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Com muito cuidado, dedicação e um pouco de sorte, a meta será atingida. Cem por
cento dos filhotes sobreviverão aos primeiros 30 dias.
O sucesso na criação de Bettas, depende principalmente da correta alimentação das
larvas em seus primeiros dias de vida, mas não se restringem a isso, pois outros
fatores tais como temperatura, qualidade da água, iluminação, tamanho e forma do
aquário, quantidade de água e cuidados fito sanitários são tão determinantes no
sucesso quanto a correta alimentação, mas não serão abordados nesse artigo. Quando
falo de sucesso, falo nada menos do que criar 100% dos filhotes nascidos ou numero
muito próximo disso (meta).
Vamos começar a contar o tempo dos filhotes, no momento da desova. É importante que
isso seja bem definido, pois 24 horas são um lapso de tempo relativamente grande
nas fases iniciais dos peixinhos. Também, em decorrência de fatores ambientais tais
como a temperatura, as etapas poderão ser mais curtas ou mais longas. Para
exemplificarmos, o nascimento em temperatura de 30 ºC ou mais, ocorrerá em 36 horas
aproximadamente e em temperaturas mais baixas poderá ultrapassar 48 horas. A
desova, portanto, é o momento "zero" para início da contagem do tempo (marco zero).
Os ovos eclodem e as larvas nascem. Temos então o momento 01. É justamente nesse
momento que necessitamos incentivar a produção de zooplâncton na água do aquário
pois em mais dois dias, as larvas irão necessitar comer. Para isso, será necessário
aumentar o alimento para os micro-organismos existentes no próprio aquário.
Nos dois primeiros dias, as larvas se manterão com reserva energética vitelínica e
não necessitarão de alimentos. No entanto, a partir do terceiro dia, esgotada a
reserva vitelínica, irão necessitar alimentar-se do meio em que se encontram.
Se nada for feito e deixarmos a ninhada sem alimentação, alguns filhotes irão
sobreviver, com um desenvolvimento pequeno se comparado a alevinos adequadamente
alimentados. Alguns em torno de 20 ou 30 peixinhos, mesmo sem receberem comida,
chegarão aos quinze dias de idade, se presentes as demais condições para seu
desenvolvimento. Encontrarão, no aquário, micro-organismos, que manterão vivos os
mais fortes (ou mais adaptáveis). Esses micro-organismos presentes na água dos
aquários, são denominados como plâncton e são de extrema importância nos primeiros
dias de vida das larvas. Podem ser compostos por elementos vegetais, tais como as
algas unicelulares e então são denominados de fitoplâncton, ou por minúsculos
animais, geralmente protozoários e rotíferos e que então são denominados de
zooplâncton. Na criação de peixes ornamentais, chamamos a isso de infusórios (creio
que o termo seja decorrente do hábito de fazer-se uma "infusão" em outro recipiente
para obtenção dele, o que eu acho contra indicado).
Infusórios manterão as larvas, como alimento exclusivo, até seu quarto dia de vida
ou sexto dia da desova. Nesse momento algumas larvas já conseguirão abocanhar
náuplios de Artemia recém eclodidos, porém nem todas conseguirão comê-los. É o
momento 02, ou o momento em que eu retiro a casca de banana e introduzo o Verme-do-
vinagre. (Turbatrix aceti) Prefiro ele aos náuplios de Artemias, nesse momento,
porque vivem mais tempo em água doce. Apenas uma única introdução de vermes-do-
vinagre. As larvas estarão ainda comendo zooplâncton. Uma excelente alternativa aos
vermes-do-vinagre, são os microvermes. Apenas exigem mais cuidados para manutenção
da cultura.
Os alevinos não estarão acostumados a comer alimentos inertes e teremos que ensiná-
los. Lentamente, com muita paciência, nos próximos dias, estarão adaptados a
alimentos inertes e entrarão em uma fase de grande desenvolvimento. Por volta de
trinta dias de vida, os alevinos estarão com aproximadamente dois centímetros e
poderemos restringir o fornecimento de náuplios às sobras, de quantidades
produzidas para outras ninhadas de menor idade.
Com muito cuidado e dedicação e um pouco de sorte, meta atingida. Cem por cento dos
filhotes sobreviveram aos 30 dias.
FONTE:bettasbrasil.com.br