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Como surgiu o PMOC?

Você já sabe a importância do Plano de Manutenção Operacional e Controle (PMOC) para um bom
funcionamento de sistemas condicionadores de ar da sua empresa. Principalmente em uma região
de clima quente e úmido como o Brasil, o ar condicionado é praticamente um item indispensável para
aplacar as altas temperaturas. Mas você sabe como surgiu e por quais motivos foi criado o
PMOC? Acompanhe a linha do tempo abaixo e descubra!

1976: Primeiro caso


Um dos fatos marcantes na história sobre qualidade de ar e manutenção de ativos foi o episódio
ocorrido em 1976, quando vários participantes da Legião Americana, na cidade da Filadélfia nos
Estados Unidos, morreram devido a uma pneumonia atípica, causada por uma bactéria
chamada Legionella pneumophila, disseminada pelo ar condicionado do hotel onde estavam
hospedados.

1982: OMS reconhece o termo SED


Em 1982 a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o termo SED – Síndrome dos Edifícios
Doentes e o define como uma combinação de sintomas diversos e sem origens determinadas que
afeta os ocupantes de um determinado ambiente fechado, os quais, ao serem afastados do local,
apresentam regressão espontânea dos sintomas.

1998: Caso Motta


A Legionella pneumophila, que se dissipa nos ambientes com ventilação precária, causa uma
pneumonia de difícil identificação que pode levar à morte, como foi o caso do Ministro das
Comunicações Sérgio Motta, que faleceu de insuficiência respiratória em 19 de abril de 1998, 20 dias
após pedir licença do cargo para tratamento da enfermidade cardiológica que o acompanhou por
cerca de 10 anos e que foi seriamente agravada pela contaminação da bactéria, alojada nos dutos
do sistema de ar condicionado de um dos hospitais em que esteve internado.

1998: Criação do PMOC


Tal fato fez com que a população alertasse para a importância da manutenção na qualidade do ar
climatizado. No mesmo ano, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de
1998, que determina que os responsáveis pela ocupação dos prédios climatizados artificialmente
devem elaborar e manter um PMOC dos sistemas de ar condicionado, além de definir procedimentos
que garantam o controle e a qualidade do ar e a prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de
ambientes climatizados. Ainda, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) editou a RE nº 9
de 2003, sobre os padrões referenciais de qualidade do ar em ambientes climatizados artificialmente
de uso público e coletivo.
Como você viu, o PMOC poderia ter evitado uma série de mortes e por isso é tão importante em
ambientes fechados, principalmente onde há grande concentração de pessoas. Lembrando ainda
que a falta dessa operação pode levar as empresas a terem um considerável prejuízo com multas
de até R$ 200 mil, licenças médicas e processos na Justiça pelas pessoas que foram contaminadas
pela má qualidade do ar.

O que é a Síndrome do Edifício Doente


Mais uma semana de trabalho se inicia, e lá está você na empresa. Um colega tosse, outro espirra.
Seu chefe reclama de dores de cabeça. Você começa a sentir uma fadiga, aparentemente sem causa
nem explicação. Ao sair do trabalho, ou no final de semana, esses sintomas desaparecem. Quando
uma parcela significativa de ocupantes de um prédio apresenta sintomas persistentes como alergias,
tosses, dor de cabeça, irritação nos olhos entre outros, pode ser um caso de Síndrome do Edifício
Doente. É por isso que existe o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle.
Regulamentado pela Portaria 3.523/98 e pela Resolução 09/2003 da Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), o PMOC surgiu da preocupação mundial com a qualidade do ar de interiores
em ambientes climatizados. A ampla e crescente utilização de sistemas de ar condicionado no país,
exigiu a determinação de procedimentos específicos, para minimizar o risco potencial à saúde de
pessoas, profissionais e demais frequentadores, com permanência prolongada em ambientes
climatizados. Se sua empresa com sistemas de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e
aquecimento, com capacidade acima 60.000 BTU/H, fique atento! Sua rotina de manutenção
preventiva precisa ter o PMOC.
Esse plano de manutenção deve estabelecer medidas referentes aos procedimentos de verificação
do estado de limpeza, remoção da sujeira e manutenção de todos os componentes. Deve ser
realizada verificação geral do sistema e seu funcionamento, para coleta de informações sobre falhas,
sujeira excessiva e demais condições físicas dos aparelhos. Durante essas verificações, devem ser
sinalizadas a necessidade de troca de componentes como filtros ou painéis, além de realizada a
lubrificação dos equipamentos. Acesse aqui o modelo detalhado para elaborar o PMOC,
disponibilizado como anexo na própria portaria do Ministério da Saúde.
É o seu PMOC que irá atestar a qualidade do ar de seu ambiente e a preservação dos males à saúde
das pessoas que ali convivem, e a não implementação desse plano apresenta riscos para sua
empresa, como uma micro epidemia de doenças relacionadas a síndrome do edifício doente ou até
multa pelo não cumprimento da lei. Além disso, desenvolver um plano de manutenção, operação e
controle para seu sistema de climatização, gera ganhos para sua empresa e para as pessoas que
nela convivem, como:
• Bem estar e conforto térmico no ambiente;
• Mais segurança quanto a pureza do ar;
• Mais produtividade no trabalho, por redução das doenças ocasionadas por contaminação do
ambiente;
• Redução do custo com manutenção e operação do sistema e aumento da vida útil dos
equipamentos;
• Economia no consumo de energia elétrica.
Não esqueça de incluir no planejamento de manutenção de seus ativos as manutenções
programadas para cumprimento do PMOC da sua empresa. E, para garantir a execução das
manutenções preventivas, conte com a tecnologia. Soluções especializadas em manutenção de
ativos oferecem os subsídios necessários para montar e gerir seu plano de forma eficiente.

