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M I N I S T É R I O DO IMPÉRIO
MINISTRO ( JOSÉ FERNANDES DA COSTA PEREIRA JÚNIOR )
RELATÓRIO DO ANNO DE 1887 APRESENTADO Â ASSEMBLÉA
GERAL LEGISLATIVA NA 3 a
SESSÃO DA 2 0 * LEGISLATURA.
( PUBLICADO EM 1888 )
INCLUI ANNEXOS.
R E L A T Ó R I O
APRESENTADO
RIO DE JANEIRO
IMPRENSA NACIONAL
1888
í n d i c e dos a r t i g o s
DO
RELATÓRIO N S I S 1 M M « « 1 liPERIO
APRESENTADO E M M A I O D E 1888
PACS.
Família Imperial 1
Conselho de Estado 3
Assembléas Provinciaes 4
Câmara Municipal da Corte 5
Negócios Eleitoraes 13
Instrucção P u b l i c a lõ
Instrucção P r i m a r i a e Secundaria:
I Instrucção Primaria 19
II Escola Normal -. 22
III Imperial Collegio de Pedro II 31
IV Curso Nocturno para o Sexo Feminino 37
V Exames Geraes de Preparatórios 38
Instrucção superior:
I Escola Polytechnica 40
II FacuLIade de Medicina do R i o de Janeiro 44
III Faculdade de Medicina da Bahia 51
IV Faculdade de Direito do Recife 56
V Faculdade de Direito de S. Paulo 60
VI Escola de Minas de Ouro Preto 61
VI
PA.08.
FAMÍLIA IMPERIAL
o
«
CONSELHO DE ESTADO
ASSEMBLÉAS PROYINCIAES
mente adiada, não o tendo sido novamente por ser o mez de novembro o penúltimo
do 2 anno do biennio.
o
resolução da Assembléa Geral, por isso que, sem autorização do Poder Legislativo,
não podia o Governo decretar a desapropriação dos terrenos e prédios necessários,
com observância do processo da L e i n. 816 de 10 de julho de 1855.
Antônio Domingues dos Santos Silva para flm idêntico e que fora considerado sem
effeito. Tendo a Câmara sustentado o seu ucto, recorreram dessa deliberação o
mencionado cidadão e o vereador Torquato José Fernandes Couto. O Ministério
do Império negou provimento aos recursos, decisão do qual recorreu Bittencourt
Freire, nos termos do Regulamento de 5 de fevereiro de 1842. A questão pende dc
parecer da SecçSo dos Negócios do Império do Conselho de Estado.
No A v i s o com que foi rcmettida cópia do contrato â Assembléa Geral afim
de resolver sobre a approvaçSo da cláusula 12 , informou o Ministério do Império
a
cipaüdode o posse deste immovel e acabar com os pleitos judicioes existentes entre
u m a e outra, que se obrigaram a hovel-os por findos, outorgundo-se mutuu, plena e
geral quitação.
Da preferencia dada pela Câmara Municipal a proposta de Lamberti t i n h a m
recorrido a empreza arrendatária, o vereador Jose Carlos do Patrocínio e o cidadão
Felippe Nery Pinheiro. Todos esses recursos ficaram prejudicados, assim como o
que anteriormente inlerpuzera o vereador Condido Alves Pereira de Carvalho da
deliberaçSo pela qual se mandara annunciar a coneurrencia para o arrendamento
dos referidos i m m o v e i s .
Da decisão do Ministério do Império, quenagouapprovação ao projectado a r r e n -
damento, recorreu o proponente Pedro Leandro -Lamberti, invocando o R e g u l a -
mento de 5 de fevereiro de 18-42. Por sua parte reclamou a I l l m a . Câmara, s u s t e n -
tando as vantagens do contrato que pretendia celebrar e contestando alguns dos
fundamentos do acto do Governo.
Tratando-se de questão importante, que entendia com o aproveitamento dos
m a i s rendosos próprios municipoes s e m prejuízo do fim a que se destinam como
logradouros, creados para uso especial da pequena mercancia de gêneros a l i m e n -
tícios, j u l g u e i acertado ouvir o parecer da Secção dos Negócios do Império do
Conselho de Estado, á q u a l foram remettidos, a 11 de a b r i l próximo findo, todos os
popeis concernentes ao assumpto.
P o r Portaria de 7 de março foi provisoriamente approvodo, com alterações,
um projeclo dc posturo, remettido pela I l l m a . Câmara em data de 25 de feve-
reiro, regulando o transito de vehiculos nas ruas do Visconde de Itaúna e do Senador
E u s e b i o ; e com A v i s o de 3 do corrente me/, foi enviado a Câmara dos Srs. Deputados,
afim de resolver como julgasse acertado, outro projecto de postura, submettido
á approvoção provisória do Governo a 22 de fevereiro, acerca do registro de cartas de
engenheiro.
A ' solicitude do Governo oferecera a Direclorio do Instituto Polytechnico B r a z i -
leiro dois estimaveis trabalhos de seus consocios os engenheiros L u i z S c h r e i n e r e
V i r i a to Belfort Duarte sobre incêndios nos theatros e meios de prevcnil-os e
altenuar-lhes oseffeitos.
Considerando o alcance de um conjuneto systematico de medidas a tal respeito,
para que não venhamos a l a m c n l o r no paiz cataslrophes semelhantes ás que nos
últimos annos têm cnlutndo a população de diversas cidades estrangeiras, fazendo
grande numero de victimas, como os incêndios do theatro de Nice, do Ring- Theaícr
de V i e n n a , da Opera Cômica em Pariz e o recentissimo, que tão profundamente i m -
pressionou a sociedade brázileiro, do theatro Daquct no Porto, remelteu este
12
NEGÓCIOS ELEITORAES
INSTRUCÇÃO PUBLICA
Por ultimo devo pedir a vossa illustrada attenção para a conveniência de serem
adoptadas regras que resguardem os interesses do ensino nos casos de incapaci-
dade physica e m o r a l de lentes e professores que não contem 25 annos de exercício;
a s s i m como para a de fixar a incerta legislação attinente a este ramo do serviço.
19
Instrucção primaria
Joaquim Fernandes da S i l v a ;
A professora da I a
escola de meninas da dita rreguezia de Santo Antônio
Elisa Tonner;
21
II
Escola Normal
duas das turmas em que foi dividida a aula de arlthmetica, ficou a de álgebra,
geometria e trigonometria a cargo do Director da Escola, sem remuneração es-
pecial.
Em referencia aos exames occorreu o seguinte:
I a
ÉPOCA
Verificaram-se 320 inscripções para os exames das tres series, sendo 193 na I , a
I a
SERIE
Português
Inscriptos 53.
Saio masculino Sexo feminino
3
5 12
2 5
6 6
9
18 35 53
Arithmetica
Inscriptos 29.
1 2
4
5
1 2
8 .6
10 19 29
Instrucção religiosa
Inscriptos 6.
Approvados plenamente 1 *
NSo compareceu X
~2 4 6
24
Francês
Inscriptos 13.
Sito nmeullno Seio feminino
Approvndas com distincçSo 3
Approvada plenamente 1
» simplesmente 1
Reprovados 2
Não compareceram 2
~ 9 13
Calligraphia e desenho
Inscriptos 41.
Approvados com distincçSo 1 1
» plenamente 3 16
» simplesmente 5 9
Não compareceram 2 4
11 30 41
Gynwastica
Inscriptos 51.
Approvadas com distineção 2
» plenamente 9
» simplesmente 6
Reprovadas 11
Não compareceram 12 11
12 39 51
2 a
SERIE
Portugue;
Inscriptos 12.
Approvadas com distineção 3
» plenamente 4
Approvado simplesmente 1
Não compareceram 4
1 11 12
25
Inscriptos 36.
S r x o :ii3Kciu-i:o S«xo foi:.nino
G 30 36
Inscriptos 20.
A p p r o v o d a s c o m distineção 2
Approvodos plenamente 2 4
Approvado simplesmente 1
Reprovndos 2
Não compareceram 5 4
10 10 20
Musica cocai
Inscriptos 41.
Approvado c o m distineção 1
Approvodos plenomentc 1 6
Approvada simplesmente 1
Reprovadas 2
Não compareceram 7 2?
~Õ 32
Trabalhos de agulha
Inscriptos 25.
Approvodas plenamente...
Approvada s i m p l e s m e n t e , 1
1
Reprovada
Não compareceram 16
25 23
IMP. 4
26
4 *
3 a
SERIE
Calligraphia e desenho
Inscriptos 2.
Soxo maseulioo Sexo fomtoinu
Approvado plenamente 1
NSo compareceu _^
T 1 2
SYNOPSE
Inscriptos 329.
Approvados com distineção 4 17
D plenamente 14 76
» simplesmente... 11 32
Reprovados 12 23
Nao compareceram 43 97
84 245 329
2 ÉPOCA a
I a
SERIE
Português
Inscriptos 45.
S 37 45
27
Arithmetica
Inscriptos 32.
Sêxe nuenlioft Srxo teialso
í> 23 32
Instrucção religiosa
Inscriptos 6.
Approvada plenamente 1
Nfio compareceram 5
6 6
Francês
Inscriptos 8.
Approvadas c o m distineção 2
Approvada plenamente 1
» simplesmente 1
Reprovadas 2
Nfio compareceram 1 1
1 7 8
Calligraphia e desenho
Inscriptos 19.
A p p r o v a d a com distincçfio — 1
Approvadas plenamente 1 1
A p p r o v a d o s simplesmente 1 2
Reprovados 1
*
Nfio compareceram 1
*
3 16 19
28
Ggmnastica
Inscriptos 27.
S o i o masculino Soio feminina
» plenamente 2 11
» simplesmente 1 G
4
N3o compareceram 1
5 22 27
SERIE
Português
Inscriptos 11.
Approvada com distineção 1
Approvadas plenamente 3
» simplesmente 3
Kao compareceram 1 3
~1 10 lt
Inscriptos 32.
Approvados com distincçüo 2
» plenamente 2
» simplesmente 2
Reprovados 1 1
Não compareceram 2 22
3 29 32
Inscriptos 14.
Approvado simplesmente 1
Reprovado 1
N8o compareceram 1 n
3 11 14
29
Inscriptos 12.
Seio mauulino Seio famlnlio
Approvado c o m distineção 1
Approvadas plenamente 4
Approvados simplesmente 1 2
NSo compareceram 4
2 10 12
Musica cocai
Inscriptos 23.
Approvadas plenamente 3
Approvados simplesmente 2 4
Reprovado 1
NSo compareceram 3 10
6 17 23
Trabalhos dc agulha
Inscriplas 16.
NSo compareceram 9
16 16
3 a
SERIE
Physica e chimica
Inscripta 1.
NSo compareceu *
1 1
r
30
Trabalhos de agulha
Inscripto 1.
Sexo masculino Sexo fen-inno
NSo compareceu 1
1 1
SYNOPSE
Inscriptos 2-47.
Approvados com distincçSo 3 9
» plenamente..., 4 53
» simplesmente. 12 35
Reprovados 6 19
Não compareceram 17 89
42 205 247
» dislinetas 118
» plenas 166
» simples 202
Reprovações
matérias são contempladas nos annos para que fora mais próprio reserval-as. F i n a l -
mente os programmas em geral nüo sfio organizados de acordo com as normas
que, segundo as idéas modernas, devem presidir ao ensino.
Para corrigir estes defeitos parece-me dc bom aviso que, emquanto nüo h a b i -
litardes o Governo a realizar uma reforma que satisfaça cabalmente aos interesses
da instrucção secundaria no Collegio de Pedro II, dando-o como modelo aos congê-
neres institutos, se altere o respectivo plano de estudos, distribuindo gradativa mente
as matérias, com attenção ao desenvolvimento intellectual do alumno, e se provi-
dencie para que o ensino de cada uma das disciplinas seja ministrado segundo um
programma bem combinado e harmônico.
Neste sentido confio que serão brevemente attendidas as exigências daquelle
serviço.
Para que, porém, possa convenientemente executar-se a projectada alteração,
acertado é que o art. 2 § 1.» da L e i n. 3314 de 16 de oitubro de 1SSG seja modificado
J
IV
Approvações distinctas 41
» plenas 33
» simples 16
Reprovações 4
IN8GRIPÇOE!)
IK LIMOU m ICIIMCIll
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33 136 78 U 3 330 1.178 13 1)7 310 45 140 • 519 1.191 638 681 I.MO 47,47 649 710 1.3301.870
Cori '. 1.178 1.191 1.870 370
95 nu 4 13 41 31 1 19 9 113 80 86 106 75,43 13 39 84 no
AUiot tu li 51 6 0 1 95
18 '7 IJ 6 0 3 1 18 4 1 1 7 17 4 II 84,00 1 1 4 13
Aaaionn
100 750 3«3 117 63 17 399 1.111 431 611 1.031 56,30 317 489 816 1.870
Bahli 75» l . l t l 1.870 10 11S 197 63 76 11
Eipiflto Santo 34 33 67 1 0 II 4 8 34 1 13 8 3 3 5 33 11 n 44 63,07 II II 13 67
10 1 1 5 1 9 1 9 10 100,00 10
OojM 1 0 1
14 36 9 4 171 4 17 13 3 18 1 76 137 54 191 77,31 St II 66 M7
Utrtahlo. 171 78 147 87 11
3 4 0 a n 3 1 I 8 14 7 4 11 30,83 15 10 K 36
Matto flroíio n 14 36
19 1 » 131 33 37 16 304 10 71 06 5 33 50 136 198 148 416 70,70 90 88 184 630
Mlnu Gertti 394 138 030
37 19 48 17 161 87 78 103 50|66 41 84 117 tn
Fort 130 161 103 3 37 47 II 13 8 130 4 37
10 3 41 44 38 61 85,41 10 4 14 n
Fartai 84 41 96 I 16 17 8 1 1 54 1 18 1
138 11 30 17 3 68 18 10 (0 15 17 70 48 18 76 55,07 M 41 61 1M
ftio Gr»nd# do NorU.i 68 70
130 039 13 130 88 13 * i • • 4 180 16 116 61 14 • • • • 41 139 M3 104 167 80,01 17 61 71 ss*
Mo' Grmdt do síl,... 180
ftwilp 73 64 117 1 » 17 1 17 3 73 I 13 14 6 8 6 61 61 39 90 70,86 «1 il •7 1 0
3.377 3.400 6.867 116 963 1.010 163 407 6M 3.377 100 969 "Í49 "Í7I 317 1.063 3.490 1.113 "l.9IB 4.043 68,68 1.131 1.571 I.8M «.867
40
INSTRUCÇÃO SUPERIOR
Escola Polytechnica
Durante o anno dc 1887 freqüentaram as aulas desta escola 161 estudantes, dos
quaes somente 37 se m a t r i c u l a r a m .
Os ditos estudantes distribuem-se pela seguinte fôrma :
Curso geral 8 3
o de engenharia c i v i l 42
» » engenheiros geographos 30
» » sciencias physicas e mathematicas 2
» » artes e manufactiras 4
161
minas.
Realizaram-so 1.381 inscripções para e x a m e s ; mas destes apenas se effectua-
ram 777 com o seguinte resultado, em que se inclue o julgamento dos exercícios
práticos do curso geral :
Approvações distinctas 19
» plenas 356
» simples 273
Reprovações 129
777
Approvações plenas 53
» simples 53
Reprovações 69
175
Approvações distinctas 3
» plenas... 73
» simples.. 17
Reprovações 2
95
No período das férias procedeu-se aos exercícios práticos dos cursos especiaes,
& excepçüo dos de biologia industrial e exploràçSo de minas, por nfio ter havido
a l u m n o s matriculados nas cadeiras dessas matérias, nem estudantes inscriptos para
os respectivos e x a m e s .
O resultado do julgamento foi o seguinte :
Gomes J a r d i m .
IMP. 6
42
do curso g e r a l .
Approvado, na t r a n s a d a sessão da Câmara dos Srs. Deputados, o addilivo
• que, no intuito de supprimir o curso de sciencias physicas e mathematicas e o de
minas, foi offerecido ao projecto de orçamento da despeza do Ministério do Império,
resolveu um dos meus predecessores, por A v i s o de 7 de j u l h o , que até ulterior d e l i -
beração se suspendessem todos os concursos para provimento dos logares do m a -
gistério que se achavam vagos.
O Senado, ao tomar conhecimento daquelle projecto, decidiu que esse a d -
dilivo, a s s i m como outro concernente ao curso de artes e monufacturas, que também
obtivera approvaçfio da referida Câmara, fos=em supprimidos paro formar pro-
jectos distinetos, e com este alvitre conformou-se o ramo temporário do Poder
Legislativo.
Em taes condições, tendo o Director da Escola representado sobre a conveniência
de continuarem os concursos, assim se determinou' por A v i s o de 24 de novembro
próximo findo.
Em execução do disposto no art. 2 ° n . 25 da L e i n. 3349 de 20 de oitubro de
1887, que rege o corrente exercício, mandou-se, por A v i s o s de 2 dc janeiro, que para
o provimento da cadeira de biologia industrial se procedesse ao concurso determinado
no art. 49 do Regulamento annexo ao Decreto n. 8903 de 3 de março 1S83,
declarando-se ao Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciorio do B r o z i l em
Poriz ficar sem effeito a incumbência, que lhe havia sido dada, de contratar um pro-
fissional estrangeiro que leccionasse a dita matéria.
O D r . José Antônio Murtinho, substituto da secção a que pertence a mencionada
cadeira, representou contra aquelle acto, por julgar-se com o direito de ser nomeado
cathedratico independentemente de concurso.
Em A v i s o de 25 do mesmo mez foi explicado que o art. 2 o
da L e i n. 3349 não
pôde deixar de ter execução, para o effeito de verificar-se por meio de concurso
o primeiro provimento da cadeira, dc acordo com o art. 49 do Regulamento de
1883, em que está consolidada a doutrina do Decreto de 28 de oitubro de 1882, na
parte em que ficou definitivamente resolvido, de conformidade com o parecer da
Secção dos Negócios do Império do Conselho dc Estado de 25 de setembro a n -
tecedente, que ao actual substituto da 2* secção do curso de sciencias physicas
enaturaesnãoseapplicao ort. 23 dos Estatutos da Escola, pois que este artigo
só se entende com as cadeiras existentes na data da reforma da mesmo Escolo,
e não com as que foram então creadas.
43
II
Em 1887 foram admittidos- nesta Faculdade 751 estudantes, sendo 543 mediante
matricula e 208 com permissão p a r a freqüentarem os laboratórios.
Dos mencionados estudantes pertencem ao curso medico 560, ao pharmaceutico
162, ao odontologico 27 e ao obstetrico 2, a s s i m distribuídos:
CURSO MEDICO
I serie
a
92
2« » 108
3 a
» 82
4 a
» 55
5 a
» 97
6 a
» 126
560
CURSO PHARMACEUTICO
I a
serie
38 162
722
45
C U R S O ODONTOLOGICO
722
I serie
a
7
2« » 12
3 a
» 8
27
CURSO OBSTETRICO
2 serie
a
2
~75i
CURSOS
., , . 68 18 — — 86
121 15 2 1027
463 118 68 2 651
34 18 — 157
44 13 — — 57
CURSO MEDICO
Na I serie a 45
» 2° » 72
» 3 a
» 50
» 4 a
» 52
» 5° » 92
D 6 a
» 126
46
CURSO PHARMACEUTICO
437
Na I serie
a
39
» 2 a
» 50
» 3 a
» 26
115
CURSO ODONTOLOGICO
Na I serie
a
6
o 2 » a
12
» 3 »a
12
30
CURSO OBSTETRICO
Na 2 serie
a
2 2
584
Defenderam theses 127 alumnos, dos quaes foram approvados c o m distineção 16,
plenamente 93, simplesmente 12 e reprovado 1. Dos que obtiveram approvaçao
simples, 1 fora approvado nas clinicas no anno anterior.
Os 123 alumnos approvados receberam o grau de doutor em m e d i c i n a .
Deixaram de defender theses 12.
Prestaram juramento de pharmaceutico 26 alumnos approvados na 3 serie do a
24
47
24
De M i n a s Geraes 31
Do R i o de Janeiro 54
De S. Paulo 7
Do Espirito Santo 2
Do Paraná i
Do R i o Grande do Sut 5
124
desse não sò assistirão mesmo Congresso, como também reunir-se á commissão que,
por ordem do Governo da Republica Franceza, tinha de percorrer as possessões desta
na A m e r i c a afim de applicar o indicado meio prophylactico proposto por aquelle
profissional brazileiro.
IMP. 7
5Í)
III
No anno de 1S87 fizeram exames das matérias das diversas series do curso
medico 612 estudantes e do curso pharmaceutico 93. Destes tinham-se matriculado 57
e inscripto para freqüentar os laboratórios 36; daquelles, matricularam-se 212 e fre-
qüentaram laboratórios 400.
Do Pará 1 r\
•>
Do Maranhão 30
Do Piauhy 9
Do Ceará 29
Da Parahyba 12
108
52
108
D e Pernambuco 5 3
De Alagoas 23
D e Sergipe 5 7
Da Bahia 297
Do Espirito Santo 4
Do R i o de Janeiro 56
De S. Paulo 21
Do R i o Grande do Sul 23
De Minas Geraes 59
De Matto Grosso 2
703
O resultado dos exames por matérias foi o seguinte:
CURSOS
33 — 33
86 948
65 669
50 214
— 19
CURSO MEDICO
Na 1« 61
j> 2 a
129
» 3 a
238
» 4 a
821
» 5» 312
» 6 a
438
1.499
CURSO PHARMACEUTICO
Na I a
22
» 2» 35
» 3 a
94
151
1.650
53
F o r a m nomeados:
IV
Approvados plenamente 92
» simplesmente 177
Reprovados 74
Não compareceram, deixaram de concluir as provas ou
f i z e r a m provas nullas 4i
387
No I anno o
183
0 2 0 0
188
» 3 o
» 229
» 4 0 0
140
0 5 0
» 118
858
57-
2° anno, Dr. José Joaquim Seabra, sendo nomeado para esta o substituto Dr. Joaquim
de Albuquerque Barros Guimarães, por Decreto de 15 de setembro.
P a r a a I cadeira do 5° anno foi nomeado o substituto D r . Tobias Barreto de
a
Approvados pienamente 6
» simplesmente 40
Reprovados 3 6
No I annoo
77
» 2° o 139
» 3 o
» 97
» 4 o
» 62
» 5 o
» 69
' 444
No fim do anno inscreveram-se para os exames 401 estudantes, dos quaes 388 se
tinham matriculado. O resultado foi o seguinte:
Lente substituto, o Dr. Frederico José Cardoso de Araújo Abranches, por Decreto
de 2 de s e t e m b r o ;
Professores do curso annexo á F a c u l d a d e : de rhetorica e poética, o Bacharel
José Ezequiel Freire, por Decreto de 22 também de setembro; e de inglez, Jofio
Bentley, por Decreto de 21 de oitubro.
Concluiu-se a impressão do catalogo dos livros, por onde se vê que a b i b l i o -
theca é pobríssima de obras novas e nSo ofTerece auxilio para se poder acompa-
n h a r o progresso e desenvolvimento que apresentara as sciencias jurídicas.
Semelhante estado de penúria e atrazo deve felizmente desapparecer em breve,
pois no orçamento do actual exercido financeiro foi incluído credito no valor de
6:006$ para occorrer a este serviço.
VI
r a m a l férreo de Ouro Preto. As férias dos mezes de junho e julho foram emprega-
das no estudo dos trabalhos da Fábrica de Ferro do Ypanema, quanto aos alumnos
do primeiro daquelles annos, e no dos diversos trechos e officinas das estradas
de Ferro D. Pedro II, Leopoldina e do Corcovado, quanto aos do segundo.
No onno lectivo de 1887 a 1885 matricularam-se no curso geral 79 alumnos e no
curso superior 10.
Referindo-se aos trabalhos escolares, que têm continuado com regularidade,
nota o Director que, si as faltas do maior numero dos olumnos não otlingem 00
algarismo máximo que pelo Regulamento do Escola determina a perda do anno,
não é com tudo a freqüência tão assídua como elle diligencia conseguir, o que sem
duvida provém da ausência de disciplina que enfraquece entre nós os estudos primá-
rios e secundários, e nos últimos tempos se estendeu aos estudos superiores.
Por isto não cessa aquelle zeloso funecionario de propor que sc torne obrigatória
a freqüência em todas as escolas de qualquer grau que sej.im, assim como, conside-
rando quanto a insufficiencia e os defeitos dos estudos secundários prejudicam o
aproveitamento dos cursos superiores, insiste em que taes estudos sejão convenien-
temente reorganizados.
Havendo terminado o 30 de junho o contrato pelo qual servia na cadeira de lavra
de minas e melallurgio o Engenheiro A r t h u r Thiré, que não quiz renoval-o, passou a
63
A S I L O DE MENINOS DESVALIDOS
12:930$720
65
12:930*720
Officina de torneiro 1:1451240
» » sapateiro 244$000
« » carpinteiro 2021000
il:521$960
Dos 56 alumnos que no anno próximo findo havia neste estabelecimento retira-
ram-se 3 e falleceu 1.
Presentemente conta o Instituto também 56 alumnos, dos quaes 38 pertencem ao
s e x o masculino e 18 ao sexo feminino.
Na conformidade das disposições vigentes, eslfio sendo observados 5 c a n d i -
datos á m a t r i c u l a , sendo 3 do sexo masculino e 2 do sexo feminino.
IMP.. 9
«
66
Dos'33 alumnos que até o fim do anno passado existiam neste Instituto
retiraram-se ?, tendo 6 completado a educação.
Este anno matricularam-se 25.
As aulas encerraram-se a 29 de oitubro, porque, tendo-se manifestado no es-
tabelecimento a epidemia de varíola que grassava na cidade, e não estando ainda
feita, por falta de meios, a enfermaria projectada quando se construiu o segundo
pavimento do edifício, o Governo foi novamente obrigado a mandar fechar o
Instituto, visto nüo existirem para o tratamento dos doentes accommodaçües
separadas dos dormitórios geraes.
Havendo-se ausentado da Corte quasi todos os olumnos, deixaram de realizar-se.
os e x a m e s ; mas foi resolvido que elles não perdiam o direito ás recompensas á
vista das provas dadas no decurso do anno, e assim obtiveram prêmios os tres
que m a i s se tinham distinguido nas aulas, dispensada a solemnidade prescripta
no Regulamento por motivo daquella ausência.
Continua a ser notável o aproveitamento dos surdos mudos nas officinas
de encadernação e de sapateiro e na escola agrícola.
No onno findo, a primeira dessas officinas rendeu 7:307$660 e a segunda
654$220, o que perfaz a importância de 7:96l$880, da q u a l entraram para a
C a i x a Econômica, em cadernetas para os alumnos, 3:909$890.
68
ACADEMIA DAS B E L L A S A R T E S
19
Foi premiado u m só alumno, sendo o prêmio menção honrosa..
A 15 de agosto completou o tempo de aprendizado na E u r o p a o pintor Rodolpao
Amoedo, único pensionista que o Estado mantrafea «DL Regressando ao Bnzfl,
«9
trouxe esse pintor as suas ultimas produccoes, dois grandes quadros históricos
representando o Jesus Christo em Capharnaum» e « A Narração de Phuetas.»
0 primeiro pertencia ao Estado, porque foi para executal-o que ao seu autor se c o n -
cedeu a prorogação do prazo do tirocinio, da qual se vos deu conta no ultimo
Relatório. Quanto ao segundo, composto nos intervailos da execução do primeiro,
a Academia propõe que seja adquirido para a sua pinacotheca.
Fez-se nos dias 20,21 e 22 de dezembro a exposição publica de todas as classes
da Academia, conferindo-se no ultimo dia, na presença de Sua Alteza a Princeza
Imperial Regente e de seu Augusto Esposo, o prêmio obtido por um alumno da aula
de desenho figurado.
Outras exposições houve na Academia, os quaes constaram dos trabalhos dos
pintores Antônio F i r m i n o Monteiro, Belmiro Barbosa de Almeida, Rodolpho Amoedo
e Antônio P a r r e i r a s .
O pintor João BaptistaCastagnettoe outros expuzeram producções suas nas gale-
rias particulares dos S r s . Pacheco, Vieitas, Clemeat, Dewílde, e V i u v a Moncada.
Este movimento de exposições particulares mostra a necessidade de d a r e x e -
cução ao que dispõem os Regulamentos quanto a realizar-se annualmente na
Academia u m a exposição geral de todos os trabalhos artísticos feitos na Corte e
nas províncias.
A Academia tem pedido a observância daqueUe preceito; m a s o Governo não
pode autorizar a exposição, por não dispor de meios para a despeza, que s e r a
de2KX)O$O0O.
F o r a m adquiridas pelo Estado as duas grandes telas que sobresaíam na expo-
sição dos trabalhos do pintor Antônio Parreiras, ás quaes este denominou «Depois
da Trovoada» e « A T a r d e » ; oito quadros a oleo e doze aquarellas, que formam
u m a collecção de estudos de fructas e flores, compostos pelo fallecido professor
Leoncio da Costa V i e i r a quando se preparava para o concurso em que obteve a
cadeira de paisagem da A c a d e m i a ; um pequeno quadro intitulado «ATarantella» e
dois estudos de cabeça, executados pelo e x - a l u m n o Henrique B e r n a r d e l l i ; duas
paisagens, compostas pelo alumno Antônio Raphael Pinto B a n d e i r a ; finalmente
d o i s quadros antigos, do pintor Florentino André Scacciati.
Ao Governo tem sido proposta a compra de outros quadros, pela m a i o r parte
de artistas n a d o n a e s ; mas, em razão da exiguidade dos meios votados, ainda
não puderam ser adquiridos, quando aliáB é isto conveniente p a r a a n i m a r taes
artistas.
Para a bibfiotheca foram adquiridas 24 obras em 49 volumes, e alguns fesci-
culos de grandes publicações.
70
Conservatório de Musica
11 85 96
27 32
e tres na de canto.
0 logar de Inspector do ensino continuou a ser exercido gratuitamente por Alfredo
Camarate.
Por Decretos de 1° de setembro foram nomeados para os logares que exerciam i n -
terinamente : de professor da aula de rudimentos de musica, solfejo collectivoe i n d i -
vidual, e noções geraes de conto para o sexo masculino, Henrique Alves de M e s q u i t a ;
e de professor da aula de flauta, Augusto Paulo Duque-Estrada Meyer.
Além do archivo musical do finado maestro Fiorito, o Conservatório a d q u i r i u
36 exemplares de varias obras que lhe doaram os S r s . A. Fontes Júnior, Buschmonn
e Guimarães, ArthurNapoleão, Frederico Guigon.
O patrimônio desta instituição compõe-se actualmente do prédio em que ella
funcciona, da respectiva mobília, e de 126 apólices da divida publica do valor
nominal de 1:000$003 cada u m a .
BIBLIOTHECA NACIONAL
Do I o
de maio de 1837 a 28 de fevereiro ultimo a secção de impressos desta
Bibliotheca foi freqüentado por 14.761 leitores, que consultaram 16.889 obras. Do I o
Offerecidos 9
*
Remettidos officialmente l 9
9
Entre os volumes offerecidos sobresáem os que o foram por Sua Alteza o Príncipe
D. Pedrc Augusto e pelos Srs. Dr. Ramiz GalvSo, Valle Cabral e Dr. Floris-
bello de Oliveira Freire.
Em virtude do Aviso-circular de 1S de fevereiro de 1887, dirigido aos P r e s i -
dentes de província, com o intuito, conforme foi exposto no ultimo Relatório deste
Ministério, de completar os subsídios que possuía a. Bibliotheca acerca da geogra-
phia do paiz, receberam-se noticias descriptivas de municípios da Bahia, Maranhão,
Minas Geraes, Santa Catharina, Ceará e P i a u h y .
Em cumprimento do Aviso-circular daquella mesma data, expedido, conforme
também se vos deu conhecimento, afim de que a Bibliotheca ficasse habilitada
a tratar de trabalhos de epigraphia relativos ao B r a z i l , receberam-se inscripções
procedentes da Bahia, em numero de 106, e do R i o Grande do Sul, no de 2.
Nüo tendo o Chefe de Secção da Bibliotheca Valle Cabral podido completar, por
motivo de moléstia, a collecta de inscripções de que estava encarregado na província
da Bahia, voltou a desempenhar-se novamente desse encargo.
As inscripções trazidas pelo mencionado Chefe de Secção e as outras a que me
referi sõo provenientes das províncias da Parahyba, Alagoas, Sergipe e Espirito Santo,
além das já indicadas da Bahia, Pernambuco e R i o Grande do S u l .
A s s i m acha-se fundada na Bibliotheca a importante sub-secção de epigraphia.
Entraram para a respectiva secção 202 estampas, isto é, mais S0 do que no pe-
ríodo anterior.
O numero das classificadas eleva-se a 13.532.
A secção foi visitada por 159 pessoas.
Trata-se da completa restauração dos volumes de retratos de Dlogo Barbosa
Machado.
ARAUTO PUBLICO
Das quatro secções em que se acha dividido o Archivo Publico tres receberam
no anno de 1SS7 —12.530 documentos, a saber: a I a
(legislativa j 1,— a 2 ( adminis-
a
11.0:3.
ACADEMIA I M P E R I A L D E MEDICINA
F o r a m publicados o n. 4 do tomo 2 o
e os n s . I o
e 2° d o ' t o m o 3.° dos
Annaes da Academia de Medicina do Rio de Janeiro ; outrosim os ns. 18 a 24
do anno 2 (18SG a 1837) e n s . 1 a 12
o
do anno 3 (1887 a 183S) do
o
Boletim.
Ao D r . José Maria Teixeira conferiu-se a medalha de ouro com que a A c a -
demia j u l g o u digna de ser premiada a memória que o mesmo Doutor enviara para
o concurso correspondente ao anno acadêmico de ISSO a 1S87.
Para o anno acadêmico d e . i S S " a 1SS8 puzeram-se em concurso as se-
guintes questões:
1. Estudo das condições que têm favorecido o desenvolvimento do beriberi
a
no Brazil;
2. Das
a
causas que mais poderosamente têm promovido o decrescimento
das erysipelas no R i o de J a n e i r o ;
3. ° Das circumstancias que têm provocado o augmento das affecções cardio-
aorticas no R i o de J a n e i r o ;
78
de J a n e i r o ;
5. Estudo da constituição do solo do Rio de Janeiro sob o ponto de vista
a
CURSO PROFISSIONAL
Brazileiros 1.284
Portuguezes 167
Italianos 44
Hespanhoes 19
Francezes lõ
Allemães 7
Inglezes 3
Norte-americanos 2
Austríacos 2
Argentinos 2
Belga i
1.Õ48
7'J
1.543
Egypcio i
Marroquino 1
Oriental l
Paraguayo l
Russo 1
Suisso 1
— 1.554
CURSO COMMERCIAL
Brazileiros 11
Portuguezes 2
— 13
CURSO L I V R E
Brazileiros 181
Portuguezes 4
Francezes '. 4
Italiano 1
Hollandez 1
Hespanhol 1
Oriental 1
— 193
CURSO P A R A O S E X O FEMININO
Brazileiras 358
Portuguezas 16
Italianas 4
Argentinas 2
Chilenas 2
Franceza 1
Hespanhola * 384
2.144
M P E R I A L L Y C E U DE A R T E S E OFFICIOS DA B A H I A
ncçfio que o futuro concurso, o qual se realizará no flm do corrente anno, cor-
responda aos fins que se tem em vista.
Referindo-me ao que vos expoz no ultimo Relatório um dos meus predecessores
sobre os bons serviços que presta o Museu, cumpro o dever de novamente l e m -
brar o conveniência de auxilial-o com um subsidio annual de 6:000$000.
COMMISSÃO C E N T R A L B R A Z I L E I R A DE PERMUTAÇÕES
INTERNACIONAIS
as respectivos propostas.
Capella Imperial e Catnedral do Rio de Janeiro.— Estando
reconhecida a necessidade de reorganizor o serviço da musica e tendo fallecido um
dos mestres de capella, resolveu o Governo reduzira um só os doislogares creados
pelo Decreto n. 697 de 10 de setembro de 1850 e autorizai nova organização da cor-
poração musical, dando-lhe melhores honorários, em virtude do augmento que hã
ultima lei de orçamento tivera a consignação para aquelle serviço.
84
Nfio consta a este Ministério qual o resultado do referido synodo; e nada consta
officiolmente a respeito de outro que foi convocado nu diocese de S. Paulo.
L i m i t e » de d i o o e s e s . — 0 Decreto Legislativo n. 3012 de 22 de oitubro de 1880,
que alterou os limites das províncias do Ceará e do Piouhy, passando pura esta a fre-
guezia da Amarraçüo e para aquella a comarca do Príncipe Imperial, determinou
que a linha divisória ecclesiasüca fosse a mesma que a c i v i l . Havendo o Governo
Imperial providenciado para que a L e i que assignára por este modo novos limites ás
dioceses da Fortaleza e do Maranhão tivesse inteira execução nesta parte, como
tivera já na parte c i v i l , expediu a Santa Sé um Decreto Consistorial datado de 10 de
março ultimo, que fixa naquella conformidade os limites das referidas dioceses.
Já foi recebido esse Decreto Consistorial, só dependendo de esclarecimentos, que
se esperam do Rev. Internuncio Apostólico, o Beneplácito necessário para que tenha
execução.
S e m i n á r i o s e p í s o o p a e s . — A respeito da maior parte dos seminários não
se receberam informações dos Prelados diocesanos. O que consta apenas quanto ás
dioceses da Bahia, Fortaleza, Maranhão, Marianna e Goyaz, é o seguinte :
No seminário de estudos preparatórios da Bahia matricularam-se no ultimo
8nno lectivo 109 alumnos, dos quaes retiraram-se 5, foram excluídos 3 e termi-
n a r a m o curso 8 ; no de sciencias ecclesiasticos houve 47 alumnos e destes rece-
beram 8 as ordens de presbytero.
N o seminário da Fortaleza matricularam-se 104 estudantes de preparatórios e 18
T
do curso theologico.
No Maranhão têm proseguido regularmente as aulas do seminário de prepara-
tórios estabelecido no antigo convento de Nossa Senhora das Mercês, e igualmente
as do seminário maior estabelecido no convento de Santo Antônio da extincta Ordem
dos Frades Menores Franciscanos. As obras de que carecia este edifício têm conti-
nuado mediante auxílios concedidos pelo Governo.
Em Morianna, no presente anno lectivo (de oitubro de 1887 a oitubro de 1888),
estão matriculados 155 estudantes de~preparatorios e 49 do curso superior.
Em Goyaz o seminário de Santa Cruz da capital tem 70 a l u m n o s ; quanto, porém,
ao de S. Vicente de Paulo de Campo Bello, território da província de Minas, per-
tencente á diocese de Goyaz, apenas consta que prosegue regularmente em seus t r a -
balhos.
ESTABELECIMENTOS B E C A R I D A B E
A homens 21.120
A mulheres 19-515
A crianças 25.026
Entraram 32
78
Falleceram 8
Saíram 12
20
88
Adultos 38
Menores 2 0
e
— 58
Nacionaes 49
Estrangeiros 9
——- 58
NATURALIZACÕES
»
382
89
382
Portugal 280
Prússia... 36
Republica Argentina l
» do Equador 1
o Oriental do Uruguay 4
Rússia 1
Suécia 1
Suissa 3
Turquia 4
Não foram prestadas informações sobre a nacionalidade de 1C6
879
Quanto á religião:
Catholicos 533
Acatholicos l i 5
Quanto ao e s t a d o :
Solteiros 1 4 7
Casados m
Viúvos 2 8
Quanto á profissão :
Açougueiros 1
Agricultores 6 8
Artistas 5 8
Barbeiros 2
Caixeiros 3
Chacareiro 1
Capitalista 1
Colonos 8 9
Commerciontes 6 9
Cozinheiro 1
Enfermeiro 1
Fazendeiro 1
Guarda-livros 2
Industriaes 5
Interprete 1
Jornalista 1
Lavradores 38
Marítimos 8
Mascates *
Militares 5
Pharmaceuticos — . 3
Professores 3
Proprietários 4
Sacerdotes 9
Trabalhadores 5
NSo declararam a profissão 291
A bordo 3
Na Corte 112
» província do MaranhSo 3
» » do Ceará , 1
» » da Parahyba 3
D » de Pernambuco 45
» » de Sergipe 4
» » da Bahia 34
» » do Espirito Santo 15
i> r> do R i o de Janeiro.. 33
» » do Paraná 3
» » de Santa Catharina 53
» » de S. Pedro do S u l 533
» » de Minas Geraes 31
» » de Matto Grosso 6
91
Italianos 3
Marroquinos 4
Orientaes 3
Portuguezes 3&
De nacionalidade ignorada 980
SAÚDE PUBLICA
Corte
O estado sanitário desta cidade, no anno próximo findo, foi gravemente alterado
pela epidemia de varíola, que, tendo apparecido em julho de 1886, augmentou
progressivamente até attingir o seu máximo desenvolvimento em agosto ultimo,
fazendo no decurso do anno maior numero de victimas do que as epidemias de 1865,
1878, 1878, 1882 e 1883.
O numero total de óbitos, em 1887, foi de 14.875, assim repartidos pelos diversos
mezes do a n n o :
Em janeiro 1.084
» fevereiro 970
» março 1.176
» abril 1.140
» maio 1.213
» junho 1.235
» julho 1.446
» agosto • 1.695
» setembro 1.604
» oitubro 1.290
» novembro 1.054
» dezembro 968
1-1.875
As causas dos óbitos f o r a m :
Variola 3.357
Tuberculose 2.025
Moléstias do apparelho circulatório 1.249
» » » respiratório 1.234
» » » cerebro-espinhal 1.118
Impaludismo (febres palustres e cachexia palustre) 915
Athrepsia 833
10.731
95
10.731
Nascidos mortos 763
Moléstias do apparelho digestivo 516
Sarampo 274
Deformações e outras causas congênitas 245
M a r a s m o senil 234
Mortes violentas 177
Canceres 153
Lymphangite 140
Diphteria e crup 120
Tétano dos recém-nascidos 120
Moléstias do apparelho genito-ourinario 110
Febre amarella 100
Alcoolismo 85
Gangrena 77 -
Febre typhoide ••• 7 5
Beriberi 64
Moléstias concernentes á gestação, parto e puerperio... 64
A n e m i a e chloro-anemia 57
Syphilis 5 i
Pyohemia * 7
Rheumatismo, 4 6
Coqueluche 4 4
Tétano **
Septicemia 3 9
Uremia 3 9
Erysipela ^
Cholera infantil 8 0
Hypoemia intertropical 2 7
Febres estivaes 2 5
Escorbuto x
Typho 1 5
o
Rochitismo °
14.651
96
14.661
Hydrophobia *
Escarlotino 3
Saturnismo 3
Diabetes 1
14.875
Dos fallecidos eram :
Do sexo masculino 8.735
Do sexo feminino 6.140
Solteiros 11.817
Casados 1.785
Viúvos. 881
Sem declaração de estado 392
Nacionaes 11.732
Estrangeiros 2.959
Sem declaração de nacionalidade 184
Em 1886 o numero total de óbitos tinha sido de 12.300. Excluida a varíola, que
nesse anno produziu 164 óbitos e no anno passado 3.357, da comparação entre os
dois annos resulta a differença de 618 óbitos, para menos, no u l t i m o .
Computada a população da cidade do Rio de Janeiro em 400.000 almas, n u -
mero provavelmente inferior ao real, o coefficiente da mortalidade por 1.003 h a b i -
tantes, em 1887, excluídos 763 nascidos mortos, foi de 35,28. Neste calculo estão
incluídos os óbitos provenientes da epidemia de varíola, o que, segundo pondera o
medico demographista da Inspectoria de Hygiene, representa a n o r m a l elevação
que não corresponde à mortalidade ordinária da cidade.
Augmentando consideravelmente a epidemia de varíola, foi o Inspector Geral
de Hygiene autorizado, por A v i s o de 28 de junho, conforme solicitou, a estabe-
lecer nos subúrbios da cidade as enfermarias necessárias para o tratamento e iso-
lamento dos doentes, e a remover para ellas os moradores dos cortiços e esta-
lagens que fossem acommettidos da moléstia, a s s i m como quaesquer outros que
preferissem tratar-se á sua custa nas mesmas enfermarias. Do Ministério da Justiça
solicitou-se a expedição de ordem afim de que, na conformidade do disposto nos
arts. 92, § 8 , e 191 do Regulamento de 3 de fevereiro de 183G, as autoridades policiaes
o
Geral de Saúde dos Portos, conforme propoz, a mandar fazer a remoção dos doentes
e fechar o estabelecimento, dispensando o pessoal contratado e os serviços das irmãs
de caridade. Recommendou-se-lhe, todavia, que providenciasse, pelo modo mais con-
veniente, sobre a guarda do edifício e objectos nelle existentes. Effectuada a a l l u d i d a
remoçfio, fechou-se o hospital, sendo dispensados os respectivos empregados logo
que teiminaram os trabalhos de arrolamento, arrumação e transporte dos moveis e
utensis, desinfecçüo destes e do edifício.
O movimento de doentes no hospital da ilha de Santa Barbara durante todo o
tempo em que funccionou, isto é, de )8 de julho a fim de janeiro, consta do seguinte
mappa:
1887 156 13 11
105 55 83
60 33 60
19 o 35
1888 2 2 32
Que se contasse desta data o prazo de tres mezes, marcado por acto de 24 de
março antecedente, para a interdicção dos gêneros de que trata o A v i s o de 13 de n o -
vembro de 1886.
Em virtude desta resolução, que foi communicada por telegramma ás Legações
Imperiaes em Montevidéu, Buenos Ayres e Assumpção, ordenou-se ao Presidente do
R i o Grande do Sul que mandasse dissolver o cordSo sanitário estabelecido naíron-
99
italianos do golpho de Tarento, mar Jonico, estreito de Messina e mor Tyrrheno até
Goeto ; e suspeitos os demois portos italianos do Mediterrâneo ;
Que fossem submettidos a quarentenade rigor, na Illia Grande, os navios proce-
dentes dos portos infeccionados, ficando sujeitas a mesma quarentena os e m b a r -
cações que, vindas de portos simplesmente suspeitos, tivessem tido casos de cholera
durante a viagem ou trouxessem cargas susceptíveis.
Em 10 ainda de agosto foram tomadas as seguintes providencias :
1. ° Os transportes de immigrantes que ainda não houvessem satisfeito as e x i -
gências do Aviso de 15 de maio seriam responsáveis pelas despezas de q u a -
rentena e desinfecções das bagagens dos passageiros que trouxessem;
2. O desembarque dos passngeiros immigrantes no Lozareto só poderio effe-
a
strucçfio das vallas e rios que atravessamos campos da Imperial Fazenda de Santa
Cruz, correndo a despeza por conta da quantia de l t:59S$70õ, proveniente de foros arre-
cadados e que por Sua Magestade o Imperador foram cedido.-* paraessefim. Acham-se
restauradas as vallas de S. Francisco, S. Domingos, Itú, Cabuçú, Sant.i L u z i a , Mata-
douro e todas os valletas que existem no curato de Santa Cruz em ramificação com
aquellos, assim como limpo o rio Guandu cm toda a extensão, desde o logar deno-
minado — Óculo — atO ao m o r . Segundo informou o Engenheiro, em lõ de fevereiro
ultimo os campos conservavom-sc estanques, mosmo durante as grandes chuvas,
não se tendo dado casos de mortandade de gado, nem de febres, o que freqüentemente
acontecia em outros tempos. Para que este resultado, porem, se mantenha, é i n d i s -
pensável, no conceito daquelle funecionario, um trabalho continuo de conservação,
porquanto a vegetação n:is vallas desenvolve-se rapidamente e em pouco tempo as
obstrue. Neste sentido traio de providenciar pelo modo mais conveniente.
P o r Portaria de 25 de maio do anno passado ordenou-se á Illma. Câmara M u n i -
cipal que providenciasse como fosse mister com relação ao cemitério da freguez a de
Campo Grande, que, segundo informou a autoridade sanitorio, se achava em pés-
s i m a s condições, não só p e h sua situação, mas tombem pela falta de regularidade
no serviço de inhumação e exhumação de cadáveres.
A ' vista de representação da Inspectoria Geral de Hygiene sobre as condições
do cemitério da freguezia de Inhaúma, que já não tem espaço para sepulturas, pelo
que se torno necessorio ampliar a respectiva área ou construir outro, por Por-
taria de 5 de oitubro chamou-se para este assumpto a attenção da I l l m a . Câmara,
afim de, s i já d ispuzesse aos necessários meios, promover a construcção do novo
cemitério, conforme o plano e orçamento que acompanharam o seu officio de 23 de
agosto de 1SSG.
Em officio de 27 de novembro o Superintendente da Imperial Fazenda de Santa
Cruz representou acerca da necessidade de est;belecer-se alli um cemitério publico,
visto que o da Imperial Fazenda jú não comporta o enterromento dos pes-
soas rallecidos em todo o c i r a t o . Por Portaria de 15 de dezembro deu-se conheci-
mento desta reclamação a I l l m a . Câmara Municipal, recommendondo-lhe que
prestasse os informações exigidos a respeito de tal assumpto por Portaria de 23 de
fevereiro antecedente.
Em resposta a uma consulta da Provedorio da Santa Caso da Misericórdia do
R i o de Janeiro, declarou-se-lhe, por Aviso do 18 de fevereiro ultimo, de acordo c o m
a opinião da Inspectoria Geral de Hygiene, que, oceorrendo no período de novembro
a março, durante o quol foram prohibidas pelo Aviso de 5 de janeiro do anno p a s -
sado as exhumações nos cemitérios da cidade, o faclo de concessionários de c a r -
104
neiros perpetuo?, onde se acham sepultodos restos mortnes de pessoas tia fomilin,
requererem que se lhes fura effectivo o direito, que tem, de sepultar outro cadáver
no mesmo carneiro, pôde a mencionada Provedorin fazer u m a excepção áquello
medida quando o carneiro nfio contenha restos de pessoa fnllecido de moléstia con-
tagiosa e a inhumação datar de dez annos.
Por Portaria de 5 de março renietteu-se á I l l m a . Câmara Municipal o rela-
tório apresentado â Inspectoria (ioral de Hygiene pelo respectivo Delegado na fre-
guezia de Irajá, afim de que a I l l m a . Câmara o toma se em consideração, dundo
as necessárias providencias, na parte relativa ao augmento dc que precisa o
cemitério da motriz daquella freguezia.
Visto convir muito que se assegurasse a existência do Instituto N o r m a l V a c c i -
nogenico fundado com o mais feliz êxito polo D r . Pedro Affonso Franco eque prestou
optimos serviços por oceasião da recente epidemia de varíola, por A v i s o de 2S do
mez findo resolveu este Ministério, conforme a proposta que nesse sentido lhe
fizera aquelle distineto facultativo, conceder a subvenção mensal de 5003 para paga-
mento dos honorários do pessoal indispensável ao serviço do estabelecimento,
compra dosvitellos necessários ede todo o material preciso paro a cultura e remesso
da voecino, ficando o Governo isento de qualquer outra despeza e obrigando-se o
Instituto a fornecer a lympho para o vaccinoção no ^município da C-'»rte e os tubos
vaccinicos que a Inspectoria Geral de Hygiene tiver cie enviar para os províncias.
No pessoal dos Repartições de Saúde houve as seguintes alterações:
Por Portaria de 14 de setembro foi concedida a exoneração que pediu o D r . José
de Castro Rebello do logar de Delegado de Hygiene nas parochias urbanas, e
nomeado para o mesmo logar o Delegodo nas parochias suburbanas Dr. Augusto
Brant Paes Leme, cujo vaga foi preenchida, por Portaria de 20 do dito mez, com
a nomeação do Dr. Cândido Benicio da Silva Moreira.
Para exercerem interinamente as funeções de Delegados de Hygiene nas paro-
chias urbanas foram nomeados por Portarias:
De 9 de agosto, o Dr. Manoel Monteiro de B a r r o s :
De 6 de setembro, o Dr. Frederico José de V i l h e n a ;
De 7 e 19 de dezembro, os D r s . Alexandre José de Mello Moraes F i l h o e
Francisco Pires Machado Portella;
De 13 de janeiro, os D r s . A r t h u r de Miranda Pacheco e Mario de Souza F e r r e i r a ;
De 22 de fevereiro, o Dr. Arlindo de Souza.
Os Drs. A r t h u r de Miranda Pacheco e Mario de Souzo Ferreira já foram
dispensados, por terem reassumido o exercício os Delegados effectrvos a quem
substituíam.
105
II
Províncias
No 1° semestre houve 681 óbitos, ou mais 140 do que no 2.» O mez de maior m o r -
talidade foi o de maio, em que falleceram 146 pessoas, e de menor o de fevereiro, em
que se registraram apenas 81 óbitos.
No quadro mortuario a moléstia predominante foi o beriberi, que fez 171 v i -
ctimos ; seguem-se os moléstias do apparelho digestivo, com 161, e as do apparelho
cerebro-espinhal, com 122; os moléstias de fundo palustre, ás quaes suecumbiram
111 pessoas, incluídos neste numero todos os óbitos cuja causa foi classificada de
febres; e a tuberculose, que produziu !)õ óbitos.
O Inspector de Hygiene nota a elevada proporção da mortalidade no Hospital
dos Lázaros, on le, havendo 37 doentes durante o anno passado, falleceram s e i s ; e
ottribue este facto ás más condições hygienicas do estabelecimento, situado nas
proximidades do cemitério e cuja remoção para local apropriado considera u r -
gente.
O referido funecionario mostra a necessidade de empregarem-se os meios
aconselhados pela sciencia para impedir na província a propagação da morphéa,
que tem produzido grandes estragos na zona que abrange os municípios de Anajatuba,
M e o r i m , Vianna e Rosário. Como medida preliminar lembra a conveniência de pro-
ceder-se ao recenseamento geral dos morpheticos em toda a província, serviço que,
nas localidades onde não houver Delegados de Hygiene, poderia, em sua opinião,
ser commettido ás Câmaras Municipaes ou ús autoridades judiciarias.
Do interior da província só ha noticias officiaes quanto ao estado sanitário da
v i Ha do Codóe da cidade da Carolina, onde se deram muitos casos de febres palustres
no começo do anno.
P o r Portaria de 22 de novembro foi concedida ao Dr. Urbano Ferreira da Motta
a exoneração que pediu do logar de membro da Inspectoria de Hygiene.
i»arú.— Grassou com intensidade a variola na capital, e no fim do anno
manifestaram-se febres de mau carocter nos municípios de Mazagão e Anajás.
P o r Portarias de 21 de junho foi exonerado o Dr. Joaquim Marques Redig do
logar de membro da Inspectoria de Hygiene e nomeado o D r . Cypriano José dos
Santos.
Para o de Secretario da mesma Inspectoria foi nomeado por Portaria de 31
de agosto Antônio Jansen Ferreira.
factorio.
Grassou a variola na cidade do Visconde do R i o Branco e na freguezia dos
Bagres, nos Aymorés, nas cidades de S. JoSo Nepomuceno e Theophilo Ottoni, nos
municípios de Carangola e S. José d'Alem-Parahyba, na freguezia do Porto de
Santo Antônio, do município do Pomba, e na de S. Gonçalo de Ubá do F u r q u i m ,
do município de Marianna, na povoaçSo dos Pachecos, do novo município de Santa
A n n a dos Ferros, nos municípios de Cataguazes e Pouso Alegre, e na capital.
Na cidade de Ouro Preto predominaram, durante os mézes de a b r i l a junho, as
moléstias dos orgaos respiratórios, pleurisias, pneumonias e bronchites.
Nos mezes de setembro, oitubro e novembro appareceram febres biliosas, con-
secutivas a irritações gastro-intestinaes, apresentando em alguns doentes o caracter
typhico. Succumbiram a estas febres 10 pessoas.
Observaram-se alguns casos de febres intermittentes.
Presume o Inspector de Hygiene que as moléstias do tubo digestivo, das quaes
IMP. 15
114
S E C R E T A R I A D E ESTADO
data nomeados: para aquelle cargo, Balduino José Coelho, que oecupava o de Sub-
Director, e para este oOfficiol Bacharel Antônio Felisardo Copertino do A m a r a l .
Concedeu-se a 12 do referido mez a aposentadoria requerida pelo D r . José
Carlos Mariani no logar de Chefe da Secçfio de Estatística, annexa á Secretaria, e
por Decreto n. 9302 do mesmo dia foi declarado extineto esse logar.
Mediante concurso obteve provimento no logar de Official da Secretaria o B a c h a -
rel Jofio Carneiro de Souza Bandeira, por Decreto de 2 de janeiro do corrente a n n o .
Na mesma data foi concedida a aposentadoria que solicitara o Amonuense
Duarte José de Puga Garcia e nomeado para sueceder-lhe o B a c h a r e l em lettras
Alexandre Soares de M e l l o .
115
ORÇAMENTO E CRÉDITOS
o
A
Actos do Governo sobre negócios eleitoraes e câmaras municipaes.
B
Quadro das naturalizações concedidas pelo Governo desde 1 de maio de 1887 até 30
de a b r i l de 1888.
Quadro das naturalizações que, segundo as communicações recebidas na Secretaria
de Estado dos Negócios do Império desde 1 de maio de 1887 até 30 de a b r i l
de 1888, foram concedidas pelos Presidentes de provincia.
c
Relatório sobre as águas mineraes de Poços de Caldas, L a m b a r y e Caxambú,
apresentado ao Ministério do Império pelo Dr. Agostinho José de Souza L i m a .
ANNEXO
A
Ministério dos Negócios do Império.— 1» Directoria.—Rio de Janeiro em 2 de maio de 1887.
saber: não ter clle mais do dons annos do domicilio uo districto, exigidos pelo art. 84, § 1°, do citado
Decreto.
Pela cláusula 7» do projectado contracto, entendida de accôrdo com a cláusula 9», é facul-
tada aos concessionários a desapropriação de todos os prédios necessários para uma e outra
obra. 0 sentido destas duas cláusulas melhor se patentèa dos termos da proposta* na qual
Vieira. Penfold & Comp. expressamente se obrigavam « a entrar com a quantia precisa para
a desapropriação do» prédios indicados no orçamento da directoria d*s o b n s msnicipaes, bem
como dos terrenos e quintaes á margem d i rua. que também serão desapropriados, ficando
desde logo como propriedade dos proponentes ou da empreza quo organizarem ».
5
nários do pagamento do laudemio devido pela primeira venda dos terrenos utilizados pelas
obras, o que importa dispensa na arrecadação de uma verba da receita municipal.
-V vista das razOes expostas, manda Sua Magestade o Imperador declarar ã Illma. Câmara
Municipal que n ã o pode ser autorizado pelo Governo o contracto a que se refere a minuta
sujeita à sua a p p r o v a ç ã o ; mas que, attenta a reconhecida utilidade Jos projectados melho-
ramento;, destinados a facilitar o transito e o movimento de cargos em uma importante zona
commercial da cidade, na presente d.ita são todos os pipeis concernentes ao assumpto submetti-
dos à consideração. da Assembléa Geral, afim de que resolva como entendor acertado.
— Barão de Mamorè.
M m . e Exm. S r . - Pelo officio n. 23 de 25 do mez findo, ficou o Governo inteirado de ter V . Ex.
designado o dia 25 do corrente mez para a elflição de um vereador da Câmara. Municipal de Santo
Cruz das Ratoeiras qae preencha a vaga do vereador Antônio Corispi* da Abreu, qmobtero esc^a
do cargo.; outrtsim de tw sido-desígnado o nrasnro dia para a eteiçSo da am joiz dapaz-dx parati»
daquelle nome, visto que, aehaudo-.>o vagos os logares do 2" o -1' juizes do paz, existo apenas
um immodiato para ser juramentado, o não ó possível, som esta eleição parcial, de quo não cogitou
a lei eleitoral, dar oxeeução ao art. 6 das Instrucções do 1:5 do dezembro de 1832, dispondo que haja
o
Ministério dos Negócios do Império.— 1" Directoria.— Rio de Janeiro u,n 7 de julho dc 1887.
l l l m . e E x m . Sr.— Resolvendo a duvida de que trata o ollicio n . l:f de 2?. do abril ultimo, na
parte que se refere ao exercício do 1" j u i z de paz da parochia de S. José do Rio Preto, o à validade
dos actos por olle praticados, visto que exerce o cargo ha mais de 20 annos som ter sido reeleito,
declaro a V. E x . que, coiiMdcrando-sc o facto dc não ter havido eleição naquella parochia desde
setembro de 1804, cm que fura eleito o mesmo j u i z . o que se doprehcndc das informações que V. E x .
remetteu, devo cntender-se, do accürdo co:n o Aviso n. S de 11 de janeiro do 1849 c com o disposto
no art. 2 , § 3:!, da Lei n. 2G75 de 2u de oitubro de I87õ e no art. 2J1 do Decreto n. 8213 de 1.'! de
o
agosto de 1881, que elle exerceu regularmente o cargo durante o referido período o pôde continuar
a exercel-o emquanto por nova eleição não forem nomeados outros juizes de paz, sendo, conse-
guintemente. validos os actos que praticou e tiver de praticar.
Nesta data submetto ao Ministério dos Negócios da Guerra cópia do officio a que respondo, para
que dè solução ã duvida na parte que lhe concerne, a siber : quem deve substituir o parocho na
junta do alistamento militar da mencionada parochia, não havendo a l l i eleitores.
de comparecer ás sessõe.-.
Considerando:
Que a Lei provincial n. 2119 da 23 do dezembro de I83Õ, no art. 121, autorisara essa
Presidência a aposentar o recorrente com o tempo do serviço quo liquidasse como guarda
municipal o o que tinha como praça do exercito, o elle requereu a aposentadoria, provando
contar mais de 20 annos de serviço publico, bem assim SUA inhabilidode por enfermidade ;
Que, nestas condições, o c o r r i d o s urts. I o i " da Lei provincial n . 465 de 20 de
o
l l l m . e Exm. Sr.—De posse do ofHcio do 2G de agosto ultimo, sob n. 50, approvo a solução
q u e V . E x . deu á consulta do juiz de paz em exercício da parochia de Jaguariahyva, declarando-
lhe que Rufino da Silva Ribas, que fora votado em 6 logar para juiz de paz na eleição de julho do
o
anno próximo passado, podia fazer parte da in-jsa eleitoral da mesma parochia, apezar de não ser
eleitor ao tempo da eleição, pois que só fora alistado na revisão feita posteriormente.
Foi acertada esta decisão, não só pela razão em que se fundou, deduzida do art. 84 do De-
creto n. 8213 de 13 d? agosto de 1881, como porque nenhuma duvida devia levantar-se sobro a
validade da votação conferida ao referido cidadãi, desde que já tinha passado em julgado a eleição
dc que se trata.
§ l . Para este effeito, cada districto elegera o numero de membros designado na seguinte
a
tabeliã:
Amazonas «•«
Espirito Santo 24 12
Santa Catharina 24 12
Paraná 2 4 J
-
Goyaz 24 12
Rio Grande do Norte 24 12
Matto Grosso 24 12
Piauhy 27 9
Pará 3G G
Rio Grande do Sul 36 6
Maranhão 30 6
Alagoas 30 G
Parahyba 30 6
Sergipe 24 G
Rio de Janeiro (exceptuados os districtos da Corte)... 45 õ
S. Paulo 36 4
Ceará 32 4
Pernambuco 39 ">
Bahia "2 3
Minas Geraes 60 3
§ 2." Nos districto J qu-s elegerem só.nente qu itro ou cinco m3mbro3, o eleitor escreverá
em sua l'3ta, no primeiro caso tres nomes, e no segundo quatro.
§ 3." Para preenchimento dc vaga; de unmbr^s d is mes:ms Assembléas, v o t a r á cada eleitor
em um ou dous nomes, sendo uma oa duas as vagas, e pelo modo estabelecido neste artigo
e no paragrapho antecedente, si as vagas forim trjs ou mais.
§ 4.° Considerar-se-hão eleitos membros il.is referidas Assembléas os cidadãos que reunirem
a maioria relativa de votos dos eleitores que concorrerem ã eleição a t é o numero que ao res-
pectivo districto coub?r elegir, sendo p i r a este eTeito cantados os votos tomados em separado
pelas mesas das assembléas eleitoraes.
A r t . 2.° Pode ser eleito membro de Assembléa Legislativa Provincial cidadão q u ; , embora
não residente n i provincii, nella t?nha nascido. N J f i l t i deste requisito, è indispensável a
condição exigida na legislação vigente, a sabar: o domicilio na provincia por mais de dous
annos, salva a disposição seguinte:
Paragrapho único. Pode ser eleito membro d.i Assembléa Legislativa da provincia do Rio
de Janeiro cidadão residente na Corte.
A r t . 3." A eleição dos vereulores das Câmaras Municipies s e r á frita pelo mesmo modo
estabelecido no art. I .
o
Si o numero de vereadores exceder ao múltiplo de tres, cada eleitor addicionarà aos dous
terços um ou dous nomes, conform: fòr o excedente. Assim, si fòr 17 aquelle numero, o
eleitor v o t a r á em 12 nomes; si !õr 13. votará em 9 nomes; si fòr 11, cm 8, o si fôr 7,
em 5.
Paragrapho único. Para preenchim3nto de vagas de vereadores, cada eleitor v o t a r á pelo
modo estabelecido no § ?,* do art. 1.»
li
1." Po:- parochias, quando estas formarem um só districto de paz, qualquer que seja o numero
do eleitores nellas alistados, comtanto que este numero não exceda a 250.
2 • Por districtos de paz, qualquer que seja o numero de eleitores nelles alistados, comtanto que
este numero não seja inferii r a 20.
3." Por secções de parochia ou de districto de pnz, quando a parochia formando um só districto
de paz, ou o districto, contiver numero de eleitores excedente a 250. Cada secção d e v e r á , porém,
conter 100 eleitores pelo menos.
A r t . G.° A a t t r i b u i ç ã o d e que trata o art. 216 do citado Decreto n. 8213 será exercida pelo juiz
de direito em virtude de reclamação que lhe fòr apresentada dentro do prazo de 30 dias contados do
dia da a p u r a ç ã o ger<<l dos votos-
O Barão de Cotegipe, do Conselho de Sua Magestade o Imperador. Senador do Império, Pre-
sidente do Conselho de Ministros, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios Estrangeiros e
interino dos do Império, assim o tenha entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro em 1"
de oitubro de 1887,66° da Independência e do Império.
liarão dc Cotegipe.
eleição, tendo-se limitado a declarar alguns dias antes que optava pelo cargo de vereador.
Tendo em consideração estes factos, declaro a V . E x . que é confirmada a decisão pela qual essa
Presidência resolveu não aceitar a opção, visto que da decisão opposta, proferida, como foi a de que
se trata, depois de realisada a eleição, resultaria a annullação do acto eleitoral, exercendo essa
Presidência uma attribuição da exclusiva competência do Poder Judicial conforme o regimen da
legislação eleitoral vigente.
Deus Guarde a V . E x . — Barão de Cotegipe— S r . Presidente da provincia do Espirito Santo.
Ministorio dos Negócios ilo I m p é r i o — 1" D i r e c i o n a . - llio de Janeiro em st) de oitubro de 1887.
3. " NSo se devo considerar como districto para fins eleitoraes a parochia nüo instituída cano-
nicamente, ainda quo nella estojam alistados 20 eleitores, pelo menos, nos termos da 2» parto da
citada disposição;
4. <> Só pode haver eleição nas parochias uão Instituídas canonicaniente oudo já se tenham
praticado actos eleitoraes validos ou approvados pelo poder competente.
de 1887.
juizes de p a z ;
Mais tarde (em junho) a Câmara Municipal de Pirahy communicou à essa Presidência que dos
quatro juizes de paz eleitos para a antiga parochia de SanfAnna, ficara um residindo na de S- Be-
nedicto.
A Secção dos Negócios do Império do Conselho de Estado/ouvida sobre o assumpto, foi de parecer,
em Consulta de 22 de agosto :
Que o citado art. 214 de Decreto n. S2i:>, referindo-se claramente á hypothesc dos juizes de
paz eleitos antes da divisão do districto, não pôde applieir-se ao caso diverso dc juizes de paz a
cuja eleição se procedeu depois daquella divisão ; o quo se verifica na hypothesc vertente, cm qu9
a eleição realizou-se na antiga parochia de SanfAnna do Pirahy depois de dividida pela desmem-
bração do território que constitue a de S. Benedicto;
Que, portanto, não pode deixar de subsistir a referida eleição para todos os seus efTeitos ; e,
sendo assim, o facto do estar residindo um dos quatro juizes dc paz de SanfAnna do Pirahy no
território da parochia dc S. Benedicto, não c motivo para que se faça nova eleição dos juizes
daquella antiga parochia, mas devo-se considerar perdido o logar do qur> reside fora do seu terri-
tório e preencher a vaga pelo modo que a lei determina.
E Sua Alteza A Princeza Imperial Regente, cm Nome do Imperador, ten.fo-èe conformado
com este parjeer por Sua Immediata Resolução de ".> do corrente mez, assim o manda declarar a
V. E x . , para os devidos cffeitos.
Deus Guarde a V . E x . — Barão dc Cotegipe.— Sr. Presidente da provincia do Rio de Janeiro.
lindo para a freguezia de SanfAnna, entendeu esta Pesideneia que ora o ciso do cit ido art. 214 o
mandou em 27 daquelle mez proddor á eleição de juizes de paz nesta ultima freguezia, nada ívsol-
vendo então quanto ao allndido distrieto. por já se ter feito nelle essa oleição.
Contra essa deliberação representou o I juiz de paz da freguezli de SanfAnna, allegando <|ue,
o
conforme a lettra do citado artigo, não se tinha precisamente dado a hypotb»se prevista, porque
apenas um juiz de paz havia perdido o domicilio e não uns, como diz o citado artigo.
Esta Presidência, entrando em duvida sobro o acerto da deliberação tomada, resolveu nesta
data adiar a eleição designada para o dia 30 e submetter á consideração de V. E x . , como faz, todo o
oceorrido.
O artigo citado diz, é certo, licarem uns 0'iizcs de paz) residindo no território a que se houver
reduzido o primeiro, e os outros nos territórios dos districtos novamente creados; m:>s parece que,
no caso vertente, a questão não se refere ao numero, mas sim á hypothose de perder o cidadão
eleito o cargo de juiz de p iz, por ficar com domicilio em outro districto em virtude de desmembração
de t e r r i t ó r i o ; V. Ex., entretanto, resolverá o que lor acertado. — Deus Guarde a V. E x . — l l l m .
e E x m . S r . Conselheiro Manoel do Nascimento Machado Portolla. Ministro e Secretario de Estado
dos Negócios do Império. — Antônio ria Rocha Fernandes Leão. >
Segundo o que cousta deste oTicio o dos papeis que o acompanham, a Secção passa a expor
suecintamente os fetos oceorridos e a questão que tem de ser resolvida.
A Lei provincial de 3 dc novembro de 1885 dividiu ein duas a parochia do S a n f A n n a do Pirahy,
tendo a que foi novamente creada a denominação de S. Benedicto da Barra do Pirahy. No dia 1" de
julho de 1886, época da eleição geral dos juizes de paz, fez-se a dos juizes da antiga parochia
(SanfAnna), mas deixou de proceder-se á dos juizes da novamente creida (S. Benedicto), facto que
só depois se realisou nesta no dia 1° de março do corrente anno, em onsequen cia do acto pelo qual
em 11 de dezembro de 1S86, o Presidente da provincia determinou que a dita nova parochia consti-
tuiria um só districto de paz. Verificando-se então que um dos quatro juizes do paz eleitos para a
antiga parochia tinha sua residência no território d i novamente creada, suscitou-se a duvida : — si
a esta hypothese é applicavel o art. 214 do Regulamento n. 8213 de 13 de agosto de 1881, o qual
dispõe que « quan !o os juizes de paz de um districto, que fòr dividido em dois ou mais, ficarem
residindo uns no território a que se houver reduzilo o primeiro, e os outros nos territórios dos dis-
trictos novamente creados far-se-ha nova eleição nos mesmos districtos ».
Parece á Secção que, visto referir-se esse artigo claramente aos juizes de paz eleitos
antes da divisão do districto, não pôde ter applicação ao coso diverso de juizes de paz a
cuja eleição se procedeu depois :le feita a divisão. Ora, esta ó a hypotheso vertente: na
antiga parochii ( S a n f A n n a ) , da qual foi desmembrido o território que ficou constituindo a
novamente creada (S. Benedicto), procedeu-se à eleição dos s-^us juizes de paz na época legal,
depois da sua divisão.
Não pode, pois, deixar de subsistir esta eleição para todos os seusefTeitos; e, sendo assim, o
facto de estar residindo ura dos seus quatro juizes de paz em território desmembrado delia não é
motivo para que se faça nova eleição dos juizes da parochia, mas deve ser considerado como per-
dido o logar do que reside fó.a do território desta, c preenchido o mesmo logar pelo. modo que. a
l e i determina.
15
E' como entende a Secção; mas Vossa Alteza Imperial Regente mandará o que julgar melhor
em sua sabedoria.
apuração, contra a qual não se reclamou, mas delia se descontassem os votos recebidos na 2" secção
da parochia de SanfAnna, por serem nullos; devendo a Câmara, em conseqüência, expedir diplomas
aos vereadores que se verificasse terem obtido o quociente legal.
1(5
Doaccórdocom esto julgado, a Câmara Municipal do Belém resolveu quo se procodesso áoleiçãu
supplementar de um vereador para o logar do Birão da Matta B u r i l a r , que, pela subtracção dos
votos aiinullados, ficara com votação inferior à exigida por l o i .
Nessa oloição foi eleito o major Magalhães, e tondo reclamado o seu competidor, o mesmo
Barão da Matta Bacellar, antes excluído em virtudo do qm a Relação decidira a respeito da eleição
geral, o agora vencido no pleito singular, o juiz da 1» instância, rec.itcitrando om sua decisão re-
vogada, julgou por sentença de 5 de j meiro deste anno — que era nulla a apuração, já d e l l n i t i v a -
mento julgada na instância superior, e mandju que a C a m a n procedesse a nova a p u r a ç ã o ,
expedisse novos diplomas e organiz isse a lista dos cidadãos que pudessem ser votados em 2* es-
crutínio.
Desta sentença foi interposto (além do voluntário) o recurso necessário, com effeito suspcnsivo'
liara a Relação; mas este tribunal, om accórdão de -í de março ultimo, declarou quo n ã o tomava
conhecimento do mesmo recurso, por ter expirado o prazo legal de 30 dias para o seu j u l g a -
mento.
Entretanto, a prova de que o juízo superior mantinha a sua decisão com referencia á apuração
mais uma vez annullada pelo juiz da 1» instância ú quo, tendo-se procedido pelo mesmo tempo a
outra eleição supplementar em conseqüência do fallecimento do vereador Soares do A m a r a l , e tendo
havido reclamação e sentença do mesmo juiz, em sentido dillerente, vomo no caso anterior, a R e -
lação, em data de 12 de fevereiro deste anr-o, confirmando o principio estabelecido no 1" accórdão.
reformou essa sentença— * porquanto, pila nícir-lio a /h. (isto é, o do 20 de novembro d<* ISSO).
rr-se qv.c passou cm julgado a apuração do primeiro escrutínio, que teve logar c<ii 21 de ar/osto, por
Como, porém, soja mui terminauto a loi eleitoral, que, segundo confessam os dous iltustrados
Conselheiros, determina expressamente que só os juizes tém competência para o julgamento das
questões sobre a validade ou nullidade das oleiçõos de vereadores, e da respectiva apuração dos
votos ; e como, por outro lado, oconflicto de que se trata constituo espécie ou matéria nova e i n -
trincada, quo não fora prevista na l e i , entendo que a solução ou o remédio suggerido pela illustra-
da maioria da Secção, cx vi da necessidade de acautelar novas irregularidades, tem muita razão de
ser ; mas não deve ser considerada como medida de/initivj, mas simplesmente provisória, até que a
Assembléa Geral, a quem deve ser submettida a questão, resolva e tome a providencia legislativa
que no caso couber, do modo que p ssam ser chamadas á responsabilidade as autoridades judiciarias
e mesmo administrativas que, por ventura, deram causa ou incorreram em culpa no successo, quasi
tnmultuario, de que resultará o conílicto.
Sala das conferências da Secção dos Negócios do Império do Couselho de Estado em 4 de no-
vembro de 1887. — João Alfredo Corrêa de Oliveira. — Affonso Celso de Assis Figueiredo. —
— Barão de Cotegipe.
de 1887.
ainda canonicamente instituída, e só ha, a l é m desta, outra parochia, a do Senhor Bom Jesus, no
referido município; declaro a V. E x . que, nesta hypotness, terminada a eleição na parochia do
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Senhor Bom Jesus, deve a respectiva mesa expedir logo os diplomas aos vereadores eleitos na c o n -
formidade do art. 202 do Pecroto n. 8213 de 13 de agosto de 1881.
No ciso unicamente da reunião de duas ou mais assembléas eleitoraes no município, ô indis-
pensável a apuração geral de votos, e quando a Câmara do próprio município nüo póüe fazel-a,
deve esto acto ser commettidoà Câmara, do município mais vizinho.
Fica assim respondido o offlcio n. 211 de 22 do mez findo.
l l l m . e E x m . Sr.— Foi presente a este Ministério, com o offlcio n . 31 de9do corrente mez,
a petição em que o conego 1'lysses Furtado de Souza, vigário colladoda freguezia da cidade de
Campo Bello, recorre para o Governo do despacho dessa Presidência que confirmou o da Thesouraria
de Fazenda dessa provincia, negando-lhe o pagamento de dous terços da respectiva congrua d u -
rante os intervallos das sessões da Assembléa Legislativa Provincial, de que foi membro nos
dous uitimos biennios.
Con-iderando que a decisão recorrida fundou-se no facto de não ter estado o recorrente d u -
rante aquelles intervallos no exercício de suas funcçOes parochiaes, nas quaes foi substituído por
outro sacerdote ; outrosim, que a este caso só pôde applicar-se a doutrina estabelecida no Aviso
deste Ministério de 25 de Maio ultimo, referindo-se a hypothe e diversa a Consulta do antigo
;
Conselho d" Fazenda e Avisos que o recorrente invoca, resolvi negar provimento ao recurso: o que
declaro a V . E x . , para os devidos efleitos.
Ministério dos Negócios do Império.— 1" Directoria.— Rio dc Janeiio em 27 de dezembro de 1887.
deve ter execução, quanto ao biennio de 1888-1839, a disposição do § 1° do citado artiso, que
elevou a 24 o numero dos membros da Assembléi.
tratando-se de medidas urgontes, cuja demora possa ser prejudicial ao serviço publico, ou de paga-
mentos quo tenham de sor feitos dentro de prazo certo om virtude de contractos legalmento
celebrados; outrosim, quo aos recorrentes cumpre d ir á Illma. Câmara immediato conhecimento do
recurso interposto.— Barão de Cotegipe.
l l l m . e E x m . Sr.— Com o officio n . 194 de 31 de outubro ultimo, foi presente a este Ministério
a petição em que o presidente e outros vereadores da Câmara Municipal da capital dessa provincia
recorreram para o Governo do acto pelo qual essa Presidência decidiu, dando provimento a um
recurso do vereador Francisco Pires de Carvalho, que dis multas por infracção de posturas não cabe
recurso para as Câmaras Municipaes, as cí do disposto no art. 52 da Lei do i' dc oitubro de J
Senhora.—Por Aviso de 22 do mez passado, ordenou Vossa Alteza Imperial, pelo Ministério
competente, que a Secção dos Negócios do Império do Conselho de Estado consultasse sobre a petição
em que o presidente e mais vereadores da Câmara Municipal da cidade de S. Salvador da Bahia
recorrem para o Governo Imperial do acto pelo qual o Presidente da provincia decidiu, dando provi-
mento ao recurso de um vereador, que das multas por infracção de posturas não cabe recurso para
as Câmaras Municipaes-
Cumprindo o que lhe foi determinado, começam a Secção reproduzindo os pecas quo instruem a
questito.
