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1 INTRODUÇÃO
Segundo Parkes (1973 apud Rohlfs, et al, 2000) o grande impacto psicológico
da perda de um membro é evidente e vários distúrbios emocionais surgem na
adaptação física e social: depressão, amargura, pena de si mesmo estão várias
vezes presentes em pacientes com membro fantasma.
Todavia, Matheus e Pinho (2006, p. 54) mencionam que o paciente que encara
sua nova condição não como tendo um caráter de excepcionalidade, mas como
“uma nova condição”, parece que tem mais sucesso no processo de
adaptação, pois consegue pensar e conviver com a limitação não como
sinônima de inutilidade ou de dependência total.
*Autora
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Essa realidade, conjuntamente com o interesse em aprofundar o conhecimento
sobre os sintomas e aspectos psicológicos gerados pelo processo de
amputação, bem como a busca de possibilitar uma melhor qualidade de vida a
esses pacientes, motivaram a elaboração do presente projeto de
acompanhamento psicoterapêutico.
O projeto tem como público alvo os paciente que passaram ou passarão por
um processo de amputação, mais especificamente, os pacientes que estão em
tratamento fisioterápico na Clínica Escola da Universidade Estácio de Sá em
Campo Grande (MS) entre outras.
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mudança deve ser acompanhada em vez de ser provocada.
Partindo daí, Rogers propõe uma psicoterapia que valoriza suas exigências na
pessoa do terapeuta, que deve engajar-se o mais subjetivamente possível na
relação, encontrar sua própria experiência emocional quando está com seu
paciente, mostrando-lhe um interesse incondicional. Este interesse está
fundado, como dissemos, na empatia, isto é, na compreensão dos sentimentos
do paciente. O terapeuta tem como único guia o que ele sente, por única
consigna formular o que ele crê compreender dos sentimentos do paciente.
Moro (2008 p.108) esclarece que outras técnicas também podem ser
empregadas nas psicoterapias de apoio:
Técnicas Cognitivas - O sujeito está preso “em massa” no que ele vive. É
preciso ajudá-lo, por uma distanciação reflexiva, a compreender melhor ou a
modificar suas reações. É a noção de coping que é muitas vezes utilizada
nessas situações: o “fazer face e fazer com”. Ela é útil para ajudar o paciente a
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deixar de lado reações aprendidas anteriormente, que não são adaptadas à
sua nova situação, e para “aprender” novas maneiras de comportar-se de
reagir.
Por apoio entendemos uma ação psicoterápica que tenta dar ao paciente
estabilidade ou segurança, algo assim como um respaldo ou uma bengala.
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com bom nível de funcionamento prévio e que estejam atravessando crises
agudas de qualquer natureza, como luto, doença física grave, ou doenças
crônicas incapacitantes, etc. Portanto as indicações de psicoterapias de apoio
são amplas e se referem à noção de crise, de descompensação aguda no
curso da qual o sujeito é vulnerável porque perdeu seus habituais mecanismos
de defesa. O fato que desencadeia a crise pode ser endógeno, ambiental, ou
ser a conjugação do mesmo. Como exemplo, pode se citar o estado
depressivo, o estado de estresse pós-traumático, o estado de luto complicado
(categoria diagnóstica que supõe que a pessoa é incapaz de superar esta
prova), o estado ligado a uma separação importante para o sujeito.
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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A amputação é a perda de uma parte do “EU”, em que a imagem corporal fica
comprometida e profundamente alterada. Esta alteração produz uma
desvantagem física permanente, provocando muitas vezes alterações das
necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais.
Este poema escrito entre 3500 e 1800 a.C. conta a história de uma rainha
guerreira, que com um membro inferior amputado por ferimento de guerra,
confeccionou uma prótese em ferro e retornou à batalha.
De acordo com Ephraim et. al. (2003), o paciente que passa por um processo
cirúrgico de remoção de membros sofre modificações em sua vida, sendo
afetado diretamente seu comportamento e sua maneira de agir.
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deficiência física, podendo tornar-se incapacitado, afetando suas condições de
saúde e o seu bem-estar.
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ausência de sintomatologia depressiva manifestada.
3.ASPECTOS GERAIS
Rohlfs, et al. (2000) elaboraram este estudo referente a Dor Fantasma, cujo
texto embasa a fundamentação do projeto Acolher.