Exigência legal, o PMOC nem sempre é efetivado devido à carência de fiscalização;


descumprimento pode levar à multas altas e até prisão dos responsáveis.
Fonte: Site e /a Engenharia e Arquitetura
A implantação do PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle é uma exigência legal,
estabelecida pela Portaria 3.523, em vigor desde 1998, para todo o território nacional. Aplica-se a
todas as instalações de edifícios de uso coletivo, onde existam sistemas de ar condicionado de
capacidade superior a 60 mil BTU/h.
“O PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle de sistemas de climatização é, como o
próprio nome diz, um planejamento voltado para garantir que a manutenção e operação dos
sistemas de ar condicionado estejam dentro das melhores condições. Isto significa que os
equipamentos estarão operando de acordo com padrões estabelecidos pelos fabricantes através da
Resolução ANVISA RE-09 de 2003, que dita os parâmetros de aceitabilidade da QAI – Qualidade do
Ar de Interiores, e que seus componentes estarão limpos e adequados para o uso contínuo,
preservando desta forma o meio ambiente e diretamente a saúde dos ocupantes dos ambientes
atendidos”, diz Arnaldo Parra, vice-presidente de Marketing e Comunicação e presidente do DN de
Instalação e Manutenção da Abrava, e diretor da Trane do Brasil.
Em sua visão, a responsabilidade pela saúde das pessoas é um fator de maior importância para as
empresas no Brasil, passando de simples preocupação com o conforto térmico para uma cultura
onde a saúde e segurança são tão ou mais importantes. É, também, segundo Parra, importante fator
para assegurar o patrimônio do investidor. “A observação dos quesitos definidos na Lei, tais como a
Portaria 3.523 e a ANVISA RE-09, protege o proprietário do imóvel, assim como seus prepostos,
quanto à aplicabilidade de eventuais penalidades e permite o controle da qualidade do ar, oferecendo
conforto térmico aos ocupantes da edificação, criando um ambiente de produtividade, saúde e
harmonia. Os inúmeros benefícios oriundos da boa manutenção e observação atenta do PMOC
resulta em economia de energia e aumento da longevidade dos sistemas, auxilia na decisão do
proprietário ou operador do imóvel quanto ao direcionamento de seus investimentos, entre outros”.
Figura 1 – Consumo elétrico original do edifício

