Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
ESCOLA DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
Trabalho de Projeto
Évora, 2018
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
ESCOLA DE ARTES
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
Trabalho de Projeto
Évora, 2018
NOTAS / OBSERVAÇÕES:
Fernando Sabino
O ENCONTRO MARCADO, (III - O escolhido), 1956
(1)
SABINO, Fernando Tavares (1981). O encontro marcado. (32ª edição). (p. 147). Rio de Janeiro: Editora Record
Excerto adaptado do original "De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido
antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."
A Todos os que, em geral, me ajudaram e contribuíram na realização deste trabalho,
aos Professores João Matos e Pedro Pacheco, assim como aos meus Parceiros de Projeto
Avançado III e IV, Ana Filipa de Oliveira e Fábio Antão, pelo prazer que me deram no
decorrer daquele ano letivo, pelos estímulos constantes, assim como pelas inúmeras
conversas e discussões que fortificaram as bases do trabalho que agora apresento,
à Dona Rosa e ao senhor “Manel", pelo acolhimento que me deram, pelas boas conversas e
boa companhia e, acima de tudo, pela preocupação e disponibilidade prestados em prol da
comunidade que representam,
à PATRÍCIA, o meu grande pilar, não só pelo incansável apoio, paciência e compreensão ao
longo do meu percurso, por vezes instável, mas também pelo imenso amor, carinho e
cumplicidade demonstrados nos bons e maus momentos,
por fim, à minha FAMÍLIA, pela educação digna e adequada que me deram, pelo carinho,
amor e incentivo incondicionais, acautelando-me sempre acerca dos inúmeros
deslumbramentos da realidade presente,
XIII ABSTRACT
XIV OBJETO
XV OBJETIVOS
XVI METODOLOGIA
(2015 - 2016) p. 038 "SISTEMATIZAR O LIMITE – ENTRE A TERRA E O MAR, ÁGUA E CULTURA"
(2017) PROJETO AVANÇADO III E IV
p. 154 BIBLIOGRAFIA
RESUMO ABSTRACT
The following thesis suggests a revision and critical reflexion over the undertanking exercise
A presente dissertação propõe uma revisão e reflexão críticas ao exercício de projeto entregue no delivered in the “Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium BCP”, based in the
“Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium BCP”, fundamentadas no estudo e study and analysis of the public spaces limits in the physical, visual and metaphorical link with its
análise dos limites do espaço público na relação física, visual e metafórica com a sua envolvente. surroundings.
Neste contexto, o ritmo de crescimento desapropriado e desequilibrado entre o núcleo urbano de In this context, the unappropriated and uneven flow of growth between the urban core of Sines and its
XII XIII
Sines e o seu complexo industrial e portuário originaram a separação entre a cidade e a sua frente industrial complex comprising the harbour created the separation between the city and its ocean
mar, um “virar as costas” ao meio que, desde a sua origem, foi o seu principal recurso de front, an authentic “back out” to the surroundings, responsible for its first resource of fomentation
fomentação. Esta dessincronização provocou um conflito entre sistemas (urbano, natural e since the dawn of times. This desynchronization creates a conflict between systems (urban, natural
industrial), motivando a rutura e parcialização do território sineense. A falta de integridade provocou and industrial), motivating the rupture and fragmentation of Sines’ territory. The lack of integrity
o aparecimento de espaços obsoletos e expetantes, lugares que, aparentemente esquecidos, caused the appearance of obsolete and expectant spaces, places that, apparently forgotten,
provocam desordem sobre a paisagem, assim como incapacidade de atração da mesma. generate chaos over the landscape as well as the inability to lure and create appealing factors.
Desta forma, a resposta à problemática da investigação desenvolvida é apresentada com base em Thus, the answer to the problematic of the developed investigation is provided based in new
novas abordagens e perspetivas que integram e evidenciam os limites na definição de um approaches and perspectives that integrate and highlight the limits in the definition of a certain place,
determinado lugar, de uma cultura e das ações a desenvolver. a certain culture and the actions to develop.
PALAVRAS-CHAVE: SINES; PAISAGEM; ESPAÇO PÚBLICO; LIMITES; INTEGRAÇÃO KEY WORDS: SINES; LANDSCAPE; PUBLIC SPACE; LIMITS; INTEGRATION
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
OBJETIVOS
OBJETO
No âmbito deste trabalho interessa, como objetivo geral, procurar uma resposta à seguinte questão:
- podem, na contemporaneidade, os limites de um determinado lugar atuar como geradores
A presente investigação tem como objeto de estudo um espaço obsoleto no território de Sines, um
de espaço público?
“vazio” amorfo provocado pelo crescimento desequilibrado entre o núcleo urbano e o complexo
industrial e portuário. Este lugar de impunidade, situado no limite entre terra e mar, está estritamente
Tendo em conta que a exposição e interação de um lugar perante as condicionantes climatéricas,
posicionado numa relação física com o Pontal/Miradouro de Santa Catarina (alvo de uma intensa
assim como a sua abertura à envolvente lhe conformam diferentes formas no imaginário coletivo e
incisão topográfica), o que o torna parte integrante de um “marco” geográfico, assim como ponto de
na abrangência da inclusão de todos os indivíduos, podemos também enunciar objetivos específicos
charneira, por um lado entre a encosta topograficamente acidentada, localizada a norte, e o mar a
pertinentes para o desenvolvimento desta pesquisa:
sul; por outro entre os armazéns de produção de aquacultura e o terminal de contentores a este e, a
- como objetivo primeiro, é procurado perceber qual o caráter integrador que os limites de um
oeste, o núcleo urbano e a Praia de Vasco da Gama. É, neste momento de transição entre a vivência determinado lugar podem desempenhar na criação de espaço público, assim como de que
coletiva da cidade e a imposição de um poder jurídico, por parte da administração do porto, que se forma o seu papel tem influência num desenho oportuno em função da urbe, infraestruturas
potencia o materializar de um lugar de caráter público como de oportunidade de devolução do mar à e respetiva envolvente. Pretende-se, desta forma, explorar uma oportunidade de relação
cidade de Sines e ao seu povo. entre o espaço público e o território (urbano ou suburbano) que o envolve, assim como a
pertinência que uma decisão arquitetónica toma na fomentação dos espaços de utilização
coletiva.
XIV - como objetivo segundo, surge imediatamente a devolução e exponenciação da relação XV
entre a cidade de Sines e o mar. Com a criação de uma praça pública que redesenha a linha
de costa, numa procura de intimidade com o mar, é proporcionado o (re)aproximar da
população sineense com o que sempre foi parte integrante da cultura deste território, da sua
génese. Interessa perceber como é que um lugar que permaneceu expetante ao longo de
várias épocas, sem caraterísticas particulares que motivem ao encontro ou permanência de
pessoas, se aborda e transforma num lugar de particular vivacidade, num lugar com
identidade própria onde se cruzam culturas e se trocam experiências. Torna-se então
pertinente procurar entender como o espaço é ocupado pelos seus utilizadores, assim como
a sua organização e propriedades físicas se tornam essenciais para gerar, manter e
estabelecer padrões de movimento e conduta dos indivíduos que o ocupam.
ESTADO DA ARTE
Na história de Sines, os séculos XIV e XX foram momentos cruciais para a prosperidade do seu
território. A 24 de novembro de 1362, Sines ganha autonomia administrativa em relação a Santiago
do Cacém, sendo elevada a vila após carta de Dom Pedro I. A sua posição limítrofe ao mar, assim
como a constante valorização do seu porto marítimo tornaram-se decisivos na forma de potenciar a
expansão do comércio via mar, correspondendo ao crescimento do índice populacional naquela
época. Já na década de 70 do séc. XX, com a criação do complexo industrial e portuário, a
população da área de Sines expande-se exponencialmente em cerca de 92%, respondendo a uma
necessidade de mão de obra operária, o que forçou o território a uma grande pressão urbanística e
infraestrutural.
Algumas obras assumem assim um papel fundamental nesta investigação, obras essas que reúnem
informação histórica e atual pertinente para responder aos objetivos formulados, na qual a sua
METODOLOGIA leitura/consulta se revela indispensável tanto na compreensão do tema da dissertação, como do
resultado final obtido.
A metodologia a adotar nesta investigação assenta num processo contínuo de pesquisa,
interpretação crítica e criação arquitetónica, próprios de um projeto de arquitetura. Nenhuma das REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
etapas de desenvolvimento deste trabalho é estanque, sendo encaradas como um processo LOPES, Francisco Luiz (1850). Breve Notícia de Sines, Pátria de Vasco da Gama. Lisboa:
evolutivo ao nível de investigação, resultante do cruzamento dos conhecimentos adquiridos ao longo Typhographia do Panorama
do desenvolvimento das diferentes fases. A presente publicação foi a base para se iniciar a narração da história de Sines. Trata-se da
Desta forma, o presente estudo divide-se em três partes fundamentais: primeira monografia que descreve este território, uma notícia que faz uma descrição global
da vila e concelho até ao ano de 1850.
INVESTIGAÇÃO
- a primeira fase de investigação debruça-se na recolha de informação gráfica e descritiva a PATRÍCIO, Sandra (coord.) (2012). O concelho de Sines da fundação à época moderna. Sines:
nível: Câmara Municipal de Sines
- histórico: contextualização e caraterização do território de Sines, relativamente às Este volume elabora uma contextualização de Sines, compreendida desde os tempos
distintas fase de ocupação e apropriação do mesmo; remotos até aos dias de hoje. Começa por contextualizar a elevação de Sines a vila, através
- etnográfico: verificação dos costumes e culturas do povo de Sines, resultantes da da carta de 1362, assim como a delimitação do concelho em 1364 e respetiva atribuição do
sua relação com o mar; foral manuelino, o foral novo de 1512. Procede, de seguida, à descrição de Sines desde a
- poético: recolha de vastas obras, desde literárias a artísticas, que traduzem o idade média até à época contemporânea, relatando a sua evolução histórica.
discurso histórico de um território habitado desde tempos remotos;
- territorial: reconhecimento do território e paisagem de Sines, assim como dos Presidência do Conselho (1973). Plano Geral da Área de Sines. (1ª edição). Lisboa: Gabinete da
limites da área de jurisdição pertencente à administração do porto; Área de Sines
- visual/artístico: recolha das ilustrações e gravuras representativas tanto do Esta publicação traduz os objetivos principais para a implementação, no território de Sines,
território, como dos costumes do povo de Sines; de uma zona concentrada em indústrias, a construção de infraestruturas portuárias, assim
- construtivo: levantamento dos processos construtivos aplicados naquele território, como de uma nova cidade (Vila Nova de Santo André), dimensionada para 100 mil
XVI tanto a nível do núcleo urbano, como das instalações industriais e portuárias. XVII
habitantes. Através desta constituição, estabelecida pelo GAS, são delineados um conjunto
de trabalhos que envolviam, naquela época, uma área de atuação de 41 mil hectares.
- a segunda fase de investigação resulta na seleção dos casos de estudo a analisar:
Playgrounds, 1947 DE CARVALHO, Alcídio Ferreira Torres (2005). Porto de Sines – Porta Atlântica da Europa. Sines:
Aldo van Eyck, Amsterdão Administração do Porto de Sines
Plaza del Tenis, 1975 Este volume faz uma contextualização e caraterização da cidade de Sines, relatando como
Luis Peña Ganchegui, San Sebástian tudo começou e no que se tornou, desde a sua origem até à atualidade. É uma obra que
Wheatfield - A Confrontation, 1982 documenta e fundamenta a vocação marítima de Sines ao longo da sua vasta ocupação,
Agnes Denes, Manhattan mostrando a história de um porto marítimo que se iniciou com a instalação do povo romano e
que, com o aparecimento da APS em 1977, se tornou num complexo portuário e industrial
ANÁLISE notável, consolidado como um dos principais ativos geoestratégicos do país.
- elaboração e redesenho de peças gráficas, tais como desenhos técnicos e esquiços
sobrepostos a bases cartográficas, bem como a conceção de maquetas de análise e REFERÊNCIAS CARTOGRÁFICAS
exploração da ideia de limite enquanto componente integrador e definitório de um lugar; Dentro do paradigma da cartografia antiga, o Instituto Geográfico Português e o Sistema de
- análise e comparação dos casos de estudo abordados, de modo a clarificar a construção Informação para Documentação Cartográfica do Exército Português contêm uma coleção
de um enunciado que responda à pertinência da caraterização de um espaço público a partir abrangente de cartografia histórica relativa a Sines, elementos gráficos cruciais para analisar e
dos seus limites. estudar o desenvolvimento urbano da cidade e a morfologia topográfica que hoje é oculta pelas
intervenções industriais e portuárias.
CONCLUSÃO Relativamente à gestão urbanística de Sines, estão disponíveis, na secção de Urbanismo da página
- conceção da ideia de projeto para o objeto abordado, relativo ao trabalho "Sistematizar o web do município, as ferramentas de ordenamento do território, desde o PDM ao PP da cidade.
Limite", com base no uso da atividade de projeto para experimentação e procura de soluções A nível de levantamento topográfico, a CMS possui um levantamento geral da cidade e da sua
arquitetónicas apoiadas na investigação bibliográfica; envolvente próxima. Quanto à zona específica que compreende a área portuária e frente marítima, a
- redação da dissertação com base nas análises realizadas, no cruzamento de dados e na APS tem um levantamento topográfico detalhado com toda a sua superfície de jurisdição.
dedução das respetivas conclusões.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
"Sistematizar o limite – entre a terra e o mar, água e cultura" é um trabalho académico desenvolvido
por Ana Filipa de Oliveira, Fábio Antão e Tiago Saraiva para o "Concurso Prémio Universidades
Trienal de Lisboa Millennium BCP". Trata-se de um exercício que responde ao concurso de ideias
lançado pela TAL, propondo uma solução para a dicotomia entre a cidade de Sines e o seu
complexo industrial e portuário. Com incidência num lugar expectante e amorfo, foram clarificados e
definidos novos limites para a linha de costa onde é sugerida, num amplo “vazio” confinante com o
mar, a base para o desenvolvimento desta dissertação.
No âmbito do programa de Regeneração Urbana de Sines, que potencia a reabilitação da cidade e a
transformação da sua frente marítima, são apresentadas algumas propostas com o objetivo de
reconciliar a cidade com a sua vocação atlântica. De entre as propostas entregues pelos ateliers
PROAP, Laura Roldão Costa e Entreplanos, destaca-se o projeto vencedor proposto pelo atelier
GIPP, que promove uma ligação funcional entre o centro histórico e a sua linha de costa.
VISTA AÉREA DO TERRITÓRIO ESTE DE SINES
01. "SINES: NÚCLEO
URBANO,
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA
PORTUÁRIA"
CONTEXTUALIZAÇÃO E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM ESTUDO
ENUNCIADO
(2015)
(2017)
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
LUGAR
Sines constituiu opção para a construção de um grande porto industrial por reunir condições
fundamentais, como um porto de águas profundas com condições batimétricas de costa –
para ancoragem e transhipment – e plataforma territorial – hinterland – capaz de receber
toda a cadeia de indústrias decorrentes da sua atividade. A APS - Administração dos Portos
de Sines e Algarve, Sa. é parceiro e concorrente dos Portos de Valência, Algeciras e
Tânger/Med, no trânsito de cargueiros que navegam no Mediterrâneo e Atlântico. O terminal
de contentores (em expansão) e o porto de graneis líquidos, com 5 terminais de grande porte
(com possível expansão até 10), são os principais motores desta indústria, uma OBJETIVOS
complementaridade que apresenta condições ótimas de flexibilidade operacional para um
conjunto alargado de empresas logísticas. O espaço físico do porto agrega um conjunto de
concessões e licenças de um grande número de empresas de diversas nacionalidades. Os "O exercício coloca-se no limite entre a transformação poética e a experiência política. O seu
seus limites percorrem e conformam a linha de costa, expandem-se por 12 milhas no interior objetivo principal é equacionar a potência produtiva do lugar. Quatro tópicos organizam e
questionam objetivos complementares:
"CONCURSO PRÉMIO UNIVERSIDADES do mar e incorporam, no hinterland, alguns espaços complementares fora da sua vedação,
como é o caso da exploração da pedreira.
ENQUADRAMENTO DE SINES
(2015 - 2016)
(2017)
“Banha o dilatado Oceano a parte mais Ocidental da Província do Alentejo, que estende a
sua costa desde o istmo, ou península de Tróia (...) Até ao Cabo de S. Vicente, ou
Promontório Sacro (...) Corre a costa de Norte a Sul, e daquele istmo até ao pequeno rio
Odeseixas, que divide a mesma Província do Reino do Algarve, haverá vinte e cinco léguas,
que se dilatam em praias, baías, rochedos, restingas, e cabos. No meio desta mesma
distância está a antiga, e célebre Vila de Sines; que, ainda que não tenha muita antiguidade
no seu foral, pois lhe foi dado por El-Rei D. Manuel em primeiro de Julho de 1512 com tudo
pelo que os Historiadores a celebram pela admirável trasladação do corpo do bem
aventurado S. Torpes, e inscrições antigas, que nela se acharam do tempo dos Romanos,
tem mais de dois mil anos de sua fundação. Está bem assentada em lugar iminente ao mar,
que forma uma baía em semicírculo, que olha ao Sul, com bom fundo, onde podem ancorar
todo o género de embarcações abrigadas dos ventos, não sendo Sul, ou Sudoeste, que
nesta parte descompõem muito os mares, levantando-os em formidáveis ondas. Mas nestas
ocasiões recolhem as embarcações de menos fundo em uma calheta, na qual estão seguras
de todo o perigo, por estar guardada do recinto de uma muralha, a que chamam Rebelim." (6)
VILA NOVA DE
SANTO ANDRÉ
PELO OCEANO
ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO
Sines(a) é, desde 12 de julho de 1997, sede de município do seu concelho. O território albergado pelos seus (b)
limites de jurisdição pertence ao distrito de Setúbal, região do Alentejo e sub-região do Alentejo Litoral.
Quanto às suas fronteiras, Sines é limitada a norte e a nascente pelo concelho de Santiago do Cacém, a sul
pelo concelho de Odemira e, a poente, pelo Oceano Atlântico, que banha a sua vasta frente marítima, de
aproximadamente 53 km de extensão.
Situado no centro da faixa costeira alentejana, a cerca de 150 km a sul de Lisboa(b) e aproximadamente a
130 km a norte de Sagres(c), Sines é o concelho com menores dimensões da sub-região do Alentejo Litoral,
com perto de 203,30 km2, mas que, por sua vez, contém a maior densidade populacional da região do
Alentejo, com cerca de 70 hab./km2, num total de 14 238 habitantes (INE, 2015). Este fator estatístico deriva (g)
(f)
SINES
da presença significativa de população residente nas suas duas freguesias, Sines e Porto Covo(d). O seu (a) 1
PÁGINA 013 clima apresenta-se do tipo mediterrânico, onde a estação quente decorre moderadamente e, a fria, de forma (d)
2
PÁGINA 014
"SINES: NÚCLEO
URBANO,
tépida, que resultou numa temperatura média anual de aproximadamente 16,9º em 2016. CONTEXTUALIZAÇÃO
E CARATERIZAÇÃO
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA
Atualmente o concelho de Sines é maioritariamente reconhecido pelo desenvolvimento da sua atividade DO ESPAÇO EM
ESTUDO
PORTUÁRIA"
industrial e logística, assim como por se tratar da primeira e maior região industrial e portuária portuguesa. 3
Devido à sua localização tangencial ao mar, Sines é também caraterizada pelo seu património natural,
presenciado não só pelo extenso areal de praias e dunas, mas também pelo facto de ter na sua posse,
embora que parcialmente, o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. A referida área,
classificada a 7 de junho de 1995 como zona costeira protegida, desenvolve-se desde a Ribeira da
Junqueira, pertencente ao município de Sines, até à praia da Boca do Rio (e), no município de Vila do Bispo.
Paralelamente à situação geográfica privilegiada e ao seu clima favorável, que foram fulcrais para o seu
desenvolvimento socioeconómico e turístico, a sua propagação industrial originou a criação de um novo (c) (e)
núcleo urbano para dar, como principal resposta, alojamento aos funcionários do porto. Num perímetro
REGIÃO DO ALENTEJO
próximo, a cidade de Santiago do Cacém(f) era o aglomerado urbano mais propício ao seu desenvolvimento SUB-REGIÃO DO ALENTEJO LITORAL
mas que, por se tratar de um centro urbano de caráter agrário e de pequenas dimensões, não manifestou CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM 1
espaço nem condições para o projeto. Surgiu então, com um planeamento urbano criado de raiz, a Vila CONCELHO DE SINES
CONCELHO DE ODEMIRA
2
3
Nova de Santo André(g), implantada no concelho de Santiago do Cacém. Estruturada segundo princípios PARQUE NATURAL DO SUDOESTE ALENTEJANO E COSTA VICENTINA
modernos de urbanismo, baseados no conceito de cidade-jardim implementado pelo pré-urbanista Ebenezer LIMITE DO DISTRITO DE SETÚBAL
Howard, a nova vila destacou-se pela projeção de espaços públicos qualificados e pela abundância de DIVISÃO DE FREGUESIAS DO CONCELHO DE SINES
RIBEIRA DA JUNQUEIRA
espaços verdes e de lazer disponibilizados à população.
Deste modo, a triangulação Sines/Santiago do Cacém/Vila Nova de Santo André tornou-se, desde a década ESQUEMA INTERPRETATIVO DA REGIÃO DO ALENTEJO
de 50, num ciclo polarizado de desenvolvimento social, industrial e económico para a região. (DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA DISPONIBILIZADA
NO ENDEREÇO ELETRÓNICO CIGEOE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
0 25 50 100 km
PORTO COVO
0 1 2.5 5 km
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
VILA NOVA DE
SANTO ANDRÉ
SANTIAGO DO CACÉM
SISTEMA GEOLÓGICO
Num contexto geral, o estrato geológico do litoral alentejano apresenta-se maioritariamente coberto por uma
leviana camada de areal. As suas praias, a norte, são compostas de calcário modificado por rochas
eruptivas, caraterísticas da zona do promontório de Sines. A sul, surgem os solos xistosos, também estes
modificados pelo contacto com as mesmas rochas.
De localização singular, a cidade de Sines(a), antiga vila piscatória, está implantada sobre um afloramento
rochoso eruptivo, que assume uma estrutura firme e maciça. Este conjunto geológico, o Maciço Ígneo de
Sines, manifesta-se como o único acidente notável na costa alentejana, coberto em grande parte por um
estrato de sedimentos arenosos. O referido estrato rochoso, corretamente denominado de Maciço Intrusivo
Sub-vulcânico de Sines, tem um alongamento ligeiramente convexo para sudoeste, com a sua formação
direcionada de este para oeste, aproximadamente. Ao designar-se como “sub-vulcânico”, permite comprovar (b)
que as últimas fases da sua formação e instalação ocorreram já numa atmosfera relativamente próxima da
superfície terrestre. A sua composição encontra-se maioritariamente submersa, constituída em grande parte (a) SINES
por rochas intrusivas, emergidas de uma natureza magmática e tectónica. Estas rochas são compostas por
PÁGINA 015 gabro-dioríticos e sieníticos, as primeiras caraterísticas pela sua tonalidade escura e, as seguintes, pela sua PÁGINA 016
"SINES: NÚCLEO CONTEXTUALIZAÇÃO
URBANO,
INDÚSTRIA E
gama cromática mais clara, formadas a partir do arrefecimento e cristalização de um magma de (c) E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM
ESTRUTURA
PORTUÁRIA"
profundidade. ESTUDO
Devido à sua estratificação geológica, Sines apresenta uma elevada taxa de perigosidade e vulnerabilidade
sísmicas, fator previsivelmente ocorrente pelas suas falhas ativas, pela natureza do estrato e substrato
geológico e pela expansão e distribuição urbanas da cidade.
Deste modo, a formação do Maciço Ígneo, que domina em mais de 70% de toda a área urbana de Sines,
tornou-se numa importante fonte de sedimentos para a superfície terrestre do litoral alentejano, assim como
constitui uma barreira perante as correntes que se desenvolvem no fundo do mar e sua consequente
ondulação predominante. Ao surgir como uma obstrução às marés, não permite que os sedimentos litorais,
acumulados a norte do cabo de Sines(b), sejam transportados naturalmente para sul, nomeadamente para a
zona portuária, evitando assim a sua interferência no trânsito marítimo costeiro.
Por outro lado, devido a ser um afloramento rochoso com boa capacidade de suporte e com boas MACIÇO ÍGNEO DE SINES
caraterísticas para a materialização de diversas construções, desempenhou desde logo um papel LINHA DE COSTA ANTERIOR ÀS INTERVENÇÕES PORTUÁRIAS
fundamental na implantação da ancestral vila de “Sinus”(7), assim como na sua posterior expansão urbana e FALHA PROVÁVEL OCULTA
0 0.75 1.5 3 km
PORTO COVO
VILA NOVA DE
SANTO ANDRÉ
SISTEMA OROGRÁFICO
"Sines está situada nos confins da Estremadura. É construída sobre uma comprida faixa de terreno, que avança muito, sempre
estreitando, pelo mar dentro. Santiago do Cacém, a povoação que lhe fica mais próxima, dista dela ainda assim quinze quilómetros. A
meio da estrada, que de Santiago ali conduz, a paisagem muda logo de aspeto. Desaparecem as altas serras, os umbrosos vales, o
SANTIAGO DO CACÉM
frondoso arvoredo, os lavrados talhões de terra vermelha. Na planície começa a despontar toda a flora das charnecas e dos areais:
rosmaninho, tomilho, murta, camarinheiras, urzes e cardos. Os álamos da estrada, branca e deserta, vão rareando à medida que nos
aproximamos, e que o mar cintila na frente, à direita e à esquerda, como cingindo num apertado abraço a vila, que se avista lá ao fim,
junto das ondas, coroada pelas velas dos moinhos, guardada pelo elegante farol." (8)
Cláudia de Campos
O território periférico à área Sines(a) é carateristicamente evidenciado por três unidades morfológicas,
definidas pela extensa planície litoral, pelo relevo residual correspondente ao Maciço Ígneo de Sines e pelo
serro montanhoso, que limita a planície litoral a oriente, fazendo a transição entre a formação dos maciços
das Serras de Grândola e do Cercal. A sua faixa costeira, banhada pelo Atlântico, é setorizada pelo Cabo de
Sines(b), transformando-a em dois territórios algo diferenciados. A norte, caraterística pela presença de um 1
extenso areal, enquanto que, a sul, é dominada por escarpas rochosas, ambas desenvolvidas
perpendicularmente à linha de costa. Deste modo, a paisagem litoral alentejana expõe-se como uma zona
mais aplanada a norte, com o relevo dos serros montanhosos a este e, a sul e a oeste, com escarpas e
falésias, que correspondem ao contacto do afloramento rochoso eruptivo com o mar. SINES
A sua orla marítima, apresentada com uma faixa arenosa de praias e dunas a norte, tem variações
PÁGINA 017 altimétricas entre os 0 e os 25 m de cota, às quais derivam declives variados, compreendidos entre os 2,5 e PÁGINA 018
"SINES: NÚCLEO CONTEXTUALIZAÇÃO
URBANO,
INDÚSTRIA E os 10%. Mais para o interior desse território predominam as extensas planícies, que variam entre os 25 e os E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM
ESTRUTURA
PORTUÁRIA" 130 m de cota, originando declives entre os 0,5 e os 1,5%. Para sul há um aumento do declive, variando dos ESTUDO
1,5 aos 2,5%, compreendidos até uma cota máxima de 100 m. Na transição destas planícies para as zonas (b) (a) (c)
escarpadas, junto ao litoral banhado pelo oceano, os declives acentuam-se, atingindo uma média de (d)
aproximadamente 5%. Só em casos realmente específicos esta percentagem é superior, chegando a atingir
médias entre os 10 e os 15%, numa orla que apresenta a sua superfície mais dilatada a norte do que a sul.
