Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Iniciativa sucede o desabafo sobre a crise do editor Luiz Schwarcz, que convocou leitores nesta
terça-feira
O Globo
29/11/2018 - 04:30 / 29/11/2018 - 21:35
Grafite de Tinho, um dos grandes nomes da arte de rua brasileira, sobre livros Foto:
Divulgação/Galeria Movimento
Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL
PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL
VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de
leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura.Play!Ouça este
conteúdo0:0050:30AudimaAbrir menu de opções do player Audima.
PUBLICIDADE
RIO — Em desabafo sobre a crise, editor Luiz Schwarcz convocou leitores a mostrar seu amor
pelos livros . A convite do GLOBO, personalidades de várias áreas escreveram sobre o assunto
e se declaram a seguir:
"Eu não seria quem sou sem os livros que li. É impossível me separar deles.
Sofri meu primeiro impacto com o poder de um autor aos 14 anos, quando li o capítulo Os
Vermes, de Dom Casmurro. Ali, descobri que a literatura permite digressões absurdas,
Foram Machado de Assis e Érico Veríssimo os responsáveis, ainda no ginásio, pelo hábito. Um,
pelo requinte e o incômodo; e o outro, pelo tesão furibundo por Ana Terra, Capitão Rodrigo e
Bibiana.
Fernanda Torres
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Dizem que a presença de livros numa casa é suficiente para despertar o interesse dos filhos
pela leitura. Devo ser prova disso. A casa dos meus pais era coberta de livros.
Desde a juventude, mesmo sem dinheiro para comer, os dois se endividavam em coleções de
capa de couro e papel bíblia, contendo a obra completa de Shakespeare, de Lope de Vega,
Balzac e Proust.
Lembro de todas elas a me olhar da estante, como se naqueles objetos estivesse contido o
mundo secreto dos meus genitores. Me recordo também do fetiche que sentia por uma edição
espanhola sobre o paleolítico e o neolítico. Eram quatro volumes grandes, com fotos, mapas e
ilustrações, que se misturam, ainda hoje, às lembranças mais vívidas que tenho da infância.
PUBLICIDADE
Associo os pulos que dei na vida, aos livros que li em cada período. Os já citados, na escola, e
outros, na juventude, como Bouvard e Pécouchet, que me transformou numa serial killer de
Fui instigada a ler Thomas Mann por um psicanalista lacaniano que frequentei dos 18 aos 26.
Ao comentar do meu apreço por Cortazar, ele me olhou irônico e disse que já estava na hora
de eu encarar obras de adulto. Deixei o consultório e fui direto para a livraria comprar Doutor
Faustus, sugestão do analista, romance que devorei no Xingu, durante as filmagens de Kuarup.
Depois vieram A Montanha Mágica e José e Seus Irmãos, presente materno, entregue como se
fosse um tesouro.
Gosto de tijolos, de livros grossos, que fazem longa companhia. E gosto de autores que abrem
portas para outros, e outros, e outros. Dostoievsky me levou a Tolstoi, que me levou a Vitor
biografia de Napoleão?
Levi Strauss deu em Viveiros de Castro, em Kopenawa e em Mircea Eliade. Esse último dá em
tudo: na Bíblia, nos Vedas, na Ilíada, na Odisseia e no Alcorão. O bonito dos livros é que eles
dialogam entre si. Clarice conversa com Beckett, Milton com Gilgamesh, Freud com Sófocles,
PUBLICIDADE
Desde Gutemberg, e mesmo antes, com os papiros e as tábulas cuneiformes, a escrita resistiu
a todas as revoluções tecnológicas que ameaçaram torná-la obsoleta. Trata-se da fórmula mais
dramaturgo e o historiador.
plena fuga de Pompéia. Você encara Proust e visita os salões de Paris. Não tem holografia, não
É claro que um filme, numa telona dolby surround, excita os sentidos sem o mesmo trabalho
mental exigido por um livro. Mas o prazer íntimo da imaginação, de quase tocar os olhos
oblíquos de sua personal Capitu; de estar frente a frente com a sua própria projeção de
Pandora, durante o delírio de Brás Cubas; esse é um milagre que só a escrita produz.
bobagens e memes toscos; a likers e haters espúrios, condenando o ser humano à obsessão do
vício e à superficialidade.
O livro, não, o livro é um amante exigente. Ele pede o afastamento, a concentração e tempo
ocioso do leitor.
Amo ler e luto por uma vida que me permita ler. Amo dar livros e conversar sobre eles. Se
existe uma boa medida para o bem estar social, eu diria que é aquela que mede o tempo de
Você me ensinou tudo. Quando chegou nas minhas mãos pela primeira vez foi através de
Machado de Assis, que ganhei de uma professora, eu tinha 8 1/2, 9 anos de idade. Eu viajei nas
tuas páginas, nas tuas histórias, e fui pra muitos lugares. Lugares secretos meus, e lugares que
fantasiei.
