
158
MateMática
Conceito básico
O sistema cartesiano, se utilizado de maneira correta, é uma ferramenta utilitária
importantíssima para diversos trabalhos da vida em sociedade. Ele proporciona a visualização
e a localização espacial em mapas, croquis etc.; a ampliação e a redução de figuras, dentre
tantas outras coisas.
Veja, por exemplo, como é simples ampliar uma figura qualquer:
Outra situação que se apropria da ideia trabalhada no plano cartesiano diz respeito à leitura de mapas e
croquis, além da localização de objetos no espaço.
Atividades
1 Arepresentam
figura corresponde ao croqui de parte de uma cidade, de maneira que A, B, C, D, E, F e G
automóveis deslocando-se.
PRAÇA
159
MateMática
Solução
2 Amplie a imagem desenhada sobre a malha quadriculada, dobrando a unidade de comprimento da malha.
Sugestão de solução
160
MateMática
3 Levando em consideração que, na malha quadriculada abaixo, cada prédio foi situado em coordenadas
cartesianas e que a prefeitura está na coordenada (9, 7) = (x, y), determine as coordenadas do mercado,
da farmácia, da lanchonete, da padaria e da escola, respectivamente.
MERCADO
FARMÁCIA
LANCHONETE PREFEITURA
PADARIA ESCOLA
Solução
4 Ajude o Lívio e o Jardel a jogarem batalha naval. Dê as coordenadas que cada um deve marcar para
acertarem os alvos um do outro.
161
MateMática
Solução
DESAFIO
Observe o sistema cartesiano abaixo.
162
MateMática
aula 05
matéria - prima y
aproveitada (kg)
6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 x
quant. matéria - prima (kg)
Observe que, para cada quantidade atribuída no eixo x, é associada a metade desse valor no
eixo y. Destarte, o valor 1 em x é associado a 1/2 em y. O valor 2 em x é associado a 1 em y, e
assim por diante. Partindo dessa ideia, é perceptível que, para construir o gráfico de uma função
simples, primeiramente é necessário construir uma tabelinha relacionando as grandezas
relacionadas na função – normalmente x e y. Em seguida, atribuem-se alguns valores à grandeza
estipulada ao eixo das abscissas – normalmente x. Para cada valor atribuído a essa grandeza, é
necessário fazer os devidos cálculos, substituindo-se esse valor na função dada, o que,
consequentemente, dar-lhe-á um resultado que será atribuído à segunda grandeza – no caso y
Ex.:
Construa o gráfico da função y = x - 2
163
MateMática
X Y
Grandezas
i i
y=x-2
X Y
-2
-1
0
1
2
3
4
X Y
-2 y=x-2 y = -2 - 2 y = -4
i i i i i i i
i i i i i i i
i i i i i i i
-1 y=x-2 y = -1 - 2 y = -3
0 y=x-2 y=0-2 y = -2
1 y=x-2 y=1-2 y = -1
2 y=x-2 y=2-2 y=0
3 y=x-2 y=3-2 y=1
4 y=x-2 y=4-2 y=2
164
MateMática
-2 -4 3
2
-1 -3
1
0 -2
-3 -2 -1 0 1 3 4 x
1 -1
-1
2 0
3 1 -3
4 2 -4
Atividades
1 A partir dos valores atribuídos a x, construa o gráfico de cada uma das funções dadas:
a) y = x - 3 b) y = 2x + 1 c) y = - 2x + 4
x y x y x y
0 -2 -2
1 -1 0
2 0 2
3
1 4
4
d) y = - x + 1
x y
-1
1
3
5
165
MateMática
Solução
Solução
166
MateMática
3 Em lugares turísticos, no período de férias (alta temporada), é comum o aluguel de bicicletas para que
turistas possam desfrutar das maravilhas da região. Em certa cidade, o aluguel da bicicleta é cobrado
por hora, sendo apresentado conforme a tabela a seguir:
a) Construa o gráfico da relação entre quantidade de horas de aluguel pelo valor a ser pago em reais.
b) Quanto uma pessoa pagaria pelo aluguel se permanecesse com a bicicleta por três dias seguidos?
Solução
167
MateMática
DESAFIO
Solução
aula 06
168
MateMática
É válido que definir o domínio da função é o mesmo que determinar em que conjuntos você
poderá tomar valores para a variável da função (x) a fim de obter o resultado de tal função
(imagem da função).
devemos atribuir valores para x, de forma que, ao obtermos o resultado y, comporemos o par
ordenado (x, y), que determinará um ponto específico no sistema cartesiano. O ponto relevante
diz respeito ao fato de que, se a função é dada na forma f: N N , isso implica percebermos
i
que só podemos atribuir a x valores que façam parte do conjunto dos números naturais.
u Podemos atribuir o valor 7 a x, pois se trata de um elemento do conjunto N;
169
MateMática
i
devemos atribuir valores para x, de forma que, ao obtermos o resultado y, comporemos o par
ordenado (x, y), que determinará um ponto específico no sistema cartesiano. O ponto relevante
diz respeito ao fato de que, se a função é dada na forma f: Z Z , isso implica percebermos
i
que só podemos atribuir a x valores que façam parte do conjunto dos números inteiros.
u Podemos atribuir o valor 4 a x, pois se trata de um elemento do conjunto N , que faz parte
do conjunto Z;
u Podemos atribuir o valor -10 a x, pois se trata de um elemento do conjunto Z;
devemos atribuir valores para x, de forma que, ao obtermos o resultado y, comporemos o par
ordenado (x, y), que determinará um ponto específico no sistema cartesiano. O ponto relevante
diz respeito ao fato de que, se a função é dada na forma f: Q Q , isso implica percebermos
i
que só podemos atribuir a x valores que façam parte do conjunto dos números racionais.
u Podemos atribuir o valor 8 a x, pois se trata de um elemento do conjunto N, que faz parte
do conjunto Q;
u Podemos atribuir o valor -10 a x, pois se trata de um elemento do conjunto Z, que faz parte
do conjunto Q;
u Podemos atribuir o valor
5 a x, pois se trata de um elemento do conjunto Q.
7
Para tanto, fica claro que, se a função for definida em f: R R , poderemos atribuir a x
i
qualquer valor que faça parte dos conjuntos anteriores, já que todos compõem o conjunto dos
números R.
Domínio do gráfico de uma função simples
O domínio do gráfico de uma função simples é determinado pelo intervalo formado pelas
abscissas das coordenadas das extremidades da função.
Logo, no exemplo que se segue, as extremidades da reta são determinadas pelas coordenadas
(-6; 3) e (3; -3), o que define como domínio da função as abscissas das coordenadas [-6; 3].
y
4
3
2
1
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
-1 Domínio
-2 do gráfico:
-3 [-6;3]
-4
-5
DOMÍNIO
DO GRÁFICO
170
MateMática
Neste próximo exemplo, as extremidades da reta são determinadas pelas coordenadas (-5; -2)
e (5; 3), o que define como domínio da função as abscissas das coordenadas [-5; 5].
y
4
1
Domínio
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x do gráfico:
-1 [-5;5]
-2
-3
-4
-5
DOMÍNIO
DO GRÁFICO
Atividades
1 Determine o domínio de cada um dos gráficos abaixo:
a) y b) y
4 4
3 3
2 2
1 1
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5
171
MateMática
c) y d) y
4 4
3 3
2 2
1 1
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
-5 -5
Solução
2 Construa os gráficos de cada uma das funções abaixo somente com os valores apresentados em cada
uma das respectivas tabelas e determine o domínio de cada um deles:
a) y = 3x + 2 b) y = 2x + 5
x y x y
0 -2
1 -1
2 0
3 1
c) y = 7x - 4 d) y = -x - 3
x y x y
1 3
2 4
3 5
4 6
172
MateMática
Solução
3 No mapa abaixo, colocado sob um sistema de coordenadas cartesianas, avistamos parte da área de
uma cidade. Nele, percebemos que cada bairro, setor, conjunto, condomínio e residencial possuem
seus limites exatamente entre cada região tracejada de que fazem parte. Por exemplo, o Conjunto
Brasília está situado entre 0,0 e 2,0, no eixo x, e -1,0 e -2,0 no eixo y.
173
MateMática
Nessas condições, especifique o domínio da região delimitada pelo Setor Pernambuco, do Bairro Bahia e do
Condomínio Alagoas, determinando, também, os intervalos de coordenadas tanto no eixo x quanto no eixo
y de cada um deles.
