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UFMG – FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

Fichamento: A Douta Ignorância, livro primeiro


Camilla de Carvalho Felicori

Fichamento apresentado para avaliação


da disciplina Filosofia do Renascimento, do curso
de bacharelado em Filosofia da Universidade
Federal de Minas Gerais.
Professor: Newton Bignotto

BELO HORIZONTE
2006
2

A Douta Ignorância

“(...) julgo, com razão, que o admirar-se, causa do filosofar, precede o desejo de saber, para que o
intelecto, cujo ser é ententer, se realize no estudo da verdade.”1

Capítulo 1 – De como saber é ignorar

- graça divina  coisas  conforme sua condição natural, o melhor.


- julgar  “objetivo de conhecer”2.
- Buscamos o conhecimento. A busca conhece a verdade quando é são o intelecto, mas no caso de
julgar o incerto, o conhecemos apenas através de relações de proporcionalidade, “comparando-o,
em termos proporcionais, com pressupostos certos”3.  “Toda a investigação é, pois, comparativa e
recorre à proporção”4.  Como o infinito escapa a quaisquer proporções não é possível conhecê-lo.
- Número, mais do que mera quantidade, expressa também proporcionalidade.
- Buscamos o conhecimento, mas o conhecimento do infinito nos é inacessível através das nossas
possibilidades cognitivas  “o que desejamos é saber que ignoramos. Se pudermos chegar
plenamente a isso, atingiremos a douta ignorância”5.

Capítulo 2 – Esclarecimento preliminar do que se segue

- Busca do “saber máximo da ignorância”  conhecer antes do que se trata a maximidade.


- Máximo (nada pode ser maior)  Pleno  Uno  Ente: Unidade = Entidade = Maximidade.
- O máximo é o uno absoluto. Sendo uno é pleno, logo é totalidade, como totalidade abarca todas as
coisas. “E porque nada se lhe opõe, com ele coincide simultaneamente o mínimo. Por isso ele está
em tudo. E porque é absoluto, é então em ato todo o ser possível, nada contrariando das coisas, e
todas dele derivando”6. Esse máximo absoluto é Deus. Busca de compreendê-lo além da razão
humana, uma vez que como absoluto é incompreensível, vai além do que a razão humana pode
abarcar.
- Segunda forma de se considerar o máximo  máximo e pluralidade: máximo é a totalidade
contraída no uno. A totalidade abarca o que é plural. O plural encontra-se contraído no uno.

1
Cusa, Nicolau de. A douta ignorância. Tradução: João Maria André. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
p.2. (doravante colocarei apenas o número da página da citação).
2
p.3.
3
p.3.
4
p.3.
5
p.4.
6
p.5.
3

- Terceira forma de se considerar o máximo  máximo e Jesus: “contraído e absoluto”.


- As palavras não conseguem abarcar tais problemas  busca de uma outra via para se chegar ao
conhecimento que não pode ser atingido através das palavras.

Capítulo 3 – A verdade precisa é incompreensível

- Finito – infinito  não há proporção.


- Máximo é infinito.
- Para o que não é máximo é possível pensar em algo maior.
- “O intelecto finito não pode, pois, atingir com precisão a verdade das coisas
através da semelhança”7.  Verdade: indivisível. / Apenas a verdade pode
medir o verdadeiro. / O intelecto não é a verdade, não pode, portanto medí-la
de maneira perfeita; como a imagem de um polígono inscrito em um círculo:
por mais que se aumente o número de lados, o polígono jamais coincidirá com
o círculo.
- Verdade: necessidade absoluta X Intelecto: possibilidade.  Incompatíveis  “Portanto, (...) a
verdade dos entes, é inatingível na sua pureza. (...) E quanto mais profundamente doutos formos
nesta ignorância, tanto mais nos aproximaremos da própria verdade.”8.  aproximar da verdade, já
que não chegaremos a ela em sua totalidade.

