Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
E1
E2
Sérgio Kurokawa
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Prefácio
Sumário
4 Energia e potencial
Referências 179
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Capítulo 1
1
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P(x,y,z)
r
âz
ây y y
âx
r = x â x + y ây + z âz (1.1)
Para definir um vetor entre dois pontos, sendo que nenhum dos pontos coincide
com a origem, considere a Figura 1.2 onde se mostra, no espaço R3, os pontos O, A e B
e os vetores r1, r2 e r3.
A(xA, yA, zA)
r1 r3
2
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
r1 = x A â x + y A â y + z A â z (1.2)
r2 = x B âx + y B â y + z B â z (1.3)
r2 + r3 = r1 ⇔ r3 = r1 − r2 (1.4)
r3 = ( x A â x + yA ây + z A âz ) − (x B âx + y B â y + z B â z ) (1.5)
Manipulando a equação 1.5 verifica-se que r3 pode ser escrito como sendo:
r3 = ( x A − x B ) â x + ( y A − y B ) â y + ( z A − z B ) â z (1.6)
Solução: com base na equação 1.6, o vetor V será escrito como sendo:
V = ( 7 − 1) â x + (12 − 2) â y + ( −4 + 3) â z ⇒ V = 6 â x + 10 â y − 1 â z
3
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
âr
r
âr = (1.7)
r
Sendo:
r = x r â x + yr â y + z r â z (1.8)
2 2 2
r = x r + yr + z r (1.9)
Exemplo 1.3 - Sabendo que G = 2âx - 2ây - âz, determine o vetor unitário na direção do
vetor G.
Solução: O módulo de G é escrito como sendo:
2 2 1
âg = âx − ây − âz (1.10)
3 3 3
4
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
θAB
A = A x â x + A y ây + A z â z (1.12)
B = Bx â x + B y â y + Bz â z (1.13)
A . B = ( A x â x + A y â y + A z â z ) ( B x â x + B y â y + Bz â z ) (1.14)
A .B = A x Bx â x .â x + A x B y â x .â y + A x Bz â x .â z
+ A y B x â y .â x + A y By â y .â y + A y Bz â y .â z (1.15)
+ A z Bx â z .â x + A z B y â z .â y + A z Bz â z .â z
A equação 1.15 mostra que para obter o produto escalar entre A e B é necessário
calcular os produtos escalares entre os vetores unitários âx, ây e âz . Sabendo que estes
vetores unitários constituem uma base do espaço R3 (ou seja, são perpendiculares entre
5
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
â x .â x = 1 ; â x .â y = 0 ; â x .â z = 0 ; â y .â x = 0 ; â y .â y = 1 ; â y .â z = 0
(1.16)
â z .â x = 0 ; â z .â y = 0 ; â z .â z = 1
A . B = A x B x + A y B y + A z Bz (1.17)
â
Fig. 1.5 - Vetores B e â no espaço R3
â
P
Fig. 1.6 - projeção do vetor B na direção do vetor unitário â
6
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P = Pâ (1.18)
P = B cos θ (1.19)
Uma vez que â é um vetor unitário na direção do vetor P, a equação 1.19 pode
ser escrita como sendo:
P = B â cos θ (1.20)
P = B .â (1.21)
P = (B . â )â (1.22)
θAB
7
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A×B
A = A x â x + A y ây + A z â z (1.23)
B = Bx â x + B y â y + Bz â z (1.24)
A × B = ( A x â x + A y â y + A z â z ) × ( B x â x + B y â y + Bz â z ) (1.25)
A × B = ( A x B x ) â x × â x + ( A x B y ) â x × â y + (A x B z ) â x × â z +
( A y Bx ) â y × â x + ( A y B y ) â y × â y + ( A y Bz ) â y × â z + (1.26)
( A z B x ) â z × â x + ( A z B y ) â z × â y + ( A z Bz ) â z × â z
8
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A equação 1.26 mostra que o produto vetorial A×B ficou escrito em função do
produto vetorial entre os vetores unitários âx, ây e âz que, por constituírem uma base
vetorial, são perpendiculares entre si. Assim, aplicando o conceito de produto vetorial, o
produto vetorial entre os vetores unitários âx, ây e âz resulta em:
âx × âx = 0 ; âx × ây = âz ; âx × âz = − ây ; ây × â x = − â z ; ây × â y = 0
(1.27)
ây × âz = âx ; âz × âx = ây ; âz × ây = − âx ; âz × âz = 0
A × B = ( A x B x ) (0) + ( A x By ) (â z ) + ( A x Bz ) (−â y ) +
( A y B x ) (−â z ) + ( A y B y ) (0) + ( A y Bz ) (â x ) + (1.28)
( A z Bx ) (â y ) + ( A z B y ) ( −â x ) + ( A z Bz ) (0)
A × B = ( A y Bz − A z B y )â x + ( A z B x − A x Bz )â y + ( A x By − A y B x )â z (1.29)
âx ây âz
A × B = Ax Ay Az (1.30)
Bx By Bz
9
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
y
A
x
π
C = A B sen ⇒ C =6 (1.31)
2
y
A
C
10
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
O produto vetorial A×B pode ser mais facilmente obtido a partir do desenvolvimento do
determinante escrito na equação 1.30. Substituindo as componentes de A e B na
equação (1.30) obtém-se:
âx ây âz
A×B = 0 2 0 (1.33)
0 0 3
A × B = 6 âx (1.34)
1.6 Campos
Matematicamente, um campo é definido como uma função de um conjunto de
variáveis em um determinado espaço. Esta função representa uma grandeza qualquer
(escalar ou vetorial) em uma porção do espaço.
f ( x , y, z ) = x 2 + y 2 + 5z 2 (1.35)
Na equação 1.35, verifica-se que para cada ponto P(x,y,z) do espaço, é atribuído
um valor para a função escalar f(x,y,z). Então, f(x,y,z) descreve um campo escalar. A
função f(x,y,z) pode, por exemplo, descrever a temperatura em cada ponto P(x,y,z) do
espaço. Assim, a cada ponto P(x,y,z) é atribuído uma temperatura cujo valor é função da
localização deste ponto. No exemplo descrito na equação 1.35, diz-se que o campo é
11
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
estático, pois ele não depende do tempo. Caso a temperatura em cada ponto do espaço
varie também em função do tempo, teríamos um campo escalar variável no tempo.
F ( x , y, z) = A x ( x , y, z) â x + A y ( x , y, z) â y + A z ( x , y, z) â z (1.36)
A equação 1.36 mostra que a cada ponto P(x,y,z) é atribuído um vetor F(x,y,z)
cujas componentes são funções da posição do ponto P(x,y,z). Verifica-se que a cada
ponto do espaço é atribuído um vetor descrito pela função vetorial F(x,y,z). Portanto,
F(x,y,z) descreve um campo vetorial.
12
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
zp
P(xp, yp ,zp)
yp
y
xp
x
Fig. 1.12 – Localização de um ponto no sistema de coordenadas cartesianas
P(x, y ,z)
y
y
x
x
Fig. 1.13 - Ponto P genérico representado no sistema de coordenadas cartesianas
13
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P(ρ, φ ,z)
y
ρ y
x φ
x
Fig. 1.14 - Ponto P genérico representado no sistema de coordenadas cilíndricas
x = ρ cos φ (1.37)
y = ρ sen φ (1.38)
ρ= x 2 + y2 (1.39)
Solução: Observe que a função T(x,y,z) é um campo escalar, pois a cada ponto de uma
determinada região do espaço ela atribui uma temperatura (que é uma grandeza
escalar). Substituindo as equações 1.37 e 1.38 na função T(x,y,z) obtém-se a
temperatura em cada ponto do espaço, sendo estes pontos definidos no sistema de
coordenadas cilíndricas. Têm-se então:
14
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρ = 5,3852 (1.42)
-2
ρ
φ
θ
y
-5
x
Fig. 1.15 - Localização do ângulo φ no plano xy
15
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
2
tan g θ = ⇔ θ = 0,3805 rads (1.43)
5
3
φ= π − θ ⇔ φ = 4,3319 rads ⇔ cos φ = − 0,3714 (1.44)
2
Uma vez obtidos os valores de ρ, z e cosφ, substitui-se estes valores na função que
expressa a densidade do corpo, obtendo-se o seguinte valor:
Observe, nos exemplo 1.5 e 1.6, que para um determinado ponto P, o campo escalar
possui o mesmo valor, independentemente do sistema de coordenadas no qual o campo
está representado.
θ P(r, θ, φ)
r
y
y
φ
x
16
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
r = r x2 + y2 + z2 ;r≥0 (1.49)
z
θ = arc cos ;0 ≤ θ≤ π (1.50)
x 2 + y2 + z 2
y
φ = arc tg (1.51)
x
z âz
âφ
P(ρ, φ ,z)
âρ
y
ρ y
x φ
P’
vetor A(ρ,φ,z) nas direções âρ, â φ e âz e tais componentes são, de maneira genérica,
funções escalares de ρ,φ e z.
17
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Observe, na Figura 1.17, que o vetor unitário âρ em qualquer ponto P(ρ,φ,z) está
dirigido radialmente para fora. O vetor unitário âφ é tangente, no ponto P(ρ,φ,z), ao
cilindro de raio ρ. O vetor â φ aponta na direção crescente de φ e o vetor unitário â Z
aponta na direção do eixo z.
O vetor unitário â ρ aponta sempre na direção radial para fora. O mesmo ocorre
com o vetor unitário â z que aponta sempre na direção do eixo z. No entanto, verifica-se
que a direção em que aponta o vetor unitário âφ depende do ponto em que foi definida a
base vetorial. Portanto, para definir um vetor no sistema de coordenadas cilíndricas é
necessário especificar o ponto em que o vetor será definido.
Como exemplo, considere os pontos P1(ρ1, φ1 = π/2, z1) e P2(ρ2, φ2 = 0, z2) na
Figura 1.18. É possível construir as bases definidas pelos vetores unitários â ρ, âφ e âz
nestes dois pontos e em seguida verificar como elas se comportam.
z
z2
ρ2 âz âφ
âz
ρ1
z1
âφ P1 âρ
âρ
P2
Verifica-se na Fig. 1.18 que o vetor unitário âρ aponta sempre na direção radial
para fora (tanto para ρ = ρ1 , em P1, quanto para ρ = ρ2 em P2). O mesmo ocorre com o
vetor unitário âz que nos pontos P1 e P2 aponta sempre na direção do eixo z. No entanto,
verifica-se que a direção em que aponta o vetor unitário âφ depende do ponto (P1 ou P2)
em que foi definida a base vetorial.
18
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
âr
P âφ
âθ
θ
O vetor unitário â r aponta, para fora, na direção do raio r enquanto que o vetor
unitário âφ é tangente, no ponto P(r,θ,φ), ao cilindro de raio ρ. O vetor âθ é tangente, no
ponto P(r,θ,φ), à esfera de raio r cujo centro está na origem do sistema de coordenadas
cartesianas. Os vetores â θ e â φ apontam na direção crescente dos ângulos θ e φ,
respectivamente.
Um vetor A(r,θ, φ), em coordenadas esféricas, é escrito como sendo:
A ( r , θ, φ) = A r ( r , θ, φ) â r + A θ ( r , θ, φ) â θ + A φ ( r , θ, φ) â φ (1.53)
19
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
âr
P1 âφ
âθ
θ1
r1
φ1 r2
P2 âφ
x
φ2
âθ âr
20
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A ( x , y, z) = A x â x + A y â y + A zcart â z (1.54)
z
z âz
ρ
âφ
âρ
âz
ây ρ senφ
y
âx φ
ρ cosφ
x
Fig. 1.21 - Bases vetoriais nos sistemas de coordenadas cartesianas e cilíndricas
Aρ = A(x, y, z) . âρ (1.56)
A φ = A(x, y, z) . â φ (1.57)
21
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A ρ = ( A x â x + A y â y + A zcart â z ) . âρ (1.59)
A φ = (A x â x + A y â y + A zcart âz ) . âφ (1.60)
A ρ = A x âx . âρ + A y â y . âρ + A zcart âz . âρ (1.62)
A φ = A x â x . â φ + A y â y . â φ + A zcart â z . â φ (1.63)
A ρ = A x â x . â ρ + A y â y . âρ (1.65)
A φ = A x â x . â φ + A y â y . âφ (1.66)
90 - φ
φ
ây y
ρ φ
âφ
âx
φ
âρ
22
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Observando a Figura 1.22 verifica-se que os produtos escalares âx.âρ, ây.âρ, âx.âφ
e ây.âφ são escritos como sendo:
âx . âρ = âx âρ cos φ (1.68)
ây . âρ = ây âρ cos(90 − φ) (1.69)
â x . â φ = â x â φ cos(90 + φ) (1.70)
â y . â φ = â y â φ cos φ (1.71)
âx . âρ = cos φ (1.72)
â y . â ρ = cos(90 − φ) (1.73)
â x . â φ = cos(90 + φ) (1.74)
â y . â φ = cos φ (1.75)
âx . âρ = cos φ (1.76)
â y . âρ = senφ (1.77)
â x . âφ = − senφ (1.78)
â y . â φ = cos φ (1.79)
23
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
As equações 1.80 - 1.82 podem ser escritas na forma matricial como sendo:
Aρ cos φ senφ 0 A x
A = − senφ cos φ 0 A (1.83)
φ x
A zcil 0 0 1 A zcart
A x cos φ − senφ 0 A ρ
A = senφ cos φ 0 A (1.84)
y φ
A zcart 0 0 1 A zcil
Observe, nas equações 1.83 e 1.84, que o ângulo ϕ está relacionado ao ponto
onde foi (ou será) definido o vetor A no sistema de coordenadas cilíndricas conforme
mostra a Figura 1.23.
z âz
ρ
âφ Ponto onde está definido o vetor A
no sistema de coordenadas cilíndricas
P(ρ,φ,z)
âρ
âz
ây ρ senφ
y
âx φ ρ
x = ρ cosφ
24
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A
âz âz A
âφ
P(ρ,φ,z) ây
âρ âx
(a) (b)
Fig. 1.24 - Vetor A representado nos sistemas cilíndricos (a) e cartesiano (b) de
coordenadas
Exemplo 1.7 – Sabe-se que o vetor A, no ponto P(ρ=5; φ=0,9273; z=7), é escrito como
A = 2âρ + 3 âφ - âz , determine este vetor no sistema de coordenadas cartesianas.
