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Estado Novo
[ 2.ª E D I Ç Ã O ]
L U Í S R E I S T O R G A L
Versão integral disponível em digitalis.uc.pt
H I S TÓ R I A C O N T E M P O R Â N E A
Edição
Imprensa da Universidade de Coimbra
Email: imprensauc@ci.uc.pt
URL: http://www.uc.pt/imprensa_uc
Vendas online: http://siglv.uc.pt/imprensa
Design
António Barros
Pré-Impressão
António Resende
Impressão e Acabamento
Sereer, soluções editoriais
ISBN
978-989-26-0009-3
ISBN Digital
978-989-26-0381-0
DOI
http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0381-0
Depósito Legal
299741/09
E S TA D O S N O VO S
E S TA D O N O VO
[ 2 . ª E D I Ç Ã O R E V I S T A ]
2 0 0 9 • C O I M B R A
PARTE III
E stética e aparelhos culturais
Do «fim de século» ao Estado Novo
PARTE IV
I magens e representações culturais
D o « integralismo » ao E stado N ovo
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PARTE III
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tenha sido responsável por uma revista literária, Sangue Novo (1925), que
durou apenas cerca de seis meses, onde se criticaram os futuristas e o
próprio Brochado atacou João Ameal, e embora tenha convivido com o
grupo da «Renascença», do Porto, não se pode dizer que se tenha destacado
no domínio das letras ou da filosofia política. Foi o jornalismo prático de
O Comércio do Porto, depois de ter passado pelo hebdomadário político
Semana (1932-1933), também ainda do Porto, que o levou ao «jornalismo
de regime» de A Verdade (1933-1939), publicado em Lisboa, a convite do
responsável da Propaganda, António Ferro, esse sim (como dissemos) um
verdadeiro «intelectual orgânico».
Costa Brochado foi — a nosso ver — não tanto sequer um «ideólogo
orgânico», mas um «funcionário político», ou um «político funcional», embora
com uma acção fundamentalmente cultural, ao serviço do Estado Novo.
O seu jornalismo, arma de combate contra outro jornal do mesmo nome,
publicado na clandestinidade, a que já fizemos referência42, e, de um modo
geral, de luta contra o «reviralho» (é Brochado que utiliza o termo, que era,
de resto, comum), tornou-se depois arma de doutrinação contra as «heresias»
que surgissem no âmbito do regime, lendo a «bíblia do Estado Novo», ou
seja, no seu dizer, «todas as declarações publicamente feitas pelo sr. Doutor
Salazar, único evangelista seguro no que toca à ortodoxia da doutrina, às
suas interpretações, adaptações, corrigendas, etc.».43 Esteve, pois, directamente,
ao serviço do que considerava o «único e verdadeiro ideólogo» do regime
e ao serviço do Secretariado Propaganda Nacional (conforme confessará
nas Memórias, afastou-se, então, cada vez mais, do «mundo jornalístico» e
passou a ter como «centro de convívio profissional e político» o SPN 44),
exprimindo-se através de uma ideologia simplista, que, por vezes, tem uma
grande eficácia, mesmo que seja atreita a originar polémicas, até no seio
dos próprios defensores do regime. Mais tarde, no final dos anos cinquenta,
como membro da Comissão Executiva da União Nacional, proferiu várias
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o certo é que Brochado se veio a confessar como anglófilo 49, posição que
lhe terá custado a extinção do seu jornal, publicado ao serviço de Salazar
e do seu regime.
Para além desta lógica, poucas ou nenhumas reflexões teóricas surgem
na ideologia de Costa Brochado. Divisamos apenas o reflexo de leituras
que eram comuns aos aderentes do Estado Novo que não foram militantes
de nenhum ideal mais afirmado, de tipo católico, nacional-socialista ou
integralista (que têm, no geral, leituras e reflexões mais complexas). Por
exemplo, breves considerações sobre o amoralismo de Maquiavel, citação
da obra de Léon Daudet, Le stupide XIX . e siècle, referências à teoria da
psicologia das multidões de Gustave Le Bon, admiração pelo personalismo
científico de Alexis Carrel e pela sua obra, de grande divulgação, O Homem,
esse desconhecido, ou então as leituras, numa inversão contra-revolucionária,
de Herculano, Garrett, Antero, Eça, Ramalho, etc..
