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OS TEMAS TRANSVERSAIS NO ENSINO MÉDIO

MÁRIO DE OLIVEIRA MARTINS1

RESUMO
A vivência dos alunos do ensino médio é marcada por uma série de conflitos. Na atual sociedade e conjuntura
exige uma postura do docente bastante rígida no tocante ao conhecimento sistemático aos PCN (Parâmetros
Curriculares Nacionais) da educação. Isso é uma questão de gestão e de necessidade pedagógica de entrelaçar o
fazer docente de forma interdisciplinar, a fim de respeitar as diferenças e a diversidade cultural e étnica, mas para
agir com ética, acima de tudo. O ser humano necessita compreender que não se pode discriminar e que o
etnocentrismo é um mal a ser banido da esfera social e entre as culturas é preciso haver respeito, harmonia e
interatividade. Na atual conjuntura social plural em que se vive é necessário reavaliar posturas pedagógicas e
refazer o currículo, no intuito de humaniza-lo. A educação precisa colocar a pessoa humana no centro do processo
da aprendizagem, portanto, no atual pluralismo multicultural o respeito pelas diferenças é o diferencial e os temas
transversais, tais como educação sexual, ética, política, meio ambiente, educação para a saúde, o consumo e a
igualdade de oportunidades, dentre outros não pode reduzir a um adendo. No ensino básico estes temas precisam
ser mais explorados e ser conteúdos constantes, sistemáticos, educativo, de forma a formar cidadãos críticos e
autônomos.

Palavras-chave: Educação, diversidade, temas transversais, interdisciplinar, ética.

Feira de Santana - BA
2016

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MARTINS, Mário de Oliveira Martins. Licenciada em Filosofia. Docente em atividade.

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INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como tema Os temas transversais no ensino médio. O objetivo
primordial é propor uma nova mudança nos eixos do currículo tradicional. Para tratar de uma
importância e das várias perspectivas a serem aprofundadas no ensino básico que, por vezes
passam despercebidas. Os temas como educação sexual, ética, educação para a saúde, o
consumo e a igualdade de oportunidades, política, cidadania, meio ambiente, não são
aprofundados de forma que merecem, de forma interdisciplinar. Deve-se dar mais atenção a
estes temas. A adolescência é um período complexo na vida. Por isso é preciso o educador se
perguntar: O que é tema transversal no sentido geral? Quais os pressupostos pedagógicos que
norteiam o currículo oficial e o oculto na atual conjuntura social brasileira? Qual a importância
dos temas transversais para os jovens? Será que existe realmente em nosso ensino médio uma
relevância dos temas transversais aprofundados, como uma base educativa e sólida para a
juventude, ou é apenas um “verniz” como um faz de conta para preencher o calendário escolar?
Diante de tais provocações e problematizações, percebe-se que há lacunas em nosso currículo
tradicional. É necessário refazê-lo ou readaptá-lo aos diferentes ambientes escolares. Há
consequências positivas e negativas no resultado da educação e da aprendizagem de nossa
juventude. Há jovens que saem despreparados do ensino básico para a faculdade e para o
mercado de trabalho, isso porque não recebeu uma sistematização desses temas no ensino
médio.
As disciplinas tradicionais não oferecem uma base interdisciplinar completa para a
vida psicológica e vivencial na sociedade. O ser humano necessita conviver com as novas
culturas, com as novas tecnologias, com os novos conflitos. Se não encontrar na escola uma
base firme que possa sustentar sua vida, vai entrar em colapso o seu sistema profissional.
Dessa forma, num mundo globalizado em que se vive há necessidade de uma mudança
nos eixos do currículo e na maneira de organizar o currículo a fim de melhor reorganizar a
educação no ensino médio e trabalhar os temas transversais no mundo pluricultural de forma
harmoniosa.