Desde aí, você foi meu companheiro em muitas viagens. Você foi meu companheiro em muitos
momentos de minha vida. Um companheiro sempre presente, que falava de mim, falava do
mundo e me pegava pela mão, e me contava coisas que eu nem sabia o que eram, e com o
Você me trouxe Hermann Hesse, Machado de Assis, Jorge Amado, Milan Kundera, tanta gente
maravilhosa, me trouxe Agualusa, Mauro Faustino, me trouxe Miguel Souza Tavares, Florbela
Espanca. Eu passaria várias páginas escrevendo sobre meu amor e meu agradecimento por
Agora me ajude meu querido amigo. Aonde te acho? Não sei ler em tablet, em livro frio, sei ler
em papel, manusear, riscar, comentar. Sou dessas! Onde te acho, se cada vez mais as livrarias
estão fechando, entrando em recuperação judicial, as editoras vão ter que fechar as portas, e
PUBLICIDADE
Quando é de novo que vou bater na tua porta, e você me abrir as páginas do mundo, de
pensamento?
Estou te pedindo ajuda, meu querido amigo livro, porque sem você é impossível viver. Conto
com uma resposta das editoras, das livrarias, e dos grandes autores que falam através de você.
Letícia Novaes
em Letrux Foto: Divulgação / Antonio Brasiliano / Divulgação / Antonio Brasiliano
"Livro:
Tenho relação de profundo amor contigo desde "A Curiosidade Premiada", que minha mãe me
deu e guardo até hoje, que benção, que presente. Livros me revelaram um mundo novo de
possibilidades: um segredo, gosto, tesão, medo, um jeito diferente até mesmo de escrever. Só
amo escrever por que amo ler e assim é a roda da fortuna. Minha vida é melhor por conta de
todos os livros que já li (talvez um ou dois, não, risos), e queria eu ter mais tempo para ler
tudo, todos os clássicos, todas as pessoas que conheço. Só posso agradecer e torcer para que
Joyce Moreno,
em estúdio para regravar disco de 1968 Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
"Minha relação com os livros vem desde a infância, lendo Monteiro Lobato, tudo que caía na
minha mão. Aprendi a ler sozinha, porque tinha muita curiosidade pelos livros, sempre foram
um objeto de desejo. Tenho cartão de fidelidade em todas as livrarias que frequento no Rio e
sempre que estou numa cidade estranha a primeira coisa que procuro é uma livraria próxima.
Quando fiz 12 anos minha mãe me deu de presente a obra completa de Machado de Assis, caí
naquela leitura e por aí foi. Tenho escritores do meu coração na Turquia, Japão, Israel. Não
imagino a vida sem livros. Uma vida sem livro pra mim é inimaginável, igual a uma vida sem
música."
PUBLICIDADE
Milton Hatoum, escritor
Milton Hatoum:
primeiro livro de uma nova trilogia Foto: Marcos Alves / Agência O Globo
"O que não encontrei na vida, descobri nos livros. A leitura me levou a margens
desconhecidas, onde a gente tem necessidade de indagar e pensar sobre coisas essenciais do
mundo e dos seres. Neste tempo sombrio, que anuncia o colapso do humanismo, o livro é uma
das nossas poucas esperanças. Só um sistema totalitário conceberia um mundo sem livros. No
conhecimento humanos. O livro é um objeto mais duradouro e mais belo do que o mais puro
diamante."
Não pensem que seja leviano de minha parte, mas tenho um carinho especial por cada um
deles, tá certo que uns devorei ferozmente, e outros foi difícil de engolir.
Renata Carvalho
na peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu" Foto: Luciana Pires Ferreira / Divulgação
Mas amo-os em suas diferentes formas, tamanhos, espessuras, texturas e cheiros... Não
Não achem que foi fácil, mas para cada um dei a atenção devida, mesmo naqueles dias que
você não está a fim de fazer nada, lá estava eu com ele ou eles. E era em qualquer lugar, eu
particularmente prefiro na minha casa, na cama, entre um cigarro e outro, mas eles são
Sei que sou eu e sempre fui eu que fui atrás de vocês, mas precisava encontrar em vocês pelo
menos um que contasse a nossa história. E não me venham com desculpas esfarrapadas, vocês
É natural que chegariam em vocês. São vocês que nos provocam, nos alimentam, nos ensinam,
"Prezada Odisseia,
Vinte anos se passaram. Lembro de ter entrado naquela garagem da Zona Norte cheia de
livros, com os olhos desistentes, em sua busca. Perguntei pro pedreiro que guardava livros
achados na rua se você estaria por lá. Eu precisava te conhecer. Mas não tinha como pagar por
isso. Dei sorte. Entre milhares, encostei em sua capa, abri suas folhas empoeiradas. E a levei
pra mim. Pelo tempo que eu quisesse. Nem precisei dizer meu nome.