Mais do que um pensamento organizado, como se aludiu, Brochado foi
um «prático», defensor de «verdades» e, para ele, a «única verdade política»
era Salazar. E esta é afinal a fonte de todas as ideias e acções e que o leva
a não aceitar qualquer tipo de diálogo com nenhuma força política que
estivesse para além de Salazar. Como escrevia em 1937, referindo-se à sua
experiência de A Verdade: «É que, para nós, ontem como hoje, só há uma
verdade, um caminho e uma luz: Salazar!» 50
E nessa luta — que nunca reflecte sobre a «verdade do outro», mas apenas
sobre a «Verdade de Salazar» — vai usar de toda uma metodologia simulta
neamente de louvor e de combate. Neste último caso, fá-lo — conforme
refere quando fala de A Verdade nas suas Memórias — através da sua «ideia
genial» de pôr os «reviralhistas» e os republicanos a usar as suas palavras
contra o próprio regime que diziam defender, ou, explicando melhor, a
criticar a República por que tanto se haviam batido. Assim, utiliza frases
como estas: António José de Almeida escreveu — «O terror campeia no País!
É uma onda de pavor que invade a terra portuguesa e a estrangula nos elos
do boato, do assalto, da prisão, da intriga». Ou cita José Domingos dos
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51 Memórias, p. 116.
52 Ver Nação Portuguesa, n. os 1,4,10,11,12.
53 O Sr. Norton de Matos e a sua Candidatura. Lisboa, Portugália Editora, 1949. No Prefácio
desta obra, afirmando-se como estudioso do «período que vai de 1910 a 1926», pergunta: «Como
poderia um português consagrado ao estudo da história pátria ficar silencioso ao vê-la deturpada?
Como havia de ficar inerte, perante o que vinha de ler [refere-se ao manifesto de Norton de
Matos como candidato à Presidência da República], um homem que está estudando o regime
republicano? O escritor não pode furtar-se aos deveres do patriotismo, nem ficar neutro nas
batalhas entre a Verdade e a Mentira» (pp. 8-9).
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Julho de 1934. Lisboa Edições SPN. 1934. Ver supra, parte II, cap. VI.
68 A verdade sobre Salazar. Prefácio de Danton Jobim. Rio de Janeiro, Calvino Filho Editor,
1934.
69 Resposta a 138 Amigos do «Bem Público». Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1969.
70Política do Estado Novo. Conferência realizada em Bragança na posse da Comissão Distrital
da União Nacional em 9 de Março de 1959. Lisboa, Companhia Nacional Editora, 1959.
71 Actualidade do Estado Novo. Conferência realizada na sede da União Nacional perante
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Alguns títulos são idênticos e outros não, mas as ideias são praticamente
repetidas nestas várias intervenções do político de Salazar. Desde os textos
de A Verdade, continuava a mitificar o presidente do Governo, que identificava
com a «alma nacional»:
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«novas gerações». Por sua vez, notámos como, nesse contexto, foi surgindo,
no seio do modernismo, e por parte de António Ferro, uma certa ideia do
cinema, ainda na sua fase de cinema mudo, e como nele calou fundo o
significado da «América» e de Hollyood . Pensemos agora como reflectiu
sobre o cinema noutra posição: a de «intelectual orgânico» do salazarismo,
condicionado na sua liberdade de pensar e de sentir .
Como temos dito, António Ferro era nomeado em 1933 director da
Propaganda do Estado Novo. O cinema continuou a interessá-lo e, deve
dizer-se que, apesar do cargo ocupado, não contrariou, essencialmente, essa
imagem feita de «paradoxos» própria de escritor «modernista», os «paradoxos»
que ele admirava na literatura, em Balzac, Oscar Wilde, Huyssman’s ou
D’Annunzio . A Propaganda era, afinal, também uma «mentira» (entendida
como ficção, fora da realidade, que considerava a essência da arte), para
a qual se considerava importante o teatro ou o cinema, bem como a literatura,
a dança ou o folclore, no âmbito do que Ferro chamou, como se sabe, a
«Política do Espírito». E se, em breve, surgia o «Teatro do Povo», pouco tempo
depois aparecia no domínio do documentário cinematográfico a série «Jornal
Português», pela mão de um dos maiores cineastas do tempo, António Lopes
Ribeiro. Entretanto, Leitão de Barros montava os seus espectáculos históricos
de rua, rentabilizando o Passado em prol do Presente, ao mesmo tempo
que, com grande elogio de Ferro, realizava os seus filmes históricos.
