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Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2015

Ao corpo de anciãos da congregação Oswaldo Cruz/RJ


Rio de Janeiro/RJ (Circuito, RJ19)

Carta de dissociação de Eliete Xavier Silveira Braga


Rafael Saint-Clair Xavier Silveira Braga
Nilza Licia Xavier Silveira Braga

Prezados,

Por meio desta carta, formalizamos nosso pedido de desligamento da presente


organização Torre de Vigia de Bíblias e Tratados. O motivo para tal decisão é devido à completa
decepção e desagrado quanto a liderança, bem como manipulação e adulteração de inúmeros
aspectos bíblicos, incluindo a própria Bíblia Sagrada, grotescas mudanças de aspectos
doutrinários, muitas vezes ocorridas de formas totalmente arbitrárias, doutrinação e intimidação
sutil e (in)direta dos próprios membros das congregações nas publicações por meio da
inculcação de medo (o que se mostra sempre danoso ao desenvolvimento da psique de qualquer
indivíduo) e o encobertamento de crimes graves no que se refere ao abuso sexual de crianças
(conforme instruções “normativas” contidas no livro secreto “Pastoreiem o rebanho de Deus”) e
mantidos em sigilo nas congregações pelo mundo inteiro por instruções da própria Torre de
Vigia e a associação que a Torre de Vigia manteve com a Organização das Nações Unidas
(ONU). Em síntese, os motivos encontram-se arrolados abaixo:

(1) Adulteração de inúmeras passagens bíblicas, sendo as mais expressivas em termos de


manipulação dos originais gregos, sobretudo no âmbito do Novo Testamento, a do
Evangelho de João 1:1 para quem: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus.” (JFA) em contraste com a Tradução do Novo Mundo em
que: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era um
deus”. (TNM, 2015). A adulteração dos escritos sagrados é explicitamente
corroborada quando o original em grego koiné (João 1:1)é analisado com escrutínio1:

O que parece ser um detalhe trivial implica em enormes


implicações de natureza tradutória e de mudança de significado
e do estatuto e santidade de Cristo Jesus enquanto Deus e não
“um deus”, reduzindo-o à apenas uma criatura/emanação de
koine
Figura 1: Fragmento de João 1:1, grego Deus.
e
F

                                                                                                               
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O primeiro anexo da presente carta apresenta a fotografia do original em grego em que se percebe o uso da letra
grega théta (θ) em maiúsculo designando Jesus como Deus. Na ortografia do grego antigo, o koiné, a diferenciação
entre maiúsculas e minúsculas já era um expediente ortográfico para designar e diferenciar, por exemplo, nomes
próprios e indivíduos de importância.
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Nota-se o mesmo, por exemplo, em 2 Tessalonicenses 2:4, que


nas versões da Ferreira de Almeida, respectivamente dos anos
de 1920, 1962 e 1998, apesar das mudanças diacrônicas no que
se refere à ortografia, a palavra Deus (em maiúsculo) é
corretamente mantida:

Figura 2: 2 aos Tessalonicenses 2:4 (João Ferreira de Almeida, 1920)

Figura 3: 2 aos Tessalonicenses 2:4 (João Ferreira de Almeida, 1962 e 1998, respectivamente)

Por outro lado, a versão da Tradução do Novo Mundo (TNM) apresenta adulterações nos
mesmos padrões de João 1:1, porém em um contexto distinto, em suas três versões:

Figura 4: 2 aos Tessalonicenses 2:4 (Tradução do Novo Mundo, 1963 e 1986, respectivamente)

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Figura 5: 2 aos Tessalonicenses 2:4 (Tradução do Novo Mundo, 2015)

Outras passagens bíblicas flagrantemente adulteradas poderiam ser arroladas e


comprovadas aqui. Mas, para fins de síntese de exemplificação, deixamos as adulterações mais
categóricas e que, infelizmente, foram feitas com o aval da liderança da organização, o Corpo
Governante. A questão pode ser reduzida à seguinte pergunta: Se a organização Torre de Vigia
de Bíblias e Tratados, por meio de sua liderança, o Corpo Governante, afirma ser a religião
verdadeira e a verdade, por que uma liderança consente com tais flagrantes adulterações dos
Escritos Sagrados? Sendo este, apenas um de vários exemplos de adulterações dos escritos.