Relativamente ao Maciço Ígneo de Sines, zona onde em parte está implantada a estrutura urbana da cidade,
apresenta a sua vertente norte, compreendida mais concretamente entre noroeste e nordeste, com declives
entre os 5 e os 10%, correspondentes à variação de cotas entre os 40 e os 80 m. Já a sul, numa orientação
de sudoeste a sudeste, as pendentes apresentam-se mais acentuadas, com declive médio percentual
compreendido entre os 15 e os 20%, envolvidos entre as cotas 0 e 80 m. A sua plataforma superior,
localizada na envolvente do marco geodésico de Chãos(c), apresenta-se com forma elíptica ao longo do eixo
nordeste e sudoeste, com cota máxima de 102,90 m. O seu declive, mais acentuado no lado oriental, varia
entre os 3 e os 4%.
Devido ao facto da orografia local se apresentar com um perfil relativamente suave, a ocorrência de linhas 2
de água permanentes ao longo das planícies acaba por não suceder, com exceção das ribeiras e das
respetivas bacias hidrográficas. As linhas de cumeada, pelo mesmo motivo, também não envolvem
particular relevância, à exceção das já referidas áreas de Chãos (d) e dos serros montanhosos.
Através da superfície orográfica imersa, representada pelas curvas batimétricas de 10 m, é evidenciada a
extensão do maciço eruptivo para oeste. Este prolongamento rochoso faz a transição de uma superfície
PLANÍCIE LITORAL ALENTEJANA
imersa mais estável a norte, para uma mais irregular a sul, particularmente recortada. MACIÇO ÍGNEO DE SINES
SERRO MONTANHOSO
(8)
PEREIRA, Ricardo Estevam (2008). Ler a Paisagem: um passeio por Sines, guiado pelos seus escritores. (p. 10). Sines: Câmara Municipal de Sines SERRA DE GRÂNDOLA 1
SERRA DO CERCAL 2
0 5 10 20 km
CURVAS ALTIMÉTRICAS DE 10 M
CURVAS ALTIMÉTRICAS DE 25 M
0 1 2.5 5 km
CURVAS BATIMÉTRICAS DE 10 M LINHAS DE ÁGUA PRINCIPAIS
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
Lagoa de
Sto. André
Rib.ª da Cascalheira
Rib.ª do Forneco
VILA NOVA DE
Praia da Fonte do Cortiço SANTO ANDRÉ Rib.ª do Azinhal
Rib.ª do Baleizão
SISTEMA HIDROGRÁFICO
Lagoa da Sancha
Os principais recursos hídricos do território envolvente a Sines encontram-se compreendidos entre as bacias SANTIAGO DO CACÉM
hidrográficas do Sado e do Mira. A sua rede de drenagem apresenta maior densidade a este, motivada não
apenas pela topografia mais acentuada e acidentada, mas também pelo facto da constituição dos seus solos
ser menos permeável. De natureza oposta, o lado oeste tem uma rede hídrica menos densa, justificada pela Rib.ª da Sancha
1
presença de uma superfície terrestre mais aplanada e pelo seu estrato geológico ser composto à base de
substratos mais permeáveis, nomeadamente as areias.
Com maior relevância surgem, a norte do cabo de Sines(a), três redes hidrográficas: a Lagoa de Santo (b)
André(b), a Ribeira da Sancha e a Ribeira de Moinhos. Por sua vez, no território a sul, predominam a Ribeira
da Junqueira(c), a Ribeira de Morgavel, com albufeira própria localizada sensivelmente a meio do percurso do (e)
seu leito, e um pequeno percurso hídrico que desagua nas proximidades da praia da Foz (d). (f)
(a)
Lago de Moinhos
A Lagoa de Santo André, assumida como o sistema hídrico mais complexo da região, é constituída por cinco (c) Praia do Norte
cursos de água de categoria rio: a Ribeira da Cascalheira, a Ribeira da Ponte, a Ribeira do Forneco, a (d)
(g)
Rib.a de Moinhos
Ribeira do Azinhal e a Ribeira do Baleizão, que confluem e desaguam na sua totalidade na albufeira da
lagoa.
Caraterizadas como massas de água superficial também de categoria rio, surgem os restantes cursos
hídricos. A Ribeira da Sancha, que tem a sua nascente a cerca de 260 m de altitude, desenvolve-se ao
SINES
longo de 9,16 km até à sua foz, sob o sentido de noroeste para sudeste. Ao aproximar-se da sua foz, a
PÁGINA 019 ribeira ganha uma maior superfície de massa de água, onde se materializa a pequena Lagoa de Sancha(e), PÁGINA 020
"SINES: NÚCLEO
URBANO, que partilha o seu ecossistema com a Lagoa de Santo André. Este ecossistema, denominado de Reserva CONTEXTUALIZAÇÃO
E CARATERIZAÇÃO
INDÚSTRIA E DO ESPAÇO EM
ESTRUTURA Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha, constitui uma série de habitats fundamentais para 2
Praia de Vasco da Gama ESTUDO
PORTUÁRIA"
algumas espécies de aves migratórias. Também a Ribeira de Moinhos surge no território a norte da cidade
de Sines, com um comprimento de 6,18 km desde a sua nascente, a cerca de 230 m de altitude, até à sua
foz, fazendo o seu curso numa direção de este para oeste. Consoante a frequência de precipitação e a
percentagem de fluência de água no seu leito, a ribeira desenvolve também, junto à sua foz, um pequeno
lago, denominado de Lago de Moinhos (f). Rib.ª da Junqueira
Com a mesma categoria surgem, a sul do território, a Ribeira da Junqueira e a Ribeira de Morgavel. A
Ribeira da Junqueira, com nascente a cerca de 260 m de altitude, desenvolve-se sobre um eixo de direção Praia de S. Torpes
nordeste para sudoeste, ao longo de 6,37 km. Quanto à Ribeira de Morgavel, que é complementada pela
existência de uma albufeira, a sua nascente localiza-se a cerca de 200 m de altitude. A albufeira atrás
referida, denominada de Albufeira de Morgavel(g), tem capacidade útil de armazenamento de 3 445 m3 de
Rib.ª Morgavel
água, e está localizada a 4,53 km a montante da zona de desaguamento da ribeira. A desaguar na praia da
Foz surge um pequeno curso de água que, pela sua dimensão, não é categorizado como massa de água de Albufeira de Morgavel
superfície. A sua nascente, a cerca de 180 m de altitude, inicia o percurso hídrico até à sua foz, ao longo de
7,29 km, num sentido de noroeste para sudeste. 1
Praia de Vale Figueiros
ÁREA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO SADO
Todas as linhas de água referidas desaguam no Oceano Atlântico, dependentes da variação sazonal de ÁREA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MIRA 2
escoamentos, traduzida numa relação restrita com o regime de precipitação. Aquando, ao longo do seu RESERVA NATURAL DAS LAGOAS DE SANTO ANDRÉ E DA SANCHA
Praia da Foz
LINHAS DE ÁGUA PRINCIPAIS
percurso, se vão formando lagos ou albufeiras, estes cursos de água tornam-se num importante meio natural
para a fauna e flora ribeirinhas e aquáticas. Por sua vez, nas ribeiras de menor dimensão, o leito torna-se
ESQUEMA INTERPRETATIVO DAS BACIAS Praia do Burrinho
num escoamento descontínuo sendo, em períodos de reduzida precipitação, o seu solo sustentado,
protegido e estabilizado pela vegetação natural abundante. HIDROGRÁFICAS DO ALENTEJO LITORAL
(DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA DISPONIBILIZADA
NO ENDEREÇO ELETRÓNICO CIGEOE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
0 12.5 25 50 km
PORTO COVO
Praia da Ilha
PAIO
Foros da Cascalheira MONTUM
Foros dos Pinheiros
Foros da Canada
Cascalheira Grande
Aldeia de Brescos
CERCA
Foros da Queimada
Outeiro do Vento
MONTE VELHO
Foros da Quinta
Ademas
PEDROGÃO
Deixa-o-Resto
VILA NOVA DE Foros da Zambujeira
SANTO ANDRÉ
Azinhal
SANTO ANDRÉ
SANTA CRUZ
CABEÇO
BARRANCO
Pinhal da Ventosa
Perifericamente à área urbana de Sines(a) surgem, como mais expressivos e significativos, os núcleos CARACOLA
urbanos de Santiago do Cacém(b) e Vila Nova de Santo André(c) a norte e, com localização a sul, o lugar de Pinhal da Bêbeda
Pinhal do Concelho
Vale da Rainha
Bairro da Carapinha
MIRÓBRIGA
Porto Covo(d). BÊBEDA Cabeço Barro
Vale Verde
3
De origens pré-históricas, a área urbana de Sines foi implantada sobre um promontório rochoso, 1 VALE RAINHA
Foros da Silha Vista Alegre
Bairro da Formiga
carateristicamente banhado e exponenciado pelo mar. Segundo informações anteriormente citadas no (c)
(f)
enquadramento geográfico, o município de Sines detém uma área de 203,30 km2, à qual corresponde um Relvas Verdes
DOMPEL
índice populacional de 14 238 habitantes (INE, 2015). A sua dilatada densidade habitacional surgiu após a (b)
(e)
5
4
construção da plataforma industrial e portuária, na década de 70, resultante numa expansão da área urbana 2
Chã
Ortiga
Aldeia dos Chãos
Altura de Chapéu Forte
direcionada sobre o seu território setentrional. A presença da cintura industrial e as respetivas infraestruturas (a)
Piçarral
CAMARINHEIRAS
materializaram-se num obstáculo para a continuidade da expansão do edificado, fraturando assim o seu 1
Fonte Branca CONVENTO
território. Como forma de controlo e ordenamento da dilatação e administração da cidade foi criado, em 6
Abóbada
A-DA-VELHA
Jordão Bragada
1990, o Plano Diretor Municipal de Sines, um dos primeiros a ser implementado em Portugal e que agora se 7
Cadaveira
VALE DO GAVIÃO
Barbuda
encontra em revisão. Chaparral
Cerca Velha
Quanto ao aglomerado urbano de Santiago do Cacém, o mesmo apresenta, desde tempos remotos, uma (d) 2 SINES
Gasparinhos
localização geograficamente estratégica. Comprovam tal facto as escavações realizadas a cerca de 1 km a (g)
VALE DAS TRAVES
Serro de Beguino
este, que desvendaram a presença de ruínas do antigo povoado romano de Miróbriga(e). Esta povoação 8
ancestral tinha Sines como seu porto marítimo, distanciado a cerca de 18 km a sudoeste. Com uma área de
PÁGINA 021 aproximadamente 208,13 km2, que apreende 8 454 habitantes (INE, 2015), a freguesia de Santiago é
CHÃOS
PÁGINA 022
"SINES: NÚCLEO CONTEXTUALIZAÇÃO
ESTEVEIRA
URBANO,
INDÚSTRIA E
também sede de município. Numa análise à sua periferia, dentro de um raio de aproximadamente 5 km, são E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM
ESTRUTURA
PORTUÁRIA"
percetíveis pequenos aglomerados urbanos e povos rurais, dispostos moderadamente sobre o território. Vale Clarinho
Paiol
ESTUDO
Em relação a Vila Nova de Santo André, cidade também instituída no concelho de Santiago do Cacém,
CONCELHO DE SINES
localiza-se a cerca de 13 km a norte de Sines e a aproximadamente 7 km a oeste da sua sede de município. CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM CASA VELHA
Planeada pelo Gabinete da Área de Sines como auxílio de alojamento ao seu complexo industrial, o centro FREGUESIA DE SINES 1
FREGUESIA DE PORTO COVO 2
urbano previa albergar cerca de 50 000 habitantes, sendo a maioria destes trabalhadores da plataforma FREGUESIA DE SANTO ANDRÉ 1
CASTANHEIRO
Bairro Novo da Provença Velha
industrial e portuária. Hoje, com uma população heterogénea e de caraterísticas multiculturais, com cerca de FREGUESIA DE SANTIAGO DO CACÉM, SANTA CRUZ E SÃO BARTOLOMEU DA SERRA 2
10 647 habitantes, o aglomerado urbano tem vida própria e o principal plano que motivou a sua fundação, FREGUESIA DE SÃO FRANCISCO DA SERRA 3
FREGUESIA DA ABELA 4
ser dormitório de apoio a Sines, foi esquecido. O seu território de jurisdição desenvolve-se numa área de FREGUESIA DE ERMIDAS-SADO 5
74,32 km2, envolvido por zonas rurais e agrárias compreendidas entre norte e este. A antiga aldeia de Santo FREGUESIA DE ALVALADE 6
André(f), povoação matriz que lhe deu a denominação atual, está fixada a uma distância de 3 km a este. FREGUESIA DE SÃO DOMINGOS E VALE DE ÁGUA
FREGUESIA DO CERCAL
7
8
Já pertencente ao concelho de Sines surge, a sul, a povoação de Porto Covo. Esta área urbana, epicentro PANEIRO
da freguesia de seu nome, distancia-se a aproximadamente 17 km da sede de seu município. Com uma ESQUEMA INTERPRETATIVO DOS CONCELHOS
área de superfície de 48,73 km2, onde se distribuem 1 038 habitantes, Porto Covo não era, em meados do MORGAVEL
DE SINES E SANTIAGO DO CACÉM
século XVIII, mais do que uma pequena povoação litoral, visto que, em 1780, tinha apenas quatro fogos. (DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA DISPONIBILIZADA
Implementada em épocas ancestrais, com a intenção de ser um porto marítimo de pesca e comércio, NO ENDEREÇO ELETRÓNICO CIGEOE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
Vale de João Marques
funcionou sempre em paralelo com a Ilha do Pessegueiro(g), distanciada a cerca de 2 km para sudoeste. As Burrinho
0 7.5 15 30 km
instáveis condições climatéricas condicionaram sempre a dualidade do seu uso, sendo que, quando o mar
estava destemido, era impossível entrar na barra de Porto Covo e, quando o mau tempo estava de Casa Nova
sudoeste, não era seguro o uso do porto de abrigo do Pessegueiro. No seu perímetro envolvente surgem Faneca
CHAMINÉ SONEGA
VALE DE ÁGUA
Beiranito
PORTO COVO
Serra do Palranito
Fontainhas
CANICEIRA
Salgadinho Herdade da Parreira
Herdade do Pessegueiro
Fonte de Mouro
Herdade da Cabeça da Cabra Herdade a Casa Velha
ILHA DO PESSEGUEIRO
VIDIGAL
Foros de Vale Coelho
ALDEIAS
VILAS AGLOMERADOS INDUSTRIAIS CONDUTAS INDUSTRIAIS
0 1 2.5 5 km
CIDADES CONSTRUÇÕES EM RUÍNAS ESTRADAS PRINCIPAIS
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
VILA NOVA DE IC 33
SANTO ANDRÉ A 26
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO IC 33
A 26
Com uma importância estratégica para o desenvolvimento económico do país, motivada pela sua posição
central relativamente ao Oceano Atlântico e pela localização no cruzamento dos principais corredores
aéreos, terrestres e marítimos que ligam o norte ao sul, o este ao oeste, e vice-versa, foi em Sines(a) que
Portugal dispôs da faixa costeira com melhores condições naturais para a construção de um complexo
portuário, possibilitando, assim, o armazenamento e transbordo de mercadoria entre os transportes via terra
e via mar. Como resposta às exigências postas em causa após a implantação da plataforma industrial e IC 33 SANTIAGO
A 26
portuária, foi necessária a criação de uma rede infraestrutural de percursos rodoviários, ferroviários e de A 26-1
DO CACÉM EN 120
No que diz respeito à rede rodoviária, os principais eixos estruturais são o IP 8, o IC 33, a ER 261-3 e a ER
261-5 a norte e, a sul, a EN 120-1, que estabelece ligação com a EN 120 e com o IC 4. Esta última, com
troço existente em parte da atual A 22, na região do Algarve, tem prevista a sua extensão até Sines,
(f) EN 120
utilizando o traçado das atuais EN 120 e EN 120-1.
IP 8
O IP 8, eixo estruturante de circulação transversal, desenvolve-se no sentido oeste para este, e prevê a A 26
ligação entre Sines e Beja(b), ponto estratégico por dispor de uma infraestrutura aeroportuária. Com conexão
posterior a Espanha, este eixo permitirá também uma ligação a Sevilha (c), seu potencial hinterland.
Também com o intuito de possibilitar uma ligação a Espanha, após a totalidade do seu troço estar concluída,
o IC 33 fará a ligação entre Sines, Grândola(d), Évora(e) e consequentemente ao IP 7, que representa uma IP 8
A 26
mais valia para o desenvolvimento da plataforma logística de Sines através da conexão a Madrid(f) e à (t)
plataforma transfronteiriça de Elvas/Caia(g). Com o fluxo de tráfego rodoviário a aumentar exponencialmente, (g) IP 8
A 26-1 SINES
IP 8
houve a necessidade de facilitar e potencializar o escoamento da mercadoria recebida em Sines, assim (p) A 26-1
EN 120
como tornar mais cómoda a ligação ao já referido aeroporto de Beja. Desta forma, alguns troços do itinerário (r) (e)
principal 8 e do itinerário complementar 33 foram concessionados a autoestrada sendo que, a atual A 26, (l)
PÁGINA 023 surge integrada no IP 8 no troço compreendido entre Sines e Santiago do Cacém(h) e, no IC 33, entre (d) A 26-1 PÁGINA 024
"SINES: NÚCLEO (b) CONTEXTUALIZAÇÃO
URBANO, Santiago do Cacém e Grândola. A A 26-1, inserida no traçado da EN 261-5, surge como ligação rápida entre (a)
(j) (h)
(q) NORTE DA UNIÃO EUROPEIA E CARATERIZAÇÃO
INDÚSTRIA E (i) DO ESPAÇO EM
ESTRUTURA São Torpes(i) e Vila Nova de Santo André(j). (k)
EN 120-1
ESTUDO
PORTUÁRIA"
Por fim, ainda com alguma relevância, surgem a ER 261-3, que estabelece ligações mais restritas entre (m)
A 26-1
Sines e Santiago do Cacém, e, mais direcionada a sul, a EN 120-1, que faz a ligação entre Sines e a EN (c)
120, com interseção perto da localidade de Sonega(k). A estrada nacional 120, que assegura ligações entre (n)
(o)
AMÉRICA DO NORTE
EN 120
Alcácer do Sal(l), Grândola, Santiago do Cacém, Odemira(m) e Lagos(n), representa um eixo importante na
interligação entre os principais polos turísticos do litoral alentejano, a costa Vicentina e o Algarve. Grande
parte deste troço, assim como a totalidade da EN 120-1, passarão a pertencer ao IC 4, que se tornará numa
ligação privilegiada e qualificada entre Sines e a região do Algarve. Após a sua conclusão, esta será a única
EN 120-1
via com condições para o tráfego de ligeiros e pesados gerado em Sines e com direção ao sul, permitindo (s)
um maior escoamento das mercadorias entre o porto de Sines e a plataforma logística algarvia, localizada AMÉRICA DO SUL
em Tunes(o). IP 8 (CONSTRUÍDO)
IP 8 (EM PROJETO/EM CONSTRUÇÃO)
Com a aposta em Sines como porto de transbordo das rotas de longo curso, a infraestrutura ferroviária IC 33 (CONSTRUÍDO)
começa a ganhar caráter pela necessidade de se interligar com os corredores multimodais de Lisboa(p), IC 33 (EM PROJETO/EM CONSTRUÇÃO)
IP 7
Espanha e do resto da Europa. Apesar do ramal que ligava Ermidas-Sado(q) a Sines ter sido abandonado, no IC 4 (CONSTRUÍDO)
que diz respeito ao transporte de passageiros, houve uma melhoria na ligação ferroviária de mercadorias IC 4 (EM PROJETO/EM CONSTRUÇÃO)
entre a plataforma industrial e logística de Sines e o Poceirão(r). Com a finalidade de aumentar o escoamento ER 261-3
EN 120
de mercadorias através deste meio, foi considerada essencial a ligação da ferrovia de Sines à futura rede EN 120-1
ferroviária de alta-velocidade, ainda em projeto, através de um entroncamento no troço entre Lisboa e PRINCIPAIS VIAS RODOVIÁRIAS ESPANHOLAS COM LIGAÇÃO A SINES
Madrid. Desta forma, tornar-se-à também mais prática e adequada a conexão entre as plataformas VIA FERROVIÁRIA (EXISTENTE) ENTRE SINES E ELVAS/CAIA
PROPOSTA PARA ALTERAÇÃO DA VIA FERROVIÁRIA ENTRE SINES E ELVAS/CAIA
portuárias de Sines e de Algeciras (s). VIA FERROVIÁRIA DE ALTA VELOCIDADE ENTRE LISBOA E MADRID EN 120
Quanto ao sistema infraestrutural de transporte tubular, constituído pelos pipelines, este faz, desde a década PRINCIPAIS VIAS FERROVIÁRIAS ESPANHOLAS COM LIGAÇÃO A SINES
TRANSPORTE TUBULAR (OLEODUTO) ENTRE SINES E AVEIRAS EN 120-1
de 70, o transbordo das mercadorias energéticas entre o porto marítimo e as diversas indústrias e postos de
armazenamento situados no perímetro de Sines, sendo que a ligação de maior dimensão é feita entre o
porto de Sines e a refinaria de Aveiras (t), através de um oleoduto com 147 km, construído em 1996. ESQUEMA INTERPRETATIVO DAS LIGAÇÕES ENTRE SINES E
Após a instalação do complexo industrial e portuário, a extensa rede infraestrutural foi sido expandida sobre OS SEUS POTENCIAIS HINTERLANDS PORTO COVO
(DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA DISPONIBILIZADA
todo o território envolvido não apenas como forma de encurtar a relação distância-tempo entre Sines e os NO ENDEREÇO ELETRÓNICO CIGEOE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
seus destinos estratégicos, assim como permitiu uma circulação de maiores fluxos de tráfego, rentabilizando CENTRO E SUL DE ÁFRICA
EN 120
EXTREMO ORIENTE
GOLFO PÉRSICO
MÉDIO ORIENTE
NORTE DE ÁFRICA
SUL DA UNIÃO EUROPEIA
CANAL DO SUEZ
"PEDRO REINEL A FEZ" "LEMITES DE PORTVGAL" FOTOGRAFIA AÉREA DO TERRITÓRIO DE SINES FOTOGRAFIA AÉREA DA VILA DE SINES VISTA AÉREA DE SINES ORTOFOTOMAPA DO TERRITÓRIO DE SINES ORTOFOTOMAPA DA VILA DE SINES VISTA AÉREA DE SINES
1504 1642 1940 1940 1970 2016 2016 2015
"PLANTA TOPOGRÁFICA DE SINES NA ERA DE SEISCENTOS" "BHAIA DE SINES" "SINES" VISTA PARA ESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO VISTA PARA O ATLÂNTICO, A PARTIR DA PRAÍA DE SINES VISTA PARA OESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO VISTA PARA ESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO VISTA PARA O ATLÂNTICO, A PARTIR DA BAÍA DE SINES VISTA PARA OESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO
1648 1634 1743 1950 1940 1910 2015 2017 2015
PÁGINA 027
SINES, DE VILA PISCATÓRIA A CIDADE PÁGINA 028
"SINES: NÚCLEO CONTEXTUALIZAÇÃO
URBANO,
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA
PORTUÁRIA"
INDUSTRIAL E PORTUÁRIA E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM
ESTUDO
"PLANTA DA VILLA DE SINES" "CARTA AGRÍCOLA DE PORTUGAL, FOLHA 186" MIRADOURO DO PONTAL DE SANTA CATARINA PRAIA DE SINES RIBEIRA DE SINES (CALHETA) MIRADOURO DO PONTAL DE SANTA CATARINA PRAIA DE VASCO DA GAMA ATUAL PORTO DE PESCA, COM ANTIGA CALHETA AO FUNDO
1781 1890 CERCA DE 1930 CERCA DE 1960 CERCA DE 1910 2017 2017 2015
"PLANO HYDROGRAPHYCO DA BAHIA DE SINES: COSTA DE PORTUGAL" "PLANO HIDROGRÁFICO DA BAÍA DE SINES" "MAPA TURÍSTICO DO CONCELHO DE SINES" PORTO DE PESCA COM PEQUENAS EMBARCAÇÕES CAIXAS DE MADEIRA PARA ACONDICIONAMENTO DO PESCADO INTERIOR DA FÁBRICA JÚDICE FIALHO (CONSERVEIRA) TERMINAL XXI COM EMBARCAÇÕES DE GRANDE PORTE CONTENTORES METÁLICOS PARA ACONDICIONAMENTO DE MERCADORIAS DIVERSAS TERMINAL XXI (CONTENTORES)
1900 1925 1952 CERCA DE 1960 1968 1960 2017 2015 2015
IDADE DA PEDRA IDADE DO COBRE IDADE DO BRONZE IDADE DO FERRO ROMANOS VISIGÓTICOS MOUROS SÉC. XIII SÉC. XIV SÉC. XV SÉC. XVI SÉC. XVII SÉC. XVIII SÉC. XIX SÉC. XX SÉC. XXI
PALEOLÍTICO O resultado dos avanços tecnológicos desenvolvidos até aqui consistiu numa mutação Com o decorrer do tempo, as sociedades foram-se tornando cada vez mais complexas, CELTAS A era romana compreende o período de tempo que mais se estuda e da qual resultou A ocupação visigótica aconteceu, em Sines, na área adjacente ao Castelo Medieval. Os O período da presença visigótica em Sines terminou com a chegada dos Mouros, no séc. Em meados do século, o rei D. Afonso III conquistou definitivamente Sines aos Mouros, 1362 – no dia 24 de novembro foi concedida, por D. Pedro I, a carta de elevação de Sines 1424 – foi iniciada, nesta data, a construção do Castelo, com obras começadas de raiz a 1512 – D. Manuel I atribuiu um novo foral à vila de Sines, o Foral Manuelino de 1 de julho. 1602 – os moradores de Sines fizeram uma petição ao então rei D. Filipe II, no sentido de Na primeira metade do século a Calheta foi alvo de processos de assoreamento, 1808 – com um nível de defesa ainda muito precário, o porto de Sines foi a porta de 1914 – o município de Sines foi restaurado, recuperando o estatuto de concelho. 2001 – foi desenvolvido um "master plan" para a Zona Económica Sines/Santiago do
Foi, há pelo menos 400 mil anos atrás, que as primeiras comunidades humanas, apoiadas constante na forma de ocupar o território. As novas comunidades começaram a ocupar, estruturadas e categorizadas. Paralelamente a esta crescente estratificação surgiram as A introdução do ferro, metal de qualidade superior aos anteriores devido à sua maior grande influência na contextualização histórica de Sines. Foi, na segunda metade do séc. I materiais encontrados nas escavações arqueológicas remetem para o período da história VIII d.C.. Pouco tempo durou o reinado árabe, pelo que a sua decadência progressiva oferecendo o território à Ordem Militar de Santiago de Espada. Esta transição de posse a Vila. Foi, com esta Carta Régia, que o povo de Sines se tornou independente das mando de D. João I. Neste documento são referenciadas as atividades piscatórias da vila, reconhecidas como se prosseguirem obras de melhorias na calheta. mandados concretizar por parte da Câmara de Sines. Quanto à segunda metade do entrada das tropas britânicas no território português, envolvidas nas invasões francesas. 1933 – foi iniciada a instalação de luz elétrica, somente no núcleo urbano de Sines. Cacém, juntamente com o Plano de Ordenamento Portuário.
