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º Si4riróeidaSchmí par t í r dt aftiermaxtos,quemasnar't+eeori"síanempí


dos ár o íicadeaatelixtteorarura
mes - a ção": o "Uma
conceídecíto listeãoratfuuramlanáomemalse
diparz tríerspeíde tteoxtaoosconceí como temo deoutliterarastuteí'ora íqueas í:nala ltieteorra'itíuarempí
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am lipartter.:ei- I
ribasios. cTaiament s açôese dechamaremos, í : l a qui em di a nt e , ações l i t e rári a s. A t e orí a da f ü eramra I
Capín3io 2
processament o dequattextroostilpiteosrárideos.açaoCombi eleníações
nentares: àe produçáo,
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é, por suafüeívez,áriosumnuíelneamentsocioenodíasií3seresermaí CIchamada O sístemasisdatemasocilitee«lráarrí:ole.
(...)" (Schmiat, 1989:61-62).

AUTOBIOGRAFIAS E ETNOGRAFIAS:
DISCUTINDO ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS
l
«
DE LEITURA E PRODUÇÃO
l
l
l
l
l
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l

72
?
í

A BUSCA POR NOVAS bs'rür?ci,«s DE LEITURA para escritas de construção de


sr4ves, no campo dos estudos de literatura, participa de um certo consenso
estabelecido entre alguns teóricos e críticos litefüios em torno do interesse
em atribuir a tais discursos alguma impofüncia na conquista de visibilida-
de de sujeitos ligados a grupos minorifüios. Contudo, alguns dentre estes
crfticos e teóricos levam suas reflexões além, preocupando-se em nao repe-
tir os processos cognitivos que constrfüram as antigas hegemonias. E esta
perspectiva que se verifica, por exemplo, nas reflexões da teíSrica e crftica
literária ] ulia Watson, que no ensaio intitulado "Toward an Anti-Metttphysics
ofAutobiograpby" [Em direçao a uma anti-metaffsica da autobiografia] apre-
senta uma argumentaçao preocupada em abalar a concepçao de sujeito
l metaffsico, unívoco e estável, intrínseca ao modelo iluminista de autobio-
grafia, cunhado no século XVIII.
Partindo do pressuposto de que discursos que permitem a expressao
de novas subjetividades continuam sendo hoje aqueles de matizes autobio-
l gráficas e memorialistas - que eu chamo de discursos de construçao de
l
l selves -, Julia 'SX7atson busca, para além da crftica ao módelo tradicional de
autobiografia que construiu o Sujeito Metaffsico, estabelecer um modelo
l alternativo de autobiografia, que possa dar conta de uma outra noçao de
subjetividade, esta constrfüda de modo dialógico ('X7atson, 1993: 62).
O que Julia Watson propõe, portanto, é uma mudança de paradigma
na construçao de autobiografias (Watson, 1993: 61) condizente com o
abalo dos paradigmas do sujeito metaffsico e un?ívoco, da identidade está-
vel e do propósito de se reproduzir "a verdade dos fatos" e da "vida" de uma
grande personalidade, o que, como bem aponta ela, também levara à re-
núncia do elemento ficcional (Watson, 1993: 58). Para tanto, Watson ela-
bora uma estratégia de leitura que enfatiza os aspectos dialógicos da cons-

75

?
trução discursiva àessas autobiografias alternativas. Uma mudança que, no temporal, construçôes em abismo, espelhamento, escrita ein labirinto
meu entender, depende dos pressupostos político-tefüicos valorizados pelo colagem, fragmento, etc., Montaigne, De Quincey e Rilke 'Jarticura;" ;'si
crítico-leitor, um aspecto até certo ponto reconhecido pela própria Julia truturas de auto-reflexao" que acabam?.?.porr -?abal........,
ar, pelpwsvo constante
LUlísíantecon' iroii?
COMrO1l-
'SX'atson: teoacom"reDre!selCtQr'árs"
o "seu ir edutfüelAout- ----SupOSt
.

representaçáo" de uma
ro",- o eua "ver«!
coere+nta«3+e"
e e estsobre
ável doSua;Suj" eito metafís'íco
" ª ª " -ítw .ulCLdllS]CO
í( ?í )) /I' s
Vl(laS (l)IOSI
A tradição crftica de ler a aritobiografia como o lorrus aa monumental indivi- (Watson, 1993: 62-66):
füíaíiaade ocidental pode ser desestabilízada se lermos os alter-egos de seus
textos canônícos, aquelas autobiografias igualmente canônicas que são dema-
siado problemátícas para serem facilmente inseridas no gênero como mode- deDe.- .ííçíçíírcb
o-reflerríoaos,
autdiferentes que colMontai
úomodos, Montaiggne,ne,DeDe(uincey e Rilke afüculam eStrtlturpS
ocam o 'sef metmetaffsi
af siccoo num
num mí......-crh-txriiirte
se-err-aAímp:que,
???...míse-err-aéíme' rnír-p(X;or,.-
q4-;,
los, mas que desfrutam do prestígio àe serem "grandes livros", ':?pes;ir de sua
resistência às normas desse gênero. Como narrativas auto-reflexívas perturba- suadlFerentesestr:'rtr'c:üc
vez, r e pr e seí w a sua r u f n
diFerentes estratégías narrativas,rí-----:=-- a. Em uma caí } ei.
a de
ª - a o 'sef falameizCOnTh
suf ü t i
.?? . -... ..--a ç-iucia ue SuDStltul
cada um del--es"conEront t u i ç ões e ut i l ando
doras, os escritos autobiográficos de Montaigne, De Quincey e Rilke poÁtm o seu ªoutro'I?I.-I-
l
- ------ .,..a (mem-páor)
irredutfvel...A? metá-fora ( mcur7tyor) [si(síc3
-
cJ toma
toma oo llugar
'uga: daª:W;a-
da meta-
ser litlos como textos q ue transgríí:lem fronteiras, qíie rompem a definição de
selfcentrada sobre a bios, tradicional ao gênero, revelando a cambiante insta- fumaísicaestcomrutumuravaziorieontqueadaresoísis»terea'aobifeochamenr
uma estru Il 2
s
I

de "ver odeade".1 orliànenaçao


?
"

ear . No àeefür3anteraol,hcada
-- -----', alj uC klClalrl'-S enQ es em
bilidade inscrita no ínterior da representação ae qualquer self ocídental, in- um desses
um desses --- escritores 6teua
escrití-írr-=:
-.------w.s 'g'c,r,ç.º
rafa' (gmp'
' gr-.-- Àt-»s)
rapm)
clusive o deles próprios. A ruptura daquela rle'nniç.ão de selfnos dará a opor-
mnídade de olhar para um "outro" da tradiçao auiobiográfica, ou seja, as findividualídaaeí'íF'í-rí-íir;,I.----
üinidic??--------?=x?íu+ycuUrQeSUaaUfOblOgratl
aviestdualavelidadedo inreferenci
teríor deasual como autouma bioooutro
graexifiaie:,oaoêncía
' ª "
suaCOlcrítiltecSta aàr srio concei
b)etividtoadede uma
da autoli oürafia (DV;:tts;n-,
b?
mera-
autobiografias de mulheres, e de examinar afirmativas atuaís de que elas oEe- 1993. (;2).
b