(2) Grotescas mudanças de aspectos doutrinários que não se justificam no argumento


cliché tão maciçamente promovido de que são “novos refinamentos e luz” sobre
entendimentos previamente defendidos na literatura da organização. Antes, são
heresias grotescas. Tais, a titulo de exemplo, estão nas famosas datas para “o fim
deste sistema de coisas” que foi “profetizada” por Charles Taze Russell e seus
sucessores, como o juiz Rutherford, para os anos de 1914, 1919 e 1925, sendo a
última data a de 1975. Graças à extensa e rica biblioteca virtual que existe na web, até
mesmo exemplares muito antigos datados do início da década de vinte do século
passado (XX), bem como a nossa própria biblioteca de exemplares originais
impressos, podemos consultar e examinar os originais cuidadosamente. O exemplar
físico mais antigo que consta em nossa biblioteca é o livro datado de 1922 “Milhões
que agora vivem jamais morrerão”. Destaca-se o trecho em que na publicação consta
a seguinte “profecia” e que não ocorreu:

“Simplesmente calculando estes júbilos, chegamos ao seguinte fato importante:


Setenta júbilos de cinqüenta anos cada um dará o total de 3.500 anos. Este
período de tempo, principiando 1.575 anos antes da era Cristã, naturalmente
terminará no outono de 1925, data esta, na qual termina o tipo, o grande
protótipo se iniciará. Qual então será o acontecimento que devemos esperar?
Pelo tipo, deve haver completa restauração, portanto grande protótipo
marcará o princípio da restauração de todas as coisas. A coisa principal a ser
restituída é vida á raça humana; deste que outras escrituras definitivamente
estabelecem o fato, de que Abrahão, Isaac e Jacob ressuscitarão e outros fieis
antigos, e que estes seriam os primeiros favorecidos. Podemos esperar em
1925 a volta desses homens fieis de Israel, ressurgindo da morte e
completamente restituído á perfeição humana, os quais serão visíveis e reais
representantes da nova ordem das cousas na terra”.
(Pag.: 110-111, grifos nossos)

Como uma tentativa flagrante de dissuadir os adoradores fiéis, que humildemente são
inculcados e doutrinados a não fazerem consultas às literaturas muito antigas publicadas pela
própria Torre de Vigia, desde sua fundação, a sociedade, recentemente no ano de 2010, publicou
o seguinte:

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“Os seguidores ungidos de cristo já fazem o convite desde 1918. Naquele ano, o
discurso público “Milhões que agora vivem talvez jamais morram” apresentou a
esperança de que muitos ganharão a vida eterna numa Terra paradísica depois da
batalha do Armagedon”. (A Sentinela de 15 de fevereiro de 2010, 15-16)

Inserir uma advérbio (‘talvez’) e mudar a conjugação do verbo propositalmente do título


do original “Milhões que agora vivem jamais morrerão”, que abaixo consta (figura 6), na
tentativa de mudar o significado que outrora previa o fim para o ano de 1925, é apenas um dos
muitos expedientes usados na literatura para enganar o leitor que fielmente acredita estar sendo
bem liderado e exercendo e professando sua fé verdadeira. Poderíamos citar e documentar
vários, porém não o faremos por questão de síntese, já sendo esta carta formal, em si, extensa. Se
a Sociedade Torre de Vigia por meio de seu Corpo Governante (agora composto por sete
senhores) admite em suas publicações ser aquela que promove o ensino verdadeiro, por que,
então, fazer alterações grotescas como essas? Enganar gerações com profecias que se
mostraram falhas! Muitos porquês irão se repetir no decorrer do texto desta carta.

Figura 6: “Milhões que agora vivem jamais morrerão”

Não à toa, o presidente da Torre de Vigia, àquela época, o advogado e juiz Joseph
Franklin Rutherford, ciente da credulidade dos estudantes da Bíblia, bem como credor da própria
falsa profecia, pediu para que fosse construída uma bela mansão em San Diego, na Califórnia
(EUA). Como a verdade sempre vêm à tona, não adiantou a Torre de Vigia vender o casarão. Até
hoje, este se encontra belo e formoso como prova literal de uma falta profecia (figura 7). Esta
mansão foi batizada com Beth Sarim (significando no hebraico ‘Casa dos Príncipes’), pois o
objetivo era abrigar os “ressuscitados” do passado Abraão, Isaque e Jacó. Oportunisticamente,
quando a “profecia” não se cumpriu, Joseph Rutherford ocupou a casa e viveu no mais alto
padrão de vida e luxo, passando pelos anos difíceis da recessão norte-americana, durante a
depressão do ano de 1929 e início da década de 30. Enquanto isso, a maior parte da nação norte-
americana vivia na mais alta miséria, incluindo os milhares de estudantes da Bíblia àquela época:

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Figura 7: Mansão Beth Sarim em diferentes perspectivas.