Solução: A Figura 1.25 mostra os vetores unitários que constituem as bases dos
sistemas cartesianos e cilíndricos.
z=7 z ρ=5 âz
âφ
P(ρ,φ,z)
âρ
âz
ây ρ senφ
âx y
φ=0,9273
ρ cosφ
A ρ = 2 ; A φ = + 3 ; A zcil = − 1 (1.86)
3 4
− 0
Ax 5 5
2
A = 4 3
0 3
(1.87)
y 5 5
A zcart 0 0 1 − 1
6 12
Ax = − (1.88)
5 5
8 9
Ay = + (1.89)
5 5
A zcart = − 1 (1.90)
6 17
A = − âx + ây − â z (1.91)
5 5
Exemplo 1.8 – Converta o vetor A = 2âx - 5ây + 3âz para o sistema de coordenadas
cilíndricas no ponto P(-2, 3, 1).
26
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P(-2,3)
-2
π-φ
ρ
φ 3 y
x
Fig. 1.26 - Ponto P(-2,3,1) no plano xy
ρ = 22 + 32 => ρ = 13 (1.92)
2 2 2
cos(π − φ) = => − cos φ = => cos φ = − (1.93)
13 13 13
3 3 3
sen (π − φ) = => senφ = => senφ = (1.94)
13 13 13
Observe que o valor de cosϕ é negativo. Isto era esperado, pelo fato de ϕ estar
no segundo quadrante.
As componentes do vetor A em coordenadas cartesianas foram fornecidas e
valem:
A x = 2 ; A y = − 5 ; A zcart = 3 (1.95)
27
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
2 3
− 0
Aρ 13 13
2
A = − 3
−
2
0 − 5 (1.96)
φ 13 13
A zcil 0 0 1 3
4 15
Aρ = − − (1.97)
13 13
6 10
Aφ = − + (1.98)
13 13
A zcil = 3 (1.99)
19 4
A= − âρ + âφ + 3 âz (1.100)
13 13
28
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
âr
âφ
θ âθ
r
âz
ây y
âx
φ
x
A (x , y, z) = A x â x + A y â y + A z â z (1.101)
A (r, θ, φ) = A r â r + A θ â θ + A φ â φ (1.102)
A r = A(x, y, z) . âr (1.103)
A θ = A(x, y, z) . â θ (1.104)
A φ = A(x, y, z) . â φ (1.105)
29
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A r = (A x âx + A y ây + A z â z ) . âr (1.106)
A θ = (A x â x + A y ây + A z âz ) . âθ (1.107)
A φ = (A x â x + A y ây + A z âz ) . âφ (1.108)
A r = A x âx . âr + A y â y . âr + A z âz . â r (1.109)
A θ = A x â x . â θ + A y â y . âθ + A z â z . â θ (1.110)
A φ = A x â x . â φ + A y â y . âφ + A z â z . â φ (1.111)
Nas equações 1.115 e 1.116 θ e ϕ estão relacionados ao ponto onde está definido
o vetor A no sistema de coordenadas esféricas, conforme mostra a Figura 1.28.
30
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
r
âz
ây y y
âx
φ
x
x
A
âθ âz A
âφ
P(r,θ,φ) ây
Âr âx
(a) (b)
Fig. 1.29 - Vetor A representado nos sistemas esférico (a) e cartesiano (b) de
coordenadas
Exemplo 1.9 – Sabendo que no ponto P(r=5; θ=π/6, φ=π/3) o vetor A é definido como
A = 2âr + 3âθ - âφ determine este vetor no sistema de coordenadas cartesianas.
Solução: A Figura 1.30 mostra os vetores unitários que constituem as bases dos
sistemas cartesiano e esférico.
31
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
z
âr
âφ
P(r,θ,φ)
θ=π/6 âθ
r=5
âz
ây y y
âx
φ=π/3
x
x
r =5 (1.117)
1 3
cos φ = ; senφ = (1.118)
2 2
3 1
cos θ = ; senθ = (1.119)
2 2
A r = 2 ; A θ = + 3 ; A φl = − 1 (1.120)
32
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
1 3 3
−
A x 4 4 2 2
A = 3 3 1
3 (1.121)
y 4 4 2
A z 3 1 − 1
− 0
2 2
2 3 3 3
Ax = + + (1.122)
4 4 2
2 3 9 1
Ay = + − (1.123)
4 4 2
2 3 3
Az = − (1.124)
2 2
5 3 + 2 2 3 + 7 2 3 −3
A= âx + ây − âz (1.125)
4 4 2
Exemplo 1.10 – Converta o vetor A = 2âx - 5ây + 3âz para o sistema de coordenadas
esféricas no ponto P(-2, 3, 1).
Solução: Incialmente o ponto P(-2, 3, 1), onde estará o vetor A, será convertido para o
sistema de coordenadas esféricas de modo que seja possível especificar os ângulos θ e
φ.
Para encontrar o ângulo φ, definido no plano xy, considere tal plano e os pontos x = -2
e y =3, conforme mostra a Figura 1.30.
33
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P(-2, 3, 1)
-2
π-φ
ρ
φ 3 y
A Figura 1.30 mostra que φ está localizado no segundo quadrante do plano xy.
Desta Figura obtém-se:
ρ = 2 2 + 32 => ρ = 13 (1.126)
2 2 2
cos(π − φ) = => − cos φ = => cos φ = − (1.127)
13 13 13
3 3 3
sen (π − φ) = => senφ = => senφ = (1.128)
13 13 13
Para encontrar o ângulo θ, considere a Figura 1.31 onde é mostrado o ponto P(-2, 3,
1). Desta figura verifica-se que:
r = x 2 + y2 + z 2 => r = 14 (1.129)
z 1
cos θ = => cos θ = (1.130)
r 14
13
senθ = 1 − cos2 θ => senθ = (1.131)
14
34
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z=1
r
θ
x=-2
ρ
y
y=3
φ
2 3 1
− 14 14 14 2
Ar
2 3 13
A θ = − 182 182
− −5
14
(1.132)
A φ 3
3 2
− − 0
13 13
16
Ar = − (1.133)
14
58
Aθ = − (1.134)
182
4
Aφ = (1.135)
13
35
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
16 58 4
A=− âr − âθ + âφ (1.136)
14 182 13
dz
dx
dy
x
Fig. 1.31 - Elemento diferencial de volume no sistema de coordenadas cartesianas
dvol = dx dy dz (1.137)
36
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
2 9 7
vol = ∫ dx ∫ dy ∫ dz (1.139)
−1 7 3
ds4 ds3
ds5 ds2
ds1 = dx dy â z (1.140)
ds 2 = dx dy (−âz ) ⇒ ds 2 = − dx dy âz (1.141)
ds 3 = dx dz ây (1.142)
ds 4 = − dx dz â y (1.143)
ds 5 = dydz âx (1.144)
É possível definir também o elemento diferencial de área ds6, que não consta da
Figura 1.32, como sendo:
37
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ds 6 = − dydz â x ⇒ ds 6 = − ds 5 (1.145)
area = ∫∫ dx dz (1.146)
sup erfície
7 2
area = ∫ dx ∫ dz (1.147)
3 −3
z
B
38
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
dL = (x B − x A ) â x + ( y B − y A ) â y + (z B − z A ) â z (1.144)
dL = dx â x + dy ây + dz âz (1.145)
z
dL dzâz
dyây
dxâx
A
x
Fig. 1.34 - Elemento diferencial de comprimento dL no sistema de coordenadas
cartesianas
dvol = ρ dφ dρ dz (1.146)
39
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
dz
dρ ρ dφ
R0 2π h
vol = ∫ ρ dρ ∫ dφ ∫ dz (1.148)
0 0 0
1
vol = (R 0 )2 2π h ⇒ vol = π (R 0 )2 h (1.149)
2
40
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ds2
z
dz
ds1
dρ ρ dφ
ds 2 = ρdφ dρ âz ⇒ ds 2 = ρ dρ dφ âz (1.151)
area = ∫∫ ρ dρ dφ (1.152)
sup erfície
R0 2π
1
vol = ∫ ρ dρ ∫ dφ ⇒ vol = (R 0 )2 2π ⇒ vol = π (R 0 )2 (1.153)
0 0
2
41
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
area = ∫∫ ρ dφ dz (1.154)
sup erfície
2π h
vol = ρ ∫ dφ ∫ dz ⇒ vol = R 0 2π h ⇒ vol = 2π R 0 h (1.155)
0 0
dr
r dθ
ds
r senθ dφ
42
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫∫∫ r
2
vol = dr senθ dθ dφ (1.157)
volume
R0 2π π
vol = ∫ r 2 dr ∫ dφ ∫ senθ dθ (1.158)
0 0 0
1
vol = (R 0 )3 2π (2) ⇒ vol = 4 π (R 0 )3 (1.159)
3 3
43
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫∫ r
2
area = dr senθ dθ dφ (1.161)
sup erfície
2π π
∆x
superfície com área S
44
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∆x
v= (1.163)
∆t
∆Vol = ∆x S (1.164)
∆Vol
∆x = (1.165)
S
∆Vol = v S ∆t (1.166)
Sabe-se que o volume ∆Vol do fluído pode ser escrita em função de sua massa
específica ρ como sendo:
∆m
∆Vol = (1.167)
ρ
∆m
=ρvS (1.168)
∆t
ω=ρ v S 1.169
45
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ân
θ
v v
ân
v θ
θ v
Observe, na Figura 1.44, que S1 é maior que S. No entanto, o fluxo que atravessa
as duas superfícies é o mesmo.
De acordo com a equação 1.169, o fluxo que atravessa a superfície S é dado por:
ω=ρ v S (1.170)
Da Figura 1.41 é possível verificar que a área S é a projeção da área S1. Deste
modo, é possível escrever:
S = S1 cos θ (1.171)
ω = ρ v S1 cos θ (1.172)
46
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ω = ρ v ⋅ (S1 ân ) (1.173)
Uma vez que a velocidade do fluído não é constante em toda a superfície S1, não é
possível utilizar a equação 1.173 para calcular o fluxo através desta superfície. No
entanto, é possível considerar uma pequena superfície ∆si em que a velocidade é
constante e possui um valor vi conforme mostra a Figura 1.43.
âni
θi
vi
S
v ∆si
47
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
constantes, é possível aplicar a equação 1.173 para obter o fluxo através de cada uma
das superfícies ∆si. Assim pode-se dizer que o fluxo através da superfície S pode ser
escrito, de maneira aproximada, como sendo:
n
ω ≅ ∑ ρ v i ⋅ (∆si âni ) (1.174)
i =1
∞
ω = ∑ ρ v i ⋅ (∆si âni ) (1.175)
i =1
ω = ∫ ρ v ⋅ (ds ân ) (1.176)
S
O vetor dsi ân pode ser escrito como ds. Neste caso, o vetor ds representa um vetor
que é perpendicular à superfície S em todos os pontos desta superfície. Deste modo a
equação (1.176) torna-se:
ω = ∫ ρ v ⋅ (d s ) (1.177)
S
ω = ∫ A ⋅ (ds ) (1.178)
S
ω = ∫ A ⋅ (ds ) (1.179)
S
48
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A S
∫S A ⋅ (ds) = 0 (1.180)
49
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Quando o fluxo através de uma superfície fechada é maior que zero, diz-se que há
fontes do campo no interior da superfície.
50
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Quando o fluxo através de uma superfície fechada é menor que zero, diz-se que há
sorvedouros do campo no interior da superfície.
Exemplo 1.18 - Considere o campo vetorial A = 5âx - 3ây + 2âz. Determine o fluxo que
atravessa a superfície do paralelepípedo definido por 1≤ x ≤ 4, -3≤ y ≤ 2 e 2≤ z ≤ 7.
