Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Produção Individual
Juliana Pivotto Nicodemo de Oliveira
Brasil – 2018
1. Apresentação do conceito de RSE a partir das perspectivas de pesquisadores (indique a
fonte utilizada)
Segundo Azevedo (2013) surge, na década de 1990, um conceito para Responsabilidade Social
Empresarial. De acordo com o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável – World
Business Council for Suistainable Development (WBCSD) – a Responsabilidade Social Empresarial estaria
relacionada ao desenvolvimento sustentável. Portanto, os elementos econômico, ambiental e empresarial,
teriam como objetivo o crescimento econômico baseado na preservação do ambiente, no respeito ao
anseio dos diversos agentes sociais e na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Na opinião de Albuquerque (2009, p. 134), a expressão Responsabilidade Social, nos dias atuais “é
comumente usada, embora às vezes não bem compreendida”. Jones (1996) apresenta duas perspectivas
para elucidar essa questão. A primeira refere-se às atitudes empresariais internas; a segunda, às atitudes
externas, as quais envolvem as operações diárias, as principais funções e a empresa fora do contexto de
seus interesses diretos.
Segundo Villela (1999), o termo Responsabilidade Social nada mais é que o comprometimento do
empresário com um comportamento ético e com o crescimento econômico. Tal estratégia melhora a
qualidade de vida dos funcionários, de suas famílias, da comunidade e da sociedade em geral. A empresa é,
portanto, um agente no processo de desenvolvimento.
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado tem manifestação no Art. 225 da Constituição
Federal de 1988, como bem comum e indispensável à qualidade de vida saudável. Desta forma deve ser
defendido e preservado para que as gerações presentes e futuras possam usufruir. A empresa deve
cumprir sua função social porque faz parte de seu dever legal. A promoção da comunidade e o
compromisso com o bem comum integram a responsabilidade social empresarial, para que isso ocorra é
necessário o respeito às regras específicas e a participação ativa no meio social à qual está inserida, a fim
de evidenciar o seu comprometimento com o interesse comum. (CANDIL, 2010)
Portanto, com objetivo de promover uma visão social sustentável, assim como, a favor dos direitos
humanos, as empresas desenvolvem e aprimoram cada vez mais um modelo de gestão orientado pela
Responsabilidade Social Empresarial.
O conceito de RSE, na prática no mundo dos negócios, é visto com um olhar utilitário. Organizações que
discutem o tema com as empresas, como as internacionais Corporate Social Responsibility (CSR-Europe),
Business for Social Responsibility (BSR), International Finance Corporation (IFC), Sustainability Institute,
Institute of Social and Ethical Accountability e as nacionais Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade
Social e Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) tem como referência a definição de RSE:
(...) é a de uma relação ética, transparente e responsável que a empresa estabelece com
todos os seus públicos ou partes interessadas (stakeholders), no curto e no longo prazo. (...) A
gestão socialmente responsável abrange temas e práticas de gestão que vão desde códigos de
ética, boa governança corporativa, compromissos públicos assumidos pela empresa,
cumprimento às leis e regulamentações, gestão e prevenção de riscos ambientais, até
mecanismos anticorrupção, diversidade, apoio às mulheres e aos não-brancos, bem como a
extensão desses compromissos por toda a cadeia produtiva envolvida na relação com os
fornecedores. Envolve, ainda, ações sociais internas e externas que a empresa gerencia, realiza e
apóia, envolvendo um ou mais públicos que são impactados pela atividade da empresa
(SCHOMMER, 2007 apud Battagello, 2013)
Já a definição atribuída pelo Instituto Ethos, em seu website, define a
Responsabilidade Social Empresarial como:
(...) A forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os
públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que
impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das
desigualdades sociais (ETHOS, 2013 apud Battagello, 2013)
3. Quais as mudanças que a RSE fomentou nos sistemas de gestão das organizações nos
últimos 15 anos?
Enquanto nos países desenvolvidos, o debate acerca da responsabilidade social remonta a década de
1950, no Brasil, a propagação da idéia é mais recente. As primeiras discussões datam de meados da década
de 1970, tendo como precursora a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), cuja finalidade
era promover o debate sobre o balanço social (LIMA, 2002 apud Pinto e Maranhão, 2013).
Na década de 1980 e 1990, o cenário global dos negócios passava por diversas transformações, com a
intensificação da globalização, que permitia uma velocidade maior de troca de informações e tecnologias,
aumentando a competitividade entre as organizações. Diante desse cenário, e dos movimentos da
sociedade civil pressionando as empresas para a adoção de uma postura mais responsável em relação à
sociedade, a RSE definitivamente passou a ser um assunto encarado como estratégico para as empresas,
sendo incorporado à gestão estratégica das mesmas. No início dos anos 2000, a comunidade dos negócios
se voltou para as temáticas da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável, um tema que tem se
tornado cada vez mais uma parte integral das discussões de RSE (CARROLL, 2010).