Não iremos citar todas as datas para o fim “deste sistema” aqui. Acreditamos ser a última
prevista para 1975 ser o suficiente:

“Devemos presumir, à base deste estudo, que a batalha do Armagedom já terá


acabado até o outono de 1975 e que o reinado milenar de Cristo, há muito
aguardado, começará então? Possivelmente, (...), a diferença talvez envolva
apenas semanas, ou meses, não anos.”
A Sentinela, 15 de fevereiro de 1969, p. 115.

(3) Doutrinação e intimidação sutil e (in)direta dos próprios membros da organização


(principalmente as crianças) nas publicações por meio da inculcação de medo (o que
sempre se mostra completamente danoso ao desenvolvimento da psique de qualquer
indivíduo): não é preciso entrar em muitos detalhes a respeito de como o processo de
doutrinação de uma seita/culto pode ser danoso a um indivíduo exibindo-se aqui os
diversos argumentos de psicanalistas, psicólogos e psiquiatras, até porque alguns
membros da organização de visão mais estrita e ortodoxa criticam veemente tais
profissionais de forma até subversiva. Mas, há muitos exemplos de milhares em que a
organização doutrina e inculca medo em seus adoradores, fazendo de suas adorações
um ato inconsciente de barganha para com Deus, principalmente no fato de muitos
adorarem inconscientemente a Deus com o medo (geralmente inconsciente) de serem
punidos no Armagedom. Tais estratégias de intimidação são comuns em outras seitas.
O hoje renomado psicólogo Steven Hassan, que foi escravo da seita dos Moonies com
muitos aspectos semelhantes a presente, é especialista em cultos e também arrola as
“Testemunhas de Jeová” como uma “organização religiosa” que compartilha várias
características comuns aos cultos e seitas. Tais características encontram seus pilares
no acrônimo conhecido como “modelo B.I.T.E” que congrega os seguintes aspectos:
(i) Controle de comportamento, (ii) controle de informação, (iii) controle de
pensamento e (iv) controle de emoções.

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No que se refere ao primeiro aspecto, o controle de comportamento envolve a


