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VOTOS

2º TRIMESTRE • 2010 • Nº 291


ALERTA
DESVIO

DESVIO
ROUBO
TRIUNFO
HONRA

MAIS JUÍZO
VOLTA TRIUNFO
ROUBO
QUE
PALAVRAS ENSINO ALERTA
TEMOR

O QUE DEUS FALA AO SEU POVO


ATITUTDE
POVO
VOTOS

DESVIO TRIUNFO
HONRA DESVIO

TRAIÇÃO
VOLTA ROUBO
ATITUTDE

TEMOR
DESVIO

FALA
DEUS

POVO
ATITUDE
ALERTA TRAIÇÃO
VOTOS

HONRA
MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA
————————————————————————————
Transformar as pessoas
em discípulas de Cristo,
através do ensino e da prática
da palavra de Deus.

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B ÍBLICAS
LIÇÕES

2º TRIMESTRE – 2010 – Nº 291 REVISTA PARA ESTUDOS NAS ESCOLAS BÍBLICAS

Copyright © 2010 – Igreja Adventista da Promessa


Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor Genilson S. da Silva

Conselho Editorial Adelmilson Júlio Pereira


Aléssio Gomes de Oliveira
Ednei Rodrigues Brito
Genilson S. da Silva
José Lima de Farias Filho
Manoel Pereira Brito
Otoniel Alves de Oliveira
Sebastião Lino Simão
Valdeci Nunes de Oliveira

EXPEDIENTE

REDAÇÃO Capa Farol Editorial e Design

Jornalista responsável Pr. Elias Pitombeira de Toledo Seleção de hinos Silvana A. de Matos Rocha
MTb. 24.465 Leituras diárias Eleilton William de
Redação e preparação Alan K. Pereira Rocha, Eleilton Souza Freitas
de originais William S. Freitas, Eudoxiana Atendimento e tráfego Geni Ferreira Lima
Canto Melo, Genilson S. da Silva,
Fone: (11) 2955-5141
Jailton S. Silva, José Lima de
Farias Filho, Valdeci Nunes de Assinaturas Informações na página 96
Oliveira, Virginia Ronchete David.

Impressão
Revisão de textos Eudoxiana Canto Melo
Editoração Marcorélio Murta Gráfica Regente
Paula S. Peres Av. Paranavaí, 1146 – Maringá, PR – Fone: (44) 3366-7000

REDAÇÃO – Rua Boa Vista, 314 – 6º andar – Conj. A – Centro – São Paulo – SP – CEP 01014-030
Fone: (11) 3119-6457 – Fax: (11) 3107-2544 – www.portaliap.com – secretariaiap@terra.com.br

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S

SUMÁRIO

ABREVIATURAS 4
APRESENTAÇÃO 5

1 Afeto 6

2 Honra 12

3 Votos 19

4 Temor 25

5 Atitude 32

6 Ensino 39

7 Desvio 46

8 Traição 53

9 Juízo 60

10 Volta 67

11 Roubo 74

12 Triunfo 80

13 Alerta 87

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ABREVIATURAS DE LIVROS DA BÍBLIA
UTILIZADAS NAS LIÇÕES
ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
Gênesis Gn Mateus Mt
Êxodo Ex Marcos Mc
Levítico Lv Lucas Lc
Números Nm João Jo
Deuteronômio Dt Atos At
Josué Js Romanos Rm
Juízes Jz I Coríntios I Co
Rute Rt II Coríntios II Co
I Samuel I Sm Gálatas Gl
II Samuel II Sm Efésios Ef
I Reis I Re Filipenses Fp
II Reis II Re Colossenses Cl
I Crônicas I Cr I Tessalonicenses I Ts
II Crônicas II Cr II Tessalonicenses II Ts
Esdras Ed I Timóteo I Tm
Neemias Ne II Timóteo II Tm
Ester Et Tito Tt
Jó Jó Filemon Fm
Salmos Sl Hebreus Hb
Provérbios Pv Tiago Tg
Eclesiastes Ec I Pedro I Pe
Cantares Ct II Pedro II Pe
Isaías Is I João I Jo
Jeremias Jr II João II Jo
Lamentações Lm III João III Jo
Ezequiel Ez Judas Jd
Daniel Dn Apocalipse Ap
Oséias Os
Joel Jl
Amós Am
Obadias Ob
Jonas Jn
Miquéias Mq
Naum Na
Habacuque Hc
Sofonias Sf
Ageu Ag
Zacarias Zc
Malaquias Ml

ABREVIATURAS DE TRADUÇÕES E
VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS NAS LIÇÕES
BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje BV – Bíblia Viva
RA – Revista e Atualizada BJ – Bíblia de Jerusalém
RC – Revista e Corrigida TEB – Tradução Ecumênica da Bíblia
NVI – Nova Versão Internacional NTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

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APRESENTAÇÃO

Esta nova série de lições nos leva de volta a um livro do Antigo Tes-
tamento. A última lição que se baseou em um livro desta parte da Bíblia
foi: No princípio: estudos baseados no livro de Gênesis, estudada há exa-
tamente um ano.
O livro base desta série que você tem em mãos é Malaquias, um dos
profetas menores. E o seu título é: Mais que palavras: o que Deus fala ao seu
povo. O Deus do livro de Malaquias é o Deus que fala.
A expressão “diz o Senhor dos Exércitos” ocorre 21 vezes no livro, na
versão Revista e Corrigida. Isso dá uma média de 5 ocorrências por capí-
tulo. Mas, se você pegar o livro e contar a quantidade de palavras faladas
por Deus, ficará ainda mais impressionado.
O que Deus fala, por intermédio do profeta Malaquias, não é a favor do
seu povo: é contra ele! A fala de Deus não é uma fala de consolo, mas de
profundo confronto e pesada censura. Deus está bravo e irado com o seu
povo, que já não o ama mais.
Depois dessa fala aguda, Deus se cala, e se cala por quatrocentos anos!
Mas o que Deus fala nessa última fala? Deus fala sobre “afeto”, “honra”,
“votos”, “temor”, “atitude”, “ensino”, “desvio”, “traição”, “juízo”, “volta”, “rou-
bo”, “triunfo” e “alerta”.
Que a nossa atitude diante do Deus que fala seja não a do povo de
Israel, que zombou da fala de Deus, mas a do filho de Ana, que disse: Fala,
Senhor, que o teu servo ouve! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que
Deus fala ao seu povo!

Ao Rei eterno, sejam dadas a honra e a glória para todo o sempre!


Amém!

Pr. Genilson S. da Silva


Diretor do Departamento de Educação Cristã

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1
3 ABR 2010
Afeto
Hinos sugeridos: BJ 50 – CC 07 / BJ 259 – MV 150

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 28 de março...............Ml 1:1-5 Ensinar o estudante da Escola
Segunda, 29............................Gn 25:19-27 Bíblica a não questionar o
amor soberano de Deus, não
Terça, 30................................... Gn 25:18-34
desprezar o amor corretivo
Quarta, 31.................................. Gn 27:1-13
de Deus e não recusar o
Quinta, 1 de abril..................Gn 27:14-29
amor gracioso de Deus.
Sexta, 2......................................Gn 27:30-41
Sábado, 3......................................Rm 9:1-18

TEXTO BÁSICO: Eu vos tenho amado, diz o Senhor (...). Não foi Esaú
irmão de Jacó? – disse o Senhor; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a
Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação. (Ml 1:2-3a)

INTRODUÇÃO: Malaquias inicia sua tarefa sem se apresentar. Preferiu


ser somente um simples mensageiro. Aliás, esse é o significado do seu
nome. Sua origem, seu nome e sua história não eram mais importantes
que a palavra proferida por Deus. “Queria ser fiel e não famoso”.1 Usando
o método literário de perguntas e respostas, ele expõe os pecados da
geração pós-exílio. Eles haviam reconstruído o templo com todo fervor,
mesmo diante de hostilidades. Mas, quase sessenta anos depois deste
evento, a indiferença já tomava conta do povo de Deus.2 É nessa época
de fé acomodada que vive Malaquias. Ele seria o último profeta antes
que a voz divina se calasse por um período de 400 anos. Nesta lição,
veremos o primeiro diálogo divino da profecia.3

1. Lopes (2006:15).
2. Pape (1982:127).
3. Wilkinson; Boa (2000:320).

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I. FALA, SENHOR!
O ânimo espiritual do povo de Israel já não era o de antes. As reformas
no Templo e no muro, realizadas por Esdras e Neemias, respectivamente,
já haviam sido esquecidas, bem como sua influência sobre o entusiasmo
espiritual que marcou aquele tempo. Ter um relacionamento íntimo com
Deus havia se tornando irrelevante para o povo. O retrato do povo era de
ceticismo e sonolência espiritual. Com base neste contexto de degenera-
ção da fé, hipocrisia, indiferença, infidelidade, falso culto e arrogância, é
que este diálogo acontece. Um diálogo que serviria para exprimir o afeto
de Deus para com o seu povo.
1. Eu vos tenho amado: Esta é a primeira afirmação de Deus a Israel. Que
forma mais expressiva e sugestiva para o início de uma conversa! É assim
que Deus inicia seu diálogo, declarando seu amor deliberado e imutável por
seu povo. Apesar do marasmo espiritual de Israel, Deus afirma seu amor
contínuo. Observe a expressão “tenho amado” que caracteriza a continui-
dade e eternidade desse amor. Era como se Deus dissesse: “Olhe para nossa
história. Eu os amei ao longo de todos estes anos, a despeito de tudo o que
vocês fizeram”. Isso, provavelmente, se constitui um apelo para que se desfi-
zesse a barreira da descrença, e uma tentativa de encorajamento.
Mas numa pergunta que beira a audácia “Em que nos tens amado?”,
Israel questiona a veracidade do incondicional amor de Deus. Observan-
do a realidade da própria nação presumia que Deus não o amava; por
isso não mais correspondia a esse amor. Ingratos, os israelitas começaram
a questionar a providência de Deus em seu favor, e se realmente valia a
pena continuar a servi-lo. Esses pensamentos foram exteriorizados em
rituais vazios, trapaças nos dízimos e ofertas e indiferença para com os
mandamentos.4 Deus os disciplinou, mas não viram nisso o amor, como
de um pai que ensina o filho; ao contrário, sentiram-se injustiçados. A
insensibilidade levou-os a questionar o inquestionável amor divino.
2. Não foi Esaú irmão de Jacó?: Vamos relembrar a história. Isaque
orou ao SENHOR em favor de sua mulher, porque era estéril. O SENHOR
respondeu à sua oração, e Rebeca, sua mulher, engravidou (Gn 25:21). Re-
beca teve gêmeos bem diferentes: Esaú, o primogênito, e Jacó, que nas-
ceu com a mão agarrada ao calcanhar do irmão. Ambos cresceram e, sem

4. Idem, p. 322.

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dúvida, cometeram graves erros. Esaú, sendo o mais velho, estava em
vantagem para herdar as bênçãos da aliança feita por seu avô, Abraão.
A Bíblia não afirma que Jacó era merecedor do amor divino ou que agra-
dava mais a Deus do que seu irmão. Mas o fato é que Esaú rejeitou seu
direito de primogenitura facilmente, ao vendê-lo a Jacó. Não deu a devida
importância e valor às bênçãos oferecidas por Deus. É evidente que Deus
não aprovou a malandragem cometida por Jacó, pois, como dissemos an-
teriormente, ele não tinha qualquer mérito por ser alvo do amor de Deus. A
despeito de sua insignificância (Dt 7:7-8), o Senhor o amou e achou por bem
fazer de sua descendência um povo escolhido. Em sua soberania intocável,
ele escolheu Jacó.5
3. Amei a Jacó, porém aborreci a Esaú: Desatento ao amor divino, o
povo precisava de evidências que o comprovassem. Então, Deus relembrou
ao povo que seu amor foi traduzido em ações constantes através da história.
Mesmo tendo Jacó enganado seu irmão e mentido a seu pai, Deus o amou
de forma paciente e fez de sua descendência um povo especial. Este, da
mesma forma, voltou-se contra Deus, provocou inúmeras vezes a sua ira.
Ainda assim, o Senhor nunca desamparou seu povo, mas permaneceu fiel a
sua aliança, em cada momento da história.
A expressão “aborreci a Esaú” não se refere a um destino eterno de Esaú.
Simplesmente significa que Deus escolheu Jacó, em vez de Esaú, para ser
aquele através do qual a nação de Israel e o Messias viriam. Deus também
permitiu a Esaú formar uma nação, Edom, que, por sua vez, se tornou gran-
de inimiga de Israel e viveu uma vida profana e pecadora.6 Por escolher a
Jacó e sua descendência, Deus cuidou deles de um modo especial. O abor-
recimento divino consiste em que Deus escolheu perpetuar a linhagem do
povo escolhido por meio de Jacó e não de Esaú.7
4. E fiz dos seus montes uma assolação: Tal como seu pai, Esaú, que pre-
feriu comida ao direito de primogenitura, seus descendentes tinham outras
preferências ao invés das espirituais. O sistema de valores de Esaú estendeu-
se a toda a sua descendência. Jacó e Esaú haviam se reconciliado, mas a
amizade restaurada não perdurou aos seus descendentes. Instaurou-se uma
rivalidade por parte dos edomitas, que se tornaram irracionais e extrema-
mente perigosos para Israel. Desgraças e matanças foram os resultados da
hostilidade. Para confirmar, leia um dos episódios: Nm 20:14-21.

5. Baldwin (1982:185).
6. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (1995:1200).
7. Pfeiffer; Harrison (2001:378).

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A antipatia era tão profunda que desejavam ardentemente a ruína da na-
ção irmã. Inclusive contemplaram alegres a destruição de Jerusalém, quando
o povo foi capturado. O bem-estar do povo escolhido dependia da derrota
destes inimigos. Israel desejava o favor divino, a fim de melhorar as circuns-
tâncias de sua vida. Seu pedido foi atendido, e a profecia de Joel se cumpriu:
“... Edom se fará um deserto assolado, por causa da violência que fizeram
aos filhos de Judá, em cuja face derramaram sangue inocente” (3:19).8 De-
vido sua arrogância, não ficaram imunes; para eles não houve restauração.
O amor de Deus por seu povo é um amor declarado que se manifesta ao
longo de toda a sua história. A insensibilidade do povo os levou a duvidar
da autenticidade do amor divino e, consequentemente, a praticar um culto
insincero. Mas, mesmo com toda a depravação moral e espiritual do povo,
Deus o amou continuamente e tratou de evidenciar seu amor. Deus afirmou
que o havia escolhido para ser uma nação especial e que o amaria indepen-
dentemente de sua insensibilidade e ingratidão. Vejamos a seguir, qual deve
ser nossa postura perante o imutável amor de Deus.

1. Leia Malaquias 1:2 e responda: Que características do amor divino o


primeiro comentário da lição nos oferece?



2. Com base no segundo comentário, responda: Que vantagens Jacó


tinha para ser escolhido por Deus? (Dt 7:7-8).



3. Após a leitura do terceiro comentário, explique a expressão “amei a


Jacó, porém aborreci a Esaú”.



8. Coelho Filho (1994:24).

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4. Qual foi a consequência da hostilidade de Edom sobre Israel? (Jl 3:19).

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Não questione o amor soberano de Deus.
Após muitos anos de exílio, Deus permitiu que o seu povo retornasse
para Jerusalém. Com o auxílio divino, Israel9 também pôde reconstruir o
Templo e os muros de sua terra. A volta foi acompanhada por uma reno-
vação espiritual marcante. Contudo, com o passar do tempo, o fervor da
renovação se perdeu. O povo se tornou indiferente. Com rituais vazios,
expressava uma fé oca. Entretanto, apesar de tudo isso, o Senhor dis-
se: Eu sempre vos amei (Ml 1:2). Que declaração formidável! Apesar dos
pesares, Deus nos ama. Essa é uma verdade que transcende gerações!
Como entender tão grande amor? Por mais que tentemos, nunca iremos
conseguir. O amor dele por nós é soberano e incondicional. Ele nos ama,
e ponto. É livre e escolheu amar-nos.

5. Leia a primeira aplicação e fale sobre o amor soberano de Deus.


Temos direito de questioná-lo?



2. Não despreze o amor corretivo de Deus.


Israel se alegrava quando Deus trazia o julgamento para outras na-
ções. Entretanto, não aceitava quando a disciplina lhe era direcionada.
Como um pai que ama seu filho, Deus corrige seu povo, a fim de direcio-
ná-lo ao caminho certo. Aceitar a disciplina divina implica uma postura
de humildade. Ela não é motivo para o desânimo, mas de encorajamento,
porque nos conduz à restauração (Hb 12:5-6). Você se considera um filho

9. Apesar de Malaquias se referir a “Israel”, trata-se, na verdade, da nação de Judá, Reino do


Sul. Israel, Reino do Norte, dispersou-se, depois de exilado, e não mais voltou a ser uma nação.

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de Deus? Sujeite-se à disciplina de seu Pai! Não a despreze; ela é prova
do seu amor: pois o Senhor disciplina a quem ama (Hb 12:6a – NVI).

6. Leia a segunda aplicação, Hb 12:5-6 e responda: O que o fato de Deus


nos corrigir prova? Como devemos reagir ao seu amor corretivo?

3. Não recuse o amor gracioso de Deus.


O amor de Deus se manifestou a Jacó antes de ele nascer. Ele e seu
irmão, Esaú, haviam nascido em pecado e cometeram pecados graves.
Nem eles nem seus pais e avós mereciam coisa alguma da parte de Deus.
Todavia, Deus, por pura graça, escolheu amar Jacó. Da mesma forma,
ele nos amou, não porque previu que creríamos nele. A fé que temos
nele é consequência desse imenso amor. O amor divino se manifestou a
nós quando éramos escravos do pecado: Cristo morreu por nós quando
ainda éramos pecadores (Rm 5:8). Não temos mérito algum por sermos
alvos desse amor. Não havia nada em nós que pudesse despertar esse
amor em Deus. Por isso, não o recusemos!

7. Leia a terceira aplicação, Rm 5:8 e diga: Quando o amor de Deus


se manifestou a nós? Qual deve ser a nossa atitude em relação a
esse amor?

CONCLUSÃO: Não tenhamos os olhos fechados para o amor de Deus.


Ao contrário, como a nação escolhida para anunciar a Jesus Cristo, faça-
mos isso com alegria. Lembremos que nós, povo escolhido, não temos
qualquer autoridade para chamar o mundo perdido ao arrependimento,
antes de acertarmos nossa vida com Deus. Sendo o povo que conhece
a verdade acerca do arrependimento e da salvação, concertemos nossa
vida diante de Deus, a fim de proclamar as boas novas. O amor de Deus
pelo pecador precisa ser anunciado com vivacidade. Gratos, retribuamos
seu infinito amor!

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2
10 ABR 2010
Honra
Hinos sugeridos: BJ 02 - HC 135 / BJ 234 – SH 392

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 4 de abril.................. Ml 1:6-13 Conscientizar o estudante de
Segunda, 5...................................Ex 20:1-12 que precisa honrar o nome de
Deus, aceitando sua correção,
Terça, 6....................................... Ez 34:20-23
lembrando sua salvação e
Quarta, 7.............................................. Sl 279
obedecendo à sua palavra.
Quinta, 8..................................................Sl 34
Sexta, 9...........................................Ap 5:1-14
Sábado, 10...................................Rm 13:1-7

TEXTO BÁSICO: O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se


eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o
respeito para comigo? — diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó
sacerdotes que desprezais o meu nome. (Ml 1:6)

INTRODUÇÃO: Em janeiro deste ano, o Presidente do Brasil, Luiz


Inácio Lula da Silva, foi honrado pelo Fórum Econômico Mundial com
o prêmio de Estadista Global. Ele não precisou bradar ou escrever
um manifesto reivindicando esse reconhecimento, mas foi honrado,
mesmo não sendo perfeito como chefe de Estado. Agora, voltemo-
nos para a Bíblia e vamos deparar com um quadro bem diferente:
Através de Malaquias, o próprio Deus, que é perfeito em tudo, teve
de bradar aos seus sacerdotes, reivindicando a honra que lhe estava
sendo negada, e eles sequer reconheciam que o desonravam! É sobre
esta difícil situação espiritual que vamos tratar neste estudo, com
base em Ml 1:6.

