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Direito Tributário para o ISS/Saivador

Estratégia
C O N C U R S O S W
Analista Fazendário - Teoria e exercícios comentados
Prof. Aluisio Neto - Aula 00

AULA 00: Aula Demonstrativa

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação Inicial 01
Conteúdo do Curso 03
Cronograma do Curso e Informações Adicionais 04
Informações sobre o concurso e os cargos 10
Competência Tributária 13
Definição 13
Características 17
Competência Legislativa 32
Classificação da Competência tributária 53
Bitributação e Bis in idem 71
Competência exclusiva do presidente da república em 75
matéria tributária
Questões Propostas 78
Outras Questões 122
Gabarito 130
Bibliografia 131

Olá, amigo concurseiro e futuro servidor da SEFAZ de Salvador!

Como todos já sabem, foi lançado recentemente o edital para a realização do


concurso para o cargo de Analista Fazendário da Secretaria da Fazenda do
Município de Salvador/BA. Serão oferecidas inicialmente 46 vagas, sendo 44
para a área 01 (Administração Tributária) e 02 para a área 02 (Imobiliária).
Esse é mais um grande e ótimo concurso do ano de 2014, e tenho certeza
que você vai querer agarrar essa chance.

E é com muito prazer e satisfação que ministro mais este curso on-line no
site Estratégia, voltado para o concurso para o cargo de Analista
Fazendário da Secretaria da Fazenda do Município de Salvador/BA,
cargo que exige curso superior completo em Administração, Economia,
Ciências Contábeis, Direito, Informática, Análise de Sistemas, Processamento
de Dados, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Arquitetura,

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Engenharia, Estatística ou Matemática, com registro no Conselho Regional


quando exigido em Legislação Federal.

O curso visa trazer até você o conhecimento necessário para fazer uma boa
prova quanto à disciplina Direito Tributário, que engloba um conteúdo
bastante extenso e de extrema importância para a sua prova e,
principalmente, para a sua aprovação. Vamos detonar geral as questões que
vierem. Sem pena da banca! Vamos para cima da FUNCAB!

Como veremos logo adiante, o conteúdo, além de grande, trata de assuntos


os mais variados possíveis: desde a competência tributária, que veremos na
aula de hoje e que todo candidato ao cargo de fiscal já está acostumado, até
temas como a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Além disso, nossa matéria será cobrada também na prova discursiva. A


Prova Discursiva para o cargo de Analista Fazendário na área de
qualificação Administração Tributária será composta de uma questão
discursiva relacionada ao conteúdo programático da disciplina Direito
Tributário. Nossa matéria, assim, terá peso dobrado nesse concurso!!
Essa matéria, contudo, não será cobrada na discursiva para o cargo da área
02 (Imobiliária).

Assim, começar "pra valer" os estudos, ou aprofundar o que já foi estudado, é


de fundamental importância para lograr êxito em um concurso dessa área,
ainda mais tão difícil, concorrido e disputado quanto o de Analista Fazendário
da Secretaria da Fazenda do Município de Salvador/BA. Gente de todo canto
do Brasil irá invadir Salvador atrás da sua tão sonhada vaga!

Certamente a concorrência será da melhor qualidade possível. E você, amigo


concurseiro, tem que estar preparado para enfrentar um certame que exigirá
bastante conhecimento, e de disciplinas as mais variadas possíveis.

Vamos ao conteúdo do nosso curso. Em frente!

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Conteúdo do curso

O conteúdo a ser visto no nosso curso será o expressamente previsto no


edital regulador do concurso, e conterá os seguintes temas:

1. Competência Tributária
2. Tributos. Conceito e Classificação. Impostos. Taxas. Contribuição de
Melhoria
3. Princípios Tributários
4. Imunidades Tributárias
5. Legislação Tributária. Vigência. Aplicação. Interpretação e Integração.
6. Relação Jurídica Tributária: Elementos Estruturais: Obrigação
Tributária. Fato Gerador. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade.
Capacidade Tributária. Domicílio Tributário.
7. Responsabilidade Tributária: Conceito. Responsabilidade dos
Sucessores, de Terceiros e por Infrações
8. Crédito Tributário. Constituição / Suspensão e Exclusão do crédito
tributário
9. Extinção do Crédito tributário / Repartição das Receitas Tributárias
10. Garantias e Privilégios / Administração Tributária. Fiscalização. Dívida
Ativa. Certidões Negativas
Impostos de Competência da União / Impostos de Competência dos
Estados / Impostos de Competência dos Municípios

O conteúdo acima está presente no cronograma de ambas as áreas.


Logo, nosso curso será voltado para as duas áreas (área 01 e área
02) do cargo de Analista Fazendário, indistintamente , ok?

No próximo item, veremos o nosso cronograma de aulas e algumas outras


informações! Vamos em frente!

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Cronograma do Curso e Informações Adicionais

Feitas as apresentações iniciais, vamos ao que interessa: como será o nosso


curso on-line, carga horária, assuntos a serem abordados, entre outros.
Como veremos logo adiante, o conteúdo a ser apresentado no curso, além
de extenso, trata de assuntos variados: competência tributária, impostos de
competência dos entes políticos, domicílio tributário, entre outros.

Diante do grande conteúdo a ser estudado, é indispensável a


objetividade no trato da matéria a ser estudada. E a isso é o que se
propõe o curso. Espero trazer a matéria direito tributário da forma mais
objetiva e clara possível, na esperança de poder ajudá-lo na sua preparação
para esse certame, que é bastante atrativo, tanto em termos profissionais
quanto em termos remuneratórios. Sempre que possível, utilizaremos
gráficos, figuras e outros recursos didáticos para o melhor aprendizado e
memorização da matéria proposta na aula.

Além disso, complementares o texto da aula com várias decisões


jurisprudenciais adotadas pelos tribunais superiores do nosso país (STF e
STJ), complementando o conteúdo e o aprendizado com temas que podem
vir a ser cobrados em prova. Cada vez mais as decisões dos tribunais
superiores são cobradas em prova. E você não pode deixar escapar nada,
ou então a FUNCAB pode surpreender você, tenha certeza disso.

Teremos ainda muitas questões comentadas e propostas relativas ao tema,


cobradas pela FUNCAB, principalmente, e por outras bancas, para
complementação do aprendizado sempre que necessário.
Nosso curso será organizado em onze aulas, já contando essa aula
demonstrativa, divididas da seguinte forma:

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Aula 00 Competência Tributária -

Tributos. Conceito e Classificação. Impostos.


Aula 01 28/09/2014
Taxas. Contribuição de Melhoria

Aula 02 Princípios Tributários 03/10/2014

Aula 03 Imunidades Tributárias 08/10/2014

Legislação Tributária. Vigência. Aplicação.


Aula 04 13/10/2014
Interpretação e Integração.

Relação Jurídica Tributária: Elementos


Estruturais: Obrigação Tributária. Fato
Aula 05 Gerador. Sujeição Ativa e Passiva. 18/10/2014
Solidariedade. Capacidade Tributária.
Domicílio Tributário.

Responsabilidade Tributária: Conceito.


Aula 06 Responsabilidade dos Sucessores, de 23/10/2014
Terceiros e por Infrações

Crédito Tributário. Constituição / Suspensão e


Aula 07 28/10/2014
Exclusão do crédito tributário

Extinção do Crédito tributário / Repartição


Aula 08 1°/11/2014
das Receitas Tributárias

Garantias e Privilégios / Administração


Aula 09 Tributária. Fiscalização. Dívida Ativa. 05/11/2014
Certidões Negativas

Impostos de Competência da União /


Aula 10 Impostos de Competência dos Estados / 10/11/2014
Impostos de Competência dos Municípios

Cada aula será disponibilizada no site conforme cronograma acima. Cada


aula será composta pelo conteúdo proposto acima e por uma lista de
questões acompanhada do respectivo gabarito, que auxiliarão na
memorização e fixação dos pontos mais importantes e que devem ser

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levados para a prova. Para tanto, trarei questões de provas de concursos


anteriores.

Nosso curso contará com uma série de questões comentadas ao final, para
que você possa ver onde errou em cada situação apresentada pela banca.
Porém, quero fazer um pequeno comentário.

Nossa banca, infelizmente, não é muito comum em provas que exigiram a


disciplina do nosso curso, de modo que as questões elaboradas pela
FUNCAB sobre direito tributário são bastante escassas. Assim, colocarei
todas as questões FUNCAB que encontrar e as comentarei devidamente.
Mas, para aumentar nosso aprendizado da matéria, irei adotar a banca FCC
como "fornecedora" de questões de concursos passados, tendo em vista,
repito, a escassez de questões da FUNCAB sobre essa matéria, ok? Entendo
que a FCC seia a banca mais apropriada ao estilo FUNCAB, e com essa
parecida. Admito que as questões FCC sejam um pouco mais elaboradas do
que as da FUNCAB. Mas, ainda que por pouco, pecaremos por excesso.

Tentei elaborar as aulas abordando os assuntos da forma mais simples


possível. Evitei ao máximo utilizar rigores e termos técnicos desnecessários,
contudo, sem deixar de abordar os temas relevantes e principais para a
prova. Entretanto, essa abordagem exige, de algum modo, o uso de alguns
termos e expressões tributárias, para não deixar as aulas por demais
superficiais. Espero cumprir o objetivo e receber as críticas construtivas ao
final, acompanhado de um perdãw, se possível, já que, como todo bom
humano, também falho. ©

Ao final das nossas próximas dez aulas, espero prepará-lo para fazer uma
boa prova de direito tributário, abordando os temas e assuntos mais
importantes e que estarão presentes na sua prova. Fico na esperança de
poder contribuir com o pouco do meu conhecimento para a sua aprovação
nesse concorrido certame.

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Antes de iniciarmos essa aula demonstrativa, peço um pequeno espaço para


fazer uma rápida apresentação pessoal e contar um pouco da minha história
como concurseiro.

Meu nome é Aluisio de Andrade Lima Neto, sou pernambucano "da gema",
apaixonado por meu Estado e por tudo que nasce nele ou dele provém. Falo
oxênte, mainha, Ricifi e cumpadre, como todo bom e autêntico
pernambucano. Tenho muito orgulho de dizer que pertencem à minha terra
o Galo da Madrugada, a praia de Porto de Galinhas, o frevo que só é
cantado lá, Olinda, Petrolina, Capiba, Lampião, Luiz Gonzaga e tantos outros
ícones que identificam Pernambuco em qualquer lugar do nosso imenso
"Brazilzão". Conto 32 anos de idade e sou Engenheiro Elétrico de
Telecomunicações, formado pela Escola Politécnica da Universidade de
Pernambuco, tendo concluído o curso no fim do ano de 2006.

Apesar de ser formado em Engenharia, nunca cheguei a exercer a profissão,


nem mesmo como estagiário. O motivo é simples: virei concurseiro ainda no
6° período da faculdade, em 2004. Estava muito longe para desistir e
começar um curso menor e "menos difícil", então, a solução foi acabar o
que eu já fazia e conseguir meu diploma. Desde então, vivi quase que
apenas para os concursos. E não me arrependi um só segundo disso.
Felizmente tomei a decisão e o rumo certo para a minha vida. Sempre digo
que engenharia é muito bonita, desafiadora, mas nunca seria feliz como
engenheiro. Parabéns aos que a adB taram como profissão!

Como havia dito, comecei minha "carreira" de concurseiro em 2004, com o


concurso do MPU. Desde então fiz concurso para os mais variados cargos e
órgãos, como, por exemplo, INCRA, ANTT, UFPE, ANTAQ, AFTM-Natal,
AFTM-Teresina, DNIT, SERPRO, MP-PE, TJ-PE, TRE-PB, IBGE, MPU
(novamente), Petrobras, STN, CGU, MDIC, MTE e finalmente para a RFB. Sei
que essa lista poderia ter mais órgãos, mas não consegui lembrar todos
eles. E certamente ainda existem muitos outros. ©

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Consegui ser aprovado pela primeira vez e exercer o cargo apenas em


2006, como Técnico em Redes, do SERPRO. Ainda em 2006, fui aprovado
para o cargo de Técnico Ministerial - Administrativo, do Ministério Público de
Pernambuco, ficando no Órgão até o inicio de 2009, quando fui novamente
aprovado em outro concurso público. Dessa vez, para o cargo de Analista de
Comércio Exterior (ACE), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC), deixando minha querida e bela Recife e indo
morar em Brasília, a capital de todos os brasileiros. Fui aprovado também
para os cargos de Técnico em Infra-estrutura de Transportes Terrestres, da
ANTT; Analista, da Petrobras; e Auditor Fiscal de Tributos Municipais, da
Prefeitura de Natal, mas não cheguei a assumir em nenhum deles.

Atualmente exerço o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil


(AFRFB), tendo sido aprovado no último concurso realizado em 2009, na
posição 245°. Estou lotado atualmente na Delegacia da Receita Federal em
Feira de Santana, no belíssimo Estado da Bahia.

Posso dizer, sem receio, que hoje sou realizado profissionalmente e


bastante satisfeito com meu trabalho e por ser servidor público, ainda mais
de um órgão tão vital para o meu país e para os brasileiros. Sei que esse
será o sentimento a ser percebido por todos vocês, amigos e alunos, ao se
tornarem servidores federais, em breve.

Ao passar para AFRFB, consegui, em três anos, alcançar meu objetivo


traçado em janeiro de 2007, quamp o acabei a faculdade definitivamente e
decidi estudar exclusivamente para a Receita Federal. Deixei de lado a
"tática fazer todos que abrirem". Quando resolvi estudar apenas para um
concurso, estabelecendo foco e disciplina, comecei a ser aprovado, trocando
o "quase" pelo "até que enfim". Com isso, ganhei tranquilidade e
estabilidade para seguir o caminho que levaria até a tão sonhada vaga no
cargo de AFRFB.

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Assim, deixo minha experiência como concurseiro de longas datas,


aconselhando a todos estabelecer um foco, acreditarem que vai dá certo e
estudar. Estudar muito! Grandes conquistas exigem grandes preços. E
tenho certeza que ao final da empreitada, tudo valerá a pena! Assim como
valeu para mim. Todo centavo ou minuto investido retornará. E com a
diferença de ter uma bela quantia no contracheque todo mês, bem como a
possibilidade de morar em Salvador, uma das mais belas capitais do nosso
país.

Após essa apresentação, vamos a algumas informações sobre o concurso e


finalmente ao que realmente interessa: o nosso curso on-line e como ele
será organizado.

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Informações sobre o concurso e o cargo

Nesse item da aula trarei algumas informações importantes e básicas sobre


o concurso que teremos pela frente, constantes no Edital n° 01/2014. São
elas:

• Banca: FUNCAB (Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt);


• Quantidade de vagas: 46, sendo 44 para a área 01 (Administração
Tributária) e 02 para a área 02 (Imobiliária), distribuídas conforme o
Anexo I do Edital;
• Entre outros requisitos para investidura no cargo, temos a
necessidade de curso Superior completo em Administração, Economia,
Ciências Contábeis, Direito, Informática, Análise de Sistemas,
Processamento de Dados, Ciência da Computação, Engenharia da
Computação, Arquitetura, Engenharia, Estatística ou Matemática, com
registro no Conselho Regional quando exigido em Legislação Federal;
• As inscrições deverão ser realizadas pela Internet: no site
www.funcab.org, no prazo entre 16/09 a 19/10/2014;
• Taxa de Inscrição: R$ 48,00 (quarenta e oito reais) para todos os
cargos;
• O presente Concurso Público será composto das seguintes etapas:
a) Provas Objetivas de caráter classificatório e eliminatório para todos
os cargos;
b) Prova Discursiva de caráter classificatório e eliminatório para todos
os cargos.
• Data das provas objetivas e discursivas: 23 de novembro de
2014;
• Carga Horária: 40 horas semanais;
• Remuneração: valor básico atual dos vencimentos do cargo para
início de carreira é de R$ 1.125,89, acrescido das gratificações que
podem gerar uma remuneração final de até R$ 13.300,80;

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• A seleção será composta por duas provas objetivas, de conhecimentos


gerais e específicos, divididas da seguinte maneira:
Cargo: Analista Fazendário na área do qualificação do Administração Tributária,

PROVA 1 - (TURNO DA MANHA

Quantidade de Valor da Pontuação


Disciplinas
questões questão Máxima

- Língua Portuguesa 10 2 20

- Matemática 10 3 30

- Estatística 10 3 30

-Informática Básica 10 2 20

Totais 40 100

PROVA 2 - (TURNO DA TARDE)

Quantidade de Valor da Pontuação


Disciplinas
questões questão Máxima

- Conhecimentos de Direito 10 3 30
- Administração Financeira e
5 2 10
Orçamentária
-Contabilidade Pública 5 2 10

-Direito Tributário 10 4 40

Totais 30 90

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Cargo: Analista Fazendário na área de qualificação de Imobiliária

PROVA 1 - (TURNO DA MANHA

Quantidade de Pontuação
Disciplinas Valor da questão
questões Máxima

- Língua Portuguesa 10 2 20

- Matemática 10 3 30

- Estatística 10 3 30

- Informática Básica 10 2 20

Totais 40 100

PROVA 2 - (TURNO DA TARDE)

Quantidade de Pontuação
Disciplinas Valor da questão
questões Máxima

- Direito Tributário 15 2 30

- Cartografia 15 4 60

Totais 30 90

Como você mesmo pode observar, nossa matéria, quanto à prova objetiva,
nas duas áreas, é de grande importância para a sua aprovação, já que
responderá, quanto à área 01, por 40 dos 190 pontos totais das duas
provas, ou seja, 21,05% do total; e quanto à área 02, por 15,78%.

Terminada essa conversa inicial, vamos à nossa aula demonstrativa. Nesta,


trarei a competência tributária, uma tema bastante solicitado e muito
importante para o entendimento de outros temas dentro do direito
tributário. Nessa nossa aula demonstrativa veremos um pouco do que será
o nosso curso.

Feitos os esclarecimentos, vamos à aula! Bons estudos! Grande abraço e


tudo de bom!

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Competência Tributária

Nessa aula demonstrativa estudaremos os seguintes tópicos relativos à


competência tributária dos Entes Federativos previstos na Constituição
Federal de 1988:

-I- Definição;

-I- Competência Legislativa e sua classificação;

-I- Características da Competência tributária;

-I- Classificação da Competência Tributária;

-I- Bitributação e "Bis in idem";

-I- Competência Exclusiva do Presidente da República em matéria


tributária.

Definição

A competência tributária pode ser definida como o poder conferido pela


Constituição Federal de 1988 (CF/88) à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios (e somente estes entes federativos, também
conhecidos como pessoas políticas) para que instituam os tributos nela
previstos, atendendo ao processo legislativo contido no texto constitucional.
Ou seja, somente estes quatro entes possuem o poder de instituir,
legislar, fiscalizar e cobrar tributos, uma vez que possuem a titularidade plena
conferida pela Carta de 1988. Somente eles possuem a competência
legislativa, gênero ao qual pertence a competência tributária.

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Os territórios, ainda pertencentes à União, não possuem competência


tributária, já que são apenas entes administrativos, e não entes políticos.
Atualmente, não há nenhum território federal, existindo apenas territórios
estaduais, como Fernando de Noronha, pertencente ao Estado de
Pernambuco. Guarde bem: os territórios não possuem competência tributária!

Do mesmo modo que os territórios, também não possuem competência


tributária outras pessoas jurídicas além dos entes políticos. Logo, inexiste
atribuição de competência tributária a autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações públicas.

Cada Ente Federativo, em razão da competência tributária a ele conferida,


poderá instituir os tributos expressamente outorgados no texto constitucional,
possuindo cada um deles poderes exclusivos (sendo, assim, indelegável
a função de instituir e legislar sobre tributos), não podendo, exceto nos
casos expressamente previstos na CF/88, serem invadidos pela competência
tributária atribuída a outro Ente.

Se um ente é competente para instituir um tributo, ele é competente também


para isentar, fiscalizar, arrecadar, conceder remissões, parcelamentos, entre
outros institutos. Cada um no seu quadrado, Virgulino! Se o IPVA, um dos
impostos estaduais que veremos na nossa aula 13, foi conferido ao Estado de
Pernambuco, somente esse ente pode legislar sobre ele, e nos pontos que
entender necessário. Claro, sem ir de encontro ao que prevê os ditames
estabelecidos na CF/88.

Ao definir a competência tributária, a CF/88 delimitou o campo de incidência


de cada tributo a ser criado pelos entes federativos, impedindo a invasão da
competência de um ente pelos demais, como comentei. É a velha história:
dentro do seu quadrado, faça o que quiser e até a onde a CF/88 deixar. Só
não venha mexer no espaço do outro, por favor. Vamos em frente!