receriam um caminho alternativo, 110 quaí a bíos é rei+'íterpretada e o monu-


mento fi individualidade estável é visto à luz da alte+'idade e do diálogo 4tson,
escr Segundo
itoue. a t
a constenf'enFüríüünt'le
rauti.zídandoí 5 r í c a, est
a a para presença e s r e cur s os di s cur s i
? ?-?---..,,,,
t-ir-deª-----uma- "do""s'ub3et v os r e s?i
tchrutairil t a m em
em um
um t i
tlpO p o de
de
Outm'ividade dial%ica" (Watson, 1 993:
1,99.3 .' G 1 ) ('grtfos meus).
Assim, em lugar do sujeito metafísico, unfüoco e estável pressuposto 62) que,
G2ú
1.in-cln-uCiirlunoi,=ns0-«lÀªascurso
ªlasCuuiautobi
-rlíOxuoalogr;áfi
larõpBri le,:r..-----?.=
nmavés
"
, çç: f do.daüao?utmemóri
ro"ina escr;a ie.etadasdaSdo eu,condi
acabaçÂespor
nas autobiografias escritas 2t la Rousseau (Watson, 1993: 69), Watson tra- .CO,
iuernOrl;a condiço-es
balha coi'n uma noçâo de sujeito histórico, que se constrí"i de modo dialí'gico históricas em que se deu o processo de subjetivaç,ío (Watson, 1993: 67), as
a partir das relações que estabelece com outras subjetividaí:les, mostrando vozes de outros sejves. Ao auto-referi???rem-se
?-.?. -..de,,modo
muuufragmenfüio
l[agrnentarfüeedialógií
díalógico
l que esta perspectiva nao é apeiüas possfvel, mas efetivamente desejável, se ('lX7atson, 1993:
escrita, Montaigne, De Qui
66), permitindo que outras----VOZeS cuJturais perpassem
- - --- çuirulaJS perpnSSernSua
Sua
pensarmos que aquele Sujeito Metaffsico - que é afinal o homem ociden- .? n, cey e Riy..iü,.-iu
--.?...? lke podembciserconsíaeraúos,
considerados,segurido
segrirido
l

l tal, branco e europeu (Watson, 1993: 58) - Foi construído pelo apagamen- Julquequeiadesaf
Watsiaon,aanoçFao
deSafia como
noc5ncrde
?
;adorumanmessubj----l-:--:-'
Aí'? de eumtívidmodel
ade-" coero aletentrneateiestvo ádevelautcaroabictoegrría"sfitaica
?? ???.,.?..?. ax«c+ix=ítivo ae alltOblO"'rah2
l to de toda e qualquer subjetividade que não Fosse igual a sua própria. ae autAssiobímogr, deafiaacordo
de
s concebicomdasa segundo
:íntrJ'ursrr--G-- - - ---L "
de autobiografi. as tradicionaiJulias reWatson,
ª
graS ªdo";seêo'n'moàelo
er'o".
l E a pmir destes pressupostos que ?7ulia Watson propôe a leitura de argumentaçmo-de
---xús.i icgíab uO b"enerO.
escritas autobiográficas que ela considera alternativas «físcursivas que J ---- ..-...ll, iL tl JIIO(ThellO

dÀscursiva aquel. ,ea---..-.,


-s-ujcun?hacl "unfo nov"oc'sécul o XVTII servira para construir de forma
de autobiograf'i:
constróem subjetividades antimetaffsicas. Esse é o fio condutor de suas -eiªto.,.ítvuiugiíarxas
o', autobi ogra'
anffiises de textos auíobiográfícos de Montaigne, De (uincey e fülke', que, queiíasadotem
que arlotem estrar?égias
estrar?égias
«lidentiscurií:slaivdesas almultertinfaatcetivasadasao emo«ls-ubjel-oet'ytrr?-.---.?..--
vladida'cido:nals'p'ys=?uaíb.
lconst
'uºr'ariruuis.islrialNeSSe
m discursentido,
sívamemeI?OS
I "
-4:-:

segundo Julia 'SX'atson, "reyelam a escorregaaia instabilidade inscrita na re- l(lentiAíAroc m-.1-:]------J " " "
Nesse Sell[ldO, nos
presemaçáo de q?ialquer selfocidental, indusive o íieles próprios" (Watson, modelos akernativos de autobiografias apontados pOr 'X"atson, a escrita
1993: 61). autobiográfiica torna-se reveladora das diferentes vozes 'culturais-ÍnWrioi'iz;as
Ao longo de sua argumentaçao, Julia Watson mostra que, através de pelo sef ao longo de sua trajer6ri;-pesso'al'e adviní:las das relações por ele
ír'-h vuzí.S culruraís interioi'izadas
estratégias narrativas tais como o uso da metáfora e da nao lineariaade
77
7G
estabelecidas com outros selves em contextos especfficos. Isto também ocorre, ego ,autafiormdraamarMason,izadovêdoaosautout-o-..bir-?,,...
qualfelaDara)ííí2í:ní'Jrírmhas*----í:-a'
aual. qFírma RÃ---- "" --'
6-.,,xw
o grcomo
s af-ovxaíicv
fuuiíüanco
uma ceínascullnO
masüiaee cllinpanO
espéci
cspccie e opano
aà lala Rorisseari,
RorisfusearncloiouOuO
deí:lefünclo
afirma a teórica, em algumas a?itobiografias de mulheres que, por meio de
uma escrita que aponta constantemente para a relaçâo do s4 com outí-os
teínemelaCllaªlOPO.
diparálaogo.,suas?--Ao-......,
persiç:tnür
Ari ftourarm.utiances assolvozes
out/---P---
. -, rvot.es -'--itá-ri-as,como e i'aspectos
-
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? ? ?--., - --x'-= '-vxlllà PºSSlDíll(
c,omo
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dodo "Eu"
b"Eu'ilidades
autobi
reolagráficionaicos
sejves (em uma perspectíva dialógica), acabam por construir discursivamente rcjfünOCOnceltOdelndívirlíizlirlú.-l
etlaacinoonalconceií Mason
rplürír»n-l kÂ.-- - - j-

círída«leàa t o de desesr
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uma concepçáo íle subjetividade nao-metaf sica2 ('Sí"atson, 1993: 61). Em rídade da própri nrAnr;ü a biosk;--(Watíívi=---- son,-19'º"-- ;3.:G-=9;.'
suma, 'SX'atson parte de uma concepçâo de subjetividade histí"rica, que se Aproximando-se da perspectiva de Mary G. Mason,, Julia Watson íies-
consrrói pela constante interaçâo e diálogo3 com outras subjetividades. Esse -y H' ....,-xi, )cux;í Warson des-
processo intersubjetivo e contextualizado revela-se, no entender de Watson, taca, em sua leitura de Patterns of ()hijtlhoor:1, da escritora socialista alema
?