Exemplo 1.19 - Considere o campo vetorial A = 5xâx – 3yây + 2zâz. Determine o fluxo
que atravessa a superfície do paralelepípedo definido por 1 ≤ x ≤ 4, -3≤ y ≤ 2 e 2≤ z ≤ 7.
Exemplo 1.21 - Considere o campo vetorial A = 3âρ + 2zâz. Determine o fluxo que
atravessa a superfície cilíndrica 0 ≤ z ≤ 5, ρ = 5 e 0 ≤ ϕ ≤ 2π.
1.15 Divergente
O divergente de um campo vetorial A é definido como sendo o fluxo de A através
de uma superfície fechada S quando o volume desta superfície tende a zero, ou seja:
div A = ∇. A = lim
∫S A ⋅ (ds) (1.183)
∆vol → 0 ∆vol
51
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
F
z
G
D E
y
x H
I
B C
∆x ∆y ∆z
B( x + ,y− ,z − ) (1.184)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
C( x + ,y+ ,z− ) (1.185)
2 2 2
52
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∆x ∆y ∆z
D(x + ,y− ,z + ) (1.186)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
E( x + , y+ ,z + ) (1.187)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
F(x − , y− ,z + ) (1.188)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
G(x − ,y+ ,z+ ) (1.189)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
H( x − ,y− ,z− ) (1.190)
2 2 2
∆x ∆y ∆z
I( x − , y+ ,z− ) (1.191)
2 2 2
∆s2
z
∆s6
∆s4 ∆s1
y
∆s3
x ∆s5
∆s 1 = ∆x ∆z â y (1.192)
∆s 2 = ∆x ∆y â z (1.193)
∆s 3 = ∆y ∆z â x (1.194)
∆s4 = ∆x ∆z (− ây ) (1.195)
∆s 5 = ∆x ∆y ( − â z ) (1.196)
∆s6 = ∆y ∆z (− â x ) (1.197)
A (x , y, z) = A x ( x , y, z) â x + A y (x , y, z) â y + A z (x , y, z) â z (1.198)
53
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫S A ⋅ (ds) = ∫S A1 ⋅ (ds1 ) + ∫S
1 2
A 2 ⋅ (ds 2 ) + ∫ A 3 ⋅ (ds 3 ) + ∫ A 4 ⋅ (ds 4 ) +
S3 S4
(1.199)
∫S 5
A 5 ⋅ (d s 5 ) + ∫ A 6 ⋅ (d s 6 )
S6
∆y
A1 = A ( x , y + , z) = A1x â x + A1y â y + A1z â z (1.200)
2
∆z
A 2 = A ( x, y , z + ) = A 2 x âx + A 2 y ây + A 2z âz (1.201)
2
∆x
A3 = A (x + , y , z ) = A 3 x â x + A 3 y â y + A 3z â z (1.202)
2
∆y
A4 = A ( x , y − , z ) = A 4 x â x + A 4 yâ y + A 4 z â z (1.203)
2
∆z
A5 = A (x , y , z − ) = A5x â x + A5y â y + A5z â z (1.204)
2
∆x
A6 = A (x − , y , z) = A 6 x â x + A6 y â y + A6 z â z (1.205)
2
Para obter as parcelas que constituem a equação 1.199, será considerado que as
superfícies mostradas na Figura 1.50 são pequenas o suficiente para que o vetor A seja
considerado constante nestas superfícies. Assim, o fluxo que atravessa a superfície S1 é
escrito como sendo:
∫S A1 ⋅ (ds1 ) ≈ A1 ⋅ (ds1 )
1
(1.206)
∫S A1 ⋅ (ds1 ) ≈ A1y ∆x ∆z
1
(1.208)
54
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫S 2
A 2 ⋅ (ds 2 ) ≈ A 2 z ∆x ∆y (1.209)
∫S 3
A 3 ⋅ (ds 3 ) ≈ A3x ∆y ∆z (1.210)
∫S 4
A 4 ⋅ (ds4 ) ≈ − A 4 y ∆x ∆z (1.211)
∫S 5
A 5 ⋅ (ds5 ) ≈ − A5z ∆x ∆y (1.212)
∫S 6
A 6 ⋅ (ds 6 ) ≈ − A 6 x ∆y ∆z (1.213)
∆y ∆y ∂ A y ( x , y , z)
A1y = A y ( x , y + , z) ≈ A y ( x , y , z) + (1.214)
2 2 ∂y
∆z ∆z ∂ A z (x , y , z)
A 2 z = A z ( x, y , z + ) ≈ A z ( x , y , z) + (1.215)
2 2 ∂z
∆x ∆x ∂ A x ( x , y , z )
A3x = A x ( x + , y , z) ≈ A x ( x , y , z) + (1.216)
2 2 ∂x
∆y ∆y ∂ A y ( x , y , z )
A 4 y = A y ( x, y − , z) ≈ A y ( x , y , z) − (1.217)
2 2 ∂y
∆z ∆z ∂ A z ( x , y , z )
A5z = A z ( x , y , z − ) ≈ A z (x , y , z) − (1.218)
2 2 ∂z
∆x ∆x ∂ A x ( x , y , z )
A 6 x = A x (x − , y , z) ≈ A x ( x , y , z) − (1.219)
2 2 ∂x
∆y ∂ A y ( x , y , z )
∫S A1 ⋅ (ds1 ) ≈ (A y (x, y , z) +
1 2 ∂y
) ∆x ∆z (1.220)
55
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∆z ∂ A z (x , y , z)
∫S 2
A 2 ⋅ (ds 2 ) ≈ (A z ( x , y , z) +
2 ∂z
) ∆x ∆y (1.221)
∆x ∂ A x (x , y , z)
∫S 3
A 3 ⋅ (d s 3 ) ≈ ( A x ( x , y , z ) +
2 ∂x
) ∆y ∆z (1.222)
∆y ∂ A y ( x , y , z )
∫S 4
A 4 ⋅ (d s 4 ) ≈ − (A y ( x , y , z ) −
2 ∂y
) ∆x ∆z (1.223)
∆z ∂ A z ( x , y , z )
∫S 5
A5 ⋅ (ds 5 ) ≈ − (A z ( x , y , z) −
2 ∂z
) ∆x ∆y (1.224)
∆x ∂ A x ( x , y , z )
∫S 6
A 6 ⋅ (d s 6 ) ≈ − ( A x ( x , y , z ) −
2 ∂x
) ∆y ∆z (1.225)
∆y ∂ A y ( x , y , z ) ∆z ∂ A z ( x , y , z )
∫S A ⋅ (ds) ≈ (A y ( x, y , z) + 2 ∂y
) ∆x ∆z + (A z (x , y , z) +
2 ∂z
) ∆x ∆y +
∆x ∂ A x ( x , y , z ) ∆y ∂ A y ( x , y , z )
(A x (x , y , z) + ) ∆y ∆z − ( A y ( x , y , z ) − ) ∆x ∆z
2 ∂x 2 ∂y
∆z ∂ A z ( x , y , z ) ∆x ∂ A x ( x , y , z )
− (A z ( x , y , z ) − ) ∆x ∆y − (A x ( x , y , z) − ) ∆y ∆z (1.226)
2 ∂z 2 ∂x
∂ A x ( x , y , z) ∂ A y ( x , y , z) ∂ A z ( x , y , z)
∫S A ⋅ (ds) ≈ ∆x ∆y∆z ∂x
+
∂y
+
∂z
(1.227)
lim
∫S A ⋅ (ds) = ∂ A x (x, y , z) + ∂ A y ( x, y , z) + ∂ Az ( x, y , z)
(1.228)
∆vol ∂x ∂y ∂z
∆vol → 0
56
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∂ A x ( x , y , z) ∂ A y (x , y , z) ∂ A z ( x , y , z)
∇. A = + + (1.229)
∂x ∂y ∂z
∇. A =
(
1 ∂ r 2 A r (r, θ , φ)
+
) 1 ∂ (A θ (r, θ , φ) senθ)
2
r ∂r r senθ ∂θ
(1.231)
1 ∂ A φ (r, θ , φ)
+
r senθ ∂φ
z F(x,y,z)
B
A Caminho C
x
Figura 1.51 - Movimento do corpo no caminho C
57
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z P2(x2,y2,z2)
P1(x1,y1,z1)
F = Fx â x + Fy â y + Fz â z (1.232)
∆L = ∆x â x + ∆y â y + ∆z â z (1.233)
∆w = Fx ∆x + Fy ∆y + Fz ∆z (1.233)
Observe que a equação 1.233 pode ser escrita como sendo o produto escalar dos
vetores F e ∆L mostrados nas equações 1.232 e 1.233. Portanto, o trabalho da força F
em um pequeno deslocamento ∆L pode ser escrito como sendo:
∆w = F . ∆L (1.234)
N
W ≈ ∑ Fi . ∆L i (1.235)
i =1
58
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
W = ∫ F(x,y,z) . ∆L (1.236)
C
W = ∫ F(x,y,z) . ∆L (1.237)
59
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Capítulo 2
60
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Fonte: http://www.infoescola.com/fisica/eletrosfera/
(prótons e nêutrons)
61
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
(exceto nos processos de fissão e fusão nuclear). O que define o tipo de carga com o
qual o corpo está carregado (carga positiva ou negativa) é a retirada ou a inclusão de
elétrons no corpo.
Assim, é possível explicar a repulsão que ocorre entre os bastões de plástico (e
entre os bastões de vidro) e a atração que acontece entre o bastão de plástico e de vidro.
Quando o bastão de plástico e a lã, inicialmente descarregados, são atritados, o
bastão retira elétrons da lã. Este processo faz com que o bastão fique com excesso de
elétrons e adquira uma carga negativa, enquanto que a lã passa a ter menos elétrons do
que prótons e adquire assim uma carga elétrica positiva.
Quanto ao bastão de vidro, a explicação para natureza de sua carga é que o atrito
dele com a seda faz com que o bastão perca elétrons para a seda. Assim o bastão fica
com menos elétrons do que prótons e adquira carga elétrica positiva enquanto que o
excesso de elétrons na seda faz com que ela adquira carga elétrica negativa.
z Q2
Q1
x
y
62
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
F2 F2
Q2 Q2
z z
Q1 Q1
Reta que une as
Reta que une as duas cargas
duas cargas F1 F1
x x
y y
z Q2 R12
Q1
x
y
R 12 = ( x 2 − x 1 ) â x + ( y 2 − y1 ) â y + ( z 2 − z 1 ) â z (2.1)
63
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
R 12
â 12 = (2.2)
R 12
Na equação (2.2) |R12| é o módulo de R12. Portanto o vetor unitário â12 será escrito
como sendo:
(x 2 − x1 ) â x + ( y 2 − y1 ) â y + (z 2 − z1 ) â z
â12 = (2.3)
( x 2 − x1 ) 2 + ( y 2 − y1 ) 2 + (z 2 − z1 ) 2
Q1 Q 2
F2 = 2
â 12 (2.3)
4 πε 0 R 12
A Lei de Coulomb também estabelece que a força F1 que atua na carga Q1 possui
o mesmo módulo da força F2, porém atua em sentido oposto, ou seja:
F1 = − F2 (2.4)
Q1 Q 2
F1 = 2
( − â 12 ) (2.5)
4 π ε 0 R 12
64
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1 Q2
y
x
Para calcular a força que atua na carga Q2, devido à carga Q1, vamos inicialmente
obter os vetores R12 e â12 mostrados na Fig. 2.6.
Q1 R12 Q2
y
â12
x
R 12 = 2 2 => R 12 = 2 (2.7)
R 12 2 ây
â 12 = => â 12 = => â 12 = â y (2.8)
R 12 2
Q1 Q 2 Q 20
F2 = 2
â 12 => F2 = ây (2.9)
4 πε 0 R 12 16π ε 0
65
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Sabendo que, de acordo com a Lei de Coulomb, a força F1 que atua na carga Q1
possui o mesmo módulo da força F2, porém atua em sentido oposto, têm-se:
Q 02
F1 = − F2 => F1 = ( −â y ) (2.10)
16 πε 0
Q1 R12 Q2
F1 F2 y
â12
x
Fig. 2.7 - Forças elétricas que atuam em duas cargas positivas localizadas no eixo y
Para obter a força elétrica, devido à carga Q1, devemos incialmente obter os
vetores R12 e â 12 mostrados na Fig. 2.8.
z
Q1 R12 Q2
y
x â12
R 12 = 2 2 => R 12 = 2 (2.12)
66
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
R 12 2 ây
â 12 = => â 12 = => â 12 = â y (2.13)
R 12 2
Q1 Q 2 − Q 20 Q 02
F2 = 2
â 12 => F2 = â y => F2 = ( −â y ) (2.14)
4 πε 0 R 12 16πε 0 16 πε 0
Sabendo que, de acordo com a Lei de Coulomb, a força F1 que atua na carga Q1
possui o mesmo módulo da força F2, porém atua em sentido oposto, têm-se:
Q 20
F1 = − F2 => F1 = ây (2.15)
16 πε 0
A Fig. 2.9 mostra a força elétrica em cada uma das cargas, obtidas com o método
que utiliza a lei de Coulomb na forma vetorial.