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I. FALA, SENHOR!
Em Malaquias 1:6, o Senhor se dirige especificamente aos sacer-
dotes. Contudo, o que ele lhes disse, hoje, vale para todos os que
crentes, pois, em Cristo, que é nosso Sumo Sacerdote (Hb 9:11), fo-
mos feitos sacerdócio real (1 Pe 2:9). Isso se chama sacerdócio uni-
versal dos crentes, uma verdade bíblica que foi resgatada na Refor-
ma Protestante e tem tudo a ver com o que vamos tratar aqui. Este
estudo mostrará que honrar o nome de Deus é responsabilidade de
todos que foram aceitos pelo Pai através de Jesus Cristo. Vamos,
então, refletir sobre o que o Senhor tem a nos dizer.
1. O filho honra o pai: Por que o filho deve honrar o pai? Porque
se trata de um princípio de amor e de justiça. Todo filho deve grati-
dão a um pai amoroso pelo cuidado que este lhe dispensa. Por isso,
nada há mais justo que o honrar. E é este o sentido do verbo he-
braico ‫( כבד‬kabad), traduzido pelo verbo “honrar”, neste versículo:
tornar honrado, glorioso, importante. Tanto é verdade esse princípio
para as relações entre pais e filhos que o quinto mandamento do
decálogo divino é: Honra teu pai e tua mãe (Ex 20:12). Deus sempre
fora um pai amoroso para Israel, mas este o havia abandonado e o
tratava injustamente.
Neste sentido, através de Malaquias, o Senhor faz um protesto: Se
eu sou pai, onde está a minha honra? (v.6). Nessa reclamação, Deus
reivindica para si o afeto e a intimidade de seus filhos, porque, pri-
meiramente, ele os ama como pai e deseja se relacionar com eles.
Amar é sua especialidade. Por isso, a queixa divina é que os sacer-
dotes não o honravam porque não o amavam. E honra, sem amor,
não é honra: é ofensa. Considerando isso, existimos para a glória de
Deus e para seu deleite. Se não o honramos com amor sincero, nós
o estamos ofendendo e lhe roubando o que lhe é de direito.
2. E o servo, ao seu senhor: Aqui, Deus apela para outro tipo de
relacionamento: o servo para com o senhor. Percebemos que há um
verbo implícito, que mais parece ser o verbo “temer”, não o verbo
“honrar”. Neste caso, teríamos: um servo teme ao seu senhor, tradu-
ção apresentada pela Bíblia de Jerusalém. “Temer” é respeitar, re-
verenciar, atitudes que um servo deve ter para com seu senhor. Era
o que Deus esperava de Israel. Contudo, em outros tempos, nem a
Faraó os israelitas haviam tratado com tal desrespeito, tampouco

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afrontavam o governador que o rei da Pérsia havia, agora, colocado
sobre eles (v. 8).
Aqueles sacerdotes portavam-se como servos ingratos que se re-
belam contra um senhor que os adota como filhos e sempre os trata
com respeito. Daí a queixa divina: E, se eu sou senhor, onde está o res-
peito para comigo? O mais grave é que não afrontavam a um senhor
qualquer, mas àquele que, antes de tudo, era pai para Israel. Atente
bem para isto: Deus não é um senhor orgulhoso, que precisa de ser-
vos bajuladores para ser quem é. O nome dele é e sempre será santo,
quer o reconheçamos, quer não. Na verdade, ele não está buscando o
seu próprio bem, mas o nosso: quer que o honremos como ele mere-
ce, porque nos quer fazer benditos em seu santo nome.
3. Diz o Senhor dos Exércitos: O próprio Deus se apresenta como
Senhor, que é uma tradução para o nome hebraico: ‫( יהוה‬Yahweh).
Esse é o nome próprio de Deus. Você percebe a gravidade do que
aqueles sacerdotes estavam fazendo? Ao desrespeitar o nome de
Deus, estavam desonrando a pessoa do Altíssimo.1 A cada ritual, eles
o invocavam com desprezo e ainda reivindicavam inocência: Em que
desprezamos nós o teu nome? Mas o Senhor não os tinha por inocen-
tes, pois a condenação era e é a sentença decretada no terceiro man-
damento do decálogo a quem desrespeita o nome de Deus (Ex 20:7).
Não é sem razão que o nome próprio de Deus, em Malaquias 1:6,
vem acompanhado de um atributo: SENHOR dos Exércitos. Apresen-
tar-se apenas como S já seria suficiente para despertar temor, mas
Deus se mostra como SENHOR dos Exércitos para deixar claro que é
autoridade máxima, aquele que dá as ordens, que sabe dirigir bem
seu exército de fiéis. Mas longe de querer despertar medo, ele quer
despertar reverência. Mais ainda: o Senhor queria e quer encorajar
seu povo a confiar em sua palavra, pois, como SENHOR dos Exércitos,
seus meios são infalíveis; seu poder, indestrutível. Ele é aquele que
peleja e vence toda e qualquer batalha. Por isso, merece toda honra!
4. Que desprezais o meu nome: Tratar alguém com desprezo é
agir diante dessa pessoa como se ela não existisse e fazê-la sentir-
se desvalorizada. Agora, observe o que Deus diz acerca dos seus
sacerdotes: ... ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Aqueles lí-
deres estavam tão acostumados ao seu ofício que o consideravam

1. Cf. Coelho Filho, I. G. (1994:31).

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um serviço qualquer. O serviço sacerdotal tornara-se uma profissão
em que não tinham prazer. Era assim que desprezavam o nome de
Deus: ignorando-o, descartando-o de suas vidas, agindo como se
ele não pudesse ver, falando como se ele não pudesse ouvir, pensan-
do, como se ele não pudesse saber.
A forma mais ofensiva de se tratar Deus é fazer de conta que ele
não existe, e, quando não dá para fazer de conta, agir como se ele
fosse uma pessoa qualquer, tratá-lo com banalidade. Foi nesse laço
que os sacerdotes de Israel caíram e que nós corremos o risco de
cair, se perdermos a noção de que estamos lidando com um Deus
Santo e de que todos os princípios que ele nos deu devem ser le-
vados a sério. O Senhor jamais aceitará ser tratado por nós como
alguém comum. Por isso, deixou bem claro em sua palavra: ... eu sou
Deus e não homem; o Santo no meio de ti (Os 11:9).
Não podemos negar, portanto, que há perigo em nos acostumar-
mos com a santidade de Deus, em lidarmos com o que é sagrado
de maneira desinteressada, relaxada e irreverente. Isso diz respeito
à nossa maneira de cultuar a Deus e tudo o mais que pensamos,
falamos e fazemos. Ele é nosso Pai e nosso Senhor, merece ser hon-
rado e temido. Deus não nos gerou e nos comprou através de Jesus
Cristo para satisfazer nossos caprichos, mas para que seu nome seja
honrado em nossas vidas. Honrá-lo deve ser nossa prioridade. Sen-
do assim, os três princípios que estudaremos a seguir podem nos
auxiliar nessa nobre missão.

1. A partir de Ml 1:6 e do item 1, explique por que Deus apresenta


como primeira queixa o exemplo de relacionamento entre o filho e
o pai?



2. Com base no mesmo texto bíblico e no item 2, explique a relação


entre o respeito de um servo para com o senhor e o nosso
temor para com Deus.



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3. Leia Ex 20:7, o item 3 e responda: Quais as implicações do
desrespeito para com o nome de Deus e por que o Senhor se
apresenta aos sacerdotes de Israel como SENHOR dos Exércitos?

4. A partir de Ml 1:6; Os 11:9 e do item 4, responda: O que significa


desprezar o nome de Deus e qual a gravidade disso?

II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Aceitar a correção de Deus é honra que ele merece.
Antes de qualquer coisa, Deus nos ama como pai. Isso implica que
ele é digno de honra por nos ter gerado. Além do mais, implica que
seu amor paterno não o deixa sossegar, ao nos ver praticando o erro.
Por isso, ele nos disciplina para nos corrigir. Sendo assim, em atitude
de filhos humildes, devemos receber sua correção sem murmuração,
confiando que é executada por aquele que não somente quer, mas
sabe o que é melhor para nós. Precisamos lembrar que, se somos
corrigidos, é porque somos filhos legítimos e amados (Hb 12:8). Que
o temor do Senhor nos livre da atitude atrevida e arrogante dos sa-
cerdotes de Israel, que reclamavam inocência. Honremos o Senhor
com um coração humilde.

5. Leia a primeira aplicação e responda: O que tem a ver aceitar a


correção de Deus com honrar o nome de Deus?

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2. Lembrar a salvação de Deus é honra que ele merece.
Israel tinha uma história de salvação que o Senhor sempre fez questão
de lembrar-lhe (Lv 19:36, 22:33; Nm 15:41; Js 24:5; Jz 6:8). Mas a resposta
do povo e dos sacerdotes era a ingratidão. Se eles lembrassem como
haviam sido libertos, não deixariam de temer ao Senhor. Da mesma for-
ma, se mantivermos viva em nossa memória a grande salvação que re-
cebemos gratuitamente de Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso fervor
em segui-lo e servi-lo aumentará. Ninguém mais nos amou a ponto de
nos entregar seu único Filho: Só ele! Por isso, é impossível lembrarmos e
valorizarmos a mensagem da cruz sem que sejamos tomados pelo temor
e pela reverência que nosso Deus merece.

6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que honramos o nome de


Deus, ao lembrarmos a sua salvação?

3. Obedecer à palavra de Deus é honra que ele merece.


A desobediência dos sacerdotes de Israel era consequência do es-
friamento de seu amor por Deus. Eles não mais o consideravam digno.
Portanto, não viam a necessidade de oferecer um culto que o honrasse.
Assim, apresentavam pão imundo diante do altar (Ml 1:7). Precisamos
nos conscientizar de que nosso relaxo em relação às coisas de Deus e
nossa desobediência à sua palavra têm uma causa mais profunda: ele
deixou de ser importante para nós. Só quem o ama guarda a sua pa-
lavra (Jo 14:21); só quem o honra tem o desejo de fazer o melhor para
ele. É hora de pedirmos que o Senhor renove nossa fé em seu nome e
nos ajude a obedecer-lhe.

7. De acordo com a terceira aplicação, qual a causa mais profunda da


desobediência a Deus e por que obedecer ao Senhor é honra para ele?

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CONCLUSÃO: A respeito do que estudamos nesta lição, não resta dú-
vida de que Deus quer e merece ser tratado com reverência. O seu nome
está acima de todo nome, porque também debaixo do céu nenhum outro
nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4:12). O
nome do nosso Deus é santo. Isso é muito sério! Se você estava desaten-
to quanto a essa verdade, é hora de despertar e clamar por misericórdia.
Não tenha dúvida: o Espírito Santo vai capacitá-lo a aceitar a correção de
Deus, a lembrar a salvação de Deus e a obedecer à palavra de Deus, para
que sua vida glorifique o nome do Senhor.

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3
17 ABR 2010
Votos
Hinos sugeridos: BJ 203 – CC 05 / BJ 186 – CC 295

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 11 de abril.....................Ml 1:14 Mostrar que os votos feitos
Segunda, 12.......................................Nm 30 a Deus devem ser cumpridos
de maneira rápida, integral e
Terça, 13.....................................Dt 23:21-23
jubilosa.
Quarta, 14................................. Jó 22:22-27
Quinta, 15................................... Sl 50:14-15
Sexta, 16..................................................Sl 76
Sábado, 17........................................Ec 5:1-5

TEXTO BÁSICO: Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal


sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque
eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre
as nações. (Ml 1:14)

INTRODUÇÃO: Votos. Você vai se cansar de tanto ouvir essa palavra


nos meses que virão pela frente. Em ano de eleições é assim mesmo.
Não se fala de outra coisa. Mas fique calmo: esta lição, que tem por base
Malaquias capítulo 1, versículo 14, tem tudo a ver com votos, mas não
tem nada a ver com eleições. Ela vai tratar de votos não como atos políti-
cos, mas como atos puramente espirituais. Feitos diante de Deus, e não
de César. Você vai notar que a Bíblia tem muitas instruções sobre esse
assunto tão importante para a vida de quem anda com Deus. Vamos,
então, analisar este ensino bíblico.

I. FALA, SENHOR!

Em meio às aflições, doenças e guerras homens e mulheres de Israel
faziam votos a Deus (Gn 28:20; Nm 21:2; Jz 11:30; I Sm 1:11). “Era uma

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maneira de mostrar a seriedade com que encaravam sua necessidade de
Deus”.1 Mas o que é um voto? Um voto é simplesmente uma promessa
a Deus. Ele era “ou de realizar alguma coisa ou de abster-se de alguma
coisa, uma ação em retribuição ao favor de Deus ou como expressão de
zelo ou devoção para com Deus”.2 Trata-se, portanto, de um ato de cul-
to, que deve ser feito voluntariamente e cumprido rigorosamente, como
veremos na sequência.
1. Pois maldito seja o enganador: Os votos feitos a Deus eram atos
voluntários e espontâneos de adoração. “Ninguém era obrigado a votar,
mas, se o fizesse, teria de manter a palavra”.3 Para evitar abusos na hora de
cumpri-los, algumas regras muito claras foram criadas por Deus. A primei-
ra regra estabelece que o voto seja cumprido rapidamente: Se um de vocês
fizer um voto ao Senhor o seu Deus, não demore a cumpri-lo (Dt 23:21a). A
segunda regra determina que o voto seja cumprido honestamente: Faça
tudo para cumprir o que os seus lábios prometeram (Dt 23:23a).
O israelita do período de Malaquias estava descumprindo especial-
mente a segunda regra. Ele cumpria o seu voto, mas não o cumpria de
maneira honesta. As palavras utilizadas por Deus para se dirigir àque-
le que votava de um jeito e cumpria de outro são sim severas, mas não
são impróprias. Mas o que elas indicam? A palavra maldito aponta
“um profundo desgosto divino, bem como acena com a possibilida-
de de um julgamento”.4 A palavra enganador, por sua vez, mostra “o
desagrado divino com pessoas que não são fiéis nos compromissos
que assumem com ele”.5 O preço pago por não cumprir um voto feito
a Deus é muito alto.
2. Tendo um animal sadio no seu rebanho: Numa ocasião de muita
aflição, um voto fora feito em oração. Talvez tenha dito mais ou menos
assim: “Senhor, se me livrares dessa aflição, lhe darei um animal perfeito
do meu rebanho como oferta de gratidão”. O Senhor, algum tempo de-
pois, atendeu o clamor do seu servo e o livrou de todas as suas aflições.
Este servo, agora, tinha um voto a cumprir para com o seu Deus. Um dos
vários animais do seu rebanho de ovelhas deveria ser oferecido à casa do
Senhor. Mas qual deles ofertar? Esta era a dúvida do momento.

1. Hubbard (1991: 83).


2. Douglas (1962:1669).
3. Reed (2009:464)
4. Coelho Filho (1994:35)
5. Idem, 36.

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Dois animais do aprisco atraíram a sua atenção de imediato. O primei-
ro não se locomovia nem se alimentava mais sozinho. Era cego das duas
vistas. Ficou assim por causa do feroz ataque de um lobo. O segundo não
tinha as pernas da frente. Um carro de boi havia passado por cima delas.
Ele optou por doar o animal cego. O voto foi, então, cumprido, mas não
como prometido. Prometeu o animal saudável e ofereceu ao Senhor um
defeituoso. Deu-lhe aquele animal que sabia que iria perder logo e no
qual não iria mais valer a pena investir! Ficou com os melhores animais
para serem consumidos ou negociados.
3. Porque eu sou grande Rei: O modo como se cumpria os votos mostra,
dentre outras coisas, o quanto a visão que o povo tinha de Deus era míope.
Para tratar essa visão estreita, Deus mostrou a visão que tinha de si mesmo:
eu sou o grande Rei. Não há exagero nesta afirmação divina. Ele é mesmo
grande Rei! Deus é grande Rei porque reina não apenas em Israel, mas em
toda a terra (Sl 47:7). Deus é grande Rei porque, no céu, está o santo trono,
de onde faz tudo o que lhe agrada (Sl 115:3). Deus é grande Rei porque não
há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes? (Dn 4:35).
Deus é grande Rei porque dele é a terra e tudo que nela se contém,
o mundo e os que nele vivem (Sl 24:1). Deus é grande Rei porque dele,
e por meio dele e para ele são todas as coisas (Rm 11:36). Enfim, Deus
é grande Rei porque a sua soberania é universal, é absoluta, é imutável.
Quem, pois, controla a sequência dos eventos e de todos os seus resul-
tados não “é a necessidade, nem o acaso, nem a insensatez do homem,
nem a malícia de Satanás”:6 É Deus, o grande Rei!
4 . O meu nome é terrível entre as nações: Três expressões nos cha-
mam a atenção em Malaquias: “meu nome”, “teu nome” e “seu nome”.
Das três, a que se repete com frequência, é “meu nome”. Aparece oito
vezes (1:6, 11, 14, 2:2, 5, 4:2). As outras duas, “teu nome” e “seu nome,
ocorrem apenas uma vez cada (1:6 e 3:16). Deus afirma que o seu nome
é terrível. A palavra “terrível” é uma tradução da palavra hebraica yare’.
Ela é usada tanto para descrever a emoção do medo (Dt 5:5, I Sm 7:7),
quanto para retratar reverência e respeito (Lv 19:3; Sl 112:1).7
Os povos tremiam de medo, quando ouviam falar do nome Deus. Tre-
miam com razão. Afinal, o nome de Deus não era (e não é) um nome
qualquer. Por várias vezes, afirma-se, na Bíblia, que o seu nome é um
“santo nome” (Lv 20:3, 22:32; I Cr 16:10, 35, 29:16; Sl 32:21, 103:1, 105:3,

6. Hodge (2001:332).
7. Harris (1998:654-655)

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145:21; Is 57:15; Ez 20:39, 36:20-22, 39:7, 25; 43:8; Am 2:7). E Deus zela
tanto por esse seu santo nome, que faz um forte alerta: Não use o meu
nome sem o respeito que ele merece; pois eu sou o Senhor, o Deus de vocês,
e castigo aqueles que desrespeitam o meu nome (Êx 20:7). Deus, o grande
Rei, não poupa de juízo quem não leva o seu nome a sério.
Ao cumprir os seus votos, doando para Deus o animal que não podia
ser doado, isto é, o cego, ou aleijado, ou mutilado, ou ulceroso, ou sarnoso,
ou cheio de impigens (Lv 22:22), o povo deixou claro que não temia esse
santo nome de Deus. Quem o teme, jamais se porta de um modo tão
imoral, diante de um ser infinito em todas as suas perfeições, de quem
depende absolutamente e diante de quem é responsável por seu caráter
e conduta. Logo a seguir, veremos como podemos cumprir os nossos
votos feitos a Deus de um modo que o agrade.

1. Leia Ml 1:14a, o item 1 e explique o significado das palavras “maldito”


e “enganador”. A quem são dirigidas?





2. Após ler Ml 1:14b e o item 2, responda: De que modo o povo de
Israel, da época de Malaquias, cumpria os seus votos feitos a Deus?





3. Leia Ml 1:14c, o item 3 e responda: O que se pode dizer sobre a
expressão “Eu sou grande Rei”? Por que Deus a utilizou?





4. Com base em Ml 1:14d, e no item 4, responda: O que Deus quis dizer
quando afirmou que o seu nome “é terrível entre as nações”?



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II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!
1. Cumpra os seus votos feitos a Deus prontamente.
Deve-se fazer votos a Deus. Eles podem ser feitos em qualquer época:
“depois de um fracasso, em meio a um sofrimento, antes do início de
uma nova etapa da vida”8. Você pode fazê-los tanto por sua própria vida
quanto pela vida de outros. Você pode, por exemplo, fazer um voto a
Deus para não arder mais em ciúmes. Já pensou nisso? Ou, então, pode
fazer um voto a Deus em favor do seu filho, para que ele não use mais
pedra de crack. Mudanças maravilhosas costumam surgir a partir de um
voto feito a Deus! Agora, atenção! Assim que alcançar a bênção, cumpra
logo o voto: ... não tardes em cumpri-lo (Ec 5:4a). Deus não tem prazer
em atrasos: Seja pontual!

5. Leia Dt 23:21 e Ec 5:4a. O que esses dois textos ensinam sobre


cumprir prontamente os votos feitos a Deus?




2. Cumpra os seus votos feitos a Deus integralmente.
Quem opta por fazer um voto diante de Deus, deve saber que terá o
dever de cumpri-lo depois: ... o que votares, paga-o (Ec. 5:4b). Deve-se,
então, analisar bem o que vai dizer na hora de fazê-lo. Não diga nada
que você não vai “querer” ou “poder” cumprir depois: Pense bem antes
de prometer alguma coisa a Deus, pois você poderá se arrepender depois
(Pv 20:25 – NTLH). Não deixe que a sua língua o faça pecar nessa hora (Ec
5:6a). O Deus que sempre faz o que diz não se agrada de quem não faz
o que diz. Ele “não dá pouca consideração aos votos quebrados. Um voto
quebrado pode trazer o julgamento de Deus sobre nossos esforços”.9

6. Para podermos cumprir os nossos votos integralmente, que


cuidados devemos ter, quando os fizermos? Leia Pv 20:5 e Ec 5:6.


8. Fonte: http://www.ultimato.com.br. < Acessado em 01/02/2010.


9. Eaton; Carr (1989:106).

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3. Cumpra os seus votos feitos a Deus alegremente.
O ato de fazer um voto diante de Deus é um ato muito sério. Mas isso
não quer dizer que não deve haver alegria em nosso coração na hora de
cumpri-lo. O salmista fazia questão de cumprir os seus votos nas reuni-
ões do povo de Deus (Sl 22:5, 116:14), quando o Senhor era alegremente
celebrado e salmodiado. É assim que deve ser! Quem cumpre o seu voto
no tempo certo (prontamente) e do modo certo (integralmente), deve se
alegrar muito no Senhor, que ouviu o seu clamor e o livrou de forte ini-
migo (Sl 18:7), de grande transgressão (19:13), de todas as suas tribulações
(Sl 34:6), no dia do mal (Sl 41:1).

