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BULLYING - A VIOLÊNCIA NA ESCOLA:

UM COMPORTAMENTO PREOCUPANTE

Marcelo Ricardo Santos Da Silva¹


Cintia Aparecida Ataide ²
Sergio Luiz Gomes de Sá ³

Resumo: Agressões físicas ou perseguições psicológicas são muito antigas, mas nos últimos
anos, com a popularização da palavra bullying, é que vêm sendo de fato levadas a sério. O
objetivo desse consistem em pensar em estratégias que reúnam escola e família em torno de
uma Educação para o respeito mútuo , minimizando o impacto do fenômeno conhecido como
bullying. Para isso, foi realizada uma investigação bibliográfica a partir de livros, revistas,
filmes e reportagens que falam sobre o assunto, tendo como referencial o livro Bullying: mentes
perigosas nas escolas, Silva (2010). Tal fenômeno refere-se à violência física, moral ou
psicológica exercida repetidamente sobre uma pessoa. Os resultados apontam que tem crescido
significativamente o número de casos de agressão e de morte entre jovens do mundo inteiro.

Palavras- chave: Bullying. Violência, Escola.

Abstract: Physical aggressions or psychological harassment are old. However, in the latest
years, due to the popularization of the word bullying such aggressions have become a really
serious issue. This paper aims at thinking in strategies that get school and family together
around a kind of Education for mutual respect, reducing the impact of the phenomenon known
as bullying .So that, we held a bibliographical investigation from books, magazines, films and
reports which approach this subject, having as a reference the book Bullying: mentes perigosas
nas escolas, Silva (2010). Such phenomenon makes reference to physical, moral or
psychological violence imposed on somenone repeatedly. The results indicate that the cases of
aggressions and deaths among young people throughout the world have increased significantly.

Keywords: Bullying. Violence. School.

___________________________
¹ Licenciado em Matemática (UFRN), Especialista em Gestão Educacional (UVA) . Professor do Instituto
Federal de Sergipe (IFS). E-mail: celosilva.s@gmail.com

² Graduada em Psicologia (UFES) , Especialista Planejamento , Implementação e Gestão de EaD (UFF) e


Mestre em Ciências da Saúde(UFMG). Professora Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Saúde/UFES
e do GPGFOP/UNIT e atualmente desenvolve atividades como professora tutora nos cursos de
graduação a distância CESAD/UFS. E-mail: cintiaataide@yahoo.com.br

³Licenciado em Pedagogia pela Universidade Federal de Sergipe; Especialista em Planejamento


Educacional e em Docência e Tutoria em EAD, Professor da Educação Básica e Professor Tutor no Curso
de Pedagogia UNIT. Participa do Grupo de Pesquisa Polítcas Públicas, Gestão Socieducacional e
Formação de Professor (GPGFOP). E-mail: luizsergiosa@uol.com.br
INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por objetivo enfatizar as principais problemáticas apontadas nos
estudos sobre agressão física ou moral, bem como apresentar opiniões e estratégias para
minimizar o impacto da violência no âmbito escolar. O termo bullying pode ser adotado
para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, proposital e sistemático em
qualquer lugar. Entretanto, neste artigo o emprego do termo bullying terá como foco de
abordagem o contexto escolar.

Os jovens buscam, na escola, o espaço para desenvolver suas habilidades e também para
realizar e construir ideias. De fato, a escola é espaço de construção de saberes e
socialização. Porém, também tem sido palco de várias formas de violência. Diante desse
fato e do destaque que vem sendo dado ao mesmo, decidi fazer um estudo sobre o tema
Bullying na Escola a partir de uma revisão bibliográfica de trabalhos já desenvolvidos
por autores especialistas no assunto.