Q1 R12 Q2
F1 F2 y
â12
x
Fig. 2.9 - Forças que atuam em cargas, com sinais contrários, localizadas sobre o eixo y
Para calcular a força F2, que é a força em Q2 devido à carga Q1, é necessário
definir o vetor R12, com início na carga Q1 e término na carga Q2, e o vetor unitário â12
mostrados na Fig. 2.10.
67
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P2(2,0,5)
Q2
R12
P1(1,2,3)
Q1
R 12 = 3 (2.17)
R 12 1
â 12 = => â 12 = (â x − 2 â y + 2 â z ) (2.18)
R 12 3
Q1 Q 2
F2 = 2
â 12 (2.19)
4 πε 0 R 12
3 ×10−4 (−10−4 ) 1
F2 = −12 2
(â x −2 â y + 2 â z ) (2.20)
4π × 8,854 × 10 × 3 3
F2 = − 10 âx + 20 ây − 20 âz (2.21)
Sabendo que, de acordo com a Lei de Coulomb, a força F1 que atua na carga Q1
possui o mesmo módulo da força F2, porém atua em sentido oposto, têm-se:
F1 = 10 â x − 20 â y + 20 â z (2.22)
68
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1
Considere agora que uma carga positiva qp (denominada carga de prova) seja
colocada em um ponto B sobre a circunferência. A carga qp ficará sujeita à força elétrica
Fp mostrada na Fig. 2.12.
Fp
B
qp
Q1
Se a carga qp for solta ela irá mover se ao longo da reta que passa pelos pontos
A e B, afastando-se da carga Q1 conforme mostra a Fig. 2.13.
Na Figura 2.13 a reta que define a trajetória de qp é denominada Linha de
Força ou Linha de Fluxo produzida pela carga Q1.
69
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A Q1
Q1
Fp
â1p qp
R1p
Q1
Q1 q p
Fp = 2
â 1p (2.23)
4 πε 0 R 1p
70
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
F1p
E= (2.24)
qp
A equação 2.24 mostra que, considerando qp como sendo uma carga positiva, o
campo elétrico E e a força F1p possuem os mesmos sentidos. Consequentemente, o
campo elétrico está na mesma direção e sentido das linhas de força conforme mostra a
Fig. 2.16.
E
Q1 Linhas de fluxo
A Figura 2.16 mostra que o campo elétrico de uma carga pontual positiva
“nasce” na carga e estende-se em direção ao infinito.
Substituindo a equação 2.23 na equação 2.24 verifica-se que o vetor
intensidade de campo elétrico E devido à carga pontual Q1 é escrito como sendo:
Q1
E= 2
â 1p (2.25)
4 π ε 0 R 1p
A equação 2.25 mostra que o vetor intensidade de campo elétrico (ou campo
elétrico) de uma carga pontual Q1 em um ponto qualquer do espaço pode ser escrito em
função da carga Q1 e do vetor R1p que determina a posição do ponto em relação à Q1. A
unidade de E é Newton/Coulomb (N/C).
A equação 2.24 pode ser escrita na forma:
F1p = q p E (2.26)
A equação 2.26 mostra que uma vez conhecido o campo elétrico em um ponto,
é possível obter a força elétrica em uma carga qp sem que seja necessário conhecer a
carga que criou este campo.
71
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Solução do item a:
â1p P
R1p
Q1
A
R 1p 4 3
Cálculo de â1p: â 1p = => â 1p = − â x + â y
R 1p 5 5
Q1 Q1 4 3 Q1 3Q1
E= â 1p => E = − âx + â y = > E = − âx + ây
4 π ε 0 (5) 2 5
2
4 πε 0 R 1p 5 125π ε 0 500π ε 0
Solução do item b:
Q1 Q 0 4 3
F1p = q p E => F1p = − âx + ây
4 π ε 0 (5) 5
2
5
Observe que a força sobre a carga qp está no mesmo sentido do campo elétrico E.
Solução do item c:
Q1 4 3 Q 0 Q1 4 3
F1p = q p E => F1p = − Q 0 − â x + â y => F1p = + âx − ây
4 π ε 0 (5) 5
2
5 4 πε 0 (5) 5
2
5
Observe que a força sobre a carga qp está em sentido contrário ao sentido do campo
elétrico E.
72
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1
Considere agora que uma carga positiva qp (denominada carga de prova) seja
colocada no ponto B mostrado na Fig. 2.17. A carga qp ficará sujeita à força elétrica Fp
mostrada na Fig. 2.18.
Fp
B
qp
Q1
Fig. 2.18 - Força elétrica Fp, na carga qp, devido à carga negativa Q1
Se a carga qp for solta ela irá mover se ao longo da reta que passa pelos pontos
A e B, aproximando-se da carga Q1 conforme mostra a Fig. 2.19.
B
Quando solta, qp move-se
ao longo desta reta
E D
A Q1
73
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1
Fp
â1p qp
R1p
Q1
Fig. 2.21 - Força elétrica na carga qp
Q1 q p
Fp = − 2
â 1p (2.27)
4 π ε 0 R 1p
F1p
E= (2.28)
qp
A equação 2.28 mostra que, considerando qp como sendo uma carga positiva, o
campo elétrico E e a força F1p possuem os mesmos sentidos. Consequentemente, o
campo elétrico está na mesma direção e sentido das linhas de força conforme mostra a
Fig. 2.22. Esta figura mostra que o campo elétrico de uma carga pontual negativa
“nasce” no infinito e “termina” na carga.
74
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1 Linhas de fluxo
Q1
E=− 2
â 1p (2.29)
4 πε 0 R 1p
Fig. 2.23 - Linhas de força para duas cargas com sinais contrários
Fig. 2.24 - Linhas de força para duas cargas com sinais iguais
75
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
En
E2
Q1 E1
P
Q2 Qn
E = E1 + E 2 + K + En (2.30)
Uma carga pontual q, localizada no ponto P, ficará sujeita a uma força elétrica
F expressa como sendo:
F = qE (2.31)
76
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∆Q dQ
ρ L = ∆lim ⇒ ρL = (2.32)
L→ 0
∆L dL
+++++++++++++++++
+++++++++++++++++
+++++++++++++++++
+++++++++++++++++
+++++++++++++++++
77
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Considerando que uma pequena área ∆s, da placa mostrada na Fig. 2.27,
possua uma carga ∆Q, define-se densidade superficial de cargas ρs como sendo:
∆Q dQ
ρ s = lim ⇒ ρs = (2.33)
∆s→0
∆s ds
∆Q dQ
ρ v = ∆lim ⇒ ρv = (2.34)
vol→0
∆vol dvol
78
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z #
r - r’ P(x,y,z)
∆E
r
r’
∆Q
∆E = 2
â (2.35)
4 πε 0 r − r'
∆Q r − r'
∆E = (2.36)
r − r'
2
4 πε 0 r − r'
∆Q = ρ v ∆vol (2.37)
ρ v ∆vol r − r'
∆E = (2.38)
r − r'
2
4 π ε 0 r − r'
79
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρ v dvol r − r'
dE = (2.39)
r − r'
2
4 πε 0 r − r'
ρ v dvol r − r'
E= ∫ 4πε
vol 0
r − r'
2
r − r'
(2.40)
P(x,y,z)
y
Distribuição linear de cargas
x com densidade ρL constante
Uma vez que a distribuição linear de cargas está ao longo do eixo z do sistema de
coordenadas cartesianas, um elemento diferencial de carga elétrica dQ é identificado
pelas coordenadas (0,0,z’) conforme mostra a Figura 2.29.
80
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Elemento diferencial de
cargas dQ localizado no P(x,y,z)
ponto (0,0,z’)
Elemento diferencial de
cargas dQ localizado no P(x,y,z)
ponto (0,0,z’)
dE
Para obter o campo dE devemos utilizar a lei de Coulomb, sendo então necessário
definir um vetor R com início no ponto (0,0,z’) e término no ponto P(x,y,z), e um vetor
unitário âr na direção de R, conforme mostra a Figura 2.31.
z
Elemento diferencial de R
cargas dQ localizado no P(x,y,z)
ponto (0,0,z’) âr
dE
Fig. 2.31 - Definição dos vetores para cálculo do elemento diferencial de campo dE
81
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
R = x â x + y â y + (z −z' ) â z (2.41)
ρ = x 2 + y2 (2.42)
x = ρ cos φ (2.43)
y = ρ senφ (2.44)
P(x,y,z)
y
ρ
φ
x
R x = ρ cos φ (2.46)
R y = ρ senφ (2.47)
R = R ρ â ρ + R φ â φ + R zcil â z (2.48)
R ρ cos φ senφ 0 R x
R = − senφ cos φ 0 R (2.49)
φ y
R zcil 0 0 1 R zcart
R = ρ â ρ + (z − z' ) â z (2.51)
Uma vez obtido o vetor R, é possível obter o vetor unitário âr mostrado na Figura
2.31. O vetor âr é dado por:
R ρ âρ + ( z − z ' ) â z
âr = ⇒ âr = (2.52)
R ρ2 + (z − z' )2
dQ = ρ Ldz' (2.53)
dQ
dE = 2
âr (2.54)
4 πε0 R
83
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρL dz'
dE = ( ρâ + (z − z' ) â z ) (2.55)
4 πε0 ρ [ 2
+ (z − z' )2 ] 3/ 2 ρ
ρL + ∞ ρ dz'
+∞
(z − z' ) dz'
E= ∫ 2 â + ∫ [ρ âz (2.57)
4πε0 [
− ∞ ρ + (z − z' )
2
] 3/ 2 ρ
−∞
2
+ (z − z' ) 2 ] 3/ 2
dQ z
d
dE1
ρ P
dE2
d
dQ
A Figura 2.33 mostra que o campo elétrico resultante está na direção do raio ρ,
pois, devido à simetria, não há campo resultante na direção do eixo z.
Uma vez que foi considerado que a linha de cargas possui comprimento infinito, o
raio ρ, definido pelo ponto P(x,y,z), sempre irá dividir a distribuição linear de cargas em
dois segmentos de reta de mesmo comprimento e este fato garantirá que o campo
elétrico na direção do eixo z seja nulo. Conclui-se então que a segunda parcela da
equação 2.57 é nula, fazendo com que esta equação seja escrita como sendo:
+∞
ρ ρ dz'
E= L
4πε0 ∫ [ρ
−∞
2
+ (z − z ' ) 2 ] 3/ 2
âρ (2.58)
Para obter o campo elétrico E vamos definir a variável u escrita como sendo:
u = z − z' (2.59)
du = − dz' (2.60)
+∞
ρL ρ du
E=−
4πε0 −∞
∫ [ρ 2
+ u2 ] 3/ 2
âρ (2.61)
ρL 1
E= âρ (2.62)
2πε0 ρ
A equação 2.62 mostra que o campo de uma distribuição linear e infinita de cargas
ρL disposta ao longo do eixo z resulta em um campo elétrico na direção âρ.
Consequentemente este campo é perpendicular à linha de cargas, conforme mostra a
Figura 2.34.