Solução
3
2
0 02 06 10 14 18 22 26 30 Dias do mês de
setembro
174
MateMática
Solução
DESAFIO
Determine o domínio das funções
y = 3 e y = 2x + 6
x+2
Solução
aula 07
175
MateMática
Atividades
1 Identifique quais das relações abaixo expressam funções polinomiais de 1º grau.
1
a) y = 2 x b) y = 2x2 - 2x - 7 c) y = 4x + 9
1
d) y = - 9x + 2 e) y = 2x - 10 f) y = x3 + 2x2 - x - 7
2 1
g) y = -x - 8 h) y = -x2 + 9 i) y = 3 x + 4
Solução
2 Em cada uma das funções polinomiais de 1º grau, determine seus coeficientes, apontando o
termo independente
a) y = 4x + 8 b) y = x - 6
c) y = x d) y = -2x
e) y = x + 2 f) y = 7x
g) y = -10x - 1 h) y = -x
176
MateMática
Solução
177
MateMática
DESAFIO
Considere a função polinomial de 1º grau definida por y + 4x + 5 = 5x + 8
a) Escreva-a na forma y = ax + b.
b) Determine a f (-1), f (0) e f (5).
c) Construa o gráfico dessa função para x = {0, 1, 2, e 3}.
d) Determine o domínio do gráfico dessa função.
Solução
aula 08
178
MateMática
Objetivo geral
Entender a lógica da construção de uma função polinomial O que você vai
de 1º grau. aprender hoje:
u Interpretar e construir
gráficos de funções simples,
Conceito básico analisando seus domínios e
Como se sabe, uma função é dita polinomial de 1º grau imagens.
quando for escrita na forma
y = ax + b, com a, b IR e a = 0
O gráfico de uma função polinomial sempre será uma reta que cortará o eixo x (eixo das
abscissas) em algum ponto. A esse ponto, em que o gráfico corta o eixo, chamamos de raiz da
função, que é determinado pela relação x = - ba.
É válido ressaltar que, independente da função ser linear ou afim, crescente ou decrescente,
essa relação será sempre a mesma.
Para determinarmos o ponto em que o gráfico corta o eixo y, basta fazermos x = 0 na função
y = ax + b. Sendo assim, o gráfico cortará o eixo y sempre no coeficiente c da função.
Exemplo:
a)
y f(x)
3
-3
2
0 x
179
MateMática
CRESCENTE
y f(x) y y
f(x) f(x)
0 x 0 x 0 x
DECRESCENTE
y y y
0 x 0 x 0 x
f(x) f(x)
f(x)
180
MateMática
y f(x) y y
b b f(x)
x=- x=- f(x)
a b a
b
0 x 0 x 0 x
b
-b x=-
a
y y y
b
b b x=-
x=- x=- b b a
a a
0 x 0 x 0 x
-b
f(x) f(x)
f(x)
Exemplo:
Construa o gráfico de cada uma das funções que se seguem:
I) y = 2x - 6 { a=2
b = -6 g x = - ba g x = 3
y
f(x)
0 3 x
-6
II) y = -3x + 6 { a = -3
b=6 g x = - ba g x = 2
181
MateMática
6
2
0 x
f(x)
III) y = -5x - 10 { a = -5
b = -10 g x = - ba g x = -2
-2
-0 x
-10
f(x)
IV) y = 4x + 12 { a=4
b = 12 g x = - ba g x = 3
182
MateMática
y f(x)
12
-3
0 x
Atividades
1 Determine se cada uma das funções é crescente ou decrescente:
a) y = 3x - 5 b) y = -8x + 6
c) y = -5x - 9 d) y = 4x + 1
e) y = -8x f) y = -7x - 10
g) y = 4x + 11 h) y = 5x
Solução
183
MateMática
c) y = -3x - 9 g x = -3 d) y = 4x - 4 g x = 1
e) y = 2x g x = 0 f) y = -7x - 21 g x = -3
g) y = 4x + 11g x = - 11 h) y = 5x g x = 0
4
Solução
184
MateMática
DESAFIO
Determine a função geratriz de cada um dos gráficos abaixo:
a) y f(x) b) y
f(x)
2
-4
0 x 0 5 x
-10
185
MateMática
c) y y
d)
2
2
-3 0 x 0 x
-9
f(x)
f(x)
Solução
aula 09
Razões
Objetivo geral
Definir, matematicamente, o que é uma razão para conhecer
aplicações e resolver exercícios.
Conceito básico
a
Quando escrevemos dois números na forma , com b = 0,
b O que você vai
dizemos que temos uma razão entre eles. aprender hoje:
Ao escrevermos 2 , estamos escrevendo a razão entre 2 e
3 u Analisar, interpretar,
3, de maneira que a parte de cima é chamada de antecedente formular e resolver
e, a parte de baixo, de consequente. situações-problema que
envolvam semelhança e
3 6 9 12 15
As razões 5 ; 10 ; 15 ; 20 e 25 são chamadas de razões proporcionalidade.
186
MateMática
preço 1
g = 0,004
peso 250
10 5
10
20
figura a figura a
= 10 ou = 20
figura b 5 figura b 10
187
MateMática
5/5 = 1 10 / 10
ou = 1
10 / 5 2 20 / 10 2
Observe que a razão entre figuras deve-se sempre obedecer à seguinte regra: comprimento
com comprimento; largura com largura; altura com altura, e assim por diante.
3) A velocidade média de um veículo é a razão entre o espaço percorrido e o tempo gasto no percurso.
v = ∆s
∆t
Atividades
1 Complete os espaços a seguir.
a) As ________ 3 ; 6 ; 9 ; e 15 são chamadas de razões ____________, porque representam o mesmo
valor. 2 4 6 10
Delas, a fração escrita na forma irredutível é a fração ____.
4
b) Ao escrever 7 , estamos escrevendo a ________ entre ___ e ___, de modo que a parte de cima é
chamada de antecedente e, a de baixo, de ____________.
188
MateMática
Solução
14 12
7 6
10 5
8 2
12 3
Sugestão de solução
189
MateMática
3 Observe as duas situações a seguir e, depois, estabeleça a velocidade média de cada um dos veículos,
utilizando a ideia de razão.
1ª situação 2ª situação
Um veículo percorre 120 km em Um veículo percorre 90 km
1 hora e meia. em 1 hora.
Solução
DESAFIO
a) (F. CARLOS CHAGAS – SP) A distância, por estrada de rodagem, entre Cuiabá e Salvador é
de 3400,8 km. Um ônibus demora dois dias e quatro horas desde sua saída de Cuiabá e
chegada a Salvador, incluindo dez horas de paradas para refeições, abastecimentos etc. Qual
a velocidade escalar média desse ônibus durante os dois dias e quatro horas de viagem?
190
MateMática
Sugestão de solução
b) Resposta: R$ 0,012
aula 10
Proporções
Objetivo geral
Conhecer e definir proporções para aplicar em situações-
problema e resolver exercícios. O que você vai
aprender hoje:
Conceito básico u Analisar, interpretar,
2 4
191
MateMática
i
u
2 4
2) Em um supermercado, você observa uma oferta de uma margarina de 250g por R$ 0,93, enquanto
o pote de 750g custa R$ 2,79. Pergunta-se: os preços são proporcionais em relação ao peso?
i
peso 250 750
Multiplicando-se “cruzado”, temos: 0,93 . 750 = 2,79 . 250 697,5 = 697,5, o que nos prova
i
que os preços são realmente proporcionais.
Poderíamos também analisar a situação da seguinte maneira:
0,93 dividido por 250 é igual a 0,00372
2,79 dividido por 750 é igual a 0,00372, o que, também, prova que os razões são proporcionais.
3) Cinco pedreiros constroem um muro em dez dias. Dez pedreiros constroem o mesmo
muro em cinco dias.
Pedreiros Dias
5 10
10 5
Observe que, se multiplicarmos “cruzado” 10∙10 = 5∙5, então, pelo que vimos, não se trata de
uma proporção. Errado: Esse exemplo retrata uma situação de grandezas que ocorrem de maneira
inversamente proporcional.
Apenas observe que, quanto mais pedreiros trabalham na construção do muro, menos dias serão
gastos para a finalização do trabalho. Portanto, trata-se de razões inversamente proporcionais.
Para analisarmos tal situação, vamos usar setas para indicarem o sentido de crescimento da
grandeza.
Pedreiros Dias
5
10 h 10
5 i
192
MateMática
(Observe que, quanto mais pedreiros trabalharem na obra — seta para cima —, menos dias serão
gastos na execução da mesma — seta para baixo). Como temos setas em sentidos contrários, trata-
se de uma relação inversamente proporcional. Por conseguinte, devemos inverter o sentido dos
valores ou dos pedreiros ou dos dias, tanto faz. Vamos escolher dos dias.