na caça e recolha de alimentos, deixaram os seus vestígios no território de Sines. Estes desde os inícios do III milénio a.C., lugares mais recolhidos, onde ocorriam condições primeiras formas de divisão classicista e de organização estatal, resultantes da dureza, surge após a imigração de tribos provenientes da Ásia. A fixação do povo Celta d.C., que os romanos ocuparam de forma permanente a área do Castelo, através de um compreendido entre os séc. V e VII d.C., provenientes na sua maioria das muralhas do resultou num tendencial abandono ocupacional do território de Sines. resultou no procedimento das ações de Sines em função do termo de Santiago do Cacém. ordens religiosas de Santiago, passando a reger-se pelo seu próprio foral. As povoações 1469 – o navegador Vasco da Gama, primeiro comandante a fazer a ligação marítima da fundamentais no desenvolvimento da mesma. 1603 – reiniciadas no ano anterior, as obras dos dois fortes da zona do Pessegueiro foram século, foram instaladas pequenas indústrias da corticeira e das conservas, juntamente 1834 – ocorreu a extinção definitiva das ordens religiosas, resultando numa desconexão 1936 – chegou, proveniente do Barreiro, o primeiro comboio de transporte de passageiros. 2002 – foi eletrificado o troço ferroviário que fazia a ligação entre o Poceirão e o Porto de
recorreram a ocupações sazonais, sem organização espacial, em locais próximos do mar, naturais de defesa aos conflitos sociais. Com a aplicação das primeiras técnicas sobre tranquilidade que se fez notar na localização das comunidades em áreas planas e em Sines ocorreu em cerca de 1000 a.C., possivelmente apoiada na construção de um aglomerado urbano de cariz portuário. Protegido pelas intempéries caraterísticas daquela Castelo e também da Igreja Matriz de São Salvador, que o ladeia a oeste. de Sines, Porto Covo, Vila Nova de Milfontes, Cercal do Alentejo e São Luís formaram o Europa à Índia, nasceu, presumivelmente na Alcáçova do Castelo. 1529 – possivelmente pelo sucesso da viagem marítima à Índia e pela incomensurável novamente interrompidas por Massai. O Forte de Santo Alberto foi, a partir daí, com pequenas fábricas de destilação e artesanato, que fomentaram o desenvolvimento de Sines com a Ordem Militar de Santiago de Espada. 1940 – foi iniciada a construção do depósito de água, enquanto decorriam os trabalhos de Sines, o que permitiu a ligação daquela importante infraestrutura à rede ferroviária
sua principal fonte de alimento e de rendimento económico. A sua presença foi sentida até materiais metalúrgicos, que exigiam um domínio técnico mais especializado, originou-se descobertas. Os povoados do Pessegueiro e de Quitéria, ambos junto a linhas de água, castro no local onde está atualmente erguido o Castelo. Segundo Soledade (1999), esta região, foi nessa época que o porto de Sines se apresentou pela primeira vez como centro concelho. 1486 – foi fundado o concelho de Vila Nova de Milfontes, composto pelas povoações de crença em Nossa Senhora das Salas, foram desenvolvidas obras de reedificação da definitivamente abandonado, tendo sido alvo de danos irreversíveis durante o terramoto económico local. 1840 – foi construída, através do inglês Samuel Pidwell, a primeira fábrica com processos canalização na vila. eletrificada nacional.
ao ano 10 mil a.C., período notório no processo de evolução técnica sobre a utilização de uma distribuição do trabalho pela sociedade. No concelho de Sines, a povoação de Monte são exemplos desta inserção no território, sem defesa natural, e que se dedicavam à comunidade, denominada “Cinetos”, pode ter dado origem à toponímia de Sines. portuário e industrial, utilizado como porto marítimo da cidade de Miróbriga, distanciada a Vila Nova de Milfontes, Cercal do Alentejo e São Luís, desanexadas desta forma do ermida, a mando de Vasco da Gama, numa zona mais a oeste da estrutura primitiva. de 1755. desenvolvidos na conserva de peixe, localizada a sul da Praia de Sines. Anos mais tarde, 1951 – foi iniciada a construção da rede de esgotos de Sines, paralelamente à expansão 2003 – de forma a suavizar o impacte causado pela exploração da pedreira, foi criado um
material lítico, caraterístico da Praia Norte. Novo regista dados de implantação humana desta época. pesca e recoleção de marisco para seu sustento e economia. cerca de 17 km a nordeste. A presença de vestígios das unidades de produção de Na segunda metade do século surgiu também um foral por parte da portagem de Lisboa, concelho de Sines. 1588 – de forma a impedir o uso do ancoradouro natural por parte dos corsários, situado 1606 – o projeto de Massai para a Calheta de Sines foi aprovado pelo Conselho da 1730 – foi construída, no reinado de D. Pedro I, a igreja matriz de S. Salvador, adjacente acabou por construir, na zona da Ribeira, também uma fábrica no ramo da corticeira. da cidade no sentido poente. Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística da Pedreira de Monte Chãos.
FENÍCIOS conservas e salga de peixe, encontrados no Largo João de Deus, comprovam a influência que referia Sines como um dos portos da costa alentejana de onde eram provenientes entre a costa litoral e a Ilha do Pessegueiro, foi iniciada, por Filippo Terzi, a construção do Fazenda, dando-se o início da sua construção. Algumas das obras planeadas foram ao castelo. 1855 – a extinção do município acabou por acontecer, tendo Sines sido transformada em Década de 60 – a indústria do turismo atingiu o seu apogeu. A praia, localizada na baía de 2004 – decorreu, em julho, a conferência sobre os 25 anos da exploração comercial do
NEOLÍTICO Motivada pelo contacto comercial e civilizacional entre os povos que habitavam o sul de da pesca no desenvolvimento económico daquele povo. Todo o produto ali comercializado bens alimentícios como cereais, vinho e mel, assim como o transporte de carvão e cortiça. Forte de Nossa Senhora da Queimada. realmente feitas, apesar da maioria ter ficado por acontecer. 1755 – aconteceu, no dia 1 de novembro, o grande terramoto e maremoto que afetou freguesia de São Salvador, integrada no concelho de Santiago do Cacém. Sines, foi o seu principal ponto de dinamização. Porto de Sines. Em novembro surgiu a API PARQUES, entidade gestora da ZILS e
Através de um processo gradual de sedentarização, ocorrido entre os finais dos milénios Portugal e a civilização fenícia, a fixação de postos comerciais desta comunidade acabou era acondicionado em ânforas, sendo posteriormente exportado por via marítima para 1590 – Alexandre Massai substituiu Terzi na direção das obras militares e iniciou a 1680 – o Forte do Revelim, projetado por Massai, foi concluído pelo eng. João Rodrigues grande parte das construções da orla costeira de Sines, nomeadamente as suas 1872 – foi construído o edifício da Alfândega do Porto de Sines, que fazia o controlo das 1971 – num estudo feito em fevereiro, apenas Lisboa, Setúbal e Sines reuniam condições responsável pela criação e promoção de áreas industriais e de serviços.
V e VI a.C., as comunidades conquistaram um conhecimento nato do território, recurso mesmo por acontecer em Sines. Embora inicialmente de dimensões reduzidas, o povoado outras províncias do Império Romano. A elevada atividade marítima que se fez sentir construção do forte localizado na ilha, o Forte de Santo Alberto. Esta construção tinha Mouro e passou a relacionar-se com outras fortalezas existentes na defesa da costa fortificações e edifícios religiosos. movimentações comerciais marítimas. para instalação de um complexo portuário e industrial. Em junho foi criado o GAS, com 2005 – ocorreu a inauguração da nova Biblioteca Municipal, juntamente com o Centro de
essencial para o seu sustento. Este nível de desenvolvimento permitiu que as sociedades estava já integrado num sistema económico/social do tipo chefatura, tendo sido forçado a contribuiu com maior importância para a Ilha do Pessegueiro que, por abrigar um porto como objetivo cruzar fogo com o forte que lhe fazia frente na defesa do canal. portuguesa, protegendo também a Ribeira dos ataques corsários. 1781 – com a necessidade de aumentar a capacidade do porto de Sines, foram iniciados, 1880 – a Calheta de Sines foi alvo de obras de ampliação enquanto que, no extremo finalidade de promover o desenvolvimento urbano e industrial da zona de Sines. Artes de Sines, projeto dos arqs. Aires Mateus.
se instalassem em áreas planas e descobertas em que, ao terem aprimorado as suas dedicar-se ao artesanato e ao comércio, pois a pesca e a produção de alimentos não que se encontrava relativamente protegido e com bom acesso em dias de tempestade, 1598 – foi interrompida a construção dos fortes da área do Pessegueiro. Esta interrupção 1690 – após longos anos de interrupções, as obras do Forte de Nossa Senhora da por parte dos engenheiros João Gabriel de Chermont e Diogo Correia da Mota, oeste do promontório, foi iniciada também a construção do farol. 1972 – foi aprovado o Plano Geral da Área de Sines, submetido pelo GAS. 2006 – como forma de conservar, tratar e divulgar a documentação histórica daquele
técnicas de manuseio sobre as plantas e os animais, conseguiram dispor de condições foram suficientes para acompanhar o crescimento da sua população. Com a exportação passou a funcionar como seu porto satélite. Com a presença de uma fundição na ilha, o surgiu pela necessidade de Massai dar maior dedicação à construção do forte de Vila Queimada foram definitivamente concluídas, após serem reiniciadas pela última vez em levantamentos e projetos para estudo da melhoria do porto. 1884 – as obras na Calheta deram-se por concluídas, ficando os resultados apresentados 1973 – deu-se início aos trabalhos portuários de Sines e da “cidade nova” de Santo André. território, foi criado o Arquivo Municipal de Sines.
para se manterem fixadas continuadamente durante todo o período Neolítico. Pela suas dos seus produtos e consequente importação de matéria-prima, foi no comércio marítimo seu porto marítimo passou a funcionar também como porto de minério. Nova de Milfontes e ao projeto da Calheta de Sines. 1661. aquém das expetativas. 1977 – foi criada a APS, autoridade pública a quem foi entregue a exploração do porto. 2008 – foi inaugurado o Museu de Sines, denominado de Casa de Vasco da Gama.
caraterísticas territoriais e vestígios encontrados, são particulares deste período as que se desenvolveu a sua principal atividade económica, através da qual disputaram o Outra possível derivação toponímica de Sines remonta a este período, através do étimo 1900 – voltaram a ser realizadas obras na Calheta de Sines, com o objetivo de dar 1980 – foi rescindido, pelo GAS, o contrato com a empresa que procedia as obras de 2015 – através da TAL, foi lançado às Escolas Superiores de Arquitetura de Portugal um
povoações de Palmeirinha, Vale Vistoso e Samouqueira. controlo das principais rotas comerciais, que na altura se faziam maioritariamente por mar. latino "sinus", que se transcreve como baía ou seio. Esta configuração morfológica da melhores condições tanto ao movimento de cargas e descargas como ao abrigo de construção da primeira fase do porto, motivado pela carência da sua remodelação geral. concurso de ideias que abrisse caminho a novas reflexões e experimentações incidentes
Segundo Adolpho Loureiro (1909), o porto de Sines teve a sua origem com a civilização faixa sul do promontório de Sines era possível ser observada a partir do alto de Monte embarcações dentro do porto. Foi nesta altura que se deu a construção do molhe com 1982 – ocorreu a primeira “Greve Verde” do país, em 28 de maio, na sequência de no território da cidade portuária e industrial de Sines.
fenícia. Chãos. uma cota superior à da preia-mar, feito em dois alinhamentos. descargas de efluentes na costa norte de Sines.
1983 – as obras do porto resultaram num aterro parcial da Calheta. De forma a contornar
CARTAGINESES a impossibilidade do seu uso, o GAS construiu um novo molhe de abrigo.
Com o abandono das feitorias fenícias, os Cartagineses conquistaram o controlo da costa 1984 – início do funcionamento da central térmica de Sines.
peninsular. Devido à comercialização de mercadorias com a comunidade dos “Cinetes”, o 1986 – foi iniciado, em fevereiro, o processo de extinção do GAS, concluído a 5 de agosto
povo oriental acabou por se instalar e, posteriormente, expandir a sua povoação para do ano seguinte. Em março foi apresentado um novo Plano Geral do Porto de Sines.
Provença, Gaio, Junqueira e Morgavel. Esta foi a primeira sociedade a utilizar a Ilha do 1988 – o património do GAS foi transferido para a APS. Foi também iniciado o Plano de
Pessegueiro como porto marítimo que, em conjunto com a baía de Sines, faziam parte de Modernização e Reconversão dos Caminhos-de-Ferro, concluído em 1994.
um dos eixos de escoamento dos minérios provenientes da faixa piritosa alentejana, 1990 – foi criado o PDM de Sines, afirmando que o seu progresso está ligado ao mar.
podendo servir ao mesmo tempo como pontos de escala da navegação marítima. 1991 – foi criada a PGS, que atua no Porto como sociedade anónima de capitais públicos.
1995 – o Porto de Sines é o primeiro do país a receber a Carta de Qualidade.
1997 – a 12 de julho a vila de Sines é elevada a cidade, sendo sede de concelho.
"O povoamento estável de Sines inicia-se com os romanos, na zona do castelo, ponto alto e
sobranceiro à baia, posição privilegiada de domínio sobre a paisagem. Uma das hipóteses
sobre a sua origem toponímica deriva do latim “sinus” - que significa baía ou seio - o que
atesta a importância que esta baía - protegida das nortadas, num litoral alentejano com
poucos abrigos naturais - teve na escolha feita pelos romanos, acabando Sines por se tornar
o porto da cidade de Miróbriga, a escassos 17 km.
A estrutura urbana do casco histórico de Sines articula-se em torno de dois eixos
perpendiculares de possível origem romana, o cardo e decumano, que estabelecem a
ligação para Norte em direção a Setúbal, com início no Castelo, e para Sul em direção a
Porto Covo, terminando na calheta, lugar de ligação entre a cota alta e a cota baixa, entre a
terra e o mar.
O seu limite urbano e respetivo centro mantêm-se praticamente inalterados durante os
últimos 5 séculos e só a criação de um novo acesso à vila, vindo de nascente nos finais do
século XIX, e a introdução do transporte ferroviário, com a estação de comboios a norte,
vieram antecipar uma possível redefinição dos seus limites e o reposicionamento do seu
centro, o que acabou por não acontecer."(10)
O núcleo urbano de Sines cresceu, desde as primeiras civilizações até à atualidade, numa relação
constantemente fundamentada em função do mar e dos seus respetivos recursos. A presença da
comunidade romana permitiu que, a partir da sua apropriação sobre aquele território, o mesmo se
formalizasse num dos principais centros portuários do continente. A sua proximidade e contacto com o mar
propiciaram que todas as comunidades que ali se implantaram tivessem como base de autossustento a
prática da faina marítima e do comércio portuário, tornando a pesca e a exportação de diversas mercadorias
e matérias-primas as atividades económicas mais relevantes da vila.
Implantada sobre um alto e íngreme promontório, "acidente" topográfico geograficamente localizado no
ponto mais a oeste do litoral alentejano, a cidade adquiriu uma posição estratégica segundo a lógica de
regiões naturalmente defensivas e resguardadas, com uma posição privilegiada no domínio sobre a
paisagem. A sua morfologia e topografia naturais permitiram a existência de uma baía, de forma côncava,
particular pelas suas águas calmas e pelos seus fundos favoráveis, propícios à recolha e acolhimento de
embarcações de qualquer tipo de calado, num “porto de abrigo” protegido dos ventos provenientes do
quadrante norte e sem tendência ao natural assoreamento causado pela agitação marítima. O seu
aglomerado urbano, anteriormente concentrado na zona do castelo medieval(a), desenvolveu-se segundo um (d)
2
planeamento tardo-medieval, definido por uma malha construída sobre uma estrutura reticulada, orientada 1
de este para oeste, marcada por arruamentos geométricos com quarteirões longos e estreitos, sempre (c)
(a)
sobranceiros ao oceano. Apesar da presença da Rua Direita, intersetada pela Rua da Praça, o núcleo
urbano da vila nunca assegurou uma ideia estruturada de centro, tornando-se insuficientemente expressivo
e dissipado numa expansão urbana dispersa e fragmentada.
Em termos da distribuição da malha urbana sobre o território, a vila desenvolveu-se em três zonas (b)
nominalmente distintas. A “Villa”, propriamente dita, localizava-se na parte central da área urbana, confinada (e)
a este pela “Aldêa dos Cucos” e, a oeste, pela Ribeira ou “Senhora da Sallas”. Estas povoações eram 3
ligadas pela Rua Direita, eixo central e estruturante da malha urbana, que determinou a hierarquização das (g) PLANTA DO SÉC. XIV PLANTA DO SÉC. XVI
(j)
restantes ruas, paralelas a esta. Este era o eixo que gerava o poder económico e social da vila. (f)
(h)
Perpendicular a este eixo, e à baía de Sines(b), surgiu um segundo eixo estruturante, sob orientação de norte (i)
para sul. Esta ligação, denominada de Rua da Praça, foi fundamental tanto na ligação do eixo longitudinal
PÁGINA 031 PÁGINA 032
"SINES: NÚCLEO
com as restantes ruas paralelas, como também na ligação às áreas agrícolas periféricas, localizadas a norte, CONTEXTUALIZAÇÃO
URBANO,
INDÚSTRIA E e à praia grande, localizada ao fundo do acantilado de difícil, mas frequentado acesso. E CARATERIZAÇÃO
DO ESPAÇO EM
Pela sua centralidade e presença dos edifícios mais emblemáticos daquele território, era a “Villa” a área
ESTRUTURA ESTUDO
PORTUÁRIA"
iminente daquele aglomerado urbano. Estavam nela implantados o Castelo e a Igreja Matriz(c), de São
"VILLA" 1
Salvador, caraterísticos não só pelo seu tipo de arquitetura e dimensão, mas também pelas funções e "ALDÊA DOS CUCOS" 2
simbologias que representavam. A presença da construção militar terá condicionado e regularizado o "SENHORA DAS SALLAS" 3
desenvolvimento da malha edificada, conduzindo a sua expansão para noroeste. No extremo este da “Villa” "RUA DIREITA"
"RUA DA PRAÇA"
surgia o “Rocio”(d), espaço amplo que enquadrava e permitia a abertura do edificado urbano à periferia
agrária e à “Aldêa dos Cucos”, respondendo às funções de logradouro para a povoação. A aldeia era ESQUEMA INTERPRETATIVO DO PROCESSO
caraterística pela presença de pequenas indústrias corticeiras e de escassas construções habitacionais,
DE FORMAÇÃO URBANA DE SINES
erguidas em taipa. Era neste aglomerado que afluíam, na Rua Direita, os principais acessos de entrada e (DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA APRESENTADA
saída da vila. No extremo oposto surge a Ribeira, lugar caraterístico pela ocorrência da vida marítima de NAS PÁGINAS 27 E 28, REFERENCIADA NO ÍNDICE ICONOGRÁFICO)
Sines. É notável, neste planalto que se estende sobre o oceano, a presença edificada da Ermida de Nossa
0 125 250 500 m
Senhora das Salas(e), do Forte do Revelim(f) e da Calheta(g), porto seguro que não só abrigava as
embarcações das nortadas sentidas em dias de tempestade, como era a porta para o desenrolar do
comércio marítimo, permitindo assim as articulações entre a cota alta e a cota baixa da cidade, entre a terra
e o mar.
A importância da localização de Sines surge então como resposta às necessidades económicas e regionais,
fundamentadas sempre em função do mar. Eram, no início do séc. XIX, a faina marítima e a agricultura que
sedimentavam a presença das comunidades sineenses da época, sobrepostas, na segunda metade do
século, pela indústria corticeira e conserveira. Paralelamente às atividades industriais e piscatórias, o
turismo balnear assumiu, no séc. XX, uma das principais bases da economia de Sines, transformando a baía
em praia de banhos do litoral alentejano. A praia de Sines funcionava, nas épocas anteriores à construção
do complexo portuário, num movimento cíclico que envolvia apenas duas estações do ano. O período do
verão, que ocorria entre os meses de maio e setembro, era considerado na altura como o tempo das
extravagâncias, época em que a vila era de todos e todos se apropriavam dela por motivos de veraneio e
lazer. No inverno, que compreendia os restantes meses, a vila fechava-se sobre as suas dinâmicas mais
internas e particulares. O Pontal de Santa Catarina(h), situado no extremo este da praia, aparecia na época
como um lugar caraterístico pela ocorrência de encontros sociais mais íntimos e informais, a partir do qual
se vislumbrava e contemplava o mar, sobre um distinto ponto de vista. Com a construção da Avenida
Marginal deu-se a amputação do pontal e consequente demolição do Convento de Santo António(i) e da
Ermida de Santa Catarina(j), que se encontravam implantados na linha de festo daquela formação rochosa.
a memória é hoje uma ferida onde lateja a Pedra do Homem, hirta como uma sombra num
sonho
ouço o ciciar dos canaviais dentro do sono, adivinho teu caminhar de beijos no rumor das
águas
tuas mãos de neve recolhem conchas, estrelas secretas, luas incendiadas... que o mar
esconde na respiração das marés
estremecem-me nas mãos os insectos cortantes do medo, em meu peito doído ergue-se esta
raiva dos mares-de-leva"(11)
Al Berto
MAR-DE-LEVA, 1976
(11)
PEREIRA, Ricardo Estevam (2008). op. cit. (p. 48).
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
matérias-primas utilizadas quer nas indústrias implantadas naquele complexo industrial, quer ao longo do
vasto território português, dotadas de terminais próprios, assim como a presença de infraestruturas e 2
equipamentos especializados eram propícios à movimentação logística entre o cais e o navio, auxiliando o
manuseio de grandes volumes de carga para armazenamento no porto e posterior redistribuição, quer a
nível de transhipment, quer a nível de transporte rodoviário ou ferroviário para o restante território europeu.
