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Neuroanatomia e Neurofisiologia

Brasília-DF.
Elaboração

Fábio Ferreira Silva e Tatiana Ferreira Peres

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introdução.................................................................................................................................... 7

Unidade I
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO........................................................................................... 9

Capítulo 1
Organização do sistema nervoso e princípios neurofisiológicos............................. 9

Unidade II
Aspectos funcionais........................................................................................................................ 54

Capítulo 1
Anatomia macroscópica da medula espinhal e seus envoltórios............................... 54

Unidade III
Tronco Encefálico......................................................................................................................... 64

Capítulo 1
Anatomia macroscópica do tronco encefálico........................................................ 64

Unidade IV
Cerebelo............................................................................................................................................ 78

Capítulo 1
Cerebelo: anatomia macroscópica e divisões............................................................... 78

Para (não) Finalizar...................................................................................................................... 96

Referências................................................................................................................................... 99
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica
impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Você já pensou qual a importância da Neuroanatomia e Neurofisiologia? Quais estruturas
compõem o cérebro? Qual o seu papel no funcionamento do ser humano?

Este é um assunto desafiador, complexo e ao mesmo tempo importante do ponto


de vista clínico em razão dos avanços científicos nos últimos tempos, possibilitando
compreender as bases neuroanatômicas e neurofisiológicas em sua normalidade como
também de doenças que podem comprometer o funcionamento cerebral, como por
exemplo, a doença de Parkinson, Alzheimer, Esclerose Múltipla, entre outras.

Estudar as bases neuroatômicas e neurofisiológica é sempre atual porque, cada vez


mais, os estudiosos desse campo estão revendo e aprimorando os seus estudos sobre
o assunto.

Você sabia que nosso cérebro possui aproximadamente 100 bilhões de neurônios?

Ao longo da apresentação deste conteúdo, você conhecerá a organização e anatomia


funcional do Sistema Nervoso Central (SNC), como também da fisiologia neuronal,
os principais substratos neuroanatômicos envolvidos no comportamento, analisar
e discutir criticamente temas relacionados ao campo da Neuroanatomia funcional e
Neurofisiologia do Sistema Nervoso Central (SNC).

E não para por ai! Teremos notícias que demonstra o quanto a ciência vem buscando
compreensão para as funções do cérebro, afinal, sabemos pouco deste órgão que é
considerado por muitos cientistas “como um enigma”.

O sistema nervoso é o mais complexo e diferenciado do organismo, sendo o primeiro


a se diferenciar embriologicamente e o último a completar o seu desenvolvimento.
(CORDEIRO, 1996).

Bons estudos!

Objetivos
»» Conhecer a organização e anatomia funcional do Sistema Nervoso Central
(SNC).

»» Relacionar a organização e anatomia funcional do Sistema Nervoso Central


com fisiologia neuronal.

7
»» Conhecer os principais substratos neuroanatômicos envolvidos na
regulação do comportamento.

»» Demonstrar conhecimento teórico prático para analisar e discutir


criticamente temas relacionados ao campo da Neuroanatomia funcional
e Neurofisiologia do Sistema Nervoso Central.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO Unidade I
SISTEMA NERVOSO

Capítulo 1
Organização do sistema nervoso e
princípios neurofisiológicos

Você já parou para pensar como o cérebro


é complexo?
Para que ocorra um processo sincronizado em nosso organismo é necessário organização
do sistema nervoso. Assim iniciaremos nossos estudos com a oportunidade de
conhecermos os princípios neurofisiológicos e como a organização do sistema nervoso
ocorre, desde a sua divisão estrutural como também entendermos a importância dos
neurônios e sua funcionalidade.

Vamos iniciar a partir deste momento nossos estudos cujo objetivo será conhecermos
a organização do sistema nervoso e os princípios neurofisiológicos envolvidos nesta
fantástica máquina denominada cérebro.

Ao iniciarmos nossos estudos, devemos estar cientes que o sistema nervoso é constituído
de muitos sistemas menores, cada um com suas peculiaridades específicas e distintas.
Assim, o desenvolvimento do sistema nervoso é constituído desde os períodos
intrauterino e neonatal através de tecido embrionário denominado ectoderme, também
conhecido como placa neural.

A placa neural tem cerca de 125 mil células, direcionando a origem de um sistema de
aproximadamente 100 bilhões de neurônios no futuro. Para termos ideia da evolução do
ser humano, por volta da 3a semana de gestação, a placa neural se fecha possibilitando
a formação do tubo neural que na sua região rostral ou anterior sofre dilatação que
originará o Encéfalo.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 1. Gestação.

Fonte: <http://brasil.babycenter.com/i/fetal_development/week19/fetaldev_019_00.jpg>.

Passando pelos pontos de encontro/fechamento das extremidades da placa neural, no


recém- formado tubo neural, forma-se a crista neural, assim originando os componentes
que a neuroanatomia denomina como elementos periféricos e componentes celulares.

Podemos observar a importância do período gestacional no desenvolvimento do feto,


sendo de extrema importância compreendermos na prática clínica através de anamnese
como ocorreu este período, possibilitando elucidar a prática clínica como também no
diagnóstico.

Uma reportagem publicada no Portal R7 em 17 de novembro de 2015 informa que


o Ministério da Saúde havia confirmado até aquela data o nascimento de 399 bebês
com microcefalia na região Nordeste, sendo a maior incidência em Pernambuco, com
aproximadamente 270 casos.

De acordo com o texto, a alta no número de casos de má formação cerebral em bebês


levou o governo a declarar estado de emergência na região.

O diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica à época, Cláudio Maierovitch,


teria dito ao R7 que a intensidade da epidemia nos estados era desconhecida. Segundo o
dirigente, a dinâmica da epidemia ainda precisava ser compreendida em sua totalidade.

Após o aumento dos números de nascimento de bebês com malformação, o governo


declarou estado de emergência e tem buscado compreender melhor as causas oriundas
de tal fenômeno.

Ainda segundo a reportagem, a microcefalia é uma malformação cerebral que pode


levar bebês à morte e é caracterizada por perímetro cefálico inferior a 33 centímetros.
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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Pode ter ainda diversas causas, como substâncias tóxicas, radioativas, infecções por
vírus, toxoplasmose, citomegalovírus e bactérias, além de fatores genéticos.

A doença pode estar ainda relacionada à fatores ambientais, como desnutrição e abuso
de drogas durante a gestação.

Os casos diagnosticados no Nordeste, afirma o texto, podem ter relação com a


contaminação pelo Zika Vírus, transmitido, assim como a Dengue, pelo mosquito
Aedes aegypti.

O diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica havia declarado ao R7 acreditar


existir uma relação entre a contaminação do Zika Vírus e os casos de malformação
cerebral. Análises feitas no líquido amniótico de gestantes comprovou a presença do
Zika Vírus.

Embora não possa afirmar categoricamente, Cláudio Maierovitch acredita que a


presença do Zika Vírus e os casos de microcefalia não sejam coincidência.

Para compreensão da microcefalia, observe a figura a seguir e verifique a desproporção


do desenvolvimento cerebral:

Figura 2. Comparação normal e patológica.

Fonte: <http://www.opas.org.br/zika-virus-microcefalia-sintomas-e-tratamentos/>.

Neurônios: estrutura, característica e


classificação
Basicamente as células que constituem o sistema nervoso são os neurônios e a Glia.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Observe:

Figura 3. Partes do neurônio.

Fonte: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTZc_qqQadKJcqPRe_Za8-
29CGPry4CQWzZBBe9L3Myk8cnTHTk5n_sjV_Y>.

Um neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso, formado de um corpo celular


nervoso (núcleo e citoplasma), se estendendo para fora do corpo celular, os dendritos
e o axônio.

Para que ocorra o processo de transmissão interconectado entre o sistema nervoso


central e o restante do corpo devemos distinguir os neurônios em aferentes, eferentes
e interneurônios.

A seguir, observamos a função de cada neurônio, que estará estabelecido no momento


da constituição celular de acordo com o papel que ele irá desempenhar em nosso
organismo.

»» Neurônios aferentes transmitem informações da superfície do corpo para


o sistema nervoso central, ou seja, o meio interno com o meio externo.

»» Neurônios eferentes transmitem informações do sistema nervoso central


para as estruturas periféricas (constituído por fibras – nervos –, gânglios
nervosos e órgãos terminais).

»» Interneurônios são os neurônios que se ligam a outro neurônio.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 4. Diferentes neurônios.

Fonte: <https://www.todamateria.com.br/neuronios/>.

Ao compreendemos como os neurônios se estruturam, é possível agora conheceremos


como eles podem se dividir:

»» Bipolar: apresentam dois processos (um axônio e um dendrito).


Encontrado na retina e no epitélio olfatório.

»» Unipolar: apresenta um único processo (axônio). São raros, exceto no


embrião.

»» Multipolar: formado por axônio e vários dendritos (a maioria, encontrado


no SNC).

»» Célula piramidal: Apresenta um único processo que se divide em dois.


Uma parte vai para a periferia e a outra para o SNC.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 5. Tipos básicos de neurônio.

Fonte: <http://static.hsw.com.br/gif/brain-neuron-types.gif>.

Você sabia que o cérebro tem 16 tipos diferentes de neurônios? Pelo menos, isso é o que
se sabe até agora, pois podem haver mais tipos.

Um estudo desenvolvido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicado


de forma resumida na Revista Superinteressante, mostra que o cérebro humano, ao
contrário do que se pensava, tem 16 tipos diferentes de neurônios com funções específicas
na estrutura.

Até então, acreditava-se que os cerca de 86 bilhões de neurônios existentes no cérebro


de uma pessoa saudável eram iguais.

De acordo com o texto da revista, publicado em 27 de junho de 2016, os 16 tipos de neurônios


encontrados pelos pesquisadores da Universidade da Califórnia foram obtidos apenas com
amostras do córtex cerebral, a camada mais externa do cérebro (ilustração a seguir).

Isso quer dizer que existe a possibilidade de existirem ainda mais variações de neurônios
no cérebro humano.
Figura 6. Córtex cerebral.

.
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cerebral_Cortex_location_-_pt.jpg>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

De acordo com o texto da revista brasileira, a descoberta pode ser revolucionária,


porque mostra que a estrutura cerebral é ainda mais complexa do que se imaginava.
E por essa razão, novas descobertas podem surgir durante os anos seguintes.

A revista chama atenção para o fato de que os órgãos do corpo humano possuem tipos
distintos de célula, cada uma especializada em uma função – mas nenhum deles possui,
essa multiplicidade de células somente em sua superfície.

Figura 7. Neurônio.

Fonte: <http://veja.abril.com.br/saude/isolamento-social-pode-levar-a-producao-de-menos-mielina-mostra-estudo/>.

Ainda de acordo com a reportagem, os pesquisadores da Universidade da Califórnia


querem estudar melhor essas variedades celulares e observar suas diferenças e tentar
entender como elas correspondem às funções cerebrais.

A ideia, prossegue o texto, é criar um mapa do cérebro saudável – o modelo de um


cérebro ideal, que definirá o funcionamento perfeito de cada célula, com base nas
funções diferentes das diversas “espécies” de neurônios.

O objetivo do mapa, segue a publicação, é estabelecer um padrão para os médicos


diagnosticarem os pacientes de forma mais precisa, com base em evidências físicas
(o número de neurônios comprometidos, por exemplo), e não só em sintomas.

Isso porque, quando os sintomas aparecem, diz a jornalista Helô D’Ângelo, autora do
texto, costuma ser tarde demais para qualquer intervenção médica.

Por fim, a reportagem ressalta que com essas peculiaridades da diversificação entre
neurônios, doenças como Alzheimer, Parkinson, depressão e esquizofrenia, possam ser
avaliadas a partir da especificidade de cada neurônio.

A expectativa é estabelecer um mapa, no qual os médicos poderiam tratar melhor de


seus pacientes ou, quem sabe, até prever e prevenir essas doenças.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 8. Cérebro e estrutura.

Fonte: <http://www.zun.com.br/as-doencas-cerebrais-degenerativas/>.

Mas até lá, diz o texto da reportagem, vai levar tempo: embora os cientistas saibam
onde cada tipo de neurônio se agrupa no córtex, eles ainda não conseguiram determinar
exatamente quais as funções de cada um desses grupos.

Então, os pesquisadores ainda precisam entender melhor as funções de cada “espécie”


de neurônio e analisar neurônios de outras partes do cérebro – não só do córtex – para
descobrir se existem ainda mais tipos em regiões distintas.

Com esta pesquisa, podemos observar que ainda há muito o que se descobrir do
neurônio, bem como de todo o sistema cerebral, o que faz com que esse órgão tenha um
mistério intrigante e mobilizador de novos estudos.

Vamos prosseguir com a nossa aprendizagem, a seguir, aprofundaremos nossos


conhecimentos referente às células da Glia.

GLIAS: Estrutura e função


Mas, o que são células gliais?

Descobertas há mais de 150 anos, as células gliais, são constituintes do tecido nervoso
juntamente com as células neurais, foram inicialmente consideradas até pouco tempo
atrás células de suporte do cérebro, passivas e à margem do seu funcionamento.
Na última década com o avanço das pesquisas nas neurociências foram verificados
mudança relacionada à funcionalidade dessas células na fisiologia e patologia neurais
(GOMES, 2013)

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 9. Células.

Fonte: <http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doenca-de-parkinson-pode-comecar-no-intestino-e-nao-no-cerebro>.

