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RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Muito acertadamente o Prof. Sabbag discorre que

Em princípio, o tributo deve ser cobrado da pessoa que pratica o fato


gerador. Nessas condições, surge o sujeito passivo direto
(“contribuinte”). Em certos casos, no entanto, o Estado pode ter
necessidade de cobrar o tributo de uma terceira pessoa, que não o
contribuinte, que será o sujeito passivo indireto (“responsável
tributário”).

Comecemos pelo exame da regra geral, inserta no art. 128 do CTN:

“Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo


expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação”

Este artigo traz as possíveis formas de responsabilidade:

• Excluindo a responsabilidade do contribuinte;

• Atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida


obrigação.

O responsável tributário é um terceiro que não realizou o fato gerador, mas apesar disso deve
pagar o tributo.

PERGUNTA: ele deve pagar o tributo integralmente ou eles dividem o valor?

RESPOSTA: “... excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em


caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação”.

A Lei vai eleger um terceiro vinculado ao FG para que tenha o dever de pagar o tributo. Ao
atribuir a responsabilidade a esse terceiro a lei dirá como fica essa pessoa que praticou o fato
gerador. Ou a lei elege o terceiro e exclui a responsabilidade do contribuinte ou a lei atribui ao
contribuinte o dever de pagar em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação.

O contribuinte:
• Poderá ter a exclusão do dever de pagar sendo apenas do responsável
o dever e nesse caso estaremos diante da figura da
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO. O contribuinte é
substituído pelo responsável desde que a lei assim o diga.

• Haverá a permanência do dever de pagar integralmente ou


parcialmente. Temos um compartilhamento do dever de pagar com o
responsável. Em ambos os casos estaremos diante da figura da
RESPONSABILIDADE SUPLETIVA.

Se tiver que pagar integralmente teremos o regime da


SOLIDARIEDADE (arts. 124 e 125 do CTN- cada um dos devedores
tem o dever pela integralidade do tributo).
Pode ser que o dever seja apenas parcial, neste caso estamos diante
da RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (temos uma ordem de
preferência).

Este artigo, entretanto, afirma que a lei poderá estabelecer hipóteses diversas. Dessa forma,
significa dizer que os casos de responsabilidade previstos no CTN não são exaustivos,
podendo outras hipóteses ser criadas, desde que não conflitem com o CTN.

A doutrina afirma que esta responsabilidade tributária pode ser de dois tipos:

1- Responsabilidade por substituição: neste caso, a figura do contribuinte não


aparece. A característica dessa responsabilidade é a exclusão da figura do
contribuinte. Desde o início quem tem o dever de pagar o tributo é o responsável.

Ex 1.: imposto de renda retido na fonte, em que, por força legal, a fonte pagadora
é obrigada a reter e recolher aos cofres públicos o montante descontado do
indivíduo que prestou serviços com ou sem vínculo empregatício. Assim, a
obrigação do contribuinte (que auferiu a renda) fica excluída, passando a ser
responsável aquele que pagou pelo trabalho exercido.

Ex 2.: ICMS (substituição tributária):

 Para frente (progressiva)


 Para trás (regressiva)

A) Substituição tributária para frente:


Também pode acontecer de:

O ICMS é recolhido integralmente pela cervejaria com base em um fato gerador presumido e
com uma BC presumida. Este recolhimento tem fundamento constitucional no art. 150, § 7 º,
CR.

Obs: O Estado não se preocupa com o recolhimento. A substituição tributária é muito cômoda
para o mesmo.

Se o FG não se realiza a Cervejaria tem direito à imediata e preferencial RESTITUIÇÃO.

Alguns Estados preveem a RESTITUIÇÃO se a BC presumida for maior que a efetivamente


praticada, mas outros não adotam tal postura por ausência de previsão legal, como o caso de
MG.

O grande debate é que não há previsão constitucional, uma vez que a CF só fala em
restituição na ausência da realização do FG.

Em 19/10/2016, o Plenário do STF deu provimento ao Recurso Extraordinário nº 593.849


(publicação do acórdão 05/04/2017).

