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22 anos
Belo Horizonte
2016
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 2
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 3
Sumário
Agradecimentos _________________________________ 6
Prefácio ________________________________________ 7
Introdução ______________________________________ 8
Capítulo 1 _______________________________________ 9
Antes do início ____________________________________ 9
O início _________________________________________ 15
Capítulo 3 ______________________________________ 22
O crescimento ____________________________________ 22
Os trabalhos externos______________________________ 29
Capítulo 4 ______________________________________ 36
Projeto Camará ___________________________________ 36
Capítulo 5 ______________________________________ 42
Fratelo – Belo Horizonte ____________________________ 42
Capítulo 6 ______________________________________ 46
Depoimentos_____________________________________ 46
Patrícia C. Fernandez Librelon (Inaê) __________________ 46
Cinthya Andrade Pimenta Dimas (Oloxum) _____________ 49
Eiddy Milenne Cristine Frois Costa ____________________ 53
Fábio Alves Pereira ________________________________ 54
Flávio Peçanha ___________________________________ 58
Iara Janaína Fernandez Librelon (Yemoja) ______________ 59
Kelly Cristina Sá (Kitula) ____________________________ 60
Kelly Luciane Lobenwein (Kianda) ____________________ 62
Maria Helena Lobenwein Morais (Odara) ______________ 63
Natália de Moraes Rezende _________________________ 65
Patrícia de Moura Domingues _______________________ 67
Raíssa Marinelle Belchior e Lima _____________________ 69
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 4
(João 11:25-26)
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 6
Agradecimentos
“Fia, cuide dessa “casica” como suncê cuida da sua casa!”
Vó Maria Costureira
Prefácio
Introdução
“Nunca desista. Se o problema é grande, Deus que nos criou é
maior.” Vó Conceição
A Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá é formada por
praticantes da religião de Umbanda, que se colocam a disposição para
o acolhimento e atendimento fraternal de todos que buscam conforto
e iluminação através das palavras dos guias espirituais.
A Umbanda é uma religião brasileira! Sua descendência
remota aos cultos africanos que no Brasil encontrou com o
sincretismo católico e espírita, um berço fértil para prosperar. A
religião de Umbanda baseia-se nos princípios da fraternidade,
caridade e amor ao próximo.
A religião admite o Deus único e supremo criador de tudo e
de todos, nominado por Zambi na língua africana bantu. Os Orixás
são os ancestrais africanos enaltecidos e cultuados que correspondem
a pontos de força da Natureza que se manifestam na Terra. A
exemplo, Ogum, ou São Jorge, Orixá regente desta casa, é o guerreiro
que ensinou aos homens a trabalhar com os metais, é defensor dos
desamparados e indefesos. Ele é o desbravador dos caminhos em
busca da evolução. Ou seja, ao pedir que se acenda uma vela para São
Jorge, ou Ogum, o guia te solicita a vibrar seus pensamentos para que
a energia da Natureza abra seus caminhos e interceda por você no
plano espiritual. Assim, cada Orixá rege uma energia e força divina
para se manifestar na Terra a vontade de Zambi, de acordo com o
merecimento de cada um.
A Umbanda permite que cada um se conecte com a
benevolência divina e auxilie no processo de entendimento e
transmutação do ‘eu’ interior. Quanto mais você praticar a caridade,
exercer o amor ao próximo e evoluir seu coração e mente, fará com
que todos os orixás possam interceder através de seus méritos e assim
possa alcançar a paz e a graça divina.
Rodrigo Martins da Silva. Contagem, 30/10/2014
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 9
Capítulo 1
“Toma posse do seu sonho fio, pra ele concretizar.” Pai Antônio
Antes do início
O início de tudo é de suma importância e vital para que tudo
evolua com base e estrutura. Antes de uma casa há o projeto, antes do
projeto existe a vontade e antes da vontade tem a inspiração.
Inspiração, que por definição é iluminar o espírito, é trazer o
sopro mental do plano da consciência, ao estado físico e se alimentar
desta energia para nutrir a determinação de se alcançar o desejado.
Seguir esta faísca irradiada e concretizar as aspirações e vontades é o
que transforma uma ideia em uma casa.
Antes da Fratelo, um grupo se reunia para estudar sobre a
Umbanda. Um pequeno cômodo de quatro metros quadrados, onde
se reuniam para escutar as entidades e aprenderem com os Guias a
trabalhar nos preceitos da Umbanda. Não havia lugares fixos, os
encontros se realizavam onde era possível, havia até um quarto, na casa
da “tia Dimar”, já separado e destinado as reuniões.
Porém, os Guias já movimentavam no astral para a orientação
e formação de uma casa própria, onde não só os estudos
aconteceriam, mas também a prática maior da caridade em seu
atendimento fraterno. Wagner Librelon relata que conheceu seu
padrinho e mentor da Fratelo, Pai Anacleto, em um pequeno quarto
na casa de Mãe Dulce e ele fornecia orientações precisas para o
surgimento da casa. E foi uma série de locações e buscas de lugares.
