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VITÓRIA
2016
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VITÓRIA
2016
DERMATOFITOSE EM CÃES E GATOS: REVISÃO DE LITERATURA
Elaborado por
Aluna do Curso de Pós-Graduação em Clínica Médica e Cirúrgica
de Pequenos Animais
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Membro
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Membro
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Professor Orientador
Presidente
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AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse
concluir mais uma etapa da minha vida.
Ao meu pai, Osias, por todo amor e dedicação que sempre teve comigo. Meu
eterno agradecimento pelos momentos em que esteve ao meu lado, me apoiando e me
fazendo acreditar que nada é impossível.
A minha mãe, Silvânia, por ser tão dedicada, amiga e batalhadora, por ser a
pessoa que mais me apóia e acredita na minha capacidade. Meu agradecimento pelas
horas em que ficou ao meu lado não me deixando desistir e me mostrando que sou
capaz de chegar onde desejo, sem dúvidas foi quem me deu o maior incentivo para
conseguir concluir esse trabalho e que abriu mão de muitas coisas para me
proporcionar a realização desse sonho.
Ao meu irmão, Nésio, que sempre esteve comigo, me apoiando em todos os
momentos, enfim por todos os conselhos e pela confiança em mim depositada, meu
imenso agradecimento.
Ao meu noivo, Wilhan, que com amor, carinho, paciência, apoio, incentivo,
parceria, brincadeiras e compreensão, me fez uma pessoa mais forte quando eu
precisava, e me faz uma profissional cada vez melhor.
Ao meu orientador, pelo ensinamento e dedicação dispensados no auxílio à
concretização desse trabalho e nortear seguramente meu caminho.
A todos os profissionais, pela paciência, dedicação e ensinamentos
disponibilizados nas aulas. Cada um de forma especial contribuiu para a conclusão
desse trabalho e, conseqüentemente, para minha formação profissional.
Por fim, gostaria de agradecer aos meus familiares e amigos, em especial a
Equipe Pet Shop Bicho de Luxo, pelo carinho e pela compreensão nos momentos em
que a dedicação aos estudos foi exclusiva. A todos que contribuíram, diretamente ou
indiretamente, para que esse trabalho fosse realizado, meu eterno MUITO OBRIGADA!
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RESUMO
ABSTRACT
The skin diseases account for most of the care in clinical practice among them, we can
highlight the dermatophytoses. The frequency of this fungal disease is favored by the
climate in tropical and subtropical countries. Infection of this agent usually occurs
through direct or indirect transmission of conidia that germinate on a susceptible host,
especially in immunocompromised. Animal by long are more likely. Fungal culture is the
most reliable diagnostic test. The treatment is expensive and extended; thus, the correct
and early diagnosis becomes essential to the success of the therapy. The
decontamination of the environment is essential. Cats are considered as potential
reservoirs and multipliers for the pathogenic fungi of humans. The objective was to
address the clinical, epidemiology, diagnosis, treatment and specific preventive
measures in dogs and cats.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................09
3 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO......................................................................22
REFERÊNCIAS ..........................................................................................................23
1. INTRODUCÃO
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2. REVISÃO DE LITERATURA
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2.3 Epidemiologia
A dermatofitose é uma doença infecto contagiosa de caráter crônico. (CORRÊA e CORREA,
1992). É também definida como uma infecção micótica superficial dos tecidos ceratinizados da pele, ou
seja, a camada celular córnea da epiderme, que acomete pelos, unhas, cascos e chifres nas diferentes
espécies. (STANNARD, 1993).
Em geral, o Microsporum canis é responsável por 50 a 70% da doença em cães e 90 a 98%
dos casos de dermatofitose felina (ZAROR et al., 1986). Acreditava-se que os gatos portadores serviam
como reservatório para Microsporum canis; no entanto, estudos recentes demonstraram que ele é
isolado raramente a partir de gatos de estimação saudáveis . (SCOTT et al, 1996; MACIEL e VIANNA,
2005; BEALE, 2008).
Entretanto, é considerado que 50% das pessoas que convivem com gatos infectados,
apresentando sintomatologia clínica, adquirem essa afecção. (TUZIO et al., 2005).
A incidência e a prevalência da dermatofitose variam com o clima e os reservatórios naturais.