A Violência Moral na escola é um assunto bastante antigo, mas somente nos últimos
anos, com a popularização da palavra bullying, as discussões sobre as implicações das
ações de violência na vida da criança e do adolescente começaram a ser tratadas pela
sociedade e comunidade cientifica. “O bullying é um fenômeno tão antigo quanto a
própria instituição denominada escola. No entanto, o tema só passou a ser objeto de
estudo científico no início dos anos 70” (SILVA, 2010, p. 111).

Quem nunca ouviu falar na palmatória? Quem nunca teve um apelido no período
escolar? Quem nunca sofreu algum tipo de humilhação na escola ou no bairro onde
morava quando criança? As vítimas, com certeza também já agrediram moralmente
alguém em algum momento. Basta lembrar que na escola existiam aqueles que eram
chamados de “cdf”, outros que por terem mau hálito eram chamados de “bafinho”,
“jacaré de quatro olhos” por usar óculos, “balofo” por estar acima do peso, entre várias
outras situações. Tais agressões, muitas vezes, encaradas como “brincadeiras de mau
gosto”, podem gerar marcas / estigmas irreversíveis na vida do individuo, que afetará
negativamente as suas relações pessoais, escolares e familiares.
Atualmente, essas brincadeiras são consideradas uma forma de violência e denominadas
bullying. Na fase de transição para a vida adulta os adolescentes experimentam diversas
mudanças, ficando bastante expostos a muitas situações de risco. A equipe gestora da
escola e o corpo docente, bem como a sociedade em geral, devem se atentar para as
consequências preocupantes da violência escolar, bem como implantar estratégias de
intervenção e combate a esses riscos.

BULLYING: VIOLÊNCIA MORAL

A palavra bullying é proveniente do verbo bully, de origem inglesa, que significa “usar a
superioridade física para intimidar alguém”. A palavra bully foi associada ao fenômeno
social caracterizado como bullying. Esse fenômeno representa diferentes tipos de
violência durante a infância e adolescência (TORO et al, 2010). Apesar de ser algo que
acontece há muito tempo, somente há cerca de 15 anos as provocações que muitos
alunos sofrem nas escolas passaram a ser vistas como uma forma de violência.
Implicância, discriminações e agressões verbais e fisícas são muito frequentes nas
escolas. As gerações crescem e com elas esse problema antigo que se agiganta,
conforme as redes sociais se expandem, para muito além dos muros da escola (NOVA
ESCOLA, 2010).

A grande característica do fenômeno em estudo é que a agressão (física, moral ou


material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. O
bullying não envolve somente comportamento de violência física, mas frequentemente,
funciona através de abuso psicológico ou verbal. O indivíduo que o pratica é
identificado por bully, que quer dizer valentão. A agressão geralmente é exercida por
um indivíduo ou um grupo de indivíduos (bullies) que está, de alguma forma, em
condições de exercer seu poder sobre alguém mais fraco (SILVA, 2010).

Pesquisas indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias com


forte necessidade de dominar. Também se considera como fatores de risco uma possível
deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre
subordinados. Estudos adicionais têm mostrado que, ao contrário da crença popular, há
pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de autoestima. Eles
costumam apresentar desempenho escolar regular ou até mesmo acima da média nos
estágios iniciais. O que lhes falta mesmo é afeto pelos outros e isso pode ser
consequência de um lar desestruturado ou do próprio temperamento do jovem (SILVA,
2010).
É frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na
infância. De acordo com a Cartilha do Conselho Nacional de Justiça, que traz dicas para
o combate a violência nas escolas, muitas vezes o fenômeno começa em casa. A escola
é apontada como corresponsável nos casos de violência. O exemplo dos pais é
fundamental para a atitude que os filhos terão em relação aos colegas. Segundo Silva
(2010) "Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores,
eximindo-se da responsabilidade de educadores".