Vera Lúcia Pereira (Boquê Boquê) relata que estava sempre
presente nestes lugares e que juntamente com Patrícia Librelon,
“mocinha ainda”, começaram a cambonar a Mãe Maria, cantar pontos
e realizar outras tarefas. Após revezarem entre a casa da Mãe Dulce e
“tia Edmar”, o terreiro foi para o lado da casa dela, no bairro Florença,
em Ribeirão das Neves. Este local era em um depósito, no alto do
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 10
Dulcinea Fernandez
Ednah Dutra Villafort
Maria Helena Lobenwein Morais
Divina Pereira
Vera Lúcia Lobenwein Moraes
Vera Lúcia Pereira
Maria Luiza Villafort
Celeste A. Mateus
Patrícia C. Fernandez Librelon
Rita de Cássia
Valdete Pereira das Mercês
Kelly Luciane Lobenwein
Vedra Lobenwein Moraes
Vinícius Lobenwein Moraes
Wagner Milton Librelon
Figura 1 – Duas páginas de anotações da Mãe Dulce no dia de sua feitura em Yalorixá
Capítulo 2
“O verdadeiro filho de pemba demonstra sua fé com o suor do
trambuco”. Mãe Maria
O início
Capítulo 3
“Suncê tá muitos problemas zifio? Que bom! Pelo menos você não
vai ficar sem o que fazer aqui embaixo né.” Vó Menininha
O crescimento
Paralelamente às atribuições de caridade, a Fratelo se
preparava para crescimento de seu corpo mediúnico.
No início, as reuniões não tinham hora para acabar, pois
dependiam das demandas que chegavam na gira. O carro chefe da
Fratelo são os Pretos Velhos. Eles eram os primeiros a serem
desenvolvidos, pois não havia consulta com outras entidades, como
caboclos ou exus, por exemplo. Vinham de acordo com a necessidade.
Vera Pereira em seu relato comentou que nos primeiros anos
não havia tempo para ficar sentado no canto do desenvolvente, ou em
cursos e palestras... Se aprendia Umbanda na pressão, em contato
direto e instantâneo com a entidade! Tudo era dinâmico e necessitava
de muita atenção e dedicação. O calendário era bem diferente dos dias
de hoje. As reuniões fechadas de desenvolvimento e de contra
demandas eram constantes e trabalhosas. Estas reuniões fechadas
geravam após os trabalhos a necessidade de despachos em campos de
força das entidades. A casa não possuía aporte e firmezas para manter
ali os trabalhos. Havia apenas na Fratelo Veneza uma Casa pequenina
de Exu, um pequeno Cruzeiro das almas e as Sete linhas firmadas no
Peji.
Wagner Librelon, e Vinícius Lobenwein contaram que neste
tempo eles tinham um mapa das “encruzas” de Belo Horizonte! Se
precisasse de uma encruza de qualquer tipo estavam todos lá
mapeadas, e acabada a gira 2h da manhã rodavam Belo Horizonte
para despachar os materiais. Vinicius Lobenwein contou que certa vez
sua irmã, Vedra Lobenwein e sua prima Kelly Lobenwein
necessitavam de buscar no campo de forças de Exu energia necessária
para finalizar uma magia. Era tarde da noite, rua deserta, elas
começaram os preparativos, estenderam o pano, colocaram as
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 23
Figura 7 – Foto da Festa a Iansã encenado pelas crianças algumas de suas lendas
Em 1997, toda a Fratelo se uniu para formar uma Mestre em
Reiki. Patrícia Librelon necessitava ir ao Rio de Janeiro realizar as
iniciações nos níveis do Reiki, e assim todos contribuíram pagando
antecipadamente suas iniciações nesta maravilhosa prática terapêutica
permitindo que a Patrícia se fizesse Mestre em Reiki através da
linhagem de Sandra Trópia e Gandhi Trópia. Introduzindo esta
terapia gratuitamente na Fratelo como um suporte energético de
auxílio a espiritualidade.
E com o curso de Reiki e palestras, uma nova estruturação com
níveis e apostilas ajudou bastante, Mateus Miranda relata este
sentimento:
“Mãe Dulce estruturou os cursos de um jeito
muito bom, fez apostilas, antes não tinha assim, era
diferente. Só vejo pontos positivos nisso, ficou mais
interessante, a entrada também, ficou mais emocionante,
marca mais, marca na memória, como ritos de passagem,
você lembra que as pessoas entraram. Os recolhimentos
também, não tinha um procedimento, hoje tem. E os
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 29
Os trabalhos externos
Uma das premissas do Umbandista é visitar o mar, as matas e
a cachoeira pelo menos uma vez e a Fratelo proporciona este encontro
há mais de 16 anos consecutivos.
