Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
psicologia do
esporte: reencontrando
caminhos
Ética en el deporte e en la psicología del deporte: reencontrando
caminos
Ethics in sports and sport psychology: rethinking new paths
Resumo
A temática ética no esporte, em geral, ou na psicologia do esporte, em específico, parece não ser de muita
relevância investigativa, principalmente quando examinamos os poucos trabalhos publicados no Brasil sobre o
assunto. Este trabalho tem o objetivo de verificar junto aos profissionais que atuam como psicólogos esportivos,
a sua visão sobre os aspectos éticos da atuação profissional, fazendo uma análise dos pressupostos teóricos
implícitos e explícitos em suas manifestações. Tratando-se de um estudo qualitativo e exploratório, foram
realizadas quatorze entrevistas fechadas, enviadas por correio eletrônico, com profissionais que atuam como
psicólogos do esporte. Abordo em primeiro lugar, o conceito de Ética, trazendo para o diálogo alguns autores
contemporâneos da filosofia. Em seguida trato da ética no esporte, apresentando exemplos advindos do
esporte e que nos impelem a uma reflexão da ética neste contexto. Em terceiro lugar procuro responder a
serviço de quem está a Ética (na Psicologia do Esporte), dialogando com os dados das entrevistas e o
referencial teórico desenvolvido anteriormente. É possível teoricamente identificar duas concepções de ética
distintas, uma na qual nos tornamos meros repetidores de normas estabelecidas previamente e nos
submetemos a elas, não pelo seu conteúdo moral, ou seja, por achá-las justas, mas sim, porque outras pessoas
as determinaram e, uma segunda, na qual o ator é um sujeito consciente de si e dos outros, é dotado de
vontade e responsável, isto é reconhece-se como autor da ação , é livre, ou seja, capaz de oferece-se como
causa interna de seus sentimentos atitudes e ações. Ao confrontar os dados provenientes das entrevistas com
os conceitos teóricos de ética, é possível afirmar que há uma preocupação moralista e normativa, agravada por
uma forte carga de ingenuidade. Neste sentido, pelo que se pode depreender das discussões realizadas, é
necessário repensar a ética na Psicologia do Esporte.
Unitermos: Psicologia do esporte. Ética. Atuação profissional.
Resumen
La temática ética en el deporte, en general, o en la Psicología del deporte, en especial, parece no ser de mucha
relevancia investigativa, principalmente cuando examinamos los pocos trabajos publicados en Brasil sobre el
asunto. Este trabajo tiene como objetivo verificar junto a los profesionales que actúan como psicólogos del
deporte, su visión sobre los implícitos y explícitos en sus manifestaciones. Tratándose de un estudio cualitativo
y exploratorio, fueron realizadas catorce entrevistas cerradas, enviadas por correo electrónico, con profesionales
que actúan como psicólogos del deporte. Abordo en primer lugar, el concepto de Ética, trayendo para el diálogo
algunos autores contemporáneos de la filosofía. Enseguida trato de la ética en el deporte, presentando
ejemplos venidos del deporte y que nos llevan a una reflexión de la ética en este contexto. En tercer lugar
procuro responder al servicio de quién está la ética (en la Psicología del Deporte), dialogando con los datos de
las entrevistas y el referencial teórico desarrollado anteriormente. Es posible teóricamente identificar dos
concepciones de ética distintas, una en la cual nos tornamos meros repetidores de normas establecidas
previamente y nos sometemos a ellas, no por su contenido moral, o sea, por encontrarlas justas, mas si,
porque otras personas las determinaron y, una segunda, en la cual el actor es un sujeto conciente de sí y de los
otros, es dotado de voluntad y responsable, esto es se reconoce como autor de la acción, es libre, o sea, capaz
de ofrecerse como causa interna de sus sentimientos actitudes y acciones. Al confrontar los datos provenientes
de las entrevistas con los conceptos teóricos de ética, es posible afirmar que hay una preocupación moralista y
normativa, agravada por una fuerte carga de ingenuidad. En este sentido, por lo que se puede desprender de
las discusiones realizadas, es necesario repensar la ética en la Psicología del Deporte.
