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PODER JUDICIÁRIO
São Paulo
Registro: 2016.0000261264
ACÓRDÃO
Apelação nº 0228634-33.2011.8.26.0100
Voto nº 3735
RESPONSABILIDADE CIVIL. Direito de imagem.
Violação. Ocorrência. Legitimidade passiva reconhecida.
Mérito julgado de acordo com o art. 515, § 3º do
CPC/1973. Divulgação não autorizada de entrevistas
concedidas para noticiário televisivo em programa
religioso veiculado cinco anos depois em outra emissora.
Inexistência de razões que dispensem a autorização
(notoriedade, exigências científicas, didáticas ou culturais,
captação de imagens em lugar público ou vinculadas a
fatos de interesse público ou que hajam ocorrido
publicamente). Dano moral in re ipsa. Configuração
mesmo se a exposição não autorizada da imagem não for
vexatória, ofensiva ou ridícula nem haja fins publicitários,
econômicos ou comerciais. Arbitramento da reparação
segundo os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Ação procedente contra as emissoras de
televisão. Provimento do recurso dos autores na demanda
principal a implicar, por via de consequência lógica, a
reforma do capítulo da sentença sobre a denunciação da
lide, extinta apenas por suposta ilegitimidade da
denunciante. Relação de garantia própria fundada em
cláusula de contrato entre uma das emissoras e a igreja
produtora do programa religioso. Denunciação da lide
procedente. Apelação provida.
É o relatório, em essência.
processo.
direitos há que são inerentes à pessoa humana e, portanto, a ela ligados de maneira
perpétua e permanente, não se podendo mesmo conceber um indivíduo que não tenha
direito à vida, à liberdade física ou intelectual, ao seu nome, ao seu corpo, à sua imagem e
àquilo que ele crê ser sua honra. Estes são os chamados direitos da personalidade. Tais
direitos, por isso que inerentes à pessoa humana, saem da órbita patrimonial, portanto são
inalienáveis, intransmissíveis, imprescritíveis e irrenunciáveis (SÍLVIO RODRIGUES,
Direito Civil, Parte Geral, volume I, ed. Saraiva, 18ª ed., 1988, pág. 85).
caráter não lucrativo do evento ao qual a imagem é associada. Para a configuração do dano
moral pelo uso não autorizado de imagem não é necessária a demonstração de prejuízo,
pois o dano se apresenta in re ipsa (STJ, 3ª Turma, REsp 299.832/RJ, rel. Min.
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, j. 21/2/2013).
É como voto.