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Um ponto muito importante que costuma pegar candidatos


menos desatentos e bastante cobrado em provas: a CF/88 NÃO
CRIA NENHUM TRIBUTO. APENAS OUTORGA COMPETÊNCIA
PARA QUE CADA ENTE, POR MEIO DE SUAS PRÓPRIAS LEIS
INTERNAS, CRIEM OS TRIBUTOS PREVISTOS EXCLUSIVAMENTE
EM SUA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CONSTITUCIONAL.

A competência tributária é, assim, a aptidão privativa constitucionalmente


conferida para criar tributos, decorrendo diretamente do princípio do
federalismo. em que cada ente possui competências que lhes são próprias.

Somente o ente competente para criar ou instituir determinado tributo por


meio de sua legislação interna é também competente para editar normativos
regulando o tributo, ressalvados os casos previstos na própria CF/88, como,
por exemplo, a definição de normas gerais sobre os tributos, a serem
editadas pela União por meio de lei complementar (artigo 146, III, da CF/88).
Essa previsão será vista mais adiante no curso.

Vou falar mais uma vez para você nem ousar ser pego em uma questão de
prova por ai: a CF/88 não cria qualquer tributo! Ela também não regula
nenhum deles, nem mesmo os da União. Não estabelece alíquotas, nem
contribuintes, nem fatos geradores, nada! Ela apenas confere (outorga)
competência tributária a cada um dos entes políticos!

Por sua vez, a competência tributária está DIRETAMENTE RELACIONADA À


COMPETÊNCIA LEGISLATIVA, QUAL SEJA, O PODER DE EDITAR LEIS.
Todo e qualquer tributo deve ser criado por meio de lei ou instrumento
normativo que faça as vezes de lei, tendo a mesma força normativa desta.
Assim, a competência está relacionada a uma característica de natureza
política, uma vez que existe o poder de editar leis definidoras do tributo.

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Por fim, temos que a destinação legal a ser dada ao produto da


arrecadação tributária não altera, em nenhuma hipótese, a
competência tributária atribuída a um ente político. Expliquemos
melhor.

A CF/88, em seus artigos 157 a 159, definiu a repartição das competências


tributárias, dispondo que o produto da arrecadação dos entes maiores seja
distribuído com os entes menores. Assim, por exemplo, temos que o produto
total da arrecadação do imposto sobre a renda (IR) pago pelos servidores
públicos estaduais e municipais será destinado aos cofres estaduais ou
municipais, respectivamente, não cabendo nenhum centavo sequer à União,
ainda que sendo este um imposto previsto em sua competência tributária.

Ainda que diante dessa situação, toda e qualquer regulação legal de matéria
relativa ao IR será de competência tributária exclusiva da União, nada sendo
"tomado" pelos demais entes.

Assim, a competência tributária independe da forma como se dará a


repartição da respectiva receita do tributo.

LEI P R Ó P R I A D E
CAD A ENTE

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Competência Legislativa e sua Classificação

A competência tributária está diretamente relacionada à competência


legislativa do Ente ao qual a CF/88 outorgou poderes para instituir os tributos
nela previstos.

A competência legislativa abrange, entre outras competências, a competência


tributária, uma vez que somente por meio de lei em sentido estrito é que
poderão ser CRIADOS os tributos, tendo em vista o princípio da legalidade, a
ser visto em aula posterior do nosso curso. Esse princípio, quanto à criação
ou extinção de tributos, não comporta exceções.

Veja o que nos diz o artigo 6° do CTN, caro aluno:

"Art. 6° A atribuição constitucional de competência


tributária compreende a competência legislativa plena,
ressalvadas as limitações contidas na Constituição
Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas
do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto
nesta Lei.

Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no


todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público
pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham
sido atribuídos." (Grifos nosso)

Antes de prosseguirmos, vamos ver o que dispõe o parágrafo único do artigo


6°, transcrito acima. Esse parágrafo nos diz que, mesmo que determinada
receita tributária obtida por meio da arrecadação de determinado tributo seja
repartida com outro ente político, em nada será alterada a competência
tributária.

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Por exemplo, o artigo 157, III, da CF/88 nos diz que pertencem aos
municípios cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus
territórios. Embora essa receita seja repartida com os Municípios, a
competência tributária para a instituição e cobrança do IPVA sempre
pertencerá os Estados e ao Distrito Federal. Nada é transferido ao Município
que receber parcela da arrecadação do IPVA.

Visto isso, vamos em frente com o nosso assunto!

Observação importante relativa à competência legislativa, contudo, deve ser


feita. A competência legislativa é bem mais ampla do que a competência
tributária, uma vez que esta está relacionada ao poder de instituir tributos,
enquanto aquela, ao de editar leis em todas as matérias em que o ente
detém o poder de legislar, inclusive o relativo ao direito tributário.

A competência para legislar sobre direito tributário é genérica, sendo


prevista no artigo 24 da CF/88, podendo dispor sobre a instituição de
tributos, obrigações acessórias, isenções tributárias, regimes diferenciados de
tributação, entre outros. Enquanto isso, a competência tributária para
instituir tributos é específica, relacionada apenas a esse poder, e
conferida de maneira exclusiva aos entes políticos da nossa federação, dentro
dos campos de incidência de cada tributo previsto na CF/88.

C O M P E T Ê N C IA P A R A 1__________ |t v
S GENÉRICA
T R IB U T Á R IO

C O M P E T Ê N C IA P A R A r - l---------------^
> ESPECIFICA
IN S T IT U IR T R IB U T O S

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Separe bem os conceitos, caro aluno. A competência para legislar sobre


direito tributário é diferente da competência tributária. Enquanto o
primeiro se traduz na possibilidade de os entes políticos editarem leis que
regulam tributos e relações jurídicas a eles relativas, a competência tributária
se refere ao poder de instituir tributos previstos na CF/88, e outorgados
exclusiva e expressamente a cada um dos entes políticos da nossa federação.

O artigo 24 da CF/88 nos diz o seguinte:

"Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federai


legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico;" (Grifos nosso)

Veja que a competência legislativa é concorrente, sendo (ou podendo ser)


exercida por todos os Entes políticos, inclusive os Municípios, que não são
citados expressamente no texto do artigo 24. Os Municípios, quanto ao poder
de legislar sobre assuntos tributários, tem sua competência legislativa
tributária prevista no artigo 30, III, da CF/88.

"Art. 30. Compete aos Municípios:

(...)

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência,


bem como apiicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos
prazos fixados em lei;"

Por sua vez, cada ente irá legislação sobre os tributos presentes em sua
competência tributária. Por sua vez, a competência tributária somente pode
ser exercida por aquele expressamente determinado na CF/88.

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(ESAF/SEFAZ-MG/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2005) Sobre a


competência para legislar sobre Direito Tributário, assinale a opção correta.

a) Somente a União pode legislar a respeito.

b) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais que
a União expedir sobre a matéria em lei federal.

c) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva.

d) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas,


em caso de conflito entre as disposições normativas, prevalecerá
invariavelmente a legislação federal.

e) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente a


União pode legislar sobre normas gerais, estando vedada a legislação
suplementar por parte do Estado.

Alternativa a) Incorreta. A competência legislativa para legislar sobre


direito tributário é concorrente, dispondo que todos os entes políticos,
respeitando os limites impostos na CF/88, podem legislar sobre a matéria. À
União cabe apenas a definição de normas gerais, as quais poderão vir a ser
instituídas pelos Estados e pelo DF caso esta não exerça a sua competência
constitucionalmente prevista.

Alternativa b) Correta. A edição de normas gerais pela União deve ser


realizada por meio de lei complementar expedida por esse ente político,
conforme nos diz o artigo 146, III, da CF/88, a ser visto em aula posterior.
Porém, um erro que poderia ter sido "sentido" pelo candidato é o de que nem
sempre os Estados estão sujeitos ao que determinam as leis de normas
gerais da União, uma vez que esta, em alguns casos, pode não chegar a
editar a referida lei, o que não impedirá o Estado ou o DF de editar leis
próprias para regular o tema no âmbito do seu território, conforme nos diz o
artigo 24, §3°. Entretanto, a questão, sob certo ponto de vista, é correto.

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"Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federai


legislar concorrentemente sobre:

(...)

§ 1° - No âmbito da legislação concorrente, a


competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.

§ 2° - A competência da União para legislar sobre normas


gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3° - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.

§ 4° - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário."

Alternativa c) Incorreta. Nenhum ente goza de competência legislativa


exclusiva em matéria de direito tributário. Entretanto, quanto a alguns temas
desse ramo do direito, como a instituição de empréstimos compulsórios pela
União, há sim competências legislativas exclusivas, diferente da competência
exclusiva em matéria de direito tributário.

Alternativa d) Incorreta. Não existe hierarquia entre leis federais,


estaduais e municipais, sendo cada uma autônoma na matéria ao qual estão
afetas. A hierarquia não se verificada nem mesmo entre leis ordinárias e
complementares, que se diferenciam apenas em razão da matéria que
regulam (aspecto material) e no quorum de aprovação (aspecto formal).
Logo, eventual conflito de competência, caso não sanado, deverá ser levado
à apreciação do STJ, guardião das leis do nosso ordenamento jurídico.

Alternativa e) Incorreta. Ainda que existindo lei de normas gerais, os


Estados poderão livremente editar leis para suplementar a legislação federal
e atender às suas peculiaridades, conforme o artigo 24, §2°.

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Antes de prosseguirmos com os parágrafos do artigo 24, temos que estudar,


sucintamente, as classificações da competência legislativa, que poderá ser:

a) EXCLUSIVA;

b) PRIVATIVA;

c) CONCORRENTE;

d) SUPLEMENTAR;

e) COMUM;

f) RESIDUAL; ou

g) LOCAL.

A competência exclusiva é aquela que somente pode ser exercida por um


ente específico determinado na CF/88, impossibilitando qualquer tipo de
delegação para outro ente, bem como também a impossibilidade de edição de
legislação suplementar. Com a competência exclusiva, todos os demais entes
ao qual esta não foi conferida ficam excluídos do poder de legislar sobre
determinado assunto.

Esses casos estão previstos, por exemplo, no artigo 21 da Carta Federal, que
confere à União o poder, dentre outros, de emitir moeda e administrar as
reservas cambiais do país, não podendo essas atribuições ser delegadas pela
União a outros entes políticos.

"Art. 21. Compete à União: (...)

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as


operações de natureza financeira, especialmente as de
crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
previdência privada; (...)"

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A competência privativa é aquela conferida apenas a um Ente político, mas


aue pode vir a ser delegada ou suplementada pelos demais, sendo uma
amenização da competência exclusiva. Como exemplo, temos o artigo 22 da
CF/88, dispondo que compete à União legislar sobre seguridade social,
podendo lei complementar federal autorizar os Estados e o Distrito federal (e
apenas estes) a legislar sobre questões específicas quanto às matérias
relativas à seguridade social.

"Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral,


agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...)

XXIII - seguridade social; (...)"

A competência concorrente se refere à possibilidade de mais de um Ente


político legislar sobre o mesmo assunto, podendo a edição de leis a ele
relativa ser realizada ao mesmo tempo e com a mesma força legislativa
quanto aos seus subordinados. Um exemplo dessa competência é a relativa
ao direito tributário, contida no artigo 24, I, da CF/88.

"Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal


legislar concorrentemente sobre:

(...)

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e


urbanístico;

(...)

IV - custas dos serviços forenses; (...)"

"E é tão bagunçado assim, professor? Virgulino, por favor, explique isso ai
melhor. É só chegar e legislar sobre o que der na telha, desde que esteja
nesse tal de artigo 24?"

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Todos os entes podem legislar sobre direito tributário, genericamente falando.


O que não pode é a União e o Estado de Pernambuco, por exemplo, legislar
sobre uma isenção relativa ao Imposto de renda, um dos impostos previstos
na competência tributária da União, e que veremos na aula 12. Cada macaco
comendo banana que dá no seu galho, por favor!

Por sua vez, como veremos adiante aos estudarmos os §§1° a 4° do artigo
24, a competência da União, em matéria de legislação concorrente, ficará
limitada a edição de normais gerais, não excluindo a competência
suplementar dos Estados. Espere um pouco apenas. Vamos ver agora essa tal
competência suplementar.

A competência suplementar é relativa à possibilidade dos Estados e do


Distrito Federal editarem normas que detalhem as normas gerais editadas
pela União, bem como preenchendo as ausências normativas desta, conforme
preveem os §§ 2° e 3° do artigo 24 da CF/88, a serem vistos logo adiante.

Além da competência suplementar dos Estados e do DF, temos ainda o que


consta no artigo 30 da CF/88, mais especificamente em seu inciso II,
atribuindo aos Municípios o poder de suplementar a legislação federal e a dos
Estados nas matérias que específica:

"Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que


couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem


como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de
prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;" (Grifos nosso)

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Ou seja, com exceção da União, que edita as normas gerais, todos os demais
entes políticos possuem competência suplementar. São eles que irão dispor
sobre aquilo que a lei federal não dispuser, e desde que não ultrapassem os
limites por esta estabelecidos.

A competência local é a contida no inciso I do artigo 30 acima, prevista


para os Municípios e para o Distrito Federal (no exercício de sua competência
municipal). Cabe apenas a esses entes dispor sobre os assuntos de interesse
local, como abertura e fechamento do comércio, leis de postura municipal,
entre outras. Como exemplo, veja o que nos diz a Súmula 645 do STF:

"É competente o município para fixar o horário de


funcionamento de estabelecimento comercial."

Por fim, temos a competência residual ou implícita, conferida aos Estados


e ao Distrito Federal (este, no exercício de sua competência estadual),
prevista no artigo 25, §1°, da CF/88:

"Art. 25. (...)

§ 1° - São reservadas aos Estados as competências que não


lhes sejam vedadas por esta Constituição."

Assim, tudo o que não for expressamente previsto como de competência da


União ou dos Municípios, será dos Estados, podendo ser livremente exercidas
por esses entes políticos, atendidas as limitações da CF/88.

Vamos finalmente ao artigo 24? Ele é muito importante para o estudo do


tema dessa aula de hoje. Aprenda com cuidado, muito embora esse tema
seja visto também em direito constitucional. Caso já tenha visto, basta pular
para o próximo item da aula, que é relativo às características da competência
tributária. Vamos em frente!

Quanto ao artigo 24, temos o que nos dizem seus §§1° a 4°:

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"§ 1° - No âmbito da legislação concorrente, a competência da


União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2° - A competência da União para legislar sobre normas


gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3° - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados


exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.

§ 4° - A superveniência de lei federal sobre normas gerais


suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário."

O §1° já foi estudado por nós, prevendo a competência da União quanto à


competência concorrente (não confunda com outra espécie), que será
limitada a apenas estabelecer normas gerais. Essa competência é a que
ocorre, por exemplo, quanto ao ISS, quando a União editou a lei
complementar n° 116, de 2003, dispondo sobre as normas gerais relativas ao
imposto e de observância obrigatória por todos os Municípios e pelo Distrito
Federal ao editarem suas leis internas relativas ao imposto.

Cabe à lei de normas gerais tributárias, a ser editada pela União, entre outros
temas, e relativamente aos impostos, definir a base de cálculo, os
contribuintes e os fatos geradores. Assim, atente bem: não será a lei de
normais gerais que fixará as alíquotas do(s) imposto(s) nela regulado(s), mas
sim as leis internas de cada ente competente para instituir o tributo
respectivo. De onde tirei isso? Do artigo 146, III, da CF/88. Veja a sua
redação, que contempla ainda outros temas:

"Art. 146. Cabe à lei complementar: (...)

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação


tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em


relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a

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dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e


contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência


tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo


praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas
no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se
refere o art. 239

Como também vimos, a competência suplementar dos Estados não pode ser
afastada pela competência da União para legislar sobre normas gerais.
Quanto ao ISS, novamente, o Distrito Federal, por exemplo, é livre para
estabelecer regras suplementares às previstas na LC n° 116/03, inclusive
suprindo eventuais lacunas deixadas pela lei federal. O que não pode é inovar
ou criar disposições diferentes das previstas na lei de normas gerais.

Se a lei complementar diz que apenas determinadas situações dão origem à


possibilidade de cobrança do ISS, o Município não poderá estipular outras não
previstas na norma geral. Também, se a lei complementar determinou que
apenas o prestado do serviço é a pessoa eleita para pagar o imposto
(contribuinte), não poderá a lei ampliar essa possibilidade à pessoas
diferentes.

Por outro lado, havendo lacunas na lei de normas gerais editadas pela União,
cabe aos Estados e a o Distrito Federal suplementar a lei federal para atender
às suas peculiaridades. Essa é a previsão do §2°.

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A previsão do §3°, por sua vez, é muito importante, uma vez que confere
atribuições maiores aos Estados e ao Distrito Federal. Caso determinado
assunto que deveria ser regulamentado por lei de normas gerais da União não
venha a ser tratado, a competência dos Estados e do Distrito Federal, antes
suplementar, passa a ser plena, uma vez que inexistirão normas gerais
nacionais.

Veja o que decidiu o STF em seu RE 607546 AgR/PR, de 23 de agosto de


2011:

"Ante a omissão do legislador federal em estabelecer as


normas gerais pertinentes ao imposto sobre a doação de bens
móveis, os Estados-membros podem fazer uso de sua
competência legislativa plena com fulcro no art. 24, § 3°, da
Constituição e art. 34, § 3°, do ADCT."

Observe ainda o AI 167.777 AgR/SP, de 04 de março de 1997; e a ADI


2.355/PR, de 19 de junho de 2002, respectivamente:

"Mostra-se constitucional a disciplina do Imposto sobre


Propriedade de Veículos Automotores mediante norma local.
Deixando a União de editar normas gerais, exerce a unidade
da federação a competência legislativa plena - § 3° do artigo
24, do corpo permanente da Carta de 1988 -, sendo que, com
a entrada em vigor do sistema tributário nacional, abriu-se à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a via
da edição de leis necessárias à respectiva aplicação - § 3° do
artigo 34 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
da Carta de 1988."

"Lei estadual que determina que os municípios deverão


aplicar, diretamente, nas áreas indígenas localizadas em seus
respectivos territórios, parcela (50%) do ICMS a eles
distribuída - transgressão à cláusula constitucional da não-

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afetação da receita oriunda de impostos (cf, art. 167, iv) e ao


postulado da autonomia municipal (cf, art. 30, iii) - vedação
constitucional que impede, ressalvadas as exceções previstas
na própria constituição, a vinculação, a órgão, fundo ou
despesa, do produto da arrecadação de impostos -
inviabilidade de o estado-membro impor, ao município, a
destinação de recursos e rendas que a este pertencem por
direito próprio - ingerência estadual indevida em tema de
exclusivo interesse do município."

Por sua vez, a Súmula STF 69 nos diz que:

"A constituição estadual não pode estabelecer limite para o


aumento de tributos municipais."

Observe, por fim, que a edição de normas pelos Estados e pelo Distrito
Federal, na falta de normas gerais da União, será apenas para atender às
suas peculiaridades, e não para impor algo aos demais Entes. A lei do IPVA de
Pernambuco, por exemplo, será válida apenas para o território do Estado,
ainda que dispondo sobre todos os elementos do tributo, já que, até o
momento, não há lei de normais gerais editada pela União. Essa lei, contudo,
não pode ser aplicada, regra geral, ao Estado da Paraíba, por exemplo
(poderia se houvesse a celebração de acordo prevendo a extraterritorialidade
da lei pernambucana no território do Estado da Paraíba, o que não é o caso).

Por fim, temos a superveniência de lei federal quando já existente lei estadual
ou distrital. A lei federal, ao sobrevir, irá SUSPENDER A EFICÁCIA da lei
estadual ou distrital no que lhe for contrária. Os dispositivos não conflitantes
com a lei federal permanecerão em vigor, paralelamente a esta. Sendo
revogada a lei federal, a lei estadual ou distrital volta a ter força normativa
novamente. Atente bem: a lei federal não irá revogar a lei estadual, uma vez
que não há hierarquia entre leis federais e estaduais. Há APENAS A
SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA LEI ESTADUAL ENQUANTO PERDURAR NO

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TEMPO A LEI FEDERAL. Veja uma questão para fixar bem o tema que
acabamos de visualizar.