No berço da Umbanda, na cidade de Niterói, a Fratelo realiza
anualmente uma reunião na praia. Com a energia da virada do ano os
trabalhos são realizados em agradecimento aos orixás e a nossa mãe
Yemanjá. É nesta reunião que levamos todos os pedidos realizados ao
longo do ano ao mar para nossa Mãe Yemanjá.
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 30
Figura 9 – Foto do envio dos barcos ao mar, à esq. Wagner (Odé), Patrícia (Inaê), Vedra
(Marbô), Kelly (Kianda) e Ricardo. Ano de 2000.
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 31
Figura 13 – Foto da macaia pela Fratelo, onde Mãe Dulce reenergiza suas guias
Figura 14 – Foto na cachoeira Mãe Dulce, Daniele (Araô) e D. Vera (Samba Bouquê).
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 34
Capítulo 4
“A caridade deve ser prestada de tal forma, que aquele que a recebe
se sinta fortalecido e aquele que a pratica não tenha obrigação
definitiva.” Pai André
Projeto Camará
Nascendo da necessidade de direcionar as crianças da
comunidade que passavam as tardes e noite na Fratelo, o Projeto
Camará iniciou singelo, em 1998, com pequenas aulas, ministradas
pela Vedra Lobenwein em turma única com o objetivo de instruir as
crianças e mostrar novas perspectivas do ambiente que estavam
inseridas. Patrícia Librelon nos relatou como se formou a ideia inicial
de cuidar das crianças do Veneza:
“Começou com a entrega das cestas, as famílias
passaram a vir à Fratelo para receber as cestas. Então
pensamos em uma campanha do agasalho, já pré-
selecionado, entregando duas peças por pessoa. E as
crianças passaram a vir com as famílias para receberem
roupas, foi então que percebemos que haviam crianças
arredias, muitas abaixo do peso, outras crianças com
semblante sofrido... E assim pensamos em fazer um
trabalho com essas crianças, para proporcionar algumas
horas que possam receber algo de bom, ou cuidar um
pouco melhor do peso, para repassarmos a farinha
enriquecida a elas, ofertar um lanche e ver a saúde bucal
delas.
Assim nasceu esse projeto. Que era bem modesto,
porque tínhamos o salão principal e uma sala somente.
Iniciamos com a Olívia dando aulas de origami, a Suelen
Miranda e uma voluntária, e trabalhávamos com eles o
artesanato. Às vezes aproveitavam-se as datas para
trabalhar valores: dia das mães, dia do amigo, falávamos
sobre amizade, respeito, e aprender a compartilhar;
sempre com dinâmicas, brincadeiras, e começamos a
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 37
Em 03/11/2014, por
meio do processo MJ nº:
08071.024248/2014-48, foi
reconhecido e concedido ao
Instituto Camará o título de
Organização de Sociedade
Civil de Interesse Público
(OSCIP), pelo Ministério da
Justiça.
No dia 26/12/2015,
por meio de lei municipal N°
3728/2015 o Instituto Camará
foi declarado como Utilidade
Pública Municipal de
Ribeirão das Neves.
Capítulo 5
“Não diga que você tem um problema que não possa ser resolvido.
Só ter fé que dias melhores virão” Pai Joaquim (Iara)
desta energia. Portanto, deixamos claro que as energias são uma via de
mão dupla, devemos oferecer a egrégora a energia através de nossas
vontades, trabalho, pensamentos, doação de amor, a caridade e
recursos para que a energia seja forte e devolva do astral a todos que a
alimenta os cuidados e necessidades.
Passaram-se alguns anos e a Fratelo Veneza, que recebia
muitas pessoas de Belo Horizonte, abriu um novo dia de gira, segunda
feira, em Ribeirão das Neves. Com novas pessoas e a dificuldade em
ir na segunda feira para o Veneza, após o trabalho, enfrentando os
perigos da estrada, surgiu então de uma nova tentativa de ir para Belo
Horizonte. Começaram a buscar alguns locais próximo ao bairro
Caiçara, galpões e casas, porém as opções estavam muito onerosas.
Então, Daniele Porto (Araô) comentou a respeito de uma casa
no Padre Eustáquio que não era alugada há muito tempo. Ao chegar
no local, Mãe Dulce viu e já gostou da casa. Desejou alugar uma parte
da casa, porém o dono só alugava as casas em conjunto. Negociaram
e chegaram a um valor que viabilizava o negócio. Mãe Dulce fez um
empréstimo para iniciar a reforma. O mato ultrapassava os dois metros
de alturaO Mateus Miranda (Inlé) fez um relato deste momento da
vinda para Belo Horizonte:
“Mãe Dulce sempre falava que abriria em BH e
chamaria a quisesse nos acompanhar. E a gente pensava
“tem de ir, então vamos, tem de crescer, então vamos”.