85
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
P âρ
E
Distribuição linear de
cargas de comprimento
infinito e densidade de y
cargas constante ρ
φ
x
Fig. 2.34 - Campo elétrico devido a uma distribuição linear de cargas de comprimento
infinito
z
Distribuição linear de
cargas de comprimento
infinito com densidade
de cargas constante ρL
r
y
P(x,y,z)
x âr E
ρL 1
E= âr (2.63)
2πε0 r
86
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
z
Placa infinita carregada
eletricamente com uma
P(0,0,z) densidade superficial de
cargas constante igual a ρs
C/m2
P(0,0,z)
Elemento diferencial
de cargas dQ
dy’
x
87
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
dE
P(0,0,z)
Elemento diferencial
de cargas dQ
R
dy’
x
dE
P(0,0,z)
Elemento diferencial
de cargas dQ
r R
âr
r’ y
dy’
x
r = z âz (2.64)
88
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
R = − y' â y + z â z (2.67)
Uma vez conhecido o vetor R é possível escrever o vetor unitário âr como sendo:
− y' â y + z â z
âr = (2.68)
(− y' ) 2 + z 2
dQ
ρs = (2.69)
L dy'
Uma vez que foi considerado que a largura do elemento diferencial de cargas dQ é
extremamente fino, fazendo com que dy’→0, é possível considerar que tal distribuição
de cargas seja uma distribuição linear de cargas com densidade linear ρL escrita como
sendo:
dQ
ρL = (2.70)
L
ρL
dE = âr (2.71)
2 πε 0 R
A partir das equações 2.69 e 2.70 verifica-se a seguinte relação entre ρL e ρs:
ρL = ρs dy' (2.72)
89
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρs dy'
dE = âr (2.73)
2 πε 0 R
ρs
+∞ +∞
y' dy' z dy'
E= − ∫ â y + ∫ ( y' ) 2 + z 2
â z (2.76)
2 πε 0 − ∞ ( y ' ) 2 + z 2 −∞
dE
dE
P(0,0,z)
Elemento diferencial
de cargas dQ Elemento diferencial
R de cargas dQ
R
dy’ dy’
x
90
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
+∞
ρs z dy'
E=
2 πε 0 ∫ ( y' )
−∞
2
+ z2
âz (2.77)
ρs
E= âz (2.78)
2 πε 0
E Distribuição
superficial de
cargas ρs
x E
Fig. 2.41 - Campo elétrico devido a uma distribuição superficial de cargas no plano xy
ρs
E= âz (2.79)
2 πε 0
Na região descrita por Z < 0 , na Figura 2.41, o campo elétrico E é dado por:
ρs
E= (− â z ) (2.80)
2 πε 0
91
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Distribuição
superficial de
cargas ρs
E
E
Fig. 2.42 - Campo elétrico devido a uma distribuição superficial de cargas no plano xz
Na Figura 2.42, para y > 0, o campo elétrico E é escrito como sendo:
ρs
E= ây (2.81)
2 πε 0
Na região descrita por y < 0, na Figura 2.42, o campo elétrico E é dado por:
ρs
E= (− â y ) (2.82)
2 πε 0
Para uma distribuição superficial de cargas no plano yz, o campo elétrico E terá a
direção mostrada na Figura 2.43.
z
Distribuição
superficial de
x cargas ρs
Fig. 2.43 - Campo elétrico devido a uma distribuição superficial de cargas no plano yz
92
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρs
E= âx (2.83)
2 πε 0
Na região descrita por x < 0, na Figura 2.43, o campo elétrico E é dado por:
ρs
E= (− â x ) (2.84)
2 πε 0
Distribuição
E2 ân
superficial de
cargas ρs
Fig. 2.44 - Campo elétrico devido a uma distribuição superficial de cargas em um plano
genérico
ρs
E1 = ân (2.85)
2 πε 0
ρs
E2 = ( −â n ) (2.86)
2 πε 0
93
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Capítulo 3
Faraday observou que a carga total na esfera externa era igual, em módulo à carga
Q da esfera interna, independentemente do material dielétrico que separava as duas
esferas. Ele então concluiu que algo havia se deslocado da esfera interna em direção à
esfera externa e que este “algo” era independente do meio. Faraday denominou este
“algo” de fluxo elétrico.
94
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Carga pontual Q no
centro da esfera
E
âr
z
Fonte:http://www.resumosetrabalhos.com.br/geometria-plana_1.html
Fig. 3.1 - Carga pontual envolvida por uma superfície esférica
Q
E= 2
âr (3.1)
4 πε0 R
95
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
superfície esférica for representada por um vetor, este vetor e o vetor campo elétrico
serão paralelos em qualquer ponto da superfície esférica.
A Figura 3.2 mostra a superfície esférica dividida em diversos elementos
diferenciais de superfície ds e o campo elétrico E.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/N-esfera
Elemento diferencial
de superfície
y
E
x
ds
F = ∫ E . ds (3.2)
S
E . ds = E ds (3.3)
ds = R 2 senθ dθ dφ ; 0 ≤ θ ≤ π ; 0 ≤ φ ≤ 2π (3.4)
Q
F=∫ R 2 senθ dθ dφ (3.5)
S 4πε R 2
0
96
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
π 2π
Q
4πε 0 ∫0
F= senθ dθ ∫ dφ (3.6)
0
Q
F= (3.7)
ε0
A equação 3.7 mostra que o fluxo de E através de uma superfície esférica que
envolve a carga pontual independe do raio da esfera e depende somente do valor da
carga envolvida pela superfície fechada e do meio em que a carga está imersa (no caso
considerou-se que a carga está no vácuo).
S1
L
Fig. 3.3 - Distribuição linear de cargas envolvida por uma superfície cilíndrica
97
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
S1
L ds1
Sabe-se que o campo elétrico E devido a uma distribuição linear de cargas é radial
e depende do vetor R, que é um vetor perpendicular à linha de cargas com início nesta e
término no ponto onde se deseja obter o campo elétrico. Portanto, o campo elétrico E
em um ponto localizado na superfície cilíndrica possui o aspecto mostrado na Figura
3.5.
Distribuição linear de cargas
ds2 com densidade ρL C/m
S2
S1
L ds1
R
âr E
Superfície da tampa inferior,
com área S3
ds3
F = ∫ E . ds (3.8)
S
O cilindro é constituído pelas superfícies S1, S2 e S3. Então a equação 3.8 torna-se:
F = ∫ E . ds1 + ∫ E . ds 2 + ∫ E . ds 3 (3.9)
S1 S2 S3
98
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Observa-se na Figura 3.5 que o campo elétrico E é perpendicular aos vetores ds2 e
ds3. Portanto os produtos escalares E.ds2 e E.ds3 são nulos fazendo com que a equação
3.9 torne-se:
F = ∫ E . ds1 (3.10)
S1
Verifica-se também, na Figura 3.5, que os vetores E e ds1 são paralelos. Assim, a
equação 3.10 passa a ser escrita como sendo:
F = ∫ E . ds1 (3.11)
S1
ρL
E= (3.12)
2πε 0 R
ds1 = R dφ dL ; 0 ≤ φ ≤ 2π (3.13)
ρL
F= ∫ R dφ dL (3.14)
S1
2πε 0 R
ρL
F=
2πε0 ∫ dφ dL
S1
(3.15)
99
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
2π L
ρL
F=
2πε 0 ∫ dφ ∫ dL
0 0
(3.16)
ρL L
F= (3.16)
ε0
Q
F= (3.17)
ε0
Fig. 3.6 - Plano com distribuição superficial de cargas com uma parte envolta por uma
superfície cilíndrica
100
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
S1
S3
ds 3
Área A, resultante da
intersecção do plano com a E Plano com distribuição
superfície cilíndrica, com ds 2 superficial de cargas com
carga Q = A ρs densidade ρs C/m2
S2
ds1
S1
S3
ds3
E
101
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
F = ∫ E . ds (3.18)
S
O cilindro é constituído pelas superfícies S1, S2 e S3. Então a equação 3.18 torna-
se:
F = ∫ E . ds1 + ∫ E . ds 2 + ∫ E . ds 3 (3.19)
S1 S2 S3
F = ∫ E . ds 2 + ∫ E . ds 3 (3.20)
S2 S3
Verifica-se também, na Figura 3.8, que os vetores E, ds2 e ds3 são paralelos.
Assim, a equação 3.20 passa a ser escrita como sendo:
F = ∫ E . ds 2 + ∫ E . ds3 (3.21)
S2 S3
Na equação 3.21 E, ds2 e ds3 correspondem aos módulos dos vetores E, ds2 e ds3,
respectivamente, mostrados na Figura 3.8.
O termo E na equação 3.21 é o módulo do campo elétrico E, na superfície da do
plano mostrado na Figura 3.8. Uma vez que o campo E é constante, a equação 3.21
torna-se:
F = E ∫ ds 2 + ∫ ds 3 (3.22)
S
2 S3
F = E (A + A ) ⇒ F = 2E A (3.23)
102
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρs
E= (3.24)
2ε 0
ρs ρ A
F=2 A⇒F= s (3.25)
2ε 0 ε0
Q
F= (3.26)
ε0
A equação 3.26 mostra que o fluxo do campo elétrico, devido a uma distribuição
superficial de cargas em um plano, através de uma superfície cilíndrica fechada depende
somente da quantidade de cargas que é envolvida pela superfície fechada e do meio que
envolve esta carga.
Os resultados obtidos nos itens a, b e c mostraram que o fluxo do campo elétrico
através de uma superfície fechada é proporcional à carga elétrica envolvida pela
superfície. Este resultado independe do fato da carga envolvida pela superfície ser uma
carga pontual (item a) ou distribuída (itens b e c).
No entanto os experimentos realizados por Faraday mostraram que o fluxo que
atravessa uma superfície fechada é igual à carga envolvida pela superfície,
independentemente do meio que envolve a carga.
Assim, utilizando os resultados obtidos por Faraday, o fluxo elétrico φ que
atravessa uma superfície fechada é dado por:
φ=Q (3.27)
103
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q
F= (3.28)
ε0
Então para que os nossos resultados sejam coerentes com os resultados obtidos
experimentalmente por Faraday, vamos criar um vetor denominado densidade de fluxo
elétrico D que possui a seguinte relação com o campo elétrico E:
D = ε0 E (3.29)
φ = ∫ D . ds = Q ⇔ φ = ∫ ε 0 E . ds = Q (3.30)
S S
ds
++ D
Superfície fechada S ++
Elemento diferencial de
Elemento diferencial superfície ampliado
de superfície
104
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫S ε0 E . ds = Q (3.31)
Q
∫S E . ds = ε0 (3.32)
Vamos agora aplicar a equação 3.32 em uma situação em que a superfície fechada
S seja perpendicular ou paralela ao campo elétrico em todos os pontos desta superfície.
Nestas condições, têm-se as seguintes possibilidades para o produto escalar E.ds:
E ds
∫S E . ds = ou (3.33)
0
Q
∫S E ds = ε0 (3.34)
Q
E ∫Sds = ε0 (3.35)
105
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q
E= (3.36)
ε0 A
A equação 3.36 mostra que o módulo do campo elétrico E, devido a uma carga Q
envolvida por uma superfície fechada S pode ser facilmente calculado desde que a
superfície S tenha um formato tal que atenda às seguintes condições:
106
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg8GYAD/carga-eletrica-caracteristicas-essenciais
Figura 3.10 - Características do campo elétrico E devido a uma carga pontual positiva
Com base na Figura 3.10 conclui-se que uma esfera de raio R é uma superfície
Gaussiana quando de deseja determinar o campo elétrico devido a uma carga pontual.
Verifica-se que todos os pontos da superfície esférica estão a uma mesma distância R
em relação à carga Q, fazendo com que o campo elétrico tenha o módulo constante na
superfície esférica. Verifica-se também que o campo elétrico é sempre perpendicular à
superfície esférica em todos os pontos desta superfície, conforme mostra a Figura 3.11.
Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/10312480/
Figura 3.11 - Campo elétrico E em uma superfície Gaussiana esférica de raio R que
envolve uma carga pontual Q
ε 0 ∫ E . ds = Q (3.37)
S
Uma vez que a superfície esférica mostrada na Figura 3.11 é uma superfície
Gaussiana, a equação 3.37 torna-se:
107
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ε0 E ∫ ds = Q (3.38)
S
ds = R 2 senθ dθ dφ ; 0 ≤ θ ≤ π ; 0 ≤ φ ≤ 2π (3.39)
ε0 E ∫ R 2 senθ dθ dφ = Q (3.40)
S
π 2π
ε0 E R 2 ∫ senθ dθ ∫ dφ = Q (3.41)
0 0
ε 0 E R 2 4π = Q (3.42)
Da equação 3.42 verifica-se que o módulo do campo elétrico, devido a uma carga
pontual Q, em um ponto P localizado a uma distância R da carga é dado por:
Q
E= (3.43)
4π ε 0 R 2
Foi observado (Figura 3.10) que o campo elétrico de uma carga pontual está na
direção do raio da superfície esférica. Então o vetor E possui o módulo dado pela
equação 3.43 e a direção deste vetor é radial, ou seja:
Q
E= 2
âr (3.44)
4πε0 R
Note que a expressão de E obtida com a Lei de Gauss coincide com a Lei de
Coulomb (que foi obtida experimentalmente).
3.3.2 Campo elétrico devido a uma distribuição linear infinita de cargas
Vamos considerar uma distribuição linear de cargas, de comprimento infinito e
densidade linear de cargas constante igual a ρL C/m, localizada sobre o eixo z, conforme
mostra a Figura 3.12.
Considere que devemos obter uma expressão para o campo elétrico devido à
distribuição de carga dQ iguais e localizados à mesma distância d do ponto P(x,y,z)
conforme mostra a Figura 3.13. Estes elementos diferencias de carga produzem, no
ponto P, os elementos diferencias de campo elétrico dE1 e dE2 cujos módulos são
iguais. z
dQ
d
dE1
ρ P
dE2
d
dQ
109
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A Figura 3.13 mostra que o campo elétrico resultante está na direção do raio ρ,
pois, devido à simetria, não há campo resultante na direção do eixo z. Conclui-se então
que o campo elétrico é perpendicular à linha de cargas.
Para a distribuição linear de cargas, verifica-se que uma superfície cilíndrica de
altura L com eixo de simetria coincidente com a distribuição linear de cargas, do tipo
mostrado na Figura 3.14, é uma superfície Gaussiana.
