Sei sulla pagina 1di 192

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração


Espera-se que um Plano de Negócio seja uma ferramenta ad-
1. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO ministrativa para o empreendedor expor suas ideias em uma lin-
: CONCEITOS, OBJETIVOS, EVOLUÇÃO guagem que os leitores do PN entendam e, principalmente, que
mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado.
HISTÓRICA, ORGANIZAÇÕES,
O Plano de negócios se aplica tanto no lançamento de novos em-
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA. preendimentos quanto no planejamento de empresas maduras.
Com a elaboração de um Plano de Negócios é possível execu-
tar várias tarefas na empresa dentre elas pode-se destacar:
- Entender e estabelecer diretrizes para seu negócio;
- Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões
Noções de administração: conceitos básicos; acertadas;
- Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas
Administração significa a maneira de governar organizações quando necessário;
ou parte delas. - Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, gover-
É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de no, Sebrae, investidores, capitalistas de risco etc;
recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de - Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial
maneira eficiente e eficaz. competitivo para a empresa; e
- Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e
Técnicas Administrativas são ferramentas utilizadas para a convencer o público externo (fornecedores, parceiros, clientes,
Eficácia dos Sistemas, com foco no desenvolvimento de Rotinas bancos, investidores etc.).
Funcionais.
São várias as ferramentas e técnicas administrativas dispo- As rotinas administrativas são as funções que o profissional
níveis na administração. Vamos abordar aquelas que são mais realiza dentro de uma empresa ou escritório, que são as seguintes:
corriqueiras em concursos públicos, como: Plano de Negócios, - Realizar a entrega de materiais diversos;
Administração de Marketing, Vendas, Qualidade, Comunicação, - Manter materiais e documentos organizados
Inteligência Emocional e Administração do Tempo. - Desenvolver e preparar expedientes administrativos sob
orientação dos superiores.
Plano de Negócios - Controlar a entrega e saída de materiais;
Plano de negócios é um documento usado para descrever um - Controlar o registro de frequência de funcionários;
empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. - Inteirar dos serviços dos setores diversos da empresa visan-
Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoco- do orientar e facilitar a função de dados, documentos e outras soli-
nhecimento. E ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu citações dos superiores;
ambiente de negócios. - Atuar como responsável fiscalizador pela manutenção da
O plano de negócios é uma ferramenta administrativa que ordem nos ambientes;
possui uma linguagem que descreve de forma completa o que é ou
- Operar equipamentos diversos como: e-mail, fax, máquina
o que pretende ser a empresa.
de xérox, projetor de multimídia;
Plano de Negócios é um documento pelo qual o empreende-
- Realizar e atender chamadas telefônicas;
dor formalizará os estudos a respeito de suas ideias transforman-
- Emitir notas fiscais, emitir contra-cheques de funcionários;
do-as num negócio.
- Realizar depósito de dinheiro.
A principal utilização do Plano de Negócios é a de prover
uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento
O Assistente Administrativo é o profissional que presta assis-
inicial de uma start-up. No entanto, o PN tem atingido notorie-
dade como instrumento de captação de recursos financeiros junto tência na área administrativa de uma empresa, auxiliando o ad-
a capitalistas de risco, principalmente no tocante às empresas de ministrador em suas atividades rotineiras e no controle de gestão
tecnologia e internet dos Estados Unidos. financeira, administração, organização de arquivos, gerência de
No PN estarão registrados o conceito do negócio, os riscos, informações, revisão de documentos entre outras atividades.
os concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias de marketing, Um Assistente Administrativo controla os recebimentos e re-
bem como todo o plano financeiro que viabilizará o novo negócio. messas de correspondências e documentos, coordenando as ativi-
Além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio dades administrativas, financeiras e de logística da unidade, orga-
para o empreendedor que procura sócio ou um investidor. nizando os arquivos e gerenciando informações.
Pode- se dizer que o plano de negócios é uma ferramenta que Está sob a responsabilidade de um Assistente Administrativo
explica a forma de pensar sobre o futuro dos negócios e o descre- receber e remessar correspondências e documentos, controlar as
ve. É mais um processo do que um produto. É um instrumento de contas a pagar, controlar os recebimentos da empresa, emitir notas
negociação interna e que é um instrumento que serve para obten- fiscais, preparar e encaminhar documentos, tirar cópias, coordenar
ção de financiamento. Essa ferramenta de gestão administrativa trabalho de logística da empresa, enviar documentos para o depar-
pode e deve ser usada por todo e qualquer empreendedor que quei- tamento contábil e fiscal, atender telefonemas e esclarecer dúvidas
ra transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico sobre o financeiro, elaborar e apresentar relatório financeiro coor-
e racional que se espera de um bom administrador. denando o departamento de compras e sempre manter organizados
arquivos e cadastros da empresa.

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
O Assistente Administrativo deve estar em constante atuali- Tipos de organização; estruturas organizacionais;
zação relacionada à área ter conhecimentos de informática, além
de boa comunicação, responsabilidade, saber administrar bem o Estrutura organizacional é a forma pela qual as atividades
tempo, saber lidar com números, boa comunicação, boa memória, desenvolvidas por uma organização são divididas, organizadas e
bom humor, paciência e confiabilidade. coordenadas.

O Assistente Administrativo por ser um profissional que pres- ESTRUTURA FORMAL


ta assistência, se relaciona com toda a área relacionada à Adminis- Essa é a estrutura que a grande maioria das empresas adotam,
tração dentro de uma empresa. é a estrutura deliberadamente planejada, e formalmente represen-
É importante que as empresas mantenham todos os colabora- tada, em alguns aspectos, em organogramas.
dores informados sobre as mudanças de planejamento, lançamento Nessa fase, a definição de suas atribuições se torna mais cri-
de novos produtos ou serviços, alterações na rotina de trabalho, teriosa, ou seja, aqui a estrutura formal pode alcançar proporções
vagas de promoção e movimentações de setores, dentre outros. Em imensas.
uma empresa pequena essa tarefa pode ser descomplicada, mas em No desenvolvimento da estrutura formal deve-se considerar
uma grande multinacional é necessário um esforço muito maior, a os seus componentes, seus condicionantes e seus vários níveis de
seguir algumas dicas para fazer e divulgar um comunicado interno influência. Pois será, a partir de uma estrutura bem implementada
de maneira rápida e eficiente. que uma empresa irá alcançar seus objetivos estabelecidos.
A linguagem utilizada no comunicado interno deve ser objeti- Os principais fatores para a criação de uma estrutura formal
va e de fácil compreensão, quanto menos dificuldades de absorver empresarial são:
a informação os colaboradores obtiverem,mais rápido a empresa - Focar os objetivos estabelecidos pela empresa;
irá obter os resultados desejados. Existem diversos motivos para - Realizar atividades que podem chegar nesses objetivos;
divulgar um comunicado interno, dentre os já citados e que estão - Distribuir as funções administrativas para cada funcionário
relacionados á parte administrativa da empresa, se pode também desempenhar;
divulgar frases motivacionais,parabenizações por resultados obti- - Levar em consideração habilidades e limitações tecnológi-
dos, campanhas e gincanas para atingimento de metas, etc. cas;
A tecnologia deve ser uma grande aliada para as grandes em- - Tamanho da Empresa.
presas neste momento, pois com uma grande quantidade de fun-
cionários é mais difícil fazer com que todos recebam o comunica- E os componentes chaves para o bom funcionamento dessa
do. Duas alternativas excelentes são a intranet ou envio de e-mails formalidade são:
corporativos. A intranet é um canal de comunicação privado e - Sistema de Responsabilidade? que é constituído pela depar-
exclusivo para os funcionários da empresa, em que são publica- tamentalização, especialização.
dos os comunicados, treinamentos e informações sobre folha de - Sistema de Autoridade? nada mais é que a distribuição de
pagamento, dentre outros. Os funcionários podem receber indivi- poder;
dualmente um e mail corporativo, utilizado apenas para fins pro- - Sistema de Comunicação? é a interação entre todas as uni-
fissionais e que pode facilmente se tornar o meio de comunicação dades da empresa
mais fácil com a empregadora. Certamente são as duas melhores - Sistema de Decisão? que é ato de poder entender, e poder
opções para se divulgar um comunicado interno de forma rápida e definir e decidir uma ação solicitada.
sem muitos custos.
Empresas menores, que possuem uma baixa quantidade de Uma estrutura organizacional se resume, simplesmente, em
funcionários geralmente não possuem serviços de intranet ou e um organograma, que é um desenho gráfico onde mostra cada
mail corporativo, nesta situação os comunicados internos podem integrante de uma empresa se delegando a uma área especifica.
ser transmitidos pessoalmente através dos seus superiores ou em Podemos identificar num organograma simples de uma pequena
reuniões coletivas. empresa por exemplo, composta por: Presidência; Diretoria Ad-
Os cartazes também podem ser utilizados para transmitir as ministrativa; Diretoria Financeira e seus respectivos subordinados.
informações internas e devem ser posicionados em um lugar estra- A estrutura é a representação de um pequeno organograma,
tégico, de fácil visualização para todos os colaboradores e longe da mostrando a formalidade existente dentro de uma certa empresa.
vista de clientes caso se trate de uma empresa que presta serviços
e atenda pessoalmente o grande público. ORGANIZAÇÃO FORMAL
Os comunicados internos são fundamentais para manter um Hierarquia oficial como ela se apresenta no papel. Piramidal.
ambiente de trabalho transparente e agradável para todos, a ini-
ciativa de padronizar o conhecimento dos funcionários deve ser Status
levada em conta por todas as companhias do mercado, e cabe aos •Diferença entre operários e pessoal do escritório.
colaboradores também procurar por essas informações e absorve- •Status medido pela opulência do escritório. Cada um em sua
-las da melhor maneira possível, contribuindo com o crescimento posição.
da empresa e com a própria carreira profissional. •Pessoas do mesmo departamento, juntas.

Autoridade e Poder:
• de cima para baixo

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Ordens para baixo e informações para cima. Vantagem da grande empresa - resolver os problemas huma-
As informações sempre são relativas à produção e nunca em nos - solução de problemas, esquemas de participação, benéficos,
relação aos problemas humanos e ressentimentos. etc, dando segurança aos trabalhadores.
Informações relativas a assuntos pessoais circulam em forma Desvantagem – sua natureza impessoal, dificuldade de comu-
de cochichos. (não oficiais) nicação.
Comitês – tratar assuntos emocionais, pessoais e técnicos. Li-
mitam-se a tratar de assuntos e queixas triviais e formais. A estrutura de uma firma e sua organização influenciam o
Ressentimentos se manifestam: greves, sabotagens, absenteís- comportamento dos indivíduos e grupos. Assim como os atos in-
mo, etc. dividuais só podem ser compreendidos em relação ao grupo e o
comportamento de grupo só pode ser compreendido num contexto
Firma do tipo autoritário leva o trabalhador a um estado de de um grupo maior ao qual pertencem.
civilidade e disciplina superficial.
Trabalham na presença do “chefe”. Atmosfera de medo. Para se estudar pequenos grupos faz-se necessário o conheci-
Promoção mento das estruturas maiores. O grupo sofre influências de fatores
Gerentes promovem pessoas bem adaptadas ou que adotem
vindos de fora do mesmo.
seu ponto de vista. “Escolhidas” do gerente.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Características das organizações formais
1. deliberadamente impessoal; É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estru-
2. baseada em relações ideais; tura organizacional da empresa.
3. baseada na “hipótese da gentalha” sobre a natureza hu- Ou Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um
mana. (a competição leva a máxima eficiência, luta de cada um por critério específico de homogeneidade, das atividades e correspon-
si leva a servir aos melhores interesses do grupo, homem unidade dente recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos)
isolada que podem ser deslocadas de um trabalho para o outro...) em unidades organizacionais.
iguala o bem da organização com o bem dos indivíduos que a com- Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organiza-
põem. ções decidem sobre a configuração organizacional que será usada
para agrupar as várias atividades. O processo organizacional de
Estrutura de trabalho determinar como as atividades devem ser agrupadas chama-se De-
• Organização em linha. partamentalização.
Divisão básica na estrutura de trabalho – baseada na autorida-
de – função definida (cada um tem um chefe e é responsável por Formas de Departamentalizar:
chefiar). 1- Função
Quanto maior o nível de estrutura maior a distância social. 2- Produto ou serviço
• Organização funcional. 3- Território
Baseada no tipo de trabalho a ser feito. Na subdivisão do tra- 4- Cliente
balho. 5- Processo
Status de função. Fonte de conflito. (mesma linha hierárquica, 6- Projeto
importância do trabalho) 7- Matricial
• Organização do estado-maior. 8- Mista
Fundamentada na especialização.
Posição de aconselhamento – não possuem autoridade na or- Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações
ganização. usam uma abordagem da contingência à Departamentalização:
Podem ser integradas na organização em linha.
isto é, a maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em
algumas das maiores organizações. A maioria usa a abordagem
FRAQUEZAS NA TEORIA DA ORGANIZAÇÃO FOR-
funcional na cúpula e outras nos níveis mais baixos.
MAL
• Problemas de coordenação ►deficiências na comunicação
devido ao fator tempo, espaço e as divisões naturais da estrutura. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES
• Tempo ►pouco contato entre turnos e pessoas, proble- A Departamentalização funcional agrupa funções comuns ou
mas são deixados para o outro turno, vagas trocas de informações. atividades semelhantes para formar uma unidade organizacional.
• Espaço ►unidades podem estar amplamente separadas, Assim todos os indivíduos que executam funções semelhantes fi-
quanto maior a separação maior dificuldade de coordenação. Dis- cam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabi-
tância espacial tende a levar distância social. lidade, todo o pessoal de secretaria, todas as enfermeiras, e assim
• Divisões da estrutura ►funções diferentes, vários departa- por diante.
mentos na mesma linha horizontal – difícil o membros de um nível A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer
apreciar o trabalho de outro nível. nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula.
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional
A organização formal não pode ser eliminada; é inevitável e são:
essencial, pois nenhuma organização pode ser compreendida sem • Mantém o poder e o prestígio das funções principais
o conhecimento da organização formal, é quase impossível tam- • Cria eficiência através dos princípios da especialização.
bém compreendê-la apenas nessa base. • Centraliza a perícia da organização.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
• Permite maior rigor no controle das funções pela alta admi- DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE
nistração. A Departamentalização de cliente consiste em agrupar as
• Segurança na execução de tarefas e relacionamento de co- atividades de tal modo que elas focalizem um determinado uso
legas. do produto ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada
• Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de principalmente no grupamento de atividade de vendas ou serviços.
produtos. As lojas de departamentos, por exemplo, podem ter uma seção
para o grupo dos catorze aos vinte anos, uma seção para gestan-
Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na abor- tes ou uma seção de roupas masculinas sociais, sem mencionar os
dagem funcional. departamentos para bebês e crianças. Em cada caso, o esforço de
• Entre elas podemos dizer: vendas pode concentrar-se nos atributos e necessidades especificas
• A responsabilidade pelo desempenho total está somente na
do cliente.
cúpula.
A principal vantagem da Departamentalização de cliente é a
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita
• O treinamento de gerentes para assumir a posição no topo é adaptabilidade uma determinada clientela.
limitado. As desvantagens são:
• A coordenação entre as funções se torna complexa e mais • Dificuldade de coordenação.
difícil quanto à organização em tamanho e amplitude. • Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes
• Muita especialização do trabalho. para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE PRODUTO DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO OU


É feito de acordo com as atividades inerentes a cada um dos EQUIPAMENTO
produtos ou serviços da empresa. É o agrupamento de atividades que se centralizam nos proces-
Exemplos de Departamentalização de produto: sos de produção ou equipamento. É encontrada com mais frequên-
1- Lojas de departamentos cia em produção.
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mer- As atividades de uma fábrica podem ser grupadas em perfu-
cury e Lincoln Continental. ração, esmerilamento, soldagem, montagem e acabamento, cada
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados, qual em seu departamento.
como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana. Você perceberá uma modificação deste agrupamento organi-
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização zacional quando comprar um hamburguer em um restaurante de
de produtos são:
serviço rápido. Note que algumas pessoas estão assando a carne,
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produtos
outras estão fritando as batatas, e outras preparando a bebida.
ou serviços.
• A coordenação de funções ao nível da divisão de produto Usualmente há um anotador de pedidos que também recebe o pa-
torna-se melhor. gamento e compõe o pedido.
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lucro. Vantagens:
• Facilita a coordenação de resultados. • Maior especialização de recursos alocados.
• Propicia a alocação de capital especializado para cada grupo • Possibilidade de comunicação mais rápida de informações
de produto. técnicas.
• Propicia condições favoráveis para a inovação e criatividade.
Desvantagens:
Desvantagens: • Possibilidade de perda da visão global do andamento do pro-
• Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí re- cesso.
sultar duplicação desnecessária de recursos e equipamento. • Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de
atividade nos vários grupos de produtos. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO
• Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos se Aqui as pessoas recebem atribuições temporárias, uma vez
tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura da que o projeto tem data de inicio e término. Terminado o projeto as
empresa.
pessoas são deslocadas para outras atividades.
Por exemplo: uma firma contábil poderia designar um sócio
DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL
Algumas vezes mencionadas como regional, de área ou geo- (como administrador de projeto), um contador sênior, e três con-
gráfica. É o agrupamento de atividades de acordo com os lugares tadores juniores para uma auditoria que está sendo feita para um
onde estão localizadas as operações. Uma empresa de grande porte cliente.
pode agrupar suas atividades de vendas em áreas do Brasil como Uma empresa manufatureira, um especialista em produção,
a região Nordeste, região Sudeste, e região Sul. Muitas vezes as um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indicados
filiais de bancos são estabelecidas desta maneira. para, sob a chefia de um administrador de projeto, completar o
As vantagens e desvantagens da Departamentalização terri- projeto de controle de poluição.
torial são semelhantes às dadas para a Departamentalização de Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria
produto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as neces- designado para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus
sidades singulares de sua área, mas exige coordenação e controle membros para a atividade específica do projeto.
da administração de cúpula em cada região.

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ Hoje, em qualquer tipo de empresa, existe as estruturas infor-
A Departamentalização de matriz é semelhante à de projeto, mais. É errado pensar na hipótese de que grupos informais apenas
com uma exceção principal. No caso da Departamentalização de se formam dentro de um grupo religioso, ou até mesmo dentro de
matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha uma sala de aula, muitas estruturas informais existem dentro de
sobre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do grandes empresas, e apresentam diferentes níveis de atuação.
administrador de projeto é sobreposta aos vários departamentos Os lideres dos grupos informais surgem por várias causas,
funcionais, dando a impressão de uma matriz. como por exemplo:
A organização de matriz proporciona uma hierarquia que res- - Idade;
ponde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipica- - Competência;
mente encontrada em organização de orientação técnica, como a - Localização no Trabalho;
Boeing, General Dynamics, NASA e GE onde os cientistas, enge- - Conhecimento;
nheiros, ou especialistas técnicos trabalham em projetos ou pro- - Personalidade;
gramas sofisticados. Também é usada por empresas com projetos - Comunicação;
de construção complexos - Dentre varias outras situações.
Vantagens: Permitem comunicação aberta e coordenação de
atividades entre os especialistas funcionais relevantes. Capacita a Vale lembrar que a estrutura informal é um bom lugar para
organização a responder rapidamente à mudança. São abordagens lideres formais se desenvolverem, porem nem sempre um grande
orientadas para a tecnologia. líder informal será um grande líder formal, pois eles podem falhar
Desvantagens: Pode haver choques resultantes das priorida- com o medo da responsabilidade formal.
des. Algumas vezes, a estrutura informal se torna uma força nega-
tiva dentro da empresa, porém se a administração conseguir conci-
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR liar e/ou integrar os grupos formais com os informais, haverá uma
Para evitar problemas na hora de decidir como departamenta- harmonização nas tarefas, o que ai sim, se torna uma condição
lizar, pode-se seguir certos princípios: favorável de rendimento e produção.
• Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso Sendo assim a estrutura informal possui algumas vantagens
de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição. como por exemplo:
• Principio do maior interesse – o departamento que tem maior - Rapidez no processo;
interesse pela atividade deve supervisiona-la. - Redução de comunicação entre chefe e empregado;
• Principio da separação e do controle – As atividades do con- - Motiva e integra os grupos de trabalho.
trole devem estar separadas das atividades controladas. Contudo, possui suas desvantagens:
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar a con- - Desconhecimento de chefia;
corrência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no - Dificuldade de controle;
mesmo departamento. - Atrito entre pessoas.

Outro critério básico para departamentalização está baseado Com tudo isso, podemos notar que, se um executivo astuto
na diferenciação e na integração, os princípios são: sabe muito bem conciliar esse tipo de informalidade na sua estru-
• Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades tura organizacional
diferentes devem ficar em departamentos separados. A diferencia-
ção ocorre quando:
• O fator humano é diferente,
• A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes, 2. NOÇÕES DO PROCESSO
• Os ambientes externos são diferentes, ADMINISTRATIVO: PLANEJAMENTO,
• Os objetivos e as estratégias são diferentes.
ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE.
A integração – Quanto mais atividades trabalham integradas,
maior razão para ficarem no mesmo departamento.
Fatores de integração são:
• Necessidade de coordenação. Administração significa a maneira de governar organizações
ou parte delas.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA É o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a es- recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de
trutura que mais se adapte à sua realidade organizacional. maneira eficiente e eficaz.

ESTRUTURA INFORMAL Técnicas Administrativas são ferramentas utilizadas para a


Esse tipo de estrutura se consiste numa rede de relações so- Eficácia dos Sistemas, com foco no desenvolvimento de Rotinas
ciais e pessoais que não é estabelecida formalmente, ou seja, a Funcionais.
estrutura surge da interação entre as pessoas, desenvolvendo-se São várias as ferramentas e técnicas administrativas dispo-
espontaneamente quando as pessoas se reúnem entre si. níveis na administração. Vamos abordar aquelas que são mais
A informalidade, é geralmente, mais instável, pois está sujeita corriqueiras em concursos públicos, como: Plano de Negócios,
aos sentimentos pessoais, pois se trata de uma natureza mais sub- Administração de Marketing, Vendas, Qualidade, Comunicação,
jetiva, ela não possui uma direção certa e obrigatória. Inteligência Emocional e Administração do Tempo.

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Plano de Negócios • Controlar a entrega e saída de materiais;
Plano de negócios é um documento usado para descrever um • Controlar o registro de frequência de funcionários;
empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. • Inteirar dos serviços dos setores diversos da empresa visan-
Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoco- do orientar e facilitar a função de dados, documentos e outras soli-
nhecimento. E ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu citações dos superiores;
ambiente de negócios. • Atuar como responsável fiscalizador pela manutenção da
O plano de negócios é uma ferramenta administrativa que ordem nos ambientes;
possui uma linguagem que descreve de forma completa o que é ou • Operar equipamentos diversos como: e-mail, fax, máquina
o que pretende ser a empresa. de xérox, projetor de multimídia;
Plano de Negócios é um documento pelo qual o empreende- • Realizar e atender chamadas telefônicas;
dor formalizará os estudos a respeito de suas ideias transforman- • Emitir notas fiscais, emitir contra-cheques de funcionários;
do-as num negócio. • Realizar depósito de dinheiro.
A principal utilização do Plano de Negócios é a de prover O Assistente Administrativo é o profissional que presta assis-
uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento tência na área administrativa de uma empresa, auxiliando o ad-
inicial de uma start-up. No entanto, o PN tem atingido notorie- ministrador em suas atividades rotineiras e no controle de gestão
dade como instrumento de captação de recursos financeiros junto financeira, administração, organização de arquivos, gerência de
a capitalistas de risco, principalmente no tocante às empresas de informações, revisão de documentos entre outras atividades.
tecnologia e internet dos Estados Unidos. Um Assistente Administrativo controla os recebimentos e re-
No PN estarão registrados o conceito do negócio, os riscos, messas de correspondências e documentos, coordenando as ativi-
os concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias de marketing, dades administrativas, financeiras e de logística da unidade, orga-
bem como todo o plano financeiro que viabilizará o novo negócio. nizando os arquivos e gerenciando informações.
Além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio Está sob a responsabilidade de um Assistente Administrativo
para o empreendedor que procura sócio ou um investidor. receber e remessar correspondências e documentos, controlar as
Pode- se dizer que o plano de negócios é uma ferramenta que contas a pagar, controlar os recebimentos da empresa, emitir notas
explica a forma de pensar sobre o futuro dos negócios e o descre- fiscais, preparar e encaminhar documentos, tirar cópias, coordenar
ve. É mais um processo do que um produto. É um instrumento de trabalho de logística da empresa, enviar documentos para o depar-
negociação interna e que é um instrumento que serve para obten- tamento contábil e fiscal, atender telefonemas e esclarecer dúvidas
ção de financiamento. Essa ferramenta de gestão administrativa sobre o financeiro, elaborar e apresentar relatório financeiro coor-
pode e deve ser usada por todo e qualquer empreendedor que quei- denando o departamento de compras e sempre manter organizados
ra transformar seu sonho em realidade, seguindo o caminho lógico arquivos e cadastros da empresa.
e racional que se espera de um bom administrador. O Assistente Administrativo deve estar em constante atuali-
Espera-se que um Plano de Negócio seja uma ferramenta ad- zação relacionada à área ter conhecimentos de informática, além
ministrativa para o empreendedor expor suas ideias em uma lin- de boa comunicação, responsabilidade, saber administrar bem o
guagem que os leitores do PN entendam e, principalmente, que tempo, saber lidar com números, boa comunicação, boa memória,
mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. bom humor, paciência e confiabilidade.
O Plano de negócios se aplica tanto no lançamento de novos em- O Assistente Administrativo por ser um profissional que pres-
preendimentos quanto no planejamento de empresas maduras. ta assistência, se relaciona com toda a área relacionada à Adminis-
tração dentro de uma empresa.
Com a elaboração de um Plano de Negócios é possível execu- É importante que as empresas mantenham todos os colabora-
tar várias tarefas na empresa dentre elas pode-se destacar: dores informados sobre as mudanças de planejamento, lançamento
- Entender e estabelecer diretrizes para seu negócio; de novos produtos ou serviços, alterações na rotina de trabalho,
- Gerenciar de forma mais eficaz a empresa e tomar decisões vagas de promoção e movimentações de setores, dentre outros. Em
acertadas; uma empresa pequena essa tarefa pode ser descomplicada, mas em
- Monitorar o dia-a-dia da empresa e tomar ações corretivas uma grande multinacional é necessário um esforço muito maior, a
quando necessário; seguir algumas dicas para fazer e divulgar um comunicado interno
- Conseguir financiamentos e recursos junto a bancos, gover- de maneira rápida e eficiente.
no, Sebrae, investidores, capitalistas de risco etc; A linguagem utilizada no comunicado interno deve ser objeti-
- Identificar oportunidades e transformá-las em diferencial va e de fácil compreensão, quanto menos dificuldades de absorver
competitivo para a empresa; e a informação os colaboradores obtiverem, mais rápido a empresa
- Estabelecer uma comunicação interna eficaz na empresa e irá obter os resultados desejados. Existem diversos motivos para
convencer o público externo (fornecedores, parceiros, clientes, divulgar um comunicado interno, dentre os já citados e que estão
bancos, investidores etc.). relacionados á parte administrativa da empresa, se pode também
divulgar frases motivacionais, parabenizações por resultados obti-
As rotinas administrativas são as funções que o profissional dos, campanhas e gincanas para atingimento de metas, etc.
realiza dentro de uma empresa ou escritório, que são as seguintes: A tecnologia deve ser uma grande aliada para as grandes em-
• Realizar a entrega de materiais diversos; presas neste momento, pois com uma grande quantidade de fun-
• Manter materiais e documentos organizados cionários é mais difícil fazer com que todos recebam o comunica-
• Desenvolver e preparar expedientes administrativos sob do. Duas alternativas excelentes são a intranet ou envio de e-mails
orientação dos superiores. corporativos. A intranet é um canal de comunicação privado e

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
exclusivo para os funcionários da empresa, em que são publica- mas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Admi-
dos os comunicados, treinamentos e informações sobre folha de nistração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção
pagamento, dentre outros. Os funcionários podem receber indivi- dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
dualmente um email corporativo, utilizado apenas para fins pro- da Administração.
fissionais e que pode facilmente se tornar o meio de comunicação
mais fácil com a empregadora. Certamente são as duas melhores PLANEJAMENTO
opções para se divulgar um comunicado interno de forma rápida e
sem muitos custos. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à
Empresas menores, que possuem uma baixa quantidade de operacionalização das outras funções.
funcionários geralmente não possuem serviços de intranet ou Estabelece os objetivos, especificando a forma como serão al-
email corporativo, nesta situação os comunicados internos podem cançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um
ser transmitidos pessoalmente através dos seus superiores ou em plano de ações para atingir as metas traçadas. É a função admi-
reuniões coletivas. nistrativa que define objetivos e decide sobre os recursos e tarefas
Os cartazes também podem ser utilizados para transmitir as necessários para alcançá-los adequadamente.
informações internas e devem ser posicionados em um lugar estra- De forma resumida, podemos dizer que a função do Plane-
tégico, de fácil visualização para todos os colaboradores e longe da jamento é antever o futuro, trazer para o presente o que se quer
vista de clientes caso se trate de uma empresa que presta serviços
atingir como meta.
e atenda pessoalmente o grande público.
A principal decorrência do Planejamento são os Planos. Estes
Os comunicados internos são fundamentais para manter um
facilitam no alcance das metas e objetivos do Planejamento. Fun-
ambiente de trabalho transparente e agradável para todos, a ini-
ciativa de padronizar o conhecimento dos funcionários deve ser cionam também como guias para assegurar os seguintes aspectos:
levada em conta por todas as companhias do mercado, e cabe aos 1. Definem recursos – materiais, humanos, financeiros, tecno-
colaboradores também procurar por essas informações e absorvê- lógicos, ambientais, etc.
-las da melhor maneira possível, contribuindo com o crescimento 2. Integrar os vários objetivos a serem alcançados, com vistas
da empresa e com a própria carreira profissional. à coordenação e integração.
3. Permitem que as pessoas trabalhem em diferentes ativida-
PLANEJAMENTO E FERRAMENTAS des.
4. Dão racionalidade ao processo.
A Administração, em seus primórdios – introdução do estudo 5. Permitem monitorar e avaliar o processo.
científico (Henry Fayol) –, definiu 5 funções básicas, no final do
século IX, atrelados à Teoria da Administração Clássica. Passos/Processos do Planejamento
• Planejar O Planejamento é constituído de forma sequencial de 6 pas-
• Organizar sos:
• Coordenar 1. Definição de objetivos
• Comandar 2. Verificar qual a situação atual em relação aos objetivos
• Controlar 3. Desenvolver premissas quanto às condições futuras – quan-
to mais pessoas estiverem atuando na elaboração e compreensão
Entretanto, com a evolução nos estudos, por volta dos anos do Planejamento e quanto mais se obter envolvimento para utilizar
50 (século XX), surgiu a Teoria Neoclássica da Administração, premissas consistentes, tanto mais coordenado será o Planejamen-
cuja proposição era retomar as abordagens da Teoria Clássica com to.
“roupagem” diferente, dando destaque em: 4. Alternativas de ação
• ênfase na prática da administração; 5. Escolha de uma ação dentre a cesta de ações
• reafirmação relativa das proposições clássicas; 6. Implementar o plano e avaliar os resultados
• ênfase nos princípios gerais de gestão;
• ênfase nos objetivos e resultados.
Todos os passos/processos do Planejamento devem considerar
suas viabilidades e aceitação pelos envolvidos no Planejamento
A Teoria Neoclássica redefiniu as funções básicas da Admi-
(colaboradores).
nistração ao aglutinar as funções “Coordenar” e “Comandar”,
dando-lhes outra nomenclatura: Dirigir. Portanto, as funções da
Administração na Teoria Neoclássica passaram a ser: Filosofia do Planejamento
• Planejar De forma ontológica (essência), o Planejamento está subor-
• Organizar dinado a filosofia de ação. Diz-se que o Planejamento é a ação do
• Dirigir pensamento.
• Controlar 1a – Planejamento Conservador – Voltado para a estabilidade e
para a manutenção da situação existente. As decisões são tomadas
Tanto na Teoria Clássica, quanto na Neoclássica, as funções no sentido de obter bons resultados, mas não necessariamente os
da Administração estão ligadas ao Processo Administrativo (PA). melhores possíveis. Está mais preocupado em identificar e sanar
Aqui, o PA é totalmente desassociado do Processo Administrativo deficiências e problemas internos do que explorar oportunidades
Disciplinar (PAD) contido na Lei N°. 9784/99, que estabelece nor- ambientais futuras.

