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Capítulo 01: INTRODUÇÃO

A constituição humana:
Toda pessoa é um ser tripartido, ou seja, possui três partes em sua vida.
O homem possui um espírito, uma alma e um corpo. É um ser espiritual, que possui
uma alma e habita em um corpo corruptível. O novo nascimento é no espírito, a
alma será tratada durante a jornada na terra e o corpo será transformado ou
glorificado.
Gn. 2:7, Rm. 12:1-2, 1Ts. 5:23.
Estas escrituras mostram como a existência humana é constituída, o
espírito é novo, a alma é a mesma e o corpo envelhece.
Jo. 3:3-7; o novo nascimento ocorre quando Deus ministra na vida
humana, o homem responde a ministração do Espírito Santo. A soberania divina
coopera com a responsabilidade humana. O homem é iluminado por Deus, e este
responde afirmadamente ou não para com Deus.

A constituição divina:
Deus é único, e se apresenta em três formas distintas, chamada trindade.
Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Dt. 6:4 e Mc. 12:29.
Geisler diz sobre a unidade:
Unidade significa literalmente estado ou qualidade de um. Deus é um Ser, em
comparação aos muitos seres. Há um e só um Deus (monoteísmo) ao invés de
muitos deuses (politeísmo).
1. Unidade: não há dois ou mais deuses;
2. Simplicidade; não há duas ou mais partes em Deus;
3. Trindade: há três pessoas no único Deus.
(1Tm. 2:5) O texto está bastante claro: Há um só Deus, ao invés de mais de um. A
unidade da divindade é um dos ensinos mais fundamentais da Bíblia. Negar esta
verdade é uma violação do primeiro mandamento.
Deus se manifesta de três formas distintas, mas não perde suas
característas. A trindade não determina três deuses (politeísmo), Deus permanece
único e se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.
1. Deus, Pai: Jo. 6:27; Rm. 1:7; Gl. 1:1.
2. Deus, Filho: Jo. 14:6; Jo. 20:28, Rm. 9:5.
3. Deus Espírito Santo: At. 5:3-4; Rm. 8:2; 1Co. 2:11.

Geisler diz sobre a trindade:


Em suma, o Pai é o Planejador, o Filho é o Aperfeiçoador e o Espírito Santo é o
Aplicador a salvação dos crentes. O Pai é a Fonte, o Filho é o Meio e o Espírito
Santo é o Executor da salvação, ou seja, é Ele quem condena, convence e
converte.

Grudem afirma sobre a trindade:


Deus existe eternamente como três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo – e cada
pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus.
Trindade significa tri-unidade ou três-em-unidade. É usada para resumir o
ensinamento bíblico de que Deus é três pessoas, porém um só Deus.
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Quando o universo foi criado, Deus Pai proferiu as potentes palavras criadoras
que o geraram; Deus Filho foi o agente divino que executou estas palavras (Jo.
1:3, 1Co. 8:6, Cl. 1:16, Hb. 1:2) e o Espírito de Deus “pairava por sobre as águas”
(Gn. 1:2). Então é como seria de esperar: se os três membros da Trindade são
igual e plenamente divinos, então todos eles existiram desde a eternidade, e Deus
sempre existiu eternamente como Trindade (Jo. 17:5, 24).

Grudem relata sobre a dispensação da Trindade


No Antigo Testamento, a presença de Deus muitas vezes foi manifestada na glória
de Deus e nas teofanias; nos evangelhos o próprio Jesus manifestou a presença
de Deus entre os homens. Mas depois que Jesus subiu ao céu, e de contínuo
através de toda era da igreja, o Espírito Santo é agora a principal manifestação da
presença da Trindade entre nós. Ele é o que está presente de modo mais
proeminente entre nós agora.

No Velho Testamento o Deus único se manifestou com veemência como


Pai, nos evangelhos vemos a figura do Filho e a partir de Atos 2 conferimos a
atuação do Espírito Santo na vida da Igreja.
O Espírito Santo é Deus como o Pai e o Filho têm atributos da mesma
forma que os outros dois, seu poder é o mesmo. Foi enviando pelo Pai a pedido do
Filho, Jo. 14:26, Jo. 15:26, Jo. 16:12-15, o Espírito Santo leva o crente a glorificar o
Jesus Cristo, Ele desvenda mistérios que enaltecem o Filho de Deus. Adorá-Lo é
como adorar o Pai ou o Filho.
Joiner diz do Espírito
O Espírito Santo que procede do Pai e do Filho é da mesma substância,
majestade e glória que a do Pai e do Filho, e verdadeiro e Eterno Deus. (Jo.
15:26). Portanto, se o Espírito Santo chama-se o Espírito do Pai porque procede
do Pai, é igualmente claro que ele chama Espírito do Filho, porque procede
também do Filho.
As propriedades pessoais do Espírito Santo são as seguintes: É o Espírito do Pai
e do Filho, procedendo deles desde a eternidade; é enviado pelo Pai e pelo Filho,
que operam mediante ele.