S1
L ds1
R
âr E
ds3
ε 0 ∫ E . ds = Q (3.45)
S
Observa-se na Figura 3.14 que o campo elétrico E é perpendicular aos vetores ds2
e ds3. Portanto os produtos escalares E.ds2 e E.ds3 são nulos fazendo com que a
equação 3.46 torne-se:
ε0 ∫ E .ds1 = Q (3.47)
S1
Verifica-se também, na Figura 3.14, que os vetores E e ds1 são paralelos. Assim, a
equação 3.47 passa a ser escrita como sendo:
110
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ε0 ∫ E . ds1 = Q (3.48)
S1
ds1 = R dφ dL ; 0 ≤ φ ≤ 2π (3.50)
ε0 E ∫ R dφ dL = Q (3.51)
S1
2π L
ε0 E R ∫ dφ ∫ dL = Q (3.52)
0 0
ε0 E R 2πL = Q (3.53)
Na equação 3.53 Q é a carga total envolvida pela Gaussiana, que é escrita como
sendo:
Q = ρL L (3.54)
111
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ε 0 E R 2πL = ρL L (3.55)
ρL
E = (3.56)
2πε0 R
A análise do campo elétrico, feita com o auxílio da Figura 3.13, mostrou que o
campo é perpendicular à distribuição linear de cargas. Então, conclui-se que o campo
terá o módulo descrito pela equação 3.56 e será escrito como sendo:
ρL
E= âρ (3.57)
2πε0 ρ
z
P âρ
E
Distribuição linear de
cargas de comprimento
infinito e densidade de y
cargas constante ρ
φ
x
Figura 3.15 - Campo elétrico devido a uma distribuição linear de cargas no eixo z
A equação 3.57 mostra que a expressão do campo elétrico que foi obtida por meio
da Lei de Gauss é idêntica à expressão obtida, no capítulo 2, com a Lei de Coulomb. No
entanto, verifica-se que é mais fácil obter a expressão para o campo elétrico utilizando a
Lei de Gauss.
112
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
localizado sobre o eixo z onde se deseja obter uma expressão para o campo elétrico de
vido à distribuição superficial de carga. Esta situação está ilustrada na Figura 3.16.
z
Placa infinita carregada
eletricamente com uma
P(0,0,z) densidade superficial de
cargas constante igual a ρs
C/m2
dy’ dy’
x
113
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ds2 E
Plano com distribuição
Área A, resultante da
superficial de cargas com
intersecção do plano com a S2 densidade ρs C/m2
superfície cilíndrica, com
ds1
carga Q = A ρs
E
S1
S3
ds3
114
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Uma vez que, na Figura 3.19, o campo elétrico E é perpendicular ao vetor ds1, o
produto escalar E.ds1 é nulo fazendo com que a equação 3.58 torne-se:
Devido ao fato de que, na Figura 3.19, o vetor E ser paralelo aos vetores ds2 e ds3,
e considerando que E é constante nas superfícies S2 e S3, a equação 3.59 torna-se:
Na equação 3.60 ds2 e ds3 são os elementos diferenciais de superfície das tampas
inferior e superior do cilindro mostrado utilizado como superfície Gaussiana. A área
destas tampas, conforme mostrado na Figura 19, possui valor A. Assim a equação 3.60
torna-se:
ε 0 E A + ε0 E A = Q (3.61)
Q
E = (3.62)
2 ε0 A
Q = ρs A (3.63)
115
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Uma vez que o campo devido a uma distribuição superficial de cargas, conforme
mostrado na Figura 3.16, é perpendicular à distribuição, conclui-se que o campo elétrico
E devido a uma distribuição superficial de cargas com densidade de cargas constante e
localizada no plano xy é escrito como sendo:
ρs
2πε â z ; para z > 0
0
E= (3.65)
ρs
(− â z ) ; para z < 0
2 πε 0
A equação 3.65 mostra que o resultado obtido com a Lei de Gauss é idêntico ao
resultado obtido com a Lei de Coulomb. No entanto a aplicação da Lei de Gauss é mais
simples que a aplicação da Lei de Coulomb.
∫ D . ds = Q (3.66)
s
D = ε0 E (3.67)
Dividindo os dois lados da equação 3.66 pelo volume ∆vol da superfície fechada s
obtém-se:
∫ D . ds Q
s
= (3.68)
∆vol ∆vol
116
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Uma vez que o volume da superfície fechada tende a zero, a superfície s tende a
um ponto e a equação 3.68 deve ser escrita na forma:
∫ D . ds Q
s
lim = lim (3.69)
∆vol →0 ∆vol ∆vol →0 ∆vol
∇ . D = ρv (3.69)
Figura 3.20 - Superfície fechada s com uma densidade volumétrica de cargas ρv C/m3
∫ D . ds = Q (3.70)
s
Q= ∫ ρv dvol (3.71)
vol
117
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫ D . ds = ∫ ∇ . D dvol (3.73)
s vol
A equação 3.73 é o teorema da divergência. Esta equação mostra que o fluxo que
atravessa uma superfície fechada s (lado esquerdo da equação) é igual à soma do fluxo
que atravessa todos os pontos do volume definido pela superfície s (lado direito da
equação).
118
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Capítulo 4
Energia e Potencial
4.1 Energia necessária para mover uma carga pontual em um campo elétrico
Considere uma carga pontual positiva em um ponto A de uma região do espaço
em que há um campo elétrico E. Sabe-se que a carga Q ficará sujeita a uma força
elétrica Fe que estará na mesma direção do campo elétrico E, conforme mostra a Figura
4.1.
Ponto A
F
E
Caso não existam outras forças agindo na carga, ela se moverá na direção do
campo elétrico, do ponto A em direção ao ponto B, no segmento de reta mostrado na
Figura 4.2.
B
E
Direção do movimento
A da carga Q
Observe, na Figura 4.2, que para mover a carga Q na direção do campo elétrico
não há a necessidade de dispêndio de energia por parte de uma fonte externa, pois o
movimento é provocado pela ação da força elétrica sobre a carga, força esta cuja origem
é atribuída ao campo elétrico. Diz-se então que o campo elétrico realiza trabalho e não
há dispêndio de energia por parte de uma fonte externa.
119
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A
E
Direção do movimento
B da carga Q
Carga Q
A
Fe
E Fext
Direção do movimento
B da carga Q
Figura 4.4 - Carga movendo-se, devido à ação da força externa Fext, na direção contrária
à direção do campo elétrico
Fe = Q E (4.1)
Fext = − Fe (4.2)
120
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Fext = − Q E (4.3)
Uma vez conhecida a força externa, é possível obter o trabalho que esta força
realiza quando a carga Q é movida, em direção contrária à direção do campo elétrico
conforme mostra a Figura 4.4, do ponto A até o ponto B. Este trabalho é dado por:
final
W= ∫F
início
ext .dL (4.4)
final
W = −Q ∫ E . dL
início
(4.5)
Exemplo 4.2) Repita o exemplo 4.1, considerando agora que a carga é movida de de x1
= 5 até x2 = 2. (Resposta: Resposta: W = 3Q0E0)
Exemplo 4.3) Dado o campo elétrico E = zâx – 3y2â y + xâ z V/m, determine o trabalho
realizado para mover uma carga de 7 µC ao longo de um caminho incremental de 1 mm
de comprimento na direção do vetor a = 2â x – 6â y - 3âz , localizado no ponto A(1,2,3).
121
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Exemplo 4.5) Determine o trabalho realizado para mover uma carga de prova Q, do
ponto A(ρ1, φ1, z1) até o ponto B(ρ2, φ2, z2), no campo de uma distribuição linear de
cargas localizada sobre o eixo z.
Exemplo 4.6) Determine o trabalho realizado para mover uma carga de prova Q em um
campo elétrico resultante de uma distribuição superficial de cargas localizada no plano
z=0, no caminho fechado mostrado em seguida.
A(1,-1,2)
z
y
B(3,0,5) C(7,4,3)
x
Os resultados obtidos nos exemplos 4.1 e 4.2 mostram que quando a carga é
movida na direção do campo o trabalho é negativo e que quando a carga é movida em
direção contrária à direção do campo o trabalho é positivo. Portanto conclui-se que
quando o campo realiza trabalho, a equação 4.5 fornece um resultado negativo e quando
o trabalho é realizado por uma fonte externa o resultado obtido é positivo.
Os resultados do exemplo 4.4 mostram que o trabalho independe do caminho
seguido pela carga.
Os resultados do exemplo 4.5 mostram que quando o movimento da carga ocorre
em uma direção perpendicular ao campo elétrico, não há a realização de trabalho.
Os resultados obtidos nos exemplos 4.5 e 4.6 mostram que o trabalho para mover
uma carga em um caminho fechado, em um campo elétrico, não há a realização de
trabalho. Uma vez que o trabalho independe do caminho, conclui-se que o campo
elétrico é um campo conservativo.
122
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A
E(x,y,z)
y
B
x
A
W = − Q ∫ E . dL (4.6)
B
A
VAB = − ∫ E . dL (4.7)
B
W
VAB = (4.8)
Q
123
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Exemplo 4.7) Determine a diferença de potencial elétrico entre dois pontos situados em
uma região do espaço em que existe um campo elétrico devido a uma carga pontual Q.
Exemplo 4.8) Determine a diferença de potencial elétrico entre dois pontos situados em
uma região do espaço em que existe um campo elétrico devido a uma distribuição linear
de cargas, com densidade l de cargas constante ρL C/m, localizada no eixo z.
Exemplo 4.9) Determine a diferença de potencial elétrico entre dois pontos situados em
uma região do espaço em que existe um campo elétrico devido a uma distribuição
superficial de cargas, com densidade superficial de cargas constante ρS C/m2 localizada
no plano z=0.
R dL
Carga pontual Q
Figura 4.6 - Campo elétrico devido a uma carga pontual e caminho definido entre os
pontos A e B
124
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
O campo elétrico E devido à carga pontual mostrada na Figura 4.6 é dado por:
Q
E= âr (4.10)
4πε0R 2
A
VAB = − ∫ E . dL (4.11)
B
dL = dR â R + R dθ â θ + R senθ dφ â φ (4.12)
A
Q
VAB = − ∫ âR (dR â R + R dθ âθ + R senθ dφ âφ ) (4.13)
B
4πε0 R 2
A
Q 1
2 ∫
VAB =− dR (4.14)
4πε0R B R 2
Q 1 1
VAB = − (4.15)
4πε0 R A R B
VAB = VA − VB (4.16)
125
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q 1
VA = (4.17)
4πε0 R A
Q 1
VB = (4.18)
4πε0 R B
Observe que o potencial elétrico é uma grandeza escalar que está associada aos
pontos de uma região do espaço em que há um campo elétrico. Mas, qual é o significado
desta grandeza?
Para entender o significado do potencial elétrico, considere uma carga pontual Q e
os pontos A e P situados a distâncias RA e RP da carga Q, respectivamente, conforme
mostra a Figura 4.7.
A
RA
RP
Carga P
pontual Q
VAP = VA − VP (4.19)
Sendo:
Q 1
VP = (4.20)
4πε0 R P
Considerando que o ponto P está bem distante da carga pontual Q é possível fazer
RP→∞ e, consequentemente, o potencial elétrico no ponto P é nulo e a equação 4.19
torna-se:
126
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
VAP = VA (4.21)
Q 1
V (r) = (4.22)
4πε0 r
Observe que todos os pontos que estão a uma mesma distância em relação à carga
pontual Q possuem o mesmo potencial elétrico e diz-se que a superfície constituída
pelos pontos que estão a um mesmo potencial é denominada superfície equipotencial.
Para o caso do campo devido a uma carga pontual, as superfícies equipotenciais são
superfícies esféricas cujo centro é o ponto onde está localizada a carga pontual.
