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05/10/2018 Lojas de Instrução | O Ponto Dentro do Círculo

13 de julho de 2018 Luiz Marcelo Viegas

Lojas de Instrução

Introdução

Há, por vezes, um grande equívoco sobre a prática e os conceitos das


instruções maçônicas em Lojas. Este ensaio tenta desfazer as incertezas
sobre o tema. No decorrer do trabalho, apresentam-se exemplos e como
devem ser desenvolvidas as instruções maçônicas. Explica-se como
funciona o sistema de instrução maçônica nas Lojas inglesas, as Lojas
de Instrução. Termina-se informando, na opinião do Autor, como
adaptar este sistema inglês à realidade brasileira.

Instrução é a formação de determinada habilidade. É o treinamento, é o


adestramento. Instrução maçônica é o treinamento de como se deve
comportar em Loja aberta, ou seja, é o adestramento do uso dos Rituais,
da liturgia maçônica. Isto é, como se habilitar nos procedimentos
ritualísticos. É a formação do Maçom. É feita, na Maçonaria inglesa,
geralmente em Lojas de Instrução. No Brasil é feita em Lojas abertas,
em Seminários e em Encontros maçônicos. Há, também no Brasil,
algumas escolas maçônicas. Instrução maçônica, conforme esta
de nição, não é educação maçônica. Educação maçônica é de nida
abaixo.

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Importante é esclarecer que as instruções na Maçonaria não são


exposição e aceitação de dogmas, isto é, doutrinas de caráter
indiscutíveis, como são instruções religiosas. Trata-se de ritualística,
simbolismo e alegorias, cujos ensinamentos e conclusões nais são de
responsabilidade e iniciativa do Maçom que está sendo instruído. Por
isso, o Maçom é um livre pensador, homem livre e de bons costumes. O
livre pensar convida ao despojamento de crenças, baseadas em
superstições e magias, as quais geram acomodações e preguiça mental.
O livre pensar demanda coragem, determinação, sede de saber,
iniciativa de quem está sendo instruído e o uso da razão na busca da
verdade. Cabe ao instrutor mostrar o caminho do saber, do alcance das
virtudes e da prática da moral. Cabe ao Maçom que está sendo instruído,
o instruendo, chegar, por seus próprios meios, pensamentos e
iniciativa, ao ensinamento nal. Ilustração clássica desse método está
na gura do Aprendiz desbastando a Pedra Bruta.

Educação maçônica é o desenvolvimento cultural do Maçom. Trata-se


de um conjunto de métodos que repassam conhecimentos sobre história
da Maçonaria, loso a maçônica, incluindo ética e moral e cultura
maçônica. Nesta de nição, não envolve estudo dos Rituais e preleções
maçônicas. O objetivo da cultura maçônica é complementar a formação
do Maçom. Normalmente é feita através de palestras, seminários,
encontros e, principalmente, leituras.

Informação é a notícia, não é propriamente instrução maçônica. É a


exposição de um fato de interesse geral a que se dá publicidade. Por
exemplo: notícias sobre outras Lojas, sobre encontros e seminários.
Informação maçônica é, portanto, a apresentação de notícias de
interesse dos membros da Loja maçônica.

Instrução Maçônica

Segundo o Irmão Joselito Romualdo Hencotte: “Um dos problemas que


mais a igem a Maçonaria atual é a prática ritualística pobre. Isto não se
refere à di culdade de ler os Rituais, mas, também, à maneira como são
praticados, de forma monótona e sem inspiração, o que implica em o
candidato não ser atingido pela mensagem das cerimônias das quais
participa. A prática ritualística é muitas vezes medíocre, e ela não
precisa ser! Uma prática ritualística mais atenta nos oferece a
oportunidade de observar melhor os nossos símbolos e as nossas
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tradições proporcionando assim um entendimento melhor sobre a


Ordem Maçônica” (Ramos & Souza Prado, 2011).

