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AULA 04
SUMÁRIO PÁGINA
Questão 01 02
Questão 02 05
Questão 03 08
Por isso, bastante atenção ao final da aula, pois esses são temas que o
próprio aluno irá pesquisar em seus materiais e deve fazer uma revisão
aprofundada, o que irá garantir um aprendizado bastante efetivo nessa
reta final.
Questão 01
As imposições constitucionais, limitadoras da competência tributária
dos entes políticos, são de observância obrigatória, ressalvadas as
exceções previstas na própria Carta Magna. No entanto, não se
revestem sempre da mesma natureza. Algumas limitações constituem
princípios constitucionais, outras figuram como imunidades.
As imunidades impedem o exercício da competência tributária do ente
político sobre determinadas situações, pessoas ou bens. Significa que,
embora competente para instituir o tributo, o ente não o poderá fazer
sobre as pessoas, bens ou situações abrangidos pela imunidade.
A partir dessa informação, elabore um texto dissertativo sobre a
recente imunidade inserida pela Emenda Constitucional nº 75/2013,
explicando o seu alcance e as condições necessárias.
Desenvolvimento: 20 a 40 linhas
Comentários à questão
Outra questão que já direciona o aluno para o que deve ser respondido,
mas que não chega a listar item a item. Ela traz de forma genérica que
o candidato aborde “o alcance e as condições” da imunidade. Isso
aponta para vários aspectos implícitos nesses conceitos.
Por isso, anunciados desse tipo exigem uma atenção especial, para que
nada deixe de ser respondido.
O aluno deve ser objetivo na respostas, porém completo.
Logo, o aluno teria que abordar:
- citar a imunidade “musical”, inserida na CF pela EC 75
- Explicar que se trata de imunidade objetiva e atinge os impostos da
União, Estados, DF e Municípios
- explicar que estão abrangidos os produtos produzidos no Brasil
- explicar que nos fonogramas ou videofonogramas deve ter a
participação de artista brasileiro
- explicar que a imunidade abrange o produto final, incluindo todos os
suportes necessários e os arquivos digitais
- explicar que a imunidade não abrange a etapa de fabricação das
mídias, antes da gravação
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A Emenda Constitucional nº 75/2013 introduziu no texto
constitucional a vedação à União, Estados, Distrito Federal e Municípios
quanto a instituição de impostos sobre fonogramas e videofonogramas
que contenham obras musicais ou literomusicais.
Trata-se, portanto, de imunidade objetiva, impedindo todos os
entes tributantes de instituírem impostos sobre os referidos produtos.
Há que se observar, porém, que a imunidade apresenta condições para
a fruição do benefício.
A primeira imposição é de que os produtos devem ser fabricados
no Brasil. Em seguida, é exigido que as obras musicais ou literomusicais
tenham a participação de artistas brasileiros, seja como compositores,
seja como intérpretes. Logo, não há que se falar em imunidade quando
não houver qualquer participação de artista brasileiro.
Deve-se observar, ainda, que a imunidade abrange o produto
final, com todos os suportes necessários. Assim, CDs, DVDs ou outras
mídias, cujo conteúdo seja obra musical ou literomusical com
participação de artista brasileiro, estariam abrangidos, inclusive as
capas, encartes, box e todo o produto final. A imunidade atinge ainda
os arquivos digitais, o que demonstra a atenção do constituinte
derivado com a evolução da tecnologia e as diversas formas de
apresentação do produto musical.
Por fim, vale notar que a imunidade não atinge a etapa de
produção das mídias. Apenas haverá imunidade quando estas forem
utilizadas na gravação das obras musicais ou literomusicais.
Questão 02
Após instauração de procedimento fiscal em face de determinado
contribuinte, foi lavrado auto de infração em 20/01/2014 no montante
de R$150.000,00, cuja ciência ocorreu em 27/01/2014. Expirado o
prazo para pagamento, não houve qualquer manifestação do
contribuinte e o valor não foi recolhido. Após tentativas de cobrança
administrativa sem êxito, o débito foi inscrito em dívida ativa em
10/03/2014 e em 31/03/2014 foi ajuizada a ação de execução fiscal.
O contribuinte sabendo da intenção da Fazenda Pública em iniciar a
execução, resolveu se antecipar e vendeu um dos seus dois imóveis,
um apartamento de 75m² por R$320.000,00, ficando apenas com uma
sala comercial no valor de R$80.000,00.
Analise essa situação à luz do Código Tributário Nacional, explicando os
efeitos legais da ação do contribuinte.