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
2a – Planejamento Otimizante – Voltado para a adaptabilidade e inovação. As decisões são tomadas no sentido de obter os melhores
resultados possíveis, seja minimizando recursos, seja maximizando o desempenho. Em geral, está baseado na preocupação em melhorar as
práticas atualmente vigentes. Sua base é incremental (melhora contínua).
3a – Planejamento Adaptativo – Voltado para as contingências e para os diferentes interesses envolvidos. Sua base é aderente no sentido
de ajustar-se às demandas ambientais e preparar-se para as futuras contingências.

Vantagens do Planejamento
• Aumento do foco e da flexibilidade – Orientado para resultados, para prioridades, para vantagens e para mudanças.
• Melhoria na coordenação – Hierarquia de objetivos é uma série de objetivos interligados juntos de modo que os objetivos em níveis
mais elevados são apoiados e suportados por objetivos de nível mais baixo. Os objetivos hierarquizados criam uma rede integrada de cadeias
de meios-fins.
• Melhoria no controle – Avaliação dos resultados do desempenho e a tomada de ação corretiva para melhorar as coisas quando neces-
sário.
• Administração do tempo

Tipos de Planejamento
São 3 os tipos de Planejamento: Estratégico, Tático e Operacional. Cada um desses tipos está associado ao nível organizacional, ao
conteúdo, ao tempo e à amplitude. Dessa forma, a tabela abaixo retrata de maneira fidedigna o entrelaçamento dessas variáveis.

NÍVEL ORGANIZACIONAL TIPO DE PLANEJAMENTO CONTEÚDO TEMPO AMPLITUDE


Macroorientado
Institucional Estratégico Genérico e Sintético Longo Prazo (aborda a organização
como um todo)
Aborda cada unidade
Menos genérico e
Intermediário Tático Médio Prazo organizacional em
mais detalhado
separado
Microorientado
Operacional Operacional Detalhado e analítico Curto Prazo (aborda cada operação
em separado)

O Planejamento Estratégico está relacionado à adaptação em um ambiente mutável. Portanto, sujeito à incerteza a respeito dos
eventos ambientais. Está orientado para o futuro e é compreensivo, ou seja, envolve a totalidade dos envolvidos, abarcando todos os seus
recursos. Constrói consenso e é uma forma de aprendizagem (aprende-se com os erros de planejamento).

O Planejamento Tático envolve-se com o nível intermediário de uma organização: um departamento ou divisão. Envolvem:
• Planos de produção
• Planos financeiros
• Planos de marketing
• Planos de RH
• Planos tecnológicos

Atenção: As Políticas constituem exemplos de planos táticos. Funcionam como orientações para tomadas de decisão e definem limites
e fronteiras dentro dos quais as pessoas podem tomar suas decisões. Dessa forma, as Políticas são, em certo ponto, limitadores do grau de
liberdade para a tomada de decisão. Especifica como os funcionários deverão se comportar frente ao seu conteúdo.
O Planejamento Operacional está inserido na lógica de sistema fechado, voltada para a otimização e maximização de resultados. Seu
foco é a busca da eficiência (ênfase nos meios). Classificam-se em 4 tipos:
• Procedimentos
• Orçamentos
• Programas – ou programações estão relacionadas ao tempo e as atividades.

Os cronogramas constituem os mais importantes tipos de programas. Entretanto, há outros como o gráfico Gantt (colunas predetermi-
nadas em semanas) e o PERT (Program Evaluation Review Technique – sistema lógico baseado em 5 elementos principais: 1° - rede básica,
subdividida em eventos, atividades e relações; 2° - alocação de recursos; 3° - considerações de tempo e de espaço; 4° - rede de caminhos;
e 5° caminhos críticos). O PERT permite acompanhar e avaliar o progresso dos programas e projetos em relação aos padrões de tempo
predeterminados, constituindo também um esquema de controle e avaliação. Facilita a localização de desvios e indica as ações corretivas
necessárias em tempo mínimo.

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Matriz SWOT • Desejado ou Normativos: é a expressão do futuro baseada
O Planejamento em geral e a análise SWOT em particular ti- na vontade (factível) de uma coletividade, refletindo seus anseios
veram suas origens na Academia de Políticas e Negócios da Har- e expectativas.
vard Business Schools e na American Business Schools no anos
60. O Planejamento utiliza a estratégia, contida nos planos,  para Outras abordagens à construção de cenários:
atingir os objetivos traçados. Dessa forma, o uso da Matriz SWOT
é uma ferramenta da escola de Planejamento com vistas a identifi- Lógica Indutiva - a essência desta abordagem está em encon-
car os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças. Em trar meios de mudar o pensamento dos gestores de modo que con-
inglês, SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats). sigam antecipar o futuro e preparar a organização para este futuro.
Isto é feito através da criação de um conjunto de histórias sobre o
A escola da estratégia envolve 3 análises: futuro, coerentes e realistas, para testar os planos e os projetos de
negócios, incitando o debate público e a convergência de opiniões.
1a – Análise Macroambientais    Esta abordagem pressupõe que a tomada de decisões da organiza-
Político-Legal
ção é baseada em um conjunto complexo de relações entre fatores
Econômico
econômicos, tecnológicos, sociais e políticos.
Tecnológico
A maioria destes fatores são externos à organização, mas
Sociais
devem ser entendidos para melhorar as decisões relativas ao de-
2a – Setor em que se opera senvolvimento de produtos, expansão de capacidade e estratégias
Ameaça de novos concorrentes que ingressam no setor; organizacionais. Alguns dos fatores são precisos, quantitativos e
A intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes; de certo modo previsíveis. A análise de cenários é um meio de
A ameaça de produtos ou serviços substitutos; avaliar riscos, antecipar os momentos–chave de mudança e iden-
O poder de barganha dos clientes; tificar trade-off entre as metas da organização. O ponto forte desta
O poder de barganha dos fornecedores. abordagem é sua habilidade em desenvolver cenários flexíveis e
consistentes sob uma perspectiva intuitiva, dispensando modelos
3a – Organização em si matemáticos de difícil adaptação em certas organizações.
Recursos
• Humanos (experiência, capacidades, conhecimentos, habili- Análise dos Impactos Tendenciais - esta abordagem enfo-
dades, e julgamento de todos os funcionários da empresa); ca o efeito de determinados eventos nas tendências das variáveis
• Organizacionais (os sistemas e processos da empresa); analisadas, em um dado período de tempo. Ao contrário da Lógica
• Físicos (instalações equipamentos, localização geográfica, Intuitiva que procura perturbações e rupturas de tendências, este
acesso a matérias-primas, rede de distribuição e tecnologia) método procura capturar as tendências, extrapolá-las e verificar os
efeitos de certos eventos relevantes na evolução da tendência.
A análise do ambiente possui os seguintes objetivos: Esta abordagem une métodos tradicionais de previsão como
• Conhecer as forças e fraquezas da organização (variáveis análises de séries de tempo e econometria com fatores qualitati-
internas e controláveis). vos, forçando o usuário a identificar explicitamente os eventos que
• Identificar oportunidades e ameaças (variáveis externas e influenciam a variável analisada e avaliar as probabilidades de sua
incontroláveis). ocorrência e de seus impactos. Este método não verifica possíveis
• Correlacionar os pontos fortes e fracos com as oportunida- efeitos de uma variável sobre a outra.
des e ameaças.
Análise de Impactos Cruzados -  é uma técnica para analisar
Construção de Cenários
sistemas complexos e se concentra no estudo dos modos que as
forças internas ou externas de uma empresa podem interagir pro-
A função Planejamento pode e deve se valer da construção
duzindo efeitos maiores que a soma de suas partes e na análise da
cenários. Trata-se de ensaios que visam incluir o Planejamento em
ampliação de uma única força através de feedbacks. Este método
condições específicas, de forma a dar-lhe dimensões semi verda-
deiras. Condições semi verdadeiras refere-se a um certo grau de tem sido útil em ambientes onde é possível identificar forças do-
subjetividade que os cenários trazem. Ao tentar definir cenários minantes e modelá-las, facilitando o entendimento dos gestores. É
para o Planejamento, perguntamo-nos: caso uma das variáveis seja um modelo matemático que apresenta como resultado final um ce-
alterada, qual o novo resultado do novo cenário? nário estático, exigindo do administrador a capacidade de imaginar
Não há limites de cenários, pois estes variam de acordo com um caminho entre cenário projetado e estado atual da ambiência
as variáveis que as organizações estão inseridas, os aspectos cul- ou empresa.
turais, as pessoas que contribuirão na realização do Planejamento, Atualmente, as organizações trabalham em contextos de in-
dentre outros aspectos. Esse dinamismo dá caráter indefinido do certezas e constantes alterações. Isso leva os gestores a trabalha-
número de cenários. rem em abordagens projetivas, pois são mais flexíveis e de fáceis
alterações. Já a abordagem projetiva requer ambientes estáveis,
Os cenários podem conter duas abordagens ou categorias: sem alterações significativas de sua forma.
• Exploratória: começando de tendência do passado e do pre-
sente e levando para futuros prováveis.

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO
 
A palavra organização pode assumir vários significados: Está relacionada com a maneira pela qual os objetivos devem
a) Organização como uma entidade social: Uma organização ser alcançados através da atividade das pessoas e da aplicação dos
social dirigida para objetivos específicos e deliberadamente estru- recursos que compõem a organização.
turada. A organização é uma entidade social porque é constituída Direção é a atividade consistente em conduzir e coordenar
por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para o pessoal na execução de um plano previamente elaborado. As-
alcançar resultados, como gerar lucros, proporcionar satisfação sim, dirigir uma organização pública ou privada significa dominar
social, etc. É deliberadamente estruturada pelo fato que o trabalho a habilidade de conseguir que os seus subordinados executem as
é dividido e seu desempenho é atribuído aos membros da orga- tarefas para as quais foram designados por força do cargo (setor
nização. Nesse sentido, a palavra organização significa qualquer público) ou por força do contrato de trabalho (setor privado).
empreendimento humano moldado intencionalmente par atingir Os meios normalmente utilizados para o desempenho de uma
determinados objetivos. Essa definição é aplicável a todos os ti- direção eficaz são: a) ordens e instruções, b) motivação, c) comu-
pos de organizações, sejam elas lucrativas ou não, como empresas, nicação e d) liderança, sendo que um bom gestor sabe que os me-
bancos, financeiras, hospitais, clubes, igrejas etc. Dentro desse lhores resultados de gestão surgirão do uso combinado delas.
ponto de vista, a organização pode ser visualizada sob dois aspec- Ou seja, não basta dar ordens e instruções, é preciso saber
tos distintos: motivar seus subordinados na execução das tarefas. E isso se faz,
• Organização formal: É a organização baseada em uma divi- por exemplo, através de uma comunicação eficiente entre chefe e
são de trabalho racional que especializa órgãos e pessoas em de- subordinado. É preciso dizer à equipe o motivo pelo qual aquele
terminadas atividades. É, portanto, a organização planejada ou a determinado trabalho é importante para a organização. Estes con-
organização que está definida no organograma, sacramentada pela ceitos, apesar de simples, são comumente esquecidos pelos diri-
direção e comunicada a todos por meio dos manuais de organiza- gentes de organizações públicas e privadas, trazendo-lhes sérios
ção. É a organização formalizada oficialmente. prejuízos financeiros e operacionais a curto prazo sem falar na per-
• Organização Informal: É a organização que emerge espon- da da credibilidade do trabalho executado pelo gestor perante seus
tânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na or- subordinados, pares e superiores.
ganização formal e a partir dos relacionamentos humanos como
ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade e CONTROLE
do surgimento de grupos informais que não aparecem no organo-
grama ou em qualquer outro documento formal. Controlar significa garantir que o planejamento seja bem exe-
cutado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados da me-
b) Organização como função administrativa e parte integrante lhor maneira possível.
do processo administrativo: Nesse sentido, organização significa  A função administrativa de controle está relacionada com a
o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os órgãos maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados através da
incumbidos de sua administração e estabelecer as relações entre atividade das pessoas que compõem a organização. O planejamen-
eles e as atribuições de cada um. Trataremos da organização sob to serve para definir os objetivos, traçar as estratégias para alcan-
o segundo ponto de vista, ou seja, a organização como a segunda çá-los e estabelecer os planos de ação. A organização serve para
função administrativa e que depende do planejamento, da direção estruturar as pessoas e recursos de maneira a trabalhar de forma
e do controle para formar o processo administrativo. Organizar organizada e racional. A direção mostra os rumos e dinamiza as
consiste em: pessoas para que utilizem os recursos da melhor maneira possível.
• Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance Por fim, o controle serve para que todas as coisas funcionem da
dos objetivos planejados (especialização). maneira certa e no tempo certo.
• Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamen-  O controle verifica se a execução está de acordo com o que foi
talização). planejado: quanto mais completos, definidos e coordenados forem
• Designar as atividades às específicas posições e pessoas os planos, mais fácil será o controle.
(cargos e tarefas).

A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes:


a) Organização ao nível global: É a organização que abrange a
empresa como uma totalidade. É o chamado desenho organizacio-
nal, que pode assumir três tipos: Organização linear, organização
funcional e organização o tipo linha-staff;
b) Organização no nível departamental: é a organização que
abrange cada departamento da empresa. É o chamado desenho de-
partamental ou simplesmente departamentalização;
c) Organização no nível das tarefas e operações: é a organiza-
ção que focaliza cada tarefa, atividade ou operação especificamen-
te. É o chamado desenho dos cargos ou tarefas. É feita por meio da
descrição e análise dos cargos.
 

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Os gerentes são responsáveis pelo elo entre o nível operacional,
3. ORGANIZAÇÕES: FUNDAMENTOS, onde os colaboradores desenvolvem os produtos e serviços da or-
ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS ganização.
As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica
TRADICIONAIS, TENDÊNCIAS E com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estru-
PRÁTICAS ORGANIZACIONAIS. tura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agi-
lizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O
mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada
dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutu-
O conceito de administração representa uma governabilidade, ra, para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a
sejam administradas com planejamento, organização, direção, e hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.
controle. Montana e Charnov em 2003 asseveraram que o ato de As organizações fazem uso do organograma que melhor re-
administrar é trabalhar com e por intermédio de outras pessoas presenta a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo pira-
na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus midal ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas
membros. pessoas empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos con-
  tribuem com ideias na tomada de decisão.
A administração tem uma série de características entre elas: Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar
um circuito de atividades interligadas, buscar de obtenção de re- atento para sua relevância, nas organizações as informações são
importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a
sultados, proporcionar a utilização dos recursos físicos e materiais
qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
disponíveis, envolver atividades de planejamento, organização,
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que
direção e controle.
se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema,
O planejamento consiste em definir objetivos para traçar me-
deve haver um estudo no organograma da empresa verificando as-
tas, assim identificando forças, fraquezas, oportunidades e amea-
sim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para
ças. Interpretam-se dados, analisam-se recursos. O planejamento
essa implantação. Cada empresa tem suas características e suas
ocorre com base em muito estudo, muita pesquisa, antes da im- necessidades, e o sistema de informação se adéqua a organização
plantação de qualquer coisa, ele pode durar meses ou até anos. e aos seus propósitos.
Organizar significa preparar processos a fim de obter os resul- Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por
tados planejados. isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da com-
Direção, neste procedimento decisões são necessárias, para plexidade do ser humano. Maslow diz que em primeiro na base da
que os objetivos relacionados no planejamento continuem alinha- pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono,
dos. sexo, depois ele nomeia segurança como o segundo item mais im-
Controle, aqui é possível vislumbrar todo o processo de pla- portante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois ne-
nejar, organizar e direcionar. Liderar e discernir se o resultado foi cessidades afetivo sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos,
o almejado. Assim é possível recomeçar um novo ciclo com mais família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como
planejamento e suas etapas subsequentes. exemplo a necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por
Para administrar nos mais variados níveis de organização é seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as neces-
necessário ter habilidades, estas são divididas em três grupos: as sidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se
Habilidades Técnicas são habilidades que necessitam de conheci- aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades.
mento especializado e procedimentos específicos e pode ser obtida O raciocínio de Viktor Frankl “ vontade de sentido” também é
através de instrução. As Habilidades Humanas envolvem também coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a pirâmide
aptidão, pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige com- de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial,
preensão para liderar com eficiência. As Habilidades Conceituais de acordo com ele, o que nos move é aquilo que faz com que nossa
englobam um conhecimento geral das organizações, o gestor pre- vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleató-
cisa conhecer cada setor, como ele trabalha e para que ele existe. ria, são nossas motivações que nos levam a agir. Os colaboradores
De acordo com Chiavenato a estrutura garante a totalidade de são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais
um sistema e permite sua integridade, assim são as organizações, tempo nas atividades em que estão motivados. Sendo assim um
diversos órgãos agrupados hierarquicamente, os sistemas de res- funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir
ponsabilidade, sistemas de autoridade e os sistemas de comunica- autorrealização sem necessariamente ter passado por todas as es-
ções são componentes estruturais. calas da piramide. Mas o que é realização para um, não é reali-
Existem vários modelos de organização, Organização Empre- zação para todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando
sarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras. realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
As organizações possuem seus níveis de influência. O nível estra- O comportamento das pessoas nas organizações afetam dire-
tégico é representado pelos gestores e o nível tático, representado tamente na imagem, no sucesso ou insucesso da mesma, o com-
pelos gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob contro- portamento dos colaboradores refletem seu desempenho. Há uma
le. O gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula, necessidade das pessoas de ter incentivos para que o trabalho flua,
estabelece uma autoridade de forma construtiva, competente, enér- a motivação é intrínseca, mas os estímulos são imprescindíveis
gica e única. Fayol nomeia 16 diferentes atribuições dos gerentes. para que a motivação pelo trabalho continue gerando resultados
para a empresa.

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Os lideres são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de exercer, função,
tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo. Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer
as pessoas, ter habilidades e intercalar objetivos pessoais e organizacionais. O estilo do líder Democrático contribui na condução das or-
ganizações, ele delega não só tarefas, mas poderes, isso é importante para estimular os mais diversos profissionais dentro da organização.
No processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colaboradores travados, sem poder de opinião. Já no pro-
cesso de descentralização existe maior estimulo por parte dos funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.
Existem benefícios assegurados por leis e benefícios espontâneos. Um bom plano de benefícios motivam os colaboradores. O funcio-
nário hoje com todo seu conhecimento adquirido na empresa tem sido tratado como ativo não mais como recurso. Dar estímulos como os
benefícios contribuem para a permanência do funcionário na organização. São inúmeras vantagens tanto para o empregado quanto para o
empregador. Reduzindo insatisfações e aumentando a produção, gerando assim resultados satisfatórios.1
O conceito de administração representa uma governabilidade, gestão de uma empresa ou organização de forma que as atividades sejam
administradas com planejamento, organização, direção, e controle.  

PLANEJAR

É a função administrativa em que se estima os meios que possibilitarão realizar os objetivos (prever), a fim de poder tomar decisões
acertadas, com antecipação, de modo que sejam evitados entraves ou interrupções nos processos organizacionais.
É também uma forma de se evitar a improvisação.
Nesta função, o gerente especifica e seleciona os objetivos a serem alcançados e como fazer para alcançá-los.
Exemplos: o chefe de seção dimensiona os recursos necessários (materiais, humanos, etc.), em face dos objetivos e metas a serem
atingidos; a montagem de um plano de ação para recuperação de uma área avariada.

Planejamento: funciona como a primeira função administradora, pois serve de base para as demais.
• É uma reflexão que antecede a ação;
• É um processo permanente e contínuo;
• É sempre voltado para o futuro;
• É uma relação entre as coisas a serem feitas e o tempo disponível para tanto;
• É mais uma questão de comportamento e atitude da administração do que propriamente um elenco de planos e programas de ação;
• É a busca da racionalidade nas tomada de decisões;
• É um curso de ação escolhido entre várias alternativas de caminhos potenciais;
• É interativo, pois pressupõem avanços e recuos, alterações e modificações em função de eventos novos ocorridos no ambiente
externo e interno da empresa.
• O planejamento é um processo essencialmente participativo, e todos os funcionários que são objetos do processo devem participar.
• Para realizar o planejamento, a empresa deve saber onde está agora (presente) e onde pretende chegar (futuro).

Para isso, deve dividir o planejamento em sete fases sequenciais, como veremos abaixo.

Etapas do planejamento

1 Fonte: www.administradores.com.br – Por Luciana de Assis Fernandes Pereira

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
1.Definir: visão e missão do negócio 

Visão 
É a direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Deve refletir as aspirações da empresa
e suas crenças.
Fórmula base para definição da visão:
Verbo em perspectiva futura + objetivos desafiadores + até quando.
 
Missão 
A declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz.
Fórmula base para definição da Missão:
Fazer o quê + Para quem (qual o público?) + De que forma.

2. Analisar o ambiente externo 


Uma vez declarada a visão e missão da empresa, seus dirigentes devem conhecer as partes do ambiente que precisam monitorar para
atingir suas metas. É preciso analisar as forças macroambientais (demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, sociais e cul-
turais) e os atores microambientais (consumidores, concorrentes, canais de distribuição, fornecedores) que afetam sua habilidade de obter
lucro.
 
Oportunidades
Um importante propósito da análise ambiental é identificar novas oportunidades de marketing e mercado. 
 
Ameaças
Ameaça ambiental é um desafio decorrente de uma tendência desfavorável que levaria a deterioração das vendas ou lucro. 
 
3. Analisar o ambiente interno
Você saberia dizer quais são as qualidades e o que pode ou deve ser melhorado na sua empresa? Esses são os pontos fortes/forças e
fracos/fraquezas do seu negócio.

4. Analisar a situação atual 


Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz FOFA (força ou
fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças) ou SWOT (strengths, weaknesses, opportunities e threats). Inclua os pontos fortes e fracos
de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor, em cada uma das quatro caixas:
 

A análise FOFA fornece uma orientação estratégica útil.

5. Definir objetivos e Metas


São elementos que identificam de forma clara e precisa o que a empresa deseja e pretende alcançar. A partir dos objetivos e de todos os
dados levantados acima, são definidas as metas.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
As Metas existem para monitorar o progresso da empresa. COORDENAR
Para cada meta existe normalmente um plano operacional, que é o É a função administrativa que visa ligar, unir, harmonizar to-
conjunto de ações necessárias para atingi-la; Toda meta, ao ser de- dos os atos e todos os esforços coletivos através da qual se esta-
finida, deve conter a unidade de medida e onde se pretende chegar. belece um conjunto de medidas, que tem por objetivo harmonizar
  recursos e processos. Dois tipos de Coordenação:
6. Formular e Implementar a estratégia  •Vertical/Hierárquico: É aquela que se faz com as pessoas
Até aqui, você definiu a missão e visão do seu negócio e de- sempre dentro de uma rigorosa observância das linhas de comando
finiu metas e objetivos visando atender sua missão em direção à (ou escalões hierárquicos estabelecidos).
visão declarada. Agora, é necessário definir-se um plano para se •Horizontal: É aquela que se estabelece entre as outras pes-
atingir as metas estabelecidas, ou seja, a empresa precisa de uma soas sem observância dos níveis hierárquicos dessas mesmas pes-
formulação de estratégias para serem implantadas. soas. Essa coordenação possibilita a comunicação entre as pessoas
Após o desenvolvimento das principais estratégias da empre- de vários departamentos e de diferentes níveis hierárquicos. Risco
sa, deve-se adotar programas de apoio detalhados com responsá- Básico: Desmoralização ou destruição das linhas de comando ou
veis, áreas envolvidas, recursos e prazos definidos. hierarquia.
 
7. Gerar Feedback e Controlar CONTROLAR
À medida que implementa sua estratégia, a empresa precisa Esta função se aplica tanto a coisas quanto a pessoas.
rastrear os resultados e monitorar os novos desenvolvimentos nos Para que a função de controle possa efetivamente se processar
ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se está- e aumentar a eficiência do trabalho, é fundamental que o estabeleci-
veis de um ano para outro. O ideal é estar sempre atento à realiza- do ou determinado esteja perfeito, claramente explicado.
ção das metas e estratégias, para que sua empresa possa melhorar “O que perturba o bom entendimento não são regras do jogo
a cada dia. muito exigentes, mas sim regras esclarecidas após o jogo iniciado.”
  É a função administrativa através da qual se verifica se o que
Princípios aplicados ao planejamento foi estabelecido ou determinado foi cumprido (sem entrar especifi-
camente nos méritos e se deu ou não bons resultados).
 
I-    Princípio da definição dos objetivos (devem ser traçados
Um sistema de controle deve ter:
com clareza, precisão)
•um objetivo, um padrão, uma linha de atuação, uma norma,
II-   Princípio da flexibilidade do planejamento (poderá e de-
uma regra “decisorial”, um critério, uma unidade de medida;
verá ser alterado sempre que necessário e possível).
•um meio de medir a atividade desenvolvida;
 
•um procedimento para comparar tal atividade com o critério
Com esta primeira função montaremos o plano teórico, com-
fixado;
pletando assim o ciclo de planejamento: Estabelecer objetivos, to- •algum mecanismo que corrija a atividade como critério fixa-
mar decisões e elaborar planos. do. O processo de controle é realizado em quatro fases a saber:
a) Estabelecimento de padrões ou critérios;
ORGANIZAR b) Observação do desempenho;
É a função administrativa que visa dispor adequadamente os c) Comparação do desempenho com o padrão estabelecido;
diferentes elementos (materiais, humanos, processos, etc.) que d) Ação para corrigir o desvio entre o desempenho atual e o
compõem (ou vierem a compor) a organização, como objetivo de desempenho esperado.
aumentar a sua eficiência, eficácia e efetividade.
MOTIVAÇÃO
DIREÇÃO Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que
Podemos dividir essa função em duas subfunções: a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual
como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indivíduos
COMANDAR motivados tendem a ter um melhor desempenho, o que faz com que
É a função administrativa que consiste basicamente em: a organização invista em estímulos para promover essa motivação.
A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem dúvida,
Decidir a respeito de “que” (como, onde, quando, com que, a solução inovadora para que se pudesse compreender melhor o
com quem) fazer, tendo em vista determinados objetivos a serem comportamento humano na sua variedade. Um mesmo indivíduo
conseguidos. ora persegue objetivos que atendem a uma necessidade, ora busca
satisfazer outras. Tudo depende da sua carência naquele momento.
Determinar as pessoas, as tarefas que tem que executar. Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objetivo no
É fundamental para quem comanda desfrutar de certo poder: mesmo momento. O problema das diferenças individuais assume
•Poder de decisão. importância preponderante quando falamos de motivação.
•Poder de determinação de tarefas a outras pessoas.
•Poder de delegar – a possibilidade de conferir á outro parte Razões da Motivação
do próprio poder. • Razões empresariais 
•Poder de propor sanções àqueles que cumpriram ou não ás • concorrência 
determinações feitas. • produtos e preços
• fidelização

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Razões Pessoais Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas
necessidades são todas supridas de forma hierárquica. Maslow or-
• empregabilidade ganiza tais necessidades da seguinte forma:
• motivos p/ servir

* (ordem material = cliente =lucro)


* (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
* (ordem espiritual = crescimento pessoal)

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se


e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os seguintes tipos
de motivação:
• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas tarefas
por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determinações para que
essa pessoa cumpra. É a forma mais “primitiva” de motivação,
baseada na hierarquia e normalmente utilizando as punições como
fator principal de motivação. Trata-se de “fazer o ordenado para
não ser punido”, “cumprir ordens”.
• Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque ou-
tras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas sim, para
acompanhar um grupo e cumprir as expectativas de outras pessoas.
Aqui, estamos falando de “fazer o que os outros fazem para ser - Autorrealização
aceito, fazer parte do grupo”. - Autoestima
• Automotivação: a pessoa automotivada age por iniciativa - Sociais
própria, em função de objetivos que escolheu. A automotivação é a - Segurança
convicção que a pessoa tem de que deseja os frutos das suas ações. - Fisiológicas
É “fazer o que creio ser adequado aos meus objetivos”.
Não existe motivação “certa”. Em situações de emergência, Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no ali-
por exemplo, provavelmente a simples obediência seja a ação mais cerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades fisiológi-
indicada. O sucesso de uma ação coletiva pode depender da con- cas são as iniciantes do processo motivacional, porém, cada indi-
formidade das ações individuais à orientação do grupo. Por outro víduo pode sentir necessidades acima das que está executando ou
lado, uma pessoa pode ser fortemente auto motivada a objetivos
abaixo, o que quer dizer que o processo não é engessado, e sim
destrutivos, como uma ambição excessiva.
flexível.
O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de motivação;
Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a motiva-
pessoas auto motivadas atuando em grupos coesos, com orientação
ção é alcançada através de dois fatores:
clara, sólida e coerente.
 Fatores higiênicos que são estímulos externos que me-
lhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não conse-
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o mundo
gue motivá-los.
com outros olhos? É conquistar resultados, é superar obstáculos, é
ser persistente, é acreditar nos seus sonhos, é o que? 
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; exposição  Fatores motivacionais que são internos, ou seja, são sen-
de motivos ou causas ; conjunto de fatores psicológicos, timentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do reconheci-
conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, mento e da autorrealização gerada através de seus atos.
que determinam um certo tipo de conduta em alguém. Sendo assim
Motivação está intimamente ligado aos Motivos que segundo o Já David McClelland identificou três necessidades que seriam
dicionário é fato que leva uma pessoa a algum estado ou atividade.  pontos chave para a motivação: poder, afiliação e realização.
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são ad-
você quer da vida , e seus motivos são pessoais , intransferíveis quiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio, status e outras
e estão dentro da sua cabeça (e do coração também) , logo seus sensações que o ser humano gosta de sentir.
motivos são abstratos e só têm significado pra você , por isso
motivação é algo tão pessoal , porque vêm de dentro. Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas,
A motivação é uma força interior que se modifica a cada mo- que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de Processo,
mento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos onde, em cada uma delas, identificamos as correntes pertencentes.
de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação
é algo interior, ou seja, que está dentro de cada pessoa de forma
particular erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva,
pois ninguém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a
automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que
a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior e o emprego
desse prefixo deve ser descartado.