Tratando-se de julgamento com repercussão geral (Tema 201), o Plenário aprovou a seguinte
tese: “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a
base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”.

O STF alterou o entendimento anteriormente fixado no julgamento da ADIN nº 1851, ocorrido


em 08/05/02, quando tinha definido que “o fato gerador presumido, por isso mesmo, não é
provisório, mas definitivo, não dando ensejo a restituição ou complementação do
imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-realização final”.

E por ter havido uma guinada jurisprudencial, de relevantes efeitos para os Estados e o Distrito
Federal, a Corte determinou a modulação dos efeitos do julgamento, consignando no acórdão
que “o precedente que aqui se elabora deve orientar todos os litígios judiciais
pendentes submetidos à sistemática da repercussão geral e os casos futuros oriundos
de antecipação do pagamento de fato gerador presumido realizada após a fixação do
presente entendimento, tendo em conta o necessário realinhamento das
administrações fazendárias dos Estados-membros e do sistema judicial como um todo
decidido por essa Corte”.

O Estado de MG interpôs embargos de Declaração, sendo rejeitados (publ. em


27/02/18).

B) Substituição tributária para trás


O pagamento do ICMS fica à cargo da indústria na entrada do produto na mesma.

O recolhimento do ICMS fica diferido, postergado para um momento posterior.

A indústria substitui o agricultor para trás (“olho para trás e vejo que o FG já ocorreu”).

2- Responsabilidade por transferência: num primeiro momento, o dever de pagar o tributo


era do contribuinte, no entanto, tendo em vista a ocorrência de algum fato ou de alguma
situação prevista em lei, este dever é transferido para o responsável. Essa transferência
poderá excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribuí-la em caráter supletivo.

Perceba que o “responsável tributário” (responsabilidade por transferência) responde por


débito alheio, enquanto o “substituto tributário” (responsabilidade por substituição) responde
pelo próprio débito.
RELEMBRANDO...
Contribuinte: é a pessoa, física ou jurídica, que tenha relação de natureza econômica,
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 121, parágrafo
único, I, do CTN). Sua responsabilidade é originária, existindo uma relação de identidade entre
a pessoa que deve pagar o tributo e a que participou diretamente do fato imponível, dele se
beneficiando economicamente.

Responsável: não tendo relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação
que constitua o fato gerador, o responsável é sujeito passivo indireto, sendo sua
responsabilidade derivada, por decorrer da lei e não da referida relação (art. 121, parágrafo
único, II, do CTN).
Da leitura do art. 128, concluímos que a responsabilidade tributária pode recair
exclusivamente sobre o sujeito passivo - caso de exclusão da responsabilidade do contribuinte
- ou sobre este incidir de modo subsidiário ou supletivo, ou seja, a hipótese em que um e outro
serão chamados a arcar com o ônus tributário, em uma natural ordem de preferência.

Responsabilidade solidária: há um compartilhamento do dever de pagar. Cada um tem o


dever de pagar a integralidade do tributo e pagamento feito por um aproveita ao outro. No
momento da cobrança a Administração pode cobrar quem ela quiser, pois não há benefício
de ordem (arts. 124 e 125 do CTN).

Responsabilidade subsidiária: temos compartilhamento do dever de pagar entre


contribuinte e responsável, mas nesse caso há um benefício de ordem indicado na lei.
Ex: filho menor detentor de imóvel, logo é contribuinte de IPTU. O responsável por essa
criança é o pai. E primeiro lugar a Administração acessa o contribuinte e se ele não paga ou
paga a menor, a Administração vai até o responsável (art. 134, CTN).

Hipóteses de responsabilidade no CTN- RESPONSABILIDADE DOS SUCESSORES


Está disciplinada nos arts. 129 a 133 do CTN. Aqui a obrigação se transfere para outro
devedor em virtude do “desaparecimento” do devedor original. Esse desaparecimento pode
ser por morte do primeiro devedor, recaindo o ônus sobre os herdeiros, ou por venda do imóvel
ou estabelecimento, incidindo o importe tributário sobre o comprador.