É importante ressaltar que além da vítima e do agressor, os especialistas alertam para


um terceiro personagem importante: o espectador. Esse, nem sempre é reconhecido
como personagem atuante em uma agressão, contudo pode ser um elemento
fundamental para a continuidade do conflito. O tipo mais comum é o espectador que é
apenas uma testemunha dos fatos porque não defende a vítima e nem se junta ao (s)
agressor (es), é chamado de espectador passivo. Isso ocorre, em geral, por ele ter medo
de também se tornar um alvo das agressões: “O espectador pode ter senso de justiça,
mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara” (NOVA ESCOLA,
2010).

Há, ainda, os espectadores ativos, que de certa forma ajudam os agressores, com risadas,
e os neutros, que não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying. Em
qualquer caso, os espectadores costumam se omitir diante dos ataques.

TIPOS DE BULLYING

O fenômeno bullying pode ser dividido em duas categorias: o direto e o indireto. O


primeiro caso é mais comum entre os agressores masculinos. Já o segundo, também
conhecido como agressão social, é mais comum em bullies do sexo feminino e crianças
pequenas, e é caracterizada por forçar a vítima ao isolamento social através de
comentários maldosos, recusa em se relacionar com a vítima ou até mesmo intimidar
outras pessoas que desejam se socializar com a vítima (SILVA, 2010).
Podemos observar diversos tipos de bullying desde danos a objetos pessoais até
comentários depreciativos sobre a aparência pessoal ou orientação sexual. Segue a lista
de exemplos (SILVA, 2010).
 Insultar a vítima dizendo que essa não serve para nada.
 Ataques físicos repetidos.
 Danificar livros, roupas ou qualquer outro objeto pessoal.
 Fazer ameaças com o objetivo de manipulação.
 Colocar a vítima em situação constrangedora com alguém acusando-a de
algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bully.
 Fazer críticas sobre o local de moradia, aparência pessoal, orientação
sexual, religião, etnia, nível de renda e nacionalidade.
 Isolamento social.
 Usar as tecnologias de informação para criar páginas falsas sobre o
agredido em sites de relacionamento, publicação de fotos, etc.

A violência moral pode ser praticada nas escolas, no local de trabalho, nas forças
armadas, na vizinhança e até mesmo na política (SILVA, 2010). Percebemos o Bullying
na política através de situações onde um país de alto poder econômico ou militar decide
impor sua vontade sobre um país menor impedindo-o de fazer parte de alguma
organização de comércio sob pena de ser invadido por tropas militares.

No local de trabalho também podemos identificar a prática da violência moral. Esse tipo
de agressão também é antigo, mas somente há pouco tempo começou a ser levado a
sério e combatido por meio de leis (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998) e
propagandas na TV. Quando se trata do relacionamento entre vizinhos o Bullying
também tem o seu espaço. Em geral, as atitudes verificadas são: comportamentos
inconvenientes, barulho excessivo e fazer queixas a polícia por pequenos incidentes.
Ações como essas acabam pressionando a vítima a mudar-se de endereço. Porém, não
devemos entender que tais atitudes sempre são práticas de violência moral, podem ser
apenas falta de bom senso do vizinho.
Na escola a agressão costuma acontecer nos locais onde a supervisão é quase nula ou
inexistente, e vai desde alcunhas até espancamentos. Um exemplo de agressão escolar
grave foi o massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados
Unidos. O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos
estudantes sobreviventes ao massacre de Columbine, apresentou em 15 de abril de
2011, no Rio, um estudo realizado pelo serviço secreto dos Estados Unidos da América
cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de
1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de
vingança.

Além da violência moral praticada pelos alunos também podemos verificar a ocorrência
nas escolas do bullying praticado pelo professor sobre o aluno. Certamente, todos já
devem ter visto situações como:
 Expor o aluno a humilhação rebaixando-o perante a classe.
 Perseguir alunos com notas baixas.
 Ameaçar aluno de reprovação.
 Tortura física, mais comum em crianças pequenas. Puxões de orelha,
tapas e cascudos.

Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados ao


Juizado de Menores, diretamente a um juíz ou promotor. A revisão de provas pode ser
requerida diretamente na Secretaria de Educação, sendo este um direito ao estudante.