Christa VJolF, uma nai'rativa autobio: Ca COntempOrÀnea que a Seu Ver ioüráfii
no próprío processo aa escrita.
Com relaçao ao modo pelo qual o gênero autobiográfico tem sido constrói a sul bjetividade de modo transpessoal
?? ??-- --...%, yviu
com ciiiaSe
ênfase SODre
soí:íre aaCOnStan-
constan-
estu?o no campo da teoria literária, Julia Watson chama a atençáo em
seu ensaio para o fato de que os poucos teí'ricos qrie se dedicam a trabalhar
tume retliapçaoo dequeescrisetaestqueabelacaSa
uln flDO àe e«.rrítü ,-I-- - --..L- - -
ece entporreconst memórruiür ttlpessoalma sul bjetividade
" e memórüthistoricizada
coletiva, em
com textos autobiográficos de minorias muitas vezes o fazem ainda a partir e contextualizada:
aa perspectÃva áe um sujeito metafísico, buscando, por exemplo, construir Astrazemreflexíuma5esrev'--.---..
deíWolsáo.,fdo,sobrnu?vansíco
"figuras exemplares para mulheres" ('X7atson, 1993: 60). Ou sep, embora selefmoetcarafáütiecaaor hidaautobi
stóautricooo-fegrafiüofmnspessoal
üaÓ:a, queStlOdanamsubjaeta?iividtade
questionem a perspectiva da "representação da vida (bios)", esses teóricos man-
têm a intençao de conferir stmus a vidas em particular. Nesse sentido, respon- dade da1993.'bios,73).e propôem uma ínvestigaçáo í4iafüica entre cultura eentist[-f "
cí(Watson,
dem à necessií:lade polftica de conferir visibilidade a estas subjetividades, mas Além disso, segundo Watson,, "ao "; in.------sistir çaaa em loIl-waubax
calizar aasubjSuí)leílVldade,
etivídade,
não questionam o sujeito metaffsico: aderem a ele (Watson, 1993: 61). conect a ndo- a a coor d enadas hi s t ó r i c as" , Chr i s t a Wol f t a mf ü l m abal a a nO-
Em outras p:al;avras, e seguindo o raciocínio de Watson, eu diria que
estes teóricos aaotam estrt tégias de leitura preocupadas sim em enfatizar a Y-ü ú=-iandoquca-çasa aurposs;
í.ío
ampl de
ampliando
que a ooíío:gríiliadfades
autoí:iiografi; ía se.-i-rdoemer-6gêner
ríí-íççikil;rl,,-í-. - ?e eXClo e rueSlinVscramenfevendo-aequeSraO
---.-....,xx,-mc' a' oqlenquanf
- leStaO(lodoüprivado,
"prgênerivado,o
funçao polftica dos discursos autobiográficos, q?ie contribuem para tornar
visfveis outras subjetividades que não aquela do homem ocidental, branco coletivo":

e europeu, mas em suas reflexões não q uestionam os pressupostos subjacentes


à »oçrfto íe sujeito que serí constru{da atr;avés àesse discurso. Nesta perspec- Àohistí5riínsicsas,tir emWolatfrsiibnuialriumza uma[ocusresià subjstêncietíavàidsulade,bjeconect
tividadeanroriloe-nrada
a a coorsobre-a-b'
«!íermla:sos
«
tiva, estas subjetividades ainda procurariam "auto-representar-se" politica- e à autoridade da autobiografia sobre o privado,, reínscrevendo-a como ?im
gênero coletivo (VV';ttson, 1993-.' 75)-.
l
mente a partir dos paradigmas de autoconstrução discursiva do Mesmo.
l No entanto, em seu ensaio, 'SX7atson destaca as posições de algumas
teí"ricas contemporâneas preocupadas em enfatizar a perspectiva relacional empr Porgarfdiimfe,rJulentieasWatpessoas
e son apont
do di sacurque,,so-,par-.ao-....,ai
a utseilirzearEerv oicçu?rso
i rraecurdíEseroeretoríco
rntete6srimomen-
co dede
e o papel da alteridade na construção do selfem autobiografias de mulheres. E tos de sua trajetória pessoal e a seus múltiplos sejves
este aspecto que Julia Watson aponta no pensarnento de Mary G. Mason:
Mason argumenta que mulheres escrÃtoras í:lefinem a identfüaiie «:lc moào
sea'à HiFhtjer a inf?hâncirTnsrpn+-.-í..
retíjeerr'írYout
'Youtl"i j -a?, seguml
- - - ...,-a pesso:
xiiuiuy.nus
. ? par aJ'seelUree5ferir- :prla crmiaelnçara peSS(a
[Juventude hií-:-í-tleri:s?taªl';,--po;fi"m",, a objetividade de umncerEua
- que per t epara
reldaaicidentonalid,adeatravés possfvel pelo uso da?tercei ra pesso'a - IJo narrador
femidaninaconeúo
parececomadmiouttirrosa realsignipresença
ficantes, que "a autodescobert
mento dea
distanciado, ??---..-Ij-úova Ilílr. de Christa
outçãoradeconsci e o reconheci Wol f abala definitivamente o estatutO íio Eu coerente do
.
gênero autobio-

algumênci'oautro'
, e que. (...)a Mason
revelaç,colío (10ocaselestaf emialtneriinodade
estáemligadacontraste
'a identcom
ifica-o l gráFíco em sua concepçao canônica:
79

