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Lição 2: O Reino de Deus sobre o Pano de Fundo

do Antigo Testamento – Parte 2

2. A Vinda do Reino nos Profetas

2.1. Duas Perspectivas: Nacional e Espiritual


Os profetas anunciam a vinda do Reino de Deus no futuro a partir
de perspectivas diferentes. Talvez a mais comum e predominante seja
aquela a partir da qual os profetas anunciam o reino de Deus como uma
realidade nacional: quando o reino vier, Israel será restaurado como
nação, Deus terá o seu trono em Jerusalém, os inimigos do povo serão
subjugados.
Embora seja dessa perspectiva nacionalista que o reino seja
anunciado com mais frequência, em muitos textos a realidade da vinda do
reino é contemplado como algo que ganha uma dimensão maior,
espiritual e imperecível. O futuro reino de Deus é algo que será
inaugurado pelo grande Dia do Senhor, quando tanto a parte infiel de
Israel quanto as nações em geral serão julgadas. Esse dia terrível, todavia,
será também glorioso, pois será dia de salvação para o povo oprimido do
Senhor. A partir dessa perspectiva mais espiritual, muitas profecias
descrevem o reino vindouro como uma realidade supratemporal, que
aponta para uma era totalmente nova, quando ocorrerá ressurreição de
mortos, tanto para um julgamento condenatório final, quanto para
outorga de uma salvação que é indestrutível. Em seu ponto culminante,
essa profecia fala da aniquilação dos poderes do mundo presente e o
estabelecimento de um céu e de uma terra totalmente novos, nos quais a
bênção de Israel será compartilhada pelos gentios e Deus será
reconhecido por todos como o eterno e único rei. Exemplos de textos que
apontam para a vinda do reino nesse sentido espiritual, sobrenatural e
pós-histórico são Is 2.10ss/Is 9.1-6; Os 4.3/Os 2.17; veja em especial Is 25,
26, 60, 65, entre outros.
É importante frisar que esse quadro da profecia apontando para o
reino divino como algo supratemporal que ultrapassa as fronteiras do
mundo presente não é a marca característica da proclamação dos profetas
do AT. Porém, a profecia sobre a vinda do reino, em seu sentido espiritual
mais profundo, aponta para essa salvação que é eterna e imperecível,
vinculada a uma era futura.

2.2. Relação entre a Vinda do Reino e a Vinda do Messias


Ao analisarmos o conceito do reino de Deus a partir de seu pano de
fundo no Antigo Testamento, é preciso esclarecer a relação entre a
promessa do reino futuro de Yahveh e a promessa do Messias. Por um
lado, é importante enfatizar que, de modo geral, a proclamação acerca do
reinado de bênção de Yahveh que se manifestará no porvir geralmente foi
feita sem qualquer associação com a promessa de um Messias Rei.
Todavia, por outro lado, é importante salientar que tudo que é dito a
respeito do reino futuro de Yahveh é exatamente o que é afirmado sobre
o reinado futuro do Messias (veja Is 11.9-10). Em outras palavras, o que se
aplica ao reino vindouro de Deus também se aplica ao reino vindouro do
Messias (que, em algumas passagens, parece exibir um caráter
sobrenatural, Mq 5.2).
Em resumo, quando se analisa o AT como um todo, pode-se afirmar
com convicção que as expectativas em torno do Messias e em torno do
reino vindouro estão intimamente relacionadas. Por um lado, vemos em
muitas passagens que é por meio do Messias que Deus manterá seu
reinado sobre todo mundo. Em outras, em que apenas o reino vindouro é
mencionado, pode-se deduzir por associação que é por meio do
descendente de Davi, o Messias real a quem foi prometido o trono para
sempre, que esse reino se manifestará.

3. A Vinda do Reino em Daniel e nos Salmos de Ascensão

3.1. Daniel e Suas Visões


Para o ensino de Jesus sobre o reino de Deus, possuem uma
importância especial as passagens proféticas do livro de Daniel, nas quais
o profeta tem visões a respeito do reino de Deus vindouro. Em seus
ensinos, Daniel nos mostra, particularmente, o contraste entre os
impérios terrenos – finitos e temporais – e o reino eterno de Deus. Em
Daniel 4.25, por exemplo, vemos a transitoriedade do reino de
Nabucodonosor – que quis usurpar para si a glória divina– em antítese
com eternidade do reino de Deus. Yahveh tem a primazia da soberania, e
ele outorga autoridade a quem quer.
Essa particularidade associada a experiência de Nabucodonosor,
contudo, é extrapolada e generalizada nas assim chamadas visões
noturnas de Daniel. Nelas é revelado que Deus irá, de fato, esvaziar os
impérios mundanos de seu poder, de modo que o domínio cósmico será
transmitido àquela figura que se aproxima do trono flamejante do Ancião
de Dias e é descrito como um semelhante a Filho do Homem: “Foi-lhe
dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de
todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não
passará, e o seu reino jamais será destruído.” Dn 7.14 (veja 7.9-14). Nessas
visões, o reino futuro e glorioso de Deus, que subverte os poderes
mundanos, é anunciado. O Filho do Homem é o agente por meio de quem
o reino será firmado e por meio de quem os santos do Altíssimo fruirão as
bênçãos porvir (7.18). Aqui não há menção a um Messias judaico; pode-se
dizer que aquilo que tem um caráter nacional e terreno em outros
profetas, é apresentado nas visões apocalípticas de Daniel a partir de uma
perspectiva transcendente, supra terrena e atemporal.
Por fim, além das profecias em sentido estrito, os assim chamados
“salmos de ascensão ao trono” são uma outra categoria de literatura do
AT que dá expressão à expectativa da manifestação futura de um reinado
divino universal. Exemplos desses salmos são: Salmo 47, 93, 96, 97 e 99.
Normalmente, esses salmos devem ser lidos à luz de algum evento
histórico (exemplo, Salmo 47 teria sido escrito por ocasião da chegada da
arca?), porém, quando corretamente compreendidos, percebe-se que,
tomando como ponto de partida a manifestação do poder salvador de
Yahveh em atos passados, esses salmos preanunciam a consumação da
história da salvação, apontando a manifestação plena da majestade de
Yahveh.

CONCLUSÃO
Portanto, a ideia de um Reino vindouro de Deus no AT, por meio da
qual Deus manifesta cosmicamente sua grandeza e triunfa sobre seus
inimigos, ainda que multifacetada, tem sido em Israel, desde os tempos
antigos, um dos motivos centrais da expectativa da salvação. Porque Deus
é Rei (realeza presente), a expectativa surge de que ele se tornará Rei no
sentido intensificado e escatológico (realeza futura). Assim, as palavras de
João e Jesus não ressoaram no vácuo. Elas ecoavam o resumo da profecia
passada e tocavam o cerne da expectativa de Israel quanto ao futuro. João
e Jesus, portanto, proclamaram o tempo de cumprimento escatológico: o
tempo do reino havia chegado. Como João e Jesus fazem referências
frequentes ao AT, suas proclamações devem ser entendida sobre esse
pano de fundo. Contudo, muitos teólogos do século 20 procuraram
interpretar as palavras de João e Jesus à luz da literatura judaica do
período “Interbíblico”. Isso se sustenta? É o que veremos na próxima
lição.

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