Nunca questionei não. Na vinda para BH ajudei muito,
trabalhando aqui mesmo, preparando a estrutura. Todos
os dias até ficar pronto eu trabalhei aqui. Eu estava
desempregado no período e Mãe Dulce me chamou para
trabalhar. Limpeza do lote, ajudar os pedreiros a concretar
o chão, subir colunas, colocar telhado, tudo. Todos os dias
eu estava aqui, chegava cedo e não tinha hora para sair
não. Tudo que pudesse fazer no dia, fazia. Tinha de ficar
pronto em tempo. Tanto a parte de estrutura física, quanto
energética também. Ajudei no que Mãe Dulce precisou,
de erva que precisava ter, trouxe do Veneza para cá, fazer
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 44
Capítulo 6
“Um dia estava muito angustiado, mas não quis compartilhar com
ninguém este sentimento e aos olhos de todos eu mantive uma
postura como se não tivesse nada. Durante a reunião mantive minha
postura como em qualquer outra. Foi quando Pai João me chamou e
disse: “Não se preocupe, que negô estará sempre com xunxe.” Com
a surpresa das palavras não pude conter as lágrimas. ” Marco Flávio
Alves Farnezi, 2010
Depoimentos
Os membros e frequentadores foram convidados a falarem um
pouco sobre a Fratelo e sobre o que a Umbanda representa em suas
vidas. Estas próximas páginas são os sentimentos de todos que
contribuíram para a formação e o crescimento da Fratelo.
ensinado de forma inusitada desde a tabuada, até alta magia. Por tudo
isso ganhou a alcunha de “Tereza Batista cansada de guerra”. Tenho
certeza que tudo isso tornou minha mãe tão forte que a fez erguer e
chefiar duas casas, tão frágil que consegue tocar a alma e entender o
desespero do outro e tão equilibrada que faz tudo isso com uma
naturalidade e simplicidade peculiares. Junto com ela, encontrei na
Umbanda pais, mães, irmãozinhos, vovós e vovôs, tias e tios, amigos
conselheiros e verdadeiros, minha mestra e todo suporte preciso para
chegar até aqui. Bom, agora que esclareci de onde eu vim e quem me
criou quero lançar um olhar sobre uma frase que se tornou um clichê
e comumente é atribuída à Umbanda. Após 40 anos de vivência efetiva
nessa religião, posso afirmar que a Umbanda traz a pessoa amada de
volta, porém não com essa precisão três ou sete dias. A espiritualidade
sempre faz o melhor para seu crescimento, os caboclos com sua
retidão e disciplina trazem a pessoa amada, os pretos velhos com seus
sábios conselhos, seu carinho e imparcialidade trazem a pessoa amada,
os exus apontam a direção para trazer a pessoa amada, as crianças
resgatam a pessoa amada, boiadeiro traz no laço! Baianos no gingado!
A marujada ancora a pessoa amada com você para sempre! E a
malandragem, tem como resistir? Então queridos irmãos, a nossa Mãe
Umbanda com seu acolhimento, seus preceitos, sua ritualística, com a
poderosa atuação dos Orixás, Santos e toda corrente de espíritos
trabalhadores quando atuam em sintonia com a sua vontade e devoção
trazem a pessoa amada de volta, VOCÊ MESMA! Pode levar um
minuto ou alguns anos, pois “devagarinho”, como diz a curimba, você
se equilibra, descobre seus dons, resgata a autoestima trazendo a tona
o melhor de si, e assim entende que Umbanda traz acima de tudo
autoconhecimento e aprende que somente se AMANDO você é
capaz de AMAR o próximo com a propriedade que essa palavra
carrega, compreendendo que qualquer coisa diferente disso perpassa
o sentimento de obsessão e posse.
2016
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 49
Flávio Peçanha
Meu encontro com a Fratelo foi de maneira muito inusitada,
pois estava na casa de um amigo num churrasco e lá chegou uma prima
de sua ex esposa, quem não me recordo do nome, e em uma música
de Ogum que Zeca Pagodinho canta, surgiu o assunto de Umbanda.
E durante este assunto essa amiga me disse que havia um terreiro de
Umbanda no bairro Veneza com o nome de Fratelo, conversamos
sobre a possibilidade dela me apresentar o local e assim fizemos.
No próximo final de semana fomos ao terreiro, quando entrei
já foi notável a total diferença e harmonia que a casa transmitia, com a
recepção das pessoas, com a organização da casa. Quando começou a
reunião com a explicação da Mãe Dulce, meu coração se encheu de
paz e harmonia, quando as entidades começaram a incorporar aí eu
fiquei surpreso, a disciplina dos médiuns foi tão grande que fiquei de
queixo caído. No decorrer da reunião fui atendido pelo Pai João de
Angola, que carinhosamente meu ouviu, me aconselhou e depois
conversamos. Neste dia em diante decidi que ali seria meu lugar de
alguma forma.