Aprende-se com isto que Deus é único, indivisível e singular cabendo a


Ele ministrar a Igreja e ao mundo de maneiras diferentes em três níveis, segundo a
sua vontade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Capítulo 02: PNEUMATOLOGIA

Segundo Grudem sobre a obra do Espírito


A obra do Espírito Santo consiste em manifestar a presença ativa de Deus no
mundo e especial na igreja,... aquele que está presente para fazer a obra de Deus
no mundo.
Geisler afirma sobre o Espírito
O Espírito Santo é Deus, igual em poder, atributos e glória com o Pai e o Filho.
Isto está claro através de muitos versículos da Bíblia. A deidade do Espírito Santo
é indicada por Ele possuir os nomes de Deus, ter os atributos de Deus, executar
os atos de Deus e estar associado com Deus nas bênçãos e fórmulas batismais.
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O Espírito Santo recebe os Nomes de Deus:


1. At. 5:3-4 (Deus e Senhor),
2. 1Co. 3:16 (Espírito de Deus),
3. 1Co. 12:4-6 (Senhor),
4. Hb. 9:14 (Espírito eterno).
O Espírito Santo possui os Atributos da Deidade:
1. Rm. 8:2 (vida),
2. Jo. 16:13 (verdade),
3. Rm. 5:5, Rm. 15:30 (amor),
4. Ef. 4:30 (santidade),
5. Hb. 9:14 (eternidade),
6. Sl. 139:7 (onipresença),
7. 1Co. 2:11 (onisciência).
O Espírito Santo Executa Atos da Deidade:
1. Gn. 1:2, Jó 33:4, Sl. 104:30 (na criação),
2. Is. 63:10-11, Ef. 4:30, 1Co. 12:13 (na redenção),
3. Gl. 3:2-5, Hb. 2:4 (nos milagres),
4. At. 2:4, 1Co. 12:11 (nos dons espirituais).

O Espírito Santo está associado com Deus nas orações e bênçãos:


Judas 20 (exorta os leitores),
1. 2Co. 13:13 (contém os três membros da divindade),
2. Mt. 28:19 (contém o Espírito Santo juntamente com o Pai e o Filho).

Capítulo 03: DIVINDADE E ATRIBUTOS DO ESPÍRITO

1. Onisciência:
(1Co. 2:10-11; Jo. 14:26; Jo. 16:12-13)
O Espírito prescruta a todas as coisas, até mesmo as profundezas de
Deus, se o Espírito ensina todas as coisas é necessário que Ele saiba todas as
coisas.

2. Onipresença:
(Sl. 139:7-12; Is. 66:1; Jr. 23:24)

3. Onipotência:
(Lc. 1:35; Rm. 15:19; 1Ts. 1:5; 1Co. 2:4)
Vemos o Espírito Santo e o poder de Deus acoplados (unidos), onde
habita o Espírito Santo, habitará o poder de Deus.
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4. Eternidade:
(Hb. 9:14)
Ele sempre existiu, sem princípio de dias e nem final de dias. É um ser
incriado, Ele é capaz de criar, contudo ninguém pode criá-lo.

5. A obra e a orientação do Espírito:


a. Os antigos títulos do livro de Atos incluíam aquele sugerido por alguns dos
primeiros pais da Igreja: “Atos do Espírito Santo”. Esse livro pressupõe, do
princípio ao fim, que o Espírito Santo é a força dirigente do movimento dos
primeiros missionários cristãos.
b. O pentecoste (Atos 2), foi o princípio das operações do Espírito; e esse ato
proveu para a Igreja o seu nascimento e o poder necessário para sua expansão.
c. Por ser criador (Gn. 1:26-27), o Espírito Santo também é capaz de realizar
criações espirituais (2Co. 5:17) e assim sendo, ele é a força por detrás de toda a
espiritualidade (Gl. 5:22-23), a começar pela conversão (Jo. 3:3).
d. Ele dirige ativamente os ministros do evangelho (At. 16:6-7, 10).
e. Ele santifica àquele que converte (Rm. 15:16).
f. Ele exerce um ministério no mundo, e não apenas na Igreja (Jo. 16:8-11).
g. Ele é o mestre supremo (Jo. 14:26).
h. Glorificar a Cristo e promover a sua causa é o objetivo de seus esforços (Jo.
15:16).
i. Ele habita nos santos (Ef. 2:22), tornando-os templos de Deus e conferindo-lhes
acesso a Deus.
j. Ele ajuda-nos em nossas fraquezas (Rm. 8:26).
k. Temos a capacidade de resistir ao Espírito Santo (At. 7:51), bem como de
entristecê-lo (Ef. 4:30)
l. O Espírito Santo é o autor e inspirador da Bíblia (2Sm. 23:2; 2Tm. 3:16; 2Pe.
1:21).

Capítulos 04: PERSONALIDADE DO ESPÍRITO


O Espírito Santo tem personalidade, ainda que Ele não possua um corpo
físico. Personalidade é a individualidade consciente que possui Inteligência,
sentimentos e vontade. Personalidade, quando é usada com relação a seres divinos,
não pode ser medida por padrões humanos.