(FCC/Auditor Fiscal/2010) Em matéria de competência para a instituição


de impostos, é correto afirmar-se que:

a) os Municípios dos Territórios Federais são competentes para instituir seus


próprios impostos, tal como nos Estados.

b) nos Territórios Federais compete aos Estados dos quais foram


desmembrados a instituição dos impostos estaduais.

c) compete aos Territórios Federais a instituição de seus impostos, tanto


estaduais quanto municipais.

d) os Estados podem instituir impostos extraordinários e temporários, com


arrecadação vinculada a fins específicos.

e) os Municípios podem instituir novos impostos, além daqueles


expressamente previstos na Constituição Federal.

Alternativa a) Correta. Os territórios federais não possuem autonomia


política nem financeira, não sendo um dos entes políticos presentes na
constituição da nossa federação. Assim, não podem instituir tributos,
cabendo esse papel à União, e desde que o território não seja dividido em
municípios, diante do qual resta afastada a competência tributária da mesma
quanto à instituição desses tributos. Por sua vez, os municípios presentes
nos territórios federais possuem total autonomia, assim como os demais
municípios presentes nos Estados, quanto à instituição e à cobrança dos
impostos de competência municipal.

Alternativa b) Incorreta. Nos territórios federais, esse papel cabe à União,


uma vez que o território não possui competência para a instituição de
tributos estaduais nem municipais.

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Alternativa c) Incorreta. Em nenhum caso será competência dos


territórios federais a instituição de tributos. Esse papel caberá
exclusivamente à União, caso o território não seja dividido em municípios.
Caso sim, caberá a cada município a instituição dos tributos municipais e à
União apenas os estaduais.

Alternativa d) Incorreta. Cabe apenas à União a instituição de impostos


extraordinários, e mesmo assim apenas em casos de guerra externa,
iminente ou declarada, conforme o artigo 154, II, da CF/88. Não há a
previsão de impostos temporários no nosso atual ordenamento jurídico.

Alternativa e) Incorreta. Somente a União possui competência residual


quanto a criação de impostos e contribuições. Esse tema será visto mais
adiante em nosso curso.

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Características da Competência Tributária

A competência tributária possui características muito importantes e que


devem ser bem memorizadas por você, caro aluno. De acordo com a melhor
doutrina, e conforme o que é solicitado em provas de direito tributário, a
competência tributária pode ser classificada como:

❖ Indeleaável:

❖ Imprescritível:

❖ Facultativa:

❖ Irrenunciável:

❖ Inalterável.

Vamos a cada uma delas:

® Indeleaável ^ a competência atribuída pela CF/88, e somente por


esta, não pode ser transferida a nenhum outro Ente federativo, seja por
qual for o meio ou acordo. Uma vez atribuída a competência tributária
aos Municípios para a instituição, por exemplo, do Imposto sobre
Operações de Qualquer Natureza - ISS (Artigo 156, III, da CF/88),
somente o Município poderá instituí-lo (ou não, caso não queira), não
podendo a União e os Estados e o DF "furtar" a competência municipal,
muito embora o DF também possua a competência para a instituição do
ISS.

Por sua vez, a característica da indelegabilidade nada tem a ver


com a possibilidade de atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, do ente competente para a
instituição do tributo para outra pessoa jurídica de direito público.

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As funções de arrecadar e fiscalizar tributos estão compreendidos na


chamada capacidade tributária ativa, a qual é oriunda da competência
tributária. A capacidade tributária será estudada com mais detalhes em aula
posterior.

Observe que tudo aquilo que está presente na capacidade tributária ativa está
presente também dentro da competência tributária. Desse modo, todo ente
que possui a competência tributária, possui também a capacidade tributária
ativa. O contrário, como veremos mais adiante, nem sempre é possível, já
que uma pessoa jurídica de direito público pode ter a capacidade tributária
ativa sem necessariamente ter a competência tributária.

Determinado ente federativo municipal (o Município de São Paulo, por


exemplo) poderá instituir o imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana (IPTU), definir os elementos que definem e caracterizam o tributo,
proceder à sua fiscalização e, por consequência, à sua arrecadação. Se ele
institui, ele também possui a competência tributária para arrecadar e
fiscalizar, bem como de executar leis, atos, serviços ou decisões
administrativas em matéria tributária relativa a esse tributo. O mesmo vale
para os demais tributos previstos na sua competência tributária.

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Porém, nada impede que o determinado ente atribua, a outra pessoa jurídica
de direito público, as funções descritas acima, EXCETO A DE INSTITUIR
O TRIBUTO, que, como vimos, é indelegável.

"Poxa, professor. Mas o senhor acabou de dizer que um ente não pode
instituir tributo pertencente à competência tributária de outro ente, mas pode
fazer tudo mais relativo ao tributo. Assim fica difícil entender."

é, caro aluno. Mas é isso mesmo. Exceto quanto à função de instituir tributos,
todas as demais funções podem ser delegadas a OUTRO ENTE DE DIREITO
PÚBLICO. Atente bem. Tudo isso não foi eu que inventei, está tudo no CTN.
Veja:

"Art. 7° A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou
de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, nos termos do § 3° do artigo 18 da
Constituição."

A competência tributária permaneceu intocável, como determina a CF/88.


Tudo o mais pertence à capacidade tributária ativa, essa, sim, DELEGÁVEL.

Mais uma vez repito: a capacidade tributária se refere, como falamos


anteriormente, ao poder de arrecadar, fiscalizar e cobrar tributos, bem como
ao de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em relação à
exação tributária, podendo ser exercida pelo ente que institui o tributo ou por
outras pessoas jurídicas de direito público, desde que por delegação. É o que
chamamos de capacidade tributária ativa, estando relacionada à natureza
administrativa.

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Veja essas duas assertivas sobre o tema que acabamos de ver. Elas falam
sobre a possibilidade de delegação de competência a outros entes.

(ESAF/RFB/AFRFB/2005) A competência tributária é indelegável,


salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a
outra.

Conforme vimos, a delegação é relativa à CAPACIDADE TRIBUTÁRIA, E NÃO À


COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA, ESSA, INDELEGÁVEL. Ainda que o item tivesse
tratado da capacidade tributária, essa pode compreender outros assuntos, e
não apenas a função de arrecadação de tributos, conforme o artigo 7° do
CTN.

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

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(CESPE/2011/EBC/Analista - Advocacia) Somente é lícita a


delegação de competência tributária a pessoa jurídica de direito
privado se a função ou encargo referir-se a arrecadação de tributos.

Vale a mesma explicação dada acima, uma vez que é possível a delegação da
função ou encargo de arrecadar os tributos, mas não da competência
tributária. Por sua vez, foi bem o legislador ao definir que a competência
tributária é indelegável. Assim, resta incorreta a assertiva apresentada.

Atente bem para um ponto importante: todo ente que possui competência
tributária possui também a capacidade tributária, mas o inverso nem
sempre é verdadeiro, apenas se estivermos falando da própria pessoa
jurídica que instituiu o tributo (aquela que é a titular da competência
tributária).

FUNÇÕES DE
INSTITUIR,
ARRECADAR,
COBRAR,
FISCALIZAR E
EXECUTAR LEIS,
ATOS, SERVIÇOS E
DECISÕES

DELEGA VEL
FUNÇÕES DE
ARRECADAR,
COBRAR, CAPACIDADE
ADMINISTRATIVA
FISCALIZAR E TRIBUTÁRIA
EXECUTAR LEIS,
ATOS, SERVIÇOS E
DECISÕES PODE SER ATRIBUÍDA A
OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS

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A atribuição da capacidade tributária, por sua vez, é sempre feita por meio de
lei, razão pelo qual não pode ser feita por outro ato normativo diferente desse
ou que não faça às vezes deste. Essa atribuição encontra vários exemplos no
texto constitucional, os quais veremos quando estivermos estudando a
capacidade tributária ativa.

Para ilustração, segue o que consta no artigo 153, §4°, III, da CF/88, relativo
ao Imposto Territorial Rural (ITR), de competência da União, mas que pode
vir a ser cobrado e fiscalizado pelos Municípios que assim optarem:

"§ 4° O imposto previsto no inciso VI do caput (ITR):

(...)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do
imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal."

A União é o ente que sempre editará as leis e normativos relativos ao


imposto, não conferindo ao Município nenhuma competência legislativa
quanto a esse tributo federal. Eventuais questionamentos quanto à cobrança
ou não do ITR, por exemplo, continuarão sob a competência da União. Aos
Municípios cabe apenas fiscalizar e cobrar, apenas isso, ou seia, possuem
apenas a capacidade tributária ativa. E a União? Possui a competência
tributária.

Um dos tributos da União que é repartido com os Estados e com os Municípios


é o imposto de renda cobrado na fonte dos respectivos servidores desses
entes políticos, a quem cabe 100% da arrecadação. Ou seja, o imposto de
renda devido pelos servidores efetivos do Estado do Piauí, por exemplo, terá
sua arrecadação totalmente destinada aos cofres desse ente político,
conforme previsão do artigo 158, I, da CF/88:

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"Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre


renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte,
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem; "

Uma vez que possuem a totalidade do produto da arrecadação, esses entes


possuirão também a capacidade tributária ativa, conferida pela União. Essa
previsão está diretamente relacionada ao que determina o §1° do artigo 7°
do CTN:

"§ 1° A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir."

Ou seja, sempre que o ente possuidor da competência tributária delegar a


sua capacidade tributária ativa, ele também irá conferir ao delegatário as
garantias e os privilégios processuais que possui quanto ao tributo. Veja
ainda o que nos diz a Súmula 447 do STJ:

"Súmula 447:

Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação


de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta
por seus servidores"

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(FCC/TC-MT/Procurador do Estado/2011) Sobre competência tributária


e capacidade tributária ativa, é correto afirmar:

(A) A competência tributária é delegável por lei.

(B) A capacidade tributária ativa indica o sujeito ativo da obrigação tributária


principal.

(C) O Código Tributário Nacional fixa as competências tributárias.

(D) A capacidade tributária ativa é exclusiva do ente político definido na


Constituição Federal.

(E) Somente o ente político competente para instituir o tributo pode ser
titular da capacidade tributária ativa.

Alternativa a) Incorreta. A competência tributária é sempre indelegável,


somente podendo ser delegada a capacidade tributária ativa, conforme
determina o artigo 7° do CTN.

Alternativa b) Correta. Conforme veremos em aula posterior, o sujeito


ativo da relação tributária é o ente competente para exigir o tributo devido,
que poderá ser tanto a própria pessoa jurídica de direito público que instituiu
o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) quanto as demais
pessoas jurídicas de direito público que tenham recebido delegação da
capacidade tributária ativa. Assim, a capacidade tributária ativa indica o
sujeito ativo da obrigação tributária principal, que é a obrigação de pagar
tributo ou penalidade pecuniária, conforme o artigo 113, §1°, do CTN, a ser
visto em aula posterior do nosso curso.

Alternativa c) Incorreta. Quem fixa as competências tributárias é a CF/88


em seu capítulo I do título VI da CF/88 destinado ao Sistema Tributário
Nacional, e não o CTN.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é que é exclusiva das


pessoas políticas determinadas na CF/88, podendo, por outro lado, a
capacidade tributária ativa ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito
público, conforme o artigo 7° do CTN.

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Alternativa e) Incorreta. A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme o artigo 7° do
CTN. Logo, outra pessoa jurídica de direito público também pode ser titular da
capacidade tributária ativa, além daquele que possui a competência
tributária.

"E se o ente que delegou a capacidade tributária ativa quiser esta de volta,
Virguiino? Tem como reaver? Ou perdeu para sempre?"

Com certeza há como reaver, futuro servidor. E fácil igual a tomar água de
coco debaixo de um guarda-sol em Porto de Galinhas. O artigo 7°, §2°, do
CTN, diz o seguinte:

"§ 2° A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo,


por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público
que a tenha conferido."

Na hora que o ente quiser pegar de volta a sua capacidade tributária, é só


editar um ato unilateral e pronto, está devolvida. E nem adianta aquele que
recebeu chorar nada. O ATO É UNILATERAL, ou seja, de vontade única do
ente político que concedeu, REVOGANDO o ato anterior de delegação.

Um exemplo dessa delegação seria a conferida pela União aos Municípios no


que diz respeito ao imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR),
conferindo a estes entes políticos as funções, entre outras, de arrecadar e
fiscalizar os tributos de competência da União, regra geral. À Procuradoria da
Fazenda Nacional, órgão integrante da estrutura da União, por sua vez, cabe
a cobrança dos tributos por meio da execução fiscal, exercendo outra parte
da capacidade tributária ativa da União, ente de direito público. Os

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municípios, assim, possuirão a capacidade tributária ativa, enquanto a União,


a competência tributária. Tudo tranquilo até aqui, Virgulino?

Veja ainda o que diz o artigo 84 do CTN sobre esse assunto de delegabilidade
da capacidade tributária ativa:

"Art. 84. A lei federal pode cometer aos Estados, ao


Distrito Federal ou aos Municípios o encargo de
arrecadar os impostos de competência da União cujo
produto lhes seja distribuído no todo ou em parte.

Parágrafo único. O disposto neste artigo, aplica-se à


arrecadação dos impostos de competência dos Estados, cujo
produto estes venham a distribuir, no todo ou em parte, aos
respectivos Municípios." (Grifos nosso)

Ou seja, caso determinado tributo federal venha a ser repartido, no todo ou


em parte, com um dos demais entes da federação, a União poderá editar lei
cometendo o encargo da função de arrecadar o tributo ao respectivo ente. O
mesmo vale para os Estados em relação aos seus Municípios, no caso de
haver repartição das respectivas receitas oriundas da arrecadação dos
tributos estaduais.

Veja agora uma questão cobrada no último concurso da RFB para o cargo de
ATRFB.

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(FCC/ISS-SP/Auditor Fiscal Tributário/2012) Município Deixa pra Lá,


não conseguindo, hipoteticamente, exercer sua competência constitucional
tributária para instituir o ITBI no seu território, celebrou acordo com o Estado
federado em que se localiza, para que esse Estado passasse a exercer, em
seu lugar, a competência constitucional para instituir o referido imposto em
seu território municipal e, ainda, para que exercesse as funções de fiscalizar e
arrecadar esse tributo, recebendo, em contrapartida, um pagamento fixo
anual, a título de "retribuição compensatória". Relativamente a essa situação,
o Município Deixa pra Lá

(A) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público, mas pode delegar as funções de
arrecadação às instituições bancárias públicas e privadas.

(B) pode delegar sua competência tributária e suas funções de arrecadar e de


fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de direito público.

(C) não pode delegar sua competência tributária a qualquer outra pessoa
jurídica de direito público, embora possa delegar as funções de arrecadar e de
fiscalizar tributos de sua competência tributária.

(D) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
fiscalizar tributos a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora
possa delegar suas funções de arrecadar tributos de sua competência
tributária.

(E) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de
arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público.

A competência tributária é indelegável, conforme regra presente no artigo 7°


do CTN, o que não impede a delegação, por parte do Município de Deixa Pra
Lá, das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por essa pessoa jurídica de direito público a outra. Ainda que a delegação se

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der por meio de acordo entre os Municípios, aquele será plenamente


inconstitucional.

Logo, o Município de Deixa Pra Lá não pode delegar sua competência


tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora possa
delegar as funções de arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência
tributária, o que torna correta a alternativa "c", gabarito da questão.

(ESAF/RFB/ATRFB/2012) Analise as proposições a seguir e assinale a


opção correta.

I. Se a Constituição atribuir à União a competência para instituir certa taxa e


determinar que 100% de sua arrecadação pertencerá aos Estados ou ao
Distrito Federal, caberá, segundo as regras de competência previstas no
Código Tributário Nacional, a essas unidades federativas a competência para
regular a arrecadação do tributo.

II. Embora seja indelegável a competência tributária, uma pessoa jurídica de


direito público pode atribuir a outra as funções de arrecadar e fiscalizar
tributos.

III. É permitido, sem que tal seja considerado delegação de competência,


cometer a uma sociedade anônima privada o encargo de arrecadar impostos.

a) As duas primeiras afirmações são corretas, e errada a outra.

b) A primeira é correta, sendo erradas as demais.

c) As três são corretas.

d) A primeira é errada, sendo corretas as demais.

e) As três são erradas.

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Item I) Incorreto. A repartição, total ou parcial, da arrecadação de


determinado tributo com outro ente não importa na delegação da
competência tributária, uma vez que esta, como vimos, é indelegável no que
diz respeito à instituição e à regulação do tributo. Assim, ainda que a União
repasse 100% do produto da arrecadação da referida taxa, em nada é
alterada a sua competência tributária, que permanece intocada. O mesmo
acontece para o caso do ITR, em que a União, nos casos em que o Município
opta pela sua fiscalização e arrecadação, repassa 100% do produto da
arrecadação do imposto, conforme artigo 153, §4°, III, da CF/88.

Item II) Correta. A delegação da capacidade tributária ativa, ao contrário


da competência tributária, é delegável a outra pessoa jurídica de direito
público, conforme determina o artigo 7° do CTN. Esse artigo nos diz que a
competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra.

Item III) Correta. Essa é a previsão do artigo 7°, §3°, do CTN, que nos diz
que não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão. Veja agora
uma questão cobrada no concurso para o cargo de Auditor Fiscal do Município
de São Paulo, realizado no início de 2D12.

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(CESPE/SEFAZ-ES/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2013) O


cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos, do encargo de
arrecadar tributos:

A) constitui ato de delegação de competência, de acordo com a legislação


tributária vigente.

B) constitui delegação da capacidade tributária passiva.

C) constitui ato legal em que se atribui apenas a capacidade de arrecadar,


não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo.

D) não pode ser revogado unilateralmente.

E) pode ser anulado, e não revogado, visto que a revogação tem de ser feita
por mútuo consentimento

Questão simples, que versou sobre a delegação da capacidade tributária


ativa. De acordo com o artigo 7° do CTN, a competência tributária é
indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Ou
seja, o nosso CODEX pátrio somente admite a delegação da capacidade
tributária ativa, jamais da competência tributária.

Entretanto, essa delegação somente pode ser feita a pessoas jurídicas de


direito público, sendo vedada a delegação, ainda que da capacidade tributária
ativa, a pessoas jurídicas de direito privado.

Por sua vez, o §3° do mesmo artigo 7° do CTN estabelece que não constitui
delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos. Entre essas pessoas jurídicas de
direito privado, por exemplo, temos os bancos comercias, que possuem a
atribuição de arrecadar os valores pagos pelos sujeitos passivos, sendo um
ato perfeitamente legal, não sendo delegada nem a competência tributária
nem a capacidade tributária ativa.

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"E esse ato de delegação da função de arrecadar tributos, conferida às


pessoas de direito privado, pode ser revogado pelo ente competente,
professor?"

Perfeitamente. Pode ser revogado a qualquer tempo pelo ente concedente.


Essa é a previsão do §2° do artigo 7° do CTN, que estabelece que a
atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa
jurídica de direito público que a tenha conferido.

Logo, o cometimento a pessoa de direito privado, como os bancos, do


encargo de arrecadar tributos constitui ato legal em que se atribui apenas a
capacidade de arrecadar, não cabendo fiscalização ou cobrança do tributo,
que somente pode ser realizado por pessoas jurídicas de direito público.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

Vamos ver agora outra característica da competência tributária: a


imprescritibilidade.

® Im prescritível ^ "E caso determinado ente municipal não se utilize do


seu poder de instituir um tributo, professor? A sociedade não poderá
ficar sem os recursos oriundos da arrecadação do ISS, por exemplo.
Outro ente poderá fazer isso?". Certamente não. Infelizmente a
sociedade em questão irá fibar sem um "trocadinho" a mais no
orçamento. O não exercício da competência tributária não permite que
outro ente, diverso daquele a quem a CF/88 atribuiu a competência
tributária, venha a se utilizar de tal prerrogativa. Cabe ao Ente
escolhido pela CF/88 utilizar ou não a competência tributária a ele
atribuída expressamente em seu texto, PODENDO EXERCER "NA HORA
QUE O DER NA TELHA".

"E de onde o senhor tirou isso, professor? Doutrina?"

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Quem nos diz isso é o pai do direito tributário (a CF/88 é a mãe © -


pais, sempre em segundo plano...): nosso querido CTN (Código
Tributário Nacional). Seu artigo 8° nos diz o seguinte:

"Art. 8° O não-exercício da competência tributária não a


defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela
a que a Constituição a tenha atribuído." (Grifos nosso)

"Pernambuco, tu ainda não instituiu o IPVA nas tuas terras, cabra da peste!
Já que tu não o fez, eu vou fazer isso", disse o Estado da Paraíba indignado.
Na mesma hora, Pernambuco retrucou: "Largue de besteira, homi! Você não
estudou competência tributária, não? Só eu posso fazer isso aqui nas minhas
bandas. E nenhum caboclo mais!". Paraíba ficou calada e foi estudar pelas
aulas do Virgulino...