O engenheiro Leonardo Moraes Ferreira, gerente de manutenção da Newset, enfatiza que a saúde
das pessoas em seu ambiente de trabalho é base de estudos e debates há muito tempo, “pois o grau
de conforto e preservação dos colaboradores em seus respectivos ambientes de trabalho, sejam eles
industriais e/ou administrativos, impacta diretamente no resultado da produtividade das pessoas e
da empresa como consequência. O PMOC é peça fundamental na preservação da saúde,
responsável direto pela manutenção da qualidade do ar que circula no interior das edificações.
Manter um Plano de Manutenção, Operação e Controle é garantir, além da preservação da saúde
humana, a vida útil dos equipamentos e confiabilidade em seu funcionamento, tal como temperatura
e umidade constantes e renovações de ar exterior filtrado em quantidades suficientes para o número
de pessoas fixas e rotativas, sem complicações na saúde de cada indivíduo”.
Mesmo com todos os benefícios atribuídos à implantação do PMOC, além da exigência legal,
Cristiano Miranda, do departamento de instalações da BHP, lamenta que os órgãos fiscalizadores
não reúnem recursos e condições técnicas necessárias para avaliar os planos de manutenção
obrigatórios, como também as condições de equipamentos e instalações: “Um plano adequado de
manutenção e operação inegavelmente traz uma série de benefícios para proprietários e usuários
de um sistema de ar condicionado, no que se refere a conforto térmico, qualidade do ar interior,
economia de energia e vida útil dos equipamentos. Não podemos, entretanto, imaginar que a
obrigatoriedade legal da existência do PMOC esteja resolvendo essa questão da forma satisfatória,
uma vez que falta fiscalização. Essa deficiência dos órgãos fiscalizadores inviabiliza aplicação das
penalidades previstas na lei”.

Fiscalização e penalidades previstas por lei


Aos órgãos competentes cabe fiscalizar a implementação regular do PMOC por meio de
Coordenadorias Regionais da ANVISA (COVISA), Serviços de Vigilância Sanitária das Prefeituras, e
pela própria ANVISA para ambientes de abrangência Federal.
“A ausência do PMOC, ou sua inadequação, configura uma infração sanitária prevista na Lei
6.437/77. Para este caso, a penalidade tem multa inicial de R$ 2 mil a R$ 75 mil em primeira
autuação, dobrando na sua reincidência, podendo chegar a R$ 1,5 milhão. Dependendo das
consequências da falta do PMOC, tais como geração de poluição com danos à saúde humana, ou à
flora ou fauna, poderá ensejar o enquadramento de crime ambiental por poluentes. Para estes casos,
a legislação atual prevê três punições de ordem penal, administrativa e civil. As penalidades
administrativas são definidas pela Lei 6.514 com multas de R$ 5 mil a R$ 50 mil, detenção de 1 a 4
anos, lembrando que crime ambiental é inafiançável, de acordo com a Lei 9.605. As penalidades de
ordem civil podem chegar a suspensão das atividades da empresa até a cassação de sua licença de
funcionamento”, informa Parra.

Figura 2 – Consumo elétrico após mudança de operação e sistema

Além disso, o PMOC é regido por uma norma técnica de referência, NBR 13.971/97, que estabelece
todas as rotinas básicas, bem como suas periodicidades a serem executadas e por tipos de
equipamentos e sistemas. Vale lembrar que alguns dos documentos que compõe o PMOC têm a
validade da rotina de menor prazo estabelecido. A menor periodicidade é normalmente de 30 dias,
portanto, o relatório tem a mesma validade devendo sempre ser renovado e contemplar todas as