Raphael Vidal
Foto: Juarez Becoza
PUBLICIDADE
Vinte anos se passaram. Fiz faculdade de Filosofia, virei editor, escritor, cozinheiro e dono de
bar. Fiz minha própria odisseia. Mas nunca esqueci da sua. Hoje há uma biblioteca igualzinha
àquela da garagem na Casa Porto. Outros como eu no passado podem pegar o livro que
desejar sem nem dizer o nome. Só peço o mesmo que me pediram: ler.
Aquele abraço!"
Lenine, cantor e compositor
Lenine Foto:
Flora Pimentel / Divulgação
"Querido parceiro,
Os romances e aventuras, que através de você pude viver e experimentar, a poesia e a prosa
que deram direção e sentido a meu caminho sonoro, por tudo isso tenho um debito gigante
contigo.
Não imagino um mundo sem você e aproveito para desejar vida longa e prospera pra tu e pros
teus.
Cheiro"
"A primeira vez que te vi, estava no colo de minha mãe, e ela mesmo me amamentando não te
deixava de lado. Alguns anos depois ainda era muito pequeno pra te alcançar nas prateleiras.
Quando finalmente aprendi a ler, me apaixonei. Te paquerava desde sempre. O amor que
minha mãe tinha por você, passou pra mim. Até hoje sou apaixonado e te carrego pra todos os
lugares.
PUBLICIDADE
Sou ciumento mesmo que te deixe com amigos queridos por pouco tempo. Essa paixão
O escritor
Mailson Furtado Viana, que ganhou o Jabuti Foto: Divulgação/Estúdio Wtf
"Comecei leitor ainda menino, folheando livros perdidos de meus pais, e daí a paixão que se
estendeu, rastreou e explodiu sem ter pra quê em minha adolescência pela descoberta de
autores e livros que ainda hoje pra mim os descubro, e me puseram de pé onde hoje estou.
Nesse período veio os primeiros sonhos com livros - o de ter uma biblioteca, essa que pudesse
ter tudo o que procurasse, e daí o vício incondicional de comprar (livros), de ter qualquer que
seja a obra (hábito que mantenho mais feroz ainda hoje), e por conseguinte veio a escrita, a
No entanto é duro abrir jornais que pra além das páginas policiais que noticiam tragédias,
outra como a que o mercado editorial e do livro passa. Ver livrarias fechando portas, editoras
diminuindo catálogo, meu deus! é quase que um punhal carne adentro daqueles que
acreditam que o Brasil pode sim ser maior e mais bonito através da arte, das letras, como eu
PUBLICIDADE
Leiamos mais. Compartilhemos mais livros. Unamo-nos, podemos sim driblar isso. Unamo-
nos."
Wisnik: reflexão
que deu origem ao livro nasceu quando Wisnik visitou Itabira e viu que o Pico do Cauê,
presença central na poesia de Drummond Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
“Nos livros as palavras ficam guardadas num freezer cheio de calor. Uma estante pode ter
alimento para a vida inteira. A leitura de quem lê com amor ativa esse calor. Esse calor ativa o
leitor. Nos livros os mundos se oferecem, mas ainda não estão prontos. Só quem lê é que
realiza o livro. Os livros são muitos. Cada é cada um. Concordam e discordam, não é isso que
importa. Assim como se abrem e se fecham em suas mãos, podem abrir ou tentar fechar a sua
cabeça e o seu coração, a sua alma e o seu espírito. Mas nenhum decretará o ponto final. A
existência de livros aumenta vida, faz as pontas e os pontos se tocarem, faz os pólos passarem
pela terceira margem, faz a gente ser gente. Além disso, os livros acontecem no silêncio, no
precioso silêncio, no necessário silêncio. A seu modo, ler é escutar o sopro do pensamento,
ouvir a concha do ruído do mar. Deixar-se ocupar pela existência do outro, habitar a existência
PUBLICIDADE
"Acho que foi Borges que disse que o livro nos escolhe. Muitos ali na prateleira, outros nas
mãos dos amigos, e quando vemos um deles pula diante de nos. Comigo é exatamente assim,
esse jogo entre a escolha recíproca acontece como magica. Chegam a mim, quase
transformam por completo. Acima das linguas ergue-se a linguagem escreveu Thomas Mann,
nas primeiras paginas de O Eleito, obra que me foi dada por Haroldo de Campos e que me
levou a realizar meu primeiro filme Crede+mi. Essa linguagem que faz de cada livro “o” livro,
que encontra na forma o seu próprio conteúdo, e que passa adiante, para todo o sempre, o
que um dia foi rascunho. Essa pequena caixa fechada com uma capa, geralmente com
atrativos, como quem diz me escolhe, e que dentro encontramos letras organizadas de forma
a criarem sentidos. Falar de livros. Começo pela Hanna Arendt “sabemos que vamos morrer,
mas sabemos que não nascemos para morrer. Nascemos para continuar”. Essa constatação de
que passamos para o outro nossa trajetória - os livros são a concretização desses diálogos
PUBLICIDADE
SC Rio de Janeiro,
RJ 30/08/2017 TEATRO - A diretora Bia Lessa vai estrear uma adaptação de Grande Sertão