"Quer dizer então que o direito dos entes políticos instituírem os tributos
previstos em sua competência tributária não está sujeito à decadência,
Virgulino?" Perfeito, futuro servidor! O simples fato de não ter exercido não
faz com que o ente político perca seu direito de, a qualquer momento, vir a
criar qualquer tributo previsto na CF/88. A competência tributária não
prescreve! Ela é incaducável!

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O não exercício da competência tributária não a defere, em nenhuma


hipótese, a outro ente que não a detenha. Por sua vez, cabe apenas ao ente
competente definir o momento de exercício (ou não) da competência a ele
atribuída, característica relacionada à facultatividade, a ser visto agora. A
União não poderá cobrar nenhum tributo de competência dos Estados, ainda
que estes não tenham exercido a sua competência tributária conferida pela
CF/88.

Assim, restam incorretas as assertivas apresentadas. Vamos a mais uma


característica muito importante da competência tributária? Em frente!

® Facultativa ^ decorre diretamente da característica anterior: cabe ao


Ente munido da competência tributária atribuída pela CF/88 definir dia,
hora, lugar e prazo para instituir o tributo a ele conferido. Ou escolher
não exercê-la. É o que acontece, por exemplo, para o imposto sobre
grandes fortunas (IFG), atribuído pela CF/88 à União, mas que jamais
chegou a ser instituído. Por quê? Bem...vamos continuar a aula. ©

Essa faculdade atualmente, no entanto, pode ter algumas


consequências se olharmos sobre a ótica da responsabilidade na gestão
fiscal, conforme nos diz o artigo 11 da Lei Complementar n° 101, de
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e relativamente aos impostos:

"Art. 11. Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências


voluntárias para o ente que não observe o disposto no
caput, no que se refere aos impostos." (Grifos nosso)

® Irrenunciável ^ Uma vez que nenhum outro ente pode "usufruir" da


competência a outro ente atribuída, nenhum ente pode renunciar do
seu poder de instituir um tributo constitucionalmente previsto para a
sua competência tributária. Por exemplo, Pernambuco não pode um dia

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dizer "Ei, sabe de uma coisa: não quero instituir o IPVA, nem tenho
interesse em instituir um dia. Isso dá um trabalho danado e ainda tenho
que chamar Auditores para fiscalizar, fazer concursos periódicos de 20
em 20 anos... Sabe do que mais: quem quiser, pode instituir ele e
cobrar aqui no meu território. Fiquem à vontade." Calma, Querido
Estado, isso não é possível. O jeito é fazer concurso mesmo.

Por sua vez, a característica da irrenunciabilidade está diretamente


relacionada ao princípio da indisponibilidade do interesse público.

® Inalterável ^ Uma vez atribuída a competência tributária, esta não


poderá ser alterada por vontade de um Ente político, por leis por ele
mesmo editadas. E o vocábulo "alterada" abrange tanto a diminuição
(que seria a renúncia, vista acima) quanto o aumento do campo da
competência. Somente por reforma constitucional, repito, poderá a
competência tributária ser alterada, e desde que não prejudique a
autonomia financeira do ente.

"Entendi, professor. Somente outra ordem constitucional então poderia


alterar a competência tributária atual. É isso?"

Calma, caro aluno. Também não seja tão radical, muito menos ir para
as ruas e pedir uma nova constituição só para poder ver se a
competência tributária pode ser mesmo alterada.

A competência tributária atual pode ser alterada sim, desde que pelo
poder constituinte derivado, aquele visto em direito constitucional e que
possui o poder de criar emendas à CF/88. Caso você tenha um livrinho
com a CF/88 antes de 17 de março de 1993, ano da publicação da
Emenda Constitucional n° 03/93, verá que a competência tributária dos
Estados e do DF, além dos impostos previstos atualmente, previa ainda
mais um: o Adicional ao Imposto sobre a Renda (AIR); enquanto que
para os Municípios, era previsto ainda o Imposto sobre Vendas a Varejo
de Combustíveis Líquidos e Gasosos (IVVC).

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Entendeu? Poder, pode. O que não poder é a decisão de aumentar a


competência tributária atribuída pela CF/88 ser realizada
unilateralmente por qualquer dos Entes. Tem que está bonitinha na
CF/88, do jeito que o legislador constituinte determinar.

Outro ponto muito importante, e que deve ser atentado: as


competências tributárias estão estabelecidas no texto da Carta Magna
de forma bastante rígida, não podendo ser modificadas livremente pelo
constituinte derivado. Jamais a alteração na competência tributária
pode se dar em detrimento da autonomia financeira de um ente em
benefício dos demais. Seria o caso, por exemplo, de uma reforma na
Constituição Federal vir a suprimir o ISS do campo de incidência dos
Municípios e do Distrito Federal, seja pela abolição do tributo, seja pela
transferência deste, por exemplo, aos Estados (O DF não seria
prejudicado, uma vez que, em tese, passaria o ISS dele para ele
mesmo. ©).

Segue um quadro resumo para melhor memorização:

INDELEGÁVEL IMPRESCRITÍVEL

IRRENUNCIÁVEL INALTERÁVEL

Em relação à capacidade tributária, temos ainda o que dispõem os §§1° a 3°


do artigo 7° do CTN, que possuem a seguinte redação:

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"§ 1° A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

§ 2° A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por


ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a
tenha conferido.

§ 3° Não constitui delegação de competência o cometimento,


a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de
arrecadar tributos."

Quanto ao §1°, a atribuição da capacidade tributária leva consigo todas as


garantias e privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

Por exemplo, ao conferir a capacidade tributária ativa aos Municípios para


arrecadar e fiscalizar o imposto sobre a propriedade territorial rural, regra
geral, todas as garantias e os privilégios processuais que pertencem à União
são conferidos aos Municípios.

Por sua vez, o §2° nos diz que toda atribuição de capacidade tributária
poderá ser revogada, e a QUALQUER TEMPO pela pessoa jurídica que a tenha
conferido. Esse ato é unilateral, e independe da vontade ou aceitação da
pessoa que tenha recebido a capacidade tributária.

Repeti esses parágrafos, primeirarnente, para que você possa tentar


memorizá-los mais uma vez e, segundo, porque, após tudo que nós
dissemos, vem o STJ e edita a seguinte Súmula:

"Súmula 396: A Confederação Nacional da Agricultura


(CNA) tem legitimidade ativa para a cobrança da
contribuição sindical rural."

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A CNA é uma pessoa jurídica de direito privado, o que leva embora tudo o
que nós vimos? Não. É apenas uma decisão isolada da Corte Superior,
dispondo que uma pessoa jurídica de direito privado pode ser sujeito ativo da
uma relação tributária, ou seja, possuidor de capacidade tributária ativa.
Desse modo, não esqueça essa súmula ao responder suas questões sobre a
capacidade tributária ativa.

Se a questão nada pedir ou falar expressamente sobre essa Súmula, ou o


entendimento sumulado do STJ, nem se lembre dela quando for responder
uma questão de prova que venha a solicitar se a capacidade tributária pode
ser delegada a pessoa jurídica de direito privado. Se solicitar, lembre-se dela
com carinho, e seja cauteloso ao responder a questão apresentada. ©

Por fim, a simples função de arrecadar tributos não se configura como uma
delegação da capacidade tributária. Por exemplo, a função atribuída aos
bancos de arrecadar os tributos dos entes políticos não constitui delegação.
Há apenas a simples função ou encargo de arrecadar tributos. Tanto é assim
que, qualquer restituição ou compensação por pagamento a maior será feita,
SEMPRE, junto ao ente competente para instituir e cobrar o tributo. Observe
ainda que, fora desses casos, não pode haver delegação a pessoa de direito
privado de nenhuma outra atribuição relacionada à competência tributária,
como, por exemplo, da função de fiscalizar os tributos.

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Classificação da Competência tributária

Vejamos agora a classificação da competência tributária, a qual pode ser:

• COMUM;

• CUMULATIVA;

• EXCLUSIVA;

• EXTRAORDINÁRIA; e

• RESIDUAL.

A competência comum é aquela que pode ser exercida por todos os


Entes, indiferentemente, também chamada de competência concorrente, já
que os vários entes podem exercê-la ao mesmo tempo, sem que haja
invasão da competência de um pelos demais. Essa competência está
intimamente relacionada à instituição de tributos denominados de
vinculados, em que há a uma contraprestação do Estado junto ao sujeito
passivo para a arrecadação desses.

Essa competência está presente quanto à instituição das taxas (tanto de


polícia quanto de serviços), das contribuições de melhoria e das
contribuições previdenciárias (esta cobrada dos servidores de cada Esfera
de Federação, dentro do que prevê a sua autonomia político-administrativa)

TAXA DE POLICIA

TAXA DE SERVIÇO

COMPETÊNCIA
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
COMUM

CONTRIBUIÇÃO
PREVIDEN CIARIA
(SERVIDORES DOENTE

vi FEDERATIVO)

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Não significa, porém, que, por exemplo, a União e o Município poderão


instituir uma taxa sobre a prestação do mesmo serviço público. Cada um,
dentro de sua respectiva área de atuação, instituirá o tributo, obedecendo
aos limites impostos pela CF/88.

Veja o que diz o seguinte enunciado.

(FCC/2011) Compete à União e aos Estados a instituição de


contribuições de intervenção no domínio econômico.

Conforme podemos ver na figura relativa à competência comum, mostrada


anteriormente, a instituição de contribuição de intervenção no domínio
econômico não faz parte das hipóteses previstas. Ademais, conforme
veremos mais adiante, esse tributo pertence à competência tributária
exclusiva da União.

Assim, a alternativa é incorreta.

Por sua vez, a competência cumulativa se refere àquela conferida à


União, quanto aos territórios federais (hoje inexistentes na atual divisão
político-administrativa do nosso país), e ao Distrito Federal, diante da sua
natureza anômala.

Quanto determinado território federal for dividido em Municípios, cada


um desses, no exercício da competência municipal, instituíra os tributos a
eles previstos, cabendo à União a instituição dos tributos de natureza
estadual. Caso o território não seja dividido em Municípios, caberá à
União, além dos tributos estaduais, a instituição, também, dos tributos
previstos na competência municipal. As duas situações estão reguladas no
artigo 147 da CF/88. Nesse último caso, a União terá a competência
tributária plena, uma vez que, além da capacidade de instituir os impostos
federais, instituirá também os impostos estaduais e municipais.

Observe a figura para poder visualizar melhor o que falamos, caro aluno.

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Por sua vez, diante de sua natureza anômala, ao Distrito Federal cabe, além
dos tributos estaduais, a instituição e cobrança dos tributos de natureza
municipal, uma vez que o Ente acumula as duas funções federativas. Desse
modo, o Distrito Federal possui competência para a instituição de seis
impostos, que veremos quais são mais adiante. Esta previsão também está
contida no artigo 147 da CF/88:

"Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os


impostos estaduais e, se o Território não for dividido em
Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao
Distrito Federal cabem os impostos municipais."

A mesma previsão consta no artigo 18 do CTN:

"Art. 18. Compete:

I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos


atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em
Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;

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II - ao Distrito Federai e aos Estados não divididos em


Municípios, instituir, cumuiativamente, os impostos
atribuídos aos Estados e aos Municípios."

Embora o texto faça menção apenas aos impostos, é plenamente aceitável a


extensão às demais espécies tributárias: taxas e contribuições de melhoria.
Se assim não fosse, não existiria ente competente para instituí-los nos
territórios federais. ©

"E se tivermos diante de um território estadual, como acontece com o


território pernambucano de Fernando de Noronha?" Se o território é
estadual, cabe ao Estado de Pernambuco, por exemplo, instituir
normalmente os impostos estaduais a serem cobrados dentro do território.
Os municipais, aos respectivos Municípios presentes dentro do território,
assim como para os demais Municípios pernambucanos, para o nosso
exemplo específico de Fernando de Noronha. Bateu agora aquela vontade
de estudar forte para passar mais rápido e poder fazer uma viagem a
Fernando de Noronha, caro aluno? Muita HBC então! Vamos em frente.

Para complementar, o poder de instituir tributo, no exercício da


competência cumulativa, está intimamente relacionado ao poder, também,
de isentar ou dispensar os tributos, bem como da aplicação dos demais
institutos tributários presentes na nossa legislação (moratório,
parcelamento, remissão, entre outros). Assim, por exemplo, a União poderá
conceder isenções, num mesmo espaço territorial, a tributos federais,
estaduais e municipais, caso estejamos falando de território federal não
dividido em Municípios.

A competência exclusiva é aquela que somente pode ser exercida por


um, e apenas um, dos entes da Federação, conforme disciplinado no texto
constitucional, sendo relativa à instituição de tributo a eles expressamente
previsto. Para cada um dos Entes (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios), teremos tributos que somente podem ser criados por um deles.

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Para a União, temos os seguintes:

> Imposto de Importação - II (artigo 153, I);


> Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados
para o exterior - IE (artigo 153, II);
> Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza - IR (artigo
153, III)
> Imposto sobre produtos Industrializados - IPI (artigo 153, IV);
> Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a
títulos e valores mobiliários - IOF (artigo 153, V)
> Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR (artigo 153, VI);
> Imposto sobre grandes fortunas - IGF ((artigo 153, VII);
> Empréstimos Compulsórios, seja em razão de calamidade pública,
guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional - EC
(artigo 148, I e II);
> Contribuições de Intervenção no domínio econômico - CIDE (artigo
149 e 177, §4°);
> Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigo 74,
75, 84 e 90, da ADCT);
> Contribuições sociais (artigo 212, §5°, e 240);
> Contribuições corporativas - categorias profissionais ou econômicas
(artigo 149).
Para os Estados e o Distrito Federal (competência estadual), temos:

s Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos - ITCMD (artigo 155, I);
s Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre a de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicações - ICMS (artigo 155, II);
s Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA (artigo
155, III).

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Para os Municípios e o Distrito Federal (competência municipal), temos:

® Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU (artigo


156, I);
® Imposto sobre a transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens
imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos à sua aquisição - ITBI (artigo 156, II);
® Imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei
complementar - ISS (artigo 156, III);
® Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública - COSIP
(artigo 149-A).

(FCC - 2004 - OAB) Assinale a alternativa que traduz corretamente dois


impostos que podem ser exigidos pelo Distrito Federal.

a) Imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de transporte


interestadual e intermunicipal e de comunicação e imposto sobre serviços
de qualquer natureza.

b) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana e imposto sobre


a propriedade territorial rural.

c) Imposto sobre a transmissão de bens imóveis por ato oneroso e imposto


sobre produtos industrializados.

d) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores e imposto


territorial rural.

Conforme acabamos de ver na lista acima, apenas o imposto previsto na


alternativa "a", uma vez que o ICMS e o ISS estão previstos no campo de
tributação do Distrito Federal, tendo em vista sua natureza anômala,
acumulando a competência tributária dos Estados e dos Municípios. Na
alternativa "b", temos um imposto municipal (IPTU) e outro da União (ITR).

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Na "c", o ITBI, municipal, e o IPI, federal. Na "d", um estadual (IPVA) e


outro federal (ITR).

(FCC - 2010 - TJ-SP - Ortogante) Compete aos Municípios instituir


impostos sobre

I. propriedade predial e territorial urbana;

II. transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis e de direitos reais de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;

III. serviços de qualquer natureza;

IV. transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos.

Está correto apenas o indicado em

a) I e II.

b) I, II e III.

c) I e IV.

d) I.

Mais uma questão fácil, que cobrou apenas os tributos presentes na


competência tributária dos Municípios. Quais são? ITBI, ISS e IPTU. O
ITCMD, presente no item IV, é de competência dos Estados e do Distrito
Federal no exercício de sua competência estadual. O ISS, por sua vez, é o
imposto sobre serviços de qualquer natureza, mas desde que definidos em
lei complementar. O ITBI, por sua vez, não incide sobre os direitos reais de
garantia.

Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da questão.

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(ESAF/Procurador do Distrito Federal/PGDF/2007-2) O Distrito


Federal, com o advento da Constituição Federal de 1988, assumiu
titularidade de pessoa jurídica pública com capacidade política e gozo de
ampla autonomia e governabilidade. Deixou, portanto, de ser, apenas, sede
administrativa da União. Em conseqüência dessa nova estrutura
constitucional que lhe foi atribuída, assinale a opção correta.

a) A Câmara Legislativa do Distrito Federal tem ampla competência, em


concreto, para instituir só os impostos que a Constituição autoriza os
Estados a cobrá-los.

b) O exercício da competência tributária do Distrito Federal pode ser


limitado por Lei Complementar Nacional.

c) O Distrito Federal, por meio de sua Câmara Legislativa, tem competência


para editar lei sobre o pagamento de IPVA, quando ausente Lei
Complementar da União estabelecendo normas gerais.

d) O Distrito Federal não tem competência concorrente para instituir a


cobrança de custas dos serviços forenses prestados pelo Poder Judiciário
local, mesmo quando a União permaneça omissa em estabelecer, por Lei
Complementar, normas gerais a respeito.

e) A inércia da União em regulamentar a matéria tributária prevista no art.


24 da Constituição Federal, redação atual, impedirá o Distrito Federal de,
exercendo competência concorrente, legislar, de modo específico, sobre
atualização do valor do ICMS.

Alternativa a) Incorreta. O Distrito Federal detém a competência


legislativa cumulativa, a qual abrange a competência atribuída aos Estados
e aos municípios. Assim, compete a este ente político a competência
tributária atribuída aos Estados e aos municípios, podendo instituir seis
impostos previstos na CF/88 (IPVA, IPTU, ITCMD, ITBI e ISS).

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Alternativa b) Incorreta. Somente o próprio texto da CF/88 poderá


limitar ou excluir a competência tributária, não podendo nenhum outro
normativo fazer isso. As delimitações da competência tributária estão
previstas na seção do Sistema Tributário Nacional intitulado "Das limitações
ao poder de tributar", no qual estão contidos os princípios e as imunidades
tributárias principais, possuindo ainda a CF/88 outros ao longo do seu texto.
Estudaremos esse tema em aula posterior do nosso curso.

Alternativa c) Correta. Inexistindo lei de normas gerais da União sobre o


assunto, o DF, assim como os Estados, está autorizado a editar suas
próprias leis regulando o tema, conforme dispõe o artigo 24, §3°, da CF/88.

Alternativa d) Incorreta. Mais uma vez, inexistindo lei federal sobre


normas gerais, os Estados e o Distrito Federal exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades, conforme o artigo 24,
§3°, da CF/88. As custas dos serviços forenses prestados pelo Poder
Judiciário, por sua vez, são espécies de taxas, presentes também na
competência tributária do Distrito Federal.

Alternativa e) Incorreta. Idem à alternativa anterior.

Por sua vez, a competência extraordinária se refere àquela conferida à


União para a instituição do impostro extraordinário de guerra (IEG), desde
que na iminência ou no caso de guerra externa, podendo ou não estar
compreendidos na sua competência tributária. Esse imposto deverá, por sua
vez, ser suprimido gradativamente ao cessarem as causas que lhe deram
vida, ou seja, a guerra externa ou a sua iminência.

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Como o próprio nome nos fala, o imposto somente poderá será instituído
caso sejam observadas a iminência ou a própria declaração de guerra
externa, podendo a União utilizar sua competência para a instituição do
imposto ainda que isto implique, caso não fosse observada a situação
extraordinária, a invasão de competência dos demais entes.

Seria o caso de instituição de um IEG que tivesse como hipótese de


incidência, por exemplo, a propriedade predial urbana, base de incidência
de imposto previsto na competência municipal.

Uma vez que decorre de expressa previsão e autorização constitucional, não


haveria invasão de competência do ente municipal pela União. Sem previsão
constitucional, jamais poderá haver a invasão da competência tributária de
um ente por outro.

O IEG está previsto no inciso II do artigo 154 da CF/88:

"Art. 154. A União poderá instituir:

(...)

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos


extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação."

E caso ocorra no Brasil um grave guerra civil que exija da União a utilização
de grandes somas de recursos públicos, com severas consequências para as
finanças públicas federais? Os governantes terão que se virar. Somente o
que autoriza a instituição do IEG é uma guerra externa ou a sua iminência,
jamais uma guerra civil, que é de ordem interna, tenha os consequências
que tiver. Ok?

O IEG está regulado também no artigo 76 do CTN, que assim nos diz em
seu texto:

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"Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a


União pode instituir, temporariamente, impostos
extraordinários compreendidos ou não entre os referidos
nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo
de cinco anos, contados da celebração da paz."