As entidades já me ajudaram com todos os meus familiares
minha mãe Elizete, a minha irmã Elizete e meu irmão Douglas e
amigos que tiveram contato com a Fratelo, e mesmo da minha esposa
não sendo umbandista, ela apoia e respeita minha religião, e as
entidades nos ajudaram. Por isso sou muito grato a Sabrina, minha
esposa, por me apoiar nesta jornada que não é fácil.
Mas a ajuda mais grandiosa que eu tive com a minha esposa
foi sua gravidez, desde o momento em que comuniquei com Mãe
Maria tivemos total apoio espiritual da casa. Seremos eternamente
gratos pela gestação que tivemos sem contratempo algum.
Para mim foi e está sendo uma casa onde fui recebido de
braços abertos, com acolhimento inigualável, com simplicidade,
ternura, respeito e dignidade.
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 59
tinha certeza que nunca tinha a visto antes, como podia então eu me
sentir assim, tão próxima dela?
Pensei comigo, vou embora agora desse lugar, eu não tenho
jeito mesmo, nem lembrar das pessoas mais eu estou lembrando...
E aí os atabaques começaram a rufar e não contive minha
emoção com as músicas, os movimentos, o cheiro e a imensa gratidão
que me envolveu apenas por eu estar ali, me permitindo e observando
tanta beleza.
Mas, mesmo assim pensei, na próxima música vou embora! Eu
já estava mesmo desiludida com essa situação toda.
Só que aí a vida me deu mais um leve e lindo tapa de luvas.
Quando eu olho lá pro meio do terreiro, aquela senhora
sorridente estava lá, sentada em sua cadeira, ocupando o lugar de
autoridade máxima no terreiro, com sua vestimenta sagrada. Nessa
hora meu coração pulou. Estava ali, diante dos meus olhos a certeza
de que eu realmente não a conhecia.
Nessa altura do campeonato eu já tinha certeza da minha
loucura, até que fui interrompida para conversar com um preto velho.
Foi lindo, eu até tinha me esquecido de tudo e já estava me sentindo
uma pessoa normal.
Só que aquela senhora, sabe? Que já tinha me traumatizado o
bastante, me chama pelo nome meigamente:
- Ei Misinfia Natália!
E dá um dos sorrisos mais belos que eu já vi e que nunca vou
me esquecer.
Ah, nessa hora eu fui em Aruanda e voltei!
Eu, em minha simples ignorância não percebi, no momento,
que aquela Preta Velha era a Mãe do Terreiro, mais conhecida por
nós como Mãe Maria. E pensei, de início, que era a Mãe Dulce.
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 67
Não sei se foi pior ou não descobrir isso depois. Já estava bom
de susto para o dia, mas fazer o que, né?
Até hoje eu não sei de onde conheço a Mãe Dulce, mas, cá
entre nós, eu nem quero saber mais e, da última vez que conversamos
sobre isso, ela me deu a melhor certeza que eu poderia ter. Ela disse:
- É simples, você é minha filha.
O mistério e a certeza de que o plano espiritual nos
proporciona é, sem sombra de dúvidas, realizador. Aqui meus pés
estão no chão, meu canto se refina e meu coração se resplandece em
busca do desenvolvimento que me leva cada vez mais ao encontro da
paz. Um terreiro de luz, de axé, que cuida e me prepara a viver os mais
lindos sonhos que sempre desejei!”
17/08/15
Quis voltar, mais uma vez, e mais outra vez. Ouvi sobre o
Curso de Neófitos e pensei que era uma oportunidade de eu entender
melhor aquele universo da Umbanda e conhecer algumas entidades
com as quais eu me afinizava tanto. Até aí, ainda achava que o curso e
os trabalhos da casa me deixariam mais estruturada pra continuar o
trabalho onde eu já estava. Mas neste meio tempo, continuava indo
nas reuniões e me aproximei de mim mesma, percebi como o trabalho
mediúnico mal orientado e sem o aporte necessário da outra casa,
estava exaurindo minha energia. Percebi como ali meu coração ficava
quentinho. A ressonância do amor que já se fazia forte dentro de mim
e a segurança que eu precisava para trilhar como umbandista foram
despertadas pela Fratelo.
Decidi, então, mudar de rumo e encarar de vez o
compromisso e a mediunidade, desta vez numa egrégora forte, linda e
segura. A disciplina da religião veio se tornando o suporte para meu
caminhar. Dessa forma e com a gratidão que eu sentia por este
presente em minha vida, passei pela primeira fase do Amasi.