Muitos casos relatam que pacientes que tiveram dor no membro antes da
amputação estão mais susceptíveis apresentar dor pós-amputação. As
características dessa dor (tipo, localização, modulação...) parecem-se muito
com a dor experimentada antes da amputação. Modulação sobre a dor
Fantasma
A experiência de um membro fantasma, doloroso ou não, varia
consideravelmente entre os indivíduos e mesmo no próprio paciente. Muitos
estímulos internos e externos modulam a dor fantasma. As zonas de gatilho
podem estender-se do mesmo lado ou do lado oposto do corpo.
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acompanhada ou não de dor, não se limita a braços e pernas. Na literatura
médica existem relatos dessas sensações em pacientes que sofreram a perda
dos seios, dentes, genitais e mesmo órgãos internos.
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3.3 DOR PERSISTENTE
Pior: quase 60% relatam sentir algum tipo de dor até dois anos depois. Uma
fração ínfima dos pacientes que sofrem dores fantasmas conseguem encontrar
alívio com quaisquer das mais de 50 terapias já propostas na literatura médica.
Em muitos casos, o incômodo sentido por esses pacientes nada mais é do que
a persistência do quadro dor causado pela patologia que determinou a
extirpação do membro. Esse fato foi observado em entrevistas com pacientes
amputados: a dor severa no membro antes de ele ser retirado apareceu com
maior fator de risco para a ocorrência de dor fantasma após a amputação.
Vítimas de fraturas graves, úlceras e queimaduras profundas ou gangrena
tendem a reviver a dor que as acometeu antes da cirurgia. É como se memória
tátil dolorosa pregressa se preservasse no cérebro mesmo depois da
eliminação da fonte corpórea que a gerou.
Recentes estudos sugerem que mesmo crianças nascidas sem pernas ou
braços podem sofrer com sensações fantasmas originadas em partes de seu
corpo que jamais existiram.
Apesar do espanto que tais achados ainda causam essas descrições não é
novidade, quer na literatura médica, quer na mitologia ou no folclore: nos
últimos 600 anos o fenômeno do membro fantasma foi descrito em detalhes
inúmeras vezes.
4 DOR FANTASMA
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queixam amargamente, vários meses após a amputação, de ainda sentirem
uma dor excessivamente forte no membro já amputado.”
A literatura raramente distingue essa dor do coto e dor fantasma. Dor imediata
após pós-operatório se segue após a maioria das intervenções cirúrgicas e a
amputação de um membro não é exceção á regra.
Estas dores podem ser facilmente engatilhadas por estimulação do coto com
agulhadas ou pressionando os neuromas. Uma variedade deste tipo de dor é
denominada “nerve storm” com ataque doloroso de até 2 dias de duração. A
dor é aguda, com disparos aumentando e diminuindo de minuto a minuto. Há
também sensação de queimação do coto pode ser iniciada por toque de luz e
se igualmente caracterizar como a síndrome da dor do coto. Em casos mais
tardios o coto podem aparecer atrofiado, frio, cianótico e suado.4.3
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Sensações:
Sensações Simples:
• Toque
• Temperatura
• Pressão
• Coceira
• Outros
Sensações Complexas
• Postura
• Comprimento
• Volume
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Sensações Simples - Sensações cutâneas do tipo formigamento, pontadas,
frio, calor, coceira são reportados. Normalmente são sensações indiferenciadas
e de localização difusa.
4.4 MOVIMENTOS
• Movimentos desejados
• Movimentos espontâneos
• Movimentos associados
Nesses casos, a extirpação cirúrgica parece ser a única coisa que alivia o
sofrimento do paciente, embora não haja dados epidemiológicos nem qualquer
histórico que indique melhora no bem-estar depois da amputação. Na tentativa
de encontrar uma opção eficaz para o tormento dessas pessoas,
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pesquisadores estão buscando, primeiro as causas desse estranho distúrbio
conhecido como o Transtorno de Identidade Corporal (TIIC) se caracteriza pelo
desejo obsessivo do indivíduo de extirpar partes do próprio corpo, geralmente
as pernas e mais raramente os braços.
Existe uma clara relação entre TIIC e perversão sexual. A maioria dos
pacientes homens é homo ou transexual. Há evidências recentes de que o
distúrbio está associado a lesões no cérebro ou em vias neurais, de origem
congênita ou decorrentes de traumas.
6 NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO
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Amputações infecciosas também têm sido menos frequentes em virtudes dos
grandes avanços laboratoriais e do desenvolvimento de medicamentos mais
específicos.
A meningite Meningocócica é uma amputação infecciosa clássica,
caracterizada por lesões cutâneas importantes que podem causar necroses
nas extremidades.
Segundo Pedrinelli (2001) estas lesões aparecem porque esta classe etária
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está mais exposta; sujeita a acidentes de trabalho, desportivos (motorizados
em particular), queimaduras, conflitos de guerra.