Capítulo 4 – O máximo absoluto, com o qual coincide o mínimo, é entendido de modo


incompreensível

- Só nos é possível atingir o máximo de maneira incompreensível, já que ele não é da natureza de
nada que possa admitir excedente ou excedido.
- Máximo absoluto  tudo o que pode ser  em ato.
- Não pode haver nada maior nem nada menor  máximo é, também, mínimo  o máximo
coincide com o mínimo se contraímos a quantidade: “A quantidade máxima é maximamente
grande; a quantidade mínima é maximamente pequena” 9.  máximo e mínimo: coincidência e não
oposição  acima de qualquer afirmação ou negação  “Isto, contudo, transcende todo o nosso
intelecto, que não pode cobinar os contraditórios no seu princípio pela via da razão”10.
- Máximo e mínimo  transcendentes  abarcam tudo em uma simplicidade absoluta.

7
p.7.
8
p.8.
9
p.9.
10
p.10.
4

Capítulo 5 – O Máximo é uno

- Pluralidade das coisas  número (ordem, proporção, distinção, harmonia).


- “Unidade não pode ser um número”11, mas é princípio e fim de todo número porque é mínimo e
máximo (respectivamente).
- A unidade é máximo, logo não pode ser um número porque não pode ser multiplicada e
aumentada.

Capítulo 6 – O Máximo é a necessidade absoluta

- O que não é o máximo é finito e limitado. / excedente e excedido, progressão  máximo: começo
e fim de todas as coisas pois elas não podem aumentar infinitamente, se aumentam é de maneira
limitada, caso contrário se igualariam ao máximo  máximo simples: princípio “sem o qual nada
pode ser”12  necessidade.  “o máximo de modo simples existe necessariamente de tal maneira
que é a necessidade absoluta”13.
- Ser de modo mínimo = ser de modo máximo  sem o qual nada pode ser.
- Máximo absoluto = verdade absoluta.

Capítulo 7 – A eternidade trina e uma

- alteridade  mutabilidade  desigualdade - unidade é anterior à alteridade  o que precede


o que muda deve ser imutável, e, portanto eterno.

- eterno  imutável  igualdade  unidade -unidade é, também, anterior à desigualdade.

- “(...) a conexão é anterior, por natureza, à divisão.”14  a unidade é anterior à divisão. 


conexão: unidade: eterna (anteriores à alteridade).
- São eternos: unidade, igualdade e conexão. “Mas não pode haver várias coisas eternas” 15, se assim
o fosse o que é eterno e uno seria plural o que não é possível, já que se o eterno fosse plural deveria
haver algo anterior a essa pluralidade. Assim, o eterno não seria anterior a tudo e não seria,

11
p.12.
12
p.13.
13
p.14.
14
p.16.
15
p.16.
5

portanto, perfeito. Desse modo, “porque a unidade é eterna, a igualdade é eterna e também conexão,
resulta daí que unidade, igualdade e conexão são uma só coisa.”16  unidade trina.

Capítulo 8 – A geração eterna

Capítulo 9 – A processão eterna da conexão

- conexão = igualdade = unidade


- “E embora a igualdade da unidade seja gerada pela unidade e a conexão proceda de ambas,
contudo é uma só e mesma coisa a unidade, a igualdade da unidade e a conexão que procede de
ambas”17.
- Unidade: pai / Igualdade: filho / Conexão: Espírito Santo.  relação feita pelos homens devido a
uma semelhança com as coisas perecíveis18.  amor natural: conexão.

Capítulo 10 – O conhecimento intelectual da trindade na unidade ultrapassa tudo

- Máximo absoluto é perfeito, está acima de quaisquer figuras imagináveis pela mente humana,
como um círculo, uma esfera um triângulo ou uma linha reta.  “(...) se deve necessariamente
rejeitar aquilo que, por intermédio dos sentidos, da imaginação ou da razão, se atinge com meios
materiais, a fim de chegarmos à inteligência mais simples e mais abstrata, em que todas as coisas
são uma só, em que a linha é triângulo, círculo e esfera”19.
- Uno é tudo. Para que seja possível pensar isso é necessário pensar o uno como trindade. 
indivisão (eternidade – sem princípio), diferenciação (imutável) e conexão (união).

16
p.16.
17
p.18,19.
18
p.19.
19
p.20.
6

- Mínimo = máximo = conexão  uma só coisa  para compreender isso urge sair da
racionalidade pois sua compreensão está além da razão humana.
- “(...) é necessário que aquele que quer apreender o máximo com um simples acto de intelecção,
ultrapasse as diferenças, as diversidades e todas as figuras matemáticas, uma vez que dissemos que
no máximo a linha é superfície, círculo e esfera”20.