Veredas. Foto Guito Moreto / Agência O Globo
Entre ler um Grande Sertão: veredas ao lado do Homem sem Qualidades de Musil, passando
por Clarice Lispector e indo para Verdade Tropical de Caetano, ou fazendo o movimento
inverso, começando pelo Caetano e indo direto para Musil. Livros que conforme a ordem que
Uma constelação de relações entre linguas e linguagens que vamos costurando durante nossa
vida. Um jogo de dados. Galáxias, que vamos formando ao nosso redor e que se transformam
Rosa. “o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam,
desconstrução continua. Criando uma espécie de O Vôo da Madrugada, onde solitários, como
somos todos, vamos amparando nossos escombros. Com o tempo, a seleção do que
escolhemos ler, se confunde com nós mesmos. Nesse jogo infinito, sem regras rígidas, num
labirinto de possibilidades, os homens, através dos livros, travam uma ligação unica
construindo um tempo e um espaco próprio. As vezes penso que os livros sao o que os
PUBLICIDADE
Não tem mais não, como diz Mario de Andrade como uma afirmação/negação do que foi e o
Tony Bellotto
escolheu autores: livro faz parte de série internacional Foto: Divulgação
"Querido Pedro Páramo, sinto saudades daqueles dias que passamos juntos na ilha de
Santorini, na Grécia. Foram dias intensos em que a vida vibrava no vento, no céu azul e no
No entanto, naqueles dias, você me falava do mundo dos mortos e dos tristes trópicos em que
Apesar de toda aquela vida que exuberava na Grécia, foram nas tuas visões da morte que eu
Não desapareça."
"O livro é um exercício de emancipação. Uma janela para a liberdade. A leitura de Clarice causa
Porque o livro é a pátria da possibilidade. Casa do ainda-não. De janelas abertas para o Outro.
Subo e desço as ladeiras do Rio. Bato às portas das escolas públicas, sobretudo no limite das
gesto solidário e silencioso. Um horizonte para a cidadania. E mando livros e mais livros para
como disse um poeta argentino, de modo que não haja mais lugar para os detentos,
PUBLICIDADE
Marina Lima, cantora e compositora
"Eu adoro ler. Adoro ler romances, biografias, poesia. Comecei a ler quando tinha uns 10, 11
anos, nos Estados Unidos, porque não gostava de morar lá. A leitura aplacava um pouco uma
angústia que eu sentia de estar morando fora do Brasil. A leitura me fazia bem. Eu achava um
universo onde eu cabia. E não era nos Estados Unidos, era na leitura e na minha imaginação.
A cantora Marina
Lima Foto: Divulgação
O primeiro livro que eu li que foi um grande impacto pra mim foi "O vermelho e o negro", de
Stendhal. Por conta desse livro, fui ler um tratado que ele fez sobre o amor, que se chama "Do
amor", é inteligentíssimo. Gosto muito de ler biografias e livros sobre música. Livros de
Poesia eu adoro ler. No Brasil, quem eu mais gosto é Drummond, que me impressiona, me
encanta, me deixa louca. Com o surgimento da internet, ainda com 24h e pouco tempo pra
distribuir, deu uma balançada no meu tempo disponível pra leitura. Acabei ficando muito
tempo online, e não gosto de ler online. Gosto de ler no livro. Agora, há alguns anos, consegui
PUBLICIDADE
Simone Mazzer, cantora
"Querido livro,
coisa louca esse mundo, né? Por tantos motivos me mantive longe de você, sem te conhecer,
por muitos anos. Eu não lia. Só na escola e, confesso, quando era obrigada. E ainda uns livros
que os adultos achavam que eram bons pra gente. Mas, na boa, eu não curtia. Naquela época,
nada daquelas histórias me pegava. Não naquela idade, daquela forma. Não tava pronta pra
entender "Vidas secas", "O ateneu", "O cortiço", "Viuvinha", "Os cinco minutos". Não entrava
na minha cabeça rock inglês daquele momento. Mas depois isso muda. Eu amava aquela
coleção "Para gostar de ler". Isso era ótimo. Mas foi bem depois de a gente ter sido
"Meninos sem pátria" foi o primeiro que me chamou pra um outro mundo. Eu pouco me
lembro da história, lembro bem pouca coisa, mas lembro da sensação de querer ler mais e
mais e mais... Pra saber onde é que aquela história ia me levar. "Feliz ano velho", por exemplo,
me mostrou que eu gostava de ler, que era possível ler um livro inteiro em dois dias. E sem ler
o resumo! Eu fiquei fãzoca do Marcelo naquela época. Descobri que ler podia ser o momento
mais legal do dia. Mais do que ficar na escada do prédio brincando sozinha. Mais do que ver TV
o dia inteiro. Tão legal quanto ouvir música, assistir ao "Sítio do Picapau Amarelo", andar de
patins, jogar vôlei. Um tempo depois, aí sim, eu entendi que tinha passado pela ditadura,
porque naquela época não falava disso nas escolas em Londrina. Aí eu me aproximei
definitivamente de você.