Art. 130, CTN- responsabilidade na aquisição de bens imóveis

De acordo com o artigo 130 do CTN, na aquisição de bens imóveis a responsabilidade será
do adquirente (regra geral). Esta responsabilidade é pessoal e não real, e sendo assim, não
está limitada ao valor do imóvel, que responde pela dívida, no lugar da pessoa (adquirente).

Este dispositivo se refere aos tributos incidentes sobre bem imóvel- impostos (IPTU ou ITR),
taxas de serviços (taxas de lixo, esgoto, água) e contribuições de melhoria- que passam a ser
exigíveis do adquirente deste bem. O dever de pagar os tributos pendentes do imóvel é do
adquirente.

ATENÇÃO!!! É devido ao notário ou tabelião exigir todos os documentos necessários à


lavratura da escritura, os quais comprovem o recolhimento dos tributos devidos. Caso
contrário responde solidariamente com o contribuinte nos atos em que intervir ou pelas
omissões que foi responsável.

A responsabilidade não fica limitada ao valor do bem. O adquirente paga independentemente


do valor do imóvel, porque ocorre sub-rogação pessoal na dívida.

Ex: compro imóvel por R$ 50.000,00 e posteriormente descubro que tem dívida de R$
200.000,00 de IPTU. Devo pagar nesse caso os R$ 200.000,00.

Duas exceções:

1- De acordo com o art. 130, parágrafo único do CTN temos sub-rogação real. O imóvel
que é arrematado chega nas mãos do arrematante livre de qualquer ônus, inclusive
tributários. O valor do tributos está no valor de arrematação do imóvel. Forma de
aquisição originária do imóvel. Se o imóvel foi vendido em valor inferior aos débitos
tributários a Fazenda ficará sem os valores.

Ex: imóvel arrematado por R$ 80.000,00


Dívida de R$ 200.000,00
Paga-se somente o valor da arrematação.

2- Prova no título aquisitivo do pagamento do tributo.

Neste caso a responsabilidade permanece com o alienante.


Art. 131, CTN- SÃO PESSOALMENTE RESPONSÁVEIS:

Inciso I- Responsabilidade na aquisição de bens móveis.

A responsabilidade é do adquirente, ocorre uma sub-rogação pessoal.

Incisos II e III- Responsabilidade na sucessão hereditária

II- O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo
“de cujus” até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade
ao montante do quinhão, do legado ou da meação: sucessor a qualquer titulo é
aquele que passa a ser proprietário em virtude do falecimento do proprietário anterior.
Como a meação não é herança, o CTN se refere ao sucessor e ao meeiro, que é o
cônjuge sobrevivente ao seu consorte.

III- O espólio, pelos tributos devidos pelo “de cujus” até a data da abertura da
sucessão: espólio é o patrimônio de uma pessoa depois de sua morte e antes de
concluído o respectivo inventário.

Até a abertura da sucessão são responsáveis o espólio e o inventariante. A partir da


homologação da partilha, são responsáveis os sucessores e o cônjuge meeiro, no limite de
seu quinhão ou da meação, de forma que esta responsabilidade não atinge os bens pessoais
dos sucessores ou do cônjuge.

A responsabilidade do espólio e do inventariante é subsidiária. O inventariante só responderá


na impossibilidade do espólio. Já a responsabilidade entre os sucessores e o cônjuge meeiro
é solidária.

Vejam:
• Resp. 212 554→ execução proposta após a realização da partilha.
• Resp 295 222→ as multas moratórias devem ser pagas pelos responsáveis.

Multa moratória: decorre da moratória. Em regra é de 20%.

Multa punitiva: o fundamento é a realização de um lançamento de ofício.

A administração quando faz o lançamento de ofício, cobra o tributo, os juros de mora


(calculados pela taxa SELIC) e também uma multa de ofício, que é exclusivamente punitiva,
podendo variar de 75% a 150%. Essa cobrança é simplesmente para penalizar o contribuinte
que não pagou o tributo antes do lançamento. Essa multa é pessoal (não se transfere aos
responsáveis).

Seria irrazoável o apenamento dos responsáveis, infligindo sanção aos descendentes do de


cujus, que responderiam por comportamento ilícito alheio.