Capítulo 11 – A matemática ajuda-nos muitíssimo na apreensão das diversas coisas divinas

- “(...) todas as coisas têm entre si reciprocamente uma certa proporção, embora oculta e
incompreensível para nós”21.
- Máximo: unidade: abarca a imagem de tudo.
- Coisas sensíveis instabilidade permanente. (possibilidade material)22.
- Coisas abstratas  como as entidades matemáticas  mais firmes e certas  por isso a escolha
do uso dos signos matemáticos para tentar chegar ao divino.

Capítulo 12 – De que modo se devem utilizar com este propósito os signos matemáticos

- Investigação simbólica do máximo  além do que nos é possível conhecer  “transcender a


simples semelhança”23 devido à finitude dos símbolos matemáticos (o finito para pensar o infinito).
- Retomando a história da Filosofia, o infinito foi relacionado com uma retitude infinita, um
triângulo eqüilátero, um círculo infinito e uma esfera infinita. / Posição de Cusa: mostrar que “todos
eles em conjunto formaram uma concepção correta do máximo e que é uma só a opinião de
todos”24.

Capítulo 13 – As paixões da linha máxima e infinita

 tudo uma só coisa, representativos do máximo


infinito.

20
p.22.
21
p.23.
22
p.23.
23
p.25.
24
p.26.
7

1) Sobre a circunferência: aumentando-se o raio infinitamente a circunferência tenderá para a reta,


sendo minimamente curva e maximamente reta:

2) Potência da linha divina:


Imagine uma linha BA ou prolongada para BD (BAC), eis ao
lado tudo o que ela pode ser:

- ABC: triângulo da rotação de BA até AC com ponto fixo em


A;
- BD com um giro em si mesma: esfera;
- de AB até AB com ponto fixo em A: circunferência.

- Potência da linha existe em ato.


- Assim como a linha infinita é em ato tudo o que ela pode ser, o infinito é em ato tudo aquilo que o
finito lhe é em potência25.

Capítulo 14 – A linha infinita é triângulo


Para um triângulo infinito, este deveria ter os três lados infinitos, já que
dois lados não podem ter sua soma menor que a do terceiro. Logo,
deveria haver três lados infinitos, mas não é possível haver vários
infinitos. A solução para este aparente problema é que a linha infinita
coincide com os três lados como mostra o desenho ao lado. Ao
diminuirmos dois ângulos sucessivamente, ao fim o que temos é uma
reta. Desse modo coincidem-se os lados e os ângulos na linha.

Capítulo 15 – Esse triângulo é círculo e esfera

- Partindo do triângulo ABC é possível chegar a uma circunferência ou esfera


como mostrou o capítulo 13.
- Sobre a relação entre essas figuras e a linha infinita, capítulos 13 e 14.

Capítulo 16 – O máximo comporta-se translativamente em relação a todas as coisas como a


linha máxima relativamente às linhas

25
p.28.
8

- Retomando: a linha infinita é, em ato, todas as outras figuras e, da mesma maneira, o máximo
simples é em ato tudo o que pode ser, tudo que é potência.
- No máximo absoluto a possibilidade se confunde com a potência e com o ato.  A possibilidade
absoluta é, no máximo, o próprio máximo em ato 26.  supera, portanto, toda sorte de oposições:
máximo e mínimo coincidem.  verdades negativas  A possibilidade de uma teologia encontra-
se neste terreno  teologia negativa (Dionísio Areopagita).  Deus está além de qualquer
afirmação, e pode ser conhecido apenas “acima de toda mente e de toda inteligência”27.
- A apreensão divina se dá apenas de modo aproximativo, jamais o apreendemos na sua totalidade,
por isso a douta ignorância, sabermos dessa impossibilidade.
- Retitude infinita  essência de todas as essências  em qualquer tempo que seja, passado,
presente ou futuro, a essência infinita é em ato todas as coisas eternamente.  é ao mesmo tempo
“todas simultaneamente e nenhuma singularmente”28, máximo e mínimo.
- Máximo  “medida mais adequada de todas as coisas”.
- Essência Infinita  “medida mais adequada e mais precisa de todas as essências”29.
- O infinito não pode ser pensado quantitativamente, ele não é maior ou menor (unidade).