As glias ou neuroglias são constituídas de células não neurais que tem por função dar suporte
ao funcionamento do sistema nervoso central, ou seja, prestam serviços aos neurônios
sendo algumas especializadas, assim formando as bainhas de mielina, as coberturas que
circundam e isolam os axônios no sistema nervoso auxiliando na transmissão de sinais
elétricos, porém há outros tipos de glias que nutrem, sustentam e protegem os neurônios.

Cada neurônio tem pelo menos 10 glias auxiliando. A seguir veremos as glias mais
conhecidas e suas respectivas funções.

Antes disso, observe a imagem a seguir:

Figura 10. Células do sistema nervoso central.

Fonte: <http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/microglia/>.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Sistema Nervoso é composto de 10% de Neurônios e 90% células glias.

Astrócitos: Observe a imagem a seguir e veja o formato estrelar desta glia, essa característica
tem a função de recapturar o glutamato no sistema nervoso central, que é dividido em
3 categorias:

1. Protoplasmáticos: encontrados na substância cinzenta.

2. Fibrosos: encontrados na substância branca.

3. Mistos: na zona de transição das substâncias branca e cinzenta no SNC.

Figura 11. Astrócitos.

Fonte: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/astrocitos.html>.

Microglia: São as menores células do grupo das glias, mas são as responsáveis por
reconhecer e fagocitar antígenos, defendendo o SNC contra invasões. Presentes em
ambas substâncias do SNC.

Essa célula é de extrema importância, pois quando ocorre lesão no neurônio sua
ação é necessária para o processo de regeneração.

Figura 12. Microglia.

Fonte: <http://medical-dictionary.thefreedictionary.com/microglia>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Oligodendróglias: São glias de grande importância para os neurônios, pois elas


participam na produção da bainha de mielina no Sistema Nervoso Central (SNC).
A bainha de mielina é responsável pelo isolamento elétrico, favorecendo a agilidade de
informações transmitidas pelos neurônios. Foi observado que, em cultura salina, os
neurônios não sobrevivem por muito tempo sem as oligodendróglias.

Figura 13. Oligodendróglia.

Fonte: <https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQs7NS0QqbFKhC1VjTsF07XWCsXJDwBfl1cNiwgj23w49Q4XEOdQg>.

Células ependimárias: São glias que participam do preenchimento das cavidades do


encéfalo e da medula e ficam em contato imediato com o líquido cefalorraquidiano
encontrado nessas cavidades, esse líquido é responsável pela nutrição e proteção das células.

Figura 14. Sistema Nervoso Central.

Fonte: <http://1.bp.blogspot.com/-LJYZKoynwx4/TnovU8JXg-I/AAAAAAAAADY/w8lO724n8As/s1600/LCR.jpg>.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Células ependimárias

Célula de Schwann: Essas glias tem a mesma função das oligodendróglias, reconstituir
a bainha de mielina, mas elas fazem isso no Sistema Nervoso Periférico (SNP).

Figura 15. Partes do neurônio.

Fonte: <https://image.slidesharecdn.com/celulasgliales-151017201609-lva1-app6891/95/celulas-gliales-4-638.jpg?cb=1445113365>.

Ao aprofundarmos os conhecimentos sobre os neurônios, criamos a possibilidade de


compreendermos o comportamento do ser humano em seus diferentes contextos,
lembrando que o neurônio tem a capacidade de adaptar-se ao meio no qual estamos
inseridos, nesse sentido, o neurônio adquire uma plasticidade capaz de recuperar
perdas significativas mesmo sem sua regeneração.

Continuaremos nesse processo de aprendizagem, porém, antes disso, vamos retomar


alguns conhecimentos, ou seja, verificamos que existem diferentes neurônios, cada um
com sua especificidade e função na condução das informações. Mas afinal, o que faz de
um neurônio especial?

Todos os seres vivos precisam para sobreviver de três propriedades existentes no


protoplasma, isso possibilita a sensação e a reação diante dos estímulos, essas
características são divididas no sistema nervoso em: irritabilidade, condutibilidades,
contrabilidade. É o que veremos a seguir:

1. Irritabilidade ou excitabilidade: de acordo com o estímulo, é


esperado uma reação, nesse caso, podemos pensar na situação dolorida
do fogo queimando a pele, nossa ação é a retirada do membro o mais

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

rápido possível. Quando há um problema no sistema nervoso, pode ser


que não haja uma reação tão imediata e a pessoa não consiga sentir que
está próxima ao fogo.

Figura 16. Neurônio e sinapse.

Fonte: <http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/decimo/images/sistnervo.jpg>.

2. Condutibilidade: é a capacidade de conduzir a informação em toda


a extensão – sinto a dor no pé que é registrada através das diversas
conexões neuronais, elaborada e entendida pelo cérebro (que dor!) em
poucos segundos.

Figura 17. Estruturas do sistema nervoso.

Fonte: <http://www.guia.heu.nom.br/images/Sistema_nervoso.gif>.

3. Contratilidade: O protoplasma responde ao estímulo detectado da


célula, se contraindo numa ação protetiva, por exemplo, caso você vá

21
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

verificar um cabo de energia, o ideal é que o fio seja tocado com as costas
da mão, pois a reação natural é a da retirada, caso você encoste a palma
da mão, sua reação é a de segurar o fio, pois o movimento de contração é
desfavorável.

Figura 18. Sinapse.

Fonte: <http://www.sp.senac.br/imagens/eventos/00208420140123162632.jpg>.

Todos os seres vivos estão em mudanças para melhor adaptação ao meio


que convivem, e consequentemente possibilitando a sobrevivência. Eles só
poderão promover sua perpetuação, com o auxílio destas três propriedades do
protoplasma, que são: Irritabilidade, Condutibilidade e Contratilidade.

Vascularização do sistema nervoso

O sistema nervoso é formado por estruturas altamente complexas que necessitam para
o seu metabolismo elevados índices de glicose e oxigênio. Esse consumo de oxigênio e
glicose, requer um fluxo sanguíneo muito intenso. Diminuição na concentração destes
componentes ou, a suspensão do fluxo sanguíneo ao encéfalo não são toleradas por um
período maior que 7 segundos, trazendo ao indivíduo perda de consciência.

A parada da circulação cerebral por mais de sete segundos leva o indivíduo a perda da
consciência.

Após cerca de cinco minutos começam aparecer lesões que são irreversíveis, pois, por
sua alta complexidade, as células nervosas não se regeneram.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Calcula-se que por minuto circula no encéfalo um fluxo sanguíneo aproximado ao peso
do próprio corpo, sendo superado, apenas pelo rim e coração.

Polígono de Willis

Para a irrigação do encéfalo, são necessárias artérias especializadas, distribuídas em


dois sistemas: Vértebro-basilar (artérias vertebrais) e Carotídeo (artérias carótidas
internas). Estas artérias formam na base do crânio, o Polígono de Willis, de onde
ramificam as principais artérias para vascularização cerebral.

Figura 19. Polígono de Willis.

Fonte: <http://enfermagem24hr.blogspot.com.br/2011/11/sistema-cardiovascular.html>.

Das artérias vertebrais se origina a artéria basilar, que se localiza na goteira basilar. Ela
se bifurca em duas artérias cerebrais que irrigam a parte posterior da face inferior de
cada um dos hemisférios cerebrais.

23
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 20. Irrigação cerebral.

Fonte: <https://questoesdefisiocomentadas.wordpress.com/tag/anatomia-fisiopatologia-encefalo/>.

A carótida interna, após trajeto pelo pescoço, penetra na cavidade craniana pelo
canal carotídeo do osso temporal, infiltra-se na dura-máter e na aracnoide e, no
início do sulco lateral, separa-se em dois ramos terminais: as artérias cerebrais média
e anterior.

A artéria carótida interna é de suma importância, quando bloqueada pode levar a morte
cerebral irreversível, ocorrência comum.

Clinicamente, as artérias carótidas internas e seus ramos são frequentemente referidos


como a circulação anterior da artéria vertebral e basilar (Sistema Vértebro-Basilar).

As artérias vertebrais direcionam se ao encéfalo, em sentido superior, seguem a partir


das artérias subclávias próximas à parte posterior do pescoço. Passam através dos
forames transversos das seis primeiras vértebras cervicais, perfuram a membrana
atlanto-occipital, a dura-máter e a aracnoide, penetrando no crânio pelo forame
magno. Percorrem a seguir a face ventral do bulbo e, ao nível do sulco bulbo-pontino,
misturam-se para constituir um tronco único, a artéria basilar. As artérias vertebrais
originam ainda as artérias espinhais e cerebelares inferiores posteriores.
24
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 21. Artérias do cérebro.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/vascularizacao/>.

As veias do encéfalo não acompanham as artérias sendo maiores e mais calibrosas do


que elas. As veias jugulares internas, recebem o sangue drenado dos seios da dura-máter,
praticamente todo o fluxo sanguíneo encefálico.

A vascularização cerebral é em dois sistemas: sistema venoso superficial e sistema venoso


profundo, os dois são unidos por numerosas anastomoses, apesar de anatomicamente
distintos.

A anastomose corresponde a uma conexão entre duas partes do corpo


humano. A mais frequente das anastomoses é a de vasos sanguíneos que
se ligam naturalmente para formar novas vias de circulação sanguínea
quando uma veia é rompida. O polígono de Willis no cérebro é um
sistema de anastomoses que permite uma melhor circulação do sangue.
A colostomia, anastomose de origem cirúrgica, corresponde à ligação
do cólon ao abdômen.
Fonte: <http://saude.ccm.net/faq/577-anastomose-definicao>.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 22. Sistema Venoso Superficial.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/vascularizacao/>.

Sistema Venoso Superficial – drena o córtex e a substância branca subjacente. Formado


por veias cerebrais superficiais (superiores e inferiores) que desembocam nos seios da
dura-máter.

Sistema Venoso Profundo – drena o sangue de regiões situadas mais profundamente no


cérebro, tais como: corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro
branco medular do cérebro. A veia mais importante deste sistema é a veia cerebral magna
ou veia de Galeno, para a qual converge todo o sangue do sistema venoso profundo
do cérebro.
Figura 23. Sistema Venoso Profundo.

Fonte: Netter, 2000.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Potencial de ação e potencial de repouso

Para que haja o funcionamento do sistema nervoso é preciso estabelecer uma base
geradora de impulsos elétricos nos neurônios que são unidos entre si, ou com as células
musculares. Os pontos de conexão são realizados através das sinapses, nas quais os
neurotransmissores excitatórios ou inibitórios promovem respostas necessárias frente
às demandas do organismo. Nesse processo destacam-se os eventos elétricos conhecidos
como Potencial de Ação e Potencial de Repouso. O potencial de ação ou impulso nervoso
acontece por um fenômeno eletroquímico que ocorre através da permeabilidade da
membrana do neurônio. Essa ação permeável permite que os íons transitem de um
lado para o outro da membrana, gerando um campo elétrico provocado pelas cargas
componentes dos íons.

As sinapses acontecem a partir da transmissão de uma alteração elétrica que acontece


ao longo da membrana do neurônio a partir do ponto excitado. Com a chegada
do sinal elétrico na extremidade pré-sináptica, por um mecanismo Ca++ (Cálcio
com duas partículas de hidrogênio) que provoca a alteração na permeabilidade da
membrana, ocorrendo a liberação do neurotransmissor na fenda sináptica, nessa ação
é atingido os receptores da membrana pós-sináptica ou da membrana da célula efetora
despolarizando-a e gerando a alteração da permeabilidade dos diferentes íons, é dessa
forma que ocorre a passagem do impulso entre as fibras nervosas ou entre estas e as
células efetoras.

Potencial de repouso

O potencial de repouso provoca uma carga elétrica de aproximadamente -75 milivolts


(mV) gerada no limite interno e o lado externo da membrana. Todos os fenômenos de
bioletricidade são baseados nessa carga elétrica, fazendo com que as células excitáveis,
tais como o neurônio, possam executar suas funções de armazenamento e transmissão
de informação.

Podemos dizer que o Potencial de Repouso é o potencial de membrana antes que


ocorra a excitação da célula nervosa, conhecido também como potencial gerado pela
bomba de Na (sódio) e K (potássio) que joga 3 Na + para fora e 2 K + para dentro
contra os seus gradientes de concentração, pela permeabilidade seletiva da membrana
ao K + e não ao Na + e pelos ânions com carga negativa retidos no interior da célula
pela membrana celular.

27
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 24. Potencial de Repouso.

Fonte: <http://www.uff.br/WebQuest/pdf/ionico.htm>.

Como já mencionado anteriormente, o neurônio é uma célula capaz de receber


informação através dos impulsos elétricos e reagir a partir desta corrente fazendo uso
das propriedades do protoplasma: a irritabilidade, condutibilidade e contratilidade.

Mas, se o neurônio é célula, como há impulso elétrico?

Figura 25. Ação do neurônio.

Fonte: <http://www.sobiologia.com.br/figuras/Fisiologiaanimal/nervoso9.gif>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Membrana é a capa que reveste o neurônio, mas para ocorrer o potencial de membrana
o que é necessário?

Para ter o potencial de ação é necessário que a membrana seja semipermeável, ou


seja, que ela permita a transição dos componentes químicos necessários para gerar
concentração e movimentação dos íons interna e externa do neurônio.

Observe a imagem a seguir:

Figura 26. Potencial de ação.

Fonte: <http://neurocienciaspt.blogspot.com.br/2013/02/v-behaviorurldefaultvmlo.html>.

A seguir as 4 etapas para que se ocorra as movimentações dos íons:

1. Etapa: Divisão passiva – gradiente de concentração onde tem maior


trânsito de íons sem gasto de energia a favor do gradiente de concentração.

