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PARECER JURÍDICO

REQUERENTE: Colégio Laser Solar dos Lagos

EMENTA: CONVERSAO DE DISPENSA DE JUSTA CAUSA – ATO DE


INSUBORDINACAO POSSIBILIDADE.

DA CONSULTA:

Trata-se de consulta formulada pelo Colégio Laser Solar dos


lagos, acerca das consequências jurídicas do ato de
reversão de dispensa imotivada em justa causa de Professor
pertencente ao seu quadro de docentes, Sra. Nathalia Elisa
Pereira, essa admitido em 15.02.2016, com 02(dois) anos de
contrato com o Colégio.

A Professora tem apresentado em suas avaliações desempenho


dentro do padrão estabelecido, contudo, no tocante aos
procedimentos gerais de uso de regras e normas do Colégio,
mormente no uso de mídias sociais, incorreu em violações às
regras estabelecidas aos Professores (Ato de Indisciplina)
sendo registrado desde 30.11.2017 no Livro de Atas
Orientações–solicitação, as f.17v, as direções e permissões
para a utilização da imagem da Escola em redes sociais.

Insta salientar que, a Professora, dispensada em


14.12.2018, com aviso prévio laborado, foi notificada por
meio de Minuta de Notificação Extrajudicial, em 18.01.1018,
ou seja, ainda no curso do aviso prévio, em razão da
divulgação em sua página pessoal de Facebook de imagens de
alunos nas dependências do colégio e em atividades externas
sem autorização para tanto, o que violou expressamente as
disposições de conduta dos Professores, configurando os
atos de indisciplina e de insubordinação.

É o relatório. Passo a opinar.

DA FUNDAMENTAÇÃO:

A Convenção Coletiva de trabalho - CCT da categoria


profissional dos Professores, vigente de 01/02/2018, não
contempla a hipótese do uso de imagem e mídias sociais.

No tocante ao uso da imagem, é necessário fazer uma


referência especial ao texto da Constituição Federal
(CR/1988), que, em seu Artigo 5.o, incisos V e X,
disciplina essa matéria:

Art. 5.o. Todos são iguais perante a lei, sem


distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país
(...)
V — é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além de indenizaçãopor dano
material, moral ou à imagem (...)
X — são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação (...)

Nesse ínterim, o direito à imagem é uma das garantias


constitucionais, não sendo possível o uso da imagem de
alunos, sem que haja expressa autorização dos Pais, e ainda
nesse contexto como prerrogativa exclusiva do Colégio em
seus perfis institucionais, conforme contrato de prestação
de serviços educacionais.

“Fotos de alunos e professores em sala de aula,


laboratórios ou participando de atividades lúdicas ou
esportivas devem estar devidamente autorizadas para que
possam ser utilizadas, pois a exploração publicitária
dessas imagens confere às pessoas que aparecem nelas o
direito a uma indenização, que, geralmente, tem seu valor
fixado pelo livre-arbítrio do magistrado, uma vez que não
há uma norma que o determine” (Esmanhotto, Luis César, in:
Direito Autoral e Direito de Imagem)

Os atos de indisciplina e insubordinação se verificaram


quando a Professora deixou de cumprir as ordens de seus
superiores hierárquicos, mormente quando já havia sido
advertida dessa violação e de participar de grupos de
Whatzapp de Pais com orientações e respostas não
autorizadas pela Coordenação Pedagógica.

Em primeiro lugar, é necessário analisar a gravidade do


ato de indisciplina e insubordinação cometido. Para que a
justa causa possa ser aplicada, a infração deverá ser
recorrente e não em uma única ocasião.

É preciso destacar que a Professora, após a notificação


extrajudicial, retirou de sua página pessoal de Facebook
as fotografias objeto da controvérsia. Não há provas
robustas da influência das fotografias na matrícula de
alunos nas escolas concorrentes. A Professora não
apresenta histórico de advertências escritas e suspensões
disciplinares.