O prazo máximo para a cobrança do imposto é, assim, cinco anos, contados


do fim da guerra externa. Guarde bem essa data. Além disso, a supressão
deverá ser gradativa, o que significa que ele não poderá ser extinto do dia
para a noite, tem que ser aos poucos, conforme constar na lei de criação do
tributo.

Esse tributo, por fim, deverá ser instituído por meio de lei ordinária, uma
vez que o texto constitucional, não obstante a relevância do tributo, não
previu a necessidade de lei complementar.

Por fim, temos a competência residual ou remanescente, a qual é


conferida apenas à União. Essa competência está prevista no artigo 154, I,
da CF/88, cujo texto é o seguinte:

"Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no


artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição;

(...)."

Ou seja, a previsão conferida à União é quase que uma carta branca à


criação de novos impostos não previstos na sua própria competência
tributária nem na dos demais entes políticos, bastando apenas que sejam
atendidos os seguintes requisitos:

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1) Sejam instituídos por meio de lei complementar


federal;

2) Devem ser não-cumulativos (falaremos dessa


característica dos tributos em aula seguinte do
nosso curso);

3) Não podem ter fato gerador ou base de cálculo


própria dos impostos já previstos no texto da
CF/88, seja em relação à própria União, seja em
relação aos Estados, Distrito Federal ou
Municípios.

Guarde bem as características acima, caro aluno. Elas são muito solicitadas
em prova. Não as perca de vista!

Observe que a instituição de um novo imposto não previsto expressamente


na outorga do texto constitucional (impostos presentes nos artigos 153, 155
e 156 da Carta Federal) deve ser feito por meio de lei complementar, ou
seja, pelo legislador ordinário, ainda que utilizando lei complementar, a
qual possui um rito solene bem mais rígido do que as leis ordinárias. Esse
legislador, além da LC, deve cumprir ainda os dois outros itens previstos no
artigo 154, I, da CF/88.

Desse modo, o poder de reforma constitucional, exercido pelo


legislador constituinte derivado, não estará jamais limitado ao que
diz o artigo, limitando apenas o legislador ordinário. Assim, nada
impede que aquele, o legislador derivado (o qual tem poder de alterar a
CF/88 dentro dos limites por ela mesma impostos), edite uma emenda ao
texto constitucional criando novo imposto com a mesma base de cálculo ou
fato gerador já previsto para outro imposto. O mesmo ocorre para o fato
gerador e para a observância ou não do requisito da não-cumulatividade.

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Lembre-se: a limitação relativa aos impostos residuais (e também às


contribuições residuais, como veremos mais adiante) é direcionada apenas
ao legislador ordinário, e não ao legislador derivado, que pode alterar a
CF/88 da maneira que bem entender, e desde que respeitados os princípios
e regras já estabelecidos no corpo da Carta Federal.

Para os impostos residuais, temos ainda que a lei complementar de criação,


além de ter que prever a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes
do novo tributo, deve dispor ainda sobre as alíquotas do mesmo, ficando
sujeito ainda ao princípio da anterioridade tributária, que estudaremos em
aula posterior do nosso curso.

Complementado a competência residual da União, dessa vez quanto às


contribuições para a seguridade social, temos o que determina o artigo 195,
§4°, da CF/88, que assim nos diz:

"§ 4° - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a


garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I."

Assim, valem as mesmas condições previstas para os impostos, exceto


quanto ao paralelismo que deve ser observado para cada espécie, uma vez
que as novas contribuições não poderão ter base de cálculo e fato gerador
próprios de OUTRAS CONTRIBUIÇÕES, E NÃO DE OUTROS IMPOSTOS. Ou
seja, podemos ter uma contribuição social e um imposto com a mesma base
de cálculo, ou com o mesmo fato gerador, já que a limitação é apenas para
espécies tributárias de mesma natureza (cada um no seu quadrado, caro
aluno).

Lembre-se bem: a competência residual da União diz respeito tanto à


instituição de impostos quanto de contribuições sociais não previstas no
texto constitucional. Tanto um quanto o outro, somente podem ser criados
por LEI COM PLEM ENTAR, assim, não podem ser criados nem por lei
ordinária nem por meio de medida provisória.

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Embora a CF/88 expressamente afirme que a competência residual se


mostra apenas quanto à União, fato curioso se mostrou em questão de
prova aplicada pela ESAF para o cargo de Fiscal de Tributos Estaduais do
Estado do Pará, em 2002, cujo enunciado possui o seguinte texto:

A Constituição Federal atribui a denominada competência residual ou


remanescente, quanto aos impostos __________1__________ , e, no que
se refere às taxas e às contribuições de melhoria,
2 .

a) i aos Estados-membros, 2 à União

b) 1 à União, 2 aos Municípios

c) 1 ao Distrito Federal, 2 aos Estados-membros

d) 1 à União, 2 aos Estados-membros

e) 1 aos Estados-membros, 2 aos Municípios

O gabarito foi dado como sendo a alternativa "d", seguindo o que determina
a doutrina m inoritária, prevendo que as taxas e as contribuições de
melhoria que não estejam previstas na competência tributária da União e
dos Municípios sejam instituídas pelos Estados e pelo Distrito Federal
(competência estadual), por meio de sua competência RESIDUAL.

Sendo assim, muito cuidado com esse tipo de questão de prova. Nunca se
sabe onde o elaborador irá buscar inspiração para fazer uma questão. Veja
algumas questões para treinar o que foi visto anteriormente.

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(FCC- 2007 - OAB - SP) Por competência tributária residual entende-se

a) a faculdade de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também


instituírem taxas e contribuições de melhoria.

b) a faculdade da União de instituir, mediante lei complementar,


empréstimos compulsórios e, mediante lei ordinária, impostos
extraordinários.

c) a faculdade de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios também


instituírem taxas e contribuições sociais, cobradas de seus servidores para o
custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e de assistência
social.

d) a faculdade da União de instituir, mediante lei complementar, impostos


não expressamente previstos em sua competência tributária, desde que
não-cumulativos e que tenham base de cálculo e fatos geradores diversos
daqueles já discriminados pela Constituição Federal.

Como vimos, apenas a União possui competência tributária residual, muito


embora, como vimos, alguns autores, e a banca ESAF, entenda que os
Estados possuem competência tributária residual quanto à instituição de
taxas e contribuições de melhoria. Salvo esse caso relativo aos Estados,
apenas a União poderá criar impostos e contribuições sociais residuais.

Alternativa a) Incorreta. Essa competência não se estende aos


Municípios.

Alternativa b) Incorreta. Os empréstimos compulsórios estão presentes


na competência tributária exclusiva, e não na residual. Por sua vez, o IEG
está presente na competência tributária extraordinária da União.

Alternativa c) Incorreta. Essa previsão está presente na competência


tributária comum, e não na residual.

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Alternativa d) Correta. Essa é a transcrição do que determina o artigo


154, I, da CF/88, que regula a competência tributária residual da União em
matéria de impostos.

(ESAF/MDIC/ACE/2012) Competência Tributária é a parcela de poder


fiscal que as pessoas políticas que compõem a Federação recebem
diretamente da Constituição para instituir, cobrar e administrar os tributos a
ela atribuídos. Sobre a Competência Tributária, julgue os itens abaixo, e em
seguida assinale a opção correspondente.

I. Embora tal competência seja indelegável, a lei permite a delegação das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos a outras pessoas jurídicas de
direito público.

II. O produto da arrecadação do Imposto de Renda retido na fonte dos


servidores estaduais e municipais, embora pertença aos respectivos Estados
e Municípios, não retira da União sua competência legislativa e
regulamentadora em relação a este tributo, tampouco as funções de
fiscalizar e exigir o pagamento quando não tenha havido retenção.

III. A mesma pessoa política detentora da competência de instituir,


arrecadar e administrar determinado tributo é também aquela competente
para conceder isenções dele, sem exceções.

IV. O não exercício da competência tributária por determinada pessoa


política autoriza a União a exercitar tal competência.

a) Há apenas um item correto.

b) Há apenas dois itens corretos.

c) Há apenas três itens corretos.

d) Todos os itens estão corretos.

e) Todos os itens estão incorretos.

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Item I) Correto. Conforme nos diz o artigo 7°, caput, do CTN, "a
competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra".

Item II) Correto. A competência legislativa está completamente


dissociada do destino a ser dado à arrecadação do respectivo tributo,
inclusive em relação ao Imposto sobre a Renda (IR). O fato de parcela, ou
até mesmo a totalidade, do produto da arrecadação de um tributo ser
destinado a outro ente político não altera em nada a competência tributária
atribuída pela CF/88. No caso em questão, a União permanece com sua
competência legislativa e regulamentadora em relação a este tributo,
inclusive quanto às funções de fiscalizar e exigir o pagamento quando não
tenha havido retenção.

Item III) Incorreto. Em regra, apenas a pessoa política detentora da


competência de instituir, arrecadar e administrar determinado tributo é
também aquela competente para conceder isenções relativas ao mesmo.
Entretanto, a União, ao celebrar tratados e convenções internacionais,
agindo em nome da República Federativa do Brasil, poderá conceder
isenções de tributos estaduais, municipais e distritais, as chamadas isenções
heterônomas. Assim, a aplicação do artigo 151, III, da CF/88, é restrita
apenas à ordem interna.

Item IV) Incorreto. A competência tributária é indelegável e


imprescritível, não podendo ser exercida por outro ente caso o ente
competente não exerça o poder a ele atribuído pela CF/88. Assim, caso o
ente político competente decida instituir o tributo a ele constitucionalmente
previsto no dia seguinte ao da publicação da CF/88 ou apenas em 2030,
cabe apenas a ele decidir sobre isso.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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(FCC - 2010) A competência do Distrito Federal para instituir impostos é

a) exclusiva, relativamente aos impostos municipais.

b) concorrente, relativamente aos impostos estaduais.

c) cumulativa, relativamente aos impostos estaduais e municipais.

d) concorrente, relativamente aos impostos estaduais e federais.

No tocante a impostos, cabe ao Distrito Federal instituir somente aqueles


previstos na sua competência tributária exclusiva, quais sejam: ITCMD,
ICMS, IPVA, ISS, ITBI e IPTU. Essa atribuição somente é possível uma vez
que esse Ente possui, cumulativamente, as competências tributárias
conferidas aos Estados e aos Municípios. Logo, estamos diante da
competência cumulativa, o que nos fornece a alternativa "c" como gabarito
da nossa questão.

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Bitributação e "B is in idem "

Nesse item da aula estudaremos dois temas freqüentemente confundidos


pelos candidatos menos atentos, e diretamente relacionado ao tema
"competência tributária". E candidato desatento ou sem conhecimento
afiado é presa fácil para uma banca maldosa. ©

Embora os dois itens possam ser, indevidamente, utilizado como sinônimos,


são termos diferentes, como passaremos a ver agora.

A bitributação ocorre quando DOIS ENTES FEDERATIVOS DISTINTOS


(ou mais de dois) tributam o mesmo fato gerador ou a mesma base de
cálculo. Uma vez que a competência tributária para a criação de um
determinado tributo é conferida expressamente pela CF/88 para
determinado Ente Federativo, é exclusiva, estaremos diante de uma
invasão da competência tributária.Em regra, como veremos mais
adiante.

Por exemplo, imagine que a União edite lei complementar definindo que o
novo imposto sobre a comercialização de produtos radioativos (criado,
"inocentemente", em razão da sua competência tributária residual) será
tributado em razão da circulação desse tipo de mercadoria pelas estradas
federais. Ora! A circulação de merda dorias, seja ela qual for, será tributada
com o ICMS, imposto de competência estadual e distrital, previsto
expressamente na CF/88 em seu artigo 155, II. Esse imposto tem como fato
gerador as operações relativas à circulação de mercadorias e a prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.

"Entendí então, professor. Se está previsto na CF/88, nenhum outro ente


poderá utilizar a mesma base de calculo ou fato gerador já previsto
constitucionalmente como pertencente à competência tributária de outro
ente federativo. Até que enfim outra regra que não tem exceção".

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Lá se foi sua alegria, caro aluno. Essa regra tem exceções sim. Mas, para
isso, tem que estar presente expressam ente no corpo da CF/88, não
podendo jamais ser disciplinada originariamente em normativos
infraconstitucionais, como é o caso da lei complementar que criou o imposto
radioativo.

Os empréstimos compulsórios e os impostos extraordinários de guerra (IEG)


podem ser instituídos e terem a mesma base de cálculo ou fato gerador já
previsto para outro tributo pertencente à competência tributária de outro
Ente federativo, ou da própria União, já que ela detém a competência
tributária quanto à instituição desses dois tributos.

Nada impediria, por exemplo, que, numa possível guerra contra o Suriname,
a União instituísse o IEG tendo como fato gerador a propriedade predial e
territorial urbana de imóveis localizados nos Municípios dos Estados do Pará
e do Amapá. Como sabemos, a propriedade predial e territorial urbana é
fato gerador do IPTU, imposto de competência dos Municípios, portanto,
"invadindo" a competência tributária dos Municípios. Claro que não seria
uma invasão, pois, como dissemos, o IEG sobre esse fato gerador possui
respaldo na própria CF/88, sendo, assim, legítimo.

Quanto aos moradores desses Municípios, estes seriam obrigados a pagar


imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana duas vezes: uma
quanto ao IPTU e outra quanto ao IEG.

Quanto à bitributação, veja o que diz o STF sobre o assunto:

"A jurisprudência desta Corte é pacífica no sentido da


ausência de bitributação quando da incidência da
contribuição previdenciária sobre o 13° salário. (RE 212845
Arg/SP, de 31/05/2011)"

"1. Recurso extraordinário em que se argumenta a não


incidência do II e do IPI sobre operação de importação de
sistema de tomografia computadorizada, amparada por
contrato de arrendamento mercantil. 2. Alegada

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insubmissão do arrendamento mercantil, que seria um


serviço, ao fato gerador do imposto de importação (art.
153, I da Constituição). Inconsistência. Por se tratar de
tributos diferentes, com hipóteses de incidência específicas
(prestação de serviços e importação, entendida como a
entrada de bem em território nacional - art. 19 do CTN), a
incidência concomitante do II e do ISS não implica
bitributação ou de violação de pretensa exclusividade e
preferência de cobrança do ISS. (RE 429306/PR, de
02/01/2011)."

Por sua vez, o "bis in idem " é definido com a tributação de um único fato
gerador por mais de uma vez, e desde que PELO MESMO ENTE
COMPETENTE para instituir tributo relativo a esse fato gerador. É o caso
em que um ente federado, dentro da sua competência tributária, institui
novo tributo com fato gerador ou base de calculo já prevista para outro
tributo anteriormente instituído.

Seria o caso, por exemplo, relativo à importação de produtos estrangeiros


industrializados, sobre os quais incide, sobre o mesmo fato gerador, o
imposto de importação (II) e o imposto sobre produtos industrializados
(IPI). Outro caso, também quanto a tributos da União, seria o previsto para
o imposto sobre a renda (IR) e para a contribuição social sobre o lucro
líquido (CSSL), ambos tributando o ucro das empresas.

O bis in idem, portanto, é perfeitamente admitido no nosso ordenamento,


diferentemente da bitributação, que é permitida apenas nos casos
expressamente previsto na CF/88.

Segue um resuminho:

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BITRIBUTAÇÃO ^ ENTES FEDERATIVOS DIFERENTES - PERMITIDA


APENAS NOS CASOS EXPRESSAMENTE PREVISTOS NA CF/88

BIS IN IDEM ^ MESMO ENTE FEDERATIVO - PERMITIDA, observados os


requisitos da CF/88.

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Competência exclusiva do presidente da república em matéria

tributária

No último item da nossa aula de hoje iremos estudar a existência ou não de


competência exclusiva do presidente da república quanto à iniciativa de leis
em matéria tributária. A questão é suscitada em razão do que consta em
dois normativos presentes na CF/88. No artigo 61, §1°, I, "b", da CF/88,
temos o seguinte em seu texto:

"Art. 61. (...)

§ 1° - São de iniciativa privativa do Presidente da


República as leis que: (...)

II - disponham sobre: (...)

b) organização administrativa e judiciária, matéria


tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;"

Já o artigo 165, II, da CF/88, estabelece em seu texto que leis de iniciativa
do Poder Executivo estabelecerão, entre outros temas, as diretrizes
orçamentárias e os orçamentos anuais. Diante disso, pode-se dizer que as
leis tributárias também são de iniBciativa do Poder Executivo? Certamente
não.

A iniciativa de leis tributárias somente é exclusiva do Presidente da


República quando o assunto é território federal, e nada mais do que isso.
Para o STF, exceto no caso comentado anteriormente, não há qualquer tipo
de reserva legal para o Presidente da República quanto às matérias
tributárias, podendo os poderes legislativos de todas as unidades da
federação dispor sobre assuntos tributários.

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A regra contida no artigo 165, II, da CF/88, também não delimita a


iniciativa de leis tributárias apenas ao poder executivo, uma vez que as
matérias nele tratadas dizem respeito apenas ao direito financeiro, e não ao
direito tributário. Mais uma vez: qualquer lei que trata de temas tributários
pode ser proposta por meio de projeto elaborado em qualquer casa
legislativa da Federação, não sendo de reserva legal do Poder Executivo.

(CESPE/TJ-MA/Juiz/2013) De acordo com entendimento do STF, a


iniciativa de lei que verse sobre matéria tributária é concorrente entre o
chefe do Poder Executivo e os membros do Legislativo.

Uma questão simples sobre o que acabamos de ver, e que ainda solicita o
entendimento do STF. Então vamos a ele. Conforme essa corte, temos a
seguinte decisão:

"(...) A iniciativa de leis que versem sobre matéria tributária


é concorrente entre o chefe do poder executivo e os
membros do legislativo. II - A circunstância de as leis
que versem sobre matéria tributária poderem repercutir no
orçamento do ente federado não conduz à conclusão de que
sua iniciativa é privativa do chefe do executivo." (RE
590697/Mg, de 23/08/2011)

Assim, resta correta a assertiva apresentada.

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Antes de irmos às questões, queria informar que não encontrei nenhuma


questão "pura" sobre competência tributária, apenas questões compostas
por esse e por outros temas que, por óbvio, ainda não estudamos. Assim,
essa aula de hoje não terá questões FUNCAB, já que, salvo melhor juízo,
elas não existe.

Uma questão que contém, também, a competência tributária, é a seguinte,


a ser vista em aula posterior do curso, já que contém alternativas
relacionadas aos princípios tributários, tema a ser visto na aula 02 do nosso
curso.

(FUNCAB/Prefeitura da Porto Velho-RR/AFTM/2009) Acerca da


competência tributária prevista na Constituição Federal é correto afirmar:

A) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais sobre matéria


tributária, bem como dispor sobre conflitos de competência entre os
diferentes entes da federação.

B) incumbe aos Municípios instituir impostos sobre serviços de transporte


intermunicipal e sobre a propriedade predial e territorial urbana.

C) pode a União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional, a fim de promover o desenvolvimento socioeconômico entre as
regiões do país.

D) compete aos Estados instituir impostos somente sobre a doação de bens


imóveis, ressalvados os bens móveis e direitos de natureza imaterial.

E) é da União a competência tributária para instituir impostos sobre


operações relativas ao serviço de comunicação, enquanto aos Estados cabe
instituir impostos relativos à circulação de mercadorias.

Essa questão é apenas para se familiarizar com o estilo FUNCAB, ok?


Porém, você já é capaz de responder as alternativas "b", "d" e "e"?
Comentarei todas as alternativas em outro momento.

Por hoje é só, pessoal. Espero revê-los em breve no nosso curso!. Bons
estudos e forte abraço!

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Questões Propostas

1. (FCC/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2014) De


acordo com o que estabelece a Constituição Federal, o IPVA é tributo de
competência estadual e 50% de sua receita deve ser repassada aos
municípios, observados os critérios constitucionais para isso.

Nesse sentido, considere:

I. As atribuições do Estado do Rio de Janeiro para arrecadar o crédito


tributário do IPVA e para fiscalizá-lo são delegáveis aos municípios
fluminenses, relativamente aos veículos neles licenciados.

II. A competência do Estado do Rio de Janeiro para instituir o IPVA é


delegável aos municípios fluminenses, em cujos territórios os proprietários
de veículos tenham seus domicílios.

III. Caso o Estado do Rio de Janeiro decida por não exercer sua
competência tributária, tal fato só deferirá essa competência aos municípios
fluminenses que tiverem veículos licenciados em seus territórios.

IV. O Estado do Rio de Janeiro tem competência legislativa plena, em


relação ao IPVA, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal
e na Constituição Estadual Fluminense.