PUBLICIDADE
Comecei a cantar, a fazer teatro. E foi aí que eu aprendi muita coisa e conheci muitos artistas
geniais e suas expressões nas artes. Graças a você. Eu fui levada a obras que só conhecia de
ouvir falar. Shakespeare, Sófocles, Nelson Rodrigues, Will Eisner, Platão, Paul Auster. E aí todo
um universo se abriu. Música, artes plásticas, filosofia, física, teatro fotografia, cinema,
Simone Mazzer
Foto: Divulgação
Muito obrigada por ter sido esse cara tão importante na minha formação artística, na minha
formação como cidadã. O que seria de mim sem "Grade sertão: veredas"? Sem "Cem anos de
solidão"? Sem a biografia da Billie? Sem "O homem e seus símbolos", do Jung? Sem "O
universo numa casca de noz", do Stephen Hawking? Sem "O som e o sentido", do Wisnik? Sem
Fernando Pessoa e todos os outro eus dele? Sem "O anjo pornográfico", do Ruy Castro? Sem
inspiraram e me deram luz e ainda me dão luz nessas trevas todas que aparecem vez ou outra.
PUBLICIDADE
Cara, você é mágico. E daqui do meu mundinho espero e torço para que você nunca
desapareça de nossas vidas. E das de quem está vindo aí. Apesar de todo o esforço que essa
gente grande do famoso mercado faz pra acabar com você, torço pra que apareça cada vez
mais gênios, com espaço, com mercado pra produzir seus contos, romances, fantasias,
poemas, cantos, toda essa mágica que nos mantém vivos e pensantes.
Eu deixo um "não" bem grandão pra esses seres sem luz que insistem em queimar você pelo
mundo até hoje. Um monte de gente que não suporta a ideia de nos ver pensando e agindo
por conta própria, nos querendo massa de manobra ignorantes e mais fáceis de manipular. Eu
quero que você saiba que isso é sim uma declaração de amor. mas é mais do que tudo um
profundo agradecimento. Muito obrigada por estar do meu lado há tanto tempo.
Com muito amor (mesmo que às vezes você fique empoeirado na estante, meio amareladinho,
Simone Mazzer"
“O livro é a casa das palavras. Quando abrimos sua porta/capa e entramos nessa casa com
nossa leitura somos levados a criar em nosso pensamento a imagem de cada uma dessas
cérebro necessita desse exercício, dessa prática, desse estímulo para se desenvolver. Nosso
espírito se alimenta dessas imagens do pensamento. Os livros se alimentam uns dos outros,
vida, a verdadeira transcendência. A cada página carinhosamente virada com as mãos subimos
PUBLICIDADE
Eu queria ser um livro, para ser manuseado e lido nas minhas entrelinhas, nas minhas vírgulas,
"Aos seis anos de idade, desesperadamente apaixonado por uma coleguinha de sala que não
sabia meu nome e minhas dores, escrevi-lhe, como último e único recurso, uma carta de amor.
Ridícula.
Anos depois, ainda jovem e sem nenhum tato com esses seres encantadores, estranhos e com
Jacques Fux
chegou a fazer piadas em sua participação na Flip Foto: Ana Branco / Agência O Globo
E na minha adolescência, vivendo dias de spleen, me imaginando um Tristão com o desejo
Pessoa, Machado, Rilke, Rosa, Baudelaire, Cervantes, Roth, Joyce, Carroll, Borges, Kafka,
PUBLICIDADE
É piegas declarar amor aos livros? É asneira ainda achar que o livro transforma? É estupidez
romântica dar batalha para preservar a letra e continuar penetrando surdamente no reino das
palavras?
"A leitura sempre foi um hábito na minha família, desde os tempos em que morávamos na
Fazenda Riachão, no agreste de Pernambuco. Minha avó materna era uma grande leitora de
clássicos e isso me influenciou bastante. Para ela, uma vírgula fora de lugar era uma ofensa
imperdoável.