O iwcurso provido pelo Presidente da referida província foi assim minutado :
€ Illm. e E x m . Sr.— Tendo a Illma. Câmara Municipal desta cidade rejoitado o seguinte re-
querimento, que se acha inserto na acta da respectiva sessão e quo por cópia authentica instruo este
recurso, entendi recorrer, como recorro, para Y . Ex. contra a alludiJa deliberação, fundado na Lei
de I de oitubro de 1828.
o
«Requeiro que d'ora em diante a Ornara não tome conhecimento de petições em que se poça
perdão de multas, porque semelhante perdão não está nas suas attribuições, cm fuce do. l e i . »
A matéria contida no requerimento transcripto è a de que trata o art. 52 da mesma Lei de 1°
de oitubro de 1828, quando diz :
* A r t . 52. Não poderão quitar coimanem divida alguma do conselho; peua de nullidado c de
pagarem o duplo >.
Coima significa, como V. Ex. melhor do qne o recorrente sabe, multa por infracção do
rosturas.
quer dizer — perdoar, alliviar.
Quitar
Logo, pelo supradito art. 52, a Câmara não pode perdoar multa por infracção de posturas.
Esta doutrina, além de estar de accòrdo com o que dispõe o art. 24 da mesma lei, que declara
serem as Câmaras corporações meramente administrativas o sem juriS'licção alguma contenciosa,
aceresce ter sido esclarecida pelo Aviso n . 231 do 2 de julho de 1840, que assim explica o texto do
artigo acima citado:
« Sendo as Câmaras administradoras e não senhoras das rendas dos conselhos, não podem ellas
deixar de promover a arrocadação dessas rendas, de cuja legalidade só compete conhecer ao Poder
Judiciário. »
A reforma judiciaria, art. 45, § 1», determina que, lavrado o auto de infracção, seja elle remet-
tido ao procurador da Câmara, o qual dará aviso ao multado, afim deste v i r pagar amigavelmente a
multa.
Este procedimento importa um meio eonciliatorio. no intuito de evitar os termos do um
processo.
Entretanto, dahi se vè claramente que esta disposição da lei judiciaria está em todos os seus
termos de accórdo com o que dispõe o citado art. 24 da Lei de I de oitubro de 1828.
o
Do disposto neste artige se evidencia que o pensamento do legislador foi reconhecer que as
Câmaras Municipaes não tè:n jurisdicção contenciosi, motir.) pilo qual determina que, lavrado o
auto da infracção pelo agente competente, vá elle ter directamente ás mãos do procurador, sem
intervenção alguma das Câmaras.
A lei, assim dispondo, impõe que os agentes iiicumbidosde verificar as infracções sejam pessoas
honestas e habilitadas, as quacs. no desempenho do suas funeções, nem só procedam com discerni-
mento, como também com clareza e justiça.
Não podia o legislador cogitar de que as Câmaras admittissem para seus agentes pessoas som
aptidão e consciência.
Depois, o auto da infracção eqüivale, segundo me parecj. a um corpo de delicto ; è nelle que
se funda a petição dirigida ao juiz p i r a a instauração do processo.
Assim, osso auto è um documento judicial, do cujos elTeitos só o Podor Judiciário pôde coDhecer.
Da acta da sessão celebrada em 13 do corrente v e r á V. E x . que foram dous multados per-
doados e que muitos outros, animados pelos precedentes, usaram do mesmo recurso à C â m a r a ; e
quem conhece, como V. E r . , os nossos costumes e vida social o política sabe quanto abuso e injustiça
podem commettcr as Câmaras, si continuarem a ultrapassar as raias de suas a t t r i b u i ç õ e s .
São, pois, estas as razões quo me levaram a recorrer para V. E x . da deliberação, que tomou a
inesma Câmara naquella sessão, de rejeitar o mencionado requerimento, o a pedir a v. E x . se digne
annullav ds psrdBes de multa cdnSeáTfas pela Câmara na referida sessão; ficando assim pYdVIÍo o
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presente recurso, interposto na sessão de 13 do corrente e lovado hoje, por ter sido a respectiva acta
approvada em 20 do corrente.
Dous Guarde a V . E T . — P a ç o da Câmara Municipal da Bahia, 27 de setembro de 1887.
— l l l m . e Exm. Sr. Conselheiro Presidente da provincia.— O vereador Francisco Pires de Carvalho. »
Ouvida a Câmara Municipal, respondeu nestes termos:
« l l l m . e E x m . Sr.—Informando sobre a petição que a V. E r . dirigiu o vereador Francisco
Pires de Carvalho, recorrendo da decisão pela qual esta Câmara, em sessão de 13 do setembro ultimo,
rejeitou, contra o voto único do recorrente, o seguinte requerimento:—Roqueiro que d'ora em diante
a Câmara não tome conhecimento de petiçOes cm que se peça perdão de multas, porque semelhante
perdão não está nas suas attribuiçOes cm face da lei —; esta Câmara tem a ponderar que lhe parece
manifesta extravagância a pretenção de impedil-a dc tomar conhecimento de petições de qualquer
natureza que lhe sejam dirigidas por qualquer cidadão, uma vez que se achem em termos, e
acredita quo o que lhe cumpre é defeiil-as ou indeferil-as, segundo a legalidade ou illegalidade do
pedido, segundo a competência ou incompetência da Câmara para sobre elle resolver; assim como
lhe pareço não menos extravagante pretender, por meio de um requerimento, fazer declarar,
restringir ou ampliar as attribuiçOes da mesma Câmara.
Ainda admittindo que tivessem procedência os argumentos produzidos pelo recorrente, elles
só teriam cabimento em sustentação de recurso das decisões da Câmara sobre os requerimentos dos
que reclamaram contra as multas que lhes foram impostas.
Dessas decisões é quo poderia ter o recorrente interposto recurso, si entendia que eram
illegaes ou injustas.
O que dito fica bastaria para evidenciar a improcedencia do presente recurso.
Entretanto, para que não pareci que esta Câmara quer prevalecer-se do errocommettido pelo
recorrente, para isentar-se da apreciação das allegaçOes por elle offerecidas à consideração de V. E x . ,
esta Câmara pede permissão para mostrar a improcedencia dellas.
A expressão — quitar coima—do art. 52 da Lei de I» de oitubro não pôde entender-se no
sentido que lhe quer dar o recorrente.
Do modo como se exprime esse artigo vê-se que o legislador refere-se ã coima considerando-a
.iã divida; e não se pôde considerar qne constitua divida a multa antes de verificada a legalidade ou
a justiça de sua imposição, ou pela annuencia do multado, ou pela decisão do Poder Judiciário,
perante quem se promovo a cobrança da multa; em outros termo3, depois de passada esta em
julgado.
Accionada a multa e condemnado o infractor. então é que não pôde mais a Câmara quital-a,
dispensar do pagamento delia.
O Aviso de 2 dc julho, invocado pelo recorrente, refere-se, como dolle se v ê , ao caso de ter a
Câmara Municipal do Minas Novas, de motu próprio, re,olvido suspender, por illegal, a cobrança j u -
dicia! de uma grande parte de multas de seu município ; o caso a que aqui se allude é o de, em
vista da reclamação do multado, reconhecer a Câmara que não havia logar a imposição da multa.
Mas. ainda quando à hypothese vertente fosse applicavel aquelle Aviso, ahi estaria, poste-
riormente a elle, o de 9 de julho de 1842, que, resolvendo a consulta do Presidente da provincia do
Pianhy, sohre si a multa do art. 28 da citada Lei de 1° de oitubro está comprehendida na disposição
do art. 52 da mosma lei, declarou c que as multas impostas n i conformidade do art. 28 da citada l e i ,
quando bem fundadas e passadas em julgado, são, sem duvida, comprehendidas na disposição do
art. 52, para não poderem ser quitadas pelos vereadores, em prejuízo de seu legal destino; o que,
todavia, não inhibe aos ditos veroadores de poderem reformal-as, quando forem procedentes os
motivos com que os multados se justifiquem da falta de cotnparescia >.
Ficou ahi positivamente firmada a regra de que — quando bem fundadas e passadas em j u l -
gado — e que as multas não po lem ser quitadas pelos vereadores; logo, emquanto não passarem, em
julgado, podem as Câmaras attender ás reclamações em que osfaiultados mostrem a injustiça ou
ilfogalidade da imposição da multa.
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Assim so tem geralmente praticado em to-l-i p-.rto o nesta Câmara, atô cora o concurso do
próprio recorrente, que, na sessão do 31 ile maio do corr&ito inno, foi venc do, votando para que se
relevasse'à em preza — Vehiculns Econômicos — uma multa em qu • incorreu.
E seria palpável ontrasenso sujeitar os cofres municipaes a c.ustis do processos p i r a cobrança
de multas de cuja illegalidade ou injustiça a própria. Câmara estivesse convencida.
Nem é essa questão nova : a propósito de entender-se o § 19 d i O r d . L n \ I , T i t . ütí, quo é a
o
fonte do art. 52 d i Lei de 1° do outubro, decidia-so no sunt do d) Aviso citado de 1842; e é, realmenter
para admirar que. procedendo-se assim no r<f,'im-.'n absoluto d i s O r l e a i ç õ j s do lf.eino, entenda-se
agora, e entenda assim um vereador, que, neste século, é a interpretação restricU das attribuições
das Camar-iS qu" se deve adoptar.
Esta Câmara pede licença para transcrever as seguintes palavras do Dr. Cortines Laxe, e:n
suas Annotações à L ? i de I de "itubro, nota *0 ao art. 52:— < .\ão podia o legislador impor ás
o
pondo igualmente de parte essa persuasão, em que diz estar o recorrente, de que < o auto de infracção
eqüivale a um corpo de delicto, é um documento judicial, de cujos eíleitos só o Poder Judiciário pode
conhecer >;— sem accentuar a. singularidade de, em recurso de uma decisão da Câmara, que rejeitou
um requerimento cujo intuito era obstar factos futuros, pedir o recorrente a revogação de actos
passados, dos quaes não recorreu :— esta Camajra aguarda a decisão de V. Ex., que, lhe parece, n ã o
poderá ser sinão no sentido de negar provimento ao recurso.
Bahia, 10 de oitubro de 1837.— Antônio Eusebio.*
provincia de S. P a u l o . »
Contra esta decisão recorreu a Câmara Municipal, ponderando :
« Senhor. — O presidente e outros vereadores da Câmara Municipal da leal e valorosa cidade do
Salvador, capital da provincia da Bahia, abaixo as dignados, fundando-se no art. 73 da Lei de 1° de
oitubro de 1828 e no Aviso de 22 de fevereiro de 1872, recorrem para Vossa Mzgestade Imperial da
decisão que, em 25 do mez passado, deu o S r . Conselheiro Presidente da provincia ao recurso, para
elle interposto pelo vereador Francisco Pires de Carvalho, da decisão pela qual, em sessão de 13 do
mesmo mez, foi rejeitado um requerimento d quelle vereador, redigido nos seguintes termos:
« Requeiro que d'ora em diante a Câmara não tomo conhecimento de petições em que se peça
perdão de multas, porque semelhante perdão não esta nas suasattribuições, era face da lei.»
Fundou S. E x . sua decisão em que < não cabem ás Câmaras Muutcipaes recursos de multas
impostas pelos flscaes por infracção de posturas, ex vi do disposto no art. 52 da Lei de I de oitubro
o
Dar-se-hia, além disso, o absurdo de obrigar as Câmaras a serem autoras, com a certeza prévia
de que hão de docahir, pagando as custas, quando a multa for manifestamente illegul.
Certamente o legislador não poderia querer isto.
Interpretaiio illa sumenda quee absurdum evitetur.
e pedem a Vossa M&gestade Imperial que digne-se de tomar em consideração o presente recurso
para o fim de reformar a decisão recorrida, declarando os casos em que a Câmara Municipal pôde,
não perdoar multas, mas deixar do dar execução a autos de infracção eivados de nullidade ou ma-
nifestamente injustos.
Confiando na sabedoria e r.»ctidâo de Vossa Magestade Imperial, os recorrentes pedem a
Vossa Magestade Imperial deferimento e — E. R. M.
Paço da Câmara Municicipal da Bahia, 3 de novembro de 1887.— Augusto Aguiar, Presidente.
— Antônio Eustòio Gonçalves de Almeida.— Luiz Joscda Silva.— Garcia Dias Pires de C. e Albu-
querque.— Alexandre Eerculano Ladisldu.— Manoel Joaquim Cafezeiro.— Antônio José Rodrigues.—
Em meu humilde entender, não ha fundamento algum neste modo de pensar dos v e -
readores recorrentes.
Nos termos do art. 88 (novamente em vigor) da Lei do 1» de oitubro de 1828, do a r t . 2»,
§ 1», da L e i n . 2033 de 20 do setembro de 1871, os juizes de paz sSo os privativos para j u l -
garem as multas por infracção de posturas, com appellaçao para os juizes de direito.
O a r t . 45, e seus paragraphos, do Regulamento n . 4824 de 92 de novembro de 1871,
definindo o processo e julgamento das infracções de posturas, dellesexclue as Câmaras, f a -
zendo apenas intervir o procurador muoiciptl, que recebe o auto de infracção para promover
o pagamento voluntário ou requerer a execução judicial da multa.
Em face destas disposições tão claras, e do disposto no a r t . 24 da Lei de 1828, n ã o
podem as Câmaras relevar multas, a pretexto de que são injustas, e t c , porque, assim pro-
cedendo, ellas julgam effectivãmente, exercendo uma funcção da exclusiva competência do Poder
Judicial.
O correctivo, portanto, das fal*as que commette o fiscal na imposição de multas só podo
ser a sua suspensão, ou mesmo demissão; e ás Câmaras cumpre, para evitar os prejuízos que
soffrem com as multas que decaem em juizo, prover no cargo de fiscal a cidadãos que
m e r e ç a m conceito pela sua honestidade e tenham habilitações para exercel-o. — 1» Directoria,
em 15 de novembro de 1887. — Monteiro de Barros.t
gencia e repousa sobre uma distineção obvia, que de si mosma impõí-se com a força da e v i -
dencia e que a Câmara recorrente bem assign ilou, inspiiundo-sc no jurídico commentario da
citada lei por Cortines Laxe, annotado par um distineto magistrado (Regulamento das C â -
maras Municipaes. Edição oorrecta e augmentada pelo D r . Macedo Soares).
Com effeito, o que dispoz o mencionado a r t . 52 ? Não podem as Câmaras quitar coima ou
divida alguma do conselho, isto é, não podem transigir sobre a receiU municipal, nãò podem
desfalcai-*, perdoando (quitando) multas (coimas) ou dividas, cujo produeto pertence 4 mesma
receita.
E* isto liquido; porém inteiramente diverso da questão aventada.
E n t r a r a Câmara na apreciação da legalidade e procedência com que haja sido imposta uma
multa por qualquer fiscal, annullando esse acto, quando convencida de que não foi regular,
n ã o é perdoar divida, sinão corrigir um abuso, reparar uma injustiça commettida por agente
seu, cujo procedimento superintende e forçosamente lhe está subordinado pela delegação de
que o investe.
Declarar sem cabimento a imposição da multa em tal caso n ã o é dispensar pagamento,
relevar divida, sinão reconhecer quo ella não e x i s t e ; — n ã o é desistir de um direito, mas
respeitar o direito alheio r
das respectivas posturas, promulgadas por iniciativa sua e das quaes e, portanto, o primeiro e mais
autorizado interpreto.
Invoca a Secretaria de Estado o art. 88 da Lei orgânica das Câmaras Municipaes, assim como os
arts. 2°,§ 1», da de n . 2033 de 20 de setembro de 1871 e 45 do Regulamento n . 4824 do 22 de
novembro do mesmo anno, que estabelecem a competência o a fórmula dos processos para j u l g a -
mento das infracções de posturas, privativo dos juizes do paz com appellação para os de
direito.
E' o caso de inquirir-se : quidinde? Taos competência e processo nüo são objecto de duvida.
Quo as Câmaras Municipaes não podem e m b a r a ç i r a acção do Podor Judiciário, depois de provo-
cada pela exhibição do auto de infracção, e menos nullirtcar o o Efeito de suas decisões, impedindo
que sejam executadas, nada mais liquido e conforme ao principio dominante na o r g a n i z a ç ã o dos
Poderes Públicos — a sua divisão.
Mas, antes do ajuizado, o auto de infracção conserva-se fora da alçada judicial, é um acto de
ordem administrativa, que pôde ser modificado ou revogado pelo superior hierarcliico de quem o
houver praticado, qual é a Câmara Municipal relativamente aos tiscaos.
A Câmara Municipal, diz-se, não ó senhora das rendas municipaes, e sim mera administra-
bora dos bens do conselho, oncarregada do zelar o patrimônio do município, pelo quo não pode
deixar do promover a arrecadação das mesmas rendas.
Ponderou ià a Secção que a imposição de multa pelo riscai não importa crear verba do receita
municipal, e, sem insistir sobre este ponto, qae ô incontroverso, observará que exactamente por
serem as Câmaras adnrnistradoras cabe-lhes o dever e as;iste-lhes o direito do tomar om conside-
ração as reclamações que lhes pareçam justas contra os actos dos íiscaes.
Comprehende-se, porventura, administrador de bens alheios, responsável pelo seu bom emprego,
mas na impossibilidade de evitar que sej un compromettidos por agentes ou delegados sous ?
Seguramente não ; é, todavia, tal a posição em que collocam as Câmaras Municipaes os que
sustentam que, lavrado o auto de infracção, devem ellas consentir que seja levado a juizo em todo
o caso, embora certas de decahirem e pagarem as custas, em detrimento da renda que incum-
lie-lhes administrar !
Semelhante theoria repugna á razão natural.
A este respeito não têm réplica as reflexões do alludido commentador da Lei de I de o i - o
tubro.
< Acaso, pergunta elle, ha ahi alguma lei, ou pelo menos principio f'indadoem justiça, que
imponha aos administradores ou tutores o dever de intentar demmd.as injustas em nome daquelles
cujos beos administram ou cujos tutores são ? Pelo contrario, que os tutores e curadores n ã o
devem, em nome do pupillo, propor ou defender demandas injustas foi dito na lei 6"», Cod., de
admn. Tutur. vel Curator.y
O destino legal destas multas são as obras do conselho, é a receita municipal, e, no emtanto,
reconh ce o Governo estar a Câmara no seu direito dispensando a sua arrecadação, quando'
persuadir-se de não haver motivo para impol-ns.
E ' hypjthese idêntica à do presente recurso.
Assim o também que o Aviso do 15 de agosto de 1831 expressamente dispõe, no n . 4, que a
multa somente pôle considerar-se coimi ou divida do cmvelho depois <h avtoada c devúlamtntc
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julgada a infracção da postura, antes do que—è um acto meramente administrativo, e, como tal,
pôde a Câmara revogal-a.
Esta 6, Senhora, no conceito da Secçãoa oxacta intelligencia da lei, a única aceitarei e con-
sentano.x com as attribuições, a roponsabilidade o a dignidade das Câmaras Municipaes.
Seu parecor 6, portanto, que, dando-se provimonto ao recurso da Câmara Municipal da
Hahia, communique-se ao Presidente da província que ficam revogados os Avisos em que se
fundou para deferir o do vereador Francisco Pires de Carvalho, restaurando-se o verdadeiro sen-
tido do art. 52 da Lei do I do oitubro de 1828. o
podia cogitar da hypothese; além de que a aferição dos medidores de gaz c cousa diversa dados
pesos e medidos a que aquella I«i se refere.
Mas, por outro lado, a Câmara sempre cobrou uni imposto sobre os medidores—sem veriflcal-os,
o esto imposto, incluiio nos seus orçamento.» npprovados pelo Governo, tem força de l e i ; e, por-
tanto, n ã o pôde o mesmo Governo, por delfrcração própria, applical-o á receita geral do Estado.
O meio rie conciliar as observações da Inspectoria Geral e da Câmara é, a meu ver, o seguinte:
A aferição continuará a ser feita p i l a Inspoctoria, a qual ou fará a conveniente participação à
I l l m a . Câmara, afim de que esta mando marcar os medidore? aferidos, poado-se o sou c a n i n l o ao
lado do da Inspectoria, e tomar as neceísarias notas p a r i fiscalização d i percepção do imposto; ou
ficará autorizada pela Câmara paia carimbar os medidores.
Com a relação dos medidores assim verificados, fará a Inspectoria entrega da importância cobra,
da á thesouraria da Câmara, mediante guia cm duplicata, da qual uma das vias será archivada na
Inspectoria.
No caso de aceitar esso Ministério o alvitre que suggiro, convém que seja ouvida a Illma. Câmara
para que declaro si concorda.
Devolvo a V. E s . , conforme pediu, o oilicio da Insp3ctori.i Geral da Illuminação, que acompa-
nhou o seu citado Aviso.
Deus Guarde a V . E x . — Barãode Cotegipe.— A . S. E x . o S r . Ministro e Secretario do Estado
dosNegcdos da Agricultura, Commercioe Obras Publicas.
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Deus Guardo a V . Ex.— Bardode CotcgijiC— Sr. 1'ivsidenU' da província de Matlo Grosso.
A Sua Alteza a Princeza Imperial Regonte, era Nome do Imperador, foi presente o offlcio
de 17 de dezembro ultimo, com que a Illma. Câmara Municipal, trazendo ao conhecimento do
Governo a deliberação, que tomou, de abrir concurrencia para a ronovação do arrendimento da
P r a ç a do Mercado da Candelária e chalets annexos, denominados das Marinlus, cujo con-
tracto terminara a 30 de junho do anno passado, sujeitou á consideração deste Ministério as
propostas apresentadas dentro do prazo da concurrencia e a respeito das quaes entendou acertado
conformar-se com o parecer de suas commissões reuuilas de justiça e fazenda.
E a mesma Sereníssima Senhora Manda declarar à I l l m a . Câmara que. estando o Governo
resolvido a não approvar contracto algum de arrendamento geral daquelles immoveis, não
pode ser aceita nenhuma deis alludidas propost i s ; convindo notar que a do Pedro Leandro
Lamberti, julgada preferível pela I l l m a . Câmara, tem por fim o pagamento da divida de
1.043:493$607, que ainda não foi contemplada no seu passivo nem reconhecida por acto algum
anterior da, Câmara e a respeito da qual, segundo pareceres de diversos advogados, não se acham
esgotados para a municipalidade os recursos legaes.
A rescisão do arrendamento da Praça do Mercado da Candelária tem acarretado numerosas
questões judiciaes, com gravame do pequeno coramercio e prejuízo das rendas da I l l m a . Gamara,
que só agora, oito mezes depois de findo o prazo do contracto, pôde entrar no gozo da P r a ç a
por trinsacção e accôrdo com a empreza a r r e n d a t á r i a .
Si a todas essas questões deu origem a alludida rescisão, que não pôde ter o desejado effeito,
subsistem, comtudo, as razões de utilidade publica em que se fundou o acto do Governo.
Solicitando aquella medida em offlcio de 19 de agosto de 1878, a Câmara baseou-se no pa-
recer da suacommissão de obras, a qual fez as seguintes pon terações:
« Entre os bens municipaes distinguem-se os próprios de seus patrimônios e os do uso commum
de seus moradores, e estes, desle tempos immemoriaes, são cercados das maiores garantias.
< Os mercidos muaicipaes foram positiva e especialmente creados para comraodo do povo.
Foram destinados aos mercadores pobres, o para que, por meio de. peauena raercaticw, se pudesse
prover de monumentos salutares e gêneros de p r i m e i n necessidade e a preço mais coinmodo a
população, tendo especialmente por fundamento o afastamento do monopólio e a ' f a a í l i d á d e do
acquisição do que mais é necessário à alimentação do pbvò. E' o quo ge deduz do art. 68, § ir), da
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Lei do I de oitubro de 1828, que tem a sua fonte om todas as leis anteriores, desde as antigas
o
Senhora.— Por Aviso do competente Ministério, cm data de 2ò de agosto ultimo, Houve Yoisa
Alteza Imperial por bem Ordenar que a Secção dos Negócios do Império do Conselho de Estado con-
sultasse com seu parecer sobre o seguinte acto do governo provincial da Bahia:
« O Conselheiro Presidente da província, a quem foram presentes os papeis relativos à eleição
de vereadores c juizes de paz a que sc procedeu em l de julho ultimo na parochia de Nossa Se-
u
nhora do Rom Consciho, única do município do mesmo nome, attendendo a que no dia 7 de janeiro
do corrente anno apresentaram-se duas turmas de vereadores e juizes de paz, cada uma dellas pro-
cedente de eleições differentes, feitas no mesmo dia, segundo consta das respectivas actas;
Attendendo a que os vereadores de ambas as turmas elegeram os seus presidentes e vice-presi-
dentes e constituiram-so em Câmaras Municipaes, ficando uma presidida por Isaias Dias da Silva e
outra por João Nolasco de Carvalho ;
Attendendo a que, dsutro do prazo de 30 dias estabeleiido no § 1" do avt. 210 do Regulamento
que baixou com o Decreto n. 8213 de 13 de agosto de 1881, não houve reclamação contra as a l l u d i -
das eleições; pelo que produzem ellas todas seus"eíleitos, quaesquer que sejam os vicios tu i r r e -
gularidades que nas mesmas existam, conforme declaram os Avisos de S de novembro de 1882,
n . 1 de 4 de janeiro e n. 26 de 7 de março de 1883, e n. 78 de 24 de dezembro de 1885 ;
E attendendo, finalmente, a que não compete á Presidência da província conhecer da regula-
ridade de qualquer das ditas eleições, e nem è possível que continuem a funcaionar duas Câmaras
no mesmo município:
Resolve, em face da doutrina do art. 231 do citado Regulamento, que sejam chamados a entrar
era exercício os vereadores e juizes de paz do quatriennio findo do município da v i l i a do Bom Con-
selho, ate que o contrario seja resolvido pelo Governo Imperial, a cujj conhecimento é snbmettido
o acto desta Presidência.
Palácio da Presidência da Bahia, 23 de abril de 1880. — Joio Capistrano Bandeira de Mello. *
assumptos ».
Por esta razão, e por mais um argumento an ilógico deduzido do Decreto n. 3122 de 7 de o i -
tubro de 1882, art. I , § 2 1 , com referencia a abusos no alistamento de eleitores, póde-se admittir
o
que no caso vertente se minde a v e r i g m r os factos punivois o promovera accusoção dos seus
autores. A sentença final indicará qual das duas eleições deve ser reconhecida como boa, ou sj
ambas devem ser consideradas criminosas e nullas, caso em que haverá razão do origem com-
petente para se proceder a nova eleição.
O relator, porem, sem rejeitar este meio, que elle próprio suggeriu em conferência da Secção,
entende que o Governo também pôde — e é o que mais convém — recorrer desde j á ao eleitorado,
para que este, como o juiz de maior o mais natural competência, resolva a questão, que especial-
mente lho interessa e pertence.
Esta providencia justifica-se pelas circumstaucias excepcioaacs que a lei não previu. No
caso, muito difTerente, do art. I , § 21, do Decreto de 1882, ha uma sentença definitiva —
o
RESOLUÇÃO.— Como pároco ao Relator, para que se proceda a nova eleição.— Paço em 7 d-
março de 18S6.—PRINCEZA I M P E R I A L R K O K X T E . — Barão de Cotcyipe.
em exercício, assiste o direito de intervirem tod<s os actos da Câmara, desde que, na conformidade
do Aviso de 31 de março de 1887, elles se realizam nas sessões posteriores á de posse dos vereadores
effectivos.
Attentando-se para os fundamentos do Aviso de 1886 acima citado, constantes do parecer
annexo da Secção dos Negócios do Império do Conselho de Estado, vê-se que ao exercício desse imme-
diato não se pode applicar a doutrina dos Avisos de 19 de fevereiro de 1884e 15 de setembro d9 1885,
em que se basêa a duvida acerca da legalidade de sua interferência nas referidas eleições, porque
o mesmo immediato não foi juramentado para formar maioria simplesmente, mas para completar a
representação do município, que na hypothese vertente, ficaria desfalcada durante todo o quatriennio
pelo impedimento permanente de um vereador, espécie de que não cogitou o legislador quando
estatuiu a disposição do art. 22, § 4», da Lei n. 3029 de 9 dé janeiro de 1881.
Deus Guarde a V . Ex.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior— Sr. Presidente da provincia
de Minas Geraes.
5
34
Esta decisão consulta o espirito da Lei n. 3023 de 9 de janeiro de 1881, art. 22, §4», segundo
a doutrina do Aviso de 24 do mez próximo passado, que resolveu no mesmo sentido igual questão,
suscitada pela Câmara Municipal da v i l l a de SanfAnna do Parnahyba, na província de Matto
Grosso.
Fica assim respondido o officio n . 840 de 14 do referido mez.
Deus Guarde a V. Ex.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da pro-
víncia do Ceará.
Sua Alteza a Princeza Imperial Regente, em Nome do Imperador, Ha por bem Determinar, em
observância dos arts. 172 e 173 do Decreto n. 8213 de 13 de agosto de 1881 :
Que a junta apuradora da eleição feita a 19 do corrente m.9z no 1° districto eleitoral do muni-
cípio da Corte seja presidida pelo juiz de direito Serafim Moniz Barreto, que ô o primeiro na ordem
de antigüidade dos juizes de direito desta cidade;
Que, na sua falta ou impedimento, seja o referido juiz substituído pelos outros juizes de direuo
abaixo mencionados, também segundo a ordem de antigüidade :
1. » Justiniano Baptista Madureira.
2. ° Antônio Augusto Ribeiro de Almeida.
3. ° Ernesto Júlio Bandeira de Mello.
4. * Domingos José Nogueira Jaguaribe.
5. ° Luiz Hollanda Cavalcanti de Albuquerque.
6. » Manoel Martins Torres.
7. * Honorio Teixeira Coimbra.
8. ° Antônio Rodrigues Monteiro de Azevedo.
9. " Antônio Joaquim de Macedo Soares.
Que a dita junta se reuna no edifício do Conservatório de Musica, que tem sido designado para
idêntico fim.
Palácio do Rio de Janeiro em 20 de abril de 1888. — José Fernandes da Costa Pereira Júnior.
O Governo approva esta decisão por seu fundamento, mas com a seguinte resalva:
Quem promove uma justificação para inutilisar a prova de renda legal julgada no referido pro-
cesso summario, só pode obter sentença mediante o recurso estabelecido no art. 14, § 3°, do citado
Decreto n. 8213. Os termos do processo deste recurso, por se comprehenderem na disposição do art 1°,
§ 20, do Decreto Legislativo n. 3122 de 7 de outubro de 1882, pagam as custas pela metade e são
isentos de sello; nüo assim os justificações e certidões dadas ou obtidas alimde e que o interessado
junta como documentos poro fundamentar o seu recurso. Taes justificações e certidões, pelo fim a
que se destinam na espécie controvertida, estão sujeitas ao pagamento do sello e de custas in-
tegraes.
O que declaro a V. Ex., para o fazer constar ao dito magistrado, devolvendo, conforme V. Ex.
pediu, os papeis remettidos com', o officio a que respondo.
Deus Guarde a V. Ex.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da provincia
de S. Paulo.
tyaini ias ias B31
1 ie maio ie II
até 35 ie ateil ie
Quadro das naturalizações concedidas pelo Governo desde 1 de maio de 1887 até 30 dc abril de 1888
FILHOS
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5 Protestante "0 ü • • «aisVaril.'!!'.'.'.!.
• 21 »
SO V o l í g a n g Erich Wchcr Allemaniia.. Protestante. Viuvo... Cominerciante...
90 Manoel P . m p i l l o n Gon^ales Ilespanha... Catholica.... Solteiro. Trabalhador • • • • . •B r a z i l 31
91 J o s é P e r e i r a Cardoso T h o m p s o n . Portugal... Casado.. G u a r d a das Obras 4 G Catholica
Publicas mt
• • . .Catholica
. . . . . . . . . . . . . . . . . . •... • • . . • • • •B•••.»...••••.>»......
razii 3 dc n o v e m b r o
92 Manoel Alves < Solteiro. Rarbeiro
93 José Pinto Moreira Casado.. Mditar . . . . ....
í í í V. l i d c novembro 15
91
95
Alberto Henrique L u i r L i s k c
A n t ô n i o de P a u l a K e . - . - e i r a . . . . . . .
AlIcMianha.... P r o t e s t a n t e .
Portugal.... Catholica....
Interprete Rio dc Janeiro. •**• . . . . V.'.. ;; ;;;; » w > »
..... . Brai:l
123 J o ã o Machado D u t r a ... • 2 : •"2 Ca*holica
12? J o s é Pinto Ribeiro
Catholica. Casado. Artista.
- 7 -
FILHOS
NOMES
NATUIUMUAD!'.
145 M a n o e l Borges
143 M a n o e l C a r v a l h o Bastos
p
Catholica.. Brazil.
147 M a n o e l J o s é de A r a ú j o
143 M a n o e l J o s é de Oliveira N e v e s
149 Manoel J o s é da Silva Catholica.. ijlVaVii."
Catholica.. Casado. Artista
150 M a m e i Monteiro d a Sdva Empregado n a E s - Brasil.
Catholica.. 1'.
trada de F e r r o ..i.
D. Pedro II 39
151 P e d r o Soares C a l d e i r a , Catholica.. H....I.. Ürazii.
Jornalista
152 Boaventura J o s é Rodrigues., Artista R i o de Janeiro.
153 Henrique Wlllenenve França.. C4rle
Catholica 3'.. lirazil.
i ; ••
3» D i r e c t o r i a da Secretaria de Estado dos Negócios do I m p é r i o , e:n lo de maio da 1S3S.—O D i r e c t o r , D r . Joaquim Josi ix Camjxu
FILHOS
NOMES r.vnu.v KHLlülÃO i: ST A no 1'UUKISSÃO DATA D.\ CARTA DATA DO Jl'R\MKNTO OBSERVAÇÕES
RKSIDI:NCI\
O
NVTfKALinvDE
FILHOS
| Menores |
NOMES DATA DA CARTA DATA DO JUEASIB.VTO OBJERVAçdBi
|
• m
Masculino
0
Casados
c RKLIlilÃO
Viúvos
0 NATURALIDADE
c u
0
Ê
0
*<3 1
Sh •J-.
1
J o s é Nogueira de Oliveira Portugal... Catholica. Casado. Lavrador S. Pedro do S u l . 2 de set. de 1880.. 22 de julho de 1886.
Pedro J o s é Soares Artista 21 de abril de 1S37, 21 de a b r i l de 1S87.
Carlos N o l l Prússia Protestante. Commcrciante. 3 5 8 9 dc set. de 1883.. 1 de set. de I8S0.
77 Eugênio Schefer Alie nanha . Catholica.... Santa C a t h a r i n a . 1 2 3 3 7 dejunho de 1SS7, Í 0 de junho de 1SS7,
73 Henrique Moritz 2 1 3 3 27
70 Theodoro Rudolf. 1 1 2 v 28
50 Vicente K o r m a n n 3 2 5 5 . . a • .... 2 de julho de »
81 J o ã o IIul g 0 ' í G s » » »
82 Manoel Monteiro de C a r v a l h o . . África Solteiro. Bahia 13 16 de junho de »
83 Gustavo Siebel J ú n i o r \llcxanha. Protestante.. Casado.. Artista.... S. Pedro do S u l . 4 5 13 de sei. de ISSõ. 30 de julho de 1SS6.
51 Antônio Cochem Catholica.... Colono.... 4 11 4 de sot. de »
85 Guilherme Kistcrmann Protestante., Professor., 3 de out. de 1835. 2 de julno dc 1885. Tem 3 filhos.
83 Sebastião Lauícr lavrador. 5 »
S7 J o ã o L u i z Bauer Artista.... 6 >
J ú l i o Jacobsos Lavrador. 4 de junho de »
89 Henrique Pedro M o l l Bélgica Catholica.. Rio dc Janeiro... 12 de maio de 1887. I de julbo de 1837.
90 Manoel Ignacio Barcia Republica (
L ruguay.. Solteiro. Trabalhador... S. Pedro do S u l . 9 dc dez. de 1336 , 31 de dez. de 1SSS.
91 Gustavo Schroeder Allemanha.. C a s a d o . . Commcrciante. 7 de junho de • 5 de julho de 1884.
92 Antônio Panichi , Itália Solteiro. .... .... 30 de set. de » 20 de set. de 1886.
93 Ignacio Zeuchnacr Allemanha . Casado.. Industriai.. .... 5 Catholica .... Aliem anhk". 17 23
91 Jacob V a i r i c h Protestante. » Agricultor . 30 29 » .
93 Frederico Fayet Solteiro. Colono - J
28 » 11 3
95 Pedro Frov..". Catholica.... Casado.. 24 17 de agosto de 1SS5 10
97 Amélia Godinho de Campos . Portugal... \iuva.... 2 .... 1 1 2 22 de agosto de 1385 22
9$ Alberto Rodrigues Boa N"ova., Casado.. Colono. 24 » 7 » »
93 Carlos Biehl , Allemanha . Protestante.. Artista. o 6 .... 21 dc set. d e l S S G . . . 3 de set. ae 1SSS.
100 J o ã o Baptista Gomes Portugal... Catholica.... .... .... " V Catholica
3 "3 .... .... > 20 de agosto dc 1885 26 de agosto de 1885
101 Joaquim Ferreira dos Santos Sjltei.-j. 7 » » 21
102 J o ã o Frederico Wesling , Alie ^ a n h a . Casado.. .... .... "3 C a t h o l i c a '"3 Brazil 20 » » 26 » »
"è"
105 Henrique Mickc kclsen Protestante., Lavr»J.r 0 3 .... 9 » 9 .... .... » 29 de set. de 1836.. z.7 de set. de 1886.
101 J »sé ce Al v.eidda Reis Portugal... Catholica.... Mitoire. 27 de agosto de 1885 9 de set. de 1885.
IO.', Manoel Soares da Silveira e S o u z a . . Casado., .... 5
.... " o " Catholica "G" .... BrazÚ 3 de set. de » » » »
103 Arnaldo Gomes Loureiro , 1 ... 1 1 .... .... 10 » » 10
107 Ger.nano Sommé Allemanha. Protestante., Solteiro. Professor.. 21 dc set. dc 1S88- 16 de set. de 1S86.
lOs Felippe Storch Casado. Lavrador . 4 "3 . . . . . . . . •••«• • • • •« • • ....
• » » »
103 Jacob Klein Catholica.... 2 3, 13 de agosto de 1SS6
110 João Kcrber Prússia , » Agricultor.. 15 28 » »
111 Christiano Schneider Allemanha... Protestante.. Lavrador... 2 4 4 30
112 Francisco Jacob Simon Prússia Catholica.... o 3 .... 5 Catholica 5 .... » 15 de set. de 1S35.. 17 de set. de 1885.
113 Manoel Dias dc Sequeira Portugal..., Solteiro. 3l de agosto de » II »
114 Paulino Teixeira da Costa Leite » Casado.. 4 6* 7 •••• 12 de set. de » 12 » »
" "é 1
ir> Francisco Pereira dos Santos Pinto . o 2 > 2 .... .... » 30 de set. de 1SS4..
115 Augusto Dreher , Allemanha... Protestante.. Commerciante., l S d c set. de 1886.. 14 de se*, de 1886.
117 Pedro Pietsch Catholica.... Agricultor .... . . . . .... .... » 9 » 13
"á" "5"
11S J o s é Alves Dias Portugal... » Bahia., A 3 13 dc julho d e l S S Í . 13 de julho de 1SS7.
119 H 18 do abril de » 27 de junho de »
L u d o v i c j Brockrnann Allemanha. Protestante. Solteiro. Santa C a t h a r i a a . . .... ....
120 Henrique Schauffler C a t h o l i c a . . . . Casado.. Catholica "i" • . • >.... B r a z i l 5 de julho de > 23 de julho dc >
121 Manoel de Barros Portugal... Sergipe., 5 do marco de » 4 de junho de »
122 Manoel L u i z de Souza F e r r e i r a .... .... "2 .... Brazil 20 de jnaho de * 18 de julho de »
123 Itália....
"3 Catholica
8 25 de maio de »
Gaspar Covcllis (Padre) Solteiro. Sacerdote. Matto Grosso.
121 J o ã o Manoel D o m i n g u c s . . . . Portugal. ... .... . . . a .... .... .... .... » » »
125 Otío J o ã o de Briscu Montzcl Prússia... Casado.. S . Ped do S u l . .... 15 dc sei de 1SS5. 17 de set. de 1835.
123 Adão H o í f n a n n "<y • .. . Brazil » » » »
127 Robcrti Jacobi Allemanha.
"3 "è" "*9 Catholica
12 14
1 ....
3 4 4 .... ....
12Í Henrique Viulu" Protestante.. Agricultor.. 11 dc sc de 1SS6. 26 de julho delSSG.
2 .... ....
4 .... .... ....
123 Germano Huncneyer
130 J o ã o Schoer ". .... 1 — .... .... ••*' •••—••«
w
1 —
131 Frederico Fonding Prússia . . . . Catholica.... 1 "i" • • « ".... 18 de sei delSSJ. 18 de set. de 1S85.
132 Guilherme Rota Allemanha . ó 1 .... 9 .... 15 21
8 1 .... 9
133 Henrique Rosenha m :
4 » 8 .... ....
» W •>
4 1 •
131 Oscar Gcrber Prússia 13
13'. J o ã o GrUncvald
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4 3 .. • 7 7 .. .. . .
135 Emílio Wiedmann Allemanha.. 4 .... .... 21 » >
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137 Fernando S c h v a r s 22
2 ...» . .. »
13S Ernesto Osvaldo Hoffraanu
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13) João lung
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140 Jorge Wagcl:
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*
142 José Fechner 6 .... ....
143 Henrique Pedro Kaner 2
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141 Domingos Leite Marinho rtugal. Solteiro. Lavrador . 2 de se< . de ISSO. 2 2 d e j o l h o d e l 8 8 6 .
145 André K u h n . . Prússia... Casado.. » 18 de agosto de >
Colono....
145 Gaspar Reis 20 » »
147 J u s l i n o F e r r e i r a Pinto .... •...•.........>••••• . de 1S85. 22 de aet. de 1885.
Portugal... "4" BrazÚ 22 de
«8 Henrique Engelmann Allemanha .
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5 5 9 » 10 » 25 » »
143 J o ã o Tanger 25
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385 Miguel Jordan 5 de dez. du 1837. 5 de d e z . de 1837.
33) Milkouf J o i o Altia Turquia Catholica. Solteiro. Santa C a t h a r i n a .
387 N l c o l á o Tancredo Casado.. y
383 S i l v i o Biagiotti Itália Solteiro. .... 2J de set. de 138; 30 de set. do 1835.
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A n t ô n i o J o s é dos S i n t o s M a r i c a t o . S . P e d r o do S u l . "jt
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491 Manjei J o s é Pereira » C.is.ulo... ...... .... 1
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492 A n t ô n i o R i b e i r o da Cunha Solteiro.. 4 » » >
J o s é Pedro Gravato » » » "." !!!.'.'.!....!.! .... .... ....
433 a... ....... .... .... 1 5 » » 15
494 Bernardo J o s é dc Amorim P e r e i r a S. redro do S u l . . . .... 1 6 10
493 J o s é A n t i i u b Simmens (Padre) * .... .... .... 5 dc j a n . dc 1SS7.
.... .... ....
435 J o a q u i n F e r r e i r a Miiutinho * » 2S
437 Antônio V i e i r a de Macedo .... 3 1
493 Joaquim A u t o n n da C r u z * » 16 dc fev. de -
... ........ .... .... ....
499 Jerouymo Pereira Dantas .......... ... » . —
500 Manoel M a r t i n s da N o v a . . . * ....
.... 17 de m a r ç o dc »
501 Jacintho í l a l v a n i > .. • • ...... 2
4
502 Antônio Pinto * .......... • •» •
.... .... .... 31
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503 Manoel Fernandes da Silva " 1 de abrU dc •
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301 Leopoldo Gomes Saraiva \ i a t
.... .... .................... » — >•
505 Edmundo Feltschcr " .............. ..... ..... .... .... .... .................... 4 de maio de *
.... • ..a ....
505 Floricio Vieira Gonçalves [ 5 » »
507 Lucas Evangelista dc Souza \ ..,. ........... • • . •
.... .... .... .... .... .... 2S
503 Manoel Dccio Lucas *
J o ã o Manoel L u c a s * 3 d c j u n h o de •
50) \\ 13
510 Honorio Manoel L u c a s * B i
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....... ....
Jayme Antônio R i b e i r o Neves \
.. ]'.!.'. !! L * \'."" \.""
9a
511
A n t ô n i o Alves dc Siqueira \ \\... .... ....
312 16
Joaquim J o s é E s t i v e s " ....
513 .... 18
311 Henrique W i l t r o c h " ....!.!..] . . . a . • . . * . • • * 20
315 Albino de Piubo j
310 Iens Peter S-.irensen \ . mm .... .... .... — .... .... ....
3 de j u l h o de -
517 A n t ô n i o A u g u s t i Machado \ 9
• • •• . . . . • *. • . • • • . . . a . . . > . . . . . ... .•••••a.*.. 21
313 Henrique A n d r é Rrockcman ... 27
.... ....
319 Francisco Puglies!
•.. .... .... ....
320 J o ã o Diemer " !...!.] .............. .
23
521 Wilbolm S t o c h s . n a n s . . . . " .". •».. .... .... .a. a " . . . . . . " a . . . . * 2 do agosto dc -
322 Mathias K l e i n * **** •••>.•.... . « ....
523 Joaquiai de M e l l o Freitas \ . — »
.... .... .... ....
52i P o r t u t n t o Gomes da P o l ô n i a \ .... ....
» » »
525 Luigi Darrigo " a .. ,
Theodoro Grunswald \ •.. • mt w9
525
.... .... 3 » *
327 Pedro delia M a g g i o r a * .... c »
523 Theodoro Rcinecitcn \ .... . .... .... .... » * *
329 Ernesto Baucrmann " ••**••*•••••••
J o s é A n t ô n i o d a R o c h a Gallo .............. .... .... .... s * *
533 .... .... .... ....
331 F r a n c i s c o Valente \ ••••••*•••• ........ • ... •. •. 10
.... , .... .... ....
532 Manoel do Oliveira Branco \ * ••.«•• "** ... • » * >
533 Francisco Baldi \ •'*•• • 11 *
Simão L e o n a r d o " . .... •
531 ... .... 1G
335 Guilherme L c v s c r • • • • 19
533 Carlos Gatti.." • • • * • .... ....
» » »
537 Joaquim Antônio da Cruz ' • •• a. • . > . . . . . . . ... • . a . • ........ . .. ^ . » »
533 Joaquim J o s é de Souza • '* • * .... .... • • . . .. .. .. . . . . . . . . .. . 23
539 Germano L o u r e n ç o dos Santos " • . . • •>.. . . . . ... .. .. a . . * . . . . . . . . . w »
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— 25 -
- 24
FILHOS
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BÍ
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w DATA DA CARTA DATA DO JURAMENTO OÜSERVACÔES
NOMES PÁTRIA ni.Liôno CSTADO puonssÃo RESIDÊNCIA
c N.VTUKALIDADK
et
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23 dc agosto de 1337
510 Antônio F e r r e i r a da Silva \ S. P e d r o do S u l . .
511 Manoel Duarte L i s b o a * , . ,,„,,, »
542 Carlos Guilherino J ú l i o Schauer ° .. , ,, »
5'3 Serafim A n t ô n i o de Medeiros \ ... .... !!!!!! ••..••••..•*•...•••• »
5.1 Balthazar F l o r i n d o de Abreu j .. *.••*•• »
5.5 Sebastião J o s é de Mattos " . , »
5.0 Pedro Legoai&na \ • .. ...»,., » de set de
517 Frederico BIau * .............. ...... »
513 Miguel M i c h e l i ° , , i
573 Ângelo C a t a í a n i *
574 Bento Lopes Valente •
573 J o s é Pereira Pinto L i m a •
575 Pedro M a r c e l l i a o da Silveira • ........ •• .
577 Pedro M a r c c l l i n o • • * ..•>...... •
573 Salvador lgnacio Gulart • ., '* •*• *
579 Antônio C h r i s t o v ã o T r o l l e • ....... *
5S0 Sccundino J o s é dc Mattos • •*••••••»•••• *
531 Afonso Pinto M o r e i r a • ** •••
5S2 J o s é Scotto . ....... • •» ...... *
5<3 J o s í Thiesen • * *••••••... • * ••• *
534 Pelro Merg . \ \ \ " . ••*••• »• " • • • *
555 Antônio L g a r d
:
- *
5S6 C â n d i d o Nunes L e ã o •
'/"" m
*
537 J o s é Gomes da Costa • ...!........!. •*••••••••
538 Donaiag >s F e r r e i r a G u i m a r ã e s • ** *
559 Jacob Ilahn • *
590 J o s é Rodrigues Bittencourt • ••*•••••••• *
591 Gcrala-no Piamctti - •*• **•" " • *• *
592 J o ã o Amancio de Souza • •
593 Manoel Martins Vinhas • • . a *
594 Joaquim J o s é F e r r e i r a • *
593 A n t ô n i o M a r i a da Fonseca • •
593 V c n i n c i o Dias de Saldanha • *
597 Carlos Paulo Reichelt • .»
593 J o a q u i n Antônio Vargas • ••
593 J o ã o Moreira Guimarães • ... •* *
600 Magnus C a r l o s D.odrich Grage • • * 20
001 Albano J a c o b i • • •• •• *
602 Carlos l l n b c r • .
GOi Miguel Z a m n d r é a • •••• *
001 Cohstantino R o j o Fernandes (Padre) •
605 Carlos G r i n m • • • *
603 Júlio Max Kleber • "*•••»•••*••« »
607 Beato R o d r i g u e s Salazar •
\' m 9
003 Luiz A m b r o z i o •
603 Georg F r i c i r i c b Bccker • r • •
010 Manoel Joaquim de Moraes •
611 J o s é Martins da Silva J ú n i o r • •••«••...
612 J o s é Joaquim Duarte • ****"•*•
613 J o s é M a r t i n s Soares \ • . . . . . . . . . 1 . . , . . . . . ,
614 V i c t o r i n o J o s é Gomes Soares \ * .............. •
615 J o s é Antônio J ú n i o r • >>•>••...,. « . . . . a . . . . . . . . . . . . .. *
010 J o ã o da Costa Monteiro • , >
l 617 A n t ô n i o L u i z Coelho •
.1
618 J o s é C o r r ê a Evangolists •
•. .... 9
- 2G - - 27 —
M I U . ...IOAUI.
623 i J o s é R o d r i g u e s Fernandes
626 'Domingos L c u r e a ç o d a Costa F e r r e i r a .
627 I J o ã o F e r r e i r a Campos
628 Jacintho B e r n a r d o Henrique
62} I J o s é Rod.-iguesTaUiia
630 .'João V i a c i v a
631 I A n t ô n i o Marques da R o c i a
632 i J o s é Schcid
633 J o s é M a r t i n s d o M a g a l h ã e s
031 I Germano K l u g e
033 ' J o s é M a r i a Fernandes Granja
630 I A l b e r t o ü i e s t e l
637 [Joaquim J o s é de Carvalho
G3S / P a u l o Jacger
G39 •Paulo Thiesen...
GiO G r a n i o Giovanni
OU I Lourcnço Moré •
012 i F r a n c i s c o J o s é R o d r i g u e s .....
013 • Antônio B c r n a r . l o Alves
O U M a n o e l de Oliveira B r a n c â o
1
613 LAntonio da S l v a B r a g a
040 : M a n o e l Gomes F e r r e i r a
017 " A n t ô n i o de Oliveira Bastos
G1S . J o ã o M a r t i n s G o n ç a l v e s
C49 iManoel Fernandes G r a n i a
630 Antônio Fernandes C a r i l i a
031 iiAmancio Carlos da Fonseca o S i l v a
652 ' C a r l o s J o ã o Menna
633 I C a r l o s Dachuhardt •
054 • Fidciis L u i z Gersosio-.o
653 1'Dcraetrio P:«Rarro
636 : Henriqucta Helena M i e r i c h
637 • A n t ô n i o J o s é dos Santos M a t t a
OV AtTonso Atlianasio C o r r ê a B r a n d ã o
639 l Manoel E m i l i o A n t ô n i o Antunes
;
FILHOS
NOMES
DITA DA CARTA DATA DO JURAMENTO ODHBKVAÇOES
NvrimLiDv.)".
• Com este signal e s t ã o contemplados no quadro acima 166 naturalizados a respeito dos quaes a P r e s i d ê n c i a da p r o v í n c i a do R i o
d a t a s d a s respectivas c a r t a s . G r a n l e d o S a l n ã o p r j s t o u infjr na;3es c r u p l o t i s . l i n s t i n l i - S í a r i ne '.ter una ríSação dos mesmos, contendo apenas os nomes e as
Na casa das o b s e r v a ç õ e s v a i indicado o numero dc filhos dc alguns dos naturalizados sobre as c o n d i ç õ e s dos quaes t a m b é m n ã o
foram recebidas i n f o r m a ç õ e s .
3.a Directoria da Secretaria dc Estado dos N e g ó c i o s do I m p é r i o , cm l o dc maio do 1S>3. — O Di.-ector, D r . Joaquim José dc
•Comjos Ai Costa de Medeiros t Albiipereuc.
RELATÓRIO
SOBRB AS
O presente relatório é divMido em quatro partes, das quaes as tres primeiras são destinadas
ao estudo de cada uma das á g u a s mineraes correspondentes ás tres localidades principaes,
percorridas na minha excursão hydrologica. Assim, na primeira tratarei dos Poços de Caldas, na
segunda do Lambary, com um pequeno additamento sobre CambuquLras, e na terceira de Ca-
xambú, de passagem oecupando-me também de Contendas.
A quarta e ultima parte s e r á consagrada à resposta das questSas propostas pelo E x m . Sr.
Inspector Geral de Hygiene e approvadas pelo Governo Imperial.
I. — POÇOS DE C A L D A S
de cada serie do banheiras correm tres ordens daquellos conduetos, sendo uma para as á g u a s
reunidas das duas fontes Mariquinhas o Chiquinha, outra paro. a da fonte Pedro Hctelho, c.
linalmente, a terceira para a da fonte denominada Macacos.
Esta ultima fonte acha-se isolada na casa dc forma qu.drada, distante do catalolcciniento de
banhos 574 metros, conforme se vè de uma planta que me foi obsequiosamente olTerccida pelo
Sr. engenheiro Dr. Garcia Redondo.
Comquanto a fonte Chiquinha tivesse sitio encontrada depois dos estudos da commissão de
1874. e, portanto, sua ogua não tenha ainda sido analysndn. julgo essa analyse dispensável o
desnecessária. Mesmo agora JilT.ciJn.cntc ella poderia ser executada com rigor, em virtude das
obras de captação e cutras realizadas cm beneficio da referida fonte, cuja agua se mistura com
a da Mariquinhas na mesma divisão do peço. Seria preciso, para isso, levantar o grande tablado
collocado sobre estas duas fontes e estabelecer a sua separação completa. Disse, perem, que já
agora julgo dispensável esta analyse, pelas razões seguintes :
Em primeiro logar, consta do interessante escripto do Dr. Pedro Sanches dc Lemos sobre as
Águasthermaes dc Caldas (1SS4) que a temperatura da fonte Chiquinha foi opportunaniente to-
mada e achada igual á da fonte Mariquinhas (44°), a mesma que ainda hoje conserva a mis-
tura, examinada na oceasião em que entra nas banheiras.
Em segundo logar, a identidade também de composição chimica entre as á g u a s destas dua>
fontes é a t é certo ponto evidenciada pela inalterabilidade da da fonte Mariquinhas, após a sua mis-
tura com a outra, acareados os resultados da analyse feita em 1874, sobre aquolla, com os que
obtive agora dos exames a que procedi na mistura das duas. Estes exames consistiram na ana-
lyse qualitativa e no ensaio sulfurometrico, com o apparelho dc Dupasquicr. e os resultados com-
binaram perfeitamente com os da primitiva analyse, isto é. verifiquei as mesmas re::cções chimicas.
o mesmo titulo sulfurometrico. além do mesmo grande íhermalidade. Ora, as.im não acontecem
si a agua da fonte Chiquinha fosse dc natureza, temperatura e composição diversa; neste caso, mistu-
rando-se com a da fonte Mariquinhas, forçosamente modificaria as qualidades desta.
Em terceiro logar, lè-se também no mesmo alludido folheto do Dr. Pedro Lemos que, d u -
rante os trabalhos que se executaram nestes poços, se ob>crvara o seguinte facto: < á proporção
que as águas subiam e o equilíbrio dos líquidos se restabelecia, o volume da agua Pedro Botelho
augmentava o seu jorro c readquiria o primitivo diâmetro. > Isto provava, conforme j á ante-
riormente alTirrnara o engenheiro Dr. Euzebio Stevaux, o a commissão de 1874 o previra em seu
relatório, que essas duas fontes se communicam, o que se verificou depois.
Finalmente, em quarto logar, de tal maneira calou no espirito da população do logar essa con-
vicção sobre a unidade dc origem destas tres águas (Pedro Botelho, Chiquinha e Mariquinhas), quo
as tem deixado em santa paz nessa bigamia do nova espécie : nenhuma reclamação so tem l e -
vantado.
O mesmo, porém, não suecede com a fonte denominada Macacos, cuja distancia muito
mairr do estabelecimento (574 metros), cuja situação em um dos extremos do povoado, tem sido
o pomo da discórdia e o o! jecto de queixas o protestos contra a empreza balnearia, por ter
e l l a encanado a agua dessa fonte para o único estabelecimento abi existente, em vez de edifi-
3
car outro servido exclusivamente por essa mesma fonto, conformo, dizem os reclamantes, está
determinado no respectivo contracto com o Governo.
Comquanto pareça, á primeira vista, estranha à minha missão nos poços de Caldas esta parto das
necusaçoes feitas á omproza, to.hvia entendo directamonto com ella na parte relativa á pretendida
alteração que a agua dos Macacos *o!.'reu, diz-se, não só quinto á sua temperatura, como também
quanto á sua composição o propriedades therapeutieas. K' isso o que rez:i um rolheto anonymo, eom-
pendiando uma serie do artigos publicados no Jornal do Com,nercio por um aquático (2), censurando,
cm tom violento e acrimonioso, os actos da empreza balnearia; folheto que, naturalmente para meu
governo, se apressaram em endereçar-mo pelo correio, no mesmo dia da minha chegada aos Poços.
Pondo dc parte outras questões relativas a cumprimento o execução do referido contracto, e as
quaes não me compete apreciar, tomei em consideração as que dizem respeito a essa pretendida
a l t e r a ç ã o da agua dos Macacos, pela distancia da fonte ao estabelecimento, o pelus inconvenientes
o defeitos emprestados á canalisação da mesma. Antes de tudo, porém, devo observar que, pela
terceira cláusula do contracto, os concessionários obrigam-se a fundar segundo estabelecimento
balneário no caso em que assim o exija a distancia entre aquella fonte e as outras. Ora, essa dis-
tancia, que foi perfeitamente medida sob minhas vistas, c do 574 metros; está, portanto, longe,
•e não perto de um kilomotro cu a quaii um kilometro, como diz e repete o aquático no seu fo-
lheto-lüiello. listas expressões, assim exageradas, tratando-se dc uma distancia que i>ouco excede
de meio kilometro, são compromettedoras da sinceridade das aceusações.
Outra queixa ainda mais grave e ainda menos exacta e verdadeira é a de que essa agua chega
ao estabelecimento ! Posso assegurar que, consultando, durante quasi todos os
completamente fria
dias da minha est.ida nos Poços, a temperatura da agua em questão, no momento em que ella chega
à s banheiras e com um thermometro de confiança trazido do laboratório de hygiene da Faculdade
de Medicina, sempre encontrei 39*, tendo achado a de 43 , tomada na respectiva fonte. Por aqui se
<!
vô que a agua perde apenas 4 em todo o seu percurso, e chega ainda com uma temperatura muito
e
sulíiciente para certos eíTeitos clínicos, o ainda demasiado alta para o preenchimento de outras
indicações especiaes, guardando sempre a mesma composição chimica.
N"em se pode admittir que essa diminuição de temperatura acarrete a menor dilTerença na
composição dc águas tão fracamente mineralisadas, como são as dos Poços de Caldas. Neste par-
ticular, sinto discordar da opinião do il lustrado medico Dr. Pedro Lemos, quando, em um artigo
publicado em Fevereiro do anuo próximo passado, sobre os Poços de Caldas, disse que as agua*
thermo-mineraes n"o devem perder caloria algumz no seu percurso através do encanamento, porque,
distineto collega: esta razão só 6 aceitável, só exprime uma doutrina perfeitamente correcta,quando
se trata de líquidos que representam soluções saturadas, ou pelo menos muito concentradas e
próximas do ponto de saturação, portanto, sem applicação ao caso vertente, em que as á g u a s
constituem soluções muito diluídas, incapazes do apresentar o menor deposito salino só por um
pequeno abaixamento de temperatura, o nem mesmo pelo resfriamento completo.
Com efTeito, as analyses de 1874 revelaram em todas estas agms apenas 0,535 a 0,654 de
resíduo lixo por litro, quantidade muito commum a t é cm águas potáveis, e muito inferior à de
grande numero dc á g u a s mineraes frias. Nem se pôde appsllar para a natureza diflerente dos
princípios salinos ncllas dissolvidos, visto como o que domina na composição das de Caldas, o car-
bonato dc sódio, é, como se sabe, nimiameuto solúvel.
Eu poderia citar numerosos exemplos de águas mineraes em temperatura inferior á dos Poços
de Caldas, tendo cm dissolução uma quantidade muito mais considerável de saes; contento-me,
porém, em apontar como um dos mais eloqüentes o das águas sulfurosas de Uriage, no oriente da
França, cm Isere, que, com a temperatura de 27», tèm em dis;oluçIo 10 ?<•., 436 de princípios s a l i -
nos lixos por litro, isto ó, 16 vezes mais do que as de Caldas.
Nem mesmo o olomonto sulfuroso so'porJo : nqai dá-se oxactamanto como em Molitg-, no sul díi
Franca, fonte Llupia, cuja temperatura nativa o do 38° o não passi do 31 a 3Õ no local dos
J
banhos, conservando, segundo Constantin James (3), todos os seus princípios sulfurosos. Mais
adianto exponho como cheguei, áquclla veriiicação.
A prova ou argumento que o erudito collega adduziu, p i r a oxplie.ir a precipitá-lo dos sãos
das águas thormo-mineraes dos Poços, ó tiradi do facto seguinte: « Antigamente, diz o l l o ,
quando as fontes therm .es n ã ) estavam beneficiadas e eram picos do agua espraiada, os sãos
precipitavam-se em torno das nascentes, nos logares em quo baixava a temperatura: massas de
saes eu tive nas mãos, o viram todas as pessoas que aqui moram o são daquelle tempo » . Ha
forçosamente engano de interpretação: a condição physica quo produzia esto phenomeno era, antes
do que a perda do calor, a grande evaporação do liquido, tanto mais notável quanto era favo-
recida pela temperatura relativamente elevada das águas o pela extensão o larga superticie de
exposição ao contaeto do ar, isso ainda admittindo quo toda essa m issa de resíduos apanhada
fosso realmente constituída por saes, de que uma parte aliás podia ser estranha á composição
natural da agua e form ida pela accão do oxygeno o do gaz carbônico do ar sobre os elementos
delia, o não talvez em grande parte pela matéria organici, ou antes organizada, peculiar ás
águas desta natureza.
Si naquelle tempo, como diz o estimado collega, pela imperfeição do encanamento, também
lâminas de saes entravam pelos orifícios das banheiras, a causa era a mesma e hoje o facto não se dá
mais pela melhor construcção dos eonduetos.
Assim, pois, vè-se que não só póle-se, mas iia mesmo vantagem e ato necessidade de res-
friar um pouco mais esta agua, para obter certos eileitos especiaes e proporcionar o que o
D r . Pedro Lemos chama o ideal do banho thermal, que é a temperatura do 3G dc agua corrento.
,:
Para isso, ter-se-ha ou de fazel-a demorar por tempo suiíicicnte em reservatórios apropriados
antes de sua distribuição nas banheiras, como os que já a empreza possuo assentados no esta-
belecimento; ou mistural-a com aguacommum fria na proporção necessária, o que seria neste caso
inconveniente, tratando-se de águas tão pouco miaeralisadas, que se tornariam ainda mais fracas;
salvo si se quizesse aproveitar, para este fim, de u n n agua sulfurcsa fria, da qual adiante t r a -
tarei, o quo offereceu, aos ensaios com os mesmos ro ictivos empregados na analyse das outras, os
mesmos resultados: ella foi mais recentemente descoberta cm outro ponto afastado do povoado,
do outro lado do ribeirão dos Poços.
Não seria esta uma pratica nova ou original nem extravagante, porquanto em vários logares
da Europa assim se faz; haja vista a estação denominada Bag,iols-les-Baim, ao sul da França
(Lozòre), de á g u a s sulfurosas quentes, talvez as que mais se assemelham com as dos Poços de
Caldas. Lá existem seis fontes, das quaes duas mais importantes, a 41 , alimentam as piscinas, as
c
duchas e os banhos mitigados ou temperados, que se obíèm com a mistura destas á g u a s com
outras duas provenientes de fontes menos quentes (a 31° e a 30').
Em Guagno, na Corsega, existem igualmente duas fontes de á g u a s sulfurosas quentes, cuja
temperatu.-a é de 5ic no ponto de emergência, que é ciaimum. Uma parte destas á g u a s é
directamente utilizada cm duchas, mas a outra é derramada em vastos depósitos, donde, após o
resfriamento conveniente, è distribuída nas piscinas e banheiras.
Os médicos de Aix-la-Cliapelle (Prússia Rlienana), que dispõem de águas sulfurosas quentes
desde 44c t ó õ õ s raramente empregam o banho em temperatura superior a 34* e 3 5 ; portanto
a
c
resfriam-as para certos usos. Quando elles querem promover effeitos mais enérgicos, preferem
as duchas.
Também o inverso se pratica, como, por exemplo, nas Águas Quentes (Eauj; Oiaudes) dos Baixos
Pyreneos, em que ha seis fontes, desde 11° até 30= de temperatura, o que são muitas vezes pre-
viamente aquecidas para servir aos banhos e duchas.
lieis Araitjo Gúcs.— Dr. Virgílio Fabiana Alves.— Dr. Cornelio Vaz de Mello.— Dr. João Luiz
de Lemos. »
Todos estes inconvenientes, porém, desnppareceram : a bacia feita na fonte, la está sem uso ;
o encanamento velho foi desprezado e substituído por outro solidamento construído, nSo só quanto
ao material empregado, como quanto á mão de obra, do modo a preencher perfeitamente os seus
flns, conforme já foi reconhecido e attestado por proflssionaos insuspeitos o da maior compe-
tência (4). Os vicios inherentes ã distribuição da agua no estabelecimento, com particularidade
nas banheiras, foram também remediados de maneira a evitar o contado com qualquer metal : os
canos e aberturas por onde corre a agua, bem como as rolhas que as fecham, são do madeira.
A ngua penetra nas banheiras pela parte inferior e sabe por um orifício aberto na parte superior
e do lado opposto, permittindo assim á vontade o banho de agua dormente ou corrente.
Nestas condições, desapparece por sua vez o inconveniente da distancia da fonte Macacos ao
estabelecimento, a qual não é extraordinária, sobretudo tratando-se de uma agua fracamente
raineralisada. Em algumas estações européas, encontra-se a mesma disposição o a t é com distancia
maior; assim, por exemplo, a agua de Pfeílor-;, na Suissa, é conduzida em tubos dc madeira a
Hof-Rigaz, que fk-adistante um kilometro. A aguathermal de Gastein, na Áustria, percorro uma
distancia de dous Kilometros a t é Hof-Gastein, onde ella é servida, e reputada tão activa como na
sua nascente.
«Experiências já antigas, diz Lefort, têm mostrado que, quando os canos são cercados de
corpos maus conductores de calor, as águas thermaes perdem apenas um ou dous graus de sua
temperatura, durante um trojecto de um kilometro, mais ou menos, sobretudo si o rendimento da
fonte é abundante...
« Quando o trajecto a percorrer é longo, devo-se sobretudo evitar que a agua circule com
a r atmospherico; para isso escolhem-ss canos cujo diâmetro sc-ja proporcionado ao jacto da fonte.
Não tendo contacto com o ar, a agua acha-se nas mesmas condições como si o ponto de emer-
gência fosse situado na extremidade do encanamento. »
Foi isso o que se fez com as águas dos Poços, inclusive a da fonte Macaccs, empregando-sc,
na conslrucção dos conduetos, manilhas de barro vidrado, encaixadas cm dobrado tubo de tijolos,
isolados por uma camada de areia.
E' verdade que existem outros materiaes superiores a esse para tal mister, mas cuja applicação
olTerece inconvenientes ; assim, por exemplo, o vidro, muito fácil de quebrar-se; a gutta-percha
e a borracha, além de caras, susceptíveis de se deformarem pelos movimentos do terreno, P até
de se alterarem nesse meio, segundo Lefort.
Por conseqüência, ficam assim destruídas as objecções levantadas contra os actos da em-
preza balnearia, na parte que affecta a questão iatrochimica. Fora deste terreno, nada tenho que
ver com a veracidade das outras accusaçOes, com que por isso não me oecupo.
Em conclusão, de tudo o que fica exposto, resulta :
I , que a distancia da fonte Macacos ao estabelecimento, não é de quasi um kilometro, e sim
o
prejuízo sensível das propriedades thorapouticas de que as agnas de Caldas têm gozado, e não
justificariam de modo algum o descrédito que so tem procurado lançar sobre ellas;
<>, que, em todo caso, essas diflerenças não alcançam o grau sulfurometrico das mesmas, que
foi achado igual em todas as tres (ou quatro) fontes, o inteiramente o mesmo obtido o consignado
pela commissão de 187-1;
10", que, finalmente, conservando a agua da fonte Macacos as tres qualidades primitivas, que
são os principaes factores do sua acção medicinal e curativa, a saber: thcrmalidade, alcalinidado
e sulfuração, lica prejudicado e destruído o fundamento capital das queixas formuladas pelos
adversários da empreza.
Não terminarei, porém, esta [arte do relatório sem declarar que, não obstante estas conclu-
sões contrarias aos argumentos invecados pelos queixos:* em favor da reclamação de um novo
estabelecimento balneário, exclusivamente sup; rido pela fonte Macacos, não serei eu quem con-
teste a vantagem de sua fundação, mas somente para commodidade dos poucos moradores circumvi-
sinhos, que, na distancia em que se acham do aetual estabelecimento, ti ca m privados, durante
os dias de chuva, de utilizar-se das nguas tliermaes. A l e v a r a questão para esse terreno, e
fora de duvida quo seria mesmo muito mais commodo que cada habitante tivesse essas águas em
sua casa, á sua disposição. Mas, entre esse motivo do mera conveniência e a necessidade de
outro estabelecimento, exigido pela distancia do primeiro, conforme a condicional especificada na
:> cláusula do contracto, vai grande difTerença.
Estudando as condições que poderiam influir reclamando o cumprimento daquella disposição,
\v-se que, além da supposta alteração das águas, já desmentida, também a densidade da população
seria um argumento poderoso em favor da fundação de outro estabelecimento, si ella excedesse os
recursos materiaes do primeiro; mas ninguém seriamentealleg.ria essa circumstancia, que por e m -
quanto está longe de justificar semelhante medida. Nutro a certeza de que mais tarde ella se
imporá fatalmente com o augmento da população, quer lixa ou local, quer adventicia ou accidental,
attrahida pelo credito crescente das águas, c dos meios cada vez mais variados de seu em-
prego.
Até lá. porém, cumpre que os descontentes esperem resignados, e não só abandonem a
attitude hostil que guardam para com a empreza balnearia. e cujas más conseqüências elles
compartilham, mas também venham em auxilio dessa uiil e humanitária instituição; e, era
vez de crearem e opporem m i l embaraços ao seu progresso e engrandecimento, empenhem todas
as suas forças e actividade em beneficio desse resultado, que deve ser o desideratum com-
mum.
Neste sentido, faço também daqui um appello ao Governo solicitando a concessão dos favores
do que carece a empreza, p i r a quo o estabelecimento balneo-therapico possa attingir a altura a que
tem direito, c assim venha a preencher todos os fins dos seus congêneres, dos quaes. é preciso con-
fessar, está ainda longe. Klle é, por emqunnto, uma simples casa de banhos, e debaixo deste
ponto dc vista pouco deixa a desejar. Não é, porém, somente nisto que consistem os estabeleci-
mentos desta natureza: faltam ainda naquelle salas o apparelhos especiaes para duchas e banhos
de vapor, para pulverisncão de agua thermal. e para inhalação quer dc agua pulverisada, quer
de gazes e vapores; para massagem, exercícios e ouiras applicações desta ordem, faltam ainda
piscinas ou tanques de demora e natação, etc.
Só com estes e outros recursos so poderá colher das águas thermaes de Caldas toJo o pro-
veito que ellas devem produzir. Antes de chegar a este ponto, julgo inteiramente desacertado
pensar-se em outro estabelecimento balneário dentro de uma á r e a tão peiuena: mais vale pos-
suir um único bom e completo, adequado a todo; os seus variados misteres, do que dous, ambos-
incompletos. dcfiViontes e incapazes do preencher PS- seus fins.
IMP. 2
10
A.DDITAMENTO
Tive occasião do referir-me a uma agua sulfurosi fria descoberta do outro lado do ribeirão
dos Poços, e que o povo do logar baptisou com o nomo do SinMsinha. E' uma fonte pouco
rendosa, pouco abundante, que brota á beira do um córrego tributário daquelle ribeirão, e cuja
temperatura é a mesma da agua do córrego. Seus outros caracteres physicos são os seguintes:
limpida, transparente, de cheiro o sabor levemente hepatico, sensação fracamente unctuosa ao
tacto; azulesce o papel vermelho de turnesol, e, submettida á analyse qualitativa, com os mesmos
reactivos empregados no exame das outras, forneceu resultados análogos, indicando a mesma
composição.
Consultado o sulfurometro de Dupasquier, obtive 1 1/2 gr. ; portanto quasi o mesmo titulo de
sulfuração das águas thormaes.
EUa é utilizada pelos doentes em applicação interna; e poderia, como disse, ser aproveitada para
misturar com aquellas, afim de obter o resfriamento conveniente para certos usos.
Do passagem, finalmente, consignarei a existência de mais uma nascente, porém de agua de
natureza muito diversa, encontrada em outro ponto da povoação; é por ora pouco abundante
também. O aspecto do leito em que ella corre, bem como seu sabor, denuncia logo sua qualidade
ferruginosa, quo foi confirmada pelo emprego dos reactivos apropriados.
Forneceu de resíduo fixo, approximadamente lsx,75, o exame feito sobre a agua, e depois sobre
este resíduo em solução mais concentrada levou-me á convicção de que se trato de uma agua
mineral pertencente ao grupo das sulfatadas-ferreo-calcareas, e portanto podendo ser aproveitada
para uso interno nos casos em que os seus princípios dominantes (ferro e cal) são indicados.
I I . — L A M BAR Y (5)
Pouco tenho que informar sobre o estado das águas desta localidade, porquanto nenhum
trabalho se fez propriamente nas respectivas fontes, depois da visita da commissào de 1873. Ellas
ahi se acham nas mesmas condições em que esta as encontrou Desse anno, com a única differença
de que os poços conservam-se agora abertos, e suas águas constantemente expostas, visto como
foram retiradas as tampas que os fechavam incompletamente, deixando apenas, em cada uma,
pequena abertura por onde se faziam descer as vasilhas para a extracção da agua. Hoje faz-se
com mais facilidade este serviço, que tem augmontado de um modo considerável, com o desen-
volvimento adquirido pelocommercio de exportação de águas.
Da suppressão das tampas resultou vantagem em vez de inconveniente, sobretudo em relação
ã fonte gazosa, a mais importante, para não dizer a única importante, visto como, tornando visível
toda a massa liquida e o fundo do poço, pòie-se estar seguro de sua limpeza e velar pela con-
servação da mesma.
Entretanto, não se pôde deixar de reconhecer que é ainda muito imperfeito o serviço do
extracção ou colheita da agua para o seu engarrafamento em grande: o modo pelo qual é feito
prestr.-seáimpurincaçao da agua, determinada pela immersão da mão e parte do braço da pessoa
encarregada dessa tarefa. l i ' pelo menos desagradável e repugnante para quem vê ou sabe.
Sou. porém, informado de que, em breve, este processo será modificado e substituído por outro,
depois das obras que se projectam em beneficio das fontes, para captação o elevação do nivel das
á g u a s . Estas obras que até esta data nunca foram realizadas, são indispensáveis para garantia
de conservação das qualidades das referidas águas e verdadeiro conhecimento de sua composição
e das propriedades assignaladas em relação às tres fontes: gazosa, Paulina o M a r i a .
(5) E' este o nomo main corrocto. e não Aiam':arij. como, por engano ou confusão, «wreveu a «ommissáo
no BCU relatório.
11
Pelo quo demonstraram as analyses praticadas pela commissão de 1873, conforme consta do
seu relatório, a agua destas tros fontes parece ter uma origem commum. Ellas apresentaram
a mesma composição qualitativa som discrepância, e ato quasi a mesma quantitativa, variando
de muito pouco os algarismos que representam a proporção dos princípios constitutivos, sobretudo
entro a fonte gazosa o Paulina; sendo para notar-se entro ellas a identidade dos algarismos
correspondentes ao ácido sulfurico, ao chloro, á potassa e ao peroxydo de ferro!
Esta circumstancia torna-se ainda mais saliente relativamente ao composto ferruglnoso,
porquanlo, conformo já o disse a commissão de 1873, só a agua da fonte Paulina era reputada
férrea entro o povo, quando a da fonte gazosa revelou á analyse precisamente a mesma qaantidade
do ferro, aliás insignificante; e a da fonte Maria, que ninguém acreditava ser ferruginosa, ao
menos nunca passou por tal, mostrou, pela analyse, cinco vezes mais ferro do que as outras
duas.
Pois bem, si ainda agora volto a esta questão, é para dizer que, na opinião muito fidedigna
do D r . E . G. Stockler, digno medico, emprezario destas águas, esse elemento é talvez todo
accidental e estranho á composição natural das mesmas, provavelmente devido a objectos do
ferro nellas cahidos ou atirados e que foram de facto encontrados e dahi extrahidos, por occasiãò
de levantamento das tampas que fechavam os poços, e da limpeza a que se procedeu então no
fundo dos mesmos.
Por outro lado, como j á fez ver a commissão, a fonte Maria, que passava a t é então por sulfurosa,
por causa do leve cheiro hepatico que exhala, nenhum direito tem a essa classificação, visto
como a analyse chimica feita com todo o rigor não accusou a presença de sulfureto algum, nem
mesmo de ácido sulphydrico, explicando-se os levíssimos traços ou vestígios deste gaz, denunciados
apenas pelo cheiro, como o resultado da decomposição dos sulfatos contidos n'aguapela matéria
orgânica, do que ella é mais rica do que a das outras duas fontes.
Exactamentecomosuccedecomada fonte Duque de Saxe, em Caxambú, cuja agua o povo deste
logar insiste em considerar o aconselhar como sulfurosa aos incautos e ignorantes que lá vão,
a despeito do parecer da commissão, que desde 1873 negou abi a existência de semelhante agua,
assim como da pretendida agua magnesiana.
