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CURSO DE BACHARELADO
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
São Paulo
2018
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
São Paulo
2018
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
CURSO DE BACHARELADO
EM CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Presidente:
_____________________________________________
2º Membro:
_____________________________________________
3º Membro:
Josué 1:8
The present work has the purpose of clarifying the institute of the stable union
according to the Constitution of the republic and the new Civil Code, being also
regulated in sparse laws like Laws Nos. 8,971 / 94 and 9,278 / 96. This work has a
clear language, aiming at first, to present a brief historical evolution of the family, from
the matriarchy to the formation of the family in Brazil. Thus, in order to understand the
stable union before the Greater Charter, which makes no difference between men and
women within the family institution, it is essential to present their requirements for legal
configuration. The difference between concubinage and stable union will also be
addressed, and the conversion of the stable union into marriage. Subsequently, there
is an in-depth study of the rights and duties of those who chose to establish a family
by the institute of stable union, the rights to guard, mediation, inheritance, among
others. We can see that nowadays it becomes increasingly common, playing a very
important role in our society because it does not require bureaucracy, formality or
solemnity that are required in marriage, and the companions have rights guaranteed
and consecrated in the body of the current Civil Code, which devotes Title III especially
to this family entity.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
1.1 BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA FAMÍLIA .......................................... 12
2. A FAMÍLIA NO DIREITO BRASILEIRO ANTES DA PROMULGAÇÃO DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. .................................................................... 13
2.1 A UNIÃO ESTÁVEL COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE
1.988. ................................................................................................................... 15
3. A UNIÃO ESTÁVEL NO CÓDIGO CIVIL DE 2.002 ........................................... 16
3.1 CONCEITO DE UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO ................................ 20
3.2 UNIÃO ESTÁVEL PUTATIVA ..................................................................... 21
3.3 DO CASAMENTO ....................................................................................... 22
3.4 CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO ............................ 25
4. DIREITOS E DEVERES DECORRENTES DA UNIÃO ESTÁVEL .................... 26
4.1 DIREITO DE ALIMENTOS .......................................................................... 28
4.2 REGIME PATRIMONIAL APLICÁVEL......................................................... 29
4.3 DIREITO NA DIVISÃO DOS BENS ............................................................. 30
4.3.1 Período anterior a edição da lei 9.278/96 .......................................... 30
4.3.2 Período posterior a edição da lei 9.278/96 ........................................ 31
4.4 DIREITO A HERANÇA NA UNIÃO ESTÁVEL ............................................. 32
4.5 DIREITO SUCESSÓRIO DO COMPANHEIRO ........................................... 33
4.6 A INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 1.790 DO CÓDIGO CIVIL ..... 34
5. DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL ............................................................... 36
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 40
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1. INTRODUÇÃO
Podemos dizer que a família é o instituto mais antigo do ser humano, que
historicamente, muito antes do homem se organizar, contituia-se em um grupo de
pessoas que se relacionavam a partir de um ancestral.
Os membros da família assumiam obrigações morais entre si, onde eram
liderados por um ancestral comum conhecido “patriarca” normalmente da linhagem
masculina, onde reuniam-se na mesma comunidade seus descendestes, que
compartilhavam uma identidade cultural e patrimonial. Foram essas as primeiras
entidades familiares, que eram unidas por laços consanguíneos de parentesco,
denominadas de “clâs”.
Ao passar do tempo, o crescimento territorial e populacional desses clãs, que
chegavam a possuir milhares de membros, passaram-se a unir-se formando as
primeiras tribos, grupos sociais da mesma etinia. Desta forma, esse organização
primitiva ligada por relações de parentescos consanguíneos, deram a origem as
primeiras sociedades humanas organizadas. E foi a partir de uma dessas
organizações sociais que surgiu a expessão família.
O termo família deriva da expressão latina “famulus”, que significa “escravo
doméstico”, que determinava os escravos a trabalharem de forma legalizada na
agricultura familiar das tribos latinas, que eram situadas onde hoje se localiza a Itália.