A Figura 4.8 mostra as superfícies equipotenciais, projetadas no plano zy, de uma
carga pontual localizada na origem. Em um plano, estas superfícies equipotenciais são
circunferências concêntricas cujo centro está na origem.
z E1
R2 E2
R1
Q
y
Superfície equipotencial
com potencial V1
x
Superfície equipotencial
com potencial V 2
Figura 4.8 - Superfícies equipotenciais para o campo elétrico de uma carga pontual
127
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Figura 4.9 - Superfície equipotencial para o campo elétrico de uma carga pontual
dL = R dθ â θ + R senθ dφ â φ (4.23)
Q
E= âr (4.24)
4πε0R 2
A
W = − Q0 ∫ E . dL (4.25)
B
128
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A
Q
W= −∫ â r . (R dθ âθ + R senθ dφ âφ ) (4.26)
B
4πε0 R 2
W= 0 (4.27)
A equação 4.27 mostra que quando uma carga é movida sobre uma superfície
equipotencial o trabalho W para mover esta carga é nulo. Este fato acontece porque o
campo elétrico é perpendicular à superfície equipotencial.
r1 r - r1
Q1
Figura 4.10 - Potencial elétrico devido a uma carga pontual
Q1 1
V (r ) = (4.28)
4πε0 r - r1
129
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
r – r2
Q2 P
r2
r
r1 r - r1
Q1
Q1 1 Q 1
V (r ) = + 2 (4.28)
4 πε0 r - r1 4πε0 r - r2
Q3
r – r3
r3
Q2 r – r2 P
r2
r
r1 r - r1
Q1
130
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q1 1 Q 1 Q 1
V (r ) = + 2 + 3 (4.29)
4πε0 r - r1 4 πε0 r - r2 4πε0 r - r3
Com base no desenvolvimento que foi feito pra três cargas pontuais, conclui-se
que o potencial elétrico em um ponto P devido a n cargas pontuais é escrito como
sendo:
Q1 1 Q 1 Q 1 Q 1
V (r ) = + 2 + 3 +L+ n (4.30)
4πε0 r - r1 4πε0 r - r2 4πε0 r - r3 4 πε0 r - rn
n
Qm 1
V (r ) = ∑ (4.31)
m =1 4πε 0 r - rm
r
z
r - rn
r - r1
rn ∆vn
y r - r2
r2
x ∆v2
r1
∆v1
Q 2 = ρV (r2 ) ∆v 2 (4.33)
Q n = ρV (rn ) ∆v n (4.34)
Considerando que cada elemento de volume possa ser considerado uma carga
pontual, o potencial elétrico no ponto P será dado por:
Q1 1 Q 1 Q 1
V (r ) = + 2 +L+ n (4.35)
4πε0 r - r1 4 πε0 r - r2 4πε0 r - rn
132
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Elemento diferencial
z r de volume dv’
r - r’
y
r’
x
dQ
ρV (r' ) = (4.37)
dv'
ρV (r' ) dv'
dV(r ) = (4.39)
4 πε0 r - r'
ρV (r' ) dv'
V (r ) = ∫ 4πε
vol 0 r - r'
(4.40)
133
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Com base na lei de Coulomb verifica-se que o campo elétrico no ponto P, devido
à distribuição volumétrica de cargas mostrada na Figura 4.15, é escrito como sendo:
E = − ∇V (4.42)
A equação 4.42 mostra que se a função potencial elétrico for conhecida, é possível
obter o campo elétrico a partir de uma simples diferenciação desta função.
134
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
As equações 4.40 e 4.41 mostram que o campo elétrico é mais difícil de ser
obtido, pois requer uma integração de volume (caso de uma distribuição volumétrica de
cargas) em cada uma das direções do espaço, enquanto que o campo potencial elétrico
requer somente uma integração devido ao fato de ser uma grandeza escalar. Uma vez
obtido o potencial elétrico, é possível obter o campo elétrico por meio de uma simples
diferenciação.
O cálculo do campo a partir do gradiente do potencial é o terceiro método,
estudado nesta disciplina, de obter o campo elétrico de uma distribuição de cargas. Os
outros métodos estudados foram a Lei de Coulomb e a Lei de Gauss.
Q1
y
P1
135
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Uma vez que não há outras cargas, a movimentação da carga Q1 até o ponto P1
não exige dispêndio de energia. Portanto o trabalho W1 necessário para mover Q1 do
infinito até o ponto P1 é escrito como sendo:
W1 = 0 (4.48)
A carga Q1, fixada no ponto P1, irá produzir um campo elétrico E escrito como
sendo:
Q
E= âr (4.49)
4πε0R 2
A Figura 4.17 mostra o campo elétrico E, devido à carga Q1, em um ponto P2.
E
P2
z
R12
y Q1
P1
Agora uma carga Q2 é levada do infinito até um ponto P2, próximo ao ponto P1,
conforme mostra a Figura 4.18.
∞
Q2 P2
y
R12
P1
Q1
x
Observe que o trabalho para mover Q2 até o ponto P2 não é nulo, pois existe o
campo elétrico devido à presença de Q1 no ponto P1. A energia necessária para mover
Q2 do infinito até o ponto P2 é dada por:
136
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
P2
W2 = − Q2 ∫ E .dL (4.50)
∞
Q1
W2 = Q 2 (4.51)
4πε0 R12
P3
Q2 R23
E
z P2
R13
y
Q1
P1
x
Q1 Q2
E= 2
âr13 + â r 23 (4.52)
4πε0R13 4πε0R 223
Agora uma carga Q3 é levada do infinito até um ponto P3, próximo aos pontos P1 e
P2, conforme mostra a Figura 4.20. ∞
P3
z Q2 R23
P2 Q3
y R13
Q1
x P1
Fig. 4.20 - Movimento de Q3 até o ponto P3 considerando a presença de Q1 e de Q2
137
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Observe que o trabalho para mover Q3 até o ponto P2 deve levar em conta o
campo elétrico devido às cargas Q1 e Q2. A energia necessária para mover Q3 do infinito
até o ponto P3 é dada por:
P3
W3 = − Q 3 ∫ E .dL (4.53)
∞
Q1 Q2
W3 = Q3 + Q3 (4.54)
4πε0 R13 4πε0R 23
A energia total necessária para montar o sistema de três cargas é escrita como
sendo:
W = W1 + W2 + W3 (4.55)
Q1 Q1 Q2
W = 0 + Q2 + Q3 + Q3 (4.56)
4πε0R12 4 πε0 R13 4 πε0 R 23
138
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
A primeira carga a fazer parte do sistema será a carga Q3, que será levada do
infinito até o ponto P3 considerando que não há outras cargas no sistema, conforme
mostra a Figura 4.21. ∞
Q3
y
P3
Uma vez que não há outras cargas presentes o campo elétrico inicial do sistema é
nulo, ou seja:
W '3 = 0 (4.57)
A próxima carga a ser levada ao sistema é a carga Q2. Esta carga será levada do
infinito até o ponto P2, conforme mostra a Figura 4.22.
Q2 P2
R32
P3
Q3
x
139
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q3
W '2 = Q 2 (4.58)
4πε0R 32
Em seguida a carga Q1 será levada do infinito até o ponto P1, conforme mostra a
Figura 4.23.
∞
R21 P1
z Q2
P2 Q1
y R31
Q3
x P3
Q3 Q2
W '1 = Q1 + Q1 (4.59)
4πε0R 31 4πε0 R 21
A energia total necessária para montar o sistema na sequência Q3, Q2, Q1 será:
W ' = W3 + W2 + W1 (4.60)
Q3 Q3 Q2
W = 0 + Q2 + Q1 + Q1 (4.61)
4πε0R 32 4πε0R 31 4 πε0 R 21
140
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q3 Q2 Q3 Q1
2 W = Q1 + + Q 2 + +
4 πε0 R 31 4πε0R 21 4πε0R 32 4πε0R12
(4.62)
Q2 Q1
Q3 +
4 πε R
0 23 4 πε R
0 13
Com base no conceito de potencial elétrico, verifica-se que o termo que multiplica
Q1, na equação 4.62, corresponde ao potencial no ponto P1 devido à presença das cargas
Q3 e Q2. De mesmo modo verifica-se que o termo que multiplica Q2 corresponde ao
potencial elétrico no ponto P2 resultante da ação das cargas Q1 e Q3, e que o termo que
multiplica Q3 corresponde ao potencial elétrico no ponto P3 devido à presença das
cargas Q2 e Q1. Denominando os potenciais mencionados anteriormente de V1, V2 e V3,
teremos:
Q3 Q2
V1 = + (4.63)
4πε0R 31 4 πε0 R 21
Q3 Q1
V2 = + (4.64)
4πε0R 32 4πε0 R12
Q2 Q1
V3 = + (4.65)
4πε0 R 23 4πε0 R13
1
W= (Q1V1 + Q2V2 + Q3V3 ) (4.66)
2
1 N
W= ∑ Qi Vi
2 i =1
(4.67)
141
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
dQ = ρ v dvol (4.68)
1 N
W= ∑ ρv dvoli Vi
2 i =1
(4.69)
1
W= ∫ ρv V dvol
2 vol
(4.70)
∇ . D = ρv (4.71)
1
W= ∫ (∇ . D ) V dvol
2 vol
(4.72)
142
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
1 1
W = ∫
2 vol
∇ . (V D) dvol − ∫ D . (∇V) dvol
2 vol
(4.75)
∫ ∇ . (V D) dvol = ∫ V D . ds
vol s
(4.76)
1 1
W =
2s∫ V D . ds − ∫ D . (∇V) dvol
2 vol
(4.77)
E = − ∇V (4.78)
D = εE (4.79)
1 1
W =
2s∫ ε V E . ds + ∫ ε E . E dvol
2 vol
(4.80)
1 1 2
W =
2s∫ ε V E . ds + ∫ ε E dvol
2 vol
(4.81)
143
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Exemplo 4.16) Calcule a energia armazenada no campo elétrico produzido pelas cargas
+Q e -Q distribuídas nas superfícies esféricas concêntricas mostradas em seguida.
R1
1 2
W = ∫
2 vol
ε E dvol (4.82)
Exemplo 4.18) Considere uma nuvem, cujo formato pode ser considerado uma esfera
de raio a = 1 km, com uma distribuição volumétrica de cargas igual a 10 ηC/m3.
Determine a energia associada a esta nuvem (energia armazenada no campo elétrico da
nuvem).
144
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Capítulo 5
5.1 Introdução
Para que uma carga elétrica se mova é necessário que uma força atue sobre ela.
Esta força pode ser de origem mecânica (por exemplo, o movimento de partículas
carregadas, no interior de uma nuvem, devido à ação do vento), elétrica (devido a um
campo elétrico) ou térmica (efeito termoiônico, que é a emissão de elétrons pela
superfície de um metal aquecido). O movimento de cargas também pode ocorrer por
meio da liberação de cargas dos átomos (devido às colisões que ocorrem no interior do
átomo).
O movimento de cargas elétricas (elétrons, prótons ou íons) constitui um fluxo, ou
corrente, que depende do tipo de mecanismo que deu origem ao movimento das cargas.
Dentre os diversos tipos de corrente, podemos citar a corrente de convecção e a
corrente de condução sendo que a principal diferença entre estes dois tipos é que a
corrente de convecção não necessita de um campo elétrico para ser estabelecida
enquanto que a corrente de condução existe somente na presença de um campo elétrico.
145
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Considere que o volume ∆vol possua N partículas por unidade de volume e que
estas partículas possuam uma carga elétrica q. Assim, a carga total no interior do
volume ∆vol é escrita como sendo:
∆Q = N q ∆vol (5.1)
∆x = V ∆t (5.2)
∆vol = ∆S ∆x (5.3)
∆vol = ∆S V ∆t (5.4)
∆Q = N q ∆S V ∆t (5.5)
∆Q
= N q ∆S V (5.6)
∆t
∆Q
= ρv ∆S V (5.7)
∆t
146
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∆Q
I= (5.8)
∆t
I = ρ v V ∆S (5.9)
A equação 5.9 foi obtida para o caso particular em que as partículas movem-se em
uma direção perpendicular à superfície ∆S. Vamos agora definir a densidade de corrente
considerando que a direção do movimento das partículas e a superfície ∆S não são
perpendiculares. Para isto, considere a Fig. 5.2 onde a velocidade V do elemento de
volume e a área ∆S1 não são paralelas.
∆x
∆S1 ân
área ∆S
ân
v θ
θ v
área ∆S1
I = ρ v V ∆S (5.10)
147
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Da Figura 5.3 é possível verificar que a área ∆S é a projeção da área ∆S1. Deste
modo, é possível escrever:
I = ρv V ⋅ ∆S1 ân (5.13)
J = ρv V (5.14)
I = J ⋅ ∆S1 ân (5.15)
A equação 5.15 mostra que a corrente corresponde ao produto escalar dos vetores
densidade de corrente J e elemento de superfície ∆S1ân.
Vamos considerar agora a situação em que o elemento de volume ∆vol atravessa
uma superfície irregular, conforme mostra a Figura 5.4.
∆L
superfície irregular
volume com área S
∆vol
V
148
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
n
I ≅ ∑ J ⋅ (∆si âni ) (5.16)
i =1
∞
I = ∑ J ⋅ ( ∆si âni ) (5.17)
i =1
I = ∫ J ⋅ (ds ân ) (5.18)
S
O vetor dsi â n pode ser escrito como ds. Neste caso, o vetor ds representa um vetor
que é perpendicular à superfície S em todos os pontos desta superfície. Deste modo a
equação 5.18 torna-se:
I = ∫ J ⋅ (ds) (5.19)
S
149
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
condutor
150
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
+ - - - +
- - Eext +
Eext + +
- +
- Eint
+ - - +
+ - +
(a) (b)
Fig. 5.7 - Movimentação de cargas (a) e estabelecimento do campo Eint (b) no interior
do condutor, durante um período transitório
- +
Eext - + Eext
- E=0 +
- +
- +
- +
Fig. 5.8 - Condutor isolado, em um campo elétrico externo, após o período transitório
151
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Condutor
+ -
chave
Pilha
+ -
Pilha
152
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ocorre devido à força de origem química. A corrente elétrica causada por uma pilha é
denominada corrente contínua ou corrente constante.
É importante observar que quando um elétron livre deixa o condutor pelo lado
esquerdo, ele é imediatamente reposto pelo polo negativo da pilha de modo que a
quantidade total de elétrons do material não é alterada. Consequentemente a densidade
volumétrica de cargas no interior permanece constante.
