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cálculo vetorial e
geometria analítica
ubiratan oliveira
antônio carlos castañon vieira
júlio césar josé rodrigues junior
cálculo vetorial e
geometria analítica
Com itê ed itoria l R
egiane Burger, Modesto Guedes Ferreira Junior, Ubiratan Oliveira
Au tores d os origin a is Ubiratan Oliveira, Antônio Carlos Castañon Vieira, Júlio César José Rodrigues Junior
As s is ten te ed itoria l Ca p a
Luciana Aché Sense Design
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema
de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia,
gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite.
O52c
Oliveira, Ubiratan
Cálculo vetorial e geometria analítica / Ubiratan Oliveira, Antônio Carlos Castañon
Vieira, Júlio César José Rodrigues Junior. – 1. ed. - Rio de Janeiro : Lexikon, 2015.
136 p. ; 28 cm.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8300-021-1
CDD: 516.3
CDU: 514.12
Prefácio 5
1. Vetores 7
1.1 Definição 9
1.2 Módulo de um vetor 10
1.3 Tipos de vetores 10
1.4 Operações com vetores 13
1.5 Ângulo entre vetores 16
1.6 Vetor unitário 18
1.7 Decomposição de vetores 19
1.8 Representação de um vetor conhecidos seus pontos origem e extremidade 21
1.9 Igualdade de vetores 23
1.10 Paralelismo de dois vetores 23
1.11 Módulo de um vetor 24
1.12 Vetor unitário de uma direção 27
1.13 Obtenção de um vetor dados o módulo e direção 29
2. Produto de vetores 33
4. Planos e distâncias 81
4.1 Definição 82
4.2 Equação geral do plano 82
4.3 Determinação de um plano 83
4.4 Ângulo de dois planos 86
4.5 Ângulo de uma reta com um plano 87
4.6 Interseção de dois planos 88
4.7 Interseção de reta com plano 89
4.8 Distâncias 90
4.9 Distância entre dois pontos 90
4.10 Distância de um ponto a uma reta 90
4.11 Distância entre duas retas paralelas 92
4.12 Distância de um ponto a um plano 93
5. Cônicas 95
5.1 Circunferência 96
5.2 Elipse 108
5.3 Parábola 121
5.4 Hipérbole 127
Prefácio
Após muitos anos de magistério, resolvemos escrever uma obra que pos-
sibilite aos alunos ingressantes dos cursos de engenharia uma revisão dos
principais conceitos da geometria analítica, uma vez que será ferramenta
presente na longa caminhada acadêmica destes estudantes.
Os autores
5
1 Vetores
ubiratan oliveira
1 CURIOSIDADE
Vetores
8 • capítulo 1
Embora saibamos que as ferramentas tecnólogicas disponibilizadas no
mundo atual propiciam ao o engenheiro grande facilidade e rapidez em
seus projetos, há que se ressaltar que sempre será o homem que introdu-
zirá os dados iniciais no programa. Por mais perfeito que seja o software,
ele sempre dependerá do ser humano para que possa funcionar da melhor
forma possível.
EXEMPLO
Exemplo de aplicação de vetores
1.1 Definição
Um vetor é uma grandeza matemática que possui módulo ou intensidade,
direção e sentido.
O módulo é o tamanho do vetor, sua direção é a mesma da reta suporte
que o contém, e o sentido é para onde ele está apontado.
Uma mesma direção possui dois sentidos. Por exemplo, a direção hori-
zontal apresenta o sentido para a direita e o sentido para a esquerda; a dire-
ção vertical apresenta o sentido para cima e o sentido para baixo.
capítulo 1 •9
Um vetor é representado geometricamente por uma seta,
EXEMPLO
que apresenta origem e extremidade.
Composição de vetores
A B
Figura 1.2 Representação geométrica de um vetor
→
u
A B
Figura 1.3 Representação e designação de um vetor
→
Na figura acima, vemos o vetor →
u ou AB.
→ →
Vetor u a módulo u ou |u |
→ →
Vetor AB a módulo AB ou |AB|
Dois vetores →
u e→
v são iguais se apresentam mesmo módu-
lo, mesma direção e sentido.
10 • capítulo 1
Figura 1.4 Vetores iguais
Vetores opostos
Dois vetores →
u e→v são opostos se apresentam mesmo módulo, mesma di-
→
reção e sentidos contrários. Neste caso o vetor v também é representado
→.
por –u
→
u →
–u
Vetor unitário
→ →
Se λ é unitário, então λ = 1 ou |λ | = 1.
Versor
Vetores colineares
Dois vetores →
u e→
v são colineares se apresentam a mesma direção. Para tal,
podem estar sobre a mesma reta suporte, ou em retas paralelas.
capítulo 1 • 11
→
v
→
v →
u
→
u
Vetores coplanares
No R2, dois vetores são coplanares, ou seja, estão no mesmo plano porque
definem esse plano (desde que esses vetores não sejam colineares), tendo
em vista que são montados sobre duas retas suporte e duas retas não coli
neares sempre definem um plano no R2.
→
u
→
w
→
v
Três vetores podem ser coplanares ou não. Não serão coplanares se a reta
suporte de um dos vetores fizer um ângulo com o plano definido pelos ou-
tros dois.
π
→
u α
→
w
→
v
Figura 1.8 Vetores não coplanares
12 • capítulo 1
1.4 Operações com vetores
Adição de dois vetores com mesma origem
→
S
→
u
→
v
Figura 1.9 Método do paralelogramo
→
S =→
u +→
v
S2 = u2 + v2 + 2.u.cos φ
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1) Dados os vetores abaixo, de módulos u = 2 e v = 5, determine geometricamente o vetor
soma, bem como calcule seu módulo.
a)
→
u
60º
→v
capítulo 1 • 13
b)
→
u
150º
→
v
Solução
a)
→ →
u S
60º
→
v
1
S2 = 22 + 52 + 2.2.5.cos 60º = 4 + 25 + 20. = 39
2
S = 39
b)
→
u
150º
→
v
14 • capítulo 1
→
S =→
u +→
v
S2 = u2 + v2 – 2.u.v.cos φ
→ →
a c
→ →
S d
→
Figura 1.11 Método do polígono: S é o vetor resultante
Diferença de vetores
capítulo 1 • 15
→
D
→
u
→ →
–v v
Figura 1.12 Diferença de vetores
Ao multiplicarmos um vetor →
u por um escalar k qualquer, obteremos um
novo vetor com mesma direção e módulo multiplicado por esse escalar. O
sentido do novo vetor dependerá do sinal do escalar k, ou seja, se o sinal for
positivo, o sentido permanecerá o mesmo, se o sinal for negativo, haverá a
inversão do sentido.
→
u
→
2u
→
4u
→
–3 u
Sejam dois vetores não nulos → u e→v . O ângulo φ que eles fazem entre si é o
ângulo que as semirretas suporte dos vetores, isto é, as semirretas que con-
têm os vetores, fazem entre si. Para verificarmos o ângulo, os vetores devem
estar dispostos com suas origens coincidentes; caso não estejam, devem ser
colocados dessa forma.
16 • capítulo 1
→
→ u
u
→
v φ
→
v
OBSERVAÇÕES
→ →
1. Se o ângulo entre eles for 0º, os vetores u e v possuem a mesma direção e sentido. Neste
caso, são chamados de colineares e são múltiplos entre si.
→ →
u v
φ = 0º
→ →
2. Se o ângulo entre eles for 90º, os vetores u e v são ditos ortogonais.
→ → → →
u → S =u +v
S
→
v
Figura 1.15b Ângulo entre vetores
Neste caso, o módulo do vetor resultante pode ser obtido pelo teorema de Pitágoras, onde:
S2 = u2 + v2
É importante observar que o módulo do vetor resultante obtido acima é um caso particular da
fórmula de soma de vetores, onde o ângulo vale 90º.
S2 = u2 + v2 + 2.u.v.cos φ
S2 = u2 + v2 + 2.u.v.cos 90º
S2 = u2 + v2 + 2.u.v.0
S2 = u2 + v2
capítulo 1 • 17
→ →
3. Se o ângulo entre eles for 180º, os vetores u e v possuem a mesma direção e sentidos
contrários.
φ = 180º
→ →
u v
→ → →
4. Se os vetores u e v forem ortogonais, o vetor u é ortogonal a qualquer vetor colinear ao
→
vetor v .
EXEMPLO
→ → → → →
Se u é módulo do vetor u e u = 3, se u tem a mesma direção de λ , com λ unitário, então u =
→
3λ .
→ →
λ 3λ
Os vetores unitários das direções dos eixos cartesianos têm sua represen-
→→ →
tação definida por i , j e k , unitários dos eixos x, y e z, respectivamente.
18 • capítulo 1
z
→
k
→ y
→ j
i
→
uy
→
u
φ
→
ux
Figura 1.17 Decomposição de um vetor no R2
Os vetores →ux e →
uy são as componentes do vetor →
u nas direções dos eixos x
e y, respectivamente.
→
u=→
ux + →
uy
Cada componente do vetor → u pode ser expressa através dos unitários das
direções dos eixos, portanto:
→ →
ux = →
ux i
→ →
uy = →
uy j
capítulo 1 • 19
sendo
→
ux = u.cos φ
→
uy = u.sen φ
logo
→ → →
u = u.cos φ i + u.sen φ j
No R3
→
uz
θ →
u →
uy
→ y
ux
φ
x
Figura 1.18 Decomposição de um vetor no R3
Os vetores →ux, →
uy e →
uz são as componentes do vetor →
u nas direções dos eixos
x, y e z, respectivamente.
→
u=→
ux + →
uy + →
uz
Cada componente do vetor → u pode ser expressa através dos unitários das
direções dos eixos, portanto:
→ →
ux = ux i
→ →
uy = uy j
→ →
uz = uz k
sendo
ux = u.cos φ
20 • capítulo 1
uy = u.sen φ
uz = u.cos θ
logo
→ → → →
u = u.cos φ i + u.sen φ j + u.cos θ k
A
Figura 1.19 Representação de um vetor por pontos
→
Sejam os pontos A (xA, yA, zA) e B (xB, yB, zB), então o vetor AB é:
→
AB = B – A
→
AB = (xB – xA, yB – yA, zB – zA)
EXEMPLO
Sejam os pontos A (–2, 1, 5), B (1, 0, 2) e C (1, –2, 3)
→
AB = (1 – (–2), 0 – 1, 2 – 5) = (3, –1, –3)
→
AC = (1 – (–2), – 2 – 1, 3 – 5) = (3, –3, –2)
→
BC = (1 – 1, –2 – 0, 3 – 2) = (0, –2, 1)
Os vetores representados por suas coordenadas têm esses valores como os módulos das suas
componentes nas direções x, y e z. Logo, esta representação também pode ser feita pelos uni-
tários dessas direções.
→ → → →
AB = (xB – xA, yB – yA, zB – zA) = (xB – xA) i + (yB – yA) j + (zB – zA) k
capítulo 1 • 21
No exemplo anterior:
→ → → →
AB = (3, –1, –3) = 3i – j – 3k
→ → → →
AC = (3, –3, –2) = 3i – 3j – 2k
→ →
BC = (0, –2, 1) = –2j + →k
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2) Dados os pontos A (1, 1, 2), B (–1, 0, 3) e C (2, –3, 2), determine os vetores:
→
a) AB
→
b) AC
→
c) BC
Solução
→
a) AB = (–1 – 1, 0 – 1, 3 – 2) = (–2, – 1, 1)
→
b) AC = (2 – 1, –3 – 1, 2 – 2) = (1, – 4, 0)
→
c) BC = (2 – (–1), –3 – 0, 2 – 3) = (3, –3, –1)
→
3) Dados os vetores abaixo, determine o vetor w .
→ → → →
u = 3i + 2j – k
→
v = (1, 0, –2)
→ +→
a) 2 (u → = 3(v
v ) – 2w → – 2w
→) + →
u
→ – 4( →
b) 3w →) = 4(2w
v – 2u → –→ →
v ) + 3u
Solução
a) Podemos inicialmente representar o vetor →
u na forma analítica
→
u = (3, 2, –1)
→ =→
4w v –→
u
→ = (1, 0, –2) – (3, 2, –1) = (–2, –2, –1)
4w
→ –2 –2 –1 –1 –1 –1
w= , , = , ,
4 4 4 2 2 4
→ – 4v
b) 3w → + 8u
→ = 8w
→ – 4v
→ + 3u
→
→ – 8w
3w → = –4v
→ + 3u
→ + 4v
→ – 8u
→
→ = –5u
–5w →
22 • capítulo 1
→
w =→
u
→
w = (3, 2, –1)
ux = vx
uy = vy
uz = vz
EXERCÍCIO RESOLVIDO
4) Dados os vetores →
u = (2, –1, 4) e →
v (2 + m, –1, 3 + 2n), determinar os valores de m e n para
que os vetores sejam iguais.
Solução
Para que os vetores sejam iguais, suas coordenadas deverão ser iguais. Então:
2=m+2
–1 = –1
4 = 3 + 2n
1
m = 0 e 2n = 1, logo, n =
2
capítulo 1 • 23
EXERCÍCIO RESOLVIDO
5) Dados os vetores →
u (2, –1, 4) e (2 + m, 3, 3 + 2n), determinar os valores de m e n para que
os vetores sejam paralelos.