Com o desenvolvimento e a complexidade foram se desolvendo esse
estrutaura de família, desta forma, ganhou importância no Direto de Roma Antiga a
expessão “famíia natural”, que era composta apenas por um casal e seus filhos, que
originavam-se através de uma relação jurídica, o casamento.
A instituição da família era dividida em “confarreatio”, casamento de carater
religioso, era restrito a uma classe que se denominava patricia, sua caracteristica era
a oferenda de pão aos deuses Já na classe dos plebeus eram feitos os casamentos
denominados “coemptio”, celebrado mediante a venda de fictícia, do pai para o
marido, onde o marido adquiria a mulher pela posse, ou seja, vida em comum no
ínterim de um ano.
Os pressupostos para caracterização do casamento romano eram a coabitação
chamada de “affectio maritalis”, onde consistia na manifestação expressa dos
nubentes de conviverem como marido e mulher. Na ausência dos pressupostos
extinguia-se o casamento, valorizando apenas o afeto entre os cônjuges.
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A “família natural” foi trazida pela igreja católica, que transformou o casamento
em uma instituição indissolúvel e sacralizada, que era formada por duas pessoas de
diferentes sexos, que se uniam através de 5um ato solene, e por seus descendentes
diretos, ao qual prevalece até os dias atuais.
Esse modelo de família, ainda hoje é reconhecida por grande parte das
legilações ocidentais vigentes, tanto o ato jurídico formal como o sacramento, por
exemplo no Brasil, noções formadas com fundamentos em preceitos da Igreja Católica
Apostolólica Romana, resumido por Orlando Gomes:
Como vimos anteriormente, por muito tempo só era reconehecida a união pelo
instituto do casamento, mas com o advento da Cosntituição Federal de 1.988, inseriu
em seu ordenamento o reconhecimento de entidade familiar a União Estável entre o
homem e a mulher, igualando-os na sociedade conjugal.
Desta forma, verifica-se que o novo diploma Civil, diferentemente dos diplomas
passados, recebe o afeto como um formador da família, vez que não dependem de
um ato solene para caracterização da instituição da família.
IV, veda qualquer tipo de discriminação relacionadas em virtude de raça, sexo, cor,
idade ou qualquer outra, assim, decidiu que ninguém pode ser diminuído por sua
opção sexual.
Como prevê a Constituição Federal, seu artigo 3º, inciso IV:
b) Notoriedade
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O artigo 1.723 do Cídigo Civil, exige que a união seja “pública”, ou seja, devem
se tratar- se socialmente como se casados fossem, desconfigurando a união se o
casal mantiver encontros secretos;
c) Continuidade
A união deve ser um ato contínuo, não podendo haver interrupções, pois não
se caracteriza por um único ato, mas sim com o tempo;
Há uma distinção básica entre união estável e concubinato, pois como vimos
acima, a união estável não há impedimentos matrimoniais, podendo dar-se sua
conversão a qualquer momento em casamento. O que não ocorre com o concubinato,
pois este sempre haverá impedimentos para a realização do casamento.
Com isso, a antiga confusão entre os institutos união estável e concubinato não
existe mais, agora verifica-se uma linha distintivas entre os dois institutos.
Como define Washington de Barros:
A união estável putativa poderá ocorrer, quando uma das partes, ou o homem
ou a mulher, encontra-se em total ignorância diante ao outro relacionamento do
companheiro, ou seja, acredita-se viver em um relacionamento único, desconhecendo
totalmente o fato de fazer parte de uma união paralela.
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É importante esclarecer que para ser configurada a união estável putativa, deve
haver a boa-fé do companheiro que vivia em total ignorância em relação ao outro
relacionamento do companheiro, podendo este estar em concomitância em uma outra
união estável ou em um casamento.
O fato da total ignorância, e do relacionamento paralelo do companheiro, dará
a capacidade de conferir o status de família para o companheiro que desconhecia a
outra relação, lhe conferindo todos os efeitos de uma união estável.