2. Etapa: Transporte ativo – necessidade de energia ATP (Trifosfato de


Adenosina).

3. Etapa: Canais de voltagem dependentes – canal que possibilita o fluxo


de voltagem para saber onde poderá transitar (potássio só entra e sai pelo
mesmo local).

4. Etapa: Atração de cargas opostas ou Lei de Coulomb – interação


eletrostática entre partículas eletricamente carregadas.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 27. Interação neural.

Fonte: <http://fach-uefs-mascarenhasrb.blogspot.com.br/2013/11/celulas-excitaveis.html?showComment=1455497851027>.

Todo esse processo para compreendermos como ocorre a sinapse do neurônio. Assim, a
sinapse é a unidade que processa os sinais do sistema nervoso central como também
do sistema nervoso periférico, sendo uma estrutura macroscópica em contato com as
demais células possibilitando a transmissão de mensagens (analise a imagem a seguir).

Figura 28. Membranas e sinapse.

Fonte: <http://www.infoescola.com/sistema-nervoso/sinapse-quimica/>.

Conforme vimos anteriormente há diferentes tipos de neurônios, assim a transmissão dos


impulsos elétricos ou sinapses podem ser alteradas/modificadas ao serem processadas
de uma célula a outra. Para esta ação será denominada flexibilidade funcional do
sistema nervoso.
30
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

No processo de sinapses há dois tipos:

»» sinapses químicas;

»» sinapses elétricas;

Antes de aprofundarmos nossos conhecimentos, observe atentamente a seguinte imagem:

Figura 29. Sinapses.

Fonte: <http://www.geocities.ws/ctv10ano/sinapse.jpg>.

As sinapses elétricas ou sinapses de junções comunicantes são sincronizadores celulares,


transmitem correntes iônicas como também pequenas moléculas entre células acopladas.

As sinapses químicas podem alterar as mensagens que transmitem em diferentes


circunstâncias. Sua estrutura é especializada no armazenamento de substâncias
neurotransmissoras e neuromoduladoras ligadas ao pequeno espaço entre a membrana
pré e a membrana pós-sináptica.

31
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Perceba que é necessária junção de neurônios juntamente com sinapses para que
tenhamos funcionalidade cerebral, assim possibilitando processamento de informações
do sistema nervoso.

Vamos refletir?

Foi citado anteriormente que há dois tipos de sinapses (química e elétrica), porém em
nosso cérebro há somente as sinapses químicas.

E as sinapses elétricas?

As sinapses elétricas ocorrem entre os neurônios e os músculos lisos e cardíacos.


O estímulo de dor é reconhecido através desse processo.

Assistam no Youtube ao vídeo: Impulso Nervoso/Sinapse – Você terá a


oportunidade de assistir uma animação que mostrará os processos necessários
para as sinapses, assim contribuindo na compreensão deste processo de extrema
importância para comunicação entre os neurônios.

Substância branca e substância cinzenta


Ao estudarmos o Sistema Nervoso Central, aprendemos que ele é formado pelo tecido
nervoso, lembre-se que estudamos anteriormente que o neurônio é uma célula funcional
do sistema nervoso, formado de um corpo celular nervoso (núcleo e citoplasma), sendo
que nos processos que se estendem para fora a partir do corpo celular há os dendritos e
o axônio, ou seja, células responsáveis pela propagação do impulso nervoso.

Figura 30. Substância.

Fonte: <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp>.

32
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Ao analisar o sistema nervoso central, é possível perceber duas porções com colorações
distintas: uma região com a coloração acinzentada e outra região mais esbranquiçada.
As duas substâncias (branca e cinzenta) diferem basicamente pela presença ou ausência
de mielina nas células nervosas.

Figura 31. Estruturas cerebrais.

Fonte: <http://www.icb.usp.br/mol/images/9-cerebro.jpg>.

Afinal, com a diferença entre a substância branca e cinzenta?

A substância branca possui grande parte de suas fibras mielinizadas, o que dá o aspecto
branco ao interior do cérebro e a parte externa da medula, enquanto a substância
cinzenta não possui mielina, se localizando na parte mais externa do córtex e interior da
medula. Há um terceiro tipo de substância que é a negra ou nigra, essa região localizada
no mesencéfalo é responsável pela produção de dopamina e a sua cor característica é
devido à neuromelanina.

Observe a importância da substância branca e sua relação com a mielinização dos


neurônios, fixando que a mielina é uma “gordura” que possibilitará os impulsos na
transmissão/propagação dos impulsos nervosos entre os neurônios.

33
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 32. Neurônio.

Fonte: Amabis e Martho, 2004.

Propagação do impulso nervoso em um axônio mielinizado do SNP, no qual as alterações


das cargas elétricas (despolarizações) da membrana do axônio “saltam” pelos nós
neurofibrosos, o que torna sua transmissão extremamente veloz.

A substância cinzenta é uma camada externa ao cérebro, responsável pelo


processamento das informações que recebemos, ou seja, podemos compará-
la a um processador de dados, cujo objetivo é transmitir as informações que
chegam até ela possibilitando respostas para alguma resolução de problemas.

A substância branca por sua vez possui fibras mielinizadas conduzindo


velocidade ao processamento das informações, em suma observe que ambas
substâncias são de extrema importância.

Nervos cranianos

Composto por 12 pares de nervos cranianos emergem da superfície do encéfalo, sendo


designados por um nome e um algarismo romano (figura 33). Em suma, os nervos
cranianos inervam estruturas na cabeça, na face como também no pescoço, porém há
uma exceção, o nervo vago, que inerva órgãos torácicos e abdominais, além de estruturas
na cabeça e pescoço.

34
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 33. Nervos cranianos.

Fonte: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS1GX0ks_1DbWXBPkAlOvlCsJIpjti6c9cKV9_p90hX6AfEUtwZdITEKg>.

Alguns nervos cranianos são especificamente sensoriais, sendo eles: Nervos olfativos (I),
óptico (II) e vestibulococlear (VIII), já os demais nervos cranianos são principalmente
motores, mas contêm algumas fibras sensoriais, que respondem ao movimento de
músculos e tendões, sendo eles: nervos oculomotores (III), troclear (IV), abducente
(VI), acessório (XI) e hipoglosso (XII). Já os demais são nervos mistos, contendo fibras
motoras como também sensoriais (Quadro 1).

Quadro 1.

Nervo Craniano FUNÇÃO


I-OLFATÓRIO Sensitiva Percepção do olfato.
II-ÓPTICO Sensitiva Percepção visual.
III-OCULOMOTOR Motora Controle da movimentação do globo ocular, da pupila e do cristalino.
IV-TROCLEAR Motora Controle da movimentação do globo ocular.
Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor);
V-TRIGÊMEO Mista
Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).
VI-ABDUCENTE Motora Controle da movimentação do globo ocular

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Nervo Craniano FUNÇÃO


Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo motor).
VII-FACIAL Mista
Percepção gustativa no terço anterior da língua (ramo sensorial).
Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular).
VIII-VESTÍBULO-COCLEAR Sensitiva
Percepção auditiva (ramo coclear).
IX-GLOSSOFARÍNGEO Mista Percepção gustativa no terço posterior da língua, percepções sensoriais da faringe, laringe e palato.
Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras.
X-VAGO Mista
Inervação das vísceras torácicas e abdominais.
XI-ACESSÓRIO Motora Controle motor da faringe, laringe, palato, dos músculos esternoclidomastroide e trapézio.
XII-HIPOGLOSSO Motora Controle dos músculos da faringe, da laringe e da língua.

Fonte: <https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT-Q2n269KmfRQakgjfq5Zl4cHiAEvGB678kZwjuZJxo2dKNkRnbg>.

Assista o vídeo: Como funciona o cérebro? Você terá a oportunidade de


aprofundar ainda mais o conhecimento por meio deste vídeo que está disponível
no Youtube. Aproveite!

Até o momento, podemos compreender que ocorrer um processo sincronizado em nosso


organismo é necessário organização do sistema nervoso. Assim, conhecemos os princípios
neurofisiológicos e como a organização deste sistema ocorre, desde a sua divisão estrutural
como também entendermos a importância dos neurônios e sua funcionalidade.

Depois de um século pensando o contrário, os cientistas descobriram que novos


neurônios nascem também em adultos. Agora sonham com a cura de lesões na espinha
(Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA), derrames, Parkinson e Alzheimer.

Figura 34. Esclerose Amiotrófica Lateral.

Fonte: <http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2009/04/lesao-das-vias-motoras-descendentes.html>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

A reportagem da revista Super Interessante do dia 30 de junho de 1999, já retratava a


surpreendente pesquisa realizada na Universidade de Rockefeller, em Nova York,
contrariando o já sabido, a incapacidade dos neurônios se regenerarem, porém foi descoberta
uma nova célula, chamada astrócitos, que consegue gerar novos neurônios. Existem em
grandes proporções no sistema central possibilitando grande potencial de restauração.
Figura 35. Neurônio.

Fonte: <https://www.todamateria.com.br/celulas-gliais/>.

A reportagem também relata uma outra descoberta importante, mais do que a


potencialidade de restauração de um neurônio, é possível que as células de adultos
também podem se regenerar, com esses resultados, muitas são as esperanças provocadas
nos neurologistas.

Por causa da complexidade do neurônio, os cientistas não imaginavam a capacidade do


cérebro se regenerar, entretanto, as células responsáveis pela formação de memórias,
tem se multiplicado, espera-se conseguir uma forma de fazê-las se desenvolver em
outras partes do cérebro.

Figura 36. Regeneração celular.

Fonte: <http://www.saudecuriosa.com.br/acupuntura-como-possibilidade-de-regeneracao-do-cerebro-na-doenca-de-alzheimer/>.

A ciência é incrível! Pode descobrir algo novo e tudo o que se sabia, toma novos rumos.
A partir da pesquisa realizada com cinco cadáveres na Universidade da Califórnia, e no
37
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Instituto Universitário de Gotemburgo, descobriu se que houve produção de neurônios


antes da morte do organismo. O estudo foi realizado numa pequena região, o hipocampo
e o números de células novas era pequeno, entretanto, essa pequena descoberta, traz
esperanças para novos caminhos.

O hipocampo é a região responsável pela memória, é possível que suas células se


multipliquem, uma vez que sua função é guardar os fatos experimentados ao longo da
vida, essa descoberta ainda não contribui para a solução de doenças como Parkinson e
Alzheimer, nem para doenças geradas a partir de outras partes do cérebro, entretanto
nos faz pensar o quanto ainda é um universo inexplorado e possível de novas descobertas.

Figura 37. Hipocampo.

Fonte: <http://www.raizdavida.com.br/site/portugues/hipocampo-centro-da-memoria-localizado-no-meio-do-cerebro-2/>.

Os neurônios não se dividem como as outras células do nosso corpo. São complexos
e não possuem as proteínas necessárias para se reproduzir. Os recém-achados
clínicos-científicos, supõem que podem ser utilizadas algumas células denominadas
troncos que serviriam como uma espécie de “estepes”, ou células mães, que poderiam a
partir de um estímulo químico específico, se transformar em qualquer outras célula que
o organismo precise para se curar.

As pesquisas não param e com a possibilidade do compartilhamento das informações,


a tecnologia médica está avançando muito mais rápido.

Outra pesquisa que a revista menciona, também da Universidade Rockefeller, em


Nova York, é que foram encontradas células-tronco em outra parte do cérebro, a
zona subventricular. Elas não têm a capacidade de provocar a multiplicação de novos
neurônios, salvo quando induzida em laboratório. Nessa pesquisa descobriu que essas
células que ao receber estímulo poderiam se multiplicar e se adaptar às necessidades do
organismo, nada mais eram do que os já conhecidos astrócitos. Temos aproximadamente
100 bilhões de astrócitos no sistema nervoso. Não sabemos sua real possibilidade, e se
todos esses possuem o mesmo mecanismo de multiplicação, porém, qualquer que fosse
sua realidade aumentaria o potencial de regeneração do cérebro.
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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 38. Localização cerebral.

Fonte: <http://www.elsevier.es/ca-revista-radiologia-119-articulo-celulas-madre-implicaciones-el-desarrollo-S0033833811002177>.

Essas pesquisas, também incluem cientistas brasileiros, o neurologista Ciro da Silva, da


Universidade de São Paulo que está entre os principais pesquisadores da área, acredita
que “Ao longo da evolução, nosso cérebro foi se tornando mais complexo e ficou tão
especializado que deixou de se consertar.” Ou seja, a enorme quantidade de substâncias
e a grande variedade de conexões que cada célula teve que dominar quando os humanos
ficaram mais espertos tornou-as difíceis de substituir.

Figura 39. Neurônio.

Fonte: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/mudanca-na-forma-de-diagnostico-elevou-casos-de-autismo-nos-eua.html>.

A reportagem continua com clima de esperança, contando ainda sobre a pesquisa


do neurologista brasileiro, que vem buscando os chamados fatores de crescimento,
substâncias capazes de ativar ou induzir as células troncos a se transformarem na célula
ideal para que o organismo adquira qualidade curativa.
39
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 40. Célula-tronco.

Fonte: <http://www.infoescola.com/citologia/celulas-tronco/>.

O cientista russo, Valery Kukekov, da Universidade do Tennessee, Estados Unidos,


anunciou que tinha conseguido cultivar células-tronco em laboratório. Essa notícia
provocou na população geral a esperança de que pacientes medula-lesionados pudessem
andar. Sabemos o quanto é importante as descobertas serem compartilhadas, porém, é
importante que os meios de comunicação, divulguem com cuidado, uma pesquisa deve
passar por uma série de validações para que ela seja considerada fidedigna, podendo
provocar na população frustração desnecessária.

