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INTRODUÇÃO
O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, designado no
pentecostalismo clássico como "batismo com (no) Espírito Santo",
evidenciado pelo falar em "línguas", é sem dúvida alguma o tema
central nos estudos sobre a obra do Espírito no meio pentecostal
assembleiano.
Ao longo da história da Igreja, a doutrina do Batismo com (no) Espírito
Santo tem dividido pessoas, grupos, igrejas e denominações. Depois
das comemorações do centenário da história do avivamento
pentecostal da Rua Azusa em 2006, penso ser um momento oportuno
para escrever sobre o assunto.
Neste texto, o leitor poderá conhecer algo da perspectiva pentecostal
clássica e assembleiana sobre o tema, e também ter acesso às diversas
perspectivas contrárias, podendo compará-las, entre si, e com a
perspectiva pentecostal clássica, percebendo os pontos de
convergência e divergência entre elas.
Pensar a doutrina pentecostal, em vez de simplesmente reproduzi-la
acriticamente, eis o grande desafio para os herdeiros da atual e bíblica
obra do Espírito.
Fica claro, nas presentes definições, que o batismo com (no) Espírito
Santo é entendido como um acontecimento distinto da regeneração do
Espírito (At 2. 1-4; 8.12-17; 19.1-7).
Dessa forma, os que insistem que o batismo com o Espírito Santo é uma
experiência distinta da bênção da conversão, uma obra especial da graça
desfrutada por alguns e não por todos os crentes, deixam de perceber que o que
dá unidade ao corpo de Cristo é exatamente o fato de que todos os crentes
genuínos foram batizados pelo mesmo Espírito. (LOPES, 2004, p. 126)
[...] O batismo 'em um Espírito' não se refere, nem ao batismo em água, nem ao
batismo no Espírito Santo que Cristo outorga ao crente como no dia de
Pentecoste (ver Mc 1.8; At 2.4 nota). Refere-se, pelo contrário, ao ato do Espírito
Santo batizar o crente no corpo de Cristo - a igreja, unindo-o a esse corpo;
fazendo com que ele seja um só com os demais crentes. É a transformação
espiritual (i.e., a regeneração) que ocorre na conversão e que coloca o crente
"em Cristo" biblicamente.
À luz do Novo Testamento, fica claro que 1 Coríntios 12:13 não se refere
aos episódios de Atos 2:1-4; e 8:12-17. Dessa forma, a única maneira
de se conciliar a questão é entendendo a distinção entre o "batismo com
(no) Espírito Santo" do "batismo do Espírito Santo".
Quanto ao acontecimento na casa de Cornélio (Atos 10:44-47), pode-
se entender que naquela ocasião o batismo do Espírito e o batismo com
(no) Espírito Santo, podem ter acontecido simultaneamente.
Em Atos 19:1-7, embora o texto não afirme claramente que os
discípulos já haviam experienciado a regeneração, isto fica
subentendido. A negação de tal fato nos levaria a compreender o evento
da mesma forma como aconteceu na casa de Cornélio, onde
simultaneamente (ou imediatamente) a regeneração e o batismo com
(no) Espírito Santo aconteceram:
Se omitirmos o livro de Atos, ficamos face a face com o fato de que não há um
batismo do Espírito prometido, recomendado, ordenado ou sugerido no Novo
Testamento. [...] Estou chamando a atenção para o fato de que nenhum batismo
do Espírito ou qualquer experiência de crise é prometida, recomendada,
oferecida e, ainda menos, ordenada no Novo Testamento. O Pentecostes foi
prometido e há extensão disto, tal como é explicado em Atos 15:8,9. Este é um
fato histórico. Daí em diante, em nenhum lugar do Novo Testamento há
referência a uma experiência semelhante a esta como sendo a resposta.
Em sua obra, Hulse não comenta o texto de Atos 2:39, nem parece
considerar a "promessa" nos Evangelhos (Marcos 1:8; Lucas 24:49).
Diferente de Hulse, Lloyd-Jones (ibdem, p. 307) afirma:
Segundo o meu entendimento deste ensino, eis aqui uma experiência que é o
patrimônio hereditário de todo o cristão. diz o apóstolo Pedro ; 'Porque a
promessa vos pertence a vós' - e não somente a vós, mas - ' a vossos filhos, e
a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar' (Atos 2:39).
Ela não se restringe apenas àquelas pessoas no dia de Pentecoste, mas é
oferecida e prometida a todas as pessoas cristãs.
Para Stott (ibdem, p. 31): “A experiência dos 120 ocorreu em dois
momentos diferentes, simplesmente em razão de circunstâncias
históricas. Eles não poderiam ter recebido o dom pentecostal antes do
Pentecoste. Todavia, estas circunstâncias históricas há muito deixaram
de existir.”