78
u
arraclora descobre-se objetivando seu self,mais jovem e reflexivo através do qual o teí"rico e/ou crftico litefüio possa esclarecer sua
Ao rememorar, a narraüora uCíLLIL'lL-.íç ..r-..-??? .
aaotando uma variedade de posiçí5es clefensivas em relaçao a este outro. Esta própri;a posiçao em relação ao seu objeto, aos seus métodos e aos seus pres-
;n-fase sobre a alteridade do outro, -p-articularmente quando se trata de um
" ' -- ---- -----Ar- CP trütü cle urn
supostos. Ou seja, ainda que eu subscreva a impofüncia de abalar a noçao
::f:da W-critora, sugere a resistêncía de'íX7olf à ficção da subjetividade de subjetividade metaffsica propondo em seu lugar estraté5,,ias de leitura
reCente sdJ üa eSCllLUld, >u,.- - ...------ .
COerente e a continuidade autobiográfica, que foram durante tanto tempo
COerente e a (UllLlllLll..íd,,, ...-.---,-, , que enfatizem a noção de que subjetividades são construfdas de modo
consicleradas centrais ;a autobiografia Ocidental ('X'tttson, 1 993.' p. 7(í). dialí"gico, e partilhe com Watson da ímpofüncia de constituirmos novos
í
í
*
objetos e novas estratégias para sua leitura, nao creio que este movimento
As reflex6es de Julia Watson pareCem levantar a hipótese de que en- seja suficiente se nao for claramente explicitada a posiçao do próprio teóri-
':ou-cronservadores - privilegiariam autobio- co ou crítico em relaçâo a esses objetos e, simultaneamente, elaborarmos
quanto teí"ricos tradicionais -
'grafias construfdas de modo monológico , teí5ricos preocupados em criar
"'-- --A-:-.-.. nr.-ní-iin:aaos em criar
novos conceitos e pressupostos, nao dicotômicos, para lê-los.
estratégi as-(lede" leliuia
eSfraregías
-
leituraLluLqueyw----=..-
confiram. ???vis?ib?ilidade a outros
-l--I-....1.;-t:s;u'lüApAr»rnlíl;antC
tipos de subjetivi-
hOrnern,branCOe
Assim, embora Julia Watson oEereça uma reflexao sobre possfveis es-
tratégias de leitura que enfatizem os aspectos dialógicos na produçâo de
dade que nao a do modelo de subjetividade dominante
eurOpeu - privilegiariam autobiografias escritas de modo dialí"gico.
'a"a ' ?---'- -l- ---a nr-r=.nect:yq cOnstrutlVlsta, como é aquela
textos, abalando desta forma a concepçao de sujeito metaffsico e propondo
em seu lugar uma noçao de subjetividade construfda de modo dialógico,
'Contudo, a -pqrt;r de uma perspectiva construtivísta,
que
que eu
eu mesma
inesrnasubscrevo,
a perce"pçao quantO aO. grau de monologismo ou
buvhcxyvw, = ta#*+-r, ? ,
no meu entender sua perspectiva nao é suficientemente ampla, uma vez
dialogismo de um texto é estabelecida pelo prí"prio teórico ou crítico, a
rorsrírc» nu crítíco, a
que apenas constitui novos objetos sem, contudo, discutir sua própria po-
partir da ênfasie"s'o'brWeleme"ntos que considera produtivos para este propó
-rü pctP ní'(íno-?
siçao de pesquisadora em relaçao a estes "modelos alternativos de constru-
sito, o que deveria nos levar a reconhecer também que as escolhas que
de fato a políticas de leitura.
çao de subjetividade nao-metaffsica".
:'ustenta'm estratégias de leitura correspondem
nVanN:»ciaiç6ia--,.-.----?? ,
Nao obstante, seu ensaio abre pelo menos três interessantes perspectivas:
Desta forma, se o ensaio de Julia Watson aponta para uma mudança 1) aponta para a adoção de uma noçao de self complexo, numa pers-
ae paradigm:
Oaln"a'ªco"ns"r'u';o "me au"tobiografias condizente com o abalo dos pectiva que sufücreve processos dialógicos e interativos na construç;ao de
paradigmas do sujeito metafísico e unívocodáe noda momentO
' I
identidade mesmo
j!
estável, euemacres-
que a
- - - - - --trs rnp<mn em Clue a
subjetividades, o que nos remete a questões relacionadas à prí"pria histori-
Ícentarra que o início dessa mudança se cídade e singularidade dos selves;
prí5pria Julia Watson, 'nª
aªsuaªposiça' W-de- -c--teí"rica e mulher, constitui moí:le- 2) uma vez que enfatiza os processos dialí5gicos envofüidos na cons-
los alternativos de autobio? grafias que confiram visibilidade a outras síabje-
" - --:-:1-:l:;lüAp Q níí.traS Subíe-
truçao do self autobiografado e a presentificação de outras subjetividades
t'Ívidades e a outra percepçAo dos processos que as constítuem.. Ou seja, a na própria escrita, aponta para a possibilidade de autobiografias serem per-
l
l muaança
de paradigma, a meu ver, é impulsionada pela alteraç,ío í:le con-
mudança ü(: Fl"ul51iia) . ..--- .-, , - cebidas como textos coletivos, reuniao de subjetividades em diálogo e
SenSOS e interesses dos próprios críticos e teóricos liter;ários, que podemos interação;
I SenSOS c mcctyoo,, . . r--r-facilmente associar a chegada As academias e departamentos universitários 3) ao "insistir em atribuir um jocus à subjetividade, conectando-a a
- isto é, centros produtores -de-conhecimento Z íie sujeitos que de algum coordenadas históricas", Julia Watson faz com que autobiografias possam
modo s:e identificam com grupos minoritários.
br
O Se lüellLlllLdlll LuL-- ..- .-- ----- .
ser percebidas tamtém como "gêriero coletivo" ('X7atson, 1993: 75).
E neSSe sentido que acredito que o movimento de subversao de mode- l
los de escr:ta-de -const'ruçao de selves nao deveria se limitar apenas a constí? Vou me limitar a investigar, aqui, um possfvel caminho aberto pelas
"tou"iç'ao"d:'novos ':objetos 'e a elaboração de estratégias de leitura correspon- duas últimas perspectivas implfcitas neste ensaío uma vez que, para além
dentes, nem tampouco à defesa de uma diferente percepçao dos processos i da ampliação proposta para o gênero por Antonio Candido e Silviano San-
tiago," que nele inclufram os recursos típicos da ficçao (o que de resto faz
de subjetivaç;ao, m' aS precisa também induir um constante exercício auto- í
80
i 81

l
l
ser percebida em recentes experiências textuais no campo da etnografia,
também Julia 'SX7atson), apontam para outra possível
tarnbern Julla ví.ar:swí-B -r---? - ? 1 ?
ampliaçao do gênero: notadamente em contexto americano. Esta tendência consiste em buscar
aquelaª' deº -----.-.-.cai-irí-i-xímaraoerspectivadeJulia""'7atsondaquela
compreendê-lo como gênero coletivo e interacional. novas formas de apresentaçao de textos etnográficos que respondam :1 ten-
Aindadªíí+?q::í.e.!,ºl,s;,,sª'
?Aini qhie pOSSarnOSll.)º{j"2ª"P:"0'
aproximar111"0"a::a-hrlstó'
a perspectívaria símufünea dos outrOS e da tativa de incluir diferentes vozes culturais em obras escritas em co-autoria
ao-de "h'eterobiografia" como ": entre etnógrafo e etnografados. Contudo, subjacente a estas experiências
Íedade" (Candido: 1987: 56) prOpOSta pOr Antonio Candido, a propos-
noçao
sociedade' (Lanfüuu. xiur?i-) (--r-, textuais há uma discussao maior, de alcance epistemológico e metodológico,
í
ta da teórica Se apreSenta- "--t-;-+;,,;.qaapn;úuniversalista,massimhis-
a partir de uma diferença significativa, o fato de se associada a perspectiva de uma antropologia pós-moderna," que teve infcio
fundamentar numa noçao de subjetividade nao universalista,
fundamentar numa iiuyau Ll. ..r-- -
l
l
nos anos de 1980 com a publicaçao de Writing Cydture. Tbe Poetics aru;l
t6rica, construída pelo reconhecimento da constante interaçao do self com
fC)nCa, COnS[rulüa pcw IL(.--,..--------?
l

Politics ofEtbnograpby (1986), coletanea editada pelo historiador da antro-


OutrOS selves através de prOCeSSOS dialógicos que ocorrem ao longo de sua
ª' ª " - ------ - - Irsnür» Ae Sua

pologia James Clifford, proEessor do Programa de História da Consciência


ingular trajetória.
síní:rbular
Estes aSpeCtOS implícitos no ensaio de "')"atson nos re- da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, e pelo antropólogo George E.
metem a alfraleÍO[la. bor«.> =Y.?-??
gumas recentes ???,
refl'eªxfüs sobre processos de construçao de tex?
L---------r=cAprnnstrtlCa'aOáeteX-
Marcus, hoje chefe do Departamento de Antropologia da Rice University,
tos etno? grá'écos no campo da Antropologia. em Houston, Texas.
* O eixo deste debate, que desde então vem se estendendo com interes-
santes desdobramentos e implicações para a disciplina, gira em torno das
Em uma paSSagem de seu ensaio, Julia Watson afirma que consií:lera intrincadas relações entre o processo de construçâo de textos etnográficos e
" Tbis brUge called my back" 5 um;':aas 'mais importantes publicações den- a prod?içao de conhecimento sobre "os outros" a partir da crftica ao assim
tro do gên-ero
rO autobiográfi?
'co por:;ue-abaÍa definitivamente a concepçâo de
au IO U IlJ31 dl 1'- - F - - -1- - - chamado "realismo etnográfico"; crítica esta que se articula com os í:lebates
vida ligada
a uma individualidade exemplar, associando-a a uma condiçao pós-estruturalistas sobre o realismo e a representaçâo, e com as teorias de
coletiva: Mikhail Balátin sobre o dialogismo e o romance polifí'nico.7
Possivelmente nenhuma obra que reunisse autobiografias í:le mulheres tenha
POSSíVelrnenfe nenhurna oora (l uC iyuax--- - ---- - ? o--1-.- , líím Fr»rü da tradí-
No eiisaio "Sobre a autoridade etnogí;áfic'a", à semelhança da questao
tido implicações mais importantes c:'para a teorizaçao sofüe a bios fora da tradi
'- -=-