Formalizei diante do Peji meu compromisso, dei as mãos a mim
mesma, me permitindo uma conexão maior para ajustar minhas falhas
e dificuldades, para pagar alguns carmas, para me tornar mais um
tijolinho desta construção conjunta pela expansão do templo
umbandista frateliano, me abrindo para crescer e desenvolver num
mundo novo dentro da perspectiva de uma religião que nunca
imaginei que seria a minha.
Me entreguei para as bênçãos da espiritualidade maior, para
possibilitar a ampliação das ferramentas de cura, para a medicina
natural dos Orixás, para que pudesse desenvolver a mediunidade de
forma mais equilibrada e assistida, expandindo o amor.
Para minha surpresa, as entidades foram se aproximando mais,
a sensibilidade foi se tornando mais compreendida. E em março de
2015 me disseram “você não vai cambonar hoje e nem vai pro Reiki,
vai sentar no toco e ...” E eu já não ouvia mais nada, morrendo de
medo daquela responsabilidade, só ouvia meu coração disparado. Mas
aí, ouvi bem pertinho de mim a voz do Pai Joaquim dizendo “Calma
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 69
dia, um bom cidadão. Muita gratidão por poder doar e receber o amor
dessas crianças, plantando sementes de esperança no coração de cada
uma.
Para finalizar, digo duas palavras para resumir minha relação
com a Fratelo, meus irmãos, as entidades, Orixás e minha Mãe de
Santo: Gratidão e Amor.
13/03/16
você acha que o pai nosso que estas no céu teve tempo de ouvir sua
oração?”.
Apenas com esta pergunta eu refleti e ela pegou minhas mãos
e disse que era para nós orarmos juntas com fé, com calma... E assim,
a partir daquele dia, as minhas orações ao Pai Nosso nunca mais foram
iguais. Eu sinto que toda vez que falo com ele, sou realmente ouvida.
Ela me ensinou a orar de verdade. Gratidão, Vó Menininha.
2010
estava em nossa frente, a nossa luta desde o início foi e é muito grande
até hoje, apesar de tudo sempre executamos trabalhos lindos e a Mãe
Dulce sempre soube coordenar o nosso crescimento tanto pessoal
quanto espiritual através de seus ensinamentos e muitos donos de
terreiros vinham em busca de aprendizado e assim iam divulgando e
indicando outras pessoas para nosso terreiro.
Posso afirmar que não tivemos tempo e nem a chance dos que
estão chegando agora, pois tempo para estudar, fazer curso, sentar no
canto M.D. (médium desenvolvente), desenvolver com calma, não
passamos por isso, conosco foi o contrário tivemos que aprender tudo
muito rápido, com muita “pressão”, mas para mim foi e é muito bom.
Me fez amadurecer mais rápido e não tenho tempo para melindres,
nem quimeras como disse nosso mentor.
Hoje todos os que entram podem escolher o que querem, o
que gostam de fazer. Isso é bom. Sinal que a casa cresceu e não temos
que carregar o peso todo. Assim a Mãe Dulce pode pelo menos dividir
com mais pessoas algumas tarefas.
Com isso, contamos com pessoas novas para o maior
desenvolvimento de nossa casa. Meu envolvimento com a casa foi na
minha iniciação e hoje sou graduada.
23/08/15
Viviane Leal
Tive o prazer e a oportunidade grandiosa de conhecer a
FRATELO em julho de 2013, por indicação de uma amiga que já
conhecia a casa e me incentivou a ir . E então procurei na internet o
endereço, telefone, liguei, procurei saber que dia acontecia as
reuniões.
Na época que fui as reuniões aconteciam as quartas feiras. Sai
do trabalho naquele dia determinada a ir. A ansiedade me tomava
conta, receio, duvidas também. Eis que então eu chego na porta na
casa. Um lugar calmo, harmonioso, discreto. Cheguei mais cedo que
o horário de início da reunião. E logo na entrada fui muito bem
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 75
Testemunhos de consulentes
Sr. Edgardo.
Meu nome é Edgardo, sou médico aposentado, formei pela
UFMG, sempre tive uma boa saúde, venho de uma família de poucos
recursos, atualmente somos 8 irmãos. Meus pais já falecidos (minha
mãe há 18 anos e meu pai há 3 anos). Do meu primeiro casamento
tenho dois filhos fantásticos e amorosos, do segundo casamento tenho
um filho de 6 anos, é um anjo que me acompanha no caminho da
existência.