Solução
Para que os vetores sejam paralelos, suas coordenadas devem ser proporcionais, com mesmo
coeficiente de proporcionalidade. Logo
2
= –1 = 4
2+m 3 3+2n
2 –1
= → 6 = –2 – m → m = –8
2+m 3
–1 4 –15
= → 12 = – 3 – 2n → 2n = –15 → n =
3 3+2n 2
No R2
→
uy →
u
→
ux
Figura 1.20 Módulo de um vetor no R2
u2 = ux2 + uv2
u = √ux2 + uy2
24 • capítulo 1
Por exemplo, nos vetores:
→ → →
u = (3, –3) = 3i – 3j
→| = 32 + (–3)2 = 18 = 3 2
u ou |u √ √ √
→ → →
v = (1, –2) = i – 2 j
→| = 2
v ou |v √1 + (–2)2 = √5
→ →
w = (0, –2) = –2k
→| = 2
w ou |w √0 + (–2)2 = √4 = 2
Estes valores finais representam os tamanhos dos vetores →
u, →
v e→
w,
r espectivamente.
No R3
z
→
uz
→ →
u uy
→
ux y
x
Figura 1.21 Decomposição de um vetor no R3
→
uz
→
u
→
uy
→
ux y
x '
Figura 1.22 Módulo de um vetor no R 3
capítulo 1 • 25
Como o módulo do vetor→
u é a diagonal do paralelepípedo, então:
u2 = ux2 + uy2 + uz2
u = √u 2 + u 2 + u 2
x y z
Por exemplo:
→ → → →
AB = (3, –1, –3) = 3i – j – 3k
→
AB ou |AB | = √32 + (–1)2 + (–3)2 = √19
→ → → →
AC = (3, –3, –2) = 3 i – 3 j – 2k
→
AC ou |AC| = √32 + (–3)2 + (–2)2 = √22
→ → →
BC = (0, –2, 1) = – 2j + k
→ |= 2
BC ou |BC √0 + (–2)2 + 12 = √5
→ → →
Estes valores finais representam os tamanhos dos vetores AB , AC e BC,
respectivamente.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
6) Dados os pontos A (–1, 2, 0), B (2, 0, –2) e C (–2, 1, –1), determinar os módulos dos vetores
→ → →
AB, AC e BC .
Solução
Dados os pontos, os vetores são obtidos pela diferença das coordenadas entre os pontos ex-
tremidade e origem.
→
AB = (2 – (–1), 0 – 2, –2 – 0) = (3, –2, –2)
→
AC = (–2 – (–1), 1 – 2, –1 – 0) = (–1, –1, –1)
→
BC = (–2 – 2, 1 – 0, –1 – (–2)) = (–4, 1, 1)
26 • capítulo 1
1.12 Vetor unitário de uma direção
→
AB = (xB – xA, yB – yA, zB – zA)
Seja→
λ o vetor unitário desta direção:
capítulo 1 • 27
→
→ = AB.λ
AB
→ AB→ (xb – xa, yb – ya, zb – za)
λ = =
AB √(xb – xa)2 + (yb – ya)2 + (zb – za)2
EXEMPLO
Sejam os pontos A (–2, 1, 5), B (1, 0, 2) e C (1, –2, 3), determinar os vetores unitários das dire-
→ → →
ções dos vetores AB , AC e BC.
→ →→ →
AB = (3, –1, – 3) = 3i –j –3k
→ → → →
AC = (3, –3, –2) = 3i –3j –2k
→ → →
BC = (0, –2, 1) = –2j + k
→
AB ou |AB| = √32 + (–1)2 + (–3)2 = √19
→
AC ou |AC| = √32 + (–3)2 + (–2)2 = √22
→
BC ou |BC| = √02 + (–2)2 + 12 = √5
Portanto,
EXERCÍCIO RESOLVIDO
7) Dados os pontos A (2, –2, 0), B (–1, 1, 0) e C (0, 0, 1), determinar os vetores unitários das
→ → →
direções dos vetores AB, AC e BC .
Solução
→ → →
Primeiro precisamos determinar os vetores AB, AC e BC .
→
AB = (–1 –2, 1 – (–2), 0 – 0) = (–3, 3, 0)
→
AC = (0 – 2, 0 – (–2), 1 – 0) = (–2, 2, 1)
→
BC = (0 – (–1), 0 – 1, 1 – 0) = (1, –1, 1)
28 • capítulo 1
→ → →
Agora podemos determinar os vetores unitários das direções dos vetores AB, AC e BC .
→ (–3, 3, 0) –3 3 –1 1 –1 → 1 →
λ ab = = , ,0 = , ,0 = i + j
3√2 3√2 3√2 √ √
2 2 √2 √2
→ (–2, 2, 1) –2 2 1 –2→ 2 → 1 →
λ ac = = , , = i + j + k
3 3 3 3 3 3 3
→ 1 –1 1 1 → –1→ 1 →
λ bc = (1, –1, 1) = , , = i + j + k
√ 3
√ 3 3 √ √
3 3 √3 √3
→
u
→
λ
Figura 1.25 Direção de um vetor dado seu unitário
capítulo 1 • 29
Seja a figura anterior, na qual conhecemos os pontos A e B por onde pas-
sa uma determinada direção, seja um vetor →u qual conhecemos apenas seu
módulo e desejamos descobrir o vetor. Primeiramente, devemos definir um
→
vetor desta direção, o vetor AB. Logo:
→
AB = (xB – xA, yB – yA, zB – zA)
→ →
u = u. λ
EXEMPLO
Sejam os pontos A (–1, 1, 3), B (1, –1, 1) e C (1, 0, 2). Sejam u = 20, v = 30 e w = 50, módulos
→ → →
dos vetores →
u ,→
v e→
w , que se encontram nas direções dos vetores AB, AC e BC , respectivamente.
Determinar os vetores →u,→v e→w.
→
AB = 1 – (–1), –1 – 1, 1 – 3) = (2, –2, –2)
→
AC = (1 – (–1), 0 – 1, 2 – 3) = (2, –1, –1)
→
BC = (1 – 1, 0 – (–1), 2 – 1) = (0, 1, 1)
→
AB ou |AB| = √22 + (–2)2 + (–2)2 = √12 = 2√3
→
AC ou |AC | = √22 + (–1)2 + (–1)2 = √6
→
BC ou |BC | = √02 + (–1)2 + 12 = √2
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Dados os vetores →u = (1, –5, 2) e →
v = (0, 3, 3), determinar o vetor →
w , tal que:
→ → → → →
a) 2(u + 3 v ) + 2w = u – 2( v + 3 w ) →
b) 2w→ + 5(→
v –→ → + 2v
u ) = 2u →
2) Dados os pontos M (1, 2, 3), N (0, 1, –2) e P (–1, –1, 0), determinar o ponto Q, tal que
→ →
PQ= 2MN .
4) Determinar o valor de x de modo que sejam colineares os pontos M (–1, 2, 3), N (1, –1, 2) e
P (x, 2, 1).
7) Dados os pontos M (–1, 2, 3), N (1, 3, 0) e P (2, –2, 4), determinar os unitários das direções
⟶ ⟶ ⟶
dos vetores MN, MP e NP.
IMAGENS DO CAPÍTULO
© “Chernova123” | Dreamstime.com – Bridge Construction in Kiev Photo.
© “Dome” | FreeImages.com – por Lisa Wilding.
© "Engenhão" | Gustavo César de Assis Medeiros – foto.
Desenhos, gráficos e tabelas cedidos pelo autor do capítulo.
capítulo 1 • 31
12 Produto de
vetores
ubiratan de carvalho
oliveira
2 Produto de vetores
→ → = u.v.cos Ø
u .v
→ →
u .λ = u.λ.cos Ø
Como→
λ é unitário, seu módulo vale 1, logo:
u .→
→ λ = u.1.cos Ø = u.cos Ø
→
u
Ø
→
λ
u.cos Ø
Figura 2.1 Interpretação geométrica do produto escalar
34 • capítulo 2
Pela figura, vê-se que o produto escalar, quando feito com um dos vetores
sendo unitário, representa a projeção de um vetor na direção do unitário.
→→
i . i = 1.1.cos 0º = 1 =→
j .→
j =→
k .→
k
→→ →→ → → →→ → → → →
i . i = 1.1.cos 90º = 0 = j . i = i = k = k . i = j . k = k . j
RESUMO
O produto escalar de vetores unitários iguais vale 1 e o produto escalar de vetores unitá-
rios diferentes vale zero.
u = ux→i + uy→
→ j + uz →
k
v = vx→i + vy→
→ j + vz →
k
então:
→ → = u .v →i .→i + u .v →i .→
u .v j + ux.vz→i . →
k + uy.vx→
j .→i + uy.vy→
j .→
j + uy.vz →
j .→
k +
x x x y
→ → → → → →
+ uz.vx k . i + uz.vy k . j + uz.vz k . k
→ → = u .v + u .v + u .v
u .v x x y y z z
capítulo 2 • 35
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1) Dados os vetores abaixo, determine os produtos escalares pedidos:
→
u = (1, 2, –1), →
v = (1, 0, –3) e →
w = (0, –2, –3)
→ →
a) u .v
b) → →
u .w
c) → →
v .w
Solução
a) → → = 1.1 + 2.0 + (–1).(–3) = 1 + 0 + 3 = 4
u .v
b) → →= 1.0 + 2.(–2) + (–1).(–3) = 0 – 4 + 3 = –1
u .w
→ →
c) v .w = 1.0 + 0.(–2) + (–3).(–3) = 0 + 0 + 9 = 9
→ → = u.v.cos Ø
u .v
→ →
u .v
cos Ø =
u.v
Se o produto escalar for negativo, então 90º < Ø ≤ 180º, ou seja, Ø é ob-
tuso ou raso.
Se o produto escalar for nulo, então Ø = 90º, ou seja, os vetores são orto-
gonais entre si.
→ →=0
u .v
36 • capítulo 2
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2) Dados os vetores abaixo:
→
u = (–1, 1, –1), →
v = (1, 2, –3) e →
w = (0, 2, –2)
a) →
u e→
v
b) →
u e→
w
c) →
v e→
w
Solução
→ →
u .v
a) cos Ø = ,→ → = (–1).1 + 1.2 + (–1).(–3) = – 1 + 2 + 3 = 4
u .v
u.v
u = √ (–1)2 + 12 + (–1)2 = √ 3
v = √ 12 + 22 + (–3)2 = √ 14
cos Ø =
4
=
4
=2
√42
√3 .√14 √42 21
u = √ (–1)2 + 12 + (–1)2 = √ 3
w = √ 02 + 22 + (–2)2 = √ 8 = 2√ 2
4 2
cos Ø = = = √6
√3 2√ 2 √6 3
.
Ø = arc cos √6
3
→ →
v .w → →
c) cos Ø = , v .w = 1.0 + 2.2 + (–3).(–2) = 0 + 4 + 6 = 10
v.w
v = √ 12 + 22 + (–3)2 = √ 14
w = √ 02 + 22 + (–2)2 = √ 8 = 2√ 2
capítulo 2 • 37
10 5 5√7
cos Ø = = =
√14 .2√2 √28 14
5√7
Ø = arc cos
14
3) Se os vetores →
u e→ v formam entre si um ângulo de 45º e suas coordenadas são →
u = (2, –1,
→
5) e v = (–1, 2, n), calcule n.
Solução
→ →
u .v
Como cos Ø = , e Ø = 45º, então cos Ø =
√2
u.v 2
→
u→
.v = 2.(–1) + (–1).2 + 5.n = –2 – 2 + 5n = –4 + 5n
u = √ 22 + (–1)2 + 52 = √ 30
v = √ (–1)2 + 22 + n2 = √ 5+n2
√2 = –4+5n
2 √30 .√ 5+n2
√2 2 –4+5n 2
=
2 √30 .√ 5+n2
1 16 – 40n + 25n2
=
2 30 (5+n2)
10 ± √ 235
n=
5
4) Se os vértices de um triângulo são os pontos A (1, –1, 1), B (0, 1, 2) e C (1, 1, 0), determine
o ângulo ^
B.
Solução
Para determinarmos o ângulo ^
B vê-se pela figura que:
B
C
A
38 • capítulo 2
→ →
BA.BC
cos ^
B=
BA.BC
→
BA = (1, –2, –1)
→
BC= (1, 0, –2)
→ →
BA .BC = 1.1 + (–2).0 + (–1).(–2) = 1 + 0 + 2 = 3
BA = √ 12 + (–2)2 + (–1)2 = √ 6
BC = √ 12 + 02 + (–2)2 = √ 5
= √30
3 3
cos ^
B = =
√6 √5 √30 10
.
^
B = arc cos
√30
10
→ →
k γ u
β
→i →j y
α
x
Figura 2.2 Ângulos diretores
Então:
→
u .→
i (u , u , u ).(1, 0, 0) u
cos α = = x y z = x
u.i u.1 u
capítulo 2 • 39
→
u .→j (ux, uy, uz).(0, 1, 0) uy
cos β = = =
u.j u.1 u
→ → (u , u , u ).(0, 0, 1) u
u .k
cos γ = = x y z = z
u.k u.1 u
→
Seja um vetor →
u = (ux, uy, uz). Seja λ o unitário da sua direção. Então:
ou
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
5) Calcular os cossenos diretores e os ângulos diretores do vetor →
u = (1, –2, 2).
Solução
u = √ 12+(–2)2+22 = 3
1 1
cos α = α = arc cos
3 3
–2 –2
cos β = β = arc cos
3 3
2 2
cos γ = γ = arc cos
3 3
6) Dados os pontos A (1, 1, 4) e B (2, 0, 3), calcular os cossenos diretores e os ângulos diretores
→
do vetor AB.