O que é mais triste é quo alguns médicos, por systema ou mal entendido capricho, sustentam
e confirmam esse preconceito, sem habilitações para contestar o destruir uma opinião firmada
sobre dados rigorosos de analyse, feita por pessoas de cuja competência e probidade scientifica não
podem duvidar.
À esta circumstancia, mais do quo á teima inconsciente e rotineira do povo, attribuo a con-
tinuação dessa crença de agua sulfurosa em Caxambú ; porquanto em Lambary ella desvaneceu-se
com facilidade, em relação á fonte Maria, devido ao critorio e inustracão do medico que ahi está à
testa da empreza e dirige e regula a applicação das águas aos doontes, prestando' deste modo
justa homenagem ao resultado obtido pela analyse da commissão.
Pelo mesmo motivo, cahiu a reputação de agua férrea de que gozou a fonte Paulina e é natu-
ralmente devido a este facto que essas duas fontes tòm sido relativamente desprezadas. Tal ô ao
menos á impressão que deixa a qualquer o estado de abandono em que se acham, desprotegidas das
pequenas cobertas, em fôrma de casinhola ou chalet, que as abrigavam, e agora com suas á g u a s
quasi completamente expostas ao tempo, ás chuvas o outras causas de impurificação (6;.
E' verdade que se teve a i d é a d e substituir as duas casinholas por uma sò, maior, que abrangesse
as duas fontes; chegou-se mesmo a começar sua construcção, da qual existe somente ainda o t r a -
vejamento de madeiras, esse mesmo estragando-se ao tempo; e parece, pelo que onvi, que não
será mais concluído. Nisto, porém, não v a i prejuízo algum ás virtudes o credito das á g u a s d ô
Lambary, visto como, tendo sido todas as tres fontes declaradas pela analyse de composição
idêntica, de accórdo com esto resultado, as duas fontes Paulina e Maria perderam a sua impor-
•(Q) Apesar disso, alguns teimosos, do numero dos bernaventurados, procuram a ingerem estaagua, levados
por inspiração própria, que não subordinam à provas identificas. •" " ...... »
12
taueia; toda a utteiição o tüdos os cuidados convergiram para a fonte de..o.i.inuda gazosa (como
si as outras não o fossem !), mais que suffleiente, pela sua abundância e riqueza, para supprir as
necessidades de todos que procuram a justo titulo suas decantadas virtudes.
Foi depois disso quo se procedeu á limpeza da fonte ealii se encontraram os vários objcctos de
ferro a que alludi, já gastos ein parte. Dalii talvez, como disse ha pouco, a presença do ferro
assignalado na composição dessas águas, ainda quo seja esse um elemento muito commum em
qualquer agua mineral entre nós, independente des.^a causa fortuita.
Por esso lado, pois, a todo o tempo, depois que se executarem as obras de capta<;ão projecladas
nestas fontes, acredito que será necessária nova analyse, como único meio de liquidar aquella
questão.
O que, porém, na opinião respeitável do illustrado cMlega Dr. Stoeklcr, mais reclama novo
e acurado estudo ò a questão concernente aos gazes. Não pode elle capacitar-se ou convencer-se
do que alguma circumstancia não tivesse inlluido [-ara perturbar o resultado das aualyses feitas
cm 1S73, relativamente a estes princípios. Sem negar o escrúpulo e proliciencia da commissão
em todos esses trabalhos, todavia pen?a elle que o exume dos gazes não foi talvez bastante
rigoroso, ou, pelo menos, tão rigoroso quanto podia ser :
1. » Si fosse discriminada a composição precisa desse pequeno volume de ar contido e encontrado
nas águas, cuja proporção não excedia, diz o relatório, de alguns millimetros cúbicos por cento do
volume total, residuo>,i"j por ii»o foi despiezado, ao passo que o Dr. Gorceix. ahi tendo estado, em
um ensaio a que procedeu na agua gazesa. diz haver encontrado 1 1/2 jn de oxigeno, encarecendo n
assim o seu v a l o r ;
2. " Si fosse determinada directamente a quantidade de gaz carbônico livre, em voz de o ter
sido por differenciação. como se lé á pag. O do allucliclo relatório (7), isto c'\ deduzida da quanti-
dade total de gaz carbônico lixado por unia solução de chlorurelo de baryo ammoniacal, menos a
quantidade calcularia necessária para converter em biearlonatos os oxydos mctallicos existentes
em um volume certo uagua.
Pódc e.Tecüvainento ter havido alguma causa de erro ou engano neste modo de proceder,
porém assevero que elle é perfeitamente correcto e aconselhado por chimicos hydrologistas.
Quanto áquella minima proporção de ar contida nas águas, julgo-a sem a importância que
presume o meu di.itincto colljga.
Entretanto, com franqueza o digo. compartilho a t é certo ponto suas justas apprehensões sobre
a quantidade total ede gaz livre achada pela analyse na agua das tres fontes do Lambary (8), em
confronto umas com as outras, e a que realmente ellas parecem conter.
Confesso que repugna ao espirito, ao contemplar essas tres fontes, aceitar que a quantidade
de gaz seja, nem mesmo igual em tedas tres, quanto mais inferior n a g u a gazosa á que a ana-
lyse revelou nas outras duas; quando, a respeito destas (Paulina e Maria), a commissão de-
clarou, cm 1S"3, que ellas eram pouco cfícrcesccntes, sou desprendimento gazoso lento em ambas,
e, ainda mais. a t é interrompido na fonte Paulina, justamente a mais gazosa pela analyse (!!), ao
passo que, a respeito da fonte propriamente dita gazosa, a commissão disse que sua cflervcsccncia
era notável, prodigiosa c tão considerável que j á tem sido causa de accidcntcs a pessoas que i m -
prudentemente se tém demorado com o rosto muito próximo da superfície !
Como conciliar esta circumstancia com os resultados analyticos, que deram para esta ultima
fonte menor riqueza cm gaz carbônico, quer livre, quer combinado, o entre as outras duas. o que
é mais admirável, ainda um pouco maior quantidade á fonte Paulina, cujo desprendimento g a -
zoso é justamente o mais fraco, sobre o ser lento é interrompido ?
listes resultados parecem consagrar um nriucimo absurdo, expresso pela seguinto formula :
(7) Esta indicação do relatório acha-se declarada na parte concernente i aualysc das acuas dc Caxambú:
mas pusso assegurar que 101 ô mesmo processo seguido na das do Lambary. ' 0
diversas de pressão, temperatura e outras circunistancias quo iulluem e fazem variar o coeffi-
cicnte de solul)ilidado de um mesmo corpo, em um mesma vehiculo, não podo appliesr-se ao
caso vertente, cm que não se veriliei essa hypothese. As cou lições são as mesmas: assim a tem-
peratura das á g u a s ô invariavelmente a mesma e igual em todas as tres fontes, qualquerque seja
a temperatura ambiento, mais alta ou mais baixa, conformo tivo oceasião de verificar (9). A
pressão barometrica. ainda que possa oscillar na localidade por inllue:v ias meteorológicas, é, em
um tempo dado, inteiramente a mesma sobre as tres fontes (0 ,6&~), visto a sua grande proximi-
m
dade (lü). Também não se poderia appellar para o grau de mineralisação destas águas, porquanto
o algarismo quo representa o resíduo fixo respectivo não guarda relação directa nem inversa com
o que corresponde á quantidade de gaz carbônico assignalada pela analyse ; assim é que a gazosa
e a Paulina, as mais próximas c semelhantes em grau de mineralisação, em que a differença
de resíduo fixo é apenas de 0 ,002 por litro, são justamente as mais afastadas e diversas em quan-
!:,
tidade total c livre dò gaz carbônico. Por seu lado a fonte Maria, que foi achada a mais rica de
princípios salinos fixos, não é a mais pobre de gaz.
Sendo assim, nenhuma circumstancia podendo ser invocada para explicar esta pequena
differença do cr.rbonatação ijazosa das tres á g u a s , debaixo das mesmas condições thermo-barome-
tricas e outras, não ha razão para que ellas não absorvam pelo menos a mesma quantidade de
gaz carbônico, uma vez que a fonte de produrção deste gaz em todas suppre suficientemente para
a l c a n ç a r o ponto do s a t u r a ç ã o . E si, dc facto, este ponto não pudesse ser attingido, então a
vantigem devia estar em favor da agua gazosa, cuja cffervescencia é extraordinária c prodigiosa:
com effeito, além de continuo e abundante o desprendimento gazoso formado de bolhas grandes e
regulares, nota-se mais que, de meio em meio minuto, de 40 em 40 segundos, arrebenta na super-
licio um grande borbotão, uma enorme bolha de gaz, que o povo da terra chama tubarão.
Destas ponderações resulta para mim a convicção de que as águas destas tres fontes são
absolutamente da mesma natureza. Nem se pôde pensar outra cousa de águas cuja composição
qualitativa é inteiramente a mesma, e em que a differença de composição quantitativa, segundo a
analyse, não vai além d c 2 a l l milligrammas de resíduo frio por litro, e de 7 a 8 milligram-
mas dc gaz carbônico, quer total, quer combinado.
A conclusão em favor da identidade dessas águas impõe-se naturalmente, a despeito dessas
dilTerenças, aliás mínimas, e que dc nenhum modo atíestam falta do necessário rigor e i re-
cisão nas analyses c nem desabonam a competência c perícia dos chimicos quo as executaram.
F.llis correm por conta da impossibilidade de dar a estes algarismos o caracter de resultados m a -
thematicos, por mais provados que sejam aquelles requisitos dos analystas e o cuidado empregado
nos seus trabalhos, como garanto que foi pela commissão de 1873.
Nem é extraordinário este facto attendendo a que taes resultados variam muitas vezes a respeito
da mesma agua, analysada por chimicos abalisados e acima de toda a excepção: disso poderíamos
citar numerosos exemplos, que ss encontram cm quasi todos os livros do chimica geral e especial-
mente de chimica hydrologica.
Ainda mais, esses resultados tüm variado muitas vezes nas mãos dos mesmos chimicos, om épocas
suecessivas, próximas. Finalmente, sabem todos que conhecem de perto estes trabalhos, que nunca
('.>) 20 a 21 no máximo.
: c
(Í(J) 15 a 20 mfclros.
14
o chimico se contenta como primoiro resultado obtido em cada ensaio que executa, a propósito
da pesquiza ou dosagem do cada principio ou elemento componente das águas : ó preciso repetir
uma e muitas vezes esses ensaios, nos quaes obtém freqüentemente .algarismos diversos, o é
só depois de operações repetidas que elle se acha habilitado a lirmar o resultado definitivo, tomando
a média desses n ú m e r o s .
Foi assim quo procedeu a commissão de 1873, conformo declara em uma nota á pag. 10 do sou
relatório.
Ora, sendo as médias consignadas em relação ás tres águas do Lambary tão próximas, é
claro quo os números que representam os resultados de ensaios repetidos, donde aquellas
médias foram tiradas, deviam ter-se encontrado muitas vezes em suas oscillaçOes. E onde es-
taria ou e s t a r á a verdade?
Uma ultima consideração adduzirei como argumento favorável á identidade perfeita dessas tres
á g u a s e á necessidade, portanto, dc novas analyses, aiim de tirar a limpo esta questão, logo que
estejam concluidas as obras que se projectam nessas tão preciosas fontes : retiro-me ã densidade
achada pela commissão nas tres águas, quo foi dc 1.0001 para a fonte gazosa, de 1.000G para a
Paulina e de 1.0008 para a Maria, differcnças insignificantes. Ora. essa densidade, produeto
fatal do methodo rigoroso empregado para a sua determinação, deveria estar em relação di-
recta com o grau de mineralisação das respectivas á g u a s ; entretanto, com referencia ás duas
ultimas fontes, os algarismos que reptesentam sua densidade estão na razão inversa dos que
correspondem ao residuo fixo das mesmas. Nem poderia influir para explicar esta discordância
o volume diverso de gaz dissolvido nas á g u a s , tornando mais leve uma que outra, porquanto pre-
valeceria ainda a mesma relação inversa.
Ate esta data estou, pois, convencido de que as águas do Lambary não soíTreram altci-ação
alguma, pelo menos apreciável aos ensaios de analyse qualitativa que pude effectuar: elles
revelaram os mesmos caracteres physicos e chimicos comparados com os que foram reconhecidos
da primeira vez, pela commissão dc 1873. Somente pareceu-me que ainda mais se approximaram
agora as duas fontes Paulina o Maria, no modo por que se comportaram cm presença dos re-
activos do ferro, o que não suecedeu daquella vez, e explica-se talvez pelas causas dc impuriticação
a que ambas estão sujeitas e as tornam actualmente imprestáveis.
Como disse em começo, nenhuma obra se fez por ora que pudesse comprometter ou alterar
estas fontes. O adiantamento único importante, que, no espaço de 15 annos, encontre' no Lambary,
foi o novo estabelecimento hydrothcrapico, cuja construcção ainda não esta acabada, mas quo,
entretanto, já funeciona muito regularmente. Dá fundos para o primitivo estabelecimento b a l -
neário, que a commissão ahi achou naquelle tempo c descreveu no seu relatório, sem communicar
com elle, c a frente para o outro lado da praça, ainda inculta e alagadiça, que a empreza pretende
aterrar e ajardinar.
Muito mais espaçoso, e creio que mais bem construído do que o antigo, este edifício consta
também de tres corpos, sendo um central com sobrado em fôrma de chalct c dous lateraes assobra-
dados. E' no pavimento inferior do corpo central que está installada a sala das duchas, com
chuveiros e apparelhos para duchas dc chicote, circular, longitudinal «ara espiah:i,etc. Nos dous
corpos lateraes, em communicação com o do centro, notam-se duas series de sete quartos de cada
lado para o vestiário. Ao longo da fachada principal estende-se um vasto s a g u ã o avarandado e
coberto, cujo chão é lageado, som arte nem capricho, com as celebres pedras de S. Thomé, e é
ahi que os doentes fazem os exercícios corporaes livres, recommendados antes e sobretudo depois
das duchas.
A agua.emprcgadancstas é fornecida por dous grandes reservatórios de ferro, quo já existiam
em 1873, porém collocados agora em um plano mais elevado do ediíici.. novo, no forro da peça cen-
t r a l . Estes reservatórios são alimentados pela agua também gazosa, pelo menos muito efferves-
cente, porém nunca analysarla, de um poço existente a oito metros distante da fonte gazosa pro-
priamente dita, e abrigado em uma casinba fechada, em cuja parte posterior J i a - a i n d a uma
15
banheira velha, destinada a uso do pessoas pobres, que pouco a freqüentam, apezar da multa
pobreza quo habita esta localidade (11); pelo quo esta peça está servindo antes de deposito do
alguns objectos o materiaes da empreza.
O primitivo estabelecimento lá existo no mesmo estado em que a commissão o v i u , para não
dizer mais estragado, tendo sido substituída toda a cobertura de zinco por telhado, atlm de evitar
a continuação do; estragos pelas chuvas (como se fez também a respeito da coberta que abriga
o poço da fonte gazosa).
Este edifício, quo ainda a empreza reserva para banhos de immersiio, possue as mesmas banhei-
ras que desde aquelle tempo ahi j á existiam. A sala de entrada servo por emquanto de deposito de
garrafas o local onde so faz o encaixotamento das que são destinadas á exportação. Em um quarto
interior tom o Dr. Stockler um gabinete para consulta c pesagem dos doentes.
A praça fronteira a este edifício está plantada e ajardinada com gosto e cercada por gradil de
ferro, que ainda não havia em 1873. Foi retirada a bica central, que fornecia agua potável aos
moradores circumvi/.inhos, ticando em seu logar um poço, cuja agua só ó utilizada na rega do
jardim.
Assim, pois, é fora do duvida que esta estação hydro-mineral tem apresentado um desenvol-
vimento relativamente pequeno, por causa da maior distancia e despezas maiores de transporte do
que ofTerece Caxambú, cujas águas não são superiores sinão em grau de mineralisação e cujas
condições topographicas, sob o ponto de vista climatologico, são antes inferiores.
Tenho, porém, razões para acreditar que, dentro de pouco tempo, essas diíliculdades serão
attenuadas, o esperar para as á g u a s do Lambary um futuro auspicioso não mui remoto, de modo
a poderem reconquistar a sua primitiva concurrencia.
A uns 500 metros distante da fonte gazosa, em uma situação aprazível denominada Retiro
Feliz, nasce e corre uma agua levemente ferruginosa, muito apropriada ao uso dos doentes que
carecem dessa medicação, muito mais do que a da fonte Maria, que aliás nunca passou por férrea,
c do que a da Paulina, que ainda menos direito tem a esse titulo, embora tenha sido acreditada
como tal entre o povo ignorante.
CAMBUQCIRA6
Tendo ouvido fallar com muito interesse e favor das qualidades attribuidas ás á g u a s mineraes
de Cambuquiras, distante do Lambary perto de quatro léguas, estando eu neste logar, não pude
resistir ao desejo e curiosidade de visitar essas fontes, e para ahi dirigi-me no dia 5 de Março,
apezar de não estar esse exame comprehendido na commissão de que fui incumbido.
Eis o que entendo dever informar sobre essas á g u a s . Ellas têm realmente legitimo direito a
attenção e solicitude do Governo; pois acredito, pelo exame a que procedi, que são pouco mais ou
menos da mesma natureza das do Lambary e Caxambú. Como estas, ellas são alcalino-gazosas, sim-
ples e férreas, e brotam de vários pontos desta localidade em uma extensão de 250 a 300 metros de
diâmetro.
Até hoje, pode-se dizer que nenhum cuidado foi prestado no intuito de captar ou mesmo pro-
teger e melhor aproveitar essas fontes ; de modo que ellas são freqüentadas pelos porcos que ahi
vagam, e que não só bebem, mas banham-se nas suas á g u a s .
N'um ponto em que a vèa liquida é mais abundante e eflervescente, foi assentada uma tosca
banheira de pau perfurada; «o lado desta, foi cavado na terra um espaço correspondente ao
tamanho de outra banheira, e que ahi ficou sem revestimento algum a t é agora. Estas duas ba-
nheiras (si á ultima se pode dar este nome) estão abrigadas em uma casinbola grosseira para
esse fim construída. Hoje acha-se ella esburacada, cahindo em ruínas ; as banheiras sujas, immundas,
com grande doposito amarolludo o ferrujcnto nas paredes e no fundo, pela mistura dc águas
estranhas que ahi penetram, alagando as fontes, e impuriilcando as águas, cujo uso, mesmo em
fôrma de banhos, parece completamente abandonado.
Em um ponto mais afastado e mais abrigado do ingressso do porcos, colhem os poucos h íbi-
tantes do logar a agua gazosa, que 6 quasi a única de que usam habitualmente.
Quanto ã agua férrea gazosa, cuja fonte brota em um ponto opposto do perímetro indicado,
encontrei-a ainda em pcioros condições. Com as chuvas cabidas anteriormente, e apezar de se terem
passado tres dias consecutivos de sol, estavam essas águas misturadas com águas pluviaos, do
maneira que tive necessidade de íiltral-as, para poder apreciar essa qualidade, jiela qual são tão
recommendadas.
Ainda assim ellas manifestaram a r e a c ç ã o franca do ferro aos reactivos apropriados, a l é m dos
outros caracteres communs com os da agua gazosa, isto é, precipitaram ambas abundamonte pela
agua de cal e de baryta e pelo acetato de chumbo (12) ; tendo sido negativos os resultados obtidos
com os outros reactivos.
Cambuquiras tem também a sua mania de agua sulfurosa; pois ahi achei esta noticia ou antes
esta crença firmada com muita insistência pelo povo do logar e outras pessoas que, como em
Caxambú, entendem que basta que uma agua tenhi leve cheiro de ovos podres para ser classifi-
cada como agua sulfurosa, sem indagarem a causa desse facto. e sem saberem ou admittirjm que
possa ser outra a não ser a existência do euxcfrc nas condições necessárias para ser a agua aprovei-
tada naquella qualiJade.
Felizmente em Crmbuquiras não será tão diílicil destruir essa crença infundada c a t é preju-
dicial, porque, quando lã estive, havia inteiramente desapparecido a tal fonte, sepultada debaixo
da terra arrastada pelas chuvas torrenciaes. de fôrma que não v i mais sinão o logar ubi anua sulfu-
rosa fuit, que algumas pessoas mostraram-me com verdadeira magua e decepção.
III— CAXAMBL"
No dia 14 de março cheguei a este logar, onde encontrei, como cm Caldas, grandes m u d a n ç a s
não sò quanto ao augmonto considerável da povoação, como ao estado actual das fontes hydro-
mineraes, comparados com o que se acha descripto no relatório da commissão de 1873, que também
analysou estas á g u a s .
Ellas são hoje o oljecto da solicitude e cuidado* de uma empreza. que se comprometten a
captal-as. bem como a beneficiar o terreno correspondente ao perímetro em que cilas brotam.
Neste sentido, já tem a empreza feito alguma enusa. creio mesmo, quanto lhe tem sido possível,
attendendo ás difíleuldades financeiras em que se achou após as despezas extraordinárias e.Teituadar.
com a fundação do grande hotel, do um vasto restaurunt separado e do estabelecimento bydrothe-
rapico. Muito falta, porém, ainda para que sejam realçados aquelles compromissos, de que aliás
depende o futuro das fontes o da localidade.
O hotel está regularmente montado com decência e conforto, m i s lica um pouco distmte das
fontes e rio estabelecimento, o que é um inconveniente para os que estão em uso de duchas se
transportarem abi nos dias de chuvas, o mesmo para mo das águas junto ás fontes.
Independente do hetel, e mais próximo destas, acha-se o restaurnni ou refeitório dos aquáticos,
que. pnr excedo de lotação no grande botei, liospr>(lnm-so em casinhas avuls-ss. alugadas pela
ompreza. Hoje, o hotel, o restaurtmt o estas casinhas estilo desligados da empreza e foram arren-
dados a um particular (Dr. Theophilo Maciel), ficando ella somente com o parque, o commercio de
á g u a s e o estabelecimento hydrotherapico.
Este ultimo ó um bonito edifício, apenas do construcção ligeira e pouco solida, cuja apparencia
impressiona agradavelmente, e que nada conserva da primitiva casa de banhos abi existente em
1873. Consta de um pavimento único, bastante assobradado, cuja fachada representa a fôrma de
tres pequenos chalets, communicando-se por dous corpos latoraes.
Na fronto estende-se um longo saguão, assoalhado, para onde se entra, ou antes se sobe, por
duas escadas de mármore, de seis degraus, collocadas lateralmente, sobre a porção central mais
saliente, cujo patamar é ladrilhado.
No interior encontra-se, de cada lado e de fora para dentro, tres quartos que servem: um para
rouparia, outro para dormida do empregado e o terceiro destinado a um gabinete electrotherapico.
Estas tres peças dão para uma saleta ainda desmobiliada, que as separa da serie de quartos reser-
vados ao toilette, e abrindo para o corredor que leva á sala de duchas. Esta occupa a parte média
do edifício e contém os apparelhos ordinários c mais usuaes para duchas dc chuveiro, cachoeira,
de chicote com diversas embocaduras, circular e de espinha. O jacto liquido é bastante forte e a
agua, que ó commum ou potável, é fornecida por um deposito situado na subida do morro adjacente,
a 12 metros de altura do estabelecimento.
Disse-me o Dr. Viotti, digno director-secretario da Companhia das Águas Mineraes de Caxambú
e Contendas, que preferiu a agua commum para este mister, porque, além de ser isso indifferente
para os usos therapeuticos, esta tem sempre uma temperatura mais baixa (10° a 12°), e portanto
mais approximada da que é recommendada pelos especialistas como mais proveitosa. Não me parece,
porém, ser tão indiíTerente assim para os effeitos medicinaes o emprego de uma ou de outra agaa,
visto como a agua mineral ahi, representando uma dissolução concentrada de gaz carbônico, pela
evaporação deste na superfície do corpo, produziria subtracção de calor e abaixamento de tempe-
ratura, além da acção de contacto mais pronunciada, favorável à reacção subsequente. Demais
afigura-se-me, sem poder aifirmar, que a fonte" gazosa, que aliás parece a mais abundante, não
suppriria as necessidades do estabelecimento, nas occasiões de maior concurrencia; não teimo,
porém, visto me ter garantido o contrario aquelle talentoso collega.
Uma circumstansia. porém, mais digna de nota ô que as chaves correspondentes aos diversos
apparelhos de duchas não e s t ã o collocadas todas na tribuna destinada ao duchista: cada apparelho
tem a sua chave, o que é um defeito que só tem a utilidade de facilitar ao banhista servir-se por
si do apparelho que quizer ou precisar, excepto o de chicote, que não pode dispensar o auxilio de
outra pessoa.
Nada mais ahi se encontra por ora com relação a outras applicacões hydrotherapicas, nem aos
exercícios complementar es.
Quanto ás fontes, maiores são as diüerenças que observei. Das seis existentes em 1873, uma
(a de nome D. Thereza) desappareceu, ou antes foi propositalmente obstruída, sob pretexto da
grande proximidade em que estava da fonte D. Pedro, muito mais importante, e das alterações
de que esta constantemente estava ameaçada pela mistura ou intervenção daquella, o que seria
em prejuízo da principal fonte da localidade. Não obstante, acreditam algumas pessoas que a
fonte D. Pedro resentiu-se justamente desse facto e apresentou qualquer modificação nos seus
caracteres organolepticos e qualidades primitivas, que aliás n ã o percebi, tornando-se mais pesada,
segundo uns, manifestando, segundo outros, ura certo resíduo levemente ferruginoso, que antes
não tinha.
Parece, à primeira vista, que assim devia ser: entre duas fontes próximas a garantia de con-
servação e pureza de uma está na sua captação perfeita e no desvio da outra para ponto mais
afastado, mas nunca na suppressão desta, sobretudo sem aquella providencia. E", pois, muito pro-
vável essa alteração de que accusam a empreza, o que só nova analyse quantitativa pôde deter-
minar precisamente. Pelos ensaios ligeiros a que procedi, não reconheci differença sensível.
IMP. 3
18
S i , do facto, a fonte D. Pedro nüo foi rigorosamente captada, como asseguram algumas pessoas,
contra a afflrmaçao categórica do Dr. Viotti, não o posso dizer, mas com certeza e a que melhor
attesta esse trabalho, consoguindo-se a elevação da agua a t é ao nível do solo, quando estava antes
a meio metro abaixo. A fcnte simula hoje um pequeno chafariz, cm forma de prisma quadrangular
fechado na parto superior por uma espessa lamina de vidro com larga guarnição de madoira nos
bordos o pela qual é ella fortemente fixada á pilastra. Em uma das faces desta, existo o orifício por
ondo corre o jacto continuo de agua com o ruido próprio do gaz que eonjlindamente se escapa. Esta
disposição permitte colher a agua sem introducção do vasilha-; o das mãos na fonte, bem como
facilita o engarrafamento da mesma por um processo que ainda n ã o ó perfeito, comquanto mais
regular ou men^s vicioso do que o praticado em l.amiiary.
A casinha que abrigava esta fonte foi substituída por outra de melhor aspecto o disposição. A
actual offerece a fórnia de um octogono com oito vãos em ogiva, fechados por grade de madeira,
excepto uma por onde se penetra na fonte.
As outras quatro fontes conservam as mesmas cobertas e casinhas que as protegiam, somente
mais limpas e bem tratadas. Destas duas fontes, as duas que ficam do outro lado do Bengo (Conde
d'Eu è Isabel), apresentam actualmente suas á g u a s turvas e sujas. Souiie que nellas so fizeram ten-
tativas abortadas ou mal suecedidas de captação ou, como disse o D r . Viotti, apenas trabalhos de
exploração e estudos que naturalmente devem preceder aquella obra. Foi depois disso que ellas se
turvaram, o que as torna somente mais repugnantes ao uso interno, sem prejuízo de suas proprie-
dades therapeuticas, caso se tenha limitado a esta circumstancia a alteração que ellas experimen-
taram, o que só poderá dizer definitivamente a analyse a que devem ser submettidas, após a captação
completa das mesmas.
Outra a l t e r a ç ã o também importante é a que se nota na fonte D. Leopoldina (a tal pseudo-
magnesiana), cuja agua era d'antes inteiramente inodora e apresenta hoje o cheiro levemente
sulphydrico da fonte Duque de Saxe, talvez mesmo um pouco mais pronunci ido, que valeu a esta,
entre o povo, a denominação e a reputação de agua sulfurosa, da qual ainda não goza aquella. Mais
adiante discutirei a natureza, classificação e valor destas á g u a s .
Estas duas fontes, que se presume terem sido bem captadas, penso que o não foram, ao menos
convenientemente, pois que e l h s n a d a ganharam, si não mesmo perderam, comas obras feitas nesse
sentido: o rendimento d'agua não augmentou, seu nivel não se elevou, estão na mesma profundidade
encontrada, em 1873, pela commissão.
Além do desapparecimento de uma fonte e das alterações observadas nas outras, incluindo pe-
quenas differenças dc temperatura (13), tenho a consignar o descobrimento de mais duas fontes,
das quaes uma fica a uns 80 metros distante da fonte I). Pedro e a que deram o nome de fonte
Viotti, em reconhecimento e homenagem ao seu descobridor (14).
A agua desta fonte apresenta uma efTcrvesccncia continua, e, póde-se dizer mesmo, abundante,
porém formada de bolhas miudissimase coníluentes : diz-se que foi a única bem captada. A superfície
livre da agua acha-se ao nivel do solo, e oíTercce-se á vista em uma bacia quadrada de m á r m o r e ,
com um orifício lateral, por onde corre a agua. E l l a é límpida, de sabor acilulo, picante, muito
gazosa, sem resaibo algum desagradável, parecendo mesmo, tanto quanto se pódc j u l g a r pelo pa-
ladar e pela acção de alguns reactivos, ainda menos mineralisada do que a D. Pedro, por isso consi-
derada, na opinião do D r . Viotti, uma verdadeira agua de mesa. Não é, porém, fresca : sua tem-
peratura, bem como a daquella, é dc 2-K o quo a torna levemente tepida, sobretudo nos dias
frios.
(13) Da outra vez ;i temperatura achada foi dc 21 a 2" . e agora foi de 22 (Conde d'Eu o Isabel)
c c
23 c
(14) Seria isso muito j istoc ate oljripit"rio. si com o des.ipparccimcnio da fonte D. Thcreza. não se impu'
zesse esto n< m • ú primeira (jne se descobrisse na localidade, como repararão ainda mais justa e devida
aquella falia sei-sivol nomeio das o tras fontes baptisadns mm os noiv.es da Família Imperial. A única
duvida STia a differ?nca do composição d;, nova apua r.-l.-itivamente ao que consta da analvse feita "na fonte
ev.incia. mas seria fácil assisnalar por qualquer mod" esi.-t .-irnirnsí-iricv: n d o que deixar aquelle vácuo.
1<>
Coitüii notável, toda a superiiciedo inarmora banhada pala agua esta sendo atacada e cor-
roída pelo gaz carbônico, o que parece um facto estranho á primair i vista, attendendo a que c.
mármore o um carbonato; mas explica-se este offeito pela combinação do gaz com o carbonato,
formando um bicarbonato solúvel.
Finalmente a novidade mais interessante que encontrei em Caxambú, o que tem const tuido :
por assim dizer um motivo de justa curiosidade, ó a chamada fonte intermittente, descoberta
cm um ponto situado por t r á s do estabelecimento hydrotherapico, por occasião de explorações que
ahi se tizeram á procura do uma agua fria ou thermal para o serviço do mesmo. E l l a vem de uma
profuudidade de 4ô metros, segundo fui informado, dos quaes mis 35 cavados cm rocha e 10 na
camada de terra superposta, que cila percorre a t r a v é s de um tubo de ferro de quatro a cinco
centímetros de diâmetro. A agua jorra com offorvesc:ncia o ruído devido á grande quantidade
de gaz que a comprime e com cila se escapa, por uma abertura estreita (dous a tres centímetros),
formando um jacto vertical em repnxo, que vai lentamente crescendo o se eleva espumante em
oscillações irregulares até á altura do tres a quatro metros no máximo (15) para descer depois,
gradualmente, como havia subido, a t é dcsapparecer. Dura este phenomeno 10 a 15 minutos, e
repete-se periodicamente de duas ein duas horas, cmqiunto se conserva aberto o orifício superior
do tubo. E' a great atiraziion do logar, c quo j á mereceu de pessoa muito graduada, meu particular
amigo, uma das nossas illustrações políticas, o senador Taunay, palavras assaz lisongeiras, nas
quaes levou o seu enthusiasmo ao ponto de comparar essa fonte com os geysers da Islândia. E' muito
forçada a comparação, perdóe-me o illustre senador, que sabe quo estas fontes brotim em terrenos
vulcânicos, e suas erupções coincidem com as dos vulcões vizinhos: são precedidas dc um ruído sub-
terrâneo medonho ; depois, volumosos jorros d'agua surgem c elevam-se ã altura de 100 metros,
acarretando a r è a s , pedras e a t é massas graniticas.
Está. muito longe disto a fonte intermittente de Caxambú: esta é proveniente, como quasi
todas as deste gênero, de uma perfuração artesiana, em que o jacto e o phenomsao de intermittencia
estão dependentes de condições puramente physicas de hydrostatica e hydrodyuamica terrestre,
segundo a lei dos tubos commuuicantes, única que a t é estes últimos annos era invocada para
explicar aquelles phenomenes produzidos pelos poços artesiauos. Em algumas, é verdade, ella é
insuficiente para explicar a intermittencia, que encontra s u i razão de ser na influencia do calor
central da terra e na decomposição chimica dos minemos carbonatados. Nestas condições forma-se
vapor d'agua, que exerce maior ou menor pressão, e gaz carbônico, cuja força elástica é ainda
mais considerável do que a do a r ; estes elementos reunidos á agua accumulam-se periodicamente)
a comprimem c fazem jorrar com impeto, sahindo também com c i l a . E' isto o que se dá em uma
fonte intermittente de Y i c u y e n a doSoolbad ou Soolensprudcl (do Kissingen). Nesta, porém, como
em outras, o phenomeno manifesta-se por outra fôrma; cada ascenção é precedida de um i espécie
de rouco subterrâneo, vé-se a agua subir no poço com um desprendimento gazoso considerável, e
ondulação tumultuosa, a pohto de parecer que a agua v a i transbordar; rica assim durante duas horas
a t é que se acalma a cflervescencia, abate-se pouco a pouco o nivel d'agua, e ella desapparece.
Examinando a agua desta fonte com os reactivos ordinários, pareceu-me que e l l a é mais mine-
ralisada do que todas as outras do logar, pela franqueza e abundância relativa dos precipitados
formados com alguns, notavelmente dos quo denunciam a presença de cal e de ferro no estado de
bicarbonatos, donde concluo, salvo melhor juizo, baseado sobre a analyse qualitativa e quantitativa,
que essa agua pertence ao grupo das bicarbonatadas fcrro-calcareas (16); o que e s t á perfeitamente
de accórdo com a natureza dos elementos predominantes na constituição miueralogica do morro de
Caxambú (17), do qual fica a fonte em questão mais próxima do quo as outras. Tales sunt aqwc,
dizia Plinio, qwzlis terra per quam fluwi'..
Espalhou-se e corro também como certo que a agua desta fonte iutermittento encerra alumon e
esta crença tomou vulto, depois quo M r . Berthaud, ahi do passagem, dizem, o confirmara o a
noticia foi repetida na imprensa pela mesma possoa a que alludi ha pouco. Ora, a ser isso exacto»
nüo sei sobre que provas ou dados analyticos flrmou-se aquelle chimico para a v a n ç a r semelhante
declaração (18), porém posso asseverar que, praticando com todo o cuidado os onsaios adequados
a essa demonstração, os resultados foram inteiramente negativos; bastando-me, para excluir a
presença do alumen, a reacção nulla de um sal solúvel do baryo sobre a dita agua. Para tornar mais
patente esto facto e levar a convicção aos que tivessem ainda alguma duvida, solicitei o teste-
munho de alguns collegas, e na presença dos Drs. Viotti, Gabizo, Lino Teixeira, Theophilo
Maciel e outras pessoas, procedi, em uma pharmacia da localidade, ao ensaio comparativo entre
a referida agua e uma solução mesmo branda de alumen; tratadas por aquelle reactivo, esta
precipitou francamente, e a agua nem sequer turvou-se de modo sensível. E' verdade que,
empregando, em vez do sal de baryo, a agua de baryta, esta precipitou ambas abundantemente
(dahi talvez o engano ou confusão), mas o precipitado obtido n'agua foi completa e rapidamente
solúvel no ácido azotico, o que mostra não ser constituído por sulfato de baryo, ao passo que o da
solução aluminosa permaneceu indifferente ao ácido. E r a cabal a prova, porquanto não ha sulfato
onde n ã o ha precipitado om um sal solúvel de baryo, e não ha alumen onde não ha sulfato.
E' bem provável, porém, que succeda a esta fonte o mesmo quo ás duas Duque do Saxe e
Leopoldina, que não perderam os nomes suppostos de sulfurosa o magnesiana, apezar dos resul-
tados negativos da analyse. Ficará sendo como uma fonte, que dizem os hydrologistas oxistir em
A i x (da Saboia), denominada a fonte do alun, comquanto as analyses nunca tenham revelado a
menor partícula deste corpo. Nem é novo o facto. Já Paracelso attribuia certas propriedades par-
ticulares das águas thermaes de Gastein (19) ao alumen, que alias a analyse nunca descobriu.
Outra circumstancia digna do menção é que a agua da fonte intermittente, cuja temperatura
« também de 24<=, manifesta fraco cheiro sulphydrico nos primeiros momentos*de cada e r u p ç ã o .
depois vai diminuindo e desapparece totalmente, quando a agua some-se. Entretanto, pelo papol
de acetato de chumbo nem de leve escureceu ; quer mergulhado na atmosphera da fonte, quer
mesmo no liquido, permaneceu branco, ao passo que uma gotta somente da solução de sulphy-
drato de ammonia em um copo cheio d'agua, é bastante para escurecer sensivelmente o dito papel
e formar no liquido como que uma nuvem escura. Isto foi também presenciado pelos mesmos
collegas supramencionados e outras pessoas. Aquello resultado negativo, pois, claramente indica a
ausência de ácido sulphydrico, pelo menos de quantidade dosavcl deste corpo, do qual, nestas
condições, só podem existir traços unicamente apreciáveis ao olfacto.
Sendo assim, é muito provável que a origem deste ácido seja a mesma que a commissão de
1873 assignalou no seu relatório com referencia á fonte Duque de Saxe, isto é, a reducção p a r -
cial o em minima escala dos sul fatos naturaes da agua, pela matéria orgânica, em sulfuretos,
e depois decomposição destes pelo gaz carbônico da atmosphera.
São, portanto, taes aguas> quando muito e com muito boa vontade, águas sulfurosas secundarias
tado, quo não se acha mais quando estas mesmas águas são expostas ao contacto do ar ou t é m
soflrido o transporto om garrafas (20). Ainda que os reactivos ordinários não indiquem a pre-
sença evidente de ácido sulphydrico, é provavol que, em virtude de sua passagem a t r a v é s de ma-
térias hydrocarbonadas e outras, estas águas produzam e arrastem comsigo uma minima proporção
de ura composto sulfurado, que so destroe desdo que o liquido tem contacto com o ar. Em muitas
circumstancias a presença do hydrogeno sulfuretado é um obstáculo á exploração das águas mino-
raes; assim, não ó raro encontrar porto das fontes de águas bicarbonatadas, sulfatadas e chloru-
rotadas, outras expostas particularmente ás infiltrações de águas estranhas, brotando por flletes
delgados e carregados de alguns princípios sulfurados produzidos pela demora mais ou menos
prolongada da agua através do detritos orgânicos. >
Desta fôrma, quando mesmo se pudesse attribuir seriamente a uma quantidade tão fugitiva
o indosavel de ácido sulphydrico qualquer acção medicinal, restava ainda a questão importante
da origem inconveniente ou pelo menos suspeita desse corpo. Sirva esta ponderação de resposta
a um trecho do trabalho do Dr. Souza Fernandes, em quo este distincto collega fez ou escreveu
a critica sobre o relatório da commissão de 1873.
Coraeffeito, para justificar a acção therapeutica de uma quantidade tão minima e insignificante
de ácido sulphydrico, invoca elle uma opinião que attribue somente a Trousseau e Pidoux e a
W u r t z , quando c a de muitos outros, e vem a ser que esse ácido é um dos venenos mais v i o -
lentos que so conhece, e cita cm apoio desta doutrina uma experiência, em que esse gaz, misturado
cornar atmospherico, na proporção dc 1/1500, pôde matar uma ave!
E" muito simples a resposta e a explicação:
Em I logar, si pode matar, pôde não matar; não mata sempre.
o
Em 2 logar, trata-so de uma ave c não do homem, espécie animal bastante distante na
o
nimiamente tóxica do gaz sulphydrico, essa experiência, bem como o poder tóxico que ella de-
monstra, referem-se á inhalação do gaz, á sua penetração na arvore respiratória, por onde a
absorpção é muito rápida, a t r a v é s de uma larga superficie, mas não se applica o caso à admi-
nistração, pelas primeiras vias, de uma solução sulphydrica, que pôde ser relativamente con-
centrada, sem maior inconveniente, porquaDto aquella mesma superficie broncho-pulmonar serve
neste caso dc emunetorio e proporciona fácil e rápida eliminação do veneno. Appéllo para
as palavras do professor Rabuteau (21), que d i z :
< O ácido sulphydrico é um dos gazes mais perigosos; mas, apezar de sua actividade, é
notável que se pode ingerir e introduzil-o mesmo impunemente no systema venoso, em doses
que determinariam accidentes graves, si fossem introduzidas no sangue arterial pelas vias respi-
ratórias. Nestas circumstancias, o gaz absorvido pelas vias digestivas chega à veia cava inferior
o vai aos pulmões onde se elimina. >
Elle cita, a propósito, uma experiência concludento de C l . Bernard.
Si Soubeiran, e em geral os auetores, definem águas sulfurosas aquellas quo têm cheiro e sabor
hepaticos, a propriedade do ennegrecer os metaes brancos e o acetato de chumbo, não fazem
mais do que assignalar os caracteres mais salientes, communs a estas águas, sem prejuízo de
circumstancias particulares, que aliás os hydrologistas previnem, e que invalidam aquella defi-
nição, quando so consultam as qualidades therapeuticas das águas e o proveito real que dellas se
pôde colher no tratamento das moléstias.
Muito infeliz foi o collega critico quando invocou o exemplo de outras águas estrangeiras,
que presume acharem-se nas mesmas condições da da fonte Duque de Saxe, isto é, contendo
apenas traços de ácido sulphydrico, e que nem por isso têm deixado de ser consideradas sulfurosas;
taes são, diz elle, as de Chatenois, no Baixo Rheno, as de Saint Honoré e as de Bade, na Suissa.
Vou provar quo não ha paridade entro estas águas e aquella, o não aproveita, pois, o argumento
appeMandoparaas indicações consignadas no livro de Constantin James (22), que é autoridade
na m a t é r i a :
l.o As águas de Chatenois, apezar de seu cheiro liepatico, não são reputadas sulfurosas; ellas
são classificadas no grupo das salinas chloruretadas frias, e a justo titulo, por isso quo encerram
por litro 4 gr., 214 de principios fixos, dos quaes 3 gr., 200 de chloruretode sódio.
2. ° Xas á g u a s do Saint Honoré, M r . 0. Hcnri encontrou, além do ácido sulphydrico livre, na
quantidade de 0,0T0 por litro, mais 0,gr.300 de sulfureto nlcalino, não fallando em Ogr., 300
de chlorureto de sódio. Ora, n ã o só ellas eucerram enxofre em dous estados, como de ácido s u l -
phydrico contém mais do que v e s t í g i o s : uma proporção dosavel, que justifica a sua classificação
de agua sulfurosa.
3. ° Quanto á s de Bade, é certo que o chimico Loevig nunca chegou a determinar a quan-
tidade de gaz sulphydrico que ellas encerram na nascente, por causa de sua elevada temperatura
(50c), e da extrema volatilidade desse gaz, que se escapa todo dur inte sua dosagem (23). Mas, e n -
tretanto, é uma agua cujos reservatórios c tampas que os cobrem incrustam-se em pouco tempo
de enxofre sublimado o crystallizado, e, portanto, não contém somente traços do gaz, inas uma
certa proporção notável, que, junto á alta thermalidade, representa uma medicação bastante
activa.
Pergunto, quem já viu semelhante deposito na pretendida fonte sulfurosa fria de Caxambú,
cuja temperatura não permitte a fuga ou pirda fácil do gaz sulphydrico aos processos de dosa-
gem ? São, pois, improcedentes os exemplos trazidos pelo Dr. Souza Fernandes, como a r g u -
mento contra o parecer da commissão.
Appella o povo ignorante o .rotineiro, c, o que é mais deplorável, appellam alguns médicos que
n ã o parecem mais instruidos do que elle, para osfactos! Sempre esta sediça e estafada a l l e g . . ç ã o :
contra factos não ha argumentos!
Já o disse em umaoccasião solemne (24), e repito, não conheço proposição mais contestável nem
mais perigosa. Os factos por si só, emquanto não são convenientemente estudados c interpretados,
nada provam, por isso mesmo que provam tudo. Não ha doutrina, por mais absurda e extrava-
gante que seja, que não se estribe sobre factos; á sombra delles vivem todas essas praticas banaes
e applicações anti-racionaes mais ou menos mysteriosas e secretis, que fazem a fortuna do char-
latães e curaudeiros, e neste caso estão a homceopathia, o espiritismo, a agua de Lourdes, c toda a
espécie de truanias c santimonias, que pertencem á medicina exoterica.
Analysando esses factos de curas dc moléstias cutane is que, por ignorância ou mal entendido
capricho, insistem algumas pessoas cm attribuir ao enxofre da agua Duque de Saxe, c, para ellas,
abonam sua qualidade sulfurosa, é fácil reconhecer o vicio ou erro contido nesta apreciação, atten-
dendo para as circumstancias seguintes:
1. » A agua da fonte Duque de Saxe, assim como as outras de Caxambú, c, ainda que fraca-
mente, alcalina;
2. » Nenhum doente bobe exclusivamente essa agua, visto como em geral usam, por agua
potável, durante toda a estação, da da fonte D. Pedro, que é servida nas mesas, pois n ã o ha
perto agua potável boa ;
3. » As águas alcalinas, mesmo fracis, são empregadas com reconhecida vantagem no t r a -
tamento de grande numero dc dermatoses;
4. » Não ha essa relação necessária entre moléstia de pelle e enxofre, de maneira que deva
existir este onde aquella cura-se; além de que n ã o é especifico, oceorre que nem sempre é u t i l
contra essas affecções, e, em alguns casos mesmo, é considerado nocivo e contra-indicado.
(24) Discurso proferido ua sessão magna annivcr.saria da Academia Imperial dc Medicina, em í8*1.
23
Appliquetnos:
A primeira circumstancia ilcou demonstrada pela aualyse eliimica, e denuncia-se ao simple s
exame com os papeis coradis, tendo o cuidado de descontar a primeira reacçito, que ó antes
aciclula polo gaz carbônico de quo as á g u a s são carregadas; perdido ou eliminado este, a reaccao
definitiva é a dos princípios fixos alcalinos <J alcalino-terrosos quo ellas encerram.
A segunda é facto conhecido de todas as pessoas que freqüentam o logar, ou quo estão om con-
tacto com e l l a s ; ainda agora, nesta visita, acabei de observar.
A terceira é attestada por todos os dermatologistas c clínicos em g e r a l ; não julgo ser preciso
trazer aqui citações relativas a esta indicação. O mesmo S r . Dr. Viotti, que me protestou, por
si e pelo seu sogro, o Dr. Manoel Joaquim Magalhães, estar do accórdo com o parecer da com-
missão sobre a natureza da agua Duque de Saxe, comquanto a recomraendem ainda aos seus
doentes, reconhece e confessa que as águas mineraes alcalinos tem legitima applicaçao contra algu-
mas mole.,tias de pelle; é isso o que se lê em uma carta dirigida por-elle ao Sr. Maximino Ser-
zedcllo (25), autor de um Guia de viagem para anuas mineraes, da província de Minas, onde vem
transcripta a dita carta.
A quarta circumstancia 6 também um facto consagrado pela experiência e pela observação
clinica de profissionaes ilo maior conceito. Faltando de Vichy, onde ninguém ainda descobriu
agua sulfurosa, diz Constantin James: « Ha certas moléstias cutâneas que as á g u a s sulfurosas
exasperam, e quo entretanto acham-se bem com as das fontes alcalinas. »
Si quizerem recusar a este hydrologista autoridade clinica nessa especialidade, invocarei a
do professor Hebra, cuja palavra é julgada pelo professor Kaposi um evangelho em dermo-patho-
logia. Diz elle no seu notável tratado do moléstias de pelle, referindo-se ao eczema ou darthro
humido, uma das dermatoses mais freqüentes:
« O enxofre e suas preparações, em cujo numero se achara as águas sulfurosas, gozam de
grande favor no tratamento do eczema Eu sinto muito estar pouco de accúrdo cem as obras
clássicas, médicos e doentes: e sou obrigado a dar somente um valor secundário ao enxofre no
tratamento dos casos mesmo os mais favoráveis desta moléstia; cm muitos outros não é de
utilidade alguma, e em grande numero de outros é positivamente nocivo... particularmente em
todas as fôrmas agudas da moléstia, e em todas as variedades vesieulosas. Não se deve mesmo
empregal-o em outras fôrmas mais brandas, das quaes alguns casos podem se ter curado a p ó s
o tratamento sulfuroso, sem prova alguma do que o eíTeito tenha sido devido ao enxofre. >
Pelo que fica. exposto vé-se que valor devem merecer as allegações de factos de cura de m o l é s -
tias cutâneas ao enxofre inaccessivel e impalpavel da fonte Duiue de Saxe ,• são tão imaginárias e
puan*asticas, pelo menos tão gratuitas, como os cffiitos cath-irticos emprestados à raagnesia da
fonte D. Leopoldina, mais pobre desse principio até do que algumas águas potáveis, e do qual a
fonte Conde d'Eu encerra o triplo, e a D. Isabel quasi o quintuplo, sem nunca terem gozado
daquella propriedade.
E' isto o que demonstrou a analyse cscrupulosamentc feita pela commissão de 1873, de cuja
competência e probidade scientifici penso que ninguém t e m o direito de duvidar. Ainda que ella
não seja infallivel e possa ter errado, porque isso ó da contingência humana, entendo que os
(25) fcstc senhor arvorou-sa tamliem cm censor das analyscs feitas pela commissão de 1873. Não tomo
em consideração. nem me abalançu a responder a essa critica, porque não o julgo competente para discutir
questões desta ordem : elle próprio o reconhece, justificando assim as reservai que guardo, como se vê no
sefrinnte trecho: . . . . . . , .
« \ meu ver, diz olle. comquanto seja leigo na matéria, c mais um amador ao que outra coj/.to, a ana-
lvse feita pela'commissão não foicem todos os requisitos da chimica moderna, de accõrdo com todos os
p'rincipios até hoje conhecidos na sciencia medica, p.'.ra factos como est» de que tratamos. »
HUum tencatit .' . . . - «• j v
Não aTadou-lhe a analyse simplesmente, porque nao s;ifirnga a sua propaganda sobn> as águas de
Caxambú. que cl'e apregoa coiím infall reis para a cura de quasi toias as enfermidades que affligcm a huma-
nidale ate me^mo ulceras d ' estômagos, cancros, tumores, schirrose hep&lica, barridas d'agia, etc., não
fallandn da heresia physio-pathologica por elle creada, quando considera entre as moléstias dos intestinos as
ronser.tfies p inflanunar-fs An bnen !.'
24
resultados dessa analyse devem ser tidos na conta de vordadeiros e fidedignos, emquanto nao forom
impugnados e destruídos por trabalhos da mesma ordem, cujos auctores rounam aquellas qua-
lidades. Até lã não posso admittir que tenham esse poder as criticas de gabinete, por hydrolo-
gistas improvisados, e nem que prevaleçam as impressões ou inspirações individuaes, tllhas de
uma observação incompleta e superficial ou de preconceitos tradicionaes, muitas vezes alimontados
e influenciados por interesses dt localidade.
fc/ o caso da peior ou maior cegueira, a dos que não querem ver que, por essa forma, longe
de contribuírem, para a boa fama e crescente reputação das á g u a s , com essa pretendida m u l t i p l i -
cidade de qualidades chimicas e de virtudes medicinaes emprestadas ás águas, serão mais facil-
mente responsáveis pelo seu descrédito e desprestigio futuro. Seria um facto, sinão original,
ao menos extraordinário, que em seis a sete fonte, comprehendidas em um perímetro do 200 metros
pouco mais ou menos, a alguns passos umas das outras, se apresentasse essa variedade de á g u a s
mineraes. Veja-se o contraste disto em Vais, no sul da F r a n ç a (Ardèche), onde já so conhe-
cem mais de 50 fontes, e cada dia, por assim dizer, se descobre uma nova ; todas são de á g u a s alca-
linas frias; somente em duas (Dominique e St. Louis) foi verificada a presença do a r s ê n i c o ;
em nenhuma se encontrou enxofre, apezar de ser aquella aldéa situada em um valle cercado
de vulcões extinctos. (V. Constantin James, pags. 82 e 83.)
Si Caxambú possuísse a bacia hydro-mineral de Vais, annunciaria, urbi et orbc, que tinha com-
sigo a verdadeira pltarmacia da natureza.'
Em Vichy, por exemplo, existem 11 fontes, das quaes duas mais afastadas, sendo uma dis-
tante 20 minutos o outra meia hora do núcleo hydro-mineral. Dentre ellas não ha sinão tres
com a mesma temperatura; esta varia nas outras do 14* a 44% e mesmo assim são á g u a s de
composição idêntica, tendo por base o bicarbonato de sódio.
Em Luxeuil, em Vittel e outras estações hydro-mineraes, pretende-se que ha diversidade de
fontes, porque as ha somente de duas qualidades diíTerentes, variando as outras no grau de m i -
neralisação ou na temperatura.
Não duvido, por exemplo, que alguma das fontes de Caxambú contenha arsênico, que a com-
missão não procurou, porque não existe, em geral, nas águas fracamente mineralisadas, e que
uma nova analyse venha talvez revelar, contribuindo assim para explicar melhor do que o
enxofre uma parte das propriedades anti-herpeticas. Não creio, porém, que essa presumpção se
origine legitimamente dos dous symptomas, cephalalgia e insomnia, que, segundo o D r . Viotti,
não é raro observar nas pessoas que começam a usar das á g u a s de Caxambú, sobretudo as ferro-
gazosas. Assim como não é exacto, desculpe-mo o talentoso collega-, que as analyses feitas
ultimamente na Europa em águas ferruginosas tenham revelado sempre a presença do arsênico.
Eu poderia citar innumeras em cuja composição n ã o existe arsênico; apontarei somente as de
Siradan (Altos Pyrenêos), do Lacaune, Lamalou, Saint Julien, Renlaigue, Luxeuil, Vittel, Orezza,
na F r a n ç a ; a de Moritz, na Suissa; a de Spa, na Bélgica; as do Pyrmont, de Schwaobnch, de
Rippoldsau (Bade), na Allemanha, etc.
E ' verdade que, para o povo attribuir virtudes especiaes e diversas a cada fonte, não é preciso
que ellas tenham composição differente; muito freqüentemente águas idênticas t ê m , cada uma, no
meio de applicações communs, sua indicação especial. Assim é que a extineta fonte D. Thereza,
sendo aliás da mesma natureza das outras duas ferreo-gazosas, gozava de particular nomeada
entre o povo para combater a esterilidade na mulher ; pelo quo o desapparecimento dessa fonte
foi motivo de queixas e reclamações. E não é somente nossa essa tendência ou m a n i a ; ella t a m b é m
se encontra na culta Europa com todo o seu cortejo de prejuízos o abusões. Para não citar sinão um
exemplo, lembrarei o que se passa em Spa, na Bélgica. A h i existem varias fontes, todas seme-
lhantes, dotadas de propriedades tônicas e reconstituintes ; pois bem, segundo Constantin James,
ha uma denominada Sauvenicre, que é reputada de acção fteundante, por excellencia ; somente
o suecesso depende de uma pequena ceremonia, que as mulheres devem repetir nove dias conse-
cutivos, e vem a ser collocar o pé, emquanto bebem agua, na pegada de S. Remaclo!!
25
Portanto, ato quo outras analyses fidedignas, quo julgo indispensáveis, quando as obras do
captação forem determinadas, venham pronunciar o juizo definitivo sobro a composição o valor das
á g u a s de Caxambú, continuo a dizer que não ha ahi sinão duas qualidades do á g u a s : alcilinc-gazosas
e alealino-ferreo-gazosas, aceitando neste particular a discriminação c;tabolecida pelo Dr. V i o t t i .
Suas indicações limitam-se, pois, ao tratamento do certas moléstias chronicas do appirelho digestivo
o gonito-ourinario, algumas afleeçõis cutâneas o as dyscrasias não especificas do sangue.
Debaixo desto ponto de vista não so afastam das propriedades medicinaes inherentes ás outras
á g u a s congêneres, como são as de Contendas, Cambuquiras o Lambary. Entretanto, corro com
insistência, mesmo entre médicos, uma versão inteiramente gratuita o errônea, que cumpre,
cm bem da verdade, desvanecer; ó a que pretende que as águas do Lambary convém somente
ás moléstias do estômago e intestinos, o as de Caxambú também para as do ligado. Não tem o
menor fundamento semelhante distineção, filha da rivalidade que reina entre os dous logares, e
J a qual é Lambary a vicíima. Os interessados pelo Caxambú não se contentam com a vantagem
da menor distancia em que esto logar fica da Corte, donde se pôde ir a t é lá no mesmo dia, e levam
sua propaganda até ao ponto de exercerem verdadeira pirataria, por meio de agentes (appellidados
alabamas), postados na estação da Soledade, e incumbidos do desviar a corrente dos que se destinam
ao Lambary, ameaçando-os com péssimas estradas, mau passadio em hotéis, falta de logar nestes,
falta do recursos de toda a espécie, quando não ha sinão maior distancia a vencer e maior despeza
a fazer; mas os passageiros encontram em uma casa junto á estação de Contendas pousada modesta,
porém eommoda, o todos os meios dc transporte que na Soledade ha para Caxambú: liteiras, trolys
e bons animaes a escolher (2G). Em Lambary o tratamento nos hotéis c os recursos de alimentação
não são inferiores: naquelle em que estive, pelo menos, que é o mais freqüentado, achei-os a
certos respeitos superiores.
E' triste esta hostilidade movida em Caxambú contra Lambary, aliás lisongeira para este logar,
porque vè nessa mesma hostilidade o melhor annuncio, a melhor prova do valor o prestigio de
suas á g u a s (27); é claro que Caxambú não precisaria l a n ç a r mão de semelhante recurso, si tivesse
consciência da superioridade de suas á g u a s e de suas condições climatologicas.
Quanto a estas condições, na opinião geral, a vantagem está do lado de Lambary, c a com-
missão dc 1873, no sou relatório, manifestou o mesmo parecer, pela temperatura um pouco mais
baixa, pelo solo mais enxuto, devido á grande correnteza do riacho que atravessa a povoação,
pela vegetação mais densa nas montanhas vizinhas, pela natureza, talvez, dessa vegetação, mais
abundante de pinheiros, arvores resiaosas cuja influencia na constituição atmospherica merece
ser estudada sob o ponto do vista ozonometrico. Neste sentido deviam ser curiosas as observações.
Lambary carece, é verdade, o é susceptível dc muitos benefícios c melhoramentos; porém, mais
ainda precisa dellcs Caxambú, como se lé nas palavras de um homem insuspeito, porque é apologista
deste logar (23):
« Por ora, diz elle, tudo quanto respeita ao serviço municipal toca os últimos limites do deleixo
e da incúria, ou melhor, nem siquer existe. Disso dão attestado ruas immundas, crivadas de
enormes buracos, sem alinhamento, sem nivelamento, sem vestígios de calçamento e illuminação,
nem simples denominação; águas estagnadas, agrupamentos de c.isinholas levantadas a capricho,
sem re?ra nem constrangimento, cmfim, de todos os lados ura estado de cousas que grandemente
pôde prejudicar o desenvolvimento e porvir de Caxambú. >
Relativamente ás águas mineraes a questão é mais complicada, e merece algumas palavras:
1.° Consideradas entre si, as fontes de Caxambú são constituídas evidentemente pela mesma
qualidade de á g u a s ; variando somente o grau de sua mineralisação, e ainda assim guardada certa
(20) Sõmcnls lá uüo se aconselha nem se oflor.-co viagem em trolvs quando os caminhes nãose prestam:
naSMedadc, com a presumpeãode nu? uns e outres são melhores, condemnam sem ceremoma os passageiros
ao mariyrio que só conhecem os que tiveram a infelicidade de eiperimcntal-o. IS' horrível!
(27) Para maior reclame ou seducção, ate ha um hotel cm Caxambú de águas de Lambary; o que é um
cumulo, dc que este logar só íem a orgulhar-se.
(28) Arligo do senador Taunay. na Gazeta dc Xoticias dc 9 de março do 1S33.
IMP. 4
2G
proporção ontre os diversos princípios, exeento para o íerro, de que oxistem apoias vestígios nas
fontes D. Pedro, Duque de Saxe e Loopoldin», e qu mtidado apreciável o do.avel nas outras duas
(Condi d'Eu o D. Isabel). O rosiduo fixo foi achado de Os',2(55 (D. Pedro) ató0« ,210 (D. Isabel)
r
por litro ; a densidade escillou entro 1.0009 (Duque de Saxe) o 1.0019 (D. Isabel). A quantidade
total do gaz carbônico variou desde 1,022 (Duque de Saxe) ate 2sr,73l (D. Isabel). Deduzida por
diferenciação, achou-se para a quantidade de gaz l.vn Isr.SOO (Du-iuc de Saxe) a 1,800 (D. Isabel).
Seui descer ao exame dos algarismos correspondentes aos outros elementos, vè-se já por
este breve apanhado que ha pequenas discordância*, ás quaes cabem as mesmas ponderações que
expendi a propósito das águas do Lambary. Por exemplo, a a g u i menos mincralisada (D. Pedro)
não é a menos densa ; esta, que 6 a da fonte Duque de Saxe, tem quasi o dobro dos princípios salinos
fixos Jaquella.
De outro 1 ido, a f>nte D. Pe.iro, ch imada gazosa, pola sua maior riquoí.i app irento em gaz
carbônico, é, pela analyse, uma das mais pobres deste corpo, quer total, quer l i v r e ; a fonte Conde
d'Eu, uma das que encerram maior quantidade de gaz total, é uma das mais fracas em gaz
livre.
2." Consideradas estis agtus em confronto com as do Lambary, ainda PS mesmis refle-
xões se po.lem a p p ü c i r para justificar as apprehcnsOes de que, si dj facto aquellas são mais
miueralis..das do que estas, repagna acreditar que sejam mais gazosas. nem mesmo tanto quanto
a de J.ambiry. visto como, em qualquer dos dous logares, a producyão interior dj gaz car-
bônico é bastante para saturar umas e outras; e, si cm Lambary a pressão atmospherica,
um pouco menor, c contraria á maior solubilidado do g i z , por outro 1 ido, cm favor desta
circumstancia concorre a temperatura mais baixa da agua (20 a 21°, ao passo que em Cax nnbú
c de 22 a 24 ) e o grau mais fraco de mincralisação, condição favorável a esse resultado.
e
De tudo isso resulta a necessidade de novas aaalyses, afim dj liquidar este ponto. Mas,
em todo o caso, pôde-se afirmar que as duas localidades representam duas estações hydro-mi-
neraes, mais ou menos equivalentes, applicavcis às mesmas curas p j l i uniformidade do suas
águas (29).
Ellas deviam até ser complcmentares uma da outra, e para aquelles que pudessem explo-
rar os benefícios de ambas, conviria dividir a estação pelas duas, começando pela do Lambary,
como menos mineraiisada. e acabando em Caxambú, ou, visto que raramente basta uma es-
tação de águas para a cara de muitas enfermidades, c é pre;i.o voltar a ellas, uma estação
poderia ser feita no Lambary, outra no Caxambú.
E' preciso, porém, prover com toda a urgência os dous logares de um ramal de estrada
de ferro, e que nelles S3 concluim as obras projectadas ou c o m s ç v h s , cstibilecid.is noscon-
tractos dis respectivas empresas. Em Caxambú, por exemplo, ainda muito f i l t a p i r a lá chegar;
assim, por exemplo, o ajardiaamento e arborisaçlo da pr.içi, destina-la ao parque, que por
ora pouco mais é do que um pasto, como de alguns aquáticos ouvi chamar; e sobretudo o
deseccamento e aterro do solo, c a captação completa das fontes, de modo a pòl-as ao abrigo
das águas pluviaes. Por emquanto, fora as duis fontes D. Pedro e Viotti, toJas as outras são
invadidas pelas agins de chuvas torrenci.ie;, como tive occisião de observar agora em meiado
dc março. Dc duas maneiras d s e facto se d á : não somente as agu is que discam em enxur-
radas do morro de Caxambú alagam o futuro parque o penetram nas fontes, como, engrossando
as águas do riacho Bengi, estas penetram também nas fontes pelos respectivos tubos de des-
carga.
Realizados estes melhoramentos, si ainda alguma das fontes manifestar cheiro sulphydrico,
si as novas analyses confirmarem, não obstante, a ausência de verdadeiras águas sulfurosas,
e reconhecerem a origem sispeita e inconveniente desses traços de gaz sulphydrico, que só
(29; Si propriament-í não ha font» f "rrea-pazosa em Lambarr. c só neste ponto estã a sua inf>rioridad\
ha. como disse, a pou:a distancia, uma boa agua férrea, que mist irada ã gazisa subs.itiiria perfeiiamcnta
•aquelia. 1
o olfacto percebo, penso quo conyirà impedir ao povo o uso interno do semelhante agua, ou
obstruindo a fonte, ou applicando-lhe a disposição necessária para so prestar sómont-e ao uso
externo, já quo não bastam provai scientilicas, já nue a ellas s í o rofractarios M mesmo mé-
dicos.
C0XTKNDAS
Devo também dizer duas palavras sobre cite logar, ain:la virgc.n dos benerlcios e me-
lhoramentos que lhe devo a mesma empreza (do Caxambú e Cintendas); o isto expüea-so
liem, attendendo a que não tem podido ella nendir em tempo a tolo? os compromissos de
seu contracto, o por isso nada se fez ate agora. Comqu.vnto não estivesse comprehendido
na minha missão csteirier até essa localidade os mias estudos e exames, lá fui no dia 18 de
março e encontrei junto ás duas mirge.os loiosis de um córrego que atravessa o arraial, e,
cm uma á r e a quo não excedo do 10 a 12 nutras, vários olho; d'agua eíTervcscente, alguns
brotando mesmo dentro do córrego.
Alguns desses olhos estão isolados na camada superficial, por manilhss de barro: mas as
á g u a s completamente expostas e s?m proteeção, como cm Cambuquiras, servindo de regalo
aos porcos que ahi vagam.
Do dnn< fontes, reputadas mais importantes, pude colher amostras, que examinei em
Caxambú e reconheci serem da mesma natureza que a dos outro; tres logares estudados a t é
nqui, uma era dc boa agua alcalino-gazosa e outra alealino-ierreo-gazosa, um pouco turvas
pelas más condições em quo se acham, mas ba,tante efervescentes, oferecendo ao palndar
a mesma sensação c aos papeis corados a mesma reacção que as outras congêneres; sua tem-
peratura tomada na fonte é de 23,5.
l i ' esta outra kcalidade de futuro c digna não só daquelles melhoramentos, como de um
rarra! da estrada de ferro; a este respeito e s t á ella em melhores circunstancias, porque dista
apenas uma '.egu.i da estação de Contendas.
S' só de que dependo a prosperidade do todos esses logares. Só entre nós se vê uma
linha do ferro seguir um traçado, obedecendo muitas vezes a conveniências e interesses par-
ticulares, plantando estações no mato, constituindo núcleos novos, deixando de lado, a pequena
distancia, povoações importantes pelo sen movimento commerchl ou pela s i u riq::eza hydro-mi-
neral. A estrada dc ferro Minas c llio está em condições de attender a essa necessidade recla-
mada em beneficio commum da estrada, das localidades por cila sorvidas e da humanidade
sofredora, da qual apeuas uma pequena parte pode utiiizar-sc daquelles recursos tão difíceis
e tã» dispendiosos.
Cumpre, quanto antes, que sc trate de estabelecer uma linha Térrea da Soledade para
Cax-nnl.ú e outra dc Contendas para Lambary; e mais tarde, com os melhoramento; das o u -
tras bacias hydro-mineraes, dc Contendas ás á g u a s do mesmo nome. e outra de Tres Cora-
ções a Cambuquiras. Facilitando-se por esta fôrma o transporte a todos esses logares de-
modo que eiles se torneir. cominodamento nceesv.veis em um dia de viagem, estou conven-
cido de que a afluência de doentes o visitantes compensará largamente os capitães empre-
gados nesses trabalhos o todos esses logares poderão viver e prosperar sem essa triste e
lamentável rivalidade.
Tendo dc responder aos quesites que me foram apresentados, não posso fazel-o sem r e -
produzi 1-os aqui, e sem entrar em algum desenvolvimento prévio relativamento ao quarto e-
ultimo. cuja matéria não foi tratada na discussão attinente ao exame das águas. E i l - o s :
28
E' fora de duvida que o tratamento pelas águas mineraes constituo uma especialidade,
cujo estudo c bastante para oecupar a attenção de profissionaes, e cuja direcção a estes
compete, sobretudo quondo se acham á testa de estabelecimentos balneothorapicos junto ás
fontes mineraes.
Em todas ellas, pois, devia existir um medico encarregado, cm caracter olTicial, dessa tarefa,
isto é, não só para encaminhar os doentes no modo mais conveniente e proiicuo de usar dessas
águas, mas também estudar suas alterações de composiçTo o outras, suas necessidades, os melho-
ramentos de que carece, organizar um registro de observações c est itisticas, alim de assignalar
as verdadeiras indicações. Como bom disse Constantin .Iam?;, as águas mineraes constituem,
para as moléstias chronicas. o mais poderoso e o mais eíficaz dos remédios, com a condição de que
sejam empregadas a propósito, durante o tempo preciso e com a medida conveniente.
Fora destas condições, o abuso, o uso immoderado e irregular das águas mineraes oceasiona
ás vezes sérios inconvenientes e a t é perigos. O mesmo supracitado autor menciona accidentes e
outras conseqüências graves dessa pr itica, por exemplo: amollecimento do callo de fracturas.
rachitismo aggravado, áreas formindo cálculos, ruptura dv bexiga, repercussão da gotta, dege-
neração de tuberculos, reincidência de apoplexias, etc. Estos factos justificam as palavras de Stoll,
quando disse que « o emprego imntelligento dos remédios faz muitas vezes mais victimas do que as
moléstias >.
Entre nós, é infelizmente uma pratica seguida : cada um deixa-se guiar na escolha de uma
estação mineral ou de uma agua mineral por inspirações 'próprias, por informações vagas e incom-
pletas, ou mesmo errôneas, a despeito des resultados analyticos baseados em provas scientilicas
rigorosas: cilas não tem geralmente força para derrocar preconceitos, o foi o quesuecedeu cm
Caxambú, onde ha 15 annos a commissão negoa a existência de agua sulfurosa e de agua magne-
siana. Não distante, ellas continuam a ser tidas e inculcadas como taes.
E' verdade que não foi estranho a este resultado o próprio Governo, não vulgarizando, n ã o
distribuindo pelo povo o relatório, não aanunciando ao monos achar-se á venda na Imprensa
Nacional, ende foi impresso c jaz ignorado.
Tudo isso justifica c attesta a necessidade de um inspectorado medico nas fontes mineraes, e
a cuja direcção se entregue o doente, que, desde o dia em que chega às águas, não se pertence
mais e n e m a o m o l i c o q u e o enviou para l á : t a l e a opinião do Constantin James.
c Sem duvida, diz o illustrc hydrologista, esta substituição de um medico por outro é extre-
mamente desagradável, tanto mais quanto todo doente gosta de confundir o medico com o amigo,
lisonjeando-se, não sem motivo, de que a solicitude do primeiro se fortificará cem a dedicação do
segundo. Para remediar tanto quanto for possível este inconveniente, é essencial que o medico
assistente forneça ao das águas os esclarecimentos circumsianciados sobre o temperamento de seu
29
doonto e sobro os meios quo habitualmente lhe aproveitam ou U'm sido improiicuos; mas não ir
alem. Querer indicar do antemão quantos copos o doente devo beber, quantos banhos ou quantas
duchas devo tomar é expor-se a commetter graves descuidos. Nunca se podo sabor a priori como
tal agua será supportada por tal doente. E' ao mesmo tempo collocar o medico das águas na
posição a mais falsa, obrigado como será muitas vezes ou a modificar a prescripção ou a aceital-ae
a dar ao tratamento uma direcção estranha ás suas inspirações.>
Em conclusão, pois, respondo:
Estas modificações são com toda a probabilidade devidas aus trabalhos que se pxecutaram
nessas fontes para sua captação, e também fora dcllas ; assim, a fonte D. Thercza foi obstruída;
a D. Lcopoldina, penso que foi mal captada ( como também a Duque de Saxe ) : nas outras duas.
Conde d ' K u e D . Isibel. li/.eram-se apenas sondagens, explorações, ou tentativas dc captação.
Ao terceiro quesito :
POÇOS DE C A L D A S (1)
Cumprindo a nossa promessa, damos boje uma doscripção minuciosa das ol.ras executadas em
Poços de Caldas pelo ülustrado engenheiro Dr. Garcia Redondo para a canalisação das águas
thermaes i'a fonto Macacos.
A descripção o feita pelo próprio Dr. Garcia Redondo, o |>ara eompletal-a o leitor encontrara
no nosso eseriptorio um quadro representando, cm todos os detalhes, os planos das obras exe-
cutadas por aquelle distineto engenh iro.
LIGEIRO HISTÓRICO
As fontes thermaes do Poços do Caldas são quatro o denominam-se Pedro ISutclho, Mari-
0,0540
A composição das águas das outras fontes é qua^i análoga ã de Macacos, variando apenas
na temperatura, que é mais elevada.
« P r i m i t i v a m e n t e , estas fontes surgiam dc excivaçOes do solo, antigos barreiros ou bebedouros
de antas e outros animaes em meio de lodo e pedras soltas. » (2)
Mais tarde, constituída a empreza balncaria, foram as águas captadas e suspensas á superfície
do solo.
Esse serviço, um dos mais diillceis e arriscados que realizou a empreza, foi executado por seu
sócio o S r . Anselmo de A l m e i d a , com rar.i felicidade cbastante perícia.
Uma vez captadas as águas, construiu a empreza barracões provisórios junto ás fontes c ahi
começa a fornecer banhos aos enfermos em banheiros de madeira.
No entretanto construia-se o est ibelecimento balneário.
Uma vez concluído o estabelecimento, foram as agu is de todas as fontes canalisados a t é elle em
simples manilh is de barro vidrado, unidas umas ás outras com argamass.is de cimento e collocadas
no fundo de vallos sem alicerces nem paredes que as protegessem da compressão do terreno e sem
precaução alguma para impedir a perda de temperatura.
O resultado de tal serviço foi que, ao rim de pouco tempo, verillcava-se que as águas da
fonto Macacos, cuja temperatura é do -11° centígrados, chegavam ao estabelecimento balneário com
perda de cerca de 5 de temperatura, perdealo-se, alóm disso, no trajecto, uma boa parte do vo-
o
lume da agua, pelas fugas oceasionadas pelas fracturas do cano em diversos pontos.
Estes factos, levantando gorai clamor do publico, obrigaram o governo provincial de Minas a
mandar a Poços de Caldas um engenheiro das obras publicas com o fim especial de examinar o
encanamento e propor, caso fosse necessário, a substituição por outro.
O engenheiro em questão propoz a substituição das manilhas de barro pelo cano de ferro
esmaltado ou galvanizado.
Foi nessa oceasião que eu, sendo consultado pela empreza sobre a aJopção do encanamento
de ferro, apresentei o meu parecer por escripto, impugnando o emprego dc tal material e mostrando
os perigos a que ia ficar sujeita a empreza com a sua adopção.
Era claro que, pelo facto de ser o ferro muito melhor couduclor do c.Iorics do qt:e a terra
cotta, as perdas de temperatura em um tal encanamento deviam ser muito maiores do que nas
manilhas de barro. Por outro lado, em contacto constante com as águas thermo-mineraes, o ferro
seria a!in: 1 atacado pelos ácidos dessas águas, sobretudo pelo sulfurico, e d'ahi uma serie de
reacções chimicas que dariam em resultado o duplo estrago do encanamento c das águas con-
duzidas por elle.
Propuz, portanto, quo foss: banido o ferro c que so aJoptassc para o encanamento collector
o cano duplo de pedra, tijolos c maniliia de barro, licando as manilhas protegidas por uma espessa
camada isoladora de areia lina, e, p i r a o e.ican imento do distribjição dentro do estabelecimento
balneário, o cano duplo de porcellana e madeira.
Submettido esto meu parecer ao Club de Engenharia, foi nomeada uma commissão composta dos
engenheiros Drs. Paula Freitas, Chro-.-katt de Sá, Paulo de Frontin e J . Feliciano da Costa Ferreira,
os quaes concordaram com elle, divergindo apenas tres dos mencionados engenheiros quanto ao em-
prego da areia una, parecendo-lhes preferível a moinha de carvão, por ser material mais isolador.
OBRAS EXECUTADAS
Com excepção das passagens nas pontes, todo o encanamento está enterrado no solo, a pro-
fundidades variáveis, havendo pontos em 'pie elle desceu á profundidade de 2,50, mantendo
sempre, em todo o s-:u percurso, a declividade de 0,0075 por metro corrente ou 0,75°/» t é au a
mada de cimento e areia de 0 ,025, o que dá para a altura total do alicerce 0 ,40, foram erguidas
ffl m
32
duas paredes lateracs do tijolo clj 0"',23 do largura por 0.30 do altura, deixando de cada lado do
alicerço um rcsalto do 0,025 ou ontro si um v l o d o O^SS.
No centro deste vôo, segue-se soi)W o alicerço um cano do tijolo de secção quadrada do 0,30-
do largura por 0,30 de altura.
Dentro deste cano foi collocaJa a manilha de cano vidrado, de 0,07 do diâmetro intorno, sendo
tomados os intersticios com argamassa de cimento o areia, ficando assim o cano do tijolo a servir
de estojo á manilha de barro.
O espaço que fica entre o ctno do tijolo (que serve do estojo á manilha do barro) e as paredes
lateracs foram cheios de areia tina e bom as-tfm a parto superior do cano de tijolo, sondo o todo
coberto por um i abobada do tijolo que assenta sobre as paredes lateracs.
Por esta fôrma, a manilha de barro, por onde transita a agua, fica envolvida pelo cano de tijolo,,
o qual, por sua vez, lica envolvido pela camada de areia que, a sou turno, é envolvida pelas p a -
redes lateraes o a abobada superior.
Com esta disposição, o centro da manilha de barro fica em todos os sentidos a uma distancia-
média de O^.-IS da terra que envolvo o aquedueto o por onde esto passa.
Cumpre acrescentar quo, para evitar as infiltrações, as paredes lateraes bem como a abobada,
que sobre ellas repousa, foram rebocadas com argamassa composta de uma parte de cimento o
duas de areia e que, com excepção do alicerce, que é feito com argamassa de cal e areia, a a r g a -
massa empregada em todo o encanamento é dc cimento e areia.