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades
sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorrealização.

 Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológicas e de
segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima. (social) e o componente interno da estima
(autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima
e a necessidade de autorrealização).

 Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fatores motivacionais
(intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg, eles podem causar a insatisfação e
desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a motivação. Exemplos: segurança, status, relações de
poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores
intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso, responsabilidade,
o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

 Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas (construção conjunta),
que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

 Teoria da equidade:
Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção de igualdade e justiça
existente no ambiente profissional.

 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um determinado
objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la como a preferência em direção,
ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa é
algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da
relação entre o esforço que vai ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o
grau de energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.
 Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresentava uma visão
negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam de trabalhar, precisam ser guiados,
orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto: diz que os indivíduos são automotivados, gostam de
assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto
realização.

Quanto às implicações dessas teorias:


Implicações aos Administradores:
As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma como motivar os subordinados:
 Devem determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem ser adequadas aos indi-
víduos observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas desejam;
 Determinar o desempenho que você deseja - determinar qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter para serem
recompensados;
 Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados acharem que o que foi
determinado é difícil ou impossível;

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
 Ligar as recompensas ao desempenho; satisfação, de certas necessidades. E quando uma necessidade é
 Certificar se a recompensa e adequada - recompensas pe- satisfeita ela não é mais motivadora de comportamento já que não
quenas significam motivações fracas. causa tensão ou desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de resolução
Implicações para a Organização: da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, frustrada (quando a
A expectativa da motivação também traz várias implicações satisfação é impedida ou bloqueada) ou compensada (a satisfação
para a organização: é transferida para objeto). Muitas vezes a tensão provocada pelo
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a surgimento da necessidade encontra uma barreira ou obstáculo
recompensa e não o que desejam - o sistema de recompensas para a sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão
devem ser projetados para motivar os comportamentos desejados; represada no organismo procura um meio indireto de saída, seja
ex.: segurança, aumento de produção. por via psicológica (agressividade, descontentamento, tensão
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fisiológica (tensão
nervosa, insônia, repercussões cardíacas ou digestivas etc.).
- se forem projetados para atender as necessidades mais elevadas
Outras vezes, a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas é
dos empregados, como ex.: independência, criatividade, o trabalho
transferida ou compensada. Isto se dá quando a satisfação de outra
pode ser motivador por si mesmo. necessidade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade que
Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e não pode ser satisfeita.
organizações é garantir que os subordinados tenham os recursos A satisfação de alguma necessidade é temporal e passageira,
necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada pelas diferentes
organização. necessidades. O comportamento é quase um processo de resolução
de problemas, de satisfação de necessidade, à medida que elas vão
Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que surgindo.
leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um objetivo, con- O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
forme mostra o Ciclo Motivacional. ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os seres
humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma
O Ciclo Motivacional variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades
e manter um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido com um
estado de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à
satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de
estima e de auto realização. É a frustração dessas necessidades que
causa muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras pessoas,
particularmente daquelas que estão em posições de autoridade,
torna-se importante para a administração compreender a natureza
do ajustamento e do desajustamento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as aptidões
– varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo indivíduo
de um momento para outro. Varia dentro de um continuum
e pode ser definido em vários graus, mas do que em tipos. Um
bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de
se definir saúde mental é descrever as características de pessoas
mentalmente sadias. As características básicas de saúde mental
são:
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as demandas da
O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma vida.
necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando
um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. LIDERANÇA
Liderança é uma habilidade que o indivíduo tem para
Esse estado de tensão leva o indivíduo a um comportamento ou
influenciar os outros, levando-os a fazerem aquilo que ele deseja.
ação, capaz de descarregar a tensão ou livrá-lo do desconforto
A Liderança é necessária em todos os tipos de organização
e do desequilíbrio. Se o comportamento ‘for eficaz o indivíduo humana, principalmente nas empresas, onde uma boa liderança
encontrará a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da pode gerar satisfação num grupo de pessoas envolvidas pelo líder,
tensão provocada por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo assim como uma má liderança pode gerar separação do grupo não
volta ao estado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento atingindo o mesmo objetivo da organização.
ao ambiente. Liderança é uma questão de redução de incertezas do grupo,
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo contrario, pois o indivíduo que passa a contribuir mais com orientações e
são forças dinâmicas e persistentes que provocam comportamentos. assistência ao grupo (auxiliando para tomada de decisões eficazes)
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo), os tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder. Assim, a
comportamentos tornam-se gradativamente mais eficazes na Liderança é uma questão de tomada de decisões do grupo.

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A Liderança é uma influência interpessoal, a influência Comunicação de Cima Para Baixo
envolve conceitos como poder e autoridade, abrangendo todas as A comunicação de cima para baixo refere-se ao fluxo de
maneiras pelas quais se introduzem mudanças no comportamento informação que parte dos níveis mais altos da hierarquia da orga-
de pessoas ou de grupos de pessoas. A importância da Liderança, nização, chegando aos mais baixos. Entre os exemplos estão um
sobretudo nas empresas, é bastante visível nos dias de hoje, pois gerente passando umas atribuições a sua secretária, um supervisor
se a liderança é uma influência interpessoal, que modifica o fazendo um anúncio a seus subordinados e o presidente de uma
comportamento, esta, deve ser dirigida à aumentar a satisfação na empresa dando uma palestra para sua equipe de administração. Os
conquista de determinada meta e na diminuição dos riscos. funcionários devem receber a informação de que precisam para
O líder apresenta traços marcantes pôr meio dos quais pode desempenhar suas funções e se tornar (e permanecer) membros
influenciar o comportamento das pessoas, passando para elas leais da organização.
parte das suas ações, a maneira de agir em determinada situação, Muitas vezes, os funcionários ficam sem a informação ade-
como lidar com pessoas temperamentais, enfim alguns líderes quada. Um problema é a sobrecarga de informação: os funcioná-
rios são bombardeados com tanta informação que não conseguem
possuem traços tão marcantes que pode até influenciar a missões
absorver tudo. Grande parte da informação não é muito impor-
importantes como religião ou uma missão militar.
tante, mas seu volume faz com que muitos pontos relevantes se
Hoje em dia o espírito de Liderança é muito valorizado,
percam.
tanto no âmbito profissional como no pessoal, ser Líder não é
Quanto menor o número de níveis de autoridade através dos
ser o “chefe” ou o “gerente”, é muito diferente disto. Os Líderes quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou
autênticos são pessoas que já absorveram a verdade fundamental distorção da informação.
da existência: que não é possível fugir das contradições inerentes
à vida. A mente de Liderança é ampla. O comportamento de Administração da comunicação de cima para baixo
Liderança envolve funções como planejar, dar informações, Os administradores podem fazer muitas coisas para melhorar
avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular, punir etc., deve a comunicação de cima para baixo. Em primeiro lugar, a admi-
ajudar o grupo a satisfazer suas necessidades. Um líder inato pode nistração deve desenvolver procedimentos e políticas de comu-
ser facilmente reconhecido perante o grupo, pois sua capacidade nicação. Em segundo lugar, a informação deve estar disponível
de coordenar, direcionar, conduzir o grupo a atingir seus objetivos àqueles que dela necessitam. Em terceiro lugar, a informação deve
ficam evidentes e o tornam uma espécie de guia representativo do ser comunicada de forma adequada e eficiente. As linhas de comu-
grupo. nicação devem ser tão diretas, breves e pessoais quanto possível.
A liderança está baseada no prestígio pessoal do administrador A informação deve ser clara, consistente e pontual - nem muito
e na aceitação pelos dirigidos ou subordinados. Três fatores, pelo precoce nem (o que é um problema mais comum) muito atrasada.
menos, influem no poder de liderança de um administrador:
· posição hierárquica (status) - decorrente de sua função de Comunicação de Baixo Para Cima
autoridade (direito de mandar e de se fazer obedecer); A comunicação de baixo para cima vai dos níveis mais bai-
·competência funcional - resultante de seus conhecimentos xos da hierarquia para os mais altos.
gerais e especializados (cultura geral e técnica). Os administradores devem facilitar a comunicação de baixo
· personalidade dinâmica - produto de suas características e para cima.
qualidades pessoais (aspecto físico, temperamento, caráter, etc.). Mas os administradores devem também motivar as pessoas a
Os estilos de liderança determinam o tipo de relação dos fornecer informações valiosas.
líderes com os grupos, dependendo da diversidade da situação e
das diversas forças que afetam a conduta dos liderados. Comunicação Horizontal
Muita informação precisa ser partilhada entre pessoas do mes-
A liderança autocrática é aquela em que as decisões são
mo nível hierárquico. Essa comunicação horizontal pode ocorrer
tomadas unicamente pelo líder, sem a participação da equipe.
entre pessoas da mesma equipe de trabalho. Outro tipo de comuni-
A liderança liberal é aquela que praticamente não conta com
cação importante deve ocorrer entre pessoas de departamentos di-
a participação do líder.
ferentes. Por exemplo, um agente de compras discute um problema
Na liderança democrática, o líder participa e estimula na com um engenheiro de produção, ou uma força-tarefa de chefes de
equipe os comportamentos desejados, mas a equipe possui relativa departamento se reúne para discutir uma preocupação particular.
autonomia para, com apoio do líder, decidir. Especialmente em ambientes complexos, nos quais as deci-
A liderança situacional depende da relação entre líder, sões de uma unidade afetam a outra, a informação deve ser parti-
liderados e situação, não estando sujeita a um único estilo. lhada horizontalmente.
As empresas integrantes da GE poderiam operar de forma
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO completamente independente. Mas cada uma deve ajudar as ou-
Ser um comunicador habilidoso é essencial para ser um bom tras. Transferem entre si recursos técnicos, pessoas, informação,
administrador e líder de equipe. Mas a comunicação também ideias e dinheiro. A GE atinge esse alto nível de comunicação e
deve ser administrada em toda a organização. A cada minuto de cooperação através de um fácil acesso entre as divisões e ao CEO;
cada dia, incontáveis bits de informação são transmitidos em uma cultura de abertura, honestidade, confiança e obrigação mú-
uma organização. Serão discutidas as comunicações de cima para tua; e reuniões trimestrais em que todos os altos executivos se reú-
baixo, de baixo para cima, horizontal e informal nas organizações. nem informalmente para partilhar informações e ideias. Os mes-
mos tipos de coisas são feitas também nos níveis inferiores.

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Comunicação Formal e Informal Outras características importantes é que as equipes são uma forma
As comunicações organizacionais diferem em sua formalida- eficaz de facilitar a participação dos trabalhadores nos processos
de. As comunicações formais são oficiais, episódios de transmis- decisórios aumentar a motivação dos funcionários.
são de informação sancionados pela organização. Podem mover-se
de baixo para cima, de cima para baixo ou horizontalmente, muitas Diferença entre Grupo e Equipe
vezes envolvendo papel. Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido como
A comunicação informal é menos oficial. dois ou mais indivíduos, em interação e interdependência, que se
A função de controle está relacionada com as demais funções juntam para atingir um objetivo. Um grupo de trabalho é aquele
do processo administrativo: o planejamento, a organização e a que interage basicamente para compartilhar informações e tomar
direção repercutem nas atividades de controle da ação empresa- decisões para ajudar cada membro em seu desempenho na sua área
rial. Muitas vezes se torna necessário modificar o planejamento, a de responsabilidade.
organização ou a direção, para que os sistemas de controle possam Os grupos de trabalho não têm necessidade nem oportunidade
ser mais eficazes. de se engajar em um trabalho coletivo que requeira esforço
A avaliação intimida. É comum os gerentes estarem ocupados conjunto. Assim, seu desempenho é apenas a somatória das
demais para se manterem a par daquilo que as pessoas estão fazendo contribuições individuais de seus membros. Não existe uma
e com qual grau de eficiência. É quando gerentes não sabem o que sinergia positiva que possa criar um nível geral de desempenho
seu pessoal está fazendo, não podem avaliar corretamente. Como maior do que a soma das contribuições individuais.
resultado, sentem-se incapazes de substanciar suas impressões e Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por meio
comentários sobre desempenho - por isso evitam a tarefa. do esforço coordenado. Os esforços individuais resultam em um
Mas quando a seleção e o direcionamento são feitos nível de desempenho maior do que a soma daquelas contribuições
corretamente, a avaliação se torna um processo lógico de fácil individuais. O quadro abaixo ressalta as diferenças entre grupos de
implementação. Se você sabe o que seu pessoal deveria fazer e trabalho e equipes de trabalho.
atribui tarefas, responsabilidades e objetivos com prazos a cada
funcionário especificamente, então você terá critérios com os Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Trabalho
quais medir o desempenho daquele indivíduo. Nessa situação, a Transformando indivíduos em membros de equipe
avaliação se torna uma simples questão de determinar se, e com - partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e de
que eficiência, uma pessoa atingiu ou não aquelas metas. todos os processos do grupo;
Os gerentes costumam suor que se selecionarem boas pessoas - respeitam as individualidades e sabem ouvir;
e as direcionarem naquilo que é esperado, as coisas serão bem - comunicam-se ativamente;
feitas. Eles têm razão. As coisas serão feitas, mas se serão bem - desenvolvem respostas coordenadas em benefícios dos
feitas e quanto tempo levará para fazê-las são fatores incertos. propósitos definidos;
A avaliação permite que se determine até que ponto uma coisa - constroem respeito, confiança mútua e afetividade nas
foi bem feita e se foi realizada no tempo certo. De certa forma, a relações;
avaliação é como um guarda de trânsito. Você pode colocar todas - participam do estabelecimento de objetivos comuns;
as placas indicadoras de limite de velocidade do mundo: não serão - desenvolvem a cooperação e a integração entre os membros.
respeitadas a não ser que as pessoas saibam que as infrações serão
descobertas e multadas. Fatores que interferem no trabalho em equipe
Isso parece lógico, mas é surpreendente quantos gerentes - Estrelismo;
adiam continuamente a avaliação enquanto se concentram em - Ausência de comunicação e de liderança;
atribuições urgentes mas, em última análise, menos importantes. - Posturas autoritárias;
Quando a avaliação é adiada, os prazos também são prorrogados, - Incapacidade de ouvir;
porque funcionários começam a sentir que pontualidade e - Falta de treinamento e de objetivos;
qualidade não são importantes. Quando o desempenho cai, mais - Não saber “quem é quem” na equipe.
responsabilidades são deslocadas para o gerente - que, assim, tem
ainda menos tempo para direcionar e avaliar funcionários. São características das equipes eficazes:
- Comprometimento dos membros com um propósito comum
EQUIPE e significativo;
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de - O estabelecimento de metas específicas para a equipe que
trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As conduzam os indivíduos a um melhor desempenho e também
evidências sugerem que as equipes são capazes de melhorar o energizam as equipes. Metas específicas ajudam a tornar a
desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer múltiplas comunicação mais clara. Ajudam também a equipe a manter seu
habilidades, julgamentos e experiências. Quando as organizações foco sobre o obtenção de resultados;
se reestruturaram para competir de modo mais eficiente e eficaz, - Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
escolheram as equipes como forma de utilizar melhor os talentos - Grande habilidade para ouvir;
dos seus funcionários. As empresas descobriram que as equipes - Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo com
são mais flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os o grau de maturidade da equipe; de acordo com a contingência;
departamentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos - Questões comportamentais são discutidas abertamente,
permanentes. As equipes têm capacidade para se estruturar, principalmente as que podem comprometer a imagem da equipe
iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamente. ou organização

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
- O nível de confiança entre os membros é elevado; pode ser prejudicial às pessoas e à própria organização, que perde
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a equipe em criatividade e falta de questionamentos, além de aumentar
disposta a aceitar e a se comprometer com as metas e as decisões a resistência às mudanças, uma vez que as pessoas se sentem
do líder; mais confortáveis agindo da forma a que estão habituadas e que
- Flexibilidade permitindo que os membros da equipe possam aprenderam ser a maneira correta de agir.
completar as tarefas uns dos outros.
Isso deixa a equipe menos dependente de um único membro; Ao ingressar em uma organização, indivíduos com
- Conflitos são analisados e resolvidos; características diversas se unem para atuar dentro de um mesmo
- Há uma preocupação / ação contínua em busca do sistema sociocultural na busca de objetivos determinados. Essa
autodesenvolvimento. união provoca um compartilhamento de crenças, valores, hábitos,
O desempenho de uma equipe não é apenas a somatória das entre outros, que irão orientar suas ações dentro de um contexto
capacidades individuais de seus membros. preexistente, definindo assim as suas identidades.
Contudo, estas capacidades determinam parâmetros do que
Segundo Dupuis (1996), são os indivíduos que, por meio
os membros podem fazer e de quão eficientes eles serão dentro
de suas ações, contribuem para a construção de sua sociedade.
da equipe. Para funcionar eficazmente, uma equipe precisa de três
Entretanto os indivíduos agem sempre dentro de contextos que lhes
tipos diferentes de capacidades. Primeiro, ela precisa de pessoas
são preexistentes e orientam o sentido de suas ações. A construção
com conhecimentos técnicos. Segundo, pessoas com habilidades
para solução de problemas e tomada de decisões que sejam do mundo social é assim mais a reprodução e a transformação
capazes de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas do mundo existente do que sua reconstrução total. Para Berger e
alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes Luckmann (1983) a vida cotidiana se apresenta para os homens
precisam de pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucionem como realidade ordenada. Os fenômenos estão pré-arranjados em
conflitos e possuam outras habilidades interpessoais. padrões que parecem ser independentes da apreensão que cada
pessoa faz deles, individualmente.
O individuo na organização Dentro dessa perspectiva, a ação humana, em nível do
Assistimos hoje a transformações importantes no ambiente de indivíduo e do grupo, mediada pelos processos cognitivos, e
trabalho. Cada vez mais os funcionários são convidados a vestir a interdependente do contexto, varia conforme a inserção ambiental
camisa da empresa. Para isso devem estar conscientes e engajados e o tipo de organização, tanto quanto também varia internamente
com os valores organizacionais, bem como ter claramente em suas subunidades. É importante salientar que o universo
definidos os objetivos que a organização pretende atingir e os simbólico integra um conjunto de significados, atribuindo-lhes
meios para alcançá-los. É muito comum se afirmar que a principal consistência, justificativa e legitimidade. Em outras palavras, o
responsabilidade dos gerentes é a de motivar seu pessoal; para isso universo simbólico possibilita aos membros integrantes de um
é feito um trabalho de conscientização, que se inicia no momento grupo uma forma consensual de apreender a realidade, integrando
de inserção do empregado no ambiente organizacional. os significados e viabilizando a comunicação.
Conforme citado por Zanelli (2003), do ponto de vista social, Em outras palavras, a realidade é constituída por uma
a ordem que se estabelece, ou não, resulta do compartilhamento série de objetivos que foram designados como objetos antes da
que ocorre na interação humana. Do ponto de vista individual, a minha aparição em cena. O indivíduo percebe, assim, que existe
identidade é elemento chave da realidade subjetiva e se encontra correspondência entre os significados por ele atribuídos ao objeto e
em relação dialética com a sociedade. Nesta acepção, o indivíduo os significados atribuídos pelos outros, isto é, existe o compartilhar
é produto e produtor do sistema social. de um senso comum sobre a realidade.
Ao apresentar aos funcionários os ritos, crenças, valores, É por meio desse compartilhar da realidade que as identidades
rituais, normas, rotinas e tabus da organização, o que se pretende dos indivíduos nas organizações são construídas, ao se comunicar
é buscar a sua identificação com os padrões a serem seguidos na
aos membros, de forma tangível, um conjunto de normas, valores e
empresa. Dessa forma, se fornece um senso de direção para todas
concepções que são tidas como certas no contexto organizacional.
as pessoas que compartilham desse meio. As definições do que é
Ao definir a identidade social dos indivíduos, o que se pretende é
desejável e indesejável são introjetadas pelos indivíduos atuantes
garantir a produtividade, pela harmonia e manutenção do que foi
no sistema, orientando suas ações nas diversas interações que
executam no cotidiano. aprendido na convivência. É importante ressaltar que muitas vezes
Reconhecer os significados e a própria razão de ser da empresa, essas identidades precisam ser reconstruídas, quando a empresa se
bem como se familiarizar com as percepções e comportamentos vê diante de situações que exigem mudanças.
mais aceitos e valorizados na organização, conduz os funcionários O papel da cultura organizacional no processo de formação
a uma uniformidade de atitudes, o que é positivo no sentido de da identidade dos indivíduos nas organizações
possibilitar maior coesão. No entanto pode levar a uma perda de O fenômeno cultura organizacional já era estudado desde o
individualidade, pois o comportamento dos indivíduos passa a ser início do século passado, a partir da experiência de Hawthorne,
uma extensão do grupo, muitas vezes se estendendo para ambientes desenvolvida entre 1927 e 1932. Sob coordenação de Elton Mayo,
externos da organização, quando passam a adotar comportamentos adquiriu maior evidência, com a constatação da grande influência
padronizados nas mais diversas situações. do grupo sobre o comportamento do indivíduo. Atualmente é
O presente artigo pretende contribuir para o debate acerca dada grande importância ao estudo da cultura organizacional, por
desse processo de construção das identidades dos indivíduos considerar que ela é determinante do desempenho individual, da
nas organizações, argumentando que a padronização de atitudes satisfação no trabalho e da produtividade da empresa.

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Considerando a afirmação de Motta e Vasconcelos (2002, as normas e o processo de comunicação.Cada um deles tem
p. 302), segundo os quais “para desenvolver-se e sobreviver, o função específica na construção da cultura; mas todos servem
grupo organizacional tem dois grandes problemas a solucionar: para estimular a adoção, por parte dos empregados, do conteúdo
adaptar-se ao ambiente e manter a coerência interna”, partiremos difundido, além de reforçar uma imagem positiva da organização.
do conceito de que cultura organizacional é No entanto, a partir do momento em que as pessoas internalizam
o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, verdades inquestionáveis, passando a adotar comportamentos
descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os padronizados, colocam-se em posição de passividade, perdendo a
problemas de adaptação externa e integração interna, e que percepção individual da realidade. Essa falta de questionamentos,
funcionaram bem o suficiente para serem transmitidos aos novos vista como positiva no sentido de promover uma homogeneização
membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em de atitudes, pode ser muito negativa principalmente em ambientes
relação a esses problemas(Schein, 1989, p. 12). de mudanças constantes, que primam pela criatividade e inovação.
Podemos afirmar que é através da experiência coletiva que os Quando um questionamento é visto como ameaça para a
membros da organização encontram respostas para as questões do organização e possível desestruturação dela, a tendência é que o
cotidiano da empresa, pois são os valores e crenças compartilhados grupo se torne alienado; assim, a participação dos membros será
que definem seu modo de pensar e agir. Assim, ao definir padrões praticamente nula.
de comportamento com o objetivo de conservar a estabilidade e o A revisão da literatura nos leva a concordar em que o sucesso
equilíbrio do grupo, justifica-se a importância crescente atribuída organizacional deve ser definido em termos concretos para os
à cultura organizacional. funcionários por meio dos elementos que compõem a cultura.
Um importante aspecto para a sobrevivência de um indivíduo Porém a maneira como os objetivos e metas serão atingidos podem
é a necessidade de construção de uma identidade, uma noção de ser flexíveis, a partir de um maior envolvimentos dos dirigentes no
totalidade que o leve a fazer convergir em uma imagem de si sentido de estimular a participação dos membros, levando a uma
mesmo as muitas facetas do seu modo de ser, os muitos papéis maior interação e conhecimentos mútuos.
que ele representa em diferentes momentos da sua experiência Segundo Schein (2001) a cultura de uma organização pode ser
social. Assim, sucessivamente, o indivíduo vai-se diferenciando e aprendida em vários níveis, são eles: o nível dos artefatos visíveis,
se igualando conforme os vários grupos sociais de que faz parte, que compreende os padrões de comportamento visíveis, ou seja,
tornando-se uma unidade contraditória, múltipla e mutável. a forma como as pessoas se vestem, se comunicam, entre outros;
Conforme citado por Silva e Vergara (2000, p. 5), “não há o nível dos valores que governam o comportamento das pessoas,
sentido em falar-se em uma única identidade dos indivíduos, mas que são mais difíceis de serem identificados, pois compreendem
sim em múltiplas identidades que constroem-se dinamicamente, ao os valores que levam as pessoas a agirem de determinada forma; e
longo do tempo e nos diferentes contextos ou espaços situacionais por último o nível dos pressupostos inconscientes, que são aqueles
dos quais esses indivíduos participam”. Sem compartilhar uma pressupostos que determinam como os membros de um grupo
cultura comum, não poderíamos falar em construção de identidade, percebem, pensam e sentem.
seja no nível dos indivíduos, dos grupos, ou da organização como É importante diferenciar aqueles valores organizacionais que
um todo. A cultura organizacional pode ser vista, portanto, como justificam a razão de ser da organização, e por isso se situam em
o alicerce para a formação da identidade dos indivíduos nas um nível mais profundo, e outros referentes à maneira de resolver
organizações, não havendo como pensar a noção de identidade, se problemas do cotidiano da empresa. Os primeiros servem de
não for em função da interação com outros. guia, devendo realmente ser internalizados pelos membros que
Assim, as identidades dos indivíduos são construídas de compõem a organização. Já os outros podem e devem estar abertos
acordo com o ambiente em que se inserem envolvendo, entre a sugestões, flexibilizando-se para se adaptar às exigências internas
outras coisas, as estruturas sociais, a cultura e o histórico das e externas do ambiente.
relações. Segundo Zanelli (2003), a organização, como sistema  
social, inserida em seu contexto, busca preservar sua identidade Identidade pessoal e identidade social
e sobrevivência. Para tanto, desenvolve uma estrutura normativa Os conceitos de identidade pessoal e identidade social são
(valores, normas e expectativas de papéis, padrões esperados de distintos. Segundo Ting-Toomey (1998), a identidade pessoal
comportamento e interação) e uma estrutura de ação (padrões reais refere-se ao modo como o indivíduo define suas características
de interação e comportamento), originada sobretudo nas posições próprias, seu autoconceito, geralmente comparando-se com outros
dirigentes. indivíduos. Já a identidade social refere-se aos conceitos que o
Vários outros autores corroboram essa afirmação, ao sugerir indivíduo desenvolve de si mesmo e que derivam de sua afiliação
que deve haver preocupação dos dirigentes em desenvolver valores em categorias ou grupos, emocionalmente significantes para ele.
e padrões em comum, a fim de que os membros da organização Esse tipo de classificação inclui, entre outras, as identidades por
possam trabalhar em conjunto e comunicar-se, integrando as afiliação étnica ou cultural, de gênero, de orientação sexual, de
estratégias e objetivos gerais da organização, possuindo, assim, classes sociais, de idade ou profissionais.
uma visão global do sistema. Turner (1982) define a identificação social como o processo
Freitas (1991) entende que, de modo geral, as respostas de alguém se localizar ou localizar outra pessoa dentro de um
que geram resultados favoráveis em determinada cultura são sistema de categorizações sociais; mas define simultaneamente
internalizadas como verdades inquestionáveis. Entre essas a identidade social como a soma total das identificações sociais
verdades ou pressupostos, encontram-se os diferentes elementos usadas por uma pessoa para definir a si própria. Assim, a maneira
que formam a cultura organizacional: os valores, as crenças, os pela qual alguém é definido por outros influencia sua auto-
ritos, rituais e cerimônias, os mitos e histórias, os tabus, os heróis, identidade em algum grau.

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Estudos realizados por Ashforth e Mael (1989) identificam Alguns autores vêem a identidade organizacional como algo
três conseqüências gerais da identificação do grupo, que são que tende a ser preservado ao longo do tempo; outros argumentam
especialmente relevantes para o comportamento organizacional. que ela possui uma natureza fluida, contínua, adaptativa, ou seja,
Segundo eles, os indivíduos tendem a escolher atividades e depende do modo como os membros organizacionais interpretam
instituições que sejam congruentes com suas identificações mais os valores e as crenças essenciais da organização nos diferentes
evidentes; a identificação afeta os resultados, como a coesão e a contextos em que eles se deparam em sua trajetória.
interação intragrupais; e a identificação reforça a fixação ao grupo O fato de os indivíduos terem identidades múltiplas e não
e a seus valores, e aumenta a competição com grupos externos. uma identidade única contribui para a complexidade da identidade
Podemos afirmar, portanto, que quanto maior a identificação nas organizações. As maneiras como as identidades interagem
dos indivíduos com a organização, maior o comprometimento ou se tornam destacáveis são importantes para um contexto
desses. Os mesmos autores sugerem que a existência da organizacional. Assim, o estudo da identidade de uma organização
diversidade na identificação do grupo pode levar a alguma envolve, necessariamente, a atenção com sua interação com várias
dificuldade nas relações entre pessoas de identidades de grupos identidades.
diferentes. Segundo Ting-Toomey (1998), os indivíduos tendem Gioia, Schultz e Corley (2000) ressaltam que a noção
a experimentar maior grau de vulnerabilidade em seus encontros de identidade organizacional tem sido definida como sendo
iniciais com pessoas de outros grupos do que com as pessoas do a compreensão coletiva dos membros da organização, sobre
seu próprio grupo. as características presumidas como centrais e relativamente
Lopes (2001) define o significado de identidade social como permanentes, e que a distingue das demais, possuindo, assim,
sendo construído pela ação conjunta de participantes discursivos, estreita relação com a imagem organizacional.
em práticas discursivas situadas na história, na cultura e na Devemos considerar que a cultura preserva a identidade
instituição. O mesmo autor cita algumas características importantes organizacional, e essa se traduz na forma como os públicos da
das identidades sociais, como se explicitam nos três itens abaixo. organização a vêem, a imagem que eles constroem a respeito
. A sua natureza fragmentada, no sentido de que as pessoas não dela. Assim, em uma cultura organizacional que busca interagir
possuem uma identidade social homogênea, como se pudessem ser com o ambiente, adaptando-se a ele, essa personalidade que a
definidas por sexualidade ou raça, por exemplo. organização assume tende a ser proativa, atenta às necessidades
. A possibilidade de que identidades contraditórias coexistam de mudanças, que se tornam cada vez mais presentes no ambiente
na mesma pessoa. Um exemplo seriapensar na existência de organizacional. Dessa forma, a identidade organizacional é muitas
um homem que vote em um partido conservador, embora seja vezes reconstruída para se adequar ao mercado.
sindicalista. Na sociedade moderna, talvez as organizações sejam a arena
. O fato de as identidades sociais não serem fixas, uma vez que
mais significativa em que as identidades dos indivíduos são
estão sempre construindo-se e reconstruindo-se no processo social
constituídas. Para muitas pessoas, sua identidade profissional ou
de construção do significado.
organizacional pode ser mais persuasiva e importante do que as
Em oposição a uma visão tradicional, que compreende a
identidades atribuídas com base em gênero, idade, etnia, raça ou
identidade social de um indivíduo como fixa e contínua, como
nacionalidade (Hogg & Terry, 2000).
algo que lhe pertence de modo quase permanente, uma corrente
É fácil perceber que a experiência no mundo do trabalho é
significativa de autores tem procurado desenvolver um conceito
de identidade como algo fluido, multidimensional, dependente importante componente de aspectos identitários, pois nos leva a
do contexto sociocultural das situações nas quais os indivíduos incorporar características, hábitos e valores compartilhados por um
se vêem envolvidos, e como algo que possui forte componente grupo com o qual passamos a maior parte do nosso tempo. Assim,
relacional. o trabalho nos modifica, nos torna iguais em alguns aspectos, e nos
Sendo a identidade social construída a partir do momento em separa e distingue em outros.
que os indivíduos se vêem como parte de um grupo, as organizações  
de trabalho representam um grupo muito expressivo na definição Como são orientadas as identidades dos indivíduos
da identidade social dos seus membros. Daí a necessidade de se Devemos fazer distinções entre as identidades baseadas em
estudar a interação deles, uma vez que o convívio entre as pessoas categorias sociais como raça, gênero, etnia e classe, e as identidades
pertencentes a esse grupo é intenso e significativo. baseadas em categorias como função organizacional ou tempo de
  As perspectivas intergrupais têm sido uma das principais serviço, pois estas últimas podem ser assumidas, difundidas ou
estruturas para o entendimento das interações humanas, perdidas quando o indivíduo deixa a organização.
envolvendo indivíduos percebendo a si mesmos como membros Brickson (2000) identifica três modos distintos de como os
de uma categoria social, ou sendo percebidos por outros como indivíduos orientam as suas identidades nos diferentes contextos
pertencentes a uma categoria social (Taylor & Moghaddam, 1987). específicos em que se vêem envolvidos. Segundo o autor, essas
Conforme Oliveira e Bastos (2001), seguindo o senso comum orientações da identidade do indivíduo são ativadas em função
nos vemos como a mesma pessoa em diferentes interações. No da forma como esse indivíduo define a si mesmo, prioritariamente,
entanto é possível também perceber que nos posicionamos de em cada contexto, se como um indivíduo, como um ser interpessoal
modos diferentes, em diferentes momentos e lugares, de acordo ou como um membro de um grupo.
com os diferentes papéis que estamos exercendo. Segundo este autor, quando a pessoa se define prioritariamente
Silva e Vergara (2000) concluem que, sendo a identidade como indivíduo, tende a ativar uma orientação para a identidade
algo que se constrói como produto das interações dos diferentes pessoal, a ser motivada pelo auto-interesse, a conceber-se em
indivíduos e grupos, criando, portanto, um senso comum, tem termos de suas características e traços individuais e a avaliar-se
sentido falar da existência de uma identidade organizacional. por meio da comparação com os outros indivíduos.

