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▪ FAMP – Med 1
Processo fisiológico que tem por objetivo expulsar o feto da cavidade uterina. Trabalho de parto é o período que vai desde o início das
contrações uterinas regulares associadas ao apagamento e à dilatação cervical até a expulsão do concepto e da placenta.
O trabalho de parto é o processo fisiológico que tem por objetivo expulsar o feto da cavidade uterina. Esse momento deve ser cercado por
vários cuidados, que compreendem a atenção e o apoio clínico e psicológico não só à parturiente como também aos seus familiares. Para
assegurar toda a abordagem necessária ao bom atendimento do binômio materno-fetal, é muito importante que o parto ocorra em ambiente
hospitalar, onde são asseguradas à mãe e ao recém-nascido as melhores condições possíveis de assistência médica.
A preparação para o parto tem início durante o pré-natal, quando se deve realizar a abordagem psicológica do casal e de toda família do
concepto. Assim, os vários focos de ansiedade podem ser dirimidos antes que se inicie o trabalho de parto e o parto propriamente dito. É
imprescindível que a parturiente e seus familiares tenham um bom relacionamento com a equipe que irá atendê-la nesse momento,
estabelecendo-se uma comunicação clara entre as partes para que a gestante seja informada sobre todos os procedimentos que irá enfrentar.
As consultas de pré-natal constituem momento oportuno para abordagem da possibilidade de a gestante ter acompanhante durante o trabalho
de parto, o parto e o puerpério imediato, o que, além de ser um direito assegurado pela Lei Federal n. 11.108/2005 é ainda de extrema
relevância quando se objetiva a humanização da assistência ao trabalho de parto.
Antes das contrações dolorosas do trabalho de parto, o útero sofre modificações fisiológicas e bioquímicas locais concomitantes ao aumento
da frequência de contrações indolores, até que o verdadeiro trabalho de parto seja deflagrado.
ETAPAS
O processo fisiológico que regula tais modificações não possui um marco bem definido, mas pode ser dividido em 4 etapas:
1. Quiescencia: relativa ausência de resposta a agentes que determinam a contratilidade uterina. Se inicia com a implantação do zigoto
e perdura por quase toda a gestação.
2. Ativação (premunitorio): prepara o útero e o canal cervical para o trabalho de parto e dura aproximadamente 6 a 8 semanas. Ocorre
algumas modificações cervicais e caracteriza-se pela descida do fundo uterino.
3. A atividade uterina se mantem reduzida até a 30 semana, ficando, sobretudo, limitada a pequenas áreas da matriz. Depois dessa
época, vai crescendo devagar e é o aumento gradual, especialmente após 36 semanas, resultante do incremento, na intensidade e
na frequência, das contrações de Braxton-Hicks, melhor combinadas e envolvendo áreas cada vez maiores.
4. Estimulação: ocorre a DILATAÇÃO, EXPULSÃO e DEQUITAÇÃO.
5. Involução: retorno ao estado pré-gravidico (puerpério). É caracterizado por uma contração persistente que promove a involução
uterina.
QUIESCÊNCIA
Relativa ausência de resposta as contrações uterinas
Desde a implantacao do zigoto e perdura por toda a gravidez.
Apesar de algumas poucas contrações serem observadas nesse período, elas não modificam a estrutura cervical e nem causam dilatação
do colo uterino
ATIVAÇÃO
Prepara o utero e o colo para o trabalho de parto.
Dura de 6 a 8 semanas.
Caracteriza-se pela descida do fundo do utero
ESTIMULAÇÃO
Contrações uterinas efetivas
INVOLUÇÃO
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SAÚDE DA MULHER III | Eduardo Araújo
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Caracterizado, precipuamente, pela descida do fundo uterino. Situada nas vizinhanças do apêndice xifoide, a cúpula do útero gravidado baixa
de 2 a 4 cm, condicionando maior amplitude à ventilação pulmonar, dificultada, até esse momento, pela compressão diafragmática (REZENDE
& MONTENEGRO, 2011).