Sobre a personalidade do Espírito Geisler escreve


Na Bíblia, todos os elementos da personalidade são atribuídos ao Espírito Santo:
Ele tem uma mente (Jo. 14:26; 1Co. 2:11), Ele tem vontade (1Co. 12:11) e Ele tem
sentimento (Ef. 4:30).
Pronomes pessoais masculinos (“ele” e “seu” ou “dele”) também são atribuídos ao
Espírito Santo (Jo. 14:26, Jo. 16:13).
O Espírito Santo também faz coisas que só uma pessoa pode fazer, como ensinar,
comandar (At. 16:6), saber e prescrutar a mente (1Co. 2:10-11).
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Provas da personalidade:

1. Marcas distintas ou características de sua personalidade:


a. (1Co. 2:11): Conhecimento.
b. (1Co. 12:11): Vontade.
c. (Rm. 15:30; Rm. 5:5): Amor. O Espírito Santo é motivado por amor em seu
ministério de guiar aos homens a Cristo. Sem o Espírito a cruz permanece inerte.
Ele a faz real na experiência pessoal.
d. (Ne. 9:20): Inteligência e bondade.
e. (Ef. 4:30): Tristeza. O Espírito Santo é uma pessoa, a qual é intensamente
sensível ao pecado. Ele vê os nossos pensamentos e Se entristece além de
qualquer expressão por causa de nosso pecado. Ele é um grande incentivo para
vivermos uma vida santa.

2. Ações que somente uma pessoa pode executar:


a. (1Co. 2:10): Prescruta.
b. (Rm. 8:26): Ora. Que tremenda segurança: Jesus Cristo, nosso intercessor no
céu e o Espírito Santo aqui na terra.
c. (Jo. 14:26): Ensina.
d. (Jo. 16:13): Falar.
e. (Jo. 15:26): Testemunha.
f. (Jo. 16:13): Guiar.

3. Um cargo que somente uma pessoa poderia cumprir:


(Jo. 14:16-17): Consolador, significa “parakletos” e literalmente siginifica
“alguém chamado para estar ao lado de outro ou para o seu auxílio”. Ela sugere a
capacidade e adaptabilidade em dar auxílio. Ela era usada em juízo com referência
a um assistente legal, conselheiro ou advogado. Ela descreve fortemente alguém
que defende a causa do outro.

O Espírito veio como “um outro” consolador ou alguém que tomaria o


lugar de Cristo da maneira em que Ele estava quando Ele andou em meio de seus
discípulos. Isso exigiu uma pessoa, e não somente uma influência abstrata e
impessoal.

A obra do Espírito Santo pode ser classificada em duas categorias:

1. Criação: como o Filho, o Espírito Santo estava ativo na criação do mundo: (Gn.
1:12; Jó 33:4; Sl. 104:30).

2. Redenção: o Espírito Santo tem papel ativo na redenção. Ele convence os


incrédulos do pecado (Gn. 6:3; Jo. 16:8). Ele regenera os que estão mortos em
delitos e pecados (Ef. 2:1); Ele sela os crentes até ao dia da redenção (Ef. 4:30).
Ele unge os crentes para o serviço (1Jo. 2:20) e enche os que se entregam a Ele
(Ef. 5:18). Ele habita em todos os crentes para sempre (Jo. 14:16-17).
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Capítulo 05: DONS DO ESPÍRITO


A Bíblia confirma que, embora os dons sejam a manifestação do Espírito
Santo, Deus opera através de uma pessoa numa ação cooperativa; o homem não se
torna uma marionete, nem age inconscientemente, nem entra num transe. Pelo
contrário, ele precisa cooperar com o Senhor para expressar o que Deus quer falar
da maneira que Deus o quer expresso. No entanto, a maior parte se aprende
somente através de uma união viva com o Espírito Santo.

Os dons cabem em três grupos:

1. Dons de Revelação:
a. Palavra de Sabedoria;
b. Palavra de Conhecimento;
c. Discernimento de espíritos.
2. Dons de Expressão Vocal:
a. Línguas;
b. Interpretação de línguas;
c. Profecia
3. Dons de poder:
a. Fé;
b. Dons de Curar;
c. Milagres

Estes dons poderiam ser chamados os “sentidos da Igreja”. Assim como o


homem tem cinco sentidos através dos quais entra em contato com o mundo ao seu
redor, de igual maneira a Igreja recebeu estes nove sentidos espirituais para entrar
em contato com o mundo espiritual.

O DOM DA PALAVRA DE SABEDORIA

É a sabedoria que é, sobrenaturalmente, dada por Deus. Ele não é “uma”


palavra de sabedoria, mas “a” palavra de sabedoria. Não é somente uma palavra
sobre um assunto ou situação do momento, mas a “palavra”. É a resposta ou
solução ou a vontade de Deus em tal situação. A palavra de sabedoria é concedida
pelo Espírito.

Como se manifesta a Palavra de Sabedoria

1. Pelo Espírito falando ao nosso interior: (At. 16:6-8; At. 20:22-24), a palavra de
sabedoria é freqüentemente, dada a líderes no aconselhamento de outros.
2. A palavra vivificada pelo Senhor para uma situação específica: (At. 15:13-18).
3. Através de uma voz audível ou de um anjo: (1Rs. 19:12-18; At. 9:10-27).
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4. Através de sonhos, visões ou arrebatamento dos sentidos: (At. 18:9-10; At.