ART. 132, CTN- RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA EM FUNÇÃO DA REALIZAÇÃO DE


OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS COM PESSOAS JURÍDICAS

A pessoa jurídica que resultar da operação societária será responsável pelas dívidas
anteriores, ou seja, haverá responsabilidade empresarial até a data do ato, valendo dizer que
o desaparecimento de uma gera a responsabilidade daquela outra que a suceder.
Responsabilidade na:

• a) FUSÃO: A+B = AB LTDA (20-05-2005)


• b) TRANSFORMAÇÃO: A LTDA = A S.A (20-05-2005)
• c) INCORPORAÇÃO: A absorve B = A b LTDA (20-05-2005)

Suponhamos que estas empresas, no dia 30-10-2006 (após as operações societárias),


receberam um lançamento de imposto de renda relativo ao FG 2004. De quem será a
responsabilidade pelo pagamento de um débito cujo fato gerador ocorreu antes da fusão,
incorporação e transformação?

O CTN diz que a responsabilidade será da empresa que sobrar (AB LTDA; A S.A; A b LTDA).

Quanto às empresas cindidas, vale ressaltar que não foram mencionadas textualmente no
dispositivo do CTN, pois a cisão veio a ser regulada pela Lei da Sociedades Anônimas (Lei
6404 de 76), publicada quase uma década após a edição do CTN. Não obstante, a doutrina
e a jurisprudência têm entendido válida a extensão da regra à cisão.

No caso da CISÃO (A= B e C), a responsabilidade será de B e C (solidária).

O parágrafo único do art. 132 dispõe que “o disposto neste artigo aplica-se aos casos de
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade
seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra
razão social, ou sob firma individual”.

Ex: imagine-se que havia uma pessoa jurídica que vendia garrafa pet, mas essa indústria foi
extinta, entretanto, um dos sócios dessa pessoa jurídica iniciou uma nova sociedade,
continuando a vender garrafas pet. Essa nova sociedade será responsável pelos débitos da
sociedade que foi extinta. Isso acontece porque o sócio continuou a exploração da mesma
atividade.

ART. 133, CTN- RESPONSABILIDADE NA AQUISIÇÃO DE ESTABELECIMENTO


COMERCIAL, INDUSTRIAL OU PROFISSIONAL OU AQUISIÇÃO.

A responsabilidade na aquisição de pessoa jurídica será do adquirente, mas para que este
seja responsável devem-se cumprir alguns requisitos:
a) O adquirente deve adquirir estabelecimento comercial ou fundo de comércio;
b) Não basta adquirir. Deve-se comprar o estabelecimento comercial ou fundo de
comércio e dar continuidade à exploração (mesmo nome ou nome distinto). Ex: adquire uma
farmácia e dá continuidade à esta exploração.

c) A responsabilidade do adquirente pode ser integral ou subsidiária com o alienante.

Para saber a extensão da responsabilidade do adquirente, deve-se saber o que o alienante


está fazendo (possui uma atividade econômica ou deu início à nova atividade no prazo de 06
(seis) meses)?

Se o alienante permanece com a atividade, responderá em 1º lugar pelos débitos do


estabelecimento comercial e somente em 2º lugar, o adquirente responderá (subsidiária).

O mesmo se aplica se o alienante der início à nova atividade no prazo de 06 (seis) meses.

Se não ocorrer nenhuma das hipóteses, o adquirente responderá integralmente pelos débitos
tributários.

ATENÇÃO!!!! Vale o alienante ter qualquer atividade econômica (ex: tinha uma pizzaria e
abriu uma borracharia).

RESUMINDO:

“A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento
adquirido, devidos até a data do ato:

I- Integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou


atividade;

II- Subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar


dentro de 06(seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS

• Arts. 134 e 135 do CTN.


ATENÇÃO!!!!

O art. 134 do CTN comete uma impropriedade, pois fala em responsabilidade


solidária, onde, na verdade, seria caso de responsabilidade subsidiária em virtude da
presença de um benefício de ordem.

Hipóteses de responsabilidade (art. 134, CTN):

1- Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

2- Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

3- Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

4- O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

5- O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo


concordatário;

6- Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos


sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

7- Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

Parágrafo único: o disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às


de caráter moratório (a multa punitiva é pessoal, portanto não se aplica aos
terceiros).

