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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ________ VARA DA FAZENDA


PÚBLICA DA COMARCA DE ________ .

PROCESSO Nº ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , vem à presença de Vossa Excelência, nos
termos do Art. 17, §7º da Lei 8.429/92, por seu
representante constituído apresentar

MANIFESTAÇÃO PRÉVIA

em face dos fatos apresentados pelo MINISTÉRIO


PÚBLICO nos autos da Ação de Improbidade
Administrativa proposta, pelas razões de fato e de direito
que passa a expor.

BREVE RELATO DOS FATOS


Em apertada síntese, o Ministério Público acusa o demandado por
ato de improbidade administrativa pelo fato de ter ________ , o qual se
enquadraria no art. ________ da Lei 8.429/92.

No entanto, o que o Parquet faz é confundir o conceito jurídico do


ato ímprobo - caracterizado pela conduta volitiva de beneficiar-se do cargo
para fins alheios ao interesse público, locupletando-se indevidamente –
tencionando vulgarizar a legislação, criando uma mens legis que inexiste.

Note, Excelência, que o arrazoado inicial é lacunoso, não


identificando com precisão a conduta improba incutida de má fé atribuída
ao demandado e, muito menos evidencia o prejuízo causado ao erário
público, situação tida por essencial para incidência da Lei de Improbidade
Administrativa.

Desta forma, passa-se ao mérito da presente manifestação, para


o fim de demonstrar o manifesto descabimento da Ação.

2. MÉRITO DA CONTESTAÇÃO

A Requerida impugna todos os fatos articulados na inicial o que se


contrapõem com os termos desta Manifestação, esperando o NÃO
RECEBIMENTO DA AÇÃO PROPOSTA, pelos seguintes motivos:

Inaplicabilidade da Lei nº. 8.429/92 para Agentes


Políticos

Conforme narrado, trata-se de Ação de Improbidade


Administrativa movida em face de ________ , o que, sabe-se, trata-se de cargo
político e transitório.

Todavia, tem-se firmado o entendimento de que os agentes


políticos estão sob a égide de um regime especial de responsabilidade e, por
este motivo, não estão sob o regime comum normatizado pela Lei de
Improbidade Administrativa.

Trata-se de entendimento pacificado na jurisprudência:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.