rotinas de serviços executados naquele mês. Outros têm validade anual, como o cronograma de
manutenção e ART. Já alguns têm validade indeterminada, como os desenhos do edifício, que só
são atualizados quando da modificação de máquinas, infraestrutura, entre outros.
O especialista Dr. Antonio Thadeu Mathias, médico do trabalho da COVISA-SP (Coordenação de
Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde Municipal de São Paulo), menciona o 9º artigo da
Portaria nº 3523:
O não cumprimento deste Regulamento Técnico configura infração sanitária, sujeitando o
proprietário ou locatário do imóvel ou preposto, bem como o responsável técnico, quando exigido, às
penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo de outras penalidades
previstas em legislação específica. No caso do município de São Paulo, as penalidades são previstas
na Lei Municipal Nº 13725 de 09 de janeiro de 2004 (Código Sanitário) Art. 123º. Para a graduação
e imposição de penalidades, deverá a autoridade sanitária considerar:
1- as circunstâncias atenuantes e agravantes;
2- a gravidade do fato, tendo em vista as suas consequências para a saúde pública;
3- os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias.
Parágrafo único: Sem prejuízo do disposto neste artigo e da aplicação da penalidade de multa, a
autoridade sanitária competente deverá levar em consideração a capacidade econômica do infrator.
“Vale lembrar que de acordo com o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
(CONFEA), compete ao engenheiro mecânico o desempenho das atividades referentes a processos
de sistemas de refrigeração, ar condicionado, seus serviços e correlatos. Como o PMOC deve fazer
parte da documentação obrigatória da Operação, Manutenção e Controle dos sistemas de
climatização, o responsável deve ser um engenheiro mecânico”, diz o médico especialista da Covisa.
Segundo o CONFEA, os CREAs já fiscalizam a atividade de manutenção de equipamentos de
climatização, exigindo a participação de profissionais legalmente habilitados neste serviço para
garantir o interesse social e humano, pois a manutenção de equipamento de climatização requer
conhecimento técnico especializado. A Resolução CONFEA nº 218/73, que discrimina as atividades
das diferentes modalidades profissionais da engenharia, arquitetura e agronomia, estabelece em seu
Art. 12, item I, que “compete ao engenheiro mecânico, técnico ou tecnólogo mecânico, a
responsabilidade por processos mecânicos, máquinas em geral, instalações industriais e mecânicas,
equipamentos mecânicos e eletromecânicos, veículos automotores, sistemas de produção de
transmissão e de utilização do calor, sistemas de refrigeração e de ar condicionado, seus serviços
afins e correlatos”.
Wadi Tadeu Neaime
Existem algumas diferenças quanto às responsabilidades entre engenheiros, tecnólogos e técnicos,
entretanto. Ainda segundo o CONFEA/CREA, o PMOC é uma atividade dividida em duas partes: a
manutenção mecânica do sistema de refrigeração e o ar condicionado, e a avaliação da qualidade
do ar. A parte relativa à manutenção mecânica é privativa de todos os profissionais da engenharia
mecânica (engenheiros, tecnólogos ou técnicos), porém, a avaliação da qualidade do ar poderá ser
feita por profissionais da engenharia química, engenharia de segurança do trabalho ou da engenharia
sanitária. Tais informações estão dispostas para consulta no
link http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=11940&sid=1201