22:17-21).
5. Pela unanimidade do Espírito entre os líderes espirituais: (At. 15:2,4,6,22-23).
6. A palavra de sabedoria funciona com qualquer dos outros dons e pode incluí-los
de acordo com o que a ocasião requeira.

O DOM DA PALAVRA DE CONHECIMENTO

A “palavra de conhecimento” é a revelação sobrenatural do homem de


algum detalhe do conhecimento de Deus. É a comunicação de fatos e de informação
que são humanamente impossíveis de serem conhecidos. Ela não é o conhecimento
que vem através de habilidade natural, observação, estudo, educação ou
experiência. É o conhecimento que ultrapassa os sentidos do homem. Ela vai além
do conhecimento que é obtido através de qualquer meio natural. Ela é o
conhecimento que é parte do conhecimento total de Deus.

(Jo. 4:17-18; Jo. 6:61; Gn. 40:5-19; 1Sm 13:14; 2Rs. 8:7-12; At. 5:1-11; At. 20:29-
31).

Como se manifesta a Palavra de Conhecimento

1. Através de visão ou sonho: At. 10:9-20.


2. Através de uma impressão do Espírito, ou através da voz do Espírito no nosso
interior: Rm. 8:16; Jo. 14:26.
3. Através de uma voz audível: At. 10:13-20.
4. Através de um anjo: At. 27:22.
5. Através da verificação das Escrituras: At. 1:15-23; At. 15:13-21.
6. Muitos têm experimentado um depósito de uma palavra de conhecimento ao
falarem ou aconselharem ou escreverem cartas, ou mesmo ao orarem por outros.

Uma palavra de conhecimento, muitas vezes, vem inesperadamente, e


tem, freqüentemente, o propósito de nos levar à oração com relação ao que Deus
nos mostra. Ela pode ser recebida de uma revelação silenciosa e o recipiente
deveria pedir a Deus que lhe mostre o que fazer com ela.

Um dos erros principais é o de “anunciar larga e publicamente” coisas que


Deus quer que sejam compartilhadas somente com as pessoas envolvidas. Se uma
pessoa tiver o que ela crê que seja uma palavra de conhecimento a qual se
relaciona com assuntos importantes, e ela não estiver certa de como empregá-la,
então isto deveria ser compartilhado com o pastor ou líder. A fim de mantermos o
fluxo dos dons em sua capacidade e efeito máximos não podemos usá-los para
atrais atenção excessiva em nós mesmos.
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O DOM DE DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS

O dom de discernimento de espíritos é a habilidade ou capacidade dada


por Deus de se reconhecer a identidade dos espíritos que estão por detrás de
diferentes manifestações ou atividades. Discernir significa perceber, distinguir ou
diferenciar.

Seu propósito é o de proteger, guardar, guiar e adequadamente alimentar


o rebanho de Deus. (1Jo. 4:1). Através deste dom, uma pessoa pode discernir
quando Deus está se movendo, quando é o espírito do homem operando, e quando
os maus espíritos estão presentes e ativos.

Este dom traz clareza, remove confusões e nos dá direções claras. (Mc.
9:25; Lc. 4:33; At. 16:16).

Com este discernimento de espíritos, assim como a sabedoria e o


conhecimento, vem a fé para que hajamos ou oremos com autoridade. É sábio que
confiramos a direção de qualquer espírito com a Palavra de Deus para que
averigüemos se ela é, na verdade, uma revelação de Deus, se ela é, realmente, um
dever ordenado por Deus.

Discernir o espírito humano não é somente uma questão de identificar em


qual dos três âmbitos espirituais ele se encontra, mas também até a própria
condição daquele espírito. Se devemos expulsar demônios, é preciso que,
primeiramente, sejamos capazes de discerni-los.

O DOM DE FÉ

O dom de fé é a habilidade dada por Deus de se crer n’Ele para o


impossível numa determinada situação. Ele não é tanto a fé geral que crê em Deus
para suprir as nossas necessidades, etc., mas ele vai uma passo além, onde
simplesmente sabemos que uma determinada coisa é a vontade de Deus e que ela
vai acontecer.

Os três tipos de fé revelados na Bíblia

1. A fé salvadora: é aquela resposta de fé inicial a Deus, a qual nos introduz no


reino de Deus. Ela é a habilitação de Deus a uma pessoa para que esta O aceite
e creia nEle. (Jo. 1:12; Gl. 3:26; Ef. 2:8). A palavra mediante é muito significativa
aqui. Ela é palavra grega DIA e denota o canal de um ato. É um pensamento
conectivo, assim como a água vai de um lugar para outro mediante um canal. Ela
retrata um veículo ou caminho através do qual a graça d Deus é transmitida a
nós.
2. A fé como um fruto do Espírito: (Gl. 5:22; At. 6:5-8; 2Co. 4:13). Refere-se à fé
como um atributo dentro do caráter e personalidade do crente. Paulo mostra
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como um fator que se desenvolve na vida dos crentes. A fé é apresentada na


Bíblia como uma maneira de vida. Cada um de nós deve, portanto, funcionar de
acordo com a proporção (medida) de fé que Deus deu e que nos capacitou a
desenvolver.
3. O dom de Fé: (1Co. 12:9, 13:2; Rm. 12:6). A fé funciona em ministérios
individuais conforme o que diz (Rm. 12:3-8), ou a fé para milagres ou atos
específicos que Deus executa em determinadas circunstâncias (1Co. 12:9).
Parece que na vida prática e no ministério o Senhor concede fé a indivíduos para
seus ministérios específicos. Cada qual conhece o seu ministério e crê que Deus
o honrará e o prosperará continuamente.