Desenvolvimento: 20 a 40 linhas
Comentários à questão
Nesse tipo de questão, o candidato deve ter atenção redobrada, pois o
enunciado não traz os itens que devem ser abordados, o que requer
uma análise completa da situação para que seja possível identificar
tudo o que se deve abordar.
Assim, é fundamental o domínio do conteúdo a ser abordado.
Por outro lado, por se tratar de um caso prático, a questão não requer
uma redação com muitas formalidades, bastando ao candidato
responder com sua análise à situação-problema. A atenção nesse caso
se volta para o uso do idioma, para não perder pontos valiosos.
Façamos nossa revisão sobre o tema.
Esta é uma importante disposição do CTN: a presunção de fraude na
alienação, prevista no art. 185, segundo o qual presume-se fraudulenta
a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.
Essa regra do CTN impede uma situação que poderia inviabilizar a
execução. Iniciada a execução fiscal, poderia o contribuinte se desfazer
dos seus bens, procedendo à alienação, no intuito de não tê-los
penhorados para quitação da dívida. Para evitar esta situação e atribuir
ao crédito maior garantia, presume-se fraudulenta esta alienação de
bens do sujeito passivo desde a inscrição em dívida ativa.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
O Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que presume-se
fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Sendo assim, na situação apresentada, apesar de ter alienado
seu imóvel antes do início da execução fiscal, a ação do contribuinte
ocorreu após a inscrição do débito em dívida ativa, o que remete à
presunção de fraude prevista no CTN.
Nos termos do CTN, o marco inicial para a aplicação da presunção
de fraude é a inscrição do débito em dívida ativa e não o início da
execução fiscal.
Por outro lado, o Código afasta essa presunção caso o sujeito
passivo mantenha em seu patrimônio bens cujo valor seja suficiente
para quitar o débito. Ocorre que esse não foi o caso da situação
apresentada.
O valor da dívida totalizou R$150.000,00 e, ao se alienar seu
imóvel de maior valor, o único bem que restou ao contribuinte
apresenta um valor de R$80.000,00, o que não é suficiente para quitar
o débito.
Sendo assim, há que se considerar a regar geral prevista no CTN,
presumindo a fraude na alienação do bem.
Questão 03
Estabelece o Código Tributário Nacional que obrigação tributária pode
ser principal ou acessória. Nesse sentido, discorra sobre essas
obrigações, explicando:
- os objetos
- os fatos geradores
- o surgimento de obrigação principal a partir da acessória
- os veículos normativos hábeis para instituição previstos no CTN e a
controvérsia doutrinária e jurisprudencial que envolve o tema
Desenvolvimento: 20 a 40 linhas
Comentários à questão
Mais uma questão bastante direta e que relaciona todos os tópicos a
serem abordados.
Ressaltamos a importância de abordar todos os temas na sequência
definida no enunciado, a fim de garantir os pontos de forma mais fácil
e rápida.
A questão exige conhecimento dos artigos 113 a 115 do Código
Tributário Nacional, além da possível mudança de entendimento do STJ
quanto à instituição de obrigações acessórias por atos infralegais.
Vejamos os detalhes que envolvem o tema.
Em seu art. 114, o CTN define que o fato gerador da obrigação principal
é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência. Já o art. 115 define que o fato gerador da obrigação
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal. Logo, tanto a obrigação principal como a acessória surgem
em decorrência do fato gerador.
No § 3º, do art. 113, o CTN dispõe que a obrigação acessória, pelo
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária. Significa que, uma vez
compelido a cumprir uma obrigação acessória, se o contribuinte não o
fizer, estará sujeito à multa, que representa uma obrigação principal.
Assim, o descumprimento de obrigação acessória acarreta uma
obrigação principal, no que diz respeito à penalidade pecuniária.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
Com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária.
O Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que essa obrigação
poderá ser principal ou acessória.
Nos termos do CTN, a obrigação principal tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente. Já a obrigação acessória
tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei
como necessária e suficiente à sua ocorrência. Por sua vez, o fato
gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal.
Cumpre observar que a obrigação acessória, pelo simples fato da
sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária. Isso significa que uma vez compelido a cumprir
uma obrigação acessória, se o contribuinte não o fizer, estará sujeito à
multa, que representa uma obrigação principal. Assim, o
descumprimento de obrigação acessória acarreta uma obrigação
principal, no que diz respeito à penalidade pecuniária.