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Já quando se define prioritariamente como ser em relação com essas pessoas demonstraram nos seus relatos. Segundo esta autora,
outros, a pessoa tende a ativar a orientação para uma identidade as organizações estão exigindo mais do que adesão aos princípios
relacional, em que a principal motivação passa a ser a procura e valores da empresa, o que está sendo cada vez mais solicitado é
pelo benefício do outro. A concepção de si mesmo baseia-se, a entrega total ao mundo organizacional, onde, a partir de então, se
predominantemente, em seus papéis na relação com esses outros estará total e absolutamente envolvido.
que significam algo para ela, e a auto-avaliação tende a dar-se No discurso de inclusão do candidato ao quadro efetivo da
em termos da proficiência com que ela desempenha seus papéis organização, já está embutido o discurso de exclusão: se não houver
interpessoais diante desse outro. identificação entre ambos com os valores e comportamentos, o
Finalmente, ao definir-se prioritariamente como membro desligamento será conseqüência natural e, claro, por iniciativa do
de grupo, a pessoa tende a ativar uma identidade de orientação futuro colaborador, que não colaborou na proporção desejada. Os
coletiva. Sua motivação passa a ser a garantia do bem-estar de seu candidatos já são informados de que não fará parte da organização
grupo, freqüentemente com relação a outros grupos. Ela procura quem não se identificar integralmente com a história e com o
caracterizar-se em termos do perfil ou do protótipo do grupo e comportamento da empresa. A adesão é mais do que aceitação:
tende a determinar seu autovalor com base na comparação de seu é superposição ao já constituído anteriormente, é o alinhamento
grupo com outros grupos. do comportamento ao padrão de comportamento observado nos
Faremos aqui uma análise, posteriormente aprofundada, companheiros.
com relação às conseqüências da identificação descrita acima. Schirato (2000, p. 100) ressalta ainda que:
Identificar-se prioritariamente como membro de um grupo é o na necessidade de sobrevivência dentro de um sistema
desconhecido, e por isso hostil, é comum observarmos reações
que grande parte das organizações busca nos seus funcionários.
padronizadas, sem características pessoais, sem a impressão
A maioria das empresas procura motivar seus empregados nesse
pessoal do indivíduo dentro do grupo. Ele passa a ser a extensão
sentido. No entanto, se observarmos um indivíduo que se define
do comportamento do grupo na forma de vestir-se, de comer, de
prioritariamente como membro de um grupo, veremos que ele arrumar seu objetos, de organizar sua agenda, desenvolvendo uma
tenderá a perder completamente a sua identidade, e não mais “personalidade organizacional” que se sobrepõe à sua, quando não
conseguirá reconhecer-se como indivíduo, caso não faça mais a substitui por inteiro.
parte da organização, ou do grupo a que estava vinculado. Essa Essa fusão de identidades - o eu organizacional e o eu individual
é uma conseqüência facilmente visualizada, quando funcionários do empregado - pode vir a resultar na perda da cidadania civil para
antigos são demitidos ou se aposentam após anos de dedicação à uma suposta cidadania empresarial. Rompendo seus vínculos
empresa. pessoais com o mundo fora da organização, o indivíduo deixa
Segundo Brickson (2000), cada uma das orientações de de sentir-se cidadão no sentido pleno do termo. Compartilhando
identidade pode ser impulsionada por elementos do contexto dessa visão, podemos afirmar que a empresa não apenas emprega,
organizacional, tais como a estrutura organizacional, que se e remunera a força de trabalho, ela praticamente ocupa todo o
refere ao grau e à forma de integração entre os membros da espaço afetivo, intelectual, e imaginário do indivíduo. É por meio
organização, se eles estão primariamente atomizados como da organização em que trabalham e do que ela lhes proporciona
indivíduos, integrados por meio de redes que ultrapassam as que as pessoas projetam seus sonhos e buscam alcançá-los.
fronteiras das divisões formais, ou separados por divisões e grupos Percebe-se com nitidez nesse estudo que a identificação com
formais. Outro elemento é a estrutura das tarefas executadas pelos a organização muitas vezes acaba tornando-se uma obrigação dos
indivíduos, ou seja, a maneira pela qual o trabalho é organizado, funcionários. Assim, a maioria das pessoas não questiona o que
se de modo individual, por cooperação interpessoal ou em equipe. faz no dia-a-dia das empresas, adotando tão cegamente certos
E ainda, a estrutura de reconhecimento, que demonstra como o comportamentos que, quando surge a necessidade de mudança,
desempenho é medido e recompensado, se de modo individual, se sentem vulneráveis, resistindo fortemente, por acreditarem que
pela cooperação interpessoal ou por equipe. as mudanças irão interferir no domínio que possuem do trabalho
Dessa forma, é fácil perceber que ao valorizar o trabalho em que realizam. Isso dificulta muito o processo de reconstrução das
equipe, a cooperação, participação nos lucros e resultados do grupo, identidades dos indivíduos, cada vez mais necessário em ambientes
entre outros, o que a maioria das empresas está buscando, é ativar de mudanças constantes.
uma identidade de orientação coletiva, em que os funcionários se  
Mudança organizacional e a reconstrução das identidades
reconhecem primeiramente como membros da organização em
dos indivíduos envolvidos
que trabalham, priorizando os objetivos da empresa em detrimento
Cada vez mais as empresas se preocupam com as mudanças
dos seus próprios objetivos.
que, mais do que nunca, se tornam universais. Grouard e Meston
 A análise feita aqui procura demonstrar que o processo de (2001) comentam que há atualmente constantes discussões sobre
construção das identidades dos indivíduos pode ser visto de duas reestruturação, reorganização, implantação de novas tecnologias e
formas, como fonte de motivação e identificação dos funcionários novos métodos de distribuição, reorientação, reengenharia, fusões
em relação à empresa, o que é positivo para ambos, mas também e aquisições, entre outras mudanças nas maneiras de pensar e agir.
como forma de moldar o comportamento das pessoas que trabalham É inegável que as mudanças estão cada vez mais presentes na
na organização, o que pode trazer conseqüências negativas tanto vida das pessoas, tanto no âmbito organizacional como fora dele.
para a empresa, como já foi comentado anteriormente, quanto para Os motivos que levam a essas mudanças são os mais variados.
os indivíduos, como veremos a seguir. Wood, Curado e Campos (1995) definem como sendo os objetivos
Schirato (2000) desenvolveu uma pesquisa com ex- mais freqüentes das mudanças nas organizações: melhorar a
funcionários da Embraer, em que verificou, entre outras coisas, qualidade, aumentar a produtividade, refletir os valores dos novos
o impacto da demissão, e a conseqüente perda de identidade que líderes, reduzir custos e administrar conflitos.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
De modo geral, podemos perceber que, quanto mais estável for O momento da mudança geralmente é caracterizado por uma
a organização, mais difícil será a realização de mudanças, uma vez indefinição quanto à própria identidade da organização, quesito
que as pessoas tendem a se acomodar, quando estão bem adaptadas básico para que as pessoas se situem e consigam direcionar esforços
à vida organizacional. Nesse sentido, a perfeita adaptação a para objetivos predefinidos. No entanto Schein (1989) reforça que
determinado ambiente pode repentinamente transformar-se em o processo evolucionário geralmente não muda alguns elementos
grande obstáculo à mudança. Grouard e Meston (2001) ressaltam identitários profundos da organização, aqueles princípios e
que o índice e a freqüência das mudanças podem ser diferentes, conceitos que se encontram profundamente assimilados pelos seus
assim como as forças que as motivam, mas uma coisa é certa: as membros.
organizações devem mudar; e seja qual for a mudança, necessitará As mudanças organizacionais mais complexas ocorrem,
da desestabilização do estado existente. quando envolvem a razão de ser da organização. Giroux e
Quando ocorrer de forma proativa e incremental, ou seja, Dumas (1997) observam que as fusões e aquisições de empresas
progressivamente, o tempo para implementar a mudança será representam um tipo de experiência de mudança que força os
maior, e as pessoas terão mais condição de assimilar os motivos indivíduos a renunciarem ao seu passado e, então, a desconstruírem
que levaram à necessidade de mudar. Já quando a sobrevivência da seus engajamentos precedentes em certa forma de trabalhar, em
organização depende da mudança, aí podemos falar em mudança certo estilo de relações sociais ou de práticas culturais. Esse tipo de
revolucionária, em que as pessoas são forçadas a mudar e não há mudança exige das pessoas mais do que a aprendizagem de novos
tempo para assimilarem e se adaptarem às novas exigências. modos de fazer (novos métodos e equipamentos) e novas formas
Vários autores consideram que, em geral, o tempo necessário de ligação (nova estrutura, nova cultura).
para operar mudanças organizacionais é subestimado, por não se Segundo Hogg e Terry (2000), uma fusão ou aquisição é um
levar em conta os laços das pessoas com os elementos culturais. Para caso especial de alteração da dinâmica das relações intragrupos e
Motta e Vasconcelos (2002), mudar convicções e valores adquiridos intergrupos nas organizações. Nesses casos, a resistência tende a
com a experiência não é tarefa simples. Bertero (1996) define o ser maior, pois se torna necessário mudar os elementos identitários
processo de mudança organizacional como longo e problemático, mais profundos e já completamente incorporados pelos membros
podendo até encontrar semelhanças com o processo de psicoterapia da organização.Para Barros e Rodrigues (2001), quando uma
individual. Para este autor, promessas de bons resultados não podem empresa é adquirida por outra, o sentimento de inferioridade da
ser feitas por profissionais corretos, uma vez que os resultados são primeira gera tensão e descontentamento, ampliados pelo temor
sempre incertos e o tempo demandado é necessariamente longo. de perda de sua cultura genuína. Esse medo de perder a identidade
Estudo desenvolvido por Dutra (1996) verificou que, para acaba gerando, na maioria das vezes, uma posição defensiva e,
realizar uma mudança organizacional efetiva, é necessário muito mais conseqüentemente, maior resistência à integração cultural.
do que mudar a estrutura da empresa. A mudança organizacional é No processo de reconstrução das identidades dos indivíduos,
fruto de uma série de aspectos interagentes, e muitas vezes envolve a é de grande importância o papel da comunicação, no sentido
necessidade de alterações nos rituais, símbolos e pressupostos, entre de informar os empregados acerca dos valores declarados, as
outros elementos que formam a cultura organizacional. Devemos diretrizes, os objetivos e as definições gerais estabelecidas
considerar que mudar elementos da cultura não é tarefa fácil, pois pela organização, incluindo o perfil que ela deseja para os seus
afetam as crenças, percepções e emoções das pessoas envolvidas. empregados no novo contexto. É justamente a comunicação o
No entanto, quando pensamos em mudanças, devemos analisá- meio privilegiado pelo qual se reconstrói, ao longo do tempo, a
las como algo positivo, que trará melhorias para a organização, nova coletividade organizacional. Acreditamos que o engajamento
que estará atualizando-se para se manter competitiva e, assim, das pessoas envolvidas no processo de mudança será maior,
alcançar os resultados esperados. Uma cultura organizacional que se forem levados em consideração por parte dos gestores, entre
priorize a comunicação, justificando por que certas ações são mais outras coisas, os sentimentos, dúvidas, inseguranças, opiniões e
valorizadas que outras, se adaptará melhor às mudanças do que uma percepções dos indivíduos envolvidos.2
cultura em que a forma como as pessoas devem agir é imposta, sem
explicações ou justificativas. A comunicação e a participação efetiva Tipos de Equipe
dos funcionários é de fundamental importância em situações de As equipes podem realizar uma grande variedade de coisas.
mudança. As pessoas precisam entender por que devem mudar para Elas podem fazer produtos, prestar serviços, negociar acordos,
que haja menos resistência. coordenar projetos, oferecer aconselhamentos ou tomar decisões.
Para Hernandez e Caldas (2002) a resistência à mudança é Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de equipe, os
vista como uma das principais barreiras na implementação de membros trocam ideias ou oferecem sugestões sobre os processos
processos de mudança e inovação. É importante destacar que essa e métodos de trabalho que podem ser melhorados. Raramente,
resistência muitas vezes se deve ao fato de que a mudança implica entretanto, estas equipes têm autoridade para implementar
uma reconstrução das identidades dos indivíduos no ambiente de unilateralmente suas sugestões.
trabalho. No entanto, como as mudanças geralmente dizem respeito Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes
à estratégia da empresa e ao seu modo de funcionamento, aqueles autônomas, que podem não apenas solucionar os problemas, mas
elementos profundos da identidade dos indivíduos, que estão também implementar as soluções e assumir total responsabilidade
bastante incorporados e dificilmente se transformam, não devem pelos resultados. São grupos de funcionários que realizam
trabalhos muito relacionados ou interdependentes e assuem muitas
ser vistos como fonte de resistência ao processo de mudança, pois
das responsabilidades que antes eram de seus antigos supervisores.
as identidades dos indivíduos podem ser reconstruídas sem alterá-
los. 2 Por Karina Ribeiro Fernandes/José Carlos Zanelli

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Normalmente, isso inclui o planejamento e o cronograma de crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
trabalho, a delegação de tarefas aos membros, o controle coletivo de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
sobre o ritmo de trabalho, a tomada de decisões operacionais e a compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
implementação de ações para solucionar problemas. As equipes de novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
trabalho totalmente autogerenciadas até escolhem seus membros e encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento en-
avaliam o desempenho uns dos outros. tre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subordina-
Consequentemente, as posições de supervisão perdem a sua dos. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro, se
importância e até podem ser eliminadas. a idéia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma moda-
Equipes multifuncionais: São equipes formadas por lidade de relacionamento diferente daquela em que não há respeito
funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes pela opinião do outro, quando idéias e sentimentos não são ouvidos,
setores da empresa, que se juntam para cumprir uma tarefa. As ou ignorados, quando não há troca de informações. A maneira de
equipes desempenham várias funções (multifunções), ao mesmo lidar com diferenças individuais criam certo clima entre as pessoas
tempo, ou seja, não há especificação para cada membro. O sentido e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, principalmente
de equipe é exatamente esse, os membros compensam entre si as nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no
competências e as carências, num aprendizado contínuo. comportamento organizacional e na produtividade.
As equipes multifuncionais representam uma forma eficaz de
permitir que pessoas de diferentes áreas de uma empresa (ou até Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
de diferentes empresas) possam trocar informações, desenvolver pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
novas ideias e solucionar problemas, bem como coordenar projetos ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
complexos. Evidentemente, não é fácil administrar essas equipes. ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, basea-
Seus primeiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas do naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, costumam Os valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
ser muito trabalhosos e demorados. Demora algum tempo até que se
desenvolva a confiança e o espírito de equipe, especialmente entre Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
pessoas com diferentes históricos, experiências e perspectivas. ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Re-
fletem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa.
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até agora
Quando digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha
realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais usam a
atitude em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os
tecnologia da informática para reunir seus membros, fisicamente
valores, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três compo-
dispersos, e permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas
nentes: cognitivo, afetivo e comportamental.
permitem que as pessoas colaborem on-line utilizando meios de
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
comunicação como redes internas e externas, videoconferências
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude.
ou correio eletrônico – quando estão separadas apenas por uma
Ela estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
parede ou em outro continente. São criadas para durar alguns componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
dias para a solução de um problema ou mesmo alguns meses para ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto de
conclusão de um projeto. Não são muito adequadas para tarefas João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
rotineiras e cíclicas. pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar de
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. Então,
desenvolver relações interpessoais. para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de João
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender
de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respei- sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor-
to, amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem, tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis.
os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influen- Eficácia no relacionamento interpessoal
ciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos A competência interpessoal é a habilidade de lidar
positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras
e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ense- pessoas de forma adequada à necessidade de cada uma delas e às
jando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos exigências da situação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade
de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao de lidar eficazmente com relações interpessoais de acordo com
afastamento nas atividades, com provável queda de produtividade. três critérios:
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona Percepção acurada da situação interpessoal, de suas
diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio- variáveis relevantes e respectiva interrelação.
nais competentes individualmente podem render muito abaixo de Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho. que não haja regressões.
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe- continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos, como quando começaram a resolver seus problemas.

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O de delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promo-
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada vendo a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada
da situação interpessoal. de decisão da empresa.
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- O empowerment permite aos funcionários da empresa toma-
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores,
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma im- da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura
pressões de uma outra na esperança de compreendê-la. participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que
compartilham o poder com todos os seus funcionários.
Empatia O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide-
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode
situações vivenciadas. criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos e
envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se utili-
perspectiva dos outros quebra estereótipos tendenciosos e assim zar de uma prática como o empowerment não pode ter uma cultu-
leva a tolerância e a aceitação das diferenças. A empatia é um ato ra de tomada de decisões centralizada, por exemplo.
de compreensão tão seguro quanto à apreensão do sentido das
palavras contidas numa página impressa. O empowerment possui quatro bases principais, que são:
A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir
• Poder  – dar poder às pessoas, delegando autoridade e
a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o outro
responsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa
como um objeto.
dar importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e
O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a empatia,
é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos outros. autonomia de ação.
Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro desencadeia • Motivação – proporcionar motivação às pessoas para
a crueldade. incentivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom
Empatia implica certo grau de compartilhamento emocional desempenho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas
- um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior participem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das
do outro. metas.
• Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos
A empatia nas empresas de capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso
Qual a relação entre empatia e produtividade? significa treinar continuamente, proporcionar informações e
“O conceito de empatia está relacionado á capacidade de conhecimento, ensinar continuamente novas técnicas, criar e
ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu desenvolver talentos na organização.
ponto de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas • Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso
o entendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. significa orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos
No momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização horizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
dialoga e conhece saltos de produtividade e de satisfação das Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de
pessoas”. decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou
liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma
“A empatia é primordial para o desenvolvimento das vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se
organizações pois, ela é que define no comportamento individual destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
a preocupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental a condução dos processos internos à empresa.
de todos os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o
respeito ao outro.” Vantagens do empowerment
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment
um tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como
valores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações
por exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcio-
humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos
nários, aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da em-
interpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos.
presa, o compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior
Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor
e conseguem resolver conflitos de modo saudável. agilidade e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc.
Além, claro, de estimular o aparecimento de novos líderes dentro
Empoderamento das empresas.
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que
ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei-
colaboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber
seja satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através tais responsabilidades de forma correta.
de delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re-
a colaboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de
propagação de confiança entre os liderados e os líderes. uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir verbal-

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir • controle da empresa, que representa o controle e a
no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que avaliação dos resultados obtidos em relação aos objetivos e
chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen- resultados esperados
dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
como empresários. Quando a estrutura organizacional é estabelecida de forma
adequada, ela propicia:
Aplicação do empowerment
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empo- • identificação das tarefas necessárias
werment é necessário: • organização das funções e responsabilidades
1. Um profundo compartilhamento das informações com • informações, recursos e feedback aos empregados
todos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incer- • medidas de desempenho compatíveis coom os objetivos
teza. Ela é fundamental para a correta tomada de decisões. A In- • condições motivadoras
formação deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada
à condição e necessidade de cada equipe em particular. Algumas ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
informações gerais para o bom entendimento do negócio e do ce-
nário devem ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais Para administrar nos mais variados níveis de organização é
restritas e sigilosas, apenas com as pessoas-chave. necessário ter habilidades, estas são divididas em três grupos: as
2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas Habilidades Técnicas são habilidades que necessitam de conheci-
não somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária mento especializado e procedimentos específicos e pode ser obtida
para agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los através de instrução. As Habilidades Humanas envolvem também
a liderar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais aptidão, pois interage com as pessoas e suas atitudes, exige com-
assumiram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a au- preensão para liderar com eficiência. As Habilidades Conceituais
tonomia; erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia englobam um conhecimento geral das organizações, o gestor pre-
deve guiar-se pela visão, missão e valores da empresa, assim como cisa conhecer cada setor, como ele trabalha e para o que ele existe.
por seus objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e pro- De acordo com Chiavenato a estrutura garante a totalidade de
cessos em vigor na organização. um sistema e permite sua integridade, assim são as organizações,
3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tor- diversos órgãos agrupados hierarquicamente, os sistemas de res-
nam as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empower- ponsabilidade, sistemas de autoridade e os sistemas de comunica-
ment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e ções são componentes estruturais.
buscar a excelência em níveis muito superiores aos de empresas Existem vários modelos de organização, Organização Empre-
centralizadoras. sarial, Organização Máquina, Organização Política entre outras.
Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adap- As organizações possuem seus níveis de influência. O nível estra-
tação mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apro- tégico é representado pelos gestores e o nível tático, representado
priado para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los to- pelos gerentes. Eles são importantes para manter tudo sob contro-
madores de decisão dentro da empresa.3 le. O gerente tem uma visão global, ele coordena, define, formula,
Responsabilidade, coordenação, autoridade, poder e delega- estabelece uma autoridade de forma construtiva, competente, enér-
ção gica e única. Fayol nomeia 16 diferentes atribuições dos gerentes.
Os gerentes são responsáveis pelo elo entre o nível operacional,
Organização da empresa é definida como a ordenação e onde os colaboradores desenvolvem os produtos e serviços da or-
agrupamento de atividades e recursos, visando ao alcance dos ganização.
objetivos e resultados estabelecidos. As Organizações formais possuem uma estrutura hierárquica
com suas regras e seus padrões. Os Organogramas com sua estru-
Para a adequada organização de uma empresa, pode-se tura bem dimensionada podem facilitar a autonomia interna, agi-
considerar o desenvolvimento de alguns aspectos: lizando o processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O
mundo empresarial cada vez mais competitivo e os clientes a cada
• estrutura organizacional dia mais exigentes levam as organizações a pensar na sua estrutu-
• rotinas e procedimentos administrativos ra, para se adequar ao que o mercado procura. Com os órgãos bem
dispostos nessa representação gráfica, fica mais bem objetivada a
Além da organização da empresa, o administrador tem três hierarquia bem como o entrosamento entre os cargos.
outras funções básicas: As organizações fazem uso do organograma que melhor re-
presenta a realidade da empresa, vale lembrar que o modelo pira-
• planejamento da empresa, que representa o midal ficou obsoleto, hoje o que vale é a contribuição, são muitas
estabelecimento de objetivos e resultados estabelecidos e dos pessoas empenhadas no desenvolvimento da empresa, todos con-
meios mais adequados para se alcançar estas metas tribuem com ideias na tomada de decisão.
• a direção da empresa, que representa a orientação e/ Com vistas às diversidades de informações, é preciso estar
ou coordenação e/ou motivação e/ou liderança das atividades e atento para sua relevância, nas organizações as informações são
recursos visando alcançar os objetivos e resultados esperados; e importantes, mesmo em tomada de decisões. É necessário avaliar a
3 Texto adaptado de Gustavo Periard qualidade da informação e saber aplicar em momentos oportunos.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há que Benefícios de uma estrutura adequada.
se definir qual informação e como ela vai ser mantida no sistema, • Identificação das tarefas necessárias;
deve haver um estudo no organograma da empresa verificando as- • Organização das funções e responsabilidades;
sim quais os dados e quais os campos vão ser necessários para • Informações, recursos, e feedback aos empregados;
essa implantação.  Cada empresa tem suas características e suas • Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
necessidades, e o sistema de informação se adéqua a organização • Condições motivadoras.
e aos seus propósitos.
Para as organizações as pessoas são as mais importantes, por Estrutura:
isso tantos estudos a fim de sanar interrogações a respeito da com- Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e
plexidade do ser humano. Maslow diz que em primeiro na base da informal.
pirâmide vem às necessidades fisiológicas, como: fome, sede sono, Formal: Deliberadamente planejada e formalmente
sexo, depois ele nomeia segurança como o segundo item mais im- representada, em alguns aspectos pelo seu organograma.
portante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois ne- • Ênfase a posições em termos de autoridades e responsa-
cessidade afetivo sociais, como pertencer a um grupo, ter amigos, bilidades.
família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como • É estável.
exemplo a necessidade das pessoas em ter reconhecimento, por • Está sujeita a controle.
seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as neces- • Está na estrutura.
sidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se • Líder formal.
aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades. •
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido” também ESTRUTURA FORMAL
é  coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a pirâ- • É representada pelo organograma da empresa e seus as-
mide de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequen- pectos básicos.
cial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que faz com que • Reconhecida juridicamente de fato e de direito.
nossa vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma • É estruturada e organizada.
aleatória, são nossas motivações que nos levam a agir. Os colabo-
radores são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam ESTRUTURA INFORMAL
mais tempo nas atividades em que estão motivados. Sendo assim Surge da interação social das pessoas, o que significa que
um funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sen- se desenvolve espontaneamente quando as pessoas se reúnem.
tir autorrealização sem necessariamente ter passado por todas as
Representa relações que usualmente não aparecem no organograma.
escalas da pirâmide. Mas o que é realização para um, não é rea-
São relacionamentos não documentados e não reconhecidos
lização para todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando
oficialmente entre os membros de uma organização que surgem
realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
inevitavelmente em decorrência das necessidades pessoais e
O comportamento das pessoas nas organizações afeta direta-
grupais dos empregados.
mente na imagem, no sucesso ou insucesso da mesma, o compor-
• Está nas pessoas.
tamento dos colaboradores refletem seu desempenho. Há uma ne-
cessidade das pessoas de ter incentivos para que o trabalho flua, a • Sempre existirão.
motivação é intrínseca, mas os estímulos são imprescindíveis para • A autoridade flui na maioria das vezes na horizontal.
que a motivação pelo trabalho continue gerando resultados para a • É instável.
empresa. • Não está sujeita a controle.
Os lideres são importantes no processo de sobrevivência no • Está sujeita aos sentimentos.
mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de exer- • Líder informal.
cer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo • Desenvolve sistemas e canais de comunicação.
grupo. Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir con-
quistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e intercalar objetivos Vantagens da estrutura informal.
pessoais e organizacionais. O estilo do líder Democrático contribui • Proporciona maior rapidez no processo.
na condução das organizações, ele delega não só tarefas, mas po- • Complementa e estrutura formal.
deres, isso é importante para estimular os mais diversos profissio- • Reduz a carga de comunicação dos chefes.
nais dentro da organização. • Motiva e integra as pessoas na empresa.
No processo de centralização a tomada de decisões é unila-
teral, deixando os colaboradores travados, sem poder de opinião.  Desvantagens:
Já no processo de descentralização existe maior estimulo por par- • Desconhecimento das chefias.
te dos funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da • Dificuldade de controle.
empresa. • Possibilidade de atritos entre pessoas
Existem benefícios assegurados por leis e benefícios espon- • Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura
tâneos. Um bom plano de benefícios motivam os colaboradores. informal.
O funcionário hoje com todo seu conhecimento adquirido na em- • Interesses comuns
presa tem sido tratado como ativo não mais como recurso. Dar • Interação provocada pela própria estrutura formal.
estímulos como os benefícios contribuem para a permanência do • Defeitos na estrutura formal.
funcionário na organização.  São inúmeras vantagens tanto para • Flutuação do pessoal dentro da empresa.
o empregado quanto para o empregador. Reduzindo insatisfações • Períodos de lazer.
e aumentando a produção, gerando assim resultados satisfatórios. • Disputa do poder.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Fatores que condicionam o aparecimento da estrutura Avaliar
informal.  Quanto ao alcance dos objetivos
• Interesses comuns  Influencia dos aspectos formais e informais
• Interação provocada pela própria estrutura formal.
• Defeitos na estrutura formal. Componentes da estrutura organizacional
• Flutuação do pessoal dentro da empresa. ⇒ Sistema de responsabilidade, constituído por:
• Períodos de lazer.  Departamentalização;
• Disputa do poder.  Linha e assessoria; e
•  Especialização do trabalho.
A estrutura informal será bem utilizada quando:
• Os objetivos da empresa forem idênticos aos objetivos ⇒ Sistema de autoridade, constituído por:
dos indivíduos.  Amplitude administrativa ou de controle;
• Existir habilidade das pessoas em lidar com a estrutura
 Níveis hierárquicos;
informal.
 Delegação;

 Centralização/descentralização.
Elaboração da estrutura organizacional
É o conjunto ordenado de responsabilidades, autoridades,
comunicações e decisões das unidades organizacionais de uma ⇒ Sistema de comunicações (Resultado da interação das
empresa. unidades organizacionais), constituída por:
• Não é estática.  O que,
• É representada graficamente pelo organograma.  Como,
• É dinâmica.  Quando,
• Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos ins-  De quem,
titucionais.  Para quem.
• (Delinear = Criar, aprimorar).
• Deve ser planejada. Condicionantes da estrutura organizacional.
São Quatro:
O Planejamento deve estar voltado para os seguintes  Objetivos e estratégias,
objetivos:  Ambiente,
• Identificar as tarefas físicas e mentais que precisam ser  Tecnologia,
desempenhadas.  Recursos humanos.
• Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem de- Níveis de influência da estrutura organizacional.
sempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou grupos. São três:
• Proporcionar aos empregados de todos os níveis:  Nível estratégico,
 Informação.  Nível tático,
 Recursos para o trabalho.  Nível operacional.
 Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e
metas. Níveis de abrangência da estrutura organizacional.
 Motivação. Três níveis podem ser considerados quando do
desenvolvimento e implantação da estrutura organizacional:
Tipos de estrutura organizacional
 Nível da empresa,
 Funcional.
 Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio
 Clientes.
 Nível da Corporação.
 Produtos.
 Territorial.
 Por projetos. Condicionantes da estrutura organizacional.
 Matricial.  Fator humano

Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência depende
organizacional. da qualidade intrínseca e do valor e da integração dos homens que
ela organiza.
No desenvolvimento considerar: Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se levar
 Seus componentes. em consideração o comportamento e o conhecimento das pessoas
 Condicionantes. que irão desempenhar funções.
 Níveis de influência. Não podemos nos esquecer da MOTIVAÇÃO.
 Níveis de abrangência.  Fator ambiente externo
Avaliação das mudanças e suas influências.
Implantação / Ajustes  Fator sistema de objetivos e estratégias
 Participação dos funcionários Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos e
 Motivar claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de cada um.