Estamos cientes de que o conceito de RSE ainda não se encontra suficientemente consolidado e que,
portanto, pode ser considerado em construção, visto que suscita uma série de interpretações (ASHLEY,
2002; MOHR e WEBB, 2001). De acordo com Kreitlon (2004), os argumentos escolhidos para justificar o
conceito são essencialmente contraditórios, combinando pressupostos oriundos de correntes teóricas
incompatíveis entre si (Apud BATTAGELLO, 2013).
Vale ressaltar a observação de Rampinelli e Guimarães (2006) ao afirmar que quase todas essas
interpretações referem-se a ações que não contribuem para uma transformação radical ou para a
emancipação humana, apenas reforçam a manutenção do status quo social sem conflitos. É curioso notar,
conforme bem assinalado por Kreitlon (2005), que as definições difundidas do conceito são formuladas por
instituições quase sempre comprometidas com o capitalismo globalizado. Essas instituições estariam
justamente interessadas em afastar as intervenções do Estado que possam restringir a liberdade de ação
das empresas (Apud BATTAGELLO, 2013).
Foi na década de 1990, que a gestão dos stakeholders foi inserida mais claramente junto do conceito
de RSE, graças a insatisfação que muitos estudiosos do tema sentiam diante da dificuldade de aplicação dos
diversos modelos teóricos e definições de RSE existentes até então. Por meio da gestão de aspectos
sociais dos stakeholders, tornou-se mais fácil a mensuração da performance social corporativa, e um
direcionamento para a atuação social da empresa foi criado, apartir do momento em que a empresa
identifica seus públicos de interesse e define quais as posições e funções que cada um desses públicos
desempenha em relação à ela e entre eles (LEE, 2008). Para Freeman (2000), stakeholders são quaisquer
grupos ou indivíduos que possam vir a afetar ou ser afetados através das atividades da organização. Assim,
poderíamos citar apenas alguns exemplos, como funcionários, clientes e o governo (Apud BATTAGELLO,
2013).
Assim, pela teoria dos stakeholders, uma administração socialmente responsável passaria pela
conciliação dos objetivos da empresa com as exigências e expectativas sociais dos vários grupos de
interesse das organizações. Mapear a responsabilidade que a organização deveria assumir diante dos
seus stakeholders é muito mais simples e concreto do que definir qual seria a responsabilidade
da organização perante a sociedade como um todo. Desenvolver planos de ação, traçar estratégias, colher
dados de RSE e analisa-los passa a ser algo muito mais factível (LEE, 2008 apud BATTAGELLO, 2013).
Portanto atualmente, as organizações lidam com temas intangíveis e de conceitos mais abstratos que
afetam concretamente seus lucros: reputução e ética. Consequentemente, as empresas de hoje são
protagonistas da Responsabilidade Social Empresarial. As demandas não são mais meramente filantrópicas
ou ambientais, são demandas estratégicas de partes interessadas diversas, tais como investidores e a
sociedade em seus mais diferentes papéis (consumidores, colaboradores, ativistas e comunidades
impactadas por suas atividades empresariais).
4. Referências utilizadas
ALBUQUERQUE, J. L. Gestão ambiental e responsabilidade social: conceitos, ferramentas e aplicações. 6.
ed. São Paulo: Atlas, 2009.
AZEVEDO, Isabela Pereira de. Responsabilidade social empresarial: benefícios para a sociedade gerando
lucratividade para empresas. In: CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 9., 2013, Niterói.
Anais... Niterói: UFF, 20, 21 e 22 de junho de 2013. ISSN 1984-9354.
BATTAGELLO, Ligia Antonio. Responsabilidade Social Empresarial e Parcerias Sociais - Modelo Relacional e
Estudo de Caso / Ligia Antonio Battagello. - 2013. 80 f
CANDIL, Sérgio Luiz. Responsabilidade Social Empresarial: diretrizes e parâmetros da racionalidade
econômica e juridical.
DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011
JONES, M. T. Missing the forest for the trees: a critique of the social responsibility concept and discourse.
Business and Society, v. 35, n. 1, p. 7-41, 1996.
VILLELA, Milú. Respeito e responsabilidade social. Folha de São Paulo, São Paulo, p.1-3, 26 jul. 1999.
reflexes à luz dos estudos críticos em administração. Revista electronica de gestão organizacional, Agosto 2013.