7. Além de pontualidade e integridade, o que mais devemos demonstrar,


quando estivermos cumprindo nossos votos? Leia o item anterior.




CONCLUSÃO: Que tal fazer alguns votos a Deus? Mas não faça votos
somente voltados para as coisas materiais. Não faça votos apenas para
que a figueira floresça, para que haja fruto na vida, para que os campos
produzam mantimento, para que as ovelhas sejam devolvidas ao apris-
co, para que haja gado nos currais. Faça votos também voltados para as
coisas espirituais. Faça votos de dedicar mais a sua vida ao Senhor, de ler
mais a sua palavra e meditar nela dia e noite, de alimentar o espírito em
vez de alimentar a carne. Não faça votos apenas em seu favor. Faça votos
a Deus em favor dos outros também. E cumpra-os de acordo com o que
ensina a palavra de Deus!

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4
24 ABR 2010
Temor
Hinos sugeridos: BJ 28 – CC 09 / BJ 178 – HC 145

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 18 de abril...................Ml 2:1-5 Mostrar ao estudante que,
Segunda, 19...................................Sl 33:1-8 quando tememos a Deus,
ficamos livres da inquietação,
Terça, 20...........................................Sl 89:1-7
da imoralidade e da
Quarta, 21.................................Dt 10:12-22
negligência.
Quinta, 22...................................Js 24:14-25
Sexta, 23....................................I Pe 1:15-21
Sábado, 24...................................Ec 12:9-14

TEXTO BÁSICO: Minha aliança com ele foi de vida e paz; ambas
lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu
por causa do meu nome. (Ml 2:5)

INTRODUÇÃO: Aliança é um tratado de paz entre duas partes. Estu-


daremos a aliança feita entre Deus e os levitas. Através desta aliança, o
Senhor dá a melhor demonstração de sua boa vontade, não somente
para com essa tribo escolhida para cuidar dos serviços religiosos, mas
também, e por extensão, para com todo o povo de Israel. Porém, tão
importante e necessária quanto essa aliança, era a manutenção dela
por parte daqueles com quem fora feita: os levitas. Estes deveriam de-
monstrar, também, como prova do seu interesse pela manutenção des-
sa aliança, obediência e temor ao nome de Deus.

I. FALA, SENHOR!
Foi no livro do profeta Malaquias, e especialmente no versículo
5 do capítulo 2, que embasamos esta lição. Nela, os destaques são

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para a aliança feita por Deus com os levitas e o temor devidos ao
seu nome, como condições necessárias à manutenção da referida
aliança. Da tribo de Levi saíram todos os sacerdotes, que eram os
ministradores do templo, os intermediários entre os homens e Deus.
Através deles, o povo recebia orientação espiritual e o perdão dos
pecados, mediante o oferecimento de sacrifícios. A aliança com os
levitas e o que Deus esperava como resultado dela constitui o nosso
tema de hoje. Vejamos o que o Senhor disse, por meio de Malaquias.
1. Minha aliança com ele: Na aliança, pelo menos duas partes
precisam estar envolvidas. Antes da aliança, cada parte podia ser:
amiga, inimiga ou indiferente. Depois dela, cada parte se compro-
mete a adotar, em relação à outra, uma convivência de reciproci-
dade. A verdadeira aliança exige reciprocidade. Isto significa que
envolve compromissos que precisam ser correspondidos por ambas
as partes. Nesta aliança feita com os levitas, Deus se comprometeu a
cumprir a parte que lhe cabia, e esperava que o mesmo acontecesse
com os levitas, ou seja, cada parte devia cumprir fielmente os termos
da aliança.
Feitas entre os homens, as alianças normalmente têm um caráter
político ou militar. Feitas entre Deus e seu povo, são a garantia de
que Deus se tornou um aliado desse povo, passando a lutar em favor
dele. Estamos tratando da aliança de Deus com Levi e do objetivo
pretendido por aquele, em relação a este (cf. Ml 2:5). Era dever dos
levitas, e especialmente dos sacerdotes, interpretar essa atitude de
Deus como um sinal de sua boa vontade para com eles, à qual deve-
riam corresponder com igual demonstração de boa vontade, pois é
um grande privilégio viver em aliança com Deus.
2. Foi de vida e de paz: Várias foram as alianças ou pactos fei-
tos por Deus com personagens importantes dentre os filhos do seu
povo: Noé, Abraão, Moisés, Davi, etc. Fez ele alianças também com a
própria nação israelita, e esta, por sua vez, também fez alianças com
outros povos, para garantir sua sobrevivência. Porém, a aliança feita
com Deus, neste caso específico, tinha como finalidade proporcio-
nar vida, paz, segurança e tranquilidade a todo o povo, além de ser
a certeza de um bom relacionamento entre ele e os sacerdotes. Era
este o propósito de Deus para esse povo.
Manter boas relações com seu povo sempre esteve nos planos
de Deus: Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o
Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que es-

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perais (Jr 29:11). Daí a declaração de que a aliança que Deus fez com
Levi foi de vida e paz. Porém, para que estas coisas se tornassem rea-
lidade, os sacerdotes precisavam cumprir com a parte que lhes cabia
na aliança: guiar o povo com sabedoria, servindo-lhe de exemplo.
Estes, porém, acabaram se esquecendo de Deus e, com isso, o povo
que era por eles orientado também se desviou.
3. Ambas lhe dei eu para que me temesse: Vida e paz são bens
espirituais importantes. Sem a vida, todos os outros bens seriam nu-
los; e a vida sem paz também não teria sentido. E estas duas coisas
vêm de Deus: toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de
variação (At 17:25b; Tg 1:17). Este era o reconhecimento que Deus
esperava da parte desses líderes, pois, ao fazer aliança com Levi e
com os sacerdotes, ele lhes deu vida e paz para que temessem o seu
nome, tendo o devido cuidado para não o ofenderem.
As bênçãos devem nos levar a expressar um profundo temor a
Deus: Para que me temesse (Ml 2:5c). “Aquele que ‘teme’ a Deus
concretizará seu temor numa retidão ou piedade que se manifesta
na prática. Jó, como alguém temente a Deus, evita o mal (Jó 1:1).
O Salmo 128:1 diz que a pessoa que ‘teme’ ao Senhor anda nos
caminhos de Deus. Os que temem ao Senhor podem ser aqueles
cuja piedade pessoal se manifesta numa reação positiva à mensa-
gem divina”.1 Temos nós dado provas de que tememos a Deus? Não
nos esqueçamos de uma coisa, a melhor prova que podemos dar do
nosso temor a Deus consiste em nos sujeitarmos às suas determina-
ções (cf. Ec 12:13).
4. E ele me temeu e tremeu: Ao dizer: “E ele me temeu e tremeu”,
o Senhor provavelmente esteja se referindo aos “dias antigos” ou
aos “primeiros anos”, quando ainda prevalecia o primeiro amor (Ml
3:4). O temor é a primeira das quatro coisas que o Senhor pede do
crente, conforme Dt 10:12. Esse temor não é, como muitos possam
imaginar, o medo apavorante, como se Deus fosse um déspota desu-
mano, arbitrário e cruel, sempre pronto a punir com rigor por qual-
quer motivo. Temer a Deus, neste caso, está relacionado ao respeito,
que todos devemos ter, para não o ofendermos e nem o entristecer-
mos com as nossas más obras.

1. Harris (1998:656).

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Só o temor a Deus pode nos livrar da sedução do pecado. Só o
temor do Senhor pode nos livrar das concupiscências da carne. Só
o temor do Senhor pode nos livrar dos encantos do mundo. “Só o
temor a Deus pode nos livrar de temer os homens. Aquele que tre-
me diante do nome de Deus não teme açoites, prisões, nem mesmo
a morte. (...) Quem teme a Deus não teme a mais ninguém”. 2 Daí a
mensagem de Deus para o nosso tempo: Temei a Deus e dai-lhe gló-
ria; porque vinda é a hora do seu juízo (Ap 14:7). E o temor do Senhor
é uma fonte de vida, para preservar dos laços da morte (Pv 14:27).
Até aqui falamos da aliança feita por Deus com os levitas e do
temor que a ele deveriam corresponder. Essa aliança evidenciava a
bondade de Deus para com os levitas, a quem ele queria abençoar e
fazer feliz. Para que isso acontecesse, era preciso que os sacerdotes
fossem fiéis, obedientes e tementes ao nome de Deus. Cumpria-lhes
também servir de exemplo para o povo. No princípio, até foram obe-
dientes, mas, aos poucos, foram se desviando de Deus, no que foram
seguidos pelo povo. Na segunda parte deste estudo, veremos o que
Deus espera de cada um de nós no tempo presente.

1. Com base em Ml 2:5a; Ex 24:3 e 7 e no item 1 do comentário,


responda: O que é uma aliança e o que é necessário para que ela
alcance os resultados desejados?





2. Com base em Ml 2:5b e no item 2 do comentário, responda:
Qual era o propósito de Deus ao fazer aliança com Levi, e o que
era necessário para que isso acontecesse?





3. Leia Ml 2:5c, o item 3 do comentário e responda: Que reações se
esperam daqueles que temem ao Senhor?

2. Lopes (2006:53).

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4. Leia o item 4 do comentário e discuta com a classe o tipo de


temor que Deus espera de nós.




II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. O temor do Senhor nos livra da inquietação.
O temor a Deus afasta toda a inquietação. Temendo a Deus, o
crente está em paz consigo mesmo, sente-se seguro e confiante;
tem a certeza de que Deus o ama e vai cuidar dele; não se aflige
quando vêm as dificuldades, pois crê na providência divina. Então,
como Davi, poderá dizer: O Senhor é o meu pastor; nada me faltará
(Sl 23:1). Por isso, diz a Escritura: Melhor é pouco havendo o temor
do Senhor, do que grande tesouro onde há inquietação (Pv 15:26). No
temor do Senhor tem o homem forte amparo, e isso é refúgio para
os seus filhos (Pv 14:26). Temos nós demonstrado temor em nosso
relacionamento com Deus?

5. Leia Pv 14:26 e também a primeira aplicação e responda: Por


que muitos crentes vivem inquietos, preocupados e inseguros?






2. O temor do Senhor nos livra da imoralidade.
Como crentes que somos, Deus espera de nós que exerçamos
controle sobre nossos instintos naturais e demonstremos o nosso
temor a ele. Toda pessoa que teme a Deus não se deixa dominar por
nenhum desejo impuro ou pecaminoso. Esses desejos manifestam-
se através de pensamentos, palavras e ações. Quando, porém, hou-

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ver temor em nós, conservaremos puros a nossa mente e o nosso
corpos, onde quer que estivermos, e nos manteremos sempre lem-
brados das palavras da Escritura, que diz: Porque não nos chamou
Deus para a imundícia, mas para a santificação (I Ts 4:7). O temor a
Deus nos livra da imoralidade.

6. Leia I Ts 4:7, a segunda aplicação e comente com a classe a


frase: “O temor do Senhor nos livra da imoralidade”.




3. O temor do Senhor nos livra da negligência.


Ser negligente é ser descuidado, desatento; é tratar as questões
relativas à fé como se fosse de pouca ou de nenhuma importância;
é tratar as coisas concernentes a Deus com descaso; é fazer a obra
do Senhor relaxadamente (Jr 48:10). Os levitas se tornaram negligen-
tes quando lhes faltou o temor, pois onde há temor não há espaço
para a negligência. Pelo contrario, o temor a Deus nos livra da ne-
gligência. Que o desejo de Deus expresso nas palavras que seguem
se cumpram em nossas vidas: Mas desejamos que cada um de vós
mostre o mesmo cuidado até ao fim (...) para que vos não façais ne-
gligentes (Hb 6:12).

7. Leia a terceira aplicação e responda: Que devemos fazer para


evitar a negligência? Justifique sua resposta.

CONCLUSÃO: Na aliança de que nos fala o texto de Ml 2:5, Deus


tinha como propósito proporcionar vida e paz, não só aos levitas
e à classe sacerdotal, mas, por extensão, a todo o Israel. Não se
trata da vida e da paz comuns, mas da vida e da paz interiores, que
produzem a agradável sensação do dever cumprido. Entretanto, os
levitas não cumpriram a parte da aliança que lhes tocava. Foram

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negligentes, faltando com o temor e o respeito devidos a Deus e se
esqueceram de que é o temor ao Senhor que livra da inquietação, da
imoralidade e da negligência.

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5
1 MAI 2010
Atitude
Hinos sugeridos: BJ 10 – CC 422 / BJ 165 – HC 115

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 25 de abril.................. Ml 2:4-6 Mostrar ao estudante, com
Segunda, 26......................... Nm 25:10-13 base em Malaquias 2:6,
Terça, 27...................................... Gn 5:22-24 algumas atitudes que devem
Quarta, 28.........................Dn 12:3; Jó 33:3 nortear a vida daqueles que
servem ao Senhor, tais como:
Quinta, 29........................................Tt 2:7-10
justiça no falar, retidão no
Sexta, 30...................................I Tm 4:12-16
andar e compaixão no viver.
Sábado, 1 de maio...................... Ap 3:4-6

TEXTO BÁSICO: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injusti-


ça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da
iniqüidade apartou a muitos. (Ml 2:6)

INTRODUÇÃO: Hoje, iremos estudar mais uma lição baseada no livro


do profeta Malaquias. Este profeta condenou a quebra da aliança feita
por Deus com os levitas, em consequência do que todo o povo estava
enfrentando uma das mais graves crises de sua história religiosa. Cri-
se moral, espiritual e de relacionamento. Este livro está densamente re-
cheado de advertências, exortações e repreensões do começo o fim. Ao
contrário disso, porém, o texto que encabeça a lição de hoje, como uma
rara exceção, trata de coisas boas, de exemplos que podem e devem ser
imitados. Ele mostra o padrão de sacerdócio ideal, tão negligenciado na
época de Malaquias.

I. FALA, SENHOR!
A lição da semana passada tratou da aliança feita por Deus com os
levitas, tendo enfatizado a necessidade de temor por parte daque-

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le povo, como prova do seu interesse pela manutenção da referida
aliança. A lição de hoje destaca a atitude daqueles que foram fiéis a
Deus, no seu modo de agir. A igreja da atualidade precisa urgente-
mente de líderes assim! Estamos vivendo uma crise moral e espiritu-
al no meio evangélico: líderes perdidos emocionalmente e confusos
doutrinariamente. “Há uma nuvem imensa de pastores e líderes que
têm deitado no colo das Dalilas e acordado tarde demais, sem visão,
sem força e sem ministério”. 1 Malaquias 2:6, descreve algumas atitu-
des do ministro ideal. Analisemos este texto.
1. A verdadeira instrução esteve na sua boca: Ao dizer isto, o
Senhor está se referindo àqueles sacerdotes que assumiram com res-
ponsabilidade o papel que lhes foi atribuído, como líderes espirituais
do povo. Por intermédio deles, o povo foi instruído a temer e res-
peitar a Deus. Vejamos como exemplo o testemunho que Deus dá a
respeito de Fineias: Finéias, filho de Eliazar, o filho de Arão sacerdote,
desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo
no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Isra-
el. Portanto dize: Eis que lhe dou o meu concerto de paz (Nm 25:11-12).
Com base nesse exemplo, a lição que fica é a seguinte: A igreja e
seus ministros têm como dever instruir as pessoas (Mt 28:19-20): A
quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo
o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem
perfeito em Jesus Cristo (Cl 1:28). O verdadeiro ministro “está mais in-
teressado em ser fiel do que em ser bem-sucedido. A verdade é mais
importante do que o sucesso. Fidelidade é mais importante que po-
pularidade. Importa mais agradar a Deus do que ser louvado pelos
homens. A glória de Deus é melhor do que os aplausos humanos”.2
2. E a injustiça não se achou em seus lábios: Deus tem grande
prazer em ver seus servos amando, vivendo e ensinando a justiça. Ele
é exemplo disso: justo e reto ele é (Dt 32:4; cf. Sl 11:7). E há até mes-
mo uma importante promessa da parte dele, para aqueles que usam
seus lábios para ensinar: Os entendidos, pois, resplandecerão como o
resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgi-
rão como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12:3). Neste sentido,
Jó nos deixou um importante exemplo: As minhas razões sairão da
sinceridade do meu coração, e a pura ciência dos meus lábios (Jó 33:3).

1. Lopes (2006:52).
2. Idem, p. 54.

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No texto em análise, o Deus de Israel se revela sensível bastante
para reconhecer e aprovar as atitudes daqueles que lhe são fiéis, pois
dá testemunho daqueles sacerdotes que guardaram a aliança com ele.
Como é maravilhoso ver o próprio Deus elogiando-os seus servos! Isto
ele já o tinha feito no tocante a Jó, quando disse a seu respeito: Obser-
vaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele,
homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal (Jó 1:8).
A esta altura, perguntamos: Que temos feito para merecermos de Deus
as mesmas referências dadas por ele a respeito daqueles sacerdotes?
3. Andou comigo em paz e em retidão: O significado da expres-
são “andar com Deus”, neste caso, é: “fazer o que é reto aos olhos de
Deus”. Quando lemos que Enoque “andou” com Deus (Gn 5:24), é este
o significado, ou seja, Enoque fez o que era reto aos olhos de Deus.
A mesma coisa é dita sobre Noé: Noé era varão justo e reto em suas
gerações; Noé andava com Deus (Gn 6:9). Foi ainda com este significa-
do que Deus a usou quando falou com Abraão: Eu sou o Deus Todo-
poderoso; anda em minha presença e sê perfeito (Gn 17:1). Na oração
de Ezequias o verbo “andar” não foge a este significado (cf. Is 38:3).
Andar com Deus é mais importante do que trabalhar para Deus.
O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Jesus
chamou os doze apóstolos para estar com ele. Só então os enviou
a pregar (Mc 3:14). Deus está mais interessado em quem nós somos
do que em que nós fazemos. Ele não quer ativismo vazio, quer vida
no altar.3 Conscientes disto, que atitudes temos adotado para me-
recermos a aprovação de Deus? Talvez precisemos orar como Davi:
Ensina-me, Senhor, o teu caminho e andarei na tua verdade; une o
meu coração ao temor do teu nome (Sl 86:11).
4. E da iniquidade apartou a muitos: De duas maneiras pode o
ministro de Deus afastar as pessoas da iniquidade: com palavras e
com exemplo. Com palavras: Instruindo com mansidão os que resistem,
a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a
verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo,
em que à vontade dele estão presos (II Tm 2:25-26); com exemplo: Em
tudo te dá por exemplo de boas obras; na doutrina mostra incorrupção,
gravidade, sinceridade (Tt 2:7). Torna-te padrão dos fiéis na palavra, no
trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza (I Tm 4:12).

3. Lopes (2006:53).

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Da mesma maneira que o ministro do Senhor afasta as pessoas da
iniquidade, quando ama e pratica a justiça, pode induzi-las ao erro,
quando lhes dá mau exemplo. Por isso, a Escritura recomenda: Apas-
centai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não
por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de âni-
mo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas
servindo de exemplo ao rebanho (I Pe 5:2-3). É isso que ele espera de
cada um, mas, principalmente, dos seus ministros: “... responsabili-
dade de levar outros ao Senhor e paixão por falar da palavra de Deus
a outros que precisam ouvi-la.” 4
Vimos, até aqui, que um dos papéis mais importantes da igreja e
dos seus ministros consiste em instruir as pessoas no conhecimento
da palavra de Deus, para que sejam edificadas espiritualmente. Vi-
mos também que Deus tem grande prazer em ver seus servos viven-
do e ensinando a justiça, tendo preparado para aqueles que assim
fizerem uma recompensa especial (Dn 12:3). Aprendemos ainda que,
“andar” com Deus significa “fazer o que é reto”; e que, o nosso bom
exemplo, pode influenciar positivamente as pessoas para o bem. Na
parte seguinte deste estudo, esclareceremos melhor essa questão.

1. Leia Ml 2:6a; Mt 28:19-20; Cl 1:28, o item 1 do comentário e


responda: Que importante tarefa confiou Deus à sua igreja e,
sobretudo, aos seus ministros?




2. Leia Ml 2:6b; Sl 11:7a; 106:3; Dn 12:3, o item 2 do comentário e


responda: Que virtude Deus ama tanto e que promessa faz àqueles
que a praticam e a ensinam?




4. Wiersbe (2008:595).

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3. Leia Ml 2:6c; Gn 5:24, 6:9, 17:1; Is 38:3, o item 3 do comentário
e responda: Qual o significado da expressão “andar com Deus”, no
contexto que analisamos?




4. Leia Ml 2:6d; Tt 2:7; I Tm 4:12; I Pe 5:2-3, o item 4 do comentário


e responda: De quantas maneiras podemos afastar as pessoas
da iniquidade?




II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Preserve a justiça em seu falar.
Um dos temas bastante destacados nas Escrituras é o que diz respeito ao
falar do crente em Jesus. “As palavras são uma amostra do caráter”.5 Aquele
que é integro em sua conduta e pratica o que é justo, que de coração fala a
verdade e não usa a língua para difamar (...) Quem assim procede nunca será
abalado! (Sl 15:2-3, 5b; cf. Pv 12:17, 18:4). A justiça no falar é uma das mar-
cas dos ministros que agradam o Senhor. Deles o Senhor dá testemunho,
dizendo: A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou
nos seus lábios (Ml 2:6). Assim quer o Senhor que andemos na sua presença.