As instruções maçônicas, no Brasil, são, em geral, realizadas em Lojas


abertas. São feitas com pouco tempo de trabalho, o “tempo de estudos”,
muito limitado, em geral sem discussões e, consequentemente, muito
falhas. As instruções constam, genericamente, da apresentação de dois
ou três trabalhos, da leitura ou memorização das preleções, mas tudo
sem debates mais profundos. Muitas dúvidas persistem, por parte dos
instruendos. Os trabalhos apresentados, em geral, são cópias e, muito
poucas vezes, o Irmão em instrução coloca suas próprias opiniões sobre
o tema copiado. Raramente há discussões sobre a ritualística.

Tudo o que se faz num Ritual, as palavras, os atos, o silêncio, os passos,


tudo tem um signi cado simbólico. Poucos conhecem esses signi cados
e, o mais insensato, não está desperto ou interessado em saber o porquê
desses atos. Ou seja, não “vestem a camisa” do Ritual, lendo-o como
um autômato. Instrução maçônica é, principalmente, o adestramento
sobre ritualística e isso é pouco explorado no Brasil. Importante é
a rmar que o ritual não é um m, mas um meio para a preparação e o
desenvolvimento de virtudes, de valores e de bem viver. Através de
símbolos e alegorias.

Os Irmãos Aprendizes perguntam muito, porque têm interesse,


curiosidade e querem aprender. A resposta, em geral, é do tipo “isso eu
não posso responder” ou “tenha paciência que você vai saber nos Graus
superiores (ou mais tarde)”. Isto é um erro, pois o que não se pode dizer
ao Aprendiz são apenas palavras, sinais e toques dos Graus superiores.
Então, os questionamentos a oram sem respostas.

As instruções para Mestres Maçons são, ainda, mais de cientes e,


muitas vezes, nulas, simplesmente não existem. Certas pessoas, depois
de Iniciadas e Elevadas (Exaltadas), continuam profanas, por falta de
instrução. Muitos, chegando ao ápice da carreira maçônica,
“aposentam-se”. Em consequência dessas falhas, temos o chamado
“efeito sanfona” (o entra e sai da Maçonaria), as cisões (de Obediências
ou de Lojas), os diversos atritos e problemas existentes na Maçonaria
brasileira. Pode-se a rmar, sem erro, que todas as cisões de
Obediências ou de Lojas, originaram-se nas inadequadas instruções de
seus protagonistas.
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As instruções maçônicas no Brasil são de responsabilidade de cada Loja.


Temos cerca de 2.900 Lojas (no GOB), acrescidas das Lojas da CMSB –
Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – somada a Grande Loja
Maçônica do Rio Grande do Sul (cerca de 2.800 Lojas) e da COMAB –
Confederação Maçônica do Brasil (cerca de 1.300 Lojas) e não se tem, na
opinião deste Autor, 500 ou 600 instrutores e cientes para instruir
Aprendizes, Companheiros e Mestres. Têm-se, em verdade, cerca de
95.000 Mestres (no GOB), 120.000 Mestres (CMSB + GLMRS) e 40.000
Mestres (COMAB). Mas, muitos deles sequer tiveram instruções de
Mestre Maçom. Como fazer? Como mudar esta situação? (Brasil
aproximadamente: 7.000 Lojas e 250.000 maçons).

As instruções maçônicas deveriam ser mais regulares e frequentes.


Deveriam ser feitas em Loja fechada, quando é possível debates, réplicas
e tréplicas e questionamentos diversos. Deveriam ser feitas por
instrutores que se preparassem para tal, com planejamento prévio, sem
improvisações. Muita coisa que estão nos Rituais não estão de forma
explícita, mas demanda estudos mais aprofundados. Quando não se
sabe a resposta a um questionamento, é preferível dizer: “Não sei
responder. Vamos estudar”. Nos trabalhos escritos, além de referências
bibliográ cas, deve haver como considerações nais, a opinião original
e pessoal sobre o tema, pelo Irmão que está sendo instruído. E as cópias
de textos já existentes devem vir entre aspas e referenciadas.