Solução
→
AB = (2 – 1, 0 – 1, 3 – 4) = (1, –1, –1)
AB = √ 12 + (–1)2 + (–1)2 = √3
40 • capítulo 2
cos α =
1
= √3 α = arc cos
√3
√3 3 3
–√3
= √3 β = arc cos
–1 –
cos β =
√3 3 3
–1 –√3 –√3
cos γ = = γ = arc cos
√3 3 3
→
v
|proj→v →
u| =→
u.
v
→ → →
proj→v → u |. v = →
u = |proj→v → u .v .v
v v v
→→ →
u = u .v .v
proj→v →
→ →
v .v
EXERCÍCIO RESOLVIDO
7) Determinar o vetor projeção do vetor →
u = (1, 2, 2) sobre o vetor →
v = (2, –1, 1).
Solução
→ →
u .v
proj→v →
u = →→ .v→
v .v
→ → = 1.2 + 2.(–1) + 2.1 = 2
u .v
capítulo 2 • 41
2.9 Produto vetorial
→ → → → → →
Dados dois vetores → u = uxi + uy j + uzk e → v = vxi + vy j + vzk , o produto
vetorial de →
u e→
v , escrito por →
u x→ → vetorial →
v , lê-se “u v , é um vetor, cujo mó-
dulo é definido por:
→ →
| u x v | = u.v.sen Ø
→ →
u x →
v
v
→
v x →
u
Ø
→
u
Figura 2.3 Sentidos dos produtos vetoriais entre os vetores →
ue→
v
→ x→
|u v | = u.v.sen Ø
42 • capítulo 2
Vê-se, pela figura abaixo, que v.sen Ø é a altura do paralelogramo forma-
do pelos dois vetores.
→
v v.sen Ø
Ø
→
u
Figura 2.4 Interpretação geométrica do produto vetorial
→ x→
Área do paralelogramo = |u v|
→ x→
A = |u v | = u.v.sen Ø = u.v.sen 0º = 0
Se o vetor →
u é colinear ao vetor →
v , então:
→
u = t→
v
ou seja,
capítulo 2 • 43
|→
i x→
i | = 1.1.sen 0º = 0 = |→
j x→
j | = |→
k x→
k|
|→
i x→
j | = 1.1.sen 90º = 0 = |→
j x→
i | = |→
i x→
k | = |→
k x→
i | = |→
j x→
k | = |→
k x→
j|
RESUMO
O módulo do produto vetorial de vetores unitários iguais vale zero, e o módulo do produto vetorial
de vetores unitários diferentes vale um, e, dessa forma, é um vetor unitário. Como a direção do
produto vetorial é perpendicular aos dois vetores e, sendo ele é unitário, o produto vetorial de dois
unitários é o terceiro unitário da direção dos eixos, restando apenas definir se positivo ou negativo.
Sejam os unitários dos eixos cartesianos na figura abaixo:
z
→
k
→
→ j y
i
x
Figura 2.5 Unitários das direções dos eixos cartesianos
→ → → → → →
i x j = k , j x i = –k
→ → →→ → →
i x k = – j , k x i = j
→ → →→ → →
j x k = i , k x j = –i
→
u = u→
x
i + uy→j + uz→
k
e
→
v = v→
x
i + vy→j + vz→
k
então:
→
u x→
v = ux.vx→i x→
i + ux.v→
y
i x→
j + ux.v→
z
i x→
k + uy.vx→
j x→
i + uy.vy→
j x→
j + uy.vz→
j x→
k +
→ → → → → →
+ u .v k x i + u .u k x j + u .v k x k
z x z y z z
44 • capítulo 2
Como
→
i x→
i = →j x →
j =→
k x→
k = 0e
→i x→j =→k, →j x→ →
i = –k
→x→
i k = –→
j ,→
k x→i =→j
→ → → → → →
j x k = i , k x j = –i
Então:
→
u x→v = ux.vx0 x + ux.vy→.k + ux.vz.(–→ →) + u .v .0
j ) + uy.vx.(–k y y
+ uy.vz→
.i + uz.vx→
.j + uz.vy.(–→
i ) + uz.vz.0
→
u x→
v = (uy.vz – uz.vy) →
i + (uz.vx – ux.vz) →j + (ux.vy – uy.vx) →
k
Assim, tem-se:
→ j
→ k
→
i
→u x→ v = ux uy uz
vx vy vz
Ao se resolver o determinante, será definido o resultado do produto veto-
rial dos vetores→
u e→v ,→
u x→
v.
vx vy vz vx vy
– (uyvx→ k + uzv→
y
i + uxvz→
j ) + uyv→
z
i + uzvx→
j + uxvy→
k
Solução
→
a) 2
u = (–2, 4, 2)
→ →
u – v = (–2, 2, –2)
→ → → → →
i j k i j
→ → →
2u x (u – v ) = –2 4 2 –2 4
–2 2 –2 –2 2
→ → → → → →
= – [4.(–2) k + 2.2i + (–2).(–2)j ] + 4.(–2) i + 2.(–2) j + (–2).2k
→ → → → → →
= – [(–8)k + 4 i + 4 j ] + (–8) i + (–4) j + (–4)k
→ → → → →
2u x (u – v ) = –12 i – 8 j + 4k
→ →
b) u – v = (–2, 2, –2)
→ →
u + 3 v = (2, 2, 10)
→ → → → →
i j k i j
→ → →
(u – v ) x (u + 3v ) = –2 2 –2 –2 2
2 2 10 2 2
→ → → → → →
= – [2.2k + (–2).2 i + (–2).10 j ] + 2.10 i + (–2).2 j + (–2).2k
→ → → → → →
= – [4k + (–4)i + (–20)j ] + 20 i + (–4) j + (–4)k
→ → → → → →
(u – v ) x (u + 3v ) = 24 i + 16 j – 8 k
→
9) Determinar um vetor unitário que seja simultaneamente ortogonal aos vetores u = (1, 0, 3)
→
e v = (–1, 2, 1).
Solução
Um vetor que seja simultaneamente ortogonal a dois outros vetores é o produto vetorial entre
eles. Como o problema pede um unitário, basta que se ache o unitário da direção do produto
vetorial entre os vetores.
→ → → → →
i j k i j
→ →
u x v = 1 0 3 1 0
–1 2 1 –1 2
46 • capítulo 2
→ → → → → →
= – [0.(–1)k + 3.2i + 1.1 j ] + 0.1 i + 3.(–1) j + 1.2k
→ → → → → →
= – [0k + 6 i + 1j ] + 0i + (–3) j + 2k
→ → → → →
u x v = –6i + 4 j + 2 k
→ →
|u x v | = √ (–6)2 + (–4)2 + 22 = √56 = 2√14
→u x→v
→ (–6, –4, 2)
λ = → → = = – 3√14 , 2√14 , √14 =
|u x v | 2√14 14 14 14
→
= – 3√14 i – 2√14 →
j + √14 →
k
14 14 14
→ →
10) Dados os vetores u = (–1, 2, 0) e v = (1, 1, –1), calcular a área do paralelogramo determi-
→ → →
nado pelos vetores 2u e v + u .
Solução
A área do paralelogramo é o módulo do produto vetorial dos vetores indicados.
Assim:
→
2u = (–2, 4, 0)
→ →
v + u = (0, 3, –1)
→ → → → →
i j k i j
→ → →
2u x ( u x v ) = –2 4 0 –2 4
0 3 –1 0 3
→ → → → → →
= – [4.0k + 0.3i + (–2).(–1)j ] + 4.(–1) i + 0.0 j + (–2).3k
→ → → → → →
= – [0k + 0 i + 2 j ] + (–4) i + 0 j + (–6)k
→ → → → → →
2u x ( u x v ) = –4 i – 2 j – 6 k
→ → →
Área = |2u x (u x v )| = √(–4)2 + (–2)2 + (–6)2 = √56 = 2√14
capítulo 2 • 47
→
u = u→
x
i + uy→
j + uz→
k
→
v = v→
x
i + vy→
j + vz→
k
→
w = w→
x
i + wy→
j + wz→
k
Então:
→ → = (v .w – v .w )→
i + (vz.wx – vx.wz)→ →
v xw y z z y
j + (vx.wy – vy.wx)k
→ →x→
w ) = (u→i + uy→
j + uz→ → + (v .w – v .w )j
→ →
u .(v x
k ).(vy.wz – vz.wy)i z x x z + (vx.wy – vy.wx)k
→ →x→
u .(v w ) = ux.vy.wz – ux.vz.wy + uy.vz.wx – uy.vx.wz + uz.vx.wy – uz.vy.wx
Assim, tem-se:
ux uy uz ux uy
→ →x→
u x (v w ) = vx vy vz vx vy
wx wy wz wx wy
EXERCÍCIO RESOLVIDO
→ → →
alcular o produto misto dos vetores u = (1, 0, –2), v = (2, –1, 3) e w = (0, 1, –1).
11) C
Solução
1 0 –2 1 0
→→ →
u .(v x w ) = 2 –1 3 2 –1
0 1 –1 0 1
= 0 – 3 – 0 + 1 +0 – 4
→ → →
u .(v x w ) = –6
48 • capítulo 2
2.15 Interpretação geométrica do produto
misto
Dados três vetores →u ,→
v e→
w , a interpretação geométrica do produto misto
deles é igual, em módulo, ao volume do paralelepípedo cujas arestas são
esses três vetores.
→ →
v xw
→
u
Ø
→
w
→
v
Figura 2.6 Paralelepípedo formado por três vetores não coplanares
→ → →
V = |v x w |.| u | |cos Ø|
O cosseno do ângulo deve ser em módulo, pois ele poderá ser obtuso, e
assim seu cosseno será negativo. Então:
→ → → →→ →
V = | u .( v x w )| = |( u , v , w )|
Outra interpretação geométrica que pode ser dada ao produto misto tam-
bém envolve cálculo de volume de figuras geométricas espaciais. Como os
paralelepípedos podem ser divididos em dois prismas triangulares iguais e
cada prisma em três pirâmides ou tetraedos com base e altura equivalentes à
base e à base e a altura do prisma, o volume de cada uma destas pirâmides é
1 do volume do paralelepípedo.
6
capítulo 2 • 49
→
u
→
w
→
v
Figura 2.7 Tetraedro formado pelos vetores não coplanares
Assim:
1 →→ →
V= |( u , v , w )|
6
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
12) Calcular o volume do tetraedro cujos vértices são: A (1, 1, 2), B (0, 1, 3), C (1, 0, 1) e
D (–1, –2, 0).
Solução
Primeiramente, deve-se determinar os vetores que comporão o tetraedro.
→
AB = (–1, 0, 1)
→
AC = (0, –1, –1)
→
AD = (–2, –3, –2)
Como:
→ → →
V = 1 |(AB, AC, AD )|
6
Então:
–1 0 1
→ → →
(AB, AC, AD ) = 0 –1 –1 = –1
–2 –3 –2
Portanto:
1
V= |–1| = 1 u.v.
6 6
(u.v. – unidades de volume)
50 • capítulo 2
→ → →
13) Dados os vetores u = (–1, 0, 2), v = (2, x, –1) e w = (0, –1, –1), calcular o valor de x para
→→ →
que o volume do paralelepípedo determinado por u , v e w seja 10 u.v.
Solução
Como o volume do paralelepípedo é:
→→→
V = |( u , v , w )|
e no problema
→→→
|( u , v , w )| = 10
Então:
–1 0 2
→→→
|( u , v , w )| = 2 x –1 = x – 3
0 –1 –1
Logo:
|x – 3| = 10
Então:
x – 3 = 10 ou x – 3 = –10
Portanto:
x = 13 ou x = –7
2.16 Coplanaridade
Se três vetores são coplanares, eles não formam figura espacial, logo não
formam paralelepípedo e, portanto, o volume desta figura é zero. Assim sen-
do seu produto misto é nulo.
Assim, a condição para que três vetores sejam coplanares é que seu pro-
duto misto seja nulo.
Se →
u ,→
v e→ →, →
w são coplanares, (u v ,→
w) = 0
→
w → →
u w
→
→ v
u →
v
(a) (b)
Figura 2.8 Três vetores (a) coplanares; (b) não coplanares
capítulo 2 • 51
OBSERVAÇÕES
1) O produto misto também é nulo se um dos vetores for nulo, ou se dois dos vetores forem
colineares, o que daria área da base nula.
2) O produto misto independe da ordem circular dos vetores, isto é:
Porém, ele muda de sinal quando há uma troca de posições de dois vetores consecutivos, isto é:
→→→ →→→
(u , v , w) = (u , w, v )
Tais situações devem-se às propriedades dos determinantes quanto à troca de posições das
suas linhas.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
→ → →
erificar se os vetores u = (–1, 2, 5), v = (2, 0, –1) e w = (1, 1, 1) são coplanares.
14) V
Solução
Três vetores são coplanares se seu produto misto é nulo. Assim, deve-se determinar o produto
misto dos vetores e verificar se é nulo. Portanto:
–1 2 5
→→→
u , v , w = 2 0 –1 = –3 ≠ 0
0 1 1
→ → →
15) Determinar o valor de x, para que os vetores u = (–1, 0, 2), v = (2, x, –1) e w = (0, –1, –1)
sejam coplanares.
Solução
Para que três vetores sejam coplanares, seu produto misto deve ser nulo. Assim:
–1 0 2
→→→
(u , v , w) = 2 x –1 = x – 3
0 –1 –1
Então:
x–3=0
x=3
52 • capítulo 2
16) Verificar se os pontos A (0, 1, –2), B (2, 1, –1), C (1, 1, –1) e D (0, 1, 0) estão situados num
mesmo plano.