Capítulo 17 – Os ensinamentos mais profundos que se extraem do mesmo princípio

- Infinito não pode ser dividido: não tem partes.


- Linha infinita é a razão da linha finita - O máximo simples é a razão de todas as coisas
- Deus (razão de todas as coisas) é imutável e
- Linha infinita é indivisível
incorruptível  uno30.
- A razão, seja da linha (que é a linha infinita), seja das coisas (que é Deus) é única. Desse modo, a
diferença não é causada pela razão das coisas, mas por acidente: “não há senão uma só razão de
todas as coisas a qual é participada de modos diversos”31. As coisas finitas participam de modos
diversos e não alcançam extrema igualdade com a sua causa. A extrema igualdade se dá apenas pela
maximidade absoluta: unidade máxima  igualdade máxima  razão de todas as coisas.
- A linha infinita “está toda em qualquer linha de um modo tal que não está em nenhuma, posto que
uma se distingue das outras através da finitude” 32.  o mesmo ocorre com o máximo em relação às
coisas.

26
p.32.
27
p.33.
28
p.34.
29
p.34.
30
p.35, 36.
31
p.36.
32
p.37.
9

- Deus  causa de todas as coisas  “todos os entes participam da entidade”  retirando-se a


participação, o que resta é “a entidade simplicíssima, que é a essência de todos”.  só se contempla
esta entidade na douta ignorância, uma vez que retirando-se a participação parece restar nada 
“Mas a sagrada ignorância ensina-me que aquilo que parece nada ao intelecto é o máximo
incompreensível”33.

Capítulo 18 – Pelo mesmo princípio somos guiados a entender a participação da entidade.

- Participação no máximo uno:


- Curvo: quanto menos é curvo mais participa da retitude, rever a figura:
Linha reta finita participa da linha reta infinita mais diretamente que a
linha curva participa da reta infinita.

A participação desta última é mediada e, portanto, há uma distância entidade máxima

maior entre a linha curva finita do que a reta finita em relação à 


reta infinita. Da mesma maneira há entes que participam com participação imediata

maior proximidade da entidade absoluta do que outros, como é o substâncias finitas simples
caso das substâncias finitas simples. Os acidentes, por sua vez, 
participam da entidade de maneira mediada  as coisas participam participação mediata
34
do máximo de maneiras diversas . acidentes
- É mais nobre aquilo que participa de maneira mais próxima da entidade máxima.

Capítulo 19 – Transsumpção do triângulo infinito à Trindade Máxima

- A linha máxima é o triângulo máximo.  linha simplíssima / triângulo simplíssimo  trindade é


unidade, três linhas são uma só, três ângulos são um só.

máximo simples essência máximo:


máximo do triângulo trindade
“essência trina una e em ato” 35.
máximo do círculo unidade
máximo da esfera existência atual é as três coisas de modo “idêntico e simples ”

33
p.38.
34
p.39.
35
p.42.
10

- Para se chegar à Trindade  ligar contraditórios “num conceito simples que lhe seja anterior” 36.
 Na Trindade distinção e indistinção referem-se à mesma coisa.
- Verdade absoluta: “Une, pois, a um nível que lhes seja anterior estas coisas que parecem opostas,
como atrás disse, e não terás o um e o três ou vice-versa, mas o uni-trino ou o tri-uno” 37. 
Unidade.

Capítulo 20 – Mais alguma coisa sobre a Trindade e de como nas coisas divinas não é possível
a quaternidade nem algo que esteja para lá dela

