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Julho 2014
1. INTRODUÇÃO
Até o séc. VII a.c. não havia a divisão entre ocidente e oriente e,
tampouco, havia a filosofia, pois não se tinha ainda a intenção de desvendar os
mistérios do mundo. Vejamos sob qual contexto nasce a filosofia e o que
estabelecerá a divisão entre ocidente e oriente.
Para o aedo existir tinha que emanar o encantamento, ele não era
um detentor do saber, pois não sabia o mistério que iria cantar, pelo contrário,
esse mundo era o espanto que eles cantavam. A partir do séc. VII entraremos
no período mítico, um período em que o público e o social ainda não se
separam, onde tudo é divino e os deuses estão presentes no cotidiano. Sobre
esse período nos descreve Marcondes (2002, p.20):
Como dito acima, esses deuses não estão exteriorizados, mas atuam
como mediadores, filtradores, entre o homem e as forças excessivas da
natureza. Mas, um paradoxo urge através da poesia, visto que suas narrativas
começam a gerar revolta e indignação dos mortais perante os deuses, em
questões relacionadas à ferida diante do enigma da vida e da morte, que
somente eram explicadas através do sobrenatural e, portanto, do inexplicável.
O que nasce daí é um embrionário movimento, ao qual o homem ainda não
tem consciência, ou seja, de um si mesmo. É que, ao se espelhar em um deus,
ele percebe uma gama de possibilidades de existências subjetivas, que o
instiga a ir se tornando um indivíduo singular.
O mundo nunca começou nem nunca vai acabar, ele é um eterno vir
a ser, um jogo no qual “todas as coisas trazem em si mesmas o seu
contrário”, a luz e a sombra o doce e o amargo estão ligados uns aos
outros como dois lutadores; a ladeira que sobe é a mesma que
desce; é uma só e mesma coisa a vida e a morte, o despertar e o
dormir, a mocidade e a velhice, o bem e o mal. (Mosé, 2011, p.99).
O receio de cair nas ilusões desenfreadas das projeções fez com que
muitos cientistas e pensadores rechaçassem suas tendências religiosas, e
sacrificassem sua fé. E o gosto por fatos concretos foi cada vez mais sendo
incorporado, derivando o anseio de acessar uma enormidade de fatos, que de
tão gigantesca quantidade talvez tenha-nos impedido a visão quanto à
impossibilidade futura de “montar o quebra-cabeça” e dar sentido a toda essa
informação, a todo esse conhecimento.
Como dito até então, não há o que apoie em nossa raiz extrovertida
uma mudança de autoliberação do espírito. Entretanto, talvez através de uma
ciência inclusiva, de uma técnica analítica que promova um deslocamento na
atitude consciente, algo de novo e com efeito compensatório.
(...) Existe, entretanto uma forma bastante moderna de psicologia – a
psicologia dita analítica ou complexa – segundo a qual há
possibilidade de que, no inconsciente ocorram determinados
processos que compensam, com seu simbolismo, as deficiências e os
desnorteamentos da atitude consciente, que podemos falar de um
novo nível de consciência. (...) Mas o processo inconsciente em si
nunca atinge a consciência, sem a ajuda da técnica. Quando é trazido
à tona, revela conteúdos que formam um notável contraste com a
orientação geral das idéias e dos sentimentos conscientes. Se assim
não fosse, tais conteúdos não teriam efeito compensatório. Mas o
primeiro resultado é um conflito, pois a atitude consciente opõe
resistência á penetração de tendências aparentemente incompatíveis
e estranhas. (Jung, 1980 p. 494)