O QUE FAZER PARA COMBATER O BULLYING? PAPEL DO GESTOR


EDUCACIONAL

A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência


(Abrapia) sugere várias atitudes para um ambiente saudável na escola. Dentre elas,
estão:
- Conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou
sugestões;
- Estimular os estudantes a informar os casos;
- Reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
- Interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a
dinâmica do bullying.

Baseando-se nessas e em outras diversas recomendações feitas por vários especialistas


no assunto, é possível concluir que o gestor da escola é o agente principal no combate à
violência no âmbito escolar. A escola não é um espaço destinado apenas ao ensino
formal, mas também um lugar de formação cidadã. Não se pode negar que a família é a
maior base na educação de uma criança, mas a escola é um complemento essencial
nesse processo. Na escola as crianças estão desacompanhadas dos seus familiares e
buscam estabelecer relações, construir suas identidades, aprender a cumprir deveres e
respeitar direitos.

O gestor deve se reunir com a sua equipe pedagógica para traçar estratégias visando a
“paz” dentro da instituição. Isso pode ser feito, por exemplo, através de palestras
ministradas por estudiosos do assunto; criação da semana de combate ao bullying na
qual nenhum aluno pode referir-se a um colega de outra forma que não seja pelo seu
nome; incentivar grupos de alunos a encenarem peças teatrais (dramatização) ou exibir
filmes abordando o tema; aplicação de questionários visando detectar o problema com
antecedência para prevenir problemas maiores.

Para desenvolver um programa antibullying é realmente necessário promover encontros


com a equipe pedagógica, professores e funcionários a fim de discutir ações que possam
inibir ou acabar com a prática da violência no ambiente escolar e, consequentemente,
fora dele porque aqueles alunos terão adquirido maturidade para evitar tal prática. Um
dos motivos que leva um programa de combate ao bullying não ser eficaz é exatamente
a fraca adesão dos professores e a atitude passiva do gestor. Sendo assim, as reuniões,
desde que frequentes, do gestor com sua equipe, tendem a ser algo positivo e que fará
com que os próprios professores se conscientizem do papel importante que eles também
têm nesse projeto.

Mas não só isso, convidar os pais para assistirem palestras e participarem de discussões
sobre o tema também é importante. Como dito antes, a violência pode ter início em casa
por reflexo da conduta dos próprios pais. Às vezes determinado aluno tem um pai que
foi praticante de bullying na adolescência e talvez, sem perceber, ele estimula o filho a
partir do momento que não o orienta a evitar tal prática.

HISTÓRICO EPIDEMIOLÓGICO DO BULLYING NO BRASIL

Os primeiros estudos sobre a violência entre estudantes e suas consequências no âmbito


escolar, segundo Silva (2010), tiveram início na Suécia devido à preocupação com o
assunto demonstrada por grande parte da sociedade. Em pouco tempo, o interesse por
esse tema contagiou todos os demais países escandinavos. Na Noruega, durante muito
tempo, o tema violência na escola foi motivo de inquietação entre pais e educadores.
Entretanto, as autoridades educacionais não se pronunciavam de forma oficial diante
dos casos ocorridos no ambiente escolar.

Somente no final de 1982, a história do bullying começou a ser reescrita naquele país
depois de um acontecimento dramático onde três crianças entre 10 e 14 anos cometeram
suicídio. De acordo com investigações, a causa principal teria sido decorrente dos maus-
tratos a que eram submetidos por seus colegas na escola. Depois disso, o Ministério da
Educação da Noruega realizou, em 1983, uma campanha de combate ao bullying escolar
(SILVA, 2010).

No Brasil, as pesquisas sobre bullying começaram a ser realizadas pela Associação


Brasileira Multiprofissional de Proteção à infância e à Adolescência (Abrapia) em 2001,
conforme Toro (2010), demonstrando que o estudo e a divulgação do fenômeno ainda
são muito recentes.