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Fator tecnologia • Gestão de projetos – todas as organizações desempe-
Conhecimentos nham algum tipo de trabalho e este envolve operações e projetos.
Equipamentos O fim de um projeto é alcançado quando os objetivos do projeto
são atingidos ou quando fica claro que seus objetivos não podem
Implantação da estrutura organizacional ser atingidos.
Três aspectos devem ser considerados:
• A mudança na estrutura organizacional. As tendências organizacionais no mundo moderno se
• O processo de implantação; e caracterizam por: 
• As resistências que podem ocorrer. • Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierár-
quicos).
Avaliação da estrutura organizacional • Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe
• Levantamento está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em direção
• Análise ao cliente).
• Avaliação • Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
• Políticas de avaliação de estruturas. • Ênfase nas equipes de trabalho.
• Organizações estruturadas sobre unidades autônomas e
Tendências e Práticas Organizacionais autossuficientes, com metas e resultados a alcançar.
Visando oferecer soluções práticas e que atendam às • Infoestrutura (permite uma organização integrada sem
emergências impostas pelas mudanças e transformações, ao final necessariamente estar concentrada em um único local).
da era neoclássica surgiram algumas técnicas de intervenção:  • Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas
• Melhoria contínua – os processos de mudança devem do que com o comportamento variado das pessoas.
começar pequenos e sempre de baixo para cima, ou seja, da base • Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e ter-
para a cúpula. A filosofia da melhoria contínua deriva do Kaizen ceirização visando reorientar a organização para aquilo que ela foi
(palavra japonesa). As melhorias não precisam ser grandes, mas criada).
devem ser contínuas e constantes.  • As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra
• Qualidade total – qualidade é o atendimento das exigên- para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de agregar va-
cias do cliente. O tema central da qualidade total está nas pes- lor ao negócio.
soas que a produzem sendo os funcionários e não os gerentes os
responsáveis pelo elevado padrão de qualidade. Para isso devem- DEPARTAMENTALIZAÇÃO
se proporcionar aos funcionários habilidades e a autoridade para É uma divisão do trabalho por especialização dentro da
tomar decisões que tradicionalmente eram dadas aos gerentes. O estrutura organizacional da empresa.
gerenciamento da qualidade total trouxe técnicas conhecidas, tais Departamentalização é o agrupamento, de acordo com
como o enxugamento, a terceirização e a redução do tempo do um critério específico de homogeneidade, das atividades e
ciclo de produção.
correspondente recursos (humanos, financeiros, materiais e
• Reengenharia – para reduzir a enorme distância entre a
equipamentos) em unidades organizacionais.
velocidade das mudanças ambientais e a permanência das organi-
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organizações
zações tratou-se de aplicar um remédio forte e amargo. Reenge-
decidem sobre a configuração organizacional que será usada
nharia significa fazer uma nova engenharia da estrutura organi-
para agrupar as várias atividades. O processo organizacional de
zacional, ou seja, é uma reconstrução e não apenas uma reforma
determinar como as atividades devem ser agrupadas chama-se
total ou parcial da empresa. A reengenharia não se confunde com
Departamentalização.
a melhoria contínua, pois pretende criar um processo inteiramente
Formas de Departamentalizar:
novo e não o aperfeiçoamento gradativo e lento do processo atual.
A reengenharia trás consequência para a organização: os departa-
mentos tendem a desaparecer; estrutura organizacional horizonta- • Função
lizada; atividades baseadas em equipe; a avaliação deixa de ser a • Produto ou serviço
atividade e passa a ser os resultados alcançados; os gerentes pas- • Território
sam a ficar mais próximo das operações e das pessoas e passam a • Cliente
ser educadores dotados de habilidades interpessoais. • Processo
• Benchmarking – é um processo contínuo de avaliar pro- • Projeto
dutos, serviços e práticas dos concorrentes mais fortes e daquelas • Matricial
empresas que são reconhecidas como líderes empresariais. Isso • Mista
permite comparações entre empresas para identificar o “melhor do
melhor” e alcançar um nível de superioridade ou vantagem com- Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações usa
petitiva. uma abordagem da contingência à Departamentalização: isto é, a
• Equipes de alto desempenho – as organizações estão mi- maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em algumas
grando velozmente para o trabalho em equipe, visando obter a par- das maiores organizações. A maioria usa a abordagem funcional na
ticipação das pessoas na busca de respostas rápidas às mudanças cúpula e outras nos níveis mais baixos.
no ambiente de negócios.

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES: A • Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos
Departamentalização funcional agrupa funções comuns ou se tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura
atividades semelhantes para formar uma unidade organizacional. da empresa.
Assim todos os indivíduos que executam funções semelhantes
ficam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL: Algumas
contabilidade, todo o pessoal de secretaria, todas as enfermeiras, vezes mencionadas como regional, de área ou geográfica. É o
e assim por diante. agrupamento de atividades de acordo com os lugares onde estão
A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer localizadas as operações. Uma empresa de grande porte pode
nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula. agrupar suas atividades de vendas em áreas do Brasil como a
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional região Nordeste, região Sudeste, e região Sul. Muitas vezes as
são: filiais de bancos são estabelecidas desta maneira.
• Mantém o poder e o prestígio das funções principais
• Cria eficiência através dos princípios da especialização. As vantagens e desvantagens da Departamentalização
territorial são semelhantes às dadas para a Departamentalização
• Centraliza a perícia da organização.
de produto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as
• Permite maior rigor no controle das funções pela alta ad-
necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
ministração.
controle da administração de cúpula em cada região.
• Segurança na execução de tarefas e relacionamento de
colegas. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE: A
• Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de Departamentalização de cliente consiste em agrupar as atividades
produtos. de tal modo que elas focalizem um determinado uso do produto ou
Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na serviço. A Departamentalização de cliente é usada principalmente
abordagem funcional. no grupamento de atividade de vendas ou serviços.
Entre elas podemos dizer:
• A responsabilidade pelo desempenho total está somente A principal vantagem:
na cúpula. • a adaptabilidade uma determinada clientela.
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita Desvantagens:
• O treinamento de gerentes para assumir a posição no • Dificuldade de coordenação.
topo é limitado. • Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes
• A coordenação entre as funções se torna complexa e mais para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes.
difícil quanto à organização em tamanho e amplitude.
• Muita especialização do trabalho. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO OU
EQUIPAMENTO: É o agrupamento de atividades que se centralizam
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE PRODUTO: É feito de nos processos de produção ou equipamento. É encontrada com
acordo com as atividades inerentes a cada um dos produtos ou mais frequência em produção. As atividades de uma fábrica podem
serviços da empresa. ser grupadas em perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem
Exemplos de Departamentalização de produto: e acabamento, cada qual em seu departamento.
1- Lojas de departamentos
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mercury Vantagens:
e Lincoln Continental. • Maior especialização de recursos alocados.
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados, • Possibilidade de comunicação mais rápida de informa-
ções técnicas.
como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana.
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização
Desvantagens:
de produtos são:
• Possibilidade de perda da visão global do andamento do
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produ- processo.
tos ou serviços. • Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
• A coordenação de funções ao nível da divisão de produto •
torna-se melhor. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO: Aqui as
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lu- pessoas recebem atribuições temporárias, uma vez que o projeto
cro. tem data de inicio e término. Terminado o projeto as pessoas são
• Facilita a coordenação de resultados. deslocadas para outras atividades. Por exemplo: uma firma contábil
• Propicia a alocação de capital especializado para cada poderia designar um sócio (como administrador de projeto), um
grupo de produto. contador sênior, e três contadores juniores para uma auditoria que
• Propicia condições favoráveis para a inovação e criati- está sendo feita para um cliente. Uma empresa manufatureira, um
vidade. especialista em produção, um engenheiro mecânico e um químico
Desvantagens: poderiam ser indicados para, sob a chefia de um administrador
• Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí de projeto, completar o projeto de controle de poluição. Em cada
resultar duplicação desnecessária de recursos e equipamento. um destes casos, o administrador de projeto seria designado para
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus membros para a
de atividade nos vários grupos de produtos. atividade específica do projeto.

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ: A Para ocorrer uma mudança ou transformação pressupõe-se
Departamentalização de matriz é semelhante à de projeto, com uma alteração de um estado ou modelo anterior para uma situação
uma exceção principal. No caso da Departamentalização de futura, que, geralmente, é ocasionada por motivações inesperadas
matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha e incontroláveis, ou por razões planejadas e premeditadas.
sobre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do Nas organizações, isso pode estar aliado a diferentes cenários:
administrador de projeto é sobreposta aos vários departamentos direcionamento estratégico, fusões ou aquisições de novas em-
funcionais, dando a impressão de uma matriz. presas e, até mesmo, mudanças nas tecnologias utilizadas, entre
A organização de matriz proporciona uma hierarquia que outras.
responde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é Geralmente, essas transformações trazem a necessidade de
tipicamente encontrada em organização de orientação técnica, reavaliação dos processos organizacionais nos diferentes níveis de
também é usada por empresas com projetos de construção autoridade e responsabilidade.
complexos Teóricos do desenvolvimento organizacional, como Kurt Le-
Vantagens: win, afirmam que toda mudança organizacional implica em ne-
• Permitem comunicação aberta e coordenação de ativida- cessária alteração de comportamentos, hábitos ou atividades de
des entre os especialistas funcionais relevantes. indivíduos ou grupos.
• Capacita a organização a responder rapidamente à mu- Para que um processo de mudança organizacional tenha su-
dança. cesso, além do desejo das lideranças, é necessário que estas desen-
• São abordagens orientadas para a tecnologia. volvam novas competências para a gestão dos aspectos técnicos
e humanos inerentes a este tipo de processo.  O impulso para o
Desvantagens: novo momento começa com a liderança, conforme constata Leon
• Pode haver choques resultantes das prioridades. Tolstoi: “todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa
• em mudar a si mesmo”.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA - É o tipo mais Na preparação das lideranças é importante a utilização de
frequente, cada parte da empresa deve ter a estrutura que mais se uma metodologia específica para facilitar e legitimar o processo.
adapte à sua realidade organizacional. Os métodos, que são um caminho para chegar a um fim, condu-
zem o gerenciamento do processo de mudança para que, de fato,
eles sejam efetivos e conduzidos além do planejamento. As ações
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR
devem estar voltadas para os focos de comunicação, capacitação
Para evitar problemas na hora de decidir como
e mapeamento dos impactos organizacionais, e a execução destas
departamentalizar, pode-se seguir certos princípios:
atividades deve contemplar um “como”, que facilite aos conduto-
• Princípio do maior uso – o departamento que faz maior
res do processo se apropriarem deste papel e das responsabilida-
uso de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
des, legitimando o processo em todos os níveis da organização.
• Principio do maior interesse – o departamento que tem
Neste aspecto, é necessário avaliar se a estrutura da metodo-
maior interesse pela atividade deve supervisiona-la. logia contempla as etapas prioritárias para o processo e suas ativi-
• Principio da separação e do controle – As atividades do dades, tais como preparação e alinhamento da visão da mudança,
controle devem estar separadas das atividades controladas. mapeamento dos impactos, estruturação do plano de transição e
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar a con- comunicação e capacitação dos envolvidos.
corrência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no O autor John Kotter, em seu best seller “Liderando Mudan-
mesmo departamento. ças”, já explica que outro aspecto é avaliar como estas atividades
Outro critério básico para departamentalização está baseado devem ser conduzidas e o que contempla as análises de funciona-
na diferenciação e na integração, os princípios são: mento de grupos e equipes, bem como a cultura organizacional.4
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades As organizações, com o papel de servir uma sociedade,
diferentes devem ficar em departamentos separados. A continuam apresentando soluções para todas as nossas
diferenciação ocorre quando: necessidades. Ao fazermos uso delas de maneira constante,
• O fator humano é diferente, contribuímos para a manutenção do princípio de que estão em
• A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes, constante construção, fortalecendo um entendimento ideológico de
• Os ambientes externos são diferentes, ser uma reunião de comportamentos, ou como observam Lacombe
• Os objetivos e as estratégias são diferentes. e Heilborn (2003), um sistema de comportamentos sociais
Integração – Quanto mais atividades trabalham integradas, interligados por participantes de uma organização. Considerando
maior razão para ficarem no mesmo departamento. Fator de como instrumentos vitais de uma sociedade, Gibson et al. (1981),
integração: dizem que as organizações se caracterizam por um comportamento
• Necessidade de coordenação. voltado para uma determinada meta e que além de instrumentos,
criam ambientes que exercem sobre a vida de todos nós e de nossos
ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA comportamentos.
No campo da sociologia, vamos encontrar em Bernardes e
Na condução de um processo de mudança organizacional, fa- Marcondes (2005) que tratam organizações como termo genérico,
lar sobre a importância da utilização de um método, com foco em fruto de associações de produtores de bens ou serviços e que,
minimizar o impacto nos aspectos humanos, é tratar da preparação assim considerado, estão as empresas.
das lideranças e das equipes envolvidas como condutores deste 4 Fonte: www.convergecom.com.br - Texto de Carla
processo. Amoedo Souza

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Não vamos nos aprofundar neste item organização em vista aspectos de suporte como: a) objetivos organizacionais; b) tipolo-
do assunto já ter sido tratado e que, com muita propriedade, fez re- gias; c) comunicação; d) comportamentos; e) aspectos formais e
ferências a conceitos e exemplos, em disciplinas anteriores. Que- informais; e h) estágios organizacionais, assuntos que serão trata-
remos destacar que, na condução deste estudo e na relação com a dos nesta unidade.
área de OSM, a observação e a consideração de variáveis organi-
zacionais intervenientes, se localizam na linha comportamental.
Visão Geral de Organização
Como conceito Lacombe e Heilborn (2003), defendem como
sendo um grupo de pessoas constituído para, de forma organizada,
alcançar um objetivo. Os autores nos oferecem um caminho que
nem sempre possui o mesmo roteiro de entendimento e nem
sempre alcança a mesma visão sobre esse assunto. Adiantam ainda
que é necessário ter noção clara de que tudo que nos cerca e nos
oferece bens e serviços, se constitui numa organização.
Em teoria estruturalista – que surgiu por volta da década de
1950, encontramos um desdobramento dos estudos voltados para
a teoria da Burocracia. Relativo estudo contemplou a tentativa em
conciliar as teses propostas pela Teoria Clássica e pela Teoria das
Relações Humanas. Conhecimento Organizacional
Na linha Estruturalistas encontramos relação de organizações
com seus ambientes externos, como veremos na unidade 2, ou Na unidade 1 vimos uma visão de organização – objetivos
seja, a sociedade de organizações, caracterizada pela sua interde- e tipologias, e a comunicação tratada como uma ferramenta de
pendência. Fonte: Wikipédia (2007), onde Etzioni (1984) defende contribuição e integração. Quanto às estruturas, comentamos
que todas as estruturas devem ser vistas como uma organização e alguns tipos, assim como características e comportamentos,
que nascemos, vivemos e morremos em organizações, ou ainda fazendo perceber que métodos e processos tendem à adaptação
como observam Bernardes e Marcondes (2005, p.11) “...quem não desses preceitos organizacionais. Vimos também fatores que
veio ao mundo em um hospital, logo vai estudar em uma escola, contribuem para a delimitação de objetivos, melhorias no processo
para depois, já adulto, trabalhar em fábricas, escritórios, comprar de comunicação e na definição de linhas estratégicas coerentes com
em lojas e supermercados, frequentar clubes, igrejas, assistir espe- um comportamento predominante em uma determinada estrutura.
táculos...“, como uma inconteste interação com organizações, ou Em vista da conotação de efetividade ou execução de um
seja, a sua contribuição e o quanto as organizações lhe dão suporte. processo que sustenta, organiza e encaminha atividades, fica
Ainda temos a contribuição de Daft (2002) que diz existir evidente a necessidade de tratarmos, embora de maneira menos
relativa dificuldade em conceituar organizações pelas suas profunda, o conhecimento organizacional.
características diversas, vistas a partir da permissão de estruturas Ao fazer referência ao termo grego epistemologia, Sveiby
com variados objetivos, mesmo assim defende serem entidades (1998), trata como um conjunto de conhecimentos que têm
socialmente construídas e dirigidas por metas, desenhadas como por objeto o conhecimento científico, visando explicar os seus
sistemas de atividades e ligadas ao ambiente externo, assunto condicionamentos, sistematizar suas relações, esclarecer os seus
que fazemos referência na unidade seguinte. Para Certo (2003), vínculos e avaliar os seus resultados e aplicações.
considera um processo de uso ordenado de todos os recursos e A Teoria do Conhecimento – que provém da palavra episteme,
diz que uma organização se refere ao resultado do processo de significa verdade absolutamente certa e, apesar do “conhecimento”
organizar. ter ocupado a mente de filósofos ao longo do tempo, não temos
Em uma relação mais aproximada com que trata este trabalho, registro de qualquer consenso. Não há nenhuma definição da
especialmente sobre processos e gestão, Mintzberg (1995) observa palavra amplamente aceita, ou podemos admitir que é a informação
que uma organização pode ser dividida em cinco componentes depois de interpretada.
básicos: cúpula estratégica, tecnoestrutura, linha intermediária, O conhecimento se interpretado e admitido como uma fer-
assessoria de apoio e núcleo operacional. ramenta é um aliado ou um recurso que precisa ser gerenciado,
Com estes componentes podemos afirmar que uma pois nada representa ter e não utilizar. Por isso, Lacombe e Heil-
organização – ao cumprir suas atividades, oferece oportunidades born (2003) definem gestão do conhecimento como um conjunto
diversas, exercendo papéis diferentes de ofertas em um estado de de esforços ordenados visando novos conhecimentos. Como um
adaptação permanente. processo de gestão, podemos perceber o conhecimento em quatro
Daí a razão de uma organização estar em constante vertentes - geração, organização, desenvolvimento e distribuição,
construção, fortalecendo um entendimento ideológico de ser uma tendo a distribuição o papel de manter um ciclo para uma nova ge-
reunião de comportamentos, ou um sistema de comportamentos ração. Justifica tal distribuição, quando verificado que o conheci-
sociais interligado por seus participantes. mento adotado por agentes produz resultantes para a organização,
Havendo agentes voltados para determinados fins com a utili- gerando novos conteúdos.
zação de todos os recursos e instrumentos para oferecer condições
de mutação e adaptação – como queiram conceber, então deve-
mos aliar a noção de tempo e de recursos disponíveis em tipos de
estruturas e características, para que possamos correlacionar com

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Sendo a aprendizagem organizacional um processo contínuo
de crescimento individual, grupal e organizacional, criando novas
oportunidades e experimentando novos desafios, Nadler et al
(1993) observam que ensinar as organizações a aprender é a
capacidade que seus agentes possuem de adquirir conhecimentos
com sua experiência e a experiência dos outros, modificando sua
forma de funcionar de acordo com esses conhecimentos.
Do ponto de vista conceitual, Araújo (2006) contribui
afirmando que uma organização que aprende é aquela que
reconhece não existirem forças separadas do mundo, mas sim fatos
e situações gerados a um nível inter-relacionado e de afinidade.
Isto se refere ao que métodos e processos devem possuir para, no
É a partir destes processos que podemos contribuir para uma mínimo, encontrar resultados previstos.
organização que aprende, visto que ela tem a capacidade de adquirir Ao tratar de transferência de conhecimentos visando modificar
e transferir conhecimentos, bem como mudar comportamentos. comportamentos, Lacombe e Heilborn (2003), destacam existir
Portanto, todo processo administrativo possibilita a utilização uma acentuada relação com a tipologia de uma organização que
de um método mais adequado, trabalhando com conhecimento aprende, apesar da observação de Wardman (1996): nós só vemos
aquilo sobre o que podemos falar. Nossa linguagem influencia a
organizacional, para que seu papel no contexto possa apresentar
maneira como vemos as coisas.
resultados satisfatórios. Na relação que estabelecemos com
Esta observação serve como meio para criarmos novas
todas as partes de uma estrutura, podemos perceber que há
realidades e se não conseguimos falar sobre organizações que
uma dependência do conhecimento que gera atividades através
aprendem, dificilmente iremos criá-las ou enxergá-las. Este é um
de comportamentos e de ações executadas por seus agentes, caminho possível de estimular a reflexão sobre as experiências que
utilizando-se de recursos ou artefatos disponíveis, para manter cruzam as organizações em todo momento, bem como saber que
seus ciclos. experiências outras organizações estão recebendo e o que existe
Não vamos, neste breve contexto, abordar de uma forma mais nesse contexto.
ampla o ciclo de vida organizacional, mas apenas reforçar o que Como um processo natural de conduta, no sentido
evidencia a relação com este assunto. Daft (2002) compreende que contingencial, para Carvalhal e Ferreira (1999) a organização deve
as organizações nascem, envelhecem e eventualmente morrem e estar amparada sobre alguns princípios, como:
observa que o próprio processo administrativo, na forma em que  estratégia: onde situam-se as células de competitividade,
foi conceituado, é um ciclo. Neste sentido, podemos perceber que que concretizam programas de desenvolvimento de agentes com
a soma dos ciclos oriunda de Processos Administrativos, os quais ênfase no valor; e
formam ou definem o próprio ciclo de vida de uma organização,  cultura organizacional: onde situam-se as células de
tem sua base no conhecimento organizacional. complexidade, que concentram programas de administração de
Como exemplo de ciclo, o aprendizado se dá pela prática e é conflitos.
preciso, desta forma, permitir que agentes tenham a liberdade e o Essas células mantêm identidades de valor e de cultura. Por
poder de executar suas atividades, num quase sem fim ‘aprender’. isso Chanlat (1996) descreve que os agentes não se reduzem a
Por isso Daft (2002) destaca que a isto podemos entender como apenas mão-de-obra ou criadores de significância. Eles são,
empowerment ou delegação de autoridade – que é dar aos agentes necessariamente, ao mesmo tempo, sujeitos dos dois e submetidos
o poder, a liberdade e a informação para tomarem decisões e subjetivamente aos dois, ou seja, eles se definem como mão-
participarem de forma ativa. É um comportamento que exige de-obra e ao mesmo tempo como portadores de diferentes
conhecimento, podendo ser adotado em qualquer tipo e tipologia identidades sociais múltiplas interligadas, sustentando princípios
de estrutura. de competitividade e de complexidade.
Quanto ao procedimento gerencial, destaca o autor, há neces- Por isso que a aquisição de conhecimento e o processo de
sidade de preparação de agentes para decidirem sobre parte de um experiência só se concretizam havendo múltiplas identidades
processo a partir de oportunidades concedidas, como forma de re- interligadas, como uma riqueza dos valores que se debatem e se
conhecer que aos valores devem ser atribuídas condições para uma multiplicam em favor da organização. A extensão deste assunto
participação mais efetiva. não cabe dentro deste breve estudo, mas sua relação tem influência
Os agentes ou executores devem ter liberdade para interpretar no contexto da efetividade, por isso sua consideração, pelo menos
e implementar novas direções, como defende TARAPANOFF para ilustrar sua amplitude.
(2001). Por isso, aliar suporte técnico e cultura – no sentido O aprendizado faz parte da natureza humana, pois no fundo
do fortalecimento das relações e criação de novas redes de sempre somos aprendizes, portanto podemos dizer que a comu-
comunicação – auxilia no crescimento pessoal e organizacional, nidade do mundo dos negócios está aprendendo a aprender em
pois existem fluxos de aprendizagem e estes precisam ser grupo – domínio pessoal, transformando-se numa comunidade de
alimentados. Do lado técnico, somente oportunizando agentes aprendizagem, com a prática dos cinco níveis de aprendizagem de
é que poderemos fortalecer um processo de aprendizagem. Esta Guns (1998):
atitude é um método que envolve comportamento e compreensão
de que uma estrutura deve reconhecer e utilizar seu nível cognitivo.

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

Educação organizacional, defendidas por Senge (1998), referem-se à adaptação e reeducação administrativa de qualquer tipo de
estrutura, voltado para um produto ou para um serviço, sustentado por processos.
São cinco as disciplinas conduzidas e que tomamos a liberdade em apresentar em dois planos: individual e organizacional, numa relação
entre raciocínio sistêmico e visão sistêmica integrada, conforme figura a seguir:

Raciocínio sistêmico: todo trabalho realizado no meio organizacional se define como um sistema que, amarrado por fios invisíveis ou
ações inter-relacionadas, estabelece profunda influência entre si. Geralmente levamos muitos anos para o desenvolvimento pleno assim
como para registrar os efeitos que essas ações exercem sobre ciclos de métodos e processos administrativos. Nem todas as organizações,
entretanto, têm a capacidade em evidenciar os problemas que elas mesmas cultivam ou de apresentar alternativas.
- Domínio pessoal: a maneira que começamos a desenvolver um senso de domínio pessoal é abordando-o como uma disciplina, uma
série de princípios e práticas que devem ser aplicados a fim de serem úteis. Conforme Senge (1999), da mesma maneira que um agente se
torna um mestre das artes plásticas através da prática, assim também os seguintes princípios e práticas constituem a base para a contínua ex-
pansão do domínio pessoal. A relação primeira que estabelecemos é que o empenho e a capacidade de aprendizado de uma organização não
podem ser maior que a dos membros que a compõem e as organizações só aprendem através de agentes que aprendem. O domínio pessoal é,
portanto, a base espiritual, pois através dele aprendemos a esclarecer e aprofundar o objetivo pessoal – que é algo intrínseco e não relativo.
Por isso, o domínio pessoal incorpora dois movimentos subjacentes:
 esclarece continuamente o que é importante e nos permite a participação nos contextos social e profissional; e
 consiste em aprender continuamente a enxergar com mais clareza a realidade do momento e praticar uma visão mais ampla .

- Modelos mentais: quando tratamos de ideias profundamente arraigadas, generalizações ou mesmo imagens que influenciam o modo de
encarar o mundo e as atitudes em volta, dizemos que são fruto de modelos mentais que cultivamos e, muitas vezes, sem a devida consciência.
Proposições de ordem estritamente pessoal tendem a dificultar relacionamentos, engajamentos e participação produtiva no meio profissional.

