Sei sulla pagina 1di 2

Ressurreição uma realidade absolutamente nova

Nós cristãos acostumamos com a palavra ressurreição até porque o fundamento de


nossa fé está centrado justamente nesta palavra. As nossas celebrações litúrgicas todas têm
como ponto de partida e ao mesmo tempo o de chegada a realidade da ressurreição. O
Apóstolo Paulo chega a dizer que “se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia
também é a nossa fé” (1Cor 15,14). De tal modo que a palavra ressurreição foi a grande
novidade nos primeiros momentos do cristianismo e por conseqüência uma velha conhecida
no mundo cristão. Mas uma questão me inquieta: a palavra ressurreição nós conhecemos,
entretanto, o que é a ressurreição? O que entendemos desta realidade que chamamos de
ressurreição?

Primeiro é bom deixar claro que a idéia de vencer a morte está presente de alguma
forma em várias culturas. Muitos mitos e lendas sobre divindades que morriam e voltavam à
vida seguindo o ciclo das estações (o inverno representava a morte e a primavera representava
a ressurreição) podem ser encontrados na antiga Mesopotâmia e também em Canaã, culturas
que sem dúvida deixaram um grande legado à literatura bíblica. Mas vencer a morte, reviver,
não é propriamente ressuscitar. Na concepção cristã ressuscitar é algo infinitamente maior do
que voltar a vida ou reviver. Só para exemplificar, já no Antigo Testamento a idéia de superar a
morte está presente em vários textos. O Profeta Elizeu “ressuscitou” um menino (Cfr. 2Rs 8,1);
Isaías fala sobre a ressurreição (cfr. Is 26,14.19); Oséias também profetiza sobre a ressurreição
(cfr. Os 6,2); Ezequiel apresenta uma imagem surpreendente sobre ossos que foram
revivificados (cfr. Ez 37,1-14); Daniel expressa claramente sua crença na ressurreição (cfr. Dn
12,2) e o segundo livro de Macabeus apresenta uma grande confiança na ressurreição dos
mortos (cfr. Mc 7,9; 12,44). Todavia, o Antigo Testamento não nos apresenta a realidade da
ressurreição anunciada e vivida por Jesus de Nazaré. Em Jesus temos uma realidade nova,
podemos dizer absolutamente nova, já que pela primeira vez temos de fato uma ressurreição
(Jesus é o primogênito dentre os mortos) e não uma volta à vida. Diferente dos fatos ocorridos
no Antigo Testamento que foram chamados de ressurreição, mas, que na verdade era uma
revivificação, Jesus não voltou para a mesma vida que tinha antes, Ele ressuscitou, isto é, a
morte já não tem poder sobre Ele (Rm 6,9).

Um fato que atesta e expressa muito bem a diferença do ocorrido com Jesus e as
“ressurreições” que aconteceram no Antigo Testamento está justamente na palavra usada
para falar de ressurreição. Na verdade não existe uma palavra no Antigo Testamento que
expressa a idéia de ressurreição como Jesus anunciou. Os textos que falam sobre ressurreição
no Antigo Testamento (como os que citamos acima) usam normalmente a palavra qwm (a
pronúncia é “cum”) que significa levantar-se, ficar em pé, ressurgir, etc. Por conseqüência a
idéia de voltar a vida ou ressuscitar. Aliás, Jesus usa esta palavra no episódio da “ressurreição”
da filha de Jairo ( Talitha kum, cfr. Mc 5,41). Contudo, esta palavra não significa ressurreição. A
ressurreição anunciada e atestada por Jesus é algo diferente, pois tem de certa forma uma
ligação com a vida atual, mas, ao mesmo tempo é uma realidade completamente nova, onde
as pessoas não se casam e nem se dão em casamento, serão como anjos (cfr. Mt 22,30).
Noutras palavras, podemos concluir que a pessoa é a mesma, mas a realidade é totalmente
outra.

Outro fato que nos ajuda compreender de modo definitivo a nova realidade da
ressurreição são as aparições de Jesus ressuscitado. Os evangelistas nos mostram claramente
que depois de ressuscitado Jesus não foi reconhecido por seus discípulos. Por exemplo, no
caminho de Emaús, Jesus apareceu para dois dos seus discípulos, caminhou e conversou com
eles e não foi reconhecido (cfr. Lc 24, 12-32); O reconhecimento se deu nas atitudes de Jesus
(no partir do pão) e não na sua aparência. O mesmo aconteceu com Maria Madalena (cfr. Jo
20, 11-17) que conversou com Jesus e não o reconheceu senão depois de uma expressão
própria do Mestre. Ainda na aparição de Jesus junto ao lago de Tiberíades percebe-se
claramente a confusão dos discípulos (Pedro inclusive). Por que os discípulos de Jesus que
conviveram com Ele depois de três dias não conseguiram reconhecê-lo? Jesus está diferente,
mas, ao mesmo tempo é o mesmo Jesus já que suas atitudes o revelam. Como isto é possível?
Não sabemos. O que sabemos é que a ressurreição anunciada e inaugurada por Jesus é uma
realidade nova, misteriosa. O mais importante, porém, é que somos convidados a fazer a
experiência da ressurreição que já está presente em cada atitude verdadeiramente cristã.

Uma feliz Páscoa!

Potrebbero piacerti anche