A adaptação do polo proximal do feto ao estreito superior traz consigo, no entanto, a incidência de dores lombares, o estiramento das
articulações da cintura pélvica, e transtornos circulatórios decorrentes dos novos contatos. Exageram-se as secreções das glândulas cervicais,
com eliminação de muco, por vezes mesclado de sangue; encurta-se a porção vaginal do colo; inicia-se a percepção, por vezes dolorosa, das
metrossístoles intermitentes do útero, com espaços que se vão amiudando e contrações que se vão intensificando, a prenunciarem a
deflagração do parto. A atividade uterina, encetada desde o início da prenhez, se mantém reduzida até 30 semanas, ficando, sobretudo,
limitada a pequenas áreas da matriz. Ultrapassada essa época, vai crescendo paulatinamente e aumenta de forma gradual, especialmente após
36 semanas, resultante do incremento, na intensidade e na frequência das contrações de Braxton-Hicks, melhor coordenadas e envolvendo
áreas cada vez maiores (REZENDE & MONTENEGRO, 2010). Assim, as contrações durante o período gestacional podem ser caracterizadas em
dois tipos:
É freqüente que uma mulher grávida pela primeira vez sinta muita ansiedade em relação ao início de trabalho de parto, geralmente se sente
insegura, duvidando que vá conseguir perceber a hora certa de procurar a maternidade. Algumas mulheres, mesmo já tendo a experiência de
partos anteriores, sentem-se inseguras por saber que o início do trabalho de parto pode ser diferente de uma gravidez para outra. Vamos
procurar aqui descrever as situações mais comuns e se você gravar estas informações, terá mais segurança quanto à decisão de ir para a
Maternidade.
Contrações dolorosas, rítmicas (no mínimo 2 em 10 min), que se estendem a todo o útero e tem duração de 30 a 60 segundos. (com
dilatação)
Colo apagado, nas primíparas, e dilatado para 2cm; nas multíparas semi-apagado e com 3cm de dilatação.
Formação da bolsa da agua.
Perda do tampão mucoso, denunciando o apagamento do colo.
Contrações uterinas
Durante a gestação, o miométrio apresenta crescimento constante e, em virtude do bloqueio progestagênico, há baixa frequência de
contrações. Progesterona, o principal hormônio da gravidez, consolida as ligações no retículo sarcoplasmático, reduzindo assim a fração livre
disponível de cálcio intracelular e, consequentemente, elevando o limiar de excitabilidade da fibra miometrial
A partir do 6º mês de gestação, você passará a sentir contrações uterinas. A sensação é de que a barriga fica dura. Estas contrações no início
são curtas, irregulares e pouco freqüentes, geralmente provocadas pela movimentação do bebê ou esforços. Depois vão se tornando mais
freqüentes, mais duradouras e de aparecimento mais espontâneo. Não sinta medo em relação às contrações uterinas, é como se o útero
iniciasse um treino para o parto. Você irá aos poucos se familiarizando com este tipo de sensação.
Quando as contrações uterinas tornam-se mais duradouras, elas começam a ficar mais dolorosas (geralmente quando duram mais que 30
segundos ), uma dor muito semelhante a cólica menstrual e pode irradiar-se para a vagina e/ou para as costas.
Ate por volta de 28 semanas de gestação as contrações predominantes são as do tipo A (alta frequencia 1/min e baixa amplitude 2
a 4 mmhg)
Dolorosa a partir de 15mmhg.
A partir de 28 semanas as do tipo B tornam-se mais frequentes, atingindo incremento maximo 4 semanas antes do parto
Do tipo B ou Braxton Hicks- contrações de 10 a 20 mmhg.
Maior peso do nenem no final/ maior frequencia de braxton hicks/ maiores queixas das gestantes/ escopolamina e repouso relativo
No dia que você entrar em trabalho de parto, as contrações surgirão de forma rítmica, isto é, em intervalos de tempos regulares. Esta é a
característica fundamental que diferencia as contrações de parto das outras que são um ensaio: ritmicidade. O trabalho de parto não é muito
rápido, na realidade ele pode durar cerca de 12 – 14 horas para o nascimento do primeiro bebê, assim não se afobe, procure a maternidade
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quando estiverem em intervalo de cada 5 – 10 minutos. Você pode tentar banhos mornos e massagens nas costas enquanto aguarda o melhor
período de ir para a Maternidade.
Trabalho de parto 50 mmHg. As contraçoes uterinas se iniciam na parte superior do útero, local em que são mais intensas, e se propagam com
intensidade decrescente pelo corpo do utero ate atingir o segmento inferior (tríplice gradiente descendente)
Durante a fase de dilatação, a frequência das contrações uterinas é de duas a três em 10 minutos, com intensidade de
aproximadamente 30 mmhg;
Já no período expulsivo, pode chegar a cinco contrações em 10 minutos, com intensidade de 50mmhg.