Solução
Esses pontos estarão situados num mesmo plano se os vetores formados por eles forem copla-
nares, ou seja:
→ → →
(AB, AC, AD) = 0
→
AB = (2, 0, 1)
→
AC = (1, 0, 1)
→
AD= (0, 0, –2)
2 0 1
→ → →
(AB, AC, AD) = 1 0 1 = 0
0 0 –2
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
→ → →
1) Dados os vetores u = (2, x, 2 – x), v = (x, 1 + x, 3) e w = (x, –1, 0), determinar x de modo
→→ → → →
que u .w = (v – w).u .
→ 1 √2
2) Determinar x de modo que o vetor u = x, , seja unitário.
3 3
→ → → →
3 Determinar x de modo que o módulo do vetor u = (x – 2) i (x + 1) j – 2k seja igual a √40 .
4) Seja o triângulo de vértices A (1, 2, 5), B (–1, 0, 3) e C (1, 1, 2), determinar o ângulo interno
ao vértice A.
→ →
5) Sabendo que o ângulo entre os vetores u = (1, 2, –2) e v = (–1, x – 1, 3) é 60º, determinar x.
→ →
6) Determinar x de modo que os vetores u = (x, 5, 3) e v = (–1, x + 2, 5) sejam ortogonais.
→
7) Determinar um vetor unitário ortogonal ao vetor u = (1, –1, 3).
→ → →
8) Dados os vetores u = (1, 2, –1), v = (0, 2, 1) e w = (2, –2, 3), calcular:
→ →
a) u x v
→ →
b) v x w
→ → →
c) (u – v ) x w
→ → → →
d) (w x v ) . (w x u )
→ →
9) Determinar um vetor simultaneamente ortogonal aos vetores u = (1, 2, 3) e v = (0, 1, 2).
capítulo 2 • 53
→ →
alcular a área do paralelogramo definido pelos vetores u = (1, 2, 5) e v = (2, –1, 3).
10) C
→ → →
erificar se os vetores u = (1, 2, 3), v = (2, 5, 3) e w = (–1, 2, –1) são coplanares.
11) V
→ →
12) Determinar o volume do paralelepípedo formado pelos vetores u = (2, 1, –2), v = (1, –2, 3)
→
e w = (–1, 5, 3).
IMAGENS DO CAPÍTULO
Desenhos, gráficos e tabelas cedidos pelo autor do capítulo.
54 • capítulo 2
13 Retas
Considere o plano cartesiano xy e dois pontos diferentes P(xP ,yP) e Q(xQ, yQ)
deste plano. Existe uma única reta r que passa por estes dois pontos, ou seja,
→ . Pode-se dizer, portanto, que existe uma única reta
existe um único vetor PQ
→ e que passa pelo ponto P. Geometricamente tem-se a
com a direção de PQ
situação descrita na figura 3.1.
Q (xQ, yQ)
P (xP , yP)
x
Figura 3.1 Reta definida por dois pontos distintos no R2
Q (xQ, yQ)
A (x, v)
P (xP , yP)
x
Figura 3.2 Vetores proporcionais no R 2
56 • capítulo 3
Como os vetores → → são proporcionais, pode-se escrever que:
PA e PQ
→ →
PA = t.PQ
A – P = t.(Q – P)
(x, y) – (xP, yP) = t.[(xP – xQ), (yP – yQ)]
→ ( t ∈ ℜ)
(x, y) = (xP, yP) + t.[(xP – xQ), (yP – yQ)] ou (x, y) = (xP, yP) + t.PQ
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Determinar a equação vetorial da reta no R2 que passe pelo ponto P (1, 3) e tenha a direção
→
do vetor v = (2, 4).
Solução
A equação geral da reta é dada por:
→
(x, y) = (xP, yP) + t.PQ
→ →
Substituindo P e PQ = v , tem-se:
(x, y) = (1, 3) + t.(2, 4)
Note que para cada valor de t arbitrado tem-se um ponto desta reta. Assim:
B (3, 7)
D (2, 5)
A (1, 3)
x
C (–1, –1)
capítulo 3 • 57
2) Determine a equação vetorial da reta no R2 que passe pelos seguintes pontos distintos:
P (2, 3) e Q = (3, 4).
Solução
A equação geral da reta é dada por:
→
(x, y) = (xP, yP) + t.PQ
→ →
Inicialmente, deve-se determinar o vetor PQ . Como, PQ = Q – P, tem-se:
→
PQ = (3, 4) – (2, 3)
→
PQ = (1, 1)
→
Substituindo P e PQ na equação geral, tem-se:
→
(x, y) = (xP , yP) + t.PQ
(x, y) = (2, 3) + t.(1, 1)
Note que, para cada valor de t arbitrado tem-se um ponto desta reta. Assim:
B (3, 4)
D (2,5; 3,5)
A (2, 3)
C (1, 2)
58 • capítulo 3
3.2 Equação vetorial da reta no R3
Da mesma maneira que foi analisada a reta r no R2, pode-se fazer um estudo
para o R3. Considere o plano xyz e dois pontos diferentes P(xP, yP , zP) e Q(xQ ,
yQ, zQ) deste plano. Existe uma única reta r que passa por estes dois pontos,
→ . Assim, há uma única reta com a direção
ou seja, existe um único vetor PQ
→ e que passa pelo ponto P. A descrição geométrica encontra-se na fi-
de PQ
gura 3.5.
A (x, y, z)
P (xP , yP , zP)
x
Figura 3.6 Vetores proporcionais no R3
capítulo 3 • 59
Com base na ideia utilizada para demonstrar a equação vetorial da reta no
→ e PQ
→ serem proporcionais, ou seja:
R2, pode-se partir do fato de os vetores PA
→ = t.PQ
→
PA
A – P = t.(Q – P)
(x, y, z) – (xP, yP , zP) = t.[(xP – xQ), (yP – yQ), (zP – zQ)]
(x, y, z) = (xP, yP, zP) + t.[(xP – xQ), (yP – yQ) , (zP – zQ)
→ (t ∈ ℜ)
(x, y, z) = (xP, yP, zP) + t.PQ
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
3) Determinar a equação vetorial da reta no R3 que passe pelo ponto P (1, 2, 3) e tenha a direção
do vetor →
v = (1, 2, 4).
Solução
A equação geral da reta é dada por:
→
(x, y, z) = (xP, yP, zP) + t.PQ
→ →
Substituindo P e PQ = v tem-se:
Substituindo-se valores reais para t, encontram-se os infinitos pontos da reta que passa pelo
→
ponto P (1, 2, 3) e tem a direção do vetor v = (1, 2, 4).
4) Determine a equação vetorial da reta no R3 que passe pelos seguintes pontos distintos:
P (–2, 3, 5) e Q = (1, 3, 4).
Solução
A equação geral da reta é dada por:
→
(x, y, z) = (xP, yP , zP) + t.PQ
→ →
Inicialmente, deve-se determinar o vetor PQ. Como PQ = Q – P, tem-se:
→
PQ = (1, 3, 4) – (–2, 3, 5)
→
PQ = (3, 0, –1)
60 • capítulo 3
→ →
Substituindo um dos dois pontos, por exemplo, P e o vetor PQ = v , tem-se:
Mais uma vez, é possível perceber que, ao se substituir valores reais para t na equação, são
encontrados os infinitos pontos da reta que passam pelo ponto P (–2, 3, 5) e têm a direção do
→
vetor v = (3, 0, –1).
OBSERVAÇÃO
É importante ressaltar que a equação vetorial da reta, tanto no R2 como no R3, não é única. É fácil
→
verificar que se pode tomar qualquer ponto pertencente à reta e um vetor múltiplo de PQ . No últi-
mo exemplo, pode-se tomar como ponto o Q. Assim, a equação da reta será dada por:
Observe que, para a equação da reta dada por (x, y, z) = (–2, 3, 5) + t.(3, 0, –1), ao se substituir
t = 1, o ponto determinado é (1, 3, 4). Já para a equação da mesma reta (x, y, z) = (1, 3, 4) +
+ t.(3, 0, –1), para t = 0, o ponto determinado é o mesmo, ou seja, (1, 3, 4). Fica patente, portanto,
que as duas equações representam a mesma reta no R3.
ATENÇÃO
É fácil perceber que o estudo da reta pode ser realizado tomando-se o R3, e, quando z = 0, tem-
-se o caso particular da reta no R2. Assim, teremos:
→
Esta reta do R2 passa pelo ponto (1, 3) e tem direção do vetor v = (3, –1)
capítulo 3 • 61
Considere a reta que passe pelo ponto P (xP, yP, zP) e seja paralela (mesma
direção) ao vetor→
v = (a, b, c). De acordo com o item 3.2, esta reta é dada por:
→
(x, y, z) = (xP, yP , zP) + t.v
x = xp + t.a
y = yp + t.b ,t ∈ ℜ
z = zp + t.c
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
5) Determinar as equações paramétricas da reta r que passam pelo ponto P (1, 2, 3) e que te-
nham a direção do vetor →
v = (1, 2, 4).
Solução
As equações paramétricas da reta r são dadas por:
x = xp + t.a
y = yp + t.b ,t → ℜ
z = zp + t.c
→
Substituindo P (xP, yP, zP) e v = (a, b, c) pelos valores apresentados, isto é, P (1, 2, 3) e
→
v = (1, 2, 4), tem-se que a equação paramétrica da reta r é:
x = 1 + t.1
y = 2 + t.2 ,t → ℜ
z = 3 + t.4
62 • capítulo 3
6) Considere as equações paramétricas da reta no R3 que passe pelo ponto P (1, 2, 3) e tenha
→
a direção do vetor v = (1, 2, 4). Avaliar se os pontos A (0, 0, –1) e B (1, 4, 7) pertencem a
esta reta.
Solução
As equações paramétricas desta reta foram determinadas no exemplo 5 e são dadas por:
x = 1 + t.1
y = 2 + t.2 t∈ℜ
z = 3 + t.4
0 = 1 + t. 1 → –1 = t.1 → t = –1
0 = 2 + t.2 → –2 = t.2 → t = –1
–1 = 3 + t.4 → –1 – 3 = t.4 → t = –1
Assim, como existe um único valor de t que torna as equações acima verdadeiras, o ponto A
pertence à reta r.
1 = 1 + t. 1 → 0 = t.1 → t = 0
4 = 2 + t.2 → 2 = t.2 → t = 1
7 = 3 + t.4 → 7 – 3 = t.4 → t = 1
Assim, como não existe um único valor de t que torna as equações acima verdadeiras, o ponto
B não pertence à reta r.
7) Considere as equações paramétricas da reta no R3 que passe pelo ponto P (1, 2, 3) e tenha
→
a direção do vetor v = (1, 2, 4). Responda os itens a seguir.
c) Determine, caso exista, um ponto desta reta cuja cota é o triplo da abscissa e a ordenada é
o dobro da abscissa.
d) Determine as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P e seja paralela ao eixo x.
e) Determine as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P e seja paralela ao eixo y.
f) Determine as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P e seja paralela ao eixo z.
capítulo 3 • 63
Solução
a) Do exemplo anterior, as equações paramétricas da reta r são dadas por:
x = 1 + t.1
y = 2 + t.2 ,t ∈ ℜ
z = 3 + t.4
y = 2 + 2t → 6 = 2 + 2t → 6 – 2 = 2t → t = 2
x = 1 + 2.1 = 3 e z = 3 + 2.4 = 11
c) Suponha o ponto W (m, 2m, 3m), cujas relações entre abscissa, ordenada e cota são as da-
das no exemplo. Substituindo nas equações paramétricas da reta r, temos:
x = 1 + t.1 → m = 1 + t
y = 2 + t.2 → 2m = 2 + 2t
z = 3 + t.4 → 3m = 3 + 4t
x = 1 + t.1 → x = 1 + 0.1 = 1
y = 2 + t.2 → y = 2 + 2.0 = 2
z = 3 + t.4 → z = 3 + 4.0 = 3
Ponto (1, 2, 3)
64 • capítulo 3
d) Para que a reta seja paralela ao eixo x, deve ser paralela ao vetor (1, 0, 0). Assim,
e) Para que a reta seja paralela ao eixo y, deve ser paralela ao vetor (0, 1, 0). Assim,
f) Para que a reta seja paralela ao eixo z, deve ser paralela ao vetor (0, 0, 1). Assim,
Solução
A equação geral da reta r é dada por:
x = xp + t.a
y = yp + t.b ,t ∈ ℜ
z = zp + t.c
→ → →
Inicialmente, devemos encontrar o vetor v = AB, ou seja, AB = B – A
→
AB = B – A = (1, 1, 5) – (3, 2, 3) = (–2, –1, 2)
x = xp + t.a x = 3 + t.2
y = yp + t.b → y = 2 + t.1
z = zp + t.c z = 3 + t.2
capítulo 3 • 65
x = xp + t.a
y = yp + t.b
z = zp + t.c
x – xp = t.a → t = x – xp
a
y – yp = t.b → t = y – yp
b
z – zp = t.c → t = z – zp
c
x – xp y – yp z – zp
= =
a b c
As equações acima são ditas equações simétricas da reta r que passa pelo
ponto P (xP, yP, zP) com direção do vetor →
v = (a, b, c).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
9) Determinar a equação simétrica da reta no R3 que passe pelo ponto P (2, –3, 1) e tenha a
→
direção do vetor v = (3, 1, 5).
Solução
As equações simétricas da reta r são dadas por:
x – xp y – yp z – zp
= =
a b c
→
P (xP, yP, zP) = (2, –3, 1) e v = (a, b, c) = (3, 1, 5). Substituindo.
10) Considere a reta no R3 que passe pelo ponto P (2, –3, 1) e tenha a direção do vetor
→
v = (3, 1, 5). Determine o ponto desta reta que tem abscissa 5.