As pontes sobre as quaes passa o novo encanamento foram feitas com encontros do p e i r a
e arco achatado dc tijolo, de0'",41 de espessura.
São tres, tendo duas dellas o vão de 7 .50 c a terceira o do 4 . 0 raio dos arcos das duas pontes-
!n ra
iguaes tem 9 m
e o da terceira 0 ',5.
:!
Os alicerces dos pegões ou encontros desceram até ã camada incuinpressivcl, que é um conglo-
merato ou pwldiivj composto de calliaus ligados pelo hydro-silicato de cal, o qual forma a base
geral do terreno cm toda a bacia em que assenta a povoação de Poços de Caldas.
Como na passagem pelas pontes o encanamento emerge da terra e tem de ficar exposto ao ar,
tomei a precaução dc alargar ahi a superfície oecupada pelo aquedueto, augmentando assim a espes-
sura da camada de areia e compensando por este modo o resfriamento pelo contacto com o ar.
Para evitar os damnos que ao encanamento podiam causar as grandes enchentes do ribeirão
dos Poços, tomei a precaução de aproveitar uma velha v a l i a , lostante larga, existente próximo
:i fonte Macacos, que despeja no ribeirão dos Poços abaixo da segunda ponte, e liguei-a ao ribeirão
de modo a desviar para ahi uma parte do volume das águas deste.
Por esta fôrma, não só consegui diminuir o volume das águas do ribeirão, na secção compre—
hendida entre as duas primeiras pontes, como liz uma obra dc saneamento, transformando uma
valia de á g u a s estagnadas em leito do águas correntes.
Na fonte Macacos o encanamento foi ligado direeíameníe ú columua por onde sobem as
águas das nascentes, na parte superior, fechando-so em seguida o topo da columua para evitar
á agua o contacto com o a r .
A antiga bacia onde cabiam as águas dc Macacos, bem como o primitivo encanamento, foram
conservados, para, na hypothesc do ser um dia necessário fazer qualquer reparo no novo encana-
mento, as águas transitarem pelo antigo a t é ser concluído o reparo no novo.
Por outro lado, si um phenomono geológico qualquer (o que n ã o é do estranhar cm terreno
vulcânico) produzir um augmento no volume das águas, o antigo encanamento s e r v i r á do v á l v u l a
de segurança para o despejo do excesso das á g u a s .
Ao entrar no estabelecimento o cano bifurca-se, como j á dissemos: um braço segue directa-
mente para a s c a l l n s d o madeira, que distribuem a agua pelos banheiros, c outro caminha para os
depósitos ou reservatórios, quo ficam ao fundo do estabelecimento.
Com esta disposi:ão, durante o dia, a agua segue direetamentee tem sabida pelos banheiros,
cujo nivel é mais baixo que o dos depósitos ou reservatórios, e á noite, uma vez fechadas as
33
torneiras tios banheiros (ou o registro que esta collocado na bifurcação), ella sobe aos reser-
vatórios, ondo ilca em deposito o arrefecendo.
Desto modo a ompreza poderá fornecer banhos com a temperatura da fonte áquolles quo delles
carecerom nessa temperatura, ou em temperatura mais baixa, de 3G° até 38° (o quo é mais
commum), dosando a agua da fonto recebida directamente nos banheiros com a que resfriou d u -
ranto a noite nos reservatórios.
Taes foram as obras que executei em Poços do Caldas para a canalisação das á g u a s da fonte
Macacos.
Quanto aos canos de distribuição pelos banheiros, a empreza ainda conserva os antigos, não
me havendo encarregado de os substituir pelos do porcellana e madeira, como indica o meu
parecer.
R E S U L T A D O S DAS O W l A S F E I T A S
Pouco antes do concluido o novo encanamento, tive de ausentar-me de Poços de Caldas, mas,
deixando instrucções para a conclusão das obras, preveni ao D r . Sã Leite, sócio gerente da
emprezr, que, logo que soltassem as águas pelo novo cano, ellas haviam de chegar forçosamente
muito frias ao estabelecimento balneário, mas que, desde que o jacto da agua pelo novo cano
so mantivesse de um modo permanente, ellas iriam readquirindo paulatinamente a temperatura
perdida a t é a l c a n ç a r e m a n o r m a l , em que se manteriam.
E r a claro que, partindo as águas da fonte em temperatura elevada (41° centígrados), e tendo
do transitar por um cano relativamente frio n'uma extensão de 573 metros e com a espessura de
l , 1 0 , cilas haviam de chegar, no começo, ao estabelecimento balneário, em temperatura muito
n
mais baixa, porque, durante o trajecto, tinham de ceder alguns graus da sua temperatura ao
cano, ate o aquecerem e estabelecer-se o equilíbrio da thcrmalidado entre a agua c o cano.
De facto, soltas as á g u a s da fonte Macacos pelo novo cano, a 4 de janeiro ultimo, chegaram ao
estabelecimento balneário com a temperatura de 35°,8, tendo perdido, portanto, no trajecto 5°,2.
Poucos dias depois a agua começava a readquirir a sua temperatura, pois esta elevava-so nos
banheiros a 36", depois a 37°, depois a 38° c assim por diante, a t é que a 31 do mesmo mez, dia em
que o Dr. Souza L i m a , commissionado pelo Governo Imperial, fez a analyse das referidas á g u a s ,
ellas attingiam já a 39°,5.
Per esta fôrma realizavam-se as minhas previsões.
A analyse feita pelo Dr. Souza L i m a , o da qual já tem o publico conhecimento, veio provar que
as á g u a s , transitando pelo novo cano, não tinham perdido nenhuma das suas propriedades chimicas
e therapeuticas, e que chegavam ao estabelecimento balneário no mesmo grau de pureza com que
sabiam da fonte.
Poucos dias depois da analyse feita pelo Dr. Souza L i m a , tendo-se verificado que as á g u a s
n ã o subiam aos depósitos de distribuição, por se acharem muito fendidas as calhas de madeira
que distribuem a agua pelos banheiros, o quo produzia uma perda considerável do pressão,
tornou-se necessário assentar provisoriamente um registro no ponto em que o novo cano so
bifurca.
Para fazer este serviço, foi necessário desviar de novo as águas para o antigo cano, o
que produziu o arrefecimento do no%o, sendo provável que neste momento j ã as á g u a s transitem
-
Eis o modo pelo qual foi resolvido o problema da canalisação das á g u a s da fonte Macacos.
Sabemos quo de engenheiros abalisados c professores da Escola Polytechnica que examinaram
as obras do novo encanamento, entro elles os Srs. Drs. Viriato Belfort Duarte, Eugèno Tisse-
IMP. 5
ai
randot, conselheiro Domingos de Araújo « Silva e Montraorency, possue a empresa cs mais hon-
rosos attestados sobre a perfeição e solidez do trabalho planejado e executado pelo Sr. Dr. Qareia
Redondo.
A' empreza, que n&b poupou sacrifícios para dotar o seu estabelecimento com ama canalisaçSo
oollectera modelo, compete completar a sua obra, substituindo as antigas calhas de distribuição
dos banheiros pelo cano duplo de porcellajja e madeira indicado pelo Dr. Garcia Redondo, e bem
assim lazer as precisas reformas para que as águas penetrem nos banheiros por baixo e nSo por
cima, podendo assim fornecer o banho de agua corrente, tão recomraendado e tantas vezes neces-
sário.
Por este modo e com mais algumas pequenas reformas, ficará a empreza com um estabeleci-
mento balneário de primeira ordem, capaz de rivalizar com os mais adiantados da Europa.
BRASIL. M I N I S T É R I O DO I M P É R I O
MINISTRO ( ANTÔNIO FERREIRA VIANNA )
RELATÓRIO DO ANNO DE 1888 APRESENTADO
A ASSEMBLÉA GERAL LEGISLATIVA NA 4a SESSffO
DA 20â LEGISLATURA. ( PUBLICADO EM 1889 )
INCLUI ANNEXOS.
RELATÓRIO
APRESENTADO
PELO
RIO DE JANEIRO
I M P R E N S A KTACIOJXTAIJ
1889
1007
APRESENTADO EM MAIO DE 1889
PAOS.
Família Imperial r . 1
Conselho de Estado 2
Administração local e provincial 3
Âssembléas Provinciaes 4
Negócios Eleitoraes ' 6
Câmara Municipal da Corte . 7
Instrucção P u b l i c a 12
Instrucção Primaria e Secundaria:
I Instrucção Primaria 19
II Escola Normal X. 25
III Imperial Collegio de Pedro II 33
IV Curso Nocturno para o Sexo Feminino 34
V Exames Geraes de Preparatórios 34
InstrucçSo superior:
I Faculdade de Direito do Recife 37
II Faculdade de Direito de S. Paulo 39
III Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro 42
IV Faculdade de Medicina da Bahia 47
V Escola Polytechnica 50
VI Escola de Minas de Ouro Preto 53
V I I Liberdade de freqüência " 56
VI
58
Asylo de Meninos Desvalidos
Instituto dos Surdos Mudos
Instituto dos Meninos Cegos
Academia das Bellas Artes
Conservatório de Musica 65
Imperial Observatório do Rio de Janeiro
Bibliotheca Nacional • 69
Archivo Publico ~^
Instituto Histórico c Geographico Brasileiro "3
Academia Imparial de Medicina 73
Museu Escolar Nacional 74
Lyceus de Artes e Oíficios 75
Estabelecimentos de Caridade:
Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro 76
Imperial Hospital dos Lázaros 78
Negócios Ecclesiasticos 79
Asecca nas provmeias do Norte 90
Saúde Publica 117
Natural izações 160
Registro Civil 164
Secretaria de Estado 164
Orçamento e Créditos 165
Augustos e Dignissimos Senhores
FAMÍLIA IMPERIAL
Duque de Soxc.
De conformidade com a autorisação concedida pelo art. lõ da L e i n . 3.3-49 de
20 do oitubro de 1SS7 e com o parever das Sccções reunidas dos Negócios da Fazenda
c do Império do Conselho de Estado, celebrou-se a S de maio do anno findo o
acordo entre o Governo Imperial c o procurador do Senhor Duque de Saxe para n
entrega do d o l : promeltido a sua fallecida Esposa a Princeza Senhora D. Leopoldino.
No annexo -V cncoiitrareis, em s:i.i integra, esse documento, e todos os mais que
mostram como foi executado o acordo por parle do Governo Imperial e do Senhor
Duque de Saxe.
Durante a epidemia de lebre amarclla que accommettcu as cidades de Santos c
Campinas, na província de S. Paulo, não podendo Sua Magestade o Imperador s a t i s 7
fazer o desejo de testemunhar com a sua presença'o interesse que lhe inspiravam os
viclimas do mal e os habitantes ameaçados, coube a Sua Alteza Real o Senhor Conde
d'Eu desempenhar tão caridosa missão.
O illuslre Príncipe visitou os hospitaes e enfermarias, fazendo os donativos que
a Família Imperial destinara para tratamento da pobreza desvalida, e animando
com o exemplo de tamanha abnegação as populações das cidades ílagelladas.
O Governo Imperial cumpriu o dever de manifestar o seu reconhecimento polo?
relevantes serviços que Sua Alteza prestou nessas tristes e difficeis circumstancias.
Concluído o tombamento dos terrenos ao s u l da província de Santa Catharina e
organisada a planta geral, fez-se a entrega desses terrenos por Aviso de 11 de maio
do anno passado, dirigido a Sua Alteza o Senhor Conde d ' E u .
Pende ainda de vossa illustrada apreciação a pretenção de Suas Altezas os
Senhores Condo e Condessa dWquila relativamente as fazendas que possuíam na
província do Piauhy e ás terras mencionadas no respectivo contrato m a t r i m o n i a l .
CONSELHO DE ESTADO
ASSEMBLÉAS PROVINCIAES
bro, não pôde a Assembléa constituir-se por falta de numero legal de membros
5
Para a votação das leis annuas e outras de publico interesse, foram prorogadas
algumas Assembléas, conseguindo-se por este meio a adopção daquellas leis nas
províncias do Maranhão, das Alagoas, de Minas Geraes e de Matto Grosso.
Depois de seis prorogações encerrou-se a Assembléa da província de P e r -
nambuco sem votar as ditas l e i s ; e depois de cinco prorogações a da B a h i a , votando
apenas a lei de orçamento provincial.
Nas províncias do Pará e da Parahyba as respectivas Assembléas, que haviam
sido prorogadas sem se obter a adopção das leis annuas, foram convocadas e x t r a -
ordinariamente, installando-se no dia 5 de dezembro a da P a r a h y b a . Na do Pará,
a sessão extraordinária, marcada para 5 de novembro, foi adiada para o I de o
dezembro, ficando este acto sem effeito por Portaria de 20 de novembro, expedida
em vista das condições sanitárias da capital, onde desde setembro reinava a
epidemia de varíola, que recrudescera em oitubro e se mantinha em novembro,
o
dos referidos immoveis, riflo só i>or ser este regiinen preferível, no opinião do Camnra,
ao da administração directamente exercida pela Municipalidade, como porque a
mencionada proposta Lhe facultava o meio de liberlor-se de uma divida avullada e
crescente, que os seus recursos ordinários lhe nflo permittiam solver. Determinou-se,
entretanto, que a IUma. Câmara submetlesse á approvação do Governo o projecto do
contrato, no qual deveria estipular-se nflo poder o arrendutario, durante iodo o
tempo do arrendamento, elevar os preços que pagavam os locatários das bancas,
sobrados o mais comparüinentos da P r a ; a e chalets, addicionando-se-lhe, como
complemento e paru.garantia da observância desta clau -ula, uma relaçãoauthen-
tica de toes preços.
aquelía conslrucção.
Por Portaria dc 27 do novembro npprovou-sc a licença concedida pela Câmara á
firma Mourão, Cunha & C. para continuar a receber aguardente do paiz no t r a p i -
a
che da rua da Snudc n. 1-4 A, com a condição, porem, de serem elevadas as paredes
lateroes do edifício a mais um metro pelo menos, precaução aconselhada pela c o m -
missão de profissionaes que o vistoriaram. Por essa oceosião recommendou-se à
IUma. Câmara que, mandando examinar cuidadosamente os diversos trapiches
existentes no litloral, concedesse licença para o recebimento de aguardente a todos
oquelles que offerecessem as necessárias condições de segurança publica c aptidão,
nos termos da Postura de 24 de março de 1837, e sujeitasse o seu acto a approvação
do Governo, conforme determina a mesma P o s t u r a .
Reiterando recommcndações anteriores, por Portaria de 11 de dezembro deter-
minou-se que a IUma. Câmara formulasse com urgência um projecto de Pos-
tura probibindo no perímetro mais populoso da cidade as fabricas de preparados
de fumo e quaesquer outras cujas emanações possam ser prejudiciaes á saúde dos
moradores próximos. Em 19 do mesmo mez approvou o Ministério do Império p r o -
visoriamente, com alterações, o projecto apresentado pela Câmara ; mas, não tendo
tido immediala execução a Postura, foi novamente modificada por acto de 8 de março.
A ' consideração do Governo sujeitou a Câmara um projecto de Postura destinado
a regular cs direitos e obrigações reciprocas entre amos e criados. Tratando-se
de medida que interessa ás relações da vida domestica e instituo regimen novo, a
que ainda não está cffeita a nossa população, entendi conveniente ouvir sobre o
assumpto as Secções reunidas do Império e da Justiça do Conselho de Estado, a
cujo douto parecer foi com Aviso de 22 de abril ultimo submellido o pYojecto, m o d i -
ficado em algumas de suas disposições, após cuidadoso estudo a que procedi.
Altendendo a conveniência de regularisar o movimento da v e r b a — C u s t a s j u d i -
c i a r i a s — e com o fim de simplificar a escripturação referente a esse ramo dc serviço
e facilitar o andamento dos processosjudicir.es a seu cargo, tinha a I U m a . Câmara
pedido autorisação paro, ú semelhança do q : u fora feito com diversos serven-
tuários em virtude cias Portarias dc 27 de março de 1832 e de 31 dc j u l h o de
1835, contratar com mais alguns escrivães, mediante prestações mensaes, o paga-
mento fixo dos custas a que tivessem direito. O Ministério dos Negócios do Império,
porém, em Portaria de 14 de janeiro do anno findo, negou a IUma. Câmara a
autorisação pedida e determinou que se considerassem insubsistentes os contratos
já celebrados.
Mais tarde, oquelles serventuários de officios de justiça reclamaram contra a
li
aos perigos que resultam de ntto serem vistoriadas, nem dirigidas por profls-
sionaes, as machinas dc grande numoro de estabelecimentos industriaes existentes
na cidade.
Autorisada a Câmara pelo nrt. 11 da L e i - n . 3.396. de 24 de novembro
do anno findo a controhir um empréstimo até ao máximo de 5.000:000$ a 4 %
de juro e 1 % de amortisoção, fixando-se annualmente, para o respectivo p a -
gamento, a necessária verba no orçamento municipal e sendo as condições do
contrato sujeitas a approvaçüo do Governo, que deverá fiscalisar a applicação
do empréstimo, em 16 de abril declarei competir á mesma Câmara a iniciativa na
execuçflo daquella disposição da lei.
Por Decreto n . 10.149 dc 5 de janeiro foi mandado vigorar no exercício d e ^ S 9 ,
até ser approvoda a respectiva proposta, o orçamento municipal de 1888.
No annexo ü achareis os aclos relativos a assumptos municipaes.
INSTRUCÇÃO PUBLICA
o
E ' tao deplorável a dccadencui a que neste particular chegámos, que não preciso
deter-mc em mostrar a necessidade de volver á primitiva organisação do Coüegio,
mantendo os princípios seientifleos que n e l l a presidiram, infelizmente postergados
depois, até ao ponto de se exagerar o abandono suecessivo do estudo de cada u m a
das matérias o o correspondente systema dc exames finaes, donde resultou que
o estudante procura aprender não para saber, mas simplesmente para a d q u i r i r o
cabedal de noções que lhe facilite a approvação nos exames, quando nfio se contenta
de preparar-se apenas para a tentativa aftatoria desses exames.
Devemos respeitar os direitos da sciencia na obra da educação, mas é preciso
promover particularmente a j ^ l l u r a . Não ha mais balia fonte dc elevação moral,
melhor escola de preparo v i r i l para a vida saciai do que o estudo das humanidades,
o conlacto com a antigüidade, com essa antigüidade cheia de grandes exemplos, os
quaes todos, na plirose do grande orador romano, estariam sepultados nas trevas,
si os não iUuminasse a luz das leltras.
Além disto, cumpre coordenar racionalmente os estudos, segundo ensina a
pedagogia, dando oos programmas a forma concentrica que permitte reconduzir o
alumno, degrau em grau, ao circulo já percorrido, de sorte que cada vez m a i s se
lhe amplie o horisonte, e desdobrando os cursos de sciencias por maneira que
atravessem toda a serie de estudos até o de philosophia, onde devem ser de novo
considerados.-e resumidos, em b r g a synthese.
Nesta organisação, escusado é dizer que importa evitar a sobrecarga intelleclual,
não supprimindo matérias, mas imprimindo aos programmas a necessária flexibili-
dade e adoptando adequados processes didacticos.
A s s i m realisar-se-á incontestável progresso: o suecessivo abandono dos estudos
no fim de cada anno, verdadeiro curso ia futuram oblicionem, os suecessivos
exames finaes, que obrigam á exclusiva preoecupação do exame, frisantissima
negação do conceito da escola secundaria, serão substituídos pelos benefícios da
educação harmônica, instituída ú luz dos princípios scientificos, pelos benefícios
do exame terminal, do exame do bacharelado, que não versará sobre a massa
dos conhecimentos occumulados durante muitos onnos de estudos, mas consistirá
em provas apropriadas á verificação da cultura do alumno, verdadeiro objcclo
do ensino secundário. •
Devo aqui mencionar que na conformidade destas ultimas idéas, que rio
Relatório do anno passado conceituara indispensáveis para melhorar a organisação
dos nossos estudos secundários, e.tinham sido sustentadas pela commissãõ que
o pessoal docente do Internalo do Imperial Collegio elegera afim" de dar parecer
sobre a reforma do bacharelado, foram, por ordem do meu illustre ante-
15
relativos e x a m e s finaes.
O illustre professor Tautphoeus, porém, e x p r i m i u nestes termos o seu acordo
em relação ao trabalho offerecido ao estudo da Congregação :
legio exigem-se apenas os primeiras lettras, emquanlo que alli a admissão aos
estudos secundários importa a regular preparação do estudante.
Nenhuma das matérias que figuram no actual plano de estudos pôde ser s u p p r i -
mida sem inconveniente. Já me referi ao ensino scientifico, indispensável á educação
e instrucçflo secundaria, e não é licito prescindir das línguas vivas, attentas as
condições do nosso estado social e a nossa minguada litteratura scientifica e de
imaginação.
Dahi a indeclinável necessidade dc elevar a oito o numero de annos do curso,
exigindo para a matricula a habilitação naquillo que hoje se ensina no I anno. o
O mestre que ignora a historia da oscola, disse com toda a rasão o professor
Angiulii, não possua o conhecimento mais intimamente ligado ao próprio officio,
ignora a gênese que explica os instrumentos queelle empregará.
A ópoca do desenvolvimento Humano que maiores cuidados de educação requer
é o período da transição dapuericia á virilidade.
Considerando a organisação dos institutos secundários, mostram autorisados
pedagogistas que nenhuma outra fôrma escolaslica demanda maior preparação em
quem deve ensinar, e por isto estranham que daquelles que pretendem o diploma
de professor de instrucção primaria elementar se exija o exame de pedagogia,
assim como que, para tornar effectiva a missão dos professores primários, se
instituam conferências pedagógicas, quando, importando muito mais á escola secun-
daria do que á escola primaria a preparação scientifica para o ensino, não se requer,
quanto ao magistério secundário, nem mesmo o conhecimento da sciencia da edu-
cação, que por si só não constitue preparo para esse magistério.
A insufficiencia que se nota em o ensino secundário na Europa, apezar dos
assíduos cuidados que se lhe dispensam, é principalmente attribuida ao defeito de
que nesta parte alli se resente a organisação universitária, já porque nas Faculdades
de scienciase lettras, que são os viveiros do professorado, a pedagogia não tem a i m -
portância que lhe compete, já porque as escolas deapplicação annexas a algumas
dessas Faculdades não constituem, como seria para desejar, o órgão da funeção
didactica da universidade.
No que nos respeita, o estado do ensino secundário explica-se, não pelas lacunas,
mas pela falta de preparação didactica dos professores. Nenhuma instituição pos-
suímos que tenha por fim formar especialmente o respectivo professorado.
Urge, portanto, em relação a este interesse, crear Faculdades de sciencias
e lettras, aproveitando a experiência dos outros paizes para a profícua organi-
sação de taes institutos.
Não devemos, poróm, contentar-nos com esse melhoramento para o fim de
attingirmos a mais alta cultura.
Já 6 tempo de satisfazer a antiga aspiração de dotar o Império com a suprema
instituição do ensino universitário.
Em verdade, o estado da nossa civilisação reclama a importante medida
da creação de duas universidades, uma ao s u l e outra ao norte do Império, pre-
viamente reformados os actuaes institutos de ensino superior.
A s s i m dotareis o B r a s i l com poderosos focos de saber humano, que nos pro-
porcionarão os incomparaveis benefícios do progresso da sciencia, da infiltração
do espirito seientifleo em todos os ramos do ensino, dando ao Império o logar
de honra que elle deve oecupar no mundo civilisado.
19
Instrucção primaria
O RESULTADO
DOS EXAMES
UÍ
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3 O PftOFüSSORKS o
o c < <
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I-IIIIV
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IVII
N Ã O 11
S. Jusc 2" de meninas Claudina de Paula Nunes •1
» » .. 3 > a
> Maria Elvira de Figueiredo Teixeira da
Fonseca o
SantMnna 3* » Flavia Maciel ... G
Engenho Xovo l» > meamos José Al.es da Visitação 1
Guaratiba 2» > Joaquim Antônio da Silva Bastos o
Santíssimo Sacramento 3» » meninas .Vnna Dias Vieira -1
Candelária .Vmelia Fernandes da Costa T 3
S. Christivào 2* » Mariana Angélica Loureiro Fernandes.. 1
Engenho Novo Maria Gomes Santarém Leite o
S. José 1* » Anna America da Rocha e Souza 2
mento ;
Maria E l v i r a de Figueiredo Teixeira da Fonseca, na 3 escola de meninas da fre-
a
guezia de S. José;
Thereza Pimentel de A m a r a l , na 3 a
escola dc meninos da freguezia de Santo
Antônio;
M a r i a Dias França, na 1" escola de meninas da freguezia de S a n f A n n a .
As referidas professoras exhibiram titulo de habilitação pelo Escola N o r m a l ,
ao que estavam obrigadas na fôrma do art. 20 do Decreto n. 8.935 de i I de agosto de
1833, e completaram a idade marcado no Regulamento onnexo ao Decreto n. 1.331 A
dc 17 de fevereiro de 1854.
Dc acordo com o Decreto n . 9.553 de 30 de janeiro de 1SS3, por Portarias de 15 de
moio foram exonerados os adjuntos Manoel Pereira Júnior, Manoel Ponciano M a l l i o
Carneiro, Ignez Ferreira de V a s o n c e l l o s Drummond, Lúcia Pimentel, M a r i a da
Gloria Moreira de S a n f A n n a e Moria Mogdalena dos Santos Oliveira, e nomeados
para servir interinamente Rosa Condido de Oliveira, Adelia Francisca dos Chogas,
A l i n a de Oliveira, Antônio Carlos Velho da Silvo, Augusto de Miranda, Castorina
Francisca das Chagas, Delphina Nunes Teixeira, E m i l i a de Albuquerque R o -
drigues, Eugênio Manoel Nunes, E u l a l i a Cruz Santos F i l h o , Guilhermina A u g u s t a
Bandeira Barradas, Hortencia de Miranda Rodrigues, José Frederico Velho da Silva,
L u i z a Philomena da Cunha Cruz e M a r i a Magdalena Soares B r a s i l .
Por Portarias de 22 de maio e 6 de dezembro foram também exonerados os
adjuntos interinos Manoel José de Lacerda e Artidoro Augusto X a v i e r Pinheiro F i l h o ,
visto terem sido nomeados Amanuenses.este da Secretoria da Agricultura e aquelle
22
do Archivo Publico do Império, e por Portaria de 30 de obril ultimo foi concedido a ex-
oneração que do logar de adjunto interino pediu José Joaquim de Campos da
Costa de Medeiros e Albuquerque.
Por Portaria de 7 de junho do anno findo foi nomeada adjunta effectiva Amélia
Fernandes da Costa, que por Decrete» do dia anterior tinha sido exonerada do logar de
professora da escola publica de meninos da freguezia da Candelária, em virtude do
disposto no art. 20 do Decreto n. 8.985 de i l de agosto de 1883. Havendo, porém,
obtido nos últimos exames da Escola N o r m a l a habilitação de que tinha ficado de-
pendente o seu provimento effectivo naquella cadeira, foi nella reintegraia por
Decreto de 2 do corrente mez.
Por ser de 250?000, no máximo, a quota annual com que concorrem os profes-
sores que m o r a m nos prédios em que funccionarh as escolas publicas de instrucção
p r i m a r i a , ha grande desigualdade neste particular entre a posição desses membros
do magistério e a dos que regem cadeiras estabelecidas em casos que não offerecem
accommodações para a residência delles.
Nestas condições e porque os regulamentos em vigor não cogitam de conceder
qualquer compensação aos que se acham no ultimo caso, tenho por conveniente
adoptar um regimen mediante o qual desappareça a indicada desigualdade.
Para resolver acerca do assumpto, por A v i s o de í de março recommendei ao-
Inspector Geral que propuzesse o que lhe parecesse mais adequado a tal respeito,
ministrando ao mesmo tempo todos os esclarecimentos que habilitem a formar j u i z o
cabal sobre esse estado de cousas.
P o r A v i s o de 23 do citado mez de março regularisei o serviço relativo aos c o n -
tratos que, em virtude do art. 57 do Regulamento de 17 de fevereiro dc 1854, se
fozcm com professores particulares, afim de prover ao ensino de alumnos pobres
em localidades onde não ha escolas publicas.
Os resultados de observações experimentacs obtidos por pacientes tra-
balhos dos hygienistas mostram a indeclinável necessidade dc preservar a
infância das moléstias devidas a localidade e condições dc installação da escola,
ao contagio e finalmente a immobilidade forçada e excesso de attenção, sempre fatal
ao desenvolvimento physico das crianças.
Não sendo os nossos estabelecimentos de instrucção e educação isentos dos
defeitos verificados e condemnados pela sciencia, inspirada no amor da juventude
escolar, pela Portaria de 28 de março, de que me oecupo no artigo sobre—Saúde P u -
blica—dei instrucções para a inspecção hygienica escolar permanente nos estabeleci-
mentos de instrucção p r i m a r i a e secundaria e institutos especiaes subordinados ao
Ministério do Império no município da Corte, e por Aviso da m e s m a data incumbi o
Inspector Geral de Hygiene de apresentar o plano de edificação e as condições de
estabelecimento de um hospital para os meninos que elevam ser tratados pela
assistência publica nos termos do art. 5 da referida P o r t a r i a .
o
II
Escola Normal
os quaos, de par com outros, que foram sanados pela reforma, inspiraram a
Commissão de Instrucção Publica desta Câmara, no parecer apresentado a 12 de
setembro do 1832, o conceito de não ter ainda havido instituição que « menos cor-
respondesse ao nome adoptado » do que a antiga Escola N o r m a l , e de bastar, por
si só, para perverter a índole do estabelecimento o systema'de ensino a n o i l e . As
queixas e reclamações eram, portanto, provocadas pela adopção das medidas sem
as quncs não é licito conceber a organisação do ensino n o r m a l , que, é escusado
observar, sc rege por normas muito differentes das que são aconselhados pelos
interesses geraes da instrucção.
Considerado o objecto do ensino dos escolas normaes, também não podiam pre-
valecer as criticas que recahiram em o novo programmo, na parte concernente d
determinação dos conhecimentos que convém m i n i s t r a r ao alumno-professor.
Não deixaram, porém, de ter cabimento algumas considerações relativas á
insufficiencia que se nota em certos pontos da reforma e á desproporção, que em ou-
tros existe, entre os serviços prescriptos e os meios que se lhes assignam, defeitos
estes que, como ja tive ocensião de dizer-vos no artigo geral sobre — Instrucção P u -
blica —, são devidos ã notável estreiteza dos recursos autorisados, o que foi
ainda causa de se não remediar um dos capitães vicios da antiga organisação, o
ensino m i x l o para os dois s e x o s .
Além de ler ouvido as pessoas doutas e experimentadas, que acima mencionei,
quiz conhecer o jiiizo do Inspector Geral effectivo da instrucção p r i m a r i a e secundaria,
Bacharel Emygdio Adolpho Victorio da Costa, que tinha reassumido o exercício, ao
voltar da Europa, onde se achava, com licença do Governo, quando se celebraram as
reuniões de que vos falei. Em conseqüência, expedi-lhe A v i s o , afim de que, antes de
se abrirem os aulas da Escola, indicasse os pontos do Regulamento em que lhe pare-
cesse haver difficuldade de execução, ou os disposições que devessem ser
alteradas, cooperando assim para as modificações que o Governo pretende realisar
no mesmo Regulamento, de acordo com os ideos que tenho enunciado, si para
isso obtiver a necessária autorisação legislativa, e habilitando-o o fazer desde logo
os retoques dc natureza meramente regulamentar, na parle que não respeita a orga-
nisação e regimen da Escola, instituídos mediante a delegação legislativa de que
usou o meu antecessor.
Em resposta trouxe ao meu conhecimento aquelle funecionario que « não podia
propor alterações ao Regulamento annexo ao Decreto n. 10.060 dc 13 de oitubro de
1S88, que reformou a Escola N o r m a l , por isso que só da execução do mesmo R e g u -
lamento poderão resultar duvidas, c patentear-se a conveniência de algumas de suas
disposições impugnados pelos interessados».
27
I serie
a
243
2 a
» 84
3 a
» 5
I a
SERIE
Instrucção religiosa
Compareceram a exame 9.
Soxo masculino Sexo feminino
Português
Francês
Compareceram a exame 8.
Arilhmetica
Calligraphiaje desenho
Gymnastica
» plenamente.... 8 18
» simplesmente.. 5 16
Reprovada 1
F a l t o u á prova prática
2 a
SERIE
Português
» plenamente 3 12
» simplesmete 0 4
Faltaram.á prova o r a l . . . 1 1
Approvados simplesmente.. 9
Musica
Trabalhos de agulha
Pedagogia
Approvados simplesmente 4 18
Reprovados 2 10 12
D D ) > prática.... 1 4 5
trabalhar com esforço durante o período mais rigoroso do verfio deste anno e
quando mais intensas se tinham tornado as epidemias reinantes. Graças a d i l i -
gencia e zelo de todos, effeituou-se o serviço com a devida regularidade, d i s t i n -
guindo-se, entre os que m a i s a u x i l i a r a m o Director interino, o professor adjunto
da cadeira de mathematicas Bacharel Alfredo Coelho Barreto. A ' vista desse r e s u l -
tado signifiquei ao referido pessoal os louvores do Governo.
não tenha algumas das condições para cabal accommodação da Escola, é fora de
duvida que também nesta parte houve notável melhoramento.
Na escola de applicaçSo annexa ao estabelecimento m a t r i c u l a r a m - s e 24 a l u m -
s, numero fixado pelo Director em virtude do Regulamento.
No dia 1° do corrente mez obriram-se as aulas, estando tudo convenientemente
disposto em o novo edifício.
Brevemente terão começo os concursos para provimento dos logares vagos.
No seu relatório o Director interino assignala o melhoramento do regimen da
Escola e informa que todos os serviços proseguem regularmente.
Aproveitando o ensejo da viagem do Dr. J o a q u i m José de Menezes V i e i r a á
Europa, resolvi encarregal-o de estudar quanto se refere ao ensino n o r m a l em
França e mais paizes que percorrer.
E ' de esperar que da commissão que confiei o esse distineto educador resulte o
maior proveito para aquelle estabelecimento, digno da m a i s desvelada solicitude
dos poderes públicos pela natureza de sua importante missão.
'83
m
Imperial Collegio de Pedro II
IV
Approvações distinctas 22
» plenas 31
» simples 21
RESULTADO
W
'R
MATÉRIAS E:
-V* 51'
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INSCI
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2Í r z 1
r c < , 3 a °
O
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0, S ss • o
l<
z
376 3 74 117 60 33 89
54 2 19 8 11 0 14
156 32 53 13 9 47
72 5 14 20 0 1 32
110 2 20 29 15 1 43
291 1 61 90 41 8 87
Cl 1 18 15 1 0 26
176 6 18 47 19 9 77
Historia irernl 220 15 68 48 7 6 76
Historia c ohoropraphia do
302 23 125 75 6 7 66
33 2 16 8 1 0 6
36 2 19 8 0 1 6
104 2 22 36 2 0 42
Quanto aos exames feitos nas outras províncias, nSo se receberam infor-
mações completas.
36
INSTRUCÇÃO SUPERIOR
Approvados plenamente 47
» simplesmente 59
Reprovados 34
No I anno
o
209
» 2 o
» 174
» 3° » 191
» 4° » 190
» 50 » 123
No fim do anno inscreveram-se para os exames 720 estudantes, dos quaes 685
se t i n h a m matriculado. O resultado foi o seguinte :
Reprovados 321
II
Approvados plenamente 11
» simplesmente 14
Reprovados 3
M o compareceram ou deixaram de concluir as p r o v a s . . . 3
No I annoo
118
» 2 o
» 71
» 3 o
» 131
» 4° » 89
» 5° » 64
Dos ditos alumnos 471 são brasileiros e 2 estrangeiros, sendo um francez e outro
italiano.
D e S . Paulo 160
Do R i o de Janeiro 54
Da Corte 50
Do R i o Grande do S u l . . 32
Da Bahia 15
Do Paraná 8
De Goyaz 8
40
De Pernambuco 7
De Matto Grosso 6
Do Pará 3
Do Espirito Santo 3
De Santa Catharina 3
De Sergipe 3
Do Ceará 3
Do Maranhão 2
Das Alagoas 2
Do Amazonas 1
D o Piauhy • — i
Da Parahyba 1
No fim do anno inscreveram-se para exames 481 estudantes, dos quaes 452 se
tinham matriculado. O resultado foi o seguinte :
Approvados plenamente 16
D simplesmente 32
Reprovados 9
Não compareceram 5
Approvados plenamente 25
» simplesmente 47
Deixaram de comparecer 4
F o r a m nomeados :
Lente substituto, mediante concurso, o D r . Pedro Augusto Carneiro L e s s a , por
Decreto de 30 de maio de 1888.
Lente da 2 cadeira do I anno, na conformidade do art. 32 dos Estatutos de
a o
III
No ultimo anno lectivo foram admittidos nesta Faculdade 590 estudantes, sendo
361 mediante matricula e 229 com permissáo p a r a freqüentarem os laboratórios.
Dos mencionados estudantes pertencem ao curso médico 437, ao pharmaceutico
127 e ao odontologico 26, a s s i m distribuídos :
CURSO MÉDICO
I serie
a
62
2 a
» 57
3 a
» 94
4 a
» 58
5 a
D 68
6 a
» 98
CURSO PHARMACE.UTICO
I serie
a
30
2« » 3<i
3 a
» 58
CURSO ODONTOLOGICO
I serie
a
10
2 a
» 8
3« » s,
43
CURSOS
35 10 43
118 23 697
101 34 483
23 6 129
6 1 48
CURSO MÉDICO
Na I serie
a
16
» 2 a
» 44
» 3 a
» 55
» 4 a
» 53
» 5 a
» 47
» 6 a
» 7 7
292
CURSO PHARMACEUTICO
N a I serie
a 1 5
.> 2 a
» 22
» 3 a
» 5 3
90
41
CURSO ODONTOLOGICO
Na l n
serie 5
» 2° » 7
» 3 a
» 8
20
Do R i o de Janeiro 31
De M i n a s Geraes 9
De S . P a u l o 8
Do R i o Grande do Sul 5
Da Bahia 4
Da Parahyba 4
Do Ceará 3
Do Pará 3
De Pernambuco 2
De Sergipe 2
Do Espirito Santo • 1
De Matto Grosso. 1
Do Paraná l
Do Maranhão 1
Dos Alagoas 1
De Santa Citharinn 1
IV
Da Bahia 197
De M i n a s Geraes 39
De Sergipe 33
Do R i o de Janeiro 31
Do Ceará 23
De Pernambuco 23
Do Maranhão 20
Co R i o Grande do S u l , 16
Das Alagoas í 5
Do Pará , '**
De S . P a u l o ••• * 3
D a Parahyba l u
Do R i o Grande do Norle.
Do P i a u h y
De Motlo Grosso
Do Espirito Santo
48
.Vpprovações distinctas 17 17
» plenas 633 75 3 716
» simples 430 15 3 448
Reprovações 152 23 175
Exames não rcalisados 13 2 15
Comquanto este resultado não seja tão desonimador como o de outros annos,
o Director, continuando a pronunciar-se contra o regimen dc livre freqüência,
pondera que a faculdade que os estudantes tèm de fazer exames de mais de uma
serie dentro do mesmo anno lectivo, o que é uma das causas principaes da decadên-
cia dos estudos, torno-se menos justificável á medida que se vão organisando e
desenvolvendo os trabalhos práticos.
A Congregação, por sua vez, representa contra graves abusos a que tem dado
logar aquelle funesto regimen, e condemna principalmente a transferencia dos
alumnos de uma para outra Faculdade e a prestação de exames extraordinários
em qualquer época do anno lectivo.
Ponderando que essa transferencia, raras vezes concedida no antigo regimen e
agora freqüentíssimo, serve em geral para favorecer o interesse que tèm os alumnos
de se não submetterem a novo exame perante os mesmos examinadores que os
hajam inhabilitado, ou de evitarem o julgamento de alguma commissão reputada
mais rigorosa, ocertadamente opina a Congregação que só possam ser feitas con-
cessões dessa espécie a alumnos approvados no ultimo exame que hajam feito, e
isso no coso de moléstia ou por outro motivo attendivel, a juizo da mesma Congre-
gação.
C u r s a r a m a s aulas desta Escola durante o anno findo 181 estudantes, dos quaes
somente 39 matriculados.
- Osditos estudantes distribuem-se assim :
Curso g e r a l . . . 83
» de sciencias physicas e mathematicas 2
o de engenheiros geographos 19
» de engenharia c i v i l 72
» de artes e manufacturas 3
» de minas 2
Nenhum alumno se matriculou no curso de sciencias physicas e naturaes.
51
Houve 682 inscrlpções para exames, effeltuando-sa 405, inclusive os dos exer-
c i d o s práticos do curso g e r a l . O resultado foi o seguinte :
Approvações distinctas 16
» plenas 224
» simples 126
Reprovações 39
Approvações plenas 16
» simples ~ .16 ' ; v •
Reprovações • 1* •"
Oliveira A m a r a l .
Realisaram-se os concursos para preenchimento das vagas de substituto do
curso de artes e manufacturas e de professor de trabalhos graphicos do I o
anno do
52
VI
no 3° anno 6, e no I o
anno do curso superior, mediante concurso, 4.
54
Approvados 58
Reprovados 39
Não fizeram exame .' -W
Santos Pires, único candidato 4ue se apresentara e tinha sido habilitado no respe-
ctivo concurso.
Está em andamento a segunda parte das novas construcções da Escola,
custeadas com o a u x i l i o que a Assembléa Provincial de Minas concede a n n u a l -
mente.
O Director acredita que as obras ficarão concluídas até ao fim do corrente anno.
Destina-se esta parte das edificações aos laboratórios de chimica geral, de docimasiu
55
(••" Como [elle observo, ás razões de utilidade attinentes aos interesses da agri-
cultura e da industria accrescem no tocante áquelle cmprehendimento as quo
decorrem da promoção dos estudos scientiflcos. A geologia é a sciencia que deve,
slnão resolver, ao menos estudar os problemas que m a i s importam á historia da
humanidade. A cada momento ella considera as provas admiráveis da ordem
reguladora dos grandes phenomenos que têm agitado e modificado o mundo em que
vivemos; a cada momento se lhe deparam provas irrecusáveis de u m a vontade
suprema, de sorte que talvez se possa dizer que, m e l h o r do que o céo, a terra narra a
gloria do Creador,
VII
Liberdade de freqüência
sultados, sem duvido nfio justifico os sacrifícios que se tem feito oflm de dotar os
referidos estabelecimentos com o pessoal docente e o material techriico precisos ás
múltiplas exigências do ensino theorico o prático.
Nn proposta do Poder Executivo apresentada ô Câmara.dos Srs. Deputados, em 15
de j u l h o de 1887, para a reorganisaçfi > das Faculdades de Direito, inclulram-se, de
acordo com as idéas expendidas naquelle Relatório, providenchs rasonvels quanto
á freqüência obrigatória dos estudantes e ás épocas da exames, dispondo-se que na
conformidade dos estatutos que se houvessem de expedir para essas Faculdades
seriam alterados os das de Medicina e da Escola Polytechnica.
Mais tarde, o Director interino da Faculdade de Direito do Recife, para evitar
o total deperecimento do ensino, propoz varias medidas que importavam a alteração
do systema de liberdade de freqüência. OGoverno, porém, entendeu que, por estarem
pendentes de resoluçõo legislativa os providencias que deviam habilital-o a refor-
m a r convenientemente os cursos jurídicos, c u m p r i a manter oquella liberdade, e,
por A v i s o s de 23 de fevereiro do anno passado, apenas recommendou, com ó
fundamento de que as vantagens que aos estudantes a d v i n h a m desse regimen
achavam-se limitados pelas disposições regulamentares que acautelam a boa ordem
dos trabalhos lectivose as necessidades do ensino, que na segunda época de exames,
a de março, sejam admittidos, dos estudantes matriculados ou nfio matriculados,
somente os inscriptos durante a primeira que nfio os tiverem feito por motivo j u s t i -
ficado, a juizo da Congregação.
Nada, porém, deliberou o Poder Legislativo a respeito da alludida proposta,
pelo que o meu illustre antecessor, attendendo á urgência de pôr termo neste p a r -
ticular á anarchia a que chegaram os cursos superiores, resolveu que fosse c o n s u l -
tada o Secçfio dos Negócios do Império do Conselho de Estado sobre si pode-se j u l g a r
válido o Decreto n. 7247 de 19 de a b r i l de 1879 na parte em que permitte a
liberdade de freqüência e introdusiu outras innovações no regimen das Faculdades
de Direito e de Medicina e da Escola Polytechnica, e s i , no caso affirmativo, cabe
ao Governo suspender a respectiva execuçfio ; bem a s s i m , si considerada s u b s i s -
tente a autorisação de que trata o Decreto n. 714 de 19 de setembro de 18>3, tem
logar que o mesmo Governo mande que opportu na mente v i g o r e m : nas Faculdades
de Direito, somente as disposições por que antes se regiam ; nas de Medicina, as dos
Estatutos de 23 de oitubro de 1884, excepluadas as que, de acordo com o Decreto
n . 7247, se referem á freqüência e aos exames dos estudantes, sendo estas s u b s t i -
tuídos pelas do anterior regimen, com as alterações consentaneas á nova o r g a -
nisação do ensino prático; e na Escola Polytechnica, as dos Estatutos de 25 de a b r i l
de 1874, expedindo-se, na conformidade do art. 149 destes Estatutos, para a i n -
. IMP. 8
5S
Dos 56 alumnos que no anno próximo findo havia neste estabelecimento 2 foram
nomeados repetidores, 2 falleceram e retiraram-se 7.
Presentemente acham-se matriculados 47 alumnos, dos quaes 30 pertencem ao
sexo masculino e 17 ao feminino.
Na conformidade das disposições em vigor, estão sendo observados 6 candi-
datos á m a t r i c u l a , sendo 4 do sexo masculino e 2 do feminino.
Em 22 de novembro de 1888 foi nomeado o D r . Joaquim Antônio Fernandes de
Oliveira para o cargo de Commissnrio do Governo, vago pelo fallecimentodo Dr. A n -
tônio Cândido da Cunha LeitSo.
F o r a m nomeados :
Repetidor de geographb e historia, Maurício Montagni, por Portaria de 25
de m a i o ;
Repetidor da 2 classe de musica, Antônio Francisco dos Santos, por Portaria de
a
14 de j u l h o ;
Repetidoras de primeiras lettras e de musica, por Portarias de 25 de janeiro
do corrente anno, Etelvina Fragoso e E l i s a Pinto de Miranda, as quaes estavam
servindo interinamente;
Repetidores da I classe dc musico, de primeiras lettras e religião, e de a r i t h -
a
metica e álgebra, por Portarias de :;0 do citado mez, Antônio Ferreira do Rego,
Alfredo Francisco Jorge do Carmo e Francisco Gurgolino de Souza, que serviam na
qualidade de addidos.
No impedimento do professor de piano dos alumnos, Guilherme Lourenço
Schulze, continuo a servir o Repetidor Antônio Ferreira do Rego.
Pelo Decreto n. 10.212 de 23 de março ultimo foram fixados, no conformidade
da L e i n. 3397 de 24 de novembro do anno findo, os vencimentos do pessoal do
Instituto, regulando-se por essa occasião as accumulações e substituições dos e m -
pregados.
Tendo sido concedido pela citada L e i o augmento de credito na importância dc
4:4363000 para melhorar o ensino de afinação de pianos, reorganisar as officinas de
typogrophia e de encadernação e crear o logar de dictante e copista, no dito Decreto,
em que se consolidaram as disposições do de n. 2410 de 27 de a b r i l de 1859 que de-
v i a m continuar em vigor, foram contemplados aquelle logar e o de contramestre
62
Conservatório de musica
» simplesmente 3
25
Inhabilitados 1 0
» plenamente 3
9
Approvadas simplesmente '. . 2
Inhabilitada 1
IMP. 9
66
Portaria de 3 de a b r i l ultimo.
Tendo Alfredo Camarate obtido dispensa do logar de Inspector do ensino, que
exercia gratuitamente, foi por Decreto de 9 de janeiro ultimo nomeado p a r a
o mesmo logar o professor Augusto Paulo Duque Estrada Meyer.
Por Decreto do 1°. de fevereiro foi nomeado A r c h i v i s t a Domingos Machado da
S i l v a , na vaga deixada por José Pareira da Silveira, que falleceu.
67
BIBLIOTHECA. NACIONAL
Desde o 1°. de maio de 1888 até 28 de fevereiro ultimo foi a seeção de impressos
da Bibliotheca freqüentada por 13.7ü8 leitores, que consultaram 14.893 obras, tendo
sido de 14.701 leitores, que consultaram 16.883 obras, á freqüência no período
decorrido do I . de maio dc 1887 a 28 de fevereiro de 1883.
o
'•
A differença para menos explica-se por ter estado fechada a Bibliotheca, durante
todo o mez de setembro, afim de proceder-se ao osseio de que carecia o edifício
depois de promptas as duas salas mandadas construir pelo meu antecessor.
As classes mais consultadas continuam a ser a de bellas-lcttras e a de historia,
na seeção de publicações periódicas, e depois a de mathematicas, medicina, sciencias
naturaes, jurisprudência e sciencias sociaes.
A maior parte das obras consultadas são escriptas em portuguez e em francez.
As obras sobre mathematicas, medicina e sciencias naturaes foram objecto de
consulta principalmente por porte de estudantes das escolas superiores desta
Côrte..As riquezas em lingüística continuam a ser procuradas.
Tendo-se concluído o catalogo g e r a l dos impressos, procedeu-se nesta seeção
a rigoroso inventario, cujo resultado é o seguinte:
" V o l u m e s encadernados 109.187
» brochados 61.444
Total 170.631
Neste numero estão incluídos:
Incunabulos do X V século 132
Incu n ob ulos do X V I século 432
Total 561
Volumes impressos pelos grandes typo^raphos:
João Fust • 4
Pedro Schoeffer....' : 4
Bodoni - r 8
Aldos ........ 21
Iborro ;...\ . . ; •• • 77
Juntas 1 4 3
Eslevãos 209
Elzevires 230
Plantinos •* •• 267
Didots •" * - m
Total 2.363
70
ARCHIVO PUBLICO
No anno de 1883 esta Repartição recolheu cm Ires das suas secções 34.226 do-
cumentos, sendo: na legislativa, 113 Decretos Legislativos e a L e i n. 33r>3 de 13 de
maio do anno passado, que extinguiu a escravidão no B r a s i l ; na administrativa,
34.006,a saber: 3.S0T Decretos do Poder Executivo, dos quaes 439 foram expe-
didos pelo Ministério da Agricultura, 43 pelo de Estrangeiros, e 3.323 pelo do
Império; e 30.199 officios recebidos do ultimo destes Ministérios; na histórica, 105,
entre os quaes muitos documentos de famiüa e de serviços ao Estado.
Recebeu o Archivo Publico 270 livros e folhetos, sendo 93 por offerta de p a r -
ticulares, além de muitos jornaes e alguns objectos para o m u s e u histórico.
Encadernaram-se c reencadernaram-se 133 volumes, dos quaes 23 de m o n u -
scriptos.
Continuou a classificação, numeração e carimbo da correspondência official das
províncias e o extraclo, para o respectivo indice, que se acha adeantado, de officios,
cartas, bandos e portarias expedidos pelos V i c e - R e i s .
Continuou também a restauração, por meio de copia, de vários documentos
antigos damnificados pelo tempo.
E' indispensável restaurar muitos livros das collecções denominadas Registro
Velho e Registro Antigo e alguns volumes do Registro da Provedoria da F a z e n d a ;
não pôde, porém, o trabalho ser desempenhado, com a urgência que o estado dos
livros reclama, pelo pessoal do quadro da Repartição, que, além de ter o mesmo
numero de empregados do tempo de sua organisação em 1840, se acha sobrecarre-
gado de serviço estranho á natureza do Archivo e ao fim de s u a instituição, como
é o dos privilégios industriaes.
^ Durante o anno houve 168 depósitos para obtenção de taes privilégios, proce-
dendo-se á abertura definitiva de 115, e de 9 para exame prévio pela Inspectoria
«
de Hygiene.
•7J-,
INSTITUTO HISTÓRICO E G E 0 G R 4 P H I C 0 B R A S I L E I R O
I M P E R I A L ACADEMIA D E MEDICINA
Brasil. *
2. « Das causas que mais poderosamente tem promovido o decrescimento daè v
erysipelns n o R i o de Janeiro.
IMP. 40
74
no B r a z i l .
S. Da elephancia (elephantiasis dos árabes) no Rio de Janeiro.
a
L Y C E U S DE A R T E S E OFFICIOS
m a i s se d i s t i n g u i r a m .
P o r falta de espaço no cdificio não foi ainda possível estabelecer outras aulas,
como as de gymnastica, botânica e materiacs lenhosos e mecânica pratica a p p l i -
cada aos officios, as quaes muito concorreriam para completar o ensino a que se
propõe esta benemérita instituição.
Ha necessidade de crear um gabinete de mineralogia, e completar com os
necessários apparelhos os de physica e c h i m i c a .
Lyoeu de A.rtes e Officios da Imperial Sooiedade dos Artistas
ESTABELECIMENTOS DE CARIDADE
Destes eram :
Homens ; 35
Mulheres , 22
Adultos 45
Menores 12
Nacionaes 50
Estrangeiros 7
79
NEGÓCIOS ECCLESIASTICOS
onde foi preterido com irreparável damno da ordem gorai, como apparece na Capella
do SS. Sacramento e na tribuna imperial
Pelos vestígios occultos parece que a primeira concepção do architecto foi alterada
nSo sei por que, e é mister averiguar.
Perdendo embora muito da expressão festival, os altares do corpo da Igreja,
•caso fosse praticavel abrir para elles as capellas fundas já formadas, ganhariam o
tom de severidade mais conforme ao sentimento religioso.
Cumpre fazer s a h i r á luz o granito lavrado da fachada, desaggravado a s s i m da
injuria, por tanto tempo supportada, de disfarçar com apparencias de pobreza o seu
real valor
Si em todo tempo foi de boa educação guardar e venerar o antigo, neste caso é
acto de consciência artística, pois se me afigura temeridade, sinão profanaçüo, tentar
na Igreja Cathedral e Capella Imperial maior esforço do que o da restauração, já
bastante para satisfazer a nobre e legitima ambição do alevantado merecimento
do Engenheiro Del Vecchio e do artista Thomaz Driendl, seu distineto a u x i l i a r , aos
quaes incumbi os trabalhos.
Neste sentido dei instrucções aquelle Engenheiro, recommendando-Ihe que as
obras fossem feitas sem prejuizo da solidez do templo e das exigências do cere-
monial, bem como do governo interno na parte das dependências.
Finalmente, resolvi, de acordo com o parecer do dito Engenheiro, que as obras
se realisassem por administração.
Inteirado das minhas intenções, o R e v . Bispo Capellão-mór providenciou no
sentido de passar o I l l m . Cabido a celebrar os actos de sua competência na Igreja
da Veneravel Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, até que se
concluam as obras de restauração da Cathedral.
Realisada a transferencia em fins de março, e recolhidos ao paço da cidade o
painel do altar-mór, as imagens e todos os objectos que não tinham de servir na
Igreja do Carmo para a celebração dos actos religiosos por parte do Prelado e dos
Capitulares, deu-se principio ás obras, sendo encarregado o padre Eduardo Christão
de Carvalho Rodrigues, Mestre de Ceremonias e Thesoureiro da Capella, de i n s -
peccionar os trabalhos e prestar ao mencionado Engenheiro todos os esclareci-
mentos de que este carecer.
Áchando-se estragados o telhado e o forro da Cathedral da B a h i a , e tendo s i d o
orçados os precisos concertos em 22:880$0CO, concedeu este Ministério em agosto de
1887 a quantia de 5:000$OOD e em 1888 a de 10:000$000, que foram devidamente
applicados. No corrente anno mandou-se dar a quantia de 7:880$000 para conclusão
daquelle s concertos.
83
lados, quo não tòm absolutamente meios de attraliir pelo baplismo ao grêmio da
Igreja c da civilizarão grande numero de indios pagãos que existem nas suas
dioceses.
O remédio para estes males é angmentar o clero, e o Metropolitano pondera que
é muito preferível formar este clero entre nós a importar sacerdotes seculares, os
quaes ordinariamente não pertencem a melhor parte do das respectivas dioceses.
Conseguintementc pede o Arcebispo que a Ordem Franciscana da província
da Bahia possa, depois de reorganisado, receber noviços.
Nada obsta, porém, que o Rev. Prelado consiga por essa fôrma os seus piedosos
intuitos, porquanto no B r a s i l não ha lei que haja alterado ou revogado o direito que
assiste ãs Ordens religiosas de admittir noviços para professarem a regra para que
s i n t a m vocação: não está dentro da competência do Governo fazer alteração
nesta matéria.
F o i isto que em Aviso de 11 do corrente mez declarei ao Commissario Geral dos
Missionários Capuchinhos no Brozil, em resposta ao officio em que, mostrando as
difficuldadcs que tem a mesma Ordem para attender ao serviço das missões
no Império, clle lembrava a conveniência de se estabelecerem nas províncias do
s u l collegios que se destinem a formar, por meio do noviciado, missionários para
a çatechese.
Com effeito, não existe acto a l g u m legislativo que limite ou restrinja a faculdade,
que tem as Ordens Regulares, de admittir à profissão de sua regra os noviços que
sintam vocação para observal-a.
A admissão de noviços em taes circumstancias é não só um direito das Ordens
estabelecidas no Império, como u m a necessidade para a perpetuação desses i n s t i -
tutos. A prohibição eqüivaleria á extincção dos Ordens, o que não estude acordo
com a legislação vigente.
O Estado pôde, si julgar conveniente, estatuir sobre este assumpto condiçOes
por meio das quaes garanta os serviços que lhe devam como cidadãos aquelles que
professarem; não pude, porém, impedir que o façam quando desembaraçados ou
remidos de taes encargos.
A i n d a que fosse pennittido alargar a autoridade do Estado até o ponto de a l -
cançar c c o m p r i m i r a liberdade das vocações honestas e piedosas, como a de entrar
n u m a Ordem Religiosa c aperfeiçoar-se pela observância de sua santa regra,
certo que o legislador brazileiro tem mantido inalterável o direito antigo e nunca
contestado da livre profissão, e que não está na competência do Poder Executivo
fazer nesta parte innovoção que o altere ou s u p p r i m a .
Contra esta doutrina fundamental seria em vão oppor o impedimento occasional
IMP. 12
90
1888
AUH-IS Müliiuciros
1877 -467
;S73 503
1S79 596
1883 1.539
1881 1.412
18S2 1.240
1583 1.433
1584 1.157
1585 1.214
1886 1.395
1887 1.319
1888 729
somente que, nfio havendo outros recursos, sejam a província e o município soccor-
rldos pelo E s t a d o . A. Constituição garante os soccorros públicos, isto é, afiança,
responsabilisa-se por esses soccorros, isto 6, ainda, os presta quando houver
necessidade de ser a medida dessa ordem lançada a conta do Estado, o
Os meios de assistência publica adoptados pelo Governo Imperial foram a cons-
trucção do prolonga monto da via férreo de Baturité e a solicitaçfío ao Parlamento
de verbas pora o prolongamento da de Sobral e construcção do açude de Quixadá.
O governo provincial, contando com estes trabalhos, resolveu, para o c o m -
plemento do plano de soccorros em salários, iniciar varias outras obras.
Sendo a cordilheira da Uruburetama, grande centro productor de algodão, um
dos pontos cm que a secca se manifestara m a i s intensa, para a l l i , naturalmente,
convergiram as vistas da Presidência, tendo por intuito principal evitar a i m m i -
nente emigração da numerosa população r u r a l , o que seria desastroso para a
riqueza publica e privada. A s s i m , foram ordenados trabalhos de irrigação, abaste-
cimento d'agua e viação publica na zona adjacente aquella cordilheira.
Quanto a outros pontos, sendo muito fracos os meios de acçSo a pôr em pratica,
e ainda não estando definitivamente resolvida a natureza das obras a executar, foi
autorisado o que demais urgente e immediatamente efficaz se offerecia no momento:
a abertura, melhoramento e reparação de poços e cacimbas e construcção ligeira
de ranchos ao longo dos estradas para restabelecer e conservar as communicaçôes
com o sertão, interrompidas, em grande parte, por falta d'agua, no terrível período de
1877-1879.
No iniciação e proseguimento desses trabalhos teve a administração i n n u -
meras difficuldades a vencer. O resultado, porém, compensou, sobejamente, a
longa serie de preoecupoções e contratempos. Em 1878 o Estado só despendeu
com soccorros ás victimas da secca do Ceará 113:997$470 na construcção do prolon-
gamento da via férrea de Baturité (Doe. n. 4), e a s o m m a média de 115:8555950 com
o transporte de5.19S emigrantes (Doe. n. 4).
Pelo que diz respeito ás despezas feitas por conta do cofre provincial, além de
rigorosamente fiscalisados, ficaram todas representadas em obras publicas de
caracler reproduetivo e de prevenção contra futuras seccas, e serviram para manter
em seus domicílios, durante longos mezes de falta absoluta de outros meios de
subsistência, m a i s de 50.000 pessoas. A importância total destas despezas attingiu
a cifra de 200:054$62S tDoc. n. 2).
Emquanto uma parte do população era assim mantida na região do domicilio,
operava-se a emigração daquelles que, ou não podiam encontrar oecupação nas
obras existentes, ou preferiam aventurar-se fora da provincia.
100
Somma 438:903$048
(Doe. ns. 4 e 6)
Verificado que o anno de 18S8 apresentou-se em condições consideravelmente
peiores do que as de 1877, primeiro da ultima grande secca, convem recordar, em
abono dos progressos da administração publica no paiz, que as despezas do Estado
em 1888 foram apenas de 229:8595420 contra mais de 6.000:000*000 dos que poderom
ser liquidadas em 1S77.
Em fins de dezembro ultimo a situação tinha-se aggravado extremamente.
Os recursos da provincia não permittiam a continuação das obras em execução
por conta de seus cofres.
101
II
1889
1887 a dezembro de 1883, com a perda de uma colheita (188S) e com phenomenal
carestia de agua em nove décimas parles do território, sem despender-se um real do
soccorros públicos, sem desordenado deslocamento da população, dirigindo e s u p e r -
intendendo emigraçüo grátis ou não, de cerca de quinze m i l pessoas em 18S8, e de
m a i s de quatro m i l nestes últimos dius. A responsabilidade que a s s u m i , até
dezembro foi plenamente justificada. E ' impossível, porém, vencer-se segundo
anno de fome declarada, proporcionando apenas a cerca de meio milhão de homens
a emigração e trabalhos públicos geraes, cujo desenvolvimento, a exemplo dos de
Baturité, está longe de ser o que deve.
« Nesses trabalhos, quando conduzidos de acordo com as circumstancias, o
que nfio tem sido, seriam empregadas, quando muito,-i.OOD pessoas em Baturité,
4.000 em Sobral, 2.009 em Quixadá, 1.000 e m poços artesianos—a saber—11.000
pessoas, isto é, considerando-se cada trabalhador representando u m a família, o
máximo de 70.000.
« Accresce que, quanto a Baturité, apenas trabalham 1.500; quanto a Sobral e
Quixadá, antes de dous mezes, isto é, na peior quadra a atravessar, quando haja
chuvas, nfio começarfio os trabalhos, e, quanto aos poços artesianos, facto pro-
.blematico.
« Com relação aos demais habitantes, admittida a resistência anormal ao flagello
de um terço ou 150.000, teríamos, pelo menos, 300.000 obrigados a emigrar i r r e m e -
diavelmente, dentro de algumas semanas, sob pena de m o r r e r . Ora, a emigração
mmediata de 3 00.000 pessoas, além de provocar, mesmo em projecto, o mais
pernicioso antagonismo inlerprovincial, seria contraria á economia política,
iporque desorganisaria, de futuro, a riqueza publica, e, na pratica, até seria irrea-
lisavel.
o Quando houvesse máximo desenvolvimento, as obras publicas geraes em
execuçfio ou decretadas, concedendo-se á Presidência autorisação para dirigil-as
nesse sentido e se promovesse, ao mesmo tempo, a emigração, nos limites rar
zoaveis, tudo isso não evitará a morte pela fome, si não vierem chuvas desde já.
« E ' mister muito m a i s : é mister decretar novas obras, obras de soccorros
públicos, reüef-icorks, semelhantes ás da índia, em tempo de fome, obras de
caracter reproduclivo, que ministrem subsistência á parte da população que nfio
pôde emigrar e á que o Estado não tem o direito de recusar os soccorros que
a Constituição garante.
a Calculo que, de par com o desenvolvimento real e inadiável das obras
geraes decretadas, de par com a emigração, lambem imprescindível, até o appare-
cimento do inverno, o qual pôde demorar m a i s tres mezes, calculo, digo, despen-
10-t
der-se umo média mensal superior a 300 contos de róis, nesse intervallo de
tempo, para evitar mortes pela fome.
« Venci a primeira campanha contra a fome de 1888, graças ao patriotismo
do Gabinete, que dignou-se acolher favoravelmente todos os propostos do P r e -
sidente do Provincia, collocado no tlieotro da calamidade, e conscio, como está,
de só haver procedido consultando os lições do experiência e da historio, e o u -
vindo os reclamos da solidariedade humanitária e nacional.
« Só posso responsabilisar-me pelo bom exilo do primeiro quartel da se-
gunda campanha, travada em 1889, si não faltar a Presidência, além das obras
em execução, o único recurso estratégico contra o m a l — a u x i l i o dos cofres ge-
raes para obras publicas, sempre preventivas do flogello, nas quaes se empre-
guem indivíduos que não encontram applicação nas obras actuaes ou que não
querem emigrar, sendo o dispendio médio mensal (deve-se contar com a pro-
gressão mensal na razão directa do tempo percorrido e não da incógnita a per-
correr) nunca inferior a 3O0 contos de réis
Que nfio era possível n demonstração das despezas na proporção dos créditos
de 50:000;?, tratando-se de obras publicas em andamento, em pontos distantes da
capital e de difficil communicação, nos quaes as despezas, já naquella época,
elcvavam-se semanalmente a mais de 30:003$000;
Que as despezas do março a p p r o x i m u r - s e - l i i a m da média de 3)9:03)300) a que
não atliugiram em janeiro e fevereiro, já pelas ligeiras esperanças de chuva, já pela
rigorosa economia na applicação dos soccorros;
Que, si não chovesse em março, previa grandes calamidades, embora julgasse
possível atravessar segundo anno dc secca e fome, ainda que acompanhado de
muitas tristezas c desgraças, mas sem a reproducção de seenas da secca u l t i m a .
O Ministério do Império, em telegramma de 9, concedeu os novos créditos, fa-
zendo, ao mesmo tempo, os mais severas recommendnções quanto á efficacia dos
socorros aos municípios do interior e á economia dos dinheiros públicos.
Em 11 de março, telegraphava a Presidência ao Ministério do Império:
« . . . . São desoladoras a-; noticias chegadas de todos os pontos. As sementeiros
das primeiros chuvas cahidas cm pontos parciaes, apenas germinaram em alguns
serrotes denominados frescos, onde choveu mais a miúdo. A fuga do interior avo-
l u m a - s e . Nas obras publicas tem ougmentado consideravelmente o alistamento de
trabalhadores. O movimento emigralorio recrudescerá com muita intensidade. Peior
ainda é o desanimo das populações, entre as quaes é geral a crença do cyclo secular
das seccas, e que julgam-se ameaçados de período de calamidade correspondente ú
grande secca de 1793 a 1703 que extendeo-se, da capitania geral de Pernambuco a
B a h i a , Sergipe, Piauhy e Maranhão. Sob semelhante pânico, é difficil calcular as
conseqüências, sendo apenas certo que o Governo Geral tem feito o que devia, e que,
nos limites do possível, hei procurado corresponder a seus intuitos patrióticos.»
Em 15 ainda d i z i a :
« . . . . Desde as minhas primeiras communicações ao Governo, em ISSSe, h a
pouco mesmo, por occasiüo dos passageiras chuvas, parcialmente cahidas, que
não me fiz illusão acerca do período cruel que a provincia linha de passar e dos
passados sacrifícios que o Estado ver-se-ia obrigado a fazer. U m a e outra cousa
foram por m i m previstas, c, em tempo, fiz as devidos communicações ao Governo
I m p e r i a l . Mas, apezar dc não ser colhido de surpreza pelos acontecimentos, confesso
que as m i n h a s supposições, acaso attribuidos por olguem ao pessimismo ou ao
simples exagero, ficaram aquém da triste realdode.
a A ' proporção qoe os dias do primeira metade de morço foram passando sem
manifestar-se a estação chuvosa, os populações do interior quasi a um tempo, umas
surdos aos conselhos, outras dc ha m u i t o torturadas pela miséria, cujo termo
108
mesmo não fosse de todo ponto verdadeiro o principio da não intervenção, poderia
ser prejudicial aos interesses do Estado a antecipada formação de depósitos do
gêneros, cujo preço b a i x a r i a fatalmente pelo apparecimento das c h u v a s .
« O mez de março, porém, veiu modificar a situação. Até hoje, 22, só houve um
dia de chuva (1.°), cahindo 5,5 millimetros, ao passo que, em igual data, em 1888,
primeiro anno da secca actual, houve seis dias de chuva e 258 millimetros, o que
i n d i c i enorme differença contra o anno de 1889.
110
« O preço dos gêneros alimentícios foi gradualmente subindo porque não havia
depósitos, em vista da esperança de inverno.
« Por outro lado, nos trabalhos públicos, também diariamente cresceu o numero
de fugitivos e outras viclimas da fome, subindo esse numero, nos dirigidos pelo
provincia, a cerca de 20.000 e nos dos prolongamentos de ferro-vias e açude dc
Quixoda a m a i s dc-1.000.
« Estes 24.00") operários, representando 120.003 pessoas, começaram a e x p e r i -
mentar todos os vexames de u m a constante elevação dos preços de gêneros alimen-
tícios. O engenheiro Revy, aliás já acertadame-nte autorisado pelo Ministério da
A g r i c u l t u r a , estabeleceu o regimen do pagamento m i x l o em dinheiro c gêneros.
Por outro lado, em algumas das obras de administração da Presidência, reclamavam
os directores igual medida para livrar os operários c suas famílias dos m a i s infrenes
especulações.
« Também vi-me forçado a fazer a compra de cerca de G.000 saccas de farinha e
de alguns outros gêneros, para assegurar aefficacia do soecorro indirecto, por meio
do trabalho.
115
III
IV
Conclusão
c fome no Ceará.
Os resultados octualmenle colhidos pela acção governamental são incontesta-
velmente superiores, debaixo de qualquer ponto de vista, aos da u l t i m a secca de
1577-1S79, graças ao aturado estudo dos factos daquclla epocu, faclos que o governo
provincial teve sempre em seria attenção, aoadoptar qunesquer medidas adminis-
trativas acerca de outros análogos na aclualidade. Mas o Governo, opezar de todos
os sacrifícios, apezar de toda a solicitude, j a m a i s conseguirá prevenir todos os
males que são de variadissima feição e dc extensão c intensidade incalculáveis;
correndo-lhe, por outro lado, indeclinável obrigação de, em pleno vigor do m a l , ter
em vista todas as precauções necessárias, no interesse das próprias victimas do
ílogello, contra a indolência, a perversão e outros grandes inconvenientes da d i s t r i -
buição de soccorros públicos.
P o r mais prompta e enérgica que seja a intervenção salvadora do Estado,
apenas logrará modificar os effeitos da secca ;. nunca, porém, neulrolisal-os. Haverá
sempre alta de preços, diminuição e cessação de salários, perturbação dos hábitos
estabelecidos, sempre misérias desconhecidas e pessoas que, por uma longa e
complicada serie de motivos, escapam á efficach do socorro ministrado.
E' difficil a prova da miséria real no meio dc densas populações, deslocadas do
seu domicilio, e, por isso, em regra, só ha um critério paro reconhecer-se o neces-
sidode do soecorro publico ; — o procuro de trabalho correlativo das forças physicas
do trabalhador em troco de salário rigorosamente sufflciente para a subsistência.
Todo systema de assistência publica baseado sobre preceitos racionaes e de
utilidade prática, evitando a desmoralisudora influencia do mendicância, deverá
submetter-se á regra deduzida da mais atlenta observação da fome no Ceará, em
18S8-1S89.
Certo que a administração terá de adoplar outras medidas complementares,
s i m p l e s variáveis da constante exarada na fórmula que estabelecemos e que iden-
117
SAÚDE PUBLICA
sobresaltani o população.
Desenvolvia-se na Corte a epidemia de febre amarella com tal intensidade
que, no opinião das autoridades sanitárias e de clínicos antigos e conceituados,
era de receiar mortandade superior a oceasionada por quantas epidemias tinha
havido até então.
Deonle de tão dolorosas previsões, c u m p r i a intervir com promptidão, energia e
segurança.
Sem desprezar nenhum dos meios a meu alcance poro chegarão conhecimento
da verdode, oppellei para os luzes e experiência das pessoas m a i s competentes ; e,
tomando em consideroçãu todos os auxílios que me foram prestados, pude orga-
nisar o plano syslemalico dos medidas que desde logo comecei a p o r e m prática
com os recursos de que dispunha, felizmente augmentados depois, em virtude da
abertura do credito extraordinário dc que trata o Decreto n. 10.181 de 9 de fevereiro
ultimo, que encontrareis no annexo Gr.
Aprofundar o conhecimento das causas da periodicidade da e p i d e u i o de
febre amarella no Rio de Janeiro, no intuito de r e m o v e l - a s ; assentor nos
meios prophylacticos capazes de extinguir em futuro próximo esse m a l que ha
tantos annos nos persegue; instituir a assistência publico, immediata e de
futuro, soecorrendo p o r modo rápido e cfficaz a população; organisar serviço
regular e permanente que liberte o Governo dos embaraços que se renovavam
118
a capital.
Referindo-me oos trabalhos projectodos porá saneamento do R i o de Janeiro,
assignalei como um dos mais importantes o da drenagem do solo, sobre o q u a l
existiam os estudos do engenheiro Revy, c eu já tinha ouvido varias pessoas
competentes.
Mostrei também a indeclinável necessidade de organisar a assistência sanitária.
São palpáveis os defeitos e a insufficiencia da legislação vigente. Os r e g u l a -
mentos que têm sido expedidos carecem de força executiva. A cada instante as
autoridades sanitários são embaraçadas pelas judiciarias, o que aliás deve acontecer
não se achando esses regulamentos em h a r m o n i a c n m a lei, relativamente aos
direitos individuacs.
As idéas que manifestaram alguns dos illustrados membros do Conselho foram
tomadas em consideração por este Ministério.
Considerando o Inspector Geral de Hygiene como desvanlajoso para a saúde
publica o serviço de irrigação praticado nesta cidade, por não preencher nenhum
dos fins a que se propunha, e antes apresentar o inconveniente de promover as
fermentações telluricos superficiaes e acarretar o desperdício d'aguo, cujo abas-
tecimento era t5o insuficiente na quadra que atravessávamos, resolvi, por A v i s o
de 3 de fevereiro, suspender definitivamente aquelle serviço, conservando apenas
o pessoal indispensável para guarda do material.
Dos pareceres das pessoas doutos e do mais segura experiência sobre o s a n e a -
mento da cidade conclui que, antes de emprehender outras obras, c u m p r i a m e -
lhorar o systema de esgotos existente, empregando os processos correctorios de
posterior invento, entre os quaes recommendam-se a applicação de caixas h y d r a u -
licas automáticas ; o estabelecimento da ventilação e impermeabüidode dos encana-
mentos; a descarga dos esgotos fora da barra, medida de que aliás já cogitava o*
Ministério da A g r i c u l t u r a ; a assídua limpeza do leito das vallas e rios que correm
dentro da cidade, dando-lhes melhor direcção e tornando-os inteiramente inoffen-
s i v o s ; finalmente, o augmento da acção de drenagem, que os encanamentos
de águas pluviaes podem exercer enxugando as humidades, a que pessoas de reco-
nhecida autoridade attribuem a persistência de males não menos fataes do
que a febre a m a r e l l a . Suggeri, portanto, ao referido Ministério o idéa de nomear
u m a commissao, composta dos Inspectores de Hygiene e Saúde dos portos e de
alguns engenheiros, que apresentasse um plano definitivo sobre os alludidos m e l h o -
ramentos e outros que lhe parecessem convenientes afim de sanear a cidade.
presidência.
Confio que realisar-se-íio com vantagem muitos melhoramentos alvitrados pela
commissao.
Tendo reconhecido serem insufficientes os médicos da Policia para fa2er-se
com a indispensável presteza a verificação do crescido numero de óbitos que
diarianqente occorriam na cidade, em principio de março determinei, conforme
solicitara o Chefe daquella Repartição, que os Delegados de hygiene auxiliassem
os ditos médicos, organisando-se o serviço de acordo com o Inspector Geral.
Os enfermos encontrados nas vias publicas e recolhidos ás estações policiaes
eram conduzidos para os hospilaes em redes, as quaes não os preservavam, nas '
horas de maior elevação da temperatura, dos effeitos perniciosos da irradiação solar.
Sobre este grave inconveniente representou-me o referido Chefe, pelo que em o 1° de
março mandei entregar-lhe 35 ambulâncias portáteis, e solicitei do Ministério da J u s -
tiço a necessário permissão e ordem para ser instituído em cada uma dos estoções poli-
ciaes um posto onde a população indigente encontrasse com promptidão medico, d u -
rante o dia e a noite. Este serviço foi commettido a Delegados de Hygiene, sendo para
cada posto designados dois afim de darem consultas e visitarem os doentes. Além •
disto determinei que fossem aviadas por conta do Estado as receitas poro os pobres.
3. 3
Quol a populaçfio total em cada fabrica ou officina ?
4. Qual a população infantil de cada u m a ?
a
criança ?
7. Quol o instrucção litteraria década uma f
a
natureza ?
46. Qual a morbididade com especificação nosologica e classificação por idade
e sexo, das crianças em cada fabrica ou officina ?
47. Qual a média da mortalidade annual na infância empregada na industria,
e s u a estatística?
126
48. Em que condições sfio inhumadas as crianças que succumbem nas fa-
bricas, e a expensas de quem ?
Após as chuvas que cahiram nesta cidade no; mez de março solicitei do M i n i s -
tério da A g r i c u l t u r a a expedição de ordem ás Repartições competentes afim de que
as oguas que em certos bairros costumam ficar estagnadas, sobretudo na Cidade
Nova, tivessem immediato escoamento, e recommendei á IUma. Câmara M u n i c i p a l
que providenciasse com a máxima urgência sobre o deseccamento dos terrenos
alagados.
Tendo declinado a epidemia em fim de março e sendo então de p r e s u m i r o
próximo) do estado normal da cidade, ;o que permittiria fú administração publica
cuidar com maior empenho no emprego das providencias attenuantes ou preser-
vativas de futuros acommettimentos, recommendei ao InspectorGeral de Hygiene
que mandasse por profissionaes de sua confiança, e sob sua direcção, e x a m i n a r
o serviço de águas e esgotos e as condições de estabelecimento dos hospitaes,
quartéis, collegios, hotéis, hospedarias, cortiços, casas de pensão e de d o r m i d a ,
afim de serem com a possível brevidade corrigidos os defeitos encontrados e obser-
vadas as prescripções da hygiene em todas ns indicadas habitações, as quaes devem
estar sujeitas a constante vigilância dos encarregados da saúde publica.