Figura 41. Células-tronco.

Fonte: <http://letraspedacos.blogspot.com.br/2013/04/celulas-tronco-e-doacao-de-cordao.html>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

O pesquisador Kukekov contou à revista sua experiência. “O que fizemos foi pegar
esse material, estimulá-lo com fatores de crescimento e gerar novas células-tronco.”
Só que, depois disso, elas tendem a continuar se multiplicando. No cérebro, esse
crescimento desenfreado geraria um tumor. “Conseguimos, então, induzi-las a começar
a se transformar em neurônios, perdendo a capacidade de multiplicação”, diz ele. Ou
seja, reproduzem-se células do próprio cérebro, portanto sem risco de rejeição, e elas
ficaram no ponto para o implante. “Acredito que esse será um tratamento corriqueiro
em uma ou duas décadas”, exultou o russo.

Figura 42. Neurônio.

Fonte: <http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2017/01/1852800-zika-impede-multiplicacao-celular-e-
amadurecimento-de-neuronios.shtml>.

Não é à toa que estamos vivendo a década do cérebro, há investimento por todos os
lados, assim, como novas notícias: pesquisas realizadas com ratos demonstraram
que neurônios imaturos se desenvolvem de forma específica quando alocadas em
determinada região do cérebro. As células circundantes lhes enviam sinais químicos
que indicam como elas devem funcionar de maneira a reabilitar o organismo. Pode se
observar a capacidade da recuperação das funções perdidas, mesmo em caso do AVC,
uma das doenças mais preocupantes por provocar a morte de um número excessivo de
neurônios dependendo de sua gravidade.

Figura 43. Acidente Vascular Cerebral.

Fonte: <http://www.onortao.com.br/noticias/acidente-vascular-cerebral-ou-derrame-cerebral-veja-video,69887.php>.

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UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Segundo a Organização Mundial de AVC (WSO), essa é a doença responsável por cerca
de 6 milhões de mortes por ano.

O primeiro tipo, e mais comum, é o AVC Isquêmico que se dá devido ao entupimento de


vasos responsáveis por levar o sangue até o cérebro.

Leia os 5 tipos de AVC Isquêmico que o site Minha Vida publicou:

1. AVC isquêmico lacunar: esse tipo de AVC isquêmico ocorre quando


um trombo é formado em um pequeno vaso, devido a uma inflamação
chamada lipo-hialinólise. É comum em pessoas que têm fatores de risco
vasculares, como hipertensão.

2. AVC isquêmico aterotrombótico: a principal causa desse AVC


isquêmico é a aterosclerose, doença que causa a formação de placas nos
vasos sanguíneos maiores, levando à oclusão do vaso ou à formação de
êmbolos . É ocasionado, assim como no lacunar, pela presença de fatores
de risco vasculares.

3. AVC isquêmico cardioembólico: esse tipo de AVC isquêmico ocorre


quando o êmbolo causador do derrame parte do coração, no geral
decorrente de doenças cardiovasculares.

4. AVC isquêmico de outra etiologia: esse tipo de AVC isquêmico é


mais comum em indivíduos jovens, podendo estar relacionado a distúrbio
de coagulação do sangue, doença que deixa o sangue mais espesso, a
inflamação dentro do vaso sanguíneo (vasculite) e a fragilidade da parede
dos vasos que levam sangue ao cérebro (dissecção).

5. AVC isquêmico criptogênico: quando a causa do AVC isquêmico não


foi determinada, mesmo após uma investigação extensa.

Link para acessar matéria completa: <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/avc-


isquemico>.

Já o AVC hemorrágico, é menos comum, porém, tão grave quanto o isquêmico, pois
quando um vaso sanguíneo intracraniano é rompido, forma-se um coágulo, que
consequentemente acaba afetando alguma função cerebral do indivíduo.

Neste caso, há dois tipos:

1. AVC hemorrágico intraparenquimatoso: causado pela pressão alta


crônica.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

2. AVC hemorrágico subaracnóideo: causado por Hipertensão


alta/descontrolada, ou por uma ruptura de um aneurisma.

Há pessoas que ainda associam o AVC (Acidente Vascular Cerebral) com stress excessivo,
porém, é preciso entender que as principais causas do AVC são:

»» hipertensão arterial;

»» diabetes;

»» tabagismo;

»» problemas cardíacos;

»» álcool em excesso;

»» sobrepeso e obesidade.

O stress leva ao corpo uma descarga de adrenalina muito grande, deixando-o mais
propenso a arritmias, e consequentemente, a pressão arterial aumenta. Dessa forma,
podemos entender que o stress em si não leva ao AVC, ele pode causar hipertensão, e a
hipertensão sim, pode levar ao AVC.

Figura 44. Dia Mundial de Prevenção ao AVC.

Fonte: <http://labcen.com.br/wp-content/uploads/2016/10/DESTACADAAVC.jpg>.

Conheça os sintomas:

»» dormência em braços e/ou pernas;

»» dificuldade na fala e perda de equilíbrio;

»» perda súbita da força no rosto, braço ou perna do lado esquerdo ou direito


do corpo;
43
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

»» diminuição da sensibilidade, sensação de formigamento na face, braço


ou perna;

»» perda súbita de visão em um olho ou nos dois;

»» alteração aguda na fala e dificuldade para articular e expressar palavras;

»» instabilidade, vertigem súbita e intensa;

»» desequilíbrio associado a náuseas ou vômitos.

Figura 45. Sinais de AVC.

Fonte: <http://saude-joni.blogspot.com.br/2013/11/avc-e-habitos-saudaveis.html>.

O sistema nervoso central também é afetado pelo AVC, pois além de incluir o cérebro,
inclui também o tronco encefálico, cerebelo, e a medula espinhal. Dependendo da
região atingida, os sintomas e as sequelas serão diferentes.

Assim o lobo frontal está mais ligado às decisões e movimentos, o parietal com
os movimentos e a sensibilidade do pescoço para baixo e com parte da fala e o
occipital com a visão. O cerebelo está ligado com o equilíbrio e o tronco cerebral
com a respiração e os movimentos e sensibilidade do pescoço para cima. Claro
que isto é uma explicação básica e deve-se ter em mente que todo sistema
nervoso está interligado podendo uma lesão em uma mínima parte ter grandes
repercussões no todo e suas implicações e a localização da lesão podem ser
difíceis de diagnosticar, devendo a pessoa acometida ser avaliada por um médico.
(Fonte: Mundo Curioso, Giovanni Rocha. <http://curiosidades-mundocurioso.
blogspot.com.br/2010/10/avc-acidente-vascular-cerebral.html>.).

Sorria Abrace Música Urgente

Embriologia do sistema nervoso

Inicia-se na fecundação – multiplicação das células – cada sistema que compõe o corpo
humano sofrerá suas alterações, essas serão denominadas Fases de Desenvolvimento
Embrionário do Sistema Nervoso.
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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Na terceira semana de gestação, há três folhetos embrionários (germinativa) possibilitando


a estrutura denominada fase trilaminar:

»» ectoderma;

»» mesoderma;

»» endoderma.

Figura 46. Folhetos embrionários.

Fonte: <http://professornandao.blogspot.com.br/2015/11/caracterizacao-dos-animais.html>.

Ectoderma é a camada mais externa para o desenvolvimento do Sistema Nervoso


Central e Sistema Nervoso Periférico, sendo de responsabilidade da notocorda enviar
informações para a ectoderma através de sinais químicos.

A notocorda é uma estrutura celular em forma de bastão, e que dá origem ao eixo


primitivo do embrião.

A seguir, compreenderemos como ocorre o processo de desenvolvimento do sistema


nervoso:

1. Placa Neural – 14 a 18 dias.

2. Sulco Neural – 21 dias.

3. Goteira Neural – 22 dias.

4. Tubo neural – 24 a 25 dias.

45
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Figura 47. Desenvolvimento do Sistema Nervoso.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/>.

Aproximadamente com 35 dias o tubo sofre diferenciação sofrendo três dilatações (o


que era único passa a ser dividido).

Observe:

Figura 48. Dilatações do Sistema Nervoso.

Fonte: <http://dicionarioportugues.org/pt/prosencefalo>.

46
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Vamos observar todas as fases do desenvolvimento do sistema nervoso:

Divisões sistema nervoso

Figura 49.

Fonte: Autora.

Figura 50. Desenvolvimento Sistema Nervoso Central.

Fonte: <http://pasapirangag09.pbworks.com/f/1225557024/formacao_cerebro.JPG>.

47
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Para ocorrer o processo embrionário é necessário ácido fólico, caso ocorra falta
do mesmo poderá ocorrer deformação no processo de desenvolvimento do
Sistema Nervoso.

Figura 51. Ácido fólico.

Fonte: <http://www.farmaciasaude.pt/site/index.php?option=com_content&view=article&id=325:anemia-por-deficiencia-de-
acido-folico&catid=50:doenca&Itemid=220>.

Para ocorrer todo o processo de desenvolvimento do feto é necessário um processo de


transmissão sanguínea da mãe para o feto, denominada Barreira Hemato-Placentária.

Figura 52. Circulação sanguínea fetal.

Fonte: <http://www.hospitalinfantilsabara.org.br/saude-da-crianca/informacoes-sobre-doencas/abc-saude-infantil/c/circulacao-fetal/>.

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DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 53. Feto.

Fonte: <http://domingosmantelli.com.br/placenta-essencial-saiba-a-importancia-dela-para-o-bebe/>.

Neste artigo é relatado a importância do ácido fólico na prevenção de anencefalia e outras


malformações do tubo neural. Porém, é importante ressaltar que o acompanhamento em
pré-natal, poderá orientar a gestante, como ela deve consumir essa e outras vitaminas
capazes de promover o desenvolvimento saudável do feto.

Figura 54. Anencefalia.

Fonte: <http://www.saudemedicina.com/anencefalia/>.

Segundo os dados de pesquisa realizado pela Fundação Oswaldo Cruz em 2014, no


Brasil, 52% das mulheres engravidam sem planejar. Por essa razão, mais da metade
dos nascituros, não se beneficiam da proteção anterior a concepção, a recomendação é
de iniciar 30 dias antes do início da gestação e perdurar durante o primeiro trimestre.

O texto referência novas pesquisas, que ampliam o efeito protetor do ácido fólico,
conhecido também como vitamina B9 para o desenvolvimento do bebê, incluindo a
prevenção do lábio leporino e fenda palatina. O professor Antônio Carlos Vieira Cabral
da Universidade Federal de Minas Gerais, acredita que a vitamina também previne o
feto de cardiopatias congênitas, também pode ser benéfica para a gestante, reduzindo
riscos de depressão e epilepsia.
49
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

Por essa razão, torna se fundamental, na medida em que a gestante descobre sua
gravidez, seguir em acompanhamento com o médico obstetra, e para os profissionais
de saúde, a importância de estar atento, se a mulher está fazendo o acompanhamento e
orientá-la a seguir as recomendações do médico responsável. Além disso, é importante,
criarmos a cultura de uma medicina preventiva, sobretudo para a redução de prejuízos
aos nascituros.
Figura 55. Antonio Carlos Vieira Cabral.

Fonte: <https://www.researchgate.net/profile/Antonio_Cabral2>.

Segundo Dr. Carlos, novas abordagens sugerem ainda prevenção contra o autismo e
a obesidade. “Temos pesquisado a importância da suplementação com ácido fólico na
prevenção de transtornos como o autismo e distúrbios crescentes entre as crianças,
como a obesidade. Esse é um campo ainda sem limites e é provável que nos próximos
anos sejam descobertos ainda outros benefícios nessa relação”, afirma o especialista.

Os benefícios estão relacionados à capacidade de o ácido fólico facilitar a formação do DNA,


ou seja, ela ajudar o código genético e promove a expressão de forma adequada dos genes.

Figura 56. Cérebro.

Fonte: <https://tudosobrecontroleneural.com/2016/05/>.

50
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Segundo o Presidente da Comissão de Perinatologia da Federação Brasileira das


Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e professor da Universidade Federal
da Paraíba (UFPB), Eduardo Borges da Fonseca afirma que o ácido fólico previne entre
70% e 80% contra os defeitos do tubo neural.

Figura 57. Eduardo Borges da Fonseca.

Fonte: <https://novadiagnostico.com.br/medicos/dr-eduardo-borges-da-fonseca/>.

Sabemos que a condição do nosso país não favorece o planejamento familiar,


bem como uma alimentação saudável, muitas vezes, a gestante passa por esse
período sem fazer o acompanhamento pré-natal por falta de orientação ou até
mesmo, falta de acesso à saúde pública.

É sabido que a maioria das mulheres procuram o médico após o atraso menstrual,
tempo aproximado de 42 dias, sendo que o tubo neural do bebê se forma entre
57 e 60 dias, o que faz, a maioria das gestantes, correrem o risco de malformação,
por falta de orientação.

Figura 58. Mielominigoncele.

Fonte: <http://blog.danieldiogenes.med.br/2014/04/acido-folico-profilaxia-simples-para.html>.

51
UNIDADE I │ DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO

A mielomeningocele é uma malformação congênita da coluna vertebral da criança


em que as meninges, a medula e as raízes nervosas estão expostas. Fatores genéticos
e ambientais são estudados como fatores preponderantes para a ocorrência desta
patologia, porém há estudos que também indicam a deficiência do ácido fólico como
causador desse mal.

O Estudo do desenvolvimento do sistema nervoso é de extrema importância


para condução da nossa prática em neuropsicologia. Dessa forma, é possível
entender as razões que possam ter levado seu paciente a desenvolver uma patologia do
tubo neural.