Algumas Obediências têm cursos de instruções programados para


Aprendizes, Companheiros e Mestres. Mas esses cursos não são
e cientes, na maioria das vezes, e alguns são à distância. A Grande Loja
de Maçons do Estado do Rio Grande do Sul tem (em alguns Ritos)
e cientes manuais de instrução para os três Graus simbólicos. O GOB-
SP tem um e ciente programa de instrução (na verdade de educação
maçônica), dividido em três partes: Aprendiz, Companheiro e Mestre,
que circula em todo Estado: são os ERAC (Encontro Regional de
Aprendizes e Companheiros), ERACOM (Encontro Regional de
Aprendizes, Companheiros e Mestres), que existem também no GOB-
PR. A GLMMG tem a Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves
d’Almeida (*NB: com instruções para os 3 graus simbólicos no Templo
Nobre em BH e também de forma itinerante nas lojas do interior de
Minas). A Grande Loja de Santa Catarina mantém um e ciente
programa de instruções maçônicas. Provavelmente, há outros bons
programas, desconhecidos deste Autor, em outras Obediências e
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Orientes. Porém, a grande maioria desses programas, é destinada à


educação maçônica e muito pouco de instrução maçônica.

Algumas críticas sobre a necessidade de instrução ritualística são


expostas a seguir. É muito comum, no Brasil, enxertos e invenções nos
Rituais, “por ser mais bonito”. Quando há dúvidas, muitos Irmãos não
tendo conhecimento da solução, criam uma teorização, fundada no
subjetivismo pessoal, ou seja, um “achismo”. Não deve existir
“achismos” nas instruções maçônicas. Cabe ao Secretário de
Ritualística da Obediência manter severa vigilância na execução do
ritual. Ele é o responsável pela liturgia do rito e pelo ritual.

Uma grande parte dos Maçons brasileiros acredita que a instrução vai
bem. Acham su cientes os trabalhos copiados dos Aprendizes e
Companheiros. Não sentem falta da instrução de Mestre Maçom de seus
trabalhos. São Irmãos ingênuos, ainda que bem intencionados. Para eles
todos são bons e todos são Irmãos e isso basta. Neste caso, falta aos seus
Irmãos de Loja tentar abrir suas mentes para a beleza do Ritual, do
simbolismo e da Maçonaria. Muitos Irmãos acham que o Maçom, após
elevado (exaltado) Mestre Maçom, alcançou a “plenitude maçônica” e
isto basta. Se “aposentam”. O que é, evidentemente, um grande erro.

Lojas de Instrução na Inglaterra

Na Inglaterra, quase todas as Lojas têm 4 sessões ritualísticas por ano


(as vezes 5). Seguem as determinações das Constituições de Anderson.
As instruções não são feitas em Lojas simbólicas, mas feitas em Lojas de
Instrução. Lojas de Instrução são lojas formadas por uma ou mais Lojas
simbólicas; não têm Carta Constitutiva, não são
abertas ritualisticamente e seus membros (Aprendizes, Companheiros,
Mestres Maçons e os instrutores) em geral, não usam paramentos. Vale
dizer, não são Lojas. Funcionam semanal ou quinzenalmente. As
reuniões (não são sessões) de Aprendizes, Companheiros ou Mestres
Maçons são realizadas em dias distintos. Toda reunião de instrução,
em Lojas de Instrução, deve ter uma ata que é enviada à Grande Loja
Provincial (ou Distrital) para controle. Existem Lojas de Instrução,
também, nos EUA, Canadá, Austrália, África do Sul e Nova Zelândia. Na
Irlanda, as Lojas de Instrução chamam-se Class of Instructions. Talvez
também, existam em outros países que este Autor não tem
conhecimento. Na Escócia, devido a não uniformidade do ritual,
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consequência da grande autonomia das Lojas, as Lojas de Instrução
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são poucas e seus trabalhos são mais difíceis. Outra observação: na


Inglaterra, nem todas as Lojas simbólicas operam Lojas de Instrução.