66 • capítulo 3
Solução
Do exemplo anterior, as equações simétricas da reta r são dadas por:
1= y+3
1
1=y+3
y=2
E também
1= z–1
5
5=z–1
z=6
x–4 y+5 z +1
= =
3 1 4
Solução
a) As equações simétricas da reta r são dadas por:
x – xp
= y + yp = z – zp
a b c
capítulo 3 • 67
Onde (a, b, c) é o vetor direção da reta.
Assim,
x–4
=1
3
x–4=3
x=7
Também
y–5
=1
1
y–5=1
y=6
e, finalmente,
z +1
=1
4
z +1 = 4
z=3
Ponto (7, 6, 3)
x–4 y–5 z +1
c) = =
3 1 4
Basta substituir nas equações simétricas da reta e verificar se as igualdades são ou não satis-
feitas.
68 • capítulo 3
1–4 4–5 –5 +1
= =
3 1 4
–3 –1 –4
= =
3 1 4
–1 = –1 = –1
Ponto B (10, 7, 9)
Basta substituir nas equações simétricas da reta e verificar se as igualdades são ou não satis-
feitas.
10 – 4 7–5 9 +1
= =
3 1 4
6 2 10
= =
3 1 4
2 = 2 ≠ 2,5
capítulo 3 • 69
Para se determinar z como função de x, utiliza-se a seguinte igualdade:
x – 4 = z – 1
1 4
4x – 16 = z + 1
z = 4x – 17
EXERCÍCIO RESOLVIDO
12) Considere y = 4x – 11 e z = 3x + 1 as equações reduzidas da reta r no R3. Responda os
itens a seguir.
Solução
a) Para determinar o vetor direção da reta r, basta encontrar dois pontos A e B pertencentes à
→
reta e determinar o vetor AB.
Tomando-se, por exemplo, x = 0, tem-se que y = 4.(0) – 11= –11 e z = 3.(0) + 1 = 1. Assim, o
ponto A é (0, –11, 1)
→
Assim, AB = B – A = (1, –7, 4) – (0, –11, 1) = (1, 4, 3)
b) Para verificar se um ponto pertence a uma reta escrita na forma reduzida, basta substituir o
valor da abscissa (x) e conferir se ocorrem as coincidências dos valores da ordenada (y) e da
cota (z).
70 • capítulo 3
ATENÇÃO
Quando uma reta é paralela a um dos planos xOy, xOz ou yOz, uma de suas coordenadas –
abscissa, ordenada ou cota – será constante. Assim, quando a equação da reta estiver escrita na
forma paramétrica (item 3.3), esta coordenada não dependerá do parâmetro t.
x = –1 + 2.t
y = 2 + 3.t
z = 4
Note que a reta anterior passa pelo ponto A (–1, 2, 4) e tem direção do
vetor→
v = (2, 3, 0). A figura 3.7 ilustra o descrito.
z
–1 A
4
2
r
4
–1
3
O → y
2 v 2
x
Figura 3.7 Reta paralela ao plano xOy.
capítulo 3 • 71
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
13) A reta r tem a direção do vetor →
v = (2, 3, m – 1) e passa por um ponto P (0, 3, –4). Determine
o valor do escalar m a fim de que a reta r seja paralela ao plano xOy.
Solução
→
Para que a reta r seja paralela ao plano xOy, é necessário que a cota (z) do vetor v direção de
r seja nula, ou seja:
m–1=0→m=1
14) A reta r é definida pelos pontos A (1, 2 – n, 3) e B (3, n, 5). Determine o valor do escalar n
a fim de que a reta r seja paralela ao eixo xOz.
Solução
Inicialmente, deve-se determinar o vetor direção da reta r, ou seja:
→ →
v = AB = B – A = (3, n , 5) – (1, 2 – n, 3)
→
v = (2, 2n – 2, 2)
→
Para que a reta r seja paralela ao plano xOz, é necessário que a ordenada (y) do vetor v direção
de r seja nula, ou seja:
2n – 2 = 0 → 2.n = 2 → n = 1
OBSERVAÇÃO
Uma reta pode ser paralela simultaneamente a dois dos planos xOy, xOz ou yOz, ou seja, paralela
a um dos eixos Ox, Oy ou Oz. Nesse caso, duas de suas coordenadas – abscissa, ordenada ou
cota – serão constantes.
x=2
y=3
z = 4 + 3t
72 • capítulo 3
Note que a reta anterior passa pelo ponto A (2, 3, 4) e tem direção do vetor
→
v = (0, 0, 3). A figura 3.8 ilustra o descrito.
z
r
A
→
k
3
y
O
2
x
Figura 3.8 Reta paralela ao eixo Oz
Outra maneira de verificar quando uma reta é paralela a um dos eixos Ox,
Oy ou Oz é a observação de que duas das coordenadas do vetor direção são
nulas. Assim:
EXERCÍCIO RESOLVIDO
→
15) A reta r tem a direção do vetor v = (2, 3 – n, m – 1) e passa por um ponto P (1, 3, – 4).
Determine o valor dos escalares m e n a fim de que a reta r seja paralela ao eixo Ox.
Solução
Para que a reta r seja paralela ao eixo Ox, é necessário que a ordenada (y) e a cota (z) do vetor
→
v direção de r sejam nulas, ou seja:
m–1=0→m=1
3–n=0→n=3
capítulo 3 • 73
3.6 Reta ortogonal no R3
Suponha uma reta r no R3 e duas outras, r1 e r2, não paralelas com vetores di-
reção → v1 e →
v2, respectivamente. Se a reta r é ortogonal às duas outras citadas
r1 e r2, seu vetor direção →v é paralelo ao produto vetorial entre os vetores →
v1 e
→
v2. Dessa forma, basta conhecer um ponto pertencente à reta r para que se
possa escrever sua equação.
x = 1 + 2t x = 2
r1: y = 2 + 3t e r2: y = 3 + 1.t
z = 3 – 4t z = 4 – 1t
i j k
→ → → →
v1 x →
v 2 = 2 3 –4 = i + 2j + 2k = (1, 2, 2)
0 1 –1
Portanto, a reta r tem direção do vetor (1, 2, 2) e, como passa pelo ponto
(1, 3, 1), sua equação será:
x – 1 = y – 3 = z – 1
1 2 2
74 • capítulo 3
z
r2
r1
→
v2
→
v1
O y
x
Figura 3.9 Ângulo entre retas
→.v
|v → | = |v
→|.|v
→ |.cos
1 2 1 2
→ →
|v1.v 2|
cos = → → , 0 ≤ ≤ /2
|v |.|v |
1 2
Onde, → → = x .x + y .y + z .z e v =
v1.v 2 1 2 1 2 1 2 1 √ x12 + y12 +z12
EXERCÍCIO RESOLVIDO
16) Suponha duas retas r1 e r2 com as equações paramétricas a seguir.
x = 1 + t x = 2 + 2.t
r1: y = 2 + 2.t e r2: y = 3 + 1.t
z = 3 + t z = 4 – 1t
Solução
Assim, →
v1 = (1, 2, 1) e →
v 2 = (2, 1, –1)
|→
v1 | = √ (x )2 + (y )2 + (z )2 = √ (1)2 + (2)2 + (1)2 = √ 6
1 1 1
|→
v 2 | = √ (x )2 + (y )2 + (z )2 = √ (2)2 + (1)2 + (–1)2 = √ 6
2 2 2
capítulo 3 • 75
→.v
|v →|
3 3
cos = →1 → 2
= = = 0,5
|v1|.| v2|
√6 . √6 6
ATENÇÃO
A partir da expressão vista no item anterior, pode-se determinar a condição para que duas retas
r1 e r2 sejam ortogonais.
→.→
|v v|
cos = →1 →2
|v1|.| v2|
Para = , cos = 0. Portanto
2
→.→
|v v|
0 = →1 →2
|v1|.| v2|
→
v1.→
v2 = 0
EXERCÍCIO RESOLVIDO
17) Suponha duas retas r1 e r2 com as equações paramétricas a seguir.
x = 1 + t x = 2 + 2.t
r1: y = 2 + m.t e r2: y = 3 + 1.t
z = 3 + t z = 4 – 1t
Solução
Assim, →
v1 = (1, m, 1) e →
v2 = (2, 1, –1)
→
v1.→
v2 = 0
m=1–2
m=–1
76 • capítulo 3
ATENÇÃO
Considere duas retas r1 e r2 cujos vetores direção sejam →
v1 e v→2 . A condição para que estas retas
sejam paralelas é que seus vetores sejam proporcionais, ou seja:
→
v1 = k.v→
2
x1 y1 z1
= k; = k; = k;
x2 y2 z2
Ou ainda:
x1 y z
= 1 = 1
x2 y2 z2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
18) Suponha duas retas r1 e r2 com as equações paramétricas a seguir.
x = 1 + (n – 1).t x = 2 + 2.t
r1: y = 2 + m.t e r2: y = 3 + 1.t
z = 3 + t z = 4 – 3t
Determine o valor dos parâmetros m e n para que estas retas sejam paralelas.
Solução
Assim, →
v1 = (n – 1, m, 1) e →
v2 = (2, 1, 3)
x1 y z
= 1 = 1
x2 y2 z2
n–1 m 1
= =
2 1 3
n–1 1 5
= → 3n – 3 = 2 → 3n = 5 → n=
2 3 3
m 1 1
= → 3.m = 1 → m=
1 3 3
capítulo 3 • 77
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Verificar se os pontos A(1, –1, 3), B(0, 2, 3) e C(3, 7, 5) pertencem à reta definida por
x = –1 + 2.t
r: y = 2 + 3.t
z = 4 + 3.t
x = 8 + 3.t
r: y = 2 – 2.t
z = 4 + t
Determine os valores de a e b.
4) Considere dois pontos distintos A(1, 2, 3) e B(–1, 3, 5) do R3 e reta r definida por eles.
a) Determine a equação simétrica da reta r.
b) Determine a equação paramétrica de r.
c) Determine a e b sabendo que P (–3, a, b) pertence à reta r.
5) Considere três pontos distintos A(–1, 2, 3), B(5, –1, 2) e C(4, 1, 5). Mostrar que são colineares.
6) Considere três pontos distintos A(1, 2, 3), B( 3, –1, 1) e C(4, 1, 5). Mostrar que não são coli-
neares.
7) Determine a equação paramétrica da reta que passa pelo ponto P (1, 3, –2) e é paralela ao
eixo das abscissas Ox.
x = 2 + t x = 2 + 5.t
r1: y = 3 – m.t e r2: y = –3 + 2.t
z = 3 – 4.t z = 4 – 1.t
78 • capítulo 3
9) Suponha duas retas s1 e s2 com as equações paramétricas a seguir:
x = 1 + t x = 2 + 2.t
s1: y = 2 – m.t e s2: y = 3 + 1.t
z = 3 – (2n –1).t z = 4 + 3.t
y = m.x + 3
r:
x = x – 1
É ortogonal à reta determinada pelos pontos A(1,0 m) e B(–2, 2m, 2m). Determine o valor de m.
x = 1 + t x = 2 – 2.t
r: y = 2 + t e s: y = 3 + t
z = 3 – 2.t z=4+t
x = 2 + 3t x = 8 + 2.t
r: y = 2 + m.t e s: y = 2 + 3.t
z = 3 – 2.t z=5+t
13) Escreva a equação simétrica da reta r que passa pela origem (0, 0, 0) e é simultaneamente
ortogonal às retas s e t:
x = 2 + 3t x = 4 + 2.t
r: y = 2 + 1.t e s: y = 2 + 13.t
z = 3 – 2.t z = 5 – 1.t
x–1 y z
r: = =
m n –2
capítulo 3 • 79
A reta s passa pelo ponto P(–1, 0, 0) e é simultaneamente ortogonal às retas r1 e r2 definidas por:
x y–3 z+1 x y z
r1: = = e r2: = =
–1 –2 3 1 1 2
15) Determinar as equações reduzidas da reta, com variável independente x, que passa pelo
ponto P(1, 2, 4) e tem a direção do vetor →
v = (2, 3, –5).
IMAGENS DO CAPÍTULO
Desenhos, gráficos e tabelas cedidos pelo autor do capítulo.
80 • capítulo 3
14 Planos e
distâncias
→
n
→.→
AP n =0
P
82 • capítulo 4
Como:
→
n = (a, b, c)
→ = P – A = (x – x , y – y , z – z )
AP A A A
→ .n
→ = (a, b, c) (x – x , y – y , z – z ) = 0
AP A A A
→ .n
→ = a.(x – x ) + b.(y – y ) + c.(z – z ) = 0
AP A A A
Como →
n = (a, b, c) e A (xA, yA, zA) são conhecidos (dados), pode-se escrever:
ax + by + cz + d = 0
OBSERVAÇÃO
1) Os coeficientes a, b, c da equação geral do plano ax + by + cz + d = 0 representam as com-
ponentes de um vetor normal ao plano, ou seja, se dois planos têm todos os três coeficiente,
(a, b, c) iguais, significa que os planos são paralelos;
→
2) O plano p é definido, basicamente, por um vetor normal n = (a, b, c) e um ponto A (xA, yA, zA)
pertencente ao plano;
→
3) O vetor n = (a, b, c), normal ao plano também será normal a todos os vetores representados
neste plano.
capítulo 4 • 83
1) Passa por um ponto A (xA, yA, zA) e é paralelo a dois vetores→
v e→
u não
colineares.
Neste caso:
→ → →
n =v xu
→
u x→
v A
→
v
θ →
u
Figura 4.2 Plano passando por ponto e paralelo a dois vetores não colineares
2) Passa por dois pontos A (xA, yA, zA) e B (xB, yB, zB) e é paralelo a um vetor
→
v não colinear ao vetor AB.