Há mais ou menos 10 anos comecei a manifestar um tremor
discreto nas extremidades do lado esquerdo do corpo, evoluindo com
agravamento progressivo, apesar dos medicamentos em uso contínuo,
com acompanhamento especializado, o quadro clínico tendia a se
agravar. Passei a usar outros medicamentos sem obter alívio
satisfatório, algum bem-estar era evidente, mas o tremor não reduzia,
pelo contrário durante as crises ficava incapacitado na força muscular,
equilíbrio e coordenação motora. Com o propósito de encontrar
meios auxiliares de apoio, desde o início passei a fazer o tratamento
medicamentoso somado a fisioterapia, massagens, acupuntura e
homeopatia... os especialistas foram unânimes: “Não existe cura”, no
máximo algum controle. Sem suspender a medicação passei a dar mais
atenção ao lado espiritual/emocional, que me auxiliei com
profissionais da mente... com pouco alívio, apesar da descrença e falta
de fé na minha recuperação, a convite de uma pessoa amiga passei a
frequentar reuniões de cunho espiritualista umbandista e passei a
notar que com rituais que eu não compreendia passei a me sentir
melhor. Hoje posso dizer que antes eu estava nas mãos da doença e
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 77
hoje a doença está nas minhas mãos. Apesar de inexistir cura, estou
bem melhor.
10/12/2015.
Gersi Diniz
No último dia de ritual de cura de São Cosme e Damião eu
pedi para o meu irmão que tinha tido um AVC. Ele ficou em coma,
fez cirurgia na cabeça e estava totalmente desenganado pelos médicos.
Teve que fazer uma nova cirurgia e teve 3 paradas cardíacas.
Conversando com ela após a cirurgia, ele narra o que viu durante a
mesma. Ele disse que os médicos Cosme e Damião fizeram a cirurgia
dele e disseram que ele vai ficar bem. Ele fala de vários médicos e cita
nomes que não existem no hospital!
Agradeço ao trabalho de fé, de amor realizado pela Fratelo!
Obrigada a esses trabalhadores de Jesus tão incansáveis no trabalho do
bem!
20/10/15
Márcia
Por que venho à Fratelo?
Por que saio da minha casa mesmo com chuva, deixo outros
compromissos e venho encontrar Pai Benedito de Ganga? Já busquei
em muitos lugares o colo que necessito e de que todos necessitam.
Aqui, reencontrei luz brilhando na face da Mãe Maria; o calor
percorrendo meu corpo ao agradecer o atendimento... Pai Benedito
canta enquanto atende... me recebe sorrindo e faz o que não só eu
mas todos precisamos. Coloca à minha frente um espelho que reflete
quem sou naquele momento. Minha grandeza é pequena e fica ali
escancarada. Tudo o que me recuso a enxergar me é mostrado com
carinho e amor. É esta a sabedoria dos Pretos-Velhos, fazer refletir
nossos erros e acertos e nos mostrar que está em nós a saúde, a paz e
a prosperidade...
Nos indica um banho, para ficar mais leve, uma limpeza para
melhorar o ambiente, um chá para aquecer a nossa alma e lembrarmos
que fazemos parte da natureza. Tudo está como deve estar!
Que Deus abençoe a casa Fratelo! Que Deus abençoe os
Pretos-Velhos! Gratidão!
17/12/2015.
Capítulo 7
Causos e estórias
Abrimos o capítulo de contos e casos que os membros não se
esquecem!
Vedra Lobenwein
A primeira vez a gente nunca esquece
Fui escalada, junto com a Kianda, que na época ainda
era somente Kelly, minha prima, irmã, amiga e companheira de
muitas aventuras, a fazer um despacho para a pomba gira numa
encruza fêmea. “Ah! Fácil! Perto de casa tem! “
Chegamos na encruzilhada, olhamos prum lado, pro
outro... Perfeito! Não tem ninguém... e começamos a arrear.
Colocamos forrinho, flor, champanhe e tal, fomos arreando. Então
quando íamos acender a vela... eis que surgiu em cima do muro o vigia
do lote que falou: “Duas meninas tão bonitas... fazendo isso?”
Coração disparado... E agora? O que fazer? Colocar a viola no saco,
ou melhor, o despacho na sacola, e ir embora? Ele pediu para tirarmos
aquilo de lá e eu já ia começar a bater boca com ele dizendo que a
calçada não era dele, que ele não tinha nada com isso e... já estava
pronta pra falar poucas e boas. Mas a Kelly, que virou Kianda não por
acaso (rsrs), disse a ele: “Tudo bem! A gente tira, mas a
responsabilidade do que acontecer é sua!” E começamos a tirar tudo.
O vigia pensou bem e com cara de assustado recuou e gaguejando
falou que “não, não era para tirar de lá que podíamos deixar lá”. Mas
retiramos tudo e fomos para a outra esquina e, dessa vez, fizemos o
despacho direitinho com direito a vela, farofa e tudo mais.
Passada a tensão do primeiro despacho.... kkkkk rimos
bastante de mais uma aventura juntas.