AGENTES POLÍTICOS. RECLAMAÇÃO STF Nº
2.138/DF. INADMISSIBILIDADE DE CONCORRÊNCIA
ENTRE DOIS REGIMES DE RESPONSABILIDADE
POLÍTICO-ADMINISTRATIVA PARA OS AGENTES
POLÍTICOS: ART. 37, § 4º (REGULADO PELA LEI
8.429/1992) E ART. 102, I, "C", (DISCIPLINADO PELA LEI
Nº 1.079/50). PRESIDENTE DA REPÚBLICA E
MINISTRO DE ESTADO. APLICABILIDADE DO REGIME
ESPECIAL DA LEI 1.079/50. PROCESSO EXTINTO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO. SENTENÇA MANTIDA.
1. Apelação interposta pelo Ministério Público Federal
contra sentença que declarou extinta ação de
improbidade administrativa sem resolução do mérito,
em razão da inadequação da via processual eleita, ao
fundamento de que os réus - ex-Presidente da República
e ex-Ministro da Previdência Social - não estariam, na
condição de agentes políticos, sujeitos à Lei 8.429/92,
mas, sim, ao regime especial previsto na Lei 1.079/50.
2. A Suprema Corte, no julgamento da Reclamação nº
2.138/DF, adotou o seguinte entendimento acerca da
aplicabilidade da Lei 8.429/92 aos agentes políticos: O
sistema constitucional brasileiro distingue o regime de
responsabilidade dos agentes políticos dos demais
agentes públicos. A Constituição não admite a
concorrência entre dois regimes de responsabilidade
político-administrativa para os agentes políticos: o
previsto no art. 37, § 4º (regulado pela Lei nº 8.429/1992)
e o regime fixado no art. 102, I, "c",(disciplinado pela Lei
nº 1.079/50).
3. Naquele mesmo julgado, decidiu o Supremo Tribunal
Federal que: Os Ministros de Estado, por estarem regidos
por normas especiais de responsabilidade(CF, art. 102,
I, "c"; Lei n° 1.079/1950), não se submetem ao modelo de
competência previsto no regime comum da Lei
deImprobidade Administrativa(Lei n° 8.429/1992).
4. O Superior Tribunal de Justiça assentou sua
jurisprudência no sentido de que o julgamento de crimes
deimprobidadecometidos pelo Presidente da República
deve ser regido pelo rito especial previsto nos arts. 85 e
86 da Carta Magna, aplicando-se quanto aos demais
agentespolíticosas sanções por ato
deimprobidadeprevistas no art. 37, § 4º, da CF (AIA
30/AM, Rel., Ministro Teori Albino Zavascki, Corte
Especial, DJe 28/09/2011; AgRg no REsp 1197469/RJ, rel.
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe
11/12/2015; AgRg no AREsp 265.989/SE, Rel. Ministro
Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe
18/02/2013)
5. Acusados por crimes deresponsabilidadeconexos, o
Presidente da República e Ministro de Estado não estão
sujeitos à Lei 8.429/92, já que possuem foro por
prerrogativa de função perante o Senado Federal (art. 52,
I da CF e art. 2º, da Lei 1.079/50).
6. O fato de o ex-Presidente da República e o ex-Ministro
de Estado não maisocuparem os cargos públicos não
legitima o ajuizamento de ação deimprobidadecom base
na Lei 8.429/92, tendo em vista que se submetem a
regime próprio de responsabilização pela Lei 1.079/50.
Assim, se não ajuizada a ação enquanto a autoridade
estiver exercendo o cargo (art. 15 da Lei 1.079/50), não
épossível a utilização subsidiária da Lei deImprobidade
Administrativaapós o término do respectivo mandato.
7. Não sendo cabível a utilização da Lei 8.429/92 para
a responsabilização de ex-Presidente da República e
de ex-Ministro de Estado, por crime de
responsabilidade, não há que se falar em
prosseguimento da ação deimprobidadequanto ao
pedido de ressarcimento do alegado prejuízo causado
ao erário público.
8. Apelação a que se nega provimento. Sentença mantida.
(TRF1, AC 0007807-08.2011.4.01.3400 / DF,
Rel.DESEMBARGADOR FEDERAL NÉVITON GUEDES,
QUARTA TURMA, Julgado em: 29/08/2017, Plublicado
em: 14/09/2017 e-DJF1)

Sobre o tema, Hely Lopes Meirelles leciona que os agentes


políticos:

“são os componentes do Governo nos


seus primeiros escalões, investidos em cargos,
funções, mandatos ou comissões, por nomeação,
eleição, designação ou delegação para o exercício de
atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com
plena liberdade funcional, desempenhando suas
atribuições com prerrogativas e responsabilidades
próprias, estabelecidas na Constituição e em leis
especiais. Tem normas específicas para sua escolha,
investidura, conduta e processo por crimes
funcionais e de responsabilidade, que lhes são
privativos.”

Sobre as atribuições dos agentes políticos, é importante


colacionarmos as lições do Diógenes Gasparini:

“o liame que os prende à Administração Pública é de


natureza política e o que os capacita para o
desempenho dessas altas funções é a qualidade de
cidadãos. Seus direitos e obrigações derivam
diretamente da Constituição e, por esse motivo, podem
ser alterados sem que a isso possam opor-se. Não se
subsumem, portanto, ao regime de pessoal, embora
alguns, como os Ministros de Estado e Secretários,
possam ter certos direitos instituídos, a exemplo das
férias, se atenderem às exigências aquisitivas.