Pedreiros Dias
5
10 h 5
10 h
Agora podemos multiplicar “cruzado” 5∙10 = 10∙5
Atividades
1 Aplique a propriedade da multiplicação “cruzada” para responder aos itens a seguir:
a) Quais das frações a seguir são equivalentes?
2 5 1 7 1 3 28 10 e 25
3 ; 4 ; 3 ; 5 ; 2 ; 9 ; 20 ; 15 20
b) 2 é inversamente proporcional a qual das frações a seguir?
5
4 5 2 10 1
10 ; 3 ; 3 ; 4 ; 2
Solução
b) As sequências {1, 2, 3, 5, 6} e {60, 30, 20, 2, 0} são inversamente proporcionais? Por quê?
Solução
193
MateMática
Solução
DESAFIO
a) No 1º semestre, houve 3 avaliações de Matemática, cada uma delas com quantidades
diferentes de questões. A tabela mostra a quantidade de questões que 3 alunos
acertaram em cada uma das provas. Os valores são tais que os números de acertos
foram proporcionais aos números de questões por prova.
Determine o número de questões que Luana acertou na 3ª prova.
194
MateMática
aula 11
Congruência de triângulos
Objetivo geral
Estudar os principais elementos que indicam congruência de
triângulos para identificar e aplicar a semelhança de triângulos O que você vai
na resolução de problemas. aprender hoje:
u Identificar e aplicar a
195
MateMática
Observe que, apesar dos triângulos não estarem na mesma posição, são congruentes, pois os
ângulos dos vértices correspondentes A ≡ F, B ≡ G e C ≡ H são iguais.
Dessa forma, fica claro que, para dois triângulos serem congruentes, basta terem os três ângulos
iguais ou os três lados com a mesma medida.
Atividades
1 Complete as sentenças a seguir.
a) Com relação aos lados, dois triângulos são congruentes se existe uma _____________ entre seus vértices,
de modo que os _______ correspondentes possuam medidas ____________.
b) Com relação aos ângulos, dois triângulos são congruentes se existe uma _________________ entre seus
vértices, de modo que os __________ correspondentes tenham a ___________________.
Solução
196
MateMática
Solução
Solução
197
MateMática
DESAFIO
a) Construa dois triângulos congruentes quanto aos lados.
b) Construa dois triângulos congruentes quanto aos ângulos.
c) Construa dois triângulos congruentes quanto aos lados e ângulos.
Solução
aula 12
C G
A B E F
198
MateMática
C E
13
13 6
8
F
6
A B
G
J
C
6 12
4 8
A
5 B
H K
10
HJ 12 JK 8 HK 10
São semelhantes, pois: = = 2, = =2e = = 2 (são proporcionais em
AC 6 CB 4 AB 5
relação à medida dos lados)
Atividades
1 Para que os triângulos a seguir sejam semelhantes, é necessário que as medidas de PO e PQ
assumam, respectivamente, que medida?
199
MateMática
Solução
10 8 8 11
16 18 8 10
N A 11 C I 9 H
X
Solução
3 Quais dos triângulos a seguir não são semelhantes segundo o critério LLL. Por quê?
200
MateMática
Solução
DESAFIO
Sabendo que os triângulos a seguir são semelhantes e estão na razão HJ = 1,5 reponda
AC
C
J
12 a) O lado JK mede?
6 b) O lado JH mede?
c) O lado HK mede?
H K
A
9 B
201
MateMática
Solução
aula 13
C F
A B E G
Fica evidente que os triângulos ABC e EFG são semelhantes, pois: AB = EG, AC = EF e  = Ê.
202
MateMática
^
São semelhantes, pois: HJ = 12 = 2, Â = H = e
JK = 8 = 2 (são proporcionais em relação
AC 6 CB 4
à medida de dois lados e um ângulo igual. Observe que sempre olhamos para o ângulo formado
por esses dois lados proporcionais).
Atividades
1 Para que os triângulos a seguir sejam semelhantes, é necessário que as medidas PO e o ângulo Ô
assumam, respectivamente, quais medidas?
203
MateMática
Solução
3 Quais dos triângulos a seguir não são semelhantes segundo o critério LAL. Por quê?
204
MateMática
DESAFIO
Sabendo que os triângulos a seguir são semelhantes e estão na razão HJ = 1,5 reponda
AC
a) O ângulo  mede?
b) O lado JH mede?
c) O lado HK mede?
205
MateMática
Solução
aula 14
A F
B E
C G
^ ^
São semelhantes, pois: B = Ê, AB = EF e  = F
206
MateMática
^ ^
São semelhantes, pois: Â = Ê, AB = EG = 8 e B = G
^ ^ ^
São semelhantes, pois: Â = H, θ, HK = 21 = 3 e B = K = (são proporcionais em relação à
AB 7
medida dos lados e os dois ângulos iguais).
Atividades
1 Para que os triângulos a seguir sejam semelhantes, é necessário que as medidas de PO e o ângulo Ô
assumam, respectivamente, quais medidas?
207
MateMática
Solução
3 Quais dos triângulos a seguir não são semelhantes segundo o critério ALA. Por quê?
208
MateMática
DESAFIO
Sabendo que os triângulos a seguir são semelhantes (ALA) e estão na razão HK
AB
= 3 reponda
209
MateMática
Solução
aula 15
C
C
B A B
^ ^
São semelhantes, pois: Â = Â e C = C
210
MateMática
^ ^
São semelhantes, pois: Â = Ê = eB=G
^ ^ ^ ^
São semelhantes, pois: Â = H = , B = K = , e C = J =
Observação: os três lados são proporcionais.
Atividades
^
1 Para que os triângulos a seguir sejam semelhantes, é necessário que as medidas dos ângulos Ô e P
assumam, respectivamente, quais medidas?
211
MateMática
Solução
3 Quais dos triângulos a seguir não são semelhantes segundo o critério AA. Por quê?
212
MateMática
DESAFIO
Sabendo que = , responda:
213
MateMática
Solução
aula 16
Semelhança de triângulos na
resolução de problemas
Objetivo geral
Identificar, resolver e aplicar a semelhança de triângulos em
problemas matemáticos e situações cotidianas, fazendo uso dos
diversos critérios de semelhança.
O que você vai
Conceito básico aprender hoje:
O conhecimento de semelhança de triângulos, normalmente,
u Identificar e aplicar a
aplica-se na vida prática para determinar distâncias inacessíveis, semelhança de triângulos
tais como altura de prédios, montanhas, largura de rios, lagos etc., na resolução de problemas.
e, na Matemática, para resolver alguns problemas geométricos.
214
MateMática
Atividades
1 Qual é a largura do lago indicada por x?
Solução
215
MateMática
Solução
1,75m
0,2m 8m
216
MateMática
DESAFIO
a) Determine o valor de x.
Se a medida FG é 10, o
perímetro do quadrado é?
Solução
aula 17
Teorema de Tales
Objetivo geral O que você vai
Conhecer, identificar, resolver e aplicar o Teorema de Tales aprender hoje:
em problemas matemáticos e situações cotidianas. u Identificar e aplicar a
semelhança de triângulos
na resolução de problemas.
217
MateMática
Conceito básico
O Teorema de Tales afirma que, se duas retas transversais cortam um feixe de retas paralelas,
então a razão entre dois segmentos quaisquer de uma delas é igual à razão entre os respectivos
segmentos correspondentes a outra.
A primeira atitude para entender o teorema é saber o que é uma reta transversal e um feixe de
retas paralelas. A melhor forma de se conhecer isso é por intermédio de imagens.
r s
As “RETAS PRETAS” são chamadas
t
u
de feixe de RETAS PARALELAS ou,
simbolicamente, t ∕∕ p ∕∕ q. Lembre que
p duas retas são ditas paralelas quando
jamais se cruzarem.
u As “RETAS VERMELHAS” são
q chamadas de RETAS TRANSVERSAIS,
pois intersectam (cortam) todas as retas
do feixe de retas paralelas.
Agora que já sabemos o que são retas transversais e feixe de retas paralelas, vamos aprender como
se dá, na prática, o Teorema de Tales por meio de alguns exemplos.
2 4
Razão entre dois segmentos
quaisquer de uma delas é igual à
razão entre os respectivos segmentos
correspondentes a outra. 3 6
218
MateMática
2 = 4; 5 = 10 ; 5 = 10 ; 2= 4 ; 3= 6 e 3= 6
3 6 3 6 2 4 5 10 5 10 2 4
Sendo que 5 = 2 + 3 e 10 = 4 + 6.