Um elétron livre do material condutor mostrado na Figura 5.10 está submetido a
uma força elétrica, devido ao campo E, dada por:
F = −eE (5.20)
vd = − µ e E (5.21)
J = ρe vd (5.22)
J = − ρe µ e E (5.23)
J = σE (5.24)
153
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρv
Uma vez que o corpo mostrado na Figura 5.10 está isolado, cargas elétricas não
entram e não saem deste corpo. Assim, a carga total do corpo se manterá
indefinidamente. Este é um exemplo trivial do princípio da conservação da carga
elétrica.
154
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Considere agora que o corpo mostrado na Figura 5.10 é conectado a outro corpo,
por meio de um fio, de modo que cargas elétricas fluam para este corpo (não mostrado
na figura). O movimento de cargas resulta em uma corrente elétrica I, conforme mostra
a Figura 5.11.
I
ρv
ds
A corrente I que flui para fora do corpo faz com que sua densidade volumétrica de
cargas diminua. Considerando que a carga do corpo diminua de uma quantidade dQ em
um intervalo de tempo dt, a corrente I pode ser escrita como sendo:
dQ
I=− (5.20)
dt
A carga total do corpo pode ser expressa em função de sua densidade volumétrica
de cargas ρv como sendo:
Q = ∫ ρ v dvol (5.21)
vol
d dρ
I=− ∫ ρv dvol => I = ∫ − v dvol (5.22)
dt vol
vol
dt
I= ∫ J ⋅ ds (5.23)
s
155
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫ J ⋅ ds = ∫ (∇ ⋅ J ) dvol (5.25)
s vol
dρ v
∫ (∇ ⋅ J )dvol = ∫ − dt
dvol (5.26)
vol vol
dρ v
∇⋅J = − (5.26)
dt
dρv
=0 (5.27)
dt
156
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
∫ J ⋅ ds = 0 (5.28)
s
∇⋅J = 0 (5.29)
A equação 5.29 mostra que em qualquer ponto, de um volume percorrido por uma
corrente contínua, a corrente elétrica é nula (ou solenoidal). Isto significa que não
existem fontes ou sumidouros de corrente e que o fluxo devido a correntes contínuas é
fechado.
Considere então uma junção em que uma corrente contínua é carregada para
dentro e para fora por meio de N condutores conforme mostra a Figura 5.12.
I2
IN
I1
A equação 5.28 garante que a soma algébrica de todas as correntes que entram e
saem do corpo mostrado na Fig. 512 é nula, ou seja:
N
∑ Ik =0 (5.30)
k =1
157
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
material condutor
-- cargas inseridas
-
-- - -
- -
- -
- -
-
Figura 5.15 - Cargas distribuídas na superfície do condutor
158
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
a) O condutor adquire uma distribuição superficial de cargas, sendo que não haverá
cargas no interior do condutor;
b) Uma vez que não há cargas no interior do condutor, a Lei de Gauss garante que o
campo elétrico nesta região é nulo.
condutor
Et E
E3 E2
P2 E1
P3
P4 P1
E4 Pn
En
P5
E5
159
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
E = E ân (5.31)
D = D ân (5.32)
P1
V15 = − ∫ E . dL = V1 − V5 (5.33)
P5
Superfície
Gaussiana
Superfície interna
ds 2 D=0 do condutor
160
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
carga envolvida pela Gaussiana possui uma densidade superficial ρs constante. Assim, a
carga envolvida pela Gaussiana é escrita como sendo:
Q = ρs ∆S (5.34)
∫ D ⋅ ds = Q (5.35)
s
∫D ds = ρs ∆S (5.36)
s1
D ∆S = ρs ∆S ⇒ D = ρs (5.37)
D = ρs ân (5.38)
D = εE (5.39)
161
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ρs
E= ân (5.40)
ε
P(x,y,z)
E
Q
Carga Q
Plano condutor
y
x
162
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
163
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Fonte: http://trabcampoeletrico.blogspot.com.br/p/linhas-de-forca.html
z Campo elétrico
Figura 5.22 - Campo elétrico devido ao sistema constituído pela carga pontual e pelo
plano condutor
O campo elétrico mostrado na Figura 5.22 não pode ser calculado por meio dos
métodos já estudados (leis de Coulomb e de Gauss e método do potencial) devido ao
fato de que não conhecemos quantitativamente a distribuição de cargas do plano
condutor. No entanto, este campo pode ser obtido por meio da aplicação do método das
imagens.
Antes que seja mostrado o método das imagens, será feita uma análise do campo
elétrico devido ao sistema de duas cargas pontuais +Q e -Q mostradas na Figura 5.23.
Na Figura 5.23 as cargas +Q e -Q estão localizadas a uma mesma distância em relação
ao plano xy. Os vetores R1 e R2 definem as distâncias das cargas +Q e –Q,
respectivamente, em relação a um ponto P genérico localizado no plano xy
(0,0,d) Carga Q
R1
P(x,y,0)
x R2
(0,0,-d) Carga -Q
164
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Q Q
Vp = − (5.41)
4πε 0 R 1 4πε 0 R 2
Fonte: http://trabcampoeletrico.blogspot.com.br/p/linhas-de-forca.html
z
Superfície equipotencial
com V = 0
165
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
De acordo com o método das imagens, o campo elétrico de uma carga pontual que
está a uma distância d de um plano condutor infinito e com potencial nulo é idêntico ao
sistema constituído por duas cargas pontuais +Q e -Q separadas por uma distância 2d e
dispostas de maneira simétrica em relação ao plano xy. O método das imagens pode ser
aplicado no caso de cargas pontuais ou de qualquer distribuição de cargas. A Figura
5.25 ilustra o método das imagens.
z z
+Q +Q
d d
y y
d
-Q Plano equipotencial
Plano condutor com potencial nulo
infinito com
potencial nulo
Exemplo 5.4: Considere uma carga pontual +Q fixa no ponto (0,0,h) e um plano
condutor localizado no plano z=0.
a) Determine o campo elétrico na superfície do plano condutor;
b) Determine a densidade de cargas induzida no plano condutor;
c) Calcule a carga induzida no plano condutor.
Exemplo 5.5: Considere uma distribuição linear de cargas igual a ρL C/m paralela ao
eixo x e que passa pelo ponto (0,0,h) e um plano condutor localizado no plano z =0.
a) Determine o campo elétrico em um ponto P(x,y,z) genérico;
b) Determine a densidade de cargas induzida no plano condutor;
c) Determine a diferença de potencial VAB entre os pontos A(1,2,0) e B(-2, 3,0);
d) Determine a diferença de potencial VAB entre os pontos A(0,0,h/4) e B(0, 0,3h/4);
166
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
-
- -
- elétron
- - - -
+
-
- - - - núcleo
-
Figura 5.26 - Átomo de material dielétrico
Vamos considerar que o átomo mostrado na Figura 5.26 seja colocado em uma
região do espaço em que existe um campo elétrico externo Eext. Nestas condições, diz-
se que o átomo foi polarizado. Uma vez que os elétrons do átomo não são elétrons
livres, eles não serão deslocados para a superfície do material dielétrico (fato este que
ocorre com um material condutor na presença de um campo elétrico externo). No
entanto, estes elétrons irão sofrer um pequeno deslocamento no sentido contrário ao
campo elétrico externo, conforme mostra a Figura 5.27.
167
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Eext
elétron
- - - --
- -
- + núcleo
- - - -
-
Figura 5.27 - Polarização das cargas de um átomo de material dielétrico
Eext
- + Átomo ou molécula do
dielétrico
Material dielétrico
Eext
- + - + - + - +
- + - + - + - +
- + - + - + - +
A Figura 5.29 mostra que a polarização do dielétrico faz com que os campos de
seus átomos resultem em um campo elétrico na mesma direção, mas em sentido oposto
ao campo elétrico externo. Assim o campo elétrico no interior de um dielétrico
polarizado é menor que o campo externo que causou a polarização do material.
Portanto um dielétrico, quando polarizado por um campo elétrico externo, torna-
se uma fonte de seu próprio campo elétrico e o campo elétrico total em um ponto
168
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
D = (ε 0 + ε 0 χ e ) E (5.42)
D = εE (5.43)
ε = εr ε0 (5.44)
169
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
ET2
E N2
Dielétrico 2
ε2
∆w E N1 E T1
ET2
E N2
∫ E ⋅ dL = 0 (5.45)
c
∆h ∆h ∆h ∆h
E T1 ∆w − E N1 − E N2 − E T2 ∆w + E N2 + E N1 = 0 (5.46)
2 2 2 2
170
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
E T1 ∆w − ET2 ∆w = 0 (5.47)
E T1 = E T2 (5.48)
D T1 = ε1 E T1 (5.49)
D T2 = ε 2 E T2 (5.50)
D T1
E T1 = (5.51)
ε1
D T2
E T2 = (5.52)
ε2
Sabendo que |ET1| e |ET2| são iguais obtém-se, a partir das equações 5.51 e 5.52, a
seguinte relação entre as componentes tangenciais das densidades de fluxo nos dois
materiais:
D T1 ε1
= (5.53)
DT2 ε2
171
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Para obter a relação entre as componentes normais dos campos elétrico nos
materiais 1 e 2, vamos envolver um elemento infinitesimal da superfície de contato
entre os dielétricos por uma superfície cilíndrica conforme mostra a Figura 5.32.
DN1
∆s
fronteira
∆h
-∆s
DN2
∫ D ⋅ ds = Q (5.54)
c
172
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
DN1 = ε1 E N1 (5.57)
DN2 = ε 2 E N2 (5.58)
E N1 ε2
= (5.59)
E N2 ε1
E T1 = E T2 (5.60)
D T1 ε1
= (5.61)
DT2 ε2
E N1 ε2
= (5.63)
E N2 ε1
E T1 = E T2 (5.64)
173
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
DT1 1
= ⇒ DT2 = 2 DT1 (5.65)
DT2 2
E N1 1
= 2 ⇒ E N2 = E N1 (5.67)
E N2 2
Dielétrico 2 Dielétrico 2
ε2 ε2
EN2 DN2
ET2 DT2
ET1 DT1
EN1 DN1
Dielétrico 1 Dielétrico 1
ε1 ε1
Dielétrico 2 Dielétrico 2
ε2 ε2
E2 D2
E1 D1
Dielétrico 1 Dielétrico 1
ε1 ε1
Figura 5.34 - Campo elétrico e densidade de fluxo na fronteira dos dois materiais
A Figura 5.34 mostra que quando o campo elétrico passa de um meio para outro
ocorre uma alteração na sua direção o mesmo ocorre com a densidade de fluxo elétrico
174
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Exemplo 5.6: O plano z = 0 é a superfície que separa dois meios dielétricos. A região z
< 0 possui permissividade ε1 e a região z > 0 possui permissividade ε2. Considerando
que o campo elétrico E = 3â y + 4â z V/m vai do dielétrico 1 para o meio 2, e que ε2 = 2ε1,
determine a densidade de fluxo elétrico e o campo elétrico nos meios 1 e 2.
Exemplo 5.8: O plano y = 0 é a superfície que separa dois meios dielétricos. A região y
< 0 possui permissividade ε1 e a região y > 0 possui permissividade ε2. Considerando
que o campo elétrico E = 3â y + 4â z V/m vai do dielétrico 1 para o meio 2, e que ε2 = 2ε1,
determine a densidade de fluxo elétrico e o campo elétrico nos meios 1 e 2.
5.8 Capacitância
5.8.1 - Definição de capacitância
Considere dois condutores M1 e M2 carregados eletricamente com carga -q e +q,
respectivamente, inseridos em um meio dielétrico cuja permissividade é ε. Este sistema,
mostrado na Figura 5.35, constitui um capacitor.
M2
-q
+q
M1
175
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
b
V0 = − ∫ E . dL (5.68)
a
q= ∫ ε E . ds (5.69)
s
q
C= (5.70)
V0
∫ ε E . ds
s
C= b
(5.71)
− ∫ E . dL
a
176
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Exemplo 5.11: Determine a capacitância entre duas esferas, de raio a, cujos centros
estão separados por uma distância d.
Placa Placa
Vácuo (ε0)
Chave S
V0
Figura 5.37 - Capacitor conectado a uma bateria
Chave S
V0
177
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
E
+ -
+ Eint -
+ -
+ Dielétrico (ε1) -
+ -
Chave S
V0
Figura 5.39 - Inserção de um material dielétrico entre os condutores
Uma vez que o campo elétrico resultante diminui, a diferença de potencial entre as
placas tende a diminuir. No entanto, a diferença de potencial entre as placas é
estabelecida pela bateria que mantém uma diferença de potencial constante. Para que
isto ocorra, a bateria envia mais cargas para as placas aumentando o campo E e
restabelecendo o campo elétrico resultante que havia antes da inserção do material
dielétrico.
Uma vez que há um aumento na quantidade de cargas presentes nas placas
condutoras, ocorre também um aumento na energia necessária para levar estas cargas
até os condutores. Assim, conclui-se que há um acréscimo na energia armazenada no
capacitor quando ocorre um aumento na permissividade (aumento este conseguido com
a inclusão de um material) do meio em que estão as placas condutoras.
178
Eletromagnetismo I Sérgio Kurokawa
Referências
179