No período compreendido entre novembro e dezembro de 2002 e março de 2003, a


Abrapia realizou uma pesquisa, por meio de questionários distribuídos a alunos de 5ª a
8ª série de 11 escolas (nove públicas e duas particulares), no estado do Rio de Janeiro.
Os resultados mostraram que 40,5% dos participantes admitiram ter tido algum
envolvimento ligado à prática do bullying seja como vítima ou agressor. O público
masculino superou o feminino em pouca coisa, 50,5% de participação dos meninos e
49,5% das meninas. O número de vítimas que não relataram o fato nem aos pais nem
aos professores gira em torno de 50%. Outro dado interessante dessa pesquisa é o fato
de que o local de maior ocorrência das agressões foi a sala de aula (TORO et al, 2010).
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional da Saúde Escolar- PeNSE realizada pelo
IBGE em 2009, os resultados da violência na escola são preocupantes. As crianças, os
adolescentes e jovens estão entre as principais vítimas da violência no cotidiano, sendo
esta hoje a principal causa de morte dos jovens brasileiros. Dos estudantes entrevistados
30,4% disseram ser vitimas constantes de agressão. O Distrito Federal (35,6%), seguido
por Belo Horizonte (35,3%) e Curitiba (35,2%) foram as capitais com maior frequência
de escolares que declararam ter sofrido algum tipo de agressão na escola. Verificou-se
que a violência escolar apresentou uma diferença significativa entre escolares do sexo
masculino (32,6%) e escolares do sexo feminino (28,3%). A pesquisa apontou ainda que
há uma maior ocorrência de abuso nas escolas privadas (35,9%) em relação às escolas
públicas (25,9%).

Uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares
revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries
(início da adolescência). As três cidades brasileiras apontadas como sendo as de maior
incidência dessa prática foram: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Dessa forma, vemos
que o resultado não mudou de 2009 para 2010.

Os noticiários já exibiram muitos casos graves de bullying em escolas dos Estados


Unidos, por exemplo, de repercussão internacional, mas também podemos verificar aqui
no Brasil situações lamentáveis. Segundo o IBGE, a agressão que ocorre entre os jovens
brasileiros também é procupante. Há casos de abuso registrados com até 31% dos
estudantes.

No Brasil não existe uma lei federal sobre o combate ao bullying. Um projeto de lei
propõe que as ações de combate ao bullying sejam detalhadas na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação. O projeto está em fase de análise e aguarda votação na Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado. O plano é de autoria do senador Gim Argello
(PTB-DF) e a ideia é que as escolas incluam entre as suas obrigações promover um
ambiente escolar seguro e adotem estratégias de prevenção e combate a intimidações e
agressões.
Alguns estados e municípios, no entanto, já adotaram leis de combate ao bullying. O
Rio Grande do Sul, por exemplo, teve a lei que prevê políticas públicas contra o
bullying nas escolas estaduais e privadas de ensino básico e de educação infantil
sancionada em 2010. O objetivo dessa lei é realizar apenas ações educacionais, ou seja,
não agir punindo os estudantes.

Espera-se que através das divulgações feitas pela imprensa e pelos grandes veículos de
comunicação, a sociedade tome consciência e, a partir daí, exija das autoridades a
criação e aprovação de políticas capazes de prevenir ou minimizar os efeitos do
fenômeno bullying.

EFEITOS PSICOLÓGICOS DO BULLYING

Apesar de ser um problema antigo, parece que só depois de ter “ganhado” nome e ser
tema de estudos e discussões entre especialistas da área de pscicologia e psiquiatria, as
agressões verbais e físicas, que certamente todos nós sofremos na escola um dia, vêm se
disseminando envolvendo um número cada vez maior de pessoas (principalmente
adolescentes).