Palabras clave: Psicología del deporte. Ética. Actuación profesional.
Abstract
The theme ethic in sports, in general and psychology of sports, in specific, seems to be irrelevant as a subject
to be investigated, particularly when we examine the small number of papers published dealing with this
subject in Brazil. This study aims at identifying the vision of ethic aspects of professional performance of those
who work as sport psychologist through the analysis of implicit and explicit theoretical principles expressed by
this professional group. Considering that this study was based upon the qualitative and exploratory research
methods, 14 closed interviews were sent by e-mail to professionals who work with psychology of sport. The first
part of this paper explored the concept of ethics by bringing contemporaneous authors in the philosophy field.
This approach was followed by sports ethics by taking examples from the sport arena that takes us to reflect on
this subject considering this context. Thirdly, the study tried to answer to whom the actual sport ethic aspects
are supposed to serve by establishing a dialogue between the interviews' findings and the conceptual frame of
reference adopted. It was possible to infer that, theoretically there are two distinct conceptions. The first one
we tend to repeat norms previously established that we are subject to due not to its moral content, that is, by
considering them fair but because other people determine them. The second one, the actor is the subject and
conscious of him/herself and others; has will and responsibility, considering him/herself as the author of action
and free, that is, the person is able to offer him/herself moved by an internal cause based on feelings, attitudes
and actions. When data from interviews were confronted with ethics basic theoretical concepts, it was possible
to affirm that there was a moralist and normative concern, aggravated by a strong load of ingenuity. In this
sense, based upon discussion on collected data, it was possible to deduct that it is necessary to rethink ethics in
sport psychology.
Keywords: Sport Psychology. Ethics. Professional performance
1/1
Introdução
Este trabalho tem o objetivo de verificar junto aos profissionais que atuam
como psicólogos esportivos, a sua visão sobre os aspectos éticos da atuação
profissional, fazendo uma análise dos pressupostos teóricos implícitos e
explícitos em suas manifestações.
O conceito de Ética
Cito, como exemplos, dois temas importantes: Um que diz respeito ao papel
dos pais. Até que ponto pode se considerar ética a participação dos pais no
desenvolvimento esportivo de seus filhos. Os pais estão conscientes e
conversam com seus filhos a respeito das conseqüências positivas e negativas
da prática esportiva? Os pais permitem a livre escolha da prática esportiva de
seus filhos? As crescentes expectativas de trabalho no esporte, criadas por pais
e filhos, que levam ao sonho da riqueza e do sucesso, são compatíveis com a
realidade do mundo esportivo?
A Psicologia do Esporte, enquanto uma área que deve buscar a melhoria das
condições humanas da prática esportiva não está, é claro, alheia às mudanças
do contexto esportivo nacional e internacional. Se por um lado, de certo modo,
ela se aproveita deste importante crescimento do fenômeno esportivo
contemporâneo, de outro, o ignora.
Por outro lado, surge a alentadora preocupação, ainda que tênue, em dar
voz ao sujeito esportista buscando seu consentimento nas técnicas psicológicas
utilizadas. Um dos respondentes coloca como aspecto positivo, "priorizar o
respeito ao cliente como ser humano, deve haver honestidade e humildade no
reconhecimento dos próprios limites, observação do sigilo profissional e o
consentimento dos clientes com relação às práticas pertinentes".
Reforça-se, portanto, a idéia da "ética que lida com um tipo de ação, que é a
ação livre" (RIBEIRO, 2002: 123). Talvez seja este um aspecto de extrema
relevância na Psicologia do Esporte e que nos remete à dúvida do quanto,
atletas e técnicos, estão conscientes do que, realmente, significa um
acompanhamento psicológico no esporte (SAMULSKI, 2002).
A ética da religação
A ética do debate
A ética da compreensão
Por outro lado, não devemos correr o risco de confundir compreensão com
condescendência. O caminho para a compreensão deve ser sempre crítico.