(CORNEGLIANI et al, 2009; SCOTT et al., 1996). Em clima quente e úmido, observa-se uma incidência
mais elevada do que em clima frio e seco. Trata-se, no entanto, de uma enfermidade de distribuição
mundial sendo uma das mais importantes micoses cutâneas. Em relação aos reservatórios a incidência
de dermatófito em felídeos silvestres é considerada baixa . (BENTUBO et al, 2006).
Conforme relata a literatura, a incidência de dermatofitose no Hemisfério Norte em gatos ocorre
da seguinte forma: Microsporum canis varia pouco durante todo o ano; Microsporum gypseum e
Trichophyton mentagrophytes são raramente relatados em gatos, mas pode ocorrer um ligeiro aumento
durante os meses de verão e outono. (SCOTT et al., 1996).
Estudos estatísticos demonstram que nos Estados Unidos, aparecem infectados pelo
Microsporum canis 45% dos felinos examinados, a maior parte dos quais com idades inferiores há um
ano. O grau de infecção dos caninos é semelhante – 60% dos doentes estão afetados pelo Microsporum
canis, 24% pelo Microsporum gypseum e 10% pelo Trichophyton mentagrophytes. (KIELSTEIN, 1999).
xii
Animais de qualquer idade, sexo ou raça são susceptíveis à infecção, assim também se sugere
uma predisposição genética para seu desenvolvimento. (MACIEL e VIANNA, 2005; CORNEGLIANI et al,
2009).
Além disso, exposição prévia, o ambiente, o contato com outros animais, deficiências
nutricionais e doenças debilitantes favorecem a infecção (BRUM et al, 2007). Outros autores consideram
os fatores mais importantes a idade do animal e a falta de prévia exposição ou infecção, exposição à
radiação ultravioleta, fatores físico-químicos de grande relevância (STANNARD, 1993; OGAWA et al,
1998).
Outros aspectos são abordados, como as diferenças nas propriedades bioquímicas da pele e
secreções cutâneas (especialmente sebo), o crescimento e a reposição do pelo e o estado fisiológico do
hospedeiro relacionado à idade devem também ser considerados. Fatores locais, como a barreira
mecânica da pele intacta e a atividade fungistática do sebo, conferida pelo conteúdo rico em ácido graxo,
são dissuasórias da invasão fúngica. (SCOTT et al, 1996).
Os dermatófitos são transmitidos por contato direto, animal a animal, e pode ser indireto
através do solo, fômites e instalações contaminadas, e também apresentam caráter iatrogênico, através
do manejo de animais com e sem lesões cutâneas; compreendendo fontes potenciais de infecção e
reinfecção. (CORREA e CORREA, 1992; SCOTT et al., 1996).
Conforme descrito na literatura, em criações com fins comerciais, a promiscuidade favorece
grande morbidade e endemicidade das dermatofitose. (CORREA e CORREA, 1992).
A fonte de infecção pelo M. canis geralmente é o gato infectado. Já as infecções por
Trichophyton spp. geralmente são adquiridas direta ou indiretamente pela exposição a hospedeiros
reservatórios, estando a maioria destas infecções associada à exposição a roedores. (SCOTT et al.,
1996).
Segundo ZAROR et al. (1986), a possibilidade de cães e gatos comportarem-se como
carreadores assintomáticos de dermatófitos em sua pelagem é relatada, favorecendo a disseminação da
doença a homens ou animais com os quais mantenham contato, trata-se de uma das afecções mais
comumente transmitida do felino para o homem por contato direto. Isso ocorre entre 6,5 a 100% dos
felídeos para Microsporum canis em gatos. (SCOOT et al, 1996).
Os felinos apresentam maior predisposição à contaminação ambiental por M. canis que cães e,
os gatos que convivem com proprietários com dermatofitose apresentam-se mais susceptíveis que cães.
(MANCIANTE et al., 2003). Em humanos com Tinea corporis, que conviviam com felinos, foi observado
53% de positividade para esses animais e em cães, 36% apresentaram-se positivos, evidenciando os
gatos como importantes veiculadores para o homem. (CAFARCHIA et al, 2006).
Por constituir-se em agente veiculador de importantes zoonoses para humanos, o convivio de
gatos com humanos suspeitos de imunocomprometimento deve ser interrompido. (BURTON, 1989;
SPENCER, 1992). Em felinos, as pulgas são as responsáveis pela difusão dos esporos fúngicos por todo
o corpo do animal. (KIELSTEIN, 1999).
