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A todos os que aceitam “ser alguém” na vida das nossas crianças.

O que aqui fica não são ensinamentos, nem lições. Esta é apenas a tentativa de ouvir e
valorizar os “nossos” filhos. De lhes conceder uma voz, em tom de brincadeira, que consegue
lembrar-nos a todos do que é realmente importante. A vida não se resume em 10
mandamentos, nem o nosso/vosso esforço e dificuldades conseguem condensar-se aqui.
A educação caminha de mãos dadas com a esperança, o amor, a dedicação, a aceitação
incondicional do filho que é nosso mas ainda maior do que nós. Esta é apenas uma forma
simples de relembrar o que às vezes esquecemos, entre as angústias, ansiedades e
preocupações do dia-a-dia ou de uma vida que deixou cair alguns sonhos. Vamos ler, com os
olhos do coração, o que cada criança nos poderia dizer…

1º) “Não me faças todas as vontadinhas” – não penses que eu gosto quando me deixam fazer
tudo o que quero… até parece que nem te importas comigo e não me dás atenção. Deixas-me
“em paz” e pronto… Isso só será sinal que sou invisível. Não te inibas, porque quando me
repreendes é como se me estivesses a dizer que estás atento ao que faço!

2º) “Não tenhas medo de ser firme comigo” – eu até prefiro… sinto-me mais seguro,
protegido, acolhido. Quando te ouço num tom mais sério sei logo que não sou uma formiguinha
em casa. Quando ouço os outros num tom diferente sei, mesmo que não se fale, que se passa
alguma coisa… Assim, só me ajudas a entender o mundo. Ah… e podes ser firme e dar-me
regras falando com o coração.

3º) “Não me deixes formar maus hábitos” – tenho de me apoiar em ti para que me ajudes a
descobrir os caminhos perigosos. Se calhar não devia comer tantos doces, nem ter tanto o
hábito de me zangar ou responder mal… por isso é que tenho de aprender contigo a mudar
coisas que são difíceis em mim. Mas tu tens de me ensinar… e eu acho que às vezes tu também
sabes que há coisas difíceis para ti e não me consegues sempre ensinar. Não é?

4º) “Não me critiques em frente das outras pessoas” – não gosto quando me fazes isso parece
que estou no circo da televisão… Sinto-me envergonhado e triste, sem valor… como se fosse
uma flor a murchar. Ensina-me quando estivermos sossegados e em casa para eu te ouvir com
toda a atenção. Desta maneira, saberei que tens realmente alguma coisa importante para me
ensinar e não estás apenas zangado(a) comigo ou cansado do teu trabalho…

5º) “Não refiles nem critiques a toda a hora” – se o fizeres, a certa altura fico tão cansado e
confuso, que vou ter de fazer de conta que sou surdo! É que ouvi dizer que todas as pessoas
têm dias difíceis e se começarmos todos a refilar quando nos apetece… o mundo vira-se ao
contrário! Quando eu faço isso chamam logo uma psicóloga porque acham que não consigo
controlar-me (é assim que se diz não é?) então e os adultos? Não podem pedir ajuda à
psicóloga? Ela tem é muito trabalho!
6º) “Não sejas inconsistente” – se disseres uma coisa e fizeres o contrário eu ficarei confuso,
inseguro e perco a confiança em ti. Gosto mais quando percebo que és o meu porto seguro. O
que dizes tem ser irmão gémeo do que fazes e a tua cara (pois pois…) tem de querer dizer o
mesmo. Como quando eu digo que gosto de alguém e sorrio muito que até me dói as bochechas
e os dentes. È assim que tens de fazer!

7º) “Não te esqueças que tenho medo de te perder”– ouvi dizer que quando tenho medo isso
até é bom. È como se eu assim conseguisse arranjar várias formas de me proteger e arranjar
soluções como quando temos medo dos leões. Isso é bom, porque assim sabemos que tentamos
continuar vivos porque fugir! Contigo também é assim… gosto tanto de ti que não consigo
pensar em ser abandonado. Tenho medo de ficar sozinho. De não dormir de noite. De ter
sonhos maus… De te deixar triste. Por isso tenho de descobrir maneiras de ficar sempre ao pé
de ti. Mas eu queria saber/sentir que tu também queres que eu fique a pé de ti… Queres? Tens
de me dizer… não consigo adivinhar.

8º) “Se fosses para uma ilha deserta o que levavas?” – fizeram-me esta pergunta para ver o
que era mais importante para mim… Só conseguia pensar em ti. Mas o que eu mais queria
mesmo era que não existissem ilhas desertas dentro das pessoas. Às vezes parece que elas
ficaram perdidas… os adultos ficam cansados de nadar muito, não ficam? Achas que te posso ir
salvar e tu a mim? Quando estiveres cansado diz-me… Podemos parar e conversar. È que eu
nem sempre entendo o que se passa contigo e fico sempre a pensar que sou o culpado de tudo.
E, depois, não tenho forças para ouvir as matérias da escola com atenção, porque fico também
perdido na ilha deserta.

9º) “Não me ignores quando te faço perguntas” – se o fizeres verás que paro de as fazer e vou
procurar informações a outro lado. Se não me tentares responder, continuo nervoso e fico a
pensar que há mais coisas que te custam do que eu pensava… Há não há?

10º) “Nunca te esqueças de que não consigo crescer nem desenvolver-me sem muito amor
e compreensão. Não te esqueças que sou uma pessoa e a mais bonita e importante na tua
vida. Mas isso não preciso de te lembrar, pois não?” – Mas sabes uma coisa…? Às vezes preciso
que tu me lembres, todos os dias, de como eu sou bonito(a).

Ana Santos
Psicóloga (CRI – APPACDM de Coimbra)

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