regulação da realidade física do indivíduo, o que se manifesta pelo constante monitoramento
compulsivo sobre onde, como e com quem o membro do culto/seita se associa. Como sabemos, a
organização desaconselha seus membros a não conviverem com pessoas que não fazem parte de
seu grupo, etiquetando-as vilmente como pessoas “mundanas”. Recentemente, tem havido uma
tentativa de suavizar tal fato se fazendo crer que a convivência não pode ser “muito próxima”
das pessoas de fora da congregação, o que inclui membros da família, amigos ou colegas de
trabalho, muitos deles pessoas boas e com índoles que se almejaria em qualquer “Testemunha de
Jeová”. Outro aspecto interessante é o fato de se encorajar pouco ou quase nenhum tempo gasto
em lazer, entretenimento ou até férias. Recentemente, sobretudo nos últimos cinco anos, tem
ocorrido um eufemismo no discurso da organização, deixando-se entender que tais coisas são
permitidas desde que não atrapalhem o trabalho teocrático. Porém, sabe-se que na prática, isso
não ocorre e muitos queridos irmãos tem se sentido cada vez mais e mais sobrecarregados e
estressados por não poderem usufruir da vida de forma prazerosa e plena como um presente
perfeito de Deus. Não poderem usufruir de bom e merecido descanso pagando-se por lazer é algo
também inacessível à maioria dos irmãos, por ocuparem cargos empregatícios muito baixos na
sociedade civil, não podendo custear por suas merecidas férias. Mesmo com a ascensão da classe
C (classe média baixa) nos últimos dez anos no Brasil, muitas oportunidades de lazer e viagens
puderam fazer parte de suas vidas. Porém, tal benefício sempre é desencorajado nas literaturas.
Com isso, sempre houve a exigência de que todo o tempo gasto seja investido em sessões de
doutrinação em rituais de grupo, o que ocorre as reuniões semanais, sendo nestas reuniões
constantes, congressos e assembléias sempre encorajado o trabalho teocrático de tal intensidade
de modo a restar pouco tempo para os adoradores de usufruírem suas vidas de modo saudável.
Também é fato comum no que se refere ao controle de comportamento, o
encorajamento de fazer com que os membros sintam a necessidade de pedir permissão para
muitas decisões em suas vidas a tal ponto de estrangular o desenvolvimento de suas próprias
individualidades. A vida acaba sendo cercada, limitada, monitorada e aprisionada. Até mesmo
aspectos mais íntimos da vida das pessoas (principalmente da vida conjugal de um casal, por
exemplo), o que inclui pensamentos, sentimentos e atividades inerentes à individualidade do ser
humano, são reportados aos da “dianteira”, comprometendo, muitas vezes, a própria privacidade
dos indivíduos. Outro aspecto danoso mostra-se por meio de expedientes como recompensas e
punições veladas. Por exemplo, com os privilégios de serviço nas congregações, muitos que
chegam ao cargo máximo, que é o de ancião, acabam exercendo uma autoridade que não se
mostra humilde e nem cabível. Pudemos observar que muitos irmãos lutam para alçar tal posição
com o interesse velado de ter destaque e influência sobre a vida dos demais de tal forma a
alimentar seus egos, já que não o puderam na vida secular. Claro que tudo isso ocorre de maneira
muito sutil e somente por meio de muita observação, principalmente, da forma como os anciãos
se comportam, nota-se o exercício de autoridade na acepção negativa do termo. Por esta razão, o
Rafael, por exemplo, nunca teve o interesse de construir “carreira” dentro de uma congregação
porque nunca se vira em uma posição mais alta que lhe conferisse poder, autoritarismo e controle
velado sobre a vida de muitos queridos irmãos.
O segundo aspecto apontado por Hassan (2013) é o controle de informação. Parte
deste é claramente explicado no início desta carta. O controle de informação inclui muitos
fatores, sendo alguns a própria manipulação e adulteração da fonte e das citações, o que
tristemente passa pela adulteração dos escritos sagrados e da tradução adúltera e duvidosa da
própria Bíblia na versão da TNM que omite, falsifica e reinterpreta muitas passagens da Bíblia,
não da forma como esta deve ser “realmente” entendida, sendo este fato atestado por vários
eruditos e especialistas em questões tradutórias dos próprios escritos sagrados, tanto os originais
do hebraico/aramaico quanto os originais em grego do Novo Testamento. O controle de
informação também abarca uma realidade muito comum que é a distorção da informação original
para uma outra versão endereçada ao público alvo, neste caso os indoutos leitores das revistas e
publicações. Um exemplo, que também incorre em erro doutrinário, é a insistência de que

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Jerusalém foi destruída em 607 (AEC) quando, na verdade, toda comunidade arqueológica já
pode há muito comprovar ter sido esta destruída quase 30 anos depois, em 587 (AEC). E, agora,
é notório o porquê disso: a manipulação do entendimento das escrituras para a data de 607
(AEC) é para sustentar a argumentação herética do Sociedade Torre de Vigia de que Jesus
retornou como Rei em 1914. O controle de informação também é notório quando observado o
quanto a organização intimida seus seguidores a não terem acesso às fontes que não sejam de sua
doutrina e até mesmo fontes seculares, que não são fontes apostatas. Se a organização estivesse
tão segura de sua verdade jamais desaconselharia seus adoradores a estudarem outras fontes,
até mesmo para poderem atestarem por si mesmos que estão estudando e usufruindo de fontes
“fidedignas”. São dois adágios verdadeiros de que “contra fatos incontestáveis não há
argumentos” e o “Quem não deve não teme!”. Assim, se a verdade nada teme, não deveria haver
o porquê de se desencorajar a leitura de outras fontes e apenas o que é publicado pela Torre de
Vigia. Agora, é notório e claro para nós o porquê da demonização do ensino superior feita pela
organização, sendo aqueles, que usufruem desse ensino, sofrerem tremendo preconceito e
ostracismo, tendo sido Rafael e Nilza alvos de comentários inoportunos e agressivos durante os
últimos oito anos de suas vidas enquanto “Testemunhas de Jeová”.
Um fato horroroso foi também o de constatar que a espionagem sobre os membros da
congregação é encorajada secretamente. Isso perpassa desde mínimas fofocas e intrigas que
circulam entre os membros da própria congregação com relação às vidas de cada um e até
mesmo monitoramento do histórico, inclusive, virtual de seus membros. O Rafael, por exemplo,
descobriu ter sido suas atividades na rede social Facebook monitorada por meio de uma
integrante de uma congregação, que ele nunca havia visto e nem conhecido, ao perceber o
vínculo que esta possui com um dos atuais membros da presente congregação Oswaldo Cruz.
Como meu filho prima pela ética, apesar de tudo sofrido, não citamos a identidade da pessoa em
questão. Conclusão, meu filho teve de no último mês bloquear todos os possíveis contatos
vinculados a tal pessoa, não sendo possível para ele monitorar todo seu histórico na internet até
pelo fato de ele já ser um pesquisador respeitado e com artigos publicados em conferências
nacionais e internacionais no que tange a sua área de atuação.
O controle de informação também se caracteriza pelas citações de eruditos e
acadêmicos, cujas descobertas são entendidas de forma distorcida por meio de citações tiradas
fora de seu contexto original. Os exemplos mais contundentes são as matérias relativas a
descobertas científicas de vários estudiosos em que são atribuídas outras interpretações que não
aquelas encontradas e descobertas pelos especialistas. Muitos autores de publicações científicas
tem criticado massiçamente a Torre de Vigia por distorcer o que eles dizem, sendo um fato, por
exemplo, o do cientista Richard Dawkins em seu best-seller “The God Delusion” onde
argumenta o seguinte:

“É impossível exagerar a magnitude do problema que Darwin e Wallace resolveu. Eu poderia


mencionar a anatomia, a estrutura celular, bioquímica e o comportamento de literalmente qualquer
organismo vivo, por exemplo. Mas, as razões mais contundentes para um aparente “design” são
aqueles “pinçados” (tirados de contexto) – por razões óbvias – por autores criacionistas, e é com
uma ironia gentil que eu tenha minha conclusão sido mencionada em um livro criacionista. A
Vida, qual a sua origem? A evolução ou criação?, sem autor mencionado mas publicado pela
Sociedade Torre de vigia de Bíblias e Tratados em dezesseis línguas e onze milhões de copias, é
obviamente meu favorito porque nada menos que seis exemplares dessas onze milhões de copias
foram enviadas ao meu endereço como presentes não solicitados por pessoas bem intencionadas
ao redor do mundo. (...) A Torre de Vigia, novamente, argumenta: ‘o processo em que plantas ...
adquire energia para suprirem-se é conhecido como fotossíntese’ ... A Torre de Vigia, novamente,
‘há sententa reações químicas envolvidas neste processo, argumenta um biólogo.’ ... ‘É um evento
milagroso.’ As plantas tem sido consideradas as ‘fábricas’ da natureza’ – lindas, silenciosas, não
poluidoras, produtoras de oxigênio, reciclando água e alimentando o mundo. Tudo isso seria obra
do acaso? Pode ser isso algo crível?’ Não, não é crível! A repetição de exemplos e mais exemplos
como este não nos leva a lugar algum. A lógica do criacionismo é sempre a mesma: alguns
fenômenos naturais são estatisticamente tão improváveis, tão complexo e tão lindo para serem
inspiradores, para virem a surgir por acaso. O design é a única alternativa para o acaso que os

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autores podem concluir, por outro lado, um design não pode ter feito isso. Os cientistas chegam a
conclusão que esta lógica equivocada sempre é a mesma. ‘Designing’ não é a única alternativa
para o acaso. A seleção natural é a melhor alternativa. De fato, ‘design’ não é a melhor
alternativa de forma alguma. Traz um problema maior do que apenas resolvê-lo: quem
desenhou/projetou o designer? O acaso e o ‘design’, ambos, falham na tentativa de solucionar o
problema da improbabilidade estatística, porque um deles e o problema e o outro regressa a essa
mesma questão. A seleção natural é a solução real. É a única solução plausível que já foi
formulada. Não é apenas uma solução plausível, mas uma solução incrivelmente elegante e
poderoso.
Dawkins (2008: 144-146,147,150-151, grifos nossos)