Vimos até aqui, causas genéticas e ambientais que por vezes temos dificuldade de
prevenir, porém, não podemos deixar de pensar sobre as causas provocadas pelo uso
de drogas, que nem sempre é entendido como prejudicial para o desenvolvimento do
feto, mais um motivo para que o pré-natal se torne fundamental, pois há medicamentos
que podem prejudicar o bebê, assim como podemos nos deparar, com mães usuárias de
álcool ou outras substâncias.

A ingestão de álcool provoca uma patologia, denominada Síndrome Alcoólica Fetal


(SAF), provocando malformações cerebrais prejudicando o desenvolvimento cognitivo
comportamental, além das alterações congênitas, anomalias do sistema nervoso central
e retardo de crescimento.

Figura 59. Síndrome Alcoólica Fetal.

Fonte: <http://www.cisa.org.br/artigo/4763/sindrome-alcoolica-fetal.php>.

52
DIVISÃO ESTRUTURAL DO SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I

Figura 60. Áreas passíveis de lesão secundária à presença de álcool durante a gestação.

Fonte: <http://gestando-vidas.blogspot.com.br/2012/09/o-alcool-e-seu-efeitos-na-gestacao.html>.

O consumo de álcool na gravidez pode provocar aborto, parto prematuro e uma série de
deficiências físicas. Na imagem a seguir, podemos observar características fenotípicas
causadas pela Síndrome Alcoólica Fetal.

Figura 61. Características da SAF.

Fonte: <http://biobiounb-alcool.blogspot.com.br/2011/10/alcool-e-gravidez-nao-parte-i.html>.

53
Aspectos funcionais Unidade II

Capítulo 1
Anatomia macroscópica da medula
espinhal e seus envoltórios

Na Unidade anterior tivemos a oportunidade de conhecermos a organização do sistema


nervoso e os princípios neurofisiológicos. Neste capítulo aprofundaremos nossos
conhecimentos referentes à anatomia macroscópica da medula e sua relação com a coluna
vertebral, em seguida conheceremos a anatomia microscópica da medula, incluindo os
componentes de substância cinzenta (colunas) e substância branca (funículos), e as
diferenças entre os níveis cervical, torácico e lombar como também entender a função
dos principais tractos e fascículos e as síndromes medulares decorrentes de lesões
na medula.

Qual a importância da anatomia macroscópica da medula? Há relação com a coluna


vertebral?

Aspectos funcionais da medula espinal

Na coluna vertebral, a medula espinal se estende do forame magno (a abertura no aspecto


ínfero-posterior do crânio) até o nível da primeira vertebra lombar. Distalmente, a
medula espinhal termina no cone medular.

54
Aspectos funcionais │ UNIDADE II

Figura 62. Relação das raízes nervosas e as vértebras.

Base do Crânio 1o nervo (C1) sai acima da


vértebra C1

Intumescência cervical
8o nervo cervical sai abaixo da vértebra
C7 (existem 8 nervos cervicais, mas
somente 7 vértebras cervicais)

Nervos Cervicais

Nervos Torácicos

Intumescência lombossacral Nervos Lombares


Nervos Sacrais e Coccígeos
Cone medular

(extremidade da
medula espinhal)
Cauda equina
Filamento terminal
interno da pia-máter
Sacro
Terminação do saco dural

Filamento terminal externo


da dura-máter
Nervo coccígeo
Cóccix
Fonte: Netter, 2000.

Aspectos funcionais da medula espinhal


Na coluna vertebral, a medula espinhal se estende do forame magno (a abertura no
aspecto ínfero-posterior do crânio) até o nível da primeira vértebra lombar. Distalmente,
a medula espinhal termina no cone medular.

Figura 63. Corte na medula espinal.

Fonte: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/4-ebd1d07784.jpg>.

55
UNIDADE II │ Aspectos funcionais

A medula espinhal tem 31 segmentos, com um par de nervos espinhais originando-se


de cada segmento.

Cada nervo espinhal está ligado à medula por uma raiz dorsal e uma raiz ventral
(figura 64). Uma dilatação da raiz da raiz dorsal – gânglio da raiz dorsal – contém
os corpos celulares dos neurônios sensoriais. Os corpos celulares dos neurônios que
formam a raiz ventral estão localizados na medula espinhal. A união das raízes dorsal
e ventral forma o nervo espinhal. Este nervo passa pela coluna vertebral por aberturas
entre as vértebras e divide-se, então, em ramo dorsal e ventral, que se comunicam
com a periferia.

Figura 64. Medula espinal.

Fonte: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/12/cientistas-desenvolvem-droga-que-pode-consertar-danos-
medula.html>.

Os cortes transversais da medula espinhal revelam a substância cinzenta localizada


centralmente, as assumindo uma forma semelhante a letra H e circundada pela
substância branca. Cada lado da substância cinzenta é subdividido em cornos ventral,
lateral e dorsal. Esses cornos contêm os corpos celulares de neurônios motores,
interneurônios e as terminações de neurônios sensoriais. A comissura da substância
cinzenta liga as áreas laterais da substância cinzenta. A substância branca é dividida
em três áreas:

»» Coluna anterior.

»» Coluna latera.

»» Coluna dorsal.

56
Aspectos funcionais │ UNIDADE II

Figura 65. Curvas vertebrais.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-esqueletico/coluna-vertebral/>.

Figura 66. Coluna vertebral.

Fonte: <https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS3jSDUKT9_zZrY0mjzJ7e_7k9KtuFusU2ybqB3y89Er0T0KOBqS1KyqQ>.

Afinal, qual a função da medula espinhal?

57
UNIDADE II │ Aspectos funcionais

A medula espinhal tem duas funções principais, sendo elas:

»» conduzir informações entre a periferia e o encéfalo;

»» processar informações.

Figura 67. Medula espinal.

Fonte: <https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/medula-espinhal/>.

A medula transmite informações somatossensoriais ao encéfalo como também emite


sinais do encéfalo aos neurônios que controlam diretamente os movimentos, assim na
medula, estão os circuitos necessários para orquestrar o movimento.

Figura 68. Medula espinal.

Fonte: <http://www.museuescola.ibb.unesp.br/images/1.Movimento_Reflexo_patelar_exp_1.jpg>.

58
Aspectos funcionais │ UNIDADE II

Assista ao vídeo: Lesão medular. Você terá a oportunidade de aprofundar os


conhecimentos através deste vídeo que está disponível no Youtube. Aproveite!

Tivemos a oportunidade de aprofundarmos nossos conhecimentos referentes à


anatomia macroscópica da medula e sua relação com a coluna vertebral. Fascinante!

Reportagem publicada no jornal O Globo, edição de 28 de dezembro de 2016, informa


que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), agência responsável no Brasil
pela aprovação de medicamentos, iniciou o processo de avaliação do nusinersen, uma
droga recentemente aprovada pelo Food and Drugs Administration, sua correlata nos
Estados Unidos, para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal (AME). Segundo o
texto, a AME é a doença genética que mais mata bebês em todo o mundo, atingindo um
em cada 10 mil nascidos.

À medida que evolui, a doença debilita o sistema nervoso, impede os movimentos e


até mesmo a respiração, diz o jornal. Segundo a publicação, a droga aprovada nos
Estados Unidos passou por cinco anos de testes e mostrou resultados expressivos.
De acordo com O Globo, boa parte das cem crianças submetidas aos testes em humanos
conseguiram voltar a respirar sem ajuda de aparelhos, recuperaram a deglutição
e algumas até conseguiram sentar-se sozinhas. Retoma o texto: a atrofia muscular
espinhal é causada por um defeito no gene conhecido como SMN-1, sigla que se refere
“sobrevivência do neurônio motor”. Muita gente carrega o gene defeituoso em seu
código genético sem que a doença se manifeste ao longo da vida. No entanto, quando
ambos os pais são portadores do gene com defeito, existe a chance de 25% da doença
congênita ser desenvolvida pelos filhos, afirma o periódico. A ciência ainda não sabe ao
certo as causas da doença, mas é certo que quando se manifesta nos bebês, os neurônios
motores não funcionam bem e morrem, diz O Globo.

Dado que essas células são responsáveis pela comunicação do cérebro com o restante
do organismo na medula espinhal, o ato de respirar torna-se extremamente difícil,
bebês passam a ter dificuldade para manterem-se eretos, mover membros e engolir
líquidos e alimentos, pontua o jornal. Ainda segundo o jornal, existem quatro tipos
de AME. A do tipo 1 dá aos bebês uma expectativa de vida de até dois anos. Os tipos
dois e três, dependendo da gravidade, permitem a sobrevivência até a vida adulta.
A do tipo 4 costuma-se manifestar na vida adulta, elenca o jornal. A longevidade
de cada paciente depende do número de cópias presentes em seu código genético
do gene SMN-2, que produz uma quantidade modesta da proteína SMN que limita

59
UNIDADE II │ Aspectos funcionais

o desenvolvimento da doença. Ainda segundo a publicação, a droga nusinersen


contém fragmentos de RNA modificados que obrigam o SMN-2 a produzir a proteína
SMN em seu comprimento total e de forma estável, como se fosse o gene SMN-1.
O medicamento é simplesmente injetado no local onde circula o líquido que envolve a
medula espinhal e o cérebro, diz O Globo. No início, as aplicações são frequentes, mas
com o tempo, tornam-se mais esparsas, afirma a publicação. Citado na reportagem,
Richard S. Finkel, chefe de neurologia do Hospital de Crianças Nemorus, na Flórida,
e autor do estudo, afirma que a AME não é mais uma sentença de morte. Segundo ele,
dos 20 bebês que iniciaram tratamento experimental com a nova medicação em 2013
e 2014, 13 estão vivos aos dois ou três anos e respirando sem ajuda. O resultado foi
tão promissor que em 2016 o pesquisador decidiu abolir dois grupos de controle, ou
seja, formado por bebês que recebiam placebo apenas para atestar os resultados dos
demais e todos estão tomando a medicação, diz o jornal. A Biogen, um dos laboratórios
que produz o nusinersen, informou que vai submeter a droga à aprovação da ANVISA
no início de 2017. A empresa também aguarda validação do medicamento pelas
agências europeias.

Figura 69. Atrofia muscular.

Fonte: <http://toledofisio.blogspot.com.br/2011/03/amiotrofia-muscular-espinhal-ame.html>.

60
Aspectos funcionais │ UNIDADE II

Figura 70. Cromossomos.

Fonte: <http://vestibulandothais.blogspot.com.br/>.

Figura 71. ARN.

Fonte: <http://biologia.cubaeduca.cu/index.php?option=com_content&view=article&id=9948:biologia-9no-grado-tema-el-
organismo-como-un-todo&catid=535:biologia>.

61
UNIDADE II │ Aspectos funcionais

Figura 72. Neurônio.

Fonte: <http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/decimo/unidade41.html>.

O dia 28 de Fevereiro é considerado o Dia Mundial das Doenças Raras.

Figura 73. Dia Mundial das Doenças Raras.

Fonte: <http://www.crf-pr.org.br/uploads/noticia/18659/maior_dia_mundial_da_doena_rara_2.jpg>.

O Dia Mundial da Doença Rara foi comemorado pela primeira vez em 2008 pela
Organização Europeia de Doenças Raras. Nos anos bissextos, se celebra em 29
de fevereiro.

62
Aspectos funcionais │ UNIDADE II

Setenta países do mundo celebra a data com o objetivo de sensibilizar e


conscientizar a população, os órgãos de saúde pública, médicos e especialistas
em saúde sobre toda a dificuldade que os seus portadores de doenças raras
enfrentam para conseguir um tratamento ou cura.

As doenças raras geralmente são genéticas e são estabelecidas na medida em


que representa os indicativos de incidência, gravidade, raridade e diversidade.
Cerca de 8% da população mundial, apresenta algum tipo de patologia dessa
ordem, no Brasil 15 milhões de pessoas, um número bastante considerável.

63
Tronco Encefálico Unidade III

Capítulo 1
Anatomia macroscópica do tronco
encefálico

Na Unidade 2 aprofundamos os conhecimentos referentes à anatomia macroscópica da


medula e sua relação com a coluna vertebral, mas não podemos parar de aprofundar
nossos conhecimentos!

Neste capítulo entenderemos a função das principais estruturas do tronco encefálico,


os aspectos funcionais como também suas alterações.

Vamos em frente construir e aprofundar os conhecimentos?

Antes de iniciarmos o capítulo, assista ao vídeo: o cérebro da aula de neuroanatomia.


Você terá a oportunidade de aprofundar ainda mais o conhecimento por meio
deste vídeo animação que está disponível no Youtube. Aproveite!

Entre a medula espinhal e o diencéfalo está dividido o Bulbo (situado caudalmente), o


Mesencéfalo (situado cranialmente) e a Ponte (situado entre bulbo e mesencéfalo) que
é considerada a parte mais primitiva do sistema nervoso central.

Abaixo, observe na imagem a localização das partes:


Figura 74. Divisão cerebral.

Fonte: <https://sistemanervosocentral.jimdo.com/tronco-encef%C3%A1lico/>.

64
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

Você sabia que o tronco encefálico/tronco cerebral é conhecido como o cérebro reptiliano?

O Cérebro Reptiliano (imagem abaixo) se encarrega das funções consideradas mais


básicas para a sobrevivência e reprodução. Possui os padrões de comportamento que
caracterizam os Répteis. A sobrevivência se assemelha a um “sistema binário”: Fugir ou
Lutar, em suma o cérebro reptiliano é considerado a parte mais primitiva do cérebro.

Figura 75.

Fonte: <http://nossamente.com.br/cerebro-reptiliano/>.