Estas cirurgias devem ser realizadas o mais tarde possível, á espera que o
indivíduo amadureça para participar na decisão (DOWNIE,1983). A sua causa
é frequentemente desconhecida.
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Quanto ao objetivo geral de investigar e oportunizar o acompanhamento
psicológico por meio da psicoterapia de apoio, observou-se os aspecto mais
importante é o “rapport” entre paciente-terapeuta para que o mesmo se sinta
motivado a narrar sua experiência, contanto que assim possibilite ao terapeuta
possa auxiliá-lo a resolver seus conflitos atuais trazendo conteúdos latentes
para o manifesto para que elabore a respeito, proporcionando alivio às
angústias e autoconhecimento.
Em relação aos objetivos específicos serviu para uma maior compreensão dos
processos do sofrimento dos pacientes, a aceitação da perda e mudança
corporal e a conscientização de suas potencialidades e limites.
8. CONCLUSÃO
Assim sendo, a escolha deste tema como projeto de pesquisa teve como
objetivo principal aprofundar conhecimentos sobre esse tema: compreendendo
o que é a amputação e o que acontece com o paciente antes e depois da
experiência de perda; suas classificações; as dinâmicas corretas a serem
aplicadas; sua importância no auxilio do alcance a reabilitação para o paciente
e o desenvolvimento maturacional acerca do assunto por parte da
psicoterapeuta.
É válido dizer que o paciente nem sempre está preparado ou disponível para
as intervenções do terapeuta então este recorre aos mecanismos de defesa,
para não entrar em contato com as suas frustrações quanto à perda de um
membro, e oferece uma resistência ao tratamento.
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teórico possibilitado pela revisão da literatura, basearam-se no aprendizado
ocorrida nas visitas clínicas que foram realizados no decorrer deste período.
Por fim, constata-se que a amputação é um dos temas mais importante para
serem trabalhados na Psicologia, porém ficou nítida a falta de conhecimento à
esta demanda.
9 ANEXOS
CASO I
10/9/10
Identificação:.*João Américo Ferreira
Idade:62 anos
Profissão :Militar Aposentado
O paciente foi tratado com vários medicamentos, porém o mesmo adquiriu uma
ferida no dedo do pé, segundo o paciente apesar da amputação ainda sente a
ferida. Diante disso, constatou-se a necessidade da amputação. Hoje o
paciente faz uso de uma prótese e de uma bengala, sendo que na última
sessão sentia-se mais seguro para andar sem o auxilio da muleta.
João relatou nas sessões que sente a dor fantasma, mas diz que tem que
aceitar. Esta questão foi trabalhada durante o período que recebeu apoio,
auxiliando-o a elaborar a perda .
CASO II
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Identificação
Nome:*Maria José
Idade:41 anos
Profissão: Autônoma
Estado civil: Divorciada
Filhos: 2
*Nome fictício para proteger a identidade
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Claudia; SANTOS, Franciane Domingues dos. Incidência de Dor Fantasma em Pacientes
Submetidos à Amputação de Membro Inferior. FAG-Faculdade Assis Gurgacz. Disponível em:
http://www.fag.edu.br/tcc/2007/Fisioterapia/investicacao_de_sintomas_em_pacientes_amputados_de_me
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CHIOLINO. Juliana Cristina. Histórico, Causas e Níveis de Amputações. 2010. Disponpivel em:
http://www.ebah.com.br/historico-causas-e-niveis-de-amputacoes-doc-a44062.html. Acesso em
23.08.2010.
CORDIOLI, Aristides V. et al. Psicoterapia de Apoio. in: CORDIOLI, Aristides Volpato. Psicoterapias:
Abordagens Atuais. 2ªed. Porto Alegre: Artmed. 1997 p.159
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Fisiátrica 9(2): 85-89, 2002. Disponível em:
http://www.inca.gov.br/rbc/n_52/v04/pdf/revisao_literatura5.pdf. Acesso em 23.08.2010.
ETCHEGOYEN, H. R. Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre: ed. Artes Médicas, 1987. p
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http://www.scielo.br/pdf/ape/v19n1/a08v19n1.pdf. Acesso em 10.09. 2010.
MORO, Marie Rose, LACHAL Christian. As Psicoterapias de Apoio. In. As Psicoterapias: modelos,
métodos e indicações. ed.Vozes. Petrópolis-RJ: 2008.p.106-108.
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Sociedade Brasileira de Angiologia Vascular(SBAV).Regional-RJ Trombose Venosa Profunda.Disponível
em : http://www.trombose.med.br .Acesso em :03/2/2011
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