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Caso queiramos falar de aprendizagem e utilização de métodos Neste momento a capacidade individual somada registra
adequados e atuais e de processos que nos exigem atualidade e enorme diferença na média do grupo. A disciplina do aprendizado
aperfeiçoamento, precisamos rever nossos modelos de admissão, em grupo enfrenta este paradoxo, embora vital, porque a unidade
para perceber o nível balizador no contexto produtivo. Existem, fundamental nas organizações modernas é o grupo e não os
pelo menos, três pontos sobre os quais podemos sustentar nossos indivíduos.
questionamentos: Enquanto o aprendizado em grupo se desenvolve aprendendo,
 primeiro ter uma nova visão do mundo dos negócios, além de produzir resultados extraordinários em conjunto, seus
através de um planejamento não apenas que reforce opiniões já agentes também se desenvolvem com maior rapidez no sentido
formadas, mas que atue como aprendizado genuíno; individual. Por esta visão já comentamos de que o aprendizado
 segundo, rever as doenças crônicas da hierarquia, não em grupo é apenas uma consequência de um comportamento
apenas permitindo que as decisões residam em outros níveis hie- diferenciado que podemos praticar.
rárquicos inferiores, mas dando a eles os rótulos de sinceridade – Quando tratamos de processo e gestão, como veremos adiante,
comportamento de agentes medido pelas ações – e mérito - tomar não permitimos que métodos, processos, comportamentos e
decisões tendo em mente os interesses da organização; e conhecimentos - apenas para citar alguns preceitos organizacionais,
 terceiro, a organização deve dar apoio ao desenvolvi- estejam em planos diferenciados de relação.
mento dos modelos mentais, através de técnicas como as que se re- Sobre as etapas que compõem um método de trabalho, como
ferem às questões interpessoais, sem criar treinamento confinado, fizemos referência no início desta unidade, destacamos:
tipo modelagem, para tratar de qualquer assunto, menos os ligados Etapa 01 – obtenção de dados
às questões profissionais. proceder levantamento para identificação dos níveis fortes,
fracos e com possibilidades de melhorias e seus sintomas, para
Precisamos então praticar a revisão de nossa conduta e de avaliação da funcionalidade de uma área ou de uma unidade. A
nossas ações, para encontrar respostas de inovação, fortalecendo utilização de instrumentos adequados - questionário, entrevista
a relação profissional mantida através de fios invisíveis. Em e observação direta, além de pesquisa sobre documentação
vista da formação de cada agente os modelos mentais tornam- disponível, nos permitem obter dados necessários para uma
se um processo natural de conflito, o que leva ao salutar desafio avaliação, além de contar com a colaboração e participação de
de aprender e entender que precisamos conduzir os processos de agentes atuantes na área ou unidade em estudo. Como destaca
engajamento, de participação, via adaptação constante de nosso D’Ascenção (2007), o questionário consiste na formulação de
modo de ver o desenvolvimento e formação de novos ciclos. perguntas, podendo ser utilizado com ou sem a presença de
- Objetivo comum: a técnica de criar um objetivo comum respondentes.
consiste em buscar imagens do futuro que promovam um É um instrumento indicado para obter dados em quantidade
engajamento verdadeiro ao invés de simples anuência. Para elevada; em casos de respostas quantitativas; em diferentes
qualquer atividade, a liderança tem o papel de traduzir as ideias pontos geográficos; quando requer análise estatística; quando se
levando a organização ao seu objetivo, ou seja, transmitindo aos trata de áreas conflitantes, entre outros indicativos para uso deste
outros, imagens do futuro. Um objetivo compartilhado ou comum poderoso instrumento. Para isto é necessário um planejamento em
deixa de ser abstrato e se transforma em algo concreto. Senge sua elaboração quanto à clareza de seus objetivos e formulação
(1998) lembra: os objetivos que são realmente compartilhados das questões; avaliação as alternativas de respostas quando de sua
levam tempo para emergir, pois são subprodutos de interações dos estruturação se abertas, fechas ou mistas; proceder teste antes de
objetivos pessoais dos agentes e resultam em processos integrados sua aplicação para avaliação de possíveis interpretações, entre
no contexto organizacional. outros cuidados que contribuem para a obtenção e disposição dos
Torna-se comum, em nossa concepção, remeter aos que deci- dados pretendidos.
dem o papel de facultar o livre fluxo de ideias, possibilitando que Quanto à entrevista – como uma técnica de conversação exe-
modelos mentais encontrem ressonância de comunicação e enten- cutada de forma planejada, é aplicada entre duas ou mais pessoas
dimento, em seus pares. Por isso precisamos perceber e admitir que possuem interesse comum sobre determinado assunto. Para
de que somos gerentes de atividades e exercemos lideranças sobre uma conduta salutar, o assunto deve merecer um planejamento de
agentes, numa demonstração de que, se pretendemos praticar e forma sistemática para que produza os efeitos esperados a partir
buscar crescimento pessoal e profissional, parte desta possibilida- dos dados obtidos.
de nos pertence e somos responsáveis por ela. O planejamento, neste caso, compreende alguns principais
Tendo isto em mente, nossa contribuição através de um fatores:
objetivo comum ganha outro nível de valor e outra forma de - determinação dos objetivos e finalidade da entrevista;
avaliação para com nossas ações e seus resultados. Esta prática - abrangência da entrevista;
desperta, em demais agentes, de que o processo participativo pode - definição, sempre que possível, de local, hora e tempo de
ser praticado por todos e que isto acaba por exercer uma linguagem duração;
e um comportamento comum. Experimente tratar suas ações nesta - dispor de um roteiro auxiliar dos assuntos a serem abordados; e
direção. - ‘desenhar’ um contorno da conversação que permita variação
- Aprendizado em grupo: o aprendizado, conforme Ferreira na entrevista.
(2004) começa com o “diálogo”: do grego, livre fluxo de ideias
entre um grupo de pessoas, ou a capacidade de os agentes de um Em sua execução, observar:
grupo levantar suas ideias preconcebidas e participar do raciocínio - a existência de roteiros incompletos que comprometem a
em grupo. entrevista;

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
- definição de horários dos entrevistados; De Sordi (2008) lembra que fatores como recursos de
- utilização, por um tempo mínimo, de diálogo informal que informática e recursos do capital humano, devem estar ao nível
auxilie na conquista do ambiente; de contribuição para um redesenho atenda a dinâmica das
- relatar, com clareza, os objetivos da entrevista, sua análise e necessidades do assunto em estudo. Por exemplo, um estudo
seu redesenho de processo; e sobre o mercado, cujas variáveis são desafiadores em vista de sua
- seguindo o roteiro definido, trabalhar com questões dinamicidade, podemos dispor de um ‘modelo’ que se constitui
abrangentes que dê sustentação ao assunto tratado. em uma base que permite dar suporte as variações do mercado.
Nesse caso o redesenho tem uma frequência maior em relação a
No decorrer da entrevista: determinadas áreas de estudos. Então o modelo pode ser definido
- manter a direção dos assuntos mesmo que questões não como parâmetros que norteia as ações de um estudo.
previstas sejam tratadas;
- estar atento (escutar) aos dados oferecidos pelo entrevistado; Etapa 04 - normatização e teste de forma natural, as etapas
- evitar a inclusão de comentários, ou juízos de valor sobre possuem sequências que se complementam. Para normatizar e
assuntos abordados; colocar em prática em nível de teste, precisamos contar com a
- evitar sugestões e formas de execução; participação de agentes que irão contribuir, de forma significativa,
- adicionar ao conteúdo conduzido, observações quanto na reunião de alternativas passíveis de alterações e de execuções,
ao ambiente, disposição de móveis, tratamento com as pessoas para garantir um patamar mínimo de resposta ao estudo proposto.
daquele setor, área ou unidade, entre outros aspectos que auxiliam É inconteste que se o estudo irá representar uma redistribuição
na análise do processo; de tarefas, nova disposição física no local de trabalho, nova
- conduzir os assuntos para que os mesmos sejam subsidiados responsabilidade atribuída a um agente, a adoção de novas
com clareza; e tecnologias em vista de novas atarefas assumidas, eventualmente
- anotar de forma discreta, manifestações do entrevistado. poderá até ser oferecido um programa de treinamento em vista
Temos ainda como instrumento, a observação direta que, da remodelação de tarefas, uma reestruturação será desenhada
apesar de sua técnica, planejamento, vantagens e desvantagens, e, por conta disto, irá despertar resistências normais de quem,
não serve como um instrumento de uso isolado para dar contorno por ventura, atua em determinada tarefa em um mesmo nível de
definitivo a uma situação, apenas vem subsidiar dados colhidos via responsabilidade, por muito tempo.
questionário e/ou entrevista. Portanto, reduzir resistências e conduzir propostas em nível
Outros autores da área de OSM, além do acima citado, como mínimo de aceitação é resultante, dentre outros aspectos, da parti-
Araujo |(2006), Carreira (2009), oferecem detalhes para uso desses cipação de agentes na primeira etapa de obtenção de dados, dando
instrumentos de obtenção de dados, quando pretendemos proceder a eles ciência da direção do estudo a ser realizado e a adoção práti-
análise de um processo. ca de um método de trabalho. A partir de então, o método torna-se
Etapa 02 – análise crítica um instrumento normatizado que suportará a condução prática do
é através da análise critica que reunimos fatores para a estudo proposto, assim como definirá metas para oferecer treina-
simplificação ou racionalização de um processo. Essa análise mento e estruturar manuais e/ou redesenhar fluxos que represen-
permite a ‘construção’ de alternativas, conforme Carreira (2009), tem redução de tempo e de esforços.
desde que a reunião de dados seja fruto de um bem elaborado e
executado planejamento na fase de levantamento. Análise Organizacional
Por isso que o analista de OSM deve identificar correlação desta Vamos nos referir a alguns instrumentos que estabelecem
com a etapa anterior, para fazer uma avaliação do levantamento. relações de proximidade com processos, ou ainda, os que
Para melhor disposição de dados que facilite a avaliação, uma representam estruturas de processos em suas formas de atuação,
bem elaborada representação gráfica facilita em muito sequenciar no campo de OSM.
passos sobre o problema tratado. Essa representação deve ser Existem diferentes linhas que se dirigem para uma análise
adequada segundo a direção dada à área ou unidade em estudo. organizacional, levando consigo princípios de cunho teórico na
Antes de apresentar alternativas como sendo definitivas, intenção em dar sustentação à sua defesa, em meio a um universo
temos a possibilidade de trabalhar com simulações utilizando de variáveis que envolvem uma organização e seus ambientes –
todos os recursos disponíveis. Por exemplo, ao estruturar e definir interno e externo. Somente nas últimas décadas, os teóricos das
um fluxo de trabalho apresentando alternativas de eliminação de organizações passaram a dar relativa importância ao ambiente de
passos ou de fases ou mesmo de unidades envolvidas, podemos uma organização - a partir da teoria da contingencia, percebendo
utilizar recursos facilitadores, além de avaliar, na prática, sugestões que existem fatores que influenciam como também recebem
propostas. influência de um contexto cada vez mais amplo, pressupostos
Etapa 03 – dispor de um modelo como resultante dos estudos básicos da linha contingencial teórica.
(parâmetro comparativo) Por sua vez, os estudos da base Estruturalista voltam-se
o redesenho de um processo pode ser definido como um mo- para os aspectos formal e informal de uma organização, tendo
delo ou um novo processo que irá requerer um novo desenho or- perspectivas de análise organizacional relacionadas a fatores de
ganizacional – quer seja para um produto ou para um serviço. A ambiente, enquanto que a mesma direção não percebemos nas
proposta de um modelo, embora há reserva em assim tratar pois Escolas Clássica e de Relações Humanas. E apesar da expressiva
parece representar uma forma menos flexível e adaptativa, é uma consideração nos estudos, uma questão ainda não encontrou
expressão que traduz uma maneira diferenciada e inovadora de ca- resposta: identificar onde começa e onde termina o limite entre a
racterizar e colocar em prática a resultante desta etapa. organização e o ambiente.

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Mesmo entendendo que nem todas as “posições” ambientais de uma organização precisa ser compreendido para que possamos
influentes em uma organização estão sob o controle de um ter elementos que nos permitam, de forma instrumentalizada, lidar
estudo, este deve ser conduzido de forma que possamos melhor com uma realidade. Do contrário, a análise organizacional não tem
entender uma realidade. A intenção em compreender a dinâmica expressão operacional.
organizacional em variados tipos de ambientes, contribuíram nas
pesquisas que definiram as bases da Teoria da Contingência. Um Então vimos que:
dos pressupostos desta Teoria destaca que a flexibilidade de uma  diagnóstico organizacional - é o conhecimento analítico
estrutura responde por uma organização bem-sucedida, oferecendo da natureza e do estado circunstancial de uma organização - ou
estilos de organização para cada situação ou ambiente, o que deve - é uma atividade que, usando experiência e uma adequada me-
também ser considerado em um estudo. todologia, tem como objetivo melhorar o conhecimento sobre a
Então podemos admitir que uma análise organizacional, con- organização para indicar soluções adequadas, mas isto somente é
forme Abbagnano (2000), possui como intenção compreender a possível com a contribuição de agentes;
situação de elementos constitutivos de um sistema interativo e  análise organizacional - possui como intenção compreen-
estabelecer uma cadeia de proposições para interpretar procedi- der a situação de elementos constitutivos de um sistema interativo
mentos verificáveis, identificados em composição e decomposição e estabelecer uma cadeia de proposições para interpretar procedi-
das partes. Kant (1980) observa também, que a análise desses pro- mentos verificáveis, identificados em composição e decomposição
cedimentos é vista não como uma divisão, mas como uma subdivi- das partes.
são do todo composto.
Para melhor compreender os elementos constitutivos D’Ascenção (2007) se refere à análise crítica e comenta: ela
podemos tratar uma organização, dentro da abordagem sócio responde a questões que nos permitirão verificar o que pode ser
técnica, constituída de um sistema técnico e de um sistema feito para racionalizar um processo. Adianta que enquanto a fase
social, interdependentes. Os elementos destes sistemas abrangem de diagnóstico é obter dados e revelar o que é feito na organiza-
ambientes, estruturas e cadeia de relações entre unidades, em ção, a análise trabalha os dados obtidos e indica o que deve ser
diferentes níveis. feito.
Enquanto o sistema técnico é determinado pelos requisitos
típicos de tarefas, como habilidades, conhecimentos, uso de (Re) desenho de Processos de Negócios
Um processo de negociação requer um elevado número de
equipamentos e de demais artefatos, o sistema social é constituído
considerações, da análise comportamental à análise das decisões e
por agentes, suas relações formais e informais, suas características
dos resultados. D’Ascenção (2007) define o redesenho de negócios
e execução de tarefas.
como um processo que envolve duas ou mais partes interessadas
Pagés (1993) observa que um sistema social se constitui
que se sustentam em uma troca de promessas e compromissos para
em um parâmetro de mediações entre organizações, numa visão
estabelecer um grau de confiança entre as partes envolvidas.
mais ampla do contexto ambiental e qualquer mudança em um
No contexto prático, um processo de negociação ocorre da
deles afeta, necessariamente, o outro. Levados os sistemas para a
seguinte forma:
variante tecnológica situada no macro ambiente – em um confronto  as partes interessadas referem-se às equipes atuantes, às
entre organizações – vamos perceber que há uma enorme variação lideranças e chefias diretamente envolvidas no processo que con-
quando fazemos esta forma de mediação, mesmo dentro do duz uma negociação. Todos esses agentes estão interativos;
universo de organizações de bens e de serviços idênticos.  todos os agentes envolvidos em um processo deverão ter
Enriquez (1997), no entanto, sugere a compreensão participação nas decisões, assumindo as proposições de mudan-
sobre processos em uma organização através de uma análise ças, entre outras ações necessárias. Sobre a tomada de decisão,
organizacional, tendo como ponto de partida os agentes, seus Daft (2002), observa que são muitos os fatores que a envolvem
vínculos sociais e o sistema cultural adotado, entre outros fatores e, em grande parte, os que residem na estrutura interna. Ao nível
que constroem uma estrutura associada a valores e normas. organizacional, são tomadas por agentes que compartilham de se-
Em abordagens contingenciais de eficácia, Daft (2002) ainda melhante posição sobre um assunto e que identificam, a priori,
reforça que as organizações trazem recursos do ambiente e os um resultado previsto. Este processo decisivo também envolve os
devolvem para o mesmo ambiente exigindo, para isto, etapas princípios de um negócio;
diferentes de processos adaptativos para atender diferentes  para que haja melhoria em um processo e que resulte em
demandas. benefício para uma organização, deverá prevalecer a confiança en-
Por isso que a eficácia, como ponto auxiliar na avaliação de tre as partes envolvidas;
uma medida, representa uma contingência estrutural totalmente  do ponto de vista efetivo, as promessas e os compromis-
condicionada a fatores ambientais e suas formas em todo tipo e sos retratam o que esperamos como resultados de uma negociação.
tipologia organizacional. Surgem, por este motivo, diferentes Esta linguagem deverá ser a de implementação, de acordo com as
formas de combinar elementos importantes e intervenientes nos decisões que foram tomadas; e
objetivos, conflitos e resultados. Por isso afirmamos que uma  toda negociação é feita por meio de um entendimento,
organização não possui um caminho igualmente efetivo e, por pois caso contrário, o resultado previsto tenderá ao fracasso.
consequência, não há uma forma definida para conduzi-la.
Esses pontos principais vão nos auxiliar na identificação de Podemos adiantar que toda mídia que diariamente nos invade
elementos constitutivos e na cadeia que eles formam em torno tem como propósito um processo de negociação. Diariamente
de procedimentos, processos e na busca de melhor método para também praticamos negociações nos mais diversos enfoques e nas
viabilizar resultados. Hall (1982) diz que o papel central e crucial mais diversas direções e intenções.

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A negociação – como um (re)desenho, é um dos aspectos “Quando um leigo, por exemplo, um candidato para uma vaga
centrais de nossa atitude coletiva e por isso, sempre que possível, quando acessa o site de uma empresa e encontra o organograma
tentamos determinar um grau de confiança entre as partes. Embora bem elaborado, ele consegue enxergar o macro daquela vaga
não tenhamos opção facilitada em realizar curso de negociação, de emprego em questão, pois, consegue ver a partir do cargo
na verdade é o que mais praticamos em nosso dia-a-dia. Pode almejado a trilha de carreira que ele deverá percorrer dentro
até parecer um paradoxo que na definição de Ferreira (2004), é daquela corporação”, explica Soraia Pena.
o conceito que é ou parece contrário ao comum; contra-senso, A interpretação de um organograma não deve ser linear
absurdo, disparate. quando o tema é desenvolvimento de carreira, pois, o nível no
Num primeiro plano, equipes de trabalho atuando em nível qual o funcionário chegará depende de seu desempenho, ou
organizacional, objetivam oferecer alternativas operacionais para seja, pelo organograma, um funcionário de assistente irá para
um (re)desenho de conversações dentro do círculo de promessas, analista júnior, mas, esta interpretação não dever ser limitada. É
envolvendo juízos e explicações para uma clara coordenação de interessante enfatizar que é importante desenvolvê-lo com base
ações. em posições que precisam ser preenchidas e não com base em
Em segundo plano, vamos nos reportar a Descartes, conforme pessoas atualmente dentro da organização, desta maneira, a planta
D’Ascenção (2007), que observa: da empresa fica completa.
 não aceitar nada como verdadeiro, enquanto Para Renata Lage, analista de Recrutamento & Seleção
não for reconhecido;
da Catho, o organograma mais simples e mais utilizado pelas
 para melhor compreensão e análise, dividir
organizações é o vertical. “ Ele é simplificado, facilita na leitura
um problema em partes possíveis;
e procura deixar bem claro os níveis de hierarquia”, explica Lage.
 identificar os problemas mais simples até che-
gar aos mais complexos; e
 trabalhar com a certeza de que nada foi omi- Tipos de Organograma
tido. Para concepção de um organograma é necessário o domínio da
estrutura geral da empresa, dispostos em níveis que representam a
Em terceiro plano, encontramos uma ordem em um círculo de hierarquia existente entre eles. Em um organograma vertical, por
promessas: exemplo, quanto mais alto estiver um cargo, maior a autoridade e
 criação do contexto, ou seja, propostas apre- a abrangência da atividade.
sentadas que sustentam uma intenção de uma equipe. Agentes estão O conceito de cargo é diverso, baseando-se em diferentes
inteiramente acordados com o processo; noções fundamentais, tais como tarefa, atribuição, função e cargo.
 fase de execução, de acordo com o proposto; A noção de tarefa consiste nas atividades individuais executadas
 implementação de mudanças, acompanhada pelo titular do cargo e é atribuída, normalmente, a cargos bastante
de resultados e de juízo de valores; e simples. Já a noção de atribuição caracteriza-se por ser uma
 acompanhamento, validação de mudanças e atividade individual, executada pelo titular respectivo, referindo-
correções. se a cargos que envolvem tarefas mais diferenciadas. A função
já é um conceito de maior abrangência, ela se refere ao conjunto
Então no grupo principal de instrumentos, vimos o diagnóstico de tarefas que são executadas, de uma forma sistemática, pelo
– como um caminho para encontrar um estado circunstancial, ocupante do cargo.
momento e real de uma unidade ou de organização; a análise que, Por último, a definição de cargo, integra um conjunto de
com base nesse quadro obtido, propor efetivação de ação; e (re) funções com uma posição definida na estrutura organizacional,
desenho de processo de negócio, um instrumento abrangente e isto é, no organograma da empresa. “Quando o organograma é
presente em todos os níveis possíveis. bem estruturado, permite aos colaboradores saber exatamente os
papéis dentro da organização. Além disso, ele ajuda a mostrar as
Organograma hierarquias e as relações de comunicações existentes entre elas”,
Na intenção de tornar as estruturas organizacionais enfatiza Lage.
transparentes, as empresas investem e focam, cada vez mais,
em uma ferramenta estrutural denominada organograma. Esta
Os tipos de organogramas mais usados são:
estrutura é a representação gráfica da empresa, funciona como a
planta da corporação.
• Organograma Clássico – O organograma clássico
O objetivo do organograma é ilustrar, de forma clara, cada também é chamado de vertical. É o mais comum tipo de
departamento da empresa e seus colaboradores em questão, com organograma, elaborado com retângulos que representam os
intuito de esclarecer dúvidas de clientes, parceiros e fornecedores. órgãos e linhas que fazem a ligação hierárquica e de comunicação
O ponto positivo é garantir a agilidade da percepção das entre eles;
áreas de negócios, ou seja, entender quem é o responsável e quais
departamentos podem crescer e para onde os colaboradores podem
almejar uma evolução.
Segundo Soraia Pena, consultora de novos negócios da Apoena
Consultoria Organizacional, o ponto negativo é que quando se
tem um organograma as pessoas se tornam muito engessadas,
mantendo uma hierarquia que, muitas vezes, pode atrapalhar o
andamento de departamentos e, no caso mais crítico, influenciar o
desenvolvimento dos funcionários por barreiras burocráticas.

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

• Organograma Lambda – apresentam, apenas, grupos


de órgãos que possuam características comuns.
• Organograma Em barras – representados por
intermédio de longos retângulos a partir de uma base vertical, onde
o tamanho do retângulo é diretamente proporcional à importância
da autoridade que o representa;

• Organograma Bandeira - apresentam grupos de órgãos


que possuem uma missão específica e bem definida na estrutura
organizacional, normalmente em quatro níveis;

• Organograma Em setores (setorial, setograma) - são


elaborados por meio de círculos concêntricos, os quais representam
os diversos níveis de autoridade a partir do círculo central, onde
localiza-se a autoridade maior da empresa;

• Organograma Linear de Responsabilidade (OLR) –


possui um diferenciador em relação aos demais organogramas, pois
a sua preocupação não é apresentar o posicionamento hierárquico,
mas sim o inter-relacionamento entre diversas atividades e os
• Organograma Radial (solar, circular) – o seu objetivo responsáveis por cada uma delas;
é mostrar o macrossistema das empresas componentes de um
grande grupo empresarial;

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

• Organograma Informativo - apresenta um máximo de informações de diversas naturezas relacionadas com cada unidade
organizacional da empresa;

• Organograma Dial de Wyllie – na forma de um disco separado por círculos concêntricos conforme o grau hierárquico e, dentro de
tais sessões, órgãos representados por círculos menores, cuja posição relativa aos órgãos representados em sessões mais próximas ao centro
indicam sua subordinação hierárquica. O organograma Dial de Wyllie tem por objetivo representar organizações de hierarquia dinâmica,
com vinculações variando conforme o desenvolvimento de novos projetos interdepartamentais.5

5 Texto de Samara Teixeira

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

Fluxograma
Além do nome fluxograma, podemos encontrar definições como gráfico de procedimentos, ou gráficos de processos, fluxo de pessoas
e papéis, diagrama de fluxo de dados ou ainda diagrama de blocos. Para Ballestero Alvarez (1991), trata-se de uma representação gráfica
em rede de um sistema, mostrando os elementos ativos e respectivas interligações de dados, com outros elementos e unidades. OSM (2011),
trata de uma ferramenta indispensável, pois oferece ao analista uma visão do caminho percorrido por um processo até atingir seu objetivo
final.
Em geral, podemos utilizar o termo fluxograma para todo e qualquer gráfico construído para este fim, e conceituá-lo como um
instrumento que procura apresentar um processo passo a passo, ação por ação.
Araújo (2006) diz que é um processo formado pelos movimentos de papéis entre pessoas e unidades de uma organização, com um início
e um fim delimitados. E na proposição de um objetivo, podemos dizer que é o de assegurar a fluidez dessa movimentação, manter claramente
os limites do fluxo e dispor de uma linguagem de leitura técnica, através do uso de simbologias universalmente aceitas.
A representação de uma atividade em um gráfico com o uso de simbologias, torna-se um documento, um legado organizacional,
contribuindo para a transferência de conhecimentos para outros agentes e para gerações futuras, fortalecendo os caminhos da formalidade
e da comunicação.
Nas palavras de Cruz (2002) os canais formais de uma organização ordenam as comunicações e os informais tratam a comunicação com
relativa dispersão, no entanto, mantêm uma cadeia produtiva. Lacombe e Heilborn (2003) destacam a importância de comunicar-se em uma
comunidade organizacional. Em outro momento, tratando das relações entre unidades, se referem ao grande número de relações informais
existentes; já as relações formais, não são muitas, por isso precisam ter um tratamento de manutenção, com utilização de simbologias.
Podemos afirmar, então, que o campo da comunicação informal tende a crescer em vista das características das organizações e de seus
subsistemas, por influência de seus ambientes.
A integração, que anotamos como um papel do fluxograma, consiste em unificar esforços na direção de um objetivo. Não tratamos de
um princípio regulatório, mas de uma disciplina centrada na formalidade de uma organização, como um caminho para o aprendizado.
A partir da integração, Oliveira (1986) lembra que isto se realiza através de duas principais vertentes:
 comprometimento: como um processo interativo, que gera responsabilidade , o comprometimento será objeto de estudo na última
Unidade; e
 administração participativa: que se define como um estilo que consolida um modo de a organização aprender as habilidades e os
conhecimentos que darão suporte a outros sistemas, como o de informações que, nas palavras de Araújo (2006), tem por objetivo apresentar
os fluxos de informação e estabelecer vinculações com processos decisórios. Portanto, um fluxograma é também um processo que gera
responsabilidade e consolida um modo formal de agrupar atividades.
Como um processo tem o papel de integração, não podemos considerar que sua leitura, como a que traduz um fluxograma no contexto de
uma organização, possa ser eficiente sem uma filosofia de comunicação. Envolve, ainda, o conhecimento e a disseminação, o planejamento
das atividades, o controle e a avaliação, que poderão dar suporte na definição de possíveis mudanças.
A leitura técnica, como indica Lerner (1978) e que vamos encontrar também em Carreira (2009) e em OSM (2011), exige o uso de
simbologias simples para a construção de um gráfico do tipo vertical ou de coluna, ou outra definição admitida por outros autores da área,
como título.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

Como exemplo e numa construção simples, a figura abaixo, na primeira coluna, passos, fase ou etapas e nas seguintes, a disposição
das unidades - em A,B,C... onde jamais devemos dispor de cargos ou funções, em vista de suas definições e existências serem menos
permanentes, o que implica em alterações frequentes no gráfico e nas informações neles dispostas.
A utilização deste tipo de gráfico com estas simbologias possui limitações, principalmente na representação de nº de vias que envolvem
uma atividade ou um processo. Apesar disto, ele é adotado pela sua relativa facilidade leitura e interpretação.

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

4. NOÇÕES DE COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL: COMUNICAÇÃO,
LIDERANÇA, MOTIVAÇÃO, GRUPOS,
EQUIPES E CULTURA ORGANIZACIONAL.

O fator humano dentro das organizações é, ainda hoje, um


tema frequentemente estudado por pesquisadores das áreas de
psicologia e sociologia, os quais analisam o comportamento e
as relações no ambiente corporativo. Contribuindo para o bom
funcionamento das empresas, as políticas de  RH  são regras
estabelecidas para administrar funções e fazer os colaboradores de
uma organização desempenharem seu papel de forma eficiente, de
Para o tipo de gráfico – aqui tratado como Diagrama de Blocos,
acordo com os objetivos estipulados pela empresa.
o universo de simbologias sugerido por alguns autores, como
Araújo (2006), permite representar uma atividade nos detalhes
técnicos necessários desde a emissão de uma ou mais vias de uma As  políticas de Recursos Humanos  são guias para ação.
atividade e seus respectivos arquivamentos, em ordem escolhida: Servem para promover a resolução dos problemas que acabam
alfabética, cronológica ou numérica: ocorrendo com frequência no mundo organizacional. Para evitar
conflitos dentro deste ambiente, é preciso estabelecer práticas com
objetivo de administrar os comportamentos internos e potencia-
lizar o capital humano, tendo como finalidade selecionar, gerir e
nortear os colaboradores na direção das metas da organização.
No entanto, as polícias de Recursos Humanos de uma empresa
podem variar de acordo com a sua cultura organizacional. Para que
o objetivo da empresa tenha possibilidade de ser atingido de forma
eficiente, é preciso estabelecer uma competente e eficaz política de
RH. Isso requer investimentos e recomposição integral de conheci-
mento organizacional tanto operacional quanto gerencial.

Veja algumas políticas de RH que as empresas adotam:


• Valorização do potencial humano para gerar ambiência
organizacional favorável à motivação das pessoas, levando-as a
contribuir e se comprometer com a excelência do desempenho e
A utilização de fluxograma para representar uma atividade, dos resultados organizacionais.
de acordo com Préve (2009), tende a fortalecer a prática de • Salário condizente com o que o mercado oferece.
uniformidade, utilização de uma linguagem uniforme de • Bonificação por performance.
comunicação, elevar o nível de compreensão na sua realização, • Progressão na carreira.
reduzir conflitos e definir responsabilidades dos executores. • Remuneração nos padrões do mercado.
Em outra visão, quando tratamos a execução ao nível informal, • Benefícios educacionais.
instrumentos dessa ordem não representam necessariamente o
• Assistência médica.
mesmo papel.
• Treinamentos de capacitação.
• Promoção de cargos.
• Dar feedbacks com frequência.
• Promoção de desafios.6

RECRUTAMENTO, SELEÇÃO, TREINAMENTO E


DESENVOLVIMENTO
Recrutar é atrair pessoas. É uma forma preliminar, inicial, de
agregar pessoas à organização. É uma comunicação, emitida pela
organização, para as pessoas, a respeito das vagas em aberto na
organização. Seleção, por sua vez, é uma etapa posterior. A seleção
é uma espécie de filtro: é a etapa em que a organização utiliza
instrumentos concretos para avaliar e classificar os candidatos.