A alteração da génese daquele território iniciou-se então com a implementação de determinadas unidades
industriais, nomeadamente uma refinaria, uma petroquímica e uma siderurgia, juntamente com o início da
construção do porto marítimo, em 1973. A configuração deste, inicialmente definida pela forte presença do
molhe oeste (paredão que se prolongava pelo oceano em direção a sul), por três postos de ancoragem, um
terminal de produtos refinados, um setor de carga geral e um molhe este (que acolheu a posterior
implantação do terminal mineraleiro), foi sofrendo inúmeras alterações até à atualidade, quer a nível de
acessos, infraestruturas e equipamentos marítimos, quer a nível de expansão e desenvolvimento industrial
terrestres. Todas estas alterações transformaram o porto num dos principais da fachada atlântica, dotado na
atualidade de portos de pesca, de recreio, e de serviços, e de terminais de granéis líquidos, petroquímico,
multipurpose, gás natural e de contentores, este que, pela sua reconhecida eficácia a nível de procura e 3
transformadas (pipeline), tendo sido multiplicada e transferida para a cota baixa, o que proporciona uma
maior fluência ao nível do porto. Esta é a paisagem mais radicalmente transformada em todo o litoral (c)
(d)
alentejano que, à medida que a linha de costa avança sobre o mar, o perímetro e profundidade da orla
MOLHE OESTE MOLHE OESTE 4
costeira vão aumentando, resultando numa cratera terrestre a céu aberto. MOLHE OESTE
REABILITAÇÃO DO MOLHE ENTRE 1990 E 1992, DE
CONSTRUÇÃO DO MOLHE ENTRE 1973 E 1977,
Quanto ao parque habitacional de Sines, que até 1919 reunia apenas 9% dos edifícios hoje construídos, PARCIALMENTE DANIFICADO POR DUAS TEMPESTADES,
FORMA A GARANTIR A OPERACIONALIDADE DOS
POSTOS DE ACOSTAGEM DO TGL E DO TPQ
AMBAS EM FEVEREIRO, NOS ANOS DE 1978 E 1979
sofreu uma significativa expansão com a implementação do complexo portuário e industrial, ocorrido com (a)
maior expressão entre 1971 e 1980. Esta súbita dilatação originou a incapacidade da estrutura urbana em
acompanhar o aumento do ritmo demográfico, provocando diversas situações de sobrelotação. 5
Por conseguinte a todas estas intervenções, da antiga vila piscatória de Sines apenas a pesca e o próprio
pescador se mantêm como ícones históricos da vivência daquela época, enquanto que, do presente/futuro PORTUGAL
EUROPA 6
porto industrial, são a modernidade e o progresso que se refletem numa referência para o novo modo de a
“habitar”. Apesar da mais temida de todas as ameaças impostas pela construção do porto não se ter MOLHE ESTE
ESQUEMA INTERPRETATIVO DA POSIÇÃO GEOGRÁFICA DE
concretizado, o aterro da praia de Sines e a transferência de toda a atividade piscatória para o porto de Vila CONSTRUÇÃO DO MOLHE ENTRE 1984 E 1987
AMPLIAÇÃO DO MESMO ENTRE 2001 E 2003
Nova de Milfontes, todo o espaço roubado ao mar continua a ser por muitos contestado. O que, até há PORTUGAL EM RELAÇÃO AO RESTANTE TERRITÓRIO EUROPEU MOLHE ESTE
(DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA
década de 70, se reconhecia como um território predominantemente rural e agrário, transformou-se num APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA) SEGUNDA AMPLIAÇÃO EM 2013
COMPLEXO PORTUÁRIO
território completamente apropriado pela indústria e pela mão humana, provocando um grande impacto quer
0 500 1 000 2 000 km TERMINAL DE GRANÉIS LÍQUIDOS (TGL)
na paisagem e no ambiente daquele território, quer na sua sociedade. Para o povo que conheceu e habitou TERMINAL PETROQUÍMICO (TPQ)
Sines naquela época, geralmente constituído por pescadores, a transformação da linha de costa, conjunta à MOLHE DE ABRIGO E PORTO DE PESCA
destruição da maioria dos seus pesqueiros e marcos de orientação no mar, vieram forçar uma adequação a PORTO DE RECREIO
PORTO DE SERVIÇOS
novos hábitos de vida, inseridos num modelo de cidade-porto-indústria. TERMINAL MULTIPORPUSE (TMS)
O novo modelo de gestão e ordenamento da cidade veio incutir novos inputs (económicos, sociais, culturais TERMINAL DE GÁS NATURAL LIQUEFEITO (TGNL)
TERMINAL XXI (TXXI)
e políticos) muito positivos não só para a região, mas também para o próprio país. Por um lado, a nível AMPLIAÇÃO - ENTRE 2013 E 2014
regional, contribuiu (e continua a contribuir) para a fixação de população neste território, originada pela COMPLEXO PORTUÁRIO
criação de um maior número de postos de trabalho, assim como permite o desenvolvimento de MOLHE DE ABRIGO E PORTO DE PESCA
COMPLEXO INDUSTRIAL
infraestruturas e empresas direta ou indiretamente ligadas ao setor, associadas, por vezes, à criação e COMPLEXO PORTUÁRIO OBRAS DE MODERNIZAÇÃO - ENTRE 1992 E 1994
PROLONGAMENTO DO MOLHE DE ABRIGO E DO CAIS SUL - ENTRE 2000 E 2001
1 PETROQUÍMICAS E QUÍMICAS
2 METALOMECÂNICA
dinamização de um conjunto de atividades vinculadas à investigação e novas tecnologias. Por outro lado, a TERMINAL DE GRANÉIS LÍQUIDOS (TGL) PORTO DE RECREIO
3 REFINARIA
CONSTRUÇÃO - ENTRE 1973 E 1977 CONSTRUÇÃO - ENTRE 1992 E 1995
nível nacional, o porto de Sines é apresentado como "fonte" responsável pelo abastecimento de produtos TERMINAL PETROQUÍMICO (TPQ) TERMINAL DE CARGA GERAL (TCG) E CENTRO DE DESPACHO DE NAVIOS
4 INDÚSTRIA E SERVIÇOS DE ENERGIA E CONSTRUÇÃO
energéticos a todo o país, contribuindo, assim, para a exponenciação da sua riqueza económica (cerca de CONSTRUÇÃO - ENTRE 1973 E 1981 READAPTAÇÃO DO PORTO DE CONSTRUÇÃO - ENTRE 1984 E 1993
5
6
CENTRAL TERMOELÉTRICA
MOLHES DE ADMISSÃO E DE REJEIÇÃO DE ÁGUA PARA
2,5% do seu PIB). Desta forma, o complexo industrial e portuário do litoral alentejano assume-se como ativo MOLHE DE ABRIGO AO PORTO DE PESCA
CONSTRUÇÃO - 1983
TERMINAL MULTIPORPUSE (TMS)
REFRIGERAÇÃO DA CENTRAL TERMOELÉTRICA
CONSTRUÇÃO - ENTRE 1984 E 1992
fundamental no contexto económico nacional (decorrente através do processo de globalização), com PORTO DE CONSTRUÇÃO AMPLIAÇÃO - ENTRE 1994 E 2000
COMPLEXO LOGÍSTICO
principal relevo no âmbito portuário a nível europeu e mundial, onde a afirmação de Portugal no mundo é, CONSTRUÇÃO - 1973 TERMINAL DE GÁS NATURAL LIQUEFEITO (TGNL)
7
CONSTRUÇÃO - ENTRE 2001 E 2003 ZAL DE SINES INTRA-PORTUÁRIA
em grande parte, traduzida pelo retorno da sua economia ao mar (vendo nele um maior desígnio), e MOLHES DE ADMISSÃO E DE REJEIÇÃO DE ÁGUA PARA
REFRIGERAÇÃO DA CENTRAL TERMOELÉTRICA TERMINAL XXI (TXXI) 8 ZAL DE SINES INTRA-PORTUÁRIA (EXPANSÃO)
reforçando, assim, a sua posição de "Porta Atlântica da Europa"(12). CONSTRUÇÃO - ENTRE 1979 E 1984 CONSTRUÇÃO - ENTRE 2000 E 2004 9 ZAL DE SINES EXTRA-PORTUÁRIA
(12)
DE CARVALHO, Alcídio Ferreira Torres (2005). Porto de Sines – Porta Atlântica da Europa. Sines: Administração do Porto de Sines
PLANTA DE 1984 PLANTA DE 2005 PLANTA DE 2016
0 250 500 1 km
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
14
04
09
06
05
10
12 13
03 11
02
01
ESCALA 1/10 000 - MAQUETE DE PROCESSO QUE RELACIONA A ESCALA DO (RE)DESENHO DA NOVA LINHA DE COSTA ESCALA 1/500 - NUMA TENTATIVA DE ACERTO DE ESCALAS, A PRESENTE MAQUETE RESULTOU NA PROCURA DE ESCALA 1/500 - EIXO VISUAL A PARTIR DA PEDREIRA DE MONTE CHÃOS, QUE ESTABELECE UMA RELAÇÃO DE COTAS
E DA EXPANSÃO PREVISTA PARA O PORTO DE CONTENTORES, COM O TERRITÓRIO ENVOLVENTE RELAÇÃO DO CONJUNTO PROPOSTO COM A SUA SITUAÇÃO ENVOLVENTE (CIDADE, ESCARPADO E MAR) ENTRE OS PERCURSOS SOCALQUEADOS DA PEDREIRA SUPERIORES ÀS CÉRCEAS DA UNIDADE DE PRODUÇÃO
O projeto "Sistematizar o Limite" está implantado num ponto de charneira entre a cidade de "Do lado nascente do rossio ergue-se um elemento vertical, de planta “triangular”, que se
Sines e todo o "aparato" industrial e logístico que a envolveu. Como limites tem: a poente, a relaciona com as três maiores componentes arquitetónicas propostas para este lugar: o
praia Vasco da Gama e o Pontal de Santa Catarina, formação rochosa que, após a sua rossio, o molhe e serviços públicos e um conjunto de produção de aquacultura. Quanto ao
amputação para construção da plataforma portuária, se tornou um marco simbólico na sua seu topo, este regulariza-se em quatro lados, que simbolizam a água, a terra, a polis e
relação com o mar; a norte, a grande enseada a uma cota alta, onde se implanta e se cultura e a indústria e produção."(22) Ainda dentro de um contexto enquadrado neste território,
expande a cidade; a nascente é limitada pela zona de atividade logística (ZAL) e pelos portos a verticalidade deste elemento remete à silhueta de uma chaminé, particularmente
logísticos e industriais; e, a sul, o mar. caraterística das indústrias conserveiras. "A partir da torre é possível fazer o acesso às três
Os princípios para intervir neste lugar passaram "pela clarificação de um espaço expetante e principais cotas do projeto: à cota 3, acima do nível médio das águas do mar, que possibilita ESCALA 1/500 - EIXO VISUAL SOBRE O CONJUNTO PROPOSTO QUE, DANDO CONTINUIDADE À MORFOLOGIA DA
PEDREIRA, DEFINE UM ANFITEATRO NATURAL À COTA ALTA E DESENHA O LIMITE DA INTERVENÇÃO A NORTE
ESCALA 1/100 - MAQUETE PARCIAL DO CONJUNTO "SISTEMATIZAR O LIMITE" QUE PROCURA, ATRAVÉS DA CROMÁTICA E TEXTURA DOS
MATERIAIS UTILIZADOS, UMA APROXIMAÇÃO À MATERIALIDADE CONSTRUTIVA (BETÃO APARENTE COM ACABAMENTOS DISTINTOS)
amorfo, compreendido pelos limites anteriormente referidos. A indecisão sobre o lugar é o um percurso técnico e faz o acesso às diferentes zonas de serviço; à cota 6, que liga ao
que o torna um limite, visto não se assumir como conetor entre a cidade e a expansão amplo rossio, à praia e à cidade, na sua cota baixa; e, à cota 13, que acede a uma passagem
portuária."(13) Todos os programas aqui localizados (porto de recreio, clube náutico e porto de aérea e possibilita fazer a travessia sobre a avenida em direção à pedreira, ramificando-se
serviços), numa relação mais íntima com o mar, um armazém de reparações, a norte, e a para caminhos pedestres que ligam com a cidade, à sua cota alta, ou com os diferentes
construção de estruturas para a administração do porto de Sines (APS), "tornaram-se socalcos que circundam a pedreira."(23)
incompatíveis no seu conjunto e acabam por não participar da cidade e da clarificação da A nascente surge "um grande conjunto edificado, constituído por uma sucessão de naves
atividade logística e portuária."(14) que resultam de uma composição sistémica do arquétipo enquanto elemento fundador da
"O porto de recreio, pela forma como foi construído na relação com o porto de pesca, nova arquitetura proposta para o lugar. O ritmo criado pelas suas naves de duas águas
encerra o que no passado foi uma enseada natural e uma baía francamente aberta ao mimetizam um paralelismo com o movimento superficial das águas do oceano."(24) Quanto à
PÁGINA 043 mar."(15) Desta forma, a praia, que sempre foi o meio de ligação e afinidade entre o povo de sua programática, as áreas públicas e administrativas surgem como prolongamento do rossio PÁGINA 044
"SISTEMATIZAR O
"SINES: NÚCLEO
URBANO, Sines e o mar, "não garante o horizonte de um areal curvo que deixa vislumbrar a ampla para o interior do edificado, desenvolvidas à mesma cota. Do lado oposto, junto à ZAL, LIMITE - ENTRE A
TERRA E O MAR,
profundidade do oceano."(16) O clube náutico, apesar da sua função pública, não está a
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA efetuam-se os acessos de cargas e descargas de toda mercadoria aqui originada e ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA"
construir cidade pela distância e afastamento que assume em relação ao restante edificado. transformada. A produção de aquacultura, investigação e processamento acontecem entre
Por fim, o porto de serviços que, pelo tipo de embarcações que nele atracam (rebocadores), os dois extremos do complexo.
"não tem de se distanciar das embarcações lúdicas ou de recreio, pois não existem O resultado arquitetónico obtido deve promover o encontro e confronto entre a cidade e a
incompatibilidades."(17) indústria, em que o arquétipo, às diferentes escalas e medidas, "procura domesticar a
"Assim, numa primeira fase, a operação passou por clarificar e apontar novos limites para a arquitetura num conjunto mais facilmente reconhecido como arquitetura para o Homem. Por
linha de costa compreendida entre o Pontal de Santa Catarina e o porto de contentores."(18) outro lado, o arquétipo assume-se como um elemento construtivo simples, com um limite ESCALA 1/100 - A PRESENTE REPRESENTAÇÃO EM MAQUETE PROCURA MOSTRAR A RELAÇÃO PERMEÁVEL ESCALA 1/100 - MAQUETE PARCIAL DO CONJUNTO QUE REVELA O PROLONGAMENTO DO ROSSIO PARA O INTERIOR
No seguimento da avenida e da sua curvatura, é possibilitado o percorrer em direção a um temporal indefinido."(25) Desta forma, quando a prática da aquacultura não fizer sentido neste EXISTENTE ENTRE O ROSSIO E AS CONSTRUÇÕES QUE O LIMITAM, ASSUMINDO FUNÇÕES RECÍPROCAS ENTRE SI DA UNIDADE DE PRODUÇÃO, ATRAVÉS DE UM PÓRTICO DESENHADO PELO PASSADIÇO
molhe, dando pertinência a um passeio entre o mar e o novo rossio (espaço de permanência lugar, "a adaptabilidade do edifício a outros propósitos poderá ser um processo mais
e contemplação). No remate do percurso, "surge uma vista angular sobre a cidade e a simplificado. Há uma intenção de eficiência e adequabilidade a diversos usos, quer do
indústria, que possibilita ver o conjunto em diferentes distâncias e ângulos."(19) Este molhe espaço vazio como do construído, pelo que o tempo o ditar."(26)
assume também uma direção técnica específica, de forma a proteger os novos espaços Ao contrário de toda a frente mar concessionada e limitada à utilização por parte da APS,
comuns (porto de recreio, clube náutico, porto de serviços e estaleiro de reparações navais) "este novo lugar não procura criar barreiras, mas sim possibilitar o usufruto público de um
da forte agitação marítima sudoeste frequentemente ocorrente. interstício com localização peculiar entre a cidade e a indústria, entre a terra e o mar,
A presença do grande rossio, "pela necessidade de ter uma escala adequada à cidade e à participando das diferentes cotas da cidade e das constantes oscilações das marés. É um
indústria, é um amplo vazio que enfatiza a relação de proximidade com o mar. Quando se lugar para encontros e relações que ultrapassam o limite específico de cada um." (27)
caminha da cidade em direção a este, surge um corpo que encerra o horizonte e deixa em
suspenso a revelação do porto de contentores. Nele podem realizar-se feiras industriais ou (13)
DE OLIVEIRA, Ana Filipa, ANTÃO, Fábio e SARAIVA, Tiago (2016). Sistematizar o Limite – entre a Terra e o Mar, Água e Cultura. (Projeto Avançado III e IV, do Mestrado Integrado em
Arquitetura). (p. 22). Universidade de Évora. Portugal
populares, mercados e exposições, ou ainda tornar-se num grande palco para o Festival (14)
(15)
ibidem.
ibidem.
Músicas do Mundo, usos possibilitados quer pela sua escala e adequabilidade a diversos (16)
(17)
ibidem.
ibidem.
programas, quer por se tratar de um equipamento público que detém a capacidade de (18)
(19)
ibidem.
e revela-se pela sua linearidade como uma composição regrada e sistémica." (21)
ibidem.
(26)
ibidem.
(27)
ibidem. ESCALA 1/50 - REPRESENTAÇÃO PARCIAL DA NOVA FRENTE MAR, QUE EVIDENCIA A RELAÇÃO DE COTAS ENTRE O ESCALA 1/50 - AMBIÊNCIA E ESPACIALIDADE INTERIORES DA UNIDADE DE PRODUÇÃO, QUE TIRAM PARTIDO DO ESCALA 1/100 - RELAÇÃO DAS DIVERSAS MATERIALIDADES E ACABAMENTOS EXTERIORES DOS ELEMENTOS
NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR (COTA 0), O ACESSO DE SERVIÇOS (COTA 3) E O PERCURSO PÚBLICO (COTA 6) DESENHO DE NAVES AMPLAS E DESOBSTRUÍDAS, CAPAZES DE SUPORTAR DIVERSOS TIPOS DE UTILIZAÇÃO CONSTRUÍDOS (PAINÉIS DE BETÃO PRÉ-FABRICADOS, BETÃO APARENTE E REBOCO CIMENTÍCIO ESTANHADO)
ESCALA 1/50 - A RELAÇÃO ENTRE O PÚBLICO (LAZER) E O PRIVADO (PRODUÇÃO) É ENUNCIADA NESTA IMAGEM. APESAR DO SEU CARÁTER PRIVATIVO, O ESCALA 1/50 - A ESTEREOTOMIA DOS PAINÉIS PRÉ-FABRICADOS DE BETÃO, APLICADOS NA COBERTURA DA UNIDADE
INTERIOR DAS NAVES INDUSTRIAIS É REVELADO AO PÚBLICO ATRAVÉS DE DIVERSOS VÃOS QUE VÃO PAUTANDO O PERCURSO AO LONGO DA NOVA FRENTE MAR DE PRODUÇÃO, PROCURA DAR CONTINUIDADE AO RITMO IMPOSTO PELA GEOMETRICIDADE DE TODO O DESENHO
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
11
10
09
08
07
06
AVANÇOS SOBRE O MAR
05
04
03
MARCO DE ENTRADA
TORRE DE ACESSOS VISTA ANGULAR SOBRE A BAÍA
CASTELO DE SINES
CALHETA
0 50 100 200 m
01
HANGAR FERROVIÁRIO
COTA 3
(ACESSOS TÉCNICOS)
PÁGINA 047 PÁGINA 048
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, LIMITE - ENTRE A
ESTALEIRO NAVAL TERRA E O MAR,
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA ACESSO TÉCNICO ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA" AO AUDITÓRIO
ACESSO À TORRE
ACESSO TÉCNICO
AO CLUBE NÁUTICO
ACESSO TÉCNICO
À RESTAURAÇÃO
TANQUES DE
UNIDADE DE PRODUÇÃO AQUACULTURA INSHORE
DE AQUACULTURA
ACESSO TÉCNICO
À RESTAURAÇÃO
RESTAURAÇÃO/
SERVIÇOS DO PORTO DE RECREIO
ACESSO TÉCNICO
AO PORTO DE RECREIO
PORTO DE RECREIO
A C
PASSADIÇO
COTA 13 D
0 12.5 25 50 m
ALÇADO D ALÇADO C
AXONOMETRIA ISOMÉTRICA DA INSERÇÃO DO ARQUÉTIPO E DA SUA SISTEMATIZAÇÃO AXONOMETRIA ISOMÉTRICA DA RELAÇÃO DOS ACESSOS COM A TORRE
(DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA (DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA
APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA) APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
17
20 21
19
18
01 16
15
02
14
13
12
06
PÁGINA 049 03 PÁGINA 050
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, 11 LIMITE - ENTRE A
INDÚSTRIA E TERRA E O MAR,
ESTRUTURA ÁGUA E CULTURA"
05
PORTUÁRIA"
04
10
07
09
08
3.15
10
B
14 15
C 16
08
10
09 07 3.00
10 17
D
19
06
E 3.15
18
07 3.00
F
3.15 3.15
11 12 13
22
G
07 3.00 20 20 20 21 3.15 23
H
24
27 24
J
16
A 06
25
K
04 05 4.05 26 26 3.15
B L
331 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
3.15
32
PÁGINA 051 03
31 PÁGINA 052
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, 30 LIMITE - ENTRE A
INDÚSTRIA E TERRA E O MAR,
29
ESTRUTURA ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA" 28
27
3.00
26
3.15
25
02
24
23
22
21
20
19
18
17
3.15 16
15
02
14
13
12
11
10
9
3.15
8
01
7
6
A 5
4
3
B
2
1
3.00 3.00
3.15
16
01
23 23
08
A
22 22
22 22 26 6.05 28
B 3.15
24 22 22 27 29
07 22 19 5.85 22 26
C
08 02
6.05
5.85 3.00
12 23 01 6.05 12 5.85 19 26
D
30
22 22 22 22
E 3.15
19 3.00
F
3.15 3.15
25
6.00 6.05 21 6.05 6.05
18 20 31
G
19 3.00
H
I
02
32
01
6.05
J
A
14 17
K
6.00
11 5.85 3.15
12 13 4.05 15 16 16 33 33
02 B L
10 6.00
3.15 6.05
09 331 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
32
PÁGINA 053 6.00 31 PÁGINA 054
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, 30 LIMITE - ENTRE A
INDÚSTRIA E TERRA E O MAR,
29
ESTRUTURA ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA" 06 28
27
07 3.00
26
6.05
25
08
24
23
05
22
6.00
21
20
19
18
08
17
07 6.05 16
06 15
14
13
12
05
6.00 11
10
3.15
04 9
8
03
02 6.05 7
6
A 5
01
4
3
B
2
1
6.00
3.15
18
01
21 21
A 16
24 26
B 3.15
22 25 27
08 16 20 5.85 16 24
C 16
16
16 6.05
5.85 3.00
14 21 01 6.05 14 5.85 20 24
D
28
16 16
E 3.15
20 3.00 16
F
3.15 3.15
23
6.00 6.05 6.05 6.05
29
G
20 3.00 16 16 16 16 16
H
30
16 6.05
J
16
A
16 19
K
15
6.00
13 5.85 17 18 18 3.15
14 4.05 31 31 16
02 B L
12 6.00
3.15 6.05
11 331 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
32
PÁGINA 055 6.00 31 PÁGINA 056
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, 6.05 30 LIMITE - ENTRE A
INDÚSTRIA E TERRA E O MAR,
29
ESTRUTURA ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA" 10 28
27
08 3.00
26
9.00
25
09 07
24
8.95 23
06
22
6.00
21
6.05 20
19
18
09
17
08 9.00 16
15
14
07
13
05
8.95 12
06
6.00 11
10
3.15
04 9
8
03
02 6.05 7
6
A 5
01
4
3
B
2
1
6.00
04 ÁREA TÉCNICA DO PORTO DE RECREIO 11 ÁREA TÉCNICA DO CLUBE NÁUTICO 18 SALA DE REUNIÃO 25 SALA DE CONTROLO DE QUALIDADE
PLANTA DO PISO 1 (COTA 11.00)
(DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA
CICLOVIA 05 ESPAÇO DE COMER 12 ESPAÇO EXPOSITIVO DO CLUBE NÁUTICO 19 SALA TÉCNICA DE TRATAMENTO DE ÁGUAS 26 HANGAR FERROVIÁRIO
APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
CIRCULAÇÃO FERROVIÁRIA 06 ESPLANADA EM COTA SUPERIOR 13 TORRE DE ACESSOS 20 PÁTIO EXTERIOR 27 PLATAFORMA DE CONTENTORES
PERCURSO PÚBLICO 07 ESPAÇO DE COMER EM MEZZANINE 14 ÁREA EXTERIOR AJARDINADA 21 SALA DE ESTAR 28 RECEÇÃO E EXPEDIÇÃO
PERCURSO TÉCNICO ÁREA DE INTERVENÇÃO DA ZONA DE RESTAURAÇÃO E APOIO AO PORTO DE RECREIO: 1 406.90 M2 01 FOYER 08 COZINHA 15 AUDITÓRIO PÚBLICO 22 SALA DE REFEIÇÕES 29 ARRUMO E APOIO AO PROCESSAMENTO
EIXO ESTRUTURAL ÁREA DE INTERVENÇÃO DA TORRE DE ACESSOS: 157.55 M2 02 RECEÇÃO 09 INSTALAÇÃO SANITÁRIA 16 ÁREA TÉCNICA 23 PASSADIÇO METÁLICO DE ACESSO A COTA SUPERIOR 30 PROCESSAMENTO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
0 12.5 25 50 m
2 17 ESPAÇO DE WORKSHOPS
0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS ÁREA DE INTERVENÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AQUACULTURA: 27 855.30 M 03 SALA TÉCNICA 10 BALCÃO DE SERVIÇO 24 LABORATÓRIO 31 PROCESSAMENTO DA PRODUÇÃO INSHORE
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
34.00
13.00
9.00
34.00
6.05 6.00 6.00 6.00 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00
34.00
18.00 18.00
13.00
6.00 6.00
3.00 3.00 3.00
34.00
13.00
ALÇADOS DO CONJUNTO
(DESENHO REELABORADO PELO AUTOR,
COM BASE NA CARTOGRAFIA
APRESENTADA EM
SISTEMATIZAR O LIMITE
, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
34.00 A
CORTE A
34.00 B
CORTE B
8.30
6.05 6.05 6.05 6.05 6.55
6.00
CORTE C
CORTE D
11.75
11.45
9.35
CORTE E
CORTE F
11.75
8.30
6.05 6.05 6.05 6.05 6.55
6.00 6.00 5.88
CORTE G
11.75
9.35 9.35
6.00 6.05 6.05 6.00 6.05 6.00 5.88 6.05 6.05 6.55
CORTE H
34.00
A A
18.00 18.00
13.00
12.00
9.35
6.05 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.05 6.05 6.05 6.00
4.05
3.00 3.05 3.00
-3.00
CORTE A CORTE A
34.00
B B
13.00
9.35
6.05 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.05 5.90 6.05 6.05 6.00
3.00 3.05 3.00
0.17
-3.00
CORTE B CORTE B
34.00
C C
13.00
PÁGINA 063 PÁGINA 064
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
9.05 LIMITE - ENTRE A
URBANO,
INDÚSTRIA E 6.05 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.05 6.05 6.05 6.05 6.00 TERRA E O MAR,
ESTRUTURA ÁGUA E CULTURA"
PORTUÁRIA" 3.05 3.00 3.00
-0.17
-3.00
CORTE C CORTE C
34.00
D D
13.00
11.40
9.05 9.35
6.05 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.05 6.05 6.05 6.05 6.00
3.05 3.00 3.00
-0.17
-3.00 -3.00
CORTE D CORTE D
E E
18.00 18.00
13.00
11.75
9.35
6.05 6.00 6.00 6.00 6.05 6.05 6.05 6.05 6.05 6.00
3.05 3.00 3.05 3.00 3.00 3.05 3.00
-3.00
CORTE E CORTE E
NÍVEL MÉDIO DA PREIA-MAR (2016) - +2.83 NÍVEL MÉDIO DA PREIA-MAR (2016) - +2.83
NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR - +2.00 NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR - +2.00
NÍVEL MÉDIO DA BAIXA-MAR (2016) - +1.07 NÍVEL MÉDIO DA BAIXA-MAR (2016) - +1.07
0.00 0 12.5 25 50 m 0.00 0 12.5 25 50 m
ZERO HIDROGRÁFICO - +0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M ZERO HIDROGRÁFICO - +0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
F K
18.00 18.00
CORTE F CORTE K
G L
18.00 18.00
CORTE G CORTE L
H M
18.00 18.00
CORTE H CORTE M
I N
18.00 18.00
11.45
8.30
6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 5.85 6.00
CORTE I CORTE N
J O
11.75
8.30
6.00 5.88 6.05 6.00 6.00 6.05
CORTE J CORTE O
34.00 34.00
E
A
18.00 18.00 A
9.00
6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.00 6.00 6.05
3.00 3.00
CORTE A CORTE A
CORTE E
34.00 34.00
F
B
18.00 18.00 B
6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00 6.05
34.00 34.00
G
C
18.00 18.00 C
34.00 34.00
H
D
18.00 18.00 D
9.00 9.00
6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00 6.05 6.00 6.05
3.00 3.00 3.05 3.05 3.05 3.05
34.00 34.00
18.00 E
6.00 6.05 6.00 6.00 6.00 6.05 6.05 6.00 6.05 6.05 6.00
3.00
NÍVEL MÉDIO DA PREIA-MAR (2016) - +2.83 NÍVEL MÉDIO DA PREIA-MAR (2016) - +2.83
NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR - +2.00 NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR - +2.00
NÍVEL MÉDIO DA BAIXA-MAR (2016) - +1.07 NÍVEL MÉDIO DA BAIXA-MAR (2016) - +1.07
0.00 0 12.5 25 50 m 0.00 0 12.5 25 50 m
ZERO HIDROGRÁFICO - +0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M ZERO HIDROGRÁFICO - +0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
CICLOVIA
DIREÇÃO: SINES
PASSADIÇO ELEVADO
ESTA PASSAGEM AÉREA PERMITE DIVERSAS ALTERNATIVAS
DE, A PARTIR DA CIDADE, DESCOBRIR O MAR,
INCENTIVANDO A VIVÊNCIA E PERMANÊNCIA PÚBLICAS NAS
MAIS VARIADAS COTAS DO ESPAÇO ENVOLVENTE
CICLOVIA
DIREÇÃO: PORTO CÔVO
ROSSIO
DESENHADO COMO UM ESPAÇO AMPLO E VAZIO, ESTE LUGAR PRETENDE
EQUILIBRAR A ESCALA DA CIDADE E DO PORTO INDUSTRIAL, TORNANDO-SE
DESTA FORMA UM ESPAÇO PÚBLICO DE REMATE À ENSEADA DE SINES E, AO
MESMO TEMPO, LUGAR DE CONEXÃO ENTRE A CULTURA E A ECONOMIA
LOCAIS. AQUI PODEM ACONTECER MERCADOS, FEIRAS POPULARES OU
EMPRESARIAIS, CONCERTOS, ATIVIDADES DESPORTIVAS, ENTRE OUTROS
PORTO DE RECREIO
O NOVO PORTO DE RECREIO FICA PROTEGIDO DAS TEMPESTADES
MARÍTIMAS PELO MOLHE PROPOSTO, MAIS PRÓXIMO E
COMUNICANTE COM ESTE PELO SEU CARÁTER PÚBLICO E
ACESSÍVEL, UM LUGAR DE LAZER QUE SERVE O CLUBE NÁUTICO
PORTO DE SERVIÇOS
ESTE SERVE DE APOIO À COMPONENTE PRODUTIVA DO
PROJETO, AUMENTANDO A EFICIÊNCIA DO CONJUNTO
EDIFICADO NA SUA ESTABELECIDA RELAÇÃO COM O MAR.