2.4 Patogenia
xiii
Segundo SCOTT et al. (1996) e KEENAN (2007), a infecção estabelecida ocorre com a ruptura
mecânica do estrato córneo que é importante para facilitar a penetração e a invasão dos folículos pilosos
anagênicos. O pelo é invadido tanto nas infecções ectotrix como nas endotrix.
O fungo ectotrix produz massas de artrósporos na superfície das hastes do pêlo, ao passo que
os fungos endotrix, não. O período de incubação após a infecção natural é de 7 a 28 dias, quando então,
as hifas invadem a queratina e, a partir dessas, há a formação de cadeias de artrósporos. (KIELSTEIN,
1999).
O material produzido pelos dermatófitos causa uma irritação da derme e lesão na epiderme. O
produto liberado do interior dos queratinócitos lesados provoca hiperplasia acompanhada de reação
inflamatória. As células inflamatórias migram dos vasos superficiais até as camadas invadidas pelos
dermatófitos. Ocorre então a formação de crostas e abscessos intracorneais. A exocitose das células
inflamatórias provoca uma foliculite e com sua destruição, furunculose. Lesões macroscópicas e
microscópicas são variáveis, podem apresentar-se de forma nodular eruptiva, denominada quérion e é
pouco descrita a ocorrência em felinos. (CORNEGLIANI et al., 2009).
A formação de pseudomicetoma e onicomicose pode ocorrer; nessa última, as unhas estão
malformadas, friáveis, quebradiças ou até desprendendo-se dos dígitos, infecções assintomáticas sem
lesões também são constatadas. (HARGIS, 1998). Mas segundo BEALE (2008) a onicomicose, no
entanto, é rara em felinos.
Há resolução espontânea na fase telogênica dos pelos ou no processo inflamatório. As
infecções dermatofíticas em cães e gatos sadios são frequentemente autolimitaNtes. Ao contrário, a
fraca resposta inflamatória em felinos pelo M. canis contribui para a persistência nessa espécie. (SCOTT
et al., 1996).
2.6 Diagnóstico
Os testes fúngicos são amplamente empregados na rotina para o diagnóstico da dermatofitose
e incluem: exame com a lâmpada de Wood, o exame microscópico do pelo (tricograma) cultura fúngica
ou biópsia de pele. (KEENAN, 2007).
No exame da lâmpada de Wood, a ocorrência de falso-positivos é frequente, devido ao fato de
escamas, pomadas, cremes e foliculite bacteriana emitirem fluorescência sob a lâmpada; no entanto não
xv
apresentam a fluorescência verde-maçã típica da haste pilosa observada em casos de infecção com M.
canis (HNILICA et al., 2006; CORNEGLIANI et al, 2009). Portanto não se deve usar fluorescência
positiva sozinha para confirmar uma infecção ou monitorar a terapia. Além do exposto, menos de 50%
dos pelos infectados com M. canis fluorescem. (QUINN et al., 2005; LUCAS, 2008).
O tricograma é realizado retirando-se os pelos da periferia da lesão, essa amostra deve ser
tratada com hidróxido de potássio (KOH) a 10% para descolorir o pelo e demonstrar a presença de hifas
e conídios (SPENCER, 1992). Não é possível diferenciar a espécie de dermatófito presente no
hospedeiro, e o exame negativo não descarta a presença da doença. (BRUM et al., 2007).
Os pelos infectados aparecem inchados, desgastados, irregulares ou encrespados no
delineamento, e já não existe definição clara entre cutícula, córtex e medula. Também é importante
lembrar que os dermatófitos não foram macroconídios no tecido e sim, artroconídios. Todo macroconídio
visto representa saprófitas e não possui significado clínico conhecido. Conídios fúngicos não-
patogênicos e pólen vegetal são confundidos frequentemente com dermatófitos; essas estruturas são
hipercorados, enquanto os dermatófitos não o são. (BEALE, 2008).
A cultura fúngica dos pelos é o teste mais confiável, possibilitando a identificação da espécie do
dermatófito. A coleta da amostra pode ser feita escovando a pelagem do animal com uma escova de
dente estéril (método de MacKenzie), pela simples extração de pelos da lesão, ou por meio do raspado
de pele. Os meios de culturas mais usados incluem o ágar dextrose Sabouraud e o meio específico para
dermatófitos (DTM - Dermatophyle test médium). As culturas são incubadas por até 21 dias e checadas
diariamente para constatar o crescimento fúngico. (BRUM et al., 2007).