5. Leia a primeira aplicação e comente com a classe: O que precisamos


fazer para preservarmos a justiça de Deus em nosso falar?




5. Baldwin (1982:197).

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2. Cultive a retidão em seu andar.
Como vimos, através desta lição, um dos significados da expressão
“andar com Deus” é: “viver em retidão” ou “fazer o que é reto diante de
Deus”. Enoque, Noé e Abraão são algumas das pessoas que andaram
com Deus. Como continuadores da obra que estes homens realizaram,
temos o dever de imitá-los. Portanto, em nossas relações com Deus e
com os homens, na família, na escola, no trabalho, na igreja, no transpor-
te, aonde quer que estivermos, devemos cultivar a retidão. Essa virtude
precisa estar sempre presente em nosso viver, porque muitas pessoas se
espelham em nós.

6. Leia a segunda aplicação e comente com a classe: De que maneira


podemos cultivar a retidão em nosso andar?




3. Mostre compaixão em seu viver.


É grande o número daqueles que, consciente ou inconscientemente,
estão no caminho largo, que leva à morte eterna. Por isso, são dignos de
compaixão. Se ninguém os afastar desse mau caminho, o seu desfecho
será infeliz. Portanto, temos o dever de contribuir, de alguma forma, para
a salvação deles. Judas recomenda: Salvai alguns arrebatando-os do fogo;
tende deles misericórdia (Jd 23). Tiago também afirma: Saiba que aquele
que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte
uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados (Tg 5:20). Como poderemos
fazer isso? Paulo responde: Atente bem para sua própria vida e para a dou-
trina, perseverando nestes deveres, pois, agindo assim, você salvará tanto a
si mesmo quanto aos que o ouvem (I Tm 4:16)

7. Leia Jd 23; I Tm 4:16, a terceira aplicação e responda: Como


podemos mostrar compaixão para com aqueles que, sabendo ou
não, estão no caminho que conduz à morte?



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CONCLUSÃO: Concluímos este estudo mostrando a importância do
falar, do andar e do viver do crente. Vimos também que são dignos de
menção aqueles líderes religiosos que usam os seus lábios para instru-
írem os que sabem menos; que andam no caminho da justiça, fazendo
o que é reto diante de Deus, e vivem aquilo que ensinam. Sobre isso, a
palavra de Deus diz: Assim falai, e assim procedei (Tg 2:12); aquele que diz
que está nele, também deve andar como ele andou (I Jo 2:6); e mais: vivei,
acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo (Fp 1:27). Contra
essas coisas, não há lei.

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6
8 MAI 2010
Ensino
Hinos sugeridos: BJ 01 – SH 480 / BJ 189 – CC 304

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 2 de maio............................ Ml 2:7 Conscientizar o estudante de
Segunda, 3.......................................Os 4:4-9 que a verdadeira instrução vem
Terça, 4...........................................Ne 8:1-10 do sacerdote fiel à palavra de
Deus levá-lo a buscar nessa
Quarta, 5...................................II Cr 17:7-10
fonte conselhos divinos, a fim
Quinta, 6...................Mt 28:19-20; Cl 1:28
de que saiba viver de forma
Sexta, 7................... Mt 4:23, Rm 10:13-15
que agrade a Deus.
Sábado, 8...............Pv 6:23; 12:1; Ec 12:11

TEXTO BÁSICO: Os sacerdotes devem ensinar a verdade a meu respei-


to, e todos devem pedir conselho a eles para saber o que é direito, pois os
sacerdotes são os mensageiros do Senhor Todo-Poderoso. (Ml 2:7 - NTLH)

INTRODUÇÃO: A palavra ensino é derivada do hebraico towrah, que


significa lei, orientação, instrução. Em Malaquias 2:7, ensino refere-se a
um conjunto de orientações ou instruções dadas por Deus aos sacerdo-
tes. O sacerdócio não é um trabalho, mas um chamado divino. Hoje, essa
função importantíssima é exercida pelos pastores. Desta forma, o estudo
de hoje nos mostrará que o pastor cristão, para realizar essa tarefa santa
com fidelidade, precisa ter uma experiência real de salvação pela fé em
Cristo, um chamado ministerial real de Cristo, um amor genuíno e um
conhecimento profundo da palavra de Cristo.

I. FALA, SENHOR!
A verdadeira instrução sai da boca do sacerdote fiel a Deus. A
Bíblia revela que Esdras “ensinou fielmente a lei de Moisés durante a
Festa dos Tabernáculos no outono, de acordo com as determinações

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deuteronômicas (Dt 31.9-11; Ed 8.1).1 Como Esdras, há muitos exem-
plos na Bíblia. Todavia, nem sempre é assim. Houve muitos sacerdo-
tes infiéis a Deus, que ensinaram mentiras por dinheiro, conforme
declara Miquéias: Os seus cabeças dão a sentença por suborno, os
seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham
por dinheiro (3:11). Para combater esse abominável pecado, Mala-
quias 2:7 nos oferece as seguintes instruções:
1. Os sacerdotes devem ensinar a verdade: O sacerdote tem o
dever de ensinar a palavra de Deus ao povo adequadamente. Mala-
quias denunciou o relaxo dos sacerdotes de seu tempo, que estavam
ensinando perversidade, que profanavam a lei do Senhor em pala-
vras e atos, e assim, roubavam do povo a esperança em Deus. “Eram
anjos (mensageiros) de Deus e de Sua luz, mas tornaram-se agentes
da escuridão”.2 Tais sacerdotes perverteram “o conhecimento da lei,
transformando o positivo em negativo, e o negativo em positivo. Cf.
Lev. 10.10,11; Deu.24.8; Jer.18.18”.3 Perderam o temor e a reverência
a Deus (cf. Ml 1:10-16).
A Bíblia declara que todos os salvos são sacerdotes (Ap 1:6, 5:10),
todavia, o pastor é o sacerdote maior. É por ele que o povo conhece
os ensinos divinos. Para tanto, além de orar e jejuar, o pastor precisa
estudar e examinar acuradamente a palavra de Deus, pois não pode
dizer qualquer coisa “em nome do Senhor”. Ele tem que conhecer
bem a verdade para poder ensiná-la ao povo. E mais: antes de ensinar
a verdade de Deus, ele tem que internalizá-la, ter experiência com ela,
caso contrário, o povo perceberá que tal ensino lhe é estranho, desco-
nhecido, e, portanto, sua instrução é incoerente e ineficaz. Há de ser
diferente! De seus lábios deve fluir a verdade divina (cf. Dt 17:9-11).
2. Todos devem pedir conselhos a eles: Para ensinar em Israel,
o sacerdote tinha que conhecer a lei (Dt 33:8-10). Se o sacerdote
não sabe a Palavra, o povo se perde (Os 4:6). Mas, se ele conhece a
lei do Senhor e a explica com clareza, o povo aprende a obedecer a
Deus (cf. II Cr 17:7-10; Ne 8:7-11). “Malaquias concede ao sacerdo-
te o papel de conselheiro, procurado por pessoas que precisam de
orientação em situações especiais, e para isso era essencial ter uma

1. Harris (1998:661).
2. Champlin (2000:3708).
3. Idem.

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experiência pessoal com Deus e conhecimento da sua lei.” 4 O sacer-
dote é procurado porque é um mensageiro de Deus, e como tal, tem
sempre uma orientação divina a dar.
Ao ser procurado, o pastor não pode negligenciar a palavra de
Deus e a verdade de Deus. Deve estar com ela na “ponta da língua”.
Não deve ter medo de se “queimar”, de se “desgastar”. Há de profe-
ri-la com educação, com sabedoria, com respeito, mas, sobretudo,
com firmeza e convicção. A Palavra é a única chance de cura da ove-
lha. E o pastor a tem dentro de si, pois vive na presença de Deus. É
seu dever ensinar! De seus lábios, em vez de iniqüidade, sai à palavra
de Deus. A ovelha ouve, se edifica e se alegra. Assim fizeram Judas e
Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos
conselhos e os fortaleceram. (At 15:32)
3. Para saber o que é direito: Toda a pregação de Malaquias pode
ser considerada como uma mensagem forte, grave e contundente.
Ocorre que o profeta sabe que o povo perdeu a noção do que é certo
e reto, a nação israelita está em franca desobediência e ainda per-
gunta a Deus em que o desobedece, o aborrece, o rouba. Um cinismo
tomou conta do povo eleito. Como isso pôde acontecer? Os sacerdo-
tes se tornaram desonestos no ensino e na prática da lei de Moisés,
destruíram “a aliança divina com Levi” e por isso, “o povo transgredia
mais generalizadamente através do casamento com pagãos, abando-
nando suas esposas para poderem se casar novamente”.5
Malaquias afirma que o povo de Deus só sabe o que é certo quan-
do os sacerdotes são fiéis. Estes foram designados para apresentar
o conhecimento e a vontade de Deus. Que honra! É por isso que o
profeta declara: da sua boca devem os homens procurar a instrução.
Apesar do fracasso da maioria dos docentes (professores), o povo
não deveria deixar de buscar o conhecimento divino, pois sempre
há verdadeiros e fiéis sacerdotes no meio dos falsos. Haverá sempre
aqueles que andam com Deus (Gn 5:22,24; 6:9). E quando o povo
encontra um fiel pastor, até mesmo os murmuradores hão de aceitar
[a] instrução. (Is 29:24)
4. Pois os sacerdotes são mensageiros do Senhor: Quando a
desobediência e o mau exemplo vêm de cima, isto é, da liderança, o
povo perde a referência espiritual e se perde. Com o tempo, aque-

4. Baldwin (1991:197).
5. Pfeiffer; Harrison (2001:380).

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les que foram separados para ensinar a sabedoria e a vontade de
Deus, deixam de ser vistos como homens de Deus e passam a ser
percebidos como pessoas comuns. Em alguns casos, até inferiores a
líderes seculares. Ao ver esse declínio do sacerdócio em Israel, Ma-
laquias profetizou afirmativamente: “[O sacerdote] é mensageiro do
S enhor dos Exércitos. E todos deveriam saber isto: a função principal
do sacerdote é instruir conforme a lei moral que é fundamentada na
verdade de Deus.
O povo, porém, reconhece o sacerdote como legítimo mensageiro
de Deus, muito mais pelo viver dele de acordo com a lei que ensina
e por sua real comunhão com Deus. Isto quer dizer que o pastor de
hoje deve viver a palavra e ter o Senhor Jesus Cristo como modelo
de fé e conduta cristã. Jamais o povo deve confundir o pastor com
um empresário, um profissional liberal, um funcionário público. Não!
O pastor fiel é mensageiro divino, é transmissor do pacto eterno, e
como Malaquias, é capaz de esquadrinhar “profundamente os pro-
blemas de hipocrisia, infidelidade, casamentos mistos, divórcio, falso
culto e arrogância.”6
Pelo exposto acima, se vê que o quanto é importante o ensino
verdadeiro das Escrituras Sagradas para o povo de Deus, o quanto é
fundamental que aqueles que ensinam sejam fiéis a aliança feita por
Deus com seu povo. Se o sacerdote for infiel, o povo o será. “Tal sa-
cerdote, tal povo!” (cf. Os 4:4 e 9). Por tudo isso, a função sacerdotal
ou pastoral é incrivelmente influente, seja para o bem, seja para o
mal. Se o sacerdote for infiel no ensino da palavra, o povo se perde-
rá; se for fiél, o povo se achará e será salvo, pois o próprio Deus é
quem falará e se revelará por intermédio do ministro.

1. Leia Ml 2:7a, o item 1 do comentário anterior e responda: Que o


dever de todo sacerdote é apresentado neste texto? Como os
sacerdotes do tempo de Malaquias agiam em relação a isso?





6. Wilkinson; Boa (2000:320).

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2. Após ler Ml 2:7b, o item 2 do comentário anterior, diga: Qual o papel
que Malaquias concede aos sacerdotes? Quais são as implicações disso?




3. Leia Ml 2:7c, o item 3 do comentário anterior e comente a
expressão: “Para saber o que é direito”.




4. Após ler Ml 2:7d, o item 4 do comentário anterior, responda:


Por que o povo jamais deve confundir o pastor (sacerdote) com um
empresário, um profissional liberal ou um funcionário público? O
que ele é, de fato?





II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Esteja consciente: o conhecimento bíblico precisa ser guardado.
Malaquias profetizou: Porque os lábios do sacerdote devem guar-
dar o conhecimento. Quantos sermões bíblicos você já ouviu? Quan-
tas Lições Bíblicas já estudou? Quantas palestras bíblicas já escutou?
Quantas vezes você já leu a Bíblia? Seguramente, o Espírito Santo tem
ensinado a você os caminhos de Cristo. Você é um sacerdote (Ap.
1:6; 5:10). Quanto ensinamento já recebeu, hem? Nessa condição, é
seu dever guardar esse conhecimento, ou seja, você deve praticá-lo,
vivenciá-lo, aplicá-lo em sua vida diária. É pecado conhecer e não
praticar (cf. Tg 1:22-25). Guarde o ensino e seja um crente maduro, em
nome de Jesus (Ef 4:11-14).

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5. Com base na primeira aplicação, fale sobre a importância de guardar
o conhecimento bíblico. Como isso pode ser feito?






2. Esteja preparado: a orientação correta precisa ser oferecida.
Malaquias profetizou: ... da sua boca devem os homens procurar a
instrução. De fato, na boca do pastor fiel os salvos acham direção,
caminho seguro. Depois de ter pregado muitos sermões bíblicos,
depois de já ter ministrado muitas Lições Bíblicas, depois de já ter
ensinado muitos temas espirituais, que balanço você faz? De sua
boca, saiu mais ensino que conduzirá os fiéis à vida ou à morte?
Lembre-se: é da língua dos mestres que saem os ensinos certos que
levarão à obediência e às bênçãos ou os ensinos errados que con-
duzirão à desobediência e às maldições divinas (cf. Tg 3:1-12; Dt 28).
Portanto, se você prega, ensina ou ministra a palavra, faça-o com
fidelidade e verdade (cf. II Tm 2:5; Tt 1:1).

6. Com base na segunda aplicação, fale sobre a importância de


oferecer orientação correta. Como isso pode ser feito?





3. Esteja disponível: a mensagem divina precisa ser anunciada.
Malaquias profetizou: ... porque ele é mensageiro do S enhor dos
Exércitos. Paulo costumava repetir: “Estou certo!” Ele tinha segu-
rança no que cria e ensinava. Sabia de quem o tinha recebido. Era
um mensageiro do Senhor! Como sofreu! Mas se dispôs. Atenção: a
verdade de Cristo precisa ser anunciada. Mas como ouvirão, se não
há quem pregue? (Rm 10:14). Você, que há muito tempo conhece a
aliança eterna, por que se calou? Cansou de ensinar? Levante-se, em
nome de Jesus! Disponha-se outra vez. Volte à docência. Você é um
mensageiro do Senhor! Coloque a mensagem de novo em ação, ao
alcance dos crentes, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado (Mt 28:20).

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6. Com base na terceira aplicação, fale sobre a importância de anunciar
a mensagem divina. Como isso pode ser feito?





CONCLUSÃO: Está na hora de os verdadeiros sacerdotes, os verda-


deiros pastores, os verdadeiros mestres, os verdadeiros professores do
evangelho de Cristo entrarem em ação, tendo como arma a espada do
Espírito, que é a palavra de Deus (Ef 6:17). A hora é agora! Os ouvintes
estão sedentos e precisam receber a verdadeira instrução, os verdadeiros
conselhos divinos, para que, finalmente, saibam viver de forma que agra-
de a Deus. A verdadeira guerra espiritual é esta: a luta da verdade contra
a mentira. Cujo o alicerce da verdade encontra-se numa das promessas
mais robusta de Jesus: ... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará
(Jo 8:32). Ensinar a verdade: é a missão de sua vida, irmão. Amém!

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7
15 MAI 2010
Desvio
Hinos sugeridos: BJ 99 – CC 264 / BJ 295 – CC 239

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 9 de maio................... Ml 2:8-9 Mostrar ao estudante que,
Segunda, 10.................................. Ex 32:1-8 para evitarmos o caminho
Terça, 11.....................................I Re 11:1-11 do desvio, devemos ser
ensinadores, comprometidos
Quarta, 12....................................Lc 8:11-15
e irrepreensíveis na palavra
Quinta, 13............................Sl 119:117-118
de Deus.
Sexta, 14....................................... Mt 18:1-6
Sábado, 15..................................... Ap 2:1-5

TEXTO BÁSICO: Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa
instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o
Senhor dos exércitos. (Ml 2:8)

INTRODUÇÃO: Pela Bíblia, aprendemos que, em todos os tempos e lu-


gares, Deus sempre escolheu e capacitou para liderar seu povo pessoas
que tivessem humildade para reconhecer seus próprios erros e depender
dele exclusivamente, pessoas de responsabilidade e temor para agir em
comprometimento com a sã doutrina, pessoas com fé e paciência para en-
xergar e esperar o tempo de Deus, pessoas cuja glória não estivesse em
serem servidas, mas em servir, pessoas que se contentassem com o pouco,
para não dar lugar à tentação da corrupção; pessoas que pregassem o que
vivessem e vivessem o que pregassem, a fim de guiar os outros no caminho
da verdade. É de homens e mulheres assim que a igreja de Deus necessita.

I. FALA, SENHOR!
Visto que, vivemos em meio a uma profunda crise de integridade no
que concerne a vida de muitos líderes religiosos. Os escândalos envol-
vendo a vida daqueles que deveriam dar exemplo à sociedade são cada

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vez mais frequentes, e têm provocado o afastamento de muitas pessoas
dos caminhos do Senhor. Infelizmente, esta triste realidade não é de hoje.
“Malaquias, profeta dos dias de Neemias, dirige sua mensagem de juízo
a um povo atingido pela corrupção dos sacerdotes, por práticas ímpias e
pelo falso senso de segurança em sua privilegiada relação com Deus”.1 Por
causa disso, Deus os alertou:
1. Tendes desviado do caminho: Desvio, afastamento, deserção e re-
belião têm o mesmo sentido e aplicam-se perfeitamente ao estudo desta
lição. O sacerdócio era uma vocação santa, que envolvia pureza, respon-
sabilidade, bom testemunho, zelo e amor. Os olhos da nação estavam dia
e noite sobre os “pormenores” da vida dos sacerdotes; afinal de contas,
eles representavam o povo diante de Deus. Eles eram de fundamental
importância para a sociedade: Porque os lábios do sacerdote devem guar-
dar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução,
porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos (Ml 2:7). Porém, havia
algo de errado acontecendo: ... vós vos tendes desviado do caminho (2:8).
Todo sacerdote tinha absoluto conhecimento de como deveria pro-
ceder em seu ministério, contudo, o declínio de tão nobre vocação era
evidente. “Os sacerdotes haviam perdido todo e qualquer respeito pelo
nome de Deus, e em sua avidez só ofereciam sobre o altar animais do-
entes e defeituosos”.2 Estes haviam esquecido de que com Deus não se
brinca! Haviam trocado a honestidade pela injustiça, a vida pela morte, a
luz pelas trevas. Os líderes do povo de Deus não mais se contentavam em
seguir os caminhos do Senhor com fidelidade. O deus deste século lhes
cegou o entendimento (II Co 4:4). Agora, nada mais eram do que meros
cegos guiando a outros para o precipício.
2. Tendes feito tropeçar a muitos: O desvio dos sacerdotes da lei de
Deus culminou no desvio do povo. “Já era terrível os sacerdotes estarem
transgredindo a lei, mas, além disso, estavam levando outros a tropeçar
(Ml 2:8)”.3 À semelhança do que muito acontece em nossos dias, o vene-
no mortífero da mentira destilava dos lábios de quem deveria pronunciar
a palavra de Deus, que é a fonte ilimitada da verdade. Observe a repre-
ensão de Deus: ... por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos (2:8).
A situação era muito grave. Não se deve, em hipótese alguma, fazer uma
só pessoa tropeçar e se afastar de Deus, porque, ao culpado, melhor lhe