Ainda menino, estudei num colégio de padres em Garanhuns. Como eu era meio arisco, de vez
em quando recebia punições. Só que eu gostava das punições porque o castigo era passar
horas lendo os clássicos na biblioteca. Então, por bem ou por mal, a literatura sempre foi algo
Meu tio Geraldo Valença era poeta dos grandes, com livros publicados. Cheguei a musicar um
de seus poemas, “Junho”, uma canção de que me orgulho muito. Aos poucos, conheci a poesia
também era nosso parente. E havia os poetas que viviam no Recife, como Ascenso Ferreira e
PUBLICIDADE
gostava sobretudo de Ortega y Gasset, com quem aprendi que “eu sou eu e as minhas
circunstâncias”. Através do contato com a Filosofia, fui selecionado para um curso de férias na
universidade de Harvard por conta de um texto que escrevi sobre marxismo e religião. E minha
música possui diversos exemplos de diálogo com a literatura. Cervantes, Pessoa, Jorge Amado,
Rubem Braga, Mario Quintana, entre outros, têm trechos de suas obras citadas em canções
minhas.
Recentemente, lancei um livro de poemas, “O Poeta da Madrugada”, inspirado pelas noites
insones que passo em Lisboa. O prefácio é de um dos maiores escritores lusófonos atuais, o
angolano José Eduardo Agualusa, cuja obra deveria ser ainda mais difundida por aqui.
Não tenho memória do primeiro livro que li na vida porque “lia” antes mesmo de aprender a
ler. Meu pai dizia que era o segredo das pessoas inteligentes, ler. Lembro da minha coleção do
Mundo da Criança, encadernada em vermelho, cujas páginas eu comia. E dos livros de Julio
Verne do meu pai. Lembro também do mundaréu de títulos da casa da minha avó, onde iam
parar todos os livros que já não cabiam nas estantes das casas dos tios. Os livros estavam por
toda parte: nas estantes, em cima de armários, escondidos em caixas de papelão amontadas
em quartinhos e até nos banheiros. Sidney Sheldon, Robert Louis Stevenson, Agatha Christie,
José Lins do Rego, toda a Coleção Vaga-Lume, toda a coleção Para Gostar de Ler, Machado de
Assis, Stephen King. Tudo junto e misturado. Todas as casas tinham a sua estante-de-livros. Ler
era das raras atividades que ninguém ousava interromper: “ah, tá lendo? Então deixa”.
PUBLICIDADE
A diretora
Gabriela Amaral Almeida Foto: Marcos Alves / Agência O Globo
Na minha estante-de-livros principal – que fica, obviamente, na sala – estão livros lidos e
esquecidos, livros lidos e relidos, (muitos) livros ainda a serem descobertos. Geralmente, quem
me visita pela primeira vez acaba gastando um tempinho olhando os volumes, descobrindo
pontos de conexão – “você também gosta disso?!” –, descobrindo tesouros – “isso existe?” –
e, por que não, me zoando – “que gosto, o seu, credo!”. Ainda é através dos livros, de suas
completos de Flannery O’Connor (no Brasil, editados num único volume pela já extinta Cosac
Naify). Localizo no índice o conto “Um homem bom é difícil de encontrar”, o meu preferido
dela. É inevitável não cheirar as páginas passando (um vício). O conto narra a história de uma
família americana – pai, mãe, duas crianças (menino, menina, chatos) e uma avó cheia de
racismo dentro dela –, que atravessam os Estados Unidos rumo às férias que nunca vão ter
porque, desgraçadamente, topam com um fugitivo da lei. O Desajustado. Grifei apenas uma
frase, lá para o fim do texto, que diz assim: “Seria até boa mulher”, o Desajustado disse, “se a
cada instante de sua vida houvesse alguém nas cercanias para lhe dar um tiro”.
PUBLICIDADE
Releio: “se a cada instante de sua vida houvesse alguém nas cercanias para lhe dar um tiro”. A
frase me atinge. No peito, um tiro, como deve ter pretendido a autora quando a escreveu.
Fecho o livro, a frase ecoando na minha cabeça. Devolvo o livro à estante. Algumas partículas
de poeira dançam no ar. Todas as partes moles e minúsculas e sensíveis do meu corpo vibram.
Eu estou viva.
"NÃO DÁ PARA VIVER SEM MÚSICA, ASSIM COMO NÃO DÁ PARA VIVER SEM LIVRO!!!
Só pude entender alguns detalhes da vida de meu super amigo-parceiro Paulo Coelho ao ler
agora seu recente lançamento "Hippie", mesmo tendo convivido 40 e poucos anos com ele.