Depois de iniciado o Aprendiz deve frequentar uma Loja de Instrução,


com frequência controlada pelo seu padrinho (chamado Mentor ou
Mistagogo[1]; em inglês: Mentor or Mystagogue). O Mentor, que no Rito
Schröder chama-se Garante, é o responsável pelo iniciado (responsável
pela instrução do iniciado, pela frequência na Loja de Instrução e na
Loja Simbólica e pelos metais do Aprendiz) até que o apadrinhado se
torne Mestre Maçom. O Mentor é que veri ca se o Aprendiz
(ou Companheiro ou Mestre Maçom) está bem instruído e o próprio
Mentor recomenda ao Comitê da Loja a passagem ou elevação do
candidato. Na Inglaterra não existe Comissão de Graus. Esta
recomendação feita pelo Mentor deve ser secundada por outro Mestre
Maçom que conheça a instrução feita ao candidato. (Comitê da Loja é
composto pelo Venerável Mestre, 1º e 2º Vigilantes, Tesoureiro,
Secretário, 1º e 2º Diáconos, Cobridor Externo e todos os Ex-Veneráveis
– Comitê da Loja é o board of directors). Nas Lojas de Instrução de
Mestre Maçom faz-se somente o treinamento do ritual. As preleções de
Mestre Maçom não são feitas em Lojas de Instrução e são controladas
pelo Mentor. Há uma orientação muito e ciente para o trabalho do
Mentor, feita pelas Grandes Lojas Provinciais (ou Distritais).

Os instrutores das Lojas de Instrução são, em geral, professores,


preceptores ou pedagogos (full professor, lecturer, prelector, teacher,
schoolteacher, instructor, educationalist) portanto preparados. Quase
todos têm formação ou experiência pedagógica e todos são maçons
experientes e muito bem formados.

As instruções de Aprendiz e Companheiro constam em memorizar o


ritual, discutir o ritual e seus signi cados simbólicos em detalhes,
discutir e decorar as preleções, elaborar e discutir trabalhos, etc. Os
Aprendizes e Companheiros aprendem a interpretar, representar e
encenar o ritual. As instruções são, basicamente, estudo do ritual. O
resto é deixado que o maçom tenha seu próprio pensamento
e consciência. Como a Loja de Instrução não é aberta, há muitos
debates, discussões e questionamentos; as interrupções para questões
são frequentes. Não se obriga o candidato a memorizar os rituais. Mas
para que ele, como Mestre Maçom ocupe cargos, ele deve memorizar
todas as palavras desse cargo nos três graus. Isto signi ca que o
Venerável Mestre tem, obrigatoriamente, memorizado todos os 3 rituais 6/12
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do simbolismo, incluindo iniciação, passagem, elevação, e instalação.


Na Inglaterra, Aprendizes e Companheiros não podem ter rituais
impressos. Só Mestres Maçons os têm, depois de memorizados os textos
e serem elevados.

Isso permite uma formação sobre ritualística e ciente o que torna o


Mestre Maçom estar realmente na plenitude maçônica. Esses Mestres
Maçons britânicos “vestem a camisa”, adotam a Maçonaria, lutam por
ela e são excelentes Irmãos.

Como originaram as Lojas de Instrução?

O mais antigo registro de instrução maçônica é de 1725, quando a


Ancient Society of Masons of York convocava Irmãos para instruções
maçônicas fora das Lojas. Observe: fora das Lojas. É provável que esse
sistema seja mais antigo, pois Maçons especulativos devem especular
(estudar com atenção, pesquisar, re etir, teorizar) – Beresiner, 2008.