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DESENVOLVIMENTO

A educação é um processo exigente. Por isso ela necessita acontecer de forma


transversal, ou seja, cruzando vários assuntos, tais como saúde, política, afetividade, emocional,
fé, racionalidade, afinal o ser humano é pluridimensional. No conjunto de suas dimensões o
homem é uma complexidade de formas e expressões que se não for tratado com amor e o fator
humanizador não se educa.
Segundo Marrach (1996, p.54-55) a escola não prepara o aluno para lidar com as
dimensões éticas, políticas e sociais:
Para a educação, o discurso neoliberal parece propor um tecnicismo reformado. Os
problemas sociais, econômicos, políticos e culturais da educação se convertem em
problemas administrativos, técnicos, de reengenharia. A escola ideal deve ter uma
gestão eficiente para competir no mercado. O aluno se transforma em consumidor do
ensino, e o professor, em funcionário treinado e competente para preparar seus alunos
para o mercado de trabalho e para fazer pesquisas práticas e utilitárias a curto prazo.
É uma verdade o pensamento acima. Merece aplausos. O tecnicismo está
transformando pessoas em máquinas. O ser humano precisa ser preparado para ser gente, para
ser humanizado, no mercado de trabalho, para ser bom gerente, bom professor, boa dona de
casa, bons vendedores, bons secretários e atendentes.
Na perspectiva ampla de Figueiró (1996, p. 149), os temas de educação sexual e
pluralidade cultural são fundamentais:
(...) pode-se dizer que a viabilização dos “temas transversais” é um processo difícil,
longo, porém viável, que requer uma construção em coletividade. Os resultados de sua
aplicação podem ser bastante promissores, por se tratarem de temas que, ao serem
desenvolvidos junto aos alunos os alunos, podem levar os professores a “se
trabalharem”, ou seja, a se aprimorarem como cidadãos. Em especial os temas
de pluralidade cultural e orientação sexual são muito úteis para ajudar professores e
alunos a entenderem o processo de construção histórico-social dos valores da sociedade,
sejam eles culturais, morais e religiosos, entre outros, para poderem participar do
processo de transformação social.
A cada dia os jovens necessitam quebrar paradigmas e tabus, conceitos que já não
satisfazem, uma cultura obsoleta que tradicionalmente foi arraigada em suas mentes no passado
e que isso é preciso desconstruir isso hoje. Os conceitos e significados carregados de
preconceitos precisam ser retirados do vocabulário do uso e do preconceito linguístico do
mundo plural e globalizado atual. A ideologia intrínseca da atual conjuntura não tolera mais
preconceito contra os homossexuais, preconceito de gênero, homofobia. Todo esse vocabulário
não existia na década de 80, nem 90. Isso é novo. A violência e o extermínio da juventude na
atual sociedade são algo assustador. Este pensamento é que o homem precisa sempre aprender
a conviver com os novos modelos de família, com os paradigmas novos, com os protótipos
hodiernos. Quem não se comportar assim é tachado de obsoleto. É preciso viver a diversidade.

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Para Machado (1998, p. 93) o contexto atual o tema cidadania precisa ser tratado como
as demais disciplinas:

(...) as Áreas convencionais, classicamente ministradas pela escola, como Língua


Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia, não são suficientes para
alcançar este fim. Dizer que não são suficientes não significa absolutamente afirmar
que não são necessárias. É preciso ressaltar a importância do acesso ao
conhecimento socialmente acumulado pela humanidade. Porém, há outros temas
diretamente relacionados com o exercício da cidadania, há questões urgentes que
devem necessariamente ser tratadas, como a violência, a saúde, o uso de recursos
naturais, os preconceitos, que não têm sido diretamente contemplados por essas
áreas. Esses temas devem ser tratados pela escola, ocupando o mesmo lugar de
importância.
Há uma diversidade de temas citados como saúde, meio ambiente, drogas, violência,
o sentido da vida, os preconceitos, dentre outros que trazem sentidos e significados para a vida
educativa dos estudantes. Entretanto isto não é uma rotina. É necessária uma análise mais
acurada do currículo no ensino médio, à luz das ciências sociais e da antropologia, a fim de
refazer o currículo e enriquecê-lo. É preciso tratar dos temas com maturidade e não apenas
minimizar com pequenos adendos. A irresponsabilidade e omissão da educação está sendo
enorme nesse sentido. A educação é apenas tecnicista e bancária.
A partir da exposição acima pode-se pensar numa perspectiva político-ideológica dos
temas transversais. Segundo Lopes e Macedo (2006, p. 272) é necessário flexibilizar o currículo
no ensino médio, em vista dos eixos e temas transversais: segundo as autoras citadas “(...) é
preciso pensar e construir políticas educacionais que tenham suas bases na escola e na
aprendizagem dos alunos”.
Pensando assim urge uma, necessária flexibilização, mudança urgente, a fim de um
sistema homogêneo, para que a prática docente seja mais significativa, pois o currículo do
Estado é elitista e autoritário, além de ser colonizado. É necessário um processo de
descolonização, isto é, sair do sistema antigo. Por isso é fundamental analisar os aspectos
ideológicos escondidos no currículo e readaptá-los a cada contexto e a cada escola.
Segundo Covas (2016, p. 12) os PCN/MEC exigem ética:
A Ética constitui um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN/MEC) e reflete a preocupação com a constituição de valores de cada
aluno, ajudando-o a se posicionar nas relações sociais dentro da escola e da comunidade
como um todo. São quatro blocos temáticos principais: respeito mútuo, justiça, diálogo
e solidariedade.