O dom de fé se baseia em saber a vontade de Deus. O firme


conhecimento de Sua vontade produz uma fé absoluta. (1Jo. 5:14).

A fé requer uma razão ou fundamento. Deus nunca nos pede que


creiamos sem um fundamento ou razão; Ele nos dá certos fatos. Se a fé não tem
uma razão, ela não é uma fé verdadeira, e sim esperança.

DONS DE CURAR

É habilidade dada por Deus de se transmitir cura ao corpo físico em


ocasiões específicas. Ele é acompanhado por uma medida do dom de fé e, muitas
vezes. Pelo dom do conhecimento.

Este é o único dom que usa o plural desta maneira. Isto indica que o dom
de curar pode operar em mais de um nível.

Para saber se tem o dom

1. Através do testemunho interior do Espírito.


2. Através da habilidade de crermos em Deus para a cura física.
3. Através de uma grande compaixão pelos enfermos e afligidos. (Mt. 20:34; Mc.
1:41).
4. Através dos resultados. O teste de qualquer ministério é o fruto que ele produz.
5. Através do reconhecimento de outros e das requisições que nos forem feitas por
eles.
6. Através da imposição de mãos do presbitério. (1Tm. 1:18, 4:14 e 2Tm. 1:6).

Propósito do dom

1. Deus ama ao Seu povo e quer que ele tenha uma boa saúde, referindo-se à
saúde total: corpo, alma e espírito. (3Jo.2).
2. A saúde e a cura divinas são aspectos da retificação da maldição da Lei. (1Jo.
3:8).
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3. Isto foi designado para confirmar a nossa mensagem com sinais e maravilhas.
(Hb. 2:3-4).

Origem das doenças

1. Satanás. (At. 10:38). A influência de Satanás sobre as pessoas é o que lhes traz
doenças e enfermidades.
2. O pecado. A doença física é produzida pela doença espiritual.

DOM DE MILAGRES

Um milagre é um acontecimento ou evento sobrenatural, ou a execução


de algo que seja contrário às leis da natureza. Um milagre poderia ser chamado de
um fenômeno sobrenatural. Os milagres desafiam a razão e transcendem as leis
naturais.

Os milagres são governados pela vontade de Deus e pela obediência humana

1. Ouvir a Palavra de Deus. (Ez. 37:1-10). É preciso que haja, primeiramente, uma
comunhão da mente e vontade de Deus.
2. Crer na Palavra. (Rm. 10:7). A fé poderia ser simplesmente definida como um ato
de obediência.
3. Falar a Palavra. (Sl. 33:6). Quando Deus deseja executar um milagre, Ele
procura um instrumento através do qual Ele possa falar ou articular a Sua
palavra.

Propósito do milagre

1. Libertação e preservação do povo de Deus. Isto é baseado no amor e compaixão


do Senhor para com o Seu povo.
2. Edificação e estabelecimento da fé dos crentes.
3. Os milagres devem acompanhar a pregação do Evangelho e funcionar
juntamente com o evangelismo.

DOM DE PROFECIA

É falar sob a influência direta e sobrenatural do Espírito Santo. É o


trasnformar-se num porta-voz de Deus para a verbalização de Suas palavras
conforme o Espírito dirigir. Em 1Co. 12:10, profecia é a palavra grega “profeteia” e
significa: “declarar os pensamentos e conselhos de Deus”. Ela é inseparável, em seu
uso no Novo Testamento, do conceito da direta inspiração do Espírito. A profecia é
valida para os nossos dias.
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Propósito da profecia

1. Edificação: (1Co. 14:3). Este é um meio pelo qual Deus proporcionou para
edificarmos ou construirmos a Igreja.
2. Exortação: (1Co. 14:3). Incitar, encorajar, aconselhar e prevenir veemente.
3. Consolação: (1Co. 14:3). Um falar íntimo com qualquer pessoa, denota
consolação, conforto, com um grau maior de ternura.
4. Sentenciar e convencer: (1Co. 14:24-25). Isto se refere a crentes que sejam
indoutos e sem doutrinação como também a incrédulos.
5. Instrução e aprendizagem: (1Co. 14:31)

A profecia ainda é um dom imperfeito, logo deve ser julgada. Há três


espíritos potencialmente envolvidos na profecia (Espírito Santo, o espírito humano e
maus espíritos).

Quem julga?

1. Todo crente que tenha o Espírito dentro de si.


2. Os líderes da Igreja local.
3. Aqueles que tenham o dom de discernimento de espíritos.
4. Os profetas.

Como julgar a profecia

1. Pela palavra de Deus. (Hb. 4:12; 1Co. 14:37).


2. Pelo testemunho do Espírito. Isto será testificado pelo testemunho do Espírito
tanto no interior do pastor como do rebanho. (1Jo. 2:27)
3. Pelos testes de 1Jo. 4:1-3 e 1Co. 12:3
4. Pelos seus frutos.
5. Pelo fato de elas se cumprirem ou não.