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Por isso Ferro, embora entendesse que não se deveria esquecer «o ad-
mirável cinema americano», cujas «lições» eram ainda tão necessárias ao
cinema europeu, procurava lutar por um «cinema português», afirmando
peremptoriamente: «Protejamos, sim, na parte que nos interessa, o cinema
português!»
Para além das leis que então se preparavam, de apoio às produções
portuguesas através do Fundo do Cinema Nacional (lei n.º 2.027, de 13 de
Fevereiro de 1948, e decreto-lei n.º 37.369, de 11 de Abril de 1949 10 ),
procurava defender-se um certo estilo de cinema, afastado dos defeitos, não
«graves e irremediáveis», que caracterizavam a sua fase «heróica». 11
Assim, Ferro queixava-se «do mal da retórica, da abundância de palavras
e de imagens inúteis» do nosso cinema12. Pensava num cinema que poderia
utilizar temperadamente o nosso folclore na «propaganda de Portugal».
As suas palavras quanto a este ponto são particularmente sugestivas e
sempre «paradoxais»:
António Ferro, Teatro e cinema (1936-1949), Lisboa, Edições SNI, 1950, pp. 44-45.
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13 Idem, p. 51.
14 Cfr. Fernanda de Castro, O fim da memória, vol. II, 1939-1987, Lisboa, Verbo, 1998, pp.
150-151.
15 Cfr José Matos-Cruz, O cais do olhar, Lisboa, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema,
1999, p. 109.
16 Teatro e o cinema, p. 51.
17 Idem. Cfr. também o referido discurso de 1947, que intitulou «O Estado e o cinema», p.
64. Aqui referiu-se, com a sua linguagem informal e a sua crítica cáustica, à «forçada aventura,
da anedota improvisada que visa geralmente a colocação de determinados artistas ou serve
para improvisar um negociozinho aproveitando um capital disponível que caiu do céu aos
trambolhões».
18Ver Vasco Diogo, Comédias cinematográficas dos anos 30/40. Textos e contextos. Dissertação
de Mestrado policopiada. Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 1996, e o capítulo de Paulo
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24 Na verdade, no discurso de 1946, Ferro abrira uma excepção para louvar «como facto
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26 Trata-se do filme de Ernst Lubitsch, The Shop Around the Corner (1940), com Margaret
Sullivan e James Stewart, estreado no São Luís, em Lisboa, em Março de 1941. Sobre este e
outros dados idênticos que vamos apresentar, ver Luís de Pina, Estreias em Portugal. 1918‑1957,
Lisboa, Cinemateca Portuguesa, 1993.
27 O filme a que se refere Ferro tem o título original de Brief Encounter (1945), de David
Lean. Saudado — abusivamente no dizer de Georges Sadoul — como obra prima, teve, no
entanto, pouco êxito em Inglaterra, tal como sucedeu em Portugal. Trata-se de um pequeno
drama quotidiano, de um «breve encontro» ou «desencontro», passado numa pequena cidade
inglesa, entre uma mulher casada, mas entediada com o matrimónio, e um médico também
casado, que se amam mas que acabam por seguir, cada qual, o seu destino. O filme foi estreado
em Lisboa em Abril de 1947, no Tivoli.
28 Teatro e cinema, pp. 65-66.
29 Cfr. «O Cinema e o Teatro», discurso pronunciado no Teatro da Trindade, na festa de
distribuição de prémios de Teatro e de Cinema de 1947 e 1948, na tarde de 21 de Novembro
de 1949, in ob. cit., Teatro e cinema, p. 79 ss..
30 Trata-se do notável filme de Roberto Rossellini, de 1946, em que se retratam seis
capítulos da história da Itália, de 1943 a 1945, ou seja, dos últimos anos da guerra, e em
que não participaram actores profissionais. Paul Eluart considerou o filme como um dos que
mais o emocionaram, ao lado dos clássicos Couraçado Potemkin e O gabinete do Doutor
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Caligari. O filme, que Ferro apelida de Païsa, tem como título original Paisà e foi estreado
em Portugal em Fevereiro 1949, no Trindade, com o nome Libertação.
31 Filme do neo-realista italiano Luigi Zampa, Vivere in Pace (1947), estreado em Portugal
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considerou esse tipo, tal como se tinha até então realizado em Portugal,
como género a abater ou, pelo menos, a não apoiar pelo Estado. Por sua
vez, A Severa tinha como argumento uma peça teatral de um autor muito
em voga e representante da «cultura oficial», Júlio Dantas. Ora, se Ferro
invocou por várias vezes situações deste tipo, ou seja, a importância da
adaptação da literatura ao cinema (forma de evitar enredos de improviso),
também é verdade que o director do SPN pertenceu à corrente do primeiro
modernismo, responsável pelos «manifestos anti-Dantas» — «coiffeur das
almas medíocres», chamara-lhe ele, no manifesto Nós37.
