Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O responsável tributário é um terceiro que não realizou o fato gerador, mas apesar disso deve
pagar o tributo.
A Lei vai eleger um terceiro vinculado ao FG para que tenha o dever de pagar o tributo. Ao
atribuir a responsabilidade a esse terceiro a lei dirá como fica essa pessoa que praticou o fato
gerador. Ou a lei elege o terceiro e exclui a responsabilidade do contribuinte ou a lei atribui ao
contribuinte o dever de pagar em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação.
O contribuinte:
• Poderá ter a exclusão do dever de pagar sendo apenas do responsável
o dever e nesse caso estaremos diante da figura da
RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO. O contribuinte é
substituído pelo responsável desde que a lei assim o diga.
Este artigo, entretanto, afirma que a lei poderá estabelecer hipóteses diversas. Dessa forma,
significa dizer que os casos de responsabilidade previstos no CTN não são exaustivos,
podendo outras hipóteses ser criadas, desde que não conflitem com o CTN.
A doutrina afirma que esta responsabilidade tributária pode ser de dois tipos:
Ex 1.: imposto de renda retido na fonte, em que, por força legal, a fonte pagadora
é obrigada a reter e recolher aos cofres públicos o montante descontado do
indivíduo que prestou serviços com ou sem vínculo empregatício. Assim, a
obrigação do contribuinte (que auferiu a renda) fica excluída, passando a ser
responsável aquele que pagou pelo trabalho exercido.
O ICMS é recolhido integralmente pela cervejaria com base em um fato gerador presumido e
com uma BC presumida. Este recolhimento tem fundamento constitucional no art. 150, § 7 º,
CR.
Obs: O Estado não se preocupa com o recolhimento. A substituição tributária é muito cômoda
para o mesmo.
O grande debate é que não há previsão constitucional, uma vez que a CF só fala em
restituição na ausência da realização do FG.
Tratando-se de julgamento com repercussão geral (Tema 201), o Plenário aprovou a seguinte
tese: “É devida a restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços – ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a
base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida”.
E por ter havido uma guinada jurisprudencial, de relevantes efeitos para os Estados e o Distrito
Federal, a Corte determinou a modulação dos efeitos do julgamento, consignando no acórdão
que “o precedente que aqui se elabora deve orientar todos os litígios judiciais
pendentes submetidos à sistemática da repercussão geral e os casos futuros oriundos
de antecipação do pagamento de fato gerador presumido realizada após a fixação do
presente entendimento, tendo em conta o necessário realinhamento das
administrações fazendárias dos Estados-membros e do sistema judicial como um todo
decidido por essa Corte”.
A indústria substitui o agricultor para trás (“olho para trás e vejo que o FG já ocorreu”).
Responsável: não tendo relação de natureza econômica, pessoal e direta com a situação
que constitua o fato gerador, o responsável é sujeito passivo indireto, sendo sua
responsabilidade derivada, por decorrer da lei e não da referida relação (art. 121, parágrafo
único, II, do CTN).
Da leitura do art. 128, concluímos que a responsabilidade tributária pode recair
exclusivamente sobre o sujeito passivo - caso de exclusão da responsabilidade do contribuinte
- ou sobre este incidir de modo subsidiário ou supletivo, ou seja, a hipótese em que um e outro
serão chamados a arcar com o ônus tributário, em uma natural ordem de preferência.
De acordo com o artigo 130 do CTN, na aquisição de bens imóveis a responsabilidade será
do adquirente (regra geral). Esta responsabilidade é pessoal e não real, e sendo assim, não
está limitada ao valor do imóvel, que responde pela dívida, no lugar da pessoa (adquirente).
Este dispositivo se refere aos tributos incidentes sobre bem imóvel- impostos (IPTU ou ITR),
taxas de serviços (taxas de lixo, esgoto, água) e contribuições de melhoria- que passam a ser
exigíveis do adquirente deste bem. O dever de pagar os tributos pendentes do imóvel é do
adquirente.
Ex: compro imóvel por R$ 50.000,00 e posteriormente descubro que tem dívida de R$
200.000,00 de IPTU. Devo pagar nesse caso os R$ 200.000,00.
Duas exceções:
1- De acordo com o art. 130, parágrafo único do CTN temos sub-rogação real. O imóvel
que é arrematado chega nas mãos do arrematante livre de qualquer ônus, inclusive
tributários. O valor do tributos está no valor de arrematação do imóvel. Forma de
aquisição originária do imóvel. Se o imóvel foi vendido em valor inferior aos débitos
tributários a Fazenda ficará sem os valores.