Muito bem! Conhecemos as estruturas do tronco encefálico, mas falta a estrutura


anatômica do bulbo, ponte e mesencéfalo. É o que veremos a seguir.

Anatomia do bulbo, ponte e mesencéfalo


O Bulbo ou como descrito por muitos, medula oblonga é considerado um centro vital
para a sobrevivência. Sua forma é dilatada, localiza-se no início da medula espinhal
(imagem a seguir). Sua função está relacionada com a respiração como também com os
reflexos cardiovasculares.
Figura 76. Neuroanatomia.

Fonte: <http://files.nanomedicina.webnode.pt/200000068-681796911b/c%C3%A9rebro.png>.

65
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

A Ponte, como o próprio nome nos refere, é a área responsável pela transmissão das
informações da medula e do bulbo ligadas por fibras nervosas até o córtex cerebral. Sua
função relaciona-se à coordenação dos movimentos dos olhos, como em geral do corpo,
além de estar ligada à tensão dos músculos.

Figura 77. Neuroanatomia.

Fonte: <http://www.afh.bio.br/nervoso/img/Nervos42.jpg>.

O Mesencéfalo, conhecido também como pedúnculo cerebral, localiza-se após o tálamo


e o hipotálamo. Uma área de extrema importância, pois é através desta área que passam
todos os estímulos que saem e serão enviados para o cérebro, possibilitando a recepção
e coordenação do grau de contração dos músculos e postura corporal.

Figura 78. Neuroanatomia.

Fonte: <http://2.bp.blogspot.com/-IOtDDvMQ2Gs/VGJPdQdXmPI/AAAAAAAAQqI/mbujlssWoF0/s1600/mesencefalo.jpg>.

66
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

Partindo de todas essas divisões, podemos conferir na imagem a seguir todas estruturas e
seus envoltos do Bulbo, Ponte e Mesencéfalo. Um verdadeiro mergulho na compreensão
das partes anatômicas!

Percebam sua localização e sempre as relacionem, assim você terá melhor


compreensão das relações existentes entre as mesmas como também compreender
sua funcionalidade como um todo, ou seja, lembre-se que o cérebro é o centro de
comando do corpo humano.

Figura 79. Neuroanatomia. Bulbo, ponte e mesencéfalo.

Fonte: <http://4.bp.blogspot.com/-jMlqNkkUC_k/T7GhFn65coI/AAAAAAAACng/OVFvv-y4Fw8/s1600/snc3.jpg>.

O tronco encefálico localiza-se entre a medula e o diencéfalo. Possui três funções gerais:

1. é responsável para receber informações sensitivas das estruturas cranianas


e controla os músculos da cabeça;

2. possui circuitos nervosos que transmitem informações da medula


espinhal até outras regiões encefálicas e, em também, do encéfalo para a
medula espinhal;

3. promove a regulação da atenção, função que é mediada pela formação


reticular.

As várias divisões do tronco encefálico permitem também, o desempenho de funções


motoras e sensitivas específicas.

67
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

Figura 80. Tronco encefálico.

Fonte: <https://sistemanervosocentral.jimdo.com/tronco-encef%C3%A1lico/>.

Assista: Sistema Nervoso Central (Paródia da música “A Casa”). Você terá a


oportunidade de aprofundar os conhecimentos por meio deste vídeo que está
disponível no Youtube. Aproveite!

Reportagem publicada na Revista Pesquisa FAPESP de novembro de 2008 informa


que pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
acreditam ter identificado a primeira região cerebral a apresentar uma das lesões mais
características da doença, os chamados emaranhados neurofibrilares. De acordo com
o texto, descobrir precocemente alterações no cérebro que podem indicar o início do
mal de Alzheimer, a principal causa de demência entre idosos, é um dos desafios da
neurologia do envelhecimento. Segundo a reportagem, o Alzheimer começa no tronco
cerebral, mais especificamente numa área denominada núcleo dorsal da rafe, e não
no córtex, que é o centro do processamento de informações e armazenamento da
memória, como tradicionalmente a medicina postula. Essa ideia é defendida pelos
cientistas brasileiros, em parceria com colegas de três universidades alemãs, num artigo
a ser publicado nos próximos dias na revista científica Neuropathology and Applied
Neurobiology, prossegue a matéria.

68
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

Figura 81. Neurônio.

Fonte: <http://www.alz.org/brain_portuguese/10.asp>.

Figura 82. Comparação cerebral.

Fonte: <http://www.alz.org/brain_portuguese/09.asp>.

A conclusão do trabalho se baseia na autópsia do cérebro de 118 pessoas que tinham idade
média de 75 anos no momento de sua morte, reporta a publicação. Os pesquisadores
constataram a existência de lesões no núcleo dorsal da rafe em oito idosos que não
apresentavam emaranhados em nenhuma outra parte do cérebro e em todos os 80
indivíduos que já tinham ao menos um emaranhado no córtex transentorrinal, a região
classicamente apontada como a primeira a ser afetada pelo Alzheimer, diz o texto.
69
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

Os 88 indivíduos que tinham marcas anatômicas no cérebro associadas a esse tipo de


demência apresentavam graus variados de manifestação clínica da doença e alguns
podiam ser até assintomáticos, informa a revista.

Figura 83. Neuroanatomia.

Fonte: <http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1024>.

O trabalho dos brasileiros e europeus contou com múltiplas fontes de financiamento:


dinheiro de instituições alemãs, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq), do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, de
São Paulo, e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),
que financia uma linha de estudos do neurologista Ricardo Nitrini, da Faculdade
de Medicina do Estado de São Paulo (FMUSP), sobre a incidência de demências na
população brasileira, ressalta a publicação.

Prossegue o texto: responsável por conectar o córtex à medula espinhal, o tronco, a


rigor, não faz parte do cérebro, mas sim do encéfalo, que abrange o cérebro, o cerebelo
e o tronco. De forma simplista, recorrendo à metonímia, figura de linguagem em
que se pode usar a parte para designar o todo, os leigos utilizam a palavra cérebro
quase como sinônimo de encéfalo, embora tecnicamente ela não o seja, informa a
reportagem. Definições técnicas à parte, o tronco cerebral é uma importante estrutura
do sistema nervoso: controla funções involuntárias cruciais para a sobrevivência, como
a respiração, os movimentos cardíacos, a pressão sanguínea, o sono e até os sonhos,
afirma a revista.
70
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

Ainda de acordo com a publicação científica, se confirmado por novos estudos, o


achado de que a doença de Alzheimer se inicia no tronco cerebral, a menor das três
grandes partes do encéfalo, e daí se espalha para áreas interconectadas do córtex é uma
informação importante na busca de terapias para frear o desenvolvimento da doença
em seu estágio inicial.

Figura 84. Neuroanatomia.

Fonte: <http://neuroanatomiaunesp.blogspot.com.br/2015/08/introducao-o-sistema-nervoso-e-soberano.html>.

O dado pode levar essa região do sistema nervoso à condição de alvo preferencial da
ação de novas drogas e terapias contra a doença, prossegue o texto. “Precisamos saber
onde as lesões iniciais aparecem para tentarmos descobrir formas eficientes de retardar
o desenvolvimento do Alzheimer ainda nos seus primórdios”, disse a patologista
Lea Grinberg, coordenadora do banco de encéfalos humanos da FMUSP, fonte das
amostras de cérebros para o estudo e primeira autora do artigo, citada na reportagem.
O texto segue: “Nosso estudo confirma que o tronco cerebral é obviamente a primeira
região vulnerável ao Alzheimer e ponto de disseminação dessa doença devastadora”,
afirma Helmut Heinsen, do Instituto de Psiquiatria da Universidade de Würzburg,
um dos pesquisadores alemães que dividem a autoria do trabalho com os brasileiros.
“Esperamos que esses resultados obtidos com modelos humanos deem um novo ímpeto
ao desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento do Alzheimer.”, encerra
o especialista no texto. Injeções de células-tronco, transplantes de células cerebrais
reprogramadas, imunoterapia guiada por imagens – todas essas técnicas ainda em
gestação talvez um dia possam ser testadas no núcleo dorsal da rafe como candidatas a
terapias, diz a reportagem.
71
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

Figura 85. Neurônio.

Fonte: <https://quimicalzheimer.wordpress.com/2013/01/11/introducao-as-causas-2/>.

Segundo a reportagem, os emaranhados neurofibrilares aparecem devido a uma alteração


química na estrutura da proteína tau, responsável pela formação de microtúbulos que
transportam nutrientes e informações dos prolongamentos dos neurônios ao seu corpo
celular e vice-versa. Modificada, a proteína desestabiliza os microtúbulos, levando ao
colapso desse sistema e à morte de neurônios, informa o texto. Ao lado do surgimento
de placas extracelulares decorrentes do acúmulo anormal da proteína beta-amiloide,
um segundo tipo de lesão também intimamente associada à ocorrência do Alzheimer, a
presença dos emaranhados é uma marca registrada no cérebro da progressão da doença,
diz a revista. Não há consenso entre os especialistas sobre qual das duas alterações
anatômicas, os emaranhados ou as placas, é mais importante para o desenvolvimento
dessa forma de demência, segue. “Mas há evidências de que a progressão dos emaranhados
é mais crucial do que o das placas da proteína beta-amiloide para determinar a gravidade
clínica do Alzheimer”, afirma Lea em depoimento à reportagem.

Não é nova a constatação de que o núcleo dorsal da rafe apresenta emaranhados


neurofibrilares no Alzheimer, argumenta a publicação. No entanto, a ciência acreditava
que as lesões nesse ponto do tronco cerebral surgiam depois, e não antes, de setores
do córtex terem sido acometidos pelas alterações típicas da doença, diz o texto. Na
verdade, não se dava muita importância a essa parte do cérebro nos exames patológicos
que buscavam alterações anatômicas associadas a demências, lê-se. “Até esse novo
trabalho dos brasileiros e alemães ninguém que trabalhava com Alzheimer olhava para
o tronco cerebral”, comenta o bioquímico Sérgio Teixeira Ferreira, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudioso da doença. “Ter jogado luz sobre essa
região é o grande mérito do estudo”, finaliza a citação da reportagem.

72
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

Figura 86. Neuroanatomia.

Fonte: <https://es.slideshare.net/RaulHerreraFragoso/fisiologa-de-ritmos-circadianos>.

Ainda de acordo com a revista, no chamado sistema Braak e Braak, que classifica em seis
estágios as lesões do Alzheimer em função da área cerebral tomada pelos emaranhados,
todo o foco está sobre áreas do córtex, intimamente ligado à questão da memória.
Alterações de grau 1, o mais baixo da escala, são aquelas que se restringem ao córtex
transentorrinal, o ponto cerebral usualmente descrito como o local onde tem início o
Alzheimer, diz o texto. Por esse sistema, não se leva em conta a existência de lesão no
tronco cerebral – nem mesmo no núcleo dorsal da rafe, que dista mais ou menos três
centímetros do córtex transentorrinal – para atribuir o eventual grau de extensão do
Alzheimer, pontua a publicação.

“Propomos incluir as lesões nessa região do tronco cerebral como um estágio


neuropatológico anterior ao atual estágio 1 do sistema Braak e Braak”, escrevem os
autores do artigo científico na Neuropathology and Applied Neurobiology, de acordo
com a reportagem. “Realmente o achado [do artigo] é uma novidade em seu campo e
está muito bem fundamentado”, comenta o neurocientista Iván Izquierdo, da Pontíficia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), uma das autoridades mundiais
no estudo dos mecanismos de formação e extinção da memória, informa a publicação.
73
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

Figura 87. Neurocientista Iván Izquierdo.

Fonte: <https://netnature.wordpress.com/2012/09/27/canal-livre-entrevista-o-neurocientista-ivan-izquierdo-que-aborda-
aspectos-da-neurofisiologia-da-memoria-e-do-alzheimer/>.

Prossegue o texto: doença neurodegenerativa de origem ainda misteriosa e sem cura,


cujas lesões cerebrais levam à morte progressiva de neurônios e à perda crescente da
memória e posteriormente de outras funções cognitivas, até o ponto de comprometer
a execução de tarefas triviais, como atravessar a rua, reconhecer um parente ou
escovar os dentes, o Alzheimer afeta preferencialmente pessoas com mais de 60 anos.
O envelhecimento da população mundial – tendência também verificada no Brasil,
onde a quantidade de idosos, hoje na casa dos 19 milhões de pessoas, deverá dobrar
nas próximas duas décadas – fez com que a doença seja atualmente vista como uma
das prioridades da pesquisa médica. É difícil a luta contra o Alzheimer, visto que sua
progressão pode ser silenciosa, analisa a revista.

Figura 88. Neuroanatomia.

Fonte: <http://www.psicologaangelaguzzi.com.br/mal-de-alzheimer>.

Do momento em que surgem as lesões iniciais no cérebro até o aparecimento dos


primeiros sintomas clínicos de perda de cognição, mais de uma década pode ter
74
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

transcorrido, diz o texto. Só há uma forma de diagnosticar sem erro a doença: fazendo
uma autópsia do cérebro para procurar as alterações anatômicas típicas da doença,
argumenta a reportagem. Clinicamente, antes da realização da autópsia, é impossível ter
100% de certeza de que um idoso sofre de Alzheimer, sobretudo se ele estiver no início
do processo de perda de cognição, prossegue. Afinal, nem todos os que se esquecem das
coisas, sejam idosos ou não, estão, necessariamente, com Alzheimer ou algum outro
tipo de demência, informa a revista.