Atividades
1 Qual é o valor de a?
t
3 6
u
5 a
x
r s
C
2
D X E
219
MateMática
Solução
Solução
220
MateMática
DESAFIO
a) Determine o valor de x na figura a seguir.
r t
Solução
a
b
2x + 5 3x + 5
c 2x 3x - 2
aula 18
Teorema de Pitágoras
Objetivo geral
Conhecer, entender e aplicar o Teorema de Pitágoras em problemas matemáticos e
situações cotidianas.
221
MateMática
Conceito básico
A trigonometria (tri = 3, gono = ângulo e metria = medida) O que você vai
possui várias possibilidades de aplicações práticas. O homem, aprender hoje:
desde a Antiguidade, já usava a trigonometria para obter u Problematizar e
distâncias impossíveis de serem calculadas por métodos comuns. resolver situações
Introduziremos conceitos relacionados com a diversas estudando a
necessidade de utilização
trigonometria no triângulo retângulo, tema comum nos ou não dos Teoremas de
diversos livros didáticos. Pitágoras e de Tales.
A primeira atitude é conhecer e entender o Teorema de
Pitágoras. Uma das melhores maneiras de se conseguir isso
é fazer uso da geometria.
c2
a2
c a
b2
O Teorema de Pitágoras é uma relação matemática entre os três lados de qualquer triângulo
retângulo. O Teorema afirma que, em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos, ou seja,
c2 = a2 + b2
Atividades
1 A figura a seguir mostra um edifício que tem 12 m de altura, com um cabo colocado a 9 m de sua
base ligado ao topo do edifício. Qual é o comprimento desse cabo?
222
MateMática
Solução
223
MateMática
Solução
Sugestão de solução
224
MateMática
aula 19
Porcentagem
Objetivo geral
Desenvolver habilidades de raciocínio lógico que O que você vai
possibilitem o crescimento intelectual do estudante, de sorte aprender hoje:
a viabilizar a ampliação de seus conhecimentos sobre u Reconhecer que a
porcentagem é uma divisão
porcentagem, aproximando-se de sua realidade e fazendo por 100.
com que a aprendizagem seja significativa e prazerosa.
u Resolver, analisar e
formular situações-problema
envolvendo porcentagem.
Conceito básico
u Resolver situações-
Antes de definirmos o que é porcentagem, devemos
problema que envolvam
lembrar que fração é uma divisão, ou seja, é o numerador porcentagem, por meio de
dividido pelo denominador. Podemos dizer também que o estimativas.
numerador representa quantas partes foram tomadas e, o u Resolver e analisar
denominador, em quantas partes o inteiro foi dividido. Por situações-problema que
exemplo, se dividirmos uma laranja em 4 partes iguais e envolvam porcentagem e
proporcionalidade em
chuparmos 2 partes, concluímos que chupamos 2/4 da diversos contextos, inclusive
laranja, o que é equivalente a 1/2 (metade). em situação de acréscimo ou
De forma bem simples, podemos conceituar a porcentagem desconto no cálculo de juros.
como sendo uma razão expressa com o denominador 100. E, u Aplicar conhecimentos de
para representar a porcentagem, usaremos o símbolo % . porcentagem e de juros para
avaliar, analisar e resolver
Logo, a expressão 50% significa cinquenta por cento, ou seja,
situações cotidianas.
50% = 50/100 = 1/2 = 0,5 (metade).
Atividades
1 Quanto é, Solução
a) 5% de 250?
b) 10% de 1830?
c) 38% de 10800?
d) 2,5% de 355?
e) 0,5 % de 524?
225
MateMática
OFERTA
DE R$240,00
POR: R$180,00
4 Na minha cidade, foi feita uma pesquisa sobre o meio de transporte utilizado pelos alunos para chegarem
à escola. Responderam a essa pergunta 4000 alunos. Os resultados, em forma de porcentagem, foram
colocados na tabela abaixo:
226
MateMática
Sugestão de solução
Assim, 1320 dos entrevistados responderam de ônibus; 680, de automóvel; 800, de bicicleta e, 1200, a pé.
DESAFIO
Uma dica interessante: o FATOR DE MULTIPLICAÇÃO.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 30% a um determinado valor, podemos calcular o
novo valor apenas multiplicando esse valor por 1,30, que é o fator de multiplicação. Se o
acréscimo for de 10%, multiplicamos por 1,10, e assim por diante. Observe a tabela abaixo:
227
MateMática
Solução
228
MateMática
aula 20
Juro simples
Objetivo geral
Desenvolver habilidades de raciocínio lógico que O que você vai
possibilitem o crescimento intelectual do estudante, aprender hoje:
viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre juro u Aplicar conhecimentos de
simples, aproximando-se de sua realidade e fazendo com juro para avaliar, analisar e
que a aprendizagem seja significativa e prazerosa. resolver situações cotidianas.
u Resolver, analisar e
Conceito básico formular situações-problema
envolvendo juro simples.
Juro é o rendimento, acréscimo ou “aluguel” pago pelo
empréstimo ou a aplicação de certa quantia de dinheiro. u Interpretar, propor e
resolver situações-problema
Juro Simples é a quantia que se paga por um capital que envolvam juro simples em
emprestado, e o juro é sempre calculado sobre o capital contextos do comércio, como
inicial a uma determinada taxa em certo período de compra, venda e empréstimo.
tempo. Para calcular o juro simples, aplica-se a fórmula:
Onde :
J=C.i.t J = Juro
C = Capital Inicial (dinheiro)
t = Período de Tempo
Atividades
1 Carol fez uma aplicação de Solução
R$ 850,00 em um banco a
uma taxa de juro simples
de 8% a.m. (ao mês).
229
MateMática
Solução
230
MateMática
4 Rafaela emprestou a quantia representada abaixo a um amigo a uma taxa de juro simples de 6% a.m.
Depois de 5 meses, o amigo de Rafaela pagou toda a dívida. Qual foi o juro cobrado sobre o empréstimo?
Solução
DESAFIO
Madalena estava Solução
devendo R$ 6000,00 a
um banco e recebeu
duas propostas para
quitar a dívida:
1ª - Pagamento à vista
com 20% de
desconto;
2ª - R$ 2000,00 de entrada
e o restante em 4
vezes iguais, com 10%
de juro sobre o saldo
devedor.
Qual das duas
propostas Madalena
deverá aceitar,
sabendo-se que,
nesse dia, ela tinha R$
4500,00?
231
MateMática
aula 21
Juro composto
Objetivo geral
Desenvolver habilidades de raciocínio lógico que O que você vai
possibilite o crescimento intelectual do estudante, aprender hoje:
viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre juro u Aplicar conhecimentos de
composto, aproximando-se de sua realidade, fazendo com juro para avaliar, analisar e
que a aprendizagem seja significativa e prazerosa. resolver situações cotidianas.
u Resolver, analisar e formular
Conceito básico situações-problema
envolvendo juro composto.
Juro é o rendimento, acréscimo ou “aluguel” pago pelo
empréstimo ou aplicação de uma certa quantia de u Interpretar, propor e
resolver situações-problema
dinheiro. que envolvem juro composto
Juro Composto é a quantia que se paga por um capital em contextos do comércio
emprestado, em que no primeiro período, o juro será como compra, venda e
calculado sobre o capital inicial e, nos próximos períodos, empréstimo.
Onde :
M = Montante
M = C . (1 + i)t C = Capital Inicial
i = Taxa de juros
t = Tempo
Atividades
1 Qual o montante Solução
produzido por um capital
de R$ 3 000,00 aplicados
a uma taxa de juro
composto de mensais de
3% durante 5 meses?
232
MateMática
233
MateMática
DESAFIO
Ana Clara deseja Solução
investir R$ 2 000,00
durante 4 meses e
recebeu duas proposta
de investimento:
u Investimento A:
rendimento a juro
simples de 3,5% a.m.
u Investimento B:
rendimento a juro
composto de 3% a.m.
a) Qual será o
montante que Ana
Clara receberá se
optar pelo
investimento A? E
se optar pelo
b) investimento B?
Ela deverá optar por
qual investimento,
deseja ganhar mais?
aula 22
Probabilidade
Objetivo geral
Desenvolver habilidades de raciocínio combinatório que possibilitem o crescimento
intelectual do estudante, viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre
probabilidade, de modo a aproximá-la de sua realidade e fazendo com que a aprendizagem
seja significativa e prazerosa.
234
MateMática
Conceito básico
Podemos calcular a probabilidade de ocorrência de O número de eventos
certo evento como sendo a razão entre o número de casos favoráveis varia entre
favoráveis a tal evento e o número total de casos possíveis. “nenhum evento” e “todos os
eventos” e, assim, podemos
dizer que a probabilidade de
Números de casos prováveis um dado evento ocorrer vai
Probabilidade = ser um número entre 0 e 1,
Números total de casos possíveis
isto é, varia entre 0 e 100%.
