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“I JUST SHOT JOHN LENNON”

Trabalho elaborado para a UC de Cultura nos Media, a partir do tema "Biopic e


cultura da celebridade"

Paulo César Gonçalves;


A44153;
Estudos Culturais (3º);
Universidade do Minho
RESUMO

Este trabalho tem por fim relevar o que de (mais) nefasto tem a chamada “cultura da
celebridade”, e de como a ‘paranóia’, muitas das vezes, generalizada, que a suporta,
pode(rá) terminar de forma trágica.

Aqui, em parcas linhas, serão elencados factos, mas também suposições, e até mesmo
especulações de cariz puramente conspirativo acerca de um assassinato (talvez, a par do
de Kennedy, o mais famoso da história) que, passados trinta e oitos anos, ainda faz
correr muita tinta.
QUEM ERA MARK DAVID CHAPMAN?

Mark David Chapman partilhava com Fred Astaire o mesmo dia de aniversário: 10 de
Maio, embora com cinquenta e seis anos de diferença (Astaire nascera em 1899,
Chapman em 1955).

Natural de Fort Worth, Estado do Texas, o estado-unidense Chapman cresceu em


Decatur, na Geórgia, numa infância marcada, sobretudo, por um pai distante. Na
adolescência, em plenos anos sessenta, desenvolveu uma obsessão pelos Beatles, mais
particularmente pela figura de Lennon.

Durante o liceu, após um período de consumo de drogas (e de ter, inclusive, desistido de


estudar), tornou-se cristão presbiteriano (born-again christian). Concluído esse grau de
ensino, trabalhou para o YMCA (Young Men's Christian Association) e foi nomeado
conselheiro dos refugiados vietnamitas em Fort Chaffee, Arkansas.

Em 1977, depois de uma experiência falhada na Universidade (desistência), Chapman


mudou-se para o Havai, onde tentou suicídio (por inalação de monóxido de carbono,
num carro alugado). Foi, inadvertidamente, salvo por um pescador japonês, e levado
para o hospital (Castle Medical Center). Nesse mesmo ano de 1977, começou a
trabalhar na instituição que o tratou, primeiro no serviço de manutenção, depois na loja
de impressão. Supervisores e colegas de trabalho dirigiram-lhe elogios (no que toca às
conduta e serviço demonstrados).

Em 1978, Chapman embarca numa viagem pelo mundo. Em 1979, casa com Gloria
Abe, a agente de viagens que o ajudou a planear a sua viagem pelo mundo. Ainda nesse
ano, em Dezembro, Chapman abandona o emprego no hospital e aceita um outro, como
segurança, num condomínio (Waikiki, 444, Nahua). Não aguenta lá um ano: despediu-
se a 23 de Outubro de 1980, assinando, nesse último dia em que trabalhou, “John
Lennon” (em vez do seu próprio nome).
A 27 de Outubro de 1980, Chapman adquire um revólver (calibre 38). A 30 do mesmo
mês, apanha um vôo para Nova York. Já na cidade, revela-se incapaz de comprar balas.
Assim, compra passagem para Atlanta. Lá, consegue as desejadas balas, voltando, de
seguida, a Nova York. De forma a evitar uma tragédia iminente, a sua esposa convence-
o a voltar para o Havai. Chapman faz o que ela lhe pediu.

Contudo, tendo por pretexto um suposto “crescimento pessoal, e até como marido”,
Mark Chapman consegue convencer a sua mulher de que precisa de viajar, novamente,
para Nova York, faltando a uma consulta de psicologia requerida pelo próprio, dias
antes. A 6 de Dezembro de 1980, dia de São Nicolau, Chapman aterra na “cidade que
nunca dorme”.

O QUE ACONTECEU A 8 DE DEZEMBRO DE 1980?

8 de Dezembro de 1980: Chapman, que estava hospedado no Hotel Sheraton, comprou


uma cópia de “The Catcher in the Rye”, na qual escreveu "This is my statement",
assinando "Holden Caulfield".

Passou o dia praticamente inteiro no exterior do Dakota, o edifício de Central Park


West, em Manhattan, onde Lennon e a sua família viviam. Nas palavras do próprio,
numa das suas (muitas) declarações para Jack Jones:

- I took my copy of the “Double Fantasy” album, and then, around 5 pm, the Lennon
family appeared. 'John, do you sign my album?', i asked. 'Sure!, he replied, ' and wrote
his name on it. He looked at me and asked 'Is that all you want?', and left.”

Esse momento foi imortalizado por Paul Goresh, fotógrafo.