1. Wilkinson; Boa (2000:320).


2. Idem, p. 323.
3. Wiersbe (2001:593).

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fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submer-
gisse na profundeza do mar (Mt 18:6).
Querendo ou não, todo líder influencia de forma positiva ou negativa
seus liderados. Cristo deixou isso muito evidente ao afirmar: Porque eu
vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também (Jo 13:15).
Seguindo o mesmo raciocínio, Paulo escreveu a Timóteo: Ninguém des-
preze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza (I Tm 4:12). Precisa-se de exem-
plos, aliás, de bons exemplos! Bons exemplos os pastores devem ser; os
professores da Escola Bíblica devem ser; os líderes das crianças, da mo-
cidade, das senhoras e dos senhores devem ser; bom exemplo é o que
cada cristão, líder ou não, deve ser. Sejamos bons exemplos!
3. Violastes a aliança de Levi: Os levitas, em seus vários ramos, rece-
beram a incumbência de zelar, exclusivamente, pelas coisas concernentes
ao sacerdócio. É nisso que consiste a aliança proferida em Malaquias 2:5:
Minha aliança com ele foi de vida e paz. Somente os descendentes de Arão
(um ramo dos levitas) podiam ser sacerdotes (Lv 1:5). Os outros ramos
serviam como assistentes, realizando tarefas servis, sujas e difíceis (Nm
18:2-4).4 Portanto, como sacerdotes ou como auxiliares, os levitas tinham
de zelar, fielmente, pelo pacto que haviam feito com Deus. Nas “cláusulas”
do pacto, havia deveres, tais como: obediência, temor e zelo. Seguir esses
princípios significava vida e paz por parte de Deus (Ml 2:5; Nm 25:12-13).
Entretanto, a aliança de Levi foi violada, diz o Senhor dos exércitos (Ml
2:8). O verbo “violar” significa corromper moralmente (Gn 6:12), destruir
(Ml 3:11).5 Os sacerdotes haviam se corrompido e tornado em pedaços
a aliança de Levi. “A casta sacerdotal foi criada para servir ao povo, em
questões espirituais, não para servir a si mesma, aumentando riquezas
e praticando prazeres proibidos. Os sacerdotes ‘profanaram’ o culto e a
eles mesmos, violando a legislação mosaica pela qual deveriam ter dirigi-
do sua vida”.6 Eles escolheram o caminho mais curto; porém, o mais pe-
rigoso para se promoverem. Muitos imaginam que praticando o pecado
às escondidas, não serão punidos; afinal de contas, ninguém saberá. Mas
Deus tudo vê. Ninguém pode enganá-lo! Deus os punirá.
4. Eu vos fiz desprezíveis: De tudo o que vimos, até aqui, podemos
entender que tais sacerdotes já não mais estavam no nível de representar

4. Champlin (1933:3708).
5. Baldwin (1972:198).
6. Champlin (1933:3708).

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o Deus Santo, pois suas mentes eram más, seus pés caminhavam tortuo-
samente, suas mãos eram manchadas de propinas e seus lábios, contami-
nados com falsidade. Eles “acrescentaram a perversão do seu ofício como
juízes do povo, aceitando subornos, pisando os pobres e fracos, favore-
cendo os ricos e poderosos, dando e aceitando julgamentos falsos nas
cortes, apoiando a causa dos injustos, ignorando as causas justas, apro-
vando os maldosos e perseguindo os justos”.7 Por isso e muito mais, Deus
não somente os desprezou como também os fez desprezíveis (Ml 2:9).
A classe sacerdotal ficou desacreditada perante a sociedade. As pessoas
passaram a entender que os sacerdotes não mais eram dignos de con-
fiança. Seus nomes estavam “sujos na praça”. Deus nunca vai dar honra
a quem o desonra; nunca beneficiará o injusto e nem promoverá a quem
passa por cima de suas ordens; não elogiará os repreensíveis. Infelizmen-
te, “estamos vivendo uma crise moral na liderança evangélica brasileira:
pastores caindo em adultério, pastores abandonando a sã doutrina, escân-
dalos de toda sorte irrompendo dentro das igrejas”.8 Há muitos pastores
e líderes sérios e zelosos na obra de Deus que merecem crédito. A estes,
Deus não despreza, mas honra, por meio de um ministério frutífero.
Na vida cristã, há uma palavra que merece destaque: cuidado. To-
dos, independentemente de sermos líderes ou liderados, de sermos
pastores ou ovelhas, devemos nos acautelar para não nos desviarmos
do caminho. Tomemos o devido cuidado para não sermos o principal
motivo do afastamento das pessoas; para não descumprirmos o com-
promisso que fizemos com o nosso Deus, a fim de que tenhamos vida e
paz; para não nos tornarmos desprezíveis a Deus e à sociedade. A vida
dos sacerdotes da geração de Malaquias reflete muito bem a vida de
muitas pessoas da nossa geração. Mas ainda dá para mudar! Ainda é
possível o arrependimento!

1. Leia Ml 2:7 e 8, o primeiro item do comentário anterior e responda:


Por que é certo afirmar que os sacerdotes contemporâneos a
Malaquias se desviaram do caminho?



7. Champlin (1933:3708).
8. Lopes (2006:56).

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2. Leia Mt 18:16, o segundo item do comentário anterior e
comente com a classe as consequências que poderão advir sobre os
responsáveis pelo desvio de pessoas do caminho do Senhor.



3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, responda: De que


modo os sacerdotes violaram a aliança de Levi?



4. Leia Ml 2:9, o quarto item do comentário anterior e comente a


expressão: “Eu vos fiz desprezíveis”.



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Para evitamos o caminho do desvio, sejamos ensinadores da palavra.
Os sacerdotes, sem sombra de dúvida, eram exímios conhecedores
da palavra do Senhor; porém, não a ensinavam corretamente. Eles a
usavam não para levar as pessoas ao arrependimento, mas, sim, para se
beneficiar. Eles deturpavam o ensino e ludibriavam o povo. Não incor-
ramos no mesmo erro! Ensinemos a palavra do Senhor corretamente
e sem segundas intenções! Ensinar a palavra de Deus com motivações
erradas constitui-se um terrível pecado. Se quisermos ver Deus agir nas
pessoas, é necessário que lhes ensinemos a verdade do evangelho.

5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que não devemos nos
omitir de ensinar a palavra de Deus corretamente?



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2. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos comprometidos
com a palavra.
Os sacerdotes contemporâneos a Malaquias foram responsáveis pelo
afastamento de muita gente dos retos caminhos de Deus. Eles tinham
conhecimento da Palavra e tinham livre acesso a ela, mas faltava-lhes
comprometimento com a mesma. Para eles, importava mais ter dinheiro
(propina) no bolso do que bom nome na praça. É preciso que haja cris-
tãos comprometidos com a palavra de Deus e com o Deus da palavra;
cristãos que não aceitem nenhum tipo de propina para mudar os rumos
da pregação; cristãos que, antes de obedecer a homens, obedeçam a
Deus. Quem são esses cristãos? Somos nós! Sejamos comprometidos!

6. Leia At 5:29, a segunda aplicação e responda: Que convicção têm os


que são comprometidos com a Palavra?

3. Para evitarmos o caminho do desvio, sejamos irrepreensíveis


na palavra.
... sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor,
na fé, na pureza (I Tm 4:12). Esse é o conselho de um pastor para uma
ovelha e de uma ovelha para um pastor, de um pai (na fé) para um filho,
de um amigo para o outro, de irmão para irmão. Paulo estava alertando
a seu nobre companheiro, Timóteo, a não cair na “mesmice” e a não ficar
preso às cadeias da “teoria”. Ser cristão autêntico não é apenas portar
uma Bíblia nas mãos e ir à igreja, mas é deixar-se levar por ela! É ser um
modelo de vida que agrade a Deus. O que as pessoas têm imaginado ao
olharem para você? O seu nome está limpo na praça? Você ainda está vi-
vendo da teoria ou praticando o cristianismo autêntico? Fuja do caminho
do desvio. Seja irrepreensível na palavra. Pense nisso.

7. Leia I Tm 4:12, a terceira aplicação e responda: O que é necessário


fazermos para que sejamos cristãos exemplares na sociedade?

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CONCLUSÃO: É possível que, ao estudar esta lição, você tenha se
lembrado de alguma(s) pessoa(s) ou imaginado a si mesmo em algum
período da sua vida. Há muitos beirando o abismo do desvio. Há muitas
pessoas desiludidas por causa dos falsos cristãos, os quais são “péssimos
exemplos” nesta geração. Infelizmente, o “vírus” do descrédito está ado-
ecendo a muitos. Porém, há uma cura! Há um “antídoto” contra a falta
de princípio e de valores morais: Cristo! Pela sua Palavra é possível haver
firmeza espiritual nas pessoas; é possível haver líderes preocupados em
temer a Deus; é possível haver uma igreja santa, servindo ao Deus santo.

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8
22 MAI 2010
Traição
Hinos sugeridos: BJ 11 – CC 422 / BJ 79 – CC 367

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 16 de maio.................Ml 2:10-14 Mostrar ao estudante da
Segunda, 17........................... Ne 13:23-27 palavra de Deus que, para
o casamento dar certo, é
Terça, 18..................................... Gn 2:18-24
necessário haver cooperação, é
Quarta, 19......................................Dt 24:1-4
imprescindível haver vigilância,
Quinta, 20......................................Mt 19:3-9
e é indispensável haver
Sexta, 21..................................... Pv 2:14-15 lealdade entre o casal.
Sábado, 22................................. Ml 2:15-16

TEXTO BÁSICO: Pois eu odeio o divórcio e também odeio aquele que


se veste de violência, diz o SENHOR Deus de Israel. Portanto, cuidai de vós
mesmos, diz o Senhor dos exércitos, e não sejais infiéis. (Ml 2:16 – AS21)

INTRODUÇÃO: A ideia de que casamentos não duram para sempre,


já é aceita por grande parte da população atual, com muita naturalidade.
Tanto é verdade que só no Brasil, entre o ano de 1984 e o ano de 2007
o número de divórcios aumentou cerca de 200%, segundo os dados do
IBGE. Lamentavelmente, para cada quatro casamentos, foi registrada uma
dissolução.1 A instituição divina, chamada família, está em perigo! O que
será que Deus pensa disso? Como ele encara o divórcio? A resposta está
nas páginas das Sagradas Escrituras. O livro do profeta Malaquias, em es-
pecial, traz uma palavra esclarecedora de Deus sobre este assunto.

I. FALA, SENHOR!
Como já temos estudado até aqui, nesta série de lições bíblicas, uma
das marcas dos israelitas da época de Malaquias era a indiferença. Eles

1. Fonte: http://g1.globo.com. Acessado em 20/01/2010.

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haviam perdido o vigor da geração dos seus avós. Adoravam de forma
mecânica. O culto agradava os homens, mas não agradava a Deus. “Por
conseguinte, os alicerces do lar começaram a ruir. O divórcio estava se
tornando cada vez mais comum entre o povo da aliança”.2 Daí a declara-
ção mais explícita de Deus com relação ao divórcio (Ml 2:16). É sobre essa
declaração que estudaremos. Fala, Senhor!
1. Eu odeio o divórcio: Malaquias é enfático ao revelar a posição de
Deus sobre o divórcio. Ele foi direto. Sem rodeio algum disse: Pois o Se-
nhor, o Deus de Israel, diz que odeia o divórcio (Ml 2:16a – BV – gri-
fo nosso). O verbo “odiar” - no hebraico sane’ -, exprime uma atitude
emocional diante de pessoas e coisas que são combatidas, detestadas,
desprezadas e com as quais não se deseja ter nenhum contato ou rela-
cionamento.3 Deus odeia o divórcio de verdade! Divórcio é rompimento,
é separação. O divórcio é como um facão que destrói o que Deus uniu. É
a apostasia do amor. Deus o odeia tanto, porque criou o casamento para
ser uma união indissolúvel!
Em seus dias, o profeta Malaquias assistia um desmoronamento do lar
em Israel, com a deterioração dos casamentos. Muitos homens judeus
estavam divorciando-se de suas mulheres judias, e casando-se com mu-
lheres pagãs: filha de um deus estrangeiro (Ml 2:11). Uma voz de alerta
precisava ser levantada urgentemente. Isto aconteceu. O Senhor, através
de Malaquias, condenou estes divórcios detestáveis, e estes novos ca-
samentos corruptos no meio do seu povo. Condenou com veemência,
afinal, quando um homem e uma mulher se casam, ele próprio é teste-
munha (Ml 2:14). Que ninguém se faça de desentendido diante desse
sério alerta: Deus odeia o divórcio!
2. Eu odeio... aquele que se veste de violência: Na versão Almeida
Revista e Atualizada, esse mesmo texto, diz que Deus odeia aquele que
cobre de violência as suas vestes (Ml 2:16b). Qual a razão de Malaquias
falar de “vestes” e de “violência”? A razão é cultural. No Brasil, por exem-
plo, quando um rapaz pede uma moça em casamento, geralmente, ele
coloca um anel de noivado em seu dedo. Todavia, no antigo Israel, o
homem colocava uma ponta de sua veste sobre a mulher (cf. Rt 3:9; Ez
16:8).4 Amparado por esse contexto cultural, o que Malaquias está dizen-
do é que o homem que se divorciava de sua esposa cobria ou vestia de

2. Pape (1982:128).
3. Harris (1998:1484).
4. Wiersbe (2006:597).

54 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010

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violência a veste que simbolizara o amor. O divórcio é comparado a um
ato de violência!
Nessa época, um fator deixava esse ato mais grave e cruel. Geralmente,
os israelitas se casavam ainda jovens, com suas esposas judias, a esposa
da sua mocidade (Ml 2:15). Mais tarde, quando elas envelheciam e já não
eram tão interessantes, se apaixonavam pelas jovens estrangeiras. Legal-
mente, os israelitas podiam ficar com as duas - apesar de a poligamia não
fazer parte do plano original de Deus, era aceita culturalmente; todavia,
por razões econômicas e sociais, na prática, isso se tornava cada vez mais
difícil.5 Então, o que faziam? Trocavam suas mulheres “velhas”, por outras
mais “novas” e mais belas.6 Daí a dura repreensão de Deus: Eu odeio o
homem que faz uma coisa tão cruel assim!
3. Portanto, cuidai de vós mesmos: As famílias, e, consequentemente,
todo o povo de Israel, corriam riscos. O verbo “cuidai”, neste texto, expri-
me a atenção cuidadosa que se deve ter com as obrigações de uma alian-
ça, de leis, de estatutos, etc.7 O casamento é uma aliança de amor, feita,
diante do próprio Deus (Ml 2:14). Sempre que uma aliança é quebrada,
fatalmente, há consequências drásticas para os envolvidos. Cuidai de vós
mesmos, era um alerta necessário! Com o crescente número de divórcios
e com a realidade de novos casamentos mistos, o povo de Deus caminha-
va para um precipício, de onde, há pouco tempo haviam saído.
O perigo era evidente. Consideremos por exemplo, a expressão “filha
de um Deus estrangeiro” (Ml 2:11). Esta era a descrição das mulheres, que
os homens israelitas estavam tomando para si como esposas. A situação
era grave. A expressão “Filha de”, significa: “ter o mesmo caráter”.8 Ou
seja, estas mulheres se pareciam com os seus deuses. Viviam de acor-
do com princípios pagãos. E, como o casal teria de chegar a um acordo
para viver feliz, alguém teria de ceder. Na prática, quase sempre, o padrão
menos exigente é o que vence. Neste caso, continuar casando com estas
mulheres era colocar o povo em risco. A apostasia já os levara ao cativeiro
noutros tempos. Era preciso mesmo, muito cuidado: o Senhor eliminará
das tendas de Jacó o homem que fizer isso, seja quem for (Ml 2:12).
4. Não sejais infiéis: Se dermos uma rápida olhada em nossas Bíblias,
no trecho de Malaquias que estamos estudando (2:10-16), veremos que

5. Schökel; Diaz (1991:1251).


6. Champlin (2000:3709).
7. Harris; Archer, Jr.; Waltke (1998:2414).
8. Baldwin (1982:199).

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a palavra “infiel” se repete cinco vezes (cf. vs.10, 11, 14, 15 e 16). Se a sua
Bíblia for a Almeida RC, ao invés de “infiel” você encontrará a palavra
“desleal”. Se for a Almeida RA, você encontrará três vezes a palavra “des-
leal” e duas vezes a palavra “infiel”. As duas se encaixam bem aqui. No
texto original hebraico, a palavra que aparece em todos estes versículos
é a mesma: bagad. Ela tem o sentido de “agir traiçoeiramente” ou “agir
enganosamente”. Trata-se de alguém que não honra um acordo.9 Era
exatamente o que estava acontecendo.
Eles estavam traindo ao Senhor e, consequentemente, traindo-se uns
aos outros (Ml 2:10). A traição aqui era horizontal e vertical. Eles traíam a
Deus e as suas esposas, quando contraiam casamentos com adoradoras
de Deus estranho (Ml 2:11). O versículo 14 diz: ...tu foste desleal, sendo ela
a tua companheira e a mulher da tua aliança. A palavra “companheira”,
neste versículo, é, literalmente, “a que está atada a ti”.10 Marido e mulher,
por ocasião do casamento, eram “atados” um ao outro pelo próprio Deus.
Dessa maneira, quando o divórcio ocorria, a esposa e Deus eram traídos!
Não havia outra coisa a dizer, senão a dura repreensão: Não sejais infiéis!
Enfim, concluindo esta primeira parte da nossa lição, gostaríamos de
enfatizar, que o divórcio nunca esteve nos planos de Deus. Mesmo sendo
permitido em alguns casos, ele é isso mesmo, “permitido” e não obrigató-
rio. Foi por causa da dureza do coração humano (Mt 19:3-9). Deus continua
odiando o divórcio! O perdão ainda continua sendo a melhor saída. Final-
mente, alertamos ainda, que não é suficiente censurarmos o ato jurídico
do divórcio, mas, as atitudes que o produzem.11 O divórcio, só é o ato que
decreta o fim de uma união que não deu certo. Por isso, com base neste
mesmo trecho de Malaquias, veremos no próximo tópico do nosso estudo,
algumas atitudes práticas para evitá-lo e fazer o casamento dar certo.

1. Leia Ml 2:16a e o item 1 do comentário anterior e comente sobre


a posição de Deus com relação ao divórcio? O que significa o
verbo odiar?



9. Harris (1998:148).
10. Coelho Filho (1991:51).
11. Idem, p. 51.

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2. Faça a leitura de Ml 2:16b, do item 2 do comentário e responda:
Qual a razão de Malaquias falar sobre “veste” e “violência”? O que
tornava o divórcio algo tão cruel e grave em sua época?



3. Leia Ml 2:11, 16c, o item 3 do comentário e responda: O que


significa a expressão “filha de”? Por que o alerta sobre o cuidado
era importantíssimo?



4. Faça a leitura de Ml 2:16d, e do item 4 e comente com a classe sobre


a repreensão: Não sejais infiéis.



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE


1. Para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação
entre o casal.
Nós já afirmamos anteriormente, que a palavra “companheira”, de Ma-
laquias 2:14, significa “a que está atada a ti”. Este significado é um tan-
to quanto revelador e esclarecedor. Tente visualizar a imagem de duas
pessoas atadas uma a outra... O que aconteceria, se cada uma delas re-
solvesse andar para um lado? De duas uma: ou a mais forte arrastaria a
mais fraca para o seu lado, ou então não sairiam do lugar. Você já deve
ter entendido onde queremos chegar. Num casamento onde não existe
companheirismo, cooperação; as coisas não andam! Afinal, não há como
mudar o que foi feito: marido e mulher, por ocasião do casamento, são
“atados” um ao outro pelo próprio Deus. Se você quer ver seu casamento
dar certo, coopere!

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5. Por que, para o casamento dar certo, é necessário haver cooperação?




2. Para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância


entre o casal.
Talvez uma das coisas que mais corroem um casamento, seja a falta
de vigilância. Não foi sem razão que, por duas vezes, Deus disse aos es-
posos infiéis da época de Malaquias: ...tenham cuidado para que nenhum
de vocês seja infiel (Ml 2:15,16). A falta de cuidado e vigilância coloca
o casal à beira do precipício. Quando o casal não vigia os olhos e os
pensamentos, eles podem olhar e cobiçar o cônjuge alheio. Se o casal
não vigia as palavras, podem dizer palavras que fazem mal aos outros (Ef
4:29 – NTLH). E assim por diante. Por isso, se não quisermos que o nosso
casamento termine da pior maneira: vigiemos! Pequenas atitudes podem
trazer grandes transformações.

6. Por que, para o casamento dar certo, é indispensável haver vigilância?






3. Para o casamento dar certo é imprescindível haver lealdade entre


o casal.
A lealdade é o oposto da traição. A lealdade é o segredo para
manter o casamento saudável. A traição o adoece e mata. A lealdade
preserva a aliança feita diante do Senhor. A traição a profana. A leal-
dade mantém a comunhão do casal com Deus. A traição a desfaz. E,
não adianta ao traidor, cobrir o altar do Senhor com lágrimas, choro
e gemidos, porque ele não olha mais para as ofertas, nem as aceita da
vossa mão com prazer (Ml 2:13). Deus prefere obediência em vez de
sacrifícios. O que Deus quer é fidelidade à aliança matrimonial feita
diante dele (Ml 2:14)! Se você quer que o seu casamento dê certo,
seja leal!

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7. Por que, para o casamento dar certo, é imprescindível haver lealdade?




CONCLUSÃO: A pergunta do versículo 14 de Malaquias capítulo 2,


exala hipocrisia. Mesmo diante da realidade dos casamentos mistos e dos
cruéis divórcios, quando iam ao Senhor orar e não eram respondidos, os
judeus tinham a coragem de perguntar: Por quê? Em sua resposta, Deus
trouxe sua reveladora e bombástica opinião sobre o assunto, tão comen-
tada nesta lição: Eu odeio o divórcio! Não despreze esse sério alerta. Não
há como amenizá-lo. Por isso, ao invés de perguntas e desculpas, é hora
de tomarmos atitudes. Quem sabe Deus não pode usar você para ajudar
alguém que está com o casamento por um fio. Ou, quem sabe Deus não
pode restaurar o seu casamento! Creia: o Deus que é testemunha entre
você e seu cônjuge pode fazer isso. Que assim seja!