Atividades
1 Thiago foi ao cinema com os amigos Solução
e comprou os bilhetes com os
números 11, 12, 13, ... , 29 da fila P.
Primeiro, Thiago retirou um bilhete
para ele de forma aleatória e, em
seguida, distribuiu o restante para
os amigos.
Qual é a probabilidade de Thiago ter
tirado um bilhete ímpar para ele?
235
MateMática
2 Roberto e Paula estão brincando com dois dados. E, assim que eles lançam os dados, somam os pontos que
ficam voltados para cima. Roberto construiu um quadro e registrou todas as possibilidades de resultados.
Solução
236
MateMática
Solução
DESAFIO
Uma roleta possui 38 casas, numeradas de Solução
1 a 38. Sabendo que foi sorteado um
número ímpar, qual a probabilidade desse
número ser o 19?
237
MateMática
aula 23
Noções de Estatística
Objetivo geral
Levar o aluno a perceber que a O que você vai aprender hoje:
estatística, nos dias atuais, está u Elaborar, oralmente ou por escrito, conclusões com
presente em muitas das atividades que base em leitura, interpretação e análise de informações
fazemos e que, a partir da análise de apresentadas em tabelas e gráficos.
dados coletados e organizados, u Calcular a média aritmética.
podemos prever determinadas u Perceber a importância da estatística no dia a dia
tendências que nos auxiliam na tomada para estimar ou verificar tendências de determinados
de decisões. eventos.
u Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos
diversos.
Conceito básico
Estatística é a parte da Matemática u Utilizar a probabilidade de ocorrência de um
determinado evento para estimar situações,
que trata do conjunto de métodos estatísticas na análise e interpretação de tendências
utilizados para a obtenção de dados, presentes no cotidiano.
sua organização em tabelas e gráficos
e sua análise.
Atividades
1 Em centímetros, as alturas dos alunos Solução
da turma do 9º ano são as seguintes:
238
MateMática
239
MateMática
DESAFIO
A professora Leila pediu a 36 Solução
alunos de uma turma que
indicassem o seu esporte
preferido. Os resultados
estão no gráfico abaixo:
Sabe-se que a
amplitude do ângulo
que corresponde ao
setor da natação é 60º.
a) Quantos alunos
responderam natação?
b) Quantos alunos
responderam
basquetebol?
c) Quantos alunos
responderam futebol?
d) Qual é a amplitude do
ângulo correspondente
ao setor do voleibol?
240
MateMática
aula 24
Atividades
1 Observe a quantidade de filhos que cada família possui num bairro de certo município.
2 4 0 6 3 1 0 6 2 1 6 0 a) Organize os dados acima em um rol.
0 2 1 4 1 2 0 1 3 1 2 4 b) Quantas famílias foram pesquisadas?
1 2 3 1 2 5 6 3 1 2 5 0 c) Construa a tabela da frequência absoluta, de
1 2 3 4 5 6 2 4 1 2 0 1 modo que o 1º intervalo de classe seja 0 |----- 2.
241
MateMática
Solução
2 Abaixo, estão indicadas as idades dos funcionários de uma escola. Qual é a média aproximada das
idades dos funcionários da escola?
28 20 45 27 66 55 48 40 Solução
32 54 45 27 54 55 48 40
45 55 61 49 53 57 48 49
30 55 61 46 50 57 41 47
30 46 63 34 50 59 41 36
21 49 65 32 25 45 35 39
23 49 25 29 25 44 28 39
56 62 24 29 31 44 26 43
60 65 33 37 33 37 26 42
33 23 37 38 26 37 36 30
35 26 38 42 37 32 47 30
3 Com relação aos dados da atividade anterior, encontre o valor da moda e da mediana.
Solução
242
MateMática
4 As idades dos jogadores de uma equipe de futebol são: 19, 20, 20, 27, 21, 21, 21, 23, 23, 25, 26.
Calcule a média da idade dos jogadores, a moda e a mediana.
Solução
DESAFIO
Escolha 7 alunos da sua Solução
sala de aula, faça uma
pesquisa e encontre:
a) A média da idade dos
7 alunos escolhidos
por você.
b) A moda e a mediana.
243
MateMática
aula 25
i
diretamente proporcionais, vamos usar uma
seta voltada para baixo. E, para indicar que as diretamente proporcional
grandezas são inversamente proporcionais,
vamos usar uma seta voltada para cima.
h inversamente proporcional
244
MateMática
Atividades
1 Veja, na tabela abaixo, o consumo de energia elétrica em quilowatt-hora de alguns eletrodomésticos:
Consumo mensal
Eletrodoméstico Uso diário Consumo em kWh
Ar-condicionado 4h 120
Chuveiro 1h e 20 mim 140
Computador 6h 32,4
Televisão de 20 polegadas 10h 27
<www.eletrobras.com>. Acesso em 15 dez. de 2008.
Quantos quilowatts-hora um chuveiro consome durante um mês se ficar ligado, diariamente, durante 60 minutos?
Solução
245
MateMática
2 Paulo Victor comprou 4 camisetas e pagou R$290,00. Quanto ele pagaria se comprasse 7 camisetas
do mesmo tipo e preço?
Solução
3 Valéria leu um livro em 5 dias, lendo 20 páginas por dia. Se tivesse lido 8 páginas por dia, gastaria
quantos dias para ler o mesmo livro?
Solução
4 Imagine que você está fazendo uma viagem de automóvel e que esse automóvel percorre 340 km em
4 horas. Quantos quilômetros ele percorrerá em 9 horas, mantendo o mesmo ritmo de velocidade?
246
MateMática
Solução
DESAFIO
Um relógio atrasa 6 segundos a cada 10 minutos. Quantos minutos ele atrasará em 3 horas
e 35 minutos?
Solução
247
MateMática
aula 26
i diretamente proporcional
h inversamente proporcional
Atividades
1 Uma3 família com 3 pessoas, utilizando de maneira econômica, consome em suas atividades cerca de
11m de água ao mês. Qual será o consumo de água de uma família com 5 pessoas durante 20 dias?
248
MateMática
Solução
Solução
3 Cinco operários constroem o alicerce de uma casa em 12 dias, trabalhando 8h por dia. Se esse mesmo
trabalho tivesse que ser realizado em 20 dias com uma jornada diária de 6h por dia, quantos operários
deveriam ser contratados?
249
MateMática
Solução
4 5 carros de um mesmo modelo consomem 220 litros de gasolina em 8 dias, percorrendo certa
quilometragem por dia. Em quantos dias, 8 carros desse mesmo modelo, percorrendo a mesma
quilometragem por dia, consumirão 616 litros de gasolina?
Solução
DESAFIO
Um grupo de 30 amigos resolveu passar 12 dias de suas férias em uma ilha e levou alimentos
suficientes para os 12 dias, com direito a três refeições diárias. Chegando ao local, encontraram
mais 6 pessoas, as quais foram convidadas para compor o grupo. Por quantos dias o alimento
será suficiente se eles fizerem 2 refeições diárias?
250
MateMática
Solução
aula 27
Equação do 1º grau
Objetivo geral
Desenvolver habilidades que levem o aluno a O que você vai aprender hoje:
reconhecer, escrever e resolver situações- u Reconhecer, escrever e resolver equações
251
MateMática
Atividades
1 Lembrando da ideia da balança, responda às seguintes perguntas:
a) b)
Solução
Solução
252
MateMática
3 Se duplicarmos a quantia em dinheiro que Gabriel tem e subtrairmos R$ 11,00, teremos a quantia
representada abaixo. Qual é o valor que Gabriel possui?
Solução
4 Um número n Solução
inteiro mais o seu
antecessor é
igual a 83. Qual é
esse número?
DESAFIO
253
MateMática
x + 12
y x
a) Escreva uma equação do 1º grau com duas incógnitas representando esse fato.
b) Se você atribuir o valor 10 para a incógnita y e o valor 4 para a incógnita x, esses dois
valores satisfazem a equação que você escreveu?
Solução
aula 28
254
MateMática
Objetivo geral
Desenvolver habilidades de cálculo algébrico para O que você vai
explorar e resolver situações e problemas do dia a dia, aprender hoje:
deixando claro para o estudante que os sistemas de u Reconhecer, escrever e
Atividades
1 No sítio de Bernardo, existem 25 animais entre galinhas e porcos. Sabendo-se que o total de pés
desses animais é 60, quantas galinhas e quantos porcos há no sítio de Bernardo?