Lennon enfiou-se num carro, com a esposa, Yoko. No seguimento, Chapman conheceu
Sean, o filho de cinco anos de Lennon e Yoko, passeando com a sua ama. Apertou-lhe a
mão e chamou-lhe “Beautiful boy”, como a canção de Lennon.
Chapman permaneceu fora do Dakota, até que Lennon e Ono voltaram para casa, entre
as 22:30 e as 23:00 daquele dia, vindos de uma sessão de gravação. Quando Lennon
passou por si, reconhecendo-o, Chapman esperou que ele ficasse de costas e disparou
por cinco vezes. Quatro desses tiros, ou balas, atingiram Lennon, nas costas e no ombro.
Mais tarde, a polícia confirmaria que a arma era o revólver, calibre 38, que o assassino
comprara em Outubro.

Chapman não esboçou qualquer tentativa de fuga. Nos entretantos, foi desarmado pelo
porteiro do Dakota. Quando a polícia chegou, Chapman lia, em voz alta, passagens de
"Catcher in the rye”, de J.D. Salinger. Lennon, que não podia esperar por ambulância,
dada a gravidade dos seus ferimentos, foi levado, pela polícia, numa viatura para o
Roosevelt Hospital, local onde foi declarado morto, às 23:07, pelo Dr. Stephan Lynn.

Chapman diria que alguns dos detalhes amplamente divulgados e relacionados com o
tiroteio não são muito precisos. Numa das suas entrevistas (a Jack Jones), declararia:

"When Mr. Lennon walked past me, i waited , took the gun and shot…", disse ele.
"I read, everywhere, since that time, that i called 'Mr. Lennon’ just before i took the
shots, but I didn’t. I just shot him. It was just me and him at the Dakota entrance, and I
knew who he was. I met him earlier in that day, and then i shot him.”

Chapman disse, ainda, ter escutado gritos, provavelmente de Yoko. O porteiro


aproximou-se de si, chorando, e pediu-lhe para que saísse. Antes disso, desarmou-o. No
seguimento, Chapman tirou o chapéu e o casaco, colocou as mãos na cabeça e começou
a caminhar em círculos, aguardando a chegada da polícia.

Chapman acrescentou que a acção havia sido inspirada por Holden Caulfield, o
personagem principal da obra "The Catcher in the rye”, no qual se revia:

“Reading that book was like saying ‘this is me’.”


POR QUÊ JOHN LENNON?

Este é o tópico mais confuso de todos, uma vez que as declarações de Chapman, quer no
interrogatório que se seguiu ao assassinato de Lennon, quer no julgamento, quer nas
entrevistas que começou a aceitar, a partir de determinada altura, e até nas audiências
para a possibilidade de liberdade condicional, não condizem, ou seja, são várias as
versões que o próprio apresentou. Também não é de menosprezar a temática, apetecível
para quem gosta de um bom mito urbano, ou de teorias da conspiração.

Primeiro, é preciso referir que o assassinato foi, como é óbvio, premeditado. Gloria,
ainda esposa de Chapman, corroborou essa versão ao jornal britânico “The Mirror”,
numa entrevista de 2018, por altura da última audição para a liberdade condicional do
marido. Ela afirmou que Chapman lhe havia dito que iria matar o músico, dois meses
antes do crime, em Outubro de 1980.

Segundo o mesmo jornal, Mark Chapman não matou Lennon nessa altura como prova
de amor pela esposa, que conseguiu fazê-lo regressar ao Havai, tendo ainda convencido
a mesma de que se havia livrado da arma.

Quando as notícias sobre a morte de Lennon começaram a aparecer, Gloria não teve
dúvidas:

"It was Mark. Two months before, he went to New York. He came back pretty messed
up, telling me that he had to kill John Lennon in order to get famous. He told me that it
was my love for him that saved the day.”

Mas, como se sabe, Mark David Chapman acabaria por regressar a Nova Iorque para
cometer o crime, algo com que a sua mulher não contava.

"He told me he had to return to New York, to grow up, both as adult and husband. And I
believed. He wanted us to spend more time alone, so that we could live a long and
happy marriage He also told me he got rid of the gun, throwing it to the sea, but he
lied.”

Portanto, quanto à premeditação, não restam dúvidas. Retomando o fio à meada,


elenquemos as diferentes razões para o crime (dadas pelo seu perpretador):

- Chapman queria ser famoso;

- Chapman estava mentalmente doente (marcara uma consulta psicológica, a que faltaria
por ter viajado para Nova York (com os resultados conhecidos por todos);

- Acreditava ser Holden Caulfield, personagem de “The Catcher in the Rye”. Chapman,
como Caulfield, não gostava de “falsos” (phonies), e começou a acreditar que Lennon
era falso (por pregar sobre a paz e a igualdade, mas viver em casas extravagantes);

- Chapman era um cristão devoto. Os comentários “bigger than Jesus” de Lennon


enfureceram-no;

- Chapman estava farto que Lennon criticasse os Beatles, ou os membros dos Beatles,
após o fim do grupo.

- Chapman declarou ter escutado “vozes” (ou Deus) que o incitaram a cometer o crime.