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9
29 MAI 2010
Juízo
Hinos sugeridos: BJ 191 – CC 112 / BJ 369 – HC 442

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 23 de maio................ Ml 2:17-3:5 Tornar o estudante da Bíblia
Segunda, 24................................ Mt 3:1-12 Sagrada consciente de que o
juízo de Deus é uma realidade
Terça, 25.................................... Am 5:18-20
do passado, do presente e do
Quarta, 26..................... Ec 3:17; Mt 25:32
futuro, e nos traz a certeza de
Quinta, 27....................... Jo 5:22; At 10:42
que ele é infalível, imparcial e
Sexta, 28......................Rm 14:10; II Tm 4:1 imaculado.
Sábado, 29.................. I Jo 4:14; Jd 14-15

TEXTO BÁSICO: ... Eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas
quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando
ele aparecer? (Ml 3:1b-2a).

INTRODUÇÃO: Até aqui, pudemos analisar, com muita sensatez e en-


tusiasmo em nossas Escolas Bíblicas, vários aspectos que envolveram o
povo de Deus nos dias de Malaquias. Deus falou e o seu povo ouviu
verdades incontestáveis a respeito de afeto, honra, votos, temor, atitude,
ensino, desvio e traição. Nesta lição, teremos a oportunidade de estu-
dar sobre mais um importante assunto: Juízo. Antes de qualquer coisa,
devemos ter em mente a certeza de que Deus não é mau (Sl 25:7; 27:3;
31:16,19 e 21; 42:8), mas justo. Muitos confundem justiça com maldade.
De fato, a justiça humana não é 100% justa, ao contrário da justiça de
Deus, que é perfeita.

I. FALA, SENHOR!
O versículo 17 do capítulo 2 de Malaquias, expressa perfeitamente o
pensamento de muitos acerca do juízo de Deus: Qualquer que faz o mal

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passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde
está o Deus do juízo? O juízo de Deus estava sendo questionado e o Deus
do juízo, acusado de parcialidade e impunidade. “O argumento: conside-
rando que muitos desfrutam de prosperidade material, embora violan-
do definidamente a lei moral, se existe um Deus, Ele ao que parece, os
favorece”.1 Porém, a resposta de Deus a tais acusações, vem em seguida,
por meio de quatro argumentos que “lançam por terra”, qualquer pensa-
mento que tenta pôr em dúvida, a justiça divina. São eles:
1. Eis que eu envio o meu mensageiro: O mensageiro citado em Ma-
laquias 3:1, refere-se, provavelmente, a João Batista. Podemos comprovar
isso comparando os textos de Ml 4:5 e Mt 11:14. João Batista é o Elias
que havia de vir: Pois todos os profetas e a lei profetizaram até João. E,
se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir (Mt 11:13-14 - grifo
nosso). Não devemos imaginar este texto como uma alusão à falsa dou-
trina da reencarnação. “A Bíblia explica que João veio no espírito e no
poder de Elias (Lc 1.17) e não como reencarnação de Elias. A identificação
não é corpórea, mas de ministério”.2 O juízo de Deus estava às portas:
Deus enviaria seu mensageiro!
João Batista viveu para cumprir o chamado de Deus. Ele era o precursor
do Messias, e como tal, pregava a mensagem de arrependimento: Arre-
pendei-vos porque está próximo o reino dos céus (Mt 3:2). Com esta mensa-
gem, saía também de seus lábios, a mensagem de juízo: A sua pá, ele tem
na mão e limpará completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro,
mas queimará a palha em fogo inextinguível (Mt 3:12). O juízo de Deus
não tarda, pois, a seu tempo, se cumprirá, irrevogavelmente. Não importa
se somos ou não portadores de um nobre cargo na sociedade ou entre o
povo de Deus, jamais conseguiremos fugir do seu julgamento.
2. Mas quem suportará o dia da sua vinda?: Como podemos observar,
no texto de Ml 3:1, o mensageiro viria com o propósito de preparar o caminho
diante do Senhor. Após o mensageiro cumprir a sua missão, seria a vez do
próprio Senhor aparecer. A questão, porém, é: ... quem suportará o dia da sua
vinda? (3:2a). O que teriam imaginado e sentido as pessoas a quem tal per-
gunta fora direcionada? Teriam os acusadores de Deus argumentos convin-
centes para fugirem dessa dura e terrível realidade? Muitos fariseus e sadu-
ceus tentaram, porém, o que conseguiram nada mais foi do que a repreensão
de João: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? (Mt 3:8b).

1. Pfeiffer; Harrison (2001:382).


2. Lopes (2006:83).

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Na verdade, ninguém poderá suportar o juízo de Deus. Ninguém con-
seguirá ficar impune. Não há uma “fórmula mágica” que impeça o pecador
de ser julgado pelos seus pecados. “O profeta Amós diz que o dia do Se-
nhor será dia de trevas e não de luz para aqueles que esperam o favor de
Deus, mas permanecem em seus pecados (Am 5:18-20)”.3 Já não nos resta
nenhuma dúvida de que Deus não suporta a parcialidade no julgamento,
muito menos, a impunidade. O próprio Deus será a principal testemunha
contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que defrau-
dam o trabalhador em seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o
direito do estrangeiro (Ml 3:5).
3. Porque ele será como o fogo do ourives: O ourives tinha a função de
fundir e purificar o ouro (Is 1:25, 48.10). Nesse processo, as impurezas que
impediam o ouro de mostrar o seu brilho, eram todas, consumidas pelo
fogo. O juízo de Deus destruirá, por completo, todo fragmento pecamino-
so que hoje, impede o ser humano de refletir a sua glória. A semelhança
do ourives, Deus eliminará os “excessos” que há em nós, e nos tornará
mais puros do que o ouro refinado. “O fogo destrói a escória e purifica
o ouro. Esse é um processo doloroso, mas necessário”.4 E, o fato de Deus
nos colocar na fornalha, não é sinal de seu abandono, mas prova do seu
grande amor por nós: “Ele jamais iria depurar algo imprestável”.5 Somos
preciosos para ele!
Malaquias alerta: Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e
purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que
tragam ao Senhor ofertas em justiça (3:3 - grifo nosso). Os filhos de Levi
tinham funções importantíssimas no tabernáculo de Deus (Nm 16:8-9).
Mas aqui, observamos uma falha gravíssima em relação as suas ofertas!
Ofertas de justiça é a exigência de Deus para todos. Deus não exigiu dos
filhos de Levi, uma oferta de grande peso financeiro (isso, porém, não nos
isenta da generosidade e responsabilidade financeira para com a obra de
Deus), mas espiritual: eles falharam! Deus promete, através de Malaquias,
que eles seriam purificados como ouro. Estejamos preparados, nós tam-
bém: Ele é como fogo do ourives!
4. Chegar-me-ei a vós outros para juízo: O alerta continua! O Senhor
promete ser uma testemunha veloz contra os feiticeiros, contra os adúlteros,
contra os que juram falsamente, contra os que defraudam o trabalhador em

3. Lopes (2006:84).
4. Idem.
5. Idem.

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seu salário, a viúva, e o órfão, e que pervertem o direito do estrangeiro (Ml
3:5). Esta é a resposta de Deus a interrogação de Malaquias 2:17: Onde está
o Deus do juízo? O juízo de Deus viria. Como observamos no texto acima,
havia, no meio do povo do Senhor, pessoas completamente corrompidas.
O povo de Deus não é um “paraíso perfeito”, onde todos praticam as vir-
tudes do amor, longanimidade, mansidão, fé e etc. Existem sim, muitas
pessoas sérias, todavia, há muitos que não o temem.
Deus ama o seu povo e, por essa razão, zelará por sua pureza. Por
amar o seu povo, ele o julgará com justiça. “Alguns crentes possuem um
raciocínio bastante estranho. Presumem que Deus não tolera o pecado
no incrédulo e o condena por isto, mas que faz vista grossa aos pecados
dos crentes”.6 Devemos lembrar que, por diversas vezes Deus julgou Is-
rael por seus terríveis pecados, sendo que, para isso, usava, em alguns
casos, nações pagãs. Portanto, não nos admiremos quando Deus decidir
nos julgar, pois assim ele o faz porque nos quer bem: Filho meu, não
desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és re-
preendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe
por filho (Hb 12:5b-6).
Há muito, o processo de purificação teve o seu início. Não é de hoje que
o Deus do juízo tem “lançado por terra” a muitos homens arrogantes; Deus
os afogou nas águas turvas da sua própria hipocrisia. Diante do Senhor
não há pecados escondidos! Quem poderá se esconder dos olhos do oni-
presente Deus? Há muito tempo o precursor do Messias anunciou: Já está
posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom
fruto é cortada e lançada ao fogo (Mt 3:10). Certamente, ninguém gostaria
de ser “cortado” e “lançado ao fogo”. Para que isso não aconteça, necessá-
rio é que haja verdadeiro temor e arrependimento diante de Deus (Mt 3:8).

1. Leia Ml 3:1; 4:5; Mt 3:12; 11:14, o primeiro item do comentário


anterior e responda: Quem é o mensageiro enviado e em que
consiste a sua mensagem?




6. Filho (1994:60).

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2. Após ler Am 5:18-20; Ml 3:2a; Mt 3:8 e o segundo item do comentário
anterior, responda: Por que o dia do Senhor será de trevas e não de
luz para muitos? É possível fugir do julgamento de Deus?





3. Após ler o terceiro item do comentário anterior, comente sobre


a função do ourives. De que modo Deus trabalha no processo de
purificação e restauração do seu povo?





4. Leia Ml 3:5 e o quarto item do comentário anterior e responda: Além


de julgar os ímpios, Deus também julga o seu povo? Por quê?





II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. O juízo nos traz a certeza de que Deus é infalível.
Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá, quando ele
aparecer? Pois ele será como o fogo de fundidor e como o sabão de lavan-
deiros (Ml 3:2). Este texto não nos deixa dúvida de que o juízo divino é
apenas uma questão de tempo! Deus cumprirá sim, com a sua promessa
de juízo. Portando, as pessoas que se deleitam na prática do adultério, da
corrupção, da feitiçaria, da idolatria, da ira, do homicídio, da maledicên-
cia, etc., serão julgadas por Deus. Isso acontecerá porque Deus não falha

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em suas promessas, mesmo quando estas, se referem ao juízo. Mesmo
que muitos pensem o contrário, o Deus infalível não deixará impunes os
pecadores desta geração.

5. Após ler a primeira aplicação, responda: Por que podemos ter


certeza de que Deus é infalível?





2. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imparcial.


E chegar-me-ei a vós para juízo (Ml 3:5a). Poderá haver injustiças nos
julgamentos humanos, pois somos pecadores e poderemos falhar (I
Jo 1:8). A justiça humana peca por ser parcial, ou seja, age em favo-
recimento de uns em detrimento de outros. Mas Deus não age com
parcialidade! Engana-se quem pensa que Deus fará o pai pagar pelos
pecados do filho, ou vice-versa; e que o justo será julgado pelos erros
do injusto (Ez 18:2-4). Deus não favorece classe de pessoas; ele não
favorece a injustiça. Deus não deixará de julgar uma pessoa que vive
na prática do pecado, só porque ela é crente ou líder da igreja. O Deus
imparcial julga a quem merece.

6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que significa ser


imparcial? Você acha que o julgamento de Deus é assim?

3. O juízo nos traz a certeza de que Deus é imaculado.


Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; e purificará os fi-
lhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata, até que tragam ao
Senhor ofertas em justiça (Ml 3:3 - grifo nosso). O julgamento de Deus
é necessário? Sim. Muito necessário. Por quê? Tem como objetivo, não
somente a punição, mas também a pureza dos seus filhos. Deus é es-
sencialmente santo e deseja que a sua santidade seja uma realidade em

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nós, como está escrito: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede
vós também santos em todo o vosso procedimento (I Pe 1:15). Deus quer
nos purificar e nos “moldar” a fim de que, um dia, sejamos semelhantes
a ele: imaculados.

7. Com base na terceira aplicação, responda: Qual o objetivo do juízo


de Deus para o seu povo?

CONCLUSÃO: Após analisarmos os quatro argumentos que confir-


mam o juízo divino, pudemos chegar à fundamental conclusão: o juí-
zo nos traz a certeza de que Deus é infalível, imparcial e imaculado. Tal
conclusão é imprescindível para todo servo de Cristo, pois mostra que o
nosso Deus não abandonou o mundo à sua própria sorte, mas julga os
“maus” e se preocupa em nos conduzir a uma vida de santidade. É inevi-
tável as pessoas ouvirem falar de juízo e não terem medo, pois a imagem
que nos vem à cabeça é a de que se trata somente de algo punitivo. Po-
rém, o julgamento de Deus nem sempre destrói, mas purifica e dá uma
nova chance ao pecador (Ml 3:3).

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10
5 JUN 2010
Volta
Hinos sugeridos: BJ 317 – HC 77 / BJ 116 – CC 270

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 30 de maio..................... Ml 3:6-7 Ensinar ao estudante da Bíblia
Segunda, 31............................. Lm 3:17-22 Sagrada que, quando toma-
Terça, 1 de junho................... I Pe 2:22-25 mos a atitude de voltar para
Quarta, 2....................................... Jl 2:11-15 o caminho do Senhor, somos
Quinta, 3................................. Sl 6:4; 26:157 libertos da desobediência,
Sexta, 4..................................Sl 80:14; 86:16 prevenidos da dissimulação e
Sábado, 5.........................Sl 90:13, 119:132 livres do distanciamento.

TEXTO BÁSICO: Desde o tempo dos seus antepassados vocês se des-


viaram dos meus decretos e não lhes obedeceram. Voltem para mim e eu
voltarei para vocês, diz o SENHOR dos Exércitos. (Ml 3:7a – NVI)

INTRODUÇÃO: Desde os tempos de Moisés, o povo hebreu já demons-


trava profunda ingratidão para com Deus. Este fez tudo por eles, mas ainda
assim, parecia não ser suficiente! A libertação do domínio egípcio, a mirabo-
lante travessia do Mar Vermelho, a incrível derrota do exército de Faraó e o
maná “celestial” não evitaram a dureza de coração e a rebeldia de um povo
que tinha à sua direção, o Deus invencível. O privilégio de ser a fiel testemu-
nha das proezas de Deus, não deu a este povo, o prazer de ser o fiel adora-
dor. Eles tiveram a insensata ousadia de provocar ao Senhor ao fazer e adorar
um bezerro de ouro no deserto (Ex 32:3-4). Contudo, o Senhor não apenas
se portou a ele com juízo, mas também com misericórdia! (Nm 21:6-9).

I. FALA, SENHOR!
Ao lermos o texto de Malaquias 2:8, constatamos que a repreensão do
Senhor se destinava aos sacerdotes que haviam quebrado a aliança de

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Levi. Ao examinarmos, porém, os versículos 5 a 7 do capítulo 3, veremos
que, dessa vez, a repreensão de Deus se estende, não somente aos sa-
cerdotes, mas também, à nação hebraica. Os graves pecados de outrora,
estavam sendo cometidos incessantemente. Os mesmos erros cometidos
perante Moisés eram cometidos perante Malaquias (3:7). O desvio era
uma realidade presente e deveria fazer parte do passado daquela gera-
ção, sendo que a volta do povo para a comunhão com Deus precisava
ser imediata. Por causa disso, o Senhor falou as seguintes palavras por
meio do profeta.
1. De fato, eu, o Senhor, não mudo: Consideremos dois aspectos
da imutabilidade de Deus: Em primeiro lugar, Deus não muda em sua
justiça. Um erro gravíssimo seria imaginar que Deus deixaria impunes os
pecadores daquela geração rebelde. Observe o texto: Chegar-me-ei a vós
outros para juízo (3:5a). Deus estava se referindo àqueles que praticavam
a feitiçaria, o adultério, a falsidade, o furto, a opressão e a corrupção.
Estes não temiam ao Senhor e “achavam que Deus era como eles e que
faria vista grossa para o pecado, deixando de julgá-los por transgredir
sua lei”.1 É tolice imaginarmos que ao cometermos pecado, não enfren-
taremos suas consequências. É tolice “brincar de pecar”, pois pecado não
é brincadeira, mas morte. Deus sempre será justo.
Em segundo lugar, Deus não muda em sua misericórdia. Uma mãe
que ama a seu filho, muitas vezes o disciplina porque sabe que se assim
não fizer, poderá um dia, perdê-lo para sempre. Ela o disciplina, mas
também lhe dá amor. Deus nos ama e nos dá uma segunda chance. O
povo pecou, mas Deus quis mudar a sua história; o povo se afastou de
Deus, mas ele o quis de volta. “A imutabilidade divina é a causa de não
sermos destruídos. Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados,
estaríamos arruinados”.2 Portanto, se hoje você teve a oportunidade de
conversar com as pessoas que você ama, saiba que não foi por mere-
cimento próprio, mas por misericórdia divina, porque as suas misericór-
dias não têm fim (Lm 3:22b).
2. Vocês se desviaram dos meus decretos: Depois de declarar a sua
imutabilidade, pela qual os filhos de Jacó, os descendentes de Abraão,
não haviam sido consumidos, Deus traz à tona o principal erro deles:
... se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (v.7). Observe
que na primeira parte do versículo 6, Deus mostra a sua inteira fidelida-

1. Wiersbe (2001:601).
2. Lopes (2006:91).

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de: De fato, eu, o Senhor, não mudo. Porém, no versículo 7, Deus mos-
tra a infidelidade do seu povo. “As ordenanças transgredidas referiam-
se especificamente à mordomia do dízimo e das chamadas ofertas
alçadas”.3 Sem dúvida, há uma relação muito forte entre os versículos
7 e 8 de Malaquias capítulo 3. Muitos estavam tomando posse daquilo
que ao Senhor pertencia.
O pecado da infidelidade tornara-se uma espécie de “círculo vicioso”
em que era ensinado de pai para filho; de geração para geração. Infe-
lizmente, este pecado persiste no meio do povo de Deus da atualidade.
É muito triste, porém, correto afirmar que as duras palavras descritas
no texto de Malaquias 3:8, se aplicam a milhares de cristãos em todo o
mundo. A infidelidade que estava incomodando a Malaquias, hoje con-
tinua a incomodar milhares de pastores em diversas igrejas. Se você é
um oponente do pecado da infidelidade, certamente se sentirá amarga-
mente incomodado com tamanho erro. Que o Espírito Santo continue a
“incomodar” os nossos corações a fim de não nos conformarmos com a
desobediência aos decretos de Deus.
3. Voltem para mim: Embora tenha recebido a repreensão de Deus
por ter se desviado dos seus decretos (v.7), o povo podia contar com a
sua misericórdia, a qual lhe concedia uma nova oportunidade de mudar
os rumos do seu futuro. Disse Deus: Voltem para mim... (v.7a). O verbo
“(shûb) voltar-se, retornar”,4 “combina em si os dois requisitos do arre-
pendimento: desviar-se do mal e voltar-se para o bem”.5 Voltar-se para
Deus envolve uma radical mudança de vida. É necessário quebrantamen-
to, arrependimento, humildade para reconhecer os erros cometidos e
força de vontade para acertar novamente. “O povo quis saber ‘como vol-
tar’. A resposta foi: ‘Abandone seus pecados e caminhos ímpios’. Havia
necessidade urgente de uma reforma moral e espiritual”.6
Malaquias tinha a “visão” de Deus e sabia que o povo precisava se
arrepender urgentemente dos seus delitos e pecados. Este, porém, pen-
sava o contrário: Em que havemos de tornar? (v.7c). O povo achava que a
sua condição espiritual estava boa. “Pior que o pecado é a inconseqüên-
cia de achar que não se está em pecado”.7 Quando uma pessoa chega a

3. Pfeiffer; Harrison (1986:383).


4. Harris (1916:1532).
5. Idem, p. 1532.
6. Champlin (1933:3710).
7. Coelho Filho (1988:67).

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esse ponto, ela começa a imaginar que não há nada demais em receber
propina para prejudicar os outros, em praticar o adultério, a fornicação, a
sonegação dos dízimos etc. Mas à semelhança daquela época, hoje Deus
também confronta o pecador com a santa palavra. Aquilo que é pecado,
sempre será pecado. Não há meio termo: ou nos voltamos para Deus, ou
morreremos sem ele.
4. E eu voltarei para vocês: Quando Deus falou: Voltem para mim e
eu voltarei para vocês (3:7), ele estava diretamente afirmando que havia
uma distância relacional entre ele e seu povo. Uma inconsequente ação
produzirá uma brusca reação. Os nossos pecados nos separam de Deus,
pois ele é santo e não compactua com o erro. Isaías afirmou isso ao dizer:
Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os
vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça
(Is 59:2). Deus mudará sua atitude se o ser humano mudar a dele. Deus
terá comunhão conosco se buscarmos fervorosamente tal comunhão.
Ele nos honrará quando o honrarmos.
Deus verdadeiramente nos ama e quem ama, verdadeiramente per-
doa! “Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por
baixas. Não podemos fazer nada para Deus nos amar mais nem deixar
de fazer nada para Deus nos amar menos”.8 Os seus braços estão abertos
para receberem os “filhos pródigos” e os seus pés correm à beira do ca-
minho a esperá-los. Mesmo que o pecado interrompa a nossa comunhão
com Deus, não poderá, jamais, impedi-lo de se preocupar conosco. O
Senhor voltará a nos abençoar, a nos guiar, a caminhar ao nosso lado e a
nos aceitar no seu santo monte, quando, com todo o nosso coração, nos
achegarmos a ele.
Não podemos ouvir a voz do profeta Malaquias, mas podemos sentir
a voz de Deus ecoar aos nossos corações por meio da sua palavra. A
mensagem do evangelho traspassou a barreira do tempo e com uma
precisão incalculável, aplicou-se perfeitamente à nossa realidade. Deus
falou aos sacerdotes, aos profetas e à nação. Hoje, porém, ele pode
estar falando exclusivamente para você. Deus lhe chama ao arrependi-
mento, à fidelidade e a certeza de que ele nunca mudará em sua justiça
nem em sua misericórdia. Portanto, não cometa o grave erro de ser
apenas um mero ouvinte. Seja, porém, um fiel praticante da palavra do
Deus imutável.