DOM DE LINGUAS

É a habilidade dada por Deus a alguém para que haja comunicação numa
língua desconhecida, e para que seja interpretada na assembléia a fim de que todos
possam compreendê-la.

Maneiras diferentes das línguas

1. Línguas que são faladas no momento em que recebemos ao Espírito. (At. 2:4-6;
10:45-47).
2. Línguas para uma comunhão pessoal com Deus numa maneira contínua. (1Co.
14:1-4; Jd. 20).
3. Línguas que são dadas na assembléia para uma comunicação ao Corpo e para
serem um sinal ao incrédulo. (1Co. 12:10; 14:5).
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O dom de línguas é para a edificação da Igreja. O falar em línguas, como


parte do dom do Espírito Santo, deve continuar em nossas vidas privadas para uma
edificação individual, e não da Igreja.

DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

É a habilidade sobrenatural e espontânea de interpretar-se uma


comunicação dada em línguas que é compreendida pelas pessoas presentes.
Interpretar significa explicar, expor, elucidar ou expandir.

Propósito das línguas e da interpretação

1. Para ser um sinal ao incrédulo. (1Co. 14:21-22).


2. Para expressarem edificação, exortação e conforto ao crente. (1Co. 14:3-5).
Línguas com interpretação são equivalentes a profecias.
3. Para levantar a congregação ao louvor e a oração. (1Co. 14:13-16). Paulo
encoraja ao que fala em línguas a orar pela interpretação.

Capítulo 06: FRUTO DO ESPÍRITO

Gl. 5:22-23
1. Amor, alegria e paz: basicamente refere-se ao relacionamento do crente com
Deus, daquilo que é oferecido e recebido entre a comunhão de ambos.
2. Longanimidade, benignidade e bondade: torna-se uma influência com o próximo,
que capacita o crente a lidar com as pessoas.
3. Fidelidade, mansidão e domínio próprio: é qualificado como um posicionamento
pessoal do crente, ante as situações diárias.

Como o texto relata é o fruto do Espírito e não do crente (inato), é gerado


na vida cristã. É possível dizer que o fruto do Espírito se compara ao caráter de
Cristo.

Durante a vida aqui na terra será necessário demonstrar o fruto do


Espírito na Igreja local e nos relacionamentos interpessoais. Caso contrário o crente
andará sempre na carne, e com isto desagradaria a Deus.

Jesus disse que pela árvore se conhece os frutos, o fruto do Espírito na


vida do crente e evidenciado levá-lo-a a ser reconhecido como cristão.
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AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO

Gl 5.19-23 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:


prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações,
iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e
coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse,
que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do
Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra essas coisas não há lei.”

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o


modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana
pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo
de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em
conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne,
como do fruto do Espírito.

OBRAS DA CARNE. “Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com


seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu
inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne
não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal
pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que
o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17 nota). As
obras da carne (5.19-21) incluem:

(1) “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto
inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt
5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são
traduzidos por um só em português: prostituição.
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(2) “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios,
inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).

(3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias
paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co
12.21).

(4) “Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e


também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse
autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).

(5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de


demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx
7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).

(6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e
inimizade extremas.

(7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co
1.11; 3.3).

(8) “Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos
outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).

(9) “Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras
e ações violentas (Cl 3.8).

(10) “Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co
12.20; Fp 1.16,17).
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(11) “Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na


congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).

(12) “Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação,


formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).

(13) “Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que
possui algo que não temos e queremos.

(14) “Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A


tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de
methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.

(15) “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais
por meio de bebida embriagante.

(16) “Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de
modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas
semelhantes.

As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e


enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-
se do reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9 nota).

O FRUTO DO ESPÍRITO. Em contraste com as obras da carne, temos o


modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta
maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e
influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado,
especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14
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nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito
inclui:

(1) “Caridade” (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra
pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).

(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça,
nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que
pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8;
ver Fp 1.14 nota).

(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção
de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts
5.23; Hb 13.20).

(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio


para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).

(5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe
provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).

(6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa
ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na
repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).

(7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem
estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt
23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
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(8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem;


descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e
também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15;
para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co
10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).

(9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos


próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais;
também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer


restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve
— praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de
viver segundo os princípios aqui descritos.

Capítulo 07: ACONSELHAMENTO CRISTÃO

OS OBJETIVOS DO ACONSELHAMENTO

Os problemas encontrados por um conselheiro cristão envolvem


oração, falta de fé, questões doutrinárias, crescimento espiritual e sentimentos
de culpa por causa de algum pecado, e na maior parte das vezes, as pessoas
trazem problemas matrimoniais, crises, depressão conflitos interpessoais,
confusão e outros dramas do cotidiano. Ele diz que o alvo principal de todo
conselheiro, como discípulo de Jesus Cristo é mostrar as pessoas como ter vida
abundante, e levá-las a encontrar o caminho da vida eterna prometida a todo
aquele que crê.
Evangelismo e discipulado são, portanto, os alvos principais de um
conselheiro cristão, embora existam outros elementos como:
a. Autoconhecimento: entender a si mesmo;
b. Comunicação: é necessário que a pessoa aprenda a se expressar com
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clareza e a interpretar corretamente as mensagens transmitidas pelos outros.