O abastecimento d'agua ás freguezias suburbanas era outra necessidade a que
convinha attender. A s s i m que, solicitei do Ministério da A g r i c u l t u r a a execução
de um plano geral de obras para não ficar privada de u m beneficio publico
de vantagens hygienicas tão consideráveis á população de taes freguezias, já hoje
muito habitadas.
Recommendei á Câmara Municipal que, para prevenir qualquer alteração do
estado sanitário, o qual tinha melhorado, prorogosse até o dia 15 de abril o prazo
da Postura de 11 de julho de 1873, que prohibiu ae exeavações nas ruas c praças
publicas.
No intuito de attender, dc acordo com as disposições vigentes c no l i m i t e dos
meios de que actualmenle dispõe o Governo, ao serviço de hygiene escolar no
município da Corte, expedi em £8 de março a seguinte Portaria :
« Sua Magestade o Imperador Ha por bem que para a execução da parte X I V
do art. 26 do Regulamento anncxo ao Decreto n. 9554 dc 3 de fevereiro de 1886 se
observe o seguinte:
A r t . l . ° A inspecção hygienica dos estabelecimentos públicos ou parlicuiares
de instrucção e educação será feita por uma commissao permanente.
§ 1.° Para esta commissao designará o Inspectoria Geral de Hygiene seis dos
seus a u x i l i a r e s ;
127
Art. 2. 0
O município da Corte para os fins das presentes instrucções, fica dividido
em tres districtos, comprehendendo o primeiro as freguezias de Santo Antônio, San-
tíssimo Sacramento, Santa R i t a , Nossa Senhora da Candelária, S. José, Nossa Se-
nhora da Gloria, S. João Baptista da Lagoa de Rodrigo de Freitas e Nossa Senhora
da Conceiçõo da Gávea; o segundo, as de S o n f A n n a , Divino Espirito-Santo, S. Chris-
tovão. S. Francisco Xavier do Engenho Velho e Nossa Senhora da Conceição do E n -
genho N o v o ; e o terceiro, as de Nossa Senhora do Loreto de Jacarépaguá, S. Thiago
de Inhaúma, Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, Nossa Senhora do Desterro de
Campo Grande, S. Salvador do Mundo de Guaratiba, Santa Cruz, Nossa Senhora da
Ajuda da ilha do Governador e Senhor B o m Jesus do Monte da ilha de Paqueta.
Paragrapho único. Em cada districto haverá dous commissarios, que entre si
repartam o serviço.
A r t . 3.° Incumbe aos c o m m i s s a r i o s :
§ 1.° Visitar, duas vezes por mez, as escolas publicas de instrucção p r i m a r i a e
uma, as particulares contratadas em conformidade do art. 57 do Regulamento
annexo ao Decreto n. 1331 A de 17 de fevereiro de 1854; e, sempre que for possível,
os demais estabelecimentos particulares de instrucção primaria e secundaria.
§ 2.° Dar parecer motivado sobre a salubridade do local e dos edifícios, antes
de adquiridos ou alugados para o serviço de instrucção e de educação.
§ 3.° E x a m i n a r , desde já, as condições do local e installação das escolas p u -
blicas de instrucção p r i m a r i a , e remetter á Secretaria de Estado dos Negócios do
Império, por intermédio de. Inspectoria Geral de Hygiene, o relatório c i r c u m s t a n -
ciado dos defeitos encontrados, suggerindo os meios de corrigil-os.
§ 4.° Aconselhar aos professores ou directores dos estabelecimentos visitados,
as providencias de fácil applicação, e convenientes á preservação da saúde dos
alumnos, e representar á Inspectoria Geral de Hygiene, quando desattendidos.
§ 5.° L e m b r a r ás autoridades competentes as prescripções hygienicas cuja
adopção exceda da competência ou dos recursos dos professores ou directores dos
estabelecimentos públicos.
§ 6.° A p p l i c a r aos estabelecimentos particulares as disposições do regulamento
de 3 de fevereiro de 1886, relativas á policia sanitária.
A r t . 4.° P a r a regularidade do serviço e maior proveitoda primeira visita, a I n -
spectoria Geral de Hygiene formulará o questionário em que se contenham os pontos
mais salientes da hygiene escolar.
128
indicações do n. 3.°
A r t . 7.° Os demais actos não comprehendidos no artigo antecedente, os c o m -
missarios praticarão attendendo aos casos occurrentes, e solicitando directamente
as providencias das autoridades competentes.
A r t . 8.° O questionário formulado especialmente pela Inspectoria G e r a l de H y -
giene para a primeira inspecção servirá de norma ao exame do art. 3 § 2 e ao da o o
habitual ?
11. Quantas solas possue a escola e qual a configuração de cada u m a ?
12. Quaes a superfície e a cubagem de cada sala ?
13. Qual o espaço m i n i m o em superfície e em volume de ar concedido a cada
las respectivas ?
18. A qi:e distancia fica cada janella do forro e do sonlho ?
19. Qual o espaço dos trenios ?
20. Qual o s y s t e m a de abertura das janellas ? •
21. Possue venezianas, reposteiros, cortinas ou transparentes e podem p e r m a -
necer constantemente abertas, ainda chovendo ?
22. Si houver necessidade de fechar as janellas por excesso de vento, ou ae
chuva, qual o meio de ventilação supplementar em cada sala ?
23. Em cada classe em que proporções se acham as superfícies de contaminação
e de saneamento?
24. Qual a mobília de cada classe ?
25. A que typo escolar pertence ?
26. E ' uniforme a mobília da classe?
27. Na negativa, quantos typos clássicos encerra ?
28. Quaes a distancia e a clijferença entre o bancoe a mesa, a inclinação da
mesa e as larguras do banco e da mesa ?
29. Qual a fôrma de assento e a do encosto dos bancos ?
30. Quantos alumnos se assentam em cada banco-carteira ?
31. Possue a escola bancos moveis isolados das mesas e sem encosto ?
32. Qual a illuminação natural das mesas de leitura e escripta?
33. Ha uniformidade na distribuição da luz por todas as mesas da c l a s s e ?
34. E ' fácil e completa a vigilância do mestre sobre todas as mesas e bancos da
classe ?
35. Qual a distancia em que em relação á ultima bancada de alumnos se acha
o mestre ?
36. Qual a distancia em que se acham os alumnos da ultima bancada em
relação á pedra, ás estampas e modelos de demonstração?
37. Estão bem illuminados esses objectos e collocados de modo que permittam
a visão distincta de todos os alumnos, sem deslocamentos de posição, incurvações do
corpo, ou esforços de accommodação ocular?
38. Qual o tempo de duração de cada classe ?
39. Qual a duração total das classes em cada dia ?
40. Em quantos dias da semana funccionum regularmente as classes ?
41. Ha uniformidade na duração das classes para todos os alumnos da escola ?
42. Quanto tempo de recreio gosam os alumnos ?
43. O recreio é continuo durante todo esse tempo ou é intermiltente; e q u a l a
intermittencia em relação á duração das classes ?
131
alumnos na escola ?
68. Nessas sessões, quaes os pontos do organismo inspeceionados?
6 i . Que noções de prophylaxia escolar preoccupam a attençfio dos mestres?
70. Qual omethodo de ensino seguido?
71. Qual a pesquiza unthropometrica empregada ?
72. Que resultado fornece quinzenalmcnte sua applicação aos alumnos ?
73. Qual a salubridade absoluta da escola ?
74. Qual a salubridade relativa?
75. Qual a morbididade da escola, sua natureza, duração c terminação?
76. Houve moléstias propagadas na escola ?
77. Qual a mortalidade durante a quinzena e qual a influencia que sobre ella
possa ter o convívio escolar em cada caso mortal?
78. Qual o estado de robustez physica dos a l u m n o s e a que causas se pôde
attribuir o enfraquecimento orgânico que for observado?
79. Quaes os alumnos na escola que precisam de assistência publica 1
80. Quaes as moléstias e as circumstancias que a reclamam ?
Ao grande infortúnio do alienação mental deve o Estado particular protecção,
já auxiliando o estabelecimento e manutenção de hospícios em que os alienados
sejam recolhidos, já exercendo inspecção continua e idônea sobre o modo de trata-
mento, já finalmente garantindo as suas pessoas e bens contra os próprios excessos
e a cruel avidez de degenerados parentes ou de fingidos protectores; e, por ser urgente
melhorar este importante ramo de assistência publica, recommendei em 2 de a b r i l
ao Inspector Geral ordenasse aos Inspeclores de Hygiene e Delegados de provincia
que, depois de visitarem os hospícios, casos de soúde ou prisões em que existam alie-
nados em tratamento ou reclusos, respondessem ao questionário seguinte, desempe-
nhando esta commissao no município da Corte um dos auxiliares da Inspectoria :
quaes ?
28. Qual o systema de reclusão para os furiosos ?
29. Como são construídas as casas-fortes ?
134
Nas praças, parques e Jardins desta cidade se devem plantar arvores de raizes
fasciculadas, de caule ramificado e bem folhoso, de folhas persistentes, corlaceas ou
membrano-coriaceas e intensamente coradas de verde.
A intensidade da pigmentução chlorophyllica das folhas importa directomente á
producçüo de grandes quantidades de oxygeneo.
A consistência na textura do limbo satisfaz a necessidade da transpiração, m a s
representa pequena quantidade d'agua de evaporação.
A sua persistência aproveita em funcção de tempo á necessidade do oxygeneo
de que tanto se carece nos prolongados verões.
O grande numero de folhas augmenta consideravelmente a superfície da exha-
laçao aquosa e do gaz respiravel.
Finalmente as raizes de systema fasciculado tem a vantagem de seccar o sólo a
grandes distancias do seu ponto de inserção.
Cumpre notar que, nas ruas pouco largas, devem ser preferidas arvores de raizes
pouco ramificadas ou de systema perpendicular, porque vão ellas a grandes pro-
fundidades e não prejudicam os alicerces das habitações nem o empedrado d a s
ruas.
E ' ocioso dizer que, em vista da educação ainda muito viciada de nossos p a -
trícios, não se devem arborisaros logradouros públicos com plantas de fructos comes-
tíveis ; porque então nada mais natural do que se aconselhar o plantio de m a n -
gueiras e outras arvores de fructos saborosos, que igualmente satisfazem aos fins
utilitários acima apontados.
P o r não haver em nosso paiz trabalhos regulares de biologia experimental,
não lhe poderei especificadamente individuar as arvores de nossas florestas que
m a i s directamente podem servir aos intuitos hygienicos; entretanto empiricamente
apontarei algumas, que considero muito aproveitáveis para o caso, taes s ã o : o
Ficus benjamitia, o Ficus religiosa, a Johanesia princeps, as nossas Enjtrinas,
vários Lccyt/iis, algumas Siphonias, as grandes Ba/nbusas, e muitas outras de longa
duração ainda q u e d e lento crescimento.
Nos grandes parques devem-se formar verdadeiros bosques, em que as plantas,
travando lucta pela vida, vençam u m a s ás outras, ainda que sempre auxiliadas pela
mão intelligente do h o m e m .
O recôncavo da nossa bahia em que as marés baixas deixam a descoberto
grandes extensões de verdadeiro lodaçal, deve ser u m a das p r i m e i r a s zonas a ar-
b o r i s a r ; e, quando se não possa fazel-o desde já, é preciso acceitar sem restricções
o inestimável conselho do nosso intelligente patrício Caldeira, no que respeita ao
corte das plantas de mangue.
141
Freitas, matéria que, segundo foi resolvido pela Portaria n. 171 do 9 de maio de
1873, sobre parecer das Secções reunidas do Império e Justiça do Conselho de E9tado,
é da e x c l u s i v a competência daquelle Ministério, transmitti-lhe, em 4 de a b r i l , os
planos e orçamentos organisados pela referida commissao e todos os m a i s papeis
atllncntes ao assumpto.
Ao Ministério dos Negócios a meu cargo foram apresentados vários r e q u e r i -
mentos em que se solicitavam os favores constantes do Decreto Legislativo n. 3151
de 9 de dezembro de 1882, combinado com a disposição do paragrapho único
do art. 2 o
da L e i n. 3349 de 20 de oitubro de 1887, afim de construirem-se h a -
bitações para operários eclasses pobres.
Na falta de elementos indispensáveis que habilitassem o Governo a formar
opinião segura sobre a matéria, por sua natureza muito complexa, julguei conve-
niente não deferir desde logo a pretenção, aguardando o resultado do estudo
systematico que deverá ser feito pela Inspectoria Geral de Hygiene, em c u m p r i -
mento das determinações de que adeante tratarei.
O problema da pobreza em todos os tempos, e particularmente no nosso século,
é muito difficil, sinfio i n s o l u v e l ; e para altenuar o rigor dos desafortunados tem-se
recorrido a palliativos, e nada m a i s . Entretanto, a consciência christfi no Brazil,
como nos paizes europeus c nos Estados-Unidos da A m e r i c a , mostra-se c o m m o -
vida e até inquieta com o crescente pauperismo das classes operárias, cujo salário,
em geral, apenas chega para viver m a l , e muitas vezes para tanto não basta. A '
sombra da idéa generosa de protecçáo a esta classe, embora movidos por outros
intuitos m a i s práticos, alguns proprietários de officinas importantes construíram
para seus operários, junto dellas, casas commodas e hygienicas e de baixo aluguel,
do que é exemplo m a i s notável o fundidor K r u p p em E s s e n .
As vantagens que taes proprietários tôm colhido no tocante á producção dos
seus estabelecimentos süo muito diversas das que podem prometter os concessio-
nários ou requerentes aos capitalistas a quem tenham de recorrer.
Como está declarado na L e i , é duplo fim das emprezas constructoras : fornecer
habitação a operários e a classes pobres. Embora differentes uns dos outros, todos,
em geral, dependem do credito, pelo que m a l se mantém e sempre a preço alto,
tendo por esse motivo sido frustrados muitos projectos philanthropicos no sentido
de conseguir que o operário forme o seu orçamento de despeza e o observe.
A oscillaçãodo salário e despezas supervenientes e imprevistas desarronjam os
cálculos ainda dos mais econômicos; nestas condições, o credito que podem i n s p i r a r
por seus precedentes é o seu melhor apoio e extremo recurso. As facilidades ou
vantagens que ao i n q u i l i n o embaraçado pôde fazer, e effectivamente faz, o p r o -
143
tudos nas localidades das províncias do norte onde o m a l tem produzido maior
numero de victimas.
Devo agora occupor-me mais especialmente das epidemias que sobrevieram
durante o verão.
Relativamente á de febre amarella notou-se o facto excepcional e único
no R i o de Janeiro de que, depois de haver tido marcha progressiva durante
todo o mez de janeiro e primeira quinzena de fevereiro, começou na segunda
quinzena a apresentar grandes oscillações na morbididade e na mortandade diária,
e depois entrou e se manteve em franco declínio, podendo ser considerada hoje de
todo extincta.
P e l a mortandade dos primeiros mezes certamente ninguém poderia prever a
evolução favorável da epidemia, como se vê do quadro seguinte :
M A P P A d e m o n s t r a t i v o da mortandade gorai pela febro amarella, n a Corto, do i° de janeiro
a 30 de a b r i l do 1880
ICrl.vnçfti. •1 7 7 :i 10 i li 1 0 2 a i 1 •1 5 fi 1 13 :i 2 2 1 •1 12 11 1 3 •• 72 00 Ml
Fererolro, —
i lAilulto».. 15 12 15 12 10 l i l i ia \) 11 i:i 18 i& 17 11 10 1!) 1!) 13 í> 8 V 10 7 11 10 12 13 201 i&S Mi 003
a
(Crianças. 11 1 2 \ 2 0 5 l 3 0 1 3 l 0 1 3 3 1 1 r> 0 2 0 2 1 2 1 0 0 1 2 !i3 24 79
Março...} —
(Adultoi.. 0 5 r> 20 12 i i ir> 17 c,10 » 13 g ir. 7 12 -1 7 0 i i 0 8 12 0 5 3 2 1 2 1 IO.") '.U 250 335
0 U 0 0 1 0 :i 0 1 :i 1 0 0 0 0 0 1 0 j 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 •• 12 0 18
\ Abril....? —
(Adultoi.. 9 2 1 3 1 r> A 2 2 0 2 0 3 1 •1 3 1 0 r, 2 1 3 3 3 0 r> 1 2 2 1 3."i 32 87 83
18CS 0
130J 2~2 i
1.513 1S
s 1
1S72 102 27
1873 ' 3.4G7 97
1S74 S2J 11
1873 1.29.2 12
3.317 17
1 33Ò •rs
O*O ,o
18S4 579 -ÍÕ '">.'3%
tSSõ 374 55 14,7 íi
l.Olõ 148 14,5%
1SS7 l-.JÜ 11 14
133S 529 74 13.9%
1.300 312 19.2%
X O T A . — A t é 1870 cm cada 10)0 óbitos dc;crminado3 pela febre amarella 17 eram dc crianças: de 1877
a 1832 faltam os dados ; cm 1833 o coatingent; subiu a 53; cm 1834 a C9, c do 1835 á 1838 orça por U0.
Os dados do 1837 c 1333 referem-se ás crianças até 15 annos.
Nos quatro mezes da epidemia, agora cxtincla, em 1.3)3 obilos m. Curta houvt 312 d* crianças.
E s t a idéa já não 6 uma novidade, nem precisa dc ser executada a titulo de experiên-
cia. Expressa em vagos lineamenlos nas conferências anteriores, ella corporisou-se
em regulamento positivo na de R o m a , sobre proposta de Proust, e acaba de receber
applausos e adhesões no Congresso Nacional do H a v r c .
« A Republica Argentina admittiu-o desde alguns mezes, e actualmente 25 mé-
dicos seus têm a missão de observar, o bordo dos navios, que se destinam aos
portos da Republica, as oceurrencias sanitárias havidas por oceasião da partida e
durante a v i a g e m . »
O citado art. 7 da Convenção dispõe:
o
A ' Inspectoria Geral de Saúde dos Portos foi ordenado o estabelecimento do ser-
viço de transporte marítimo ; mas, sendo insufficienle o material de que dispunha
159
correndo por conta dessa empreza todos as despezas com pessoal, combustível o
concertos, mediante u m a retribuição mensal. Ale agora, porém, não so pôde
realisareste plano, por não serem aceitáveis ns propostos recebidos.
Na visita que fiz ao hospital da Jurujubo, logo após a minha nomeação para o
cargo de Ministro dos Negócios do Império, tive o pezar de reconhecer as precárias
condições do edificio. Em 1883, a vista de reclamações do Inspector Geral de
Saúde dos Portos, mandou o Ministério ora a meu cargo reconstruir a ala direitn do
hospital, gastondo-se nesta reconstrucção quantia a v u l t o d a ; e, posto que as outras
secções do edificio precisassem dc immediato concerto, foi este adiado para
melhores tempos, que entretanto não chegaram.
E' certo que encontrei o hospital em estado de ruino, pelo que resolvi mandar
proceder, desde logo, aos concertos necessários.
O orçamento das obras, existente na Secretaria de Estado, altingio a elevada
somma, sem estar todavia incluída a despeza com a ala reconstruída cm 1883,
e já arruinada também. Considerando na importância do dispendio,entendi-me
com o Inspector Geral de Saúde dos Portos, e este funecionario opinou que ao
Governo não convinha emprehender obras tão custosas, para ficar, afinal, com um
estabelecimento hospitalar defeituoso, inteiramente diverso dos typosde construcção
recommendados pela hygiene ; e antes devia mandar edificar um hospital novo,
onde pudessem ser introdusidos todos os melhoramentos que a sciencia
aconselha.
Aceitei este alvitre e encarreguei o mesmo Inspector de formular o plano do
novo hospital, autorisando-o a mandar o r g a n i s a r o projecto por engenheiro de s u a
escolha, o q u a l ficaria obrigado a apresentar-me o orçamento da despeza máxima.
Esse projecto foi-me submettido e approvado por A v i s o de 18 de março, sendo
resolvida a iniciação das obras. O Inspector Geral celebrou com o Engenheiro
L u i z Schreiner, autor do projecto, o contrato p a r a construcção, como tudo consta
do seguinte offlcio que me dirigiu aquelle funecionario :
o Inspectoria Geral de Saúde dos Portos, em 20 de a b r i l de 18S9.— I l l m . e E x m . Sr.
— Tenho a honra de passar ás mfios de V. E x . cópia do contrato que celebrei com
o engenheiro L u i z Schreiner para a construcção do novo hospital da Jurujuba.
A effectivldade desse contrato depende da approvação de V. E x .
P a r a confeccionol-o, insplrei-me em dua3 considerações principaes: a I , da con-a
veniência de serem feitas as obras por administração geral, em vez de o serem por
empreitada única; a 2», da vantagem que auferirá o Estado da superintendência
immediata desta Inspectoria Geral ná formula de todos os contratos, que se torna-
rem precisos, para as varias empreitadas parciaes.
155
O custo do novo hospital nfio está definitivamente fixudo; mas deve flcar, prova-
velmente, aqncm da s o m m a de 303:000-5003, indicada na justificativa do credito
extraordinário ultimo.
Ao engenheiro Schreiner incumbe a direcção e fisculisação das obras, de modo
a ser escrupulosamenlc realisado o projecto que V. E x . dignou-se approvar, c se
acha archivado. Por esse encargo percebera elle vencimentos fixos, sem direito a
porcentagem alguma sobre o preço verificado da obra.
Esse processo, pelo próprio engenheiro lembrado como o melhor para garantir
c firmar a perfeita isenção ostensiva e real do director das obras na fiscalisação das
empreitadas pareiaes, se me afigura de louvável effeito c digno de estabelecer regra
para futuros contratos.
Todas as empreitadas serão matéria de adjudicação por concurrencia
publica.
Também devo solicitar a attenção de V. E x . para as cláusulas em que se
accentua o direito de intervir esta Inspectoria Geral na modificação dos planos de •
detalhe. E s s a s modificações podem ser inspiradas por conselhos que a evolução
scientifica haja de produzir durante o prazo da construcção.
O intuito da administração publica e o particular empenho d e V . E x . é d e
installar na Jurujuba um hospital modelo, que deponha no sentido da inconteste
solicitude do Governo em offerecer aos enfermos todos os soccorros da hygiene e
todos os carinhos da beneficência. T a l propósito se desenha m a i s claramente como
obrigação inilludivel tratando-se de um hospital, como o da Jurujuba, onde serão
recebidos gratuitamente todos os marítimos que adoecerem de moléstia pestilencisl,
e cuja transferencia para a l l i é, pelo Regulamento, compulsória: desde que se
supprimc a liberdade de escolha do hospital em que o doente tenha de tratar-se,
torna-se mister que seja o melhor possível aquelle que a administração lhe
designa.
A justificação do plano odoplado seria dispensável, si não temesse eu que
opiniões divergentes venham ainda acoimar de menos seientifleos os preceitos regu-
ladores da construcção planejada. P o r isso, e igualmente pelo dever que me oceorre
de d e i x a r extreme de duvidas o sincero interesse de corresponder á confiança do Go-
verno, no caso vertente traduzida pela ampla liberdade de acção que se dignou
proporcionar-me, peço venia para suhmelter a apreciação de V. E x . os motivos que..
me i n d u z i r a m a preferir o projecto que o engenheiro Schreiner organisou, de acordo
commigo, e foi acceito.
O l o c a l escolhido õ a enseada da Jurujuba, onde existe o hospital m a r i l i m o de
Santa Isabel.
156
a enfermaria, com 2 9 2 ' ,5j de superfície, e duas secções extremas, cada quol com
m
O soalho dos pavilhões ficará a l ,2õ acima do nivel do terreno, tendo, por-
m
tanto, cada enfermaria, um porão dessa altura. O sólo do porão será reves-
tido de u m a camada de concreto de 0 , 20 de espessura, e as respectivos paredes,
m
Entraram 2.492
Curaram-se 1.622
Falleceram 834
Existiam 36
Dos 2.492 doentes entrados, 2,149 foram removidos da cidade e 343 dos navios
})os doentes de terra :
Entraram 2.149
Falleceram... 761
Curaram-se i.354
Existiam 24
Entraram 343
Falleceram 7á
Curaram-se 268
Existiam 12
No pessoal da Inspectoria Geral de Hygiene houve as seguintes alterações:
Concedida por Decreto de 4 de junho do anno passado a exoneração que
pedira o Barão de Ibituruna do logar de Inspector Geral de Hygiene, foi de-
signado para substituil-o interinamente o membro da Inspectoria D r . Agostinho
José de Souza L i m a .
Por Decreto do I o
de dezembro foi nomeado o Dr. Benjamin Antônio da Rocha
F a r i a pnra o referido l o g a r ; e na vaga do D r . Souza L i m o , que obteve exoneração
do logar de membro da Inspectoria, foi nomeado o D r . Joüo Martins Teixeira, por
Decreto de 26 de janeiro.
Por Portaria de 24 de dezembro foi concedida a exoneração que pedira o Dr. José
Borges Ribeiro da Costa do logar de chimico da Inspectoria.
Por Portarias de G de fevereiro foram nomeados Delegados de Hygiene effectivos
os interinos D r s . Manoel Monteiro de Borros e Frederico José de V i l h e n a .
NATURALISACÕES
• .^Do I
:
o
de maio do anno passado a 30 de a b r i l ultimo foram naturalisados pelo
Governo 14.; estrangeiros, conforme consta do annexo F .
Segundo os communicações recebidos na Secretario de Estado, durante aquelle
período foram concedidas pelos Presidentes de provincia 1.144 cartas de n a t u r a -
lisaçâo, como sevè do quadro também incluído no dito annexo.
Os 1.290 naturalisados classificam-se, quanto á nacionalidade, pelo modo
seguinte:
África 5
Allemanha 5-.S
Arábia 1
Austria-Hungrio 49
Bélgica !
Bolívia 1
Dinamorco 5
Egypto j
Estados Unidos 2
França 12
101
f* ——-
Gron-Brcloiiha 4
Grécia l
Hespanhn 10
IIol landa 3
Ilalia 231
Paraguoy 2
Portugal 217
Prússia 7G
Republica Argentina 2
<) Oriental do U r u g u a y 4
Rumania 1
Russio 2
Suécia 1
Suissa 0
Não foram prestadas informações sobre a nacionalidade de 95
Quanto á religião:
Catholicos 82S
Acotholicos 8i8
Não fizeram declaração -1
Quanto ao estado:
Solteiros 1 5 C
Casados 9 8 0
Viúvos :
Quanto á profissão:
Agente Commercial 1
Archileclo 1
Agricultores
4
Agnmensores
Artistas r?--r f ?
' 1 3 ü
IMP. 21
162
2
•Barbeiros
Caixeiros *
Carroceiros fa
Cocheiros
Colonos 3 5 1
Commerciantes
Corrector 1
Cosinheiro.. • 1
Criado *
Empregados em Repartições P u b l i c a s , ;
» » Sociedade de Beneficência 2
Engenheiro 1
Estudantes :{
Feitor 1
Guarda-livros *
Industriaes •_ lã
Jornalistas 2
Lavradores 129
Marítimos 12
Médico 1
Militares 3
Naturalistas 2
Operário i
Pharmaceuticos 3
Prático I
Procurador 1
Professores 14
Sacerdotes. 8
Serventes de pharmacia 2
Trabalhadores , 5
Tropeiros 2
NSo declarada 184
A bordo 2
Na Corte 133
Em Pariz 1
163
Na província do Ceara 1
» » da P a r a h y b a 5
D » de Pernambuco 5
D B » Sergipe 3
» *> da Bahia 36
» o do Espirito Santo 1
» » » R i o de Janeiro 30
D » de S. Paulo 1
» » do Paraná 5
» » de Santa Cotharina 67
» D » S. Pedro do Sul 993
» o » M i n a s Geraes O
» » o Matto Grosso 2
Dos naturalisados que prestaram juramento só 737 têm filhos, em numero dfe
4.556, s e n d o :
Paraguaio 1
o')
Porluguezes
i)
Prussianos
De naeionalitlacle não declarada — 1 .Sbò
REGISTRO CIVIL
n . 3.315 de 11 de j u n h o dc :887.
Por este Ministério remetteram-se para todas as parochias do Império, c o m a
necessária antecedência, os primeiros livros para o registro, que efleclivamenlc se
inauguio.i naqueüe dia nas differentes províncias, menos nas dc Matto Grosso,
Goyaz e P i a i h y , onde aliás hoje sc está fazendo com a possível regularidade.
A prática tem demonstrado que se torna preciso proceder á revisão do R e g u l a -
mento no sentido de facilitar-se o serviço.
SECKETAIUA DE ESTADO
ultimo.
A necessidade urgente de acudirás populações de algumas províncias do norte
do Império assoladas pela secca e de combater o epidemia de febre amarella, a s s i m
como de tomar medidos tendentes ao melhoramento dos condições sanitárias da
cidade do Rio do Janeiro e a premunil-a de acommettimentos futuros, aconselhou
a abertura de um credito extraordinário de 5.000:000$000, o que sc fez por Decreto
II. 10.181 de 9 de fevereiro, depois de ouvido o Conselho de Estado, conforme pre-
screve o mesmo a r t . 20 du L e i n. 3.140 acima citada.
Encontrareis no annexo o , em sua integra, esse Decreto, com a exposição
de motivos, o parecer do Conselho de Estado e a demonstração das despezas que
mandei computar até ao dia 16 do corrente mez.
Tabeliã das diferenças para mais e para menos entre o credito votado para
o exercício de 1889 e o orçado para o de 1890
DIKr"KKRNÇAS
r\u.K UP.NOS
DII-TKIIENÇVS
OKÇAIX) VOTA1K)
VKIiliAS
r.\i<A ív» P A l í V lvSO
1'vlU MUS
HA MK-*i)H
Pr<ísi<!enci .'i • I p r o v í n c i a
,,
s;s..o:t?333
DIFFKUFNO.VS
Yi:i(RV> VOTADO
PAU\ tx-o P A U A ISvJ
A
l' K\ MI:NO>
IMP. 22
170
1)II-I-I-:UEN\:AS
ORLADO VOTADO
V\U\ M K N O S
ter papo o preço por que foi comprado •> edifício e:n que
se acha o "listemaio. para o que o Poder Legislai, vv
votou a r-:'eri;Ia somma.
Deram-se uuiras redu^ç~es ::a i:.es.::a verba, mas n
Governo, :i vista das necessidades demunsiradas pela
administração do estabelecimento, dotou ::.e!!i-:-r al-
gumas das c >ns'pnaç-~es de despeza. sobretudo C H I S
relação ao mat-rial. entre as quaes as que se destinam
a alimentação dos aiumno*. lavairem de roupa. etc. e t c ,
e a'.tea:!'.'U ov.Iros sorvi;os
•.'U « ov.ir.ts sorvidos sem augaa a u í a : e : ü o do credito
1
DIKKKRHNÇAS
< VEKIUS OUÇADO VOTADO
1'AKA KX) PAKA ISIJ
31 i)S:6>i"»<ooo 3:ÍB0í000
D á - s e a d i f e r e n ç a de 11:000$ p a r a menos.
No exercício de 1331 a despeza o r d i n á r i a doste esta-
belecimento ainda d e s c r i , porque na actual proposta
sc pede a qu*nlia do 7.000$ para a c o m p r a de u n c i r -
culo meridiano, indispensável ao O b s e r v a t ó r i o .
N ã o tendo o estabelecimento nenhum outro empre-
gado do a d m i n i s t r a ç ã o a l i a i do D i r e c t o r . <í imprescin-
divel a c r e a ç i o do logar de Secretario ; e, por n ã o poder
a bibliotheca, hoje c i m bastante desenvolvimento,
d"ixar de ter u:n empregado que se oecupe do res-
pectivo S T V Í Ç O , p r o p >e-se Umbem uma pequena g r a t i -
ficação addicional para um dos alumnos a s t r ô n o m o s
que aceumuiar esse s e r v i ç o ás f u n c ç õ e s do seu em-
prego.
DIFFEKKXÇAS
g u a r d a dos d o c u x o n t o s .
42 M : 000*000 Vú tOOOiOOO
IIIKKI:I;HXI;AS
V E U II AS ORc.ADO VOTADO
P U ! A IS.V) PAltA IW
v\r\ v i s o s
A
Documentos relativos ao acordo para a entrega do dote garantido á fallecida
Princeza Senhora D. Leopoldina, Esposa de Sua Alteza o Senhor Duque de
Saxe.
B
Actos do Governo sobre negócios eleitoraes e câmaras municipaes, comprehen-
dendo-se a Consulta da Secçõo dos Negócios do Império do Conselho de
Estado de 15 de maio de 1888 a respeito do arrendamento da Praça do
Mercado da Candelária.
c
Regulamento da Escola Normal approvado pelo Decreto n. 10.060 de 13 de o i t u -
bro de 1888.
Consulta da Secçâo dos Negócios do Império do Conselho de Estado de 6 de agosto
de 1888 sobre a validade do Decreto n. 72i7 de 19 de a b r i l de 1879 na
parte em que permilte a liberdade de freqüência e introdusiu outras
innovações no regimen das Faculdades de Direito e Medicina e na Escola
Polytechnica.
Relatório do Director da Academia das Bellas Artes...
E
Decreto n. 10.231 de 13 de a b r i l de 1889 dando regulamento ao Laboratório do
Estado.
Decreto n . 10.232 de 13 de a b r i l de 1889 regulando o provimento dos logares dc
membros da Inspectoria Geral de Hygiene, Delegados de Hygiene nas
parochias urbanas, Medico demographista, e de Chimicos do Laboratório do
Estado.
Relatório do Inspector Geral de Hygiene.
Parecer do mesmo Inspector sobre as condições das obras de esgoto dos bairros
do Engenho Novo, Todos os Santos e Officinas.
Quadro das naturalisações concedidas pelo Governo desde 1.° de maio de 1888 até 30
de abril de 1889.
Quadro das naturalisações que, segundo as communicações recebidas na Secre-
taria de Estado, foram concedidas pelos Presidentes de provincia naquclle
período.
Ter.,io de acordo i>;i,-.i a c,üfe,j : d, <Lie <j :i--:,\t\do d f.zida Princc:-.: Snúor* Dcn.j Lopol-
dh:<t, esposa dc Sua Altezn o SitAor D. Luiz .U.jv.mo Evdcs dc Saxe Coburgo, D:tquc dc Saxe,
celebrado entre Sua Excc!'sí.cia o Scihoe Cjincliiciro Jtsc Formada da Costa Pereira Júnior,
Ministro e Secretario dc Estado dos Xejoctos do Iuípcrio, e o Hlustrissinio Seniíor D ;•'.''>;• Joifdtn
Pires Ma-:i.ado Portella, procurador icsfMíí dt. Sua A!:eza o Sr. D"j<te de S.:xe.
Toado sido o («ovorp.o imperial autoriscub polo art. !5 da Lei n. 33-.0 do 20 do outubro do 13S7,
que orçou a despeza gorai do Império para o correiúo exercício do 1SS3, a pagar a nuanti.i do doto
garantido á fallecida Pi-mcuza a S r a . D. Leopoldina, esposa do Sua Alteza o S r . D. Luiz Augusto
Euiles do Saxo Coburgo, Duque do S.ixo, S. E x . o S r . Conselheiro José Fernandes da Costa
Pereira Júnior, Ministro e Secretario do Estado dos Negócios i b Império, inconformidade da Im-
perial Resolução do Consulta de 11 do abril próximo passado, tomada sobro parecer de 20 do de-
zembro do atr.io passado das Soeçü-js reunidas dos Negócios do I:n[ie."io o 'Ia Fazenda do Conselho de
Estado o á vista das Leis n . ;üò de 20 de setembro de 18-10e n . 1217 de 7 do juibo de lSõí. i>em corno
do contraeto matrimonial do primeiro ilia de novembro do 1SG4 o do auto do ratificação «Io mesmo
centraeto de 1S do fevereiro de ltíG5, do orlieio que Sua Alteza o S r . Duque do Saxo dirigiu, e:n 29
de agosto de ISSO ao Governo Imperial, cm resposta ao Aviso do Ministério dos Negócios do Império
do 19 dc julho do mesmo anno, resolveu, de acordo com o I l l m . S r . Doutor Joaquim Pires Machado
Portella, procurador bastante do Sua Alteza o S r . Duque de Saxe, como consta do Alvará de pro-
curação que v a i em seguida transcripto c lica archivado nesta Secretaria de Estado, pagar o dote da
falleeila Princoz.i a Sra. D. Leopoldina, na importância de I.2C0:030í0Q0 em ouro. s:gundo o
p a d r ã o monetário ria Lei a. 401 do 11 do setembro de 1840 e polo modo q m vai ia-iic.vio nas subse-
quentes conligões : Primeira.—Como o:n virtude do a r t . 13, n. 2, do saprameueion.id:> contrasto
matrimonial, tem Sua Alteza o Sr. Duque de Saxe, na sobrevivência á sua esposa, o iiv.fructo
vitalício do rendimento da t e r ç a parte do mesmo dote, devem as duas torças partes restantes desse
doto ser divididas em quinhões iguaos, pelos quatro filhos do casal: os Príncipes Srs. D. Pedro.
D. Augusto, D. José e D. L u i z . — Segunda. — A importância de SOO.-OOOíOOO que corre-
spondo a duas terças partos do dote, pertencendo uma, cm partes iguaes, aos Si-s. Príncipes
D- Joso e D . L ' i : z , o que tem de ser administrado por Sua Alteza o Sr. DU.JUO do Saxe,
durante a menoridado destes seus dous íllhos, e representando a outra a terça do doto, da qual
tem Sua Alteza o mesmo S r . Duque o usufrueto durante sua vida, passando, por seu falle-
cimento, aos seus mencionados quatro filhos, em partes iguaos, será depositada, com os competentes
juros de cinco por cento ao auco, a contar do primeiro dia do mez de janeiro ultimo cm que começou
a vigorar a actGal Lei de orçamento ato ao dia cm que clTectivamcnte for foita a entrega da dita
quantia, na casa bancaria Coutts & Comp. estabelecida em Londres, para ser convertida em
títulos do ronda por Sua Alteza o S r . Duque do Saxe.—Terceira.—Sua Alteza o S r . Duque
de Saxo so compromette a não alienar, sem annuencia do Governo Imperial, os títulos concernentes
cão só á parte pertencente aos sobreditos seus dous filhos, os Srs. Príncipes D. José e D. Luiz,
durante a menoridado destes, como tombem duranto sua vida, o que constituo a terça do dote,
cujo usufructo compoto a Sja Alteza, romottondo ao Ministério dos Negócios do Império uma re-
lação desses títulos, que, para o dito ilsn, ficarão depositados na alludida casa bancaria.—
Quarta.— A importância de -I00:0ü0í000, correspondente á parte do doto que desde já corr.pcto
repartidamente, aos dous filhos mais vtlhos, os Srs. Príncipes l). Pedro o D. Augusto, o p r i -
meiro já maior e o segundo prestes a attingir a maioridade o ambos residentes no Império com
os direitos eonstitueioiiaes de Príncipes da Família Imporial, será convertida em apólices da divida
publica depositadas no Thesouro Nacional, até ulterior deliberação. — Quinta. — Tendo o
S r . Príncipe D. Pedro Augusto attingido á maioridade, o competindo-lhe, na qualidade de primo-
gênito, o vinculo ou morgado a que so referem os artigos 5° o 0° da Lei n . 10o de 29 do setembro
de 1810, e n t r a r á desde já na administração o usufructo do Palácio < Leopoldina» sito á rua
Duque de Saxe. nesta Corte, ao qual será incorporado o patrimônio em terras, determinado pela Lei
n. 1903, de 17 de outubro de KS7ü, salvo novo acJrdo entro os interessados, com previa autorisação
ou posterior approvação do Poder Legislativo.— Km firmeza do que mandou o E x m . Sr. Conselheiro
Ministro o Secretario de Estado dos Negócios do Império lavrar esto termo nesta Terceira Diro-
ctoria da Secretaria do mesmo Ministério, aos oito dias do mc-z de maio do anno de m i l oitocentos o
oitenta o oito, no qual atsignam Sua Kxcelioncia o S r . Ministro, o Procurador bastante dc Sua
Alteza o Sr. Duque de Saxe e cimo testemunhas os Srs. Commendadores Nicolau Midosi e Artidoro
Augusto Xavier Pinheiro, Sub-direetor o Oilkial do->ta Direetoria. E eu, o Doutor Joaquim José de
Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque, Director da Terceira Direetoria da Secretaria de
Estado dos Negócios do Império, o escrevi. Estão duas estanipilhas no valor de oitocentos réis d e v i -
damente inutilisadas pelas du.is primeiras das seguintes assignaturas: José Fernandes da Costa
Pereira Júnior, pp. Joaquim Pires Machado Porte-la, Nicolau Midosi e Artidoro Augusto X a v i e r
Pinheiro.
n
Procuração a que se refere o termo supra
Eu Príncipe Augusto de saxo Coburgo-Gotha, Du^ue de Saxe, como tutor de meus íiíhos
menores Dom Pedro Augusto, Augusto Leopoldo, José e Luiz do Saxe Coburgo e Gotha, pela
presente procuração que mandei escrever o que vai de meu próprio punho assigaada, confiro ã
Sua Alteza o Senhor Príncipe Gastão de Oriéans, Conde d'Eu, todos os poderes em Direito neces-
sários para por si ou por outrem, em quem substaboleecros mesmos poderes, tratar dos ajustes
indispensáveis á entrega do dote garantido á fallecida Priaceza D. Leopoldina pela respectiva
convenção matrimonial, assim como de tu lo que se refere à garantia e inalienabilidade de seu
capital, e o mais que sc acha estipula-lo na referida convenção, podendo o dito meu procurador
assignar em meu nome quaesquer papais ou termos, receber quaesquer sommas e dar quitação, et
cmter.i, na íbrma das Leis do Império.
Sciiladming d'Austria, 20 dc agosto de 1S33.— (Assignado) Augusto, Príncipe dc Saxe Coburgo
Reconheço como verdadeira a assignatura supra de Sua Alteza o Senhor Dom Augusto, P r í n -
cipe de Saxe Comrgo-Gotha.— Leg.içãi do Í3razii em Vienna, 1 de setembro do 18SG.— (Assignado)
Júlio JJ. dc Mello e Alcioi.
SCBSTABELECIKENTO
Eu o Príncipe Dom Luiz Felippí Maria Fernando Gastão de Oriéans, Condo d'Eu, substabeleço
no S r . Dr. Joaquim. Pires Machado Portei !a todos os poderosa mim conferidos na presente pro-
curação.
Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1886.— (Estava uma estampilha de sello fixo de du-
zentos réis ).— (Assignado) Gastão dc Orlcans, COTÚC d"EU.
III
Transcripçtn dos doeumcntos que acompan'nr:z,ii o Aeiso do Ministurio do< X^oicios du Fazenda,
dt l'J d,: setembro dc /.Ws', rtluivit d CMv*rslo cm titulo* d-: realt da importância das dum terras
partes do dMi, feita por Sua Alteza o S.: D-ipf dc S :x: nt rmyrmi! id- da -lan.iula .> do acordo
r.ci:,m l'ivr-.:do, ::.".(.'.>.< que se acha.a depositados n : c isa bancaria C>utts & C. , de Londres.
1
Aos vinte o svte dias do :no/. do julho do amio do ip.il oitocentos a oit.jnta o oito acha:id.v*o
reunidos na Chaneell.iria da Legação imperial do Biv.zil e:;i Lr>:i Ires o Conselheiro Adem Seitz, como
pr. curador bastant--de Si: i Alteza Real o Principir S-.-.ilior Dom Augusto Rudes do Sax-: Co' ur^o
Gotha, Du-;iv> do Saxe e S. E x . o Cons^heiro liarão de Peno Io, Rnvi-do Extraordinário o Minis-
tro Plonipot.mciario de Sua Magestade o Imperador do Brazi! para o :im de ratificar o acordo ce-
lebrado a ? de mai > Io mesmo anno, na cidade do Rio de Janeiro entro S. E x . o Conselheiro José
Fernandes da Costa Pereira Júnior, Ministro e S-.wtario de i M : v l o dos Negócios do Império
c o Dr. Jonjuim Pir-->s M chado Portella, na qtnli la<! ? de prxvirador bastvnte de Sua Alteza o
Senhor Duqu > de Saxe, o verificados os plenos poderes do Cons -!!i íiro Seitz, que se ac!iar.i:r. em
boa e«lovi-ia fôrma e :i.!-maiv!i:va ios nost\ Legaçío. foi Invado o s^gam!-; t«rmo de ratificação
confirmando o sobre sito acordo de 3 de maio de 1 S « .
Que, havendo os banqueiros Coutts & C.» desta cidade, em conformidade da ciar.sula secunda
desse acordo, recebi lo no dia 19 do corrente mez de j u l l n da Delegacia do Thesouro Nacional em
Londr..-s, cm execução do Aviso do Ministério da Fazenda n. 03 de 2 de junho próximo passado, a
importância das duas terças partes do dote de Sua Alteza a fallocl-la Princeza Senhora Dona Leo-
poldina e mais os respectivos juros de cinc > por cento, a contar d:i d:ita da Lei n . 3349 de 20 de
onins-ro d.- a t é o dia 19 do corrente mez, coxo consta do ofücioda n r s m a Delegacia, dirigido
nossa data a esta Logação, foi declarado polo Cons lhoiro Seitz que o seu constituinte o Senhor Duque
de Saxe se o m p r o m e t í e : Primeiro — A converter em títulos de renda as sommas acima referidas, e
que foram entregues aos banqueiros Coutts & C : l
: Segundo — A não ;.lior.ar sem annuenciado
Governo Imperial esses títulos, não só os que cDncernem ã parte pertencente aos seus dous filhos, os
Senhores Principos Dom José e Dom Luiz, durante a menori lale delles ; como também durante a
sua vida a que constituo a terça do dote cujo usufructo lhe compete ; Terceiro — A remetter ao
Ministério dos Negócios do Império uma relação desses tiíulos, que ficarão depositados em poder dos
referidos banqueiros Coutts & C . \ tudo em conformidade das estipula?"os do contracto matrimonial
d-? 1 de novembro de 180-1 e do auto de ratificação do mesmi c.-ntracto de ISde fevereiro de 1865.
E. c :r.o todas essas declarações se acham mencionadas no acordo do S de maio. o dito
Conselheiro Seitz. .;m n o m d o seu co:'.>tituinte, as confirma o ratifica, convindo nos termos do
presente auto, que foi lavrado em cumprimento do Despacho do Ministério dos Negócios Estrangeiros
(Secçã • Central n . 8 dc G de junho do corrente anno), sendo em triplicata: um no l i v r o dos termos
do archivo desta Legação, e outros dous em separado, tolos assirnados pelo Cons dheiro Seitz. como
Procurador b.stanto de Sua Alteza o Senhor Duque de Saxe c p o r S . E x . o Conselheiro 3 a r ã o do
Pene Io. Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciario de Sua Magestade O Imperador do
Brozil na G r ã - B r e t a n h a . Feito em L m Ires aos vinte e sete li is do mez de julho do anno de 1838.
Legação Imperial do Brazil em Londres.—O Cons.-iheiro Adam Seitz—Bar7o dc Penedo.
B
Londres, lo 27 juillet 1S33. — A Votre Excellence, Monsieur Io Ministre.—J'ai 1'honneur
de vous remettrc ci-joint la listo des titres des fonds deposites chez Messieurs Coutts & C, ban-
quiers, 39 Strand Londres, conforme aux stipulations signées par Votre Excellence au nom du
Gouvernement Imperial du Brésil et de ma part signées par 1'autorisation légale de Son Altesso lo
Prince Augusto de Saxe Cobourg Gotha, Duc de Saxe. Agréoz, Monsieur le Ministre, Ies assu-
rances de ma pius haute considération, avec laquelle j ' a i 1'honneur d'ètre dc Votre Excellence le
tres humble serviteur. — Son Exeelloiioe Monsieur lo B.iron de Penedo, Londres. — Adam Scüz.
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II
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5
I l l m . c E x m . Sr.— E' approvada por seus fundamentos a decisão pela qual, resolvendo uma
consulta do Presidente da Câmara Municipal da villa da Conceição do A r r o b , declarou-lho V. E x .
que, á vista da doutrina do Aviso do Ministério da Justiça n. 3 de L'0 de março de 1SSÕ o do do M i -
nistério do Império n. 27 dc 10 dc maio do mesmo anno, eram incompatíveis os cargos dc Vereador
c do Promotor Publico, adjunto, devendo o cidadão quo os accumulassc optar por um delles, sob
pena de ser exonera lo do cirgo judiciário.
Fica assim respondido o officio n . 904 de 23 do mez próximo passado.
Deus Guarde a V . Ex.— Josc Fe matutes du Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da Provincia
'lo Rio Grande do S u l .
Deus Guarde a V. Ex.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da Provincia
de Santa Catharina.
4
n. 9790 de 17 de oitubro de 1887, que refere-se a hypothese diversa, qual a do preenchimento de vagas
que oceorram durante o actual quatrionnio e depois de eleitos todos os Vereadores que devem compor
as Câmaras-
Conformando-se o Governo com este parecer, assim o declaro a V. E x . , para os devidos
e.Teitos.
Desta decisão resulta que deve-se considerar prejudicula, além da eleição de 22 de julho do
anno passado, a que se tiver realisado a 4 do corrente mez, nos termos do citado Decreto n . 9790,
conforme essa Presidência ordenou.
Deus Guarde a V. Ex. — Josc Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da Provincia
de Pernambuco.
Dous Guardo a V . Kx.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Prosidonte da Provincia
do Rio Grando do Sul.
do citade a r t . 41 do Decreto n . 8213, as certidões dc óbito quo forem requisitadas, e sem as quaes,
ex vi do art. 40, § I , do mesmo Decreto, não podem os Juizes de Direito fazer a eliminação dos
o
eleitores mortos.
Deus Guarde a V. Ex.— Josc Fernandes da Costa Pereira Júnior.— AS. Ex. o Sr. Ministro
e Secretario de Estado dos Negócios da Justiça.
Código de Posturas da Câmara do Rio (Irande, é de competência das Câmaras Municipaes providenciar
sobre a demolição de prédios ruinosos;
Que esta providencia, de caracter inteiramente administrativo, attinente á segurança publica,
não so podo confundir com a desapropriação da propriedade particular por utilidade publica, cujos
c
casos ostão previstos noisa província, com referencia á utilidade municipal o provincial, pela
Lei n . Ü30 do 9 do dezembro do 18/.7, promulgada em virtude do attribuição conferida ás
Assembléas Provinciaes polo art. 10, -s, l i ' , do Acto Addicional;
Que os documentos com qiu o recorrente procura impugnar a decisão da Câmara não são
do tal natureza que possam destruir o exame dos peritos, cuja allirmação deve prevalecer ato
que plenamente se provo o contrario, sendo inalmisi-ivel no caso a avaliação judicial, visto não
se tratar de desapropriação ;
Que não existe disposição alguma vedando á autoridade administrativa a faculdade do
reconsiderar suas decisõ s independentemente de p n v e c a ç ã o da parto interessada:
Resolvi negar provimento ao recurso, para o lim de sor mantido o acto da Câmara
Municipal do Rio Grande que mandou demolir o prédio do recorrente, o qual poderá, entretanto,
promover os meios judieiaes que entender a bem de seu direito.
I l l m . í F.xis. Sr.— Respondendo r.o oilieio quo V . K x . me dirigiu, sob n. 29, a 3 dc maio
ultimo, declaro a V , K x . que não compete ao Governo decidir a questão relativa ao cid idão Jacintho
Ignr.cio Martins, que exerce o cargo de 1" Juiz de Paz da parochia da Lagoa c mudou o seu domi-
cilio par.', a da Trinda !e, ambas pertencentes ao município da capital; porque, al!egando-so na
representação, annexa no mesmo olfieio. de dous eleitores da segunda das referidas parochias, ter-se
eíTecluado aquella m u d a n ç i lia mais de tres anncs, isto è, antes da eleição do sobredito Juiz de Paz,
o que essa Presidência julgou provado, deviam os ditos eleitores ter apresentado, no prazo da lei, ao
Juiz de Direito da comarca reclamação contra a validade dessa eleição, como lhes permittia o
art. 210 do Decreto n . 8213 de 13 de agosto de 1831. Não tendo elles assim procedido, cumpre
entender-se, nos termos do Aviso n. 1 de -1 de janeiro de 1S$:> c de outros, que a eleição passou em
julgado para produzir todos os seus effeitos.
Si o facto da mudança fosso posterior à eleição o ao alludido pr.izo, e n t ã o competiria á Câmara
Municipal da capital e a essa Presidência, si fosse eonsultadi, fazer eliminar da lista dos Juizes de
Paz o mencionado cidadão c dar-lhe substituto mediante juramento do immediato em votos aos
outros Juizes.
Deus Guarde a V . K x . — José Fce,iz.<.dcs da Cosia Pc.-cira Jf.iior.— Sr. Presi lente da Pro-
víncia de Santa Oitharina.
I l l m . e E x m . Sr. — Com Aviso do 20 do mez próximo findo remotteu-mc o Ministério dos Ne-
gócios da Jastiça a represont ição, que ora transmitto a V. E x . , em que o Vereador da Câmara
Municipal do Rio Novo, Joaquim Rangel de Azevedo Coutinho, pede a responsabilidade c punição do
presidente emais mcmb:os d,; mesma C-.imara pelo f.cto de o terem excluído do numero dos Verea-
dores ; visto que, nos termos do Aviso n . 118 do 20 de abril de 1377, a essa Presidência compete
resolver sobro a exclusão, mediante recurso interposto pelo dito Vereador.
Deus Guarde a V. KK.— J-JSC Fcr.ian-bs da Costi Pc>-ci,;>. J-m0,-.— Sr. Presi lente da Pro-
vincia de Minas Geraes.
Ministério doi Negócios do lmpori».— 1» D i r e t o r i a . — Rio do J a n e i n um 9 do agosto 4c 1 8 8 8 .
DeusCiuardc a V . E x . — Jo\:
Feriv.ivici da Co.<ta Perein J.MÍJ,-.— S r . Presidente da Provincia
do P a r á .
de 1883.
Deus Guarde a V . Ex.— José Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da Provincia
de S. Paulo.
Que estas diligencias, necessárias para publicidade e execução do aocordão, são complemento
do processo de recurso, e, portanto, comprehendem-sc na disposição da parte final do art. SO do
8
Decreto n . 8213, segundo a qual, em taes processos, oi escrivães tôm direito a porcepçtto de custas
pola motado;
Que, além da autoacão, o escrivão tem de certirtcar : I , a publicação do accordão por editaes
o
o pela imprensa ondo a houver; 2 , a remessa das cópi is do mesmo accordão aos funccionarios
o
mencionados n o s § § I e 2 do art. S3 :
o o
Declaro a V . E x . quo, nos autos do execução do accordão proferido sobre cada recurso con-
cernente a alistamento eleitoral, o escrivão tem direito a custas, pela metade, da a u t o a c ã o , das
duas certidões referidas e da raza das cópias extrahidas.
O que V. E x . fará constar ao Presidente da Relação.
primitivo, ou antes os quatro que se seguem ao 4° Juiz de Paz que existir por ter havido na res-
pectiva lista a l t e r a ç ã o em virtude do morte, mudança, incompatibilidade ou escusa de algum ou
alguns dos que foram eleitos V
2. " O supplente impedido por qualquer motivo legal de assumira jurisdicção do cargo continua,
não obstante, como supplente ?
3. Tem a Câmara competência para organisar a lista dos supplentes ?
a
1888.
Deus Guardo a V. Ex.— Josc Fernandes da Costa Pereira Júnior.— Sr. Presidente da Provincia
da Bahia.
jurídico, o vocábulo « eleito », que a l l i se lê, applica-se tanto ao Vereador que ainda n ã o tomou
posse, como ao que j ã entrou em exercício, intelligencia que é reforçada pela 2 parte do mesmo a
artigo, a qual não inhibe o Vereador, que j á serviu, de aceitar emprogo incompatível, desde que
renuncie o cargo.
Pode V. Ex., portauto, considerar vogo o logar do sobredito Vereador, e, nos termos do
art. 206 do Decreto n. 8213 de 13 de agosto de 1881, mandar proceder a nova eleição para preen-
che I-o.
O Aviso n. 188 de 20 de julho de 1831, que suggeriu a duvida ora resolvida, referiu-se ao caso
diverso de um Vereador quo adoeceu gravemente, mas não desistiu do cargo, e por tal motivo foi
considerado simplesmente impedido.
Deus Guarde a V. Ex.— Antônio Ferreira Vianii.— Sr. Presidente da Provincia do Pará.
listes artigos não fizeram mais do que alterar a base da eleição de Vereadores, estabelecendo
como requisito a maioria relativa em substituição do quocieute eleitoral, regra que náo se oppõe á
do a r t . 204, cujo objectivo ó diverso, porque encara a eleição sob outro aspecto, referindo-se ao con-
curso ou co-participação do eleitorado municipal no pleito.
Senhora.— Por Aviso de 11 do mez passado, ordenou Vossa Alteza Imperial que a Seeção dos
Negócios do Império do Conselho de Estado consultasse sobre um requerimento de Pedro Leandro
Lamberti, o officion. 87 da l l l m a . Câmara Muuicipil desta Corte, e mais papeis relativos ao
arrendamento da P r a ç a do Mercado da Candelária e chalets annexos.
O requerimento de Pedro Leandro Lamberti é uma representação por elle formulada contra a
Portaria do Ministério do Império de 7 de março do corrente anno, annullando a concurrencia
aberta para aquelle arrendamento e, em conseqüência, a aceitação da proposta que apresentara.
No officio n . 87, sem data, a l l l m a . Câmara igualmente reclama contra semelhante deliberação,
justificando a quo tomara o insistindo pela. sua approvação — meio único de exonerar-se de divida
avultada, que foi definitivamente condemnada a pagar, o de dia a dia augmenta com & accumulação
de pesados juros.
12
Os demais papeis, a quo reforo-so a Ordem do Vossa Alteza Imperial, contôm esclarecimentos
sobre os antecedentes da questão.
Tendo-os attentamento examinado, passa a Seeção a expondor o seu vuto, começando polo
resumo dos principaes incidentes da situação a que chegou a l l l m a . Câmara Municipal para com
Lamberti, o á q u i l entendeu p Jr termo me li uito o contrato que o Governo Imperial desapprovou.
II
A esse pedido respondeu o Governo com a Port iria dc 7 do m irço do o r r o n t e anno, que p r o -
vocou as reclamações submcttidas ao exame da Seeção.
A Poi taria dc 7 dc março mandou quo a II lm i . Câmara organizasse o submettesse com urgência
á .approvação do Ministério do Imp.-no um regulamento para o serviço do; j á mencionados immo-
veis, que deveriam ser arrenla.los parcialmente aos pc]uenos mercadores dc gêneros dc primeira
necessidade; porquanto estava c Governo Imparia", resolvi lo a í ü o consentir cm arrendamento
M a l ou em globo.
As vazões dotcrniinativns dessa docisflo foram :
1 .••> N.i) te;' si 1.) a divi Ia do Lamb ert • r i - c a i a nr.-it '.çã> d i v.'-;p tiv \ prop.wU trata-
;
\a-so de sol ver) ivcoiihi>c da por acto algum da l i i m i . Câmara, som melui-la :io s.-u passivo ;
:
Não estarem esgotaio-, na opinião d• .ilgu.rs a!vo.'ad >s. • s r .virs.is !-»_-.v>s c.»:itra a
saltem; i condomnatoria ;
Militarosn lioj; as ni-esm :s n\ti>:< de u!ilida-lo pablrci, o:'..; -1 -terminaram a re-ei-ã > de
outro arrendamento, podida pol i l l l m a . Câmara Mmiici:.:-.! em ..tlicio de de ag.^to .le 187*.
c qnc cmdomnam os contrato; em giuio.
A Seeção jiedc vcnia para ."espoitos.imeiito dizer q io, c:u r..-::crio, .-....> :M>SIC-< :::V» pro-
cedem, o pelos motivos que em seguida e n u m e r a r á .
11!
A divida do concurrente preferido .ia praça a:imiliada. longo de s ã > ler sido reconli íeidi p e h
l l l m a . Câmara, nr.is de uma vez o foi. como ella d miinstra n ste- tópicos do citado oTicio n . 87:
« II x actos c:ii.Mivlo<i ila Munivipaii-l.i-b di-.- • •! .>:i >:it.* qu-j t-rrrsm i::cj:ii-;st i v j ; o recoiihee'.-
:
de 1887 o o dessas duas com:ni«"ies reiuiid .s do õ ie .!o/e::i'-ro ai-: Ia do :;:"*.me n:mo. e.-te appro-
vado em s e s s ã o ; as iufor:;uç-õe> oílici .es d> D;'. Pr.our.idor -Ia Hlm-i. C.un ira d i 27 de jm.ho. 2-1
de julho de 1883 e de 20 de agosto de l^SG. são unanimes cm iwo:i .ece.' a divida I. •.•••! erti.
;
« A actual a d i í i n i s í r a ç l i. p n-:i:'op >sti •!..; uoi dos moiiiiros d i sua c>.ii.:ii> ") dc í./.umia,
5
votou que se chegasse a necordo com o eiv-lorsibro o U M lo de S M ; ;> ig.mor.to : e ten-lo -iavi-lo entre
as parte; contendoras uma ontrevist: e ;".e na ia s decidiu sol.ro o pagamento. p->r n ã j dispor a
1
A Seeção, poróm, poudera om l " logar quo ossa opinião ó impugnada polo próprio Procurador
da C a m i r a , quo a igual competência profissional roune a responsabilidade dorivada do mandato quo
exerce. Portanto, sendo assim pelo monos duvidoso haver ou não recurso, não seria prudente
protrahir um ploito, com pouca probabilidade de êxito, o, ao inverso, com a do augmontar-so o
debito da Câmara por maiores despezas judiei irias o novos juros.
Por outro lado, o recurso quo os advogados lembram, seria, segundo o direito, absoluta-
mente ineffleaz.
Seguramente ó incontestável que a l l l m a . Câmara poderia ter-se soecorrido do beneficio dc
restituição (pois ó ncllo quo consisto o inculcado recurso ), quando a Relação deixou de tomar
conhecimento do aggravo da sentença, de liquidação, interposto lora do tempo, obtendo por esse
meio, sem embargo do prazo decorrido, que o Tribunal julgasse dc mcritii. Mas não o fez, e .ia
agora n ã o pode fazel-o, porquo o beneficio "de restituição considera-se porempto ou oxtineto
— sempre que o interessado expressa ou tacitameme o renuncia, entendondo-sc que renuncia existe
desde que o interessado entra em trausacção com a parte a 1 versa, ainda que unicamente para não
expor-se aos riscos de pleito. E'doutrina corrente, quer na jurisprudência pátria, quer no direito
romano.
Ora, que a l l l m a . Câmara Municipal transigiu com Lamberti. f.icio o que comprova-se com a
própria Portaria de 7 de março, contra a qual representa.
Assim, razão teve o Desembargador Procurador da Coroa, Siberaniae Fazenda Nacional para
aifirmar ao concluir a citada informação que:
Ficou a executada ( l l l m a . C â m a r a ) definitivamente condemnada no incidente da
liquidação, como j á o lora ua acção inicial, teudo passado em julgado a respectiva
sentença.
A terceira r a z ã o em que se estrih.i a Portaria consiste em não j u l g a r o Governo conveniente o
arrendamento de tolo o Mercado e dos cbalets a um só indivíduo, que depois o subloque por sua
conta a pequenos mercadores.
No entender da Seeção não é também procedente, já em face das considerações que p r o d u z a '
l l l m a . Câmara contestando-a, firmada na experiência dos factos, c j á porque é sabido preferirem os
proprietários de pequenos prédios, próximos ou dependentes uns dos outros, alugal-os todos a um
só indivíduo, mesmo por menos preço, a terem muitos inquilinos, e isto por motivos óbvios. O maior
trabalho e difficuldade na cobrança do aluguel, ns impontualidades dos inquilinos, as deteriorações
que sempre se seguem ás freqüentes mudanças, a necessidade de reparos, e também a falta de
locatários por dias c mezes, explicam a pratica geralmente seguida.
Si assim acontece aos particulares, que sabem liscalisar seus interesses, não é do bom conselho
impor systema contrario ás municipalidades, servidas por propostos, que, por muito zelosos, nunca
sel-o-hão mais que o dono relativamente ao que lhe pertence.
Mas, sejam quaes forem as coasideraçõ3s que recommendem o laboriosissimo e d i o n d i o s ov
regimen a que o Governo quer sujeitar os immovcis da l l l m a . Câmara, cilas devem ceder di.iiite do
uma razão s perior de ordem publica.
Ha um decreto do Poder Judiciário, que nem elle, nem outro qualquer, pôde já modificar, e que
tem de ser cumprido. Ao Governo incumbe auxiliar, d e n í r o d e sua esphera constitucional, a completa
execução desse decreto, sem o que deixaria de ser uma realidade a harmonia dos poderes p ú -
blicos.
A l l l m a . Câmara Municipal confessa não ter outros meios de satisfazer a divida de que se trata ;
o Governo Imperial não pode dar-lh'os, e nem siquer autorizal-a a obtel-os por operação de cre-
dito, por faltar-lhe para isso faculdade legislativa. Paraconseguil-a seria mister decorressem mezes,
dentro dos quaes a divida avolumar-so-hia, aggravando ainda as dilliculdadcs dos cofres muni-
cipaes.
Em taes condições, parece menos justificável a recusa de approvação á medida, que julgou útil
e imprescindível a principal interessada na questão.
15
Km conclusão : pousa a Socção quo dovo ser approvada a deliberação da l l l m a . Câmara Munici-
pal, rcconsiderando-so a Cortaria do 7 de março ; mas Vossa Alteza Imperial resolvera o que for
melhor.
Sala das conferências da Seeção dos Negócios do Império do Conselho de Estado om 15 de maio
do 1888.— Manoel Francisco Correia.— Affonso Celso 'le Assis Figueiredo.— José Bento da Cunha
e Figueiredo.
O Prosidonto da l l l m a . Câmara declarou «rio o mandado não podia ser cumprido, visto acharom-so
os rendimentos da municipalidade isentos de penhora, por loi.
O exequonto invocou a intervenção do j u i z , o este oillciou ao Governo, 1-vandoao sou conheci-
mento o facto e solicitando pro-. idencia que facilitasse a diligencia do modo quo licasso preenchida
a formalidade legal da penhor.-., condição imi>rescindivel para que pudesse a l l l m a . Câmara dis-
cutir por meio de embargos qualquer nulhdade na execução, pois que não admitthm-so ombargos,
em tal enso, sinão depJís de f-dta a penhora, art. . " 3 , S K do Regulamento n . 737 dc 25do
novenibio de 1*1)0.
O Ministro do Império declarou, om Aviso do ü de junho dc ISSO, que o artigo indicado não
podia ser invocado para jiistiiicar a necessidade de cumprimento do mandado expedido contra a
Iilma. Câmara, e >im mosii av i qir» o meio judicial era incompetente para a execução das sontenç is
proferidas contra a municipalidade, cujos bens c rendimentos não são pissiveis de penhora, como
decidiu o Aviso do Ministério do Império do 21 de novembro de KSsj. e estatuiu o art. 7»do
Regulamento que baixou com o brereto n . 0ÕI0 de -'3 de janeiro do ISSti, para execuções eiveis
c coinmerciacs.
K que assim cabia-lho dizer:
« Que a execução movida per Pedro Lmni.erti contra a l l l m a . Câmara devia considerar-se linda
com a sentença do liquidação, que [assou i-n; julgado, desde que não pode serautoiisada, em face
da k i l s i a ç ã o vigente, a penhora cm l.cn.s ou rendimentos d:.s Câmaras Municipacs: cumprindo,
nerte.nto. ao exequente requerer-o seu pagainent > á Câmara, o usar dos recursos administrativos.
< Q i ; \ no ciso dc prosog•dr a execução pela penhor.;, devia ser suscitado condido de
attriouição. >
Pelo que fica relatado, concln :-se i;u:e a l l l m a . d m n r a não toai mais recursos ante o Poder
Judiciário, e quando os tivesse, não poderia usar dellos, .ttenta a p -.rle liual du citado aviso.
Pe.lro Lamberti. portanto, é credor d i lllni::. Câmara por força de julgamento definitivo o soberano.
Em circunstancias taes a Ilima. Canara Municipal resolveu, como plano de administração e
medida de moralidade e nivio do m uiter se.i credito, segunda •!!/. eil i , ch imar por edital concurrencia
para o arrenda monto da Praça .lo Mercado da Candelária o cbalets das Marinhas.
O recorrente Pedro L/onforti, no intuito de faeiiitir o seu pagamento na importância do
1.013:-i9.?s/, propoz tom tr a si os ditos i nuioviòs, obrigando-se : I a pagar-se pela renda dclles da
o
quantia declarada, ce lendo ao cofre municipal os juros que decorrerem da data do contrato cm
diante; 2 « a concorrer para o mesmo cofre com a quantia doü30:O5os, pagos por prestações iguacs
semestralmente no espaço de nove annos, tempo da duração do arrendamento; 3" a pagar, no
prazo de G) dias depois da entrega dos immovcis, a quantia do dO:iK>0>000.
O proponente obriga-se. celebrado o contrato, a dar plena e geral quitação ã l l l m a . Câmara,
e no n i ü s s u j e i t i - s e ás condições do edital.
A proposta Lamberti, na opinião da l l l m a . Câmara, é a mais vantajosa em preço e traz ã
municipalidade o proveito de lReríar-se de uma grande divida, com a incontestável vantagem de
obter recursos para pagamentos provenientes de outros pleitos concernentes a esse mesmo immovel,
que ha annos nada produz para o proprietário.
Accrescenta a l l l m a . Câmara, em sua representação, que o Aviso do Ministorio do Império
de 7 de março do corrente anno, não approvando a concurrencia aberta, além de collocal-a em
difficil posição, a coage a demandar centra seus interesses econômicos e moraes, e vai do encontro
ao Aviso do Ministério do Irnporio de 9 do junho de ltíiü, que considerou linda, com a sentença de
liquidação, a execução movida por Pedro Lamberti.
Que cm manifesto engano labora o Aviso de 7 de i n . r ç o . quando declara quo ainda não fora
reconhecida a divida LunVcrti por acto algum da municipalidade.
Quo o reconhecimento dessa divida consta de diversos actos da municipalidade approvados
em s e s s ã o ; consta do Aviso de 9 de julho de 1830. acima citado; está reconhecida por sua natureza ;
é um caso julgado com execução apparelhada. '
17
Sua Magestade o Imperador, a quem foi presente o offlcio do 1" do corrente mez, com que a
IUma. C â m a r a Municipal submettou á c o n s i l e r a ç ã o do Governo a minuta do contrato que por
portaria do 31 do janeiro ultimo foi autorizada a celebrar com Pedro Leandro Lamberti para o
arrendamento da Pr iça do Mercado da Can lelaria e chalets das Marinhas, acompanhada da r e l a ç ã o
aulheutica dos p r e ç o s que pagam os actuacs locatirios d.ts bancas, sobrados e mais compartimentos
daquelles immoveis, lia por bem approvar a mencionada minuta, afim de que se possa lavrar o
competente termo de contrato: o que o mesmo Augusto Senhor M i n d a declarar á l l l m a . Câmara,
para os devidos effeitos.— Antônio Ferreira Vianna.
M i n i s t é r i o dos N e g ó c i o s do I m p é r i o . — I 1
Direetoria.— Rio de Janeiro em 14 de m a r ç o de 1889.
3
Ministério dos Negócios do Império.— 3« Direetoria.— Rio do Janeiro em 10 de março do 1889.
motivos que estão dotilamento expostos no odicio do Juiz de Direito da cemarca datado de 15 de
julho ultimo, o qual devolvo com os outros documentos originaes que acompanharam o officio dessa
Presidência n . -12 de 30 do mez próximo passado, a que respondo: declaro a V. E x . que lhe
cumpre, na conformidade do Aviso do 11 de junho do 1SS3, junto por cópia, expedir ordem para
que so faça o 2 oscrutinio afim do cempletar-.se o numero de Vereadores quo compõem a referida
o
Sua Magestade o Imperador Mir.da declarar á l l l m a . Câmara Municipal, c;n solução do officio
n. 119 de 25 do corrente mez, que fiei approvada a tabeliã, que acompanhou por cópia o dito
ofilcio, relativamente aos vencimentos quo foram fixa-los, nos termos da Portaria do Ministério dos
Negócios do Império de 10 de março ultimo, aos serventuários de justiça criminal desto Ministério,
mediante contratos celebrados com os mosmos serventuários, cm virtude dos quaes desistiram das
custas judiciaes a que é obrigada a mesmi l l l m a . C â m a r a .
A despeza correrá pela verba « Judicial c custas », cujo credito será devílam-ente augmentado
quando for approvada a proposta de orçimento municipal para o corrente exercicio, enviada ao
referido Ministério como ofilcio de 29 do oitubro do anno passado, podendo, entretanto, ter desde
j á execução os contratos a que se. refere a t i b j l l a ora approvada.— Antônio Ferreira Vianna.
DECRETO N. 10.030—DE 13 DE OITUBRO DE 1888
de 1886, Hei por bem que na Escola Normal se observe o novo Regulamento que com
este baixa, assignado por José Fernandes da Costa Pereira Júnior, do Meu Conselho,
Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Império, que assim o tenha entendido o
faça executar. Palácio do Rio de Janeiro em 13 de oitubro de 1888, 67° da Indepen-
dência e do Império.
CAPITULO I
DA ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA
DO PESSOAL
Seeção I
Do Direcwr
A r t . 19. O Director da Escola será nomeado d'entre pessoas distinctas por suas
habilitações em relação á instrucção publica.
A r t . 2 0 . Nos impedimentos repentinos do Director servirá o professor cathedratico
que maior antigüidade contar no magistério da Escola e estiver em exercicio.
A r t . 2 1 . Incumbe especialmente ao Director, além da direcção dos estudos e da
administração interior da Escola, nos termos do presente Regulamento:
1. ° R e u n i r , sob sua presidência, os professores é mestres, para os fins declarados
neste Regulamento, e todas as vezes que tiverem de prestar informações, dar pareceres e
organizar trabalhos que lhes forem exigidos pelo Ministro do Império, pelo Inspector
Geral ou pelo Conselho Director ; bem assim, antes de abertas as aulas, e, ao menos,
uma vez por trimestre, para, em conferência pedagógica, examinarem as questões de
ensino é disciplina, podendo indicar os melhoramentos que julgarem necessários.
Essas reuniões, que serão marcadas sem prejuízo do serviço das aulas, exames e
outros trabalhos da Escola, não têm caracter de congregação.
O Director enviará, em duplicata, cópia de cada uma das actas das reuniões, dentro
do prazo de oito dias, com as observações que j u l g a r convenientes, ao Inspector Geral,
que transmittirá uma das cópias ao Ministro do Império, emittindo juizo a respeito dos
assumptos de que se tiver tratado.
2 . ° Redigir o Regimento interno da Escola e quaesquer Instrucções necessárias á
boa ordem do serviço, submettendo-os á approvação do Ministro do Império, por inter-
médio do Inspector Geral.
3 . ° Verificar assiduamente a escripturação dos livros da Escola.
4. 0
Organizar o orçamento annual e ordenar as despezas de prompto pagam esto.
5.° Contratar, mediante concurrencia publica, sempre que fôr possível, o forneci-
mento dos objectos necessários ao serviço da Escola.
6. ° Admittir e despedir os serventes, assim como os operários que tiverem de
auxiliar os mestres de trabalhos manuaes; realizando-so a admissão dentro dos limites da
rospectiva consignação da verba do orçamento destinada às despezas da Escola.
7 . ° Velar pela observância dosto Regulamento e propor ao Governo o que convier
ao aperfeiçoamento do ensino e melhor regimen da Escola.
8. ° Representara Escola no Conselho Director, intervindo nos seus trabalhos e
deliberações.
§ 1.° O Director, além de participar ao Ministro do Império, por intermédio do
Inspector Geral, todas as oceurrencias attinentes ao ensino e ã disciplina escolar, deverá
apresentar-lhe, pela mesma fôrma, no fim de cada anno lectivo, um relatório acerca dos
respectivos trabalhos, informando circumstanciadamente sobre o aproveitamento • pro-
ceder dos alumnos e sobre o desempenho do serviço do pessoal da Escola.
O Inspector Geral transmittirá, com as suas observações, o dito relatório ã
Secretaria de Estado, até o ultimo dia do mez de março.
§ 2.° As propostas, consultas e representações que o Director submetter ao Governo
serão sempre encaminhadas por intermédio do Inspector Geral, que sobre ellas emittirá
parecer.
Seeção II
de fevereiro de 1854.
A r t . 24. Os professores cathedraticos serão substituídos :
1. ° Pelos adjuntos ás respectivas cadeiras.
2. ° Quando o Director julgar conveniente, mediante designação, a que procederá,
por adjuntos a outras cadeiras ; e, na falta destes, por outros professores cathedraticos.
3 . P o r pessoas estranhas á Escola, nomeadas pelo Governo.
u
que é obrigado o professor ou mestre, serão contadas como as que se derem nas aulas.
§ 2.° Os professores e mestres devem participar previamente, e por escripto, ao
Director o seu impedimento, sempre que tiverem de faltar, salvo quando fôr impre-
vista a causa, podendo, neste caso, a participação ser feita no dia seguinte.
A r t . 29. O professor, nomeado em virtude de concurso, que dentro de seis mezes
não comparecer para tomar posse, nem communicarao Director a razão justificativa da
demora, perderá o direito à respectiva cadeira, sendo a nomeação declarada sem effeito
pelo Governo.
Verificada a demora da posse, o Director communicará o facto ao Inspector Geral,
que, depois de submetter ao Conselho a justificação, si tiver havido, participará ao GoTerno
o occorrido para a final decisão.
A r t . 30. O professor, nomeado mediante concurso, que deixar de exercer as respe-
ctivas funcções por espaço de tres mezes, sam que perante o Director justifique a ausência
incorrerá nas penas do a r t . 157 do Código Criminal.
Si a ausência exceder a sois mezes, reputar-se-â ter havido renuncia do magis-
tério.
§ 1.° Na primeira hypothese, findo o prazo de tres mezes, o Director communicará
o facto com todas as circumstancias ao Inspector Geral, que convocará o Conselho, afim
de deliberar sobre o assumpto, expondo minuciosamente os fundamentos do seu parecer.
O Ministro do Império decidirá si tem logar ou não o processo, remettendo, no caso
affirmativo, os documentos concernentes ao facto ao Promotor Publico, para intentar a
accusação judicial por crime de responsabilidade.
§ 2.° Na segunda hypothese, o Director participará ao Governo o occorrido, afim de
ser o logar declarado vago, ouvido o Inspector G e r a l .
A r t . 3 1 . Si constar que algum professor, nomeado mediante concurso, que ainda
não tenha completado 10 annos de eíTectivo serviço, está impossibilitado de continuar
no exercicio do magistério por incapacidade physica ou moral, será ouvido a tal respeito
o Conselho Director, e, á vista de seu parecer, decidirá o Ministro do Império si cabe o
processo judicial, transmittindo, no caso aífirraativo, os papeis ao Promotor Publico.
A r t . 32. O provimento, mediante concurso, em algum dos logares do magistério da
Escola, será considerado vitalício depois de 10 annos de effectivo exercicio.
Paragrapho único. Ao professor que, contando este tempo de serviço, se tiver distin-
guido no desempenho das respoctivas funcções, conceder-se-á, sobre proposta do Inspe-
ctor Geral, ouvido o Conselho Director, uma gratificação addicional correspondente á
quarta parte dos seus vencimentos. Essa gratificação será elevada, preenchida a mesma
condição, à terça parte e á metade de taes vencimentos, quando o professor cathedratico
ou adjunto completar 15 e 20 annos de serviço.