8. Lopes (2006:90).

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1. Leia Ml 3:6, o primeiro item do comentário anterior, e comente com a
classe sobre os dois aspectos da imutabilidade de Deus.



2. Leia o segundo item do comentário anterior e responda: Que relação


há entre os versículos 7 e 8 de Malaquias 3? Quais as consequências
da infidelidade para com Deus?



3. Após ler Ml 3:7b e o terceiro item do comentário anterior, responda:


Que atitude precisava o povo de Deus tomar urgentemente?



4. Leia o quarto item do comentário anterior e comente a expressão: E


eu voltarei para vocês.



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Voltar para o caminho do Senhor nos liberta da desobediência.
...Vocês se desviaram dos meus decretos e não lhes obedeceram (Ml
3:7). É evidente que todos nós pecamos (I Jo 1:8). Todos nós estamos
ligados à natureza pecaminosa. Paulo confirmou isso da seguinte manei-
ra: ...porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço
(Rm 7:15b). Mesmo ligados, por natureza, ao pecado, não mais somos
dominados por ele, pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto
não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14). É possível sim,

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sermos livres da desobediência; é possível não mais sermos dominados
pelos pecados de outrora. Estejamos certos de que voltar-se para Deus é
garantia de liberdade.

5. Leia Rm 6:14; a primeira aplicação, e responda: De que modo


poderemos ser libertos da desobediência?



2. Voltar para o caminho do Senhor nos previne da dissimulação.


...Em que havemos de tornar? (Ml 3:7). As pessoas furtam, matam, rou-
bam, corrompem, e quando são flagradas em seus próprios atos profa-
nos, dizem: “o que eu fiz? eu não fiz nada!”. Chega de farsa! Deixemos
de lado a “mania” de querer ocultar os nossos erros diante de Deus.
Sejamos coerentes e, com humildade, reconheçamos os nossos pecados
antes que seja tarde demais! Voltemo-nos para o Senhor e obedeçamos
a sua palavra que diz: Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito va-
cilante, purificai os corações. Senti as vossas misérias, lamentai e chorai
(Tg 4:8b-9a). Dessa maneira, procede todo aquele que verdadeiramente
volta-se para Deus.

6. Leia Tg 4:7 e 8, a segunda aplicação, e responda: De que modo


a volta para o Senhor pode nos prevenir da dissimulação?



3. Voltar para o caminho do Senhor nos livra do distanciamento.


...Voltem para mim e eu voltarei para vocês, diz o Senhor dos Exércitos
(Ml 3:7). É demasiadamente desconfortante estar distante de quem se
ama. Porém, pior do que a distância das pessoas que amamos, é a distân-
cia de Deus. Os nossos próprios pecados nos afastam dele (Is 59:2), ou
seja, nós somos os provocadores do distanciamento, não Deus. Contudo,
todos que estão distantes do Senhor, por alguma razão, independente-
mente de raça, cor, idade, sexo, posição social, etc., poderão novamen-
te usufruir da comunhão com ele. Como? Voltando aos seus caminhos.

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Quando tomarmos tal atitude com todo o desejo do nosso coração, ele
também se voltará para nós. Louvado seja o Senhor!

7. Leia a terceira aplicação e responda: Você acha ruim ficar longe das
pessoas que ama? Qual a pior das distâncias e como acabar com ela?



CONCLUSÃO: Qual é a sua situação? Porventura, você se encontra


distanciado de Deus por desobedecer aos estatutos estabelecidos por
ele? Será que você está sofrendo as conseqüências dos pecados antes
cometidos e se encontra estarrecido porque as coisas parecem se com-
plicar ainda mais para você? Então, tome agora mesmo uma urgente
atitude: Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou man-
so e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas (Mt
11.28,29 – grifo nosso). Em Cristo, haverá sempre uma saída para você.
Volte para o Senhor. Ele está a sua espera.

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11
12 JUN 2010
Roubo
Hinos sugeridos: BJ 383 – CC 344 / BJ 315 – CC 296

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 6 de junho...................... Ml 2:8-18 Mostrar quais são as
orientações da palavra de
Segunda, 7..........................Pv 11:24; 21:13
Deus sobre a entrega dos
Terça, 8......................................Ne 13:10-14
dízimos.
Quarta, 9.....................................At 5:1-1-16
Quinta, 10...........................Gn 14:20; 28:22
Sexta, 11......................Ml 3:10; Mt 23:235
Sábado, 12....................II Co 8:7-14, 9:6-9

TEXTO BÁSICO: Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e


dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. (Ml 3:8)

INTRODUÇÃO: Um dos roubos mais famosos da história aconteceu


no dia 8 de agosto de 1963 – há mais de 45 anos – e envolveu 16
pessoas de um condado da Inglaterra.1 Dentre essas pessoas, estava o
britânico Ronald Biggs, que se tornou mundialmente famoso por ter se
refugiado no Brasil, por mais de 35 anos. Na ação, o bando levou de
um trem postal a incrível quantia de 2.631.784 de libras esterlinas em
notas miúdas - hoje em dia, o equivalente a cerca de 92 milhões de
reais!2 Roubo é o assunto desta lição. Mas não se trata de um roubo
qualquer. É mais grave do que o feito contra o trem pagador. Vejamos
que roubo é esse.

1. Fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_124175. < Acessado


em 05/02/2010.
2. Fonte: http://veja.abril.com.br/agencias/afp/veja-afp/detail/2009-08-17-495521.
< Acessado em 05/02/2010.

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I. FALA, SENHOR!
O livro de Malaquias é o livro das perguntas. Nele, existem vinte e
seis perguntas (Ml 1:2,6-10,13, 2:10,14-15,17, 3:2,7-8,13-14). Só não
estão presentes no capítulo quatro. Das vinte e seis, onze foram feitas
por Deus, nove pelo povo e seis pelo profeta. As perguntas de Deus
são sempre incisivas, honestas e profundas. As do profeta seguem
nesta direção. Já as do povo, são absurdamente cínicas e irônicas. Mas
vamos, agora, voltar nossa atenção para uma das perguntas divinas.
1. Roubará o homem a Deus?: Se esta não fosse uma pergunta
divina, diríamos, sem titubear, que é uma pergunta sem sentido. Pa-
rece-nos impossível a criatura poder roubar o Criador. Mas ela não só
pode roubá-lo, como rouba. Deus não acusa, mas afirma, sem rodeio
algum, que o seu próprio povo o rouba: Vós me roubais (Ml 3:8b). Ele
o rouba nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:8c). O termo hebraico para
“roubais” (qaba ̀) tem a ideia de “tomar à força”. Ele é usado de novo
apenas em Pv 22:23, no contexto de uma agressão ao pobre. Isso nos
mostra que se trata de um ato violento.
Mas isso não é tudo. Alguns eruditos modernos pensam em mudar
(e alguns mudam) as consoantes do verbo qaba` (roubar) de lugar
para obterem o verbo `aqab (suplantar), de cuja raiz é formado o
nome “Jacó” (Ya ̀aqob), que significa “suplantador” (Ml 1:2, 2:2, 3:6). A
Bíblia de Jerusalém concorda3 com essa alteração, mas não adota no
lugar do verbo “roubar” o verbo “suplantar”. Ela optou por um verbo
sinônimo: “enganar”. É bem atraente, “o jogo de palavras como nome
Jacó, mas o texto hebraico tem como vantagem uma franqueza que
soa real, e deve ser conservado”4.
2. Com maldição sois amaldiçoados: Em Ml 1:14, Deus amaldiçoa
o enganador, que lhe prometeu um animal perfeito do seu rebanho,
mas lhe ofereceu um animal defeituoso. Em Ml 2:2, Deus garante que
amaldiçoará terrivelmente os sacerdotes que não obedecerem aos seus
mandamentos e não honrarem o seu nome. Agora, em Ml 3:9, Deus
declara que amaldiçoou a nação toda por causa do roubo dos dízimos
e das ofertas. “Insurgir-se contra Deus e violar as suas leis trazem mal-

3. Ver nota de rodapé desse texto na Bíblia de Jerusalém.


4. Baldwin (1982:206).

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dição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade”,5 nem ignora
a desobediência. Isso é assim desde o princípio (Gn 3:14-19).
Quando houve aquele terrível terremoto no Haiti, houve quem dis-
sesse que o desastre que matou milhares de pessoas era resultado
de uma maldição divina, uma vez que os haitianos são praticantes de
religiões africanas. Um bispo do país, então, se manifestou dizendo:
“Nossa desolação não é uma maldição divina”.6 Destacou que o de-
sastre foi provocado por um fenômeno natural. Mas o mesmo não se
pode dizer sobre o que ocorre com a nação de Israel. A tragédia que
se abateu sobre os filhos de Israel do tempo de Malaquias não foi um
fenômeno natural, foi uma maldição divina. O próprio Deus deixou
isso muito claro. A causa da maldição? Desobediência!
3. Trazei todos os dízimos: Aqui, há uma ordem clara da parte
Deus para todo o povo: Trazei todos os dízimos. O que essa expressão
sugere? Sugere que algumas pessoas haviam deixado de trazer os
dízimos. Mas não apenas isso. O “hebraico também pode ser traduzi-
do como o ‘dízimo inteiro’, o que significa que o povo estava retendo
uma parte do que deveria ser trazido”7. O povo, na verdade, fingia
conformar-se a lei oferecendo alguns dízimos à casa do Tesouro, mas
não todos os exigidos pela lei (Lv 27:30). Deus diz que os dízimos
devem ser trazidos à casa do Tesouro para que haja mantimento na
sua casa.
Os dízimos forneciam o sustento daqueles que trabalham no tem-
plo. Quando não eram trazidos, eles não tinham outra opção senão
desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura. E os
diversos deveres que eram de responsabilidade deles deixavam de ser
executados. Isso já havia ocorrido num passado recente. Na época de
Neemias, os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido
cada um para o seu campo (Ne 13:10b) porque os dízimos não esta-
vam sendo entregues como deveriam.
4. E provai-me nisto: Deus afirma que, se o povo parasse de roubá-
lo, tudo mudaria. Ele chega a chamar o seu povo a fazer um teste dele!
O que mudaria, se o povo mudasse? Se o povo parasse de roubá-lo, a
seca acabaria. Ele abriria as janelas do céu, não para julgar e destruir
(Gn 7:11; Is 24:18), mas para abençoar sem medida, isto é, até não ha-

5. Lopes (2006:103).
6. Fonte: http://www.zenit.org/article-23976?|=portuguese < Acessado em 05/02/2010.
7. Davidson (1997:937).

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ver mais qualquer necessidade. Essa é, literalmente, uma promessa de
chuva. Se o povo parasse de roubá-lo, os campos voltariam a produzir.
Ele repreenderia o devorador, o inimigo da colheita, provavelmente
um tipo de gafanhoto (Jl 1:4).
Mas ainda tem mais. Se o povo parasse de roubá-lo, a vide, a mais im-
portante das árvores frutíferas, voltaria a produzir sem falhar. O retorno
dos filhos de Israel do cativeiro produziu um grande impacto sobre as
nações gentias. Entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito
por eles (Sl 126:2). Isso poderia acontecer novamente. Quando as nações
circunvizinhas vissem a prosperidade que viria depois da liberalidade do
povo para com Deus, elas concluirão, acertadamente, que foi a mão do
Senhor que abençoou o povo. É por isso que Deus diz: todas as nações vos
chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa (Ml 3:12).
O que todas essas ações de Deus mostram? Seu senhorio na natu-
reza. A Bíblia faz questão de frisar que Deus é Senhor da criação, do
tempo e do clima (I Sm 12:18; Jó 37:10; Dt 11:17; Is 5:6; Jr 10:13). Por
ser ele grande em força e forte em poder (Is 40:26b), pode se utilizar do
clima, na hora que quiser e do modo que quiser, para mostrar a todas
as nações da terra tanto o seu favor (Dt 11:14; Jl 2:23; At 14:17) quanto
o seu juízo (Êx 9:23; Js 10:11; I Sm 7:10). Sem dúvida, “todos os pode-
res da natureza testemunham a existência de um poder soberano no
Deus da natureza, de quem se originam e de quem dependem”.8

1. Leia Ml 3:8, o item 1 e responda: Qual a ideia do termo hebraico
para “roubais”?


2. Leia Ml 3:9, o item 2 e explique o que Deus fez com aqueles que
o roubavam.


3. Leia Ml 3:10, o item 3 e responda: Como explicar a expressão


“trazei todos os dízimos”?

8. Henry (2008:158).

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4. Leia Ml 3:10b,11, o item 4 e responda: O que Deus fará, se o seu


povo parar de roubá-lo nos dízimos e nas ofertas?



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Jamais retenha o dízimo!
Vamos voltar à ordem de Deus: Trazei todos os dízimos à casa do Te-
souro. Atente apenas para o verbo “trazei”. Ele está no plural: “trazei vós”.
Isto quer dizer que a ordem é para todos que fazem parte do povo de
Deus. Você faz parte do povo de Deus? Então, essa ordem é para você.
Essa é uma ordem contra a retenção, porque “trazei” é o mesmo que
“transportai para cá” ou “encaminhai para cá”. “Reter” é prender, é guar-
dar, é manter firmemente em seu próprio poder o que não lhe pertence.
O dízimo não é seu: é do seu Senhor (Lv 27:30). Não é certo ficar com o
que é dos outros. Você sabe disso. Então, vamos, faça logo o que Deus
manda fazer: leve-o, ainda hoje, para ele!

5. Leia a primeira aplicação e responda: O que se pode dizer sobre o


verbo “trazei”, que aparece no início de Ml 3:10?



2. Jamais subtraia o dízimo!


A ordem de Deus é para trazer não alguns, mas todos os dízimos. Tal-
vez você já saiba disso, mas sempre vale a pena lembrar: a palavra dízimo
significa dez por cento de alguma coisa ou de algum valor. Foi o próprio
Deus quem determinou este percentual. Deus não está aberto para ne-
gociar este percentual. Ele exige que seja entregue em sua totalidade,
não uma parte dele, e de uma só vez, não em várias vezes. Desta forma,
você não pode e não deve usar alguma parte desse percentual em be-

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nefício próprio ou em benefício de outrem. “A subtração do dízimo é
vista como uma violência contra [Deus]”9. Que o seu dízimo seja sempre
inteiro e que seja sempre de tudo o que você ganha!

6. Leia a segunda aplicação e responda: Quando é que subtraímos o


dízimo do Senhor?



3. Jamais administre o dízimo!


Deus não institui apenas o dever e o valor da entrega dos dízimos. Ele
também institui o local da entrega: a casa do Tesouro. Esta expressão desig-
nava os celeiros ou armazéns onde os dízimos eram guardados. O que isto
quer dizer? Quer dizer, entre outras coisas, que outros devem administrar
o que pertence ao Senhor, e não você. Você não é chamado a administrar
o dízimo, mas a devolvê-lo, integralmente, ao seu legítimo dono, como ele
manda e onde ele manda. E se não o administrarem responsavelmente?
Terão, certamente, que prestar contas ao Senhor do dízimo.

7. O que a expressão casa do Tesouro quer dizer, na prática, para


aquele que tem a obrigação de entregar o dízimo ao Senhor?
Leia a terceira aplicação.



CONCLUSÃO: Entregue o dízimo! Mas não entregue o dízimo pen-


sando no que vai receber. Entregue o dízimo porque você ama a Deus,
porque você lhe obedece, porque você lhe é agradecido, porque você
não quer ver a casa dele desamparada, porque você concorda que digno
é o obreiro do seu salário (I Rm 5:8). Entregue o dízimo porque você não
ama o dinheiro (I Tm 6:10), porque você sabe que mais bem-aventurado é
entregar do que receber (At 20:35), porque você tem sido abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3b).

9. Coelho Filho (1994:67).

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12
19 JUN 2010
Triunfo
Hinos sugeridos: BJ 312 – HC 212 / BJ 292 – SH 599

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 13 de junho.......................Ml 4:1-3 Levar o estudante da Bíblia a
Segunda, 14...........................Dn 12:2; Mt 3:12 entender que, no juízo final,
o triunfo do servo de Deus
Terça, 15.....................................Jo 3:36; I Ts 5:30
será purificante, exultante e
Quarta, 16................ Mt 7:23; 8:12; 25:41-46
completo.
Quinta, 17.....................................Ap 20:15; 21:8
Sexta, 18............................................Mt 25:31-40
Sábado, 19.....................................Ap 21:1-4, 22

TEXTO BÁSICO: Pisareis os perversos, porque se farão cinzas de-


baixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o
SENHOR dos Exércitos. (Ml 4:3)

INTRODUÇÃO: O justo servia a Deus, estudava a lei, sacrificava, di-


zimava e, ainda assim, passava por dificuldades, enquanto o perverso
não fazia nada disso e “prosperava”. Logo, não havia valor algum em
ser fiel e, não valia a pena servir a Deus. Essa era a lógica insana usada
pelos judeus nos dias de Malaquias. Diziam: É inútil servir a Deus (Ml
3:14). “Não há vantagem alguma nisso” é o que pensavam. Na verda-
de, buscavam os favores de Deus e não a Deus. “A religião deles era
um negócio, uma barganha”.1 Para Deus, aquilo foi uma afronta (Ml
3:13). Por isso, o profeta veio mostrar que eles estavam equivocados,
pois, da maneira certa e no momento certo, o justo triunfaria.

1. Lopes (2006:112).

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I. FALA, SENHOR!

Há três questões importantes que devemos considerar.2 Primeiro: O
Senhor merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar.
Segundo: A situação presente é transitória e ilusória. Terceiro: A gente
deve olhar para vida na perspectiva da eternidade, pois, se esperamos
em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens
(I Co 15:19). Uma coisa é inevitável. Um dia, todo ser humano terá de
comparecer diante de Deus para prestar contas com ele. Ali, veremos a
diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não o
serve (Ml 3:18). Nesse dia, o justo triunfará. Como será isso? Deixemos
que Deus nos fale, através de Malaquias 4:1-3.
1. Pois eis que vem o dia: O último capítulo do livro de Malaquias
começa da seguinte forma: ...vem o dia e arde como fornalha; todos os
soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho... (Ml
4:1a). Essas palavras não são apenas um alerta aos homens, mas também
uma garantia do triunfo dos servos de Deus. Na Nova Versão Internacio-
nal, esse texto está assim: Pois certamente vem o dia (...) diz o Senhor dos
Exércitos. Podemos ter convicção: O grande e temível “dia do Senhor”
virá! Jesus voltará, e todos os homens terão de comparecer perante ele.
Esse dia especial tem uma característica marcante. Ele arde como uma
fornalha! Malaquias já havia usado a figura do “fogo”: No capítulo 3, ver-
sículo 2, Deus é apresentado como o “fogo do ourives” que purifica os
justos. Mas aqui ele é apresentado como o “fogo da fornalha” que des-
trói os ímpios. É diante desse fogo que se vê a diferença entre o “ouro” e
a “palha”, entre o “justo” e o “ímpio”, entre o que serve e o que não serve
a Deus. “O joio parece com o trigo, mas não é trigo. Um é alimento, o
outro é veneno. No final, um irá para o celeiro de Deus, o outro para a
fornalha”.3 É isso que veremos a seguir.
2. O dia que vem os abrasará: Na Bíblia, o fogo é, em linhas gerais,
símbolo de juízo. Ele é um dos símbolos de Deus - O nosso Deus é fogo
consumidor (Hb 12:29). Em Malaquias, dois grupos são, de forma espe-
cial, alvos do juízo e desse fogo consumidor: Os soberbos e os perversos.
A soberba é um sentimento que pode ser camuflado atrás de mascarás.
Mas Deus vê o íntimo. Já a perversidade é algo escancarado. Alude a

2. Coelho Filho (1994:74).


3. Lopes (2006:109).

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uma vida desregrada e à maldade desmedida. Pois bem, os judeus acu-
savam o Senhor de ser injusto e complacente com ímpios. Mas ele prova
o contrário. Os ímpios não escaparão da condenação. Serão como capim
seco jogados numa fornalha.
Por um momento, soberbos e perversos falam contra o Senhor, escar-
necem do Senhor e ainda escapam, prosperam e parecem felizes, mas,
um dia, o Senhor vai chamá-los para uma conversa. Eles terão de prestar
contas! Diz a Bíblia: O dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos,
de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo (Ml 4:1b). Que terrível
veredito! Quando a raiz de uma planta é destruída, não há possibilidade
de voltar a brotar. Em outras palavras, não restará mais esperança aos
ímpios.4 Eles vão ser completamente eliminados. A memória deles será
apagada para sempre!
3. Mas para vós outros: Louvado seja o Senhor, pois existe um “mas”
no versículo 2! O que essa palavrinha nos ensina? Ensina que a história
de quem serve a Deus é completamente outra. Diz o profeta: Mas para
vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo sal-
vação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria
(Ml 4:2). Para o justo, o dia da volta do Senhor será o dia mais feliz do
mundo. Será o dia do seu triunfo! Nesse dia, “a maior recompensa do
justo é o próprio Deus. Ele é a maior herança do salvo. Deus será para os
justos naquele glorioso dia, o sol da justiça”.5
Essa expressão poética “nascerá o sol da justiça” é rica em significa-
do espiritual, pois o sol, além de produzir luz e calor, “é fonte de vida.
Sem ele nós não viveríamos”.6 Então, Deus é o sol da vida do justo. Ele
nos trará a manhã de um novo dia, marcado por libertação e alegria. O
profeta ilustrou isso através da figura de um bezerro que estivera preso
no estábulo e que fora solto para correr pelo pasto. Ele sai saltando de
alegria, desfrutando de uma liberdade deliciosa. O mesmo ocorrerá co-
nosco, quando Cristo voltar. No dia do nosso triunfo, teremos liberdade
plena e completa e uma alegria ilimitada.
4. Pisareis os perversos: O dia do Senhor revelará a vitória dos justos
sobre os seus inimigos. É isso que nos afirma a Bíblia: Pisareis os perversos,
porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que
prepararei, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 4:3). A expressão “pisareis” (hb.