Neste caso:
→ → →
n = v x AB
3) Passa por três pontos A (xA, yA, zA), B (xB, yB, zB) e C (xC, yC, zC) não coli
neares (na mesma linha).
Neste caso:
→ → →
n = AB x AC
Neste caso:
→
n =→
v1 x →
v2
84 • capítulo 4
5) Contém duas retas r1 e r2 paralelas.
Neste caso:
→ → →
n = v1 x AB
Onde →
v 1 é o vetor diretor (mesma direção) de r1 (ou r2) e A ε r1 e B ε r2.
Neste caso:
→ → →
n = v x AB
Onde →
v é o vetor diretor (mesma direção) de r e B ε r.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1) Determine a equação geral do plano que passa pelo ponto A (1, 2, -1) e é paralelo aos vetores
→v1 = (0, 1, 2) e →
v2 = (–1, 0, 1).
Solução
→ → →
i j k
→
n =→
v1 x →
v2 = 0 1 2 = (1, –2, 1)
–1 0 1
ax + by + cz + d = 0
a = 1, b = –2 e c = 1.
x – 2y + z + d = 0
Como o ponto A (1, 2, –1) pertence ao plano, ele satisfaz a equação acima. Assim:
1 – 2(2) + (–1) + d = 0
d=4
capítulo 4 • 85
A equação geral do plano final é:
x – 2y + z + 4 = 0
→.n
|n →|
1 2
cos = → → , 0 ≤ ≤
|n1|.|n2| 2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
√3 ). O ângulo entre os planos abaixo:
2) Determine o valor de m para que seja 30º (cos 30º =
2
π1: x + y + 2z + 3 = 0; e
π2: 4x + 5y + m.z – 1= 0
Solução:
O ângulo de dois planos π1 e π2 é o menor ângulo que o vetor normal → n 1 = (1, 1, 2), referente ao
→
plano π1 forma com o vetor normal n 2 = (4, 5, m) referente ao plano de π2. Sendo θ este ângulo
definido pela expressão abaixo:
→ .n
|n →|
cos(θ) = → 1 →2
|n 1|.|n 2|
→| = 2
|n 2 √4 + 52 + m2 = √m2 + 41
→ .n
|n → | = 1.4 + 1.5 + 2.m = 2m + 9
1 2
√3 2m + 9
=
2 √6 . √m2 + 41
√3 2m + 9
=
2 √6m2 + 246
√18m2 + 738 = 4m + 18
86 • capítulo 4
18m2 + 738 = 16m2 + 144m + 324
m2 – 72m + 207 = 0
m = 3 ou m = 69
r
→
n
O ângulo θ da reta r com o plano π é o complemento do ângulo ф ( + ϕ = )
2
que a reta forma com o vetor normal → n ao plano.
Como θ + ϕ = , logo sen (θ) = cos (ф), então:
2
→.n
|v →|
sen θ = → →
|v |.|n |
EXERCÍCIO RESOLVIDO
3) Calcular o ângulo entre a reta r e o plano π abaixo definidos:
x = t π : x – 2y + 3 = 0
r: y = 2t – 1 x = –2t – 1
z = 4 s: y = 4t + 1
z = –4t – 3
capítulo 4 • 87
Solução
O ângulo será o complemento do ângulo entre o vetor diretor da reta r (v) e o
vetor normal ao plano π (n), ou seja o arco cujo seno é:
→.v
|n →|
sen (θ) = → →
|n |.|v |
→| = = 2
|n √1 + 22 + 0 = √5
→| = = 2
|v √1 + (–2)2 + 02 = √5
→.v
|n →| = 1.1 + 2(–2) + 0.0 = 3
→.v
|n →| 3 3
sen (θ) = → → = =
|n |.|v | √5 .√5 5
θ = 36,87o
EXERCÍCIO RESOLVIDO
4) Sejam os planos π1 e π2 cujas equações são respectivamente:
π1: x – 2y + z + 4 = 0, e
π2: x + 3y – 2z – 1 = 0
Solução
x – 2y – z + 4 = 0
x + 3y – 2z – 1 = 0
3x – y + 7 = 0
x – 2y + z + 4 = 0
x + 3y – 2z – 1 = 0
88 • capítulo 4
Multiplicando a primeira equação por 3 e a segunda por 2 para eliminar a coordenada y, tem-se:
5x – z + 10 = 0
y = 3x + 7
z = 5x + 10
EXERCÍCIO RESOLVIDO
5) Sejam o plano π e a reta r, cujas equações são respectivamente:
π: 2x – 3y + z + 5 = 0, e
y = –x + 8
r:
z = 2x + 5
A (2, 6, 9)
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Determinar o valor de m para que a reta r esteja contida no plano π.
r: y = x + 2; z = –x – 4
π: mx – ny + z – 2 = 0
2) Determinar a equação geral do plano que contém os pontos A (1, –2, 2) e B (–3, 1, –2) e é
perpendicular ao plano 2x + y – z + 8 = 0.
capítulo 4 • 89
3) Determinar o valor de k para que os pontos A (k, –1, 5), B (7, 2, 1), C (–1, –3, –1) e D (1, 0, 3)
sejam coplanares.
4.8 Distâncias
Existem duas possibilidades para a relação entre as diferentes entidades ge-
ométricas estudadas até agora (ponto, reta, plano). Uma quando há interse-
ção entre elas, identificada pelo ponto comum, obtido normalmente pela
solução do sistema composto pelas equações das entidades geométricas.
Outra possibilidade é o cálculo da distância entre as entidades que não pos-
suem ponto comum entre elas.
Portanto,
→
d(A, B) = |AB| = √ (xB – xA)2 + (yB – yA)2 + (zB – zA)2
P s
d Q
90 • capítulo 4
Com base na equação da reta s: ax + by + c = 0 e nas coordenadas do
ponto P (xP, yP), a distância entre eles d(P, s) é dada por:
|axp + byp + c|
dp,s =
√ a2 + b2
Z
P
→ s
v
Q
O
Y
X
Figura 4.5 Distância de ponto a reta no R3
→
A = |v |.d
A área também pode ser obtida pelo produto vetorial entre os vetores→ →:
v e PQ
→ x PQ
→|
A = |v
→ →
dp,s = |v x→PQ |
v
EXERCÍCIO RESOLVIDO
6) Calcule a distância do ponto P (2, 0, 5) à reta de equação:
(x, y, z) = t.(3, 1, 1) + (–1, 2, 3)
capítulo 4 • 91
Solução
Basta aplicar a fórmula:
→ x PQ→
|v |
dP,s = →|
|v
Onde:
→
v é o vetor diretor da reta e Q é um ponto qualquer da reta. Assim:
→
v = (3, 1, 1) e Q (-1, 2, 3), assim:
→
PQ = (–3, 2, –2)
→ → →
i j k
3 1 1
–3 2 –2 → → →
(–4i , 3j , 9k )
dP,s = =
√ 32 + 12 + 12 √ 11
√ (–4) + 3 + 9
2 2 2
dP,s = = 106
√ 11 11
EXERCÍCIO RESOLVIDO
7) Calcule a distância entre as retas:
x = t x = –2t – 1
r: y = –2t +3 s: y = 4t + 1
z = 2t z = –4t – 3
92 • capítulo 4
Solução:
Basta aplicar a fórmula:
→ →
|v x AP|
d(r, s) = →
|v |
→
Onde v é o vetor diretor das retas r e s (paralelas), A é um ponto da reta r e P é um ponto da
reta s.
Assim,
→
v = (1, –2, 2)
→
|v | = √12 + (–2)2 + 22 = 3
→
AP = (–1, –2, –3)
i j k
→ → → → →
|v x AP| = 1 –2 2 = (10i + j – 4k ) = √117 = 3√13 = (10i + j – 4k)
–1 –2 –3
→ →
|v x AP| 3√13
d(r, s) = → = = √13uc
|v | 3
: ax + by + cz + d = 0
capítulo 4 • 93
→
O vetor →
n = (a, b, c) é normal ao plano e, consequentemente, o vetor AP
tem a mesma direção de → n.
→ →
n
dP, = PQ →
|n |
→
Como QP = (xP – xQ, yP – yQ, zP – zQ)
→
n (a, b, c)
→ =
|n | √ a2 + b2 + c2
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
4) Calcule a distância do ponto P (–4, 2, 5) ao plano de equação:
π: 2x + y + 2z + 8 = 0
IMAGENS DO CAPÍTULO
Desenhos, gráficos e tabelas cedidos pelo autor do capítulo.
94 • capítulo 4
15 Cônicas
5.1 Circunferência
O estudo matemático das cônicas Definição
tem proporcionado à humanidade
uma grande variedade de aplica- Considere o plano cartesiano xy e um ponto fixo conhecido
ções em nosso dia a dia e em diver-
C (xC, yC) deste plano, denominado centro. O lugar geométri-
sas áreas da engenharia.
A propriedade de reflexão em su- co (L.G.) dos pontos deste plano equidistantes de C é deno-
perfícies parabólicas que afirma que minado circunferência. A distância comum dos pontos (x, y)
raios que passam pelo foco refletem ao centro C denomina-se raio R da circunferência. Observe
paralelamente ao eixo é amplamen- a figura 5.1:
te explorada. O farol de carro pos-
sui uma lâmpada que é colocada y
P (x, y)
no foco da superfície espelhada
parabólica. As antenas parabólicas
são amplamente utilizadas na co-
R
municação, seja para a transmis- C
yc
são via satélite, telefonia móvel ou
GPS (Global Positioning System).
Nessas duas aplicações, é possível
relacionar a incidência de raios pa-
ralelos sobre a superfície parabólica
com os raios refletidos que passam
pelo ponto focal.
xc x
Figura 5.1 Circunferência de centro C e raio R
dPC = R = √ (x – xc)2 + (y – yc )2
(x – xc)2 + (y – yc)2 = R
96 • capítulo 5
A equação anterior é denominada de equação reduzida da circunferência
de raio R e centro C (xC, yC).
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
1) Determinar a equação reduzida da circunferência de raio 5 e centro com coordenadas
(1, –3).
Solução
A equação reduzida da circunferência é (x – xc)2 + (y – yc)2 = R2.
(x – 1)2 + (y – (–3))2 = 52
(x – 1)2 + (y + 3)2 = 25
2) Determinar a equação reduzida da circunferência que passa pelo ponto P (5, 7) e tem centro
C (2, 3).
Solução
A equação reduzida da circunferência é (x – xc)2 + (y – yc)2 = R2
dPC = R = √ (x – x )2 + (y – y )2
p c p c
dPC = R = √ 9 + 16 = √ 25 = 5
(x – 2)2 + (y – 3)2 = 52
(x – 2)2 + (y – 3)2 = 25
capítulo 5 • 97
ATENÇÃO
Quando a circunferência está centrada na origem dos eixos cartesianos, isto é, no ponto (0, 0),
sua equação reduzida será dada por:
x2 + y2 = R2
(x – xc)2 + (y – yc)2 = R2
Supondo:
• A = –2.xc
• B = –2.yc
• C = xc2 + yc2 – R2
x2 + y2 + A.x + B.y + C = 0
A B
xc = – yc = –
2 2
E o raio R por:
R = √ x 2 + y2 – C
c c
98 • capítulo 5
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
3) Determinar a equação geral da circunferência de raio 5 e centro com coordenadas (1, –3).
Solução
A equação reduzida da circunferência é (x – xc)2 + (y – yc)2 = R2.
(x – 1)2 + (y – (–3))2 = 52
(x – 1)2 + (y + 3)2 = 25
x2 – 2x + 1 + y2 + 6y + 9 = 25
x2 + y2 – 2x + 6y – 15 = 0
Solução
a) A equação geral da circunferência é:
x2 + y2 + A.x + b.y + C = 0
A B
onde xc = – e yc = –
2 2
Comparando as equações:
x2 + y2 + A.x + B.y + C = 0 e x2 + y2 + 2x – 4y – 4 = 0, A = – 2 e B = – 4
(–2) (–4)
assim, xc = – = 1 e yc = – =2
2 2
R = √ x 2 + y2 – C
c c
capítulo 5 • 99
Comparando as equações x2 + y2 + A.x + B.y + C = 0 e x2 + y2 – 2x – 4y – 4 = 0, C = – 4.
R=√ 12 + 22 – (–4) = √ 12 + 4 + 4 = √ 9 = 3
c) Se o ponto A (xA, yA) pertencer à circunferência, deve satisfazer à equação dessa circunferên-
cia, isto é, ao substituir os valores de xA e yA, deve-se encontrar a igualdade 0 = 0.
Substituindo, tem-se:
42 + 22 – 2.4 – 4.2 – 4 = 0
16 + 4 – 8 – 8 – 4 = 0
0=0
d) Se o ponto B (xB, yB) pertencer à circunferência, deve satisfazer à equação dessa circunferên-
cia, isto é, ao substituir os valores de xB e yB, deve-se encontrar a igualdade 0 = 0.
Ponto B (xB, yB) = (1, –3) e equação da circunferência x2 + y2 – 2x – 4y – 4 = 0.