Para o diagnóstico, deve-se coletar material da superfície das colônias suspeitas e visualizar
sua morfologia microscópica com o auxílio do corante azul de algodão. A identificação do gênero e da
espécie infectante é feita por meio da visualização dos conídios e do crescimento micelial, que possui
estruturas de reprodução assexuada como macroconídeos e microconídeos. (BRUM et al., 2007).
Nas lesões caracterizadas como quérion, quando o diagnóstico apresenta resultados falso-
negativos, e há suspeita, deve-se fazer um imprint de exsudado para aumentar a sensibilidade do teste
(CORNEGLIANI et al., 2009).
Em situações nas quais o verdadeiro significado de um isolamento de cultura for questionado, a
demonstração do micro-organismo nas amostras de biópsia é a prova definitiva da verdadeira infecção.
O exame histopatológico é mais útil nas formas nodulares de dermatofitose – o quérion e o
pseudomicetoma. (SCOTT et al., 1996; CORNEGLIANI et al., 2009).
Atualmente técnicas moleculares, como o PCR, vêm sendo estudadas com intuito de identificar
especificamente o patógeno causador da dermatofitose, essa determinação auxiliará o clinico na
instituição da terapia mais adequada para aquele agente específico (CAFARCHIA et al., 2004;
BRILLOWSKA-DABROWSKA, 2013).
O diagnóstico diferencial deve incluir a foliculite bacteriana, a demodiciose, o pênfigo
(eritematoso e foliáceo), as disqueratoses primárias e secundárias, os distúrbios nutricionais, a dermatite
por Pelodera, a hipersensibilidade à picada de pulgas, a dermatite seborréica, a dermatose pustular
xvi
subcorneal e várias foliculites eosinofílicas estéreis. As lesões nodulares devem ser diferenciadas de
granulomas de outras etiologias e de neoplasias. (BRUM et al., 2007).
Tendo em vista que a maioria das infecções é folicular, os diagnósticos diferenciais primários
são a foliculite estafilacócica e a demodiciose. Em cães, a foliculite estafilocócica é muito mais comum
do que a dermatofitose. Nos gatos, entretanto, a dermatofitose é mais frequente que as demais
afecções. (SCOTT et al., 1996).
A dermatofitose em cães sadios e em gatos de pelos curtos quase sempre sofre remissão
espontânea em quatro meses, em contrapartida, nos gatos de pelos longos, as lesões podem regredir
entre um e meio a quatro anos.
frequência variam amplamente, em função também severidade. Os efeitos colaterais são raros em cães;
podem ser mais comuns e graves em gatos, especialmente persas, himalaios, siameses e abissínios. A
severidade dessas reações adversas pode ser observada em gatos com infecção pelo vírus da
imunodeficiência felina (VIF), de forma que a griseofulvina provavelmente deve ser evitada nesses gatos.
A griseofulvina, por ser teratogênica, não deve ser prescrita para animais nos primeiros dois terços da
prenhes (SCOT et al., 1996). Já outros autores relatam com maior frequência em gatos, outros efeitos
como febre, vômitos, depressão, ataxia e supressão da medula óssea, ou seja, pancitopenia. (BRUM et
al., 2007).
Em estudo conduzido, comparou-se a eficácia da griseofulvina e da terbinafina na terapia das
dermatofitoses em cães e gatos. A griseofulvina na dose de 50mg/kg foi eficaz em 100% dos casos, sem
acarretar efeitos colaterais, com média de tempo para cura de 41 dias, enquanto a terbinafina na dose
de 5 mg/kg apresentou eficácia de 81,8%, sem induzir efeitos colaterais e com êxito terapêutico em 21
dias. A dose de 20mg/kg de terbinafina demonstrou a mesma eficácia que a dose de 5mg/kg, porém com
efeitos colaterais observados em 16,6% dos animais tratados, com tempo médio para cura de 33 dias
(BALDA et al., 2007).
Pode-se concluir neste estudo que a terbinafina é uma droga eficaz e relativamente segura no
tratamento das dermatofitose em cães e gatos e economicamente viável aos proprietários. Porém,
confirmou-se novamente que a griseofulvina na dose de 50mg/kg ainda permanece como droga de
escolha nas infecções dermatofíticas por se mostrar uma droga bastante efetiva, desprovida de efeitos
colaterais e de custo bastante acessível aos proprietários. (BALDA et al., 2007).