- Para que um triângulo o seja é necessário que haja uma relação entre os três ângulos; isto é, o
terceiro ângulo está diretamente relacionado aos outros dois, mas não é uma relação de
posterioridade, eles se complementam conjuntamente, ao mesmo tempo, e assim é formado o
triângulo. Da mesma forma com a idéia da Trindade: “(...) o Pai é anterior de um modo tal que o
filho não é posterior. E o Pai é a primeira pessoa de um modo tal que o Filho é, não depois dele,
uma segunda”38. O mesmo com o Espírito Santo.  não há uma relação de anterioridade.
- O máximo é trino e não quaternário  máximo perfeito  na geometria, imaginando um
polígono regular, com divisão perfeita de ângulos e lados, a menor figura a que se chega sempre é
um triângulo; o triângulo como a figura mais simples dos polígonos, o mínimo.  mínimo simples
coincide com o máximo.  não é quaternário porque uma figura quadrangular não corresponde ao
mínimo.
- linha (potência e ato)  triângulo  circunferência  esfera  São estas as quatro medidas
primordiais que correspondem ao máximo único. Sem ele nada pode ser e ele se encontra
“infinitamente e sem proporção acima delas [das coisas mensuráveis]” 39.  O máximo simples,
medida de todas as coisas, ato e potência de todas elas, está além de qualquer possibilidade de
compreensão.

Capítulo 21 – Transsumpção do círculo infinito à unidade

- Círculo  unidade, simplicidade e perfeição.


- No máximo toda alteridade é identidade  unidade
- Passado, presente e futuro são indiferenciáveis  eternidade.

36
p.43.
37
p.43.
38
p.44.
39
p.46.
11

- Para entender isso  imagem do círculo infinito, sem princípio ou fim, eterno, uno e indivisível.
- Um círculo infinito tem ponto médio, diâmetro e circunferência infinitos, logo eles coincidem. 
Novamente se conclui que o máximo é incompreensível e coincide com o mínimo.
- “(...) o máximo está perfeitissimamente dentro de tudo o que é simples e indivisível, porque é
centro infinito; que está fora de tudo e tudo envolvendo, porque é circunferência infinita; e que
penetra tudo, porque é diâmetro infinito; (...). E assim sucessivamente”40.
- Ato / potência; ser / não ser  tudo isso o máximo absoluto abarca.
- Teologia é circular “e está colocada em círculo tanto mais que os termos que exprimem os
atributos se verificam circularmente uns aos outros (...)”41.  justiça  suma verdade, etc.

Capítulo 22 – A providência de Deus une os contraditórios

- Nada pode escapar à providência divina.


- As contingências não afetam a natureza.  um homem que nasce não faz mudar a natureza
humana.  A natureza divina não muda com a contingência das coisas finitas.
- Natureza divina complica o que acontece, mas também o que pode acontecer.
- Providência divina  necessidade absoluta  abarca os contrários  “Por isso, aquilo que eu
fizer acontecerá de acordo com a providência de Deus” 42.  quer eu faça x ou faça ~x, como a
providência divina abarca os contrários, ambas as ações se enquadram na providência.

Capítulo 23 – Transsumpção da esfera infinita à existência actual de Deus

- Esfera máxima: centro coincide com o diâmetro e com a circunferência. 


máximo uno, simples e indivisível43.
- Sumamente simples  em ato.
- Máximo  todas as coisas em ato.  Assim como a esfera é em ato linha,
triângulo e círculo [como já foi mostrado pela figura ao lado, cap. 13]
- Deus é a única razão simples de todo universo44.

Capítulo 24 – O nome de Deus e a teologia afirmativa

40
p.48.
41
p.49.
42
p.52.
43
p.52.
44
p.53.
12

- Sobre o nome do máximo simples  nenhum nome lhe é apropriado porque os nomes são
distintivos, marcam singulares enquanto o máximo engloba tudo, nele não há distinção.
- Deus  totalidade  “nenhum nome lhe é apropriado”  “seria necessário chamar a Deus todos
os nomes ou chamar tudo com o nome de Deus na medida em que ele complica na sua simplicidade
a totalidade de todas as coisas”45.
- Deus  não lhe convém quaisquer propriedades das criaturas, mas por sua essência  “uno e
tudo” ou “tudo dum modo uno”46.  unidade máxima.
- Nomes  movimento da razão  não vão além dos contraditórios.  nomes se opõem.
- Pela razão  pluralidade se opõe à unidade.  “Este é o nome máximo que complica todas as
coisas na simplicidade da sua unidade (...) está acima de toda intelecção”47.
- Nome de Deus nos diz da unidade mas não da sua maximidade, o nome não consegue abarcar, ao
mesmo tempo, o mínimo e o máximo.  “(...) embora a unidade pareça o nome mais aproximado
do máximo, contudo dista ainda infinitamente do verdadeiro nome do máximo, que é o próprio
máximo.”48.
- É inviável nomear Deus porque se parte das criaturas, diminutas, para nomear Deus, que é
máximo.  [pensando em metonímia: a parte pelo todo  a parte não consegue abarcar o todo,
porque é parte].
parte todo
criatura particular universal máximo absoluto
distinção indistinção

