Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
º Ano
(Aluno ao abrigo do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro)
A
Lê o texto a seguir transcrito. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Lacrimae Rerum1
(A Tommaso Cannizzaro)
Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!
B
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
4. Identifica a característica da poesia de Antero de Quental que predomina em cada terceto.
a. “À bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio. Em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.”
(“Nirvana”) (20 pontos)
G R U P O II (50 PONTOS)
O século XIX foi o século em que pela primeira vez alguns portugueses puseram
em causa, sob todos os planos, a sua imagem de povo com vocação autónoma, tanto
no ponto de vista político como cultural. Interrogávamo-nos apenas pela boca de
Antero e de parte da sua geração, para saber se éramos ainda “viáveis”, dada a, para
5 eles, ofuscante “decadência”.
Na balança da Europa, Antero de Quental e os outros intelectuais/poetas golpea-
vam o país de uma ironia salvífica1 ou de um pessimismo decantista2, onde não havia
lugar para o Presente, porque o Passado era um cadáver putrefacto e o Futuro uma
utopia longínqua. Sobravam, portanto, como dá a entender Fernando Catroga, o Pas-
10 sado e o Futuro, utópicos e assombrosos, para estes intelectuais farpeadores3 […].
Neste século, nem a Regeneração mobilizou ou reforçou o sentido da identidade
nacional. As manifestações nacionalistas surgidas na época, quase sempre saídas das
classes mais letradas e não de movimentos populares, terão de ser inseridas no seu
contexto histórico, ideológico, cultural, económico e político, isto é, na desilusão acu-
15 mulada pelo insucesso gerado pelos movimentos Setembrista e, posteriormente,
Regenerador (período da difusão da imprensa e da multiplicação das escolas, aumen-
2
tando o número de portugueses capazes de captar a consciência da identidade nacio-
nal e de assumir como um valor os interesses da Pátria), e no fervilhar dos ideais socia-
listas e republicanos (vítimas “ingénuos” do seu próprio otimismo voluntarista e
20
revolucionário porque reagiram positivisticamente4 ao decantismo mas não conse-
guiram dominar as forças que desencadearam), então em voga por toda a Europa.
Vejamos a desilusão que se sente nas palavras sentidas de Eça de Queirós em
As Farpas:
1. salvífica: que salva; salvadora. 2. decantista: divulgado oralmente; cantado; celebrado; exaltado. 3. farpeadores:
aqueles que dirigem críticas mordazes. 4. positivisticamente: de forma positivista (relativo ao positivismo, sistema
filosófico que defende que só é cognoscível o que a observação e a experiência podem verificar).
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a opção correta.
Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção
escolhida.
1.1. Neste texto aborda-se como tema predominante (5 pontos)
a. as características da poesia de Antero de Quental.
b. a Regeneração.
c. o pessimismo que marcou alguns intelectuais e artistas do século XIX.
1.2. Na expressão “cadáver putrefacto” (l. 8) está presente (5 pontos)
a. a aliteração.
b. a gradação.
c. a metáfora.
1.3. Segundo o autor, as manifestações nacionalistas surgidas no século XIX (5 pontos)
1.4. Na linha 15, “movimentos” encontra-se no plural pois concorda em número com (5 pontos)
a. “movimentos populares” (l. 13).
b. “histórico, ideológico, cultural, económico e político” (l. 14).
c. “Setembrista e […] Regenerador” (ll. 15-16).
a. discurso direto.
b. discurso indireto.
c. citação.
1.6. A forma verbal “seja desmentido” (l. 27) encontra-se flexionada (5 pontos)
a. no presente do conjuntivo passivo.
b. no futuro composto do indicativo ativo.
c. no futuro simples do conjuntivo ativo.
1.7. Na frase “Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.” (ll. 28-29), o constituinte sublinhado
desempenha a função sintática de (5 pontos)
a. complemento oblíquo.
b. complemento do nome.
c. modificador restritivo do nome.
Coluna A Coluna B
a. “porque” (l. 8) 1. Contraste
b. “portanto” (l. 9) 2. Causalidade
c. “isto é” (l. 14) 3. Explicitação
4. Alternativa
5. Conclusão