Íled my back,"umtt coleçrfto de breves textos


" ª " " ' ---- I---l ---nií rnlpríin (le breves feXfü:
levantada por Julia Watson em relação à busca de um novo paradigma para
a autobiografia, James Clifford enfatiza o empenho de alguns antropólogos
ç;:o
Ç"aOmet' afísica dodOquequeThis
rnefaflSlCa brir:Ige
l rJt3 tirzty3c ----- ..., - .- ? . ,
giautobiográfii
autOLllLlgldll ---, -.-- -.-.-
mulheres? radi
itobiozráficos, em diversos estilos, assinados por ';en:JnC:a ,çaocaiaquilo
s í'úo bran-
que a contemporaneos em buscar alternativas ao modelo de etnografia cunhado
I CaS dos Estados Unidos. Em certo sentido, BriÁgt
CoS dos bstaúos umuub. Llll L,... -.-..-- -, ? , í por MaÍinovslci em Os argonautas ío pacífico oczr:lental (1922), ofüa consi-
l autobiografia dominante nao é: criativa e polêmica, redefine a autobiog:rafia
aufübíOgratladOIT1lnan[enauc.í-ííati- ---,.?-???? , derada modelar do texto etnográfico condizente com os tradicionais pre-
I enquanto
enquanto decl a"rações
declaraçôes
ram construídas COmO
ememsendo
"
-':-i.:.. prímei ra pessoatóriades-?emul
.-pruucua
- J- --.11--rr-c

contradiF,,,.?..
;iiví.:íveís heres scuj. tanto
i??????
nvisíveino
tanto . asinterior
rfü"; ídeÍlfldade
ídenti dades fo-da
no interiorda l ceitos da moderna antropologia, cujas bases se fundam no paradoxo da ida
l " - "º--- ---Aàm:rrsç Ae mulhereS brancas. (...)
ram COnSfrulClaS «umu swíx -, .....---???
teoría tradicional quanto dos escritos acadêmicos de mulheres brancas. a campo, na observaçao participante, nas inúmeras anotações no diário de
í
"
As histí'rias peSSOaÍS de preconceiro étníco n:
historicium as afirmativas em prim
arradas em BrUge coletivizam e
' -I-- -- Al,.'ílrr.- rnlpt;vir

eira pessoa de um moÁo que t. bios, compre-


rmllflU(ISemprZrm:ircxyc»»u.....-..-...? i ?
I campo, toda uma experiência pessoal que, contudo, quando transposta
para a redação final da etnografia, deve adeq?iar-se aos criíérios do texto
emlültt como uma afirmmiíia imlivülualizaÁa sobre o sig'nificaío Áa vitlr:t, rúo é
" ' ª " "-- - -:....'4:-síln rlíí íííÁtl. n(10 é
tlUlaululbluaLL Juv. - . .
I
l cientffico. A partir desse momento, a experiência pessoal do antropólogo é
capaz àe r:tdmitir C'Xlltson, 1993.:71-72) (grifo meu). í
obliterada pelo uso do tempo presente e da terceira pessoa, impessoal e
de reuniao
:uniao de
de escritos
escriíos autobiográfii
cos como en- distanciada do objeto, de modo tal que"a realMar:le das sitwções Jiscursíms
A idéia de coleçao - aurvvxw-....-.. -???

COntrO de subjetividades que p: artilham uma identidade coletiva comum -


ô -

I e dos interlocutores individuais é fifüada" e "os aspectos dialógicos, situa-


cionr:tis, da interpretaçao etnogí;áfica tendem a ser banidos do texto repre-
preSente neSta paSSagern
----'-- --l-dorr-rmc
ensaioq'snectos.
de Julia 'SX7atson
de umaa meu ver merece
tendência que aten-
pode
l
sentativo final" (grifos meus) (Clifford, 1998: 42).
'çao pOrque Se aproxima, sob certos aspectos, I
83
l
82

?
E a partir do questionamento desta metodologia tfpica da construçao
de rextos emográficos "modernos" que Clif ord aponta para a necessidade , ?----.
de uma mudança de paradigma nas estratégiús de proJução de etnografias: de et, n.r,ograf
depolifumônicrlaquebusca,
p. O???5..... yassaia caracreri
a raiza«:i
,?ahatu?ri ar comazporadao Outuma
DOr rO,escri
i latmr2avés
tpcr=:
a didaal+ó.elgi.a-clboração
asp;x'íavr:asdíeClií ord,serum:»"->Ir-m-, :-º irao:-í":e/o?i r' ªo
Torna-se necessí r"out
io conceber aadeetnciograf ia nãora,como amexperi êncíumtazenegoci
a inter-a- , ser uma "alegoria" (Clifford.
pret a ção de uma r a" real i d r cunscri mas si como 1998: 45) í:lo encontro entre Suüj. etivií4ades de diferenres-culturas:=a"dous
çrentloeconst rutiitvicaament
envolveendosignipelficoatmenos r:lois,gemasmuitdeas vezes múiêncisa, stetjiemiterpret
os consciaç.í-o etnografados e a sua própria.
Como se vê, a discu"ssâo levantada por Cliíford, à semejhança daquela
. --r-.i

s e po[ i v os. Paradi experi


esíao dando lugar a paradigmas discursivos de diálogo e polifonia (.. ). sugeridaporSilvianoSanri)....agoem"Democrat izac:norúnnp,
"Democratização Brasil.-,1979-l
;I ír'?-?=---
í.,çíííí?íuauzaçaonoBrasil-1979-198L 981
Um modeletoivididadescursidevtoodade fpíal.aít,icjuanteíanment
ográfeicom
ca trazseuparacontoextcento perfro daormatcenaivoa (Cultura VerSuS Arte)",, que' , ---.-..discut,lu iCapmslno capftOuloanterl anteriOor,r, nosnos remet
remetee para
paraaa
intersubj
imediato (C[iffotÁ, 1998.' 43) (grfo meu). efttlcípam
iceiptivama siostuação comuni
üidos cnaaci-- -const
envofenVofüldos
05 o------inal naerupar?'çao?(nmrrn-:-1--
aavodeuepretoernograíi
cesso
nograifn'iate'asrs:atiOvoetno"grafo
rk dos quais parou-
l
l

Desta forma, a mudança de para«ligm;? que Clifford aponta nas (etnógrafos) e o etnografado (ou etnozrafgrafados).
(etnógí:írrscí A - -- --- '- ' " adcísl
etnografias que aenomina "pós-modernas" refere-se exatamente à nao ne-
gaçao da experiência pessoal e, principalmente, a explicitação (10 "contexto
Estílogía,
gí0.,r,-çd-çaabs,ía-no.r»-edeunnofylqueteiu-const
tm-dod0ro.epolnprocesso
o,prOcesSO xõesvcbOueConcer
crtroOC?õí'írí-rno
uXeruXernea;aal rlnrreerfsulelesulxáota-'tdosa--Zl---a'
(dos10Inantinteterroressant?ssant
pól " güees,nao
o s,nonOapen:
carCampo npoaSdadidaaan-nte
derução-das
corísrríír3r, .-l.- --%)---xao, - - " aíisu;l que ern quantídade
performativo imediato" no qual ocorre a relaçao interpessoal entre etnógrafo
e etnograf'ado como pressuposto básico íla construçao da própr'ía etnografia.
Entre as experiêncÀas de escrita etnográficas coerentes com esta perspectiva
!