PERMITE AINDA A ANCORAGEM DOS REBOCADORES E O
ACESSO DAS EMBARCAÇÕES AO ESTALEIRO NAVAL
CHUVA SOL
PLATAFORMAS SOBRANCEIRAS
AS DIFERENTES PLATAFORMAS DO NOVO MOLHE
PROPORCIONAM MELHORES CONDIÇÕES PARA A PRÁTICA
DA PESCA DESPORTIVA, ENRAIZADA NA CULTURA
PORTUGUESA E NA RELAÇÃO COM A SUA LINHA DE COSTA
LIGAÇÃO À COTA 13
(PASSADIÇO SUSPENSO)
LIGAÇÃO À COTA 6
(ROSSIO)
MOLHE
ASSUMINDO UM CARÁTER FORTIFICADO, ESTE VAI AO ENCONTRO DE
OUTROS ELEMENTOS DA MESMA FAMÍLIA SITUADOS NA ENSEADA DE
SINES, TAIS COMO: O FORTE DE NOSSA SENHORA DAS SALVAS, A
CALHETA E O CASTELO. DE REALÇAR OS PROJETOS DE ALEXANDRE DE
MASSAI PARA A BAÍA. A SUA GEOMETRIA PERMITE AO MESMO SE
TORNAR MAIS EFICIENTE NA DEFESA CONTRA AS MARÉS
SALAS DE REUNIÃO
GABINETES
RECEÇÃO
ÁTRIO
HANGAR FERROVIÁRIO
ESPELHO DE ÁGUA
PÁTIO EXTERIOR
TORRE DE ACESSOS
SALA DE CONTROLO ALIMENTAR
EXPEDIÇÃO
RESTAURANTE
SALAS DE REUNIÃO/WORKSHOPS
ARRUMOS DE CAIXAS
PORTARIA
ACESSOS VIÁRIOS DE SERVIÇO TÉCNICO
E DE APOIO AO PORTO E RECREIO
SILOS DE RAÇÃO
RECEÇÃO/PROCESSAMENTO
COTA 6
SEÇÃO DE ENGORDA
EXPEDIÇÃO
ARCAS FRIGORÍFICAS
SEÇÃO DE PRÉ-ENGORDA
SEÇÃO DE PROCESSAMENTO
RECEÇÃO/PROCESSAMENTO
COTA 3
0 20 40 80 m
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
34.00
LAJETAS DE BETÃO
18.00 18.00
PASSADIÇO SUSPENSO -
PASSAGEM AÉREA ATÉ À PEDREIRA
GESSO PROJETADO
LAJETAS DE BETÃO
PÁGINA 071 IMPERMEABILIZAÇÃO, COM MEMBRANA LÍQUIDA ELÁSTICA
PÁGINA 072
"SINES: NÚCLEO "SISTEMATIZAR O
URBANO, LIMITE - ENTRE A
INDÚSTRIA E LAJE EM BETÃO LEVE, ACABAMENTO AFAGADO TERRA E O MAR,
13.00 13.00 13.00 ÁGUA E CULTURA"
ESTRUTURA
PORTUÁRIA"
9.50
7.00
CAIXA DE BRITA
SOALHO EM RIGA VELHA, ESP. 19 MM
ACESSOS TÉCNICOS E AO PORTO DE RECREIO 3.00
BARROTE DE FIXAÇÃO, COM 40X30 MM
-3.25
TELA ASFÁLTICA
18.00
13.00
6.05
6.00
SOLO COMPACTADO
MANTA GEOTÊXTIL
CAIXA DE BRITA
FOLHA DE PLÁSTICO
SETOR DE PRODUÇÃO
POENTE Cota 3, acessos a partir de um percurso técnico desnivelado em relação ao percurso público NASCENTE
10 11 12 13
15.00
14.55
93° 93°
1.52 2.20 1.72 1.72 2.20 1.52
10.25
9.95
9.60
135° 135°
7.85
4.50
90º
9.50
9.50
PASSADIÇO METÁLICO PASSADIÇO METÁLICO PASSADIÇO METÁLICO 4.00
2.40
Cota 6, elevado em relação ao setor de produção, permite um acesso às Cota 6, elevado em relação ao setor de produção, permite um acesso às Cota 6, elevado em relação ao setor de produção, permite um acesso às
diferentes áreas da unidade diferentes áreas da unidade diferentes áreas da unidade
7.85
0.90
3.25
3.00
20
19 2.75
18
17
CANAL DE DRENAGEM EM BETÃO PRÉ-FABRICADO TANQUE DE AQUACULTURA TANQUE DE AQUACULTURA 16 TANQUE DE AQUACULTURA
Tanque de engorda e maturação das espécies, 4.25 Tanque de engorda e maturação das espécies, Tanque de engorda e maturação das espécies,
PAVIMENTO EM EPOXY AUTONIVELANTE 15
com capacidade aproximada de 45 m3 de água com capacidade aproximada de 45 m3 de água com capacidade aproximada de 45 m3 de água
CONTÍNUO, COR CINZA CLARO 14
13
CAMADA DE REGULARIZAÇÃO E
12
FORMAÇÃO DE PENDENTE, ESP. VARIÁVEL
LAMBRIM COM 2750 MM ALTURA, REVESTIDO A EPOXY 11
LAJE DE MASSAME EM BETÃO, ESP. 200 MM 10
AUTONIVELANTE CONTÍNUO, COR CINZA CLARO 2.75
MANGA PLÁSTICA 09
RODAPÉ EM MEIA-CANA, COM 150 MM ALTURA, REVESTIDO A
08
CAMADA DE BRITA COMPACTADA, ESP. 200 MM EPOXY AUTONIVELANTE CONTÍNUO, COR CINZA CLARO
07
CAMADA DE GRANOLOMETRIA LINTEL DE FUNDAÇÃO EM BETÃO 06
EXTENSA, ESP. 200 MM 05
FUNDAÇÃO POR ESTANCAMENTO
MANTA GEOTÊXTIL 04
BETÃO DE LIMPEZA, ESP. 100 MM
03
TERRENO COMPACTADO
02
inc. 1% inc. 1% inc. 1% inc. 1% inc. 1% inc. 1% 0.00 (3.00)
01
-0.20
-0.40
-0.80
EXPOSIÇÃO
(2016)
(2017)
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
PALÁCIO SINEL DE CORDES - DE FORMA A PERMITIR UMA CORRETA LEITURA DO PROJETO, PALÁCIO SINEL DE CORDES - APÓS A LEITURA DE SINES A UMA ESCALA TERRITORIAL, PALÁCIO SINEL DE CORDES - A ABERTURA DA ÚLTIMA GAVETA RESULTA NA LEITURA DO
INICIADA À ESCALA TERRITORIAL, A ABERTURA DAS GAVETAS DEVE COMEÇAR DE BAIXO PARA CIMA SOBREPÕE-SE A SEGUINTE GAVETA COM A IMPLANTAÇÃO DO PROJETO NA RELAÇÃO COM A SUA ENOLVENTE PROJETO NA SUA TOTALIDADE, DESDE A GRANDE ESCALA ATÉ AO INTERIOR MAIS DETALHADO
A exposição “Sines: logística à beira-mar”, que promoveu uma reflexão da relação entre a cidade de Sines e
a sua componente industrial e logística, resultou da seleção de uma série de trabalhos académicos
concorrentes ao “Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium BCP”. Os trabalhos
apresentados visavam fazer uma observação sobre o território, integrando-o nos programas letivos de cada
instituição de ensino, através de exercícios pensados a partir da especificidade daquele lugar.
De um total de 56 trabalhos entregues a concurso, foi feita, em anonimato, uma seleção de 20 projetos a
integrar a exposição, conjunto este que pretendia ser representativo quer das escolhas e metodologias
pedagógicas de cada universidade, quer dos interesses e respetivo posicionamento do ensino da arquitetura PALÁCIO SINEL DE CORDES - MAQUETE TERRITORIAL DE SINES,
EXECUTADA À ESCALA 1/10 000, COM IMPLANTAÇÃO DO PROJETO "SISTEMATIZAR O LIMITE"
PALÁCIO SINEL DE CORDES - MAQUETE DE IMPLANTAÇÃO E RELAÇÃO
DO CONJUNTO PROPOSTO COM A SUA ENVOLVENTE, EXECUTADA À ESCALA 1/1 500
PALÁCIO SINEL DE CORDES - MAQUETE PARCIAL DO CONJUNTO, EXECUTADA À ESCALA 1/200,
QUE REPRESENTA A RELAÇÃO ENTRE OS ESPAÇOS INTERIORES E O EXTERIOR PÚBLICO
em Portugal, através da viabilidade dos próprios temas e conteúdos.
Com o intuito de tornar mais clara e explícita a leitura do conjunto dos trabalhos expostos, a sua exibição foi
organizada em quatro temáticas: “Tema”, “Sistema”, “Programa” e “Desenho”. Relativos ao “Tema”, foram
eleitos cinco projetos que visavam organizar o seu argumento em torno de um objeto específico, “uma ideia
capaz de estruturar uma abordagem concreta e de ampliar o potencial crítico da proposta, seja na reflexão,
seja no sentido da ação.”(28) O tema “Sistema” englobou seis propostas “que tiram partido da primazia de
sistemas integrados e abrangentes para definir a sua coerência e agenciar mecanismos e estratégias de
intervenção. Em geral, estes trabalhos partem de exercícios de levantamento em extensão, sobrepondo-se a
noção de território à noção de paisagem.”(29) Como “exercício convencional do projeto de arquitetura, na
PÁGINA 079 resposta a uma encomenda e a um programa edificado específico”(30), surge o conjunto de seis trabalhos PÁGINA 080
"SINES:
"SINES: NÚCLEO
URBANO, que evocam a temática “Programa”. Chega, por fim, o tema “Desenho”. Esta temática, que engloba um LOGÍSTICA À
INDÚSTRIA E BEIRA-MAR"
ESTRUTURA simples conjunto de três trabalhos, relembra o valor que o “desenho, como instrumento de controlo e
PORTUÁRIA"
definição do potencial transformador do projeto, persiste como fundamento da disciplina, e essa atitude
revela-se com grande evidência num conjunto de propostas. ... Nesse sentido, prevalece a acutilância de
algumas incisões cirúrgicas que, justamente por meio do desenho, conseguem prefigurar uma
transformação progressiva. Através da forma, é o desenho que ainda consegue transformar o desejo em
manifesto."(31)
O projeto “Sistematizar o Limite – entre a Terra e o Mar, Água e Cultura”, apresentado no subcapítulo CENTRO DE ARTES DE SINES - O "CONTENTOR" DE DUAS ÁGUAS, QUE SE APRESENTA COMO CENTRO DE ARTES DE SINES - DE TONALIDADE PÉTREA, O "ARQUÉTIVO" TORNA-SE O ELEMENTO QUE CENTRO DE ARTES DE SINES - NESTA PERSPETIVA É POSSÍVEL UM PARALELISMO FORMAL ENTRE O DESENHO
UMA MAQUETE À ESCALA 1/14, ACONDICIONA OS ELEMENTOS DO PROJETO "SISTEMATIZAR O LIMITE" SE IMPÕE À LONGITUDINALIDADE DA ORGANIZAÇÃO EXPOSITIVA, FAZENDO O REMATE DO CONJUNTO DO "ARQUÉTIVO", A COBERTURA DAS NAVES DA UNIDADE DE PRODUÇÃO E A PRÓPRIA DISPOSIÇÃO DOS PAINÉIS
anterior (01.3), integrou o conjunto dos três trabalhos relativos ao tema “Desenho”. Fazendo o mesmo parte
dos seis trabalhos que o júri incluiu como potenciais ganhadores de prémio, o projeto explora, através do
desenho, a capacidade de definição de um lugar, com identidade própria, na articulação e relação entre a
terra e o mar. Através do redesenho da linha de costa, limite em constante mutação, pretendeu-se a
clarificação de um lugar tido como amorfo e expetante, fundamentado na implantação de uma programática
que permitisse promover relações sociais públicas entre a cultura e o lazer.
Assumindo um caráter itinerante, a exposição inaugural aconteceu no Palácio Sinel de Cordes, sede da
Trienal de Arquitetura de Lisboa, estando patente no local desde o dia 8 de outubro até ao 11 de dezembro
de 2016. Posteriormente, durante o intervalo compreendido de 22 de abril a 21 de maio de 2017, a
exposição foi transferida para o Centro de Artes de Sines. O resumo desta itinerância sublinha o elevado
grau de empenho das escolas e dos respetivos alunos participantes, anexa à capacidade deste género de
concursos contribuir de forma ativa para a discussão e pensamento sobre um território e a sua
transformação, sintetizados no livro “Sines: logística à beira-mar”.
(28)
TAVARES, André e LOPES, Diogo Seixas (eds.) (2016). Sines: logística à beira-mar. (p. 12). Lisboa: Trienal de Arquitetura de Lisboa
(29)
ibidem. (p. 22).
(30)
ibidem. (p. 50).
(31)
ibidem. (pp. 66-67).
CENTRO DE ARTES DE SINES - MAQUETE CONCEPTUAL, À ESCALA 1/30, CENTRO DE ARTES DE SINES - LEITURA DA PROFUNDIDADE DO ESPAÇO EXPOSITIVO, PALÁCIO SINEL DE CORDES - O EIXO DE CHARNEIRA DEFINIDO PELA INTERSEÇÃO DO
CONJUNTO EXPOSITIVO DO PROJETO "SISTEMATIZAR O LIMITE" (MAQUETES E RESPETIVOS PAINÉIS) QUE REPRESENTA O INTERIOR DE UMA NAVE DA UNIDADE DE PRODUÇÃO A PARTIR DO EIXO DE SIMETRIA ENTRE AS MAQUETES E OS RESPETIVOS PAINÉIS ENTREGUES A CONCURSO "ARQUÉTIVO" COM A CHAPA GALVANIZADA POSSIBILITA A LEITURA DE UM ESPAÇO DE FRENTE MAR
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
191
272
"ARQUÉTIVO"
ARQUÉTIPO + ARQUIVO
CORTE
"arquétipo - nome masculino
Do grego arkhétypon, "modelo; tipo primitivo", pelo latim archetўpu-, "idem"" (32)
1. ação de arquivar
2. conjunto documental (manuscritos, livros, fotografias, impressões digitais, etc.) que resulta da atividade de uma entidade ou um
serviço
3. depósito, lugar ou edifício onde está guardado esse conjunto documental; cartório
4. móvel ou pasta para guardar documentos
Do grego arkheĩon, "sede do governo", pelo latim tardio archīvu-, "arquivo"" (33)
O sistema expositivo aqui apresentado, um “móvel” de duas águas e de tonalidade pétrea, procura fazer, por
um lado, uma analogia formal ao desenho de projeto apresentado a concurso, assim como, por outro, uma
analogia concetual às questões presentes no lugar, caraterísticas tanto pela sua dualidade, como pela sua
VISTA LATERAL DIREITA
dicotomia. 1050
A escolha do arquétipo parte de fatores histórico/funcionais presentes na arquitetura popular, onde são 700 141 97.8 77 111 226 97.8 350
possíveis encontrar relações primordiais com esta forma, particularmente em estruturas industriais e de
apoio à faina marinha localizadas em zonas ribeirinhas e frentes mar. Ao longo de toda a costa portuguesa
PÁGINA 081 foram inúmeras as aldeias e vilas piscatórias/avieiras construídas segundo este modelo, que se traduziram PÁGINA 082
"SINES: NÚCLEO
URBANO,
em lugares excecionais de relação entre a terra e o mar. "SINES:
LOGÍSTICA À
INDÚSTRIA E
ESTRUTURA
A cidade de Sines, antiga vila piscatória, assume uma relação muito peculiar com a pesca artesanal, BEIRA-MAR"
PORTUÁRIA" praticada na região durante longos anos. Em alto mar, aquando o decorrer das atividades da faina, o peixe
pescado era acondicionado em pequenas caixas de madeira. Após a chegada a terra e consequente
atracamento dos barcos no antigo porto de pesca, as mesmas caixas eram transportadas até ao local de
venda ao público, onde eram empilhadas junto ao alto muro de pedra da calheta, alterando a sua 1000
estereotomia e criando uma nova perspetiva do lugar. Este momento está claramente exposto no
documentário “O Mar a Preto e Branco”, da série da RTP “Os Segredos do Mar”, que retratou a faina e a
vida marinha dos pescadores da zona costeira de Sines, vistos a preto e branco pela objetiva do fotógrafo
Augusto Cabrita. Atualmente são os contentores marítimos que ocupam o lugar das antigas caixas de
madeira, em que a mercadoria assume agora uma maior escala e diversidade em relação ao produto
pescado.
O tempo foi alterando o território de Sines, assim como os usos e costumes do mesmo e, o lugar que
TERRITÓRIO
CONJUNTO
PARCIAL
anteriormente era tido como "espaço do povo", passou a ser dominado por uma decisão política. As escalas
foram-se adaptando ao desenvolvimento da industrialização e, da pequena e manuseável caixa de madeira
à grande de metal, são os contentores de carga que na atualidade marcam presença no novo porto 34.1 73.8
"ARQUÉTIVO"
marítimo, assumindo uma relação díspar com a cidade e constituindo parte integrante daquela paisagem. 189
O “móvel”, em si, assenta numa chapa galvanizada de acabamento liso, procurando relacionar-se com a
nova materialidade predominante no mar. Desde as grandes embarcações até aos contentores marítimos e VISTA POSTERIOR PLANTA VISTA FRONTAL
respetivas gruas, o metal é constantemente assumido como material marítimo e portuário predominante.
Concetualmente, a chapa de metal representa o oceano sobre a qual o arquétipo, forma primordial da
arquitetura, representa a relação de uma construção com o elemento água, constituindo uma frente mar.
À semelhança dos contentores marítimos, o sistema expositivo assume-se como uma caixa que acondiciona
outros bens, neste caso maquetes representativas e demonstrativas de um projeto. Se, por um lado, ela
procura enaltecer o valor dos elementos acima referidos, que foram ao longo do tempo construindo a
história da cidade de Sines, por outro esta serve também para guardar um projeto, de forma a
acondicioná-lo e a conservá-lo. "O seu sentido “móvel” revela uma dinâmica própria num vai e vem
constante: a gaveta abre-se, fecha-se; as marés sobem, descem; os barcos chegam, partem; o
“ARQUÉTIVO” está disposto aqui, depois ali."(34)
(32)
PORTO EDITORA. (2017). Infopédia – Dicionários Porto Editora. Consultado em junho 28, 2017 em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/arquétipo
(33)
PORTO EDITORA. (2017). ibidem. Consultado em junho 28, 2017 em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/arquivo
(34)
DE OLIVEIRA, Ana Filipa, ANTÃO, Fábio e SARAIVA, Tiago (2016). op. cit. (p. 51).
CONCEPTUAL
PLAYGROUNDS
WHEATFIELD - A CONFRONTATION
A seleção dos casos de estudo a abordar na presente dissertação assenta na procura de
relações de apropriação de espaços expetantes e amorfos, que se transformaram em
lugares de interação e integrabilidade sociocultural. Tratam-se de propostas inseridas em
contextos antagónicos que, não evocando apenas a disciplina da Arquitetura, representam
modos de como uma intervenção num determinado lugar se pode relacionar e integrar
reciprocamente com a sua envolvente, através de dinâmicas subjacentes à interligação entre
ambos.
No caso dos Playgrounds, estamos perante uma rede que transformou uma série de
espaços amplos e desocupados, provocados pela 2ª Guerra Mundial, em áreas de jogo
destinadas particularmente às crianças. Aqui, a circulação viária começa a perder
protagonismo, passando a interação e vivência social a ser pertinente no desenvolvimento
da cidade, assumida como um incomensurável playground. A subtileza das formas e
materiais utilizados, assim como dos próprios elementos e equipamentos aplicados na
relação com a sua envolvente e integrados em distintos contextos, permitem a ocorrência do
mais diversificado tipo de acontecimentos, provocando um estímulo na imaginação e
criatividade das crianças.
Já Luis Peña Ganchegui, com o projeto da Plaza del Tenis, recupera a memória de um
espaço de contemplação e transcendência na sua relação tangencial com o mar. Utilizando
um antigo coletor como embasamento para a sua intervenção, o arquiteto desenhou uma
série de plataformas, dispostas a diferentes cotas, que permitem criar condições para que o
espetador aprecie o espetáculo transmitido pelo poder natural do mar, sendo a natureza a
principal cenografia. É um espaço que faz a transição entre a cidade e o mar, entre as
formas levadas a cabo pelo artifício e pela mão do Homem e a escala imensa da paisagem
que a envolve. A sua materialização, em peças modulares de granito, permite a criação de
uma topografia artificial de geometria rígida, que não pretende em momento algum
mimetizar-se com aquele lugar, e que serve de momento de charneira entre dois meios
naturais, a verticalidade da escarpa e a horizontalidade do mar.
Quanto à instalação levada a cabo por Agnes Denes, na baixa de Manhattan, surge como
uma reinterpretação dos “não-lugares” de Nova Iorque como possíveis reencontros com a
natureza, numa oposição entre o urbano e o agrário. Aproveitado a área deixada disponível
pelo aterro sanitário de Battery Park, Denes “purificou” uma porção de terreno, deixando-o
são e fértil, para proceder à plantação do campo de trigo. Esta plantação estabeleceu uma
relação de confronto entre a Natureza, isto é o trigo, a camada de terra superficial e
permeável, a fotossíntese, etc., e a cultura daquele lugar, carateristicamente definida pela
presença de grandes arranha-céus, pavimentos asfaltados e impermeáveis, a perturbação
do dia-a-dia, etc. Por outras palavras, este campo de trigo, um “pavimento” que se move
naturalmente com a incidência do vento, surge como uma intrusão naquela urbe, um
paradoxo perante a força e o poder da Alta Civilização.
Assim, neste capítulo, pretende-se abordar cada caso a partir dos antecedentes do lugar em
que estes se inserem, dos motivos que provocaram a sua origem, as formas e dinâmicas
que ganharam, os equipamentos e meios utilizados e a própria forma como estes se
relacionam com o programa estabelecido para aquele lugar, assim como os significados e
provocações que possam transmitir para a sociedade atual.