A ética da magnanimidade:
Nota
1. Estabeleceu-se como critério para participação na pesquisa que os entrevistados fossem Psicólogos que estivessem atuando
diretamente na intervenção com praticantes de alguma modalidade esportiva.
Referências
http://www.psicologianoesporte.com.br/valores-no-esporte/
Da maneira que é posta muitas vezes o esporte é visto hoje como um “ente” dotado de
super poderes, capaz de “salvar” a espécie humana de seus pecados e de suas mazelas.
Gosto muito da visão de Pierre Parlebás: “ o desporto não possui nenhuma virtude mágica.
Ele não é em si mesmo nem socializante nem anti-socializante. Ele é aquilo que se fizer
dele. A prática do judô ou do rúgbi pode formar tanto patifes como homens perfeitos,
preocupados com o fair-play.”
Fair-play? Depende?
Vamos aos fatos…O que dizer do “mito”, Lance Armstrong? Sobrevivente de três
cânceres e um dos maiores impostores do ciclismo. Foi banido do esporte por uso
constante de doping. Construiu sua imagem, atraiu multidões e legiões de fãs, através de
uma mentira que veio a tona há pouco tempo. Qual o legado para aqueles que de alguma
maneira se inspiraram em sua trajetória?
Diante desses acontecimentos que tipo de valor pode ser agregado para as crianças, para
os jovens e para os espectadores do esporte? Levar vantagem, a malandragem, o jeitinho,
só é valido quando não estamos envolvidos passionalmente? Ou não há espaço em nossa
sociedade para refletirmos sobre honestidade e lisura como valores primordiais no esporte
de rendimento?
O lado positivo …
O esporte tem muito as nos ensinar, por isso pode ser uma ferramenta se for bem utilizado
para complemento da educação. Na pratica de uma modalidade é possível aprender
virtudes, fazendo, refletindo e sentindo. Isso pode ser imediato, numa mesma partida ou
ao longo de uma competição. É possível aprender habilidades sociais que podem ser
generalizadas para vida, como: tolerância a frustração, busca por objetivos, disciplina,
respeito à diversidade, superação, cooperação, altruísmo, autoconhecimento e muitos
outros comportamentos.
Um exemplo pessoal …
Uma de nossas grandes dificuldades é ensinar aos nossos alunos que o arbitro de Rugby
é soberano, autoridade máxima em campo, somente os capitães de cada equipe podem
se dirigir ao mesmo. Inclusive, se o arbitro se equivocar em alguma marcação, ele deve
ser sempre chamado de “Senhor” e tratado com respeito, pois ele é um elemento
fundamental do jogo. Essa é uma das principais regras da modalidade.
Acredito que nossas dificuldades passam também pela exposição inevitável de nossos
alunos as transmissões de outros esportes e pela influencia que muitos exercem em nossa
cultura, principalmente, o futebol. Nesse, as reclamações com a arbitragem beiram a
histeria coletiva. Mas também acontecem no vôlei, no tênis, no basquete, entre outros,
não só por atletas, mas por dirigentes, por técnicos, membros das equipes, da imprensa e
por torcedores.
Para finalizar ….
Qualquer forma de conhecimento não passa por osmose. Portanto, para desenvolver
competências para vida utilizando o esporte é necessário estrutura de trabalho, avaliação
sistemática dos processos, verificação de impactos das ações nos sujeitos,
flexibilidade metodológica e objetivos em longo prazo.
O esporte é um elemento de nossa cultura que pode servir para compreender melhor o ser
humano em diferentes áreas do conhecimento. Por isso ele é tão diverso, paradoxal e
fascinante.
Referências:
SANTOS, A. R.R. Espírito Esportivo – Fair Play e a prática de esportes. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte, 2005.
FALCÃO, R.S. O Rúgbi num projeto social: relato de uma experiência. Revista Brasileira
de Psicologia do Esporte, 2010.