Há que se considerar ainda que a justa causa com penalidade


máxima disciplinar aplicável, somente se justifica com
provas robustas e inconteste do fato que deram causa,
conforme entendimento jurisprudencial:

TRT – 01748-2013-013-03-00-2-RO Recorrente:


Renato Martins Grossi Recorridos: 1 –
Associação Educativa do Brasil – SOEBRAS 2
– Faculdade Educacional Minas Gerais FEMG
EMENTA: DISPENSA POR JUSTA CAUSA. GRAVIDADE
DO ATO. A imposição da justa causa é pena
capital, que o empregador aplica ao
empregado em virtude da prática de ato
doloso ou culposamente grave, que faça
desaparecer a confiança e a boa fé
existente entre as partes. Por isso, exige
prova robusta e incontestável de fato que
impeça a continuidade da relação de
emprego, por quebra do elemento fidúcia,
intrínseco ao vínculo formado, e por gerar
inúmeros transtornos na vida familiar,
profissional e social do empregado.

CONCLUSÃO:

Pelo exposto, respondendo ao questionamento formulado na


consulta, entendo, que a reversão da dispensa imotivada por
fato ocorrido ainda em 2018, revela-se bastante temerária,
tendo em vista a possibilidade de reversão da dispensa por
justa causa em dispensa imotivada, com grandes
probabilidades de êxito pela Professora.

É o parecer.

São Lourenço, 28 de janeiro de 2019.

Bianca Reis de Souza


OAB/MG 90.353
PARECER JURÍDICO
REQUERENTE: Colégio Laser Solar dos Lagos

EMENTA: REDUÇAO DE CARGA HORÁRIA PROFESSOR -


POSSIBILIDADE.

DA CONSULTA:

Trata-se de consulta formulada pelo Colégio Laser Solar dos


lagos, acerca das consequências jurídicas do ato de
diminuição da carga horário de Professor pertencente ao seu
quadro de docentes, Sr. Ademir da Conceição de Arruda, esse
admitido em 01.06.2005, com 13(treze) anos de contrato com
o Colégio.

O Professor tem apresentado em suas avaliações desempenho


abaixo do padrão estabelecido, com reincidência em
comportamento desidioso, assim como problemas na utilização
de recursos, rotinas e procedimentos, sendo registrado
desde 2011 no Livro de Atas Orientações–Solicitação, as f.
05 v e 06, f.07v, f.09 v, e f.10 e 10v, as orientações para
a melhoria do quadro apresentado, sem, contudo, ser
aplicada qualquer advertência escrita.

É o relatório. Passo a opinar.

DA FUNDAMENTAÇÃO:

A Convenção Coletiva de trabalho - CCT da categoria


profissional dos Professores, vigente de 01/02/2018 a
01/02/2020, prevê a aplicação da regra da irredutibilidade
salarial aos ganhos do docente.

A Jurisprudência adota o entendimento de que a alteração de


carga horária de professor, sem que tenha ocorrido a
alteração no número de alunos que possa refletir sobre ela,
implica ofensa ao artigo 7º, VI da Constituição de 1988 e
também ao artigo 468 da CLT, que vedam a irredutibilidade
salarial.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,


além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
(...)

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em


convenção ou acordo coletivo;

Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é


lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena
de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Ressalta-se que, nos termos da Orientação Jurisprudencial


244 da SBDI-1 do TST, não há alteração contratual lesiva se
a redução da carga horária do professor ocorre em razão da
diminuição do número de alunos, pois aí não há redução do
valor da hora-aula.

OJ- SDI1 - 244 PROFESSOR. REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA.


POSSIBILIDADE (inserida em 20.06.2001)

A redução da carga horária do professor, em virtude da


diminuição do número de alunos, não constitui alteração
contratual, uma vez que não implica redução do valor da
hora-aula.

Ou seja, a carga horária deve ter como premissa a


diminuição do número de alunos, como se extrai a título
exemplificativo da jurisprudência do TRT 3, Processo
0011277-07-2015-5.03.0025, publicado em 20.10.2017.