Por tais razões e pela natureza específica do Agente Político que


fica totalmente fora da abrangência da Lei de Improbidade Administrativa.

Ausência de ato ímprobo

A Lei de improbidade administrativa nasceu com o intuito de


proteger a moralidade e preservar a coisa pública, devendo combater
exclusivamente o administrador público que atue com desonestidade.

Alexandre de Moraes ao disciplinar sobre o tema, conceitua:


“A Lei de Improbidade, portanto, não pune a mera
ilegalidade, mas a conduta ilegal ou imoral do agente
público e de todo aquele que o auxilie voltada para a
corrupção. O ato de improbidade administrativa exige
para a sua consumação um desvio de conduta do agente
público que no exercício indevido de suas funções afasta-
se dos padrões éticos morais da sociedade, pretendendo
obter vantagens materiais indevidas ou gerar prejuízos ao
patrimônio público mesmo que não obtenha sucesso em
suas intenções...” (in Constituição do Brasil interpretada e
legislação constitucional, São Paulo: Atlas, 2002, p.2611)

Portanto, os fatos narrados na peça inicial estão longe de


configurar um ato de improbidade, pois carecem de requisitos mínimos
previstos na tipificação legal.

Da ausência de prejuízo ao erário público

O ato impugnado foi enquadrado pelo Ministério Público no artigo


10, inciso XIII da lei de improbidade administrativa, in verbis:

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam


Prejuízo ao Erário Art. 10. Constitui ato de
improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
das entidades referidas no art. 1º desta lei, e
notadamente:(...)
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-
lo indevidamente;

Ocorre que o serviço contratado foi efetivamente prestado em prol


do interesse público, sem qualquer evidência de algum enriquecimento ilícito.

Mauro Roberto Gomes de Mattos, ao tratar sobre o tema elucida


sobre os limites de sua aplicação:

“O caput do art. 10 da Lei nº 8.429/92 afirma que constitui


ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa que
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no artigo inaugural da Lei nº 8.429/92.
Assim, para que haja a subsunção na hipótese em
tela, a conduta do agente público, ainda que seja
omissa, dolosa ou culposa, deverá acarretar prejuízo
para o erário, causando-lhe lesão.” (in O Limite da
Improbidade Administrativa – Comentários á Lei nº
8.429/92. 5ª ed., pg. 264)

No entanto, em momento algum há qualquer traço sobre algum


prejuízo ao erário público! Pelo contrário, traz apenas o levantamento de
questões formais, sem a existência de qualquer superfaturamento ou que os
serviços prestados estariam fora do preço de mercado.

A única evidência concreta que temos no processo é que o


serviço foi integralmente cumprido!
Ou seja, pela exordial fica claro que os serviços foram
rigorosamente prestados e apenas supõe que existiriam empresas que
prestariam os mesmos serviços por preços inferiores, mas , NÃO CITA
NENHUMA!

Ora! A Lei de Improbidade Administrativa busca unicamente punir o


gestor inescrupuloso e vil, e não o inábil, aquele que comete falhas sem
repercussão ao erário público e ao bom funcionamento da Administração
Pública.

Tal conceito, diga-se, já é assente ao Superior Tribunal de Justiça


há anos, permanecendo da mais pretérita à mais recente jurisprudência:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.