V. O fato de os municípios fluminenses terem direito a receber 50% da


receita do IPVA não retira a competência do Estado do Rio de Janeiro para
legislar sobre esse imposto, mas permite o compartilhamento da atividade
legislativa, em relação às obrigações tributárias acessórias.

Com base no CTN, está correto o que se afirma APENAS em

(A) IV e V.

(B) I e II.

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(C) III e V.

(D) II e III.

(E) I e IV.

Vamos aos itens da questão para encontrarmos a alternativa correta.

Item I) Correto. De acordo com o artigo 7°, do CTN, a competência


tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, que corresponde à capacidade tributária ativa,
perfeitamente delegável a outros entes políticos, entre os quais se incluem
os municípios fluminenses, e relativamente aos veículos neles licenciados.

Item II) Incorreto. Conforme comentado no item anterior, a competência


tributária, que compreende o poder do Estado do Rio de Janeiro de instituir
o IPVA, é indelegável, tendo em vista o que dispõe a CF/88 e o artigo 7°
do CTN.

Item III) Incorreto. Lembra-se das características da competência


tributária? Indelegável, imprescritível, irrenunciável, facultativa e
inalterável. Caso o Estado do Rio de Janeiro decida por não exercer sua
competência tributária, tal fato não irá deferir essa competência aos
municípios fluminenses, ainda que esses tenham veículos licenciados em
seus territórios.

Item IV) Correto. Exatamente. A competência tributária para a instituição


do IPVA, conforme o artigo 155, III, da CF/88, é dos Estados e do Distrito
Federal, possuindo esses entes políticos competência legislativa plena
quanto à criação e à regulação do imposto em seus territórios, ressalvadas
as limitações contidas na Constituição Federal e na Constituição Estadual
Fluminense.

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Item V) Incorreto. A atividade legislativa é competência indelegável,


ainda que os municípios fluminenses tenham o direito de receber 50% do
produto da receita do IPVA quanto aos veículos licenciados em seus
territórios.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

2. (FCC/Prefeitura do R ecife/Procurador Judicial/2014) Procurador


Judicial do Recife recém empossado no cargo recebe a incumbência de
apresentar estudo detalhado sobre competência tributária. Demonstrando
profundo conhecimento sobre o tema, ele correlaciona corretamente os
entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aos
respectivos tributos, conforme definido na Constituição Federal de 1988. É
correto afirmar que são de competência do Distrito Federal:

(A) Imposto sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza; imposto sobre operações relativas
à circulação de mercadorias e imposto sobre a doação, de quaisquer bens
ou direitos.

(B) Contribuição sobre a receita ou faturamento das empresas, imposto


sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
imposto sobre a prestação de serviço s de transporte intramunicipal.

(C) Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos ou valores mobiliários; imposto predial e territorial urbano e imposto
sobre a transmissão de bens imóveis.

(D) Imposto sobre serviços de qualquer natureza, imposto extraordinário


em caso de guerra externa e imposto sobre a propriedade de veículos
automotores.

(E) Imposto sobre a prestação de serviço de comunicação, imposto predial e


territorial urbano e imposto territorial rural.

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Todos os tributos que são de competência dos Estados e dos Municípios são
também de competência do Distrito Federal, em razão da sua natureza
anômala. Logo, quanto aos impostos, o Distrito Federal poderá instituir:
ICMS, IPVA, ITCMD, ISS, ITPU e ITBI. Além desses, poderá instituir também
taxas, contribuições de melhoria, contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública e contribuição previdenciária cobrada dos seus servidores
públicos.

Desse modo, apenas o que consta na alternativa "a" atende ao enunciado,


muita embora o texto do primeiro imposto previsto na alternativa "a" não
corresponda exatamente ao texto constitucional presente no artigo 156, II,
da CF/88, relativo ao ITBI (Imposto sobre transmissão "inter vivos", a
qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição).

Nas alternativas incorretas, a contribuição sobre a receita ou o faturamento


(alternativa "b"), o imposto sobre operações de crédito (alternativa "c"), o
imposto extraordinário de guerra (alternativa "d") e o imposto territorial
rural (alternativa "e") são de competência exclusiva da União.

3. (FCC - 2013 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Rendas - P2) Possuem


competência para instituir o Imposto Sobre Doações e Transmissão causa
mortis, Imposto Territorial Rural, Impostos sobre Importações e Impostos
sobre Serviços de Qualquer Natureza, respectivamente,

a) Estados; Municípios; União; Estados e Distrito Federal.

b) Municípios; Estados e Distrito Federal; União; Municípios.

c) Estados e Distrito Federal; União; União; Distrito Federal.

d) Estados; União; Estados e Distrito Federal; Municípios.

e) Estados; Municípios; União; Municípios e Distrito Federal.

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Quanto aos tributos, a CF/88 expressamente outorgou competência


tributária a cada um dos entes políticos, sendo cada um deles responsável
pela instituição e regulação de um tributo especifico no corpo da Carta de
1988.

Para a União, temos os seguintes, com os respectivos artigos da CF/88:

> Imposto de Importação - II (artigo 153, I);

> Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados


para o exterior - IE (artigo 153, II);

> Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza - IR (artigo


153, III)

> Imposto sobre produtos Industrializados - IPI (artigo 153, IV);

> Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos e valores mobiliários - IOF (artigo 153, V)

> Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR (artigo 153, VI);

> Imposto sobre grandes fortunas - IGF (artigo 153, VII);

> Empréstimos Compulsórios (EC), em razão de calamidade pública,


guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (artigo
148, I e II);

> Contribuições de Intervenção no domínio econômico - CIDE (artigos


149 e 177, §4°);

> Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigos 74,
75, 84 e 90, da ADCT);

> Contribuições sociais (artigos 212, §5°, e 240);

> Contribuições corporativas - categorias profissionais ou econômicas


(artigo 149).

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Para os Estados e o Distrito Federal (competência estadual), temos:

s Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos - ITCMD (artigo 155, I);

s Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicações - ICMS (artigo 155, II);

s Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA (artigo


155, III).

Para os Municípios e o Distrito Federal (competência municipal), temos:

® Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU (artigo


156, I);

® Imposto sobre a transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens


imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem
como cessão de direitos à sua aquisição - ITBI (artigo 156, II);

® Imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei


complementar - ISS (artigo 156, III);

® Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública - COSIP


(artigo 149-A).

Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

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4. (FCC - 2013 - TJ - PE - Serviços Notariais e de Registros -


Provim ento) A competência tributária:

a) é delegável por lei, como no caso do Imposto Territorial Rural - ITR, em


que a União pode delegar a competência para os Municípios que assim
optarem.

b) não pode deixar de ser exercida, razão pela qual, a União tem obrigação
constitucional de instituir todos os impostos de sua competência.

c) é renunciável nos casos expressamente autorizados pela Constituição


Federal, como no caso do Imposto sobre Grandes Fortunas, que era de
competência da União.

d) é exclusiva em relação a todos os tributos, devendo cada ente se limitar


a instituir os tributos expressamente previstos na Constituição Federal ou
em lei.

e) é indelegável em qualquer situação, não podendo o ente renunciá-la ou


transferi-la a outro ainda que por lei.

De acordo com o artigo 7° do CTN, a competência tributária é indelegável,


salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria
tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
Logo, incorreta a alternativa "a".

Por sua vez, a competência tributária tem como características as presentes


na figura a seguir, fazendo como que estejam incorretas as alternativas "b"
e "c":

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Quanto à sua classificação, tornando a alternativa "d" incorreta, a


competência tributária poder ser:

• COMUM;

• CUMULATIVA;

• EXCLUSIVA;

• EXTRAORDINÁRIA; e

• RESIDUAL.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

5. (FCC - 2013 - TCE - SP - Auditor) Uma coisa é poder de legislar,


desenhando o perfil jurídico de um gravame ou regulando os expedientes
necessários à sua funcionalidade; outra é reunir credenciais para integrar a
relação jurídica, no tópico do sujeito ativo. (CARVALHO, Paulo de Barros.
Curso de Direito Tributário. 23 ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 271).

O trecho transcrito faz alusão, respectivamente, a:

a) capacidade tributária passiva e competência tributária.

b) capacidade tributária passiva e capacidade tributária ativa.

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c) competência tributária e obrigação tributária.

d) capacidade tributária ativa e obrigação tributária.

e) competência tributária e capacidade tributária ativa.

As funções de arrecadar e fiscalizar tributos, bem como de executar


leis, serviços, atos ou decisões adm inistrativas em matéria
tributária, estão com preendidas na chamada capacidade tributária
a tiv a, a qual é decorrente da competência tributária. Nessa, além das
funções relativas à capacidade tributária ativa, temos ainda a função de
legislar sobre o tributo, inclusive, instituindo-o. Veja a figura seguinte para
visualizar melhor como se dá a diferenciação entre competência tributária e
capacidade tributária ativa:

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

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6. (FCC - 2012 - PM SAO PAULO - Auditor Fiscal Tributário Municipal


- Gestão Tributária) Município Deixa pra Lá, não conseguindo,
hipoteticamente, exercer sua competência constitucional tributária para
instituir o ITBI no seu território, celebrou acordo com o Estado federado em
que se localiza, para que esse Estado passasse a exercer, em seu lugar, a
competência constitucional para instituir o referido imposto em seu território
municipal e, ainda, para que exercesse as funções de fiscalizar e arrecadar
esse tributo, recebendo, em contrapartida, um pagamento fixo anual, a
título de "retribuição compensatória". Relativamente a essa situação, o
Município Deixa pra Lá

a) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de


arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público, mas pode delegar as funções de
arrecadação às instituições bancárias públicas e privadas.

b) pode delegar sua competência tributária e suas funções de arrecadar e


de fiscalizar tributos a outra pessoa jurídica de direito público.

c) não pode delegar sua competência tributária a qualquer outra pessoa


jurídica de direito público, embora possa delegar as funções de arrecadar e
de fiscalizar tributos de sua competência tributária.

d) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de


fiscalizar tributos a qualquer outra pessoa jurídica de direito público,
embora possa delegar suas funções de arrecadar tributos de sua
competência tributária.

e) não pode delegar sua competência tributária, nem suas funções de


arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência tributária a qualquer
outra pessoa jurídica de direito público.

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A competência tributária é indelegável, conforme regra presente no artigo


7° do CTN, o que não impede a delegação, por parte do Município de Deixa
Pra Lá, das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por essa pessoa jurídica de direito público a outra. Ainda que a delegação se
der por meio de acordo entre os Municípios, este será plenamente
inconstitucional.

Logo, o Município de Deixa Pra Lá não pode delegar sua competência


tributária a qualquer outra pessoa jurídica de direito público, embora possa
delegar as funções de arrecadar e de fiscalizar tributos de sua competência
tributária, o que torna correta a alternativa "c", gabarito da questão.

7. (FCC - 2011 - PGE - MT - Procurador de Estado) Sobre competência


tributária e capacidade tributária ativa, é correto afirmar:

a) A competência tributária é delegável por lei.

b) A capacidade tributária ativa indica o sujeito ativo da obrigação tributária


principal.

c) O Código Tributário Nacional fixa as competências tributárias.

d) A capacidade tributária ativa é exclusiva do ente político definido na


Constituição Federal.

e) Somente o ente político competente para instituir o tributo pode ser


titular da capacidade tributária ativa.

Alternativa a) Incorreta. A competência tributária é sempre indelegável,


somente podendo ser delegada a capacidade tributária ativa, conforme
determina o artigo 7° do CTN.

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Alternativa b) Correta. Conforme veremos em aula posterior, o sujeito


ativo da relação tributária é o ente competente para exigir o tributo devido,
que poderá ser tanto a própria pessoa jurídica de direito público que
instituiu o tributo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) quanto as
demais pessoas jurídicas de direito público que tenham recebido delegação
da capacidade tributária ativa. Assim, a capacidade tributária ativa indica o
sujeito ativo da obrigação tributária principal, que é a obrigação de pagar
tributo ou penalidade pecuniária, conforme o artigo 113, §1°, do CTN,
também a ser visto em aula posterior do nosso curso.

Alternativa c) Incorreta. Quem fixa as competências tributárias é a


CF/88, no capítulo I do titulo VI da CF/88, destinado ao Sistema Tributário
Nacional, e não o CTN. Este é a lei geral de normas tributárias a que alude o
artigo 146, III, da CF/88.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é que é exclusiva das


pessoas políticas determinadas na CF/88, podendo, por outro lado, a
capacidade tributária ativa ser delegada a outras pessoas jurídicas de direito
público, conforme o artigo 7° do CTN.

Alternativa e) Incorreta. A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar
leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, conforme o
artigo 7° do CTN. Logo, outra pess oa jurídica de direito público pode ser
titular da capacidade tributária ativa.

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8. (FCC - 2010 - Pref. Teresina - Procurador Municipal) NAO é


competência municipal a instituição de:

a) imposto sobre a transmissão de bens imóveis por ato inter vivos a título
oneroso.

b) imposto sobre a propriedade territorial urbana.

c) contribuição social dos servidores municipais para custeio de regime


previdenciário próprio.

d) contribuição de melhoria.

e) contribuição de interesse de categorias profissionais ou econômicas.

Os Municípios e o Distrito Federal (competência municipal) detêm


competência tributária para a instituição dos seguintes tributos:

• Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

• Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88):

• Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU


(artigo 156, I);

• Imposto sobre a transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens


imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos à sua aquisição - ITBI (artigo 156,
II);

• Imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei


complementar - ISS (artigo 156, III);

• Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública -


COSIP (artigo 149-A).

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão, uma vez
que esse tributo é de competência tributária da União, conforme o artigo
149 da CF/88.

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9. (FCC - 2010 - TRF 4 a Região - Técnico Judiciário - Adm inistrativa)


À União NÃO é vedada competência para

a) instituir imposto sobre a importação de produtos estrangeiros, tendo


como fato gerador a entrada destes no território nacional.

b) cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à


data inicial do exercício financeiro a que corresponda.

c) estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de mercadorias,


por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.

d) cobrar imposto, além de outros, sobre o patrimônio, a renda ou os


serviços dos Estados e Municípios.

Para a União, temos os seguintes tributos, com os respectivos artigos da


CF/88:

> Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

> Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88):

> Imposto de Importação - II (artigo 153, I);

> Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados


para o exterior - IE (artigo 153, II);

> Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza - IR (artigo


153, III)

> Imposto sobre produtos Industrializados - IPI (artigo 153, IV);

> Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos e valores mobiliários - IOF (artigo 153, V)

> Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR (artigo 153, VI);

> Imposto sobre grandes fortunas - IGF (artigo 153, VII);

> Empréstimos Compulsórios (EC), em razão de calamidade pública,


guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento

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público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (artigo


148, I e II);

> Contribuições de Intervenção no domínio econômico - CIDE (artigos


149 e 177, §4°);

> Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigos 74,
75, 84 e 90, da ADCT);

> Contribuições sociais (artigos 212, §5°, e 240);

> Contribuições corporativas - categorias profissionais ou econômicas


(artigo 149).

Assim, resta como correta a alternativa "a", gabarito da questão. As


respostas às demais alternativas encontram-se no artigo 150 da CF/88, que
trata das imunidades e dos princípios tributários.

10. (FCC - 2010 - SEFAZ - SP - Analista em Planejam ento Orçamento


e Finanças Públicas - P2) A competência tributária

a) pode ser conferida apenas aos entes federados.

b) pode ser delegada por lei complementar a outro ente federado.

c) não autoriza que o ente deixe de exercê-la, não instituindo um tributo de


sua competência.

d) pode ser renunciada pelo ente, quando este deixa de instituir um tributo
de sua competência.

e) trata-se de competência administrativa.

Alternativa a) Correta. Apenas a CF/88 outorga a competência tributária,


e esta somente pode ser conferidas aos entes políticos federados.

Alternativa b) Incorreta. A competência tributária é indelegável,


conforme o artigo 7° do CTN.

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Alternativa c) Incorreta. Uma das características da competência


tributária é a sua facultatividade, que autoriza o ente político a exercer a
competência tributária a ele atribuída no momento que entender necessário.

Alternativa d) Incorreta. Assim como a facultatividade, a competência


tributária é irrenunciável pelo ente político que a detém.

Alternativa e) Incorreta. A competência tributária tem caráter político,


uma vez que está presente no corpo da CF/88.

11. (FCC - 2010 - Assem bleia Legislativa - SP - Agente Téc-


Legislativo - Direito 2) É da competência constitucional legislativa dos
Estados a instituição de:

a) impostos não discriminados expressamente na Constituição Federal,


dentro da competência residual.

b) taxas, pelo exercício regular de poder de polícia de competência


estadual.

c) contribuição de intervenção no domínio econômico.

d) imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveis a título oneroso.

e) empréstimo compulsório para cobrir despesas extraordinárias


decorrentes de calamidade pública.

Os Estados e o Distrito Federal (competência estadual) detêm competência


tributária para a instituição dos seguintes tributos:

s Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

s Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88);

s Contribuições sociais cobradas dos seus servidores (artigo 149, §1°,


da CF/88)

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s Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos - ITCMD (artigo 155, I);

s Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicações - ICMS (artigo 155, II);

s Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA (artigo


155, III).

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão. Os


tributos presentes nas alternativas "a", "c" e "e" são de competência da
União, enquanto na "d", dos municípios.

12. (FCC - 2009 - TCE - GO - Analista de Controle Externo - Jurídica)


A competência tributária:

a) é competência constitucional administrativa.

b) é conferida sempre em caráter exclusivo ou privativo a cada um dos


entes federados.

c) é delegável, mediante lei complementar do ente detentor da competência


constitucional.

d) não pode deixar de ser exercira a pelo ente competente, sob pena de
caracterizar renúncia de receita.

e) é indelegável e privativa dos entes políticos tributantes.

Para responder essa questão, basta ter em mente as seguintes figuras


apresentadas na aula:

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NDELEGAVEL M 3RESCR T VEL

COMPETÊNCIA
TRIBUTARIA

RRENUNC AVEL -ACULTAT VA NALTERAVEL

INDELEGÁVEL
FUNÇÕES DE
INSTITUIR,
ARRECADAR,
COBRAR,
FISCALIZAR E
EXECUTAR LEIS,
ATO S, SERVIÇOS E
DECISÕES

DELEGAVEL
FUNÇÕES DE
ARRECADAR,
COBRAR, CAPACIDADE
A D M IN IS T R A T IV A
FISCALIZAR E TRIBUTÁRIA
EXECUTAR LEIS,
ATO S, SERVIÇOS E
DECISÕES PODE SER ATR IBUIDA A
OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

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13. (FCC - 2009 - PGE - SP - Procurador do Estado Nível I)


Competência tributária.

I. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o


território nacional, ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro,
admitida a concessão de incentivos fiscais a contribuintes hipossuficientes.

II. A competência legislativa dos Estados, em matéria tributária, é residual,


podendo instituir outros impostos, além dos já previstos na Constituição
Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos nela discriminados.

III. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão sua
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

IV. Existindo norma geral da União, é facultado aos Estados legislar


supletivamente em matéria tributária.

V. A competência legislativa dos Estados para instituir o IPVA depende da


prévia edição de lei complementar, conforme já decidiu o Supremo Tribunal
Federal.

Está correto o que se afirma em

a) II e V, apenas.

b) III e IV, apenas.

c) I, II e IV, apenas.

d) I, III e V, apenas.

e) I, II, III, IV e V.

Item I) Incorreto. De acordo com o artigo 151, I, da CF/88, é vedado à


União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de

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incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento


sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Item II) Incorreto. De acordo com o artigo 154, I, da CF/88, a União


União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos
no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

Item III) Correto. Essa é a previsão constante no artigo 24, §3°, da


CF/88. Ele nos diz que, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.

Item IV) Correto. Essa é a previsão constante no artigo 24, §2°, da


CF/88. Ele nos diz que a competência da União para legislar sobre normas
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

Item V) Incorreta. É justamente o contrário, uma vez que, conforme


apresentado no item III, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

14. (FCC - 2009 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão


Tributária P3) A respeito da competência tributária, considere:

I. A competência tributária é o poder, conferido a determinado ente político,


por lei complementar específica, para aumentar tributos.

II. A competência tributária é indelegável. Porém, as funções de arrecadar


ou fiscalizar os tributos ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária podem ser delegadas por uma pessoa
jurídica de Direito Público a outra.

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III. A competência tributária, que compreende a competência legislativa e a


capacidade tributária, é delegável.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) I e III.

Item I) Incorreto. A competência tributária é sempre conferida pela


CF/88, cabendo à lei complementar regular essa atribuição, conforme
disciplina estabelecida no artigo 146 da Carta Federal. Seu texto é o
seguinte:

"Art. 146. Cabe à lei complementar: (...)