Mesmo com todo o combate que está acontecendo e com todas as reportagens que já
assistimos mostrando casos em que o agressor ou bully foi punido pela justiça, ainda
vemos o problema existir com certa força. O que muitos nem imaginam ou não se
deram conta ainda é que a ação maléfica do bullying traumatiza o psiquismo de suas
vítimas, provocando um conjunto de sinais e sintomas característicos. Como as vítimas
geralmente são pessoas que já apresentam uma baixa autoestima, as agressões
constituem um agravante de um problema preexistente (SILVA, 2010).

Trata-se de uma problemática vivenciada com maior intensidade por crianças e


adolescentes em ambientes de ensino e cujo combate é difícil já que é considerado um
problema de causas múltiplas. A exposição de crianças e adolescentes a situações
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante o periodo escolar
geram consequências negativas imediatas e futuras na vida das vitimas. Além do
comprometimento na saúde fisica e mental a violência moral interfere na construção da
identidade da criança, comprometendo a sua dignidade e suas relações afetivas e sociais.
Frequentemente as vitimas da violência moral apresentam um medo individual que é
alicercado pela submissão coletiva e pela constante ação de denegrir a sua autoimagem.
A vítima acaba sendo envolvida por conflitos internos e sentimentos conturbados e
confusos que reafirmam o sentimento de inutilidade e fracasso. Dados da OMS apontam
que pessoas vítimas de violencia moral podem apresentar disturbios do sono,
palpitações, disturbios digestivos e intestinais, dores generalizadas, tremores, ansiedade,
angustia, depressão e pensamentos/tentativas de suicídio.

Segundo Silva (2010) “No exercício diário da minha profissão, [...], observo que não
somente crianças e adolescentes sofrem com essa prática indecorosa, como também
muitos adultos ainda experimentam aflições intensas advindas de uma vida estudantil
traumática. Os problemas mais comuns com que me deparo em meu consultório são:
Sintomas Psicossomáticos, Transtorno do Pânico, Fobia Escolar, Fobia Social,
Trasntorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Depressão, Anorexia e Bulimia,
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno do Estresse Pós-traumático
(TEPT)”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Bullying não é um fenômeno exclusivo de alguns países e pode ser encontrado em


todas as escolas do mundo. Tendo em vista tudo o que foi exposto no presente artigo, é
possível observar que se faz necessário a criação e aprovação de leis e/ou programas
educativos antibullying em caráter de urgência dado que as estatísticas de casos de
agressão aumentam a cada dia.

É necessário que os políticos de todos os estados brasileiros tomem consciência da


importância de combate ao bullying. Se já existem boas ideias relatadas em projetos de
lei para combater esse fenômeno, o que estão esperando para aprovar tais planos?
Precisamos exigir políticas públicas e privadas que disponibilizem recursos
significativos para a formação intelectual, técnica, psicológica e pessoal de nossos
educadores.
Recomendo que mais pessoas leiam e se interessem pelo assunto, pois esse está longe
de ser esgotado neste artigo ou em outro material bibliográfico. Os estudos ainda são
muito recentes. Há muita coisa para estudar, pensar e propor buscando a melhoria do
quadro estatístico que retrata o fenômeno bullying no Brasil e no mundo. Quanto mais
pessoas (pais, educadores, etc.) despertarem para a importância que deve ser dada a esse
estudo, mais perto ficará a vitória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, MIRIAM. Cotidiano das escolas: entre violências – UNESCO,


Observatório de Violências nas Escolas, Ministério da Educação. Brasília: 2005.

BARROS, P. C., CARVALHO, J. E., PEREIRA, M. B. L. F. O. Um Estudo Sobre


Bullying No Contexto Escolar. 2009.

NEVES, A. S., REZENDE, P. C. M., TORO, G. V. R. Bullying, o exercício da


violência no contexto escolar: reflexões sobre um sintoma social. 2010.

SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010.

NOVA ESCOLA – REPORTAGEM. Edição 233, Violência Virtual. Junho/Julho 2010


IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde Escolar. 2009.

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