c. Aprendizado e mudança de comportamento: ocorre através do ensino, da
imitação de um modelo, e da experiência prática baseada na tentativa e erro.
d. Auto-realização: o alvo da vida é ser perfeito em Cristo, desenvolvendo ao
máximo as potencialidades através do poder do Espírito Santo.
e. Apoio: indivíduos precisam receber apoio, encorajamento e ajuda para levar
sua carga durante um período.
f. Integridade espiritual: há orientação para o crescimento do aconselhado.
Caso o conselheiro tente impor seus próprios alvos ao paciente, o
aconselhamento quase nunca surte efeito. A solução proposta é estabelecer
metas terapêuticas.

O RELACIONAMENTO ENTRE CONSELHEIRO E ACONSELHADO

O bom conselheiro procura criar uma atmosfera terapêutica, onde o


aconselhado se sinta confortável e não haja distrações, nem interrupções. O
importante é o relacionamento entre o terapeuta e o paciente. As características
pessoais do conselheiro que propiciam o estabelecimento de uma relação eficaz
são:
a. Calor humano: atenção, respeito e uma preocupação sincera com o bem
estar do aconselhado.
b. Sinceridade: ser sincera significa ser espontâneo, mas não impulsivo, ser
franco, mas não insensível.
c. Empatia: é a capacidade de sentir o mesmo que o aconselhado.
O calor humano, a sinceridade e a empatia encontram-se entre os
atributos mais citados nas definições de um bom conselheiro; sob o ponto de
vista cristão, pode-se resumir tudo isso afirmando que a vida do conselheiro
deve demonstrar evidência do fruto do Espírito Santo: alegria, paz,
longanimidade, benignidade, fidelidade, mansidão, domínio próprio e o mais
importante de todos – o amor.
Uma forma fundamental de ajudar as pessoas é amá-las, pedir a Deus
que derrame seu amor pelos necessitados através de nós e orar para que ele
nos faça cada vez mais amorosos, o conselheiro cristão eficiente argumenta
Collins, procura desenvolver relacionamentos baseados no amor com seus
aconselhandos, mas também se esforça para conhecer e aplicar as técnicas
básicas de aconselhamento.
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AS TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO

Quando se trata de ajudar as pessoas, não existem fórmulas mágicas,


e existem algumas técnicas básicas usadas na maioria das situações de
aconselhamento.
a. Dar atenção. O conselheiro deve procurar mostrar ao aconselhando que está
prestando atenção a tudo que ele diz. Isso envolve: (a) contato visual; (b)
postura e (c) gestos – naturais. O conselheiro deve ser cortês, gentil e
fortemente motivado a compreender os outros.
b. Ouvir. Ouvir alguém exige uma participação ativa do ouvinte. Para que este
processo seja eficiente, o ouvinte deve:
 Ser capaz de deixar de lado seus próprios conflitos, tendências e
preocupações para poder se concentrar no que o aconselhando está
transmitindo.
 Evitar sutis expressões, verbais ou não, de desaprovação ou julgamento
em relação ao que está sendo dito, mesmo quando o conteúdo for
repugnante.
 Manter os olhos e ouvidos bem abertos para detectar mensagens
transmitidas pelo tom de voz, postura, gestos, expressões faciais e
outras pistas não verbais.
 Ouvir não apenas o que está sendo dito, mas perceber o que está
sendo omitido.
 Aguardar pacientemente durante os períodos de silêncio ou acessos de
choro em que o aconselhando está reunindo coragem para falar de
algum fato doloroso, ou apenas organizando o pensamento e se
recompondo para continuar a sessão.
 Olhar para o aconselhando quando ele estiver falando, mas sem
encarar nem deixar que os olhos fiquem passeando pela sala.
 Ter consciência de que é possível aceitar o aconselhando, sem que isso
signifique ter que compactuar com suas ações, valores ou crenças.

Ouvir atentamente é uma forma de dizer ao aconselhando “Estou


realmente interessado e me importo com o que você está dizendo”.
c. Responder.
 A condução é a técnica pela qual o conselheiro direciona a
conversação.
 Comentar é um meio de fazer o aconselhando perceber que estamos
acompanhando o que ele diz, e que conseguimos compreender como
ele se sente e o que pensa.
 Perguntar poder trazer uma série de informações.
 Confrontar é fazer nossas colocações de forma gentil, amorosa e sem
parecer que estamos julgando a outra pessoa.
 Informar é apresentar fatos e dados para serem assimilados pelas
pessoas.
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 Interpretar é explicar ao aconselhando o significado de seu


comportamento ou de outros eventos; é uma habilidade extremamente
técnica que ajuda bastante o aconselhando a ter uma visão mais clara
de si mesmo e das situações em que está envolvido.
 Apoiar e encorajar, inclui ajudar o aconselhando a lançar mão de seus
próprios recursos espirituais e psicológicos, encorajando-o a agir e
ajudando-o a enfrentar quaisquer problemas ou fracassos que essa
ação possa vir a provocar.

d. Ensinar. O conselheiro é um educador, que ensina através de instrução,


exemplo e orientando o aconselhando à medida que este aprende a lidar
como os problemas da vida, através da experimentação. Collins enfatiza que,
a resposta imediata é um instrumento poderoso no processo de
aprendizagem.
e. Filtrar. O trabalho será mais frutífero quando se aprende a ouvir com
sensibilidade, e saber que muitas das coisas ouvidas têm outro significado
além do aparente.