Implementação, capital investido e payback


O PMOC abrange todos os sistemas que fazem parte da climatização dos ambientes daquela
edificação. Engloba os equipamentos de ar condicionado, ventiladores, exaustores, torres de
resfriamento, controles de temperatura e umidade, quadros elétricos, bombas de água, dutos,
difusores, dampers etc. A implementação deve levar em consideração rotinas de manutenção
específicas para cada um destes diferentes tipos de equipamentos. Ainda, a especificação das
periodicidades de serviços, considerando as limitações impostas pela lei.
“A implementação do PMOC ainda envolve a identificação de todos os ambientes condicionados no
estabelecimento de forma clara; relação de atividades que são realizadas em cada equipamento, a
periodicidade dessas atividades e as recomendações técnicas a serem adotadas em situações de
falha do sistema de climatização”, informa Miranda, da BHP.
Na visão de Ferreira, da Newset, a implementação de um Plano de Manutenção, Operação e
Controle envolve fundamentalmente o conhecimento por parte da empresa que elaborará e
executará o PMOC do edifício e suas rotinas, bem como especialização nos equipamentos que
compõem a edificação.
“Porém, de nada adianta possuir boa técnica e bom conhecimento de campo se o planejamento e
controle das ações não forem preconcebidas antes do início dos trabalhos, pois um PMOC mal
planejado e mal controlado resulta num desencontro de informações e registros que põem em xeque
as tomadas de decisões sobre o sistema. Com isso, utiliza-se o planejamento como ferramenta
principal para elaboração de um PMOC, em que um corpo técnico de engenharia, baseado nos
projetos, rotinas e tipos de sistemas do edifício, detalha essas rotinas de manutenção e operação
para cada equipamento e elabora cronogramas e checklists para cumprir com os objetivos
operacionais”, diz o engenheiro da Newset.
Para Wadi Tadeu Neaime, diretor da Elo Ar Condicionado, tem sido gratificante constatar que
usuários de sistemas de ar condicionado vêm investindo na conservação de equipamentos e na
qualidade do ar interior, não pelo receio de penalizações legais, mas sim pela consciência de sua
implicação com saúde e produtividade dos profissionais confinados em seus ambientes.
“A questão dos serviços de manutenção, seja de alcance nas áreas de processos, de edificações
comerciais e até mesmo em nível residencial, já não é tratada como ações e despesas necessárias,
mas assimilada e incorporada à nossa cultura empresarial e ao dia a dia. Para o setor de ar
condicionado central esta conscientização vem crescendo a passos largos e irreversíveis, motivada
pelos movimentos ligados ao consumo de energia elétrica, meio ambiente e saúde ocupacional. No
meio gerencial já é absolutamente aceita a realização sistemática de trabalhos de manutenção
preventiva que oferecem muitos benefícios, tais como, ratificação da performance pretendida no
projeto do sistema, garantia da vida útil prevista na fabricação dos componentes, eliminação de
quebras inesperadas, consumo estrito da energia elétrica nominal dos motores, manutenção do bem-
estar e produtividade no ambiente de trabalho, e redução e combate ao absenteísmo”, comenta
Neaime.
Ferreira acrescenta que a correta aplicação de um Plano de Manutenção e Operação é a única forma
de garantir o funcionamento pleno dos sistemas e estender o tempo de vida útil dos equipamentos.
Segundo ele, estudos elaborados pelos principais fabricantes mostram que, quando aplicados, os
planos de manutenção preventiva e preditiva elevam o tempo de vida útil dos principais componentes
dos sistemas de ar condicionado, como os motores e compressores, com satisfatórios resultados de
payback.
“É importante ressaltar que um plano de manutenção bem dimensionado e executado, além da
preservação dos equipamentos e funcionamento em condições de menor consumo de energia, traz
confiabilidade e operação contínua nas condições previstas, evitando desconfortos e paradas dos
sistemas. Esse resultado é alcançado com a aplicação das devidas rotinas programadas por cada
equipamento, bem como o estudo detalhado da operação do sistema, criando rodízios entre
equipamentos, que só são possíveis dentro de uma elaboração de PMOC”.
Ferreira lembra, ainda, que sistemas de ar condicionado são responsáveis pelo grande consumo de
energia nas edificações: “Por exemplo, cerca de 47% do consumo energético de uma edificação
comercial é do ar condicionado, portanto, qualquer economia destes sistemas representa um ganho
significativo no consumo de energia e diminuição de custos de operação como consequência. Para
isso o PMOC, se bem dimensionado, bem planejado e bem controlado, irá prever ações do ponto de
vista de operação dos sistemas que garantam a eficiência máxima. Hoje, para se obter o resultado
final desejado no consumo energético torna-se fundamental que a manutenção não se baseie apenas
em uma boa mão de obra mecânica ou elétrica, mas sim em uma engenharia capaz de controlar o
abastecimento de dados da edificação, bem como analisar as tendências destes dados e propor
ações e melhorias contínuas no processo, a fim de atingir o melhor resultado possível,
independentemente da idade da instalação. Temos indicadores de consumo de energia em uma
edificação, conforme as Figuras 1 e 2, onde foi implantado um retrofit de sistemas e alterado o plano
de manutenção, operação e controle, visando uma melhor eficiência dos processos. Saliento que se
torna cada vez mais necessário e importante ter, além de uma boa instalação e equipamentos
eficientes, um plano de manutenção que sustente estes pilares de forma a potencializar o sistema
de ar condicionado como um todo. A aplicação de engenharia de manutenção, somada a sistemas
de automação, geram monitoramento e indicadores dos sistemas para avaliação de tomadas de
decisões e mudanças nos hábitos na operação das edificações. Somados a estes fatores é
fundamental que as empresas do mercado de manutenção insiram sistemas capazes de gerir sua
mão de obra e aplicá-la da forma mais produtiva e com maiores índices de acerto. Isso só é possível
através de uma engenharia focada nos processos e ações, associada a tecnologias que deem
indicadores de eficiência de mão de obra, possibilitando o acompanhamento gráfico do
desenvolvimento das manutenções preventivas, corretivas e preditivas, bem como fornecendo
indicadores que facilitem a análise dos problemas e aplicações da mão de obra e custos de operação
das edificações”, finaliza Ferreira.
Lei 13.589: benefícios e responsabilidades legais na aplicação do PMOC
Fonte: Site e /a Engenharia e Arquitetura