As ditas gratificações serão suspensas em relação ao professor que as desmerecer por
seu procedimento ulterior, e pagas a contar da data em que forem concedidas.
A r t . 3 3 . Logo que algum professor, nomeado mediante concurso, completar 25
anccs de serviço effectivo, o Director da Escola o fará constar ao Inspector Geral com as
informações necessárias, afim de se resolver sobre a continuação do professor no magis-
tério, ou sobre a sua jubilação, conforme convier ao serviço publico, intimando-o na
mesma occasião para que requeira a licença, afim de continuar no exercicio do logar,
caso não prefira ser jubilado.
A r t . 34. O professor, nomeado em virtude de concurso, que, contando o tempo de
serviço de que trata o artigo antecedente, não obtiver permissão para continuar no magis-
tério da Escola, será jubilado com o ordenado por inteiro e a gratificação addicional que
lhe houver sido concedida nos termos do art. 3 2 .
O que antes daquelle prazo ficar impossibilitado de continuar no exercicio do
magistério será jubilado cora ordenado proporcional ao tempo de effectivo serviço, si este
não fôr inferior a 10 annos.
A r t . 35. O professor cathedratico ou adjunto, que fôr jubilado pelo motivo cons-
tante da 2 parte do artigo antecedente não poderá execer emprego algum de nomeação
1
do Governo.
A r t . 36. O professor cathedratico ou adjunto terá direito :
1.° A mais uma gratificação addicional correspondente á quarta parte do respectivo
ordenado, desde quo complete 25 annos de serviço effectivo, quando o Governo, sobro
proposta do Inspector Geral, ouvido o Conselho Director, o conservar no magistério
depois desse prazo.
2.° A ser jubilado, com todos os vencimentos, menos a referida gratificação, si servir
por mais de 10 annos alem do dito prazo.
A r t . 3 7 . Nilo seràcontado paraa jubilação o tempo empregado fora do magistério,
salvo em commissões relativas a serviço de instrucção publica.
A r t . 38. Os professores cathedraticos ou adjuntos que, por negligencia ou má
vontade, não cumprirem bem as respectivas obrigações, instruindo mal os alumnos, exer-
cendo a disciplina sem critério, deixando de participar os motivos que os inhibam de
comparecer para o serviço, faltando aos trabalhos escolares sem causa justificada por
mais de tres dias em um mez, c, em geral, infringindo qualquer das disposições deste
Regulamento ou as decisões de seus superiores, ficam sujeitos ás seguintes penas :
Admoestação.
Reprehensão.
Suspensão de exercicio e vencimentos até quinze dias.
Suspensão de exercicio e vencimentos de um até tres mezes.
Demissão.
As tres primeiras serão impostas pelo Director; a quarta pelo Inspector Geral e a
ultima pelo Governo, ouvido o Couselho Director, no caso de que trata o n. 3 do
o
art. 40.
Da pena de suspensão haverá recurso para o Ministro do Império, dentro do prazo
de cinco dias, contados da intimação.
A r t . 39. A pena de suspensão será imposta :
1. °Na reincidência de actos pelos quaes o professor tenha sido reprehendido.
2. ° Quando o professor der maus exemplos ou inculcar maus princípios aos alumnos.
3. ° Quando faltar ao respeito ao Director, e a qualquer outra autoridade superior.
Paragrapho único. Ficará sujeito á suspensão do exercicio e vencimentos respectivos
o professor que fôr pronunciado em crime inafiançável, ou aceusado judicialmente de
furto, roubo, estellionato, falsidade, banca-rota, rapto, estupro, adultério, ou outro
qualquer delicto que offenda à moral publica.
A r t . 40. O professor cathedratico ou adjunto, ainda que tenha servido pelo tempo
de que trata o a r t . 32, perderá o logar.
1. ° Si fôr condemnado por crime a que esteja imposta a pena de perda do emprego
ou a de galés ou prisão com trabalho, ou pelos crimes de que trata o artigo anterior.
2. ° Si tiver sido suspenso por tres vezes.
3. ° Si fomentar immoralidadeentre os alumnos.
A r t . 4 1 . No ultimo caso do artigo antecedente, suspenso o professor, o Inspector
Geral convocará o Conselho para que julgue a accusação ou denuncia.
Julgada esta procedente, será ouvido por escripto o aceusado, marcando-se-lhe o
prazo de oito dias.
Recebida ou não a resposta dentro desse prazo e ouvidas as pessoas que souberem
do facto denunciado, para o que se designará previamente diae hora, deddirâ o Conselho
por maioria de votos, si tem ou n!Io logar a pena de demissão, prevalecendo, no caso de
empate, o juizo mais favorável.
Para que o Conselho possa deliberar a tal respeito, é necessário que esteja completo,
sendo convocados os membros substitutos, no impedimento dos ordinários.
O Conselho Director submetterã sua decisão ao Governo, para que este resolva sobro
a matéria, ficando salvo ao interessado o recurso estabelecido pelo art. 46 do Decreto
n . 124 de 5 de fevereiro de 1842, ouvida sempre a Seeção dos Negócios do Império do
Conselho de Estado.
A r t . 4 2 . Os professores de bellas-artes e os mestres, os quaes serão conservados
emquanto bem servirem, ficam sujeitos às penas de admoestação, reprehensão e sus-
pensão, na conformidade dos arts. 38 e 39.
Quando, porém, lhes fôr imposta a pena de suspensão, c Director ou o Inspector
Geral levara ao conhecimento do Ministro do Império o que tiver oceorrido, afim de quo
se resolva sobre a rescisão dos respectivos contratos.
Seeção III
C:~2
- 1 0 -
3.° Quanto aos demais logares de professores e adjuntos, duas dissertações, sendo
a primeira sobre matéria da cadeira respectiva, e a segunda sobre questão de methodo ou
educação.
Nos concursos aos logares de professores e adjuntos de mathematicas e sciencias
physicas e naturaes, a segunda dissertação versará sobre questão de methodo applicado
ao ensino dessas sciencias.
§ 1.° As provas de dissertação versarão sobre pontos que a commissao tiver orga-
nizado no mesmo dia do concurso, em numero não excedente a 20 para cada uma das
provas.
Os assumptos dos pontos de dissertação deverão ser extrahidos do prograrama do
ensino da Escola.
P a r a as provas de traducção e versão sortear-se-á um dos livros adoptados na
Escola, na parte relativa ao ensino do 3 anno, bem como a centena de paginas da qual
o
também se sorteará aquella sobre que a prova deva effectuar-se, escolhendo a commissao
um trecho de estensão razoável.
§ 2 . ° Os candidatos terão quatro horas para cada uma das provas escriptas,
excepto para as dissertações sobre geographia e historia e sobre sciencias physicas e
naturaes, em que o prazo será de cinco horas.
Deixarão os candidatos em cada meia folha de papel uma pagina em branco, e não
poderão consultar notas, nem livros, salvo os que forem autorizados pela commissao, taes
como atlas, taboas de logarithmos, etc. O papel para as provas ser-lhes-à fornecido na
occasião.
O s membros da commissao julgadora fiscalizarão o trabalho pela maneira que entre
:
si combinarem.
§ 3.° Cada prova escripta será datada e assignada pelo autor, e rubricada no verso
de todas as folhas pelos demais concurrentes, assim como pelo presidente do acto. Si
houver um só candidato, as provas, dapois de datadas e assignadas por elle, serão r u b r i -
cadas no verso de todas as folhas pela commissao julgadora.
Fechadas as provas de cada candidato n'um envoltório lacrado, em que o autor
escreverá o seu nome e os demais candidatos e os membros da commissao as respectivas
rubricas, serão convenientemente guardadas.
A r t . 5 9 . As provas oraes comprehenderão:
§ 1.° Quanto aos logares de professor e adjunto de portuguez: I , uma lição, que
o
ducção de uma pagina de escriptor francez, com explicações sobre o sentido das palavras,
a construcção das phrases e a grammatica, ao que seguir-se-á um exercicio de con-
versação em francez sobre a pagina lida, interrogando os examinadores ao candidato;
2 , correcção de um trabalho escripto de alumno professor sobre assumpto pertencente ao
o
ensino da cadeira.
- 1 1 -
§ 3. 0
Quanto aos demais logares de professores e adjuntos:
1. 0
Uma lição sobre ponto attinente ao ensino do logar vago.
2 . ° Arguição, feita pelos examinadores, sobre outro ponto.
3 . ° CorrecçSo de um trabalho escripto de alurano-professor sobro assumpto per-
tencente ao ensino do logar vago.
§ 4 . ° As provas oraes serão publicas, marcando-se meia hora para a lição e igual
tempo quer para a arguição, quer para a correcção de trabalhos escriptos.
§ 5.° Os pontos para cada uma das provas a que se referem os ns. I e 2 do § 3 o o o
serão sorteados dentre os do programma do ensino, que versarem sobre assumpto diffe-
rente dos das provas escriptas. *
Quando o logar vago comprehender varias disciplinas, os pontos para cada uma das
ditas provas*oraes serão sorteados com exclusão da matéria ou matérias sobre que
tiverem versado as provas anteriores.
P a r a as provas mencionadas sob o n. I nos §§ I e 2 , a sorte designará um livro
o o o
centena de paginas donde também será sorteada aquella sobre que a prova
-
deva
effeituar-se, escolhendo a commissao um trecho para esse fim.
No dia marcado para a prova de que tratam em segundo logar os §§ I e 2 e em o o
prova, por maneira que a cada candidato caiba trabalho diverso dos que os demais con-
currentes tiverem de apreciar.
Si o logar vago comprehender matérias que não tenham sido objectos das anteriores
provas, escriptas e oraes, serão escolhidos trabalhos que a ellas se refiram.
§ 6.° O ponto para a lição será tirado com tres horas de antecedência.
Do ponto tirado pelo candidato inscripto em primeiro logar, os outros concurrentes,
que ficarão recolhidos em sala reservada, só terão conhecimento tres horas antes da
exhibição da prova, recebendo-o da commissao cada um por sua vez, segundo a ordem
em que estiverem inscriptos.
Durante esse prazo, concedido para a coordenação das idéas, não poderá o candidato
recorrer a livro ou a qualquer outro auxilio.
§ 7.° Os candidatos que se seguirem ao que tirar o ponto para a prova de que trata
o n. 2° do § 3° só terão conhecimento do dito ponto, pela ordem da inscripção, no
momento em que lhes tocar a vez de serem arguidos, devendo até então ficar inoommuni-
caveis em sala donde não possam ouvir os que os precederem.
§ 8.° Si forem tantos os candidatos que não possam todos exhibir as provas no
mesmo dia, serão divididos em tantas turmas quantas se tornarem necessárias.
A divisão se fará por sorte, no primeiro dia, excluindo-se, com relação a cada turma,
os pontos anteriormente tirados.
§ 9.° O trabalho de que tratam em segundo logar os §§ I e 2 e em ultimo o § 3
o o o
será entregue ao candidato tres quartos de hora antes de começar a prova. Ao candidato
não será permittido recorrer a livro ou a qualquer outro a u x i l i o .
A r t . 6 0 . A prova pratica a que se refere o art. 57 terá por objecto:
§ 1.° Quanto á cadeira de pedagogia e respectivo logar de adjunto, a inspecção de
- 12
CAPITULO III
DA SECRETARIA.
A r t . 69. A Secretaria, além do mais que fôr necessário para o bom desempenho do
respectivo serviço, terá os seguintes livros, que serão abertos, numerados, rubricados e
encerrados pelo Director:
1.° P a r a os termos de juramento e posse do pessoal da Escola.
2. ° P a r a o registro dos títulos do mesmo pessoal.
3. ° P a r a a matricula dos alumnos.
4. ° P a r a se notar o comparecimento e as faltas do pessoal docente.
5. ° Para provar o comparecimento do pessoal administrativo.
6. ° Para registro das licenças concedidas aos diferentes empregados.
7. ° P a r a termos do admoestação o outras penas impostas a funccionarios da
Escola.
8. ° P a r a termos do admoestação e outras penas impostas a alumnos.
9. ° Para inventario geral dos objectos pertencentes ao estabelecimento.
•10. P a r a se declararem as obras que os professores e alumnos retirarem da biblio-
theca, na conformidade do art. 77.
Este livro consistirá em um registro alphabetico, por nome de autores, em que
serão lançados: o nome do autor da obra, o titulo desta, a data e duração do empréstimo,
a data da restituição, o valor dos livros emprestados o seu estado de boa ou má conser-
vação, e, finalmente, o nome da pessoa a quem se fizer o empréstimo.
Além dos livros já indicados, poderá a Secretaria ter outros, que o Director julgue
precisos para o serviço.
A r t . 7 0 . Do livro de matricula deverão sempre constar não só a idade, natura-
lidade, estado do alumno, e domicilio seu e de sua família, mas também quaesquer c i r -
cumstancias relativas á sahida dos alumnos-professores, á perda do anno, a penas que
lhes tenham sido impostas e ao resultado dos exames.
No mesmo livro, cuja escripturação compete ao Secretario, serão consignadas no fim
do anno lectivo, antes do começo dos exames, as notas que o Director formular, segundo
os mappas e relatórios de que tratam os arts. I 2 õ e 165, § 2 ° , e a sua própria obser-
vação, a respeito do aproveitamento e proceder de cada alumno-professor.
Do livro assim escripturado serão extrahidas pelo Director as informações concer-
nentes ao aproveitamento e proceder dos alumnos, às quaes se referem os arts. 21, §1°,
e 145.
A r t . 7 1 . 0 livro de inventario geral dos objectos da Escola, em que se mencionarão
com títulos distinctos todas as acquisições realizadas quanto à mobília, material do
ensino, gymnasio, bibliotheca e museu pedagógico, gabinetes e officinas de trabalhos
manuaes, notando-se as circumstancias que occorrerem em relação ao uso e existência dos
objectos, será escripturado de modo que cada artigo tenha um numero de ordem e a data
da inscripção. Não poderá haver nenhuma inversão na ordem dos números e das datas,
e qualquer rasura ou entrelinha deverá ser approvada pelo Director.
§ 1.° Do referido livro serão extrahidos, pelos adjuntos que o Director designar,
dous registros, contendo: um, o catalogo e a classificação methodica de todos os livros da
bibliotheca da Escola; outro, o catalogo de todos os instrumentos e apparelhos de
physica, chimica, desenho, etc.
Estes catálogos terão uma serie especial de números para cada classificação de
objectos; uma columna de observações, e outra de referencia ao livro de inventario geral,
na ultima das quaes se indicará, adiante do objecto, o numero que lhe pertenc r no
livro.
- 15 —
outros para que não haja livros de registro, bem como as actas das reuniões do pessoal
docente deverão ser encadernados, depois de organizados pelo Secretario os índices respe-
ctivos, conforme a classificação a que elle deve proceder.
A r t . 7 3 . Compete ao Secretario:
1. ° Fazer ou mandar fazer a escripturação própria da Secretaria.
2. ° Redigir, na fôrma das ordens do Director, e fazer expedir a correspondência
official da Escola.
3 . ° Entregar a cada um dos professores e mestres, no principio do anno, por
oceasião de começarem os trabalhos lectivos, a lista dos alumnos matriculados na
Escola, a qual será extrahida do livro de que trata o n. 3 do a r t . 69'e authen-
o
- 17 -
•
2. " Reprehensão.
3. :i
Suspensão até 15 dias.
Paragrapho único. Só pelo Ministro poderá ser determinada a suspensão do
empregado comprehendido em algum dos seguintes casos: •
1. ° Exercicio de qualquer cargo, industria ou oecupação que impeça o exacto
cumprimento de deveres.
2 . ° Necessidade dc suspensão preventiva ou por motivo de segurança.
No segundo caso o empregado perderá somente a gratificação.
A r t . 8 5 . Quando os empregados da Escola, depois de reprehendidos ou sus-
pensos, reincidirem nas faltas pelas quaes tenham sido punidos, ficarão sujeitos à
pena de demissão, proposta ao Governo pelo Director.
Dado, porém, o caso de ser a falta contraria à moral, o Director suspenderá o
delinqüente, solicitando immediatamente a demissão deste.
CAPITULO IV
DA ADMISSÃO k ESCOLA
A duração do conjunto destas provas não excederá a meia hora para cada candidato.
II. De questões e exercícios rudimentares de solfejo, pelo tempo máximo de 10
minutos.
III. De exercícios de gymnastica, e também de trabalhos de agulha, quanto as
candidatas, durando a primeira prova 10 minutos no máximo, e a segunda meia hora.
A r t . 9 5 . Cada uma das provas, tanto da primeira, como da segunda serie, deve
ser apreciada por algarismos de 0 a 10.
§ 1.° Não serão admittidos ás provas da segunda serie os candidatos que não
obtiverem, nc julgamento das da primeira, ao menos a média dos pontos.
§ 2.° Os pontos obtidos nas provas oraes reunir-se-ão aos das escriptas, não se
considerando apto para ser admittido na Escola o candidato que não conseguir a metade»,
pelo menos, do total dos algarismos máximos da apreciação das duas categorias"*"
provas.
A r t . 96. Concluídas as provas da seguDda serie, a commissao, de conformidade com
o disposto no § 2 do artigo antecedente, classificará!
o
por ordem de merecimento, os
candidatos que estiverem no caso de ser admittidos, organizando uma lista, que será
immediatamente publicada.
A r t . 9 7 . E ' n u l l a a inscripção feita mediante documento falso, assim como o exame
prestado em virtude da mesma inscripção; e aquelle que por esse meio a requerer ou
- 20 - >
obtiver, além da penalidade em quo' incorrer nos termos da legislação criminal, nflo
poderá cm tempo algum inscrover-so para o oxaine de admissão na Escola, bem como
ficará privado, pelo prazo de dous annos, de matricular-se ou fazer acto ora qualquer dos
estabelecimentos de instrucção secundaria ou superior.
A r t . 98. Ao processo dos exames de admissão são extensivas as disposições dos
arts. 13G, 137 e 138, não podendo, porém, ser admittido a prestar em outro dia as provas
da primeira serie o candidato que a ellas faltar no dia próprio, ou cuja prova for
considerada n u l l a .
O candidato que proceder de modo desrespeitoso para com algum dos membros da
commissao julgadora será mandado retirar da sala e ficará excluido do exame.
CAPITULO V
DOS ALUMNOS-PROFESSORES.
A r t . 99. No dia I o
de março de cada anno abrir-se-á na Secretaria da Escola a
matricula dos alumnos, devendo encerrar-se no dia 14 do mesmo mez.
A r t . 100. Atéo numero fixado no art. 4 serão admittidos à matricula no I anno
o o
CAPITULO VI
DO ENSINO NORMAL
1° anno
Religião 1 hora
Instrucção moral e civica 1 »
Pedagogia 1 >
— 22 -
Portuguez 4 h o r a s
Francez 3
• *
Geographia 1 h o r a
Historia 3 h o r a s
Mathematicas 3
*
Sciencias naturaes 1 n o r a
Escripta * *
Desenho 4 h o r a s
Musica ^ *
Trabalhos manuaes para os alumnos 3 >
Trabalhos de agulha 3 »
Gymnastica e exercícios militares para os a l u m n o s . . . 2 >
Gymnastica para as alumnas 2 »
2° anno
3° anno
Desenho 6 horas
Masica*. o
Trabalhos manuaes para os alumnos 2
Trabalhos de agulha 2
Gymnastica e exercícios militares para os alumnos 2
Gymnastica para as alumnas . 2
aulas ordinárias, quer em conferências, no ensino oral de cada uma das matérias do
programma das escolas primarias, devendo, sob a direcção dos professores, reproduzir as .
- 24 —
lições que por estos forem indicadas, resumir as leituras que também lhes forem
designadas, explicar um texto portuguez, corrigir algum trabalho escripto, tratar do
questáes do curso ou expor os resultados do algum trabalho pessoal.
Além disso os uo 3 ' anno darão alternadamento, fora das horas de aula, lições
diante do respectivo professor e dos outros alumnos-professores.
A lição será de meia hora, no máximo, o versará sobre assumpto do ensino ou dc
methodo indicado pelo Director ou escolhido pelo alumno, com assentimento do mesmo
Director. Os demais alumnos faraó observações criticas, que serão completadas ou
rectificadas pelo professor e pelo Director.
A r t . 121. Os alumnos serão obrigados a exercitar-se na prática do ensino sob a
direcção dos professores das escolas de applicação. Os do I anno assistirão aos trabalhos;
o
precisas, afim de que se tornem proveitosas taes excursões e visitas, ás quaes deverão
seguir-se exercícios próprios para fixar-lhes a lembrança, como sejam memórias
summarias, interrogações, etc.
O Director dará as providencias c instrucções que forem necessárias para as
referidas excursões e visitas.
A r t . 125. Os professores e mestres marcarão diariamente não só as faltas dos
alumnos, na conformidade dos arts. 101 e 104, como também as notas que merecerem as
lições, as quaes serão-: optima (3 pontos); boa (2 pontos); soffrivel (1 ponto), e má (0).
No fim de cada mez entregarão na Secretaria os mappas relativos ao comparecimento
— 25 -
execução dos programmas, mas também por que o ensino não seja em nenhum de seus
ramos desviado do fim profissional a que deve tender, e os differentes professores se
esforcem particularmente para que os alumnos adquiram as qualidades intellectuaes e
moraes indispensáveis ao magistério.
Além disto o Director verificará si os trabalhos escriptos dos alumnos são cuida-
dosamente corrigidos e annotados pelos professores, e si em todas as aulas estes empregam
tempo sufficiente nas interrogações determinadas no art. 116.
Velará ainda o Director por que não se adraitta nas aulas o abuso de longas
redacções, manuaes, cursos dictados, cadernos de passar a limpo, eem geral de meios
que favoreçam o trabalho mecânico e tendam a substituir o esforço de memória ao de
reflexão.
Finalmente provera a que em todas as aulas e nos exercícios da Escola e das escolas
de applicação se reserve o tempo que for possível ao estudo dos methodos e dos processos
próprios do ensino primário.
A r t . 127. Ouvidos os professores e mestres, o Director organizará annualmente,
no mez de fevereiro, o horário da Escola, distribuindo não só os dias das aulas, mas
também os das recapitulações, conferências e mais exercícios, de acordo com as
prescripções deste Regulamento.
A r t . 125. Si, ouvido o Conselho Director, o Ministro do Império considerar de
grande utilidade alguma obra escripta sobre matéria ensinada na Escola, será concedido
ao seu autor, depois de publicado o trabalho, um prêmio proporcional à respectiva
importância, até a quantia de dous contos de réis, e paga pelo Estado a despeza da 1*
edição.
CAPITULO VII
DOS EXAMES
na qualidade de examinadores:
1.° Quanto aos de instrucção moral e civica e pedagogia, portuguez, geographia e
historia, mathematicas e sciencias physicas e naturaes, os respectivos professores cathe-
draticos e adjuntos.
c—4
- 26 -
o direito canonico.
Quando entre dous ou mais membros do pessoal docente houver o impedimento de
que se trata, só será admittido a votar aquelle que for mais graduado na Escola ou o
mais antigo, si forem da mesma categoria.
Si o impedimento se verificar entre o Director e algum ou alguns professores,
votará somente o Director.
A r t . 132. As provas serão escriptas e oraes nos diferentes exames, menos nos de
desenho, musica, trabalhos manuaese gymnastica.
§ 1.° Salvo quanto aos exames de portuguez e francez, si o ensino de qualquer das
matérias se compuzer de varias partes, uma destas deverá constituir o objecto das provas
escriptas- e a outra ou alguma das outras o das provas oraes, escolhendo-se sempre as
mais importantes.
Nesta conformidade, a commissao julgadora, com a necessária antecedência, extrahirà
do programma a que se refere o art. 111, para umas e outras provas, pontos que
abranjam respectivamente todos os assumptos tratados durante o anno lectivo.
§ 2.° As provas oraes seguir-se-ão às escriptas no mesmo dia ou no immediato.
§ 3.° As provas dos exames de desenho, musica, trabalhos manuaes e gymnastica
serão determinadas no programma de que trata o a r t . 111.
A r t . 133. Os pontos para as provas communs aos diferentes examinandos serão
tirados pelo alumno chamado em primeiro logar, conforme a ordem da matricula, o u , no
caso de ser necessário dividil-os em turmas, o que se fará mediante sorteio, pelo primeiro
da turma.
- 27
matricula.
A r t . 135. As provas oraes consistirão :
Quanto á lingua vernácula, para os alumnos dos I e 2 anno, em leitura explicada,
o o
sendo os candidatos arguidos sobre o sentido das palavras, a ligação das idéas, a con-
strucção e a grammatica; e para os alumnos do 3 anno, também em leitura explicada e
o
em questões de historia litteraria, propostas por occasião desta leitura e limitadas aos
principaes autores d o X V I , X V I I , X V I I I , X I X séculos.
Quanto á lingua franceza, na traducçlo de escriptos dessa lingua para o portuguez,
seguindo-se interrogações a respeito do trecho sorteado.
A sorte designará, para as provas dos exames de portuguez e francez, em cada dia,
ura livro dentre aquelles a que se refere o art. 117, paragrapho único; bem como à
centena de paginas donde se sorteará também aquella sobre a qual se deva effeituar cada
prova, escolhendo os examinadores um trecho de extensão razoável.
Quanto às outras matérias, em respostas sobre o ponto que, dentre os de que trata o
art. 132, § I , cada alumno tirar à sorte, devendo o examinando fazer na pedra os
o
CAPITULO VIII
DO R E G I M E N I N T E R N O E DA. D I S C I P L I N A
Art. 146. Durante o anno lectivo somente serão feriados na Escola, além dos
domingos e dias santos de g u a r d a :
Os de festa ou luto nacional.
Os de Carnaval e a quarta-feira de Cinza.
Os da Semana Santa até domingo da Paschoa.
O de finados.
A r t . 147. Nenhuma pessoa estranha à Escola terá nellaentrada sem prévia licença
do Director, salvo autoridade superior, e os paes ou protectores das alumnas.
- 30 -
A r t . 148. Não poderão assistir aos trabalhos escolares, além dos alumnos-profes-
sores, sinão as pessoas a quem possa interessar o ensino e o Director conceda a necessária
licença.
A r t . 149. As pessoas que acompanharem as alumnas sahirão do estabelecimento si
neste não houver sala apropriada em que possam conservar-se sem que se perturbe a
disciplina escolar ou a ordem dos trabalhos.
A r t . 150. As pessoas estranhas à Escola que procederem irregularmente, si não
se cohibirem, depois de advertidas por quem de direito, serão mandadas retirar do
edificio, e, no caso de falta grave, serão entregues à autoridade policial, ficando-lhes
desde logo vedada a entrada no estabelecimento.
A r t . 151. Não será permittido aos alumnos occupar-se na Escola com a redacção de
periódicos e com quaesquer trabalhos da mesma natureza, que possam distrahil-os dos-
seus estudos regulares.
A r t . 152. Nenhum curso particular das matérias professadas na Escola poderá a l l i
funccionar, ainda que seja gratuito.
A r t . 153. Aos alumnos-professores somente poderão ser impostas, sempre propor-
cionadamente à gravidade das faltas, as seguintes penas disciplinares :
1 . n
Admoestação fora ou dentro da a u l a .
2. 1
Reprehensão perante os alumnos reunidos.
3. 1
Exclusão.
Si a gravidade da falta assim o exigir, o Director fará immediatamente retirar da
Escola o delinqüente, vedando-lhe o ingresso, até ulterior deliberação. •
§ 1.° O primeiro meio disciplinar poderá ser imposto quer pelo Director, quer pelos
professores e mestres; o segundo somente pelo Director.
A exclusão será determinada pelo Ministro, sobre proposta do Inspector Geral, à
vista de communicação ou representação do Director, depois de ouvir os professores,
reunidos nos termos do art. 21, n. I , sendo também ouvidos os aceusados, sempre que
o
CAPITULO IX
•
A r t . 158. Os trabalhos das escolas de applicação a que se refere o art. 6 devem
o
CAPJTULO X
de professores adjuntos.
§ 1.° Daquellas pessoas serão indistincíamente providas nas Escolas do I grau para
o
somente nas escolas do primeiro dos referidos sexos as que a elle pertencerem.
§ 2.° As nomeações far-sc-ão regulando-se sempre a preferencia dos candidatos,
em relação à importância dos logares, pelo merecimento relativo, apreciado segundo as
circumstancias a que se refere o art. 145.
Nesta conformidade, o Inspector Geral, concluídos em cada anno os exames de aptidão
pedagógica, apresentará ao Ministro do Império, dentre as pessoas habilitadas pela Escola,
as que devam ser nomeadas professores cathedraticos ou adjuntos.
Os alumnos-professores que estiverem nas condições de que trata o a r t . 144 poderão
ser nomeados adjuntos. Em caso nenhum, porém, passarão a cathedraticos sem que
tenham sido approvados no exame de aptidão pedagógica.
§ 3.° Os que forem nomeados professores ou professoras não poderão ser declarados
effectivos sem que tenham attingido a idade determinada nos arts. 12 e 16 do Regula-
mento de 17 de fevereiro de 1854.
A r t . 168. Em identidade de circumstancias serão preferidas para o preenchimento
dos logares do magistério da Escola as pessoas por ella habilitadas.
CAPITULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS •
trata o art. 89, guardado, porém, o quedispoem os arts. 86, n. 3 e, 87, poderão ser admit-
o
tidas, unicamente no primeiro anno da execução deste Regulamento, as pessoas que tiverem
obtido approvação, pelo menos, nas matérias obrigatórias da I serie do actual curso de
a
16 de março de 1881, e não se acharem comprehendidos nas disposições dos arts. 102 e
103 do mesmo Regulamento, terão o direito de ser nomeados professores cathedraticos de
•escolas publicas de instrucção primaria, guardado o que se contém no paragrapho 3 do o
c.— 5.
1
- 34 -
para os logares que se conservarem vagos ou vierem a vagar depois de observado pela
primeira vez o disposto no art. 167, 2 parte do§ 2 , dever-se-à terem attenção, quanto
a o
ESCOLA N O R M A L D A CORTE
Rio de Janeiro de de
O Inspector Geral
TABELLA N. i
VENCIMENTOS ANNUAES
EMPREGOS
TABELLA N. 2
3.-CÔ0500O
I — Religião
1» A N N O — 1 h o r a por so:nan&
S° A.N'N'0 — 1 h o r a por soinana
3 A N ' N 0 — 1 h o r » por s a m a n »
1
PRIMEIRO ANNO
NOÇÕES E L E M E N T A R E S DE PSYCHOLOGIA
SEGUNDO ANNO
MORAL THE0RICA
TERCEIRO ANNO
M O R A L PRATICA
Noções preliminares.
Producção da riqueza.— Elementos da producção: agentes naturaes, trabalho,
capital.
Distribuição da riqueza.— Propriedade ; suas fôrmas. Salário.
Circulação da riqueza.— Troca, moeda, credito.
Consumo da riqueza.— Economia ; l u x o ; despezas do Estado; impostos ; empré-
stimos ; orçamento.
t ° A N N O — 1 hora por s e n a n »
£° A N N O — 1 hora por so:r.:i£a.
3° A N N O — 1 ho.-a p.)r se:.iana
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
TERCEIRO ANNO
Revisão tlieorica e pratica das matérias estudadas nos dous primeiros annos.
_ Historia da pedagogia.— Pedagogos mais notáveis; suas doutrinas. — Biblio-
graphia pedagógica. — principaes autores contemporâneos e analyse succinta das suas
obras mais importantes.
Legislação escolar.— Noções sobre a legislação da instrucção primaria no muni-
cipio da C o r t e . — Estudo minucioso do regimento interno das escolas publicas.
IV—Portuguez
I o
— LEITIRA E RECITAÇÃO
PP.IMEIRO ANNO
do v o c a b u l á r i o p o r t u g u e z .
Noções desyntaxe histórica.
Noções de metrificação.
Breves noções históricas relativas à formação do grupo novo latino, especialmente
do portuguez.
Exercicios sobre o vocabulário. — Dictados para applicação das regras da gramma-
tica. — Analyses lexicologicas e syntaxicas (oraes).
V— Francez
1° A N N O — 3 horas por s u n a n a
!o A N N O — 3 h o r a i por s a c a n a
3o A N N O — 2 horas por saraana
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
TERCEIRO ANNO
VI— Geographia
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
Estudo geral dos oceanos, classificação dos mares, correntes marítimas e atmos-
phericas. Estudo geral dos continentes; fôrma dos continentes.— Grandes systemas
orographicos e hydrographicos.
C l i m a s : as regiões equatoriaes, temperadas e polares. Producções naturaes.— As
raças humanas.
Geographia physica das differentes partes do mundo, menos a America.
Geographia política.— Estudo particular dos principaes Estados da Europa, Asia,
África, e Oceania.
TERCEIRO ANNO
VII — [listaria
\NNO — :i !. i - . i - ]Uf SI':H.II:I
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO A N N O
HISTORIA A N T I G A
HISTORIA M O D E R N A
T E R C E I R O ANNO
Elemento» de historia g e r a l
VIU—Mathematicas elementares
PRIMEIRO ANNO
ARITHMETICA
Commercio em geral.
Principaes espécies de commercio.
Operações commerciaes.
Commerciantes.
Agentes auxiliares do commercio.
Sociedades commerciaes: commanditaria, de capital e industria, e em conta de
participação.
Documentos commerciaes.
Correspondência commercial.
Escripturação mercantil por partidas simples
Livros principaes, livros auxiliares.
GEOMETRIA PLANA
Definições preliminares.
L i n h a recta. Medida commum a duas rectas.
Theoria das perpendiculares e oblíquas.
Theoriadas parallelas.
Triângulos: sua igualdadee propriedades.
Quadriláteros : espécies diversas e suas propriedades.
Polygonos : espécies e propriedades.
Circulo, propriedades geraes : combinação com a linha recta e com outros círculos.
SEGUNDO A N N O
ARITHMETICA E ÁLGEBRA E L E M E N T A R
ordinárias e decimaes.
Cubo e raiz cúbica.
Razõese proporções. — R e g r a de tres simples e composta.— Redueção a unidade.—
Regras de juros simples, de desconto, de companhia, de cambio e de l i g a .
- 48 -
(Continuação)
GEOMETRIA P L A N A (continuação)
TERCEIRO ANNO
explicitas.
Progressões arithmeticas e geométricas.
Theoria elementar dos logarithmos.— Uso das taboas de logarithmos vulgares.
Juros compostos 6 annuidades.—Applicações dos logarithmos.
GEOMETRIA N O ESPAÇO
SEGUNDO ANNO
PHY8ICA
DAROLOGIA
TIIERMOLOGIA
CHIMICA
TERCEIRO ANNO
PETY8ICA (continuação)
ÓPTICA
ACÚSTICA
ELECTROLOGIA
NOÇÕES DE METEOROLOGIA
•
X — Elementos de sciencias naturaes
PRIMEIRO ANNO
BOTAXICA
n O T A \ I C \ ( continuação)
ZOOLOGIA
Seu objecto.
Protozoarios.— Breves noções sobre os infusorios.
Ramo dos radiados.— Caracteres geraes.— Divisão em grupos naturaes.— Noções
sobre os principaes animacs destes grupos.
Ramo dos molluscos.— Caracteres geraes.— Divisão cm classes.— Principaes
animaes de cada uma destas classes.— Ramo dos annelados.— Caracteres geraes.—
Divisão em classes.— Estudo summario das principaes ordens de cada classe.
Exame rápido dos principaes apparelhos anatômicos c de suas respectivas funcções.
— Ramodos vertebrados e sua divisão em classes.— Caracteres geraes de cada classe.—
Divisão em ordens. — Principaes animaes de cada ordem.
GEOLOGIA
TERCEIRO ANNO
n O T A X I C V (continuação)
ZOOLOGIA (continuação)
HYGIENE
G E O L O G I A (cominuaçãj)
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
XII—Desenho
PRIMEIRO ANNO
DESENHO IIII T A T I V O
DESENHO GEOMÉTRICO
Emprego, na pedra, dos instrumentos para o traçado das linhas rectas e das
circumferencias : regoa, compasso, esquadros e transferidor.
Execução, no papel, com auxilio dos instrumentos, dos traçados geométricos feitos
primeiramente na pedra. — Applicação a motivos de decoração.
Para os alumnos somente.— Mosaicos; ladrilhos; painéis; tectos.
Para as alumnas somente. — Bordados, rendas, tapeçaria.
Para os alumnos somente.— Noções sobre a representação dos objectos nas suas
dimensões e contornos verdadeiros (elementos de desenho geometral).— Levantamento,
com cotas, e representação geometral, a traço e em escala determinada, de sólidos
geométricos e objectos muito simples.
Princípios de aguada.
SEGUNDO ANNO
DESENHO IMITATIVO
DESENHO GEOMÉTRICO
TERCEIRO ANNO
DESENHO IMITATIVO
DESENHO GEOMÉTRICO
A N N O — 2 h o r a » por u m a n s
3 A N N O — 2 horas por sor.an»
o
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
e compostos.
Cânticos escolares, a uma e duas vozes.
Exercicios na pedra. — Dictados de enioação, por graus pouco distantes.— Dictados
de rythmo, em compassos simples c compostos.— Intervallos naturaes e suas inversões
nas diferentes qualificações.— Formação dos tons por meio do tetracorde.
TERCEIRO ANNO
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO ANNO
TERCEIRO ANNO
XV—Trabalhos dé agulha
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO A N N O
TERCEIRO ANNO
XVI —Gymnastica
P A R A O SEXO .VASCULHO
3 A N N O — 2 horas p o r somaaa
o
PRIMEIRO ANNO
SEGUNDO A N N O
TERCEIRO ANNO
IVVUA O S E X O F E M I N I N O
PRIMEIRO ANNO
Formatura.
Exercicios preliminares.
Movimentos da cabeça, tronco, braços o pernas.
Movimentos combinados.—Equilibrios.— Marchas.
Corridas.
Saltos.
SEGUNDO A N N O
Barras parallelas.
TERCEIRO ANNO
Subrja validado do Dacnto n. 72-17 d-.; 19 i b J>;'d de IS7D na parte em que perruiiliu a liboi-dade de fre-
qüência e introduziu outras innova;Gei p.o rogiias.n das-Faculdades dc Mediria» e d.' Uirci;o e i'.a
Escola Polytcchnica.
respectivo curso todos aquelles que o roqueres-iom, mostrando ier approvação nos
necessários preparatórios e nas matérias que antecedem ás dos exames requeridos. Além
disto, o citado artigo determinou, no § G° parte l 1
quo não seriam marcadas faltas
aos alumnos, nem estes seriam chamados a lições e sabbatinas, bom assim, no § 7 , o
que o indivíduo julgado não habilitado em qualquer matéria, mesmo não sendo alumno
do curso, poderia prestar novo exame na época própria seguinte e ropetil-o quantas vezes
quizesse, guardado sempre o intervallo do uma a outra época.
« Estas disposições dos §§ 6 o 7 foram mandadas observar nas Faculdades de
o o
de novembro anterior já havia approvado o acto pelo qual a Congregação deliberara dis-
pensar de qualquer prova previa os indivíduos não matriculados, por isso que, tendo
cessado a freqüência obrigatória, caducara a disposição do a r t . 65 dos Estatutos de 25
de abril de 1874, que exigia o exame de generalidades para supprir a mesma freqüência
em todos os seus effeitos.
< Nos preditos Avisos de 31 de janeiro determinou-se que os exames deveriam
principiar no I de março e concluir-so antes da abertura das aulas, começando a
o
do Decreto n. 1.387.
« Entretanto, votados os fundos necessários à execução daquelles actos, o Governo,
firmado nas Imperiaes Resoluções tomadas sobre Consultas do Conselho de Estado de 29
de novembro de 1S59 e 6 de março de 18G0, segundo declaração feita ã pag. 16 do
Relatório do Ministério do Império apresentado á Assembléa Geral em 1865, ainda
usou da autorisação de que trata o Decreto Legislativo n. 714 de 19 de setembro de
1853, publicando os Decretos ns. 3.454 e 3.464, d e 2 6 e 29 de a b r i l do terceiro dos annos
referidos, pelos quaes foram reorganisadas as Faculdades de Direito e dc Medicina.
Em todo caso, porem, o Governo submetteu esses actos à approvação do Poder
Legislativo, sem mandar pôl-os em execução.
< Por outro lado, verifica-se que o art. 19 da Lei n. 2.348 de 25 de agosto de 1873
dispoz o seguinte :
« As autorisações para a creação ou reforma de qualquer repartição ou
serviço publico não terão vigor por mais de dois annos, a contar da data
da promulgação da lei que as decretar. Uma vez realizadas, serão provi-
soriamente postas cm execução e sujeitas á approvação da Assembléa Geral
na sua primeira reunião, não podendo ser mais alteradas pelo Governo.
Esta disposição é permanente. >
« Os amplos termos em que se formula este preceito legislativo deram logar a
entender-se que por elle ficou revogada a autorisação a que se refere o Decreto n. 714
de 1S53, ainda quando se devesse consideral-a subsistente até á data da L e i n . 2.348.
« Com esta intelligencia conformam-se não só o Aviso de 13 de abril de ISSO, pelo
qual foi o Decreto de 19 de abril submettido à consideração da Assembléa Geral,
e o de 11 de janeiro de 1SS2, em que prestaram-se ã Câmara dos S r s . Deputados
informações acerca dos actos expedidos para execução de diversas disposições do
dito Decreto, afim de habilitar a referida Assembléa a resolver com inteiro conhe-
cimento sobre o assumpto, mas também o Decreto n. 9.522 de 28 de novembro de
1885, que suspendeu a execução dos Estatutos de 17 de janeiro do mesmo anno, e
por ultimo o procedimento que teve o Governo apresentando na sessão da Câmara
dos Srs. Deputados de 15 de julho de 1887 a proposta para reforma das F a c u l -
-
Poder Legislativo, sinão a legalidade das disposições do mesmo Decreto que o Governo
mandou applicar nas ditas Faculdades e Escola por actos parciaes posteriores, e nomea-
damente dos que dizem respeito ao regimen da freqüência dos alumnos e dos exames.
Si ficam assim limitados os pontos sobre os quaes lhe incumbe interpor parecer, a
Secção não oceultarà que tudo quanto passa a expender terá inteira applicação pela mesma,
si não por maioria de razão, ás disposições que o Governo Imperial absteve-se de mandar
pôr em exejução ate esta data, ou se julgasse competente ou não para expedil-as, como
aquellas que, achando-seem execução, não são mencionadas na exposição transcripta. E
assim pensa corresponder ao intuito da consulta.
A Secção pensa que em these não pôde ser contestada ao Governo a faculdade de sus-
pender a execução do-Decreto em questão, no todo ou em parte, qualquer que seja o juizo
sobre a legalidade de suas disposições e sem entrar na indagação do merecimento das
mesmas por alheia ao presente parecer; porquanto ou não é válido tudo quanto dispoz
sobre freqüência livre, sobre exames e outras innovações no regimen escolar do ensino su-
perior, o não so podo contestar mio já o direito, mas o dcvor do restabelecer a legalidade,
suspendendo a execução do um acto quo aoffende; ou é válido, expedido legalmente no
exercicio de uma attribuição própria do Poder Executivo ou do uma autorisação conferida
pelo Poder Legislativo, e nao se pôde contestar o direito de desfazer hoje o que fez em 1870,
exercitando a mesma attribuição própria ouutilisando a mesma autorisação legislativa,
que exercitou ou utilisou então.
Tratando-se de um Decreto regulamentar do Poder Executivo, cumpre não perder de
vista a distineção fundamental que dimana da nossa organisação política entre provisões
próprias do dominio das leis, que são da alçada do Poder Legislativo e que o Poder Exe-
cutivo só pôde tomar por delegação legislativa, e providencias secundarias de ordem re-
gulamentar, que cabem ao Poder Executivo no exercicio da attribuição constitucional
de expedir Decretos, Instrucções e Regulamentos adequados à boa execução das Leis.
O Decreto de 19 de abril de lS79não desconheceu em these tão capital discri-
minação de competências de poderes, como de pertinência de matérias; antes reconheceu,
no preâmbulo, que continha disposições que não seriam executadas antes da approvação
legislativa por importarem acerescimo de despeza ou dependerem de autorisação do Poder
Legislativo. Mas, saciiíicou-a na applicação limitando por um lado as disposições que
ficariam dependentes da approvação legislativa ás poucas consignadas no art. S''
§§ 6 e S°, 21 §§ I a 7 , e facultando por outro a execução immediata de todas as
o o o
demais, sem outra restricção além dos Regulamentos do mesmo Poder Executivo
(art. 2S) para aquellas que delles dependessem !
Assim foi que, por simples Avisos ou actos minisíeriaes de diversas datas, mandou-se
applicar ás Faculdades de Direito e de Medicina do Império e à Escola Polytechnica as
disposições do art. 20 § 6 , I parte (freqüência livre e suppressão dos exercicios das
o a
:ivres sem freqüência por inscripções abertas em duas épocas no anno); as dos §§ 19
do citado art. 20 e 6° do art. 23 ás Faculdades de Direito (concurso, para lentes cathe-
draticos, não só dos substitutos como de bacharéis em direito, e dispensa do exame do
direito ecclesiastico para collação do grão aos acatholicos, etc.)
Pelos Estatutos dados às Faculdades de Medicina por Decreto de 25 de oitubro
de 1S84, cm virtude de delegação legislativa, constante do art. 2 § 7 da Lei de 30 de
o o
APRESENTADO
EM 26 DE MARÇO DE 1889
ILLM. E E X M . SR.
Nomeado por Decreto de 9 do corrente Director desta Academia, cargo que exercia
interinamente desde 17 de março do anno próximo findo, cabe-me a honra de apresentar
a V. E x . o relatório que prescrevem o art. 95, n. 19, dos Estatutos promulgados com o
Decreto n. 1.603 de 14 de maio de 1855 e o art. 6 , § 7 , dos Estatutos mandados observar
o o
I a
de Mathematicas applicadas (elementos de arithmetic:i, r'e
geometria, de trigonometria, de mecânica e de óptica) 27
2 dita
a
(desenho geométrico, perspectiva c theoria das
sombras) " 25
Desenho figurado 37
» de ornatos 1
» e pintura de paisagem, flores e animaes 20
P i n t u r a histórica 14
Architectura 1
Estatuaria '. 2
E s c u l p t u r a de ornatos 0
Anatomia e physiologia das paixões 10
Modelo-vivo 25
Historia das bellas artes, esthetica e archeologia 1
Xylographia 0
163
c—10
Abatem-se:
Alumnos que freqüentaram mais de uma aula, epor isso vSo repetidos em cada uma
dellas, sendo:
9 em quatro aulas 27
37 em tres aulas , 74
7 em duas aulas 7 108
Alumnos matriculados 55
Não compareceram 10
convém aos mais altos interesses da Arte Nacional, devendo comprehender a technica
da construcçílo o a esthetica da fôrma, mesmo quando seja preciso fazer com que
os alumnos vão procurar na nossa Escola Polytechnica as bases mathematicas que
lhes silo indispensáveis.
- l . ' F a z e r com que os concursos para o I prêmio ou para pensionista da A c a -
a o
demia assentem sobro bases que só permittam concursos exclusivos entre alumnos
que se dediquem ao estudo da mesma especialidade artistica.
5 . " Que os concursos para provimento de cadeiras na Academia sejam julgados
por professores escolhidos e nomeados pelo Governo.
G. a
Permittir a installação de cursos inteiramente livres, nos quaes possam pro-
fessar quaesquer artistas, mesmo que não façam parte do corpo docente da Aca-
demia .
7. n
Permittir exposições geraes de objectos artísticos, julgados por quem o G o -
verno designar.
S . A m p l i a r os meios materiaes da Academia, de sorte que se faça a indispen-
a
tue le peinlre qui n'esè que le coriste. E do facto, numa academia, onde funceiona
uma aula em que so ensina com a maior elevação montai a historia das bellas
artes, a esthetica e archcologia, sem excluir a glyptographia, não ó possível deixar
do existir uma aula de gravura sobre metaes e pedras preciosas, comprehendendo a
gravura om medalhas, que representa a gravura moderna em que so transformou a
invenção do ourives ílorentino Maso Finiguerra, e a glyptica, legitima representante
da gravura antiga, que nos fornece nos primorosos trabalhos monetários de Syracusa,
devidos à perícia dos gravadores Eveneto e Simon, as mais maravilhosas producções da
arte humana, os quaes na abalisada opinião de Turgan, si não são superiores, igualam
por carto às mais bellas estatuas da Grécia e aos mais bellos trabalhos de M i g u e l
Ângelo e de Benvenuto.
« Essa arte, irmã congênere da esculptura, sendo uma das mais interessantes appli-
cações artisticas do desenho, tem, no grande movimento artístico determinado pela
civilisação, contribuído poderosamente para o progresso das bellas artes, fornecendo o
meio fácil e seguro, de fiel reproducção artística dos desenhos, dos quadros, das es-
tatuas e dos baixos relevos; assim como tom auxiliado o desenvolvimento industrial
que se prende a certas sciencias e artes, e concorrido efficazmente para o progresso intel-
lectual, facilitando o que è relativo á impressão da musica escripta, as cartas topogra-
phicas, hydrographicas, geographicas e celestes, os planos de architectura e os papeis
pintados.
« Não se deve, pois, deixar de ensinar dessa arte liberal a sua parte mecânica e a sua
parte artística; num curso de gravura que abranja todas as suas modalidades, com ex-
clusão da xylographia, por ser arte accentuadamente industrial e quasi mecânica, e
portanto inteiramente ou de todo imprópria de uma academia de bellas artes ; curso esse
installado numa aula que deve fazer parte essencial do plano de ensino artístico ou
do cyclo acadêmico em que se estudem todas as manifestações estheticas das bellas artes.
< Dizer-se que essa aula de gravura, que me parece indispensável restabelecer como
existiu ou nas condições em que proponho que seja restabelecida, pôde sem inconveniente
ser substituída, na Academia das Bellas Artes, por uma aula de xylographia, é a meu
ver tão grande absurdo como si fosse proposto dispensar as aulas de desenho de figura
e de modelo-vivo, substituindo-as por uma aula de photographia onde os alumnos se
habilitassem a manipular os reactivos chimicos e a usar dos apparelhos photographicos
que libertassem os artistas da necessidade em que rigorosamente estão de desenhar
por sentimento. »
Parece-me sufficiente o que fica transcripto, e que, como já disse, foi approvado pela
Congregação, para que eu insista, como insisto, naquelle asserto que justifica a indi-
cação relativa à reposição da antiga cadeira de gravura de medalhas, a que tenho
alludido.
Exposição de trabalhos escolares e distribuição de prêmios.— Durante tres dias,
a partir de 20 de dezembro do anno findo, fez-se nas salas do palácio da Academia, como
preceituam os estatutos, a exposição publica dos trabalhos escolares dos alumnos de
diversas aulas. A 22 do mesmo mez realisou-se, no salão do Conservatório de Musica
e segundo os estylos, a sessão publica de solemne distribuição de prêmios. Essa so-
- li -
da Costa e Rodolpho Amoedo que se inspiraram nos novos preceitos do moderno ensino
artístico, dirigiiido dc modo proficiente os seus alumnos nas aulas de paisagem e de pintura
histórica.
Tudo isto para não dissimular a verdade, aqui menciono com a maior satisfação.
Conservatório de Musica
Não obstante, esta ainda longe de haver attingido o gráo de perfectibilidade preciso para
ficar plenamente habilitado a bem corresponder aos benefícios e elevados fins de sua
instituição artística.
Em homenagem á verdade devo dizer que o nosso Conservatório de Musica já possue
um pessoal docente mui respeitável por sua idoneidade profissional; mas esse pessoal,
apezar dessa qualidade de alto quilate que muito o recommenda à estima publica, é
retribuído com extrema exiguidade e mesquinhez de vencimentos; e, além disso, que ha
de forçosamente produzir effeitos sempre mais ou menos desfavoráveis ao Conservatório,
elle é regido por Estatutos, onde a experiência de quasi oito annos tem apontado lacunas
mui sensíveis de que se resentem e que estorvam, umas o seu maisaccelerado desenvol-
vimento e outras tornam ainda mais desanimadoras, si não mais deprimentes, as
condições precárias do seu professorado.
Estas breves considerações bastam para apoiar a opinião que proclama com firmes
argumentos a urgente necessidade de uma reforma que melhor e mais directamente
consulte os verdadeiros interesses do progresso evolutivo e o conseqüente aperfeiçoa-
mento gradual do ensino da arte musical.
Solidário com os que assim pensam, parece-me acertado que se cogite desde já <la
conveniente organisação das bases dessa reclamada reforma, procurando-se, nas i n -
dicações e seguros conselhos da experiência, os meios efficientes de preencher, mediante
refiectido estudo e máxima circumspccção, aquellas lacunas, de sorte que se possa dar
ao nosso Conservatório de Musica condições que lhe promovam um estado mais florescente,
assentando-o num ainda melhor plano de estudos, garantindo-se ao seu professorado
mais vantagens e regalias, e afastando-se todas as causas que possam servir de argumento
para, de qualquer modo, deprimir-lhe os créditos, alienando dessa instituição a estima e o
alto apreço da opinião publica.
Si no que é relativo ao ensino ha ainda tanto a fazer, posso affirmar que no que diz
respeito á parte material, o estabelecimento tem gradualmente ganho, de um anno a
esta parte, um aspecto muito mais agradável.
- 14 —
Não so vêem alli ostentações luxuosas, mas ello depara as necessárias condições de
asseio, decência o boa ordem, muito cm harmonia com o destino especial daquelle esta-
belecimento, onde se instruem o se educam os novéis representantes das classes populares,
mas também no qual se reúnem com freqüência, om concertos musicaes, pessoas q u a l i -
ficadas da nossa melhor e mais alta sociedade.
Acticidads escolar. — Durante o anno que acaba de findar matricularam-se 200
alumnos, sendo 31 do sexo masculino o 169 do sexo feminino.
Foram admittidos à freqüência de diversas aulas 49 amadores ou ouvintes.
Os 200 alumnos matriculados freqüentaram as seguintes aulas:
De rudimentos de musica, solfejo collectivo e individual, e
noções geraes de canto p.ira o sexo masculino 18
De rudimentos de musica, solfejo collectivo e individual, e
noções geraes de canto para o sexo feminino 120
Decanto 25
Primeira de piano (estudo de teclado, peças fáceis) 38
Segunda de piano (peças) 5
De flauta 0
De clarineta 0
De rabeca , 12
De violoncelo e contrabaixo 3
De regras de harmonia, harmonia e acompanhamentos prá-
ticos 30
De trompa e outros instrumentos de metal • O
251
Abatem-se:
Alumnos que freqüentaram mais de uma aula e por isso vão repetidos em cada um:,
dellas, sendo:
Do sexo masculino:
Em duas aulas 2 2
Do sexo feminino :
Em três aulas 14 23
E m duas aulas 21 21 49 51
Dos 251 que freqüentaram as diversas aulas perderam o anno por faltas :
Do sexo masculino 1]
Do sexo feminino 54 65
Trancaram a matricula:
Do sexo feminino 2 2
— 15
Falleceu:
Do sexo masculino 1 1
68
Inscreveram-se para exame " 183
Total 251
Dos 183 inscriptos para exame foram : '
Approvados com distineção:
Do sexo masculino 2
Do sexo feminino 25
27
Approvados plenamente:
Do sexo masculino -1
Do sexo feminino 33 37
Approvados:
Do sexo masculino 3
Do sexo feminino 20 29.
Inhabilitados:
Do sexo feminino 10 10
Não compareceram:
Do sexo masculino 11
Do sexo feminino 69 80
Approvados plenamente:
Do sexo masculino "• 3
Do sexo feminino 9 12
Approvados:
Do sexo feminino 2 2
Inhabilitada 1
18
- 16 -
Foram conferidos 13 prêmios a 9 alumnos dentro 19 que por terem obtido a nota
« distineção > no exame da aula, inscreveram-se nos concursos aos prêmios escolares;
havendo declarado não concorrerem aos prêmios 8 alumnos também approvados com
distineção.
Dos 19 inscriptos :
Obtiveram 2 prêmios cada um
'» 1 prêmio > > »• • • 5
Nao obtiveram prêmio 4
Desistiram do concurso 2
Não compareceram ao acto 4
Alumnos inscriptos 19
Foram os prêmios:
Grande medalha de ouro 3
Pequena > » » 4
Medalha de prata 1
Menção honrosa de I grão o
2
Prêmio «Princeza Imperial» 1
» «Nicolau Tolentino» 1
» «Leonor de Castro » 1
Prêmios conferidos 13
Posteriormente foi nomeado professor interino da aula de rabeca Leocadio Raiol, por
Portaria de 23 de fevereiro do corrente anno.
Aproveitamento dos alumnos.—Posso dizer que o aproveitamento dos alumnos
foi, durante o anno escolar findo, superior alguma cousa ao do anno anterior.
Disciplina escolar.— Durante todo o anno escoiar a que este Relatório se refere, os
alumnos procederam de modo acima de todo o elogio ; os empregados bem cumpriram os
seus deveres; e os professores, excepto um ou outro, que, em circumstancias attendiveis,
não esteve no caso de prestar mais activo serviço, mostraram-se escrupulosos na assi-
duidade das lições eno zelo com que se empenharam no adiantamento dos seus alumnos.
Tudo isso que por mim mesmo observei e que em parte chegou por vezes ao meu
conhecimento por diversos modos, relato com intima satisfação.
Actos do Governo.— P o r aviso de 25 de janeiro do corrente anno, foi vedado aos
professores do Conservatório dar lições particulares retribuídas de modo pecuniário
àquelles dos alumnos que tenham de ser porelles examinados.
Por A v i s o - c i r c u l a r de 16 de janeiro do mesmo anno, foi determinado que a entrega
do subsidiofícaria dependendo da demonstração do emprego do subsidio anterior.
Em cumprimento dessa resolução fiz subir, a 15 de março corrente, o balancete
demonstrativo das despezas do Conservatório, no anno financeiro próximo findo.
Por Aviso de 2 do corrente foi adiado, para depois da abertura das aulas, o encerra-
mento da inscripção para o concurso á aula de canto.
Havendo sido bem succedido nas provas produzidas em concurso, foi, por Decreto
de 10 de novembro de 1888, nomeado professor da I aula de piano, Arnaldo Duarte de
a
No relatório sobre a fome no Ceará em 1888 e 1889, que tive a honra de apresentar
a V. E x . em 17 de a b r i l próximo findo, foram consignadas, acompanhadas dos do-
cumentos comprobatorios, todas as despezas liquidadas e por pagarem-se até a mencionada
data de 17 de a b r i l .
Em cumprimento do aviso sob n . 1.031 de 15 de março do corrente anno, cabe-me,
hoje, o dever de remetter a V. E x . a synopse de iguaes despezas a partir de 17 a 30,
ainda do mesmo mez.
Chamo muito especialmente a attenção de V. E x . para a differença que existe entre
as demonstrações das synopses e aquellas que tenho feito em telegrammas precedendo pe-
didos de autorisação de créditos.
P a r a estes, eu preciso levar em linha de conta todas as despezas effectivamente
pagas pela Thesouraria de Fazenda, todas as outras autorisadas, de que já aquella r e -
partição tem sciencia, e, mais ainda, todas as despezas autorisadas que vão se effe-
ctuando á conta de responsáveis e cuja somma apenas posso presumir mediante v a -
riados elementos de conhecimento no qual vou entrando diariamente.
Nas demonstrações remettidas, em cumprimento do citado aviso de 15 de março,
outro ê o processo. Nellas apenas figuram as despezas pagas pela Thesouraria de F a -
zenda ou de que já possue esta documentos, á espera de créditos para serem definitiva-
mente realisadas.
Nas demonstrações das synopses, careço usar de rigorosa precisão nos algarismos.
Nos pedidos de créditos tenho de jogar com os cálculos de probabilidades, no que nenhum
inconveniente ha, desde que, no caso de excesso, passam os saldos, como tenho ordenado,
para periodos subsequentes, e, no de insufficiencia, o que ainda não se deu, aguardarei
novas autorisações d e V . E x .
Devo ainda observar outra diferença oatre o total do valor dos-gonoros alimentícios,
em deposito, quo figuram na synopso, o aquollo a quo mo referi em meu tologramma do
30 de abril, pedindo novo credito. A synopso dá a som ma do trinta contos duzentos o
quatro m i l duzentos e oitenta e cinco réis ( 3 0 : 2 0 l $ 2 S 5 ), ao passo que o telegramma
diz haver ella se elevado a mais de cer.to e cincoenta contos de réis ( 150:000$ú00 ).
A diíFerença explica-se por motivos resultantes da diversa natureza das despezas.
Com effeito, na synopso são apenas incluídos os gêneros recolhidos ao deposito, de
cuja acquisição já a Thesouraria do Fazenda possue documentos necessários para o respe-
ctivo pagamento, emquanto que, na demonstração de créditos pedidos, tenho de fazer entrar
todas as compras feitas, ainda quando os pagamentos não hajam sido ordenados ou os
gêneros não tenham sido entregues.
A synopso de 17 a 30 de abril vai ainda acompanhada da competente demonstração
correlativa, em original, organisada pela Thesouraria de Fazenda.
Deus Guarde a V . E x .
Deus Guarde a V . E x .
1HHO PESSOAL
MATERIAL
grantes '. i
D i t a idem idem. de fretes do navios p a r a cor.ducçãoi
de emigrantes '
D i t a idem idera pelo fornecimento de viveres para;
emigrantes embarcados no vapor Uva i
D i t a entregue ao engenheiro A r t h u r de A l e n c a r A r a - '
rioe para nroceder~a estudos e reparos na estrada dei
Ijãurité a" Pendência 13:0005000
Dita idem ao •-hesourciro da estrada d-' ferro do-
Baturité. Ji'sé Ar.tor.io M o r e i r a da R--c:ia. para ser
appiicada ás obras de cur.itruitção de açudese i r r i -
gàção na v i l l a dó Acarap-' 12:0005000
Dita paga a div-TSos, prov 'tii-nto de fa-en-ias forne-
cida-; para distribtuçào a emigrantes e operários!
empregados r.o açud" <la Impera-rir. !
D i t a ' i d e m a B o r i - r r é r e - . proveniente do forr.cci-j
:::cnto de sementes para d i . t r i b lição a lavradores... !
Dita entrc.-ue i corr.rni'-ão do a ç u d : de S. M ; g ; e l para-
ser appiica la á= respectivas obras
D i t a i j e m á c immissáo das o b r a i de estradas entre
Soura c Sobral
D i t a idem i. das obras d.is açudes em Imneraíriz c
Rajada .' :000$000
D i t a :dcm i d a s obras do açude de Ipueiras :0005000
D i t a m a n d a d a pitrnr aT gerente da t y p - ^ r a p h i a do
Libcrtr.do- pela imprensa) de instrucções c talões
para a hospedaria de omigraitles 81S120
D i t a para a Antônio Gonçalves da Ji;.s'a& f o m p . . p r o -
veniente de fardadas (jue forneceram para distribuição
a operários orr. pregadas tias i.bras da v i l l a d " -S. K r a n -
cisc i o I r a p e r a l r ü . «endo com os d a 1» 520J750 e
com os da 2» ií:239$200 2:753-5950
D i t a n a n lada " i r r e g a r á commissao do a ç u d de 1
I37:862$559
— 6 —
Tr&naporte. 137:882$550
I S S O
PESSOAL
MATERIAL
P:;SSOAL
1:7015012 265:410$747
ISSO
Transporte 1:701$612
MATERIAL
ISSO
Transporte. 23T:750.?77u 4:S01?tU2 205:410t717
L'ra:iíes I
D:'ia idem a Manoel L-.yo. pr .v»»r.i<-:ite dc \arque
com p:\ol • e '.•••colhido ao depo-dto do vivcrcs co.nj
.lestia.) a d:v--rsa- oi ra-i Sl:r>'J7?S:.-0
Dita alem a João da Costa Basto* cs F i l a >?. ide : i |
ide::; ide :i ' 2:"2õ?0:-0
D:'.a : tem a João Aato-'.:o .lo A m a r a : cs F i l h o , prjve-1
n e n e d e r a p a l u r a s i.i.'::: i-i-m i d - m 2ÜIJ$.-0.-
Dita idem a João M.iaocl .!:>. F o n s o - a . proveniente de!
viveres e diversos objectos que forneceu á hospedaria,
do omi.-rar.tes j D: 30053 Io
Dita idem a Jo-é Domingies. irmão cs C o m p . . prove-'
I n i e n c de objectos de exp -diento fora 'cid s ã seoçãoj
! da Secretaria da Presidência encarregada dos i r a - '
j bnihos da s.-cca • 0315S00
Dita i icm a rre-s > ei Irmão, proveniente de f a z - r . l a - •
I que forneceram liara distribuição a oacrarivS e:n
j S. Mi-.ncl ." '. j •1SS5M0
p i t a idem a J-.so Dominirucs oi Comp.. proveniente de
| fazendas í rr.ecidas ã hospedaria de emL-rat-.tes I 4?Ci$050
' D i : a p-iga a H - T . r i Lunlgre:-. oi Comp.. pela ven-ia de,.
I fariana para ser appücuda :'. >occorr->» p -blicos ' -13:5005000
!Dita idem' a Ar.tíiiio Go:v;alvos da J::s:a & Comp..j
proveniente d.- fazenda* f-..-r::eci Jas para distrin dção'
a operárias no Riacho da S e : ! a . . . t ! 2:1175010
Dita Ide::: á Santa Ca«a de Misericórdia, proveniente
de mcdicamer.t-s o d:e'as fornecida* a c m i g r a n i - s . , i:G:Sí37r>j
, Dita id 'ui aos ag--nies da compa u::i P e r : a m b u c a - a
I p:-!)tra sport-- de g-c-.er.-s ia capital p ira o A r a r a t y . S1?4Õ'--';
JDita idem a 13.05 Frères. pr>v-".:-nte • .sem r.tc-s q :••!
| f o m - c e r u m para d:s'.rib;::;ã.> g r - t ::'.n 20:-14Sí3i-J
i D i l a idem a.,-s agentes da companhia P e r n a m b u c a n a . !
1 nroveniente de oassager.s a eiiittrratiíes do Aracatv d.
I capital ' "...! 4:1225Ò0J!
; Dita idem aos mesmas, pelo fretamento de vapores para
I co:id-;c;ão de emigrantes ......' ! 12:5005000:
|Dita mandada pagar a-i:s mesrn.s. pelas despezas o m .
1 embarque d.; '-migrantes '. ' I 7S5000
I Dita Idem ae-s agentes da c -mpai-hia iVraantuticana,.
I pe'.-; ira:is:> ,-rlo por mar de goseres. da capital para
. d;v'r.s}= pjní.-s '.
jDita idem ã Po=sidoni-> Porto cs C>mp., proveniente
de sem-?n;:s n:e forneceram para distribuição trra- 42S$C-:)0
t-jita '.
iDita idem a João Antônio d i A m a r a l ei F i l h o , prove-
niente :o ferramentas que íorno:eram para as obras
da lagoa P o r a n i a b a . . . ' . ' ;
Dita idem a A n tomo dos Santos M c ' . l i . proveniente de !
'Xarque 17:014$1ÍU
iKariuha 3á:71üí000
' Feijão 3:237$4iiJ
i 5c'liMíO
'Xarque 1:530=400
Arroz 5:920*000
farinha 12:390>?0S0 19:9405180 505:ò5S$935 510:4u0$597
:s7K3li
Secca do C e n n i
N. 2 —I)omi)iisti'íii;{T() das dospozas realizadas pólos cofres provinciaos com diversas obras do soecorro publico, no
porindo do 2'.\ do junlio do Í8HS alo" esta data
isca
.S 3,.: IHISI'-,HVAÇOI;S
f M
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:II):HIJ$ J J7 •|.):c).H'*iyS
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I.):7:IIJ:I;>I) •i;iitK$vM a.-:fi'.'3i00 v.riO.-?.soo I1I]:Ü7K.$.'I:IO liBHfjüO J::*0,'000
Z U g O A T > X T T J I i A Ç ü.<
r(iN«rin.((,Ão i<
,
IIS LI.'IIOS lilVKItKH» I'ilNKYIICfVAil h i ; A f l l l l l "I A i i l . ' A I 1 \ K I! ( A l I M I U H M K M K I I l A M K N T M I t III'. K R T I I A U A S I1KPAI1ACÃO M i I i l I P J A N TOTAL Ui:H'IMÍW
1IK I K I I I M I K M
Tlicsoiiri) Provincial do (JuarA, lodo nliril <lu lsvj.— O Iii»|H!cliir, i-Vuiicliiii Vvrtlllro ifci /ioc/m f.'ui/ij)Wío.—Vislo — o .Svcnlnri» do (liivtriiu, llmjnwmtlu rf« l'ariat fíriio,
N. 3—Qutulro numérico do poasoal omprogodo nas (liílbronton obras do soecorro publico, cujas despozas corroranl
por conta dos cofres provinciaes
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DATAS
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1HS8
ISSO
7 VI •17 31 9<l 1.0.VJ 4(14 I9il mi 200 (13 1.310 1.37'.l ii 10 Í.9U
Jmalro S2 71(1 I.S35
21 731 7i") 31 20 931 Mil 312 7H 710
Vavaralro,,, 1.3,0
Marco 7.SI M12 8o 17 91(1 9W 1.322
TÍ3 122 ~ 9 2 3 4. IV) 23'J O.JÍI OiSio 1J<1 2.201 2.337 24 2.331 "ãTíõí 102 IO-> O.OOJ III 100 10 IV 10 W.OI8
f Fariat Brtlô.
T h a s a u r o P r o v i n c i a l d o C a i r á , 1 8 d * A b r i l d a 1 8 8 9 . - 0 I n i p a a t o r , ÍVPIICIJW Cci-dtii-a ria fíoeha f a n i j i í l l o . — V l i l o — O S a c r a t i r i o do O o v a r n o , J?aymiiiii(o At
- 12 —
NATIT.KZ.Y APPL1CAÇÃO
PESSOAL MATERIAL TOTAL OBSERVAÇÃO
DO SOCCORRO D.V UESPEZA
Jcc (!->.ncs d-.: Silra.— Visto — O Secretario do Governo, Jlaymumlo dc Farias Ilriio.
N. 5—Qiiailro iloinonstrativo da emigração dos Higilivos da secca, a datai' de 10 do setembro do 1888 a 13 de abril do 1889
1'HOVINCIAS I)H DIWTINO TOTAIi
5
V) ,12
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DATA DA SAIIIDA
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T O r . M , DA KMIOIUÇAO
T O T A L (ÍKRIL
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».57;» tf. 101 777 O.ÍW 3D3 £.1101 3 3* 111 I) U 03 373 1,0*1 1.10S .".33* OIH .'I.3H 5.1 JH £3.3.10 4.0Í.1
A r r o l a r i a <lo O o v o r n o <lo Co»rA, li) do n b r l l <ln ISSO.—O f o g o r l n t i i r i t r l o ilix T h a i o i i r n r l n da P o r n . v n l m c o , Joii doma tia Silva.—Vialo— O Secrotftflo do ( t o v e r n n , Itajmunioii Fartai Urilo,
N. 6.—Demonstração das despezas realizadas e autorisadas pela presidência, á vista de concessões de créditos do Ministério do Impef
EMIGRAÇÃO IRRIGAÇÃO, AÇUDES, C A C I M B A S E A G U A D A S
2:21t$42S' J4:03C¥>20 4:0S0$0O0 5S.106J520 1:Ô1S»375 ibO$0O0 1:768*375 100:907$7SO 6933O0O 27:76l}2ü0 l:7SO$000 30:237*200
1 Pessoal 2:2U$4SS
! Material "'áiijósò 9J1J080 's'36ÕÍJSü "'497ÍÕOÒ ""SÍS4ÍÕ Í:3Ô2ÍSÒÜ 'Í3uJ4üÒ 4:468J030 "•5
2$:ÒÓ0$ÒóÒ' g7:0üOjjfl00 2Ó:ÓÒõ(Òòú 30:000*000 Õ!ÕõÕ$0Ôü 'ÜÒÕójÕÓÓ 'ÍIDÓCJÓÓÒ S:000?000 "3TÕÕÕSÕ0Ô Í:ÓÓÔjÓ00 120:500*000 103
: Diaheiro c:n poder de r e s p o n s á v e i s .
3Ó:35SÜ5Í 17:9i&*l54 ' ' i s ! : Í 7 $ j 2 9 Í 4 : 2 7 3 í 3 1 4 19.379)049 SO:2SS*54õ 12
j Gcaeros aürrieaticios idem
7:M1»728
-
2:239Í2Óò "'4SS594Ò 2:72S»H0
I Roupas ii--.? 1
1 1
| Sorsroas 2:21t^i2S 30:3ÕS$OJÍ 7:5il$725 9õl$03O «:032»S85J >1:083|J20 V030$0O0 53:10SÍJ20 '• l:5iS$37õ 150JOOO i:TõS*375 100:967$7SO 4ò:609$lM 29:3005320 5O:O03$-4O0 3 5 •930*000 5:000$0ú0 l:00ü$000 l:õ005000 20M975S29jí9:3Jürrôi 22:3793019 1:OOOJOOO l:392?SO0; 136JÍ00 244:220|016 121
1
Reeapitulação
IRRIGAÇÃO,
AÇUDES, ESTRADAS OBRAS
EMIGRAÇÃO
CACIMBAS E PUBLICAS DIVERSAS
AGUADAS
Pag. 14
íinisterio do Império, mandadas eseripturar à conta do credito extraordinário do decreto n. 10.181 de 9 de fevereiro do corrente anno
E S T R A D A S P U B L I C A S , AÇUDES, A G U A D A S E P E Q U E N A S O B R A S D I V E R S A S DIVERSAS DESPEZAS GÊNEROS ALIMENTÍCIOS
CUSTEIO
KNTIUiCUR KM D I M I K I B O K INTUITOS AOS KKSI'0>'SVVKIS COMPKTKNTK3 DO KII DItrOSITO ESI V I A G B U * O S D E M N O I \ ) H 7 0 T O T . I E S
K S T U D O S TOTAL G E R A L
TOT.VI. TOTAIj
D ! S - DEPOSITO DESIGNAÇÃO
X DAS
Haturiti! Capita! Imperatriz T K I U I I Ç Ã O DE ar i cn «s
M X
Cachoeira â P e n d ê n c i a d Sobral Trahi.-y 1'acatuba D I V K R S A K TOTAL
o o O DESPEZAS
N a t i v i - S. F r a n - c ao Eni E::i Ein I>K GÊNEROS cj .2 c 15 'jk
J Í
« jj
do seus ramnes seus rair.aes a F r u c i i e i - a Monte- DKBIT.ZA.S
*s * c i * i i s
dadti cisco c o n c l u í d o s (concluídos R i a c h o da Acanha • KMKMTllS 1 c cj o '6 o
SanfAnna Sobral Pacatuba c £"0
Jaguar;'. . 20 121 ras Mor MIU.IAS 1
K *. c o
si
s y ~ v—
ki!o::ietri)S'> kiloinetros) Seüa 5 c & V 5 V. 5 37
V c
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30:237$20ü
4:448S03í) ' " 5 : S 3 8 J 7 Í Ó
I>3:011$300
j:447JÕ60 Õ '"i:'J22JòÓ0
53:011$300 3 070JOOO 3:OTO$000
Xarque
Fariaha j'3.12t s. "539Í92ÒÕiÕ Ò
i
:::: ::::
72S f. 53.300 $350 19:90ü$000 72S
'8.121
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s.
53.300 $300
539.920 $090
19:908í000
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l£0:MO$000 103:0003000 " s õ l ò ü ó í ò õ ü 'õiòÒÓiÓóo 40 O
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Ô Õ 13:3r4S70 W9*S00 999JCO0 Feijão Ij 200 s. 11.470 $234 49:õO2$800 200 s. 11.470 *2S4 3:£J7$480
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$0:2S.x$ò4ô 12:40j$M0 7:61.">í73l "'Ò!«ÍÕ$32Ò 2ü:*t0*>94 37:30Í$4ÒÒ 37Í3ÒÍJ4Õ0 5.893 $100 3:S85$000
!
Milho 100 s. .... 100 s. 5.SU3 $100 5iSU$300 «o
! V. '. S:72S$140 SíÓjíju '"'à.iiiiíò-iò 4:S"J3»St>i | Bacalháo. i' 539$300
' R a p a d u r a s . . . . 1(3.200 $045 oc
2S1J2S0 8.250 $045 2S1$250
1 «
r-
i )
|
S-lí:220SO15 181:2I7$5J0 20:520$7DO õlOOejOOú 101:Ü7Í$<JÒO 12.0005000 22:òl7$l0s S:733S32o|l0.O0O$O00 S: 0035000 309:79Si71S |37:3Ol$40O l:069$JO0 íl:371$000 2:0OOjO0O 57:60j$S30 19:9031000 77:513$S30
i 1
i li
í
Recapitulação
GÊNEROS
ESTRADA? OBRAS ALIMENTÍCIOS
3 PUBLICAS DIVERSAS E TOTAL
SEMENTES
Altura 15 ,00!íl
» » plataforma 3,50
» longitudinal » » 22-l",00
,
» » jusante 2, 10 ra
Na parte central da parede existe unia seeção impermeável '. pudtlle wall), com dous
metros de base. clevarulo-se atéà plataforma com o taludo de 12 , 10.
:u
> » jusante 2 , 10 a
Orçamento 134:903$000
CONSTRUCÇÃO
este serviço na quantia de U60$000 correspondente ao custo de $240 por unidade d.>
trabalho.
A B A R R A C A M E N T O P A R A OS T R A B A L H A D O R E S
— Para abrigo dos trabalhadora mandei
construir 360 casas de palha com a superâcie de 22" cada uma, importando o seu
::
Na parede nao ha, ato à presente data, o mais leve signal do infiltração, o que
prova exuberantemente em favor da construcção.
PESSOAL — Acttialinente estão empregados nas obras 1.530 operários que repre-
sentam com as respectivas famílias 7.G50 pessoas.
P.UÍAMENTO A O I'KSSOAI. — O salário é pago presentemente na razão de $700
diários, recebendo o operário uma parte em gêneros e o resto em dinheiro.
A providencia '.ornada por V. Ex. de mandar pagar parte do salário e:n gêneros
tem produzido e:itre os trabalhadores o mais benéfico resultado : livres por um lado das
evoluções do mercantilismo, certos por outro do alimentarem-se de generos que não lhes
prejudicam a saúde, como ti"m sido até hoje os mandados fornecer por V. Ex.
1)ISTI:UH."ÍÇÀ') »E <;K.V::I:OS A.nnexo ao presente relatório, tenho a honra de apre-
—
senta;' a V. Ex. um exemplar das instrucções por mim expedidas para a distribuição
de generos, ct;jo S-TVÍÇO i.-stá confiado a uma repartição especial, sendo-me em extremo
agradável deixar aqui consignado o modo probidoso o patriótico com que os empregados
'osta repartição, a cuja testa.se acha o cidadão Francisco Lopes Ferreira, se tem desem-
(
Açude de Gererahú
Altura 10 ,0ü
:,i
Orçamento 44:327$063
CONSTRUCÇÃO
quadrado.
A I J A R R A O A M E N T O P A R A T R A I Í A I . I I A D O R E S — Construiram-se GO ranchos do mesmo typo
de 1 4 2 $ S G 2 , ou $ 7 2 0 por unidade.
C A V A S P A R A F U N D A Ç Õ E S — O movimento de terras havido para o preparo das cavas
25:927$055.
Açude do Papara
tantes para dar trabalho à grande massa de povo necessitado, que buscava abrigo no
municipio do Maranguape ; por este motivo ordenou-me V . E x . que procedesse a novas
explorações em busca de local apropriado para a construcção de qualquer obra de uti-
lidade publica.
