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Só assumira, depois de uma crise em que o país esteve perto da guerra civil,

porque aceitara uma fórmula pela qual se fabricou um humilhante regime


parlamentarista cuja essência residia em permitir que ocupasse a Presidência
desde que não lhe fosse entregue o poder. (p.47)

Goulart recuperara os poderes presidenciais em janeiro de1963, depois de um


plebiscito, com 9,5 milhões de votos contra 2milhões dados ao
parlamentarismo. Tentara um golpe em outubro, solicitando ao Congresso a
decretação do estado de sítio, e vira-se abandonado pela esquerda, que
repeliu a manobra. (p.48)

(..)anunciou sua disposição de lançar o governo na campanha pelas reformas


de base. Assinou dois decretos. Um desapropriava as terras ociosas das
margens das rodovias e açudes federais. Outro encampava as refinarias
particulares de petróleo. (p.48)

Era um governo em crise, com a bandeira das reformas hasteada no mastro da


intimidação. À tensão política somava-se um declínio econômico. (p.49)

Os investimentos estrangeiros haviam caído à metade.12 A inflação fora de 50%


em 1962 para 75% no ano seguinte. Os primeiros meses de 1964 projetavam
uma taxa anual de 140%, a maior do século. Pela primeira vez desde o fim da
Segunda Guerra a economia registrara uma contração na renda per capita dos
brasileiros. As greves duplicaram, de 154 em 1962, para 302 em 63. O governo
gastava demais e arrecadava de menos, acumulando um déficit de 504 bilhões
de cruzeiros, equivalente a mais de um terço do total das despesas. (p 49)

A guinada dividira o país. O conservadorismo paulista respondera ao comício


do dia 13 com uma Marcha da Família com Deus pela Liberdade em que se
reuniram perto de 200 mil pessoas com faixas ameaçadoras (“Tá chegando a
hora de Jango ir embora”) e divertidas (“Vermelho bom, só batom”).18 O
Congresso, com maioria conservadora, mostrava-se disposto a bloquear os
projetos de reforma e a cozinhar o surto esquerdista até o ano seguinte. (p.49)

Março de 1964 – uma agenda de discursos

Havia dois golpes em marcha. O de Jango viria amparado no “dispositivo


militar” e nas bases sindicais, que cairiam sobre o Congresso, obrigando-o a
aprovar um pacote de reformas e a mudança das regras do jogo da sucessão
presidencial. (P.51)

Se o golpe de Jango se destinava a mantê-lo no poder, o outro


destinava-se a pô-lo para fora. A árvore do regime estava caindo,
tratava-se de empurrá-la para a direita ou para a esquerda. (p 52)

Apoio a Jango de uma parte do exercito.

O cuidado com que fora montado o “dispositivo” podia ser melhor percebido
quando se olhava para os generais que certamente estariam conspirando.
Podia-se temer a capacidade de articulação do general Oswaldo Cordeiro de
Farias. (p.53)

-Castello Branco defendeu a posse de Goulart

Em Washington, trabalhava-se havia dez dias na armação de


uma força-tarefa naval que, em caso de necessidade, zarparia para a
costa brasileira. (p.58)

Lincoln Gordon p kennedy, Jango estaria entregando o país aos comunistas

No dia 20 de março de 1964, uma semana depois do comício da


Central, o presidente Lyndon Johnson autorizara a formação de uma
força naval para intervir na crise brasileira, caso isso viesse a parecer
necessário. (p.60)

discurso de Jango : “Não admitirei o golpe dos reacionários. O golpe que nós
desejamos é o golpe das reformas de base, tão necessárias ao nosso país.
Não queremos o Congresso fechado. Ao contrário, queremos o Congresso
aberto. Queremos apenas que os congressistas sejam sensíveis às mínimas
rei vindicações populares.”

Nas sessões noturnas da Câmara e do Senado, a oposição a


Jango começava a exercitar a retórica do sacrifício. O “dispositivo”
ocupara militarmente as saídas da cidade e controlava as
comunicações. (p.77)

Para
prevalecer no quadro que radicalizara, Jango precisaria golpear o
Congresso, intervir nos governos de Minas Gerais, São Paulo e
Guanabara, expurgar uma parte da oficialidade das Forças Armadas,
censurar a imprensa, amparar-se no “dispositivo”, na sargentada e na
máquina sindical filocomunista. Tratava-se de buscar tamanha
mudança no poder que, em última análise, durante o dia 31 de março
tanto o governo (pela esquerda) como os insurretos (pela direita)
precisavam atropelar as instituições republicanas. (p86)

O Comando Geral dos Trabalhadores, central sindical controlada


pelo governo em condomínio com os comunistas, recomendou ao
povo que se mantivesse “unido em sua vigorosa repulsa à
insurreição”. A UNE pediu aos estudantes que se mobilizassem em
passeatas e atos públicos, permanecendo “em estado de alerta” para
a hipótese da resistência. (p88)

As poucas forças conservadoras que, por razões


de conveniência, ainda estavam associadas ao presidente, dispunham
de meios para ajudá-lo, mas não tinham um propósito para mantê-lo
no poder. As forças da esquerda, que tinham o propósito, não tinham
os meios. A árvore do regime constitucional começava a dar sinais de
que cairia para a direita.(p89)

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