Segue a reportagem: buscar a cura da doença de Alzheimer é uma ambição mais do que
válida para a pesquisa médica. Mas, no curto prazo, talvez seja mais realista pensar
em formas de retardar a progressão das lesões cerebrais que levam ao Alzheimer e de
postergar o máximo possível o aparecimento dos problemas cognitivos que, aos poucos,
reduzem a qualidade de vida dos pacientes, argumenta. Dessa forma, a medicina
reduziria o período de morbidade da doença, pontua. “Se conseguirmos atrasar em dez
anos o aparecimento dos sintomas clínicos da doença de Alzheimer, isso equivalerá
a praticamente não ter a doença para muitos idosos”, explica o neurologista Ricardo
Nitrini, da FMUSP, outro autor do estudo, em depoimento, no texto.

Figura 89. Ricardo Nitrini.

Fonte: <http://manoleeducacao.com.br/neurologia/professores>.

Ainda de acordo com o texto, único no país, o banco de encéfalos humanos da FMUSP
começou a ser montado em 2004, basicamente com recursos da própria Faculdade de
Medicina, do Ministério da Saúde e do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert
Einstein. Hoje seu acervo conta com cerca de 2 mil amostras de tecido nervoso de
pessoas que tinham ao menos 50 anos quando morreram de causa natural e, por isso,
foram autopsiadas pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da cidade de São Paulo,
ligado à FMUSP, afirma a reportagem.

Anualmente, diz o texto, o SVO realiza cerca de 13 mil autópsias. São usados em estudos
científicos apenas os cérebros que os familiares dos mortos concordam em doar para a
pesquisa, afirma. Além de autorizar a cessão dos encéfalos, os parentes têm que consentir

75
UNIDADE III │ Tronco Encefálico

em responder a questões destinadas a aferir se o familiar falecido apresentava alguma


perda de cognição ou manifestação clínica que pudesse ser associada a algum quadro de
demência, analisa a reportagem. “A boa receptividade das pessoas aos nossos estudos
foi surpreendente”, comenta Lea, que passa a maior parte do ano na Alemanha, onde
faz pós-doutorado na Universidade de Würzburg, com bolsa da Fundação Humboldt,
declara em depoimento à revista.

De posse dos dados passados pelos familiares, os pesquisadores confrontam o diagnóstico


clínico do doador com os resultados de exames histopatológicos realizados em seu cérebro,
informa a reportagem. Assim fecham um veredicto final sobre a condição do doador:
se era normal ou se tinha alguma forma de demência, apenas com sintomas clínicos ou
também com lesões anatômicas, diz o texto.

Figura 90. Cérebro.

Fonte: <http://www.torrent.com.br/saude-e-bem-estar/alzheimer/excesso-de-dna-no-cerebro-tem-ligacao-com-mal-de-alzheimer.php>.

À medida que foi crescendo e se estruturando, o acervo de encéfalos, que faz parte
do Projeto Envelhecimento Cerebral da FMUSP, passou a fornecer amostras de
tecido nervoso para vários grupos de pesquisa, da própria universidade e de outras
instituições. Um dos primeiros trabalhos feitos com esse material é justamente o que
pode ter descoberto onde as lesões do Alzheimer surgem no cérebro humano, ressalta
o texto. Mas há outros estudos em curso, alguns já com resultados palpáveis, outros
ainda em estágio inicial, diz a matéria.

Figura 91. Envelhecimento.

Fonte: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/11/101129_alzheimer_terapia_mv.shtml>.

76
Tronco Encefálico │ UNIDADE III

O DNA de cérebros foi extraído e enviado ao Centro de Estudos do Genoma Humano


da USP, que vai tentar encontrar genes ligados à ocorrência de demências. Helena
Brentani, do Hospital do Câncer A.C. Camargo, estuda a expressão da molécula RNA
nos cérebros de pacientes com Alzheimer, conclui o texto.

77
Cerebelo Unidade IV

Capítulo 1
Cerebelo: anatomia macroscópica
e divisões

Nas unidades anteriores tivemos a oportunidade de aprofundarmos nossos


conhecimentos desde a organização do sistema nervoso e os princípios
neurofisiológicos, perpassando pela anatomia da medula e sua relação com a coluna
vertebral, podemos também compreender a função das principais estruturas do
tronco encefálico, os aspectos funcionais como também compreensão do que pode
ocorrer caso haja alterações.

Uma ótima oportunidade de estudarmos o complexo sistema neuroanatômico e


neurofisiológico, mas não acabou!

Por sua vez, chegou o momento de aprofundarmos nossos conhecimentos referente


o Cerebelo.

Não fazendo parte do tronco encefálico, mas ligado à porção posterior deste por grandes
feixes de fibras designados como pedúnculos, tem-se o cerebelo (foto a seguir). Os tratos
de fibras que unem o mesencéfalo, a ponte e a medula oblonga ao cerebelo são os
pedúnculos superior, médio e inferior.

Cerebelo
»» Estrutura encefálica localizada posteriormente ao tronco encefálico.

»» Se comunica com tronco encefálico pelos pedúnculos cerebelares


superior, médio e inferior.

78
Cerebelo │ UNIDADE IV

Figura 92. Cerebelo.

Fonte: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTtEMvuMGey1daSUesPnq3ICp-_nZXtpE_
zxDdqrEyYRbNemYoJwYBZ8WE>.

O cerebelo consiste em dois grandes hemisférios cerebelares e um “verme” na linha média.

O que significa verme?


O termo verme é uma descrição considerada adequada para a aparência da linha média
cerebelar. Internamente, os hemisférios cerebelares são constituídos pelo córtex cerebelar
na superfície, substância branca subjacente a núcleos profundos centralmente localizados.

Mas, afinal qual a função do cerebelo?


A função do cerebelo é coordenar os movimentos, ou seja, é responsável pela coordenação
das atividades musculares como também recebe informações auditivas e visuais.

Muito bem! Compreendemos a anatomia do sistema nervoso e suas especificidades.


Fascinante, não é?

Diencéfalo

Diencéfalo consiste em quatro estruturas:

»» Tálamo;

»» Hipotálamo;

»» Epitálamo;

»» Subtálamo.
79
UNIDADE IV │ Cerebelo

Figura 93. Neuroanatomia.

Fonte: <http://www.uff.br/fisiovet/Conteudos/hipotalamo.htm>.

Figura 94. Neuroanatomia.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/diencefalo/>.

Tálamo é um conjunto de núcleos de forma oval localizado no centro do cérebro.


As outras três estruturas que compõem a estrutura (hipotálamo, epitálamo e subtálamo)
estão interconectadas, assim sua relação anatômica com o tálamo é: o hipotálamo é
inferior ao tálamo, o epitálamo se localiza póstero-superiormente a este, e o subtálamo,
ínfero-lateralmente, O epitálamo consiste principalmente na glândula pineal.

80
Cerebelo │ UNIDADE IV

Figura 95. Neuroanatomia.

Fonte: <https://image.slidesharecdn.com/tlamo-plaza-121124185027-phpapp01/95/tlamo-plaza-5-638.jpg?cb=1353783152>.

Os núcleos talâmicos retransmitem informações ao córtex cerebral, processam


informações emocionais e algumas de memórias, integram diferentes tipos de sensações
(táteis e visuais) ou regulam a consciência, a ativação e a atenção.

Hipotálamo mantém a temperatura corporal, a razão metabólica e a composição química


dos tecidos e líquidos dentro de limites funcionais, mas não é só isso, o hipotálamo regula
os comportamentos alimentar, reprodutivo como também de defesa, as expressões das
emoções, o crescimento e a função dos órgãos reprodutivos.

Figura 96. Neuroanatomia.

Fonte: <http://saude-info.info/wp-content/uploads/Dist%C3%BArbios-Hipotal%C3%A2micos-300x300.jpg>.

A glândula pineal influência a secreção de glândulas endócrinas, incluindo a hipófise a


suprarrenal.

81
UNIDADE IV │ Cerebelo

Figura 97. Neuroanatomia.

Fonte: <http://janeladoconhecimento.com/imagens/250.jpg>.

O subtálamo faz parte de um circuito neural que controla os movimentos.

Não se esqueça que tudo o que ocorre em nosso corpo está intimamente ligado ao
sistema nervoso, possibilitando um sistema ciclônico.

Vejam na imagem abaixo.

Figura 98. Anatomia geral.

Fonte: <htpp://www.oarquivo.com.br/variedades/qualidade-de-vida/3403-glandula-pineal.html>.

Divisão do córtex cerebral em lobos

Podemos juntos verificar o quanto o sistema nervoso é complexo, mas podemos


especificar o cérebro em lobos, ou seja, são designados nomes aos ossos cranianos,
assim denominados lobos cerebrais. É o que veremos a seguir!
82
Cerebelo │ UNIDADE IV

O cérebro é dividido em lobos denominados: Frontal, Parietal, Temporal, Occipital.

Figura 99. Neuroanatomia.

Fonte: <http://www.anatomiadocorpo.com/wp-content/uploads/2016/06/cortex.jpg>.

Figura 100. Lobos cerebrais.

Fonte: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/01/lobos-cerebrais.jpg>.

Lobo frontal, podemos verificar na imagem acima que sua localização inicia a partir
do sulco central para frente) cujas funções são: elaboração e análise do pensamento,
como também pela organização, planejamento e manipulação.

Figura 101. Lobo frontal.

Fonte: <http://i.imgur.com/IICn9yd.jpg>.

83
UNIDADE IV │ Cerebelo

Lobo Parietal, localizado a partir do sulco central para trás (parte superior), tem a
função de percepção das sensações (dor, tato, gustativas)

Figura 102. Lobo parietal.

Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6a/Parietal_lobe_animation.gif>.

Lobo temporal (fissura lateral do cérebro), é relacionado primariamente com o


sentido de audição e tem importante interconexão no processamento da memória como
também na emoção.

Figura 103. Neuroanatomia.

Fonte: <https://calmariatempestade.files.wordpress.com/2010/06/c0036847-temporal_lobes_in_the_brain_artwork-spl.jpg>.

Lobo Occipital (se forma na linha imaginária do final do lobo temporal e parietal, ou
simplesmente, parte inferior do cérebro), sua principal função é processamento dos
estímulos/informação visuais.
84
Cerebelo │ UNIDADE IV

Figura 104. Lobo occipital.

Fonte: <http://www.internetdict.com/wp-content/uploads/related_images/2016/01/14/what-is-the-occipital-lobe_2.jpg>.

FREUD, Sigmund. Obras incompletas de Sigmund Freud. Sobre a concepção das


afasias: um estudo crítico, tradução de Emiliano de Brito Rossi. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2013. 172 p.

Acesse: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-
7968.2014v1n33p385>.

Sistema límbico

Sistema límbico é um conjunto de estruturas frouxamente conectadas localizadas entre


o núcleo central e os hemisférios cerebrais. Em termos evolutivos, o sistema límbico é
mais recente que o núcleo central e apenas nos mamíferos se apresenta completamente
desenvolvido.

A compreensão do funcionamento do sistema límbico torna se fundamental na prática


do neuropsicólogo.

Figura 105. Sistema límbico.

Fonte: <http://inspirandogente.com.br/wp-content/uploads/2016/09/C%C3%A9rebro-sistema-limbico.jpg>.

85
UNIDADE IV │ Cerebelo

Tanto em animais como em seres humanos o sistema límbico tem por função possibilitar
respostas ao ambiente, ou seja, sugere-se que o sistema límbico reprime alguns
comportamentos instintivos. Mas, não pense que esta importante área do sistema
nervoso autônomo está limitada somente a reprimir comportamentos instintivos, com
as descobertas recentes da ciência é sabido que o Sistema Límbico está relacionado aos
comportamentos sociais e emoções.

Mas, quais partes estão envolvidas no sistema límbico? É o que veremos na imagem a seguir.

Figura 106. Sistema Límbico.

Fonte: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/10/sistema-limbico-450x340.jpg>.

Sistema límbico é constituído de estruturas cerebrais que incluem: tálamo, o


hipocampo, a amígdala, o hipotálamo e o bulbo olfativo, todas as áreas estão envolvidos
em comportamentos regulatórios relacionados com a motivação e a emoção.

Podemos observar o quanto o sistema límbico é complexo em suas estruturas, tornando-


se uma oportunidade para aprofundarmos nossos conhecimentos! Que tal assistirmos
a indicação de filme a seguir para aprofundarmos nossos conhecimentos?

Assista ao vídeo: Sistema Límbico – Neuroanatomia. Você terá a


oportunidade de aprofundar os conhecimentos neuroanatômicos do sistema
límbico que está disponível no Youtube. Aproveite!

Especialização hemisférica

Você já se perguntou qual a importância dos hemisférios? Será que os hemisférios


esquerdo e direito se comunicam?
86
Cerebelo │ UNIDADE IV

Vamos juntos construir novos conhecimentos referente os hemisférios cerebrais e suas


funções?
Figura 107. Hemisférios.

Fonte: <https://portal2013br.files.wordpress.com/2014/05/post-05-21-4.jpg>.

O cérebro pode ser considerado uma “metade direita” e outra “metade esquerda”
ambas são conectadas pelo corpo caloso, assim ambos os hemisférios estão em ambas
comunicações, assim trabalhando juntos na transmissão de informações.

Mas, não pense que é tão simples!

Figura 108. Hemisférios.

Fonte: <http://www.sbie.com.br/blog/entenda-as-principais-diferencas-do-cerebro-emocional-e-racional/>.

Leia a pesquisa que virou notícia (site Terra 24/1/2009): Hemisférios do cérebro
disputam neurônios.
87
UNIDADE IV │ Cerebelo

Figura 109. Hemisférios.