Depois da uni cação entre a Loja dos Modernos e a dos Antigos, em


1813, a Grande Loja Unida da Inglaterra preocupou-se em uni car,
também, os Rituais. Isso aconteceu na Inglaterra e nunca aconteceu na
Escócia. A United Lodge of Perseverance, dentre as mais proeminentes
Lojas daquele período, fundada em 1818, teve, em seu Quadro, vários
dos Maçons mais cultos de então, sendo que nove destes ilustres
conhecedores da Arte foram fundadores da mais célebre de todas as
Lojas de Instrução ainda em atividade: a Emulation Lodge of
Improvement for Master Masons. A Loja de Emulação e
Aperfeiçoamento foi fundada em outubro de 1823, sob a sanção da
Lodge of Hope, nº 7 e ensinava o Ritual através das preleções, segundo o
sistema da Grand Stewards’ Lodge. Hoje, a ELOI é uma Loja de Instrução
da Lodge of Unions, nº 256, reúne-se uma vez por semana (as sextas-
feiras, entre outubro a junho, às 18:15 hs), não tem Carta Constitutiva e
seu foco é a demonstração da prática do Trabalho de Emulação. Tornou-
se a curadora o cial, em todo mundo, do Trabalho de Emulação.
Curadora é a instituição que cuida dos interesses e defende a pureza do
Ritual de Emulação. Ao contrário de outros Ritos admitidos pelo GOB, o
Ritual de Emulação é monitorado, interpretado e explicitado, para todo
mundo, exclusivamente, pela Emulation Lodge of Improvement. Esta
Loja já esteve no Brasil, em Curitiba, por duas vezes, em 2015 e 2016,
divulgando instruções para as Lojas brasileiras que trabalham em
7/12
Emulação.
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Desde o início do século XX, iniciou-se o processo de reconhecimento


das Lojas de Instrução. Um Comitê da Emulation Lodge of Improvement
aprova preceptores para as demais Lojas de Instrução e isso confere o
reconhecimento a estas Lojas. Há, sempre em junho, um Festival Anual
dos Preceptores, na verdade uma reunião anual.

As Lojas de Instrução são, na Inglaterra, uma experiência prática da


liturgia maçônica com um propósito óbvio – instrução – mas possui
uma consequência importante: a convergência de Irmãos de diversas
Lojas, proporcionando relações pessoais e sociais. Reúnem-se não
somente em templos maçônicos, mas, também, em velhas igrejas,
sinagogas ou residências de maçons.

Como adaptar o sistema de Lojas de Instrução à realidade


brasileira

O que se expõe a seguir é pensamento de responsabilidade do Autor. A


adaptação do sistema inglês para a realidade brasileira é muito simples.
Algumas reuniões administrativas podem se transformar em Lojas de
Instrução do modelo inglês. As instruções de Aprendiz, Companheiro e
Mestre Maçom poderão ser feitas em horários diferentes, no mesmo dia
da reunião administrativa. Esta forma passa apenas por resoluções da
própria Loja simbólica, podendo as reuniões administrativas
de instrução serem feitas, a convite, com a participação de várias Lojas
simbólicas. Porém, extremamente importante, os instrutores devem
estar preparados; devem estudar o assunto a ser debatido, com
antecedência e em grupo.

Deve-se evitar “achismos”; portanto, se não souberem uma questão, a


fórmula correta será: “vamos estudar e depois explicaremos”. Essas
Lojas de Instrução/reuniões administrativas podem ser mensais e
atender, exclusivamente instruções, conforme de nição deste ensaio,
ou seja, ritualística maçônica, o porquê de cada ato, palavra ou símbolo
que se faz em Loja aberta, além das preleções. Ritualística e preleções,
amplamente debatidas, discutidas e comentadas com o objetivo de
envolver de maneira profunda, aquele que está sendo instruído, os
instrutores e a Loja. Os questionamentos devem ser ilimitados, tal que
não deve permanecer nenhuma dúvida.

Obviamente, as Lojas de instruções/reuniões administrativas não


devem substituir as reuniões realmente administrativas da Loja 8/12
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simbólica.

Muitas Lojas infelizmente “perdem tempo” nas reuniões destinadas a


administração da Loja, por exemplo, discutindo o cardápio dos ágapes.
Isto pode ser de responsabilidade do Mestre de Banquetes que pode
consultar os Mestres entendidos em gastronomia fora das sessões e
reuniões administrativas.