AUSÊNCIA DE PROCESSO LICITATÓRIO.
INEXISTÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE DANO AO
ERÁRIO. IRREGULARIDADES SEM O QUALIFICATIVO
DA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. 1. Pagamentos
de passagens aéreas utilizada pelo IPEM/MG, em face de
convênio com o INMETRO, sem respaldo contratual, nos
exercícios de 2005 a 2007. 2. A sentença, todavia,
afiançou que não há provas da efetiva lesão aos cofres
públicos em decorrência da imputação. 3. Mesmo na
ausência de licitação, houve a efetiva aquisição das
passagens aéreas, em relação aos quais não houve prova
de superfaturamento. 4. A configuração da conduta
ímproba demanda o elemento subjetivo do agente
para a configuração da conduta ímproba, admitindo-
se a modalidade culposa somente nas hipóteses de
atos que acarretem lesão ao erário. A hipótese retrata
atipicidade administrativa que não assume o
qualificativo de ato de improbidade. 5. Não provimento
da apelação. (TRF-1 - AC: 00348760820134013800
0034876-08.2013.4.01.3800, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL NEY BELLO, Data de
Julgamento: 21/06/2017, TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: 01/09/2017 e-DJF1)

RECURSO DE APELAÇÃO EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DIRECIONAMENTO
DE LICITAÇÃO AUSÊNCIA DE PROVA DE DANO AO
ERÁRIO. Não houve qualquer irregularidade por parte da
Administração Pública em lançar edital para construção
de moradias populares em que havia exigência de
fornecimento de terreno. Tal fato, por si só, não configura
direcionamento da licitação. Sentença de improcedência
mantida. Recurso desprovido (TJ-SP
00110087820018260053 SP 0011008-78.2001.8.26.0053,
Relator: Marcelo Berthe, Data de Julgamento: 28/11/2017,
5ª Câmara de Direito Público, Data de Publicação:
28/11/2017)

APELAÇÃO CÍVEL / REEXAME NECESSÁRIO. AÇÃO


DE IMPROBIDADE. CONTRATAÇÃO PARA OS
SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA NA ÉPOCA DO CARNAVAL.
INEXISTÊNCIA DE LICITAÇÃO. AUSÊNCIA DE DANO
AO ERÁRIO. O art. 12, parágrafo único, da Lei n.
8.429/92, fundado no princípio da proporcionalidade,
determina que a sanção por ato de improbidade seja
fixada com base na extensão do dano causado, bem
como no proveito patrimonial obtido pelo agente.
Conforme a prova recolhida na instrução, não houve a
ocorrência de superfaturamento nos contratos
realizados, sem licitação, havendo comprovação da
efetiva prestação dos serviços. Inexistência de dano
ao erário. Ademais, não se verifica a existência de dolo
na conduta imputada ao Ex-Secretário Municipal, o que a
torna atípica. Apelação desprovida. Sentença mantida em
reexame necessário. (Apelação e Reexame Necessário
Nº 70053432860, Vigésima Primeira Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Aurélio Heinz,
Julgado em 03/04/2013)

Ou seja, ainda que eventualmente subsista alguma irregularidade


formal, esta não invalida o procedimento, nem tampouco torna o Requerido
desonesto ou desleal a ponto de submetê-lo ao rito da Lei de Improbidade
Administrativa, pois ausente qualquer demonstração de dano ao erário
público.

Da inexistência de dolo

Não obstante a ausência de qualquer prejuízo ao erário público,


não bastaria a simples evidência de que o ato administrativo pudesse
desbordar da legalidade, é indispensável evidenciar a existência do dolo.

Trata-se da necessária demonstração da evidência da má fé


para incidência da Lei de Improbidade Administrativa, conforme doutrina de
Maria Silvia Zanella Di Pietro:

“Mesmo quando o ilegal seja praticado, é preciso verificar


se houve culpa ou dolo, se houve um mínimo de má fé
que revele realmente a presença de um
comportamento desonesto.” (in Direito Administrativo,
12ª ed., p.675)
Desta forma, mesmo que se demonstrasse comprovada alguma
irregularidade na contratação, o que não ensejaria a imediata
responsabilização do agente Público por improbidade administrativa, é
crucial que seja evidenciada a existência de má fé.

Veja, Excelência, que o Parquet não logrou demonstrar nem a má


fé, nem o ânimo em lesar os cofres públicos supostamente praticados pelo
demandado.