Convencido como estou de que, uma vez que abundem na provincia açudes relati-
vamente pequenos, de construcção normal e com systema regular de irrigação, estará o
Ceará ao abrigo dos rigores da secca, fiz convergir a minha nova exploração na pro-
cura de local apropriado a um novo açude.
- 20 -
A G00 ni
de distancia da garganta quo está sendo barrada, existe uma outra, que
servira de sangradouro natural ao açude em construcção.
Uma vez, porém, barrada esta segunda garganta, o volume de agua reprezada se
elevará a 13.700" ,00. ,3
Aliara 12 \00:|
» » plataforma 4 ,00
m
» » jusante 2 ,10
m
Orçameato 49:594$575
CONSTRUCÇÃO
que despendeu-se a quantia de 777$200, o que eqüivale a $290 por metro quadrado.
ABARRACAMENTO T A R A os TRABALHADORES — Construiram-se 100 casas de palha do
mesmo typo das dc Gercrahü e Acarape, importando a despeza respectiva em 2:300$000,
o que eqüivale a 23>000 por casa.
Ainda o preço foi superior ao do Acarape para construcção idêntica em conseqüência
da grande distancia do onde vinha a palha.
V A L L A S P A R A FUNDAÇÕES — A s vallas para fundações representam um movimento
de terra de 36S ,21, cujo custo montou a 291$157, ou $7õ0 por metro cúbico.
ill5
despeza monta cm 16:353$693. ou $993 por metro cúbico. Transporte médio 115'".
Na construcção desta parede tenho encontrado sérios embaraços com a falta de agua,
que é transportada de distancia superior a um kilometro das obras.
P a r a obviar este inconveniente mandei assentar um poço instantâneo, infelizmente,
sem resultado, por ter a sonda encontrado rocha a seis metros de profundidade. Tenho
mandado exeavar cacimbas no leito do próprio riacho Papara, mas sempre impro-
dutivamente. Esta circumstancia virá indubitavelmente encarecer o preço da obra.
— 21 —
E s t r a d a de r o d a g e m d e P a c a t u b a a M o n t e - m ó r
Em todo o povoado de Monte-mór não foi possível encontrar local para a construcção
de um açude; resolvi então projectar uma estrada de rodagem ligando a estação de
Pacatuba ao alludido povoado de Monte-mór.
Feita a exploração, resultou um projecto obedecendo às seguintes condições te-
chnicas:
CONSTRUCÇÃO
R e s u m o dos t r a b a l h o s e x e c u t a d o s
ROÇADO E DESTOCAMENTO
A B A R R A CA M E N T O S PARA TRABALHADORES
1.390»\72 1:027$364
VALLAS DE DRENAGEM
97.000 R A 3
,02 93:371$944
- 23 —
Justificação d o c u s t o d a s u n i d a d e s d e t r a b a l h o
E ' excessivo para quem não conhece o que ó trabalhar no interior da província do
Ceará, quando assolada por uma secca, o custo médio das unidades de trabalho.
Desde que se considere, porém, que para o retardamento destes trabalhos e, por
conseqüência, para o auginento do seu custo, concorrem factores constantes, que não
podem ser eliminados pelo constructor, fica justificado o engenheiro.
Estes factores são os seguintes:
1. ° A indolência natural do povo, má vontade para o trabalho, oriunda da má
educação que teve na secca de 1877, onde recebiam o salário, não como paga de trabalho,
mas como esmola;
2. ° O estado de miserabilidadedo povo ;
3. 1)
A necessidade da admissão de trabalhadores em numero sempre superior ao
determinado pelas necessidades do serviço;
4. ° A falta de a g u a ;
5. ° A dificuldade de transportes ;
6. ° A falta de instrumentos apropriados ao trabalho;
7. ° As condições climatericas impedindo que se exija do operário todo o trabalho que
elle poderia produzir, pois, commummente ás 2 horas da tarde a columna thermometrica
eleva-se a 40° centígrados.
Estes factores, repito, são constantes e de todos conhecidos.
Em tempos normaes, quando fiz o orçamento das obras para o prolongamento da
estrada de ferro de Baturité ao Quixadà, fiz os meus cálculos sobre a seguinte
tabeliã de preços:
Desbcainento $150
Excavação em terra a céo aberto com 150 metros de
transporte médio $585
Excavação em terra para alicerces $450
Estes preços, garanto a V. E x . , são em extremo razoáveis e dão margem para lucro,
quando a obra e feita por empreitada.
Entretanto nas obras actuaes temos os seguintes:
Roçado e deslocamento—uma variante entre $200 e $290 ou em média $242,5,
ou ainda 6 1 , 6 6 % mais ;
Cavas para fundações — apresenta igualmente uma variante entre $720 e $750 ou
em média $730, ou ainda 62,22 % para mais ;
Excavação de terra a céo aberto—apresenta também uma variante entre $936 e
$993 ou em média $962,7, ou $367,7 mais que o preço calculado em meu alludido
orçamento, ou 6 2 , 8 5 % para mais.
Garanto a V. E x . ser impossível, pelo menos no começo dos trabalhos, fazer baixar o
preço das respectivas unidades.
- 24 -
Desapropriação de terrenos
Os proprietários dos terrenos occupados pelas áreas a alagar nos açudes do Acarape
ti Papara fizeram á província cessão gratuita dos referidos terrenos. O mesmo, porem,
não succedeu ao proprietário das terras do Gererahú, que pede a indemnização de
1:000$000 e mais a mudança da fabrica de farinha.
Esta pretenção, jà tive occasião de informar a V. E x . ser justa, pois que os terrenos
occupados pelas águas contem um grande cannavial e a casa da alludida fabrica ficará
submergida, uma vez o açude cheio.
Parece-me conveniente que V. E x . se digne de providenciar no sentido de serem
passadas as respectivas escripturas.
Conclusão
•r
Instrucções geraes para o recebimento, guarda e distribuição de
gêneros alimentícios aos trabalhadores dos açudes do Acarape,
Gererahú e Papara.
D o s auxiliarei*
Disposições transitórias
D a distribuição dos g e n e r o s
§ 3.° O pagamento st-rà feito mediante a exhibição de um cartão que lhe será
fornecido pelo apontador, em vista do livro de ponto, modelo n. 3.
§ 1 . ° Unia w . rò-?':>:d'i n cariar», o encarregado g';ral fará entregar, á escolha
,
do operário, a quantidade d-' cada espécie de gênero ;ue eile quizer, correspondente
a quatr.-.-c-Mitos réis.
— 27 —
Disposições geraes
§ 1.° Os invólucros dos gêneros serão semanalmente remettidos com uma guia
ao conductor geral para recolhel-os ao deposito.
§ 2.° E ' expressamente prohibido aos empregados do deposito qualquer gênero
de commercio.
Fortaleza, 4 de a b r i l de 1889.
| SERVIÇO DA SEGCÀ |
1 AÇUDE DO GERERAHÚ !
o o
N N
Í O B R A S A C A R G O DO E N G E N H E I R O ^
S N
? ?
? - — - — — ?
í 2
SERVIÇO DA SECCA
O I H U M pi-oviiiuiuos it uivi-»o <lo I' J1LM-«MLHGÍI*O
,
lOriiOMlo A-iitouío I^ansanco iíunlia
S A H J I 5 A
jaiWV11.Sii.1J IO::>í.V. 1'JHNHltOH
S E R V I Ç O DA SECCA
Obras a cargo flo Ensenüeiro Ernssto Antônio Lassance ( M a . Açodes üo Acarajé, GereraM, Panara e estrala DOülica ie
Paatnto a Moute-iór, e M a l t a acsssorios.
D o m o n s t r a c A o tias doypozuw r e a l i z a d a s , d o s d o q u o f o r a m I n i c i a d a s taoa o b r a i
até osta d a t a , o d u « I m p o r t â n c i a s , o m d l n t i o l r o o otXoltos, r e c e b i d a s p u r a
attondol-ua.
1HHO RE C KIT A
DESPEZA
i
Açudo do Acarapo
DLSPSZA PAGA
MATKr.IAI.
1:799$500
E s t r a d a de Pacatuba a Mcnte-mõr
SESPSZA PAGA
540,5000
0:509$700 7:0195700
MATEiUAi.
S9Í-300 40:3155275
712$725
Açuda do Acarapo
Secca i!o C o a r i
DESPEZA PROCESSADA
Açude do Acarape
Açude do G e r e r a h ú
Açud9 do Papara
E S T R A D A DE PACATCBA A MONTE-S5ÓR,
RESfilO
RECAPITIXAÇAO
RECEITA
DESPEZA
Açude do Acarape
Pagamento cm dinheiro ao pessoal. 31:376^475
Idem em freneros , 16:119$040 47:495$515
Açude do G o r e r a h ú
Pagamento em gêneros aos operários.. 8:024$100
Folhas do pessoal processadas 15:140.5700
Contas de material idem 2:7G2$255 25:927-i055
1HHO Açuda do Papara
Estrada de Pacatuba a M o n t e - m ó r
D E M O N S T R A Ç Ã O I>0 M A T E R L U , E X I S T E N T E E M S E R V I Ç O
17:9S4$545
PMSSOAL
I:np i-tanoia pa.-ar a:> aj-.ular.to •.!•> dirocior das jbras ilo tiüt aetiie
no Aetirape, u-.T.ti:'.catio de marro anterior 25>J$000
Dita ido::: :u> capitão Manoel Xcçuoira Cornes, encarregado das obras do
estradas cairo esta c a p i t a l e Sobral, ajuda de custo pelas viapens entre d t -
v«?<.>< p.itiívs de s-ia cmi.tiissão. dc 2$ de j a n e i r o a 12 d* al»ril 3-íl?0Jvi
MATEP.IAi.
47:S91if42o! 3:331?000
- 37 —
Dita idem a Simões oi Irmão, ide::: de gêneros quo forneceram pa.-a ser a p -
plicados :•. soccorros públicos 14:7575750
12S:1935305
Demonstração das despezas realisadas e autorizadas pela presidência, de 17 a 30 de abril ultimo, á conta do credito consignado no decreto n. 10.181 de 9 de fevereiro do corrente anno
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R E C A P I T U I J A Ç S . O 1
D:M>;:ZA MOVIMENTO DE E M I G R A N T E S |
Observação
As t>s;-e::as òff .;i:o tr.ila ?. prrsçr.lo (l^inons^nçilo sil) ns pric*r*is.iil.is p pA.^s ;iol.i tiicsmrnriri (lo f.-ir^n ! L -l-i pr í v l n c i a a i p e r ^ d i 'le Í7 a 30 <.ií? i b r i i n i t / n i , r i : : n ii >cu n e n l ) .ir.r. .11 n , A .
.\v i - - r í . r . c a ç > s a b o : i d a s ao j>"isjai da soc.-claria <la pr<ü;ii«>ca e cjasiaaU-s da a i u n i i!.-niss'.ra-;.i) s ã 1 .-;:> .-cates a s
, ,
is i f t t r a i r J i a . i r i JS presta i j s ds 1 ile jaae-.ró a 31 de : n a r í 1 u l l i r n o .
S e : r « : i r : i é j t-ov.-.-::o lio C e a r á , 3de.-saio i* I 5 Í 9 . — O CJ.-n-nissioaadj d 5 :ü'a'.s:;rio> l a fa.!»:i i a . Aiií/.ii> Vr.t,Ue i i i CJÍ! : . — V i s ' . ) . n i a u s n c l a - l ) s ' c r i l x r i - i . — O Jlüiia', J,li ':!: r.-\:u ParMj-li ie <!'.•
I'a .C
(juadro dioiistrativo da emijrp olial dos ftfifos da secca, no tarioio do 19 de seleiro do 1888 a 30 de abril de 1889
•. .1. 1
:
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•• I r
R E C A P I T U L A Ç Ã O
Tendo sido, por Decreto n . 10.230 desta data, separado do Laboratório de Hygiene da
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro o serviço das analyses o exames de bebidas e sub-
stancias alimentares e de quaesquer objectos cujo uso interesse ã saúde publica, de quo
tratam o art. I do Regulamento approvado pelo Decreto n. 9093 de 22 de Dezembro de
o
1883 e os arts. 184, 185 e 180 do que foi mandado executar pelo Decreto n. 9554 de S
de fevereiro de 1886, Hei por bem Decretar :
A r t . 1.* O referido serviço será feito em um laboratório especial sob a denominação
de — Laboratório do Estado — observando-se o Regulamento quo com este baixa, assignado
pelo Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Império.
A r t . 2.» Emquanto pelo Poder Legislativo não for concedida autorisação ao Governo
para dar ao Laboratório do Estado o necessário pessoal, compor-se-ã este : do inspector
do extineto Laboratório de Hygiene da mencionada Faculdade, como director, e dos chimicos da
Inspectoria Geral de Hygiene, que passarão a ter a l l i exercício.
A r t . 3.» Revogam-se os artigos citados no presenío Decreto e quaesquer disposições em
contrario.
O D r . Antônio Ferreira Vianna, do Meu Conselho, Ministro e Secretario de Estado dos
Negócios do Império, assim o tenha entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro
em 13 de abril de 1889, 68° da Independência e do Império.
Com a rubrica de S U A M A G E S T A D E o I M P E R A w : : .
Thesouro Nacional, mediante guia passada polo director do Laboratório, das taxas da tabeliã
ânncxa.
§ 3.° Os donos do productos apprehendidos polas autoridades sanitárias uâo estilo sujeitos
ao pagamento de taxas, salvo quando quizerem utilisar-se dos certificados das analysos.
§ 4." Ainda quo de urna só analyso se extraia certidão ou nota, applicavol a differentes amostras
do mosmo producto, o obrigado cada aprosentanto ao pagamento integral da taxa rospoctiva.
A r t . 2.° O particular quo roquoror analyse e n t r e g a r á no Laboratório a amostra do producto com
a declaração, por oscripto, da quantidado e ospccio, bem assim o sou nome, profissão o
residência, si for o próprio interessado, o da pessoa em nome do quem requerer, si o não for, ou
da do quem houve o producto. Indicará igualmente a espécie do analyse quo doseja — si q u a l i -
tativa ou quantitativa.
Da amostra entregue fará o oscripttirario do Laboratório inscripção, sob um numero do ordem
em livro do t a l ã o ; e ao apreso.itanto passará recibo contendo aponas o nu moro da amostra.
A r t . 3.° Quando as analyses ou piroccres forem determinados pelo Governo ou requisitados
pela autoridade publica, e achar o Laboratório que o producto é falsificado ou nocivo, communi-
cará os resultados ao mesmo Governo ou autoridade, com os esclarecimentos necessários, afim
de proceder como no caso couber.
Paragrapho único. Serão mencionados em edital affixado ás portas do Laboratório, e as-
signado pelo respectivo director, quaesquer productos que, aualysados a requerimento de par-
ticulares, forem reconhecidos nocivos á saúde publica.
A r t . 4.° Para cada analyse, o director fixará approximadamentc o tempo necessário, po-
dendo exigir nova amostra si esta se tiver alterado.
Na distribuirão dos trabalhos terão preferencia os productos alimentares importados a que se
refere o art. 26, n . X l l do Regulamento mandado executar pelo Decreto n . 9354 dc 3 de
fevereiro de 1886.
A r t . õ.° Si a analyse tiver sido qualitativa, ao requerente será entregue, á vista da certidão
do pagamento da *axa, a nota declaratoria de ser o producto reconhecido: bom, soffrivel, mau,
nocivo ou falsificado. Si quantitativa, paga a taxa, dar-se-á nota co:n declaração do resultado da
aialyse.
Paragrapho único. No talão do livro de registro das amostras será transcripto o resultado das
aialyses.
A r t . 6." O Laboratório t e r á o seguinte pessoal: um director; um sub-director; seis chimicos ;
O M escripturario-[)!i:irmaceutico; u m amanuense e u m conservador-porteiro.
A r t . 7.° O director do Laboratório será livremente nomeado pelo Governo Imperial dentro
os médicos que, tendo o curso de pharmacia, reunirem á maior idoneidade alta competência
scientiiica. A nomeação do sub-director far-se-á pelo mesmo modo.
§ 1.° A ' do» chimicos precederá concurso offectuado na forma do disposto no Decreto n. 10.232
desta data.
Além das condições de admissão à inscripção, exigid is no citado Decreto, deverão os candidatos
apresentar certificado do director, por >;ue provem a pratica assídua e proveitosa no Laboratório
durante um anno pelo menos.
§ 2.° Os demais empregados serão nomeados por Portaria do Ministro.
•> conservador-porteiro não e n t r a r á cm exercicio sem prévia fiança no valor de 3:000?000.
A r t . 8." Ao director compete:
I. Cumprir c fazer cumprir este Regulamento;
II. Corresponder-se com o Governo, d .ndo parte ao Ministro do Império dos factos importantes
qoo oceorrerem no serviço a seu cargo, e communicando a execução de suas ordens ;
III. Solicitar a admissão de pessoal extraordinário para auxiliar o do Laboratório cm caso de
urgência;
I V . Corresponder-se, sobre tu lo quanto for concernente ao serviço, com os chefes das repar-
tições publicas;
V. Despachar duramente o ospsliento. rubricar os pedidos de fornecimentos, as contas de
despezas e as folh is do voncimonto dos empregados;
V I . Distribuir o trabalho pelos chimicos, flscalisal-o, exigindo a possível brevidade nas analyses;
VII. Assignar os relatórios e pareceres concernentes ás analyses, procedendo por si próprio
ás quo por sun importância e didlculdade exijam verirtcaçao ;
VIII. Inspoccionar o trabalho dos demais empregados, advertil-os quando faltarem a seus
deveros, suspondol-os até oito dias, communicando logo o facto ao Ministro do Império; e, em
casos graves, propor a demissão;
I X . Redigir o boletim trimonsal completo dos trabalhos, c o m a collaboração do sub-diroctor
e do dous chimicos alternadamente. Este boletim será impresso na Imprensa Nacional e dis-
tribuído pelos estabelecimentos públicos, nacionaos e estrangeiros, aos quaes interesse o seu
conhecimento;
X . Mandar publicar no Diário Official e nos jornaes do maior circulação desta capital o
resumo mensal dos ditos trabalhos, o a renda do Laboratório;
X I . Apresentar, no principio de cada anno, ao Ministério do Império, o relatório dos trabalhos
do anno antecedente;
X I I . Indiair ao Ministério do Império, dos chimicos, o que deva substituir o sub-director.
A r t . 9." Ao s-.ib-Jirector compete substituir o director em suas faltas ou impedimentos, o a u x i -
lial-o no serviço, redigindo os relatórios e pareceres de que for autor, o collaborar na redacção
do boletim trimcnsal.
A r t . 10. Aos chimicos incumbe proceder às analyses e exames quo lhes forem distribuídos,
redigir os seus relatórios, collaborar m organisação do boletim trimeasal. e substituir o sub-dire-
ctor, quando tiverem a competente designação.
A r t . 1 1 . 0 escripturario e o amanuense terão a seu cargo a escripturação do Laboratório, feita
nos livros que forem precisos, todos numerados e rubricados pelo director; e serão responsáveis
por cila e pelo archivo da repartição, incumbindo especialmente ao primeiro a organisação da
folha mensal do pagamento e o balancete da receita e despeza do Laboratório.
A r t . 12. O couservador-porteiro t e r á a seu cargo: I , guardar e conservar as substancias,
o
necessários.
Fica responsável por qualquer objecto que desapparecer ou damnificar-se fora dos trabalhos,
si não for conhecido o autor do damno.
A r t . 13. E' prohibido aos empregados do Laboratório, sob pena de demissão, ter parte em
qualquer espécie de commercio ou industria, que torne suspeita a sua imparcialidade ou indepen-
dência, bem assim fazer qualquer analyse por conta de particulares, fora das condições deste Regu-
lamento.
A r t . 14. O numero de serventes do Laboratório será regulado pela necessidade do serviço e
pela consignação votada para as despezas do material.
A r t . 15. O serviço começará ás 10 horas da m a n h ã e t e r m i n a r á às 3 da tarde, em todos os
dias ú t e i s ; podendo ser prorogadas as horas do trabalho, em caso de urgência, a juizo do director
ou do sub-director.
A r t . 16. Emquanto o Poder Legislativo não approvar a proposta para a creação dos novos
logaros, designação dos respectivos vencimentos e augmento nos de alguns, o pessoal a que se
refere o Decreto n. 10.231, que fez baixar o presente Regulamento, continu irá a perceber os v e n -
cimentos actuaes; servindo provisoriamente de escripturario, por designação do director, um dos
chimicos, e de conservador, sem as funeçõesdo porteiro, outro chimico.
Observação — As taxas das analyses de substancias que não figuram na presente tabeliã serão
fixadas pelo director com approvação do Ministro do Império.
R t g u h o proiimenlo dos logares do membros da Inspictora Gorai ó> H j ^ i s a e , dolejados ds hTgieno nas parochias urbanas e
módico demographisla, o do chi micos do Laboratório do Estado.
A r t . 1.° O concurso constará de duas provas: uma oscripta e outra oral, para todos os candidatos,
excepto os chimicos, que p r e s t a r ã o uma prova escripta e outra pratica.
§ 1.° Os candidatos não serão admittidos à inscripção som quo apresontem uma memória i m -
pressa sobre questões de hygiene publica, especialmente com relação ã cidade do Rio de Janeiro.
§ 2.« Quando a vaga for do logar de chimico, a memória v e r s a r á sobre a matéria de que trata
o art. 10 deste Regulamento.
A r t . 2.» Todas as provas do concurso serão prestadas perante commissao nomeada pelo Ministro
do Império e composta do quatro lentes da Faculdade do Medicina o dous da Escola Polytechnica,
sob a presidência do Inspector Geral de Hygiene.
Paragrapho único. Quando o concurso for para provimento do logar de chimico, a commissao
se comporá do mesmo pessoal, excluído um dos lentes da Faculdade de Medicina, em logar do qual
entrará o director do Laboratório do Estado.
- 10 —
A r t . 3." Sorão admittidos a concurso os médicos graduados por uma das Faculdados do Império,
ou os que forem por cilas habilitados, embora formados em escolas estrangeiras.
Paragrapho imico. Para o logar do chtmico poderão ainda concorror os pharmacouticos
habilitados.
Ait. No dia immcdi.it!) ao do qualquer vaga, abrir-so-á r.a Secretaria da Inspectoria Geral
tio Hygiene a mscripção, que s e r á encerrada GO dias depois.
§ 1 .o Só serão admittidos á inseri peão os candidatos que, aliim dos respectivos diplomas,
apresentarem folha corrida do logar do domicilio o cumprirem o disposto r.os §§ 1« ou 2'
do art. 1."
jS 2." No dia do encerramento da in&ripção, j u l g a r á a Inspectoria da idoneidade dos candidatos
por viiltteão nominal sobre cada um.
•s, 3.° O secretario l a v r a r ã o termo da inssripção em que serão mencionadas as oceurroncias
da sessão.
S - l . " Na ausência ou impedimento do candidato, a inseripção poderá ser feita por procurador
legalmente constituído.
A r t . 5." No dia titil immodiato ao do encerramento da inseri peão t e r á começo o concurso pela
prova escripta que deverão prestar simultaneamente todos os candi Jatos, para o quo comparecerão
á hora e no !oe;tI indicados em anuuncio publicado com antecedência de tres dias no Dkirio Ofilcial,
pelo secretario da Inspectoria.
A r t . C.° Meia hora antes da em que deverá começar a prova escripta reunir-se-á a c m m i s s ã o
julgadora para formular 15 po.nios sobre assnmptosdc hygiene publica.
jS, 1 E s t e s pontos serão numerados e os respectivo? números encerrados cm uma urna, da qual,
em neto continue, admittidos os candidatos à presença t!a commissão, o primeiro na ordem da i n -
wripção tirará u:;i tittmero, que corresponderá ao ponto sobre o qual terá do versar a prova escripta.
•s, 2 . ' O prazo para a preva escripta será de tres horas, e durante esse tempo a liscalisação so
exercem aitc-rnadamoníe pelos membros da commissão, de modo que estejamsemprj presentes dous.
S 3. As provas esoripías serão feitas em sala reservada, em papel rubricado pelo Inspecíor
11
numero correspondente ao ponto, cujo :;ss;i:r.pio iiic será logo communicado por escripto pelo
presidente da commissão julgadora.
§ 1 O s demais candidatos que tiverem de prestar prova no mesmo dia serão encerrados em
sala reservada, sob a vigilância do secretario da Inspectoria.
s, 2.» Dcpeis do sorteio o primeiro candidato se conservará isolado e incommtinicavel durante
meia hora, para meditar sobre o ponto sorteado, veJada a consulta de qualquer livro ou papel.
ji 3.° Terminado este prazo, o primeiro candidato dissertr.rá publicamente, c perante a com-
missão julgadora, sobre o objecto do ponto, durante o tempo que lhe aprouver, não excedendo de
uma hora.
§ 4.° Meia hora antes da terminação do prazo máximo a que so refere o paragrapho antecedente,
o segundo candidato receberá participação do ponto sorteado, e será isolado para meditar sobre elle,
observando-se suecessivãmente o mesmo processo em relação a todos os candidatos inscriptos.
— ii —
A r t . 9 . * Em cada dia nao poderão prostar prova oral mais do tres candidatos; o, si os liouvor
om maior numoro, serão divididos em duas ou mais turmas iguaos pelos dias precisos para todas as
provas.
A r t . 10. No concurso para os logares do chimicos as provas escriptas versarão sobro a hygiene
o analyse de medicamentos, devendo a prova oral ser substituída por prova pratica, que
constará dc um ensaio chimico exeqüível no tempo mareado o relativo ao reconhecimento da compo-
sição o filsitlcação de substancia alimentar ou medicinal.
§ 1." A prova pratica será feita no Laboratório do listado, no prazo máximo de quatro horas, a
juizo da commissao julgadora e sobre um dos 13 pontos no mesmo dia formulados.
g 2.' Tres membros da commissao liscalisarão as manipulações da prova pratica, observando o
desembaraço c segurança dos candidatos e consignarão o merecimento de cada prova em relatório,
quo será lido antes do julgamento perante a commissao julgadora.
§ 3." Em cada dia não poderão prestar provas praticas mais de dous candidatos, dovendo
fazel-o isoladamente.
A r t . 11. No concurso para o logar do medico demographista cs pontos de ambas as provas
versarão sobre questões de demograpliia statica e dynamica o dc estatística medica geral c especial,
abrangendo todos os assumptos de hygiene social.
A r t . 12. No dia immcdiato ao das provas oraes ou praticas os candidates lerão as provas
escriptas, iiscalisando a leitura de cada um o que se lhe seguir na ordem da inscripção, e a do ul-
timo o primeiro inscripto.
Si o candidato for único, a leitura será fiscaiisad i por um dos membros da commissao.
A r t . 13. Terminada a leitura das provas escriptas, a commissao procederá ao julgamento
cm sessão secreta.
A r t . 14. O julgamento se cíTeitaará por votação nominal, da qual nenhum dos membros da
commissao se poderá escusar.
§ 1.» O julgamento começará pela habilitação Jcs ca:i IlJatos, vctanJo-se succossivaiiientc a
respeito da cada um, guardada a ordem cia inscripção.
§ 2.° Em seguida proceder-io-á á votação para a classificação dos candilatos habilitados.
Nesta votação só serão obrigados a tomar parte cs membros da coininissão que tiverem julgado
liabilitados os candidatos. Não lia necessidade de vot.ição para o ultimo logar.
§ 3.' No julgamento a quo se referem os paragraphos anteriores prevalecerá a maioria
1
dc votes.
A r t . 13. De todo o processo do concurso escreverá o secretario da Inspectoria minucioso relatório,
que será remettido ao Ministro do Império pelo Inspeebr Geral de Hygiene, fazendo aeompanhal-o,
cm oílieio reservado, das informações c ponderações que julgar convenientes.
A r t . 10. Iniciado o processo das provas do concurso, só por impedimento justificado de algum
dos candidatos, ouvida a commissao julgadora, poderá ser interrompido, e por prazo não excedente
de oito dias. O Inspector Geral submetterá o facto ao conhecimento do Ministro do Império.
APRESENTADO
PELO
D R . B . A . D A R O C H A F A R I A
O Inspjctor G-T.I1,
B. A. DA ROCHA F A R I A .
ê
Demographia
IXS.IMíCTORIA G E R A L DE. H Y G I K X L
RESUMO D A M O R T A L I D A D E D A C I D A D E D O RIO D E J A N E I R O
IDX7RA.1N:TE O -A-INTISTO I D E 1888
MOYiMKNTO MKTKOROl.OC.iCO
IJIISIIP il;i> ii!'Sf-rv:ii;õc< iiirtforuliíif;!? fes Imperial nk-nah-riii il» Ri? do Jaüi-irn iliiniülc o aíiüu «r 1SS7 |
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Médias monsass o anaual |
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DIKKCTOrt, X>It. LUIZ CRULS
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1 V.iri,la 3.357
Transpor
2 TuberculOs? 2.023
3 MDlcit::is ilíi appar-lho circulatório, 1.249
l > • > respira: J rio. l.íòl 1" l->l»ro a^.-.rollii 1'1 r.
"> > > * robro - A-pi- lar '•a::ut.i"-'-»
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1'ovçroiro ... 'ü KoTereiro. 74
Março 3 Março M
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Maio Maio
Junho. m $ Junho 2n
j-jiho .V.V.VA\\\\".".".'.".".".".V.".'.".".V.V.7 Julho '. 4 0
Acosto li Acosto 0 , 9
Sfltomb; o 11 Setembro 0 3 1
Outubro íi Outubro
NoTcmbro I! TíoTembro
I>cxcinbro 11 Dexcmbro
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Nyv*uilip- IS !: N.,vc:.il.r,
*sfcntis-!ir.'> Sarran:"nto. .
S. 'o*'*
S(>:i)nir.\ da Caiii^iari.i o i :t N ci*a S":ihyra da tíloria . . . .
S:inü R:ia 1 10 S. U'<>Ã:> Itaptisla da Ij.iL'">a . . .
Sant'Anna ii! ii Iliviii-:) Ksp:r:tí) Sar.'.o
S. Chri«'.i>Tlo 15 NO«ÍS.L Sínli^ra do Kns»í:i!:o N-»vo .
Nn^a SíTiíiora da C .rii-ciçlo da Ci,w n
Santo An*onio . .
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Un f'»r.i da cidade
fallrcra:!! 11
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l!r|;iã» ilo niiinoru ilc dotnlfs f;illt'c'nlos de F E B R E AJI \ R E L L . \ ' Mm» d» IIIIIIIITU de dotnlcs f;illcrido> de FEBRE AMARELLA
i:o l!ns|)it;il Murilimo ir Santo UM. na Jiirnjiilia. om 1S-SS ': no llii>|)it;il Jlarilin» k Sniln I M I U I na Juriijiiba. riu ISS7
Vrocfleiiciat : I»»">c./f . . e i í i i -
r. M.ir i;
O B S E R V A Ç Õ E S
Janeiro de 1S80.
A N N O D E 1 5 5 5 .
Mortalidade Pressão almosphmra Evaporação Chnvus Temperatura Humidade réltiliva üxona Ventos
i l r . f n h n ilo 0!«rrYatnrlftA«tronftinl«i>
[I.IIIAO IM\W.< KMII.NHA
nir"i„r nr I.CIZ CHULS.
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A UNE X O B
m m t A i i m m ; GERAL
em M7 e 1SSS.
JAMEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUHHO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO HOVCMBRO DÍUHBRO
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ESCALA
MORTALWJUJS
CONVENÇÕES:
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\nrifia rrn Í8H7
„ „ 1HXH
ESCALA
0.00/ . a oltitos
Movimento do serviço interno
além disso, matéria estranha ás nossas attribuições, foi por mim completamento refun-
dido; o, depois de approvado em sessão de 9 de janeiro do corrente anno, remettido
a esse ministério no dia 14.
Todas as vezes que pela Inspectoria de Hygiene foram impostas multas por infracção
das disposições do Regulamento Sanitário em vigor, deu-se o necessário aviso ao Adminis-
trador da Recebedoria do municipio afim de tornar effectiva a respectiva cobrança na
fornu do are. 17ô daquelle regulamento.
Em 14 de junho nos officiou esse funecionario, remettendo uma relação por elle
solicitada anteriormente e declarando que, não tendo os infractores, depois de intimados,
pago as multas que lhes haviam sido impostas, fez remetter as competentes guias ao
Contencioso do Thesouro Nacional, para os devidos effeitos.
140
Mereceram approvação para poderem ser expostos á venda.. 97
Foi negada essa licença a 43
140
Foram devolvidos por diversos motivos 10.
Destes:
São nacionaes 0
Estrangeiros 4
10
Neste assumpto, peço permissão a V . E x . para ponderar que carece de modificações
o Regulamento Sanitário vigente, por ser extremamente pródigo em facilitara exploração
commercial de formulas que, diariamente prescriptas por todos os clinicos, não devem
figurar como especialidades pharmaceuticas, susceptíveis de applicação prejudicial,
quando não indicadas por medico e de accôrdo com as condições individuaes do enfermo.
Conviria restringir o favor a formulas novas, em que figurem medicamentos de acção
comprovada e especial a um determinado estado mórbido, sem possibilidade de gene-
ralizai-as a varias moléstias de causa diversa, embora de symptomas análogos. Mesmo
assim, sõ os pharmaceuticos diplomados ou licenciados as poderiam apresentar à consi-
deração da Inspectoria, cessando o uso de formulas empíricas, pretendidas invenções que,
escudadas pelo art. 62, invadem o paiz e se transformam em panacéas, que abusivamente
vão sendo aconselhadas a todos os que soffrem de quaesquer incommodos, em prejuízo dos
soccorros próprios que só o medico pôde indicar.
MAPPA da receita fornecida pela Inspectoria Geral de Hysieac, duraato o anão dc 1SSS
NU.VKKO IMPORTÂNCIA
1'ií) 3:M0S&0Ú0
140 2:7345000
» a phars.iCíriiíicoK Gò s:3ia>íOO
119S-Í0O
or> 1:SLM)$300
* C.c preparados cstranpoiros i 13J$30O
137 7-ÍGíOOO
1:34(8000
13:K»$ôOO
MSZES TOTAL
Jar.ei.-o... 31
Fevereiro 12
Mir.;o.... IJ
,Ybril .... I 21 31
Mab . .. 21
Junho . . . . 11
Julho . . . . 10
10
Agosto...
Setciabro 13
Outubro..
Novembro,
Deze:abro
Resumo
Moucos 117
Pharmaceuticos 41
Dentistas 13
Parteiras 3
So3i::is 174
RUAS
M1ÍZ1S3 T O T A U
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5
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Jiiiinii'<>...•
Kuvoroiri).
M.iriMi
Abril
Maio
Junho
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Agonlu... •
tiotoiuliro,.
Outuliro,.,
N4vn:iihrn
Do^o.iilirj..
17
IIOMUIIIO
riin>:<<[oii:iii(li 3S
Obtivor.ini lülix.i.
Müliliild.
MAPPA demonstrativo das licenças concedidas a práticos, para terem piiarmicias nas províncias do Império, de 1 de Jutire
a 31 de Detcmbro de 1SSS
3
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MEZES § H TOTAL
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7. •3 7 >-
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1 1 9 1
3 15
* * ••
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2 0 3 3 4 0 32 0 1 0 I0j i 22 33 2 i
R o s u m o
Araazonas
Bahia
Ceara
Espirito Santo
Goyaz
Maranhão Janeiro....
V a t t o Grasso Fevereiro..
Minas G c r a e s . . . . . . Marco
Pari 0 Abril
Parahyba 1 Maio
Paraná 0 Junho
Pcrnviibuo 0 Julho
Piauhy 1 Acosto
Ri-> do J a n e i r o . . . . 22 Novembro.
jipe.
MAPPA demonstrativo das licenças condidas pela Inspectoria Geral de Hwcie, para pharmací&s homMpathifw, no
Município Neutro
RUAS
MEZES TOTAL
•r. 7.
r.
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R o s u m o
Primeiro do M a r ç o 1
H. 4
- 26 -
QlUTiO numérico dos requerimentos entrados na Inspectoria Geral de Hygiene durante o anno de 1SSS
P a r a cstabolecirr.mto do pharmacias de p r á t i c o s . . . .
P a r a estabelecimento do drogarias
P a r a v o n d i LO preparados
Soanta
Whisky alimentícios.
20 amostras de vinhos contem v e s t í g i o s de á c i d o salicyiico.
Genebra....
5 » de cerveja » > de chumbo.
Cidra 5 » de xaropes » » »
Vinagres... ai.i!ica.
22
As m a t é r i a s corantes forão i n c l u í d a s no presente quadro
Xaropes.... 23
por sereai geralmente destinadas a t i n g i r bebidas a sub-
I
S stancias alimentícias.
Das oito amostras de vinhos n o c i v o s , sete c o n t í m á c i d o
Conservas 111
salicyiico o u=:a fuchsina.
1
C a n i v f.-csca 3 As 5 amostras dc cervejas nocivas contem á c i d o s a l i c y i i c o .
Chi 12 As 5 » de conserva nocivas (doces) contem á c i d o
salicyiico.
i Pão
A amostra do xarope nocivo contam á c i d o s a i i c y l i c o .
Ginger ale
A g u a de S J r d» laranja.
Bis:outos
CosfoUos 3
Azeite 19
Diversos 21
1.190
p a r t o econômica
LABORATÓRIO DE H Y G I E N E
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N \ii 1 ' A I ' . A 1 : A M
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', A.VM.Y;. - A.NAI.VNK
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1
Parto ocoiiomi-cu
Por otíicio (!.• M (ie j.üihc, cominunicou esta Inspectoria ao Presidente da lllma.
Gamara Municipal a :-oda:r.a<>' do s-.-u Del-gado na freguezia do Espirito Santo, com re-
spoi: > ás vallas do agrião que — dop-ds •:'•> condemnadas o extinetas — estavam sendo do
novo cultivadas.
Não podemos deixar de emittir aqui a opinião, já manifestada ã 111 ma. Câmara
Municipal, mais de uma vez, com respeito ás corridas de cavallos e divertimentos congê-
neres, os quaes, na força do verão e. mormente, quando as condições de salubridade não
forem boas, devem ser absolutamente prohibidos.
A. postura que assim o determina é entretanto burlada pelas sociedades que,
submettendo-se ã multa, eíTeciuam impunemente as corridas, sem que a Policia inter-
venha para tornar eSectiva aquella lei municipal.
autorização para a construcção ou coiicortos so:n que o< respectivas plantes e desenhos,
tendo transitado por esta Inspeciona fossem approvad^s em ambas as repartições.
* A construcção deve ser fiscalisnda p^Io engenheiro desta Inspeciona alòm da fisca-
lização dos engenheiros da Iilust rissima Câmara para maior garantia de serem, observadas
as condições sanitárias sob as quaes for concedida a licença.
Já esta Insnectoria. na imp'S<ib;i: iade de u::) sc^òrdo definitivo sobre o assumpio,
incumbiu a um de seus membros, o Dr. Pires d.; Aimoida. de esboçar as bases para pos-
turas exclusivamente relativas a con.siritcy/es. Oí-oüimissioneu-o junio á IIlustríssima
Câmara para que. com a respectiva o m m i S s à \ í;rm;:!:.sse as regra-: sobre as quaes deviam
ser autorizados, não sò as cMi^trr.jções, como tamb.mi os ostabuios, cocheiras, covas. etc.
Efetivamente o Dr. Pires de Almeida. :i;»n.-sv:it u tsm trabalho ne-se sentido que,
enviado á Illustrissimama Câmara, nenhuma solarão teve ai'- o presente.
Também por divor<as vez ;s repivsi:üt.'.:i!.,< ájtiella ••orpora-.-ào contra o mau estado
do calçamento de algumas ruas, do qual resulta a iníilir:i';ã:) para os prédios eocrapoça-
inenio das águas pluviaes, 0 : 1 1 exhalaçõ.-s nocivas e incommodas ; ainda contra a falta
de asseio dos mictorios puiilicos o latrinas, principalmente dos que se acham collocados
na praça D. Pedro II, o quanto ao augmoiiu d) numero dos encarregados da limpeza e
conservação afim de que aar.soticia delles não continuo a dar motivo às infracções de pos-
turas que so notam por toda a parte.
Durante o anno esta Inspectoria chamou por vezes a anenção do Inspector interino
da instrucção primaria e secundaria do municipio Neutro para as mus condições de salu-
bridade das escolas.
Particularisando este facto, cumpre-nos lambem solicitara attonção de V. E x .
para tão graves inconvenientes, pois entendem de perto com um dos ramos mais melin-
drosos da saúde publica.
A creação de uma commissao permanente de fiscalisação das escolas e collegios con-
stituo hoje uma exigência imprescindível em todas as cidades populosas, como meio de ga-
rantir a salubridade da infância, sob múltiplos pontos de vista.
tinham sidos romcttidos para os pastos da Imperial Fazenda, e que o transporte desses ca-
vallos havia sido feito em vagões da jà referida estrada, expediu um officio em 29 do
novembro, ao Dr. Director, pedindo-lhe informações a respeito e, na affirmativa, si se
procedeu à rigorosa desinfecção naquellcs vagões, com o fim de evitar a propagação
da moléstia aos animaes sãos que fossem conduzidos nos mesmos carros.
Policia sanitária
Resumo do serviço sanitário feito, durante o anno de 18S8, pelos delegados dehy-
íene.
1.111
Melhoramentos materiaes da cidade' do {lio de Janeiro.
Durante o anno foram submettidos^a esta Inspectoria, para emittir parecer, dous
projectos de estabelecimentos balneários, sendo um thermal e hydroíherapico, no caes
da Gloria, o outro simplesmente balneário, na pequena enseada de Santa L u z i a , em frente
à rua da Ajuda.
Apresentam estas tentativas commettimentos de grande utilidade Kygienica, e da
Inspectoria mereceram ambas approvação.
Com o nosso clima seria, realmente, medida de grande alcance animar quaesquer
emprezas idôneas que procurarem estabelecer e:u vários pontos da cidade banheiros pú-
blicos, com pequena retribuição para os freqüentadores; por essa forma, conseguir-se-hia
disseminar pela população proletária o uso freqüente de banhos geraes, firmar o h a -
bito de asseio corporal e garantir-lhes a saúde contra grande numero de moléstias que
encontram na immuadicie individual, condição favorável de desenvolvimento.
no centro por commoditlade e interesse próprios; quer nos parecer que seria prefe-
rível melhorar por todos os meios directos e indirectos »s habitações actuaea, transfor-
mando-as pouco a pouco em domicílios accoitaveis.
Para esse fim, poróm, presumimos ser indispensável a creaçlo de uma commissão
permuneiite d: fiscalisação das habitações insalubres, funccionando com regulamento
especial, baseado nos preceitos da hygiene domestica e co:n força executiva para fazel-os
cumprir.
Sem essa orientação uniforme e activissima, o problema permanecera insoluvel, e
teremos sempre a vergonha de possuir os n3ssos cortiços e as nossas dormidas a preço
módico, verdadeiras posilgas da miséria, lupanares hediondos de devassidão e concilia-
bulos terriveis de crimes, perigos sociaes que aggravam as conseqüências da transmis-
sibilidade de todas as moléstias contagiosas e epidêmicas.
Nenhuma medida administrativa se nos affigura mais urgente pelo complexo de c i r -
cunstancias deploráveis que lhe são attinentes.
A destruição systemaitica de todas as colunas desta capital nos parece uma conce-
pção exagerada e injustificável das vantagens que se lhe attribue e de nenhuma profl-
cuidado serão com a primitiva orientação dada ás principaes ruas desta cidade pelas
quaes, seja qual foro arrasamcnto, nunca correrilo, no regimen habitual dos nossos
ventos, grandes ondas aéreas.
A demolição dos morros do Castelloe do Senado, sem o concurso do nenhuma outra,
fornecerá à cidade o maior coeficiente de ventilação, e sob esse ponto de vista suppomos
dispensável qualquer outro arrasamento, convencido de que não è com muito vento que
sanearemos esta capital.
Melhor será, sem duvida, que a população fugindo da condensação urbana, emigre
para as zonas suburbanas despovoadas e saluberrimas, do que tenha de conglomerar-se
na area deixada por graciosas colunas, úteis a muitos respeitos e para fins d i -
versos.
Dos melhoramentos materiaes de que precisa o Rio de Janeiro, são uns urgentes e
outros adiaveis; entre aquelles sobresahem as medidas corretorias applicaveis desde já
ao systema de esgoto, ao abastecimento d'agua, à construcção das habitações, á drena-
gem atè dois metros de profundidade minima do sólo, ao plantio systematico e regular
de arvores pelas ruas, â limpeza, remoção e destruição do lixo e finalmente a modificações
no curso, nas margens e no fundo dos nossos rios que serpeiam pela cidade immundos,
infectos e repulsivos.
Na ausência de taes melhoramentos quaesquer outros se revelam de somenos
importância e não devem preterir aquelles na grande obra da reconstituição sanitária
desta capital.
Limpeza da cidade
Hsmoção- de immundicies
Comquanto o Governo Imperial não tenha poupado sacrifícios para que a cidade seja
abundantemente abastecida de agua, ainda não dispõem effectivamente os seus habitantes
da que se torna indispensável às necessidades do nosso clima em relação aos diversos
misteres hygienicos nas habitações, nas ruas e .nas industrias, que tantas são as
exigências dos abastecimentos urbanos, accrescidas, entre nós, pela installação utilissima
do < •water closet. >
Felizmente, tão grande falta, capaz dos mais sérios desastres sanitários, está prestes
a terminar, graças aos novos mananciaes, cuja desappropriação foi encetada e que virão
garantir o abastecimento continuo d'agua á população, mesmo nas épocas de maior
sêcca, como ha mister.
A abundância do precioso liquido trará os melhores resultados á saúde publica e,
no complexo de factores do saneamento indispensáveis, a todos sobrepuja nos múltiplos
fins a que se destina.
Durante o anno por vezes reclamou esta Inspectoria contra a insufficiencia do aba-
stecimento em certas parochias e ruas, tendo sempre a satisfação de ver seus reclamos
attendidos pela Inspectoria das Obras Publicas, solicita en>supprir a população do melhor
modo, attendendo ao mesmo tempo a todas as necessidades variadissimas de agua fora do
consumo doméstico.
Requisitou também esta Inspectoria a canalisação de agua nas ruas que nao gozam
ainda desse melhoramento, afim de que os proprietários dos respectivos prédios pudessem
*
- 41 —
Emquanto as ultimações feitas pólos delegados não tiverem um prazo fatal e forem
de discutível autoridade, serão inproficuos todos os esforços de vigilância exercida sobre
as estalagens, que durante o anno findo continuaram em regimen análogo ao dos annos
anteriores, isto ê, zombando dos conselhos, das ameaças, dos pedidos, das ordens e das
multas impostas por esta Inspectoria.
Seria repetir em pura perda considerações consignadas pelo meu antecessor e cuja
procedência está no animo de toda a população, trazer de novo ao conhecimento de V. Ex
os graves abusos que nessas habitações existem e são diariamente praticados, e as con-
seqüências gravíssimas que do facto resultam para os interesses sanitários collectivos.
Sem poder efficaz para cohibir o damno apontado e no intuito de furtar-se ao des-
crédito que adviria da falta de observância dos preceitos recommendados pelos delegados
de hygiene, esta Inspectoria tem sempre procedido com a maior prudência, limitando-se
apenas aos recursos suasorios e nunca appellando para o regulamento, cuja penalidade
não teve ainda a saneção legislativa e não pôde portanto ter rigorosa applicação.
Denunciar o facto importa confessar a sua irregularidade e reconhecer a necessidade
inadiável de completar essa omissão.que tira ás autoridades toda a efficacia de acção neste,
como em todos os variados assumptos de policia sanitária.
Deus guarde a V . E x .
16 de janeiro de 1888.
No intuito de tornar efficazes as medidas que evitem as falsificações, não só das bebi-
das como dos generos alimentícios, e bem assim das drogas e medicamentos, esta I n -
spectoria, por officio de 22 de dezembro, solicitou do Governo Imperial a nomeação de uma
commissão especial composta de hygienistas, jurisconsultos e chimicos, para elaborar um
projecto de regulamento, cujas bases correspondessem às seguintes indicações:
l. 1
Definir precisa e formalmente o que se deve entender por falsificações;
2 . Referir a falsificação a todas as substancias alimentares e bebidas, e instituir um
1
racterizar as falsificações;
4 . Apresentar um projecto de legislação visando particularmente as substancias a l i -
a
Varias vezes, por denuncia dos delegados de hygiene, teve a Inspectoria de ordenar
a inutilisação de gêneros alimentícios deteriorados existentes em trapiches e armazéns.
H . P. 7
- 50 -
Por conter ácido salicyiico, reconhecido pela primeira analyse, confirmada pela
segunda a que se procedeu no laboratório de hygiene, ficou interdicta, na Alfândega,
uma partida do fruetas em conserva, procedente de Bordeaux, da fabrica Teysonneau & C.
nociva denunciada pela analyse official. A.' vista do que, ouvido o Inspector d'Alfân-
dega, resolveu o meu antecessor que todos aquelles vinhos, em deposito nos armazéns da
mesma repartição, fossem subraettidos, na presença dos interessados, a nova o rigorosa
analyse e decidir, afinal, de acordo com os resultados obtidos.
E ' conhecido o pesado tributo que a infância nesta cidade, paga á morte.
Entre as causas que concorrem para isso, figuram em primeiro logar as moléstias
atrophicas, provenientes em grande parte da alimentação insufficiente.
Na falta de amas, cada vez mais difficeis de obter em boas condições, recorre-se
geralmente ao leite de vacca, no qual fallecem por vezes as precisas qualidades nutrien-
tes, quando, por má compensação, não sobram nocivas. Motiva o facto a falta de c u m -
primento das posturas municipaes e a carência de fiscalisação, que aliás deve ser exercida
sobre uma industria que tão de perto entende com a alimentação publica.
No entretanto, o leite tornou-se indispensável à primeira infância e está largamente
introduzido nos hábitos alimentares da população, pelo que não pôde passar despercebido
a esta Inspectoria.
Em virtude de incessantes reclamações dos delegados de hygiene, solicitámos pro-
videncias à l l l m a . Câmara Municipal em officios datados de 7 de Fevereiro, 15 e 24 de
Março, pedindo a execução do regulamento sobre estabulos, e, como dispõe de pessoal
medico, exclusivamente, para o exame de vaccas e do leite, a necessária fiscalisação sobre
esse gênero. Com pezar, porém, nada até agora se ha conseguido, tendo sido improficuas
as reclamações feitas.
As posturas municipaes, entretanto, nos parecem ainda insufficientes, porque, de-
terminando uma área dentro da qual não se podem construir estabulos, ainda os vemos
nos mais populosos e apertados quarteirões do perímetro prohibido e de forma a não
satisfazerem a prescripção alguma dos preceitos sanitários.
Os estabulos são, era geral, casas de rotula e janella, cujas paredes se deitaram
abaixo; as vaccas acham-se ahi num corredor estreito, sem ar e sem l u z , ou antes re-
spirando um ar quente, abafado, carregado de impurezas, n'um meio deletério e que
deve fatalmente concorrer para o definhamento de todas as funcções orgânicas, para a
má qualidade do leite secretado, ainda freqüentemente adulterado pela fraude na g a -
nância criminosa, por parto dos proprietários, de um lucro maior em perspectiva.
— 52 -
Águas mineraes
Vaccinação
INSPECTORIA G E R A L D E H Y G I E N E
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NACIONALIDADE CONDIÇÃO ID.VDKS *>
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S o n u a e r a dos v . i c c i a i J j s q i c obt:vera:n v . i c c i m regular í o r a u : dc 1» inocu!aç5o 173, dc 2» 43, <lc 3 » 3 7 c de í» 1 J .
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Obsorvaçüo
Do segando quadro se vê que foram vaccinadas pela vaccina jenueriana 1.803 pessoas
das quaes 1.045 compareceram para verificação do resultado. Destas 1.045, tiveram
resultado satisfactorio 8S6e negativo 159, o que produz a porcentagem de 84,8 •/ de
bons resultados.
Do primeiro quadro se infere que das 119 pessoas vaccinadas do vitello compare-
ceram á verificação 319, das quaes 279 cora resultados favoráveis e 40 sem resultado,
o que dá a porcentagem dc 87,4 % de bons resultados.
D'ahi se conclue que o numero dos inoculados pela vaccina animal foi muito infe-
rior ao dos inoculados pela jenncriana, tendo, entretanto, sido favorável o resultado
obtido com a primeira.
P a r a isso concorreram duas circumstancias:
I , a vaccinação animal foi praticada era larga escala na Santa Casa da Miseri-
a
todos os logares por onde passou o resultado de suas inoculações foi excellente, conse-
guindo extinguir a epidemia totalmente.
E' de lastimar que, depois do tao brilhante suecesso, a cultura da vaccina animal
fosse abandonada naquella província.
A' vista do incremento que tem tomado a varíola nas províncias do Norte, pediu esta
Inspectoria ao Governo, como medida urgente, enviar um ajudante do Director do Insti-
tuto Vaccinogenico com vitellos o instrucçõvs, afim de propagar om larga escala a vacci-
nação animal; acceito este pedido, foi nomeado o Dr. Toledo Dodsvorth, que partiu
nessa commissão cm 1 de Janeiro do corrente anno.
Em sessão de 11 de Janeiro foi apresentado pelos Drs. Gonçalves Cruz, relator,
e A r a ú j o Góes, o parecer sobre vaccina animal, cujo estudo lhes foracommettido em 14
vado, sobre o Instituto Vaccinogenico Normal, queoDr. Pedro Affonso Franco reque-
reu fundar nesta capital; e em 7 de Junho, havendo recebido participação do que já
om fins de Abril o referido instituto achava-se completo e funecionando com toda a regu-
laridade, deliberou visitar esse estabelecimento, que desde 1" do Maio se achava à sua
disposição: o que e.Tcctivamentc realizou, encontrando-o cm boas condições de
installação.
Em sessão de 16 de Maio. a exemplo do seguido em estabelecimentos congêneres,
no estrangeiro, resolveu a Inspectoria que podia ser concedida a licença, pedida á lllma.
Câmara Municipal por aquelie professor, para expor â venda a carne dos vitellos aba-
- 59 —
tidos depois da extracção da vaccina, desde que pela autópsia seja reconhecida própria
para o consumo.
Conforme promettera em sua memória semestral de 24 de Setembro, o meu ante-
cessor interino remetieu a esse ministério as iastrucções organisadas para o uso da
vaccinação a n i m a l ; approvadas, como foram, acham-se impressas e distribuídas pelo
município da Corte e províncias do Império.
Em sessão de 22 de Fevereiro foi presente o aviso desse ministério, n. 471, de S
do mesmo mez, remettendo, para ser informado, o requerimento em que o D r . Eduardo
Augusto de Souza Santos ofereceu gratuitamente ao Governo o instituto, que fundara
no morro de Santa Thereza, destinado ã cultura da vaccina animal, resolvendo-se
unanimemente não haver conveniência em acceitar, por não estar satisfactoriamente
installado para o fim a que se destinava.
Em sessão de 15 de Fevereiro foi lido o aviso do jà referido ministério, n . 443,
de 6 do mesmo mez, acompanhando outro do Ministério dos Negócios Estrangeiros e
uma cópia e traducção do memorandum da Legação Britannica, pedindo sejam desmen-
tidos oficialmente os boatos que correram, durante o anno de 1SS7, sobre a impureza
da lympha vaccinica fornecida pelo National Vaccine Establishment.
Em 11 do mez seguinte respondeu esta inspectoria nunca ter dirigido representação
alguma contra a lympha vaccinica importada do referido estabelecimento.
Ao contrario, nos primeiros dias do mez de Agosto de 18S7, quando toda a imprensa
se manifestava enthusiasmada pela iniciativa de um illustre professor brazileiro qwe
começava a cultivar em vitellos a lympha vaccinica animal recebida da Europa o
proclamava uma conquista da hygiene publica essa pratica, que vinha substituir, por
vaccina de boa qualidade, a vaccina official, então degenerada, meu antecessor, o
liarão de Ibituruna, em artigo publicado a 4 de Agosto no Jornal do Commercio, pro-
testou contra tal asserção.
ANNEXO
HYGIENE DAS PROVÍNCIAS
EXTRACTOS
uos
PELOS
P a r á
O D r . Dodsworth iniciou logo seus trabalhos com o melhor êxito, o todos os esforços
têm sido empregados para manter esse serviço, apozar das difficuldades o da falta de
recursos para a acquisição do material necessário.
Como conseqüência immediata da vaccinação animal, o Governo Provincial pôde
dispensar as commissões médicas creadas para a vaccinação domiciliaria, como medida
capaz de modificar a epidemia reinante, que attingiu o máximo do intensidade no ultimo
trimestre do anno findo.
Sarampão.— Este morbus reinou epidemicamente nos primeiros mezes do anno.
Está hoje, felizmente, de todo extincto.
O beriberi, o impaludismo e a frbre amarella conservaram-se no estado endêmico,
como V. E x . verificará pelo Boletim annual da mortalidade da Capital.
Si as condições sanitárias da capital muito deixam a desejar, as do interior não são
mais lisongeiras; o sarampão e a varíola assolaram grande parte das villas e cidades.
O governo da provincia, com louvável solicitude, attendeu sempre aos justos
reclamos que lhe foram dirigidos pela Inspectoria Provincial em favor dos acom-
mettidos daquellas moléstias.
Foram enviadas ambulâncias para as localidades seguintes: Curralinho, Muanà,
S . Caetano de Odivellas, Aldeamento dos índios em M u r y , Muritipitanga, Acarà,
Prainha, Affrià, Quatipurà, Santa Isabel de Benevides, Gurupá, Linsel, Chaves, Salinas,
Mazagão, V i g i a , Melgaço, Bragança e Óbidos.
BOLETIM da mortalidade da (idade de Belém do Fará no anno de 1SSS
IDADE NACIO-
ESTADO CIVIL
DOS M O R T O S NALIDADE
DE
0 MRZHS 11 A N N O I
A 10 KM
ENFERMIDADES
ANNOS DIANTB
Anemia e chloro-anemia 15 24 36
Atnipsia 3S 3»
Beriberi 130 49
PEDItES EXANTIIEMATICAS
PERUES PKSTILENCUES
AsarclU. G2 13 3S
Typhica.. 5
F.NTOXICAÇUKS E X T E R N A S
Alcoolismo... 20 16
Scaticcnia... 10 9
Sypbilis. 15 15
Hypoeniia i n í c r í r o p i c a i . ti 13
Lyaiphaagitc 10 6
Marasmo senil. 3
s
Pvho
1'
Rachitismo
1" S9
T é t a n o dos r e c é m - n a s c i d o s
S9 1S3
Tuberculose
837 81
M o l é s t i a s do apparelho cercbro-spinal
130 72
Moléstias do apparelho circulatório
11 6:
Moléstias do apparelho r e s p i r a t ó r i o
101 74
Moléstias do apparelho digestivo
122 19
M o l é s t i a s do apparelho genito-urinario
O estado sanitário desta província, durante o anno do 1888, não foi satisfactorio.
Além das febres palustres, as pneumonias o bronche-pneuraonias grassaram com
bastante intensidade, tanto nesta capital, como nas cidades de Oeiras, Amaranto o P a r -
nahyba, villas da União, dos Humildes, Yalonça e Marrão, ceifando algumas vidas; o
sarampão desenvolveu-se epidemicamente nesta capital, tendo feito bastantes victimas.
Accrescc ainda que a provincia sofíre presentemente oseffeitos de uma terrível secca
que tem assolado as populações e creações do interior, onde a fome já se tem feito sentir
com todo o seu cortejo de misérias.
Não é menos para deplorar a deficiência de soecorros médicos; pois a provincia,
segundo consta do relatório respectivo, dispõe de um pequeno numero de profissionaes,
quer em medicina, quer em pharmacia. Os cofres provinciaes resentem-se da falta de
recursos, e a municipalidade da capital acha-se ainda em peiores circumstancias, de
forma a nada poder se esperar em bem do saneamento da cidade, a menos que não seja
por conta dos cofres geraes.
Durante o anno foram vaccinadas na capital 215 pessoas, mas sem grande aprovei-
tamento ; e o mesmo tem acontecido com os doutores delegados, no interior, a t t r i b u -
indo-se estes resultados á alteração da polpa, pelo calor.
Ceará
O estado sanitário desta provincia foi, em geral, regular, se não mesmo satisfactorio.
A excepção do sarampão, que reinou com índole epidêmica, e das febres intermittentes,
1
que são endêmicas em alguns logares, nenhuma epidemia grave, por seu caracter ou por
seus efeitos, appareceu na provincia.
Em algumas localidades manifestaram-se febres palustres, mas foram em geral
benignas o tão passageiras, como as causas atmosphericas e telluricaa que determinaram
o seu apparecimento.
Os casos de febre amarella, que so apresentaram, foram esporádicos e isolados, reca-
hindo em indivíduos recém-chegados de outras províncias ou do interior, Não obstante
tão lisongeiro estado sanitário, o obituario na capital foi superior ao do anno passado, o
que se explica pela corrente de emigração que a secca determinou nos últimos mezes do
anno de IS8S e que tem continuado sempro em escala ascendente.
Do I de Janeiro a 31 de Dezembro, consta do respectivo relatório, falleccram 1.482
o
^
V.
V.
y.
> X
X.
y. <>
ò
\<
w Y.
Esta provincia, quasi se pode dizer, nenhuma «.iteração soffreu no seu estado nor-
mal sanitário; todas as estações passaram sem modificações de maior monta; apenas
na villa de Caraúbas apparoceram casos de febres de mão caracter, mas não assu-
miram as proporções de epidemia. O mesmo aconteceu com respeito ao sarampão e á
varíola em outros pontos da provincia.
Sobre o serviço da vaccinação, assim so exprime o D r . Inspector provincial:
« P o r tres vezes recebi dessa Inspectoria, durante o anno findo, tubos de lympha
e do polpa vaccinica, que distribui pelos diversos delegados de hygiene; mas confesso
que, tanto a vaccinação como a revaccinação, tòm sido inefficazes, segundo me commu-
nicam os mesmos delegados.
«Entretanto o meu colloga D r . Celso de Souza Santiago Caldas, que esponta-
neamente se tem prestado a vaccinar e revaccinar nesta capital, obtém os effeitos
desejados. E assim, não posso affirmar a que attribuir tão oppostos resultados, si aos
vaccinadores, si á degenerescencia ou ã corruptibilidade do agente prophylactico. »
— 70 -
Pernambuco
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A salubridade desta proviucia foi em alguns pontos, como Campos do Rio Real, Itapo-
ranga, Maroim, Japaratubà e X . S. das Dores, excellente, cm outros, porém, foi muito
precária. Assim é que, na v i l l a de Itabaianinha, notável pela falta de asseio, a mortalidade
avultou, pois attingiu ao numero de 288 óbitos, sendo uma boa parte vicüma das febres
paludosas. Na cidade de Própria, á margem do ri D S. Francisco, reinaram também
com intensidade as mesmas e a coqueluche ; na cidade de Laranjeira* predominou a v a -
ríola ; na villa de Riachuelq, a febre perniciosa foi a que mais victimou : na de S. Dias as
febres palustres, e finalmente, na cidade da Estância e na capital, a varíola reinou^tão i n -
tensamente que tornou-se necessário o estabelecimento de um lazareto.
.A falta "de asseio é também sensivel na capital e o abastecimento dágua coudemna-
veimente descurado.
E i s o mappa do serviço de vaccinação e revaccinação nesta provincia durante o anno
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Foi lisonjeiro durante o atino próximo findo o estado sanitário desça provincia.
A saúde publica, em geral, não foi assaltada pela invasão di enfermidades epidê-
micas que viessem trazer o terror e a morte à população. O beriberi tem sido mais
freqüente, mormente na capital e na cidade de S. Matheus.
No numero de casos observados pjlo Inspector provincial predomina a fôrma mixta
benigna, tendo entretanto apreciado alguns casos de fôrma paralytico-asphyxica.
No anno de 1SS8, como nos anteriores, a phtysica pulmonar, as aífecções dos órgãos
abdominaes e as lesões cardíacas foram as enfermidades que mais avultaram na mor-
talidade.
Na capital o digno presidente procurou fazer os melhoramentos possíveis dentro dos
limitados recursos provinciaes. _ O luspoctor provincial insiste ainda pola remoção dos
cemitérios.
Nas colônias Conde d'Eu e Santa Leopdriina appareccram alguns casos de saram pão
c coqueluche. Abordo do hiate Rio Loa; houve dons casos de varíola que, acudidos a
tempo, não passaram para terra. Também alguns casos dessa enfermidade se deram em
immigrantes idos da cidade de Santos, mas som maiores conseqüências.
O serviço medico epharmaceutico ê, cm gorai, bem regular nessa provincia.
Juntando o mappa dos indivíduos vacoinados e revaccinados, lamenta o Inspector de
hygiene provincial que, apezar dos freqüentes conviws que faz nos jornaes de maicjr
circulação na provincia, a população se mostre, mio só indiffeivnto, como avessa a esse
meio prophylactico da varíola.
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Ancliiííla. Si .. '.1 r»s "l»le:n polo ci«l.i>lão Xasccnits Azain-
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Iíio de Janeiro
Manifestava-se a moléstia por corysa intenso; a principio corria das fossas nasaes um
liquido opaco, mais ou menos viscoso, algum tempo depois o corrimento era puriforme e
sangüíneo, tosse repetida, cansaço e augmento de temperatura.
Com o repouso o ropetidas lavagens das fossas nasaes, os animaes restabeleceram-se
rapidamente.
E i s o que houve de especial em relação às episootias.
Na conclusão de seu relatório, aventa o Inspector de hygieno provincial a necessi-
dade de tomarem-se algumas medidas hygienicas em relação á cidade de Nictheroy. C o m -
quanto taes providencias sejam mais da competência do governo provincial que do geral,
pareceu-nos justo transcrevei-as aqui, solicitando para ellas a esclarecida attenção de
V. Ex.:
1. ° Crear-se um estabelecimento vaccinogenico animal.
2. " Montar uma enfermaria >ara o tratamento dos doentes de febre amarella e de
outras moléstias infecto-contagiosas.
3 . ° Converter n'uma realidade a canalisação das águas do rio Macacú, únicas que
podem prover ás necessidades presentes e futuras da crescente população.
Ainda em relação á cidade de Nictheroy:
a) Estabelecimento de um systema moderno de esgoto, convindo que as matérias
escrementicias sejam lançadas fora da barra (na praia de Fora por exemplo ), afim de
não infeccionarem a bahia, que jà não apresenta boas condições hygienicas:
b) Acabar com os extensos capínsaes no centro da cidade, que occupam os terrenos
mais baixos e alagadiços, verdadeiros pântanos, onde os plantadores de capim espalham a
qualquer hora do dia, em qualquer estação sem se importarem com o incommodo que c a u -
sam aos moradores vizinhos, grande quantidade de estrume e varreduras de estabulos
e chiqueiros:
c) Prohibir a construcção dc cortiços e demolir alguns por insaneaveis;
d) Determinar-se que toda e qualquer construcção não possa ser feita sem audiên-
cia da Inspectoria de hygiene ;
e) Fazer transportar o lixo da cidade em carroças hermeticamente fechadas, para
um local conveniente, afim de ser incinerado;
f) Acabar com os sumidouros e depósitos de matérias fecaes que existem em quasi
todos os quintaes, grandes e activos focos de infecção; convindo, emquanto a cidade não
for dotada de um systema de esgoto aperfeiçoado, que as matérias sejam transportadas em
barris especiaes, rigorosamente desinfectados è lançados ao mar longe das praias:
g) Produzir o seccamento dos diversos pântanos que existem na cidade:
h) Conservar limpos e desobstruídos ospequenos rios quo percorrem a cidade. ^
P a r a boa marcha eprompta execução do serviço é necessário :
1. " Pòr-seã disposição continua e effectiva da Inspectoria provincial um auxiliar e n -
carregado da fiscalisação e transmissão das medidas de saneamento' e ainda da escriptu-
ração.
2. ° Remunerarmos delegados de hygiene.
- 78 -
«•». Paulo
dência da provincia para os serviços de hygiene, já pela terceira vez estando contractado
pela Inspectoria o profissional que deve encarregar-s.e das analyses chimicas e microscó-
picas, só ella espera a approvação do contracto pela Exma. Presidência para inaugurar essa
ordem de serviço tão necessário à saúde publica, nestes tempos em que a mania especula-
tiva das sophisticações está invadindo tudo; acerescendo que já existem na repartição
cerca de trinta pedidos de analyses, que não podem ser feitas emquanto não entrar em
exercicio o profissional idôneo.
« Continua a não poder ser-bem organisado o serviço de epidemias, apezar de todos
os esforços da Inspectoria de hygiene, porque, por seu turno, a hospedaria de i m m i -
grantes escusa-se a fornecerá Inspectoria um salão para desinfecções, como preceituam
determinações presidenciaes e a l e i provincial do anno passado, sob n. 29 e o § 30 do
art. I das instrucções regulamentares para o serviço de hygiene ; e, por outro lado, o
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lumontures para os serviços de hygieno e os arts. -11, -12 o-43 no titulo 4° do regi-
mento interno para os estabelecimentostle hygiene publica provincial, concede e accentua
perfeitamente o papel desta repartição nos serviços de hygiene e prophvlaxia em relação
á hospedaria de immigrantes, para evitar a imp)rtação e propagação de moléstias epidê-
micas. A Inspectoria, entretanto, nada tem podido fazer, porque, apezar de suas conti-
nuas solicitações para a execução da lei, em nada ê aitendida; e na capital, como em
toda a provincia, já se verifica a existência de varíola, escarlatina, diphteria, febre
miliar, febre typhoide, etc. »
Com a aífluencia de immigrantes para todos os pontos da provincia, mais ainda está
se fazendo sentir a necessidade de delegados de hygiene em cada municipio, devendo ficar
a cargo de cada Municipalidade remunerar, segundo suas rendas, o medico encarregado
da hygiene do logar que, a seu turno, também prestará á localidade os serviços especiaes
de medico da Câmara.
Conclue o.Inspector de hvgiene da provincia de S. Paulo o seu relatório com a
demonstração do pessoal technico, médicos, pharmaceuticos, dentistas e parteiraslegali-
sadas ou não, que funccionam nos municípios da província; trabalho este que revela o
zelo com que dirige esse serviço e que bem desejaríamos fosse imitado pelos das demais
provincias, pois, com estes trabalhos estatísticos, é que melhor se poderá comprehender
as necessidades da saudo publica, nas diversas circumscripções do Imporio.
Com aquelles dados organisàmos a seguinte estatística :
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Destes interessantes quadros verifica-se que de 100 municípios, 24 não têm médicos;
7 não têm boticários; em alguns municípios, como os de Atibaia, -Bocaina, Caçapava,
Franca, Jahú, Mococa, Pirassinunga, Porto Feliz, S. João da Boa V i s t a , Serra Negra,
Silveiras, Tatuhy e Tietê ha mais boticários do que médicos; o de S. Sebastião do Tijuco
Preto não tem nem ura medico, mas em compensação tem 5 parteiras.
83 —
Paraná.
Gora relação a esta província, eis em breves termos o que nos informa o «respectivo
inspector de hygiene:
Correu regularmente o anno de 1888.
O inverno temperado, pouco chuvoso, sem mudanças bruscas de temperatura, foi
mais secco do que de ordinário.
O hygrometro conservou-se quasi sempre entre 80° e 90°, raras vezes chegou a 95°
e só uma vez a 98°; desceu muitas vezes a70°, chegando até 50°.
Em todo o anno deram-se muitos casos de sarampão, que fez algumas victimas. As
bronchitese pneumonias, tão cOmmuns aqui, foram relativamente raras.
De Santos nos veiu importada a varíola, sendo o primeiro caso confluente e mortal ;
havendo chegado o facto ao meu conhecimento depois de ter-se jà manifestado a moléstia
em pessoas da família da victima.
Em menos de dous mezes, porém, estava extineto o mal nesta cidade, tendo apenas
fallecido oito dos 50 acoramettidos. Com o appareciraento do calor, que subiu a 31° cen-
tígrados, houve muitos casos de diarrhéa e dysenteria, mas rarissimas foram as
victimas.
As febres perniciosa e typhica apresentaram-se em menor numero e raras foram
as em que não triumphou a medicina. Tivemos também muitos casos de dystocia e alguns
fataes.
Asaffecções nervosas, a chlorose, a anemia, a l l i endêmicas, a syphilis em suas varias
manifestações, offereceram larga mésse aos clínicos da capital.
Quanto às epizootias, nenhum caso chegou ao meu conhecimento.
Durante o anno, foram vaccinadas cerca de 300 pessoas, das quaes 100 na capital
e as demais nos diversos municípios; sendo para notar que a maior parte se compõe de
. estrangeiros. Durante o mesmo período houve em toda a provincia 669 óbitos.
- 8 4 -
Santa Catharlna
Comquanto, diz o respectivo Inspector da provincia, nao tenham podido ser remo-
vidas diferentes causas determinantes que contribuem para que mio seja a cidade do
Desterro das mais saudáveis da provincia, todavia com as providencias dadas cm r e l a -
ção à boa hygiene e postas cm pratica as oxigencias das distinctas commissões sanitárias
•nomeadas pelo E x m . S r . D r . Francisco José da Rocha, ex-Prosidente da provincia, e
com o auxilio da Câmara Municipal, observa-se que a mortalidade na cidade,
apezar das circwnstancias anormaes em que nos achámos no anno passado, diminuiu
consideravelmente, pois que, tendo estado em luta a populaçTo com duas' epidemias,
embora não muito mortíferas, decresceu a mortal idade em 61 casos, tendo sido a de 1887
de 383 e a de 1888 de 322.
Tem o referido inspector plena convicção de que, removidas certas causas de insa-
lubridade, adiante especificadas, diminuirá muito sensivelmente a mortalidade que, com-
quanto decrescesse bastante de um anno para outro, ê comtudo ainda exagerada r e l a t i -
vamente á população da cidade.
Com respeito ás epidemias, informa-nos ainda: « duas foram as moléstias que grassa-
ram epidemicamente nesta cidade, no decurso do anno do 1SS8, e estas foram o sarampão
e a coqueluche, ambas importadas por immigrantes.
« O sarampão reinou com máxima intensidade na capital até o mez de Seteml-ro,
revestindo sérias complicações, e bom assim no arrabalde chamado Sacco dos Limões e
nos logares Estreito, Barreiros e Capoeiras da cidade de S. José. >
Tendo apparecido também com caracter epidêmico o sarampão e febres palustres
no arraial dos Ganchos, villa de Tijucas Grandes, Nova Descoberta, Canellinhas, Moura
e Nova Trento, determinou o mesmo E x m . S r . Presidente que para a l l i se dirigisse o
Inspector de hygiene provincial com ambulância de medicamentos, o que se cumpriu,
conseguindo de prompto combater o mal.
Foram fornecidos todos os recursos médicos, grátis, a 274 indigentes, sendo muito
maior o numero dos que medicaram-se á sua custa.
Houve apenas 4 óbitos.
Os serviços medico e pharmaceutico são muito regulares, na provincia de que se
trata, porquanto não lhes falta pessoal technico e competontemente habilitado.
Com referencia à mortalidade, consta do relatório apresentado o ssguinte :
Deram-se durante o anno 322 óbitos, menos 61 dò que em 1S87, não sendo maior a
diferença, em vista de ter a cidade, como já foi dito, lutado com duas epidemias, as de
sarampão e de coqueluche, produzindo aquella 17 óbitos o esta 5.
Ha uma lastimável desproporção entre a mortalidade das crianças e a dos adultos; .
foram registrados 150 óbitos, não comprehendidos nesse numero 16 nascidos mortos, o
que perfaz 166, mais de metade do obituario geral.
Tal desproporção é attribuida não só ás variações bruscas da temperatura, a qüe
está exposta a cidade^ como ainda á mi alimentação.
Sobre o. serviço da vaccinação assim se exprime o respectivo inspector: « C o m o
maior dissabor declaro a V. E x ! que durante o anno findo não compareceu uma só
pessoa á vaccinação e á revaccinacão, apezar dos reiterados convites feitos nosjornaci
desta cidade. Outrotanto, porém, nao aconteceu nas demais cidades e villas desta
província, em as quaes foi praticada, quer pelos delegados desta inspectoria, quor petos
médicos auxiliares da Gamara Municipal.
A propagação da vaccina concorreu do modo efficaz e seguro para quo níío Tissemo*
dizimada pela varíola a população do alto da Serva,* pais reina essa moléstia o p t d e m a -
raente na v i l l a da Vaccaria, provincia do Rio Grande do S u l , mui próxima e em
constante communicação com a florescente cidade de Lages e de outras do centro.
Xão podemos nos referir, diz em seu relatório o Inspector de hygiene respectivo, ao
estado sanitário de toda a provincia, porque nos faltam dados para isso. Pelo reduzido
numero de relatórios apresentados pelos delegados de hygiene bicamos inteirados apenas
do estado sanitário de poucas localidades.
A nao ser o sarampão, que reinou extensa e intensamente nesta cidade, de Maio a
Setembro, podemos dizer que nSo houve aqui alteração quanto ao estado sanitário.
Como sempre, prevaleceram as moléstias gastro-iatestinaes e as das vias respira-
tórias.
Nas cidades do Rio Grande, Pelotas e S. Leopoldo e na v i l l a dé Taquary também
manifestou-se no anno próximo passado a epidemia de sarampão.
Como apparecessem em Maio alguns casos de varíola na cidade de Santa Anna do
Livramento, opinou a Inspectoria provincial pela necessidade urgente de um lazareto
para variolosos, que foi de prompto aceita pela Presidência da provincia, autorisada a
Gamara Municipal daquella cidade a creal-o nas condições exigidas.
Manifestbu-se também a varíola, no correr do anno, com mais cu menos intensidade,
em Cahy, à margem direita do Rio,'no municipio da Estrella, nas colônias de Santa Maria,
da Soledade, Alfredo Chaves, Caxias, Conde d'Eu e D. Isabel. No municipio da Vaccaria
foi, porém, onde se desenvolveu mais a epidemia, elevando-sc o numero de acomraettidoi
a 634, dos quaes falleceram 212.
Referindo-se a esta epidemia, observa o referido inspector que a varíola, cujos
estragos têm sido consideráveis ao norte da provincia nos dous últimos annos,- foi impor-
'tada sempre pelos immigrantes, quasi todos italianos, convindo por isso regularisara
sua internação, fazendo-os previamente estacionar. por algum tempo em lazaretos
apropriados.
Minas Geraos
Ainda nao foi satisfactorio o estado sanitário desta vasta provincia durante o
anno ultimamente findo, pois a varíola manifestou-se em diversas cidades, taes como:
S-. JoSÒ d ' E l - R e i , BomrSuccesso, 5 . Paulo de Muriahô, Varginha, Ayuruoca e Ouro
Preto, desenvolvendo-se nessa ultima com a chegada de um doente, atacado da
moléstia, o qual, procedente da Corte, falleceu poucos dias depois.
Também no arraial do Rio das Mortes febres de fundo palustre grassaram forte
e intensam ente, por espaço de tres mezes, cedendo afinal, graças ás medidas que, com
a maior promptidão, foram tomadas pelo Presidente da provincia.
Nos mezes de Agosto e Setembro manifestaram-se na capital o sarampão e a
coqueluche, atacando grande numero de crianças: poucas, porém, foram as victimas.
Nos de Outubro e Novembro appareceram casos de febres biliosas, tendo em
alguns indivíduos tomado o caracter typhico. Até hoje ainda se observam vários casos
de febres intermittentes benignas.