6 Fonte: www.sbcoaching.com.br

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
O recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos 1. Elaboração das políticas de recrutamento; 
que visam atrair candidatos potencialmente qualificados, capazes 2. Organização do recrutamento, delegação de autoridade e
de assumirem cargos dentro da organização. É como um sistema responsabilidade apropriadas a essa função; 
de informação, através do qual a organização divulga e oferece 3. Listagem dos requisitos necessários à força de trabalho; 
ao mercado de recursos humanos as oportunidades de emprego 4. Utilização de meios e técnicas para atrair; 
que pretende preencher. O recrutamento é uma atividade que tem 5. Avaliação do programa de recrutamento, em função dos
por objetivo imediato atrair candidatos que, na fase de seleção objetivos e dos resultados alcançados.
serão apontados como adequados ou não para a vaga disponível,
o que leva a afirmação de que o recrutamento é uma atividade de Processo de recrutamento
comunicação com o ambiente externo. O recrutamento envolve um processo que varia conforme a
Os processos de recrutamento e seleção podem ser internos, organização. O órgão de recrutamento não tem autoridade para
quando são voltados para as pessoas que já trabalham para a efetuar qualquer atividade de recrutamento sem a devida tomada
organização; ou externos, quando buscam atrair para a organização de decisão por parte do órgão que possui a vaga a ser preenchida.
pessoas que ainda não são colaboradoras dela. O recrutamento de pessoal é oficializado através de uma ordem
O processo decisório, na contratação de pessoas, não é feito de serviço denominada como requisição de pessoal. Quando o
apenas pela área de gestão de pessoas. O processo é conduzido órgão de recrutamento a recebe, verifica se existe algum candidato
em parceria, tanto pela área que quer preencher a vaga quanto adequado disponível nos seus arquivos; caso contrário, deve
pela unidade de gestão de pessoas. A decisão final a respeito da recrutá-lo através das técnicas de recrutamento.
contratação cabe à área que quer preencher a vaga.
Existem diversas técnicas de seleção, tais como entrevistas, Meios de recrutamento
provas de conhecimento, testes psicológicos, técnicas vivenciais e Verificou-se que as fontes de recrutamento são áreas do
análise de currículo. No caso de concursos públicos, a divulgação mercado de recursos humanos exploradas pelos mecanismos
do edital corresponde ao recrutamento, enquanto as provas de de recrutamento. O mercado de recursos humanos apresenta
conhecimento e de títulos correspondem à seleção. fontes diversificadas que devem ser diagnosticadas e localizadas
Treinamento é voltado para as competências relacionadas pela empresa. Deste modo, ela passa a influencia-las através de
a tarefas e atividades do trabalho atual. São ações bastante uma multiplicidade de técnicas de recrutamento, visando atrair
candidatos para atender às suas necessidades. Verificamos também
específicas, voltadas para o curto ou médio prazo. Programas de
que o mercado de recursos humanos é constituído por um conjunto
treinamento são desenhados em função das necessidades atuais da
de candidatos que podem ser empregados (a exercer atividades
organização.
noutra empresa) ou disponíveis (desempregados). Os candidatos
Desenvolvimento é um conceito mais geral. Ele refere-se a
empregados ou disponíveis podem ser reais (que estão à procura
competências mais gerais, não necessariamente relacionadas ao
ou querem mudar de emprego) ou potenciais (que não estão
trabalho atual. Tem forte vínculo com a carreira do indivíduo,
interessados em procurar emprego). Daí existirem dois meios de
com o crescimento do indivíduo, ou seja, ele pode desenvolver
recrutamento: o interno e o externo.
competências que hoje ainda não utiliza. São ações educacionais
voltadas para o futuro do indivíduo. Recrutamento interno
Educação tem um horizonte temporal maior, de médio e Diz-se que o recrutamento é interno quando uma determinada
longo prazo. É um conceito abrangente, que, na nossa vida, pode se empresa, para preencher uma vaga, aproveita o potencial humano
referir a qualquer processo de aprendizado, mas que, no contexto existente na própria organização. A razão deste aproveitamento
profissional, refere-se a competências futuras. Educação tem a ver prende-se, muitas vezes, com promoções, programas de
com a necessidade de aprendizado contínuo. desenvolvimento pessoal, planos de carreira e transferências. Para
isso, algumas questões devem ser levadas em consideração:
Fontes de recrutamento 1. Resultados das avaliações de desempenho do candidato
As fontes de recrutamento representam os alvos específicos interno; 
sobre os quais irão incidir as técnicas de recrutamento. Para melhor 2. Análise e descrição do cargo atual do candidato interno
identificar as fontes de recrutamento (dentro dos requisitos que a e comparação com a análise e descrição do cargo que se está a
organização irá exigir aos candidatos), são possíveis dois tipos de pensar ocupar;
pesquisa: a pesquisa externa e a pesquisa interna. 3. Planos de carreira de pessoal para se verificar qual a tra-
Pesquisa externa - verificar o que o mercado tem a oferecer, jetória mais adequada para o ocupante do cargo em questão; 
onde está o candidato ideal para suprir essa deficiência na 4. Condições de promoção do candidato interno, para saber
organização. Relaciona-se com a elaboração de uma pesquisa do se este tem um substituto preparado para o seu lugar; 
mercado de recursos humanos, de modo a poder segmentá-lo, para 5. Resultados obtidos pelo candidato interno nos testes de
facilitar a sua análise. seleção no momento da sua entrada na organização; 
Pesquisa interna – Aqui faz-se o desenho do cargo, ou seja: 6. Resultados dos programas de formação, caso tenha feito,
• Descrição – o que o funcionário vai fazer do candidato interno.
• Análise – o que ele tem que ter
Corresponde a uma pesquisa sobre as necessidades da Vantagens do recrutamento interno
organização em relação aos recursos humanos e quais as políticas O recrutamento interno constitui uma transferência de recursos
que a organização pretende adaptar em relação ao seu pessoal. Esta humanos dentro da própria organização. As principais vantagens
pesquisa, geralmente, envolve a:  deste tipo de recrutamento são: 

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
1. Maior rapidez: evita as demoras frequentes no recrutamento são as fontes de recrutamento e as qualificações. O recrutamento
externo, como por exemplo, a colocação de anúncios, a espera externo incide sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou
de respostas e ainda a demora natural do próprio processo de em situação de emprego e pode envolver uma ou mais técnicas de
admissão;  recrutamento. As principais técnicas de recrutamento externo são: 
2. Mais econômico para a empresa: evita os custos inerentes 1. Consulta de bases de dados: os candidatos que tenham
ao processo do recrutamento externo, custos de admissão do novo enviado o seu currículo para uma organização e não tenham sido
candidato e os custos relacionados com a integração do novo considerados em recrutamentos anteriores, têm a sua candidatura
colaborador;  devidamente arquivada no órgão de recrutamento e podem ser
3. Aproveita os investimentos da empresa em formação do chamados a qualquer momento para um processo de seleção. A
pessoal: o que, por vezes, só tem retorno quando o colaborador organização deve estimular a vinda de candidaturas espontâneas,
passa a ocupar cargos mais complexos;  para garantir um stock de candidatos para qualquer eventualidade.
4. Apresenta maior índice de segurança: o candidato é Considera-se esta técnica a que acarreta menores custos para
conhecido, a empresa tem a sua avaliação de desempenho, a organização, uma vez que elimina a necessidade de colocar
dispensa-se a integração na organização e, por vezes, não necessita anúncios, tornando-a, por isso mesmo, numa das mais rápidas; 
de período experimental;  2. Boca a boca: apresentação do candidato a partir de
5. É uma fonte de motivação para os colaboradores: porque um colaborador. Desta forma, a organização faz com que
possibilita o crescimento dentro da organização. Quando uma o colaborador se sinta prestigiado pelo fato da organização
empresa desenvolve uma política consistente de recrutamento considerar as suas recomendações, ao apresentar um amigo ou
interno estimula os seus colaboradores a um constante conhecido e, dependendo da forma como o processo é conduzido,
autoaperfeiçoamento, no sentido de estes depois estarem aptos a o colaborador torna-se co-responsável junto à empresa pela sua
ocupar cargos mais elevados e complexos;  admissão. É também uma técnica de baixo custo, alto rendimento
6. Cria uma competição salutar entre o pessoal: uma vez e baixa morosidade; 
que as oportunidades serão oferecidas aqueles que realmente as 3. Cartazes ou anúncios na portaria da empresa: é uma técnica
merecerem. de baixo custo, mas cuja eficácia nos resultados depende de uma
Desvantagens do recrutamento interno série de fatores, como a localização da empresa, a proximidade das
1. A organização pode estagnar, perdendo criatividade e fontes de recrutamento, a proximidade de movimento de pessoas,
inovação;  facilidade de acesso. É uma técnica que espera que o candidato
2. Se a organização não oferecer as oportunidades de vá até ela. Normalmente, é utilizada para funções de baixo nível; 
crescimento no momento certo, corre-se o risco de defraudar as 4. Anúncios em jornais e revistas: é considerada uma das
expectativas dos colaboradores e, consequentemente, podem-se técnicas de recrutamento que atrai mais candidatos à organização.
criar estados de desinteresse, apatia e até levar à demissão;  Porém, é mais quantitativa, uma vez que se dirige ao público em
3. Pode gerar conflitos de interesses entre pessoas que estão geral e a sua discriminação depende da objetividade do anúncio; 
em pé de igualdade para ocupar o mesmo cargo;  5. Contatos com sindicatos e associações de classe: tem
4. Pode provocar nos colaboradores menos capazes, a vantagem de envolver outras organizações no processo de
normalmente em cargos de chefia, um sentimento de insegurança recrutamento sem que isso traga à organização qualquer tipo de
que poderá fazer com que estes sufoquem o desempenho e encargos; 
aspirações dos subordinados, a fim de evitarem futura concorrência;  6. Contatos com centros de emprego; 
5. Quando administrado incorretamente, pode levar à 7. Contatos com universidades, associações de estudantes,
situação denominada de Principio de Peter, segundo o qual as escolas e centros de formação profissional, no sentido de divulgar
empresas, ao promoverem incessantemente os seus colaboradores, as oportunidades oferecidas pela empresa; 
elevam-nos sempre à posição onde demonstram o máximo 8. Conferências em universidades e escolas: no sentido de
da sua incompetência; ou seja, à medida que um colaborador promover a empresa: para tal, há uma apresentação da organização,
demonstra competência num determinado cargo, a organização, em que esta fala dos seus objetivos, da sua estrutura e das políticas
a fim de premiar o seu desempenho, promove-o sucessivamente de emprego; 
até ao cargo em que o colaborador por se mostrar incompetente, 9. Viagens de recrutamento a outras localidades: quando
estagnará, uma vez que o sistema jurídico-laboral não permite que o mercado de recursos humanos local está bastante explorado,
o colaborador retome à sua posição anterior;  a empresa pode recorrer ao recrutamento em outras cidades ou
6. Não pode ser feito em termos globais dentro da outras localidades. Neste caso o técnico de recrutamento dirige-se
organização: uma vez que o recrutamento interno só pode ao local em questão e anuncia através da rádio e imprensa local; 
ser efetuado à medida que o candidato interno tenha, a curto 10. Contatos com outras empresas que atuam no mesmo
prazo, condições de igualar a performance do antigo ocupante. mercado, em termos de cooperação mútua: estes contatos
interempresas chegam a formar cooperativas de recrutamento; 
Recrutamento externo 11. Agências de recrutamento: estas agências estão a proliferar,
O recrutamento é externo quando, havendo uma determinada no sentido de prestar serviços de recrutamento e seleção a pequenas,
vaga, a organização tenta atrair os talentos disponíveis no mercado médias e grandes empresas. Estão aptas a recrutar e selecionar
através de técnicas de recrutamento. As técnicas de recrutamento candidatos independentemente das suas qualificações. Ou seja, ao
são os métodos através dos quais a organização divulga a contrário de outras técnicas, esta permite recrutar candidatos não
existência de uma oportunidade de trabalho junto às fontes de só de baixo nível, mas também altamente qualificados. Torna-se,
recursos humanos mais adequadas. O que vai definir as técnicas então uma das técnicas mais caras, embora seja compensada pelos

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
fatores tempo e rendimento. Na maior parte das vezes, as técnicas Levantamento de necessidades, programação, execução e
de recrutamento são utilizadas conjuntamente, pois o processo de avaliação.
recrutamento tem que ter em conta a relação custo/rapidez. Assim, As organizações organizam as ações de Treinamento,
o custo de recrutamento aumenta à medida que se exige maior Desenvolvimento e Educação (TD&E) em um ciclo composto de
rapidez no recrutamento e seleção dos candidatos. quatro etapas.
A primeira etapa é o levantamento de necessidades de
Vantagens do recrutamento externo treinamento. Consiste em avaliar as lacunas (diferenças) entre as
1. Traz sangue novo e experiências novas à organização: a competências atualmente existentes e as competências necessárias,
entrada de recursos novos na organização impulsiona novas ideias, obtíveis por treinamento. O gap ou diferença seriam justamente as
novas estratégias, diferentes abordagens dos problemas internos necessidades.
da organização; A segunda etapa, denominada programação, consiste
2. Permite munir a empresa com quadros técnicos com na elaboração do planejamento instrucional. O planejamento
formação no exterior: isto não significa que, a partir da admissão, instrucional é a etapa na qual as ações educacionais são formatadas.
não tenha que investir em formação com esse candidato, mas o que Inclui a definição dos objetivos instrucionais, estratégias de ensino,
é certo é que vai usufruir de imediato do retorno dos investimentos estratégias de avaliação, planejamento e produção de materiais
efetuados pelos outros;  didáticos etc.
3. Renova e enriquece os recursos humanos da organização; Finalmente, temos a terceira etapa, a execução. É quando a
4. Evita conflitos entre pessoas que fazem parte da mesma ação de TD&E efetivamente ocorre. Para que a aprendizagem
organização: no caso de, por exemplo, duas pessoas estarem aptas ocorra, a execução requer uma série de atividades pedagógicas e
a ocupar o mesmo cargo e a organização escolher uma delas, pode logísticas.
desencadear na rejeitada um sentimento de injustiça e provocar um Finalmente, temos a avaliação, que é o fechamento do
conflito grave. ciclo. Nesta etapa, são avaliados os resultados obtidos pela ação
Desvantagens do recrutamento externo educacional. A avaliação se dá em diversos níveis:
1. É um processo mais demorado do que o recrutamento interno: • Avaliação de reação: nível mais imediato que busca ava-
porque temos de considerar o tempo despendido com a escolha das liar as opiniões e satisfações dos participantes acerca do treina-
técnicas mais adequadas, com as fontes de recrutamento, com a mento;
atração dos candidatos, com a seleção, os exames médicos, com • Avaliação de aprendizagem: verifica a diferença nos re-
possíveis compromissos do candidato a outra organização e com o pertórios, conhecimentos e capacidades dos participantes antes e
processo de admissão. depois dos treinamentos;
2. Desmotiva as pessoas que trabalham na organização: os • Avaliação de transferência ou impacto: realizada alguns
funcionários podem, em determinados casos, ver o recrutamento meses após o final do treinamento, verifica se houve mudança de
externo como uma política de deslealdade para com eles;  comportamento dos indivíduos após o treinamento.
3. Cria distorções ao nível salarial: porque quem vem de novo, • Mudança organizacional: verifica se houve alterações em
normalmente vem ganhar mais do que aquele que já está há mais processos de trabalho, indicadores duros, estrutura organizacional
tempo na organização e a desempenhar a mesma função, o que ou outras mudanças na organização, decorrentes do treinamento.
pode levar ao aumento dos salários em geral, para evitar grandes • Valor final: Último nível da avaliação e verifica a con-
disparidades; tribuição do treinamento para os objetivos mais importantes da
4. É mais caro: exige despesas imediatas com anúncios, organização
jornais, agências de recrutamento; 
5. É menos seguro do que o recrutamento interno: dado Este ciclo é preconizado, por exemplo, pela norma ISO
que os candidatos são desconhecidos: apesar das técnicas de 10.015. A figura abaixo ilustra estas etapas.
seleção, muitas vezes a empresa não tem condições de confirmar
as qualificações do candidato; daí submeter o candidato a um
período experimental, precisamente pela insegurança da empresa
relativamente ao processo de recrutamento e seleção.

Independente da estratégia ou tipo de recrutamento e seleção


utilizados é necessário estar atento aos erros de avaliação que
frequentemente são observados, tais como:

• Efeito Halo - Ato de beneficiar o candidato (gostou do


candidato)
• Efeito Horn - Ato de prejudicar o candidato (não gostou
dele)
• Recenticidade - O que importa são os últimos fatos
• Avaliação Congelada - A primeira impressão é a que fica
• Tendencia Central - Intermediário, todos são bons.
• Identificação - Espelho, o candidato é parecido comigo.

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Muitas empresas tem investido cada vez mais em programas GESTÃO DE DESEMPENHO
de treinamentos e desenvolvimento de funcionários, a ideia
é aprimorar o potencial e a capacidade dos funcionários, e Avaliação Convencional e Diferenciada de Desempenho
abrir novas oportunidades dentro da empresa. As organizações As organizações necessitam de sistemáticas de avaliação
contemporâneas têm sido levadas à modernização e/ou adequação capazes de acompanhar o crescimento das pessoas que nela
ao novo contexto produtivo por diferentes caminhos, seja pela via exercem suas atribuições;
tecnológica, seja pela via gerencial diferentes mecanismos e/ou A questão é de que forma que é possível obter um
ferramentas são utilizados, em um esforço voltado à eficácia na acompanhamento eficiente ao mesmo tempo integrado com os
utilização dos recursos produtivos visando, em última instância a propósitos da organização como um todo.
melhor adequação das pessoas ao local de trabalho. O essencial é a maneira com que as pessoas dão andamento as
A capacitação dos funcionários é inegavelmente a responsável suas atribuições e o desempenho será mensurado a partir dessas
hoje, pelo sucesso organizacional. Assim, as organizações têm que exigências.
estar “preocupadas” com o treinamento e desenvolvimento das
pessoas envolvidas em sua empresa para que tenham sempre um Definições e conceitos
segmento adequado. Desempenho: “conjunto de entregas e resultados de
Com base no contexto atual das empresas e nos desafios que determinada pessoa para a empresa ou negócio” (DUTRA, 2002);
as pessoas enfrentam no desempenho de suas funções, decidiu-
Avaliação de desempenho: implica na “identificação,
se pesquisar as competências requeridas aos funcionários para
mensuração e administração do desempenho humano nas
atuarem nos setores da organização, para a partir daí propor
organizações” (GÓMEZ-MEJÍA, BALKIN e CARDY, 1995).
treinamentos nas áreas adequadas.
Nos últimos anos as organizações, cada vez mais conscientes • Identificação: ao notar as conseqüências das atividades, a
de que seu sucesso será determinado pela qualificação de seus empresa estará apta a remanejar pessoas de acordo com a definição
empregados passaram a atribuir maior relevância à gestão de desempenho exigida para satisfazer as suas necessidades;
estratégica de pessoas principalmente no que diz respeito ao • Mensuração: elemento central, tem por objetivo princi-
desenvolvimento de competências humanas ou profissionais. pal a busca pela determinação de como o desempenho pode ser
Assim, o treinamento do funcionário passou a ser assunto de relacionado a certas formas de medições.
interesse das organizações.  • Administração: dirigida para o futuro. Busca o desenvol-
A conceituação de treinamento apresenta significados vimento e fornece subsídios que geram a possibilidade de alcance
diferentes e assim, diversos autores têm apresentado definições de todo o potencial das pessoas, gerando resultados positivos.
com relação ao treinamento.  De acordo com Chiavenato quase A AD engloba todo o processo desde a identificação do
sempre o treinamento tem sido entendido como o processo pelo desempenho, passando pela mensuração, ou seja, medindo tal
qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente desempenho, até alcançar projeções para o médio e curto prazo,
as tarefas específicas do cargo que deve ocupar. Modernamente, o onde o potencial de cada estará a serviço da organização”.
treinamento é considerado um meio de desenvolver competências
nas pessoas para que elas se tornem mais produtivas, criativas Alguns dos motivos que leva à utilização da AD:
e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos • Alicerçar a ação do gestor: a empresa se torna mais trans-
organizacionais. parente, pois as ações de seus gestores estão alicerçadas em ele-
Ainda segundo Chiavenato “treinamento é o processo mentos palpáveis (avaliação realizada com rigor técnico).
educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e • Nortear e mensurar o processo de treinamento e desen-
organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, volvimento (T&D): ponderação do nível de CHA (conhecimentos,
atitudes e habilidades em função de objetivos definidos”. habilidades e atitudes), determinando a direção que o processo de
Há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de T&D deve tomar e a sua medida em cada caso;
pessoas. Embora os seus métodos sejam similares para afetar a • Facilitar o feedback das pessoas: na medida em que men-
aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente. 
sura os desempenhos das pessoas em avaliação e informa de modo
Ambos, treinamento e desenvolvimento (T&D), constituem
a sugerir mudanças, quando necessário; e
processos de aprendizagem por isso que Chiavenato afirma que
• Facilitar o progresso das organizações: feedback organi-
segundo a base primordial para o atingimento dos objetivos de
uma instituição, começa pelo treinamento e desenvolvimento zacional, acompanhamento do desempenho identificando pontos
das pessoas. Tende-se a investir pesadamente em treinamentos críticos, negativos e positivos dando caráter facilitador à elabora-
para obter um retomo garantido. Treinamento não é uma simples ção de estratégias para manutenção e crescimento.
despesa, mas um precioso investimento seja na organização ou
nas pessoas. Isto é, traz benefícios diretos. Antigamente, alguns Finalidades:
especialistas em RH consideravam o treinamento um meio para - Identificar o valor das pessoas para a organização:
adequar cada pessoa ao seu cargo, recentemente mudou este mensurar qualitativamente o impacto de cada pessoa nos resultados
conceito, considerando um meio para alcançar o desempenho no organizacionais;
cargo. Quase sempre treinamento é compreendido como o processo - Desenvolver talentos: detectados os pontos fortes e
pelo qual as pessoas vão desenvolver de maneira excelente as fracos das pessoas, via avaliação de desempenho, as necessidades
tarefas específicas dos cargos. de desenvolvimento tornam-se transparentes;
Assim, acredita-se que através de um treinamento visando o - Fornecer informações essenciais: que auxiliem o
desenvolvimento das pessoas nas organizações os resultados serão desenvolvimento das demais atividades referentes à gestão de
satisfatórios tanto para os indivíduos como para as organizações. pessoas;

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
- Tornar transparente a relação entre avaliadores e ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
avaliados: ao se recolher informações essenciais sobre o quadro individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada
funcional, identificar talentos potenciais e o que as pessoas empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do
agregam para a organização; e comportamento de um colaborador durante um intervalo de tempo,
- Abastecer a organização com avaliações periódicas: as analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico, sua
organizações necessitam estar permanentemente empenhadas na relação com os parceiros de trabalho etc.
atualização da AD. Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas
dos funcionários, proporcionando um crescimento profissional
Vantagens da utilização e pessoal, visando um melhor desempenho de suas funções no
- Possibilita a descoberta de talentos: por meio da ambiente de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta
identificação dos atributos de cada pessoa; de auxílio à administração de  recursos humanos  da empresa,
- Facilita o feedback às pessoas da organização: desfrutar alimentando-a com informações que auxiliam a tomada de decisão
do que foi coletado, analisado e concluído pelos avaliadores, po- sobre práticas de bonificação, aumento de salários, demissões,
dendo a partir daí encontrar caminhos para auto-desenvolvimento; necessidades de treinamento etc.
- Auxilia o direcionamento dos esforços da organização: o Segundo Wagner Siqueira, o processo de  avaliação de
fato de se ter informações proporciona a organização a possibili- desempenho  de um colaborador inclui, dentre outras, as
dade de “identificar aquelas pessoas que necessitam de aperfeiçoa- expectativas desejadas e os resultados reais. Sendo divida em
mento” (MARRAS, 2000); algumas etapas:
- Auxilia o aprimoramento da qualidade de vida: “cons- • Apreciação diária do comportamento do colaborador,
titui um poderoso meio de resolver problemas de desempenho e seus progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento
melhorar a qualidade do trabalho e a qualidade de vida dentro das permanente de feedback instantâneo;
organizações” (CHIAVENATO, 1999); • Identificação e equacionamento imediato dos problemas
- Situa as pessoas na estrutura organizacional: a AD subsi- emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão de
dia as demais atividades desencadeando ações que culminem com motivação e de obtenção de resultados;
alterações significativas na estrutura da organização; e • Entrevistas formais periódicas de avaliação de
- Incentiva a utilização do coaching: a AD “ajuda ou es- desempenho, em que avaliador e avaliado analisam os resultados
timula os supervisores a observarem seus subordinados mais de obtidos no período considerado e redefinem novas orientações,
perto e a desempenhar melhor a função de treinadores” (OBERG, compromissos recíprocos e ações corretivas, se for o caso.
1997).
Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e
Limitações da utilização limitações dos funcionários, buscando identificar pontos de
- Serve de justificativa para discussões salariais: ao situar melhoria, necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento
as pessoas na estrutura organizacional, pode gerar argumentações do indivíduo para outras funções em que poderia render melhor.
direcionadas a salários e vantagens face à uma possível nova Assim, o papel principal da avaliação de desempenho
posição funcional numa outra unidade; é identificar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de
- Trata-se de um processo vulnerável: “as avaliações desempenho entre os muitos funcionários da organização. Tendo
fornecem informações inadequadas sob as sutilezas do sempre como base a interação constante entre avaliador e avaliado.
desempenho, os gerentes freqüentemente fazem julgamentos
arbitrários” (LEVINSON, 1997); Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os
- Há uma tendência à exclusão dos não envolvidos métodos mais tradicionais de avaliação:
diretamente: com o processo. A não influência direta nos resultados
da organização, dificulta o questionamento à avaliação feita • Escalas gráficas de classificação: é o método mais utili-
desmotivação e desinteresse; zado nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores
- Dificuldade de manter as avaliações periódicas: a definidos, graduados através da descrição de desempenho numa
elaboração e aplicação do processo de AD depende do feedback variação de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver
oferecido às pessoas pelos avaliadores; exemplos de comportamentos esperados para facilitar a observa-
- Inibe o desenvolvimento criativo do potencial humano: ção da existência ou não do indicador. Permite a elaboração de
manter avaliações constantes, dependendo da maneira como é gráficos que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desem-
realizada, pode representar um controle na visão das pessoas em penho histórico do avaliado.
processo de avaliação; e • Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação
- Dificulta a avaliação do grupo: este tipo de procedimento dos indivíduos através de frases descritivas de determinado tipo de
sempre tende a recair numa avaliação individualizada.7 desempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre
as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para
A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca mi-
resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando nimizar a subjetividade do processo de avaliação de desempenho.
de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz • Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões
de demonstrar este acompanhamento é através da  Avaliação de entre um especialista em avaliação de desempenho da área de Re-
Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma cursos Humanos com cada  líder, para avaliação do desempenho
7 Fonte: gestaopublica.org de cada um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal de-

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
sempenho por meio de análise de fatos e situações. Este método • Avaliação de competências e resultados: é a conjuga-
permite um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizan- ção das avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verifi-
do a subjetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, cação da existência ou não das competências necessárias de acordo
conjuntamente com o líder, do desenvolvimento profissional de com o desempenho apresentado.
cada um. • Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho
• Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam futuro, identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o
desempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realça- desenvolvimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas.
dos e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem Possibilita a identificação de talentos que estejam trabalhando
ser corrigidos através de orientação constante. O método não se aquém de suas capacidades, fornecendo base para a recolocação
preocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver dessas pessoas.
sucesso na utilização desse método, é necessário o registro cons- • Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert
tante dos fatos para que estes não passem despercebidos. S. Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempe-
• Comparação de pares: também conhecida como com- nho sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos
paração binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois internos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos
colaboradores ou entre o desempenho de um colaborador e sua estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o aten-
equipe, podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo dimento da meta em cada objetivo estratégico.
muito simples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de
ser realizado quanto maior for o número de pessoas avaliadas. Vantagens da Avaliação de desempenho
• Autoavaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar
com relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise
utilizado conjuntamente a outros sistemas para minimizar o for- do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando,
te viés e falta de sinceridade que podem ocorrer. assim, novas possibilidades para remanejamento interno de
• Relatório de performance: também chamada de avalia- colaboradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações
ção por escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descri- aos funcionários que mais se destacarem na avaliação.
ção mais livre acerca das características do avaliado, seus pontos Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais
fortes, fracos, potencialidades e dimensões de comportamento, fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem
entre outros aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se como resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para
combinar ou comparar as classificações atribuídas e por isso exige um resultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados
a suplementação de um outro método, mais formal. queiram investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando
• Avaliação por resultados: é um método de avaliação ba- seu desempenho e trazendo vantagens para a empresa.
seado na comparação entre os resultados previstos e realizados. É Este método é importante, também, para eliminar “achismos”
um método prático, mas que depende somente do ponto de vista do e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de
supervisor a respeito do desempenho avaliado. obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma
• Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
alcance de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos obje- Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos
tivos organizacionais e negociados previamente entre cada colabo- benefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma
rador e seu superior. É importante ressaltar que durante a avaliação organização, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode
não devem ser levados em consideração aspectos que não estavam avaliar melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho,
previstos nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao co- investir no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade,
laborador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua auto ava- desenvolver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de
liação para discussão com seu gestor. forma mais eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é
• Padrões de desempenho: também chamada de padrões avaliada de forma satisfatória pelos gerentes.
de trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por
parte da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas Aplicações
que serão avaliadas. A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de dife-
• Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de rentes funções administrativas, motivacionais e de comunicação,
comportamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assi- como citados a seguir:
nala-se “sim” quando o comportamento do colaborador correspon- • Identificação de pontos fortes e fracos dos colaborado-
de ao comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É res e, consequentemente, da organização;
diferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido • Identificação de diferenças individuais;
da não obrigatoriedade na escolha das frases. • Estímulo à comunicação interpessoal;
•   Avaliação 360 graus: neste método o avaliado rece- • Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, forma-
be  feedbacks  (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem da por chefe e subordinado;
relação, também chamados de stakeholders, como pares, superior • Informação ao colaborador de como o seu desempenho
imediato, subordinados, clientes, entre outros. é percebido;
• Avaliação de competências: trata-se da identificação de • Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e
competências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habili- do avaliado;
dades) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado • Indicações de promoções e de aumentos salariais por
desempenho seja obtido. mérito;

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
• Indicações de necessidade de treinamento; com certos princípios de racionalização do trabalho para projetar
• Gestão de crises nas equipes e nos processos operacio- cargos, definir métodos padronizados, treinar as pessoas para obter
nais (sistemas técnicos e sociais); máxima eficiência e usavam incentivos salariais para assegurar a
• Auxílio na verificação de aprendizagens; adesão aos métodos de trabalho.
• Identificação de problemas de trabalho em geral, no No modelo humanístico é denominado pelas relações humanas
relacionamento individual, intraequipe ou interequipes; através da experiência de Hawthorne, tendo o objetivo de substituir
• Registro histórico suplementar para ações administrati- a engenharia industrial pelas ciências sociais, a organização formal
vas de gestão; pela informal, a chefia pela liderança, etc. 
• Apoio às pesquisas de clima organizacional. No modelo contingencial representa a abordagem mais ampla
e complexa pelo fato de considerar três variáveis simultaneamente:
REMUNERAÇÃO as pessoas, a tarefa e a estrutura organizacional. O desenho do cargo
Quando se trata de estar apto para definir desenho, análise, é dinâmico e se baseia na contínua mudança e revisão do cargo
descrição e especificação de cargos é para entender como o dese-
como uma responsabilidade básica colocada nas mãos do gerente
nho de cargo afeta as práticas de RH e depois descrever os méto-
ou de sua equipe de trabalho. Isso faz do modelo contingencial
dos obtidos na informação e os ajustando com o objetivo de ter as
mutável em decorrência do desenvolvimento pessoal do ocupante
especificações precisas do cargo e os critérios a exigir do futuro
e do desenvolvimento tecnológico da tarefa. 
ocupante.
Em um âmbito sobre as especificações, análise e descrição
de cargos é importante salientar a conceituação para interpretar Enriquecimento de cargos 
de uma maneira coesa na tomada de decisão, tendo como O desenho contingencial de cargos é dinâmico e privilegia
exemplo um modelo de entrevista e um questionário onde será a mudança em função do desenvolvimento pessoal do
feita a colheita de informações sobre os cargos para montar uma ocupante, ou seja, permite a adaptação do cargo ao potencial de
descrição de cargo detalhada com as relações, responsabilidades e desenvolvimento pessoal do ocupante. Essa adaptação contínua é
experiências exigidas com o propósito de fazer um mapeamento feita pelo enriquecimento de cargos que significa a reorganização
das especificidades do cargo para estar redesenhando a estrutura e ampliação do cargo para proporcionar adequação ao ocupante no
e coligindo conforme o desempenho de cada um, tornando-o mais sentido de aumentar a satisfação intrínseca, através do acréscimo
flexível e mutável.  de variedade, autonomia, significado das tarefas, identidade
com as tarefas e retroação. Tem como objetivo de aumentar as
Conceito de Cargo  responsabilidades e desafios das tarefas do cargo para ajustá-los às
Hoje, os cargos requerem maior flexibilidade e características progressivas do ocupante. 
participação contínua das pessoas transformando-as em equipes A adequação do cargo ao ocupante melhora o relacionamento
multidisciplinares mutáveis com o ambiente. O cargo pode- interpessoal dentro do trabalho e visam novas oportunidades de
se analisar numa maneira global onde todas as atividades são mudanças para uma melhor qualidade de vida no trabalho. O que
executadas por um ocupante e que se situa em uma posição no se espera é um aumento de produtividade e redução das taxas
organograma organizacional.  de rotatividade e de absenteísmo do pessoal, para isso precisará
A posição do cargo mo organograma define o nível de introduzir uma nova estratégia que faça uma reeducação dos
hierarquia do ocupante como a quem reportará e sobre quem cargos de gerente e chefia, descentralização das pessoas dando
exercerá autoridade que pode ser localizado num departamento ou empowerment e maiores oportunidades de participação. 
divisão. 
Conceito de descrição de cargos
Desenho de Cargos Descrever um cargo significa relacionar desde o que o ocupante
Envolve-se a especificação do conteúdo de cada cargo,
faz até o motivo porque faz, a descrição de cargo é um retrato
dos métodos de trabalho e das relações com os demais cargos.
simplificado do conteúdo e das principais responsabilidades do
O desenho de cargos constitui na maneira como cada cargo é
cargo. O formato de uma descrição de cargo inclui o título do cargo,
estruturado e dimensionado, dentre disso precisa-se definir quatro
o sumário das atividades a serem desempenhadas e as principais
condições básicas: 
- Qual é o conteúdo do cargo, ou seja, o conjunto de tarefas ou responsabilidades do cargo. A descrição do cargo relaciona de
atribuições que o ocupante desempenhará;  maneira breve as tarefas, deveres e as responsabilidades do cargo. 
- Quais são os métodos e processos de trabalho, ou seja, como
as tarefas deverão ser desempenhadas; Conceito de Análise de cargos 
 - A quem o ocupante do cargo deve prestar responsabilidade, Analisar um cargo significa detalhar o que o cargo exige
isto é, quem é o seu superior imediato;  do seu ocupante em termos de conhecimentos, habilidades e
- Quem o ocupante do cargo deverá supervisionar ou dirigir capacidades para que possa desempenhá-lo adequadamente. A
autoridade, ou seja, quem serão os seus subordinados.  análise de cargos procura determinar quais os requisitos físicos e
mentais que o ocupante deve possuir, as responsabilidades que o
Modelos de desenhos de cargos cargo lhe impõe e as condições em que o trabalho deve ser feito. E
Os modelos de desenhos de cargos existem três tipos: o também se preocupa com as especificações do cargo em relação ao
Clássico, o Humanístico e o Contingencial; sendo que o Clássico ocupante que deverá preenchê-lo. 
foram criados pelos engenheiros da Administração Científica