Ainda que minimamente, tais pontos deveriam ter sido


demonstrados à inicial, sem os quais torna-se incabível a presente ação.
Repita-se: meras irregularidades não são consideradas atos de improbidade,
conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, vejamos:

APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO ADMINISTRATIVO - AÇÃO


DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - MUNICÍPIO DE
CLARAVAL - ATO QUE CAUSA DANO AO ERÁRIO -
NECESSIDADE DE PROVA DO PREJUÍZO - ATO
LESIVO AOS PRINCÍPIOS DA ATIVIDADE ESTATAL -
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DOLO -
IMPROBIDADE NÃO CONFIGURADA. - Para
caracterização do ilícito regulado pelo art. 10 da Lei nº
8.429/92, é necessária a prova do elemento subjetivo,
consubstanciado no dolo ou culpa, bem como do
dano efetivamente sofrido pelo ente público. - Para
configuração do ato ímprobo na forma do art. 11 do
CPC/15, hão de estar presentes, concomitantemente, o
elemento subjetivo (dolo) e a prova do desrespeito aos
princípios regentes da Administração Pública. - Ainda que
reconhecida a irregularidade do ato praticado pelo
apelado, realizado em desrespeito ao princípio da
legalidade, não se caracteriza o ato de improbidade
quando não demonstrada a presença do elemento
subjetivo. (TJ-MG - AC: 10297130014071001 MG,
Relator: Ana Paula Caixeta, Data de Julgamento:
14/11/0017, Câmaras Cíveis / 4ª CÂMARA CÍVEL, Data
de Publicação: 21/11/2017)

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL


PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA –
EXONERAÇÃO DE SERVIDOR - REPARAÇÃO DE
DANOS - AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ OU DESONESTIDADE
DO AGENTE PÚBLICO – DEVER DE INDENIZAR
INEXISTENTE. A improbidade administrativa por dano
ao erário pressupõe para sua configuração ação ou
omissão ilegal do agente público no exercício da
função pública, derivada de má fé, desonestidade
(dolosa ou culposa) causadora de lesão efetiva ao
erário. A mera violação da legalidade por si só não
caracteriza ato de improbidade administrativa. Ilegalidade
desprovida de intenção indicativa de desonestidade.
Improbidade não caracterizada. Pedido improcedente.
Sentença mantida. Recurso desprovido. (TJ-SP
07019866820128260699 SP 0701986-68.2012.8.26.0699,
Relator: Décio Notarangeli, Data de Julgamento:
26/07/2017, 9ª Câmara de Direito Público, Data de
Publicação: 26/07/2017)

Em toda peça exordial, não se verificou, portanto, a existência do


dolo, consistente na vontade livre e consciente de causar dano ao erário, ou
enriquecimento ilícito de quem quer que seja, motivo pelo qual não se verifica
ato de improbidade no caso relatado.

Assim, considerando que o Ministério Público deixou deixou de


demonstrar minimamente qualquer evidência de dano e dolo do agente público,
resta notoriamente descaracterizados os atos indicados como de improbidade
administrativa – refletindo, portanto, no sumário indeferimento da inicial, nos
termos do Art. 17, §8º da Lei 8.429/92.

Da ausência de provas

Ao analisar minuciosamente os autos da ação de improbidade


proposta, verifica-se que as investigações foram concebidas unicamente em
razão de ________ , ou seja, sem qualquer evidência concreta.

Fato é que de forma leviana instaurou-se a presente ação de


improbidade, desprovida de provas cabais a demonstrar a desonestidade
do agente público na condução de suas atividades, consubstanciadas
unicamente em indícios que maculam a finalidade da ação de improbidade
traçada

A Lei nº 8.429/92 tratou de estabelecer em seu artigo 17, §6º


condições mínimas para a interposição da referida ação, vejamos:

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será


proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
cautelar.
(...)
§ 6o A ação será instruída com documentos ou
justificação que contenham indícios suficientes da
existência do ato de improbidade ou com razões
fundamentadas da impossibilidade de apresentação de
qualquer dessas provas, observada a legislação vigente,
inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do
Código de Processo Civil.