II- O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo
“de cujus” até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade
ao montante do quinhão, do legado ou da meação: sucessor a qualquer titulo é
aquele que passa a ser proprietário em virtude do falecimento do proprietário anterior.
Como a meação não é herança, o CTN se refere ao sucessor e ao meeiro, que é o
cônjuge sobrevivente ao seu consorte.
III- O espólio, pelos tributos devidos pelo “de cujus” até a data da abertura da
sucessão: espólio é o patrimônio de uma pessoa depois de sua morte e antes de
concluído o respectivo inventário.
Vejam:
• Resp. 212 554→ execução proposta após a realização da partilha.
• Resp 295 222→ as multas moratórias devem ser pagas pelos responsáveis.
A pessoa jurídica que resultar da operação societária será responsável pelas dívidas
anteriores, ou seja, haverá responsabilidade empresarial até a data do ato, valendo dizer que
o desaparecimento de uma gera a responsabilidade daquela outra que a suceder.
Responsabilidade na:
O CTN diz que a responsabilidade será da empresa que sobrar (AB LTDA; A S.A; A b LTDA).
Quanto às empresas cindidas, vale ressaltar que não foram mencionadas textualmente no
dispositivo do CTN, pois a cisão veio a ser regulada pela Lei da Sociedades Anônimas (Lei
6404 de 76), publicada quase uma década após a edição do CTN. Não obstante, a doutrina
e a jurisprudência têm entendido válida a extensão da regra à cisão.
O parágrafo único do art. 132 dispõe que “o disposto neste artigo aplica-se aos casos de
extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade
seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra
razão social, ou sob firma individual”.
Ex: imagine-se que havia uma pessoa jurídica que vendia garrafa pet, mas essa indústria foi
extinta, entretanto, um dos sócios dessa pessoa jurídica iniciou uma nova sociedade,
continuando a vender garrafas pet. Essa nova sociedade será responsável pelos débitos da
sociedade que foi extinta. Isso acontece porque o sócio continuou a exploração da mesma
atividade.
A responsabilidade na aquisição de pessoa jurídica será do adquirente, mas para que este
seja responsável devem-se cumprir alguns requisitos:
a) O adquirente deve adquirir estabelecimento comercial ou fundo de comércio;
b) Não basta adquirir. Deve-se comprar o estabelecimento comercial ou fundo de
comércio e dar continuidade à exploração (mesmo nome ou nome distinto). Ex: adquire uma
farmácia e dá continuidade à esta exploração.
O mesmo se aplica se o alienante der início à nova atividade no prazo de 06 (seis) meses.
Se não ocorrer nenhuma das hipóteses, o adquirente responderá integralmente pelos débitos
tributários.
ATENÇÃO!!!! Vale o alienante ter qualquer atividade econômica (ex: tinha uma pizzaria e
abriu uma borracharia).
RESUMINDO:
“A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento
adquirido, devidos até a data do ato:
RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS
A configuração dessa responsabilidade subsidiária exige que as pessoas indicadas pelo art.
134 do CTN estejam à frente dos negócios e deveres de seus dependentes ou
representados.
Exemplos:
• O tabelião passa escritura de compra e venda de imóvel e não exige o recolhimento
do imposto de transmissão sobre bens imóveis (ITBI)- na hipótese de não ser mais possível
cobrar do contribuinte, ele ficará responsável pelo imposto;
• O escrivão não exige do espólio ou dos sucessores “mortis causa” o imposto sobre
heranças e doações- deverá responder pelo imposto na impossibilidade de as partes
responderem;
O rigor do dispositivo tem fundamento, porque sua aplicação exige que os responsáveis
tenham agido com má-fé, merecendo, por isso mesmo, o peso inteiro da responsabilidade
tributária por substituição, em decorrência de seus atos. Nesta hipótese, tanto o valor do
tributo como o da multa, tanto moratória, como punitiva, são transferidos a tais terceiros.
É importante destacarmos a responsabilidade prevista no art. 134, VII e art. 135, III, ambos
do CTN, uma vez que tratam da responsabilidade dos sócios pelos débitos da pessoa jurídica.
Para o STJ, infração à lei é diferente de não pagamento de tributo, pois aquela está vinculada à prática
de um ato doloso, logo, a responsabilidade do sócio está vinculada a um ato doloso.