Menescal toca
violão no jardim de sua casa, na Barra Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Achava que conhecia razoavelmente bem o Pop Star artista Lobão, mas só ao acabar de ler “50
anos à mil” pude desfrutar de sua louca, divertida e inacreditavel vida até aqui, um dos
melhores livros que li, graças a minha curiosidade que procura também o que não está ao meu
redor.
E o “Raul que me contaram”? Trabalhei ligado à Raul Seixas durante vários anos como meu
contratado nos tempos da gravadora Polygram, mas só através desses delicioso livro, pude
PUBLICIDADE
Outro artista com quem trabalhei e que sempre me fascinou, Rita Lee, através de sua biografia
descobri sua vida mágica, emocionante o que aumentou em muito minha admiração por esta
muita sorte e muito feliz por ter tido um aprendizado incrivel através dessa coisa magica que é
O LIVRO!"
Aniela Jordan, produtora teatral e gestora cultural do Imperator – Centro Cultural João
Nogueira
Aniela Jordan,
produtora de musicais Foto: Fernando Lemos / O Globo
“Não consigo imaginar uma vida fértil sem leitura. Ler é cor, é vida, é imaginação! Ler constrói
– Porque imagino os livros tristonhos dizendo: "ei, não vai embora, volta aqui, não me deixe!"
Gustavo Pacheco
estreia uma coluna semanal no site de ÉPOCA Foto: Maria Mazzillo
Ele me olha, faz beicinho e começa a chorar. Perplexo, pergunto o que está acontecendo.
– Você não devia ter dito isso! Você sabe que eu gosto dos livros! Fiquei com pena deles.
PUBLICIDADE
Eu o abraço, dou colo, mas ele continua amuado. Dez minutos depois, ainda sentido, ele me
diz:
– Por quê?
– Porque eles são feitos de papel e o papel é feito de árvores, e as árvores têm vida.
Rodrigo Teixeira, produtor
Rodrigo Teixeira,
produtor brasileiro da RT Filmes Foto: Divulgação
"Literatura é a chave para qualquer formação. Sou completamente apaixonado por livros.
Mexer, sentir o cheiro de papel, adquirir livros, adaptar livros, fazer filmes baseados em livros.
A crise da literatura é seríssima. Temos que incentivar a abertura de pequenos livreiros. Livros
Livros fazem minha cabeça. Descobri e relativizei muita coisa por causa de "O sol na cabeça",
do Geovani Martins. Para mim, é uma obra que reflete como vejo o Brasil e como deveria ser
A autora Noemi
Jaffe Foto: Divulgação
"Não deve ser à toa que livro e livre, embora de origem distintas, soem tão semelhantes.
Somente vivendo, concretamente, a vida dos outros - os personagens - sentindo com eles frio,
calor, arrepios, medo e susto, é que podemos nos libertar das ideias prontas que temos sobre
as pessoas.
PUBLICIDADE
A literatura, afinal, não fala sobre os seres e o mundo, como, por exemplo, a sociologia ou a
psicologia, mas permite que o mundo e os seres falem, com sua voz e realidade. E, além disso,
como dizia Barthes, "o autoritarismo não é proibir de dizer, mas obrigar a dizer", e nada, como
hábitos linguísticos padronizados. Só nos livros encontramos, como em Guimarães Rosa, " foi
de incerta feita", "cabisbaixar" ou, como em James Joyce, um capítulo que cobre quatro
Amo o livro porque, com ele na mão, nunca me sinto só e, melhor ainda, essa amizade é para
qualquer hora e lugar, sempre se renovando a cada leitura e sempre me mostrando que, como
Grazi Massafera:
filmes nas férias Foto: BRUNO RYFER
saborear uma nova leitura pode causar. Quem não ama o cheiro de um livro novo?
Companheiro ideal nas viagens de avião, antes de dormir e até mesmo na praia. Que possamos
lembrar a primeira vez que ouvimos aquelas lindas histórias e que essa tradição continue. A
PUBLICIDADE
Rodrigo Ferrari, livreiro, dono da livraria Folha Seca
"Neste momento difícil que vivemos, sou instado a escrever uma carta de amor ao livro. Logo
ao livro, meu companheiro de anos. Logo neste momento, em que o retrocesso político busca
Pedem esta carta por conta da falência de duas grandes cadeias de venda de livros. Essa
quebra já era esperada: eles não pagavam ninguém há tempos; mas como existem poucas
livrarias para escoar nossos produtos, as grandes editoras não pararam de fornecer livros a
Essas grandes editoras chegaram a ter lojas exclusivas nessas cadeias só com livros de seus
catálogos. Pode haver coisa mais estapafúrdia que uma livraria de uma editora só? Por mais
que essas editoras praticamente estejam monopolizando o mercado? Não pode. O livro e os
Então, por favor, peço a todos e principalmente aos grandes editores e às grandes corporações
comerciais: por amor aos livros, respeitem nosso comércio. Lutem conosco pela lei do preço
único, que visa normatizar o mercado e regulamentar os preços dos livros, estabelecendo
limites para impedir a criação de monopólios. Somos pela bibliodiversidade. Queremos livros,
PUBLICIDADE
Não posso deixar de me despedir com um mantra: menos armas; mais livros!"