A Lei 13.589/2018, sancionada em janeiro de 2018, tornou obrigatório, em todos os edifícios de uso
público e coletivo, o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle em sistemas de ar
condicionado. A mudança faz com que as legislações sobre o tema (Portaria 3523 e Resolução 9 da
Anvisa), assim como as normas da ABNT, ganhem força e passem a ser mandatórias. A nova lei
aumenta a conscientização e fiscalização sobre condutas na manutenção em sistemas de ar
condicionado. A promulgação da norma eleva a discussão sobre os benefícios de uma qualidade do
ar satisfatória e sobre os riscos de um sistema em condições inadequadas para a saúde dos
ocupantes.
Para o engenheiro Arnaldo Lopes Parra, vice-presidente de Marketing e Comunicação da Abrava e
diretor de Partes & Peças da Trane, a Lei Federal 13.589 veio em auxílio da Portaria 3.523
(Regulamento Técnico). “Essa Portaria foi decretada pelo então Ministro da Saúde, José Serra.
Porém, uma Lei Federal tem muito mais força, pois é aprovada pelo Congresso Nacional e
sancionada pelo Presidente da República. Quanto à abrangência, a Lei se refere à totalidade das
edificações de uso coletivo, não somente àquelas com sistemas acima de 60.000 BTU/h”.
“A promulgação da lei, apesar de vanguardista, é apenas o começo de uma série de medidas que
deverão ser tomadas para a melhoria da qualidade do ar de interiores. O PMOC é um guia básico
inicial e deverá ser seguido pensando no sistema de climatização. Com foco na saúde e bem-estar
dos ocupantes outras tecnologias deverão ser complementares, melhorando a qualidade do ar
interior dos ambientes tratados”, comenta Henrique Cury, diretor da Ecoquest.
Para que o PMOC seja aplicado corretamente, segundo Leonardo Cozac, diretor da Conforlab, é
importante considerar as seguintes informações: dados sobre a edificação, dados técnicos dos
sistemas de AVAC, dados do responsável técnico, bem como sua ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica) recolhida perante o CREA, todas as rotinas de manutenção, com a
comprovação de sua execução, relato das principais ocorrências, plano de contingência em caso de
falhas, planta baixa do sistema de AVAC, e relatório semestral da qualidade do ar interno.
“O PMOC busca obter a melhor qualidade do ar de interiores, além de preservar os equipamentos,
diminuir as falhas dos sistemas e diminuir os gastos com energia elétrica. Um PMOC bem aplicado
resulta em ambientes com conforto térmico, com o ar dentro dos limites impostos pela Resolução 09
da Anvisa, com boa eficiência energética, com custos de manutenção minimizados, e longevidade
dos equipamentos assegurada”, diz Parra.
É preciso que o sistema de ar condicionado esteja funcionando em condições satisfatórias, caso
contrário, acarretará numa enorme perda de eficiência do sistema, gerando gastos energéticos
desnecessários, além de ser um grande risco à saúde dos ocupantes. Mas o diretor da Ecoquest faz
um alerta: “o PMOC não necessariamente garante melhorias efetivas na qualidade do ar interior com
redução microbiológica significativa ou quebra de gases voláteis; em ambientes com condições para
crescimento de fungos, por exemplo, são necessárias tecnologias complementares específicas para
este fim.” O mesmo acontece em ambientes com maior concentração de particulado ou de gases
voláteis.
Parra defende que a aplicação correta do PMOC garante uma relação de “ganha x ganha” entre os
diversos agentes (proprietário ou investidor, usuário do ambiente, prestador de serviços e governo)
que interagem no processo. “Ganha o proprietário ou investidor, que com a boa manutenção irá ter
seu patrimônio preservado, com a longevidade assegurada e com o menor custo de reposição de
componentes pelo menor desgaste, além de menos gastos com energia e água. Recebe, ainda,
vantagens pelo aumento de produtividade dos usuários dos ambientes, que também apresentarão
maior satisfação e menos afastamentos do trabalho. Ganha o usuário do ambiente, visto que com
a boa qualidade do ar que respiram, irão ter sua saúde preservada, aumentando, assim, sua
satisfação e eficiência no trabalho, com menor absenteísmo. Ganha o prestador de serviços, que irá
ter seu mercado de trabalho prestigiado e valorizado. Ganha o governo, que irá se beneficiar com
menor necessidade de fornecimento de energia elétrica e água, com menos atendimentos pelo
sistema de saúde, menos demandas trabalhistas e consequente incremento na economia”.