Agora, voltando a questão do controle de informação, expediente padrão de


seitas, há também, sempre notório, o desencorajamento de leituras de livros, artigos, jornais,
revistas, bem como o desenvolvimento do pensamento crítico do indivíduo. Mantê-los sempre
muito ocupados na “obra teocrática” de tal forma que pouco tempo lhes sobrem para pensar! O
uso extensivo de informações criadas e manipuladas pela seita é o que é encorajado como atitude
“sábia”, bem como suas propagandas (por meio de cartas de “boas novas”), revistas (Sentinela e
Despertai, por exemplo), jornais e tratados/panfletos, fitas/CDs de áudio e DVDs de vídeos. Até
mesmo, tentativas milionárias, referentes à produção de desenhos animados digitais (com
mensagens subliminares perturbadoras para as crianças), tem sido executadas. A produção e os
equipamentos envolvidos em tais produções de animação são absurdamente caros e
desnecessários, muito menos as mensagens assustadoras endereçadas às crianças que já são
inculcadas com culpa e remorso desde a tenra idade.
Outra questão comum e caracterizadoras de seitas, segundo Hassan (1988,2013)
incorre no controle de pensamento. A tentativa de internalizar as doutrinas como ‘verdade’,
pensamentos exclusivamente dicotômicos como se a razão se estruturasse apenas nos extremos:
preto-branco, claro-escuro, dia-noite, verão-inverno, bem como o estrangulamento da
possibilidade de se relativizar as coisas, o que permite o equilíbrio na construção de pensamentos
sadios e equilibrados; o bem e o mal; nós (os de dentro do culto) e eles (os “mundanos”). A
linguagem adaptada e usada maciçamente como termos criados e exclusivos de uma seita
(caracterizados como clichês no pensamento): as palavras se reduzem a pensamentos que são
usados para “pensar”. Essas palavras, expressões e ditos criados incorrem em um reducionismo
absurdo. A título de exemplo, os clichês analógicos bastante repetidos e utilizados como
ferramentas de intimidação e medo “Querem provar de um veneno para saber se mata? De um
gole de uma só vez? Ou de forma homeopática?”. Essa estratégias deixam o exercício de
pensamento restrito ao invés de expandir o exercício do mesmo. O objetivo é reduzir a
complexidade da natureza e da realidade; O uso de itens vocabulares específicos como serviço
de campo, apostata, pioneiro, servo-viajante, publicador, ancião, ministério, mundano, ‘na
verdade’ servem como ‘etiquetas’ para designar papeis, qualidades e estereotipar indivíduos,
coisas e eventos; rejeição de pensamento analítico, critico e de progressiva construção de
pensamento crítico; negação ao indivíduo de questionar criticamente ou perguntar sobre quem os
lidera, ou a respeito do próprio “refinamento” de doutrinas são atos legítimos de qualquer seita.
Nenhum sistema alternativa de crença/pensar é visto como legítimo, bom ou aceitável: as outras
crenças ou modos de pensar se reduzem ao termo, comumente adotado, “cristantade”,
pejorativizando-se outras filosofias e modos múltiplos de pensamento.
O último e tão nocivo expediente, utilizado pelas seitas, é o perigoso controle de
emoções: manipulação e contritamento das emoções do indivíduo, problemas que se reduzem
apenas a culpabilidade do próprio indivíduo (ignorando-se atribuir a falta/engano erro ao grupo e
nunca a seus lideres); excessivo uso da ferramenta do medo, inclusive, o de pensamento
independente (demonizando-o também); medo generalizado do mundo e sistema, medo da perda
ao direito à salvação e por fim o medo de deixar o grupo de “irmãos achegados conosco” pelo
ostracismo e desaprovação. Hassam (1988; 2013) também ressalta a doutrinação de fobias: a
programação de medos irracionais de se deixar um grupo particular ou até mesmo de se
questionar a autoridade dos lideres. A pessoa vítima do controle da mente não é, logo, capaz de
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visualizar a vida de forma positiva com um futuro pleno sem a necessidade de estar associado a
um grupo inerte de pessoas: o “mundo” de fora não pode nos oferecer absolutamente nada. Tudo
isso gera um alto custo! Danificando a psique e as emoções do indivíduo. Não é a toa que se tem
aumentado o número de queridos irmãos inocentes a sofrerem de depressão, síndrome do pânico,
distúrbios sérios de humor. Em resumo, toda seita, incluindo a “Associação das Testemunhas
‘Cristãs’ de Jeová”, é extremamente perigosa, a longo prazo, para qualquer ser humano,
reduzindo-se a hipocrisia de etiquetar-se os dissidentes como “doentes mentais”/ “dissociado”/
“apóstata” / “renegado”. Uma “organização” que promove o etiquetamento de pessoas pode ser
uma em que o Espírito Santo de Deus opera? Logicamente que não!