Solução
255
MateMática
2 Um estacionamento cobra R$ 3,00 por moto e R$ 5,00 por carro estacionado por até 2 horas. Ao final
de um dia, o caixa registrou R$276,00 para um total de 72 veículos. Quantas motos e quantos carros
usaram o estacionamento nesse dia?
Solução
3 Eu tenho 30 cédulas, algumas de R$ 5,00 e outras de R$ 10,00. O valor total das cédulas é de R$
190,00. Quantas cédulas de R$ 5,00 e quantas cédulas de R$ 10,00 eu tenho?
Solução
256
MateMática
4 Ae de
soma entre a idade de Antônio e o dobro da idade de Regina é 41 anos. Qual é a idade de Antônio
Regina, sabendo-se que a diferença entre a idade de Antônio e Regina é de 2 anos?
Solução
DESAFIO
A soma de dois números é 189 e a diferença entre eles é 11. Quais são esses números?
Solução
257
MateMática
aula 29
O que você vai aprender hoje: envolvendo inequações do 1º grau com uma incógnita.
u Interpretar e produzir diferentes escritas algébricas que u Verificar e analisar a validade de resoluções de situações-
envolvam inequações do 1º grau com uma incógnita. problema que envolvam inequações.
u Resolver, analisar e formular situações-problema u Operar com expressões algébricas e fazer uso dessas
operações na resolução de inequações.
Atividades
1 No quadrado e no retângulo abaixo, estão indicadas suas medidas em metros. Sabendo-se que a área
do retângulo é maior que a área do quadrado, escreva a inequação que representa essa situação.
5 Solução
x
258
MateMática
I II III IV
10 X + 3 > 17 2X > 10 1 X + 9 > 48 4X - 6 < 28
2 5
Solução
4 Qual deve ser o valor de x para que a área do triângulo retângulo abaixo seja maior que 40m ?
2
259
MateMática
Solução
10
.
2X
DESAFIO
O perímetro do triângulo abaixo deve ser menor ou igual ao perímetro do retângulo.
2X 2X
X
8m 6
a) Qual é a inequação que inteiro que x pode assumir? triângulo e do retângulo.
representa a situação c) Usando o maior valor d) O valor de x pode ser
acima? que x pode assumir, calcule igual a 3? Justifique sua
b) Qual é o maior valor o perímetro máximo do resposta.
Solução
260
MateMática
aula 30
O que você vai aprender hoje: u Ler, interpretar, propor e resolver situações-problema
envolvendo equações incompletas do 2º grau.
u Analisar e verificar a validade das resoluções de
situações-problema que envolvam equações incompletas u Compreender o conceito de equação incompleta do 2º
do 2º grau. grau.
Conceito básico
Denomina-se equação do segundo grau toda a equação do tipo ax² + bx + c = 0, com
coeficientes numéricos a, b e c com a ≠ 0.
Exemplos:
Equação:
x2 + 2x + 1 = 0 , sendo os coeficientes a = 1 , b = 2 e c = 1
5x – 2x2 – 1 = 0, sendo os coeficientes a = -2, b = 5 e c = -1
Classificação:
Incompletas: Se um dos coeficientes (b ou c) for nulo, temos uma equação do 2º grau
incompleta.
261
MateMática
Atividades
1 Determine a medida x indicada em cada quadrado:
a) b)
Área = 81m2
Área = 256m2
4x
Solução
262
MateMática
n (n-3)
2 O número de diagonais d de um polígono é calculado pela fórmula d = 2 , sendo que n é o
número de lados desse polígono. Sendo d = 12, escreva, na forma reduzida, a equação do 2º grau na
incógnita n que se pode obter.
Solução
4 A figura abaixo é formada por um triângulo equilátero e um quadrado. Qual é o perímetro da figura?
2x Solução
Área = 144m2
263
MateMática
DESAFIO
O retângulo e o quadrado a seguir têm a mesma área. Qual é a medida x do lado do
quadrado em metros? x
3 x x
3x
x
Solução
aula 31
O que você vai aprender hoje: u Verificar e analisar a validade de soluções de equações
do 2º grau.
u Reconhecer, escrever e resolver equações do 2º grau.
u Aplicar a fórmula de Bhaskara para descobrir as raízes de
u Perceber que determinados problemas podem ser uma equação polinomial do 2º grau.
resolvidos por meio de sistemas de equações.
264
MateMática
Atividades
1 Aplicando a fórmula de Bhaskara, resolva as seguintes equações polinomiais do 2º grau, sendo U = IR:
a) x2 – 5x + 6 = 0 b) x2 – 6x + 9 = 0 c) x2 + 3x + 5 = 0
Solução
265
MateMática
2 Há um triângulo retângulo curioso: as medidas de seus lados são números inteiros consecutivos.
Usando o Teorema de Pitágoras e a Fórmula de Bhaskara, descubra quais são essas medidas.
x+2
x
x+1
Solução
266
MateMática
3 Encontre as medidas dos lados do retângulo, cujos lados medem x e x + 3 e cuja área é 54m .
2
x+3 r
x = -b +
2a
r = b2 - 4ac
x
Área = 54m2
Solução
267
MateMática
Solução
DESAFIO
Se você multiplicar um número real x por ele mesmo e do resultado subtrair 5, você vai
obter o quádruplo do número x. Qual é esse número?
Solução
268
MateMática
aula 32
O que você vai aprender hoje: u Ler, interpretar, propor e resolver situações-problema
envolvendo equações incompletas do 2º grau.
u Analisar e verificar a validade das resoluções de
situações-problema que envolvam equações incompletas u Descobrir mentalmente as raízes de uma equação
do 2º grau. polinomial do 2º grau.
Conceito básico
Podemos relacionar as raízes de uma equação do 2º grau com os seus coeficientes e concluir que:
b c
soma = - produto =
a a
-b + r -b - r
x= e x=
2a 2a
-b + r -b- r
x+x= 2b b
=- =-
2a 2a a
269
MateMática
b
Logo, a soma das raízes de uma equação do 2º grau é dada por: S = -
a
( -b + r ) . ( -b - r ) b2 - r
x.x= = = b2 - r
4a2 4a2 4a2
b2 - (b2 - 4ac) 4ac c
= = 2 =
4a 2
4a a
c
Logo, o produto das raízes de uma equação do 2º grau é dado por: P =
a
Atividades
1 1) Determine a equação do 2º grau na incógnita x, sabendo-se que os seguintes pares de números
reais são as raízes dessa equação:
a) 2 e 3 b) 4 e 4 c) -3 e 4 d) - 8 e 8
Solução
270
MateMática
2 Determine a equação do 2º grau na incógnita x que nos permite achar dois números reais quando:
a) A soma desses números é 10 e o produto é 21.
b) A soma desses números é -1 e o produto é - 84.
Solução
271
MateMática
DESAFIO
Agora, escreva uma equação polinomial do 2º grau de modo que suas raízes reais sejam
o dia e mês do seu nascimento.
Solução
aula 33
Equações irracionais
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico que
possibilitem o crescimento intelectual do estudante, viabilizando O que você vai
a ampliação de seus conhecimentos sobre equações irracionais, aprender hoje:
aproximando-as de sua realidade e fazendo com que a u Reconhecer, definir e
aprendizagem seja significativa e prazerosa. calcular as raízes de uma
equação irracional.
Atividades
1 Resolva, no universo real, as seguintes equações:
a) x+6 = 8 b) 6-x+x = 0
272
MateMática
Solução
273
MateMática
Solução
Solução
274
MateMática
275
MateMática
Solução
276
MateMática
DESAFIO
Resolva, no universo real, a seguinte equação:
x6 - 21x3 + 80 = 0
Solução
277
MateMática
aula 34
Equações biquadradas
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico que O que você vai
possibilitem o crescimento intelectual do estudante, aprender hoje:
viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre equações u Reconhecer, definir e
biquadradas, aproximando-as da realidade do aluno e fazendo calcular as raízes de uma
com que a aprendizagem seja significativa e prazerosa. equação biquadrada.
u Resolver, analisar e
Atividades
1 Resolva, no universo real, as seguintes equações:
a) x4 – 13x2 + 36 = 0 b) 4x4 – 17x2 + 4 = 0
c) 9x4 – 13x2 + 4 = 0 d) x4 – 5x2 + 6 = 0
Solução
278
MateMática
279
MateMática
3 Resolva,
4
no universo real, a seguinte equação:
2 4 2
a) x – 5x + 10 = 0 b) x – 8x + 16 = 0
Solução
4 Resolva,
2
no universo real, as seguintes equações:
2
a) (x – 1) . (x - 12) + 24 = 0 b) (x – 2)2 = 2(x2 + 6)
2
Solução
280
MateMática
DESAFIO
Resolva, no universo real, a seguinte equação:
x6 – 21x3 + 80 = 0
Solução
aula 35
281
MateMática
Atividades
1 A diferença entre dois números inteiros é seis e o produto é -9. Quais são esses números?
{ x-y=6
x.y=-9
Solução
282
MateMática
3 Determine dois números inteiros e positivos tais que o produto entre eles seja 96 e a diferença
entre eles seja 4.