Substituindo, tem-se:
1 + 9 – 2 + 12 – 4 = 0
16 ≠ 0
OBSERVAÇÃO
Um ponto P pode pertencer ou não à circunferência. E neste último caso, pode ser interior ou
exterior. Suponha o ponto P (xP, yP) e a equação geral da circunferência x2 + y2 + A.x + B.y +
+ C = 0. Ao substituir as coordenadas de P na expressão x2 + y2 + A.x + b.y + C, três são as
possibilidades:
100 • capítulo 5
Posição relativa entre a reta e a circunferência
Tangente
Secante
Exterior
Figura 5.2 Posições relativas entre reta e circunferência
capítulo 5 • 101
d>R
d<R d=R
OBSERVAÇÃO
Considere a reta r: ax + by + c = 0 e o ponto P (xP, yP). A distância dP do ponto P à reta r é dada
por:
|a.xp + b.yp + c|
dp =
√ a2 + b2
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
etermine a posição relativa da reta r e da circunferência C cujas equações são:
5) D
r: x – y – 1 = 0 e C: x2 + y2 – 4.x – 2.y + 3 = 0
Primeira solução
O sistema a ser resolvido é:
x–y–1=0
x2 + y2 – 4x – 2y + 3 = 0
x2 – 4.x + 3 = 0
102 • capítulo 5
Segunda solução
A equação da circunferência C é dada por x2 + y2 – 4.x – 2.y + 3 = 0
–4 –2
Assim, xc = – = 2; yc = – = 1 e R = √ 22 + 12 – 3 = √ 2
2 2
r: x + y – 2 = 0 e C: x2 + y2 – x – y = 0
Solução
A equação da circunferência C é dada por x2 + y2 – x – y = 0
–1 –1 1
Assim, xC = – = 0,5; yc = – = 0,5 e R = √ 0,52 + 0,52 =
2 2 √2
A reta r tem equação dada por r: x + y – 2 = 0
capítulo 5 • 103
a) E
xteriores – nesse caso, não há interseção entre as duas circunferências,
ou seja, o sistema formado pelas duas equações não tem solução. A dis-
tância d entre os centros é maior que a soma dos raios R1 e R2. Observe a
figura a seguir.
d > R2 + R2
b) T
angentes externas – nesse caso, a interseção entre as duas circunferên-
cias é dada por um ponto, ou seja, o sistema formado pelas duas equa-
ções tem solução única e a distância d entre os centros é igual à soma dos
raios R1 e R2. Observe a figura abaixo.
d = R2 + R2
Figura 5.5 Circunferências tangentes externas
c) S
ecantes – nesse caso, a interseção entre as duas circunferências é dada
por dois pontos, ou seja, o sistema formado pelas duas equações tem duas
soluções distintas e a distância d entre os centros é maior que o módulo
da diferença entre os raios e menor que a soma dos raios R1 e R2. Observe
a figura 5.6.
R1 R2
R1 – R2 < d < R1 + R2
104 • capítulo 5
d) T
angentes interiores – nesse caso, a interseção entre as duas circunferên-
cias é dada por um ponto, ou seja, o sistema formado pelas duas equa-
ções tem solução única e a distância d entre os centros é igual ao módulo
da diferença dos raios R1 e R2. Observe a figura 5.7.
d = R1 – R2
d < R1 – R2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
7) Sejam as circunferências de equações (C1) x² + y² – 4 = 0 e (C2) x² + y² + 2x – 2y = 0.
Determine:
Solução
a) Quando a equação geral da circunferência é x2 + y2 + A.x + B.y + C = 0 as coordenadas do
centro são dadas por
A B
xc = – e yc = – e R = √ x2 + y2 – C
2 2 c c
capítulo 5 • 105
Assim, para a circunferência C1 tem-se:
0 0
xc = – = 0; yc = – = 0 e R = √ 02 + 02 – (–4) = 2
2 2
2 –2
xc = – = –1; yc = – = 1 e R = √ (–1)2 + (1)2 = √ 2
2 2
Observe que é verdade a relação R1 – R2 < d < R1 + R2 para C1 e C2, ou seja, são secantes.
x2 + y2 – 4 = 0
x2 + y2 + 2x – 2y = 0
x² + 4 + 4x + x² = 4
2x² + 4x = 0
x = 0 ou x = –2
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) Determine a equação reduzida da circunferência de raio 3 e centro com coordenadas (–2, 4).
106 • capítulo 5
3) Considere a circunferência cuja equação é x2 + y2 – 2x – 4y + 1 = 0.
a) Determine a equação reduzida desta circunferência.
b) As coordenadas do centro.
c) O raio R desta circunferência.
d) Estude a posição dos pontos A (1, 0), B (2, 2) e C (4, 1) em relação à circunferência.
4) Determine a equação reduzida da circunferência com centro (2, 4) e tangente ao eixo das
ordenadas.
r: x – y = 0 e C: x2 + y2 – 6.y + 5 = 0
7) Considere uma circunferência cujas coordenadas do centro são C (2, 1) e que passa pelo
ponto A (0, 3). Determine:
a) O raio R desta circunferência
b) A equação reduzida.
8) (FGV – SP, 1997) Uma empresa produz apenas dois produtos A e B, cujas quantidades
anuais (em toneladas) são respectivamente x e y. Sabe-se que x e y satisfazem a relação:
x2 + y2 + 2x + 2y – 23 = 0
9) (PUC – Campinas, 2001) Sejam o ponto P (–3; 0), a reta r de equação y = x + 6 e a circun-
ferência C de equação x2 + y2 – 4y = 0. É verdade que:
a) P pertence ao interior de C.
b) P pertence a r.
c) r e C não têm pontos comuns.
d) r e C interceptam-se em um único ponto.
e) r e C interceptam-se em dois pontos.
10) (PUC – Campinas, 2000) A circunferência l representada a seguir é tangente ao eixo das
ordenadas na origem do sistema de eixos cartesianos.
capítulo 5 • 107
y
CURIOSIDADE
λ
Elipse
Vários ramos da engenharia valem-
-se das cônicas. Na engenharia me- –2 x
cânica, por exemplo, é comum o uso
de engrenagens elípticas.
A utilização dessas cônicas nas vá-
rias ciências vem acompanhando o A equação de l é
homem e sua evolução há séculos. a) x2 + y2 + 4x + 4 = 0
Para ilustrar, pode-se citar o monu- b) x2 + y2 + 4y + 4 = 0
mento da Roma antiga – o Coliseu c) x2 + y2 + 4x = 0
– cuja seção horizontal apresenta a d) x2 + y2 + 4y = 0
forma de uma elipse. e) x2 + y2 + 4 = 0
5.2 Elipse
Definição
Coliseu © Sonia Hey Considere o plano cartesiano xy e dois pontos distintos fixos
conhecidos F1 e F2 deste plano, denominados focos. O lugar
Outro exemplo histórico relaciona-
-se ao grande Arquimedes, que teria geométrico (L.G.) dos pontos P (x, y) deste plano, a soma de
incendiado parte da esquadra roma- cujas distâncias aos focos é constantes, é conhecido como
na que atacou Siracusa. Ele construí- elipse. A distância entre os focos F1 e F2 é 2c, conhecida com
ra espelhos que convergiam a luz so- distância focal.
lar sobre os navios, incendiando-os.
A soma das distâncias de P a F1 e de P a F2 é dada por 2a,
sendo a um número real tal que 2a > 2c. Observe a figura 5.9:
PF1 + PF2 = 2a
B1
P(x, y)
y
A1 A2
F1 C F2
B2
x
Figura 5.9 Elipse de focos F1 e F2 e centro C
108 • capítulo 5
Elementos da elipse
a b
A1 A2
F1 c F2
c
B2
Figura 5.10 Elipse e seus elementos
a2 = b2 + c2
capítulo 5 • 109
y
B1 P (x, y)
A1
F1 C F2 A2 x
B2
Figura 5.11 Elipse com centro na origem e eixo maior horizontal
x2 y2
+ =1
a2 b2
Agora, considere a elipse com centro na origem (0, 0) e eixo menor 2b pa-
ralelo ao eixo das abscissas. Neste caso, a elipse será “alongada” na vertical.
Observe a Figura 5.12.
110 • capítulo 5
y
a1
P(x, y)
F1
B1 C B2 x
F2
A2
Figura 5.12 Elipse com centro na origem e eixo menor horizontal
√ x2 + (y – c)2 + √ x2 + (y + c)2 = 2a
x2 y2
+ =1
b2 a2
OBSERVAÇÕES
1) A excentricidade da elipse relaciona-se com a forma desta. Elipses com excentricidades
próximas de 0 têm os semieixos maior e menor com comprimentos próximos, isto é, aproxi-
mam-se de um círculo. Note que:
c c
e= →0∼ →c∼0
a a
a2 = b2 + c2 e c ∼ 0 → a2 ∼ b2 → a ∼ b
capítulo 5 • 111
lipses com excentricidades próximas de 1 têm o eixo maior e a distância focal, comprimen-
2) E
tos próximos, isto é, o valor do semieixo menor b aproxima-se de zero – a elipse tem um
comprimento alongado no eixo maior. Note que:
c c
e= →1∼ →c∼a
a a
a2 = b2 + c2 e c ∼ a → a2 ∼ c2 → b ∼ 0
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
8) Dada a elipse abaixo, determine:
a) As medidas dos semieixos.
b) A equação reduzida da elipse.
c) A excentricidade da elipse.
y
3
–5 C 5
x
–3
Solução
a) A partir da figura conclui-se que 2a = 10, portanto o semieixo maior é igual a 5. Da mesma
forma, é possível observar que 2b = 6 e b = 3 (semieixo menor).
x2 y2
+ =1
a2 b2
Substituindo a e b, tem-se:
x2 y2 x2 y2
+ = 1 → + =1
52 32 25 9
c
c) A excentricidade da elipse é dada pela relação e = .
a
112 • capítulo 5
Portanto,
c 4
e= = = 0,8
a 5
9) Considere a elipse na figura a seguir.
y
5
–4 C 4
–5
Determine:
a) As medidas dos semieixos.
b) A equação reduzida da elipse.
c) A excentricidade da elipse.
Solução
a) A partir da figura, conclui-se que 2a = 10. Portanto, o semieixo maior é igual a 5. Da mesma
forma, é possível observar que 2b = 8 e b = 4 (semieixo menor).
x2 y2
+ 2 =1
b2
a
Substituindo a e b, tem-se:
x2 y2 x2 y2
+ 2 =1→ + =1
4 2
5 16 25
c
c) A excentricidade da elipse é dada pela relação e = . Como a2 = b2 + c2, tem-se que
a
52 = 4 + c2 → c = 3
c 3
e= = = 0,6
a 5
capítulo 5 • 113
10) Considere a equação da elipse 9.x2 + 25.y2 – 225.
Determine:
a) Os semieixos desta elipse.
b) A excentricidade da elipse.
c) O ponto P da elipse cuja ordenada é 2√ 2.
Solução
a) Reescrevendo-se a equação apresentada:
Solução
Como a elipse está centrada na origem e o foco é do tipo ( + c, 0), sua equação é do tipo:
x2 y2
+ =1
a2 b2
Além disso, 2a = 10. Logo o semieixo maior a = 5.
Como o foco é (3,0), c = 3.
Logo,
x2 y2
+ =1
25 9
114 • capítulo 5
Equação reduzida da elipse de centro (x0, y0)
Inicialmente, será considerada a elipse com centro no ponto C (x0, y0) e eixo
maior 2a paralelo ao eixo das abscissas. Neste caso, a elipse será “alongada” na
horizontal. Observe a figura 5.13.
y
P (x, y)
C
y0
F1 F2
x0 x
Figura 5.13 Elipse com centro (x0, y0) e eixo maior horizontal
Observe que, como o centro C é (x0, y0) e F1F2 = 2c, conclui-se que F1 (x0 – c, y0)
e F2 (x0 + c, y0).
(x – x0)2 (y – y0)2
+ =1
a 2
b2
Agora, considere a elipse com centro C (x0, y0) e eixo menor 2b paralelo ao
eixo das abscissas. Neste caso, a elipse será “alongada” na vertical. Observe
a figura 5.14.
capítulo 5 • 115
y
P (x, y)
F1
y0
C
F2
x0 x
Figura 5.14 Elipse com centro (x0, y0) e eixo menor horizontal
Observe que, como o centro C é (x0, y0) e F1F2 = 2c, conclui-se que F1 (x0, y0 + c)
e F2 (x0, y0 – c).
(x – x0)2 (y – y0)2
+ =1
b2 a2
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
12) Considere uma elipse cujo eixo maior é paralelo ao eixo das ordenadas e tem centro
(2, –3). Se o semieixo menor vale 4 e a excentricidade 1/3, determine:
a) A equação reduzida desta elipse.
b) As coordenadas dos focos.
116 • capítulo 5
Solução
a) Semieixo menor b = 4 e centro (x0, y0) = (2, –3)
c 1 c
Excentricidade é dada por e = . Assim, = → a = 3c
a 3 a
Substituindo na equação a2 = b2 + c2, é possível determinar os valores de a e c, ou seja:
(x – x0)2 (y – y0)2
+ =1
b2 a2
Substituindo:
(x – 2)2 (y – (–3))2
+ =1
42 3.√ 2
(x – 2)2 (y + 3)2
+ =1
16 18
b) Quando o eixo maior da elipse é paralelo ao eixo y, os focos F1 e F2 são dados por F1 (x0, y0 + c)
e F2 (x0, y0 – c), ou seja:
13) Considere a equação da elipse dada por 16x² + 9y² – 64x – 54y + 1 = 0. Determine a sua
equação reduzida.
Solução
(x – x0)2 (y – y0)2
b2 + a2 = 1
Devemos escrever a equação da seguinte forma:
(x – 2)2 (y – 3)2
+ =1
9 16
capítulo 5 • 117
onsidere a equação da elipse dada por 25x2 + 16y2 + 288y + 896 = 0. Determine:
14) C
b) A excentricidade da elipse.
c) O seu centro.
d) Os focos.