Soma-se ainda os puxos que são contrações abdominais involuntárias
As contrações que ocorrem no puerpério imediato tem como principal função auxiliar a dequitação e a hemostasia.
Esse fenômeno de miotamponamento determina a laqueadura viva dos vasos uterinos e faz com que o útero fique devidamente
contraído, o que foi denominado globo de segurança de pinard.
Sucção do nenem (ocitocina), dor de tortos
Quase 15% das bolsas podem se romper antes que o trabalho de parto tenha iniciado. Rompida a bolsa, deve-se procurar a maternidade
mesmo que não esteja com contrações. O líquido geralmente é branco-leitoso, assemelha-se a água de coco. Se o líquido se mostrar de cor
verde ou amarela (semelhante a fezes ), pode ser um sinal de alerta quanto ao bem estar do bebê, procure o hospital imediatamente.
Sangramento
É comum a saída de uma secreção de muco pela vagina (semelhante a clara de ovo ), às vezes com raios de sangue. Isto ocorre quando começa
a dilatação do colo do útero e nem sempre coincide com o início do trabalho de parto, pode inclusive acontecer até semanas antes. Pode haver
saída de secreção marrom após exame de toque pelo médico ou relação sexual nas últimas 72 horas. Porém, se você apresentar sangramento
vivo, em quantidade maior que uma menstruação, dirija-se à Maternidade.
No final da gravidez a movimentação fetal é menor pois há menos espaço, diminuição do líquido e maior coordenação do bebê. Diminuirá
também pelo encaixe da cabeça na bacia, nos casos em que o bebê está de cabeça para baixo ( a maioria ). Porém, não é normal que ele pare
completamente de se movimentar.
Procure o pronto atendimento se o bebê passar 6-8 horas sem você perceber alguma movimentação, para que o médico possa avaliar se o
bebê está bem.
Dilatação
Como ocorrem acentuadas variações na duração do trabalho de parto, não são prudentes afirmações sobre a sua duração prevista. A duração
do período costuma ser diferente entre as primíparas e as multíparas, sendo que as primeiras apresentam maior demora nesta fase, entre 10
a 12 h. Já nas multíparas, a duração é de 6 a 8 h
Inicia-se com a primeiras contrações dolorosas -> modificação da cervix. Assim, esse período começa com as primeiras modificações
cervicais e termina com a dilatação completa do colo uterino (10cm).
Em primíparas tem duração de 10-12 horas e em multíparas tem duração de 6-8 horas.
Essas modificações abrangem dois fenômenos distintos: o esvaecimento cervical e a dilatação propriamente dita.
O esvaecimento ou apagamento do canal cervical consiste na incorporação do colo à cavidade uterina, terminando com a formação
de um degrau ao centro da abobada cervical.
Possui 2 fenômenos distintos
1. Esvaecimento
2. Dilatação propriamente dita
Primíparas: primeiro o esvaecimento de cima para baixo, depois a dilatação do orificio externo
Nas multíparas são simultâneos
Rotura da bolsa por via de regra 6 cm
Rotura antes do trabalho de parto (aminiorexe prematura, roprema, ropreme, RPMO).
A fase latente apresenta como característica contrações mais efetivas (em termos de coordenação e intensidade) sem contudo,
determinar modificações significativas na dilatação cervical
Em pimíparas máximo de 20h e multiparas 14h
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A fase ativa normalmente se inicia com a dilataco cervical de 4cm e dura em media 6 horas nas primiparas, com velocidade de cerca
de 1,2cm/h e 3h nas multiparas com 1,5cm por hora.
A dilatação do orificio externo do colo tem como principal finalidade ampliar o
canal de parto e completar a continuidade entre utero e vagina.
Expulsão:
Dequitação (secundamento):
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A. Baudelocque-Schultze (75%) a placenta inserida na parte superior do útero se inverte e se desprende pela face fetal em forma de
guarda-chuva.
B. Baudelocque-Duncan (25%) há descolamento da placenta na parede lateral do útero, e a desinserção pela borda inferior.
MECANISMO DE PARTO
Conjunto de movimentos e fenômenos ativos, e, em especial, passivos do feto durante sua passagem pelo canal de parto. Um objeto (feto)
percorre um trajeto (bacia) impulsionado por um motor (contração uterina).