mepolí"gico
nor, dianteedodaprópposiçãí rio prOCeS- SO- -. ,d.e.-,c-oxnmsctrmuço,íanto dreoc-oondoheantcimreonpóltooaagonstlr?onesm-paOssl,eí"agprlnlCOdOaCeSSO.qeudeaepmo'sOuqí-cua's-oaeíªjlnaiª,'?l,e-navt--aaríai-am"rel a-c '
e d c O o p n r s
? o t r D u r ç , o ã o
etndnrnOlarsõ-?%#'
P e c t c n , º 5 f ; a ? f i .
dial%ica e polifônica, Clif ord aponta, neste ensaio, algumas tentativas -
com seus erros e acertos - de elaboração de textos coletivos, assinados por
queípíodu+oí mní»memoí àe conhí 110timcúmpo
(" @ rn l- - - - --J-l- '

t n «o í imvrm coníodolíódgívrtíovt(l mttúoí+c+vó+i ç n a+uo- co qlycflRlexxíxwo.gvm do


etn6grafo e etnogrJados que, longe de pretender ser a representaçao de
um "Outro" essecializado, buscam ser, segundo Clif ord, "alegorias" da pró-
Umaaur0-reflexíva
posturaIraauto-refl
reflexãoeximetva assumi odológidcüccnr-'-4 aa epormetalagtunseóriantropól c-a--'-sofü"eoasgosimcontemporâneos
???,.,.avws cbxurço auto-retlcXlVo.
plicações desta
pria relaçao que entre eles se estabelece, ou seja, como negociaçao de "uma é aquela «l---.esenvol
. , xvtvíaiíia porgeorge
GeorgeMarcus,
Marci co-edi
(1986).torNode ensaio
ª'-

IW"itingintiiulad'
Ctdture.-o "

The"Ethnography
. . ? -Poet
- - - ----ics? anJ
rh u r0Polzt iftticCSs of'? bEtÉhhnogmphzesn %(? h Z'e (1986). No erçü:r, ínt;,. i. -i -
r 1í f

ª--

visao compartilhada da realidade" (Clifford, 1998: 45).


T/-l)'

Assim, como alteí'nativa a í:lenominaaa etnografia "realista", ou "mo-


derna", estes teí'ricos voltaram sua atençao para experiências de escrita que Eth-n-0-g-rbaªP"yhy"(Zi1,ny/of995)((19981
í;,9thexi,9que5),Worl d ?System:
q.º-lrestn---.-eueWeost : d
-r.-..,.
á ----xuíúv l n Sr y
çixc , st
inclufíio emücíu-----=- , e m: 2f ü
i??.mergence? . E m,
Ái"nogr' -apáyof Mfttárougá
er g er
oí2ceMulti-Sited
seuseuliivxrvroo ?-Eththnograpáy áüroti'ugás"it;a
têm por pressupostos o dialogismo e a polifonia, e que, ao incluir no texto Marcus
Thick aní Tám (1,-99', , 8,J),, xn+. ucus apresentaa uma
umaelelaaborada
boradarefreflelexaoúo sobre
Marrnc sobreía
etnográfico a voz do etnografado, ou dos etnografados, desestabilizam a
autoridade (no duplo sentido de autoridade e autoria) do etní'grafo em sua
rcheEe
elaçáoeeaaentdoprprÓprla
neos
neOS róeDeoarrqrr-nt,,
osia const
pr COnSt r uação3nt-eççSàe.-í-.Ar-desl.-seus-acp---oAvv)ctus
COnStrLíc5n cament
obj s
e
o s
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-':e---.t-o.?..?...
r e
resul sul
t
ant
t a
ados
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doso pól
.-x-tuyiuiOgOS
dede o gos cont
pesqui
peSqul S s e mpor
COnle?rnpOra-
as.
aS.
a
Como
Como
- ' ª '

cheEe do Depar t a ment o de Ant r o pol --ogjºa' daª Rice Uníversity, onde dirige o
«
l
tarefa de "representar os outros", bem como um (105 tradicionais pressu- prprograrna
ograrna dedepós-pós-zraduac5ri
?

graduaçao, (".p,s,,.-George Marxí- --cus tem desenvolv'vlo, , -b?----'-t'-'-willVerSl'€'l,Ond


ª
postos metodológicos da pesquisa de campo: a possibilidade de um efetivo
l

» , além de
distanciamento do qntropólogo, em sua condiçao íie sujeito proàutor í:le SuaS r)e.€nííícüc A - - - - - -

conhecimento, em relaçao ao seu objeto. J


Ao abalar o tradicional modelo de etnografia, as estratégias de produ-
ç;ão envofüidas í estas experiências textuais apontam para um i ovo papel a
Y.plc. xox,
. .aa bt+uuim gcomo
íaíxcw,íobro?etr-taíí-c-eníí---1ç=-si
claí míçôrt+yví.»u(;lyotxeiapo+aílxSquequeobj se++oí.ií teSfabe'
x+abídí xíl+iteudoxeCelmTnol maín0xn+r?ntenOr
s com-yioy
da própria disciplina antropoJogia, COmO por exemplo o embate entre dife-
i

ser desempenhado pelo antropólogo contemporaneo que, destitufdo da I daprópíiadlírinlis.«.-----i- '


I
85
I
84

q
---... . - iuyíu?íS nOS aelXar curiosos
rentes tradições pedagógicas e as relações entre proFessores e pós-graduandos
ílentro dos departamentos de antropologia. Sua reflexao sobre o surgimen- quant
estudoso àSliteliterários
estudos possi
ráriosbielidnaades
naquenrr.,q,,.-=-
eproduçaoestdeas rcrfeftleicJ-xõesas-liªreráripoder
' " ' asia) mporabrexemplo.
ir na áreaOdosque
to de etnografias "multilocalizadas" ou "multisituadas" pressup;óe uma re- euquantpossoo doporhistoraoriasugeri r é que t a nt o as re' H ex; o es da t e óri c a Julia Watson
flexao sobre a subjetividade, os deslocamentos e a trajetória profissional do aor da antropoJ-ogia Jam' l
próprio produto+' de conhecimento e sobre as circunstancias em que sáo
produzidos os resultados àe suas pesquisas, ou se'p, sofüe a relação enrre as
mudanças de pressupostos epistemológicos, metateóricos e metodolí"gicos
por que vem passando a disciplina antropologia, com reFlexos sobre o que aspectos íntercambia e.íveivícse-versa, . E portantohavendo entrae as duas Eorrnas de escrita
atravé;d'
denomina sua "cultura profissioiial".
culÇao
tçaouderadesehres, ? ? , .?-se)a
preSehres.
ocupado em uma alternatcoiiceinlal
...-.-----«iva
super a ; , aO iva conceitufüual iaOtil aopesquisador
apr o xi m ar pesquisador dpda
"êm sido até h.ísospOuCO
- s e de di s cur de Consttemporu-
?Algumas recentes publicações podem servÃr como exemplos da diversi-
dade de enfoques àados ao processo de construção de etnografias a partir uma sér'
umaíe deçÁrír-
di c ot o
/lmi- a-l:----
s que t
.-,, -. .-F--ixllldl-SC ae

l
destas alteraçôes.
As duas etnografias da antrop61oga Marjorie Shostak, Nisa. The Life predíominantes na reflex.íi
às etnograFias,
ex.ío teórica deàicar!la tanto às autobiogrrafi;
a;,-jj:í que convida a penSar aS dicoto-miiasas selflàter, indivi'duo/
as quanto

antl Grà ofa !Kung {%man, publicada em 1981 , e Return to Nísa, publicada coletividade, sujeito ?produtor de?conhí ecimento/oí»jetoouou subjetii
---...,,.mcmuioo)ero subjetividade
em 2000, especialmente quando lidas em coüjunto, revelam as diferentes pesquiAAsparpartirdessa
ado/tiradessa
comoperterr'íí-rcrsr-,+:---
mspectos emiva,conto concei
inui-dade--to "dee autnãooetmainogrs emafi;oposÃç;íi
perspectivas e as mudanças ocorrià:a nas trajetórias pessoais tanto da etnógrafa, ?-?-.....aüç c iíaO malS err
a poderia servir
0.