Os Direitos Humanos enfocam a ética como tema primordial e indispensável na


educação, a fim de educar para a vida, evidenciando cidadãos autônomos, acostumados a viver
em sociedade em constante diálogo, respeito pelo diferente, além de construir consciência
coletiva solidária e política de forma humanitária, em que os valores sejam reciprocamente
vivenciados.

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Ainda na perspectiva de Covas (2016, p. 19) o tema meio ambiente é essencial:
Para o educador, o Meio Ambiente não se restringe ao ambiente físico e biológico, mas
inclui também as relações sociais, econômicas e culturais. O objetivo é propor reflexões
que levem o aluno ao enriquecimento cultural, à qualidade de vida e à preocupação com
o equilíbrio ambiental.
Para nosso interlocutor urge que a sustentabilidade seja uma tarefa constante e de todas
as pessoas. Não se pode reclamar dos governos, mas pensar em mudanças de hábitos de todos.
Urgente, se faz implantar sistemas de convivência com os lixos, tanto físicos, quanto gasosos.
A reciclagem é outro fator necessário a ser repensado. A prática de todas as pessoas começa na
escola, pois debatendo com os professores adquire uma consciência maior e significativa, pois
o cidadão necessita ser autônomo e crítico na sociedade, além disso, participativo. É
fundamental que esse tema seja no ensino médio um componente curricular de extrema
necessidade e que ele seja mais sistematizado, em vista da preservação das espécies em extinção
e uma maior atenção dos estudantes com a ecologia e sustentabilidade.
Segundo Covas (2016, p. 28) o respeito à diversidade cultural é aprendido na escola:
O desafio é respeitar os diferentes grupos e culturas que compõem o mosaico étnico
brasileiro, incentivando o convívio dos diversos grupos e fazer dessa característica um
fator de enriquecimento cultural. Nesta seção estão listados artigos que mostram como
a Pluralidade Cultural pode fazer parte do trabalho na escola.
O homem é um ser cultural. Também é um ser pluricultural, pois na sociedade ele
participa de várias culturas híbridas e desde o início de sua existência no mundo vive em
sociedades envolvidas em culturas diversificadas. O sentido e força de cada cultura está em sua
identidade e isso precisa ser respeitado. A relação interpessoal de uma cultura exige respeito e
aprendizagem constante de convivência com o pluralismo, portanto isso se aprende na escola.

Para desenvolver a temática de trabalho e consumo Covas (2016, p. 32) verificou como
é importante salientar a sua importância:

A preparação dos jovens para a sua inserção no mundo do trabalho requer a discussão
de temas como consumo, direitos, desemprego, entre outros, ao final do Ensino
Fundamental e Ensino Médio.

O trabalho é valorizado desde a revolução industrial, de forma mais intensa. Em


tempos remotos ele era visto como imposição, como fardo ou até mesmo como castigo. O
homem é um ser ocioso, segundo alguns críticos da antropologia. Também é um ser capaz de
construir paradigmas novos. Através dos tempos foi quebrado esse paradigma do homem
“preguiçoso”, bem como da mulher que era apenas a dona de casa.

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Hoje tem-se um sistema capitalista que visa o trabalho como atividade principal tanto
para o homem quanto para a mulher, até mesmo equiparados, pois na sociedade atual, com a
emancipação da mulher existe um nível de gênero mais definido. Sobre consumo é preciso
evitar consumir sem consumismo. Saber consumir sem desperdício e saber consumir com
consciência de que as necessidades humanas são ilimitadas, por isso é preciso saber utilizar os
bens e recursos naturais, para não faltar, nem utilizar desnecessariamente.
Com o desenvolvimento da técnica e da tecnologia, cada vez mais a saúde se torna
mais eficiente e eficaz. A qualidade de vida é fundamental, segundo Covas (2016, p. 39) e a
escola é a base onde se aprende significativamente os conceitos de saúde e bem-estar:

A escola tem a função de orientar o estudante com as noções básicas de higiene e saúde,
lembrando-lhe que cada indivíduo deve ser responsável pelo seu próprio bem-estar.
Temas complexos como uso de drogas, Aids e gravidez na adolescência também se
inserem neste item, que traz artigos, sugestões de livros e links sobre estes assuntos.