Solução
283
MateMática
4 Onúmeros
quadrado de um número inteiro positivo menos outro é igual a 27. Sabendo que a soma desses
é 15, quais são esses números?
Solução
DESAFIO
A soma das áreas dos quadrados abaixo é 74 m2. Sabendo que a diferença entre as
medidas dos lados desses quadrados é 2m, calcule a área de cada quadrado.
X
284
MateMática
Solução
285
MateMática
aula 36
É um conceito matemático que pode ser definido como calcular a área do retângulo
e do triângulo.
quantidade de espaço bidimensional, ou seja, de superfície.
Existem várias unidades de medida de área, sendo que a mais u Resolver, analisar e
formular situações-
utilizada é o metro quadrado (m²) e os seus múltiplos e problema, utilizando área
submúltiplos. São também muito usadas as medidas agrárias: de figuras planas.
are, que equivale a cem metros quadrados, e seu múltiplo
hectare, que equivale a dez mil metros quadrados. Outras
unidades de medida de área são o acre (equivale a 4.046,8564224
m²) e o alqueire, que depende do estado no qual está sendo
realizada a medida. No estado de Goiás, são utilizadas três
medidas diferentes: o alqueirão: 440 x 440 metros (19,36
hectares); o alqueire paulista: 110 x 220 metros (2,42 hectares)
e o alqueire mineiro: 220 x 220 metros (4,84 hectares).
Atividades
1 Sabendo que ABCD e EFGH são
quadrados iguais de lados, medindo 1
metro, calcule a área sombreada,
utilizando, apenas, a fórmula do cálculo
da área do quadrado.
286
MateMática
Sugestão de solução
287
MateMática
DESAFIO
Num Show realizado em um estádio de futebol de 120m de comprimento por 90m
de largura. Sabendo-se que por cada 3m 2 havia, em média, 10 pessoas. Quantas
pessoas haviam no show?
Solução
288
MateMática
aula 37
Atividades
1 Observe o hexágono regular de lado 6m abaixo, descubra o valor da
área total e o valor da área sombreada.
Solução
289
MateMática
3 (FUVEST - 2009) A figura representa sete hexágonos regulares de lado 1 e um hexágono maior, cujos
vértices coincidem com os centros de seis dos hexágonos menores. Então, a área do pentágono
hachurado é igual a:
a) 3 3 c) 3 3 e) 3
2 2
b) 2 3 d) 3
Solução
290
MateMática
4 Ahexágono
figura a seguir é um recorte da parte central da figura do exercício anterior. Considerando que o
regular menor é de lado 1 e o hexágono maior tem os vértices coincidentes com os centros
de seis dos hexágonos menores, calcule a área do losango ABCD.
Solução
DESAFIO
Sabendo que todos os
hexágonos da figura
são regulares de lado 2
cm, calcule a área da
figura em destaque.
291
MateMática
Solução
292
MateMática
Atividades
1 Calcule a área em destaque, sabendo que DA = 1, FB = 1 e CG = 2
Solução
293
MateMática
Solução
3 Observando a figura abaixo e sabendo que ABCD é um quadrado de lado 8 m e E, F, G e H são pontos
médios dos lados. Qual é o valor da área em destaque?
Solução
Solução
294
MateMática
DESAFIO
A área da região sombreada representa o espaço de apresentação de um show, sabendo-se
que ABCD é um quadrado de lado “a”. Qual é a expressão matemática que representa a área
de apresentação do show?
Solução
295
MateMática
Conceito básico
Área
É um conceito matemático que pode ser definido como quantidade de espaço bidimensional,
ou seja, de superfície.
Existem várias unidades de medida de área, sendo que a mais utilizada é o metro quadrado (m²)
e os seus múltiplos e submúltiplos. São também muito usadas as medidas agrárias: are, que equivale
a cem metros quadrados, e seu múltiplo hectare, que equivale a dez mil metros quadrados. Outras
unidades de medida de área são o acre (equivale a 4.046,8564224 m²) e o alqueire, que depende do
estado no qual está sendo realizada a medida. No estado de Goiás, são utilizadas três medidas dife-
rentes: o alqueirão: 440 x 440 metros (19,36 hectares); o alqueire paulista: 110 x 220 metros (2,42
hectares) e o alqueire mineiro: 220 x 220 metros (4,84 hectares).
Atividades
1 Veja a figura abaixo:
Encontre o valor da área em destaque:
Solução
296
MateMática
Solução
297
MateMática
4 Na figura abaixo, o triângulo ADC é equilátero de lado 8 cm. Com estes dados, descubra o valor
da área em destaque.
Sugestão de solução
298
MateMática
DESAFIO
Considere o hexágono regular ABCDEF de lado 4m. Descubra o valor da área da
região sombreada.
Solução
Fatoração de polinômios
299
MateMática
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico O que você vai
que possibilitem o crescimento intelectual do estudante, aprender hoje:
viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre fa- u Fatorar polinômios utilizando
toração de polinômios, aproximando-a da realidade do as regras da diferença de dois
aluno e fazendo com que a aprendizagem seja-lhe signifi- quadrados, fator comum em
evidência, agrupamento,
cativa e prazerosa quadrado da soma e da
diferença entre dois termos,
teorema da decomposição.
Conceito básico
Fatoração u Resolver, analisar e formular
situações-problema,
Fatorar é colocar, na forma de produto, números e/ou envolvendo fatoração de
operações. Fatorar polinômios é colocá-los na forma de polinômios.
produto de outros polinômios de menor grau.
Atividades
1 Qual é a diferença entre 934 287 e 934 286 ?
2 2
Solução
2 2
ax - ay
2 Usando á ideia de fatoração, simplifique a fração: x2 - 4xy + 3y2
Solução
300
MateMática
DESAFIO
n+4 3 n
Mostre que 10 4- 10 n. 10 = 0,9
10 . 10
Solução
301
MateMática
Trigonometria
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico
que possibilitem o crescimento intelectual do estudante, O que você vai
viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre tri- aprender hoje:
gonometria, aproximando-a da realidade do aluno e fa- u Reconhecer, definir e
zendo com que a aprendizagem seja-lhe significativa e calcular o seno, o cosseno e a
prazerosa. tangente de um ângulo.
u Resolver, analisar e
formular situações-problema
Conceito básico envolvendo trigonometria.
Trigonometria u Identificar o seno, o
Trigonometria (do grego trigōnon “triângulo” + me- cosseno e a tangente dos
tron “medida”) é o ramo da Matemática que estuda as di- ângulos de 30º, 45º e 60º.
versas proporções fixas entre os comprimentos de dois dos
três lados de um triângulo retângulo para os diversos va-
lores de seus ângulos.
Atividades
1 Observe o triângulo equilátero a seguir:
302
MateMática
Solução
2 Com base nos dados do exercício anterior, descubra os valores de seno, cosseno e tangente do ângulo de 60º.
Solução
303
MateMática
4 3
d) 30º e) f)
4
22 x
x
30º
Solução 5 3
304
MateMática
Solução
305
MateMática
DESAFIO
Dado um triângulo retângulo isósceles, calcule as razões trigonométricas de seus
ângulos agudos.
Solução
Trigonometria
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico que possibilitem o crescimento in-
telectual do estudante, viabilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre trigonometria,
aproximando-a da realidade do aluno e fazendo com que a aprendizagem seja-lhe significativa
e prazerosa.
306
MateMática
Conceito básico
Trigonometria O que você vai
Trigonometria (do grego trigōnon “triângulo” + me- aprender hoje:
tron “medida”) é o ramo da Matemática que estuda as di- u Aplicar conhecimentos de
versas proporções fixas entre os comprimentos de dois dos trigonometria para avaliar,
analisar e resolver situações
três lados de um triângulo retângul, para os diversos va- cotidianas.
lores de seus ângulos.