Fonte: <http://portaldosidososaceite.lecom.com.br/portaldosidosos/Portugues/institucional/index.php?acao=detalhar&cod=43>.

Reportagem publicada no portal Terra em janeiro de 2009 afirma que assim como a
maioria dos animais, os seres humanos possuem um desequilíbrio no cérebro, sendo
um dos lados mais ativo que o outro. Esta assimetria no funcionamento cerebral varia
de pessoa para pessoa e pode ter causas hereditárias ou estar relacionado à atividade
comportamental do indivíduo, diz a publicação, reproduzindo dados do site Live Science.

Segundo o texto do portal, cientistas britânicos, autores da descoberta, afirmam que os


neurônios, as células cerebrais, migram a distâncias longas entre um hemisfério e o outro,
reforçando o lado mais “utilizado”. Segundo os pesquisadores, os hemisférios “brigariam”
entre si para disputar os neurônios, o que geraria esse desequilíbrio, diz o texto.

A batalha para atrair as células nervosas de um lado para outro seria regida por uma
proteína denominada Fgf8. Ela seria responsável por atuar como um imã que estimula
a migração dos neurônios, pontua a reportagem.

Figura 110. Hemisférios.

Fonte: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3466193-EI238,00-Hemisferios+do+cerebro+disputam+neuronios+diz+estudo.html>.

88
Cerebelo │ UNIDADE IV

“O resultado aponta o porquê das diferenças nos tipos de neurônios do lado esquerdo e do
direito do cérebro e quais exatamente suas ligações”, disse o Stephen Wilson, professor
da Universidade de Londres e um dos autores da pesquisa, publicada recentemente na
revista Neuron, ao portal Live Science.

Segue o texto do Terra: como ambos os lados do cérebro contêm a proteína Fgf8, eles
fazem uma espécie de “cabo-de-guerra” para atrair a maior quantidade de neurônios
para si. Mas a luta seria injusta, pois o lado esquerdo do cérebro produziria maior
quantidade desta proteína de atração, diz a publicação do portal.

De acordo com a reportagem, a proteína Nodal seria a responsável pela “vitória” do


hemisfério esquerdo na briga pelos neurônios. Presente do lado esquerdo, quando
entra em contato com a proteína Fgf8, a combinação das duas provoca conexões que
aceleram o desenvolvimento do hemisfério esquerdo, situação que poderia ajudar a
defender a hipótese de que pessoas canhotas são mais inteligentes, diz o texto.

Figura 111. Neurônio.

Fonte: <http://danielgontijo.blogspot.com.br/2011/05/terra-fertil-para-o-cultivo-de-novos.html>.

Realizados com embriões de peixes, os testes não pretendiam explicar as razões do


desenvolvimento de canhotos e destros, mas apenas buscavam traçar uma nova linha de
investigação sobre o funcionamento cerebral nos dois hemisférios, argumenta o texto.

Figura 112. Investigação.

Fonte: <http://weight.sdghealth.com/medical_weight_loss_racine_wi.html>.

89
UNIDADE IV │ Cerebelo

Lê-se ainda: “a assimetria cerebral é muito mais complexa do que uma simples equação
que explique a diferença entre esquerda e direita”, declarou Wilson. “Quase todas as
pessoas que escrevem com a mão direita processam a linguagem do lado esquerdo,
assim como podem concentrar certas capacidades o do lado direito. Isto sugere que,
embora não preferencialmente, certas habilidades podem ser desenvolvidas nos dois
lados do cérebro, da mesma maneira como podem se processar separadamente”,
complementa o pesquisador em depoimento, na reportagem.

Exemplo dessa equivalência seria o caso de pessoas que jogam bola com a perna direita,
mas escrevem com a mão esquerda, diz o texto da matéria. “Algumas dessas assimetrias
podem ser determinadas geneticamente, assim como, às vezes, podem ser reforçadas
através de hábitos de comportamento. Em outros casos, ainda, trata-se de uma
capacidade aleatória do cérebro”, explicou Wilson ao redator da publicação original.

Figura 113. Hemisférios.

Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/365636063468677994/>.

Ainda segundo o texto, em alguns casos, a atividade cerebral não predomina em


apenas um dos hemisférios. O cérebro seria responsável por compartimentar-se
automaticamente para maximizar a eficiência, diz a reportagem.

“Essa assimetria é essencial para a função cerebral, pois permite que os dois lados
do cérebro sejam preparados para serem ativados, aumentando a sua capacidade de
90
Cerebelo │ UNIDADE IV

transformação e evitando situações de conflito entre os dois hemisférios”, conclui


Wilson no texto.
Figura 114. Assimetria cerebral.

Fonte: <http://olharocerebro.com/index.php/2016/03/15/assimetria-cerebral/>.

Figura 115. Cérebro.

Fonte: <https://www.lifeder.com/pt/cerebro-humano-funcoes-partes/>.

Muito interessante a pesquisa! Assim, podemos compreender porque podemos


desenvolver melhores habilidades no decorrer do nosso desenvolvimento, mas não
podemos parar por aqui, afinal estamos no início de uma longa jornada de estudos e
temos que aprofundar nossos conhecimentos, ok?

Assista ao vídeo: Partes del cerebro animado. Você terá a oportunidade de


aprofundar ainda mais o conhecimento por meio deste vídeo de animação que
está disponível no Youtube. Aproveite!

Em 5/1/2017, o jornal G1, publicou uma matéria com o seguinte tema: “Cientistas
descobrem que parte do cérebro continua crescendo em adultos.”

91
UNIDADE IV │ Cerebelo

A notícia relata a surpreendente descoberta sobre o aumento de tamanho da região


responsável pelo o reconhecimento de faces, contrariando o que se pensava até então
sobre o desenvolvimento cerebral.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade


Stanford, nos Estados Unidos.

Figura 116. Reconhecimento facial.

Fonte: <https://canaltech.com.br/noticia/facebook/Reconhecimento-facial-do-Facebook-tera-precisao-humana/>.

Até o momento, entendia-se que o desenvolvimento cerebral ocorria, através de um


processo chamado de “poda sináptica”, que realiza a destruição das ligações entre os
neurônios responsáveis pela sinapse promovendo ações mais consistentes.

O texto também relata que nas pesquisas anteriores acreditavam que essas mudanças
ocorriam somente no período infantil de 0 a 2 anos, esta foi a primeira vez que uma
pesquisa encontrou o tecido chamado giro fusiforme, aumentando de tamanho da
infância à fase adulta.

Figura 117. Kalanit Grill-Spector.

Fonte: <http://vpnl.stanford.edu/kalanit.htm>.

Foi realizado um estudo com 22 crianças e 25 adultos, para chegarem ao resultado, que
nos faz refletir sobre o desenvolvimento cerebral através dos anos. Esses dois grupos

92
Cerebelo │ UNIDADE IV

foram submetidos a testes de memória e reconhecimento facial, juntamente com a


realização de exames de ressonância magnética funcional e ressonância magnética
quantitativa.

Na ressonância magnética funcional pode se observar quais as regiões do cérebro


ativadas durante atividades de reconhecimento facial e de reconhecimento de lugares.

Com a ressonância magnética quantitativa, pode se medir a quantidade de tecido


cerebral presente nessas regiões anteriormente identificadas como responsáveis pelo
reconhecimento de faces e lugares.

Figura 118. Reconhecimento de fase.

Fonte: <http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-descobrem-que-parte-do-cerebro-continua-crescendo-em-adultos.ghtml>.

Foi a partir da testagem e da comparação entre os dois grupos, de crianças e adultos que
se verificou o aumento da região cerebral responsável pelo o reconhecimento de faces.
Entretanto, no caso do reconhecimento de lugares, não ocorreu a mesma verificação. De
acordo com uma das cientistas responsáveis, Grill-Spector, houve também proliferação
do tecido nas áreas associadas à leitura, na fase entre 5 e 12 anos, tempo em que as
crianças se tornam leitores, podemos pensar que as pessoas que desenvolvem o hábito
de leitura, pode estimular o cérebro a se desenvolver?

Figura 119. Reconhecimento facial.

Fonte: <https://mgracac1.wordpress.com/2011/03/03/esperar-e-reconhecer-se-incompleto/>.

93
UNIDADE IV │ Cerebelo

Segundo os cientistas, é possível que esse crescimento corresponda a um aumento do


volume dos neurônios, tanto do corpo celular e dos dendritos, além da bainha de mielina,
estrutura que envolve os axônios. “Não encontramos evidência de aumento do número de
células, mas de aumento do número de estruturas das células”, disse a cientista.

Figura 120. Reconhecimento facial.

Fonte: <https://clareandoideias.com/2015/07/16/a-busca-pela-felicidade-a-inveja-e-a-pratica-do-momento-presente/>.

A testagem pode sugerir que a melhora do comportamento celular, são provenientes


de uma interação entre as mudanças estruturais e funcionais no córtex, justamente a
região de maior flexibilidade cerebral.

Neste sentido, este estudo possibilita a abertura de novas ideias para desenvolver pesquisas
que possam examinar as mudanças ocorridas no cérebro por conta do envelhecimento,
bem como ser pesquisado outras áreas proporcionando novas descobertas, principalmente
relacionada com outras patologias, como déficits visuais de leitura ou de processamento
de faces como ocorre no autismo.”

Figura 121. Déficit visual.

Fonte: <https://www.slideshare.net/71195/dficit-visualexposicion>.

Na época da reportagem, o grupo de Grill-Spector estava interessado em estudar


aspectos adicionais do desenvolvimento funcional e estrutural do cérebro em regiões
envolvidas em reconhecimento e leitura. Além disso, os pesquisadores pretendiam
94
Cerebelo │ UNIDADE IV

acompanhar os participantes destes dois grupos, para medir como o cérebro de cada
indivíduo muda ao longo do tempo..

Leia mais sobre o conceito de plasticidade cerebral acessando: <http://www.


emtr.com.br/artigos/lafm.pdf>.

Lembre-se que estudar Neuropsicologia é estar atento às pesquisas que estão sendo
desenvolvidas como também as que já foram desenvolvidas.

Figura 122. Neuropsicologia.

Fonte: <http://www.conversion.com.br/blog/a-psicologia-do-seo-pesquisa-de-atalho-informacao-ou-transacao/>.

Acesse: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/v35n2/a03v35n2>.

Para estudar a Neurobiologia das Emoções.

95
Para (não) Finalizar

Ao longo deste Caderno de Estudos você conheceu a organização anatômica e funcional


do sistema nervoso, os principais substratos neuroanatômicos envolvidos na regulação
do comportamento, possibilitando conhecimento para analisar e discutir criticamente
temas relacionados ao campo da Neuroanatomia funcional e Neurofisiologia do
Sistema Nervoso.

Figura 123. Sistema Nervoso.

Fonte: <http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso3.asp>.

Aprofundando os estudos na fascinante célula denominada neurônio, sua função, divisão,


processos de sinapses químicos como também as sinapses elétricas com o objetivo de
compreendermos que a todo momento estaremos nos relacionando com a ela em nossa
atuação profissional.

Figura 124. Neurônio.

Fonte: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio28.php>.

96
para (não) finalizar

É através da capacidade de transformação do neurônio que podemos comprovar


cientificamente as respostas dos tratamentos terapêuticos na quais psicólogos e
médicos exercem em suas clínicas entre outras atividades que visem a mudança de
comportamento ou até mesmo o inverso, quando uma doença acomete o sistema
nervoso e podemos constatar o quanto essa célula é importante.

Figura 125. Mudança celular.

Fonte: <http://www.puabase.com/forum/consiga-mudanca-absoluta-agora-pnl-t77511.html>.

É por meio da capacidade de transformação do neurônio que podemos comprovar


cientificamente as respostas dos tratamentos terapêuticos nas quais psicólogos e
médicos exercem em suas clínicas entre outras atividades que visem a mudança de
comportamento ou até mesmo o inverso, quando uma doença acomete o sistema
nervoso e podemos constatar o quanto essa célula é importante.

Figura 126. Medula Espinal.

Fonte: <http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-nervoso/medula-espinhal/>.

97
Para (Não) Finalizar

Por fim, entendemos a função das principais estruturas do tronco encefálico, os aspectos
funcionais como também a organização macroscópica do cerebelo, diferenciando as
divisões e suas funcionalidades (núcleos e conexões).

Ao fim desta caminhada de estudos podemos constatar que o corpo humano é


interconectado pelo sistema nervoso central e periférico, possibilitando a compreensão
que para todo ação do indivíduo é necessário compreendermos a neurofisiologia e suas
interconexões, que uma ação nunca será isolada por um único sistema e sim por meio
de uma ampla ação mediante uma fantástica máquina denominada cérebro!

Figura 127. Sistema Nervoso Central e Periférico.

Fonte: <http://vivomaissaudavel.com.br/conteudo-guia-de-cuidados/sistema-nervoso-central-e-sistema-nervoso-periferico-8679/>.

Que este início de curso seja para você de grande valia nas suas constituições e aquisições
de conhecimentos!

Estudar o sistema nervoso é de fato compreendermos o quanto o ser humano está


constantes transformações!

(Prof. Fábio Ferreira Silva)

98
Referências
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Paulo: Roca, 2008.

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Glia: Dos velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda virão.
Estud. av. [on-line]. 2013, vol.27,

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GRAEFF, F.G.; BRANDÃO, M.L. Neurobiologia das doenças mentais. 5. ed.


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GUYTON, A.C. Tratado de fisiologia médica. Editora Guanabara Koogan, 1988.

HAINES, D.E. Neurociência fundamental para aplicações básicas e clínicas.


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MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. Atheneu, São Paulo, 1993.

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99
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