Shostak, quanto da etnografada, Nisa, no intervalo de duas décadas. como pr?oe,,SSupOSt


Outro interessante exemplo é a recente publicação intitulada "Debating exempl coleí-Oâneas,
de- ---.?.?, reóric-íofo ücíaoOraçaO
Baía
exenrolo. (}P rrslrot': -----'-L-" parasacola íejatiborvasaouçãodecoldeleStratégl
eçí5eseestcôesradetfíü'gtextos
a-i;Str-tder,autoí:+i
cle.,l.tura, - pOrªº :
.-.io-:grárfi .- - yuc.»uCLeXíOSautobigra'fi-
Muslims. Cultural Dütlügyies in PostmoJernity ttntl Tradítion" (1990), escrÀ-
to em co-autoria entre M. 'J. Fischer and Mehdi Abedi. Da leitura desta cos',,re?gO
grego reuniautós,
dãuMs,
os sobserviSerVlríi
umar'iaidde"íe;;ete'
entAç?"1.,J.----"
idade colaeitmivpedia.ªA"rpraetendênci
sença doa-àpresupressao
Fvo auto, 'doí:ll:
-
-

instigante etnografia surge ui-na imagem do Islã negociada através do en- e-dienquant
nf'-eq-renças
u- -antoOo="int"etotrragrupos,
emrmoº'JetlLniaogoilenfouPeOtcal"atínzisizarnandoenlia,,trpara:asilzc,;zªlsiüüºnai0?-.....,
ase?üipontn.guíu(JLlalarmidadesi..aua
9e, eStcadasu,)eiro-autor,
sujSerintoeSmOS
Ja-utor,
contro entre dois antropólogos de distintas tradições culturais. Na mesma l ent e e
perspectiva de construçáo dialógica de conhecimento, temos Portrait of a SUlelCOS
sujeitos em umerlldeterminado urrí rlers?rmi grupo---l-cultu-'-"ral. ªAssí' m, poderfamos-penQar 'em
Greek imúgirúnüon. An ethnogíttphic bíography of Anr:Ireís Neneíttkis" as?????
comodedeespaços comuni c at i v os ' teeraçÁoª'
«: l i s cur s i v os at r a vés àos quai s
"-J:'
auroetnografi: +
- CrlrY'lnní--+-. =

(1997), CIO antropólogo Michael Herzfeld, que funde elementos tanto das encomro :onrro s?í b j e
.çííWr-tí-:.L-]--"t i v i d ades",- '
, ..,.)cuviuaaes , teraçÁo de subjetividades em a i n : ; e "sl ' l
dítas,alogo.e-mails,
De cerobrastaobras
foescrirma,tataescritas
sremnbémformapoderem
diaialórr,r...
sergica,emprco-aut.»:-íz
egadooría"s,naetleCit.ura de Car-
ocorre o "«
biografias quanto das etnografias. Nesta "biografia etnográfica" o antropó-
logo HerzfeM trabalha sobre o ponto de íntersecç;ão entre uma tr;a3etória de ??-- --. -mpvczauo na ieii

vida singular - a CIO romancista cretense .A?ndreas Nenedakis - as tra') etórias l í!-'iém «lisso, o conceito de au-tOetnOlgrafi. ---a também me parece
--... ---xt IIIC ydr«íCe produti
produtí--
de outras subjetividades, e a sua própr'n. 9
já em Paperttzngos (1998), Julie Taylor reáne os recursos da escrita l 'vo em estratégi: as de leitura de discursos de construção cle selves mais "tradi-
l
l
autobiográfica e etnográfica para falar sobre a construçao da identidaíle l aeciornaie-fl-seexao
",%aÍtai-ºs0'(como autobiuato:tgra'
dol" oçusui
sujeito,iu,(auto)
o , ü : ?Â,S:rafiaLs?e memórias, que enfatizam 05 prOCeSSOS
sobre suapropm
l cultural argentina em torno do gênero musical considerado nacional e de
sua dança. Numa belfssima narrativa, a experiência pessoal e os dados auto-
I
identítária em uma col,---.,eti..JLl vidade (etnniprópri
lC(etno)
»ua aínserção
ínserção social, histórica,
ou coletivmid:-:à-'
níi r,l a'des.- "Nestes-Wos,:
conceito de autoetnograh:a .permite que
y-- . o. --)=-tivu
subjetivCo Oe COlerlVO
o coletivo-nF;
nãO ;Se)am
s:Jjam
l

biográficos da antropóloga, que viveu naquele país durante mais de dez anos,
sao incorporados ao processo de construçao de uma escrita que desafia os »
maís percebidos como noções oposras, mas em continuidade, continuida-
critérios tradicionais de definiçao dos feneros autobiografia e etnografia.
87
86
l
ffi«

?
de esta que vai se estabelecendo através da identificação parc'í:al e pontual todos elemerítos que estão presentes na
do sujeito com grupos identitários variados. construç.ão de seus objetos de eSfü-aO.
Entendiaos enquanto "novos objetos", todos os tipos de proáuç;óes Assim, dentre as iªnúmeras-d?Íscus's;oes suscitadas pelo amplo debate ern
,,l.

culturais acima mencionados (coletaneas, obras assinaaas em co-autoria, üornO de urna '"antroDoJo»ía
antropol :nrsc ---l-- -,"I?IT)a que pode ?ntereSS;lr eSpe-
l ??b.ogi. aí-w.pós-moderna",
í-iuuuerna
dacidaficl'eiameme àquelcujcujoo eobjs pesqui sprediadordeelsenrí-rí;l.-'
daoculsejtuar-am-loos--'caJidiª'szcursos
ados nadeárconstrução-de
ea de estuílos
autobiografias, etc) surgiriam a partir da construção de um instrumental
teí"rico - o conceito de autoetnografia - que procura lidar com subjetivi- litemura
tsemura eobjeto
t-

o de
zl

çãi
.- -- --úvtcb ug

dades e identidades de modo complexo e relacional, e nao a parrir de opo-


l

sições. No entanto acredito que se'p em relação aos aspectos metoí:lol6gicos ?? é?a-forma
. .
sejve5 é 2 rrsrmü --- - "
. i a
COm0+umo aJ:aiguní íníropólcyoí V('Il ítl tnndo xobít 0 conctiío
e metateóricos que um conceito como o de autoetnografia pode ser espe-
cialmente produtivo em nossa área, os estudos literários e culturais, uma dofü aurpoímílnígauníral xmyoi
ú. Stíá»ólítsobyíyt»xo moào a<««i<COI --?--?IO eí+r conctirn rem xlçlo dixtuíi-
vez que, mais do que refletir a "descoberta" de um objeto (textos ou mode- sci p } i n ar ent r e t e or i a s l -. - -í - - P l c t Cii a e Oí ereC'- r um a
antropol- ªógicas e teorias de i tera-
los de "autoetnografias") anterior e exterior ao pesquisador, o conceito de 5camente pnt-"--"-
mra, e, mais especificami
autoetnografia surge como um neologismo que procura delimitar um ob- ção de etnografias e autobioprgÔI=- º-"""oe"' sººre processos de constru-
jeto construfdo a partir da predisposiçao do pesquísaàor em estafülecer
estratégias para a leitura de produções culturais que tematizem processos
de identificaçâo (Maffesoli, 1997), subjetivaçao e singularizaçâo (Guattari, No'r,«s