Presume o Inspector provincial que o apparecimento das referidas febres foi
occasionado, nao só pelo pouco asseio das ruas e casas particulares, como também pelo
uso de fructos mal sazonados, e, sobretudo, pelas águas potáveis, que ordinariamente
misturam-se com as dos esgotos.
Nessa mesma época appareceu nas cidades de Leopoldina e Cataguazes o saram-
pão, acommettendo de preferencia os immigrantes recém-chegados.
Com respeita à vaccina, transcrevo os seguintes tópicos, para os quaes solicito a
attenção de V. E x . :
< Pelo jornal official e outros que se publicam nesta capital, tenho mandado
annunciar que, nesta Inspectoria, vaccina-se diariamente. Com pezar declaro a V. E x .
que a população ainda não quiz comprehender que a vaccina é o único agente pro-
phylactico da varíola.
« S i no Brazil fosse obrigatória a vaccinação, como é na Allemanha, Inglaterra,
Grécia, Suécia, Bélgica, Rússia, Romania, Egypto, Nova Zelândia e em outros paizes,
não teríamos que lastimar a perda de tantas vidas ceifadas pela epidemia de varíola.
A estatística das pessoas vaccinadas nesta Inspectoria durante o anno de 1888 foi a
seguinte: homens 4, mulheres 6, crianças do sexo masculino 15 e do feminino 28,
total 5 3 ; entretanto a do anno anterior attingiu a 787. »
Relativamente a melhoramentos hygienicos da cidade de Ouro Preto, informa o
mesmo Inspector que apenas conseguiu a construcção de um cemitério; faltando a
remoção do matadouro, que é imprescindível, e a canalisação da agua e dos esgotos,"
tornando-se principalmente esta de maior urgência para substituir a deficiente cana-
lisação actual de algumas casas, a qual è dirigida para logares pantanosos e próximos
da cidade.
Goyaz
Si não foi animador o estado sanitário desta provincia, menos é ainda o' d e ' seus
recursos ^seientificos.
Pelas informações ministradas pelo respectivo' Inspector de hygiene, verifica-se
existir, em toda aquella vasta circumscripçSo, apenas 4 médicos e nenhum pharma-
ceutico formado, nem parteira, nem dentista legalmente habilitado. As drogas e pre-
parados medicamentosos vendem-se até nas tavernas, e não raro os donos dessas casas
de negocio, com auxilio das autoridades locaes; têm conseguido arvorar-se em phar-
maceuticos, práticos e curandeiros.
Durante o anno de 188S a provincia, e mormente a capital, foi assolada por vezes
pela varíola e pela coqueluche; para este mal muito concorre a má alimentação e a falta
de hygiene.
Tudo isto reclama promptas providencias, que a Inspectoria local n5o pôde tomar,
por falta dos meios precisos, quer de pessoal technico, quer pecuniários.
O mappa junto instruirá V . E x . sobre o serviço da vaccinação e revaccinaçüo
durante o anno próximo findo.
RESULTADO RESULTADO
SEXOS
D A VACCINAÇÃO DA REVACCINAÇ.ÍO
TOTAL.
MEZES
POrç MEZ
83 32 31 4 0 5 CO
S 13 22 1 ' 3 9 33
Matto Grosso
Em seu relatório annual diz o D r . Inspector do hygiene provincial não ser satis-
factorio o estado de limpeza da capital, e que medidas tendentes a raelhoral-o jà foram
propostas á Câmara Municipal respectiva.
As condições-hygienicas das habitações particulares são màs, pela maior parte,
principalmente no que diz respeito a latrinas o esgotos.
Vão sendo executados, os melhoramentos aconselhados aos proprietários dos 11
acougucs estabelecidos na capital, e providencias promptas já têm sido tomadas no
sentido de melhorar a qualidade da carne verde, exposta ao consumo publico em
mào estado, por nao haver na capital um matadouro bem dirigido, sendo muito im-
erfeito o serviço de matança do gado.
De 1 de Janeiro a 31 de Dezembro falleceram na capital 270 pessoas. As moléstias
mais predominantes foram as do apparelho respiratório e digestivo e syphiliticas;
deram-se vários casos de febre typhica; poucos, porém, fataes.
Os dous cemitérios existentes em Cuyabà quasi nenhum espaço têm para sepul-
turas. Em pontos mais afastados da cidade serão estabelecidos outros, removendo-se
assim uma das principaes causas dc insalubridade da capital.
A Santa Casa de Misericórdia continua a prestar relevantes serviços à classe indi-
gente : durante o anno findo foram tratados 101 doentes, dos quaes falleceram 46,
ficando cm tratamento 4 4 .
>*ão obstante os reiterados annuncios pela folha official, l a v r a o indifferentismo,
e poucas são as pessoas que concorrem à vaccinação, praticada nas segundas-feiras e
sibbados, no edifício da Câmara Municipal. Até o mez de Outubro nenhum vaccinando
compareceu, o que suecedia ha mais de um anno. Desse mez até 31 de Dezembro foram
inoculadas apenas 126 pessoas.
onioLo ao Inspootor C o r a i «lo I l y g l o n o sobro as obras do osgotos nos b a i r r o s
do T^ngonlto X o v o , T o d o s os .santos o Ofllolnas
F. .1"
Quadro tias naturalizações concedidas pelo Governo desde 4 de maio de 188? até 30 de abril de 1889
FILHOS
NOMES
DATA Dl CASTA DATA DO JUSAHS.HTO
O o • sfl
2 NATU&ALTDADB
.2 3 O 91
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tf «a 52 E X
tu
Antônio R i b e i r o M a l f e z . . . , Portugal. Catholica.. Casado.. Marítimo ICÔrte. Catholica. Brazil. 2 de maio de 1888. 36 de maio de 1S88.
Auirusto Rayinundo F e r r e i r a , Solteiro. Artista
3 J o ã o Thomiiz F e r r e i r a Commerciante.
4 Manoel Mosgucra Covas Hespanha. Caixeiro
5 Guilherme E l i s L a h m a n Suécia S. Paulo.
6 Modesto Goulart da S i l v a 12
Portugal.. Corte
4 Manoel Dias Catholica. Solteiro. Artista.
5 15
Luiz J o s é de Abreu ' Casado..
9 J o ã o dos Santos Vicente Solteiro.
10 J o s í d a Silva
15
11 Francisco P e r e i r a Dantas
12 Guilherme Augusto Soares da S i l v a Coüimcrciante.
13 H e r m e n e g ü d o Toixeira d e S e r p a M i r a n d a . Casado.,
14 A r t h u r Joaquim Henriquo Eggers Catholica Brazil. 13
Allemanha. Solteiro.
15 Martin Réo » Israelita.. Paris.. 11 de j u l h o
ia Isaac Nahoa Franca m [Corte. 30 6 de junho
17 A b e l dos Santos < Hespanha... Catholica., Casado.. Empregado na Es,
trada de F e r r o
D . Pedro I I .
18 S e r a p h i a Sobral , Solteiro.. Caixeiro
19 Antônio Igsacio de Brito . Portugal. » Conimerciante.
20 Frederico Augusto de Figueiredo ., » »
21 HygLno de Souza C o r r i a da Costa., Casado.. Guarda-livros.
22 J o ã o lgnacio Torres , » Commerciante.
23 Joaquim-tle Oliveira. Solteiro. Artista
24 Manoel Antônio da Silva , » Empregado n a ' F s - |
trada de F e r r o
D . Pedro I I . .
25 Alexandre Marques C a r r e i r a . w Caixeiro
2S J o ã o Alves da SUva P o r t o 6 de junho
Casado.. Artista
Catholica , 1 de P o r t u g a l e 6 do
27 J o ã o Avelino Fernandes Laranjeira Solteiro.. Brazil
28 X a v i e r Antônio de Podua C a s a d o . . Guarda-livros
29 J o s é Gomes F e r r e i r a Brazil 11 »
Lavrador. E s p i r i t o Santo.. Catholica. ,
30 Francisco Gomes Leitão 13 1 de- setembro
Marítimo ICôrte 15 de junho
31 Pasquale G o r r a s i Itália Catholica. Portugal
3S [Commercianto 20
Francisco Guilherme dos Santos Portugal. [Jornalista.. 1 de P o r t u g a l e 3 do
Catholica
33 [José Antônio L o b o Brazil 20
34 Commerciante
Joaquim F e r r e i r a R e g a i
35 Manoel Antônio do Monte
»
S o l t e i r o . |Caixeiro 23
36 Joaquim do Oliveira B r a n c o Catholica... Bravil
Casado.. Artista 13 i'j agosto
37 Francisco R i b e i r o de M a g a l h ã e s Carvalho. S o l t e i r o . Commerciante 25 de junho
38 Manoel A n t ô n i o Fernandes B r a n d ã o , jlCatholica... Brazil
39 Artista |S2
José da Rocha Alho
40 Commerciante 25
M i g u e l Frangot Grécia
41 Francisco Alves de Carvalho bordo.
Portugal.., Catholica. S o l t e i r o . Commerciante Corte. 3 de julho
42 J o s é Joaquim Antunes Neves 27
43 Joscph A . Oliver Grã-Bretanha Catholica. » »
44 Viuvo... Corrector [30 de junho
Padre Emüio G a l d i Sobrinho Itália Solteiro.
45. Sacerdote » » » »
Joaquim Gomes da Conceição Portugal...
48 Commerciante , 4 de julho 6 de j u l h o
Manoel Martins de Carvalho
47 Casado. Marítimo Portugal., 7 »
Alberto Borges Catholica.
48 Commerciante , 18 21
Albino da Silva Azevedo
49 Antônio P e r e i r a de A r a u j o Marítimo , Brazil....
Emprogado n o A r élCatholica.
6 de outubro
sonal de Marinha]
50 Bacharel Domingos M a r i a G o n ç a l v e s . . da C o r t e . . . . ,
Protestante.. Solteiro. Jornalista 1 de F r a n c a e 4 do 23 de j u l h o
51 Manoel Antônio da Cunha J ú n i o r Brazil
52 Catholica.... Casado.. Guarda-livros., [
Antônio Joaquim L o n r e n ç o Brazil
53 » Artista 21 »
Leonardo P o r c i r a Portugal 13 de- a g o s t o
54 J o s é Cardia dc L i m a . . . . 8 de agosto
Catholica.... Casado.. Marítimo » » 14
55 Henrique Carlos Ambronn Portugal— [16
Allemanha.. Protestante > Guarda-livros., tf 1 «Catholica.
56 Antônio Fernandes da S i l v a Brazil 19 28
Portugal.... Catholica.... Solteiro. Artista
57 ivntonio F e r r e i r a de Souza M e l l o 25
58 João Leal da Rosa Casado.. Brazil.
2 ICalholioa.. \V >
59 Miguel J o s é da Costa Trabalhador... 28
60 Rodrigo Moreira S o l t e i r o . Cocheiro
19 de setembro'
61 R o s a F a r o d a Costa R e b e l l o Casado.. Cozinheiro Portugal—.. 27 de agosto
62 Viuva.... Professora.... Rio de Janeiro., f|Cathoiiea.~.....
Eduardo de B o r j a R e i s 'M . -
63 J o s é M o r e i r a Barbosa C a s a d o . . iCommerciante. ICÔi to... Brasil.—.—, 2>
64 i » CatooUcsu.^-—, 3 d* setembro
Padre Pedro Tezzuti Itália
65 Thoraé Ca*tano da S i l v a Solteiro. Sacerdote.. M i n a s Geraes. 7 de setembro 14 de novembro
Portugal., Casado.. Artista...... 12 de setembro
ICozto. 1 A» P o r t u g a l e 2 do
, Brasil—
- 5 —
FILHOS
Miguel Pereira Cardoso Portugal. Catholica. Solteiro. Artista Corte. .... ... ... ... .... ... ... 7 de setembro de 1S8S. IS de setembro de 1888.
Faustino Henrique Pereira Militar 20 de dezembro
Joaquim Ferreira do Macedo ..• Casado.. Corumcrc lauto. J> ;.ttholica '"i ... ... ilrazil 13 19 de setembro
Padre. J o s é I.uú «tis Almeida Martins. Solteiro. .Sacerdote 18
.... ... ... ... ...
Manoel H c g e s do Aguiar Cosia ... ... ...
Manoel dos Santos Pereira Casado'.. Couiuierciante. 1 •.. "i JallioJica 1 ... ... B r u i !
Álvaro j o s ú da Costa Miuas Geraes. t ... ...
Francisco de Oliveira Alves
i4 4 ...
.... ...
Manoal Caetano de Oliveira Curto 2S G oe outubro
Antônio Augusto de Almeida Artista * i .... ' 7 ;atholicn ... ... Brazil
Augusto Ferreira Hastos » St 2 3 3 1 ...
J o s é Martins Fagundes í e r v e r / . e da Inspe-
ctoria das Obras
Publicas i 1
Ângelo Agostini Itália Artista Si l i 2 1
J o ã o C o r r ê a da Silva Portuiral Coinmerciante
.Manoel F r a n c o .... 13 de outubro
Antônio Augusto Pinto de Siqueira.. Catholica. Casado.. Professor j Catholica " i .... Brazil
Antônio Ribeiro Solteiro. Artista
Antônio da Silva Malhciros Guedes.. Viuvo... c .... P o r t u g a l . .
Feitor .... 2 :at'holica
K a u l Merttciis Ulex.anlia. Casado.. A u x i l i a r d a Es
trada de F e r r o
I). Pedro II 0 de dezembro
.... 1G de outubro
Tnoinaz Driendi Solteiro. Artista
Antônio Manoel Ribeiro da Cunha. Porta s a l . Casail o . . Caixeiro ü Brazil..... 22 dc novembro
•i C Catholica
Domingos Lopes da Cunha 7 »
Couiuierciante .... • •.. .... ....
J o ã o do Aguiar Cardoso 22 de outubro
Trabalhador......... 1 .... . . . . Catholica 1 .... .... B r a z i l ! ! ! !
Casimiro Tho:naz dos Santos 3 de novembro
Couiincrciante 3 i i 3 w 4 .... ....
Frederico Guiihe:\:ic "Wciss Rússia 30 de ootubro
Professor
J o ã o Mucas Paraguav S. Pedro do S u l . • *. •• • • • • • •........••.•>.•.-. .... ....
Amaro Doziiasos CVriilo Portugal Portugal. 3 dc novembro 3 de novembro
Catholica. Casado.. Artista Curte i 1 Catholica 1
Aagcln M a r t i n M o i a de Caaole Franca Solteiro. .... Y.Y. .S 12
Agente coininercial. Minas G e r a e s . . . .... » >
Osiãs Marcovix Itália Israelita. . Casado.. Commerciar.te Corte 10
Edmundo Y i c t o r Mariel firã-ü.-otanha Catholica. Solteiro. 19
Estudante
Francisco Paulo Simone Itália Escriptur. da Socie-
dade U n i ã o Ope- 20
raria Italiana...
97 Francisco Y ; o r a da M a l t a
;
Portugal.... *
A bordo... .... .... .... .... .... ....
J o i o J o s é Pereira Jur.ior •
!» I Abram Eidcisteir. Corte i de dezembo
J R o i . i a n i a . . . . - Israelita.. Solteiro. .... .... .... 1 <Jc dezembro
100 ÍAdolpho Iiersstcia Couiuierciante.... .... .... ....
Aust.-Iluagria Artista , »
101 '.loão dos Santos ••• P o r t B B i l . : . . . Catholica .... .... * »
1G2 Jos.- Antônio .... .... .... > »
ii>3 J o s é Xavie:* Serv. de pharmacia ....
» j. » »
10 í N i : o I i u l.adaisi do Pasclioa'.'.' Itália .... .... .... 10 9
103 Adoip'10 (Ia Silva Mattos Trabalhador .... ....
Portugal.. 13 9
10.) J o ã o Jos> Queijo
: Caixeiro .... .... .... .... .... .... .... > 9
10- R i c a r d o J o s é f e r r e i r a Maritimo .... ... • .... .... .... .... 9
10S Joseph A b r a a
Casado.. Artista 1 j> .... 3 Catholica 2 .... .... P o r t u g a l .
África.... >
10J Ijosé Antônio de Araújo Miranda
Israelita Couuncrciaatc o 1 .... 3 Israelita 3 .... .... Á f r i c a . . . . > 21
Portu~.il. Catbolica.... Soíteiro. Militar
110 Joaquim Marinho .... •• * •• • ••• • • • • •. •.... «»
» 31 »
111 C h i s t o v ã o Pereira G o x c s Viuvo... 5 \ 5 Catholica s 1 .... B r a V i i ! . ! ! 26 dc janeiro dc 30 de j a n e i r o ISSO
112 I Francisco L o i s Passos Solteiro. Artista 2S >
Hcspanha.... Comnierciante .... .... .... .... .... .... » • 20 de fevereiro
113 ] Eduardo Y a z "Portugal i dc fevereiro
11» ;Feliape Nogueira de A z e v A l o . . . . Caixeiro .... .... •.. •>> .... ... 9 S
Viuvo. o .... ... B r a z i l . . .
m
113 I B c c i a r a Ilo'uéri Procurador i i Catholica
Franca 9 9
115 IJeaa Bouéri .... .... .... .... .... .... ... 10 .
Catholica... ..•solteiro. *
11T D r . L u i v r » Friedrich Oito Thcaiior Scurcir.e
: Coiumerciaatc 1:> 13 dc m a r c o
Alieinar.ha.... Protestante. .1 Medico . •. • .... .... .... ...
113 L u d w i g Friedrich M a l h i a s Sciireiner 1 i!a Alleraanha e 1 do
Casado.. Architecto .... Protestante •...
- » »
Estado Oriental.
110 Alberto F e l i x Theadoro Sclirciner * 9
E s t . Oriental S o l t e i r o . Estudante 1 >
....
120
121
122
Manoel A n t ô n i o Ribeiro Bravo
Anr.ri do V a l l e Ribeiro
|joS" Ant.mio i ' e r e i r a da Cur.iia
Portucaí Catholica.. C a s a d o . . |Co!nnicrciante
Solteira.. Professora
*
""a Catholica "~3 :::: Portugal 23 9
9 dc m a r ç o 13
IS
»
123 Antônio Urbano C a s a d o . . [CoinraercLantc " i Catholica " i ... Brazil 1(> • 30
S o l t e i r o . Artista 23
12> J o ã o Jonqui-:i • >> <
... .... . * ... Portugal »
2G
C a s a d o . . Mariti'no ; í , Á Catholica 4 .... ... Brazil 7 »
123 J o s é M a r i a d a Costa Figueiredo..
-
m
9
12 i Car! >s Auí:ii*to Guilhcriae Schvrache Lavrador Minas 'Geraes., ... i 1 .... ... 30 * 1 de a b r i l
Aileinanha.. Protestante., Protestante 1 ....
127 Carlos Sci>re:ncr » »
N aturalista Corte ... .... ... 9
12* Victor Levy So.teiro. ... ... .... ... .....«••«•»•»>-•>
França » 9
UJ J o s é Fernandes da Costa Israelita Cfcírimerciante
130 Jos-! Pinto
v
Portugal... Catholica.... [Cocheiro ...
•» *
»
131 Vicente de Carvalho Trabalhador . •. ... .., ... 9
132 | j o ã o Manoel Pires J ú n i o r |Cochciro ... ... •« ... 9
133 Leopoldo Ivahn R i o dc J a n e i r o . 27 dc a b r i l 2J
13 i Allemaaha... Israelita.... Solteiro. ...
Francisco Taranto - Coinnierciante Curte
Itália Catbolica... Viuvo... Sscriptur. da Socie-
dade Italiana de »
133 | j o ã o Cerrone
13ò Antônio Ferreira dc A l m e i d a . . .
Portugal Catholica iSoltoiro..
Beneficência
Barbeiro
...
: ... m . 9 9
9 30
. ... . . . . ••
FILHOS
a
M
a
M IDADSS ESTADO
O SEXO
m DATA DA C A B T A DATA DO J U K A H S K T O
NOMES PÁTRIA RELIGIÃO BBTADO psonssÃo «SIIDIHCU
Masculino |
a nKLiaiÃo CR M NATURALIDADE
o o
Menores
o
Maiores
Viúvos
tf
M
a L. C
3
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» S *3
X o •JI u
(h
3» Direetoria ria Secretaria de E s t a d o dos Negocie* do Itapcrio, em 17 ie maio de 1889.—O D i r e c t o r , D r . JxqüimJosi dl Campes 'da Cosia tfc Xeitiros c Áüujuerjuí.
Qnaãro ias natatoes pe, sepndo as comiicacões receias na Secretaria de Estado
ios KepÉs io Impeiío m 1 ie MO ie 1É até 30 ie aMl ie 11, foram
omita pelos Presidentes ie província.
do Estado dos Negócios do Império, desdo 1 de maio dc 1888 até 30 de abril de'1889,
Quadro das n a t u r a l i z a ^ oaie.segimdo a , — c a ç õ e s Presidentes dc provincia
DATA DO J C U A M K N T O OUHEBV.VÇOitS
1IATA UA CIIIT.V
s 9 r.
NOMlíS tf
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Jol::ir. Ma:::;:
! jK:o cie Jar.oir
Portc^-al Caliiol.ca.. 21 do d e : . » »à
AMíoaio J.iaiju::: Foraan.ies 'Saala Catltariaa...
Casa-lo.. I [iS de julho de 1$S> 2 de agosto de lSa<>.
Aat.ia'. i Mar:i ie S-iuza » * ò ' »
líornar-iiliO RoJ.r-_-uos 'ie .\l ::e'.l."
-
Pc.lro do Sul.. Tom 7 filhos.
S.<slsiro. » do 1SS7 |23 de junho (ie 1NS7
D.rjiia.ios N.aso ipa-::re: 3 >
Casaco..
João Caribjni Coi-.iuo > dc ISSõ. 110 de agosto de ISSõ.
Prússia
Mataias 1'auly ii »
Bc:iod:cto Mentea agosto 13
Portugal
'J .Beraario Josi- L):is Pero ra VIUV.I ... O
!•.;.;;;• ;
10 [Oor.slanlim Malr.ali Cabalo... 7 »
Francisca Fernaa íes iic 01;'.vira. Portcvai
11 Sollo.ro. . 11 .
12 Jo:"i> Alberto V i l l í c Noelzoii \:iv-aa:::::i . . . Casaiío...
13 Ar:io:::j Joaqui::] Alvos •:.'. íUva. Portcral 23 de n a i o de 1ÍW7.
(!c ÜS7 |Te:a 3 filhos brazileiros
li Manoel CJ"I:IO Gonçalves 5 dc out. de ISSo.,
Austria-llua- S »
15 iuari J ' ltitter Agricultor . . . i 7 de a b r i l de 1SS7.
L"r:a 3 »
Al!e::iar.'::a . . . SSdejan. »
16 Fre lerico Scliieielaein 27 dc a b r i l - 11
Cataol-.ca... 7
17 lioaerio N.iscbií! |lôdefev. »
Protestante 6
IS D.iaiel Veiso 7 do a b r i l »
10 Carlos Jaancr " |2S , de 1S84.
20 Carbs P.aiMat.: 22 de fev. de I S i l . . 11
21 C:irli>s Ilorpo l.a.vra'.lor . . .
Prússia. Cataolica....
22 Jac íb Wobor 14 de n:sr<;o de lsoS 4 de a b r i l de l i S S .
23 Henrique Vier 27 d c fev. ' , » > »
J - ã i i»aV: Bahia | » d c s c t . c 1SS7.. [31 de out. de l a b . .
Francisco Couto lulia
PorV.l-a'... 2 de agosto de ISSõ 14 de agosto ISSõ.
p.vj'.:s:> J c s í dos Santos 19 » •
Ar-tonio Pereira i )S Saatas S. Peüro co Sul. lô »
s;>ar...a... .>o.t\\ro.
2S Carlos Parota y Pa-iris
r'.a_-ai.... Casa,:o...|....
2J _J )s- 'ia Silva Machaio
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FILHOS
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Menores
Solteiros
HKLH.1ÃO B NVft-lUl.lDADK
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Pedro K i r s t Alemanha Protestante... ;Casailo. Artista S. P e d r o d o S u l . í 4 6 Catholica... li ... Irazil 14 de agosto de 1SS7 S de agosto ile 1SS7
J o ã o Adam Thoinaz F i l h o Catholica.... Colono SI 4 .... Ü » li
Jacob Òcbs Protestante. Artista sl 3 3 3 9 - .
Germano Henrique Carlos von I l o r s c l . . . .
Colono
.... ....
":>' 3 Protestante iirazii • * ii
Adolpbo F r a c k e
Frederico Guilhermo Schoenberr w 3 G 0 13
Eduardo Frederico Guilherme F r a c d r i c h . 3 4 » 4 ....
Thotuaz P e t r y '. Cotliolica..., 3 "T Ó ;atholica... 7
17
JOÃO Foesch." Protestante.
sl 4 4 Protestante li ....
Augusto Beling
-> s> 3 ....
C a r l o s Gottfried Schulze Solteiro . .... .... Protestante 2 Brazú!!!!!.'!!.'!.'."! 19
Guilherme Tiuimes.. Casado..
30 » • 14 dc maio . »
Baptisia Gio.-anni Itália Catholica...., Agricultor .... "atholica... itâlía
Peruffo Alexandre Lavrador " i
Giaeomoni Giuseppe • Artista 1 l 1 da I t á l i a e 1 do
Brazil
Casa-Grandc Clemente Coniiiierciante. 1 3 i 2 da I t á l i a e 2 do
.... Brazil * » »
Mantuani A t t i l i o . . . Lavrador .... .... » 0
.... Brazil - -
Tarter L e o n a r d o . . '.(•
Galdoni Giuseppe..
0 "4 C a t h o l i c a . . . Brazil.....)
Bertuletti l . u i g i . . . .
9 í .... 3 3
Giuseppe T a g h a n i . . Commcrciaatc. 1 1 1
Torneai A n t ô n i o . . . Lavrador 3 3 da I t á l i a e 4 do
* * **
Heariquo E n r i c o n i . . i 1 1 • >
i r. 6 G 3 da I t á l i a c 3 do
Bortolini A n t ô n i o . . Artista » > »
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100 O \ 4 2 da I t á l i a c 2 do
Ducati A n t ô n i o . . .
.... » w » » 9
0 9 » • »
101 Loaranzoni J u i i o . . Professor t
102. K o v e d a Giovauni. Coaimcrciar.te.
1
.... * 4 1 da I t á l i a 0 3 do
1 .... » » • » 9
103
Carlin Joani
Conin Vicenzo
Pompermari Doincnico.
Artista
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110 Izidoro Ducati 3 ... . * • • » z*
3 G 3 da I t á l i a e 1 da
111 Crivello Antônio Artista O 3 3 • » • » 9
112 (.'baldo G i o r d a n o . . .
Damasio G i o v a n n i . .
Lavrador
•t "5" Catholica... Brazil * •
113 Conimorciante.. í"
114 De C a r l i F r a n c i s c o . Lavrador 3
G G .... .... 3 da I t á l i a c 3 do
Brazil , •
lf> L o n g i Antônio Solteiro.
116 Corti fiiacomo Casado.. •»
3 .... Catholica... Ü .... .... 2 da I t á l i a e 3 do
117 Ecsi.aquio L u i z 3 1 da í t a l a e 4 do
*• *> » » » m 9 9
3 30 do agosto »
115 Clemente B r e u n n . . . . Allemanlia . Colono 1 4 3 2 17 do j u n h o »
1W Carlos Mansfeld Prússia Protestante.. Artista
.... 9 de set. ne 1S86.
ISO L u i z Ilaiser S» "s' i "è Protestante
Comincrcianle. 10 de julho de 1887.
121 J o ã o J o s é Sehl Catholica •» : i \ 2 de a b r i l »
122 Fclippc Wagner Protestante., "3 ""3 " i Protestante
123 Santiago M a y d a n a . . . Republica A r . Artista 9 de maio »
gentina. Colhoiica.. Solteiro.
124 Francisco R a i a i a n a . Austria-Hun- Barbeiro
.... 23 de abril »
erria 3 Catholica.. 3 ...
123 Jorge J o h a n u . . . . Allciaanha . . .
Casado.. 1 2
3 Ür&zÚ \ \ . 17 dc junho >
12'. Súnon O h l e i n . . .
Artista 4 A 3 * » 9 9 ue maio »
Lavrador 3 4 1 1 13 dc agosto »
127 Jacob Grann" Conincrciante. 1• S 1 8
»
12* Augusto K a r t b . . . g . 3 » 3
12!) GtnUif rai <r K l e v c r Protestante.
Artista 1 1 23 - - 19
Solteiro.. Coxinerciante.
\\"\ . ...; ... . .'.
9 »
130 CarlosJileVer.... '.
— li — - 15 -
FILHOS
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Allemanha.. Protestante Casado. Artista... S Pedro do S u l .
• i 3 3 23 de acosto de 1SS" 19 de acosto de 1SS7
131 Chrisiiano Sehwartz Cuthoüca.. 1
132 J o ã o Pi'.:.-o i l o n / c n Calaolica... í 3 .... 4 Brazil. 21 2.)
Colona... 1 3 • >» • ò d » » »
133 .Vilão Kcssler :i 3
1 2 • .\. » Tk >
131 T:!i'o<!oro Stolbeu 4 li
10 21
ir> J o ã o Schovendler 1 do Paraguay e !
1 3. .... Ü
L u i z Baniovit.! l'i de agosto de ISSj
do l l r a / i l 9
13J 20 . . .
Protestante. 1 3 •\ Brazil 14
Alberto Ca ris 1 I 3 de julho de lSSíi.
Itália Catholica. . . 2 de set. de 1SS7
.137 Saltou Vicenzo a.....
Allemanha . Protestante. 2 7 di- atrosto d e l ^ l
as J v r p r Hoarique Ahlers. . . . 4 "»
Brazil
131 F r e i í e r i c o Schofor 11
%
» * >
110 Jorçe Huicr , 4 » » »
111 Frederico M e r g
» » >
H2 Frederico S p r a n l e i
C a r l o s Augusto Schraaiir.el. Austria-IIun-
113
Protestante... Professor. . .
111 ?f -
: a
Allemanha.. Protestante.. » 7 »
Co:n:nerciante.
1:)1 Augusto Kieneling » >. » » 9 .
l'J2 Jacob Müilcr , Austria-Hun
gria..., Agricultor.. 3 da Á u s t r i a o 3 do
Brazil 6 dc set. de 1SS7.
103 J o ã o Baner Ai.catanha. Brazil » » »
191 Aucasto Knaert., » » »
Colono Tera G filhos, sendo 4 b r a -
193 Guilherme Plautz 5
Agrxultor zileiros e 2 aJJemães.
193 Otto R o a 6 Tem 11 filhos brazileiros.
- 16 - — 17 —
FILHOS
SKXO IDAUK
DATA DA CARTA DATA DO J U U A U K N T O l onsLKV.içuKS
N O . i l ES HKKIDENCIA
V.
111: L: .-.no
Masculino
tf.
c 0 NATl'H\LID\nK
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RKSIIIKNCIA
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27.-
27:»Vc-d.ui I.-r.r.cr.
2-0 i . Iia:.Li-::i S t - ; e i Padre)..
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Solteiro. Sacerdote.
!)-i::-:n;o'! K A ; : : i ' ! Ferreira.... Casado..,
2-2 fari s Siri:::::: .lur.ior S. Pedro do Sul..
2-3 C:ira:!:b i{a:ir. Agricultor..
2*i Colono
J .ã • Krealiberg
295
2>3
2T--'
11 v:i.n~»i P,araa»:ii
ante
•"li-ise;:;.": Varr.ieri
Artista
»
França.. Indii
Itália.... Arti:
— 21 —
- 20 -
FILHOS
UÜStDK.NCSA,
iti: L I 3 1 . . 0 , UQ
NOMKS m NMXllALIDADK
•5
J
J
da Á u s t r i a e 3
Austria-Ilua- 1
Protestante IJ de s.;t. de 1 S Í I . . 22 de s e t . d e los7.
323 Gi3v:i::rii llaiitista N . c . i l o J e . . . Casado... | Agricultor S. P e d r a da S u l . do B r a z i l
i;r.a Catliooca
; da I t á l i a e 4 do
i Art.sta itrrtr.il
327 B.irta.o M a r i a i i i Uai* ' talia
Agricultor Áustria
32S Francisco V i d j a l t )
32.' Antônio Sc:.ya | Austria-Ilua-1 Artista llrazL
|Co:.:.i:crcian'.e.
330 A n t i a l o Mirando'.!
331 .Miguel C a h n l l o Solteiro.. Agrii.ensor.... ilrazVl.!
3.12 Bartholoineii Bianchio Casado... Agr.culíor
l A l l e m a n h a . . . . i Protestante.. Protestante
333 Daniel Carlos Ilolderbamu Colono
33» Júlio Drcher 22 do fov. de 1SS1
33J Carlos Becke! Coiamerci.aníe. Catholica...
!'Itália 20 de set. de lá»""
33 J Francisco P o n t x e ü i Lavrador
337 Matluas Backes .1 P r ú s s i a | . • 21
33»' •oaarrio Meckiag . . Catão.ic.-...
Artista
Lavrador
Protestaate io ! ilrazil
JAÍ> naaha.... Protesta:^ 2St de j a n . de 1S8S. 'J de i u u i dc Ü>»!S
33J a.» Pedro Dappar
31Ü .1 P r ú s s i a .C.itinlica.. |30 ilo set. de de set. de ISÍT iTeai 7 filhos hrazileiros.
C h r s t i a n o Paul R i o do J a i i " i r í . . .
311 los-'- Aiiredo Pereira C a z a e s . . . . portu.-al I * S. P e d r o do S u l . Il3 » * I
Colono íirazii
312 J o ã o Perske .Allemanha....'Protestam Protestante » de l S 8 3 . . l T c a i 3 filhos.
AgricuPor
3-13 Germano !)or:islei:i Coiainercante. S de agosto de 1SS7 1
Brazli
Tem 7 filhos.
331 Tolippe Saeca'. Prússia llnjonfceiro..
332 Carlos Otàon Knuppei Allemanha.. Protestante.., j
Catholica.. .BVMÍL'""'-
333 Henrique Stroccius Santa C a t h a r i a a . . , » s."> de out. ue •-
331 , Manoel > atoai) F o n l " .';Catholica . . . 17 de julho dc 1SSS. 17 de j u l . <!o
»
333 jjoaqiiiui J o s é V i e i r a :'. •lSdejaiho * l S d e j u n de .
330 Ijoar.nim M o r e i r a Ji:a:-: Solteiro. • iSerP!»
de a b r i l > S l . « abra <^ •
317 [Feliâpc J o s é Vianna .. • |A:.-ica .1 B a h i a
Casado.. intaCatharir.a.. Brazil 3 de ou'., de 1SÍ7. 2S de set. ce i»5-
1
33» F r a ã c i s c o Antônio Gu .;Porir.?.al 'Co.aiiierciaate.. Protestaat
33J •. Pruss.a Protestaate.. S . 1'cdro d o S ^ l .
Thoodoro Kopp
3Ó0 A u r i s t o Pazon::a:r"a., ,Art.sta.: ' i da Itália c 2 do
3.11 Auírusto Harrhcia Catholica..
3ú2 [Gicsoiiiie Leonardi Itaiia Catholica.... Co:a;::erc:.iate.. ' Brazil
Brazil
3j.'i OMr.a Pietro 22 dc agosto de
Lavrador 30 de set. de
3òi Nicol.lu Frederes . . Prússia.
Art.sta
1ÍÒ3 .los- Sca:r;:di . Allemanha...
Lavra ior -
> de ISSO
3jò P e i r o Sçaaii*.'..: • Prússia
Protestaate...' i Artista
307 Jacob Kack • |Allea:.aaha...
3iS
3o9
l « liieraie Thormniin .
' Bernardo Sci:a"i: Juaio ....|
'Prússia ! . I Lavrador
Cathoiira Viuvo..
3T0 Miguel Sc!:ne:i"r !Casado. 1 | '.» |Cat!io'.ica.,
371 Agr-cultor...
Jacoii Riiiiel
3T2 \;a;i:ne!li Gi.anni, Itaia
37;; Coleno 2 «ia Allemanha c 1
\ d ã > K.rs!
37-i -José Guiir.er. Heis. Ai;i':aaaha.. do B r a z i l
I Brazil
373 Jaroo Schrai-ii
Protestante Coa:::.erc;.ante
37-i j li.li.eraie Herder 4 ü e jun. u e i w
Catholica... Art.sta Tem 3 filhos.
L-or.:ir'ii Mocking . i Pruss.a | 2 de out. de 1SÃ7.
37» Au.-usto Potiaoil. .! Allemanha. Colono I1 4 de junho do ISSO.
37J !•> iicisco Il'*r''nhai:ser 124
s dc j a n . do 1SS7.
3v) Pe Iro i í e r r a i a n n Brazil.
Cathoiica...
3 i l Israel <ius Santos itüici.-o. Rep* Orientai |l7 de agosto 18S0. » de agosto de ISSO
de F r u i r u a ; Viuvo...
Casado..
1
car-lo Ileek-aann. All":a.ia'aa...'. l i de f e v . de 1SS7. 23 « «»'
3.S.1 T i i " 1'ioro Uuniepne I..
3M to L u i z D a l t r i a . . lllalia 'Solte i r o . . ' . C o l m o . | í" da Á u s t r i a e <1° 10 de fev. dc 1SS7.
Brazil 24
3S3 '/>r.i ÍViovar.ni Austna-ilua- ->0 d» j u l h . do 1SS6.
í-ia .; Casa-1 o . . .
" de j u n .dc l.t87-
1 de Julho de »
3~i N x >:.in S e h a a í t Prússia Brazii
Catholica., 11 de set. de 1S87.
3»7 j ião Wolschik Austr,.a-Ií;m- 4 de n o v . dc »
gria Catholica.... Agricultor. |20 de out. de »
3SS \L-ua-*.-> Paulo Sch.ra; All»':r.aa::.a... J iSolteiro. . Colo i o . . . .
3Sit i n : > r r » Spielberg.. • P r o l e , tautí'.. C a s a r i o . . . . A g n c u l t i ; r . | í ' i i a " i t ã í u i o 4 do 29 dc set. de >
ICoiauo.... Catholica.,
390 Francisco M a r r o c i . . . lllalia.' Catholica Brazil
- 22 - — 23 -
FILHOS
RCSID1C.NC1A
NOMES DATA DA CIRTA DATA DO JURAMENTO OnSURVAÇOISS
i = 1 V NATCRAI.IIHDK
FILHOS
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\7. •>
s V.
.... 31 de o u t . S de n o v .
4 9 \ugasto Rodrigues Scttc Portugal.... Parahvba . . 4 1 Catholica... 9
íú de dez. 23 de d e r .
500 Domingos P e r e i r a da Cruz 1 2 > 2 9
5 de j u n h o
301 Ant;>nio J o s é R i b e i r o 2 .... 1 •> » •j .... 9 N ã o consta a data da c a r t a .
ii 3 .. •• êb"ii>" s c t ! ' d e 18S8 27 de set.
302 Carmino L a i n o Itália Solteiro. 1 5 0 .' . . . . 9
14 22 Legitimou os filhos.
503 Jasé Tavares L e i o d e Gouveia . . . . "ortugal.. Viuvo... Peraimbi 1 1V .... 2 * 0 .... .... 9
11 ie nov. de 1SS7. 16 dc j a n .
Ml Domingos Antônio Pascoaic Itália':.... 1g 3 .... .... .... 9
Casado.. 0
• > 2 1 da I t a ü a e 1 do
3 j a n . dc 13S8. 1 de í e v .
de
Francisco Alves L o u r e n ç o Brazil
P>rt.igal.. 22 de
fev. * 21 de .fev.
,Francisco de Giuscppe C o i i - n o d i o . . Itália 5 .... .... 5 5 .... .... B r a z i l
Solteiro. 26 de
março » 26 de m a r ç o
17 N c h a s l i ã o Gonçalves Fernandes. Portugal.. 20 dc
abril » 7 de a b r i l
li |Do:iingos Alves Ribeiro .... .... .... .... .... .... ....
Casado.. ôcrgipc Catholica... Brazil 25 de
set. » 23 de set.
>' jAnlomo Vanocl Ribeiro Solteiro. » »
0 , \fijnso L a u n a ítala .... .... .... .... .... . . . . 2S dc j u l h o de 1SS8. 23 de j u l h o
311 i J o ã i Gonçalves Martins Fiiho Bahia..
Portugal
I.uigi d'Ancoua Austria-IIun-
Casado. "1 2 5 .... C a t h o l i c a . . . .... B r a z i l 27 » » 27 ,
gria Solteiro. G do agosto » 6 de agosto
513 J o s é Rotondano de F"rancisco Itália .... .... .... .... ....
Casado . Catholica... .... ítaíia 23 23 »
1 I Francisco Mendes dc M a g a l h ã e s C o s t a . Portugal 24 24 >
1>1 i j j o ã o J o s é Loureiro : .... 4 de set.
31 i 1 \ n d r é I.aporte África "2 .... "*3 Catholica... " Ò .... .... B r a V i i ! ! . ! ! ! . ; ! ! ! ! . ' ! 4 do set.
Solteiro. 12 12
517 J >sé Alves M c c í c s Pereira
"*4 • • • •
Portugal.... Casado.. 19 19
5 H Antônio M a r i a V i e i r a
0 Catholica... " Ó *. .... B r a z i l 9
27 27 9
51 1
J o s é Domintrues da S i l v a .... .... .... •••• .... .... .... "•" • > >
520 Francisco Pinto do Oliveira Atrica . . . SoiUüro. .... .... 2ti 23 >
521 Rraz Orrico Itália . . . . ••
Casado.. i "*5 *4 5 3 da I t á l i a e 3 do
522 N i c o i a n Orrico Brazil G de junho 23 de agosto
5.11 I j n ã o Rodrigues F V r r l l o 1 1 .... Italia 21 » 21 9
Hespanha . Casado.. 4 do o a t . 4 de o u t .
521 | j o s é Ferreira de Souza B u g x h o Portugal.. .... 2 Catholica... 3 .... Brazi'
» 6 de agosto 24 de set.
52- jSamuel Daniel '. ). Allemanha . Solteiro.
2 1 i % » 1 .... » 10 de o u t . 10 de out.
.... .... .... .... .... .... * -
F. 4
- 26 - 27 —
FILHOS
7 N * T I : I U I ::>M)U
>
tr
>
•i
IS»».!
r.i2 Antônio M o r e i r a Comes Viuvo... 3 Ie se de se'., de
513 Man>'S Augusto Av M.i!i>iro* Ser Casa-! o.. 2 . ...e julil-o .1" » cie agosto de
Ant mio Peso Catiiolica.. 2ri de .'osto Ie » dc se'., dc
1 •! 10 de set. i.e
Manoel P i a i » Monte: ro * • .\'.:r.tí
Manoel CoOiiealv.s Loi-. »?. 1
1 j... !'Í!ra.:.ü •3
:i-'-na:::;a.
Ant.nio Joa.;ui:i: F e r r "ira porlucal. 2» Ce s e i . ue 1SS7
5tS ü r a z Taraco I:al..-. | ò de s e t . de iSà-
V.'i M a m e i de Oliveira "Bittencourt.. Viuvo.. |20 de set. de »
Pírtai-a!.
::c Tc".:ic .o (la Cunha T":x - .-a
: :
|17 ti" acosto de » l i o
551 Francisco Carvalho e Cun'.'.a '• l.o -de set. de . »
552
:>53
Manoel José (ie Carvalho
i r:i::r.:sco Ferreira R i b e i r *
;
i*
!
Casi'!Õ! .1 • 9 de acosto u.« »
531 J o ã i F c r r e i i a de M e " > Cathoiica . de out. dc
.inr.i/:!.
1> » ile set. dc
553 .Tos.'- Ribeiro ri->s Santo- Alves., 1 • 3
lie set. de » de out. de
53* .loacijiiri Antônio Vioi.-:>. M a : a . . . S ipe.r.i.. 'ie i-ut. iie ' » de d e / , de
537 J is.i Mead<-i i a S J v a C.IS.VÍI..!! de set. de 1SSÍ de í e v . de 1SS9.
55- Francisco Cu-tod:o 'Ia Fonseca. Catiiolica... Braz::. j a n . de lí-<s de a b r ü de
559 .Mar. e| M a i - r - i r a Jur.i ir de íi.are..) do 1SS.
500 .Ios. Mataias cia IV sa !•>•'.Ias...
;
" I de a b r i de » de m a r ç o de
Ml Domineis Caraiaeii: ita.ia j S . ) i t « i r o . . Coniü.ercian R i o ile ,i 2S de j a n . de 1SS9
Car!:> Frederico Goiir.-T tosl.-.nte.. Cas.".'io... P::ar::iacu'
de j a n . dc N ã o consta a data da
Paraná..
Ai.Vinar.lia . carta.
503 .1 lão Gaisier i 7 dc agosto d c l > S í . 2 3 do agosto dc ISsS
iniilaerT.e lierg-.aar.n p.-ussin
567 »:il.i;- B o r r k . Pr .testante 'llrar.l 12 de out. (ie 1SS7. d? iuiho de
i'ro'.">'.ante.. Santa Ca! 3 |.
rry, \ n i r ••• B a r b i Aileir.aniia. Cat:i<)!ica jCatholic.i... 5 !. I 9 lie m a r ç o de l S í i
Ca ri s Ivra":::'.'r I 20 de junho de »
Itália dc Junbo de
Jali i iMc!:t"r P r o t e s t a n t e . . Casa.lo. |Cat:: ' l i ó á , . . •Bra/i!.. IS ce ::i.a:o de •
Aiie-naniia.. ZO de agos to de
.T-ã-> .l-.r.k.. 3 i Í2i*. de julho de »
Í30 »
Otlo Jnng ! . ! 3 1. 3
Cit:i-.:;ca...
f'r'::'.)n) L i : i i :
p.v.i > Ke:*e"nO'iel' Pr itestante *3
ii.at::o.:ca...
lailan'.. ' )) r.e- Beicica
Ii" ::" Monl' iro 1
t. dc 13 ce set.
Portugal.... Catholica Í >oi'."iro. 22 »
J' r • •no Nec •
l
Itália ICati: i l i c a . . .
•h:<*.o.... Ailcaiani-.a... i'rotestante...
Casai-i o..
i Prot">tar.te 2 da Allemanha e õ
i 30 de aposto de 15 »
do B r a n i
Prússia r.atiioiica Catboiica... Br.i.:.! \
F i — l r i o ) Frnncisc o K'>e'.'::'-r Protestante :t » »
Proiestanie
F r r . r . ç i « o pereira N o v a e s Bastos.
.>-'.,'
Porlucni Catholica... 2-5 de set. de >
Cathoiica
liee.T ' l i ' A i l . S-
i:BraV.Í.".'.'.'.".'.'.'.'!.".'" 2S do acosto de »
"2 Aü-ma ih.i..
P.::lio Castro
,ç
FILHOS
FILHOS
(.' . r i - . - \ V -ij.:".!:
liijst'•>••> iac»:-c:i
,-.-1 Frederico Früii.il e
U : - ' I : S ! J G-iriiiritz
líeciie 25 ile i e . r . h o i l - a S S
i' '•••r:i:.'!:i ) Otto Carlos I
•i»:> Carb.s l'i-".i«r:.-.i G-.i.lher.i:-' it:-ck j::::so ile
N.e -i.iu i-er!»).-
•>7 ; Aucust . l i " ! . /
hiernsrdo <:•..•:.:.'
• S.' !l-'r. j e r i c o !Vtfi-er .
iienlardo ll.rsch
•./.••I ' Au.-uito I::r>c':i
li .-2 !•":•:: :IC'.II Caíi:ui:c» 23
•i -o i V d r i uipper
Aii-'.ria-!!i:a- i*
2 ile a p w i o cie 1\<» 27 Tem 2 Olho!
•;.;••» írT i:a:ii> WYckorie
,
Alíeíàúiia'!" • * » :2S ' 1 filho
I u i c u s l o 1'ro.tz": i) * ' 25
! i*---!:--> l.c s-:..:i:ii! :
Tem 7 filho
• Ai:'.<:i-.-> !.••::::":'. •i >
I K:-t 11 •
l : ile o u i . cie 1^.;. •ie 1 II »
7n: j.'..\ó"ja' ',>u I; i s c í i . ' . ' ! ! ! ! " . ' " " . ' . ! ' Protestante... !AI-:-:CI:Í'.'J
c
12 20 d c a e o s ! » cie 1SS3
7iv.' jCariuS Ha!::: (L'-llol!0...
de a ç o s t . ) cie l W 3! de jallio de 1<SS.
7' ) Feranr.-lo Ai:_-;:st-i Freder.co H : . ' C Í ; . .
7"! '(ii::i:pT!!.- i!:.rt::
7ii". ;.V.'ão Zi:::::i.'.-
•'•••irn IVtrv F:".ni>..
,A:i
ilu-i
Ij.ã,
.("ar!"": K!."rt.
7(1 1
\ So!i.'iro..|
7:2 'i":in ' S K r i i s v r C a s a - i o . . . Ai"r.c::i'.'>r .
7:.; ! í!-TJr •;•:'' itr::-.::! 20 dc a b r i l dc ISSO. 31 de maio cie ISSò.
7:; J.i iqii::: l'"r.':r:i de Faria
:
3! de iu::io de 1S-G. *5 de acosto dc
" !>-i::'::i_-.)S G I:Ü('< S . . i r « ' S
27. de acosto de - • '
i \ Í : ' . - . : : : . I I-;:'::-'-lo T . - i v i r a de Ií:'.rr->
13
.'. ia . .l-s.'- V n r : a : : ) lí
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17
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Ludovico Germano Gl-
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Francisco ü u t l a r d i . . . . 3 3 ü > ú .... i da Itália c 5 do
Lavraior. .
T..!!*ü Horaeio Brazil » » »
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Colono .... » liai:?. » » » 1 de julho de IScS.
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r i g a s i n boiiicaica. 3 0
3 * •... •í da I t á l i a e 1 do
1-3 ICarlcsco M a r c o . . . . Brazil » » » 1 » »
23
i l e l l o a i n i Fred ca . 3 0 5 Catholica... D .... 1 da Itália e 4 do
Corselti A n t ô n i o . . . . Brazil » * >
.. » » » 10 dc agosto du 1SSS
J o i o Baptista Argec Solteiro. Sacerdote.
.... .... » » »
Caiado.. Colono....
Lino S e r l o r i o
Artista . . .
. •. • Catholica... V
.... Brazii
Aaibrosio Bonalu-r.c -i .... .... í » 4 1 da I t á l i a c 3 do
Francisco K c s s i . . . . Brazil » » »
1 1 .... 2 .... . . . . 1 da Itália e 1 do
•Vrtica Os Colono Brazil
i 7 3 » . . . . .... Ítala > ' J» »
Commerciaato. 20 » >
Pedro Fresrosesi
Colono
6 .... 6 . . . . «...
Francisco Ivanck Aiieiaaiiaa . rolestante. 3 •• 4 ...J.'.áa.l<i. 4
lil.uardo Goist 3 ....1 \ .... » » »
Henrique M u ü c r 1 1
1 1 . . . . ..<..... . . . . . .... . . . . » » >
Au.-usto i í a e r t i 3 .... 4 ............ .... » » »
A - - U s l > Beckor 1 . . . . . .. 01 . . . i . • • i • . • •1
Gustavo M e i z d o r í o .... > » >
ICarlos S c á e r e r
i Alberto >Victr.c'«.e
1 0 3 ••••• 3 ....
\ » » >
4 4
7-0 Guilherme V e r : a " l o r . . .
7-Ji iF-l-.ppo S c á e r e r
•3' 3 .... 0 f> ;• »
»
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» 2S dc dez. do 1SS7
Professor 1 de agosto de 15SS
Carlos Mover ^riissia "3 0 5 D .... . . . . BraziL > » > 1 de junho de 1SSS.
Germano Scii-.iltz Coioao... 2 .... 9 . . . . . . . . . . . . . . . . .... 29 dc dez. dc 1SS7.
I.Miithias Dwiil 0 0
.... 4 \ ... .... Brazil
i F e r n a a l o Baiso g » '» » '
í í 0 — » 6 de airosto dc 1SSS
|Of.) P a u l 0 3 3
•Si v.oa Jark'.'.'.z Alloiaa.ih.i... Agricultor... 1 2
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í i-;ber::ard Fre ierico Hor.-t. Colono
4 ••. 6 ............ .... > > >
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Ij.ião Iiappauna Casa I o . . . 8
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I Francisco Klimana
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2 2 4 Catholica.. 4 brazil
••.•••.••••*......-
30 '
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» 17 í c a g o s l S d o 18S8 Tem 5 filhos,
> \ ICarlos M a r i n o "A" Brazil...'. 0 dc maio de 1888.
»*3 25 do agosto do 1S88
'1,'iiz Fetzer Aiieaianjia . . Artista ... • •. ....•••••»•« 4 ilo set. do 1383
J o i o Panke Colono
3 3 1
2 4 3 3 ... . . . ........a....'..... » » i
•Pe-lr> Goel-er
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IHenrique B " r a a r rn'l::i::il-'rs. "3 "j• • • • 'ss "s ... ... 5 » » 11 >
.•oiro V a - n n s . Catholica Lavrador.., 22'déjunfió J e 1S88'.
i ' o ! r o Schn«i'ier Prússia •
4 4 7 . s • • • ... • » » '* .11 de agosto de 13S8J
r. 1 6 G Brazil . 0 » '»
' A loipho Scl-.niilzliaii'-- \ll"!iian:ia.. Protestante., 24 »
i.J-.ião Henrique Ileagea. 3 5 ... ... ... .11 • »
Agricultor..
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FILHOS
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NOMES r ATUÍA TIULIGIÃO BSTADO v\i o n s s à o
c DATA DA CARTA DATA DO J U R A M E N T O OUSEP-YAÇOBS
Menoros |
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Maiores
PS a HÜLIGIÃO NÀTUIIALIDAD!:
Viúvos
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822 Frederico Landincior A l l e m a n h a . . . . Protestante... : , i s a d o . . . S . Pedro d o S u l . . . 0 11 do sot. do ÍS^S. 27 do agosto de 1SSS
» 3
823 [Icurquc Gravo VÍQVO.... • 31 >
821 [lenrique A í e r t _ Casado... 9 0 í
-.. 30
3 4 .... ... ....
9 9 »
825 Francisco Genr.ano HeineniaLu » \"iuvo.... 9 9
826 juilhermc HacAiuaan 9 "asado... 9 4 5 .... ... .... 9 9 »
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9 9 »
328 Frederico Borget , » 9 •
829 Francisco Klcir. » > 9 » 3 3 .... -.. 9 9 9
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830 Francisco Staggerucicr » > 9 9 9 3 9 9 9
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831 Frederico O s t é r k a r a p , > » 9 9 9
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809 Jacob Stylpe Prússia > 9 9 > !•••• .... .... > I l 28 dc agosto d e l S S S
870 Felippe \Vcber > » 9 9 » "3 0 31
871 Fre::êrico Schrutt Allerrianha.... Protestante... 9 Artirta 9 2 i Í:::: 5 dc s e t . dc
'* BrariÜ........
872 S.csriried K r o h a » 9 9 Lavrador 9 i 1 1
.... 0 Protestanto
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873 Pedro Golzer < 9 9 Colono ; 9
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874 J o ã o Mcurer > Catholica
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875 Alberto Fiescb > Protestante... 9 > 9 5 " 5 "
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S70 Pedro Kuhn » CathoF.ca 9 » 9
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877 Alexandre C a r i
878 Guilherme V c i s
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A u s i r i a - I I ua-
> 9 9 9
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1 i .... 14 do agosto dc C
\
891 Jacob StelTeu Allemanha.... 9 9 Lavrador » 27 de agosto de
892 Mathias Griebelor "i " i Catholica.- " \ Brazil bruSeiros.
Prússia 9 9 22 de fev. de 1881
893 Jos.! F e r z o l l a Itália >.,. > > ComrZflrciazttt). • . . . . 9- • * * 11 de set. de 1888
894
[ 895
Francisco Hilbig
Pedro Paalus
iUle~anha„..
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«
Colono
4 r 9 {) ::::'.'.::::::::'.::: 12 »
896 J o i o Jnlio Sclnvengbor r> 4 "3 f,
897 Pedr> F r o h l i c h . . . . _ > "l 9 9 9
I!>A!)U !:sa'\Do
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•JATl U . CAItTA DATA DO JCIIAUKMTO
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91S J o t o K i f c i ú . . . . ' . »
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91» ' Jacob itacbcr
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920 Jacob llech Terceiro Solteiro., 7* "i" » »
921 Miguel i\.anber Casado... ü *
922 Pedro W a g n e r
923 J o ã o Wagner "3 O >
— 88 — - 3 9 -
FILIIOS
Menores
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M&iorcs
Viúvos
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„
Catholica... Casado.. Colono... S. P e d r o do Sul. 5 2 7 do set. de 1838. 80 d a M U de 1888,
071 F r a n o õ í o Klimann . . . AJloisanha
078 Carlos A s s a i a n n . . . . . . » 5 3•••• 8 ....
973 A d ã o Schimor Protestanio. 4 6 V 1 • •. • .. ....
974 J o s é Schwengber Catholica . . . 1 6 í ............ 7 • ... ....
975 Alherto Fenglar 3 3 .... 6 6 ....
Solloiro
976 Mathias_ B r a n . . . . . . . . .
Jacob V o g t Casai ""& 2 "ii ^ a t h o í i c a . . . " s »• • *
C77 1 >
97S Jacob M&chry Lavrador . 3 4 .... 7 .... .... üraiÜ 3
979 Thcodoro- Weruer Prússia 7 4 .... .... .... .... 9
18 da agosto
950 Pedro E w e r l i a g „ Allemanha . 2 4 .- 6 0 .... .... 9
3 de set.
951 Miguel K l e i n Prússia 7 6 .... . . . • .... ....D * • •". 9
1 »
952 Ignacio Kiassmann . . . Allemanha . 6 2 3 5 ú . .. . Allemanha
983 Martinacc G i o v a n n i . . Itália 3 4 *> 5 4 da I t á l i a o 3 do
18 de agosto
9Si Miguel W a r k e a Prússia . . . .
i 0
.... 3 3 ... • B r a z i l do set.
985 J o ã o Eiehstaodt Allemanha , Protestante . 3 l 1 3 .... .... 23 > T a a 3 filhos, 1 a u e n S o . c
956 Guilherme Schoeler . . Catholica . . . Commcrciante . 2 brazitairos. - -
2 4 .... 0 6 .... 18 do agosto
957 Mathias José K o l s c h . Lavrador » »
9SS J o ã o R o h r Filho 3 6 8 S .... »
4 de sot.
989 Francisco Vcit 3 6 .... 9 9 .... .... 21 »
990 J o ã o J o s é Gruholer.. Agricultor 9 C 7 8 .... .... • >.. • dc ou! 28
991 Frederico L u d c k c . . . Protestante . Colono 2 2 1 3 .... .... » *
992 Roberto Ficht » 3 .••• 3 ........*••• 3 .... .... Brazd 29
993 Nicolâo Kuschsl Catholica... Commcrciante. 9 '"s 15 4 Catholica,..
. .. 1
991 José K r o t h Colono... i 4 . •.. • . . ... .... .... .... B r a z i l 28
9vi Júlio Becker 1 ' 1 ............ 1 ....
99-5 Julic Fritsch "°3 2 .... 5. 5 .... ....
997 Ernesto S c h u h e r t . , . . 4 • • a >.... 4 ............ 4
99S Augusto Trem 1 3 4 4 .... ....
<VX) Pedro Ranireo Catholica. Lavrador 3 3 .... 6 ......... •••• 6 .... .... B r a s i l . . * . . . . . . . . . . .
10Õ0 J o s é Beiger Colono , 4 4 .... .... .... ... * ....
íeoi Pedro K b a z c a F:lho. Prússia. A g r i c u l t o r ... 4 5 .... .... ............ .... .... ....
1002 João L e n : Colono 2 0
.... .... .... ....
1003 Mathias Wagner . . . . Agricultor... 3 l .... .... .... .... .... 30 de agosto Tem 8 tUaos.
100i Pedro Lenz.1 .... .... Catholica...
.... .... B r a z i l . . » . . . » . . * • * . . 27 dc s e t .
lOOj José Lctti Itália Commcrcianti " i
29
10O3 Miguel Theobala Prússia Artista , 3 .... .... .... .... .... .... *
1007 Theouoro C o u s s e a u .. França . . . . Agricultor...
2 B
dar a zFirl a n ç a 0 5 do
1003 Narciso Zanotelli.... Au stria-IIua g 3
gria
1003 Carios Bonct Commcrciante .
3 0 2 da A u s t r i a - H u n -
griao3do B r a z i l .
1010 Stefano B o n c t . . . ,
0 3 .... . . . . • .... .... .... Brazil
1011 Einilio Concy 1 Prússia
27 >
1012 Augusto Eduardo Albrccht Fiibo . Prússia Protestante.. Industrial.. "3 " 3 Protestante ""3 .... .... Brazil
2S de n o v . do 1387 » 8 • hnrnsuroiu
1013 J c h o S c h v c r t .... "*5 .... ô P r o t e s t a n t e .... .... \\\*
Allemanha , Catholica . . . . V i u v u Agricultor . { da AÜeaianhk' 0 2
10! í Carlos Vahi P r o t e s t a n t e . . Casad Lavrador .. S do j a n . do 1SS8.
do BrazÜ
13 de set. v
ioir. J o ã o A n t ô n i o Ludovico F l o r i a n o . Itaüa Catholica... Solt! Artista . . . . .... .... .... .... .... .... .... • 11 do agosto >
101.3 Eduardo Block Allemanha . Casado. Colono
1017 Jacob Starck .... ....
101-i Pedro Haass .... dc set. do 1SS8..
1019 J o ã o Erdcmann
1020 Wcnceslaa Rcchziezcí Austria«Hua-
cria .... .... .... .... 20 > :
1021 "Wenrel Micnel Allemanha . . P r o t e s t a n t e .
i Brazil 31 de agosto do 1S88 13 de julho do 1887,
1022 Antônio RatTo Itaiia Catholica . . . . •3
1023 José Francisco Ilcrbstrith R c p . Oriental da sat. d . 1886
9 » 14 do set.
do U r u r u a y 5 9
4
18 de n o v . > 1887
1021 Antônio Alves de Menezes Portugal.'. .... •... 1
1 » .... ....
i 9
do' agosto >
102 3 27 de j u l h o de 1S87,
102)
Antônio Augusto Machado Agrinicasor . . . . .... 2
1 » 2 .... .... 9
3 de agosto
Fortunato Gomes da P o l ô n i a
1027 Pedro delia Maggiora
Viuv Pratico .... .... .... .... .... .... .. • •..... ............... 6 *
Itália Poi: Comrr.erciante.. 11 > 29 »
102S Manoel de Oliveira Branco Portugal . . Casado. .... .... .... V . . .• •a . . . . . . ............
. . . . . . . . . . .
19 » 28 de sat.
1029
1030
Guilherme Leyser
Joaquim Antônio da Cruz
Allemanha . Protestante . '"» 5 CathoUck.. t Brazil.»..».».».
23 I »
1011 Freaerico Blan
Portugal ... Catholica . . . 4 .... .... 4 » 4 .... V *a
>
3 de set. 9 »
1032
Suissn. Protestante. \gr:mensor . . . 1 .... .... .... .... 28 *
M i m e i Micheii
1033 J o ã o B.aptista Antevere
Itália Catholica . . . Sol Cõmmerciante , .... .... .... .... ............ .... .... .... 9 » 17 »
1034 Vicente Curto
Casado Agricultor .... •"5 C..........»• "*"5 .... •••• Brazil 12 > >
' " i
a t h o»l i c s . . . 3 de u l t r a 18 de julho
1035 Affonso Bordini 1•••• 1 1 .... ...»
10M G r c c o r i o Pinto Malheiros
Artista 31 d e i a a . do 1888. 15 de jan. da 1889,
1037
"'3 3 • . • . 6 6 .... » » . 13 de a b r i l da 1888
J o ã o Carlos M o r 1 1 » 1 ....
103< Domingos da Silva Chuva
Viuvo.., »» t2 »
1039 Luciano Pires C a r r i ç o
Portugal... Casado , Artista '"i l3 • • • • 48 »
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4 da julho [ii de j u l h o
18 da a g o s t o
1010 J o ã o M a r i a Bonifácio 7 ds agosto
PhariDaoeutico. .... 3 9 3 mmtm
* U » II
10H José Ponzi (padro) Itália. Solteiro. Sacerdote .... .... .... • • • . . . .
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1012 Riviozzi Micheli Itália C:ii:.«>;":ca . . . . Casado S. Pedro do Sul . . .
Constaatin.i A n t o n i . Alvos da Silva Portugal C:>:i::::iVe.ar.'.-/
1013
Antônio Alvos de Siqueira » Mar.'...no 4 :t Caüinhca .. 3 ííalia í-í de set. de 1S6Ò\
101 k
Jos/ M a r i a Garcia üesianha .... * Ar::s'.a > - » 7 1Í.::L;::! 10 !•• mlao • 1 l i ile .ullio »
10 i5 •)
10 W Hvtrino Antônio I.iao Pi.rtuiral * Casado . . \ 4 .IN -.ia!:,) •:•.¥> l i de :::a:o de 1S.S7.
1047 Félix Caatallcio lio L u v a r a liestiaiii::'. . . . . * »
.... .... 11 d-.t. l " S . j 1 de j a n . de 1 SS'J.
101-S R o s a d a Silva ' j * 1 GailiüijKa . . 1 i 1^'. jun. do í».»'J. 1:1 de iaar-;o »
1010 F.slevão K i e i e r (pa-.lre! * 1
• 1 lo de li
10JO J o ã o Pereira Uabello " i ..!.!.... .... 12 de i a a . dc ^SS.
1031 Manoel Rodrigues l^uinlella " m . 1
17 " » .
10Õ2 Manoel Correia ' .... ..... 2li * *
1053 Antônio Josél A l v e s da Sdva " * 31 . .
J o ã o Fernandes Go::';alvos.V:i!indas •
,. ! í de íov. »
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KW A n t ô n i o Kuster " * 1.... 1 . . li
ÍOÕÕ Alexandre Tolleas * 1.... 2 •:<! n:ar.;o »
10J7 Benigno Fernandes da C o s i a " > .... j : 20 • »
1K>$ Pedro Antônio Stipano * 1. 21) - »
1059 J o s í F e r r e i r a dc r-ouza e Silva " .... 1 ^7 » »
IOJO Pedro Vicente I.oubeir > " * » » »
1001 P.aas Caristiaa Christi.ar.sen • .... ,. i .... .... , j de a b r i l •
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3» Directoria da Secretaria dc E s t a c o dos N e g ó c i o s do I m p é r i o , em 17 do maio ce 1S35. — O D i r e c t o r , D r . / o o j i i i m Jiti ie Campos di Cesta de Medeiros e AlbuvAcrqut.
Decreto Q. 10.181—de 9 de fevereiro de 1889
Usando da auiorisação conferida pelo art. 1°, § 3 , da Lei n . 589 de 9 de setembro de 1850,
o
Estado pleno, na fôrma do art. 20 da Lei n. 3140 de 30 de oitubro de 1882, Hei por bem Decretar:
Artigo único. Fica aborto ao Ministério dos Negócios do Imporio um credito extraordinário de
5.000:O00$000 par.i occorrer a despezas imprevistas e urgentes:
§ 1." Com o auxilio ás populações victimas da secca que sobreveiu a algumas províncias do
norte, prestado indirectamente por moio de trabalho em cbras publicas e melhoramentos, precisos
para attenuar desde já o de futuro os males proveniontes do flagello, e directamcntc àquelles que,
não podendo prover á sua subsistência nas províncias üagelladas, profiram retirar-so dellas para
outras ainda immunes.
§ 2.° Com o actual estado sanitário da capital do Império, que exige, quer o prompío estabele-
cimento de um serviço hospitalar completo de terra e a reforma de idêntico serviço no porto, quer
providencias conplemontares de caracter estável, e proventivas, si não attenuantes da epidemia.
§ 3.° Com o começo de execução de obras para o saneamento systematico e preservativo da
capital.
O Dr. Antônio Ferreira Vianna, do Meu Conselho, Ministro e Secretario de Estado dos
Negócios do Império, assim o tenha entendido e faça executar. Palácio do Rio de Janeiro em 9 de
fevereiro de 1889, 08" da Independência e do Império.
Ao primeiro dia do mez de fevereiro do anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo
de 1889, ás 11 horas do dia, no Paço Imperial desta cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, reuniu-
se o Conselho de Estado, sob a presidência de Sua Magestade o Imperador, o S r . D. Pedro I I , estando
presentes os Conselheiros de Estado, Sua Alteza Real o Sr. Conde d'Eu, Visconde de Lamare, V i s -
conde de Ouro Preto, Marqaez de P a r a n a g u á , Visconde do S. Luiz do M a r a n h ã o , Visconde de
Beaurepaire Rohan o Visconde de Vieira da S i l v a .
Faltaram com causa os conselheiros de Estado Manoel Francisco Correia, Domingos de Andrade
Figueira, Paulino José Soares do Souza, Manoel Pinto do Souza Dantas, Lifayetto Rodrigues
Pereira, Visconde de Bom Conselho e Visconde de Sinimbú. Estes dois ultimas mandaram seus votos
por escripto.
Continuam com licença os conselheiros do Estado Visconde do Cruzeiro o Marquez Ue Muritiba.
Estiveram presentes os Ministros e Secretários de Estado dos Negócios da Fazenda o Presidente
do Conselho do Ministros, conselheiro do Estado João Alfredo Corroa do Oliveira, do Império Dr. A n -
tônio Ferreira Vianna, da Justiça Francisco de Assis Rosa e Silva, da Guerra o interino da
Marinha Thomaz Josú Coelho de Almeida o do Estrangeiros o interino da Agricultura Rodrigo
Augusto da Silva.
Aberta a conferência, o conselheiro de Estado Marque/. Jo P a r a n a g u á proce.leu á leitura da acta
da conferência dc 12 de janeiro próximo lindo.
E não havendo reclamação Sua Magestade Imperial deu-a por approvada e determinou que os
conselheiros de Estado presentes ernittissem o seu parecer sobre o assumpto quo faz objecto da con-
ferência, e constante do Aviso do Miuistcrio do Império de 29 do referido mez, isto é, a necassi-
•Ia>!e da abertura de um credito extraordinário dc 5.000:000.<00ü para oceorrer ás despezas com a
secca nas províncias do norte e com a saúde publica.
Sua Alteza Real o Senhor Conde d'Eu disse que vota pela abertura do credito extraordinário por
tratar-se de casos que não podiam ser previstos no orçamento, o que exigem promptas providen-
cia-;, como são a se:-ea do Ceará e de outras províncias do norte, o a epidemia da febre amarella, na
COríe.
O Sr. conselheiro de Estado Visconde de Lamare leu o seguinte voto :
Senhor.— Em vista da exposição que acompanha o aviso d.; 29 do mez findo, pelo qual digaoa-
se Vossa Magestade Imperial mandar convocar o Conselho de Estado Pleno, afim dc consultar sobre
a conveniência da abertura dc um credito extraordinário para oceorrer a despezas urgentes, não só
;;or motivo da secca que assola algumas províncias do norte do Império e das medidas reclamadas
rolo citado sanitário desta capital, mas também com socoorros a indigentes, patenteia-se intuitiva a
necessidade da abertura desse credito.
Quanto, porem, á importância de seu algarismo, é minha opinião que devo ser cila tal que se
preste ao indispensável apenas o a fazer face ás despezas imprescindíveis que não possam ser
adiadas; não devendo o credito cm questão compreliender medidas que não forcai de efleito immc-
diato. sendo mais curial que aquellas de rcalisação demorada sejam submottidas á delibe-
ração do Corpo Legislativo na próxima sessão, com o pedido de credito ospecial para serem levadas
a cífeito.
Nestas condições, 'pois, voto a favor da abertura do credito extraordinário.
O conselheiro de Estado Visconde de Ouro Preto disso :
Senhor.— E' indubitavcl que com o> recursos votados no orçamento não pôde o governo oceor-
rer ás despezas exigidas pela epidemia reinante nesta capital, o pola secca, quo assola o Ceará,
ameaçando invadir outras províncias do norte. A necessidade de um credito extraordinário, a p l i -
cável á assistência publica, e a sua legalidade, impoem-sc de si mesmas.
Para ca':euiar-so. porém, sua impurtancia não ha base alguma. A exposição do illustre Sr. M i -
nistro do Império, qac acompanhou o Aviso de convocação do Conselho de Estado, é doricicntissinia,
nenhum esclarecimento offerece acerca desse ponto essencial.
S. E x . depois de descrever as dilíiculdadcs da situação, limita-se a declarar — « Q M O não pó io
protrahir o pedido de credito extraordinárioprcsumpücancnte necascrio, que calcuia I M I I cinco m i l
contos dc róis, á vista das informações que :cm.-»
Quaes sejam essas informações c que grão do crcdiailirlade mereçam, não posso avalíal-o.
Senhor, como fora mister, porque S. E x . não se dignou de rcvclril-as. Por essa forma, tanto podia
o Sr. Ministro pedir um credito de cinco mil contos d-j -eis. como de doas, dez, ou vinte mil '.
Não me ò, pois, permittido convir no algarismo. Eile não está justificado.
Noto ir.-.is que o governo pretende o credito, não para acudir somente ás despezas urgentes,
imperiosiis c imprevistas de soccorro publico, o que seria regular ; mas para obras d - demorada
o dispendiosa execução, como a consirucção de um novo hospital, e a drenagem do.s.! > oecupado
pela capital, segun !o os planos do engenheiro Itcvy, o q u e . n o mou humilde conceito, o inadmis-
sível.
Serviços desta ordem não poflein, nem devem sor feitos, ]>or moiodo croditos extraordinários
abertos pelo governo, porque seria inverter a in.lole desse recurso excepcional, uutorisado
exclusivamente para casos do força maior que não cabem na provisão do legislador, e a
respeito dos quaes cumpre á administração providenciar do prompto, immo:liatamonte, sem
nenhuma iletonça.
Para as obras que o illustre Ministro intenta fazer, é mister solicitar verba do 1'oder Legislativo
prestes a funceionar.
Nem o novo hospital, nem a drenagem do solo a t t e n u a r ã o os c (leitos da epidemia agora
existente, e muito mono» os da sceea do Ceara. Como, portanto, emprehcnder as respectivas
obras, a pretexto do acudir ás duas calamidades ?
£ r r o gravíssimo a t é h ivcria cm cxccutal-as nesta quadra. O revolvimento do solo indispen-
sável para a drenagem, aggravaria a intensidade do mal, o devei sor probibiJo, si o não fosse j á .
na estação calmosa. por u::ia postura municipal.
Quanto ao hospital, <ua ediiicação pouco pode adiantar antes da reunião dus câmaras.
I"' preciso adquirir o terreno, levantar os planos, etc., o quo não sc faz em pouces dias ; acerescendo
nao, como medida sanitária, acaba de ser ordenado que os trabalhos públicos feitos ao sol sejam
suspensos desde as 9 horas da m a n h ã até as -l horas da tarde. Si, pois, a obra ainda estará em co-
meço quando so reunirem as câmaras, nada explica a antecipação da despeza. Será um grande
abuso.
Assim, e e:n conclusão, penso:
1. ° Que é indispensável abrir ura credito extraordinário, afim de habilitar-se o governo
a tomar as medidas tendentes a dobellar a epidemia, c outro para soecorer as províncias flagelladis
pela secca;
2. " Que, porem, a somma de 0.000:000.^003, pedida pelo nobre Ministro do Império, não está
justificada :
3. ° Que pelo credito extraordinário não põ.le ser construído um hospital e nem executada a
drenagem do s o b .
Voto pele concessão dc503:000,>003, para as despezas provenientes d i epidemia, o igual quantia
para as da secca ; assim como votarei pela de novos créditos para as mesmas applicações, si estes
forem insuficientes, cm visla dc demonstração aceitável.
O conselheiro de Estado Marqucz de P a r a n a g u á disse :
Que á vista da exposição, que acompanhou o Aviso de convocação, vota pela concessão
do credito extraordinário. Não discute o quam-nn nem a sua applicação, porque não se pode
calcular em toda a sua extensão os eifeitos de calamidades como a secca que assola as províncias do
norte, o a epidemia da febre amarella que angmenta, de dia para dia, na Còríe. O governo provi-
denciará como for mais conveniente, correndo a applicação do credito sob sua responsabilidade.
O ccnsjliiciro do Estado Visconde de S. Luiz do Maranhão disse :
Snniior.— A exposição, que acompanhou o Aviso do Sr- Ministro do imp:rio, convocmdo a
presente conferência do Conselho de Estado, e, infelizmente, a narraçã<o*do< factos calamitosos que
esíão na consciência publica e que reclamam as mais pro.mptas o energic L S providencias por parte da
administração ; o, pois, eu não tenho a menor duvida em concorrer com o meu voto para a abertura
do credito solicitado.
Trata-se de serviços urgentíssimos, que não podiam ser previstos na Lei de orçamento, mas que
o foram muito expressamente pela Lei de 9 de setembro de 1850, quando definiu os casos em que
podem ser aiwrtos créditos extraordinários, e que são precisamente os que agora- se verificam.
O governo não deve ficar desarmado dos precisos recursos para debellar os flagollos
que se manifestam, pondo em sobresalto o espirito publico e em imminente perigo a vida
de milhares de cidadãos. Seria rmsino digno dc censura si não procurasse habilitar-se, com
os meios que as leis lhe íicultam, para oceorrer á sua muito grande responsabilidade em
presença das graves circumstancias que se dão, o que imperiosamente lhe prescrevem a maior
solicituJo e actividade no cumprimento do seu dever.
—6—
A duvida única que póilo surgir ó quanto á importincia do credito, m a s e c s t i uma questão da
exclusiva apreciação do mesmo governo, único que dispõe dos olomentos necessários p i r a conhacer da
extensão o gravidade tio mvl em todas as suas ininifestaeOes, o dos sasritlcios quo etle nos impõe.
Não regateio, pois, o credito pedido na snmma do 5.(K)0:000*000, certo, como estou, de quo o
Ministério saberá usar dellc com tolo o critério e discernimento, como se deve esperar do seu zelo
pela causa publica.
O conselheiro de Estado Visconde de Beaurepairo Rolian concorda com o Sr. Visconde de S. Luiz
do Maranhão.
O conselheiro de Estado Visconde de Vieira da Silva disso que vota pela concessão do credito ex-
traordinário por julgar bem demonstrada a sua necessidade, nos termos da l e i .
O conselheiro de Estalo Visconde de Sinimbú declarou, por escripto, que teve a honra de receber
com data de 29 do próximo passado o Aviso expedido pela Secretaria de Estado dos Negócios do Im-
pério, pelo qaal foi sibodorde que, por ordem de Vossa Magestade Imperial, era convocido o Con-
selho de Estado Pleno para. no Paço da Cidade hoje ás II horas da m a n h ã , ser consultado sobro os
seguintes pontos de interesse publico, tudo de conformidade com a disposição do art. 20 da Lei
n. 3!-l0de 20 do oitubro de 1832.
S?L undo o referido AvWo. os pontos sobre que deve versar a consulta são os seguintes:*
r
Amazonas 7s:000í000
Pará 5.-0OJS0OD
Maranhão'. 4:130S380
Piauliv 10:0'X>SOOO
Ceará." 779:7'í4Ç500
Rio Grande do Norte 10:000?000
Parahyba 10:0008000
Pernambuco 46:026$450
Bahia 10:C00?O00
Espirito Santo '12:000>000 934:921$330
Adiantamentos:
2.070:484$173
Credito votado õ.000:000$000
S a l d o
2.929:515$822