02. CASOS DE ESTUDO
(2016 - 2017)
03
05
04
13
11
06
10
12
08/09
07
14
AMSTERDÃO - ORTOFOTOMAPA
15
0 0.25 0.5 1 km
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
l
anaa
rk
weste
WESTERPARK
westerdok
al
na
ka
01/02 ch
nds
l h olla
aa ord
an no
ot erk
i ksl
bu
bro
uw
03 ers
gra
ch
t
westelij
ang
oeg
k
rt
marktka
ste
RIO IJ
we
FREDERIK
naal
HENDRIK
PLANTSOEN
05
04
t
sloo
ten
kat
ijhaven
ngracht
hove
ak
tien
mr
r van
da
eeste
burgm dijksg
racht
de
rseka
gelde
ERASMUS
PARK
oosterdok
olk
sk
wa
als
zijd
eil
de
an marinedok
ou
dg
rac
ht
t
ar
rva
ge
prinsengracht
s
keizersgracht
an
ur
sch
herengracht
nb
de
tte
ou
singel
wi
ht
rac
singe
erg ij g
b urg rac
lgrac
u ilen ht
ht
al
gw
bur
al
iers
rgw
ven
bu
ht
rac
klo
en
admiralen
ng
an
rok
ere
zw
lin
ent
eh
rep
uw
otd
ock
nie
gracht
nieuwvaart
pla
nta
ge
mu
ide
rgra
al cht
na
nepka
a n len
jacob v
REMBRANDT
PARK
vaart
rloren
g rin
e
swete
kostv
e
postj
13
11 OOSTERPARK
06
10
RIO A
12
MUSEUMPLEIN
MSTE
L
08/09
boerenwetering
VONDELPARK
SARPHATIPARK
westlandgracht
rt
aa
gv
rin
07
al
ana
telk
ams
rder
noo 14
PARK
FRANKENDAEL
15
01/02 - WESTERPARK PLAYGROUND 07/08/09/10/11 - VONDELPARK PLAYGROUND NO ENDEREÇO ELETRÓNICO MAPACAD, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
PLAYGROUNDS, 1947
ALDO VAN EYCK
"Like his friends artists Piet Mondrian and Constant Nieuwenhuys, van Eyck thought of the ideal city as a maze of small intimate 01. WESTERPARK PLAYGROUND - ESPAÇO DE LAZER, COM CAIXAS DE AREIA CIRCULARES, MANTEM-SE INALTERADO, 02. WESTERPARK PLAYGROUND - A ESTRUTURA DE ESCALADA, COM UMA FONTE CENTRAL, MANTEM-SE LADEADA 03. BOETZELAERPLEIN PLAYGROUND - ÁREA DE JOGO REMODELADA (REPAVIMENTAÇÃO E ADIÇÃO DE OUTRAS
AO QUAL FORAM ADICIONADOS ELEMENTOS DE JOGO "CATALOGADOS" E UM PERÍMETRO FÍSICO DE SEGURANÇA PELOS MACIÇOS CILÍNDRICOS DE SALTO. É DAS POUCAS INTERVENÇÕES QUE NÃO SOFREU QUALQUER ALTERAÇÃO ATRAÇÕES), ONDE APENAS PERMANECE INTATA A ESTRUTURA DE ESCALADA EM AÇO INÓX, COM FORMA DE IGLÔ
territories or, more poetically, as a casual constellation of stars. A playground in every corner was just a first step to the "playful city": the
play town. "Whatever time and space mean", he would say to criticize his fellow modernist architects, "place and occasion mean
more"."(35)
Liane Lefaivre
Após a Segunda Guerra Mundial (com termino em 1945), a maioria das cidades holandesas apresentava-se
com o seu tecido urbano parcialmente devastado, já num preocupante estado de abandono. No caso
específico de Amsterdão, o espaço habitacional encontrava-se sob um processo contínuo de perda de
caráter, não só a nível qualitativo, como a nível quantitativo. Em contrapartida a esta cadência, a taxa de
natalidade apresentava índices de aumento, o que provocava que, em inúmeras situações, para além de
não existirem condições para as crianças brincarem no interior do seu próprio alojamento, os espaços
exteriores encontravam-se também obsoletos e inseguros à permanência humana.
Foi, como resposta a este problema, que Aldo van Eyck (recém arquiteto) se impôs e deu o seu contributo.
Em paralelo ao Plano Geral de Expansão, implementado por Cornelis van Eesteren, van Eyck idealizou e
projetou áreas de jogo infantis, pensadas como medida de emergência para solucionar o encontro, vivência
e interação sociais. Para o arquiteto, as soluções com respostas "funcionalistas", apresentadas até ao
momento, eram as principais causadoras da falta de criatividade, resultando em intervenções informais e 04. FREDERIK HENDRIK PLANTSOEN PLAYGROUND - ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DO ESPAÇO DE JOGO APRESENTA-SE 05. HERENMARKT PLAYGROUND - O PLAYGROUND APRESENTA-SE CONSOANTE O PROJETADO POR VAN EYCK, 06. HASEBROEKSTRAAT PLAYGROUND - OS VOLUMES CILÍNDRICOS, PARA A TÉCNICA DE SALTO, SÃO O QUE
sem assunto: "it leads to a cold technocracy, in which the human aspect is forgotten. A building is more than INTATA, À QUAL FORAM ADICIONADOS NOVOS ELEMENTOS NO INTERIOR DAS CAIXAS DE AREIA AO QUAL APENAS FOI ADICIONADA UMA CERCA METÁLICA DE SEGURANÇA RESTOU DA INTERVENÇÃO ORIGINAL. MODELOS DE JOGO "MODERNIZADOS" FORAM ADICIONADOS AO CONJUNTO
the sum of it’s functions; architecture has to facilitate human activity and promote social interaction". (36)
Neste contexto de redesenho e reorganização do tecido urbano da cidade de Amsterdão, van Eyck teve a
oportunidade de testar os seus conceitos básicos sobre teorias de arquitetura, da relatividade e da
imaginação. As áreas de jogo eram pensadas e criadas na procura de uma interação com o tecido urbano
envolvente, o que as tornava não só desenho para a cidade, como desenho da mesma. A partir desse
momento, a criação destes playgrounds passou a ser paralela ao crescimento do fator habitacional, onde o
acolhimento e permanência das crianças se tornaram objeto prioritário em relação ao desenvolvimento da
fluência automóvel.
Construídos em espaços expetantes, originados pela destruição de edifícios e aproveitando os interstícios
PÁGINA 095 PÁGINA 096
CASOS DE ESTUDO da cidade, os parques de jogo eram tradicionalmente definidos por uma ou mais áreas de areia, delimitadas PLAYGROUNDS
por diversas formas geométricas. Na proximidade (interior e/ou exterior) destas formas eram adicionados
blocos cilíndricos de betão, colocados em linha reta ou curva, que permitiam servir de assento ou até
mesmo para treinar e demonstrar a técnica de salto. Diversas estruturas metálicas de escalada faziam
também parte da composição de grande parte dos parques, elementos que permitiam às crianças mostrar
as suas técnicas e habilidades de equilíbrio e malabarismo.
Ao nível da sua composição formal, a primeira interveniência é a introdução de um ponto focal, de modo a
tornar possível a criação de um lugar, e de forma a que os elementos presentes nele se conetem uns com
os outros. Este ponto focal, normalmente definido pela caixa de areia, é influentemente colocado sem 07. VONDELPARK PLAYGROUND - O ESPAÇO LÚDICO MANTÉM-SE INTATO, COM A PERMANÊNCIA DE TODOS OS
ELEMENTOS ORIGINAIS, AO QUAL FORAM ADICIONADAS DUAS TORRES DE ESCALADA COM UM ESCORREGA
08. VONDELPARK PLAYGROUND - A CÚPULA DE ESCALADA, IMPLANTADA INDIVIDUALMENTE EM PARALELO AO
TANQUE DE ÁGUA (09.), PERMANECE INTATA DESDE A SUA COLOCAÇÃO POR ALDO VAN EYCK
09. VONDELPARK PLAYGROUND - TANQUE DE ÁGUA CIRCULAR, COM VOLUMES CILÍNDRICOS NO INTERIOR,
PERMANECE INTOCADO. NO INVERNO, ESTE ENCHE-SE DE ÁGUA E OS MACIÇOS DE BETÃO DEFINEM UM PERCURSO
coincidir com o centro da área de intervenção, desalinhamento este que, consoante a sua localização e, de
modo a relacionar o parque com a natureza e circunstâncias envolventes, permite uma situação de
assimetria e, em contrapartida, confere-lhe um equilíbrio dinâmico ao transitar de elemento para elemento.
Quanto à sua materialidade, é fortemente caraterística a predominância do betão e do metal, este que
começou por ser alumínio anodizado e, posteriormente, foi substituído pelo aço galvanizado. A aplicação do
betão era visível nos elementos físicos que definiam o perímetro da caixa de areia, nos blocos cilíndricos
maciços e, por vezes, em mesas de jogo, que faziam um contraste sublime com o aspeto esbelto do metal,
aplicado nas estruturas de escalada e equilíbrio. A madeira, no contexto dos elementos de jogo, veio mais
tarde a ser inserida também como estrutura de escalada e equilibrismo apesar de, desde o início das
intervenções de van Eyck, que era aplicada nos bancos que ladeavam todas as composições.
Num contexto geral, foram aproximadamente 700 os playgrounds criados por Aldo van Eyck, num período
compreendido entre 1947 e 1978. Todas as suas intervenções foram sempre acolhidas e usufruídas por todo
o público que participa na cidade, nos quais as crianças que, de uma primeira geração, cresceram e se
desenvolveram na sua infância inseridos neste contexto de jogo, atualmente observam e admiram os seus
descendentes a crescer no mesmo meio espacial. Pela liberdade ocupacional, favorecida pela amplitude e
simplicidade destes espaços, a imaginação e criatividade das crianças são, desta forma, postas em causa.
Através da estimulação da mente para uma apropriação pessoal do espaço e por sua abertura a novas
interpretações do mesmo, permitem diversos modos de o “habitar”, ao invés de se fecharem ou evoluírem 10. VONDELPARK PLAYGROUND - NESTA ÁREA DE JOGO SURGE, ATRAVÉS DE VAN EYCK, UMA NOVA TIPOLOGIA: UM 11. VONDELPARK PLAYGROUND - ESPAÇO LÚDICO MANTÉM-SE O ORIGINAL, COM UMA CAIXA DE AREIA CIRCULAR. A 12. RIJKSMUSEUM PLAYGROUND - COMPOSTO POR UMA CÚPULA, DUAS TORRES DE ESCALADA E POR QUATRO
por caminhos menos assertivos, tais como a interação com elementos “fantasiosos” de jogo, nomeadamente MACIÇO DE ESCALADA, COM PATAMARES HEXAGONAIS. MAIS TARDE FOI ADICIONADA UMA CERCA METÁLICA VEDAÇÃO ADICIONADA, FEITA ATRAVÉS DE VEGETAÇÃO, FUNCIONA COMO LABIRINTO QUE COMPLEMENTA O LUGAR ESTRUTURAS SIMPLES DE ELEVAÇÃO, ESTE PLAYGROUND NÃO SOFREU QUALQUER INTERVENÇÃO
formas animais de cores vivas contextualmente “modernizadas e catalogadas” e que não pertencem à
natureza da cidade nem ao seu ambiente circundante.
(35)
LEFAIVRE, Liane, ROODE, Ingeborg e FUCHS, Rudi (2002). Aldo van Eyck: the playgrounds and the city. Amsterdão: Stedelijk Museum e Roterdão: NAi Publishers
"Tal como os artistas Piet Mondrian e Constant Nieuwenhuys, seus amigos, van Eyck idealizou a cidade perfeita como um labirinto de pequenos territórios íntimos ou, mais poeticamente, como uma simples
constelação de estrelas. Um parque infantil em cada esquina seria apenas o primeiro passo para a "cidade lúdica": a cidade dos jogos. "Qualquer que seja o tempo e o espaço”, afirmava ele para criticar os seus
colegas arquitetos modernistas, “o lugar e a ocasião significam mais"." (traduzido pelo autor da dissertação)
(36)
MO. (s.d.). Aldo van Eyck and the City as Playground. Consultado em Janeiro 26, 2017 em: https://merijnoudenampsen.org/2013/03/27/aldo-van-eyck-and-the-city-as-playground/
"Conduz-nos a uma tecnocracia fria, na qual o aspeto humano é simplesmente esquecido. Um edifício é mais do que a soma das suas funções; a arquitetura tem que facilitar o desenvolvimento da atividade humana e
promover a interação social." (traduzido pelo autor da dissertação)
DE UM TERRAIN VAGUE AO DIJKSTRAAT PLAYGROUND, 1954 13. OOSTERPARK PLAYGROUND - ESTE TANQUE CIRCULAR, SEMELHANTE AO 09.,É NOS APRESENTADO SEM 14. JACOB OBRECHTPLEIN PLAYGROUND - A CAIXA CIRCULAR DE AREIA MANTEM-SE UMA CONSTANTE NA ÁREA DE 15. BERTELMANPLEIN PLAYGROUND - APESAR DE TER SIDO O PRIMEIRO PLAYGROUND A SER CONSTRUÍDO,
(VAZIO URBANO AGORA OCUPADO PELA CONSTRUÇÃO DE UM TEMPLO BUDISTA, EM 1990) QUAISQUER INTERVENÇÕES. NA SUA PERIFERIA FORAM ADICIONADOS OUTROS ELEMENTOS "MAIS MODERNIZADOS" INTERVENÇÃO, À QUAL FORAM ADICIONADOS NOVOS ELEMENTOS, TAIS COMO FORMAS ANIMAIS "VIRTUAIS" MANTÉM A SUA TRAÇA ORIGINAL. SOFREU APENAS A ADIÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS E DE UMA VEDAÇÃO METÁLICA
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
BERTELMANPLEIN
BERTELMANSTRAAT
climbing net or a ladder is exactly the same, the child has no need to concentrate on where he puts his feet. Standardisation is
dangerous because play becomes simplified and the child does not have to worry about his movements.” (37)
Helle Nebelong
O parque de jogo aqui apresentado foi, em 1947, a primeira intervenção de Aldo van Eyck incidente sobre o
BERTELMANPLEIN
planeamento de uma rede policêntrica de cerca de 700 playgrounds para Amsterdão, logo no início da sua
carreira como arquiteto.
Implantado num espaço urbano amplo e expetante, com dimensões de cerca de 25 x 30 metros, a noroeste
de Amsterdão Sul, a área de jogo era limitada, a sul, por uma avenida principal e, a este, por uma rua BERTELMANPLEIN
secundária. Nos limites norte e oeste existiam percursos viários, de sentido único, que serviam de acesso
apenas aos residentes da zona. A definir o perímetro da área disponível para intervenção, numa relação de
charneira com a rede viária, existiam dez árvores de médio porte, dispostas segundo uma matriz.
van Eyck começou por definir o limite do "vazio", elevando a cota de pavimento, de forma a assumi-lo e a
torná-lo mais presente. Este gesto permitia também mostrar que a área de jogo preencheria a totalidade
daquele lugar e, desta forma, se ajustava à circulação viária sem ser necessária a imposição de um
limite/obstáculo físico. Como reforço a esta definição, foram colocados cinco bancos de madeira no seu
perímetro, que serviam não só para a população se sentar e supervisionar os jovens, sem ter que interferir
com eles, mas também para criar uma "barreira" humana de forma a impedir que os mesmos se desviassem
daquele espaço.
Com base no contexto e organização espaciais do lugar, o arquiteto começou por inserir, sob aquele
"embasamento", uma caixa retangular de areia, com dimensões de cerca de 6 x 9 metros, que se tornava
numa área de lazer de dimensões incríveis, perante as oportunidades que na época eram apresentadas à
população. Essa área era limitada por um muro amplo de betão, com cerca de 30 centímetros de altura por
30 centímetros de largura, sendo baixo o suficiente para ser saltado e largo o suficiente para se poder correr BERNARD KOCHSTRAAT
sobre ele. Todos os detalhes deste elemento foram pensados ao pormenor. Os seus cantos curvos e arestas
boleadas reduziam o risco de ocorrência de possíveis contingências e tornavam mais suave a permanência
PÁGINA 097 e contato com os mesmos. As entradas para o seu interior eram rebaixadas e criteriosamente colocadas a PÁGINA 098
CASOS DE ESTUDO PLAYGROUNDS
norte e a oeste, onde o tráfego viário se desenvolvia com menor intensidade. Na relação com a cota do
pavimento do parque, este muro era relativamente baixo, de forma a permitir que a população se sentasse
sobre o mesmo e, alto o suficiente em relação ao recinto de areia, para permitir que as crianças o
utilizassem como mesas de trabalho. Ao interior deste recinto arenoso foram adicionados quatro maciços
cilíndricos de betão, colocados em linha ao longo do limite norte, juntamente com a colocação de uma
estrutura metálica arqueada, no canto oposto. Tal como no planeamento de cada playground, a disposição e
organização desta "arena" apresentava-se também numa relação espacial entre diagonais opostas
(cheio/vazio).
Complementando a caixa de areia, que se encontrava no canto superior esquerdo da praça, cerca de 4
metros a norte do seu centro, surgiam também, na diagonal oposta, três barras de aço, dispostas
paralelamente entre si. Estas definiam um lugar para dar cambalhotas e cair de cabeça para baixo,
colocadas estrategicamente na proximidade da avenida principal para que as crianças sentissem que
BERTELMANPLEIN
estavam a expor as suas habilidades perante quem por lá circulava. Este arranjo, em inserção e
planeamento diagonais, permitiu criar dois espaços abertos, que faziam parte do contexto de jogo. Estes
"vazios propositados" possibilitavam que as crianças expressassem a sua liberdade através da corrida, do
salto, etc., e contrastavam com os elementos construídos, que desenhavam a outra diagonal, através de um
equilíbrio espacial assimétrico.
O elevado sucesso deste playground foi medido e conquistado pela intensidade do seu uso público e livre
apropriação do mesmo, proporcionando e motivando a criação dos restantes parques distribuídos pelos
BERTELMANSTRAAT
diversos bairros de Amsterdão. Toda a metodologia adotada, desde a leitura do “vazio” existente até à sua
reinterpretação para ocupação do terreno livre em parque de jogo é, ainda hoje, expressa na sua
capacidade de adoção ao desenho da natureza e circunstâncias urbanas periféricas. Fato que o comprova é
a sua permanência nos dias de hoje sem relativas modificações na forma de implantação, sofrendo apenas
pequenas transformações a nível de deslocação e adição de elementos de jogo, em grande parte também
da autoria do arquiteto. A alteração que mais se fez notar na génese deste lugar, após a primeira BERTELMANPLEIN
intervenção de van Eyck, foi a colocação de uma cerca metálica, como resposta ao aumento do índice de
circulação rodoviária e às normas de segurança de espaços públicos, aplicadas pelas autoridades
reguladoras destes locais.
(37)
Playscapes. (2017). Quotes Page. Consultado em Fevereiro 6, 2017 em: http://www.play-scapes.com/quotes/
"Estou convicto que parques infantis estandardizados são perigosos, como por exemplo: quando a distância entre todos os degraus da rede de escalada ou de uma escada é exatamente a mesma, a criança deixa de
ter a necessidade de se concentrar onde coloca os pés. A estandardização torna-se perigosa dado que a brincadeira acaba por ser simplificada e a criança despreocupa-se com os seus movimentos." (traduzido pelo
autor da dissertação)
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
(DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA ADQUIRIDA
CAMADA DE AREIA
NO ENDEREÇO ELETRÓNICO MAPACAD, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
PAVIMENTO EM LAJETAS DE BETÃO
PAVIMENTO TÉCNICO
PAVIMENTO EM TIJOLO CERÂMICO MACIÇO DE BETÃO
CICLOVIA ESTRUTURAS EM AÇO GALVANIZADO
0 5 10 20 m
BERTELMANPLEIN PLAYGROUND, 1947 PAVIMENTO ASFALTADO BANCOS EM METAL ACESSO AO PARQUE ÁREA DE INTERVENÇÃO: 694.80 M2
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
BERTELMANPLEIN BERTELMANPLEIN
2.40 2.50
2.65 2.65
2.65
2.35 2.35
2.85 2.85
2.45
BERTELMANSTRAAT
BERTELMANSTRAAT
BERTELMANSTRAAT
BERTELMANSTRAAT
PÁGINA 099 PÁGINA 100
CASOS DE ESTUDO PLAYGROUNDS
2.55
2.65 2.65
2.85
2.75 2.75
2.65
2.45 2.55
2.35 2.45
BERNARD KOCHSTRAAT
BERNARD KOCHSTRAAT
A A
CORTE A CORTE A
B B
2.85 2.85
2.65 2.55 2.65 2.55
BERTELMANSTRAAT 2.45 2.35 2.45 BERTELMANPLEIN BERTELMANSTRAAT 2.48 2.35 2.48 BERTELMANPLEIN
2.38 2.38
CORTE B CORTE B
(2016 - 2017)
0 50 100 200 m
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
OCEANO ATLÂNTICO
(golfo da biscaia ou
mar cantábrico)
MONTE URGULL
INTERPRETAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DA
ESTRATIFICAÇÃO COSTEIRA ENTRE O
MONTE IGUELDO E A ILHA DE SANTA CLARA RIO URUMEA
ILHA DE
SANTA CLARA
BAÍA DE
LA CONCHA
CIRCULAÇÃO FERROVIÁRIA
0 50 100 200 m
CICLOVIA
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
EVOCAÇÃO AO FUTURO
ESTA TERCEIRA ESCULTURA, A ÚLTIMA A SER
COLOCADA, LEVA-NOS PARA ALÉM DA PRAÇA DE
CONTEMPLAÇÃO DESENHADA POR GANCHEGUI.
A SUA POSIÇÃO VERTICAL CONTRAPÕE-SE
TANTO À HORIZONTALIDADE DAS DUAS
ESCULTURAS ANTERIORES, COMO À DO MAR E
ESTRATIFICAÇÃO COSTEIRA
DA RESPETIVA LINHA DO HORIZONTE, QUE SE
ESTAS DUAS OBRAS DE CHILLIDA, QUE PARTICIPAM UMA EM FUNÇÃO DA OUTRA NO CONJUNTO DO
DISSIPAM NUMA PROFUNDIDADE INFINDÁVEL
PEINE DEL VIENTO, APRESENTAM-SE CONTRABALANÇANDO EM POSIÇÃO HORIZONTAL. A
DISPOSIÇÃO FRONTAL ENTRE AS MESMAS, ONDE UMA PROCURA A OUTRA, FAZ INTERPRETAÇÃO À
OCEANO ATLÂNTICO
ESTRATIFICAÇÃO COSTEIRA QUE EM TEMPOS SE FEZ SENTIR.
(golfo da biscaia ou
mar cantábrico) A PRIMEIRA ESCULTURA, QUE EMERGE DA ROCHA QUE FORMA O MONTE URGULL,TORNA-SE PARTE
INTEGRANTE DA PRAÇA, PERMITINDO O TOQUE E INTERAÇÃO PÚBLICOS COM A MESMA.
A SEGUNDA, POR SUA VEZ COLOCADA SOBRE UMA ROCHA ISOLADA QUE EM CERTA DATA LIGOU O
MONTE URGULL À ILHA DE SANTA CLARA, PROPÕE ASSINALAR E POSSIBILITAR NOVAMENTE ESTA
LIGAÇÃO, EMBORA DE FORMA HIPOTÉTICA, ENTRE OS AGLOMERADOS PÉTREOS
Eduardo Chillida
5.50
No extremo do promontório rochoso da baía de La Concha, momento de remate do litoral urbano de San inc.
1% 5.80
1%
Sebástian, a Plaza del Tenis surge implantada num lugar que, apesar de austero, está lotado de simbolismo inc.
e significado. Trata-se de um espaço público excecional, um exemplo notório de uma relação singular entre
1%
a arte e a arquitetura, e de uma atitude de sensibilidade e delicadeza perante a natureza. É uma analogia inc.
inc.
1%
inc. 1%
DEL FARO
IBILBIDEA inc. 1%
inc. 1%
inc. 1%
5.50
7.50
5.27
PASSEIO
EDUARDO CHILLIDA
PLANTA DE IMPLANTAÇÃO
(DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NOS DOCUMENTOS ORIGINAIS DO PROJETO,
PERTENCENTES AO ARCHIVO LUIS PEÑA GANCHEGUI, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
PERCURSO DIRETO
PERCURSO PAUTADO
0 5 10 20 m
SETE ORIFÍCIOS PROVENIENTES DO ANTIGO COLETOR, QUE SIMBOLIZAM AS SETE PROVÍNCIAS BASCAS 0.00 COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M ESCULTURAS DE EDUARDO CHILLIDA, EM AÇO CORTÉN ÁREA DE INTERVENÇÃO: 3 360.65 M2
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
9.35 9.75
9.30
7.95
7.50 7.50
6.75 7.15 7.05
6.10 6.10 6.40
5.50
0.00 0 5 10 20 m
COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M ESCULTURAS DE EDUARDO CHILLIDA, EM AÇO CORTÉN
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
A B
9.75
9.30
7.95
7.50 7.50
6.75
6.10 6.10
5.92
5.50 5.55 5.50
CORTES A/B
(DESENHOS ELABORADOS PELO AUTOR, COM BASE NOS DOCUMENTOS ORIGINAIS DO PROJETO,
PERTENCENTES AO ARCHIVO LUIS PEÑA GANCHEGUI, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
ACABAMENTO EM GRANITO ROSA PORRIÑO
0.00
LAJE DE ASSENTAMENTO COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M
CAMADA DE REGULARIZAÇÃO TOPOGRAFIA NATURAL
CAMADA DE ENCHIMENTO TOPOGRAFIA APÓS INTERVENÇÃO DE 1926
0 2.5 5 10 m
SEIXO ROLADO DRENAGEM DAS ÁGUAS
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
RELAÇÃO ENTRE TEXTURA PIXELIZADA DA TOPOGRAFIA ARTIFICIAL E A TEXTURA AUTÊNTICA DA TOPOGRAFIA NATURAL
9.30
7.50
6.75 7.05
6.10 6.10
5.80
5.50 5.50
CORTES C/D
(DESENHOS ELABORADOS PELO AUTOR, COM BASE NOS DOCUMENTOS ORIGINAIS DO PROJETO,
PERTENCENTES AO ARCHIVO LUIS PEÑA GANCHEGUI, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
ACABAMENTO EM GRANITO ROSA PORRIÑO
0.00
LAJE DE ASSENTAMENTO COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M
CAMADA DE REGULARIZAÇÃO TOPOGRAFIA NATURAL
CAMADA DE ENCHIMENTO TOPOGRAFIA APÓS INTERVENÇÃO DE 1926
0 2.5 5 10 m
SEIXO ROLADO DRENAGEM DAS ÁGUAS ESCULTURAS DE EDUARDO CHILLIDA, EM AÇO CORTÉN
02. CASOS DE ESTUDO
AGNES DENES
MANHATTAN
(2016 - 2017)
0 0.25 0.5 1 km
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
JERSEY RIO
CITY HUDSON
RIO
EAST
BROOKLYN
NOVA
IORQUE
ELLIS
ISLAND
UPPER
BAY
LIBERTY
ISLAND
GOVERNORS
ISLAND
CICLOVIA
CIRCULAÇÃO FERROVIÁRIA
CIRCULAÇÃO FLUVIAL
0 0.25 0.5 1 km
CIRCULAÇÃO RODOVIÁRIA NO SUBSOLO
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
WT
E
HA
U
ME
EN
SS
TR
AV
EE
T
D
EN
TH
U
SO
SOUTH
COVE
3R
DP
I
T
TREE
Agnes Denes
TS
SOUTH COVE
WES
PARK
2N
DP
I
Localizado a sul da ilha de Manhattan, coração financeiro da cidade de Nova Iorque, Wheatfield surgiu, em
1982, como uma carismática obra de L´And Art. Idealizada e concebida por Agnes Denes, a intervenção
abordou, metaforicamente, críticas à ganância extrema e às prioridades erradas, provocando a atenção
pública para certos valores e atos humanos cada vez mais negligenciados pelo processo da globalização.
Com a consumação deste trabalho, a artista pôs em causa algumas questões de ecologia, tais como
alterações climáticas e futuro do planeta, a má gestão de recursos, a escassa partilha de alimentos e
energia, o descontrolo do crescimento social e económico, etc., temas que se tornam cada vez mais
pertinentes e relevantes na sociedade contemporânea e que, postos em boa prática, permitiriam preservar a
qualidade de vida das pessoas e das suas comunidades.