Responsabilidade profissional
Quem pode assinar, isto é, ser o responsável técnico pelo PMOC de sistemas de climatização? Para
responder a essa pergunta, é importante definir o sistema de climatização em duas partes: (i) os
serviços de limpeza e manutenção dos equipamentos e (ii) os serviços de avaliação biológica,
química e física das condições do ar interior dos ambientes climatizados.
O responsável técnico pela primeira parte são os engenheiros mecânico ou os engenheiros
industriais (modalidade mecânica ou tecnólogos da área de engenharia mecânica). Em relação à
segunda parte, os responsáveis técnicos são os engenheiros químicos ou os engenheiros industriais
(modalidade química ou engenheiros de segurança do trabalho ou tecnólogos da área de engenharia
química). Os técnicos de nível médio não podem assinar o PMOC. Podem, entretanto, prestar
serviços de assistência técnica e assessoria no estudo, pesquisa e coleta de dados, execução de
ensaios, aplicação de normas técnicas e regulagem de aparelhos e instrumentos concernentes aos
serviços de fiscalização de qualidade do ar nos ambientes climatizados.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública vetou o parágrafo 2º do Artigo 1º da Lei 13.589, que
atribuía a responsabilidade do PMOC ao engenheiro mecânico. As entidades de classe tentam
reverter o veto, mas, enquanto isso não acontece, a Abrava recomenda seguir as determinações do
CONFEA e do CREA (partes i e ii citadas acima), definindo o engenheiro mecânico como responsável
técnico pela manutenção do sistema de ar condicionado. “A Abrava, através do Comitê Nacional de
Climatização e Refrigeração, está trabalhando arduamente junto com outras entidades do setor para
derrubar esse veto presidencial”, diz Cozac.
Para Cury, o engenheiro precisa estudar, avaliar e entender o ambiente onde será aplicado o PMOC.
“Utilizar o plano de manutenção num escritório com ventilação adequada e com poucas pessoas é
diferente do que aplicar num escritório, no subsolo de um prédio, ao lado de uma garagem com altas
concentrações de monóxido de carbono e particulados. O PMOC é um guia inicial básico para a
melhoria do sistema, mas não resolve todos os problemas existentes. Por isso é preciso estar sempre
atento a possíveis fontes de poluição existentes no ambiente a ser tratado. Em relação ao sistema
de ar condicionado, seguindo-se à risca o PMOC, a tendência é que ele funcione com eficiência
plena”.
O diretor da Conforlab corrobora a opinião de Cury. “É importante que o engenheiro conheça muito
bem o sistema de AVAC instalado no local, as características de ocupação do edifício, e a qualidade
do ar na região. Um shopping localizado em uma área urbana e outro no litoral, por exemplo,
possuem características diferentes e deverão ter PMOC distintos”.
Parra acredita que alguns indicadores são muito importantes para que o engenheiro possa definir,
adequadamente, as rotinas de serviços. “A avaliação constante do estado de conservação dos
equipamentos irá definir quais serviços serão necessários, assim como definir ações preventivas de
substituição de componentes, como rolamentos, correias, filtros em geral etc. Outra questão
importante é a devida interpretação do Laudo de Qualidade do Ar, que pode indicar ações corretivas
ou mesmo redefinir intervalos de atividades preventivas, em função dos indicadores de qualidade. A
observação dos intervalos de manutenção da Resolução 09 da Anvisa também é parte fundamental
para a correta aplicação do PMOC”.
Para os diretores da Conforlab e da Ecoquest os engenheiros são responsáveis, e podem ser
penalizados pela nova lei, em decorrência da má utilização do plano de manutenção; as falhas
ocorridas após a instalação do sistema de climatização são de responsabilidade do engenheiro. Mas,
segundo a Portaria 3523, Artigo 6°, do Ministério da Saúde, o proprietário, o preposto e o locatário
também podem ser responsabilizados.
Segundo Cozac, o recolhimento da ART, nesse caso, é muito importante. “É preciso que o
responsável possa deixar o processo todo por escrito, inclusive sobre as demandas não atendidas,
por exemplo, solicitar a troca de filtros se a empresa não autorizar a compra”.
“A responsabilidade pela qualidade do ar dos ambientes é do proprietário ou locatário do imóvel. Este
deverá contratar um responsável técnico, legalmente habilitado, para assumir esta função de
maneira formal e legal, para eventualmente ser responsabilizado perante a lei, caso as exigências
contidas na legislação não sejam cumpridas. É o responsável técnico legal que tem o dever de
implantar e manter o PMOC dentro de suas premissas legais. Caso não exista o responsável técnico,
então o proprietário ou locatário serão responsabilizados”, explica Parra.

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