"Fechar uma livraria é como fechar um útero de onde saem os melhores amigos de um ser
humano, que conversam com ele a qualquer momento e a qualquer hora, sobre todos os
assuntos. O livro é seu maior interlocutor. É seu amigo desde que você entra para a escola,
desde antes disso, quando seu pai te conta histórias. É lamentável ter que fechar as livrarias,
O sambista Xande
de Pilares Foto: Divulgação/João Mattos
"Minha maior referência foram os livros, desde os tempos de colégio. Desenvolvi o gosto pela
leitura por causa de um livro de filosofia e fui migrando pra outros temas até que terminei nos
livros espíritas, onde encontrei respostas pra muitas perguntas que fazia. O livro segue tendo
muita importância, mesmo em meio a outras tecnologias. Tô dentro dessa campanha de olho
fechado. Porque meus filhos e netos têm que crescer sabendo da importância do livro".
"Há um movimento anti-intelectual no Brasil. Seus traços principais são: a) o Escola sem
Partido, que submete o livre conhecimento ao controle da família e interdita a discussão sobre
Ministério da Cultura, formado por uma associação falsa entre a Lei Rouanet e o espectro
político da esquerda; c) a ascensão do conservadorismo religioso, com sua carga dogmática,
obscurantista.
PUBLICIDADE
Francisco Bosco,
filósofo Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Como chegamos até esse ponto? Suspeito que mais ou menos assim: a) o descaso histórico do
Estado com a educação formou uma massa de cidadãos antes oprimidos pelo conhecimento
(alheio) do que emancipados por ele; b) o descaso histórico do Estado com a cidadania fez com
das redes sociais e de uma cultura do engajamento, a partir de 2013, fez com que essa massa
Diante desse quadro, todas e todos que defendem uma civilização fundada no livre
O cantor e
compositor Castello Branco Foto: Ana Alexandrino / Divulgação/
"Aprendi a ouvir em casa com "O menino do dedo verde" de Maurice Druon. Depois, os livros
"Livros fazem as pessoas pensarem, são janelas para a imaginação. Antes da imprensa, os
livros eram copiados manualmente, pois essa era a forma de se transmitir o saber. Somos o
que somos graças ao livros . Vamos continuar essa tradição para que cada vez mais pessoas
PUBLICIDADE
Joanna Maranhão, ex-nadadora
"Um livro que marcou a minha vida foi "O segundo sexo" (1949), de Simone de
Beauvoir. Relutei um pouco a ler porque achei que não ia acompanhar. Então, comecei por
Li este livro e me coloquei no lugar de Simone, que era uma mulher libertária, ciente do que
poderia fazer no seu tempo e que sofria no relacionamento. Sartre era, mais do que ela,
Li "O segundo sexo" em 2016 para reconhecer como o machismo estrutural estava dentro de
mim, como euestava potencializando e multiplicando este discurso. A partir dali, resolvi
começar a olhar as minhas pequenas atitudes, o que eu verbalizava, o que era natural e, ao
mesmo tempo, machista. Não foi uma leitura fácil, mas ele me modificou. Todo homem ou
toda mulher que quer desconstruir o patriarcado e pensar a sociedade de uma maneira em
"Quero falar com um livro.. quero falar por um livro.. quero falar através de um livro..
Quero falar do livro que inspira meu atual trabalho. Um livro que está em sua segunda edição,
Quero falar de um livro dedicado ao público infantojuvenil que promove, incentiva e desperta
o gosto pela leitura numa idade em que as crianças estão sendo estimuladas a ficarem mais
tempo com seus aparelhos eletrônicos recém adquiridos e deixando o lúdico e a imaginação
escapar!
Quero falar de uma plateia de 400 lugares absolutamente lotada desde que o espetáculo
estreou. Lotada por famílias que estão se permitindo viajar para a Grécia numa rede mágica!
Imagina!
Quero falar de um livro que me encanta e que já encantou mais de 500 mil leitores. Quero
falar de um livro que não se acanha em contar a história de uma menina corajosa, que
Quero falar para Flavia Lins e Silva, autora dessa obra-prima escrito para infância, que muitas
famílias estão voltando a desfrutar do teatro e do livro por conta da sua Pilar!
É com muito orgulho no peito e com lágrimas transbordantes, que todo sábado e domingo
“Diário de Pilar na Grécia” também tem sua saga de herói! Faz de sua trajetória um caminho a
ser vencido: uma autora, uma editora, uma livraria, um adulto, uma criança!