(4) O encobertamento de pecados no que se refere ao abuso sexual de crianças (conforme


instruções “normativas” contidas no livro secreto “Pastoreiem o rebanho de Deus”/
“Shepherd the Flock of God” – 1 Peter 5:2) e mantidos em sigilo nas congregações pelo
mundo inteiro por instruções da própria Torre de Vigia: este foi o fato que nos deixou
ainda mais escandalizados e enojados. Não é preciso muito dizer que a “regra das duas
testemunhas” (Deut.19:15) necessárias para testemunhar eventos dessa natureza é atroz e
deprimente. Além de um crime como o de abuso de crianças, obviamente, ser cometido
pelo pedófilo em privacidade, para que ninguém possa testemunhar o molestador, é
absolutamente assustador que um livro dirigido apenas aos anciãos aconselhe que o caso
não seja reportado às autoridades policiais e judiciais competentes em cada país.
Conforme, fica evidente no trecho de seu próprio manual:

“If the accused denies the acusation, the investigating elders should try to
arrange a meeting with him and the accuser toguether. (Note: IF the acusation
involves child sexual abuse and the victim is currently a minor, the elders should
contact the branch Office before arranging a meeting with the child and the
aleged abuser). If the accuser or the acused is unwilling to meet with the elders
or if the acused continues to deny the accusation of a single witness and the
wrongdoing is not established, the elders will leave matters in Jehovah’s
hands.”
“Shepherd the Flock of God” – 1 Peter 5:2

Como a Sociedade Torre de Vigia está muito preocupada e aflita em manter o sigilo
quanto à uma questão tão séria quanto ao acobertamento dos casos de pedofilia pelo mundo,
ninguém está a par pela grande mídia que nestas últimas semanas está justamente ocorrendo
uma Comissão Real na Austrália que investiga os casos de acobertamento desses crimes.
Inclusive, na última audiência, o próprio membro do Corpo Governante, o senhor Geoffrey
Jackson (que é de nacionalidade australiana) foi obrigado a dar o testemunho do porquê de tal
política de proteção a tais infratores, muitos deles anciãos (‘elders’) ou servos ministeriais
(‘ministerial servants’) na época dos crimes, conforme está evidente no anexo em que há uma
planilha elaborada pela própria Comissão Real Australiana, órgão judicial e de hierarquia
máxima neste país, portanto, não sendo um documento “forjado” por “apostatas”. O senhor
Geoffrey Jackson teve o descalábrio de mentir e respondeu de forma evasiva a todas as
perguntas, conforme documentado nos depoimentos filmados e exibidos na rede mundial de
internet.

(4) Envolvimento da Torre de Vigia de Bíblias e Tratados com a própria Organização


Nações Unidas (ONU) durante quase dez anos (1991/2-2001/2), por meio de
documento em que a Torre de Vigia se associa ao DPI (Departamento de Informação
Públicas da ONU).Ué!? A ‘Organização’ envolvida com a “fera cor de escarlate”?
Quanto a isso, decidimos nem entrar no mérito da questão. Basta ver nos anexos.

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Outra questão importante a ser ressaltada é que a própria opção de desligamento de


qualquer denominação religiosa ou de qualquer filiação político-filosófica está assegurada a
qualquer cidadão de qualquer sociedade civil devidamente reconhecida, conforme assegurado
pela própria constituição brasileira e pelo artigo 18o dos Direitos Humanos que estabelece o
seguinte:

Artigo 18o
Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito
implica a liberdade de mudar de religião ou de credo, assim como a liberdade de manifestar a sua
religião ou credo, sozinho ou em comunidade com outros, quer em público ou em privado, através
do ensino, prática, culto e rituais.

A fim de evitar qualquer arbitrariedade quanto ao não atendimento de nossa decisão


(como por exemplo, julgar-se arbitrariamente nosso desligamento como uma desassociação e
não como uma dissociação), a seguinte carta será legalmente lavrada e documentada em cartório,
bem como acompanhada de nosso advogado. Não se (pre)ocupem em enviar-nos uma solicitação
para apresentação em qualquer comissão judicativa, pois não iremos. Para nós, apenas um é o
verdadeiro e justo juiz e este é Cristo Jesus Deus (e não [um] deus, conforme a TNM). Até onde
nos consta, não reconhecemos nenhum tribunal “teocrático-organizacional” que venha a exercer
autoridade judicial no que se refere a decisão sobre a espiritualidade de cada um. Como uma
formalidade que existe como parte do legalismo instituído pela Torre de Vigia, estamos cientes
que será conduzido, mesmo assim, uma comissão judicativa apenas entre os anciãos da presente
congregação, porém, estando agora cientes da nossa não participação.