A prática ensina muito, mas todo cristão sabe que, geralmente para
conseguir esse tipo de sensibilidade é preciso orar a Deus, e pedir que ele dê
sabedoria, orientação e perspicácia, através de seu Santo Espírito.

O PROCESSO DE ACONSELHAMENTO

Cada aconselhando é um ser humano singular, e o conselheiro precisa


levar em conta as diferenças individuais em cada terapia, o autor diz que existem
etapas ou faces de aconselhamento:
a. Conexão. Essa é a etapa em que a relação entre aconselhando e conselheiro
se inicia e é consolidada.
b. Exploração. Esta é uma fase em que o aconselhando é estimulado a
expressar seus sentimentos.
c. Planejamento. Juntos, conselheiro e aconselhando elaboram um plano de
ação. Caso tentem pular esta etapa e as duas anteriores, o mais comum é
acabar em fracasso.
d. Desenvolvimento. Hora de praticar o plano de ação para atingir as metas.
e. Encerramento. O autor esclarece que o processo de aconselhamento pode
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ser muito complicado e desgastante, e ainda o processo não é linear e é


comum ocorrerem avanços e retrocessos entre as várias faces.

A IGREJA: DE SEUS DRAMAS À COMUNIDADE TERAPÊUTICA


Igreja é um lugar de pessoas salvas do pecado, mas que ainda
carregam as conseqüências nefastas das expressões do pecado em suas vidas,
as igrejas não estão preparadas para receber pessoas como comunidade de
cura e geradora de saúde integral. No entanto, entre muitas vocações, uma das
que a igreja possui é a de ser comunidade terapêutica, a grande chave para
entender tal vocação é a imagem bíblica da Igreja como Corpo de Cristo, cujos
membros são habitados pelo Espírito Santo e dotados de dons espirituais a fim
de equipar e preparar os crentes para o serviço e edificar o próprio Corpo.
Imagens bíblicas da igreja:
 A igreja como Povo de Deus (2Co. 6:16).
 A igreja como comunidade do Espírito Santo (At. 10:44-47).
Dizem que nossas necessidades mais profundas deveriam ser
supridas na igreja, a partir de relacionamentos saudáveis entre seus membros; a
igreja local é responsável pela saúde integral de seus membros, e não apenas
por sua vida espiritual como muitos pensam; a igreja de Cristo é lugar das muitas
manifestações terapêuticas e libertadoras de Deus em relação ao ser humano.
As esperanças de muitos vão se canalizando para aquelas igrejas que
possuem uma proposta terapêutica de vida em comunidade, que de alguma
forma responda às necessidades mais básicas do ser humano. Desenvolver a
integridade humana é o objetivo da igreja.
Na função terapêutica a igreja, precisa desenvolvem várias qualidades
básicas. Citação de algumas segundo Ricardo Zandrino:
1. Aceitação: é base do indivíduo;
2. Confissão: a verdadeira confissão gera crescimento e saúde no Corpo de
Cristo;
3. Perdão: a prática do perdão traz saúde ao indivíduo culpado, sendo de
libertação e renovação da própria vida;
4. Oração intercessória: orar/interceder por alguém traz saúde a quem quer
que seja;
5. Contato físico: há uma necessidade de toque físico em cada um de nós;
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6. Louvor;
7. Outras expressões de serviço.

JESUS COMO MODELO PARA UMA PASTORAL EM BUSCA DA SAÚDE


INTEGRAL
Jesus é o modelo que a igreja tem para o cumprimento da sua missão
integral no mundo, o modelo para uma poimênica que busca promover a saúde
integral no ser humano, ele relacionou seu ministério à questão da sanidade do
indivíduo, a mesma é descrita como evidência da presença do reino de Deus
entre as pessoas.
Jesus como modelo pastoral curador:
1. Olhar empático sobre as pessoas;
2. Atitude solícita;
3. Atitude de aceitação;
4. Atitude de perdão;
5. Quebra de preconceitos;
6. Através do serviço;
7. Amar até a própria morte.
A pessoa e a presença de Jesus eram por si só expressões de
sanidade e geradoras de saúde para aqueles que com Ele conviviam.
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Referências bibliográficas

Apostila O ESPÍRITO SANTO HOJE, Comunidade Cristã de Curitiba.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, 1ª


edição.

JOINER, Eduardo. Manual prático de teologia. Rio de Janeiro: Editora Central


Gospel, 2004, 2ª edição.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida, 2006, 2ª


edição.
DOUGLAS, J. D. O novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2006, 3ª
edição.
ALMEIDA, João Ferreira. Bíblia sagrada revista e atualizada. São Paulo: SSB,
2008, 2ª edição.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática atual e exaustiva. São Paulo: Vida Nova,
1999, 1ª edição.

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