- Nomes não abarcam a totalidade  infinitamente diminutos (estão no terreno das criaturas). 
afirmações não são adequadas a Deus.
- Nomes mais próximos das criaturas do que de Deus.  nomeamos Deus a partir das criaturas
quando o caminho deveria ser o inverso, porque a potência e a maximidade estão em Deus e não
nas criaturas.  “E isto é de tal modo verdadeiro acerca dos nomes afirmativos que mesmo o nome
de Trindade e das pessoas, isto é, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, lhe são impostos a partir das
características das criaturas”49.
começa a ser Pai gerou a igualdade da unidade
realiza-se Filho é a igualdade da unidade
concorda com a ordem universal Espírito Santo amor de ambos

- Filho  igualdade de ser.


- Deus  gera o filhou e “cria tudo no Verbo”50.

45
p.55.
46
p.55.
47
p.56.
48
p.56.
49
p.58.
50
p.58.
13

Capítulo 25 – Os gentios chamavam a Deus vários nomes, tomando em consideração as


criaturas
- Retoma como a entidade foi denominada em diversos lugares, por diversos motivos; a maioria
deles devido à suas características, como o amor, a prudência, dentre outros.
- Hermes  todas as coisas têm dois sexos e Deus, causa de todas as coisas, “complica em si o sexo
masculino e o sexo feminino”51.
- Diversos nomes para Deus  “Todos esses nomes são nomes que explicam a complicação do
único nome inefável. E pelo facto de o nome apropriado ser infinito, assim ele complica tais nomes,
em número infinito, de perfeições particulares”52.  Por muito grande que seja a quantidade de
nomes que se referem a Deus, essa quantidade sempre poderá ser maior porque ele é infinito. Para
abarcar sua infinitude através de um nome que marca uma singularidade seriam necessários
infinitos nomes.
- Sobre as diferenças crenças em Deus todos acreditavam em um Deus uno e máximo.
Diferenças de veneração:
na unidade simplicíssima complicação de todas as coisas
veneração de Deus
nas coisas explicação da unidade

- Alguns pagãos não entenderam Deus como abstração, fora das coisas. Desse modo, idolatravam
Deus nas criaturas e distanciaram-se da verdade.

Capítulo 26 – A teologia negativa

- Religião  teologia afirmativa  posições positivas acerca de Deus.


- Fé  mais próxima da douta ignorância.
- Teologia negativa é necessária para a teologia afirmativa uma vez que a primeira possibilita adorar
Deus como infinito, e não como criatura.
- Deus  indizível  “infinitamente maior do que tudo o que se possa nomear” 53.  por ser
infinitamente maior, e por isso indizível, um caminho é a negação, como Dionísio o fez.

51
p.60.
52
p.60.
53
p.63.
14

- Eternidade entendida negativamente não é geradora, nem entendida de outra forma que não da
eternidade.
- Eternidade = infinidade. Mas a eternidade é atribuída ao Pai, enquanto a infinidade é
atribuída a cada uma das três entidades (que são uma) a seu modo. [retoma argumento
parecido com o do capítulo 24].
unidade Pai em consideração simples não é nem Pai, nem
igualdade Filho
infinidade Filho, nem Espírito Santo.  teologia
conexão Espírito Santo
negativa

- Acerca de Deus  negações verdadeiras; afirmações insuficientes. Mas há graus de negações /


afirmações  São mais verdadeiras as negações que retiram mais a imperfeição do que outras e são
mais verdadeiras as afirmações que mais se aproximam da perfeição.
- “E disto concluímos que a precisão da verdade resplandece de modo incompreensível nas trevas
da nossa ignorância. E esta é a douta ignorância que procurávamos” 54.  Deus: máximo, mínimo,
uni-trino e incompreensível.

54
p.64.
15

Referência Bibliográfica

Cusa, Nicolau de. A douta ignorância. Tradução: João Maria André. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2003.

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