Atividades
1 Para determinar a largura aproximada de um rio, um
engenheiro procedeu da seguinte maneira: de um
ponto A, situado em uma das margens, avistou o topo
de uma árvore da margem oposta sob um ângulo de
30º com a horizontal. Agora, na outra margem, de um
ponto B, avistou o topo da mesma árvore, agora, sob
um ângulo de 60º com a horizontal, conforme mostra a
figura. Desprezando a altura do engenheiro, supondo A,
B e C alinhados, o ângulo C, reto, e sabendo que a
distância do ponto B ao pé da árvore (ponto C) é de 15
m, calcule a largura aproximada do rio (segmento AB).
Solução
307
MateMática
Solução
Solução
308
MateMática
Solução
DESAFIO
Encontre o perímetro de um triângulo isósceles de base igual a 6 m, sendo que os
ângulos congruentes medem 30º.
309
MateMática
Solução
Trigonometria
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico
que possibilitem o crescimento intelectual do estudante, via-
bilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre trigo- O que você vai
nometria, aproximando-a da realidade do aluno e fazendo
aprender hoje:
com que a aprendizagem seja-lhe significativa e prazerosa.
u Aplicar conhecimentos de
trigonometria para avaliar,
Conceito básico
analisar e resolver situações
Trigonometria cotidianas.
Trigonometria (do grego trigōnon “triângulo” + me-
tron “medida”) é o ramo da Matemática que estuda as di-
versas proporções fixas entre os comprimentos de dois dos
três lados de um triângulo retângul, para os diversos va-
lores de seus ângulos.
310
MateMática
Atividades
1 (Unisinos – RS) Um avião levanta voo sob um ângulo constante de 20º. Após percorrer 2000 metros
em linha reta, qual será a altura atingida pelo avião aproximadamente? Utilize: sen 20º = 0,342; cos
20º = 0,94 e tg 20º = 0,364.
Solução
Solução
3 (UF – PI) Um avião decola, percorrendo uma trajetória retilínea, formando, com o solo, um ângulo de
30º (suponha que a região sobrevoada pelo avião seja plana). Depois de percorrer 1000 metros, qual a
altura atingida pelo avião?
Solução
311
MateMática
4 (Cefet – PR) A Rua Tenório Quadros e a Avenida Teófilo Silva, ambas retilíneas, cruzam-se conforme um
ângulo de 30º. O posto de gasolina Estrela do Sul encontra-se na Avenida Teófilo Silva a 4000 m do
citado cruzamento. Portanto, determine, em quilômetros, a distância entre o posto de gasolina Estrela
do Sul e a Rua Tenório Quadros?
Solução
DESAFIO
(PUCCAMP) A figura a seguir é um corte vertical de
uma peça usada em certo tipo de máquina. No corte,
aparecem dois círculos, com raios de 3cm e 4cm, um 24cm
suporte vertical e um apoio horizontal. A partir das
medidas indicadas na figura, conclui-se que a altura do
suporte é:
a) 7cm b) 11cm
c) 12cm d) 14cm e) 16 cm
Sugestão de solução
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MateMática
aula 44 – GRaNDeZaS e MeDiDaS
Velocidade
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes ao raciocínio lógico
que possibilitem o crescimento intelectual do estudante, via- O que você vai
bilizando a ampliação de seus conhecimentos sobre veloci- aprender hoje:
dade, aproximando-a da realidade do aluno e fazendo com u Definir velocidade como
sendo uma razão entre o
que a aprendizagem seja-lhe significativa e prazerosa.
espaço e o tempo.
Atividades
1 Geralmente, a velocidade dos meios de transporte é dada em quilômetros por hora ( km
h ). Porém, se
desejarmos representá-las no SI, devemos transformá-la em m . Assim sendo, como ficariam, no SI, as
(s)
seguintes velocidades?
a) 30 Km/h (velocidade máxima nas vias locais) =
b) 40 Km/h (velocidade máxima nas vias coletoras) =
c) 60 Km/h (velocidade máxima nas vias arteriais) =
d) 80 Km/h (velocidade máxima nas vias de trânsito rápido) =
e) 90 Km/h (velocidade máxima para ônibus e micro-ônibus nas rodovias) =
f) 110 Km/h (velocidade máxima para automóveis, camionetas e motocicletas nas rodovias) =
Solução
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MateMática
2 Dados a velocidade e o tempo, calcule a distância percorrida (no SI) em cada caso:
a) 30 Km/h em 40 s c) 60 Km/h em 50 s e) 90 Km/h em 100 s
b) 40 Km/h em 30 s d) 80 Km/h em 80 s f) 110 Km/h em 120 s
Solução
3 Dadas a velocidade e a distância, calcule o tempo decorrido (no SI) em cada caso:
a) 30 Km/h em 140 m c) 60 Km/h em 350 m e) 90 Km/h em 10100 m
b) 40 Km/h em 230 m d) 80 Km/h em 880 m f) 110 Km/h em 80120 m
314
MateMática
Solução
Solução
315
MateMática
DESAFIO
O Grande Prêmio de Fórmula 1, na Itália, é disputado no Autódromo Nazionale di Monza, cujo
maior recordista ainda é o piloto brasileiro Rubens Barrichello. Entre seus melhores tempos,
está o tempo recorde na corrida (em 2004) com, aproximadamente, 1 minuto, 21 segundos e
46 milésimos. Supondo que ele mantivesse esse tempo em todas as voltas da corrida e
sabendo que a distância total do circuito é de 5,793 Km, qual seria então a sua velocidade?
Sugestão de solução
Energia cinética
Objetivo geral
Desenvolver habilidades inerentes O que você vai aprender hoje:
ao raciocínio lógico que possibilitem u Definir energia cinética como sendo a metade do produto
o crescimento intelectual do estu- da massa pelo quadrado da velocidade.
dante, viabilizando a ampliação de u Resolver, analisar e formular situações-problema
seus conhecimentos sobre energia, envolvendo energia cinética.
aproximando-a da realidade do aluno u Aplicar conhecimentos de energia cinética para avaliar,
e fazendo com que a aprendizagem analisar e resolver situações cotidianas.
seja-lhe significativa e prazerosa. u Obter noções de trabalho e energia potencial.
1
Homenagem ao físico britânico James Prescott Joule (Salford, 24 de dezembro de 1818 — Sale, Trafford, 11 de outubro de 1889).
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MateMática
Atividades
1 Odetermine
velocímetro de um automóvel registra 118 km/h. Sabendo que a massa do automóvel é 900 kg,
a sua energia cinética.
Solução
317
MateMática
Solução
3 Calcule a massa de um automóvel, cuja energia cinética é de 315 KJ, sabendo que sua velocidade
habitual é de 108 km/h. (Dado: 1 KJ = 1 000J)
Solução
4 Calcule a velocidade de um móvel, cuja energia cinética é de 6120 KJ, sabendo que sua massa é de
850.000g. (Dado: 1 KJ = 1 000J)
Solução
318
MateMática
DESAFIO
Energia Energia
potencial potencial
Energia
cinética
Apesar de não se restringir a isso, a energia pode ser entendida como a capacidade de
realizar trabalho. Trabalho (normalmente representado por W, do inglês work, ou pela
letra grega τ - tau) é uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força
ao longo de um deslocamento. Na realidade, só existem duas modalidades de energia:
a potencial e a cinética. Mas elas apresentam-se de várias formas: hidráulica, nuclear,
eólica, solar e geotérmica. Energia potencial é a energia que um objeto possui pronta a
ser convertida em energia cinética. Um arco esticado de um atirador possui energia
potencial. Essa energia está pronta para ser modificada em outras formas de energia e,
consequentemente, realizar trabalho (o arco disparará uma flecha). Assim que ocorrer
algum movimento, a energia potencial da fonte diminui, enquanto se modifica em
energia do movimento (energia cinética). O arco faz uso da energia cinética para
produzir um ganho de energia potencial.
No exemplo dado (arco e flecha), estamos falando de energia potencial elástica, que é
dada por: Epe = k.x2 , sendo que k é uma constante elástica dada por Newtons/metro
2
(N/m) e x é a deformação, dada em metros.
No caso da queda livre, temos a energia potencial gravitacional, que é dada por: Epg =
m.g.h, sendo que m é a massa do corpo dada em Kg, g é a aceleração da gravidade
(constante), dada por 9,8 m/s2, e h é a altura da queda do corpo, dada em metros. Essa
fórmula ilustra por que um objeto relativamente leve cai com uma força enorme se
lançado de uma altura muito grande. Para verificar isso, compare as energias potenciais
gravitacionais de um corpo de, apenas, duas gramas (0,002 kg) que é solto de uma
altura de 10 metros e de 100 km, respectivamente. Calcule, nos dois casos, o valor da
velocidade do objeto ao atingir o chão.
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MateMática
Solução
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