4. Reed (2009:370).
5. Lopes (2006:126).
6. Coelho Filho (1994:76).

82 | Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 2010

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acac) transmite a ideia de esmagar com os pés. Deste modo, o fiel não
apenas receberá a libertação do aprisionamento, mas também o completo
triunfo sobre seus inimigos. A igreja de Cristo prevalecerá sobre todos os
seus algozes, o que inclui Satanás. A Bíblia nos promete: Em breve o Deus
da paz esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês (Rm 16:20 – NVI).
Voltemos o nosso olhar, mais uma vez, para o texto em estudo, agora
para a palavra “cinzas” (hb. epher). O significado dela no sentido figurado
é algo sem valor, ou alguma coisa finalizada e acabada. Com base nisso,
podemos concluir que a “idéia de os ímpios se desfazerem em cinzas sob
os pés dos justos mostra a vitória total do bem e aniquilação total da
iniqüidade”.7 Aqui, mais uma vez, Deus nos mostra que há uma diferença
entre o justo e o perverso. Desta vez, a diferença está na eternidade. O
justo triunfará eternamente e o perverso será extinto para sempre!
Hoje, os homens maus podem até se dar bem e parecer prósperos e
felizes. Mas como ficarão diante do tribunal de Deus? Quando tiverem
que prestar contas a Deus, do que valerá o seu dinheiro? Onde estará a
sua felicidade teatral e sua segurança enganosa? Por outro lado, hoje, o fiel
pode ser afligido, menosprezado e afrontado. Pode até ser considerado
escória da sociedade. Mas, quando Cristo voltar, ele será recompensado.
Ele triunfará! Assim sendo, o dia do juízo revelará que valeu a pena servir a
Deus e andar com ele! A seguir, veremos três aplicações sobre como será
o triunfo do justo.

1. Leia o item 1, Ml 3:13-18, 4:1 e responda: Por que, em nossos dias,


vale a pena servir a Deus? Podemos ter certeza do temível “dia do
Senhor”? Qual é a característica marcante desse grande dia?



2. Após ler o item 2 e Ml 4:1b, responda: Quais os dois grupos que são
alvos do juízo e do fogo consumidor de Deus? Comente sobre eles.
Qual será o seu destino?



7. Coelho Filho (1994:77).

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3. Com base no item 3 e Ml 4:2, comente sobre o triunfo do justo, no
dia do juízo. O que significa a expressão “nascerá o sol da justiça”?
Como será a alegria do salvo naquele dia?



4. O que quer dizer a frase “Pisareis os perversos, porque se farão


cinzas debaixo das plantas de vossos pés...” (Ml 4:3). Baseie-se no
item 4 do comentário.



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. O triunfo do justo será purificante.
Não é fácil ser justo, em meio a tanta injustiça; ser santo, em meio a
tanta perversão; ser puro, em meio a tanta imundície, e nem ser honesto,
em meio a tanto corrupção. Quem tenta servir a Deus, padece, pois o seu
desafio é manter-se limpo dentro da lama. Contudo, há uma poderosa
esperança: A terra passará por um batismo ardente e purificador! 8 (cf. I
Pe 3:1-12 e Ap 20:9). Deus enviará fogo sobre a terra e destruirá todos
os soberbos e perversos (Ml 4:1). Meu irmão, vale à pena servir a Deus
nessa terra corrompida, pois, você terá o privilégio de viver numa terra
purificada. O triunfo do justo será marcado por uma “faxina” promovida
por Deus nesse mundo!

5. Leia a primeira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo


será purificante?



8. Taylor (2006:279).

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2. O triunfo do justo será exultante.
O dia da volta de Cristo “será para os justos um dia de alegria indizível,
de liberdade plena, de recompensa eterna”.9 Será muito bom ouvir Jesus
dizer: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está
preparado desde a fundação do mundo (Mt 25:34). Esse será o dia mais
feliz de nossas vidas. Naquele dia saltaremos de alegria, como bezerros
soltos no pasto (Ml 4:2–BV). Será uma alegria inexplicável! Diante disso,
pergunto-lhe: Vale mesmo a pena servir a Deus? Sim! É claro. Portanto,
aguarde esse dia com entusiasmo, e guarde o que você tem para que
ninguém tome seu coroa (Ap 3:11).

6. Leia a segunda aplicação e responda: Por que o triunfo do justo


será exultante?



3. O triunfo do justo será completo.


Além de ser purificante e exultante, o triunfo do justo será completo.
Malaquias 4 nos mostrar essa verdade. Primeiro no versículo 1: ...lhes não
deixará nem raiz nem ramo. E depois no versículo 3: Pisareis os perver-
sos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés. Aleluia! A
nossa vitória será completa! O mal será por inteiro exterminado. Todos
os inimigos serão derrotados. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem
choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou (Ap 21:4). Talvez, diante
da lutas, você tenha desanimado. Mas saiba que os nossos sofrimentos
atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada
(Rm 8:18-NVI). Quem lhe garante é o Senhor. Anime-se! Em Deus o seu
triunfo será completo!

7. Leia a terceira aplicação e responda: Por que o triunfo do justo


será completo?



9. Lopes (2006:127).

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CONCLUSÃO: Todos os seres humanos terão que comparecer diante
do Justo Juiz: Jovens e velhos, escravos e livres, ricos e pobres, grandes
e pequenos, santos e profanos. Aqui, na terra, os juízes humanos podem
ser subornados; então, os inocentes são condenados e os verdadeiros
culpados são inocentados. Aqui, podemos ver os maus prosperando e
os justos sofrendo aflições. Mas chegará o dia em que brilhará o sol da
justiça. A terra será purificada. Os soberbos e profanos serão destruídos
e o justo triunfará! Veremos que valeu a pena servir a Deus e andar na
presença dele!

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13
26 JUN 2010
Alerta
Hinos sugeridos: BJ 17 – CC 201 / BJ 296 – CC 301

LEITURA DIÁRIA OBJETIVO


Domingo, 20 de junho................Ml 4:4-6 Mostrar ao estudante da
Segunda, 21................................. Dt 4:6; 28
Bíblia Sagrada que o dia do
Senhor virá e conscientizá-lo
Terça, 22.............Dt 26:16; Js 1:8; Mt 7:21
de que precisa estar alerta e
Quarta, 23..................Jr 11:1-4; Dt 11:284
cuidar-se, quanto à amnésia
Quinta, 24.....................Lc 1:16-17; Jo 1:21 espiritual, quanto ao cinismo
Sexta, 25.............. Mt 24:42; Mc 13:33-37 disfarçado e quanto à
Sábado, 26................................... I Ts 5:1-11 desavença mútua.

TEXTO BÁSICO: Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe


prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. (Ml 4:4)

INTRODUÇÃO: É bem possível que você já ouviu a expressão, “es-


tado de alerta”. Principalmente os moradores das cidades que sofre-
ram com as chuvas do início do ano no país, sabem bem o que essa
expressão significa. Quando as autoridades chegam a declarar “esta-
do de alerta”, a população já sabe: é preciso atenção; as coisas não
estão bem e podem piorar. Quem não atender o comando e se cuidar
pode complicar-se. Pois bem, alertar não é coisa só de hoje. O profeta
Malaquias que o diga! Há muitos anos atrás, ao finalizar o livro que
leva o seu nome, ele coloca o povo de Deus “em estado de alerta”.
Chama-os à responsabilidade. “Cautela!”, é o tom dos últimos três
versículos do livro.

I. FALA, SENHOR!
Este é o nosso último estudo. Já faz doze semanas que estamos es-
tudando o livro do profeta Malaquias. A essa altura, já estamos bem

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familiarizados com o contexto da época em que vivia o profeta e seus
contemporâneos. Em apenas quatro capítulos, Malaquias esquadrinhou
profundamente a realidade de um povo atingido pela corrupção dos sa-
cerdotes, com práticas ímpias, com problemas de hipocrisia, infidelidade,
casamentos mistos, divórcio, falso culto e arrogância.1 Depois de várias
repreensões, encontradas no decorrer de todo o livro, ele termina sua pro-
fecia da parte de Deus, em tom de alerta, nos seguintes termos:
1. Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo: Este alerta é contunden-
te. É como um “chacoalhão”. A lei estava bem no centro da fé dos israelitas.
Eles eram o povo da aliança. A lei, quando praticada, os tornava um povo
diferente: Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria
e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes
estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente
(Dt 4:6). Todavia, a lei, não obedecida ou desprezada, trazia consequências
drásticas para o povo: ...se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, se
não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e estatutos que hoje
te ordeno, então virão sobre ti estas maldições (Dt 28:15 ss.).
Mas, porque Malaquias pede ao povo que se lembre da lei? É razão é
a mais óbvia: o profeta assistia um descompasso total entre o que o povo
falava e o que o povo vivia. Eles diziam, cinicamente, que obedeciam a
lei: Que vantagem tivemos por ter cuidado em obedecer seus preceitos (Ml
3:14), mas não estavam. Foi por isso que Deus, através do profeta, alertou
o povo: Lembrai-vos... “Se Israel não der ouvidos à pregação de Malaquias,
deve se lembrar que a lei de Deus foi prescrita, e as ordens de um grande
Rei não são desprezadas impunemente”.2 O grande e temível dia do Se-
nhor estava por vir (Ml 4:5). A única maneira de o povo estar preparado
para ele era lembrarem-se da Palavra. E o texto de alerta continua...
2. Eis que eu vos enviarei o profeta Elias: Depois de olhar para trás; de
alertar o povo sobre a lei de Moisés, Malaquias olha para frente. Mira um
profeta que desempenharia o papel de Elias, que chamaria a nação ao arre-
pendimento antes do grande e temível dia do Senhor (v. 5). Aliás, com frequ-
ência Deus é descrito como alguém que envia pessoas numa missão oficial
como seus embaixadores ou representantes (cf. Is 6:8; Jr 1:7; Ez 2:34; Jz 6:8).3
Neste caso, em especial, enviar um mensageiro era é um ato da misericórdia
divina. O juízo divino viria, mas antes dele, uma última palavra de alerta.

1. Wilkinson; Boa (2000:320).


2. Baldwin (1982:211).
3. Harris (1998:1567).

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A expressão “dia do Senhor” (Ml 4:5), é escatológica. Faz alusão a uma
“súbita e decisiva intervenção de Deus na história. Neste sentido, o dia
terrível se deu em Jesus Cristo e o Elias que o precedeu foi João Batista”.4
Mas por que a figura de Elias para tipificar o ministério de João Batista? A
resposta pode estar no fato de que, nenhum “outro profeta mudou a atitu-
de dos seus contemporâneos de maneira tão dramática, nem influenciou
tanto o destino da nação”,5 como Elias. Ele confrontou de maneira enfática
os pecados do povo de Deus de sua época. Agora, entendamos bem: João
não era Elias (cf. Jo 1:21), ele veio no espírito e poder de Elias (Lc 1:16-17)! A
identificação aqui é de ministério e não corpórea.
3. Ele converterá o coração: Além de apresentar as características do
ministério daquele que viria, Malaquias nos informa o objetivo da sua vin-
da: Ele fará com que o coração dos pais se voltem para seus filhos, e os
corações dos filhos para os pais (Ml 4:6 – NVI). Observe que interessante:
o ministério do precursor é descrito como edificação de pontes sobre o
abismo entre as gerações,6 unindo pais e filhos em torno de Deus. Isso era
mesmo preciso? Sim! Com a realidade dos casamentos mistos e dos divór-
cios fáceis, os relacionamentos familiares corriam sérios riscos. O convívio
familiar nos dias de Malaquias havia se corrompido.
Por isso, o objetivo de sua pregação era reverter esta situação, assim
como este também foi o propósito de João Batista, o precursor. Antes do
grande e temível dia do Senhor, ele desempenharia seu ministério para
que houvesse harmonia dentro dos lares; entre as famílias em Israel. É no
lar que começa a restauração. De famílias fortes provêm igrejas fortes,
nação forte! Para que um avivamento nacional fosse possível, era preciso,
antes de tudo, um reavivamento no lar. Mediante a conversão, que é uma
graça concedida por Deus e que afeta diretamente os relacionamentos fa-
miliares, o pecador pode redirecionar o seu destino. Essa seria a pregação
do precursor: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2).
4. Para que eu não venha e fira a terra com maldição: As últimas
palavras do Antigo Testamento são muito pesadas. Observe como está
esta sentença em outra versão Bíblica: eu virei e castigarei a terra com
maldição (Ml 4:6 – NVI). Existem duas palavras neste texto que são capa-
zes de tirar o sono de qualquer um. A primeira delas é a palavra “castiga-
rei” ou “fira” (depende da tradução). Esta palavrinha, no hebraico nakah,

4. Coelho Filho (1994:80).


5. Baldwin (1982:210).
6. Bruce (2009:1379)

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significa “açoitar”, “golpear”, “atingir”, “bater”. A outra palavra, igualmen-
te assustadora, é “maldição”. Este é um termo associado à “destruição”,
não se trata de maldição corretiva, mas punitiva.7
A palavra “maldição” para o povo de Israel era assustadora, indicava as
ameaças de invasão, fome, doença e exílio contidas em Deuteronômio 28-
30.8 O fato de Malaquias ter citado a lei no versículo 4, tornava esta ameaça
um tanto quanto mais enfática e real. Pois bem, qual seria a única forma de
Deus não ferir a terra com maldição? Os pais e os filhos se unirem novamente,
pensando e sentindo a mesma coisa... (Ml 2:6 – BV). A única maneira de deter
o castigo era conversão do coração dos pais aos filhos e do coração dos fi-
lhos aos pais, ou seja, uma restauração das famílias que, por sua vez, causasse
a restauração da nação. Se isso não acontecesse, seria inevitável: a terra seria
ferida com maldição. Ou conversão ou maldição. Não havia outra escolha.
Com estas palavras retumbantes de alerta Malaquias encerra seu livro.
As cortinas da revelação se fecham. Depois de suas palavras a história re-
gistrou um período de 400 anos de silêncio da parte de Deus. Nenhuma
revelação profética aconteceu neste período. Até que um dia, uma voz
começou a ser ouvida no meio do deserto. Um homem que usava roupas
de pêlos de camelo e um cinto de couro, que comia gafanhotos e mel
silvestre, dizia: Arrependei-vos porque o reino do céu chegou (Mt 3:2). Era
o Elias que havia de vir! Era o cumprimento da profecia de Malaquias. Ele
veio reconduzir o coração dos pais aos filhos (Lc 1:17)!

1. Leia Ml 4:4, o item 1 do comentário anterior e responda: Qual o


alerta feito por Deus, através de Malaquias, e por que este alerta foi
mesmo necessário?




2. Com base em Ml 4:5 e no item 2 do comentário, responda: Quais são
as características do mensageiro que seria enviado, antes do grande
e temível dia do Senhor? Por que a figura de Elias foi utilizada para
tipificá-lo?


7. Coelho Filho (1994:80).


8. Pinto (2006:799).

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3. Leia Ml 4:6a, o item 3 do comentário e responda: Qual o objetivo da
vinda do precursor? Em que consistiria o seu ministério?




4. Leia Ml 4:6b e o item 4 do comentário e diga: O que indica a palavra
“maldição” para o povo de Israel? Qual seria a única forma de Deus
não ferir a terra com maldição?



II. NÃO SEJA APENAS OUVINTE!


1. Esteja alerta! Evite a amnésia espiritual!
Amnésia é a perda total ou parcial da memória. A palavra também é
usada como sinônimo de esquecimento. E, se tem uma coisa que o ser
humano, em geral, faz, é esquecer-se. Esquecemos de datas, regras, fa-
tos, pessoas, direitos e, principalmente, de deveres que não poderíamos
esquecer. É interessante como a Bíblia, repetidamente, usa o verbo “lem-
brar”. Nos versículos que estamos estudando Malaquias o usou em seu
alerta: Lembrai-vos da lei de Moisés meu servo... A verdade é, que ora ou
outra, precisamos mesmo de uns “chacoalhões”. Esteja alerta: o grande
dia do Senhor virá, cuidado “amnésia espiritual”. Se você anda esquecido
da lei do Senhor: lembre-se dela (Ml 4:4)! Se você anda esquecido da
proteção do Senhor: lembre-se dela (Dt 8:2)! Se você anda esquecido do
próprio Senhor: lembre-se dele (II Tm 2:8)!

5. Após ler a primeira aplicação, responda: O que podemos fazer para


evitarmos a amnésia espiritual?


2. Esteja alerta! Admita o cinismo disfarçado!


O problema dos contemporâneos de Malaquias era realmente gra-
ve. Além de quebrarem sistematicamente a lei, tinham a coragem de

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perguntar: Que vantagem tivemos por ter cuidado em guardar os teus
preceitos? (Ml 3:13). Veja que cinismo: eles não guardavam a lei, mas
questionavam a Deus como se estivessem fazendo isso. O discurso e a
prática não eram condizentes. Quanta hipocrisia! Nós também corremos
esse risco, por isso, tomemos cuidado com a dissimulação. No grande e
temível dia do Senhor, não haverá lugar para fingimento! Sejamos sin-
ceros desde já. Pense: o que você diz ser e praticar na frente dos teus
familiares, dos teus irmãos de fé, é o que você realmente é? Não minta.
Se for o caso, agora mesmo, confesse-se ao Senhor. Zere o cronômetro
e comece outra vez.

6. Após ler a segunda aplicação, responda: O que podemos fazer para


evitarmos o cinismo disfarçado?


3. Esteja alerta! Acerte a desavença mútua!


Como vimos, o livro do profeta Malaquias diz que antes do dia do
Senhor, um processo de restauração se instalará nas famílias (Ml 4:5-6).
Neste tempo, pais e filhos se abraçarão como nunca. Todas as mágoas,
recentes ou remótas, serão esquecidas. A profecia de Malaquias pro-
mete reconciliação escatológica! Todavia, enquanto não chega a re-
conciliação escatológica, reconcilie-se com os que te rodeiam.9 Sogro
e genro: acertem as desavenças! Sogra e nora: acertem as desavenças!
Avô e neto: acertem as desavenças! Empregador e empregado: acertem
as desavenças! Pastor e ovelha: acertem as desavenças! Professor e alu-
no: acertem as desavenças!

7. Após ler a terceira aplicação, responda: o que podemos fazer para


acabar com as desavenças familiares?


CONCLUSÃO: Chegamos ao fim de mais uma lição e de mais uma


série de lições. Ao longo de todo este trimestre, estudamos a Palavra

9. César (2004:323).

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do Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias (1:1). Deus disse o
que precisava ser dito. Falou tudo às claras. Foi direto. Sem duplo sen-
tido. O povo entendeu que Ele não estava satisfeito. E, se não haviam
entendido ainda, conforme estudamos hoje, no desfecho do livro, uma
última palavra de alerta foi alçada. Essa palavra vale para nós também.
Estejamos alerta! Cuidemos quanto à amnésia espiritual, quanto ao
cinismo disfarçado quanto à desavença mútua! Que Deus tenha mise-
ricórdia de nós!

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