Buscando uma posição conciliadora, o pastor e teólogo presbiteriano
Hernandes Dias Lopes (1999, p. 13) afirma que:
Estas experiências das quais eu falei até agora podem ser chamadas de
'comuns', porque se relacionam com a certeza, o amor, a alegria, e a paz que,
de acordo com a Escritura, são comuns a todos os crentes, em alguma medida.
Eu ficaria surpreso se algum leitor cristão não tivesse nenhuma noção delas.
Todavia, existem outras experiências, às quais preciso chegar agora, de caráter
mais 'incomum', por não serem parte da experiência normal do cristão que o
Novo Testamento apresenta.
Deixe-me procurar expandir o que tentei mostrar antes. O que aconteceu no dia
de Pentecoste foi que Jesus 'derramou' o Espírito do céu e, assim 'batizou' com
o Espírito, primeiro os 120 e depois os 3 mil. A consequência deste batismo do
Espírito foi que 'todos ficaram cheios do Espírito Santo' (At 2:4). Portanto, a
plenitude do Espírito foi a consequência do batismo do Espírito. O batismo é o
que Jesus fez (ao derramar o seu Espírito do céu); a plenitude foi o que eles
recebam. O batismo foi uma experiência inicial única; a plenitude porém, Deus
queria que fosse contínua, o resultado permanente, a norma. Como
acontecimento inicial, o batismo não pode ser repetido nem pode ser perdido,
mas o ato de ser enchido pode ser repetido e, no mínimo, precisa ser mantido.
Quando a plenitude não é mantida, ela se perde. Se foi perdida, pode ser
recuperada.
Neste sentido, a "experiência" pode e deve ser buscada:
“Enfaticamente, a plenitude do Espírito Santo não é um privilégio
reservado para alguns, mas uma obrigação de todos. Assim como a
exigência de sobriedade e domínio próprio, a ordem de buscar a
plenitude do Espírito é dirigida a todo o povo de Deus, sem exceção.”
(ibdem, p. 62)
Grudem (idem, p. 650-651), procurando evitar a suposta confusão em
torno do "batismo do Espírito" e o "batismo com (no) Espírito Santo", diz
que alguns termos seriam mais apropriados para o segundo. Dessa
forma, ele sugere "um grande passo de crescimento", "nova
capacitação para o ministério" e " ser cheio do Espírito Santo". Este
último, para Grudem, é "o melhor termo a ser usado para descrever
genuínas 'segundas experiências' hoje (ou terceira ou quarta
experiência, etc.)".
Para sustentar seu argumento, Grudem cita Efésios 5:18, e afirma que
o verbo "enchei-vos" (gr. plerousthe), por encontrar-se no presente do
imperativo, poderia ser traduzido de modo mais explícito por "sejam
continuamente cheios pelo Espírito". Nessa perspectiva, o batismo com
(no) Espírito Santo perderia o caráter de evento único, podendo ser
experienciado diversas vezes na vida do cristão.
Ainda sobre o uso de "ser cheio do Espírito Santo" em lugar de "ser
batizado com (no) Espírito Santos", Marshall (1982, p. 69) afirma a
expressão ficaram "cheios" se emprega tanto ao revestimento inicial do
Espírito para capacitá-las para o serviço de Deus (Atos 9:17; Lucas
1:15), quanto para descrever o processo contínuo de ser estar cheio
(Atos 6:3; 7:55; 11:24; Lucas 4:1). Dessa forma, uma pessoa que já está
cheia do Espírito, pode receber contínuos enchimentos. Neste caso,
não teríamos um batismo com (no) Espírito Santo, mas, a possibilidade
de um cristão experienciar vários batismos. Pfeiffer e Harrison (1987, p.
242), concordam com este argumento, e escrevem que "O enchimento
com o Espírito foi muitas vezes repetido [...]".
Na Bíblia de Estudo Pentecostal (ibdem, p. 1818), a nota de rodapé
sobre Efésios 5:8 diz que:
CONCLUSÃO
[...] o que é o batismo do Espírito Santo? Ora, segundo alguns, como já vimos,
realmente não existe dificuldade alguma sobre isso. Dizem que ele é
simplesmente uma referência à regeneração e nada mais. É o que ocorre com
as pessoas quando são regeneradas e incorporadas em Cristo, segundo Paulo
ensina em 1 Co 12.13: 'Pois em um só Espírito fomos todos batizados'. Vocês
não podem ser cristãos sem ser membros desse corpo, e vocês são batizados
nesse corpo pelo Espírito Santo. Portanto, dizem, esse batismo do Espírito Santo
é simplesmente a regeneração. Quanto a mim, porém, não posso aceitar tal
explicação, e aqui é onde nos agarramos diretamente com as dificuldades. Não
posso aceitar isso porque, se eu cresse nisso, teria de crer que os discípulos e
os apóstolos não haviam sido regenerados até o dia de Pentecoste - suposição
essa que ao meu ver é completamente inadmissível. [...] Teríamos também de
dizer que os samaritanos, a quem o evangelista Filipe pregou, não foram
regenerados até Pedro e João descerem a eles. (idem, 304-305)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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