- Noutra ocasião, numa entrevista que aceitou dar (a Howard Stern), revelou que,
naquele dia 8 de Dezembro, apesar de ter pedido a assinatura de Lennon (no disco), ele
queria era a sua vida. Ficou com ambas;

- Antes da primeira audiência para liberdade condicional, em 2000, Chapman


apresentou outra razão: O pai indiferente (ou a indiferença do pai). Chapman disse ao
“Daily Express”, tablóide britânico, que o pai nunca falou com ele sobre a vida e os seus
problemas, nem nunca lhe transmitiu qualquer tipo de amor, nem em gestos, nem em
palavras. Ao matar Lennon, foi como se estivesse a despejar nele a raiva que sentia em
relação ao pai. Aliás, Chapman chegou a considerar a possibilidade de matar o pai;

Na série de entrevistas a Jack Jones, que iriam dar origem ao livro “Let me Take You
Down: Inside the Mind of Mark David Chapman”(1992), Chapman expressou remorsos
por ter matado Lennon, sobretudo por ser, para além de músico e famoso, uma pessoa e
um pai.

A partir daí, apesar de parecer, por vezes, derivativo, há uma certa coerência quanto ao
fim: a fama.

Chapman revelou que havia criado uma lista de pessoas, e que Lennon não era, sequer
o alvo principal. Dessa famigerada lista faziam parte o apresentador Johnny Carson, a
actriz Elizabeth Taylor, Lennon, entre outros. Chapman queria fugir ao destino do “Zé-
Ninguém” (“John Doe”). Voltando à lista, atentemos no seguinte: George C. Scott, o
famoso actor, também lá figurava. Chapman chegou a conseguir lugares, na primeira
fila, de uma peça (com Scott) da Broadway, equacionando matá-lo.

Em 2012, numa das audiências para liberdade condicional (a sétima), um dos membros
do conselho lançou a Chapman, em jeito de comentário, o seguinte:

- So, you’re saying that it wasn’t personal. You just wanted fame.

- Absolutely true. Nothing personal at all.

Chapman tentou falar com a viúva de Lennon, querendo passar a mensagem de que
nada tinha contra o marido como pessoa, mas apenas como famoso, e de que tinha sido
Lennon, mas poderia ter sido qualquer outra pessoa daquela lista.

Na última das audiências (até hoje), a décima, que se deu em 2018, um dos membros da
“Parole Board” colocou-lhe a seguinte questão:

- Why did you shoot the victim?

Chapman respondeu com um não surpreendente “Because he was very famous”.


A nova pergunta (desse mesmo membro), “what have you gained with it?”, Chapman
concluiu com um elucidativo “Fame and attention. Bottom line!”
E bastou (e o pedido de liberdade condicional foi, à imagem dos anteriores nove,
recusado).

TEORIA(S) DA CONSPIRAÇÃO?

Como em qualquer assunto profundamente mediático, à morte de John Lennon estão


associadas várias linhas de pensamento, digamos, alternativas. Lennon era uma figura
muito influente. Para além da música, foi um dos primeiros a utilizar a sua notoriedade
em prol de causas sociais em que acreditava ou nas quais se revia.

O seu activismo de esquerda, a sua alegada ligação ao movimento dos “Black


Panthers”, fizeram com que a CIA e o FBI o tivessem debaixo de olho. Nixon não
convivia bem com o antigo Beatle. O advogado e jornalista Fenton Bresler, com o seu
livro “Who killed John Lennon?” (1990), levantou a ideia de que Chapman poderá ter
recebido treino da CIA (e até ter estado envolvido no projecto secreto MK ULTRA).

QUEM É (OU QUEM TEM SIDO), DESDE ENTÃO, MARK CHAPMAN?

Mark David Chapman tornou-se vítima da sua sede por fama, fama essa alimentada por
razões hediondas. É, e tem sido, desde a noite de 8 de Dezembro de 1980, “o assassino
de John Lennon”. Mais nada.

Numa réstia de dignidade, quando a defesa se preparava para alegar insanidade, a 22 de


Junho de 1981, Chapman declarou-se, durante o julgamento, culpado.

A 24 de agosto de 1981, o juiz Dennis Edwards sentenciou prisão perpétua para


Chapman, recomendando-lhe tratamento psiquiátrico. Antes da sentença, Chapman leu
um trecho de "The Catcher in the Rye", de J.D. Salinger.

Chapman é quase uma personagem do folclore “pop”.


Em 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014, 2016 e 2018 foram negados os
seus apelos para liberdade condicional. Chapman defende que Lennon aprovaria sua
liberdade. Yoko Ono prefere não comentar. Depois de ver mais um pedido recusado,
Gloria, esposa de Chapman, afirmou que irá esperar por ele o tempo que for necessário.