Solução
Inicialmente, devemos escrever a equação da seguinte forma:
(x – x0)2 (y – y0)2
+ =1
b2 a2
Note que podemos reescrever a equação dada da seguinte maneira:
x2 (y – 9)2
+ =1
16 25
Assim,
a) a2 = 25 → a = 5 e b2 = 16 → b = 4
c 3
b) a2 = b2 + c2 → 52 = 42 + c2 → c = 3. Logo, e = = = 0,6
a 5
(x – x0)2 (y – y0)2
x2 (y – 9)2
c) Da comparação das expressões + = 1 e + = 1, tem-se x0 = 0
b2 a2 16 25
e y0 = –9.
(x – x0)2 (y – y0)2
d) Como a expressão é do tipo + = 1, os focos são determinados por:
b2 a2
118 • capítulo 5
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO CURIOSIDADE
11) Considere a elipse de equação 9x2 + 25y2 = 225. Determine: Trajetória elíptica
a) Os semieixos menor e maior. Em seu estudo a respeito da gravita-
b) A excentricidade. ção universal, Kepler descobriu que
c) A distância entre os focos. a órbita dos planetas do sistema so-
d) As coordenadas dos focos. lar era elíptica e não circular como
se pensava na época. A descober-
12) Considere a equação 9x2 + 4y2 + 18x – 24y + 9 = 0 que representa uma ta inicial foi para o planeta Marte,
elipse no plano xy. Determine: tendo o Sol como um dos focos da
a) A equação reduzida desta elipse. elipse, e, mais tarde, estendida para
b) As coordenadas do centro. todos os planetas. Ficou conhecida
c) As coordenadas dos focos. como sua primeira lei que se enun-
d) A excentricidade. cia: “Cada planeta descreve uma ór-
bita elíptica, da qual o Sol ocupa um
13) Considere uma elipse cujo eixo maior é paralelo ao eixo das abscissas dos focos.”
e tem centro (1, 2). Se o semieixo menor vale 6 e a excentricidade 0,6,
determine: A excentricidade da elipse é um
a) A equação reduzida desta elipse. número compreendido entre 0 e 1,
b) As coordenadas dos focos. que nos informa quão arredondada
ou achatada é uma elipse. Assim,
14) Considere a elipse de centro na origem e eixo maior igual a 60. Se um pelos valores da excentricidade
dos focos é F (18, 0), determine: da trajetória dos diversos planetas
a) O semieixo menor. do sistema solar podemos inferir a
b) A excentricidade da elipse. forma desta elipse. A excentricida-
b) A equação desta elipse. de da trajetória da Terra é cerca de
0,017, enquanto a de Marte é de
15) Um planeta X descreve uma trajetória elíptica tendo o seu “sol” como 0,093.
um dos focos desta elipse. Nesta trajetória, os eixos maior e menor são
dados em milhões de km por 10 e 8. Determine o maior e o menor afas-
tamentos deste planeta de seu sol.
11
x
–8 –5 –2 0
capítulo 5 • 119
A partir dos dados disponíveis, a equação desta elipse é:
x2 y2
a) + =1
5 7
(x + 5)2 (x – 7)2
b) + =1
9 16
c) (x – 5)2 + (y – 7)2 = 1
(x – 5)2 (x + 7)2
d) + =1
9 16
(x + 3)2 (x – 4)2
e) + =1
5 7
17) (UEL, 2005) Em uma praça, dispõe-se de uma região retangular de 20 m de comprimento
por 16 m de largura para construir um jardim. A exemplo de outros canteiros, este deverá
ter a forma elíptica e estar inscrito nessa região retangular. Para aguá-lo, serão colocados
dois aspersores nos pontos que correspondem aos focos da elipse. Qual será a distância
entre os aspersores?
a) 4 m b) 6 m c) 8 m d) 10 m e) 12 m
18) (UEL, 2007) Existem pessoas que nascem com problemas de saúde relacionados ao consumo
de leite de vaca. A pequena Laura, filha do Sr. Antônio, nasceu com este problema. Para solu-
cioná-lo, o Sr. Antônio adquiriu uma cabra que pasta em um campo retangular medindo 20 m
de comprimento e 16 m de largura. Acontece que as cabras comem tudo o que aparece à
sua frente, invadindo hortas, jardins e chácaras vizinhas. O Sr. Antônio resolveu amarrar a
cabra em uma corda presa pelas extremidades nos pontos A e B que estão 12 m afastados
um do outro. A cabra tem uma argola na coleira por onde é passada a corda, de tal modo
que ela possa deslizar livremente por toda a extensão da corda. Observe a figura e responda
a questão a seguir.
16m
4m A 6m B
20m
Qual deve ser o comprimento da corda para que a cabra possa pastar na maior área possível,
dentro do campo retangular?
a) 10 m b) 15 m c) 20 m d) 25 m e) 30 m
120 • capítulo 5
x2 y2
19) Considere uma elipse cuja equação é
16
+
25
= 1. Um losango CURIOSIDADE
ABCD é inscrito nesta elipse de tal forma que cada um dos vértices A, Parábola
B, C e D coincida com os vértices da elipse. Determine o perímetro e a Na engenharia civil, as pontes pên-
área deste losango. seis apresentam o cabo que susten-
x2 y2 ta os tirantes no formato parabóli-
20) Considere um ponto P (x, y) da elipse cuja equação é dada por
+ = 1. co. Como exemplo, temos a ponte
9 4
Se o ponto P dista 2 de um dos focos, determine a distância de P ao Akashi Kaikyo, no Japão.
outro foco da elipse.
Pn
F
Catedral © Aguina
P/2 P1
P/2 V
d P1 Pn
capítulo 5 • 121
OBSERVAÇÃO – foco: o ponto F;
Equação da parábola
A equação da parábola será repre- – diretriz: a reta r;
sentada também da seguinte forma:
eixo
foco parábola
F P
V vértice diretriz
d
Figura 5.16 Elementos da parábola
Equação da parábola
122 • capítulo 5
Y
F
(0, p/2)
P(x, y)
V (0, 0) X
d
(0, –p/2) P’(x, –p/2)
Figura 5.17 Parábola com eixo de simetria coincidindo com o eixo das ordenadas
Sendo assim:
→ | = | PP
→’ |
| FP
→ = P – F = x, y – p
FP (2 )
→’ = P – P’ = 0, y + p
PP
2( )
(x, y – p2 ) = (0, y + p2 )
p
( ) = (y + p2 )
2 2
x2 + y –
2
p2 p2
x2 + y2 – py + = y2 + py +
4 4
x2 = +2py
capítulo 5 • 123
Analogamente, a parábola com eixo de simetria coinci
CURIOSIDADE
dente com o eixo das abscissas (x) e o vértice ainda coin
No estudo da resistência dos mate-
riais, o diagrama do momento fletor cidindo com a origem dos eixos. Assim, F (p/2, 0) e V (0, 0),
na seção de uma viga submetida a conforme a figura abaixo.
uma carga uniforme é uma pará
d Y
bola.
P’(–p/2, y) P(x, y)
(p/2, 0)
(–p/2, 0) V (0, 0) F X
y2 = +2px
EXERCÍCIO RESOLVIDO
etermine o foco e a equação da diretriz da parábola y2 = –4x.
15) D
Solução
y2 = –4x
Assim:
2p = 4
p = –2
p
= –1
2
124 • capítulo 5
Portanto,
p<0
F V
F(–1, 0) e diretriz: x = 1
Translação de eixo
— (eixo das abscissas) e OY
—
Considerando um sistema de eixos ortogonais OX
(eixo das ordenadas), com o vértice da parábola coincidindo com a origem
desses eixos, V (0, 0), como já foi visto, tem-se a equação da parábola:
x’2 = 2py’
F
P
y0 V
– –
O X
d
O x0 X
capítulo 5 • 125
— e OY
— é P(x’, y’). A repre-
A representação de todos os pontos P nos eixos OX
sentação no par de eixos OX e OY será:
Ou seja:
x = x0 + x’ e y = y0 + y’
x’ = x – x0 e y’ = y – y0
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
16) Determine a equação da parábola de vértice V (3, –2) e diretriz y – 2 = 0.
Solução
(x – x0)2 = +2p(y – y0)
(x – 3)2 = +2p(y + 2)
p
= –2 – = –4
2
Logo,
p = –8
x2 – 6x + 9 = + 2(–8)(y + 2)
x2 – 6x + 9 = –16y – 32
16y = –x2 + 6x – 41
É a equação da parábola.
O foco da parábola tem as coordenadas F (3, –6), ou seja, mesma coordenada da abscissa do
vértice (3) e mais P/2 (–4) na coordenada ordenada do vértice.
Solução
O vértice é o ponto de mínimo ou máximo da parábola, logo:
y’ = 2x – 8
y’ = 2x – 8 = 0
126 • capítulo 5
A coordenada das abscissas do vértice é 4.
CURIOSIDADE
yv = (4) – 8(4) + 15 = –1
2
Hipérbole
Assim, V (4, –1). Os telescópios de reflexão são um
Como: exemplo da aplicação das cônicas.
(x – x0)2 = +2p(y – y0) Nesse caso, as superfícies refleto-
ras são uma parábola e uma hipér-
(x – 4)2 = +2p(y – (–1))
bole. O princípio de funcionamento
x2 – 8x + 16 = +2py + 2p baseia-se nas propriedades de re-
2py = x2 – 8x + 16 – 2p flexão destas cônicas.
1 4 16 – 2p
y= x2 – x +
2p p 2p
Assim:
1 4 16 – 2p
= 1 e – = –8 e = 15
2p p 2p
Em todos os casos.
1 p 1
p= e– =
2 2 4
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
22) Determinar o vértice, o foco e a diretriz da parábola y2 + 6y – 8x +1 = 0
5.4 Hipérbole
Introdução
capítulo 5 • 127
d (F1, F2) = 2c
A hipérbole será definida pelo conjunto dos pontos P (x, y) do plano, tais
que a diferença das distâncias desse ponto aos pontos F1 e F2 seja fixa e igual
a 2a, (2a < 2c), conforme a figura abaixo, ou seja:
P(x, y)
B1
c x
0 x
A1 A2
F1 F2
a a
B2
128 • capítulo 5
OBSERVAÇÃO
Hipérbole é uma curva simétrica em relação aos eixos real e imaginário.
B1
c P(x,y)
b
F1 A1 0 a A2 F2 x
B2
Com base na figura acima, pode-se perceber que, em toda hipérbole, vale
a seguinte relação entre as grandezas a, b e c.
c2 = a2 + b2
Ao traçarmos duas retas, uma pelo centro O e pelo ponto (a, b) e a outra
pelo centro O e pelo ponto (-a, b), como apresentado na figura abaixo, tere-
mos duas retas que nunca se encontram com a hipérbole, apesar de quanto
mais se afastam do centro, mais se aproximam da hipérbole. Essas retas são
chamadas de assíntotas.
a a
b
b b
a a x
F1 F2
capítulo 5 • 129
As assíntotas são muito usadas para traçar os esboços dos gráficos das
hipérboles.
P(x, y)
F1 A1 O A2 F2 x
Figura 5.23 Hipérbole com eixo real coincidindo com o eixo das abscissas
Sendo assim:
|→
F 1P | – | →
F2P | = 2a
→
F1P = P – F1 = (x + c, y – 0)
→
F2P = P – F2 = (x – c, y – 0)
130 • capítulo 5
Manipulando a equação acima e utilizando a relação que c2 = a2 + b2,
obtém-se:
x2 y2
= =1
a2 b2
Analogamente, a hipérbole com eixo real coincidente com o eixo das or-
denadas (y) e o centro ainda coincidindo com a origem dos eixos. Assim,
F1 (0, –c) e F2 (0, c) e O (0, 0).
x2 y2
= =1
b2 a2
EXERCÍCIO RESOLVIDO
18) A hipérbole da figura abaixo tem a equação reduzida:
x2 y2
– =1
9 4
y
–3 0 3
Solução
Para obter os vértices (A1 e A2), faz-se y=0:
x2 y2
– =1
9 4
capítulo 5 • 131
x = ±3 (vértice)
0 y2
– =1
9 4
y2 = –4
O resultado não pertence aos Reais. A hipérbole não corta o eixo das ordenadas. Contudo o
valor do b será igual a 2.
Como:
c2 = a2 + b2
c2 = 32 + 22
c = ±√ 13
F1 = (–√ 13 , 0) e F2 = (√ 13 , 0)
2 2
y(x) = x e y(x) = –
3 3
(x – y)2 (x – k)2
– =1
a2 b2
No caso do eixo real ser paralelo ao eixo das ordenadas (y), da mesma
forma a equação é:
(x – k)2 (x – h)2
– =1
a2 b2
132 • capítulo 5
EXERCÍCIO RESOLVIDO
19) Determine a equação da hipérbole de focos F1 (2, 3), F2 (6, 3) e um dos seus vértices é
A1 (3, 3).
Solução
3
F1 F2
0 2 4 6 x
a=1ec=2
22 = 12 + b2
b =√ 3b
(x – 4)2 (y – 3)2
– =1
12 (√ 13)2
x2 – 8x + 16 y2 – 6y + 9
– =1
1 1
3x2 – 24x + 48 – y2 + 6y – 9 = 3
3x2 – y2 + 6y – 24x + 36 = 0
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
24) Determine o centro da hipérbole descrita pela equação abaixo:
25) Para a equação da hipérbole descrita no problema anterior, determine as coordenadas dos
vértices.
capítulo 5 • 133
IMAGENS DO CAPÍTULO
© Aguina | Dreamstime – Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida – Brasília.
© Leung Cho Pan | Dreamstime.com – Ponte de Akashi Kaikyo no Japão.
© Coliseu | Sonia Hey (foto).
Desenhos, gráficos e tabelas cedidos pelo autor do capítulo.
134 • capítulo 5
ANOTAÇÕES
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