Isto é, teremos de dizer que o cinema português desta época e o que
se lhe há-de seguir está cheio de paradoxos. Muitas vezes somos levados
a crer que algum tipo de cinema, como precisamente a comédia, estaria
marcado pela ideologia do regime, ou pelo menos interessaria ao regime
(assim também sucedeu na Itália e na Alemanha) como forma de «evasão»
para o «povo». Não o negamos, embora — como tem sido provado 38 — a
comédia de então não apresente, com raras excepções, ou numa só excepção,
em O Pátio das Cantigas (1941), de Francisco Ribeiro («Ribeirinho») 39, uma
ideologia salazarista manifesta. Além disso, na «comédia-arquétipo» que
citámos — A Canção de Lisboa —, se há alguma alusão ao Estado Novo,
trata-se de uma alusão crítica 40, embora crítica «de direita». De acordo com
a germanofilia de Cottinelli Telmo, que aspirava a um Estado forte, o
37 Nós. Manifesto literário (1921), in Petrus, ob. cit., Os Modernistas Portugueses, vol. I,
p. 96, e in Obras de: António Ferro cit., p. 152.
38 Ver Vasco Diogo e Paulo Granja, respectivamente, ob. cit. e ob. e cap. cts..
39 Neste filme não só o enredo é manifestamente conivente com a ideologia do regime
— a ideia de que no «pátio do Evaristo», tal como em Portugal, os dramas, os vícios e os
conflitos acabavam facilmente por se resolver, ao invés do que se passava na terrível situação
bélica que afligia o resto da Europa —, como há uma cena, sobejamente conhecida, em que
Narciso (Vasco Santana) protege as crianças, durante uma cómica zaragata, num palanque que
tem por cima escrito o nome Salazar.
40 Referimo-nos em especial — conforme já tem sido notado (ver L. de Pina, ob. cit., pp.
75‑76, e Paulo Granja, «A comédia à portuguesa…», in O Cinema sob o Olhar de Salazar…,
p. 211) — à cena em que o letreiro «OCASIÃO. 95$00. ESTADO NOVO», que se encontrava num
capote alentejano «em segunda mão», é colocado por Vasco Leitão (Vasco Santana) no traseiro
de uma velha tonta que entrara na alfaiataria de Caetano (António Silva), onde aquele estava
a namoriscar furtivamente com a sua filha Alice (Beatriz Costa).
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Mas Antero há-de ser aproveitado pelo Estado Novo, assim como em
Sardinha foi interpretado como «precursor da Contra-Revolução».
Tal sucede numa colecção bem significativa, os «Cadernos do Quadra
gésimo Ano», que celebravam os quarenta anos da «Revolução Nacional».
O texto é da autoria de João Afonso e o título é um verdadeiro programa:
Antero de Quental e o pensamento da Revolução Nacional.
Acima de tudo, o que o autor pretende revelar é um Antero de Quental
devotado à ideia da «salvar Portugal», através de uma «Revolução Nacional».
Todo o texto procura aproximar essa «ideia anteriana» de uma revolução
nacionalista e ética, da ideia que assoma em 1926 e daquela que foi depois
corporizada por Salazar. Não seriam precisas palavras expressas, mas elas
também lá estão:
63 Perfil de Salazar. Elementos para a história da sua vida e da sua época, Lisboa Edição
do autor, 1938.
64 Vida de Antero de Quental, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1942, p. 30.
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67 Portugal. Breviário da Pátria para Portugueses Ausentes, Lisboa, Edições SNI, 1946,
pp. 270-271.
68 Panorama de la Littérature Portugaise par José Osório de Oliveira. Texte et citations
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poeta, depois de um caminho de Dor que havia percorrido, julga que vale
a pena viver e que encontrou o Amor 70 . No contexto das intenções
ideologicoculturais do tempo — o livro tem na portada um texto «humanista»
e «espiritualista» de Salazar 71 — o compilador, que não foi (antes pelo
contrário) um «escritor do regime», não deixou de com ele se encontrar na
intenção de reproduzir, divulgando poesias «acessíveis e agradáveis» para o
grande público, uma concepção idealista da literatura e a noção, muito cara
ao pensamento tradicionalista, de que Portugal era uma «Pátria de Poetas»,
entre os quais Antero era um dos maiores. 72
70Poesia de ontem e de hoje para o nosso Povo ler , «Colecção Educativa», Plano de Educação
Popular, Lisboa s. d. [1957].