Considerações Finais

Repetindo as palavras dos Irmãos Edson José Ramos e Cezar José Souza
Prado (Ramos & Souza Prado, 2011):

“As referências que aqui se apresentam, relacionadas às Lojas de


Instrução, cabem, muito naturalmente, a todos os Ritos que hoje são
praticados no nosso país. Não são, portanto, exclusividades da
Maçonaria Inglesa, pois se con guram como um modus pedagógico,
fornecendo caminhos de aprendizagem no que se refere às práticas
ritualísticas e como colocá-las o mais possível em nível de excelência. E
para que este modo peculiar de se instruir se torne um costume entre
Maçons brasileiros, nenhuma ação monumental faz-se necessária. Ao
contrário, basta que aos textos de nossos Rituais seja dada a
importância que eles merecem, buscando-se neles os reais signi cados
de ali estarem e, por consequência, tornando-os íntimos de nossa
melhor expressão ao pronunciá-los, evitando assim o palavreado
mecanicamente repetitivo, e oferecendo a cada palavra, a cada sinal, a
reverência devida e esperada para tornar viva a simbólica da Arte
Maçônica”.

As instruções não devem ser empurradas “goela abaixo” do Maçom que


está sendo instruído. Os instruendos devem ser incentivados pelos
instrutores para aprender mais, a alcançar, por si mesmo, pela sua
própria mente, a buscar a solução, os resultados. Por que não fazer as
instruções maçônicas ao longo de toda vida do Maçom? Não se diz que o
Maçom é um eterno Aprendiz? Por que não fazer o aprendizado
agradável e prazeroso? Por que não aguçar a curiosidade dos
instruendos?

Termina-se este trabalho a respeito da importância do estudo e da


especulação, com uma frase do escritor, matemático e lósofo francês
Bernard Le Bovier de Fontenelle (1657–1757):
9/12
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“É verdade que não podemos encontrar a pedra losofal, mas é bom que
ela seja procurada. Procurando-a, encontramos muitos segredos que
não procurávamos”. 

Autor: Walter Celso de Lima


Acadêmico da Academia Catarinense Maçônica de Letras, Cadeira 27
MI da Loja Alvorada da Sabedoria (GOB/SC), oriente de Florianópolis

Fonte: ACML News, nº02

Nota

[1] – Mistagogo era o sacerdote, na Grécia antiga, que iniciava alguém


nos mistérios eleusinos (de Elêusis).

Referências Bibliográ cas

– Beresiner, Y. “Masonic Education – Lodges of Instruction”. Pietre-


Stones Review of Freemasonry, 2008.
http://www.freemasons-freemasonry.com/beresiner1.html 
– Boller, C.E. “Instrução Maçônica”. Liberdade e amor, Or. Cassia, MG,
2014.
http://liberdadeeamorcassia.mvu.com.br/site/instrucao-
maconica/vgFiMokViTA-3/nta.aspx
– Carr, H. “O Ofício do Maçom”. São Paulo: Madras, 2012.
– Cavalcante Medeiros, M. “Imagem Pública não é Divulgação”. Revista
Rotary Brasil, 91: (1127), Maio, 2016.
– Girardi, J.I. “Educação Maçônica”. JB News 2344, mar.2017.
– Haywood, H.L. “Capítulos da História da Maçonaria”. Biblioteca.
https://bibliot3ca.wordpress.com/capitulos-de-historia-maconica-
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http://masonicworld.com/education/ les/apr02/include/william%20pr
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– Ramos, E.J. & Souza Prado, C.J. “Lojas de Instrução e “Stewards’


Lodges”. A.R.L.S. Lyceum Paranaensis nº 4046, GOB. Curitiba: ERAC,
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Freemasonry, 2009. http://www.freemasons-
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-VanSlyck, S.B. “Fifteen Points for Masonic Education”. Pietre-Stones
Review of Freemasonry, 2008. http://www.freemasons-
freemasonry.com/VanSlyck.html Acessado em 02.ago.2017.
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