O cetoconazol é muito eficiente no tratamento de dermatofitoses em cães e gatos, porém é
recomendada para aqueles casos nos quais se encontra resistência à griseofulvina, ou quando o
paciente não pode tolerá-la ou mesmo quando há contra indicação (SCOTT et al., 1996).
De acordo com dados da literatura, o cetoconazol pode ser utilizado na dose de 10mg/kg/dia,
sem ultrapassar a dose de 200mg/cão. Seus efeitos colaterais incluem hepatotoxicidade, supressão de
hormônios adrenais e gonadais, anorexia, vômitos e também teratogenicidade. (KEENAN, 2007).
O itraconazol segundo é considerado eficiente para o tratamento das dermatofitoses de cães e
gatos. Esse fármaco pode ser útil quando há resistência ou toxicidade à griseofulvina ou quando
observado tolerância ao cetoconazol (SCOTT et al., 1996). Este fármaco é mais bem tolerado pelos
gatos do que o cetoconazol; além de constituir a droga de escolha em gato com VIF- positivos. (BEALE,
2008). É importante, no entanto, salientar que possui efeito teratogênico em altas doses.
É importante lembrar que o tratamento antifúngico sistêmico não reduz rapidamente o contágio
e sempre é utilizado em conjunto com a tricotomia e agentes antifúngicos tópicos. Os agentes
antifúngicos sistêmicos são administrados por duas semanas após a cura clínica, ou até que a cultura
fúngica seja negativa, ou seja, após quatro a 20 semanas. O tratamento para casos com onicomicose
deve ser de no mínimo seis a 12 meses ou mesmo, deve-se proceder a oniquectomia. O
pseudomicetoma dermatofítico em gatos é difícil de tratar uma vez, que após a excisão cirúrgica, pode
haver recidiva das lesões, e a griseofulvina e o cetoconazol frequentemente são ineficazes. (SCOTT et
al., 1996)
xviii
aos riscos relacionados ao uso desta categoria de medicações. Desde então, o tratamento conjunto
ambiental, tópico e a vacinal estão apresentando grande eficácia. (BOTTEON, 2015)
O propósito da desinfecção ambiental é evitar a reinfecção dos felinos e contactantes. Os
esporos do M. canis permanecem viáveis no ambiente até por 18 meses, portanto todas as superfícies
devem ser desinfetadas com clorexidine ou o hipoclorito de sódio (diluição a 1:10 em alvejante
doméstico). Faz-se necessário destruir todas as camas, tapetes, escovas, pentes e similares. Em
criações comerciais de gatos, todos os aparelhos de ar-condicionado ou aquecedores devem receber
aspiração com sucção de alta potência por uma empresa especializada. Os filtros de aquecedores
devem ser trocados semanalmente. As jaulas devem ser desinfetadas diariamente (BEALE, 2008;
SCOTT et al, 1996). A desinfecção das instalações é essencial em gatis e são importantes para que haja
eliminação de fontes de recontaminação do meio. (HNILICA et al., 2006).
Entretanto, em um estudo mais recente realizado por MORIELLO et al. (2013), os autores
demonstraram que a amônia quaternária, em concentração 0,22% e 0,3% quando mantidas em contato
com os esporos por 10 minutos, foi eficaz em inativar o mesmo. Deve-se levar em consideração que as
amônias quaternárias são inativadas por matérias orgânicas e por sabões e detergentes, tendo sua
eficácia comprometida. A amônia quaternária não substitui o uso do hipoclorito de sódio, mas pode ser
um auxiliar na limpeza ambiental ou em locais aonde não e possível o uso do hipoclorito.
2.8 Prognóstico
A evolução e o prognóstico das dermatomicoses do canino e do felino dependem da
predisposição individual, pertinácia das lesões cutâneas e da virulência do fungo. As curas espontâneas
somente são produzidas após um longo sofrimento da doença (KIELSTEIN, 1999). O prognóstico é
considerado bom, pois os medicamentos atuais são bastante eficientes (CORREA e CORREA, 1992). O
tratamento em animais por quatro a oito semanas resulta em cura clínica em casos de dermatofitose
nodular. (CORNEGLIANI et al.., 2009).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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