Para que seja reconhecida a união estável putativa, é necessário preencher
alguns requisitos, como a publicidade, estabilidade, continuidade e ânimo de constituir
família.
Sobre a putatividade no casamento, Yulssef Said, ensina: “mais tão duro
castigo pode ser injusto, ao punir pessoas que não visaram contrariar a lei, ferindo
gente que foi levada ao matrimônio na ignorância do impedimento, ligando-se através
de uma união que parecia regular aos olhos de todos”. (CAHALI, 1.979, p.2)
Havendo o reconhecimento da relação simultânea a uma união estável ou um
casamento, mesmo que de boa-fé, inclusive sendo reconhecido na jurisprudência,
conclui-se que poderá haver produção dos efeitos terem duplicidade de famílias. A
união estável putativa, independente das razões, fere a lógica do sistema
monogâmico, deixando claro que este princípio não é absoluto e em alguns casos não
só pode como deve ser relativizado.
Como vimos em relação ao concubinato, onde o principal argumento para o
seu não reconhecimento como entidade familiar é justamente o respeito ao princípio
ordenador do sistema, então, podemos presumir que o fundamento da proibição não
está somente elencado na obediência ao que preceitua a monogamia, mas sim em
convenções e preconceitos.
3.3 DO CASAMENTO
Ainda, existe uma doutrina mista, que torna o casamento um ato complexo,
unindo o elemento volitivo ao elemento instituição.
Grande parte da doutrina concorda com esta última, uma vez que o casamento
une, como caráter de contrato, a manifestação da vontade do casal ao que esta
previsto pelas normas, que é de caráter institucional.
Isto quer dizer que o consentimento dos nubentes é o principal elemento
constitutivo do casamento, e a partir desta vontade manifesta perante ao Poder
Público, produz os efeitos do ato matrimonial, que estão previsto na lei.
Como explica Sílvio Rodrigues:
b) sendo regulamentado por normas de ordem pública, desse modo, estão acima das
convenções particulares, como já afimado acima;
c) representa a união permanente, como explica Maria Helena:
Whashington de Barros Monteiro enfatiza: “A ajuda mútua, está sim, sempre foi
e será não só a finalidade, mas também efeito jurídico do casamento”. (MONTEIRO,
2.004, p. 22).
Diante das peculiaridades da união estável e do casamento até aqui
analisados, faz-se necessário pautar um paralelo entre os dois institutos para que se
possa imaginar melhor os contornos de cada um, diante ao preceito constitucional de
proteção à família.
Com tudo, podemos salientar que os direitos assegurados para família que foi
constituída por uma união estável são tanto pessoais quanto material, desta forma o
dever de assistência material compreende tanto o direito à alimentos quanto os
direitos sucessórios.
é cabível a sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço
comum”.
Por sua vez a jurisprudência formou a “teoria da sociedade de fato”, que
conferia aos participes da relação concubinária , que hoje é denominada união
estável, o direito de partilhar os bens decorrentes de sua contribuição, ou seja, não
era baseada na relação familiar entre os concubinos, mas sim entre uma sociedade,
e a divisão dos bens era feita através da contribuição direta de cada convivente no
patrimônio em comum.
Após a Constituição de 1.988, veio a interpretação correta no que se refere a
proteção do Estado à união estável, dando uma nova e justa interpretação nas
relações concubinárias.
Sendo assim, a jurisprudência deixou de fazer as exigências da colaboração
direta dos concubinos para meação do patrimônio comum, ou seja, para que fosse
caracterizada a sociedade de fato, não era mais necessário que o concubino
entregasse dinheiro ao outro, foi admitida a contribuição das atividades exercidas no
lar, como a administração da casa, criação dos filhos, entre outros.