1986)'º coerentes com a escolha polftico-ética de buscar alternativas


conceituais que contribuam na construçao de uma episteme nao dualista, nas De Quin?-c?e-y-.e-. Tl..i-çu'.rueühhuitocuaErmar'
ThoíªComudo,emat»sol ramrVotnsear,éoohsüera queivsonto?fesraMríaaoucecr-i
gr[ne,te LúurConfidesssíBroinsgge,ofmdeEngrRainzsher MarOpiuiamRiEmerlke. , de
ou se') a, um tipo de pensamento que pme de pressupostos de multiplicidade,
que procura dar conta da diversidade e da particularidade, do singular e do
coletivo em contextos multiculturais. Ou seja, enquanto "novos objetos"
a----ldot-aidnacleexpendente
clusívamendete pgênero n.ceme,br-.---»-
a-.trL:g-i"a"ade]"'nqualCescrlepeqniue;tàaerel subjedeAPlíeoiernur-a-sej?-"a'
or mulh-enâores, jáàomique pnoàamee ser e,s seguropricWnaciuaserp:rlalmalmestrassocWa
? , ? ?-. ---wyíaua a guaiquer su
não autorítaria.
'etívídade -

Jul'"WEmbora Wata nessonJultepariensa. a'Xacomiloomen:-Au'


n:aoo rseeórreticFioíoraruassoMikhpo«lail BakemserhsertinverífiemvernenhcifadosicaAn=.uremn m0ment .m cxíOrü, Sirosíd-oni'débiª 'etandos de
-- -, ,,,aimeme, nao autorítarig.
estas autoetnografias sao construçfüs que refletem escolhas teórico-políti- l íATSON, rSMITH, ??-?l, .- yv?vxk()S Cle

cas do prí"prio pesquisador.


Este necessário reconhecimento pressupôe uma reflexão metodológica ?-. í , 3uíía. women, Autoáíogmp% Táeory A reaÁeí. MúJison, SX]isconsín: The
"'lATSõN íi,i= ívy-
Unfüersity of Wisconsin Press, 1998.
? ' -.-.-...vv Cll! .)IVI?1 H, Sidonie and

l e metateórica que, através da explicitaçao de pressupostos, permita a per- » " Cf capítulo I deste liwo.
cepçáo da relação entre os interesses do sujeito construtor de conhecimen-
eríªímsne eSCr
ürparazagelro?-OSfcale- Felmmi.-le-'rndulsnh+ahmymolStaáachtseüeClrceiearaFr(rro(omundi
aulOnEsmCnCar píst;aiieS,1105ntuS,íen,(NlImzfEUA.g(enas,Ilªespal'?ena.'XtcSPXªlr.z'í,cinaÀü+:lCedi-.l?S,---çe-=oçaal"la' tielnasnxm6ualíengtreipraespanhoh)
eespanhol
Senra urna)
í
í
5 Tá's Brítlge callert
to e a construção ae seus objetos de estuclo füm como uma reflexão sobre rmarco alnCnCar
l

»
l os processos áe interaçao e negociaçao entre sujeitos, a começar pelo pró- 1'11@rrrs m-- - -C. ? ?

l
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l
»
prio pesquisador da cultura que passa a reconhecer sua inclusão e partici- J " .A expressão "a'antropologya pós-moderna"
r.x

estes antropólozos.
não é eínpregada sem alg?imas ressalvas entre
pação nesses mesmos processos.
Este modo alternativo de pensarmos a produç.ío de conhecimento
exige do pesquísaáor da cultura uma postura altamente auto-reflexiva, pois car, russo
7 V;íje a pena dest;+í
como subst
. . .rvatHaioBakhri
parciaciianCOml
l. COmllmlmaaJíJíiliialía";"X;Xlalatstsononee'J'J'ames
pensí-fü.er-.e.asses.ment,í?aOCOrcíoído?orntredOíú6roínOcnoo rCampO
ríco Míkhaíl us o MídosdC+Slchaíestl eSCLl
r)pçrrpxír..-»- ames ClCliiff oorrd,d, o
? ? ? . ......, -u:xmportante deslocamento de Baku«lohsr(iInlOit.eSDesrálrriocasrreánovrietsndoi-n-fc-ioo'?"dosim' por;intaosnte70«lenneslodicarementçãooade
estes presmpostos o convidam a repens:ar seu papel de produtor de conhe- campo
tueor, r'aíesHeirinquea,rurdenruneúatórKricííKríozeagerdasegeredimOlaprOlinlootigíocnetaassíos,assíodursmca«mse:ntímseeuniredé'rr-rc.fcearc.---..-.-
ceadasioarnaí. Bahkr
- sl:-)e-L'uura
uma abor
aDOraagel d agem 'nrerellacaiocinalonaldadalínxlinua-gua-
cimento e sua prí'pria subjetividade, que também se constrói interativamente
e está circunstanciaaa por sua singular trajetória intelectual e pessoal, por ,BaUí
gem,
í)-Il' -

silenciado em pafsseuaCaSO
-in':+#0
" N ão é por nplqueíi - -Mi'-k'hail
oafpelos monoJogismo
sua inserção em diferentes grupos socioculturais, por interesses e curiosida-
88 I
l
89
oficíal, encontrou tainanha recepmi?e entre os estudiosos da líreratura desde a explosáo
das diversas prirraveras políticas e culturaís eyiropéias e íamericanas e seus efeiros na áiscus-
sao intelectual da cena ínternaáonal. Nao é de se estranhar que ele tenha ocupado, com sua
ciência do díálogo, um espaço que se mostrava vazio e que Eoí preenchido igualmente por
outros teóricüs do discurso íJa alteridade, da estética aa recepç.ío e da teoria da aí,ío comu-
nícatíva" (Olinto, 1993: 3).
ª' Uin de seus interesses como pesquisaclor é o estudo das elites Tongan e de farnílias àir:ís- C.üpm3?,o 3
tícas nos Estados Uniclos da Arnéríca. Ver. MARCUS, George and HALL, Perer. Lives ín
Trust.' The Fortírnts o?fDynristíc Famíjies ín Late Twentietb CenturyJlmericú. Boulder: Westvíew
Press, 1992.
º Voltarei a estas àuas obras no capítulo final deste liwo, mais especiFicamente no ítem "O
lugar do pesquisador, reflexívidade, imerlocuçao e füalogismo" (p. 228).
'º Para o conceito de "ideiitíficação", cE. MAFFESOLI Michel. (1997). A Trúnsfigurúção ío AUTOETINOGRAFIAS :
Político.' ú tri?imção do munÁo. Porto Megre: Suli ia, {especia!mente p. 126). Para os
conce'itos de "síngularizaçao" e "subjetívação", bem como as diFerenças entre esses doís con-
ceitos no pensamemo de Félix Guattari, cf. GUATTA?RI, Félíx e ROLNIK, Suely. (1986). CONCEITOS ALTERNATTVOS EM CONSTRUÇÃO
Micropolíticú. Cúrtogrúfms tlo desejo. Petrópolís: Vozes. Ver também Cap. 1, nota 7, p. 71
áeste volume.

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