Sendo assim, este ato doloso que é uma condição para a responsabilidade, deve ser provado.
O STJ entende que quem prova dependerá da certidão da dívida ativa (CDA). Assim, se o sócio
estiver na certidão deverá fazer a prova. Caso contrário, quem deverá provar é a Fazenda Pública.
Art. 136, CTN: Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável (responsabilidade objetiva) e da
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
I- quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando
praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II- quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
a- das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondem;
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
Art. 138, CTN: A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância
arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único: não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
O art. 138 do CTN estabelece um benefício para o sujeito passivo que pagar o tributo, já em atraso,
antes da cobrança da fiscalização. O contribuinte faz uma auto denúncia.
Ex: Suponhamos que o sujeito passivo tenha realizado o FG e em virtude disso tenha nascido a
obrigação tributária (dever do s. passivo pagar o tributo). Este sujeito passivo, entretanto não faz o
pagamento e o próximo passo então seria constituir o crédito tributário através do lançamento.
Ocorre que, na maioria das vezes, quando temos uma situação de não pagamento, pode ocorrer de,
anteriormente a este, termos uma fase de fiscalização onde a autoridade administrativa chega na
empresa para recolher os livros fiscais, as notas fiscais e as declarações com o intuito de checar se o
valor do tributo foi corretamente recolhido num determinado período.
Neste caso, há uma notificação ao sujeito passivo relativa ao início de uma fiscalização e durante esta
a Administração terá por objetivo colher provas relativas à omissão do fato gerador ou provas
relativas à omissão de pagamento. Este período de fiscalização é inquisitório, ou seja, não haverá
contraditório, uma vez que a administração só busca documentos dentro da pessoa jurídica. No final
desta fiscalização, ter-se-á um termo de encerramento que poderá resultar em um lançamento
tributário no caso da administração provar que o fato gerador foi omitido ou que algum pagamento
não foi feito.
A denúncia espontânea se caracteriza pelo pagamento do tributo após o vencimento, mas antes de
qualquer medida de fiscalização.
Este pagamento será efetuado com juros, mas sem multa de mora.
De uma forma geral, a notificação quanto ao início da fiscalização tem por objetivo retirar a
espontaneidade.
Exceção: art. 47 da Lei 9430 de 96 (se aplica somente aos tributos federais).
Em relação aos tributos federais que tenham sido declarados como devidos, poderão ser pagos até
o 20º dia subsequente ao recebimento do termo com os acréscimos do procedimento espontâneo
(juros de mora).
1- Quais são os acréscimos devidos por ocasião da denúncia espontânea, nos termos dos artigos
138 do CTN e 47 da Lei 9430 de 96?
2- Possível equiparação entre denúncia espontânea e parcelamento tributário.
Ex: Suponhamos que o sujeito passivo tenha realizado o FG do ICMS e tenha declarado
em maio de 2007 R$ 80.000,00 de ICMS. Entretanto, não realiza o pagamento do imposto
apesar da declaração realizada. Posteriormente, em novembro de 2007 a empresa do
sujeito passivo levanta um grande capital, passando a ter dinheiro para realizar o
pagamento do tributo e ainda, até esta data o sujeito passivo não recebeu a visita de
nenhum fiscal para saber sobre a declaração do ICMS. Por sua vez, o sujeito passivo
resolve fazer o pagamento do tributo, para que configure assim uma denúncia
espontânea, porque é um pagamento depois do vencimento, mas antes de qualquer
medida de fiscalização.
Diante deste exemplo, o STJ afirma que o sujeito passivo não pode realizar a denúncia
espontânea porque esta pressupõe o desconhecimento do Fisco quanto à dívida tributária
e neste caso o sujeito passivo já confessou a dívida quando fez a declaração.
Assim, de uma forma totalmente paradoxal, se o sujeito passivo comete crime contra a
ordem tributária, omitindo que realizou o fato gerador poderá realizar a denúncia
espontânea, por outro lado, se não cometer crime (realizando a declaração), não terá o
benefício da denúncia espontânea.
Existe, inclusive, um voto do Ministro José Delgado, que afirma que denúncia espontânea
é para os casos de sujeitos que não emitem nota fiscal, sonegam tributo, não declaram o
valor devido... Isso é um absoluto desvirtuamento da figura deste instituto.
Ver:
• Embargos de divergência no Recurso Especial 572606
• Resp. 836564