Com o advento da Lei 8.971/94 no artigo 3º, foi instituído o direito de meação
entre os companheiros, quando da morte de um deles. “Quando os bens deixados
pelo(a) autor(a) da herança resultem de atividade de que haja colaboração do(a)
companheiro(a), terá o sobrevivente direito a metade dos bens”
Porém, deixou de esclarecer a espécie de colaboração que deveria ser
considerada, desta forma, apenas editou o que já estava previsto na Súmula 380 do
Supremo Tribunal Federal, exigindo-se a comprovação da contribuição dos
conviventes na formação do patrimônio em comum.
É vedado retrocesso aos direitos sociais que é um dos princípios que rege o
Direito de Família, está correlacionado a outros princípios como o do Estado
Democrático de Direito, da dignidade da pessoa humana, da máxima efetividade das
normas constitucionais e da segurança jurídica. Tem como objetivo proibir que o
legislador reduza, suprima, diminua mesmo que parcialmente, o direito já
materializado no âmbito legislativo e positivado na sociedade.
Podemos destacar, a afronta ao referido princípio quando o novo diploma
suprimiu direitos que já havia sido alcançado previstos nas Leis 8.971/94 e 9.278/96
que eram mais benéficas ao companheiro.
Acontece a inconstitucionalidade ao tratar de forma diversa a sucessão legítima
do companheiro em relação ao cônjuge, sendo que a Constituição não permite
diferenciar famílias constituídas pelo casamento daquelas constituídas da união
estável, nos aspectos que são idênticas, que são vínculo de afeto, solidariedade e
respeito, tais vínculos norteadores da sucessão legítima
Desta forma o legislador suprimiu direitos que já havia sido alcançado em
relação aos direitos sucessórios, como por exemplo o direito real de habitação do
companheiro, que era previsto no artigo 7º da Lei 9.278/96.
A própria constituição assegurou direitos ao estabelecer a união estável quando
estabeleceu a união estável como entidade familiar, desta forma, não poderia
retroceder, e atingir princípios, pelo contrário, deveriam regulamentar e ampliar tais
direitos.
Diante da inconstitucionalidade do artigo, a sucessão aos que vivem em união
estável, deve acompanhar as mesmas regras daquelas estabelecidas aos cônjuges,
ou seja, com os mesmo direitos e as mesmas limitações, de modo que o companheiro
na concorrência com os descendentes tenha o direito de herdar nos bens particulares,
e não só nos que já tem meação.
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Embora a união estável não se confunda com o casamento, podemos dizer que
gera efeitos quase idênticos no que se refere as regras patrimoniais.
Como comenta Paulo Lôbo acerca da extinção da união estável:
“A união estável termina como se inicia, sem qualquer ato jurídico dos
companheiros ou decisão judicial. A causa é objetiva, fundada
exclusivamente na separação de fato. Portanto, dispensa-se a imputação ou
investigação da culpa. Não se dissolve qualquer ato jurídico, como no
casamento, mas a convivência more uxório.” (LOBÔ. Famílias, p. 163)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O direito sucessório inserido pelo Código Civil de 2.002, ainda trás muitas
discussões doutrinárias acerca da da constitucionalidade do artigo 1.790, isso porque
o artigo restringe direitos, e dando tratamento diverso daquele que já havia sido
alcançados, neste sentido o S.T.F pacificou o entendimento do referido artigo, dando
aos companheiros tratamento igual aos cônjuges na sucessão.
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Código Civil. Organização dos textos, notas remissivas e índices por
Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspede.
33 ed. São Paulo, Saraiva, 2003.
GOMES, Orlando. Direito de Família. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1988.
41
GOMES, Orlando. Sucessões. 12ª ed. rev., atual e aumentada de acordo com
o Código Civil de 2002, Rio de Janeiro: Forense, 2004.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil: direito das sucessões. São Paulo: Saraiva,
v. 7, 2002.
RODRIGUES, Sílvio. Direito civil: direito das sucessões. São Paulo: Saraiva,
v. 6. 28 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
42
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito de família. Volume 6.5 ed. São
Paulo: Atlas, 2005.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direito de família. Volume 7.7 ed. São
Paulo: Atlas, 2007.