II - regular as limitações constitucionais ao poder de


tributar;"

Item II) Correta. Previsão conforme determina o artigo 7° do CTN.


Somente a capacidade tributária ativa pode ser delegada, e, ainda assim,
apenas a outra pessoa jurídica de direito público.

Item III) Incorreta. A competência legislativa compreende a competência


tributária, a qual, por sua vez, compreende a capacidade tributária ativa.
Das três, apenas está última pode ser delegada, conforme o artigo 7° da
CF/88.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

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15. (FCC - 2009 - SEFAZ - SP - Agente Fiscal de Renda - Gestão


Tributária P3) Em relação à competência tributária, cabe

a) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros;


II) propriedade territorial rural; III) doação de quaisquer bens e direitos.

b) aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I) transmissão


causa mortis; II) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação; III) propriedade de veículos de qualquer natureza.

c) aos Municípios instituir impostos sobre: I) propriedade territorial urbana e


rural; II) serviços de qualquer natureza não compreendidos na competência
tributária dos Estados, definidos em lei complementar; III) doação de
quaisquer bens e direitos.

d) aos Estados instituir impostos sobre: I) propriedade predial territorial e


urbana; II) transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso ou
gratuito de quaisquer bens e direitos; III) serviços de qualquer natureza.

e) à União instituir impostos sobre: I) importação de produtos estrangeiros;


II) propriedade territorial rural; III) os impostos estaduais em território
Federal e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente,
os impostos municipais.

Essa questão cobrou os impostos presentes em cada uma das competências


tributárias dos entes políticos da nos sa federação.

Na alternativa "a", incorreta, o ITCMD (item III), é de competência dos


Estados e do Distrito Federal. Na "b", também incorreta, mas apenas em
relação à parte final do item III, uma vez que o IPVA é o imposto sobre a
propriedade de veículos automotores, e não sobre qualquer veiculo
indistintamente. Para a "c", o erro está no item III, uma vez que o ITCMD é
de competência dos Estados e do Distrito Federal. Por sua vez, a alternativa
"d" encontra-se incorreta porque o IPTU, o ITBI e o ISS são de competência
dos municípios e do Distrito Federal.

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Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão, uma vez
que os três tributos são de competência da União: II, ITR e os impostos
previstos na sua competência cumulativa, no caso do território federal não
dividido em municípios.

16. (FCC - 2009 - INFRAERO - Advogado) A respeito da competência


tributária, é correto afirmar:

a) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios


cobrar imposto sobre papel destinado exclusivamente à impressão de
jornais, periódicos e livros, salvo se, no caso de importação, o país de
origem não der reciprocidade sobre o mesmo ato.

b) A União pode instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional.

c) Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito


privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

d) A União pode instituir empréstimo compulsório para atender a despesas


extraordinárias decorrentes de calamidade pública que exija auxílio federal
impossível de se atender com os recursos orçamentários disponíveis,
devendo a lei fixar o prazo do empréstimo e as condições do seu resgate.

e) Não é vedado à União estabelecer limitações ao tráfego, no território


nacional, de pessoas ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais.

Alternativa a) Incorreta. Artigo 150, VI, "d", da CF/88.

Alternativa b) Incorreta. Artigo 151, I, da CF/88.

Alternativa c) Incorreta. Artigo 7°, §3°, do CTN.

Alternativa d) Correta. De acordo com o artigo 148 da CF/88, a União,


mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

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• para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade


pública, de guerra externa ou sua iminência;
• no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

Por sua vez, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo


compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Alternativa e) Incorreta. Artigo 150, V, da CF/88.

17. (FCC - 2009 - DPE - PA - Defensor Público - 1a Entrância) Sobre


competência constitucional em matéria tributária, é correto afirmar, EXCETO

a) a competência tributária é indelegável, inalienável, imprescritível,


irrenunciável e inalterável.

b) a competência para instituição do ITR é da União, mas a capacidade


poderá ser transferida aos Municípios que optarem pela arrecadação e
fiscalização deste tributo, nos termos da lei.

c) a isenção equivale a incompetência tributária para instituir tributos sobre


determinados fatos geradores, estando regulada na Constituição Federal.

d) a competência para instituição do ISS é municipal e do ICMS é estadual.

e) as competências para instituiçao de impostos são classificadas como


legislativas exclusivas e não podem ter seu rol ampliado.

Alternativa a) Correta. A competência tributária é realmente indelegável,


imprescritível e irrenunciável, porém não é inalterável, uma vez que poderá
ser reduzida ou redistribuída PELO CONSTITUINTE DERIVADO, E DESDE
QUE NÃO VENHAM A ATINGIR A AUTONOMIA FINANCEIRA DO ENTE
POLÍTICO, limitando as suas receitas tributárias a ponto de destituí-los do
mínimo à sua existência sem que sejam dadas contra-opções no mesmo

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patamar. A inalterabilidade diz respeito à legislação infraconstitucional.


Guarde bem essa diferenciação!

Alternativa b) Correta. Perfeita a redação. Essa previsão da delegação da


capacidade tributária do ITR pela União aos municípios está contida no
artigo 153, §4°, III, da CF/88. Sua redação é a seguinte:

"Art. 153. (...)

§ 4° O imposto previsto no inciso VI do caput: (...)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


optarem, na forma da lei, desde que não implique redução
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal."

Alternativa c) Incorreta. A isenção pode ser definida como a dispensa


legal do pagamento devido de tributo, conferida pelo ente competente para
instituir o tributo. A isenção é concedida dentro do que prevê a competência
tributária, sem a qual nenhuma isenção poderá ser concedida. Quem pode
cobrar, pode dispensar o pagamento, uma vez que quem pode mais, pode
menos. A incompetência tributária está relacionada à falta de competência
tributária ou, quando esta existir, estiver sendo limitada por alguma
imunidade presente no texto da CF/88.

Alternativa d) Correta. Redação quase perfeita, uma vez que competência


pra instituição do ISS e do ICMS é também do Distrito Federal, e não só dos
municípios e dos Estados, respectivamente. Como sabemos, o Distrito
Federal é um ente anômalo, cumulando as competências estaduais e
distritais. A banca, entretanto, considerou correta a divisão apresentada no
texto da assertiva.

Alternativa e) Correta. Assim como as competências legislativas


exclusivas, temos ainda as competências legislativas residuais (União),
suplementar (Estados), Cumulativa (União e Distrito Federal) e
extraordinária (União).

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18. (FCC - 2008 - TCE-AL - Procurador) São tributos de competência da


União, EXCETO a contribuição:

a) de melhoria.

b) social para a seguridade social.

c) para o custeio do serviço de energia elétrica.

d) de intervenção no domínio econômico.

e) de interesse de categorias profissionais.

De acordo com o artigo 149-A, da CF/88, os Municípios e o Distrito Federal


poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio
do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Ademais, é facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na


fatura de consumo de energia elétrica.

Para a União, temos os seguintes tributos, com os respectivos artigos da


CF/88:

> Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

> Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88):

> Imposto de Importação - II (artigo 153, I);

> Imposto sobre a Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados


para o exterior - IE (artigo 153, II);

> Imposto sobre e renda e proventos de qualquer natureza - IR (artigo


153, III)

> Imposto sobre produtos Industrializados - IPI (artigo 153, IV);

> Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a


títulos e valores mobiliários - IOF (artigo 153, V)

> Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR (artigo 153, VI);

> Imposto sobre grandes fortunas - IGF (artigo 153, VII);

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> Empréstimos Compulsórios (EC), em razão de calamidade pública,


guerra externa ou sua iminência, ou ainda no caso de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional (artigo
148, I e II);

> Contribuições de Intervenção no domínio econômico - CIDE (artigos


149 e 177, §4°);

> Contribuições para a seguridade social (artigo 195 e 239; artigos 74,
75, 84 e 90, da ADCT);

> Contribuições sociais (artigos 212, §5°, e 240);

> Contribuições corporativas - categorias profissionais ou econômicas


(artigo 149).

Assim, os demais tributos presentes nas alternativas são de competência da


União. Logo, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

19. (FCC - 2007 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo -


Contador) O Distrito Federal tem competência para instituir, dentre outros,
impostos sobre

a) transmissão "causa mortis" e doação de quaisquer bens ou direitos,


propriedade de veículos automotoraes, operações relativas à circulação de
mercadorias e serviços, propriedade predial e territorial urbana e serviços
de qualquer natureza.

b) operações de crédito, câmbio e seguro e relativas a títulos ou valores


mobiliários, propriedade predial e territorial urbana, serviços de qualquer
natureza, operações relativas à circulação de mercadorias e serviços,
propriedade predial e territorial urbana e propriedade de veículos
automotores.

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c) operações relativas à circulação de mercadorias e serviços, propriedade


territorial urbana, produtos industrializados, serviços de qualquer natureza e
propriedade predial e territorial urbana.

d) transmissão "causa mortis" e doação de quaisquer bens ou direitos,


propriedade de veículos automotores, serviços de qualquer natureza,
operações de crédito, câmbio e seguro e relativas a títulos ou valores
mobiliários e propriedade predial e territorial urbana.

e) operações relativas à circulação de mercadorias e serviços, propriedade


predial e territorial urbana, serviços de qualquer natureza, operações de
crédito, câmbio e seguro e relativas a títulos ou valores mobiliários e
propriedade predial e territorial urbana.

20. (FCC - 2007 - TRF 2a - Analista Judiciário - Judiciária) No que diz


respeito à competência legislativa, o Código Tributário Nacional, dentre
outras situações, dispõe que,

a) a competência tributária é sempre indelegável, abrangendo a atribuição


das funções de fiscalizar tributos ou de executar leis ou serviços de natureza
tributária.

b) a atribuição da função de arrecadar tributos implica que sua revogação


seja feita com prévio aviso, e por ato bilateral entre as partes.

c) a atribuição da função de fiscalizar tributos não compreende as garantias


e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

d) o não-exercício da competência tributária a defere à pessoa jurídica de


direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

e) não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de


direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

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O artigo 7° do CTN dispõe o seguinte em seu texto:

"Art. 7° A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do §
3° do artigo 18 da Constituição.

§ 1° A atribuição compreende as garantias e os privilégios


processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.

§ 2° A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por


ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a
tenha conferido.

§ 3° Não constitui delegação de competência o


cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou
da função de arrecadar tributos.

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

21. (FCC - 2007 - PM São Paulo - Auditor Fiscal Tributário Municipal)


São tributos de competência municipal:

a) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto


sobre a prestação de serviço de comunicação e imposto sobre a propriedade
territorial rural.

b) imposto sobre a transmissão causa mortis de bens imóveis, imposto


sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis e imposto sobre a
propriedade predial urbana.

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c) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, imposto sobre a


transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis e imposto sobre a
propriedade territorial rural.

d) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre a


transmissão onerosa, inter vivos, de bens imóveis e imposto sobre a
prestação de serviço de comunicação.

e) imposto sobre a propriedade territorial urbana, imposto sobre serviços de


qualquer natureza, definidos em lei complementar e não-compreendidos na
tributação do ICMS, e imposto sobre a transmissão onerosa, inter vivos, de
bens imóveis.

Os Municípios e o Distrito Federal (competência municipal) detêm


competência tributária para a instituição dos seguintes tributos:

• Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

• Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88):

• Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU


(artigo 156, I);

• Imposto sobre a transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens


imóveis e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,
bem como cessão de direitos à sua aquisição - ITBI (artigo 156,
II);

• Imposto sobre serviços de qualquer natureza, definidos em lei


complementar - ISS (artigo 156, III);

• Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública -


COSIP (artigo 149-A).

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

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22. (FCC - 2007 - PM São Paulo - Auditor Fiscal Tributário Municipal)


Relativamente à competência tributária e às funções de arrecadação e
fiscalização, é correto afirmar que

a) ambas sempre são delegáveis, dependendo de lei complementar federal.

b) a competência é delegável de uma pessoa jurídica de direito público para


outra, mas a atribuição das funções de arrecadação e de fiscalização é
indelegável.

c) a competência é indelegável de uma pessoa jurídica de direito público


para outra, mas a atribuição das funções de arrecadação e de fiscalização é
delegável.

d) tanto a competência como a atribuição das funções de arrecadação e de


fiscalização são indelegáveis de uma pessoa jurídica de direito público para
outra.

e) tanto a competência como a atribuição das funções de arrecadação e de


fiscalização são delegáveis de uma pessoa jurídica de direito público para
outra.

Vale a mesma explicação dada à questão 20. Conforme o artigo 7°, caput,
do CTN. Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

23. (FCC - 2006 - TCE-CE - Procurador de Contas) O Estado do Ceará


tem competência tributária para instituição de

a) IPTU, ICMS e IPVA.

b) ITCMD, ICMS e contribuição de melhoria.

c) ITBI, ITCMD e ISS.

d) taxas, contribuição de melhoria e imposto residual.

e) empréstimo compulsório, IPVA e taxas.

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Os Estados e o Distrito Federal (competência estadual) detêm competência


tributária para a instituição dos seguintes tributos:

s Taxas (artigo 145, II, da CF/88);

s Contribuições de melhoria (artigo 145, III, da CF/88);

s Contribuições sociais cobradas dos seus servidores (artigo 149, §1°,


da CF/88)

s Imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens


ou direitos - ITCMD (artigo 155, I);

s Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e


sobre a prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicações - ICMS (artigo 155, II);

s Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA (artigo


155, III).

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

24. (FCC - 2006 - TCE-PB - Auditor de Contas Públicas - Direito)

A competência residual tributária é exercida:

a) pela União e Estados, que podem instituir impostos e taxas, que não
sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios
dos discriminados na Constituição Federal.

b) pelos Municípios, que podem criar tributos de seu peculiar interesse,


observando os princípios constitucionais da anterioridade e da
irretroatividade.

c) pelos Estados, que podem instituir contribuições que não tenham fato
gerador e base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição
Federal.

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d) pela União, que, através de lei complementar, pode instituir impostos


que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados na Constituição Federal.

e) pelos Estados e Distrito Federal, que podem instituir impostos e


contribuições sociais, que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador
ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal.

Essa previsão consta no artigo 154, I, da CF/88, que estabelece caber à


União a possibilidade de instituição, mediante lei complementar, impostos
não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição. Assim, resta como correta a alternativa "d", gabarito da
questão.

25. (FCC - 2006 - Estado-PB - Auditor Fiscal da Receita Estadual)


NÃO é competência da União instituir contribuição

a) social.

b) de intervenção no domínio econômico.

c) de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

d) para o custeio do serviço de ilum nação pública.

e) de melhoria.

De acordo com o artigo 149-A, da CF/88, os Municípios e o Distrito Federal


poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio
do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Ademais, é facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na


fatura de consumo de energia elétrica.

Os demais tributos são de competência da União. Assim, resta como correta


a alternativa "d", gabarito da questão.

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26. (FCC - 2006 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas) A Constituição


Federal atribui à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
competências tributárias privativas, vedando que um ente político invada a
competência do outro, exceto, em relação

a) à União que, no exercício de sua competência residual, poderá invadir as


competências tributárias dos entes políticos, para instituir impostos
cumulativos, com fato gerador e base de cálculo já relacionados na
Constituição Federal.

b) aos Estados-membros, que podem conceder moratória de caráter geral,


em relação aos tributos municipais.

c) à União que, na iminência ou no caso de guerra externa, poderá instituir


impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência
tributária.

d) à União, que pode instituir isenções de tributos da competência dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

e) aos Estados-membros, que podem conceder parcelamento, isenções e


anistia de tributos municipais.

O artigo 154, II, da CF/88, que estabelece caber à União a possibilidade de


instituição, na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os
quais serão suprimidos, gradativame nte, cessadas as causas de sua criação.
Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão, sendo
corretas as demais alternativas.

Por sua vez, conforme o artigo 151, da CF/88, é vedado à União:

• Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou


que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País;

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• Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os
proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos
que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

• Instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito


Federal ou dos Municípios.

27. (FCC/Juiz de D ireito/A L/20 0 7) Nos termos do art. 153, § 4o, III, da
Constituição Federal, o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural poderá
ser fiscalizado e cobrado pelo Município. Se o Município, em caráter
excepcional, resolver fazer uso dessa faculdade, passará a exercer

(A) a competência tributária plena.

(B) juntamente com a União a competência tributária.

(C) a competência e a capacidade tributária ativa.

(D) juntamente com a União a capacidade tributária ativa.

(E) a capacidade tributária ativa, ficando reservada à União a competência


tributária.

Somente a capacidade tributária ativa poderá ser delegada a outra pessoa


jurídica de direito público, não pode ndo ser a competência tributária, que é
indelegável. Nesse caso, estamos diante do que determina o artigo 7° do
CTN, que expressamente prevê a delegação da capacidade tributária ativa.
Esta compreende as funções de arrecadar ou de fiscalizar tributos, bem
como as funções de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária.

Por sua vez, a situação prevista na questão está expressamente prevista no


artigo 153, §4°, III, da CF/88. Sua redação é a seguinte:

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"Art. 153. (...)

§ 4° O imposto previsto no inciso VI do caput: (...)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


optarem, na forma da lei, desde que não implique redução
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal."

Assim, resta como correta a alternativa "e", gabarito da questão.

28. (FC C /A uditor/TC E /A L/20 0 8) O ITR - Imposto Sobre a Propriedade


Territorial Rural é de competência da União. Contudo, os Municípios, nos
termos da lei, poderão optar em arrecadar e fiscalizar este imposto,
conforme autoriza a Constituição Federal. Neste caso o Município que assim
optar será titular da

(A) competência tributária ativa.

(B) competência e da capacidade tributária ativa.

(C) capacidade tributária ativa.

(D) competência tributária delegada.

(E) capacidade tributária delegante.

"Questão repetida na aula, professor?? Vamos prestar atenção, por favor.


©" Por um descuido ou desatenção, iríamos pensar que é a mesma questão,
mas não é. Pouca coisa mudou em relação à questão anterior. Vale a
mesma explicação dada à questão anterior, se baseando novamente no que
prevê o artigo 153, §4°, III, da CF/88.

Essa faculdade, atribuída aos municípios quanto à capacidade tributária


originalmente da União, implica ainda no recebimento de 100% do valor
total do ITR arrecadado. Caso não opte, o município receba apenas 50% do
total arrecadado.

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Assim, resta como correta a alternativa "c", gabarito da questão.

Capacidade tributária delegante???? Inventou moda, como diria o matuto de


Pernambuco.

29. (FCC/Defensoria Pública Estadual/Pará/2009) Sobre competência


constitucional em matéria tributária, é correto afirmar, EXCETO

(A) a competência tributária é indelegável, imprescritível, irrenunciável e


inalterável.

(B) a competência para instituição do ITR é da União, mas a capacidade


poderá ser transferida aos Municípios que optarem pela arrecadação e
fiscalização deste tributo, nos termos da lei.

(C) a isenção equivale a incompetência tributária para instituir tributos


sobre determinados fatos geradores, estando regulada na Constituição
Federal.

(D) a competência para instituição do ISS é municipal e do ICMS é estadual.

(E) as competências para instituição de impostos são classificadas como


legislativas exclusivas e não podem ter seu rol ampliado.

Alternativa a) Correta. A competência tributária é realmente indelegável,


imprescritível e irrenunciável, poréíri não é inalterável, uma vez que poderá
ser reduzida ou redistribuída PELO CONSTITUINTE DERIVADO, E DESDE
QUE NÃO VENHAM A ATINGIR A AUTONOMIA FINANCEIRA DO ENTE
POLÍTICO, limitando as suas receitas tributárias a ponto de destituí-los do
mínimo à sua existência sem que sejam dadas contra-opções no mesmo
patamar. A inalterabilidade diz respeito à legislação infraconstitucional.
Guarde bem essa diferenciação!

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Alternativa b) Correta. Perfeita a redação. Essa previsão da delegação da


capacidade tributária do ITR pela União aos municípios está contida no
artigo 153, §4°, III, da CF/88. Sua redação é a seguinte:

"Art. 153. (...)

§ 4° O imposto previsto no inciso VI do caput: (...)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim


optarem, na forma da lei, desde que não implique redução
do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal."

Alternativa c) Incorreta. A isenção pode ser definida como a dispensa


legal do pagamento devido de tributo, conferida pelo ente competente para
instituir o tributo. A isenção é concedida dentro do que prevê a competência
tributária, sem a qual nenhuma isenção poderá ser concedida. Quem pode
cobrar, pode dispensar o pagamento, uma vez que quem pode mais, pode
menos. A incompetência tributária está relacionada à falta de competência
tributária ou, quando esta existir, estiver sendo limitada por alguma
imunidade presente no texto da CF/88.