A configuração dessa responsabilidade subsidiária exige que as pessoas indicadas pelo art.
134 do CTN estejam à frente dos negócios e deveres de seus dependentes ou
representados.

Exemplos:
• O tabelião passa escritura de compra e venda de imóvel e não exige o recolhimento
do imposto de transmissão sobre bens imóveis (ITBI)- na hipótese de não ser mais possível
cobrar do contribuinte, ele ficará responsável pelo imposto;

• O escrivão não exige do espólio ou dos sucessores “mortis causa” o imposto sobre
heranças e doações- deverá responder pelo imposto na impossibilidade de as partes
responderem;

• O administrador de bens de terceiros, com procuração plena, deixa de pagar, por


negligência, o IPTU incidente sobre imóveis de propriedade de seu cliente, incidente em
determinado exercício- se inviável a cobrança a do tributo do proprietário, o administrador
torna-se responsável pelo imposto;

• O administrador judicial negligencia o pagamento dos impostos devidos pela massa


em processo de liquidação judicial- em sendo o numerário esgotado pelo pagamento a
credores preferenciais, fica responsável pelos impostos não pagos.

Art. 135, CTN: São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes


a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I- As pessoas referidas no artigo anterior (todos aqueles terceiros referidos no


artigo anterior que tenham praticado atos dolosos saem da responsabilidade do
artigo 134 e caem na responsabilidade do artigo 135);
II- Os mandatários, prepostos e empregados

III- Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito


privado.

O dispositivo acima agrava a responsabilidade dos terceiros mencionados no art. 134,


transformando-a de subsidiária em responsabilidade pessoal, estendendo-a a mais duas
categorias de responsáveis não mencionadas no artigo anterior: os mandatários, prepostos
ou empregados e os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.

O rigor do dispositivo tem fundamento, porque sua aplicação exige que os responsáveis
tenham agido com má-fé, merecendo, por isso mesmo, o peso inteiro da responsabilidade
tributária por substituição, em decorrência de seus atos. Nesta hipótese, tanto o valor do
tributo como o da multa, tanto moratória, como punitiva, são transferidos a tais terceiros.

É importante destacarmos a responsabilidade prevista no art. 134, VII e art. 135, III, ambos
do CTN, uma vez que tratam da responsabilidade dos sócios pelos débitos da pessoa jurídica.

Responsabilidade dos sócios


ATENÇÃO: A jurisprudência do STJ evoluiu e começa a fazer uma diferenciação.

Para o STJ, infração à lei é diferente de não pagamento de tributo, pois aquela está vinculada à prática
de um ato doloso, logo, a responsabilidade do sócio está vinculada a um ato doloso.

Sendo assim, este ato doloso que é uma condição para a responsabilidade, deve ser provado.

De quem é o ônus de provar a prática do ato doloso?

O STJ entende que quem prova dependerá da certidão da dívida ativa (CDA). Assim, se o sócio
estiver na certidão deverá fazer a prova. Caso contrário, quem deverá provar é a Fazenda Pública.

Ver: EResp 702 232 e EResp 635 858

Responsabilidade por infrações

Art. 136, CTN: Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável (responsabilidade objetiva) e da
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.

Art. 137, CTN: A responsabilidade é pessoal ao agente (responsabilidade subjetiva):

I- quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;

II- quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;

III- quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:

a- das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondem;

b- dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou


empregadores;

c- dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra


estas.

DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Art. 138, CTN: A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único: não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

O art. 138 do CTN estabelece um benefício para o sujeito passivo que pagar o tributo, já em atraso,
antes da cobrança da fiscalização. O contribuinte faz uma auto denúncia.

Ex: Suponhamos que o sujeito passivo tenha realizado o FG e em virtude disso tenha nascido a
obrigação tributária (dever do s. passivo pagar o tributo). Este sujeito passivo, entretanto não faz o
pagamento e o próximo passo então seria constituir o crédito tributário através do lançamento.
Ocorre que, na maioria das vezes, quando temos uma situação de não pagamento, pode ocorrer de,
anteriormente a este, termos uma fase de fiscalização onde a autoridade administrativa chega na
empresa para recolher os livros fiscais, as notas fiscais e as declarações com o intuito de checar se o
valor do tributo foi corretamente recolhido num determinado período.