Há que se considerar ainda que o salário pago depende de


acordo entre as partes, dependendo seu montante do número
de aulas ministradas. Neste caso, não há uma lei impondo um
número específico de aulas, mas apenas uma jornada máxima e
um salário mínimo, com parâmetros dos instrumentos
coletivos.

Contudo, entende-se igualmente que o fato de o Professor


ministrar um número determinado de aulas por semana, essa
condição adere ao contrato de trabalho (Ex:Processo:00095-
2007-104-03-00-3).

Corroborando o entendimento, a jurisprudência tem


reconhecido a validade da redução em outros julgados, a
saber:
“A Seção Especializada em Dissídios Individuais – 1 (SDI-1) do
Tribunal Superior do Trabalho manteve por unanimidade, conforme
o voto do ministro João Batista Brito Pereira (relator), decisão
anterior da Terceira Turma do TST que reconheceu a validade da
redução da carga horária de um professor da Fundação Instituto
de Ensino para Osasco. A manifestação da SDI-1 negou embargos em
recurso de revista ao profissional e tomou como base o enunciado
de sua Orientação Jurisprudencial (OJ) nº 244.

“A redução da carga horária do professor, em virtude da


diminuição do número de alunos, não constitui alteração
contratual, uma vez que não implica redução do valor da hora-
aula”, estabelece a OJ 244.

A defesa do professor buscava o restabelecimento de decisão


anterior tomada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região
(São Paulo), que tinha determinado o pagamento de diferenças
salariais correspondentes às parcelas não pagas em razão da
diminuição de horas-aula. Segundo o TRT, a redução das horas-
aula e a conseqüente redução da remuneração teria violado a
garantia da irredutibilidade salarial. O fato da quantidade de
alunos ter diminuído, disse o Tribunal Regional, não poderia ter
afetado o valor total do salário.

A SDI-1 ratificou, contudo, o entendimento adotado pela Terceira


Turma que deferiu recurso de revista à instituição de ensino a
fim de isentá-la do pagamento das diferenças salariais. Na
oportunidade, a então relatora, ministra Maria Cristina Peduzzi,
frisou que a variação da carga horária é da própria essência da
remuneração dos professores. Também lembrou que não há no
ordenamento jurídico qualquer norma legal que assegure aos
professores o direito à manutenção da mesma carga horária
trabalhada no ano anterior.

O posicionamento adotado pela Turma foi considerado acertado


pelo ministro Brito Pereira, pois formulado de acordo com a
jurisprudência consolidada pelo TST sobre o tema – o que também
afastou a alegação de ofensa a dispositivos constitucionais e
legais.”g.d.n

Por fim, nota-se que o Professor poderia ter justificada a


sua transferência para outra turma, de forma específica no
caso analisado, pela queda no seu desempenho registrada por
um sistema de avaliação de Professor, o que não foi
observado.

CONCLUSÃO:
Pelo exposto, respondendo ao questionamento formulado na
consulta, entendo, que a não redução do valor da hora/aula,
mais, sim, apenas a redução da carga horária do professor,
mostra-se plenamente possível com fundamento nos julgados
sobre o tema, bem como pelo entendimento jurisprudencial
consolidado, nos termos da OJ 244 da SDI-1, do C. TST.

Contudo, analisando processualmente a questão, verifica-se


a existência de jurisprudência controversa sobre o tema,
competindo ao Requerente a comprovação do ajuste de Turmas
pela redução do número de alunos, incorrendo na
possibilidade de ajuizamento da ação de Rescisão Indireta
pela regra do art 483 da CLT, alínea g, que trata da
redução do trabalho pelo empregador.

Poderá ainda haver a modalidade de rescisão por mútuo


acordo, nos termos do art.484 – A da CLT.

É o parecer.

São Lourenço, 28 de janeiro de 2019.

Bianca Reis de Souza


OAB/MG 90.353

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