Alternativa d) Correta. Redação quase perfeita, uma vez que competência


pra instituição do ISS e do ICMS é também do Distrito Federal, e não só dos
municípios e dos Estados, respectivamente. Como sabemos, o Distrito
Federal é um ente anômalo, cumulando as competências estaduais e
distritais. A banca, entretanto, considerou correta a divisão apresentada no
texto da assertiva.

Alternativa e) Correta. Assim como as competências legislativas


exclusivas, temos ainda as competências legislativas residuais (União),
suplementar (Estados), Cumulativa (União e Distrito Federal) e
extraordinária (União).

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30. (FCC/Procurador Estadual/São Paulo/2009 - adaptada)


Competência tributária.

I. A bitributação é definida com a tributação de um único fato gerador por


mais de uma vez, e desde que pelo mesmo ente competente para instituir
tributo relativo a esse fato gerador.

II. A competência legislativa dos Estados, em matéria tributária, é residual,


podendo instituir outros impostos, além dos já previstos na Constituição
Federal, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou
base de cálculo próprios dos nela discriminados.

III. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão sua
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

IV. Existindo norma geral da União, é facultado aos Estados legislar


supletivamente em matéria tributária.

V. A competência legislativa dos Estados para instituir o IPVA depende da


prévia edição de lei complementar, conforme já decidiu o Supremo Tribunal
Federal.

Está correto o que se afirma em

a) II e V, apenas.
b) III e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e V, apenas.
e) I, II, III, IV e V.

Item I) Incorreta. A bitributação ocorre quando dois ou mais entes


políticos tributam o mesmo fato gerador ou a mesma base de cálculo,
enquanto que o bis in iden é relativa ao mesmo ente político tributando a
mesma base de cálculo ou o mesmo fato gerador com dois tributos
diferentes.

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Item II) Incorreta. A competência tributária residual quanto à instituição


de impostos foi conferida expressa e exclusivamente à União, e não aos
Estados, conforme o artigo 154, I, da CF/88.

Item III) Correto. É o teor do artigo 24, §3°, da CF/88, que estabelece
exatamente que, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão sua competência legislativa plena, para atender às suas
peculiaridades.

Item IV) Correto. É o teor do artigo 24, §2°, da CF/88. Deve ser atentado
que os Estados apenas complementam a legislação da União, e ainda assim
para atender situações ocorridas exclusivamente em seu território.

Item V) Incorreto. Para responder esse item, basta apenas o


conhecimento contido no artigo 24, §3°, da CF/88. Inexistindo lei
complementar de normas gerais da União, os Estados poderão exercer a
competência legislativa plena, para atender às suas peculiaridades,
conforme já decidiu o STF, dispondo que os Estados são competentes para
instituir e regular, normatizando o tributo em seu território.

Assim, resta como correta a alternativa "b", gabarito da questão.

31. (FCC/TRF 3 a/A nalista Judiciário/2 01 4 ) A Constituição Federal veda


expressamente a bitributação e o "bis in idem". Sobre este tema,

(A) a vedação não alcança os impostos residuais, de competência da União,


que poderão ter, por disposição expressa, base de cálculo ou fato gerador
próprio dos impostos já discriminados na Constituição Federal.

(B) a vedação alcança os impostos extraordinários, que não poderão ter


base de cálculo ou fato gerador próprio de impostos já discriminados na
Constituição Federal, ainda que de competência de outro ente federado,
diferente daquele que o esteja instituindo.

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(C) a vedação não alcança, via de regra, as contribuições sociais, que


podem ter mesmo fato gerador de imposto, tendo em vista que as
contribuições sociais têm destinação necessária do produto da arrecadação,
o que importa em distinção na materialidade relativamente ao imposto.

(D) não existe vedação de incidência sobre um mesmo fato gerador de dois
tributos de espécies diferentes, como taxa e imposto, tendo em vista que a
taxa é tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, enquanto o imposto
é tributo não vinculado.

(E) a vedação se restringe apenas às taxas entre si, tendo em vista que
sobre um mesmo serviço não podem incidir duas ou mais taxas diferentes.

Alternativa a) Incorreta. A vedação alcança sim os impostos residuais de


competência da União. De acordo com o artigo 154, I, da CF/88, a União
poderá instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos no
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.

Alternativa b) Incorreta. Aqui temos o contrário, uma vez que a proibição


de bitributação ou do bis in idem não alcança os chamados impostos
extraordinários de guerra, de competência da União. De acordo com o artigo
154, II, da CF/88, a União poderá instituir na iminência ou no caso de
guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente,
cessadas as causas de sua criação.

Alternativa c) Correta. Essa vedação não alcança as contribuições sociais,


que realmente poderão ter a mesma base de cálculo de um imposto, como
é o caso do imposto sobre a renda e da Contribuição social sobre o lucro
liquido, ambas incidindo sobre o lucro liquido da pessoa jurídica. Assim, as
contribuições sociais podem ter mesmo fato gerador de imposto, tendo em
vista que as contribuições sociais têm destinação necessária do produto da
arrecadação, o que importa em distinção na materialidade relativamente ao
imposto.

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Alternativa d) Incorreta. Realmente a taxa é tributo vinculado a uma


prévia atividade estatal, enquanto o imposto é tributo não vinculado.
Contudo, existe proibição expressa no texto constitucional quanto aos dois
tributos terem a mesma base de cálculo, por exemplo. De acordo com o
artigo 145, §2°, da CF/88, as taxas não poderão ter base de cálculo própria
de impostos.

Alternativa e) Incorreta. A vedação, via de regra, estende-se a todos os


tributos, e não apenas às taxas, exceto nos casos expressamente
autorizados pela CF/88.

32. (FCC/TRF 3 a/A nalista Judiciário/2 01 4 ) A competência legislativa


em matéria tributária é

(A) suplementar em relação à instituição de taxas, contribuições e impostos,


e privativa à instituição de empréstimos compulsórios e impostos residual e
extraordinário.

(B) é concorrente da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios para legislar sobre normas gerais em matéria tributária,
mediante lei complementar.

(C) fixada por lei complementar federal, que atualmente é o Código


Tributário Nacional.

(D) administrativa, conferida somente aos entes da Administração Pública


Direta Estatal e Paraestatal.

(E) constitucional exclusiva para instituir impostos, empréstimo compulsório


e contribuições de intervenção no domínio econômico, e comum em relação
às taxas e contribuição de melhoria.

Alternativa a) Incorreta. A competência legislativa, quanto à instituição


de taxas e contribuições de melhoria, é comum, uma vez que pode ser
exercida indistintamente por todos os entes, respeitados apenas os limites e

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competências constitucionais conferidos a cada um dos entes políticos


dentro das suas respectivas áreas de atuação.

Alternativa b) Incorreta. A competência da União quanto à edição de


normas gerais é privativa, conforme dispõe o artigo 24, §1°, da CF/88. De
acordo com esse normativa, no âmbito da legislação concorrente, a
competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Porém, o
mesmo artigo 24, em seu §2°, dispõe que a competência da União para
legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.

Alternativa c) Incorreta. Essa competência é fixada expressamente na


CF/88, e não em normas infraconstitucionais, ainda que em razão de lei
complementar da União.

Alternativa d) Incorreta. A competência legislativa é de ordem política,


conferida apenas aos entes políticos presentes na nossa federação. Os entes
da Administração Pública Direta Estatal e Paraestatal não possuem qualquer
competência legislativa.

Alternativa e) Correta. Perfeita redação, uma vez que a competência


legislativa tributária é constitucional exclusiva para instituir impostos
(artigos 153, 154, 155 e 156), empréstimo compulsório (artigo 148) e
contribuições de intervenção no domínio econômico (artigo 149), e comum
em relação às taxas e contribuição de melhoria (artigo 145, II e III).

33. (FCC /C M SP/Procurador Legislativo/2014) O exercício da


competência constitucional tributária:

(A) somente se delega através de lei específica do ente federado que é


competente para a instituição do tributo.

(B) pode ser renunciado pelo ente federado, bem assim delegado por lei a
outro ente, desde que por meio de lei complementar.

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(C) é atribuído constitucionalmente para os entes federados, suas


autarquias e fundações.

(D) é atribuído constitucionalmente para os entes federados, que podem


delegá-la às suas autarquias e fundações, para os fatos geradores
relacionados com suas funções.

(E) se manifesta através da criação de leis instituidoras e modificadoras de


tributos, bem assim de leis que disciplinam as causas de exclusão,
suspensão e extinção do crédito tributário.

Alternativa a) Incorreta. De acordo com o artigo 7° do CTN, a


competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra. Essa atribuição de competência tributária,
por sua vez, sempre se dá por meio de lei específica do ente competente
para instituir o respectivo tributo.

Alternativa b) Incorreta. A competência tributária, em qualquer caso, é


indelegável, imprescritível, irrenunciável, facultativa e inalterável.

Alternativa c) Incorreta. Somente os entes políticos são dotados de


competência tributária, não havendo previsão na CF/88 quanto às
autarquias e fundações públicas.

Alternativa d) Incorreta. A competência tributária é atribuída


constitucionalmente para os entes federados, que não podem delegá-la às
suas autarquias e fundações, ainda que para os fatos geradores
relacionados com suas funções.

Alternativa e) Correta. A competência tributária é sempre decorrente da


CF/88, não podendo ser instituída, excluída ou alterada por meio da
legislação infraconstitucional. Essa competência, por sua vez, se manifesta
através da criação de leis instituidoras e modificadoras de tributos, bem
assim de leis que disciplinam as causas de exclusão, suspensão e extinção
do crédito tributário.

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Outras Questões

34. (ESAF/Auditor Fiscal do Tesouro N acional/SR F/1996) União,


Estados, Municípios e Distrito Federal:

a) podem delegar capacidade para instituir, arrecadar e fiscalizar um


tributo.

b) podem delegar capacidade para arrecadar e fiscalizar um tributo.

c) podem delegar capacidade para instituir e arrecadar um tributo.

d) podem delegar capacidade para instituir e fiscalizar um tributo.

e) não podem delegar capacidade tributária ativa.

35. (ESAF/ATRFB/2010) O art. 154, inciso I, da Constituição Federal,


outorga à União o que se costuma chamar de competência tributária
residual, permitindo que institua outros impostos que não os previstos no
art. 153. Sobre estes impostos, é incorreto afirmar que:

a) Estados e Municípios não possuem competência tributária residual.

b) Terão de ser, necessariamente, não-cumulativos.

c) Não poderão ter base de cálculo ou fato gerador próprios dos impostos já
discriminados na Constituição Federal.

d) Caso sejam instituídos por meio de medida provisória, esta deverá ser
convertida em lei até o último dia útil do exercício financeiro anterior ao de
início de sua cobrança.

e) Para a instituição de tais impostos, há que se respeitar o princípio da


anterioridade.

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36. (FM P /2 0 0 8 /A u d ito r do Tribunal de Contas do Estado do Mato


Grosso - adaptada) Quanto à competência tributária, é correto afirmar
que:

a) todos os entes políticos têm competência para instituir as diversas


espécies tributárias, mas só a União e os Estados podem criar impostos
novos no exercício da sua competência residual.
b) a competência para a instituição de contribuições previdenciárias para o
regime geral de previdência não é exclusiva da União.
c) os Estados e Municípios podem instituir contribuições a serem pagas
pelos seus servidores para a manutenção, em benefício destes, de
programas de assistência à saúde.
d) a competência da União para instituir contribuições previdenciárias para
o regime geral de previdência é condicionadas constitucionalmente tanto
pela finalidade como pelas bases econômicas passíveis de serem
tributadas, só podendo recair sobre outras manifestações de riqueza se
instituídas por lei complementar.
e) a competência para a instituição de contribuições de melhoria, conforme
previsão constitucional, é exclusiva dos Municípios, pois estes é que
realizam obras que provocam valorização imobiliária.

37. (ESAF/Prefeitura de N atal/ Auditor Fiscal/2001) Em matéria de


competência para a instituição de impostos, é correto afirmar-se que:

a) os Municípios dos Territórios Federais são competentes para instituir


seus próprios impostos, tal como nos Estados.

b) nos Territórios Federais compete aos Estados dos quais foram


desmembrados a instituição dos impostos estaduais.

c) compete aos Territórios Federais a instituição de seus impostos, tanto


estaduais quanto municipais.

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d) os Estados podem instituir impostos extraordinários e temporários, com


arrecadação vinculada a fins específicos.

e) os Municípios podem instituir novos impostos, além daqueles


expressamente previstos na Constituição Federal.

38. (ES A F/PG D F/Procurador/2007) O Distrito Federal, entidade


integrante da República Federativa do Brasil, pode instituir:

a) imposto sobre propriedade territorial rural; imposto sobre transmissão


causa mortis de quaisquer bens ou direitos, contribuição de melhoria e
contribuições sociais de quaisquer espécies.

b) impostos extraordinários, taxas e empréstimos compulsórios.

c) imposto sobre doação de quaisquer bens ou direitos; taxas pela


utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis; contribuições de interesse de categorias econômicas.

d) contribuição para o custeio de sistemas de previdência de seus


servidores; imposto sobre serviços de qualquer natureza; taxas, em razão
do exercício do poder de polícia.

e) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; contribuição de


melhoria; contribuições sociais e contribuição de intervenção no domínio
econômico.

39. (ESAF/SEFAZ-M G/Auditor Fiscal da Receita Estadual/2005)


Sobre a competência para legislar sobre Direito Tributário, assinale a opção
correta.

a) Somente a União pode legislar a respeito.

b) O Estado pode legislar a respeito, mas estará sujeito às regras gerais


que a União expedir sobre a matéria em lei federal.

c) Nessa matéria, o Estado goza de competência legislativa exclusiva.

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d) Tanto o Estado como a União podem legislar livremente a respeito, mas,


em caso de conflito entre as disposições normativas, prevalecerá
invariavelmente a legislação federal.

e) A competência para legislar, no caso, é concorrente, sendo que somente


a União pode legislar sobre normas gerais, estando vedada a legislação
suplementar por parte do Estado.

40. (C ESPE/2009/O AB/Exam e de Ordem Unificado - 2/Prim eira


Fase) Assinale a opção correta acerca da competência tributária.

a) É lícita a delegação da competência tributária de uma pessoa jurídica de


direito público interno a outra.

b) A União, os estados e o DF têm competência para instituir impostos não


previstos expressamente na CF, desde que sejam não cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados no
texto constitucional.

c) O ente político poderá transferir a terceiros as atribuições de arrecadação


e fiscalização de tributos.

d) Os estados, na forma das respectivas leis, têm competência para instituir


contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

41. (C ESPE/2009/O AB/Exam e de Ordem Unificado - 1/Prim eira


Fase) É de competência exclusiva da União instituir:

a) contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de


interesse das categorias profissionais ou econômicas.

b) contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

c) contribuição para o custeio do regime previdenciário próprio dos


servidores estaduais.

d) contribuição de melhoria, no caso de investimento público de caráter


urgente e de relevante interesse nacional.

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42. (ESAF/Auditor do Tesouro M unicipal/Prefeitura do Recife/2003)


Avalie as formulações seguintes, observadas as disposições pertinentes ao
tema "competência tributária", constantes do Código Tributário Nacional, e,
ao final, assinale a opção que corresponde à resposta correta.

I - É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o


cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de
arrecadar tributos.

II - Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras


pessoas jurídicas de direito público pertencem à competência legislativa
daquela a que tenham sido atribuídos.

III - A atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, conferida


por uma pessoa jurídica de direito público a outra, pode ser revogada, a
qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que
a tenha conferido.

IV - A atribuição das funções de executar leis, serviços, atos ou decisões


administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de
direito público a outra, compreende as garantias e os privilégios processuais
que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.

a) Apenas as formulações I, II e III são corretas.

b) Apenas as formulações II, III e IV são corretas.

c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas.

d) Apenas as formulações II e IV são corretas.

e) Todas as formulações são corretas.

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43. (C E S P E /2 0 1 1 /IFB /Professo r - Direito) Julgue os itens seguintes,


que dizem respeito à competência tributária.

Caso certo município paulista não exerça sua competência tributária, caberá
ao município limítrofe o exercício dessa competência.

44. (C E S P E /2 0 1 1 /IFB /Professo r - Direito) À luz da competência


privativa, cabe aos estados, ao DF e aos municípios instituir contribuições
sociais para custeio do sistema de previdência e assistência social de seus
próprios servidores.

45. (ESAF/Auditor de Tributos Estaduais/SEFAZ-M S/2001) Em tema


de competência legislativa sobre matéria de Direito Tributário, é correta a
afirmação de que:

a) Os Estados têm competência para legislar suplementarmente sobre


normas gerais de Direito Tributário.

b) Mesmo na ausência de lei federal sobre normas gerais de Direito


Tributário, é vedado aos Estados exercer essa competência legislativa.

c) A eficácia de lei estadual sobre normas gerais de Direito Tributário fica


mantida ante a superveniência de lei federal da mesma natureza, mesmo no
que lhe for contrário.

d) No âmbito da competência concorrente para legislar sobre Direito


Tributário os Estados só podem legislar sobre normas gerais.

e) A legislação tributária dos Estados é aplicada nos respectivos Municípios,


em virtude de estes não terem competência para legislar sobre Direito
Tributário.

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46. (CESPE - 2011 - IFB - Professor - Direito) A competência tributária


é indelegável, não sendo admissível atribuir a outra pessoa jurídica as
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, bem como executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária.

47. (C ESPE/2008/M PE-R O /Prom otor de Justiça) A lei estadual


estabelece os critérios para cobrança de tributos em conformidade com as
diretrizes constitucionais. No que se refere a esse assunto, assinale a opção
correta.

a) A criação do tributo se dá pela capacidade tributária ativa do ente da


Federação que por lei estabelece a cobrança do tributo.

b) A instituição do tributo ocorre em função da competência tributária do


ente da Federação.

c) O nascimento da obrigação tributária para o contribuinte ocorre com a


distribuição da competência tributária disciplinada na CF.

d) O Poder Legislativo local é que possui a capacidade tributária.

e) O Poder Executivo local é que possui a competência tributária.

48. (C ES PE/2008/M PE-R R /Prom otor de Justiça) Considere que o


estado de Roraima tenha atribuído à União as funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária. Nessa situação, tal atribuição não
compreenderá as garantias e os privilégios processuais que competem
àquele estado.

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49. (FG V/Auditor Fiscal/ICM S-R J/2009) Em relação à competência


tributária, assinale a afirmativa incorreta.

(A) Corresponde à aptidão de que são dotados os entes políticos para


editarem leis instituidoras de tributos.

(B) É indelegável, salvo a atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar


tributos.

(C) De acordo com os ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem


requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição,
previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.

(D) Seu não-exercício no tempo, pelo prazo de cinco anos contados da


promulgação da Constituição, implica sua transferência para outro ente
federativo, nos termos de Resolução a ser editada pelo Senado Federal.

(E) A outorga de competências tributárias aos entes federativos afigura-se


como pedra angular da forma federativa de Estado, caracterizado por entes
políticos dotados de autonomia financeira.

50. (CESPE - 2009 - BACEN - Procurador) Uma empresa detém a


propriedade sobre terras agriculturáveis em diversos estados do Brasil, no
ambiente rural, e, em diversos municípios de seu estado de origem, é
proprietária de terras urbanas. Nessa situação, em razão das propriedades
que detém, a empresa torna-se conk ribuinte de:

a) dois impostos federais e um estadual.

b) dois impostos estaduais e um municipal.

c) um imposto municipal e um federal.

d) um imposto municipal, um estadual e um federal.

e) um imposto municipal e um estadual.

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Gabarito

1 E 26 C
2 A 27 E
3 C 28 C
4 E 29 C
5 E 30 B
6 C 31 C
7 B 32 E
8 E 33 E
9 A 34 B
10 A 35 D
11 B 36 D
12 E 37 A
13 B 38 D
14 B 39 B
15 E 40 C
16 D 41 A
17 C 42 B
18 C 43 E
19 A 44 E
20 E 45 A
21 E 46 E
22 C 47 B
23 B 48 E
24 D 49 D
25 D 50 C

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BIBLIOGRAFIA

Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988.


Presidência da República, acessado em 22 de setembro de 2014,
disponível em: http://www.planalto.gov.br .

Lei Federal 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.


Presidência da República, acessado em 22 de setembro de 2014,
disponível em: http://www.planalto.gov.br .

Aluisio de Andrade Lima Neto


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