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A Análise de Modos de Falha e Efeitos é uma análise detalhada, podendo ser qualitativa ou
quantitativa, que permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou sistema pode falhar e os
efeitos que poderão advir, estimando ainda as taxas de falha e propiciado o estabelecimento de mudanças e
alternativas que possibilitem uma diminuição das probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do
sistema.
Apesar de sua utilização ser geral, a AMFE é mais aplicável às indústrias de processo,
principalmente quando o sistema em estudo possui instrumentos de controle, levantando necessidades
adicionais e defeitos de projeto, definindo configurações seguras para os mesmos quando ocorrem falhas
de componentes críticos ou suprimentos. A técnica auxilia ainda na determinação e encadeamento dos
procedimentos para contingências operacionais, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de
erro devido à ações não estruturadas é alta, dependendo da ação correta dos operadores.
Efeitos:
Modo Causa Métodos
- nos Categoria Probabilidade Ações
Item de de de
componentes de Risco de Ocorrência Possíveis
Falha Falha Detecção
- no sistema
De acordo com DE CICCO e FANTAZZINI (1994c), um procedimento proposto para o
preenchimento das várias colunas é o seguinte:
a) Dividir o sistema em subsistemas que podem ser efetivamente controlados;
b) Traçar diagramas de blocos funcionais do sistema e subsistemas, para determinar os
interrelacionamentos existentes;
c) Preparar um cheklist dos componentes de cada subsistema e sua função específica;
d) Determinar através da análise de projetos e diagramas, os modos possíveis de falha que
possam afetar outros componentes. Os modos básicos de falha devem ser agrupados em quatro categorias:
I- falha em operar no instante prescrito; II- falha em cessar de operar no instante prescrito; III- operação
prematura; IV- falha em operação;
e) Indicar os efeitos de cada falha sobre outros componentes e como esta afeta a operação
do mesmo;
f) Estimar a gravidade de cada falha específica de acordo com as categorias de risco, para
possibilitar a priorização de alternativas;
g) Indicar os métodos usados para detecção de cada falha específica;
h) Formular possíveis ações de compensação e reparos que podem ser adotadas para
eliminar ou controlar cada falha específica e seus efeitos;
i) Determinar as probabilidades de ocorrência de cada falha específica para possibilitar a
análise quantitativa.
Como descrito, a AMFE analisa de forma geral os modos de falha de um produto. Porém,
em um produto podem existir certos componentes ou conjunto deles que sejam especificamente críticos
para a missão a que se destina o produto ou para a segurança do operador. Portanto, de acordo com
HAMMER (1993), a estes componentes críticos deve ser dada especial atenção, sendo mais
completamente analisados do que outros. A análise, similar a AMFE, que se preocupa com a análise
detalhada destes componentes críticos é conhecida como Análise de Criticalidade e Modos de Falha
(FMECA - Failure Modes an Criticality Analysis).
Tanto a AMFE como a FMECA são bastante eficientes quando aplicadas a sistemas mais
simples e de falhas mais singelas, porém, quando a complexidade é maior, recomenda-se o uso de outras
técnicas, como por exemplo a Análise de Árvore de Falhas.
Em termos gerais, pode-se dizer que o HAZOP é bastante semelhante a AMFE, contudo, a
análise realizada pelo primeiro método é feita através de palavras-chaves que guiam o raciocínio dos
grupos de estudo multidisciplinares, fixando a atenção nos perigos mais significativos para o sistema. As
palavras-chaves ou palavras-guias são aplicadas às variáveis identificadas no processo (pressão,
temperatura, fluxo, composição, nível, etc.) gerando os desvios, que nada mais são do que os perigos a
serem examinados.
A técnica HAZOP permite que as pessoas liberem sua imaginação, pensando em todos os
modos pelos quais um evento indesejado ou problema operacional possa ocorrer. Para evitar que algum
detalhe seja omitido, a reflexão deve ser executada de maneira sistemática, analisando cada circuito, linha
por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos parâmetros de funcionamento. Para cada linha
analisada são aplicadas a série de palavras-guias, identificando os desvios que podem ocorrer caso a
condição proposta pela palavra-guia ocorra. O quadro abaixo apresenta uma série de palavras-guias
utilizadas e os possíveis desvios gerados.
PALAVRA-GUIA DESVIO
Nenhum Ausência de fluxo ou fluxo reverso
Mais, em relação a um parâmetro físico importante. (Ex.: mais vazão, maior
Mais
temperatura, mais pressão, etc.
Menos, em relação a um parâmetro físico importante. (Ex.: menos vazão,
Menos
temperatura menor, menos pressão)
Alguns componentes em maior ou menor proporção, ou ainda, um
Mudanças na composição
componente faltando.
Componentes a mais em relação aos que deveriam existir.
Componentes a mais
(Ex.: fase extra presente, impurezas,etc.)
Partida, parada, funcionamento em carga reduzida, modo alternativo de
Outra condição operacional
operação, manutenção, mudança de catalizador,etc
De acordo com KLETZ (1984?), no HAZOP "a operabilidade é tão importante quanto a
identificação de perigos". Geralmente neste tipo de estudo são detectados mais problemas operacionais do
que identificados perigos. Este não é um ponto negativo, muito pelo contrário, aumenta sua importância,
pois a diminuição dos riscos está muito ligada a eliminação de problemas operacionais. A eliminação dos
problemas operacionais recai numa consequente diminuição do erro humano, decrescendo assim o nível de
risco, porém, é impossível eliminar qualquer perigo que seja, sem antes ter conhecimento do mesmo, o que
pode ser detectado pelo HAZOP.