Quanto ao ostracismo de que seremos comumente vítimas “como ato de amor” o que
inclui o não falar, o trocar de calçadas ou os olhares tortos as nossas pessoas é o que só podemos
lamentar, muito embora, estejamos acostumados a tanto, pois nos últimos três anos éramos
tratados como tais nas ruas por conta de diversos irmãos que ingenuamente acreditam que ao
fazerem isso estão “praticando amor e obediência a Deus” sem saberem que tal regra já é outra
interpretação equivocada da Bíblia por meio da versão da TNM. Tal tratamento também é
comum em cultos e seitas como as dos Mórmons, Cientólogos, os membros da Heaven’s Gate
dos anos 70 e os Moonies. Tal triste e previsível fato da política de ostracismo já é esperado por
nós.

Mas, agora sabemos que tudo isso é contrário e oposto ao amor e ensino deixado por
Cristo Jesus Deus, infelizmente, tanto deturpado por tantas religiões e seitas, incluindo a presente
em que, infelizmente, fizemos parte e tantos outros irmãos inocentes. Sem saber, muitos agora
adoram a uma Torre que se estende “aos céus” e aos interesses de um grupo corporativo que
arrecada bilhões de dólares todos os anos. A adoração a Deus e a seu filho Cristo Jesus diminui a
cada ano, sendo de espantar que a aparência da organização agora é muito mais a de uma
empresa do que uma irmandade que há muito só demonstra amor de forma robótica, condicional
e, na melhor das instâncias, apenas um amor diplomático para aquilo que chamam
arbitrariamente de “irmãos”.

Desde já temos a certeza de que cada vez mais pessoas acordarão e se libertarão da
mentira e opressão em suas vidas. Ademais, é mais do que certo que os atuais membros do
Corpo Governante, por mais que queiram, nunca irão representar a Cristo e até mesmo tem a
ciência disso pelo fato de o tê-lo rebaixado de sua inescusável santidade (como é notório a partir
das observações das adulterações encontradas na TNM e apontadas no início desta carta). Muitos
irmãos já percebem e sentem de forma intuitiva, por mais que não queiram, a falta de amor e a
indiferença advinda de pessoas irmanadas arbitrariamente em uma organização corporativa que
há muito tempo perdeu o seu verniz e brilho genuíno. Somente, podemos orar para que os olhos
de muitos de nossos queridos irmãos que permanecem se abram e, com certeza, se abrirão para o
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amor incondicional de Cristo Jesus por meio de Jeová Deus e não este pretenso “amor”
condicional motivados por legalismo e autoritarismo de uma organização que faz seus
adoradores acreditarem adorar a Deus. Quem ler esta carta até o final e continuar dela crendo ser
uma carta cheia de heresias e de informações infundadas, bem como ficar em auto-negação
quanto a contundência dos fatos, é porque já está com a psique afetada e condicionada à
mentiras. Mas, saibam, que desde o momento em que se decide ter uma vida livre, sem peso e
fluida, é possível voltar a ter a paz em Cristo, mesmo em anos tão turbulentos (como sempre foi,
pois sempre houve o mal e a ganância no coração do homem).

Concluindo, pedimos que não venham nos procurar, importunar e ou exercer qualquer
expediente de intimidação e coerção à honra e dignidade de nossas pessoas em nível humano e
cível. Não se esqueçam sermos nós indivíduos que procuram estar sempre muito bem
informados, tendo um nível de escolaridade considerável para sustentar nosso texto em
argumentos sólidos e contundentes (com evidências anexadas no corpo do texto e anexos para
fundamentação dos fatos). Estamos, portanto, cônscios de nossos direitos.

Atenciosamente,

__________________________________
Eliete Xavier Silveira Braga

__________________________________
Rafael Saint-Clair Xavier Silveira Braga

__________________________________
Nilza Licia Xavier Silveira Braga

Referências bibliográficas:

HASSAN, Steve (1988). Combating Cult Mind Control: The Frist Best-Selling Guide to
Protection, Rescue, and Recovery from Destructive Cults. A Freedon of Mind Press Book,
Newton, Massachusetts.

________ (2015). Freedom of Mind: Helping Loved Ones, Leave Controling People, Cults and
Beliefs. A Freedon of Mind Press Book, Newton, Massachusetts.

DAWKINS, Richard (2008). The God Delusion. First Mariner Books Edition. USA.

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