RELAÇÕES UTERO-FETAIS
ESTÁTICA FETAL
ATITUDE Partes fetais entre si (mais comum: flexão generalizada – ovoide fetal)
SITUAÇÃO Maior eixo fetal com maior eixo uterino
Longitudinal: mais comum (maior eixo fetal coincide com o maior eixo materno)
Transversa: situação transversa mantida é indicação de cesárea
Oblíqua: diagonal/ transitória (Se torna trnsversa ou longitudinal)
POSIÇÃO Dorso fetal com abdome da mãe (anterior/posterior e direita/esquerda)
APRESENTAÇÃO O polo que desce primeiro na pelve
Cefálica: mais comum
Pélvica (escava não ocupada): maior ocorrência em partos prematuros
Córmica (quando a situação é transversa, a apresentação é córmica)
Atitude
A atitude fisiológica da cabeça fetal pressupoe que ela esteja flexionada, com o mento aconchegado ao esterno, o que se denomina
apresentação cefálica fletida, de vértice ou de occipito. Afastamento do mento com relação ao esterno:
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Situação
Consiste na relação entre o maior eixo da cavidade uterina e o maior eixo fetal. Três possibilidades:
1. longitudinal,
2. transversa
3. oblíqua
Apresentação
Definida como a região fetal que ocupa á area do estreito superior e nela vai se insinuar. Apresentação é a região fetal que
está mais próxima do estreito superior da bacia materna
VARIEDADE DE POSIÇÃO:
FLEXÃO x DEFLEXÃO
FLETIDA OU OCCIPITAL Referência: LAMBDA (Triangular/posterior/pequena)
Linha de Referência: Sutura sagital (entre os parietais)
DEFLETIDA DE 1º. GRAU ou BREGMA Referência: BREGMA (losangular, anterior)
Linha de Referência: Sutura sagitometotópica
DEFLETIDA DE 2º. GRAU ou FRONTE Referência: GLABELA ou Raiz do nariz
Linha de Referência: Sutura metópica
**Indicação absoluta de cesárea
DEFLETIDA DE 3º. GRAU ou FACE Referência: MENTO
Linha de Referência: Linha facial
**Não é indicação absoluta de cesárea, a não ser que seja mento posterior
Obs.: se tivermos lambda e bregma = quem “manda” é o lambda -> fletida. A flexão é o movimento que auxilia na insinuação (ao fletir a cabeça
apresenta o menor diâmetro e mais comum da insinuação subocciptobregmático – Apresentação fletida).
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Posição
Relação do dorso fetal com o lado materno. A variedade de posicao é a orientaçao espacial do bebe ao relacionar um
ponto de referencia da apresentacao fetal com um ponto de referencia osseo da bacia materna
VARIEDADE DE POSIÇÃO
Pontos de referência entre a apresentação fetal e pelve
Lambda (Ponto de referência: Occipito): OEA/OEP/OET/ODT ou OIDA(Ilíaco direita anterior)/OP (Via preferencial para saída)/OS
Mais comum na insinuação: OEA/OET
Possíveis no desprendimento: OP (Mais comum)/OS
PÉLVICA: referência SACRO
Pélvica completa/Pelvipodálica (preenche completamente a pelve – bumbum, pé, perna, coxa)
Pélvica incompleta (modo nádegas/variedade de pés)
CÓRMICA: referência ACRÔMIO
Insinuação
A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação pelos limites do estreito superior da bacia. Flexão: Permite a redução dos
diâmetros da apresentação.
Planos de De Lee: altura do polo fetal (-1, -2, -3, 0, +1, +2, +3)
Passagem do maior diametro da apresentação. Em primiparas a insinuaçao na maioria das vezes ocorre 15 dias antes do parto
Assinclitismo e sinclitismo
Movimentos da cabeça de flexão lateral
Durante o processo de insinuação, um dos ossos parientais atravessara o estreito superior da pelve antes do outro, aproximando a
sutura sagital de um dos ossos do eixo (pubis ou sacro ) da mae.
Posterior atravessa primeiro (assinclitismo posterior)
Anterior atravessa primeiro ( assinclitismo anteriror).
Outro processo que facilita a insinuaçao é o cavalgamento dos ossos do cranio
fetal
Assinclitismo
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SINCLITISMO e ASSINCLITISMO
Quem dá nome ao assinclitismo: é o parietal que desce primeiro no canal. Quem corrige assinclitismo: FÓRCIPE DE KIELLAND
Descida ou progressão
É o momento definido pela passagem do polo cefalico do estreito superior para o estreito inferior
Rotaçao interna: A linha de orientação, sutura sagital roda para a direção do estreito antero posterior da pelve
Despreendimento cefálico