Neste caso, há uma notificação ao sujeito passivo relativa ao início de uma fiscalização e durante esta
a Administração terá por objetivo colher provas relativas à omissão do fato gerador ou provas
relativas à omissão de pagamento. Este período de fiscalização é inquisitório, ou seja, não haverá
contraditório, uma vez que a administração só busca documentos dentro da pessoa jurídica. No final
desta fiscalização, ter-se-á um termo de encerramento que poderá resultar em um lançamento
tributário no caso da administração provar que o fato gerador foi omitido ou que algum pagamento
não foi feito.

A denúncia espontânea se caracteriza pelo pagamento do tributo após o vencimento, mas antes de
qualquer medida de fiscalização.

Este pagamento será efetuado com juros, mas sem multa de mora.

De uma forma geral, a notificação quanto ao início da fiscalização tem por objetivo retirar a
espontaneidade.

Exceção: art. 47 da Lei 9430 de 96 (se aplica somente aos tributos federais).

“A pessoa física ou jurídica submetida à ação fiscal por parte da Secretaria


da Receita Federal poderá pagar, até o 20º (vigésimo) dia subseqüente à
data de recebimento do termo de início de fiscalização, os tributos e
contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte ou
responsável, com acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento
espontâneo”.

Em relação aos tributos federais que tenham sido declarados como devidos, poderão ser pagos até
o 20º dia subsequente ao recebimento do termo com os acréscimos do procedimento espontâneo
(juros de mora).

Discussões acerca do tema:

1- Quais são os acréscimos devidos por ocasião da denúncia espontânea, nos termos dos artigos
138 do CTN e 47 da Lei 9430 de 96?
2- Possível equiparação entre denúncia espontânea e parcelamento tributário.

2- Possibilidade de denúncia espontânea dos tributos lançados por


homologação.

• Art. 150, CTN

Na Legislação Tributária Federal e a Estadual (ICMS) o lançamento por homologação sofreu


certa sofisticação.

Ex: Suponhamos que o sujeito passivo tenha realizado o FG do ICMS e tenha declarado
em maio de 2007 R$ 80.000,00 de ICMS. Entretanto, não realiza o pagamento do imposto
apesar da declaração realizada. Posteriormente, em novembro de 2007 a empresa do
sujeito passivo levanta um grande capital, passando a ter dinheiro para realizar o
pagamento do tributo e ainda, até esta data o sujeito passivo não recebeu a visita de
nenhum fiscal para saber sobre a declaração do ICMS. Por sua vez, o sujeito passivo
resolve fazer o pagamento do tributo, para que configure assim uma denúncia
espontânea, porque é um pagamento depois do vencimento, mas antes de qualquer
medida de fiscalização.
Diante deste exemplo, o STJ afirma que o sujeito passivo não pode realizar a denúncia
espontânea porque esta pressupõe o desconhecimento do Fisco quanto à dívida tributária
e neste caso o sujeito passivo já confessou a dívida quando fez a declaração.

Confessando a dívida no momento da declaração, a Administração já terá ciência que o


tributo é devido, até porque o crédito tributário já está constituído.

Assim, de uma forma totalmente paradoxal, se o sujeito passivo comete crime contra a
ordem tributária, omitindo que realizou o fato gerador poderá realizar a denúncia
espontânea, por outro lado, se não cometer crime (realizando a declaração), não terá o
benefício da denúncia espontânea.

Existe, inclusive, um voto do Ministro José Delgado, que afirma que denúncia espontânea
é para os casos de sujeitos que não emitem nota fiscal, sonegam tributo, não declaram o
valor devido... Isso é um absoluto desvirtuamento da figura deste instituto.

Há precedentes no STJ que dificulta bastante a postura dos contribuintes.

Ver:
• Embargos de divergência no Recurso Especial 572606

• Resp. 836564

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