71 O texto de Salazar que se encontra no início do livro — assim como se depara em todas
as obras desta colecção um outro qualquer excerto da sua autoria, adequado aos diversos
conteúdos das várias obras, como que a marcar a sua doutrina orientadora — é o seguinte:
«Eu não tenho dúvidas de que o mundo se transforma, sob alguns aspectos, aos nossos olhos,
e também não as tenho de que nesse mundo, em que tudo se modifica, o que menos muda
é o próprio homem. E isso quer dizer que, passada a tormenta, é outra vez do Espírito e dos
seus valores que os Povos esperam a cura das feridas e o estabelecimento das condições da
sua vida pacífica.»
72 Cfr. ob. cit., texto introdutório da autoria de Régio, «Uma Palavra».
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73 Ver, por ex., Bernardo Gonçalves Neto e Adriano Nunes de Almeida, Língua Portuguesa
Selecta Literária para o 4.º e 5.º ano, Porto, Livraria Aviz, s.d., pp. 199-203. Ver também as
várias edições da Selecta Literária de José Pereira Tavares, «aprovada oficialmente» nos anos
trinta, quarenta e cinquenta, onde se seleccionam várias poesias de cunho espiritualista.
74 Cfr. Ensino Liceal. Reforma dos estudos e respectivos programas. Decreto-lei n.º 27.084 e
decreto n.º 27.085 de 14 de Outubro de 1936…, 9.ª edição, Lisboa, Imprensa Nacional, 1946,
e Programas das disciplinas do Ensino Liceal. Decreto n.º 37.112 de 22 de Outubro de 1948,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1948. Veja-se particularmente a parte referente à disciplina de
Português.
75 Ed. do Programa de 1936 cit., p. 136.
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27 0
77 História maravilhosa de como o grande Imperador Napoleão foi vencido em Portugal, col.
«Pátria», n.º 41, Lisboa, SNI, 1945, p. 7.
78 Panorama de la Littérature Portugaise, Lisbonne, Editions SNI, s.d., pp. 56-57.
79 História de Portugal, Porto, Livraria Tavares Martins, 1940, p. XV.
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Antero (tal como Oliveira Martins) não foi transportado para o Panteão
Nacional no fim do século XIX , ao invés do que sucedeu com o seu amigo
João de Deus, em 1896, por altura da sua morte, nem mais tarde quando
foi inaugurado o Panteão em Santa Engrácia. No entanto, naquela época
comemoracionista, mercê das concepções nacionalistas, republicanas e
80 Ver Heloísa Helena de Jesus Paulo, «‘‘Portugal dos Pequenitos’’ – uma obra ideológico-
-social de um professor de Coimbra», in Revista de História das Ideias, n.º 12, Coimbra, 1990,
pp. 395-413.
81 Cfr. Luís Reis Torgal e Amadeu Carvalho Homem, «Ideologia salazarista, ‘‘cultura popular’’
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273
86 Ver Júlio Dantas, Discurso proferido na Sessão Comemorativa do 1.º Centenário de Antero
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PS: O «Anexo ao Anexo», com que terminámos este Posfácio, que completa o
texto «Em vez de uma Bibliografia… um levantamento historiográfico», embora
com outra estrutura, poderá vir a ser publicado on-line no programa Pró Memória,
do CEIS20, a que nos referimos (supra, pp. 353-354 e 411) e que agora é dirigido
por Alda Mourão, tendo como investigadora Heloísa Paulo.
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Volume 1
Palavras prévias .....................................................................................................................15
I ntrodução .............................................................................................................................21
História da História e História da História do Salazarismo e do Estado Novo.................21
O sentido da «crise» dos inícios do século XXI e a História.. ...........................................24
A historiografia, a narrativa histórica, a ficção histórica e a
ideologia historiográfica sobre o salazarismo...........................................................29
Salazar, a «memória forjada» e os «combates pela História»..............................................41
As razões deste livro.........................................................................................................47
PARTE I
E stados N ovos . C oncepções e construção
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Volume 2
PARTE III
E stética e aparelhos culturais
Do «fim de século» ao Estado Novo
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PARTE IV
I magens e representações culturais
D o « integralismo » ao E stado N ovo
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