Grande controvérsia doutrina surge quanto ao veículo normativo
hábil para a instituição das obrigações acessórias. No que diz respeito
à obrigação principal o assunto é pacífico, eis que o próprio CTN exige
a previsão em lei. A discussão surge quando o CTN prevê que a
obrigação acessória decorre da legislação tributária, o que compreende
atos infralegais.
Uma parcela da doutrina critica essa previsão do CTN, uma vez
que, nos termos da Constituição Federal, ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Defendem esses
doutrinadores que os atos infralegais apenas poderiam regular a
obrigação já prevista em lei. Sem tal previsão haveria ilegalidade na
instituição da obrigação acessória diretamente pelo ato infralegal.
Não obstante as críticas doutrinárias, o STJ tem se posicionado
reiteradamente pela confirmação do disposto no CTN, permitindo a
instituição de obrigações acessórias por meio de decreto, por exemplo.
Apesar disso, a própria Corte já se posicionou diferente em decisões
isoladas, o que pode indicar uma possível mudança de entendimento.
Considerações finais
Por isso, apresento a seguir alguns pontos que julgo importantes para
uma revisão mais detalhada. Sugiro, então, que vocês analisem com
bastante atenção os assuntos abaixo, pois assim como os que aqui
foram comentados, são temas quentes para a prova.
Por fim, amigos, gostaria de apresentar algumas dicas para uma boa
prova discursiva.
1 – PREPARAÇÃO
Meus amigos, não adianta nada saber tudo da matéria se você não
consegue expressar suas ideias nas folhas da prova.
Não estou afirmando aqui que não possa ser cobrado um tema mais
específico da matéria. Mas a probabilidade de cair algo genérico é muito
maior.
Sendo assim, recomendo que você esteja afiado nos aspectos mais
gerais que envolvem as matérias e filtre aqueles temas mais específicos
que têm maior repercussão.
- sua letra
- tempo de prova
Por isso, meu amigo, escrever em casa lhe prepara para todos esses
pontos, de forma que reduzirá ao máximo os imprevistos.
Sempre que você concluir uma redação, peça para alguém ler. Pergunte
o que achou, que nota daria. Não precisa ser um concurseiro. Basta
que avalie a forma. Isso ajuda a encontrar erros que nós mesmos não
percebemos.
5º PONTO: Auto-avaliação
Sempre que concluir sua redação, leia com calma e faça uma auto-
avaliação, mas não de imediato. Eu sempre pensava assim: “se isso
fosse uma matéria de jornal ou um artigo numa revista, eu aprovaria o
texto ou faria críticas?”.
Então, faça suas próprias críticas. Mas não o faça logo após concluir a
redação. Leia no dia seguinte, ficará um pouco mais imparcial.
2 – NA HORA DA PROVA
Para isso é preciso estar afiado na matéria, saber que ponto da matéria
está sendo cobrado e que conhecimentos irá utilizar do seu arsenal.
Ora, você sabe muita coisa sobre a matéria e se for escrever tudo, as
linhas não serão suficientes.
Fiquei revoltado com aquela nota. Pensei: “esse é o assunto que mais
sei de Direito Administrativo, como pode o cara me dar uma nota
dessa?”. Ai fui ler com calma e vi que realmente eu não respondi o que
a questão pedia.
Não basta saber demais. Na discursiva tem que saber o que responder.
Você terá que filtrar do seu enorme conhecimento aquilo que deverá
ser usado na questão.
Não quero dizer com isso que na sua prova discursiva você só vai
ganhar ponto se citar as “palavras chaves” que muitos costumam
defender. Claro que há determinadas questões que exigem o uso de
alguns termos específicos, sem os quais ficaria sem sentido.
Porém, o que quero defender aqui é que você saiba identificar o que é
“gaivota” na questão, ou seja, aquilo que o examinador vai buscar para
pontuar.
dele.
Diante disso, cada item que a questão citou é “gaivota”, é ponto certo,
meu amigo. O examinador vai corrigir sua prova procurando aqueles
itens. Se você seguir a proposta da questão, será mais fácil para o
examinador achar suas respostas e os pontos virão mais rapidamente,
evitando busca-los mediante recursos.
Por exemplo, na minha prova caiu uma questão que pedia para
relacionar o motivo do ato administrativo aos conceitos jurídicos
indeterminados. Ganharia o ponto quem falasse que essa
indeterminação abriria certa margem de discricionariedade.
Comentando com os colegas no final da prova percebi que houve uma
dificuldade em identificar o que a questão queria.
Meus amigos, são muitos detalhes que fazem uma prova discursiva.
Não dá para tratar de todos aqui. O texto já está muito grande.