Ela, também, não poderá almejar a mais do que ser “a esposa do assassino de Lennon”.

O ‘LEGADO’ LENNON/CHAPMAN

No cinema:

- “Chapter 27” (2007), um filme biográfico, explorando a figura de Mark David


Chapman, interpretado por Jared Leto. Escrito e realizado por Jarrett Schaefer, baseado
na obra “Let me take you down: inside the mind of Mark David Chapman, the man who
killed John Lennon”, de Jack Jones,. O título do filme é uma referência ao romance
“The catcher in the rye”, de J.D. Salinger (o livro tem vinte e seis capítulos: o
assassinato de Lennon é sugerido como sendo o vigésimo sétimo);

- “The killing of John Lennon” (2006), produção britânica, escrita e realizada por
Andrew Piddington, centrada na vida de Mark David Chapman (antes do assassinato de
Lennon);

- “The Lennon Report” (2016), escrito por Walter Vincent e dirigido por Jeremy Profe.
Centrado nos acontecimentos da noite de 8 de Dezembro de 1980;

Eventos/Acontecimentos:

- A cada 8 de Dezembro, em “Strawberry fields”, junto ao círculo “Imagine”, em


Central Park, acontecem concertos e homenagens a Lennon;
Na música:

- David Gilmour, dos Pink Floyd, escreveu e gravou a canção "Murder" em resposta à
morte de Lennon; a canção foi lançada no álbum a solo (de Gilmour) “About face”
(1984);

- Elton John escreveu, com a ajuda de Bernie Taupin, "Empty Garden (Hey Hey
Johnny)", para o álbum “Jump Up!” (1982);

- McCartney prestou a sua homenagem com "Here today", no seu disco “Tug of war”
(1982);

- Os Queen gravaram "Life is real", escrita por Freddie Mercury, para o álbum Hot
Space (1982), em tributo a Lennon;

- Bob Dylan escreveu e gravou a canção "Roll on John", para o seu álbum, “Tempest”
(2012).

- "Don't Call Me Mark Chapman", faixa do disco “Autogeddon”(1988), de Julian Cope,


apresenta uma letra como se tivesse sido escrita a partir do ponto de vista do assassino;

- Os “And You Will Know Us by Trail of Dead” gravaram uma canção com o título
"Mark David Chapman" para o seu álbum “Madonna” (1999).

- Os “Mindless Self Indulgence” produziram uma faixa cujo título era"Mark David
Chapman", para o seu álbum “If” (2008).

O LEGADO LENNON/CHAPMAN (2) – A CANÇÃO “I JUST SHOT JOHN


LENNON”

"I Just Shot John Lennon" é uma canção do disco “To the faithful departed”, da banda
irlandesa The Cranberries. Num estilo “punk”, o grupo narra os acontecimentos daquela
fatídica noite. Os versos “Oh a sad and sorry and sickening sight; It was a sad and
sorry and sickening night;, uma espécie de comentário mais pessoal, aplicam-se, de
forma cabal, à resposta de Chapman, quando lhe perguntaram “Do you know what you
did?”.
- I just shot John Lennon., respondeu.

O “just” assume, aqui, uma espécie de elemento banalizador do momento: parece mais
um “apenas”, ou até um “só”, do que um “acabei de”, mesmo que esta última expressão
pareça, já por si, uma fria aceitação dos factos.

Daí o título da canção.

CONCLUSÃO

Autor, repórter e investigador, Jack Jones entrevistou, durante cinco anos, Mark David
Chapman. Não encontro conclusão mais apropriada para este trabalho do que este
trecho (p. 252) da obra “Let Me Take You Down: Inside the Mind of Mark David
Chapman, the Man Who killed John Lennon” (1992), do referido autor (obra essa que
nasceu a partir das entrevistas):

"Celebrities have taken the place of heroes and they exist in a culture where it seems
almost impossible for heroes to exist. They're pure figures of fantasy from the
beginning. Almost all of them arise out of the entertainment industry, which traffics in
fantasy. They hardly have any existence, actually, aside from their celebrity and the
celebrity status is quite devoid of substance or content. That of course is an
exaggeration but it does serve to distinguish heroes from celebrities and to distinguish
the kind of feelings they evoke in people, which is a much more intense kind of
identification. And that's where the distinction between the celebrity and the fan seems
to get obliterated. It's hard to remember they're not you, because they're so fully
invested with your fantasies and they are addressing them so directly, invoking them,
asking for just that kind of identification.”

BIBLIOGRAFIA E CITAÇÕES

JONES, Jack, “Let Me Take You Down: Inside the Mind of Mark David Chapman, the
Man Who killed John Lennon” (1992);
BRESLER, Fenton, “Who killed John Lennon?” (1990);

CRANBERRIES, The, “I just shot John Lennon” lyrics, “To the faithful departed”
(1996).

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