O maior desafio da atual conjuntura é dinamizar as organizações numa nova estrutura


globalizada, atualizando as estratégias de cultura e clima organizacionais. Assim o bem-estar
fica sempre prejudicado, pois a pessoa não é vista como um todo, num conjunto sistêmico de
fatores: emocional, razão, sensibilidade, ética, física, dentre outras. O sistema visa apenas
produzir para a empresa. O ideal é garantir saúde tanto para a organização quanto para o
colaborador, pois ambos trabalham numa reciprocidade.
Ademais, urge conscientizar na escola sobre educação sexual, porque é muito mais do
que falar sobre sexo. É educar para a vivência da afetividade, para a quebra de tabus, de
conceitos desnecessários para a vivência da liberdade sexual, para a verdadeira vida de namoro.
Os jovens precisam saber a hora certa de fazer sexo, o respeito com corpo, quando se utiliza o
preservativo, como se engravida, como é a menstruação. Enfim é preciso educar para a vivência
do amor. Na escola se educa para ser pessoa madura nas responsabilidades da vida.

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CONCLUSÃO

O maior objetivo desse artigo foi mostrar a importância de educar os jovens do ensino
médio com os temas transversais. Diversidade cultural, saúde, meio ambiente, educação sexual,
ética, cidadania, política, hoje no pluralismo cultural são assuntos pertinentes que estão, por
vezes ficando a desejar, na fase mais candente da vida do jovem que é o ensino médio. Por
muito tempo no ensino fundamental, tratou-se dos temas transversais como um adendo, algo
complementar, algo meio esquisito do currículo escolar. Na história do currículo oficial o
processo de olhar a pessoa humana sempre foi educar de forma mecanicista. Hoje, em novos
tempos de nossa história, surge a necessidade de se aprofundar temas sobre a alteridade,
cidadania, sociedade e convivência. Sem aprender a conviver o ser humano não se educar
integralmente. Ademais, é mister aprofundar nos temas citados em vista da harmonia no tocante
a afetividade, respeito pelo diferente, valores humanos, morais e éticos.
Dessa forma é preciso refazer a compreensão de liberdade de ação e de expressão da
juventude. Percebe-se que, muitas vezes, esta foi confundida com biopoder ou laxismo. Não
pode haver jovens sem regras de conduta. Cada escola tem que aprofundar os remas transversais
no ensino médio e purificar o olhar para a amplitude desses temas. Num mundo tão carente de
valores em se vive hoje a liberdade é o caminho para utilizar a razão e buscar uma identidade
do estudante com uma base sólida na ética, numa concepção político-ideológica não relativista,
numa educação não apenas tecnicista, bancária, mas transformadora, progressista,
construtivista. Somente assim, cada vez mais haverá pessoas qualificadas em humanidade e
eficiência nos trabalhos na nossa sociedade. Portanto, bem-estar físico, mental e social depende
de uma educação significativa e transformadora.

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REFERÊNCIAS

COVAS, Mário. Disponível em:<http://www.crmariocovas.sp.gov.br/tet_l.php?t=001>.


Acesso em 15.11.2016.

FIGUEIRÓ, M. N. D. (1996). Educação Sexual: problemas de conceituações e


terminologias básicas adotadas na produção acadêmico-científica
brasileira. Semina: Ciências Sociais/Humanas, 149. Disponível
em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/index>. Acesso em 05.11.2016.
Disponível em:<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/24392>.
Acesso em 05.11.2016.

LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth (Orgs.). Políticas de currículo em múltiplos


contextos. São Paulo: Cortez, 2006, 272p. (Série Cultura, memória e currículo). Disponível
em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-24782006000200015>.
Acesso em 05.11.2016.

MACHADO, L. M. A nova LDB e a construção da cidadania. In: C. S. Bissoli da Silva; L.


M. Machado (Orgs.), Nova LDB: trajetória para a cidadania? São Paulo: Arte & Ciência,
1998, p. 93.

MARRACH, S. A. Neoliberalismo e educação. In: P. Ghiraldelli Júnior (Org.), Infância


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Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
73301998000100010>. Acesso em 05.11.2016.

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