No outro dia, ao contarmos para a Mãe Dulce que o vigia
atrapalhou, que tivemos que arrumar outra encruzilhada e tal... ela nos
disse que onde iríamos fazer, na verdade não era encruzilhada fêmea,
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 82
Patrícia Librelon
Caso do senhor: Uma triste, mas emocionante história de devoção
Esse caso é sobre um senhor, não lembro o nome, se não me
engano era Luís, esse senhor tinha graves problemas com bebidas, não
tinha muito cuidado com a saúde, mas era muito querido no bairro,
um cara legal, que era conhecido. Ele começou a frequentar a Fratelo,
chegava tonto as vezes, mas gostava de estar lá, ouvia as entidades,
passou a ser frequente mesmo.
Mas teve um dia, que não tivemos reunião, era algum recesso
e avisávamos sempre numa reunião anterior, mas acho que ele não
sabia ou esqueceu. Nesse dia ele passou mal, pediu socorro e várias
pessoas tentaram ajudar e ele começou a falar “vou morrer, vou
morrer”, nesse instante pediu um amigo que o colocasse num carrinho
de pedreiro e o levasse a Fratelo...
Em vez de pedir que o levasse a um hospital, ele pediu que o
levassem a Fratelo. E como não levar, o amigo fez a vontade dele, o
colocou no carrinho e foram pra Fratelo.
Mas nesse dia não tinha ninguém lá, quando chegaram na
porta ele morreu. Ele falou que era devoto de São Jorge e que foi
morrer nos braços de Jorge!
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 83
Patrícia Librelon
Outro caso: Um Maleme para Omulu
Estávamos no começo ainda, aprendendo, todos novos, não
sabíamos como sincretizar ao certo os Orixás, existiam muitas dúvidas,
várias análises de datas para que não houvessem incompatibilidades
nelas.
Por exemplo, Oxum sincretiza com várias Nossas Senhoras,
com Nossa Senhora do Carmo, mas também com Nossa Senhora da
Conceição, ai a gente via a melhor data em função de não ter muita
festa naquele mês, ou em função de ser o melhor sincretismo e Oxum
não tem jeito, Conceição é Concepção, de conceber, então não tem
outra melhor data, é dia 8 de dezembro.
Mas acontece que com Omulu e Obaluaê nós não dividimos,
para não fazer festa separada e parecida, mas o Orixá não tem essa
preocupação. Estávamos fazendo uma reunião normal e ao cantar
uma música de Omulu, sentimos algo diferente, uma vibração muito
forte, uma sensação horrível, aí mudamos de música, mas
continuamos cantando, nesse momento Mãe Maria falou “Minha filha
do céu, Omolu quis vir aqui e ser homenageado e vocês não
trouxeram nada para ele, vocês não atenderam ele”. E falei “Pelo amor
de Deus minha Mãe, não fala uma coisa dessas”. E Mãe Maria: “Não
minha filha, não pode fazer uma coisa dessas”. E a gente não podia
imaginar. Aí foi aquele desespero, meu Deus, tinha que ser justo
Omolu, Nossa Senhora!
Foi um desespero geral, não ficamos nada tranquilos, ainda
mais sabendo da mítica dele umas histórias dessas. E a Mãe falava “Eu
não sei o que vai ser desse terreiro”. E falei “Pode deixar, nós vamos
fazer alguma coisa”. Aí vai todo mundo da corrente para o cemitério,
à noite, fazer oferenda, tudo bonitinho para Omolu. Todos os
principais membros da corrente no Cemitério da Paz, no Cruzeiro,
batendo cabeça, no pé do Cruzeiro pra Omolu, pedindo maleme, para
perdoar a gente.
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 84
Wagner Librelon
Uma lição de Pai Anacleto
Um caso de antes da Fratelo, lá no Florença, ainda na casa da
Samba: era um quartinho pequeno e numa dessas reuniões o Pai José
veio dando diretrizes, falando, sempre austero, sério, fechado. Ele foi
falando, falando e ele testa a gente o tempo todo. E eu tenho um
reflexo muito bom, sempre tive.... Neste dia, ele estava falando de
estrutura, não me lembro bem, falando também da Kelly
desenvolvendo igual um pião, era difícil de controlar, era perigoso.
Mas aí falando de disciplina e em determinado momento, ele lançou
a bengala em cima da minha cara e na maior velocidade e eu peguei a
bengala no ar! E ele disse “Muito bom, eu quero que tenham essa
dinâmica, percebam o que está acontecendo ao redor...” então ele
provava as coisas de um jeito complicado, imagina se eu não pego a
bengala?? (risos)
Fraternidade Espiritualista Luz de Oxalá - Fratelo – 22 anos 85
Capítulo 8
“Filha, todo problema da vida passa, tudo é resolvido. Tenha muita
fé que tudo vai dar certo” Pai Pedro
Álbum de fotos
Figura 25 – Kelly e Vinícius Lobenwein entram com São Jorge na inauguração da Fratelo
Figura 35 – Batizado na cachoeira da Kelly (Kianda) com sua madrinha Daniele (Araô).