Seguindo o ciclo natural da produção de agricultura, o projeto desenvolveu-se durante seis meses, período
REET
ST ST
em que foram realizados, por Agnes e alguns colaboradores voluntários, trabalhos intensivos no local da RIO
E WE
HUDSON
plantação, desde a preparação de aproximadamente dois acres de terreno pronto a ser cultivado, até à (40)
LITTL
colheita do trigo já criado. Houve, inicialmente, a necessidade de remover todo o entulho existente
PÁGINA 123 (acumulado no decorrer do aterro do Battery Park) para que, posteriormente, fossem colocados cerca de
1ST
PI PÁGINA 124
CASOS DE ESTUDO WHEATFIELD - A
225 camiões de terra vegetal, atribuindo ao lugar um terreno fértil, propício à produção agrícola. Sobre essa CONFRONTATION
nova camada topográfica, rica e nutrida, foram cavados, à mão, perto de 285 sulcos, seguidos da introdução
Y
NWA
das sementes de trigo dentro dos mesmos e respetiva cobertura pelo próprio solo.
GREE
Durante um período de quatro meses o campo foi mantido como um lugar particular, limpo e desobstruído
SS
IVER
ERPA
de quaisquer resíduos sólidos. Foi removida toda a vegetação intrusiva, feita a fertilização e pulverização
ON R
UND
HUDS
contra fungos e, de forma a que o ciclo de crescimento se mantivesse regular e sustentável, foi introduzido
PARK
um sistema automático de irrigação. Finalizado este processo, foi efetuada a colheita, da qual resultaram
ERY
aproximadamente 1 000 kg de trigo puro. Parte dessa receita foi utilizada para alimentar os cavalos do
BATT
Departamento de Polícia da cidade e, a restante, viajou pelo mundo, a pretexto da Exposição Internacional
de Arte para o Fim da Fome Mundial. ROBERT F WAGNER JR
PARK
Com este gesto artístico, Denes provocou um enorme paradoxo perante os que visionavam o futuro
empreendedor da cidade, num momento de confronto e contradição económico e social. Com a plantação
do campo de trigo na proximidade dos edifícios mais nobres e emblemáticos de Manhattan, a artista
recupera a ideologia da força e do poder da Natureza perante a artificialidade da cidade, através de uma
imagem que, apesar de simples e vulgar, é concetualmente ecológica e repleta de simbolismo e
intencionalidade. Neste sentido ideológico, em paralelo à construção de toda a densidade urbana que ocorre
naquela metrópole, o trigo é também inserido no solo, através das suas sementes, vindo depois a crescer,
expandir-se e, por fim, a dar frutos, traduzindo o valor primitivo e natural da Terra e enaltecendo o seu
potencial gerador. Este é o suporte para a construção e criação de tudo, metodologia que, apesar de
simples e espontânea, tem tendência a ser equivocada e por vezes esquecida, posta em detrimento por um
domínio de riqueza económica. BATTE
RY PI
(39)
Greenmuseum.org. (2010). Ecological Restoration - Agnes Denes, Wheatfield. Consultado em Dezembro 7, 2016 em: http://greenmuseum.org/c/aen/Issues/denes.php
"Os assuntos abordados no meu trabalho vão desde criações individuais à consciência social…. Criar arte hoje em dia é um sinónimo de assumir responsabilidades perante toda a humanidade.
… a decisão de plantar um campo de trigo em Manhattan, em vez de simplesmente desenhar mais uma escultura pública, nasceu de uma preocupação de longa data e da necessidade de chamar à atenção das
nossas prioridades desajustadas e valores humanos deteriorados." (traduzido pelo autor da dissertação)
(40)
1 acre = 4 046.86 m2
BATTERY
PARK
SOUTH
COVE
ATERRO DO
BATTERY PARK
WHEATFIELD
RIO
HUDSON
SS
EET
ERPA
T STR
UND
WES
PARK
ERY
BATT
EVOLUÇÃO MORFOLÓGICA - PLANTA ESQUEMÁTICA
(DESENHO ELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA DISPONIBILIZADA NO
ENDEREÇO ELETRÓNICO GETTING FROM HERE TO THERE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
BATTERY
PARK
WHEATFIELD
ATERRO DE BATTERY PARK, EM 1980
LINHA DE COSTA, EM 1965
0 25 50 100 m
RESIDENTES DE NOVA IORQUE NA PRAIA FORMADA PELO ATERRO DE BATTERY PARK, EM JULHO DE 1983 CIRCULAÇÃO RODOVIÁRIA NO SUBSOLO ÁREA DE INTERVENÇÃO: 8 095.00 M2
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
WHEATFIELD
(RELAÇÃO DA OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA OBRA DE DENES COM A SOBREPOSIÇÃO, EM 0 25 50 100m
"MASSA" HORIZONTAL, DOS PISOS QUE FORMAM OS ARRANHA-CÉUS DE NOVA IORQUE)
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
1750
1850
1965
0 80 160 400 m
WHEATFIELD
(RELAÇÃO DA OCUPAÇÃO TERRITORIAL DA OBRA DE DENES COM A SOBREPOSIÇÃO, EM 0 25 50 100m
"MASSA" HORIZONTAL, DOS PISOS QUE FORMAM OS ARRANHA-CÉUS DE NOVA IORQUE)
03. A PRAÇA DO MAR
DE SINES
PROJETO
03. A PRAÇA DO MAR
DE SINES
03.1 PROJETO
(2017)
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
18
21 22
20
19
01 16
17
15
02
14
13
12
03 06
PÁGINA 135 PÁGINA 136
A PRAÇA DO PROJETO
MAR DE SINES 11
05
04
10
07
09
08
03 PRAÇA DO MAR 10 PRODUÇÃO DE AQUACULTURA INSHORE 17 PARQUE DE ESTACIONAMENTO/ PLANTA DE IMPLANTAÇÃO DA PRAÇA DO MAR DE SINES
04 RESTAURAÇÃO E APOIO AO PORTO DE RECREIO 11 PORTO DE SERVIÇOS PINHAL DE PLANTAÇÃO GEOMETRIZADA (DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA
APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
05 TORRE DE ACESSOS 12 DOCAS SECAS 18 PEDREIRA DE MONTE CHÃOS
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA RESTAURAÇÃO E APOIO AO PORTO DE RECREIO: 1 712.60 M2 06 UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AQUACULTURA 13 CAIS DE CARGA/DESCARGA FERROVIÁRIO 19 IGREJA MATRIZ DE SÃO SALVADOR
LINHA DE COSTA ANTERIOR À INTERVENÇÃO PORTUÁRIA ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA TORRE DE ACESSOS: 167.75 M2 07 PORTO DE RECREIO 14 ARMAZÉM DE APOIO ÀS ARTES DE PESCA 20 CASTELO DE SINES
2
CICLOVIA LINHA DE COSTA ANTERIOR À INTERVENÇÃO "SISTEMATIZAR O LIMITE" NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM PREIA-MAR (2017) - +1.07 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO DE AQUACULTURA: 27 855.30 M 01 PRAIA VASCO DA GAMA 08 MOLHE NASCENTE PROPOSTO 15 ACESSO VIÁRIO AO COMPLEXO 21 PAÇOS DO CONCELHO
2
0 50 100 200 m
CIRCULAÇÃO FERROVIÁRIA NÍVEL MÉDIO DAS ÁGUAS DO MAR - +0.00 NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM BAIXA-MAR (2017) - -1.06 ÁREA DE IMPLANTAÇÃO DA PRAÇA DO MAR: 46 143.50 M 02 MIRADOURO DO PONTAL DE SANTA CATARINA 09 MOLHE POENTE PROPOSTO 16 CLAREIRA 22 ERMIDA DE SÃO SEBASTIÃO
A PRAÇA DO MAR DE SINES:
ESPAÇO PÚBLICO GERADO PELOS SEUS LIMITES
34.00
18.00
13.00
2.80
0.40
-1.20 -0.80
34.00
30.00
25.00
23.00
18.00
13.00
13.00 13.00
2.80
0.40
-0.80 -1.20 -0.80 -1.20
CORTE A
14.00
2.80
-1.20 -0.80
CORTE B
03
mortas, desenvolvidas sobre um ciclo quinzenal. Este fenómeno ocorre pela oposição ou conjunção entre o
Sol e a Lua, numa posição a eixo com a Terra, provocando respetivamente a ocorrência de Lua Cheia e de
Lua Nova. Aqui as influências gravitacionais da Lua e do Sol reforçam-se mutuamente, provocando a
ocorrência das marés vivas. Em Portugal Continental, a amplitude média destas marés é de cerca de 3 m,
isto é, em relação ao nível médio das águas do mar, as marés tanto sobem como descem 1.5 m. Em
oposição, quando o Sol e a Lua se encontram em quadratura (formando um eixo perpendicular entre si), as
09
ações do Sol e da Lua opõe-se e provocam as marés mortas. É neste referido momento, quando ocorrem o
Quarto Crescente e o Quarto Minguante, que a oscilação das marés assume valores menos significativos,
atingindo amplitudes médias de 1.4 m.
Surgem por último, ainda como fatores astronómicos, a ocorrência dos equinócios , momento em que o (41)
efeito gravitacional do Sol sobre a Terra é reforçado. É neste momento que o Sol, em sua orbita aparente,
intersecta o equador celeste e, iluminando igualmente ambos os hemisférios da Terra, provoca a ocorrência
das marés com maiores amplitudes, as denominadas marés vivas equinociais. Em regra geral, a ocorrência
destas marés surge um dia após a Lua Nova ou a Lua Cheia.
Em paralelo às variações astronómicas surgem também os fatores meteorológicos e sazonais de
periocidade incerta, como é o caso da pressão atmosférica, a ocorrência de vento e a agitação marítima
(seichas). Ao contrário dos fatores astronómicos, causados exclusivamente pelos astros, cujos movimentos,
apesar de complexos, são já muito estudados e bem conhecidos (o que permite que se prevejam a longo
prazo), as ocorrências provocadas pelos fatores meteorológicos são difíceis de prever (visto serem 06
estudadas a curto prazo), podendo atuar individualmente ou em simultâneo entre si. Aqui é a pressão
atmosférica que assume maior preponderância na amplitude das marés sendo que, quando ocorrem baixas -0.80
PÁGINA 141 pressões (por vezes associadas a tempestades), é originada uma subida do nível das águas e, quando as 11
PÁGINA 142
A PRAÇA DO
MAR DE SINES pressões aumentam, o mesmo nível desce. Estas oscilações assumem amplitudes médias entre os 0.30 e -1.20
PROJETO
os 0.40 m. Quanto ao fator vento, a sua influência nas marés depende da direção que toma. Quando as
0.40
suas rajadas assumem a direção mar-terra, o nível das águas sobe. Soprando no sentido inverso, o seu
nível desce. Também as seichas, provocadas pelas mudanças súbitas das condições climatéricas, provocam 6.00
12
6.00
oscilações temporárias nas marés. Neste caso, os períodos de ocorrência podem acontecer entre intervalos 08
gerada pelas condicionantes astronómicas, assim como à análise das condições meteorológicas previstas
para esse período. Foi útil, de igual modo, a consulta de cartas cotidais da zona, onde se perceberam as
caraterísticas de propagação das ondas, assim como o sentido da sua corrente na superfície. Relativamente 13
às linhas cotidais, que unem pontos em que, num mesmo período de tempo, a amplitude de marés é
simultânea, são diretrizes helicoidais espaçadas radialmente em intervalos de 30º, cada um com duração de 2.80
cerca de uma hora, e definem o ciclo rotativo das marés a partir de um epicentro, o ponto anfidrómico. Estes 6.00
3.00
pontos, geralmente situados em áreas centrais das bacias oceânicas, são posições onde a convergência
das linhas cotidais coincide com a anulação da amplitude das marés. Na proximidade destas zonas a
amplitude da onda é pequena, vindo a aumentar de forma sensivelmente regular à medida que se aproxima 10
14
-0.80 6.00
dos contornos continentais. Desta forma, foi pertinente saber quais as amplitudes médias atingidas quer em
preia-mar, quer em baixa-mar, assim como importou, visto a ocorrência das marés vivas equinociais, saber
tanto o nível máximo em preia-mar, como o nível mínimo em baixa-mar naquele ano.
Com o nível médio das marés em preia-mar de 1.07 m e, em baixa-mar, de -1.06 m, a sua amplitude registou 01 E
o maior pico no dia 27 de abril, precisamente um dia após se assistir à Lua Cheia. Num período em que
ocorriam as marés vivas equinociais, a amplitude das marés atingiu valores de 3.4 m, chegando aos 1.70 m
em preia-mar e aos -1.70 m em baixa-mar, correspondentes a um intervalo de tempo de cerca de 6h 57min.
Relativamente às condições meteorológicas, verificou-se a ocorrência de ventos fracos com direção de
sudoeste para nordeste, no sentido mar-terra que, em conjunto com uma pressão atmosférica ligeiramente
acentuada, provocaram um aumento mínimo do nível médio das águas do mar.
Esta análise permitiu a criação de espaços sujeitos a inundabilidade total e/ou parcial, consoante o nível das
marés, criando um jogo sensorial entre seco/húmido, assim como permitiu manipular a espessura da linha 07
de costa, em que as referidas oscilações vão revelando e/ou ocultando os distintos patamares da praça.
Todo o seu desenho, fundamentado nas previsões astronómicas e meteorológicas previstas para o dia 27 de
abril, assim como nas amplitudes médias de preia-mar e baixa-mar ocorridas durante o ano de 2017, teve
como ponto de partida o limite latente referente à memória da linha de costa de Sines até à década de 70 do
séc. XX, revelando uma contraposição propositada entre a organicidade da paisagem envolvente e a
imposição ativa da arquitetura naquele território.
(41)
Os equinócios acontecem duas vezes por ano. Geralmente o equinócio da Primavera verifica-se no dia 21 de março e, o do Outono, por volta do dia 23 ou 24 de setembro.
(42)
As tabelas de marés encontram-se disponíveis em: Instituto Hidrográfico. (2017). Download de Tabelas de Maré. Consultado em 2017 em: http://www.hidrografico.pt/download-tabelas-mare.php
NÍVEL MÍNIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM BAIXA-MAR NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM BAIXA-MAR NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM PREIA-MAR NÍVEL MÁXIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM PREIA-MAR
13.00
6.75
6.00 6.00 6.00
3.00 2.80
-0.80
CORTE C
34.00
18.00
2.80 2.80
0.40
-1.20 -0.80 -1.20 -0.80 -1.20 -0.80
-3.60
NÍVEL MÍNIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM BAIXA-MAR NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM BAIXA-MAR NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM PREIA-MAR NÍVEL MÁXIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM PREIA-MAR
CORTE D
0.40
0.20 1.00
13.00
6.75
6.05 inc. 1% 6.07 inc. 1% 6.00 6.00
5.80
2.80
-1.60
-3.20
CORTE E
(DESENHO REELABORADO PELO AUTOR, COM BASE NA CARTOGRAFIA
ENROCAMENTO COM DETRITOS DA PEDREIRA
APRESENTADA EM SISTEMATIZAR O LIMITE, REFERIDO NA BIBLIOGRAFIA)
ENROCAMENTO A 2-4 QUILONEWTON CIMENTO E AREIA NÍVEL MÁXIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM PREIA-MAR (27/04/2017) - +1.70
ENROCAMENTO A 20-40 QUILONEWTON AREIA NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM PREIA-MAR (2017) - +1.07
BRITA REGULARIZAÇÃO BLOCOS CÚBICOS DE BETÃO, COM 2 METROS NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS (2017) - +0.00
GRANOLOMETRIA EXTENSA BETÃO EM CORTE GUIA/CUBOS EM GRANITO COTAS MÉTRICAS, APRESENTADAS EM M NÍVEL MÉDIO DAS MARÉS EM BAIXA-MAR (2017) - -1.06
0.00 0 3.75 7.5 15 m
TERRENO COMPACTADO BETÃO DE LIMPEZA CAMADA DE DESGASTE (ASFALTO) COTAS ALTIMÉTRICAS, APRESENTADAS EM M NÍVEL MÍNIMO DAS MARÉS VIVAS EQUINOCIAIS EM BAIXA-MAR (27/04/2017) - -1.70
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crescimento a um ritmo desapropriado e desequilibrado entre o núcleo urbano de Sines e plataforma não poderia assumir uma cota altimétrica constante, manifestando, num
o seu complexo industrial e portuário originaram o afastamento entre a cidade e a sua frente paralelismo contínuo com as restantes intervenções portuárias, um caráter artificial de
mar, um “virar as costas” ao meio que, desde a sua origem, foi o seu principal recurso de aterro/terrapleno, distanciando ainda mais a relação de proximidade entre a cidade e o mar.
fomentação. Esta dessincronização, incidente num território que até há década de 70 do séc. Apesar de possibilitar um espaço de continuidade entre a cidade e a nova intervenção, o
XX era caraterístico pela sua ruralidade, provocou um conflito entre o sistema urbano, o rossio não se relaciona intimamente com os limites que lhe dão forma, nomeadamente o mar.
sistema natural e o sistema industrial. Partindo da dinâmica que o mar compromete a qualquer espaço com o qual dialoga, a
Apesar da manifesta diferença de cota, assumida naturalmente como forma de um íngreme resposta que esta intervenção pretende dar àquele lugar é o acerto de cotas altimétricas dos
escarpado, a relação da cidade com o mar foi sempre evidente, sendo a antiga praia de distintos patamares que definem a praça, permitindo a sua utilização surpreendentemente
Sines a praça pública que reunia a população sineense numa afinidade com o mar ou até, adaptável como porta de entrada marítima na cidade de Sines, sintonizada com os caprichos
em épocas de veraneio, os inúmeros turistas que se deslocavam a esta estância balnear por do clima e com as constantes oscilações de marés. Não se trata de fazer um novo plano
questões de lazer. Foi aqui que, durante longos anos, Sines e todo o território do litoral para aquele território, mas sim o redefinir uma cultura. Com base no território primogénito de
alentejano tiveram a sua principal porta de entrada/saída no estabelecimento de ligações Sines, que anteriormente às intervenções portuárias se lançava ao mar através de uma
marítimas e no desenvolvimento das suas atividades piscatórias. escarpa recortada, é definido o limite que faz a transição entre a cota estável que dá
Com a implementação do complexo industrial e portuário naquele território, durante a continuidade da avenida marginal até ao conjunto “Sistematizar o Limite”, e a superfície
presidência de Marcello Caetano, a génese morfológica daquele lugar foi inteiramente escalonada que se vai fragmentando e perdendo cota em direção ao mar. É um limite que
adulterada. A sua frente mar, que até ao momento era caraterística pelos escarpados nos permite olhar para dois tempos na mesma paisagem e traçar uma linha que os une,
rochosos moldados pelo mar, sofreu uma transformação completa onde na atualidade realçando a dualidade do efémero. Este gesto permite que, com a oscilação das marés, a
coabitam, com alguma dificuldade, a cidade à cota alta e, à cota baixa, a estrada marginal, memória da antiga linha de costa de Sines seja recuperada.
os terminais petrolíferos, o porto de pesca, a praia Vasco da Gama, o porto de recreio e o Com as marés em situação de preia-mar, o limite configurado sobre a praça revela a posição
terminal XXI. Aqui, é a baía que melhor revela a dicotomia entre a articulação das duas que, em tempos antecedentes, o mar teve naquela costa. É uma circunstância que, durante
realidades hoje presenteadas. Por um lado, é a baía que detém o papel essencial na relação a ocorrência de intempéries, provoca alguma instabilidade e condiciona a permanência
entre o núcleo urbano e o mar, mas por outro é a mesma que, por sua vez, também se naquele espaço. Em contrapartida, aquando se dá a baixa-mar, os patamares da praça são
assume como um obstáculo na ligação entre os dois polos portuários, localizados a nascente revelados, permitindo ao utilizador a vivência daquele espaço em condições mais tolerantes.
e a poente.
É neste momento que a praça se descobre e, consoante as adversidades climatéricas,
Foram estas intervenções, de uma escala imensa, que levaram à rutura e parcialização do
permite a sua ocupação numa relação coesa e oportuna com a quarta dimensão, o tempo
território sineense, provocando o aparecimento de espaços obsoletos e expetantes, sítios
como oportunidade.
estes que, aparentemente esquecidos, provocam desordem sobre uma paisagem, assim PÁGINA 148
Estas circunstâncias naturais permitem que o contato entre o mar e a superfície terrestre
como incapacidade de atração da mesma. PROJETO
assuma um limite dinâmico, um limite que não separa duas componentes, mas que as une,
O projeto “Sistematizar o Limite”, implantado num vazio de limites imprecisos e vaga
definição, foi o mote para o desenvolvimento da dissertação aqui apresentada. Estes permitindo que a linha de costa se expresse em diferentes espessuras. É no encontro da
espaços de impunidade, terrain vagues provocados pela implementação do principal água com a superfície materializada da praça que se irá estabelecer a nossa perceção da
complexo industrial e portuário do país, resultam numa leitura de rotura e fragmentação do linha de costa, do limite entre terra e mar que, com a superfície do mar em movimento
território que é a paisagem de Sines, fortemente caraterizada pela presença de lugares à naturalmente inconstante, contata com a praça num limite de geometria variável, até mesmo
primeira vista esquecidos, onde a ausência de uso e atividade predominam através da fractal, assemelhando-se à difusão entre matérias que ocorre na praia, na qual o limite entre
memória do passado sobre o presente. Tratam-se de áreas amorfas e expetantes que, a água e a areia não é preciso.
resultantes da dicotomia entre o natural e o artificial, se apresentam como lugares de Este é o protagonismo que a praça pretende estabelecer com o mar, e vice-versa, um
oportunidade para que a sua atmosfera se transforme num organismo vivo, respeitando a encontro entre dois elementos antagónicos que, quando a água a invade, esta ganha força e
relação entre o indivíduo e o ambiente envolvente. caráter próprios e, quando em maré baixa a água se ausenta deste espaço, as suas formas
Através de um processo de sistematização, o projeto conduziu à ocupação e valorização orgânicas são descobertas, frutificando assim o gesto arquitetónico adotado. Este caráter
daquele território, compreendido a este pela ZAL e pelo TXXI, a norte pela encosta assumida natural da intervenção permite que a água assuma as propriedades da praça, quer da sua
como anfiteatro natural que, a certo ponto, é circunscrita pela pedreira, a oeste pelo Pontal formalização, como da sua materialização, não se impondo com uma forma própria, mas
de Santa Catarina e pela praia Vasco da Gama e, a sul, pelo mar, seu limite em constante assumindo formas, tornando-se num poder vital de unificação entre o natural e o artificial.
mutação. A composição do conjunto projetado foi resolvida com um complexo industrial, Aqui a água atua como gerador de espaços, passando de matéria natural a material.
assumido como uma unidade de produção e investigação em aquacultura, uma zona de Quanto à sua construção, a praça é materializada com blocos maciços de betão, dispostos
restauração e apoio técnico às atividades marítimas, uma área que englobava tanto um porto ao longo do terreno por gravidade. Com base na engenharia hidráulica e caráter construtivos
de recreio, como um porto de serviços, protegida por um molhe que, prolongando-se sobre o daquele lugar, a materialização adotada permitiu que, com um único gesto, se resolvesse
mar em direção a sul, possibilitava, a quem o percorresse, um novo ponto de vista sobre a tanto as questões de engenharia, relativamente à estrutura, como as questões
cidade. Para possibilitar a relação entre as principais cotas deste território, a cidade à cota arquitetónicas, caraterizadas pela espacialidade e funcionalidade adotadas, sendo de
alta e a avenida marginal e a praia à cota baixa, foi proposta uma torre de acessos, elemento construção e manutenção relativamente simples. Como base num dos escritos de Frank
que, pela sua verticalidade, se assume como marco visual deste conjunto, como se de um Lloyd Wright, que afirma que “a arquitetura é a base científica que permite fazer com que as
farol que guia as ligações fluviais na baía de Sines se tratasse. Surge, por fim, o rossio, estruturas expressem ideias”, a metodologia construtiva aqui aplicada age com respeito à
espaço de grande escala que relaciona e permite a comunicação entre todos os elementos natureza envolvente e permite explorar ao máximo cada uma das suas propriedades
do conjunto, estabelecendo uma integração e interação sociais perante esta nova ultrapassando, com recurso à imaginação, todas as limitações construtivas tradicionais.
intervenção e, em particular, com o mar. Concebeu-se, desta forma, uma praça que assume relações íntimas com os seus limites e,
É, com incidência na área relativa ao rossio proposto em “Sistematizar o Limite”, que se coroada pela imensidão do céu, vê a sua paisagem ser ampliada, dissolvendo-se na
desenvolve a Praça do Mar de Sines, objeto de estudo projetual desta investigação. Através natureza. É um lugar que vence desníveis, une pontos, segrega funções, acentua marcos e,
de uma revisão e reflexão críticas sobre o espaço abordado, com base nos casos de estudo acima de tudo, dá escala a espaços que suportam a vivência humana, possibilitando a
analisados e nas referências projetuais consideradas, concluiu-se que esta extensa deslocação, a paragem, a permanência e o diálogo.
PORTO DE PESCA
FOTOMONTAGEM - FESTIVAL MÚSICAS DO MUNDO, SINES
04. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
E ICONOGRÁFICAS
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE ICONOGRÁFICO
04. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
E ICONOGRÁFICAS
04.1 BIBLIOGRAFIA
RAINHO, Marina (2015). O porto na origem do núcleo urbano: Sines e a relação com o mar. (Dissertação para aprovação do grau Mestre em Arquitetura). Universidade
de Évora. Portugal
SOSA, Adalberto, FERNANDES, Ana, JERÓNIMO, Ana, CARVALHO, Ana, OLIVEIRA, Ana, MONTEIRO, Ana ... FAUSTINO, Vitor (2016). Sines como tema – um olhar
colectivo sobre a Cidade. (Projeto Avançado III e IV, do Mestrado Integrado em Arquitetura). Universidade de Évora. Portugal
DOCUMENTOS ELETRÓNICOS:
Endereços web:
BIBLIOGRAFIA aicep Global Parques. (s.d.). Zils Global Parques. Consultado em 2017 em:
http://www.globalparques.pt
APS - Administração dos Portos de Sines e do Algarve, S. A. (2017). Porto de Sines. Consultado em 2017 em:
Notas:
http://www.portodesines.pt
O modelo de referenciação bibliográfica adotado na presente dissertação foi o estilo APA - American Psichological Association, baseado na sua 6ª edição.
Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Município de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
Para uma leitura/consulta mais práticas das referências bibliográficas e fontes documentais citadas, optou-se pela sua organização segundo capítulos e subcapítulos,
http://www.sines.pt
sistematizando-os em categorias distintas - Documentos Impressos, Documentos Eletrónicos e Materiais não Livro.
Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Plano Diretor Municipal de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
http://www.sines.pt/frontoffice/pages/649
Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Plano de Pormenor da Zona de Expansão Sul-Nascente da Cidade de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
http://www.sines.pt/frontoffice/pages/654
Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Plano de Urbanização da Cidade de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
http://www.sines.pt/frontoffice/pages/651
BIBLIOGRAFIA COMENTADA HIERARQUIZADA Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Plano de Urbanização da Zona Industrial e Logística de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
http://www.sines.pt/frontoffice/pages/652
DOCUMENTOS IMPRESSOS: Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Reserva Ecológica Nacional de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
Livros: http://www.sines.pt/frontoffice/pages/669
DE CARVALHO, Alcídio Ferreira Torres (2005). Porto de Sines – Porta Atlântica da Europa. Sines: Administração do Porto de Sines Câmara Municipal de Sines. (s.d.). Revisão do Plano Diretor Municipal de Sines. Consultado entre 2016 e 2017 em:
Este volume, publicado pela Administração do Porto de Sines, foi fundamental na contextualização e caraterização da cidade, relatando como tudo começou e no que se tornou, http://www.sines.pt/frontoffice/pages/650
CIGeoE. (2013). Downloads. Consultado entre 2016 e 2017 em:
desde a sua origem até à atualidade. É uma obra que documenta e fundamenta a vocação marítima de Sines ao longo da sua vasta ocupação, mostrando a história de um porto
https://www.igeoe.pt/index.php?id=86
marítimo que se iniciou com a instalação do povo romano e que, com o aparecimento da APS em 1977, se tornou num complexo portuário e industrial notável, consolidado como
um dos principais ativos geoestratégicos do país.
MATERIAIS NÃO LIVRO:
Dissertação/Tese/Trabalho académico defendidos em Universidade: Programas televisivos:
RTP1 - Rádio e Televisão de Portugal (Produtor executivo). (1968, Programa nº11). O Mar a Preto e Branco [Programa de televisão]. Lisboa: Rádio e Televisão de Portugal
DE OLIVEIRA, Ana Filipa, ANTÃO, Fábio e SARAIVA, Tiago (2016). Sistematizar o Limite – entre a Terra e o Mar, Água e Cultura. (Projeto Avançado III e IV, do Mestrado
Integrado em Arquitetura). Universidade de Évora. Portugal Vídeo ou Filme:
O trabalho académico "Sistematizar o Limite – entre a Terra e o Mar, Água e Cultura", desenvolvido na unidade curricular de Projeto Avançado III e IV, foi o suporte para a VILHENA, Diogo (realizador) e CAMPOS, António (produtor). (2016). Mar de Sines – a resiliência das gentes do mar [Filme documentário]. Sines: Câmara Municipal de
concretização desta investigação. Colocando em questão a dicotomia manifestada entre o núcleo urbano de Sines e o seu complexo industrial e portuário, a resposta do exercício Sines
pretende clarificar um lugar expetante e amorfo, definindo novos limites para a linha de costa. É aqui, num amplo “vazio” a uma cota superior ao mar, que é revelada a área de
intervenção da presente dissertação. Deste estudo em projeto foram fulcrais todas as bases cartográficas/projetuais já elaboradas e apresentadas, assim como toda a "SINES: LOGÍSTICA À BEIRA-MAR"
investigação em grupo até ao momento desenvolvida.
DOCUMENTOS IMPRESSOS:
DOCUMENTOS ELETRÓNICOS: Livros:
Endereços web: TAVARES, André e LOPES, Diogo Seixas (eds.) (2016). Sines: logística à beira-mar. Lisboa: Trienal de Arquitetura de Lisboa
Instituto Hidrográfico. (2017). Marés. Consultado em 2017 em: http://www.hidrografico.pt/glossario-cientifico-mares.php
Instituto Português do Mar e da Atmosfera. (2017). Mar. Consultado em 2017 em: https://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.localidade.hora/ MATERIAIS NÃO LIVRO:
Com base na informação disponibilizada nos endereços eletrónicos aqui apresentados, foi possível estabelecer uma resposta de projeto coerente com as condições climatéricas Programas televisivos:
PÁGINA 155 PÁGINA 156
REFERÊNCIAS e hidrográficas assistidas no território litoral de Sines. Conseguiu-se, com apoio na Tabela de Marés providenciada pelo IH, desenhar uma praça fragmentada por uma sucessão RTP1 - Rádio e Televisão de Portugal (Produtor executivo). (1968, Programa nº11). O Mar a Preto e Branco [Programa de televisão]. Lisboa: Rádio e Televisão de Portugal BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRÁFICAS E
ICONOGRÁFICAS
de plataformas a cotas distintas, nas quais a sua ocupação está inteiramente relacionada com as oscilações e amplitudes de marés ocorridas. Também as previsões divulgadas
pelo IPMA, como a altura significativa da superfície das águas, as correntes marítimas e o período de elevação das mesmas, durante o dia 27 de abril de 2017, foram cruciais
02. CASOS DE ESTUDO
para prever os níveis de inundabilidade de cada área em particular.
PLAYGROUNDS, 1947
DOCUMENTOS IMPRESSOS:
Livros:
BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA HIERARQUIZADA LEFAIVRE, Liane, ROODE, Ingeborg e FUCHS, Rudi (2002). Aldo van Eyck: the playgrounds and the city. Amsterdão: Stedelijk Museum e Roterdão: NAi Publishers
VAN LINGEN, Anna e KOLLAROVA, Denisa (2016). Aldo van Eyck - Seventeen Playgrounds. Amsterdão: Lecturis
ÍNDICE ICONOGRÁFICO
TÍTULO: VISTA PARA O ATLÂNTICO, A PARTIR DA PRAÍA DE SINES TÍTULO: ORTOFOTOMAPA DA VILA DE SINES
TÍTULO: "PLANTA DA VILLA DE SINES"
TÍTULO: "SISTEMATIZAR O LIMITE - ENTRE A TERRA E O MAR, ÁGUA E CULTURA"
AUTOR: Autor desconhecido FONTE: BING MAPS 2016
AUTOR: D. C. Mata
AUTOR: Tiago Saraiva
FONTE: https://images-01.delcampe-static.net/img_large/auction/000/192/120/934_001_sines-baia- DATA: 2016
FONTE: Porto de Sines - Porta Atlântica da Europa, p. 33
2-scans-portugal.jpg
DATA: 2016
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (recorte das superfícies representadas por água,
DATA: 1781
DATA: 1940 preenchidas com mancha homogénea de tonalidade escura)
PÁGINA: XIV
PÁGINA: 028
PÁGINA: 028 PÁGINA: 028
TÍTULO: "CARTA AGRÍCOLA DE PORTUGAL, FOLHA 186" TÍTULO: VISTA AÉREA DE SINES
TÍTULO: VISTA AÉREA DO TERRITÓRIO ESTE DE SINES TÍTULO: VISTA PARA OESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO
AUTOR: Gerardo Pery AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: In Situ Portugal AUTOR: António Correia
FONTE: http://4.bp.blogspot.com/_DGBXw0Y3PUc/TDvevG7GpAI/AAAAAAAAAkQ/PFajSKd0SNA/s FONTE: http://www.hellenicshippingnews.com/wp-content/uploads/2015/11/2015.11.30_port-of-the-
DATA: 2016 FONTE: http://45.33.69.154/index.php/sines-vista-doeste-2
1600/sines.JPG month_aps_general-view.jpg
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (ajustes a nível de contraste e saturação) DATA: 1910
DATA: 1890 DATA: 2015
PÁGINA: 001/002 PÁGINA: 028
PÁGINA: 028 PÁGINA: 028
TÍTULO: "PLANO HYDROGRAPHYCO DA BAHIA DE SINES: COSTA DE PORTUGAL" TÍTULO: MIRADOURO DO PONTAL DE SANTA CATARINA
TÍTULO: VISTA PARA ESTE, A PARTIR DO NÚCLEO URBANO
AUTOR: Direcção Geral da Marinha - Jaime Aurélio Wills de Araújo e Miranda Dinis AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: Tiago Saraiva
FONTE: http://purl.pt/1564/3/cc-366-p2_JPG/cc-366-p2_JPG_24-C-R0150/cc-366-p2_0001_1_p24- FONTE: http://1.bp.blogspot.com/_vX9jVJvvLqY/TBAkoA8G5JI/AAAAAAAABo0/5KU0qOhVcgo/s16
C-R0150.jpg 00/Foto+antiga15.jpg
DATA: 17/9/2015
DATA: 1900 DATA: cerca de 1930
PORTUÁRIA"
TÍTULO: ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO - Ortofotomapa TÍTULO: "PLANO HIDROGRÁFICO DA BAÍA DE SINES" TÍTULO: PRAIA DE SINES
TÍTULO: VISTA PARA O ATLÂNTICO, A PARTIR DA BAÍA DE SINES
FONTE: BING MAPS 2016 AUTOR: A. F. Lopes e Manuel Egreja AUTOR: Autor desconhecido
TÍTULO: "PLANTA TOPOGRÁFICA DE SINES NA ERA DE SEISCENTOS" TÍTULO: FOTOGRAFIA AÉREA DA VILA DE SINES TÍTULO: CAIXAS DE MADEIRA PARA ACONDICIONAMENTO DO PESCADO
TÍTULO: PRAIA DE VASCO DA GAMA
AUTOR: Autor desconhecido AUTOR: Instituto Geográfico do Exército AUTOR: Augusto Cabrita
AUTOR: Tiago Saraiva
FONTE: Porto de Sines - Porta Atlântica da Europa, p. 32 FONTE: IGeoE – Instituto Geográfico do Exército/Centro de Informação Geoespacial do Exército FONTE: O Mar a Preto e Branco, minuto 11.59
DATA: 22/4/2017
DATA: 1648 DATA: 1940 DATA: 1968
PÁGINA: 028
PÁGINA: 028 PÁGINA: 028 PÁGINA: 028
TÍTULO: TERMINAL XXI COM EMBARCAÇÕES DE GRANDE PORTE TÍTULO: ESCALA 1/100 - A presente representação em maquete procura mostrar a relação
TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - De forma a permitir uma correta leitura do projeto, iniciada TÍTULO: CENTRO DE ARTES DE SINES - Maquete conceptual, à escala 1/30, que representa o
permeável existente entre o rossio e as construções que o limitam, assumindo funções recíprocas
à escala territorial, a abertura das gavetas deve começar de baixo para cima interior de uma nave da unidade de produção
AUTOR: Autor desconhecido entre si
AUTOR: Tiago Saraiva AUTOR: Tiago Saraiva
FONTE: http://www.portosdeportugal.pt/image/journal/article?img_id=89522&t=1494195782563 AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
DATA: 12/10/2016 DATA: 22/4/2017
DATA: 2017 DATA: 4/2016
PÁGINA: 080 PÁGINA: 080
PÁGINA: 028 PÁGINA: 044
TÍTULO: CONTENTORES METÁLICOS PARA ACONDICIONAMENTO DE MERCADORIAS TÍTULO: ESCALA 1/100 - Maquete parcial do conjunto que revela o prolongamento do rossio para o TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - Após a leitura de Sines a uma escala territorial, TÍTULO: CENTRO DE ARTES DE SINES - Leitura da profundidade do espaço expositivo, a partir
DIVERSAS interior da unidade de produção, através de um pórtico desenhado pelo passadiço sobrepõe-se a seguinte gaveta com a implantação do projeto na relação com a sua enolvente do eixo de simetria entre as maquetes e os respetivos painéis entregues a concurso
AUTOR: Tiago Saraiva AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite" AUTOR: Tiago Saraiva AUTOR: Tiago Saraiva
TÍTULO: ESCALA 1/50 - Representação parcial da nova frente mar, que evidencia a relação de
TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - A abertura da última gaveta resulta na leitura do projeto TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - O eixo de charneira definido pela interseção do
TÍTULO: TERMINAL XXI (CONTENTORES) cotas entre o nível médio das águas do mar (cota 0), o acesso de serviços (cota 3) e o percurso
na sua totalidade, desde a grande escala até ao interior mais detalhado "Arquétivo" com a chapa galvanizada possibilita a leitura de um espaço de frente mar
público (cota 6)
AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR:Tiago Saraiva AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
DATA: 4/11/2015
DATA: 12/10/2016 DATA: 12/10/2016
DATA: 4/2016
PÁGINA: 028
PÁGINA: 080 PÁGINA: 080
PÁGINA: 044
TÍTULO: SINES - Ortofotomapa TÍTULO: ESCALA 1/50 - Ambiência e espacialidade interiores da unidade de produção, que tiram
TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - Maquete territorial de Sines, executada à escala 1/10 000, TÍTULO: MAQUETA DO "ARQUÉTIVO" EM POLIESTIRENO EXPANDIDO DE COR CINZA
partido do desenho de naves amplas e desobstruídas, capazes de suportar diversos tipos de
FONTE: BING MAPS 2016 com implantação do projeto "Sistematizar o Limite" ESCURO, À ESCALA 1/5
utilização
DATA: 2016 AUTOR: Tiago Saraiva AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (recorte das superfícies representadas por água, DATA: 12/10/2016 DATA: 4/2016
DATA: 4/2016
preenchidas com mancha homogénea de tonalidade escura)
PÁGINA: 080 PÁGINA: 081
PÁGINA: 044
PÁGINA: 039/040
TÍTULO: ESCALA 1/100 - Relação das diversas materialidades e acabamentos exteriores dos
TÍTULO: ESCALA 1/10 000 - Maquete de processo que relaciona a escala do (re)desenho da nova TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - Maquete de implantação e relação do conjunto proposto
elementos construídos (painéis de betão pré-fabricados, betão aparente e reboco cimentício TÍTULO: PAINEL DE EXPOSIÇÃO 1
linha de costa e da expansão prevista para o porto de contentores, com o território envolvente com a sua envolvente, executada à escala 1/1 500
estanhado)
PÁGINA 163 AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
PÁGINA 164
REFERÊNCIAS DATA: 4/2016 ÍNDICE
DATA: 4/2016 DATA: 12/10/2016
BIBLIOGRÁFICAS E DATA: 4/2016 ICONOGRÁFICO
ICONOGRÁFICAS PÁGINA: 083
PÁGINA: 044 PÁGINA: 080
PÁGINA: 044
TÍTULO: ESCALA 1/50 - A relação entre o público (lazer) e o privado (produção) é enunciada nesta
TÍTULO: ESCALA 1/500 - Numa tentativa de acerto de escalas, a presente maquete resultou na TÍTULO: PALÁCIO SINEL DE CORDES - Maquete parcial do conjunto, executada à escala 1/200,
imagem. Apesar do seu caráter privativo, o interior das naves industriais é revelado ao público TÍTULO: PAINEL DE EXPOSIÇÃO 2
procura de relação do conjunto proposto com a sua situação envolvente (cidade, escarpado e mar) que representa a relação entre os espaços interiores e o exterior público
através de diversos vãos que vão pautando o percurso ao longo da nova frente mar
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite" AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
DATA: 4/2016
DATA: 4/2016 DATA: 12/10/2016
DATA: 4/2016
PÁGINA: 084
PÁGINA: 044 PÁGINA: 080
PÁGINA: 044
TÍTULO: ESCALA 1/500 - Eixo visual a partir da pedreira de Monte Chãos, que estabelece uma TÍTULO: ESCALA 1/50 - A estereotomia dos painéis pré-fabricados de betão, aplicados na
TÍTULO: CENTRO DE ARTES DE SINES - O "contentor" de duas águas, que se apresenta como
relação de cotas entre os percursos socalqueados da pedreira superiores às cérceas da unidade de cobertura da unidade de produção, procura dar continuidade ao ritmo imposto pela geometricidade TÍTULO: PAINEL DE EXPOSIÇÃO 3
uma maquete à escala 1/14, acondiciona os elementos do projeto "Sistematizar o Limite"
produção de todo o desenho
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite" AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
DATA: 4/2016
DATA: 22/4/2017
DATA: 4/2016 DATA: 4/2016
PÁGINA: 084
PÁGINA: 080
PÁGINA: 044 PÁGINA: 044
TÍTULO: ESCALA 1/500 - Eixo visual sobre o conjunto proposto que, dando continuidade à
TÍTULO: CENTRO DE ARTES DE SINES - De tonalidade pétrea, o "Arquétivo" torna-se o elemento
morfologia da pedreira, define um anfiteatro natural à cota alta e desenha o limite da intervenção a TÍTULO: CORTE CONSTRUTIVO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO
que se impõe à longitudinalidade da organização expositiva, fazendo o remate do conjunto
norte
AUTOR: Cláudio Velez
AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Autores de "Sistematizar o Limite"
DATA: 4/2016
DATA: 22/4/2017
DATA: 4/2016
PÁGINA: 073/074
PÁGINA: 080
PÁGINA: 044
TÍTULO: AMSTERDÃO - Ortofotomapa TÍTULO: 08. VONDELPARK PLAYGROUND - A cúpula de escalada, implantada individualmente em TÍTULO: ESTRUTURA CONSTRUÍDA IN SITU, PARA COLOCAÇÃO DA ESCULTURA NA ROCHA
TÍTULO: VISTA AÉREA DE MANHATTAN, A PARTIR DE NOROESTE, EM FEVEREIRO DE 1982
paralelo ao tanque de água (09.), permanece intata desde a sua colocação por Aldo van Eyck MAIS DISTANTE
FONTE: BING MAPS 2016
AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Jesús Uriarte
DATA: 2016
FONTE: https://www.flickr.com/photos/8534413@N03/5455155330/
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill9.jpg FONTE: http://www.mascontext.com/wp-content/uploads/2010/12/08_peine_viento_08.jpg
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (recorte das superfícies representadas por água,
DATA: 2/1982
preenchidas com mancha homogénea de tonalidade escura) DATA: 2014 DATA: Data desconhecida
PÁGINA: 128
PÁGINA: 091/092 PÁGINA: 096 PÁGINA: 104
TÍTULO: DE UM TERRAIN VAGUE AO DIJKSTRAAT PLAYGROUND, 1954 TÍTULO: 09. VONDELPARK PLAYGROUND - Tanque de água circular, com volumes cilíndricos no
TÍTULO: SAN SEBÁSTIAN - Ortofotomapa
(vazio urbano agora ocupado pela construção de um templo budista, em 1990) interior, permanece intocado. No inverno, este enche-se de água e os maciços de betão definem um
percurso
FONTE: BING MAPS 2016
AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: Daryl Mulvihill
DATA: 2016
FONTE: http://3.bp.blogspot.com/-aSEjjbJHD5Y/T-DeTbGvbkI/AAAAAAAAG-U/UgFezsp0v_U/s1600
/cuidado-2.jpeg FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill10.jpg
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (recorte das superfícies representadas por água,
preenchidas com mancha homogénea de tonalidade escura)
DATA: Data desconhecida DATA: 2014
PÁGINA: 105/106
PÁGINA: 095 PÁGINA: 096
TÍTULO: 01. WESTERPARK PLAYGROUND - Espaço de lazer, com caixas de areia circulares, TÍTULO: 10. VONDELPARK PLAYGROUND - Nesta área de jogo surge, através de van Eyck, uma TÍTULO: SETE ORIFÍCIOS PROVENIENTES DO ANTIGO COLETOR, QUE SIMBOLIZAM AS TÍTULO: ALÇADO OESTE DO MIRADOURO/PONTAL DE SANTA CATARINA E DA PEDREIRA DE
mantem-se inalterado, ao qual foram adicionados elementos de jogo "catalogados" e um perímetro nova tipologia: um maciço de escalada, com patamares hexagonais. Mais tarde foi adicionada uma SETE PROVÍNCIAS BASCAS MONTE CHÃOS - (área de implantação da Praça do Mar de Sines e do projeto Sistematizar o
físico de segurança cerca metálica Limite)
AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Marco Martins
FONTE: http://4.bp.blogspot.com/-vpQDmeDEQmo/VexQg_vuVdI/AAAAAAAAlAM/cnFky9i76I0/s160
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill4.jpg FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill11.jpg 0/01.jpg DATA: 10/2015
DATA: 2014 DATA: 2014 DATA: Data desconhecida NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (ajustes a nível de contraste e saturação)
TÍTULO: 02. WESTERPARK PLAYGROUND - A estrutura de escalada, com uma fonte central, TÍTULO: 11. VONDELPARK PLAYGROUND - Espaço lúdico mantém-se o original, com uma caixa
TÍTULO: PARQUE DE ESTACIONAMENTO NO PASSEO DEL TENIS, ANTERIORMENTE À TÍTULO: PORTO DE PESCA
mantem-se ladeada pelos maciços cilíndricos de salto. É das poucas intervenções que não sofreu de areia circular. A vedação adicionada, feita através de vegetação, funciona como labirinto que
INTERVENÇÃO DE PEÑA
qualquer alteração complementa o lugar
AUTOR: Artur Pastor
AUTOR: José Elosegui
AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Daryl Mulvihill
FONTE: http://arquivomunicipal2.cm-lisboa.pt/xarqdigitalizacaocontent/Imagem.aspx?ID=2558988&
FONTE: http://www.mascontext.com/wp-content/uploads/2010/12/08_peine_viento_01.jpg Mode=M&Linha=1&Coluna=1
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill5.jpg FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill14.jpg
DATA: Data desconhecida DATA: entre 1940 e 1970
DATA: 2014 DATA: 2014
TÍTULO: 03. BOETZELAERPLEIN PLAYGROUND - Área de jogo remodelada (repavimentação e TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE A TEXTURA PIXELIZADA DA TOPOGRAFIA ARTIFICIAL E A
TÍTULO: 12. RIJKSMUSEUM PLAYGROUND - Composto por uma cúpula, duas torres de escalada
adição de outras atrações), onde apenas permanece intata a estrutura de escalada em aço inóx, TEXTURA AUTÊNTICA DA TOPOGRAFIA NATURAL TÍTULO: FOTOMONTAGEM - FESTIVAL MÚSICAS DO MUNDO, SINES
e por quatro estruturas simples de elevação, este playground não sofreu qualquer intervenção
com forma de iglô
AUTOR: Autor desconhecido AUTOR: Tiago Saraiva
AUTOR: Mischa Rus
PÁGINA 165 AUTOR: Daryl Mulvihill
FONTE: http://vaumm.com/wp-content/uploads/blogger/chillida%2Bganchegui%2Bvaumm%2Barquit DATA: 2018
PÁGINA 166
REFERÊNCIAS FONTE: https://pbs.twimg.com/media/CfgVIJJXEAAwnpK.jpg ÍNDICE
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill6.jpg ectos%2Bgipuzkoa%2Bdonostia%2B06.jpg
BIBLIOGRÁFICAS E NOTAS: Fotografia base da autoria de In Situ Portugal ICONOGRÁFICO
DATA: 8/4/2016
ICONOGRÁFICAS DATA: 2014 DATA: Data desconhecida
PÁGINA: 149/150
PÁGINA: 096
PÁGINA: 096 PÁGINA: 115
TÍTULO: 04. FREDERIK HENDRIKPLANTSOEN PLAYGROUND - Área de implantação do espaço TÍTULO: 13. OOSTERPARK PLAYGROUND - Este tanque circular, semelhante ao 09.,é nos
de jogo apresenta-se intata, à qual foram adicionados novos elementos no interior das caixas de apresentado sem quaisquer intervenções. Na sua periferia foram adicionados outros elementos TÍTULO: WHEATFIELD, COM AGNES DENES DE PÉ NO CAMPO
areia "mais modernizados"
AUTOR: Agnes Denes
AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Daryl Mulvihill
FONTE: http://www.agnesdenesstudio.com/img/works7/Wheat5.jpg
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill18.jpg FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill20.jpg
DATA: 1982
DATA: 2014 DATA: 2014
PÁGINA: 118
PÁGINA: 096 PÁGINA: 096
TÍTULO: 14. JACOB OBRECHTPLEIN PLAYGROUND - A caixa circular de areia mantem-se uma
TÍTULO: 05. HERENMARKT PLAYGROUND - O playground apresenta-se consoante o projetado TÍTULO: MANHATTAN - Ortofotomapa
constante na área de intervenção, à qual foram adicionados novos elementos, tais como formas
por van Eyck, ao qual apenas foi adicionada uma cerca metálica de segurança
animais "virtuais"
FONTE: BING MAPS 2016
AUTOR: Daryl Mulvihill
AUTOR: Daryl Mulvihill
DATA: 2016
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill7.jpg
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill17.jpg
NOTAS: Editada pelo autor da dissertação (recorte das superfícies representadas por água,
DATA: 2014 preenchidas com mancha homogénea de tonalidade escura)
DATA: 2014
PÁGINA: 096 PÁGINA: 119/120
PÁGINA: 096
TÍTULO: 06. HASEBROEKSTRAAT PLAYGROUND - Os volumes cilíndricos, para a técnica de TÍTULO: 15. BERTELMANPLEIN PLAYGROUND - Apesar de ter sido o primeiro playground a ser
salto, são o que restou da intervenção original. Modelos de jogo "modernizados" foram adicionados construído, mantém a sua traça original. Sofreu apenas a adição de novos elementos e de uma TÍTULO: VISTA AÉREA DO WHEATFIELD, JÁ COM O TRIGO MADURO E DE TONS DOURADOS
ao conjunto vedação metálica
AUTOR: Agnes Denes
AUTOR: Daryl Mulvihill AUTOR: Daryl Mulvihill
FONTE: http://www.agnesdenesstudio.com/img/works7/Wheat7.jpg
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill8.jpg FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill15.jpg
DATA: 1982
DATA: 2014 DATA: 2014
PÁGINA: 123
PÁGINA: 096 PÁGINA: 096
TÍTULO: 07. VONDELPARK PLAYGROUND - O espaço lúdico mantém-se intato, com a TÍTULO: RESIDENTES DE NOVA IORQUE NA PRAIA FORMADA PELO ATERRO DE BATTERY
permanência de todos os elementos originais, ao qual foram adicionadas duas torres de escalada TÍTULO: BERTELMANPLEIN PLAYGROUND, 1947 PARK, EM JULHO DE 1983
com um escorrega
AUTOR: Autor desconhecido AUTOR: Autor desconhecido
AUTOR: Daryl Mulvihill
FONTE: https://i.pinimg.com/564x/ee/47/b8/ee47b87ee5990a3466098292a5bc7879.jpg FONTE: http://68.media.tumblr.com/05af6e47346b57181f9049a2e772f363/tumblr_n61dxuNSsk1s7e
FONTE: http://dmau.com/wp-content/uploads/2014/03/VEyck-Daryl-Mulvihill13.jpg 5k5o1_1280.png
DATA: 1947
DATA: 2014 DATA: 7/1983
PÁGINA: 097
PÁGINA: 096 PÁGINA: 125