No entanto, os autos carecem de provas suficientemente bastante


a demonstrar a existência de qualquer ato desonesto por parte do Requerido,
que pudessem evidenciar a ocorrência de prejuízo ao erário ou mesmo ato
doloso na condução do ato.

Mauro Roberto Gomes de Mattos alerta sobre a fragilidade da


ação quando carente de provas:

“Não deve a ação de improbidade administrativa ser


manejada sem que haja o mínimo de plausividade
jurídica, embasada pela prova. Nesse contexto, a
matéria jornalística que noticia suposta prática de ato de
improbidade administrativa por parte do agente político
não se presta para a finalidade de embasar o ajuizamento
da ação correspondente. Isso porque, a notícia
veiculada não possui compromisso com a verdade,
eis que é editada com a finalidade de possibilitar a
leitura pelo maior número de pessoas.” (in O limite da
improbidade Administrativa. Comentários á Lei nº
8.429/92. 5ª ed. pg. 556)

Ausente, portanto, qualquer lastro probatório do envolvimento da


existência de prejuízo ao erário público bem como a má fé na constituição do
ato administrativo, incabível qualquer condenação por improbidade
administrativa.
Nesse mesmo sentido é o posicionamento jurisprudencial:

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA -


IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LICITAÇÃO -
PRINCÍPOS ADMINISTRATIVOS: INOBSERVÂNCIA -
PROVAS: AUSÊNCIA. 1. Configura-se ato de improbidade
administrativa a ação ou omissão que fere direta ou
indiretamente os princípios constitucionais e legais da
administração pública, independentemente da existência
de enriquecimento ilícito ou de lesão ao erário público,
sendo imperioso, para tanto, o dolo genérico - vontade
livre e consciente do agente em praticar a conduta
descrita na lei -, e prescindível haver dano material ao
erário (art. 11, da Lei federal nº 8.429/1992 - Lei de
Improbidade Administrativa - LIA). 2. A prova certa da
prática do ato ímprobo é necessária para ensejar
condenação em ação civil pública. 3. Havendo apenas
indícios, mas sem a comprovação da prática do ato de
improbidade administrativa, o pedido de condenação
por improbidade administrativa deve ser julgado
improcedente. (TJ-MG - AC: 10433062022374001 MG,
Relator: Oliveira Firmo, Data de Julgamento: 26/09/2017,
Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL, Data de
Publicação: 29/09/2017)

Portanto, por carência de condições mínimas de se comprovar


qualquer ato ímprobo nos termos relatados na inicial, a presente ação deve ser
extinta.

Diante de todo o exposto, nos termos do art. 17 §8º da Lei nº.


8.429/92, requer o recebimento desta contestação para o fim específico de,
após analisadas as razões aqui dispostas, seja a ação rejeitada e ao final
declarada improcedente

DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR

Caso seja dada a continuidade à presente ação, o Contestante


pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:

a) depoimento pessoal da Requerido, para


esclarecimentos;

b) ouvida de testemunhas, cujo rol será depositado em


Cartório na devida oportunidade, caso não ocorra o
julgamento antecipado da lide, com a acolhida das
preliminares arguidas nesta Contestação;

c) a juntada dos documentos em anexo, em especial


________ .

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer o recebimento e apreciação da


presente MANIFESTAÇÃO PRÉVIA, requer o acolhimento das preliminares
arguidas com a imediata REJEIÇÃO DO PROCESSO sem resolução de
mérito, nos termos do Art. 17, §8º da Lei 8.429/92;

Caso assim não entenda, requer o acolhimento das presentes


razões e consequente rejeição da ação, pela manifesta inexistência do ato de
improbidade, e clara IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO.

Nestes termos, pede deferimento

________ , ________

________

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