Qual é mensagem da Bíblia?

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.

(Mateus 11:28)

Ela é o livro mais impresso e mais lido no mundo. Só no Brasil são

impressas 11 milhões de cópias por ano e está presente em 90% dos lares
brasileiros. A Bíblia é, sem dúvida, o maior livro da história. Mas, o que nos
conta a Bíblia? Será que sabemos direito qual o propósito dessas letras
sagradas?

Quando ainda criança, nos bancos da Escola Dominical, um texto já me

chamava atenção. Escrito no último livro da Bíblia, como um ato final de uma
grande peça, a última nota de uma grande sinfonia.

“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir,
entrarei e cearei com ele e ele comigo. ” ( Apocalipse 3.20)

Eu entendia essa mensagem como um convite à comunhão. E

realmente o é! Mas hoje vejo esse texto como um apelo final de alguém
apaixonado.

Alguém que fez coisas grandiosas, declarações grandiosas de amor,

todavia o receptor da mensagem permanece reticente, frio. Agora, o que faz o
amante? Ele apresenta-se à porta!

“Toc, toc, toc! ”

“Din dom”

“Alguém em casa? ”

Essas expressões poderiam muito bem substituir Apocalipse 3.20! Qual

seria a resposta apropriada e justa a elas?
 As pessoas leem a Bíblia e descobrem coisas incríveis lá. Desde
ciência, estratégia bélica, técnicas de construção e agrícolas até finanças, entre
outras. Descobriram, por exemplo que Deus gosta do número sete, e que este,
representa a perfeição de Jeová. Apontam que muito antes de Copérnico, a
Bíblia já expressava o conhecimento da forma arredondada da Terra em Isaías
-----. Há livros especializados em discutir os achados históricos e relacioná-los
à história bíblica. E outros especializados em elucidar as ‘denominadas’
contradições bíblicas.

Quando eu consegui ler a Bíblia inteira confesso que passei por todas
essas informações e tantas outras, mas não pude me prender em nenhuma
delas. Esses relatos, alguns belos, perfeitos, profundos, sagrados, outros nem
tanto, todos eles figuram como um pano de fundo de um enredo maior. O
segundo plano de uma bela paisagem, mas que possui em seu primeiro plano
sua figura maior, seu objetivo número um ou, melhor, único.

A Bíblia expressa uma declaração de amor, a maior declaração de amor.

Do Gêneses ao Apocalipse, Deus é o amante que cria, procura, orienta,
corrige, protege, e sustenta o homem.

Muitos artistas têm procurado pintar o quadro do coração de Jesus para

representar esse terno e eterno amor. Se eu fosse fazer uma pintura (se eu
soubesse pintar..) com esse mesmo objetivo, pintaria os pés sangrentos de
Deus como a expressão do amor que nós pouco conhecemos. Deus caminha
ao nosso lado sem desistir, sem recuar em suas promessas. Mas a Bíblia me
tem mostrado que nosso itinerário diário tem sangrado os pés do Senhor. A
Bíblia mostra o Deus que chora, que clama e sofre em ardente paixão pela
alma humana.

Com amor eterno eu te amei e com benignidade te atraí. (Jeremias 31.3)

Ele reclama quando escolhemos os ídolos e lhes viramos as costas. Ele

reclama quando deixamos sua casa vazia. Quando saímos a guerra sem lhe
pedirmos conselho.
 No livro de Oséias o amor lhe fere com uma traição. No livro de
Malaquias seus amados lhe roubam. Mas ele ainda usa Isaías e diz, “meus
braços ainda estão abertos, venham, convertam-se a mim! ” – (Isaías 59)

As pessoas gostam muito de falar sobre o céu e inferno como sendo os

dois temas mais importantes. Mas há algo mais sério a ser sempre elucidado.
Se uma pessoa rejeita o dom do amor de Deus, o que mais poderia esperar
dele? Por outro lado, alguém que abraça, que recebe esse amor, o que poderia
temer nesta vida ou em outra? ‘Nada’ seria a resposta? O apóstolo Paulo
concorda. Veja o que ele escreveu aos crentes de Roma sobre o poder desse
amor.

“Pois eu tenho a certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus:
nem a morte, nem a vida; nem os anjos, nem outras autoridades ou
poderes celestiais; nem o presente, nem o futuro; nem o mundo lá de
cima, nem o mundo lá de baixo. Em todo o Universo não há nada que
possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus,
o nosso Senhor.” (Romanos 8.38,39 NTLH)

Em nossa confusa história, muitos mitos foram criados para alegorizar o

livramento dos nossos maiores medos, ou pelo menos, nossa vontade de
triunfar sobre eles. Sabemos pela Bíblia, porém, que só esse amor incontido de
Deus é que nos livrará de todos os nossos temores. Só o amor de Deus nos
deixa ‘em casa’, só ele faz sossegar a nossa angustiada alma. Só o amor de
Deus liberta! Esse amor está derramado em cada página da Bíblia.