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Métodos de colheita de dados sobre cargos Programa de Gestão de Cargos e Salários
Existem três métodos para obtenção de dados a respeito Para que possa existir ambiente motivador no seio da
dos cargos: entrevista, questionário e observação. Na entrevista organização, pessoas integradas e produtivas, são necessários
existem três tipos para tal finalidade como a entrevista individual, planos adequados de RH. O plano básico, o carro-chefe é, sem
a entrevista em grupo e a entrevista com o supervisor tendo como dúvida, o de cargos e salários, porque sem ele, dificilmente os
objetivo buscar dados a respeito dos cargos e determinar seus demais planos de desenvolvimento funcionam. Após a implantação
deveres e responsabilidades.  do programa de cargos e salários é que devem ser implantados os
No método do questionário a colheita de dados a respeito de planos de carreira, treinamento e desenvolvimento, avaliação de
um cargo é feita através de questionários que são distribuídos aos desempenho e potencial e planejamento de recursos humanos.
seus ocupantes ou ao seu supervisor. Na prática segue o mesmo A empresa deve ver o salário como função agregada de
roteiro da entrevista, com a diferença de que é preenchido pelo motivação e procurar utilizá-lo como um instrumento a mais
ocupante do cargo, ou pelo supervisor ou também em ambos. Tem na compatibilização dos objetivos organizacionais e pessoais.
como vantagem proporcionar um meio eficiente e rápido de coletar A preocupação central da administração de cargos e salários é a
informação de um grande número de funcionários, tendo como
manutenção dos equilíbrios internos e externos.
custo operacional menor do que a entrevista. 
No método da observação é direta daquilo que o ocupante
Segundo PONTES (1993, p. 19):
do cargo está fazendo constitui um outro método de colher
O equilíbrio interno é conseguido através de uma correta
informação sobre o cargo é aplicável em cargos simples, rotineiros
e repetitivos. É comum o método da observação utilizar um avaliação dos cargos, de forma a manter uma hierarquia. O equilíbrio
questionário para ser preenchido pelo observador para assegurar a interno é muito importante porque os funcionários comumente
cobertura de todas as informações necessárias.  julgam a equidade de suas remunerações, comparando-as com
as dos demais empregados. Muitas vezes, a insatisfação com a
Etapas do Processo de Análise de cargos remuneração advém da diferença de remuneração entre cargos
O processo de analisar cargos envolve seis etapas que considera e pessoas, quando não são visíveis maiores responsabilidades,
a organização em constante e dinâmica mudança. Os cargos produtividade, conhecimento e capacidade.
devem ser constantemente descritos, analisados e redefinidos para O equilíbrio externo é obtido através da adequação salarial
acompanhar as mudanças na organização e no seu conteúdo.  da organização frente ao mercado de trabalho. Também é muito
Os primeiros passos são examinar a estrutura da organização importante o equilíbrio externo, uma vez que os funcionários
total e de cada cargo para definir quais as informações requeridas julgam a equidade de suas remunerações comparando-as com as
pela análise de cargos, depois selecionar os cargos a serem dos ocupantes de cargos similares em outras organizações. Além
analisados e ajustar os dados necessários para análise, e por último disso, quando o equilíbrio externo não é mantido, a empresa tem
preparar as descrições e especificações de cargos. Isso tem como dificuldades em conservar seus talentos profissionais.
função de fazer um planejamento de RH, desenhos de cargos, Na implantação do programa de administração de cargos
recrutamento e seleção, treinamento, avaliação de desempenho, e salários em uma organização é necessário seguir as etapas de
remuneração e benefícios e a avaliação dos resultados.  planejamento e divulgação do plano, análise e avaliação dos
cargos, pesquisa salarial e definição da política salarial. Terminada
Os usos da Descrição e Análise de cargos  a última etapa, devem ser definidas as políticas de remuneração e
A descrição e análise de cargos funcionam como mapeamento implantadas as carreiras profissionais.
do trabalho realizado dentro da organização. Um programa de O plano de administração de cargos e salários deve ser
descrição e análise de cargos produz subsídios para o recrutamento implantado com a colaboração das chefias, uma vez que são os
e seleção das pessoas, para identificação das necessidades de chefes os responsáveis pela motivação e produtividade dos recursos
treinamento, elaboração de programas de treinamento, para
humanos e serão eles que terão que conviver com as políticas e
planejamento da força de trabalho, avaliação de cargos e critérios
regras traçadas. Desta forma, o órgão de Recursos Humanos terá
de salários, etc. 
amplo apoio durante a elaboração do programa, além de maior
Os objetivos são de subsídios ao recrutamento (definir o
certeza de que o mesmo será mais condizente com a cultura da
mercado RH para onde deverá recrutar dados para a elaboração
de anúncios de recrutamento); subsídios à seleção de pessoas organização.
(características do ocupante do cargo, ou seja, requisitos
exigidos); material para o treinamento (conteúdo dos programas Avaliação e Classificação de Cargos
de treinamento, conhecimentos e habilidades exigidas ao ocupante A avaliação, para Carvalho, deve ser feita com critérios e
e atitudes perante o cliente); base para a avaliação e classificação levando em consideração a seleção de fatores e a elaboração
de cargos (fatores de especificações para serem utilizados como do manual para a análise. Segundo Chiavenato (1991, p. 37), a
fatores de avaliação de cargos, definição de faixas salariais, avaliação e a classificação de cargos foram introduzidas para o
etc.); avaliação do desempenho (definição de critérios e padrões estudo do trabalho e sua racionalização no sentido de elevar a
de desempenho para avaliar os ocupantes, metas e resultados produtividade do operário. E deve basear-se em uma estrutura de
a ser atingindo); base para programas de higiene e segurança salários acurada e objetiva. Portanto, requer do administrador de
(informações sobre condições de insalubridade e periculosidade Recursos Humanos um empenho maior, a fim de selecionar os
comuns a determinados cargos) e guia para o gerente (informações métodos aplicados.
sobre o conteúdo dos cargos e desempenho dos ocupantes). 

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Administração de Salários • o equilíbrio orçamentário da empresa: a política salarial
A administração de salários é algo importante na relação levará em conta o desempenho da empresa e seus resultados.
capital x trabalho no sistema das organizações. A Política de Administração de Cargos e Salários da Empresa
É uma função organizacional baseada em certos pressupostos, tem por objetivo reconhecer a capacitação profissional e o desem-
nos quais, segundo Lobos (1979, p. 260): penho dos seus funcionários. O desenvolvimento técnico-profis-
1. A contribuição do empregado à organização é um deter- sional do funcionário e sua contribuição efetiva para os resultados
minante adequado da remuneração por ele recebida; da empresa serão os indicadores utilizados para esse reconheci-
2. Tal contribuição pode ser medida objetivamente e tradu- mento. 8
zida a valores monetários ou equivalentes, constituindo a remu-
neração; CONFLITOS
3. A remuneração exerce uma influência motivadora sobre Conflitos
o individuo no trabalho.
É a capacidade de enfrentamento, condução e superação de
Esses pressupostos são aspectos convencionais da remuneração situações e cenários, onde o conflito faz-se presente é crucial aos
e devem ser objeto de estudos dentro das organizações. gestores de qualquer organização. O conhecimento das causas
geradoras de conflitos somado à habilidade de diagnosticar o
Objetivos da Administração Salarial conflito de forma mais abrangente podem auxiliar os mediadores
Os objetivos da administração salarial são obtidos através dos no gerenciamento de conflitos.
equilíbrios internos e externos nas organizações. Segundo Pontes Quando se estiver administrando um conflito é de suma
(1989, p. 19), o equilíbrio interno é muito importante porque os importância que, antes de se tomar qualquer decisão, investiguem-
funcionários comumente julgam a equidade de suas remunerações se os fatos ocorridos, o histórico das pessoas envolvidas, como o
comparadas com as dos demais empregados. O equilíbrio externo tempo em que os envolvidos no conflito trabalham na empresa,
é obtido através da adequação salarial da organização frente ao suas condutas e desempenho. Ressalta-se a importância de se
mercado de trabalho. empregar a empatia, ou seja, considerar os valores da organização;
levar em consideração pressões não usuais de trabalho, como
Métodos de Administração Salarial o fato de dois funcionários terem uma discussão; se o produto
As etapas da análise de cargos englobam a coleta de dados, dessa empresa é sazonal e se, no período que antecedeu a referida
a descrição, a especificação e a titulação dos cargos. Os métodos discussão, os funcionários tiveram que aumentar sua jornada de
de coleta de dados podem ser observação local, questionário, trabalho; verificar a ocorrência de explicação insatisfatória, por
entrevista e métodos combinados. Segundo Souto Maior, as parte do responsável, de normas e/ou procedimentos. Tudo isto
informações e sua análise são os elementos essenciais para para que o conflito tenha um desfecho satisfatório para todos os
desenhar um cargo. envolvidos. Na administração de conflitos, é relevante também
identificar se os envolvidos trabalham em equipe. Uma equipe tem
Análise de Função um objetivo em comum, além de possuir um número reduzido de
Na análise de função deve-se seguir adequadamente uma componentes. Seus integrantes, necessariamente, devem possuir as
metodologia para se desenvolver a devida análise e seguir os seguintes qualidades: disposição para compartilhar oportunidades
devidos passos: e reconhecimentos; além de comunicarem-se de forma aberta
- Dotar-se de um guia de entrevista para conduzir uma
e direta (supervisão funcional). Para que tais qualidades sejam
entrevista;
fomentadas numa organização, é necessário estabelecer objetivos
- Treinar-se na entrevista entre um analista e um entrevistado;
claros e métodos de trabalho eficazes, e ainda, que os indivíduos
- Quais questões colocar?;
sejam respeitados, tanto pessoal, quanto profissionalmente.
- Como redigir os dossiês de análise?
É sabido que cada ser humano é único, ou seja, possui
aptidões, valores, cultura, que o torna um indivíduo. No entanto,
Conhecer o método de qualificação de pontos:
muitos gestores esquecem de tirar proveito dessas habilidades
- Definição de fatores, escalas e graus;
heterogêneas em prol da empresa. Assim, as empresas que
- A construção do Manual e a Comissão de Qualificação;
- Qualificação piloto, testes estatísticos ao manual; trabalham com equipes, devem aproveitar-se dessas diferenças,
- Cálculo do salário teórico “versus” real;- Os re- maximizando-as ou otimizando-as, utilizando-se da ferramenta
enquadramentos e os estudos de melhoria organizacional. denominada holismo, que consiste em aproveitar as desigualdades
para que a totalidade represente mais do que a soma das partes.
Enfim, Política de Administração de Cargos e Salários Outro aspecto importante sobre as equipes consiste no seu ciclo
 A administração de cargos e salários será feita considerando: de vida. Tal ciclo pode ser dividido em quatro estágios: o primeiro
• a relatividade interna: cada cargo terá sua remuneração consiste na sua formação propriamente dita; o segundo estágio
estabelecida conforme as responsabilidades e qualificações neces- preocupa-se em desenvolver um método de trabalho; no terceiro,
sárias para o desempenho da função. visa-se a atingir os objetivos estabelecidos; e, por fim, no quarto
• a situação de mercado: os salários serão estabelecidos estágio, os integrantes começam a sair da equipe para buscar
conforme os padrões de mercado para cargos com responsabilida- novos desafios.
des semelhantes.
8 Fonte: www.portaleducacao.com.br

Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
O significado da palavra conflito segundo o Dicionário Como pode ser visto, as causas dos conflitos podem ter origens
Aurélio é: “1. Luta, combate; 2. Guerra; 3. Enfrentamento; 4. diversas, e a maneira com que as identificamos e tratamos poderá
Oposição entre duas ou mais partes; 5. Desavença entre pessoas, acentuar o problema ou resolvê-lo sem maiores danos. 
grupos; 6. Divergência, discordância de ideais, de opiniões”. A Terceira Lei de Newton, também denominada de princípio
Assim, para melhorar o nosso entendimento a respeito do assunto, da ação e reação, diz: “Se um corpo A aplicar uma força sobre um
vamos conceituar Administração de Conflitos como: corpo B receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma
direção e de sentido contrário”. A lei da Ação e Reação apresenta
“A arte de identificar, lidar e resolver situações divergentes
na prática que para cada ação produzida, há uma reação em sentido
entre pessoas ou grupo no relacionamento interpessoal ou
oposto de mesma intensidade. No relacionamento interpessoal,
intrapessoal’. 
precisamos entender que a forma que nos comunicamos e nos
O conflito tem sua principal causa na divergência de posicionamos frente às situações faz toda a diferença. 
interesses, ideologias ou opiniões a respeito de certo assunto, O princípio 90/10 de Stephen Covey, diz que “os 10% da vida
procedimento ou realização. Diferentemente do que a maioria das estão relacionados com que se passa com você e os 90% restantes
pessoas imaginam, os conflitos bem administrados, podem gerar estão relacionados com a forma como você reage ao que se passa
mudanças positivas no comportamento das pessoas, pois motiva com você”. Tomando por base a afirmação de Stephen Covey, a
a busca de soluções. Por outro lado, os conflitos administrados maior parte da nossa vida está relacionada com o comportamento
de maneira errada, causam tensão, levam a agressão e geram que adotamos frente às circunstâncias impostas pela vida. A maneira
ambientes improdutivos.  de agir e reagir faz toda a diferença. Se eu desisto facilmente ou se
No intuito de contribuir com o aprendizado organizacional luto bravamente diante das circunstâncias impostas pela vida, faz a
a respeito da administração de conflitos, apresentamos os tipos diferença entre vitória/derrota e sucesso/fracasso. Como você tem
de conflitos, as causas mais comuns, as possíveis estratégias que agido e reagido diante destas circunstâncias? Tem vencido ou tem
determinam o comportamento das partes envolvidas, e por último,
sido vencido?
as fases para solucioná-los. 
Em muitos casos, a falta de conhecimento e experiência em
Tipos de conflitos lidar com situações de adversidades, lutas ou discordâncias entre
O conflito é necessário, por mais que se desenvolvam esforços pessoas ou grupos, gera baixo desempenho na execução das
no sentido de eliminá-lo, não poderemos ignorá-lo ou impedi-lo. atividades operacionais, pois se perde a capacidade de interação
É importante entender as suas causas, compreender suas origens, e de relacionamento funcional, e assim, metas e objetivos são
perceber a expressão do sentimento do outro, saber qual é a comprometidos. Por isso, empresários, diretores, gerentes,
dimensão do problema e se estamos preparados para administrá- supervisores e outras pessoas que ocupam cargos de confiança,
los, isso determina o nosso comportamento frente à situação. precisam aprender a lidar com situações de conflito, pois a
Existem vários tipos de conflito e sua identificação pode maneira de gerenciá-las pode causar: desmotivação, absenteísmo,
auxiliar a detectar a estratégia mais adequada para administrá-lo. turn over, insubordinação e etc. Agora, quando o líder sabe gerir
Abaixo são mencionados os seguintes tipos de conflitos: estas situações de maneira eficiente, pode até acontecer conflitos,
• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por mas haverá satisfação, confiança, compromisso, empenho, busca
parte dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua
de soluções, crescimento e, enfim, melhoria nos resultados
existência. Eventualmente não precisam ser trabalhados; Para lidar
com conflitos, é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitu- organizacionais.
de e como estamos preparados para trabalhar com eles;
• Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, Um ponto nevrálgico na administração de conflitos consiste
racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda ma- em identificar os tipos de comportamento de cada um dos
nifestações abertas do mesmo; envolvidos. Segundo Gillen (2001), os tipos de comportamento
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, são quatro:  ponto nevrálgico na administração de conflitos
e em que há emoção e forma consciente; consiste em identificar os tipos de comportamento de cada um dos
• Conflito manifesto: trata-se do conflito que já atingiu envolvidos. Segundo Gillen (2001), os tipos de comportamento
ambas as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na são quatro:
dinâmica da organização. 1) passivo – é o indivíduo que procura evitar o conflito, mesmo
que sofra com isso; via de regra, apresenta voz hesitante, atitude
As principais causas dos conflitos defensiva, contato visual mínimo, e, geralmente, é uma pessoa é
• Choques de interesses individuais, grupais e organizacio-
quieta; 
nais;
2) agressivo – é o indivíduo que aspira fervorosamente vencer,
• Luta pelo poder;
• Inveja; mesmo à custa de outras pessoas. Tende a ser individualista, uma
• Fofocas; vez que está mais interessado nos próprios desejos do que com
• Frustrações por promessas não cumpridas; os dos outros. Tal comportamento apresenta voz alta e máximo
• Falhas de Comunicação; contato;
• Mudanças estruturais; 3) passivo/agressivo – é o indivíduo que apresenta um
• Intrigas de colegas com mais tempo de empresa; comportamento misto. São as pessoas que desejam se firmar,
• Apadrinhamento de profissionais incompetentes;  contudo, não possuem estrutura para tanto. Este comportamento
• Nepotismo. apresenta muita irritação, postura fechada, pessoa lacônica;

Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
4) assertivo – é o indivíduo que aspira a defender seus direitos, mudança, cada dia mais tecnologias, mais necessidade de redução
bem como aceita que as outras pessoas também os tenham. Este de custos, mais mão de obra disponível, mais famílias destruídas,
comportamento apresenta tom de voz moderado, as pessoas deste mais problemas emocionais não resolvidos, maiores exigências
tipo de comportamento são neutras, possuem uma postura de dos consumidores, mais pressão do governo sobre empresas, mais
prudência e segurança.  proliferação de doenças, mais problemas ambientais e etc. Por tudo
isso, os profissionais precisam se moldar frente às dificuldades e
Estratégias para solução de conflitos reagir com flexibilidade.
Para que o gerenciamento dos conflitos seja eficaz, é preciso Outro aspecto importante é a adoção da imparcialidade
conhecer as formas de agir numa situação conflituosa. Por isso, quando o conflito envolver a necessidade de julgamento de um
conhecer o campo onde se travará a batalha e se como atuar terceiro. Lembre-se disso, o comportamento humano também é
durante o embate é importante para não causar feridas irreparáveis determinado pelos hábitos e costumes adquiridos na criação da
ou incendiar ainda mais a situação. A estratégia adotada define o pessoa, além é claro, das variáveis encontradas no ambiente. Neste
comportamento para solução das divergências.  caso, o julgamento mal feito, pode destruir a vida ou a carreira de
A partir do momento que identificamos os tipos e as causas uma pessoa.
dos conflitos, temos condições de determinar “as estratégias” que Lembre-se, administrar conflitos faz parte do nosso cotidiano
devem ser adotadas para administrá-los. Todavia, a estratégia e requer constante aprendizado. Por isso, cuidar da nossa vida
escolhida deve ser utilizada a partir de uma análise ampla, espiritual, afetiva, familiar, intelectual, emocional e profissional,
coerente, sincera e correta da situação. O sucesso da escolha de contribui para um bom desempenho. Administrar empresas implica
uma estratégia, não é garantia de sucesso em outros momentos de em gerir conflitos internos e externos resultantes do relacionamento
conflitos. Cada situação deve ser estudada e planejada. entre pessoas. Não pense que os conflitos desaparecerão, pois isto
Para administrar um conflito organizacional, pode-se empregar é um sonho!
um dos seguintes estilos, segundo Chiavenato:  Precisamos entender que, através das situações de conflitos
1) estilo de evitação: consiste na fuga do conflito. É empregado podemos extrair experiências de crescimento e desenvolvimento
quando o problema é corriqueiro, quando não há perspectiva humano, que se bem aproveitadas gerará mudanças e oportunidades
de ganhar o conflito, quando se necessita tempo para obter uma de crescimento mútuo entre os envolvidos.
informação ou quando um conflito pode ser desvantajoso; 
2) estilo de acomodação: visa a resolver os pontos de menor Habilidades de Administração de Conflitos
divergência e deixar os problemas maiores para depois;  O que é administração de conflitos?
3) estilo competitivo: consiste no comando autoritário, O conflito pode ter consequências positivas, como, por
é empregado quando se faz necessário tomar uma decisão  exemplo, manter os grupos de trabalho viáveis, autocríticos e
rapidamente ou uma decisão impopular;  criativos. A administração de conflitos requer a conservação de
4) estilo de compromisso: ocorre quando as partes envolvidas um nível ótimo de conflitos em um grupo. Pouco conflito cria
aceitam perdas e ganhos para todos os envolvidos;  estagnação. Muito conflito cria rupturas.
5) estilo de colaboração: é empregado numa situação ganha/ Por que a administração de conflitos é importante?
ganha, visto que todos os interesses podem ser reunidos numa Um estudo sobre executivos de nível médio e superior revelou
solução mais ampla.  que a média dos gerentes gasta 20% de seu tempo lidando com
conflitos.
Fases da solução de conflito Desenvolvendo habilidades para a resolução eficaz de
• Identifique a causa do problema; conflitos
• Procure soluções, não culpados; Embora os gerentes possam mudar de acordo com a situação,
• Analise e escolha a melhor solução; seus estilos básicos indicam o modo mais provável como tenderão
• Durante todo o momento mantenha um clima de respeito; a se comportar e o tratamento que adotam com mais frequência.
• Aperfeiçoe a habilidade de ouvir e falar, compreendendo
o que ouve e sendo claro na transmissão da sua mensagem; Seja ponderado na escolha dos conflitos que deseja controlar
• Se coloque no lugar do outro; Nem todo conflito vale seu tempo e esforço para solucioná-
• Seja construtivo ao fazer uma crítica; lo. Além disso, alguns conflitos podem ser simplesmente
• Procure a solução Ganha-ganha; incontroláveis. Dessa forma, os gerentes não devem se deixar
• Aja sempre no sentido de eliminar as causas do conflito; seduzir pela crença ingênua de que podem solucionar eficazmente
• Quando estiver errado, reconheça; todos os conflitos.
• Não varra os problemas para debaixo do tapete;
• Agir com Resiliência.  Avalie os participantes do conflito
Conhecer os participantes promove sucesso na administração
Entre as várias competências do líder moderno, uma se destaca dos conflitos.
no rol de competências procuradas pelas empresas, a Resiliência.
Resiliência é um termo utilizado pela física que demonstra a Avalie a fonte do conflito
capacidade de um material voltar ao seu estado original depois de O conflito brota de três fontes: diferenças de comunicação,
ter sofrido uma pressão. Isso quer dizer – ter capacidade de reagir diferenças estruturais e diferenças pessoais. Diferenças de
com flexibilidade às situações de conflitos. Ou, ter a capacidade de comunicação brotam de dificuldades semânticas, mal-entendidos
se moldar frente às dificuldades. Hoje o mundo vive em constante e ruídos nos canais de comunicação. Uma vez que as organizações

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
são horizontalmente diferenciadas pela especialização e Poder nas organizações
departamentalização e verticalmente diferenciadas pela criação
de níveis hierárquicos, a diferenciação estrutural pode criar Definimos como burocratização o processo gradual que
conflitos. A terceira fonte de conflito são as diferenças pessoais: as se apresenta nas organizações, mediante o qual as relações se
idiossincrasias e os sistemas de valores pessoais. formalizam, a hierarquia se institucionaliza, a improvisação
diminui, o trabalho de cada um se especializa, são criadas normas
Conheça suas opções escritas, procedimentos e rotinas, se procura submeter a todos os
Os gerentes podem utilizar cinco opções de resolução de membros da organização às mesmas regras e regulamentos e esses
conflitos: abstenção, acomodação, imposição, conciliação e membros separam seus domicilio do local de trabalho.
colaboração. Nem todo conflito exige ação decisiva. Às vezes, As burocracias exercem um formidável controle sobre as
a abstenção (evitar ou ocultar o conflito) é a melhor solução. Os pessoas que nelas trabalham, sobre a informação que flui e sobre
gerentes utilizam a acomodação para manter relações harmoniosas, as atividades que realizam.
colocando as necessidades e preocupações dos outros acima das Deve-se compreender que o processo de burocratização e a
estrutura organizacional formam dois aspectos complementares na
suas. Na imposição, os gerentes tentam satisfazer suas próprias
vida de uma organização. A burocracia de uma organização forma
necessidades às custas da outra parte. Um acordo exige que cada
a estrutura orgânica desta, ou ainda, a estrutura orgânica de uma
uma das partes abra mão de alguma coisa de valor. Colaboração é a
administração está baseada no seu processo de burocratização.
solução final em que todos saem ganhando, todas as partes tentam
Um importante processo social é a capacidade que possuem
satisfazer seus interesses. os indivíduos ou grupo social de modificar o comportamento de
outros grupos ou pessoas. Estas manifestações estão associadas a
Deve-se estimular o conflito? uma importante interação social entre os homens que denominamos
Os dados sugerem que existem algumas situações nas quais o poder.
conflito é favorável. Poder, segundo Max Weber, significa toda probabilidade
de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra
Mudar a Cultura da Organização. resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade.
O passo inicial a ser dado pelos gerentes é premiar aqueles Embora de seu ponto de vista considere o poder “sociologicamente
que desafiam o status quo, sugerem ideias inovadoras, apresentam amorfo” podemos encontrar os fundamentos dessa probabilidade
opiniões divergentes e pensamentos criativos. num leque que inclui a legitimidade e a não legitimidade.
Weber afirmava que dominação é a probabilidade de encontrar
Use a Comunicação. obediência a uma ordem...A situação de dominação está ligada à
Os funcionários mais antigos do governo “plantam” possíveis presença efetiva de alguém mandando eficazmente em outros, mas
decisões na mídia por meio do infame caminho da “fonte confiável”. não necessariamente à existência de um quadro administrativo
Mensagens ambíguas ou ameaçadoras também encorajam conflito. nem a de uma associação; porém certamente – pelo menos em
Outro modo pelo qual a comunicação pode estimular o conflito é todos os casos normais – à existência de um dos dois.
chamar a atenção para diferenças de opinião que os indivíduos por De acordo com Weber, a existência de um quadro
si mesmos ainda não reconheceram. administrativo configura uma forma de dominação. E qualquer
que seja a associação, ela é sempre em algum grau associação de
Traga Gente de Fora. dominação, em virtude da existência de um quadro administrativo.
Um método muito usado para abalar uma unidade ou É importante destacar que não basta a vontade de dominar o
organização estagnadas é trazer de fora indivíduos com outro (ou outros), para que haja dominação; é necessário que haja
antecedentes, valores, atitudes ou estilos gerenciais diferentes dos disposição de obediência por parte do outro (ou outros).
Do ponto de Weber toda dominação busca a legitimidade, o
de seus membros atuais.
reconhecimento social de sua validade, e a sua institucionalização
está baseada na figura da autoridade que, como vimos, pode
Reestruture a Organização.
ser racional-burocrática, tradicional e carismática, deste modo
Conflitos para romper o status quo podem ser promovidos
teríamos os tipos de dominação: legal, tradicional e carismática.
pelos seguintes dispositivos estruturais: centralizar as decisões, O exercício do poder, de acordo com Weber, está relacionado
reposicionar grupos de trabalho, introduzir equipes em uma com a administração, é inerente à função gerencial, pois trata-se de
cultura altamente individualista, aumentar a formalização e as induzir pessoas a agirem de acordo com determinadas expectativas.
interdependências entre as unidades. Visto desta maneira, quem administra o faz influenciando o
comportamento de outras pessoas, portanto exercendo algum
Indique um Advogado do Diabo. poder. Seja institucional, derivado do cargo que ocupa, seja
O advogado do diabo é uma pessoa que intencionalmente motivado pela capacidade pessoal, ou ambos.
apresenta argumentos contrários aos propostos pela maioria. Atua Denominamos força ao uso ou ameaça, a coerção física
como uma barreira ao pensamento grupal e às práticas que não pode ser expressa através de armas de todo o tipo uma lança, um
encontram justificativa melhor do que “foi assim que sempre revolver, etc. É um importante atributo da força.
fizemos aqui”. Compreende-se como autoridade um direito estabelecido para
tomar decisões e ordenar ações de outrem. Dito de outro modo é a
legitimação do poder, através da incorporação de conteúdo jurídico

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
e/ou moral. Essa legitimidade assenta sobre o consentimento
durável e tendente à unanimidade entre os membros de uma 5. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
sociedade ou de um grupo social.
PÚBLICA: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Chamamos de influencia a habilidade para afetar as decisões
e ações de outros, mesmo não possuindo autoridade ou força para
QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO
assim proceder. É influente um individuo que consegue modificar FEDERAL; ADMINISTRAÇÃO
o comportamento dos outros sem ocupar um cargo público ou DIRETA E INDIRETA.
provado, e não utilizar nenhuma forma de coerção física.
Na estrutura de funcionamento das organizações, a questão
do poder é fundamental, pois trata-se de um sistema de relações
sociais em que existe permanentemente uma hierarquização 1) Princípios da Administração Pública
baseada em diferentes capacidades dos indivíduos nas posições Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem que
que se ocupam nestas organizações. ele consolide o bem comum e garanta a preservação dos interes-
O poder e o controle ocupam um lugar central na vida das ses da coletividade, se encontram exteriorizados em princípios e
organizações e na existência dos seres humanos. regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos na Constituição Fede-
Ainda segundo Weber, as organizações seriam também ral e em legislações infraconstitucionais, a exemplo das que serão
instrumentos de dominação (física ou psíquica) sobre todos estudadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
os membros, desde o presidente ou diretor geral, até o operário 8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
ou empregado. Desde o uniforme ou o slogan até os jargões Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor
organizacionais, as organizações apresentam esse poder de público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns
influenciar os comportamentos, pensamentos e as emoções dos princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras
seus integrantes. palavras, é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o
O controle faz parte das funções e dos processos das caput, que permite a compreensão de boa parte do conteúdo das
organizações. Poder e controle podem ser considerados como leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os
face de duas moedas. Quem exerce controle tem poder. Quem tem princípios fundamentais da administração pública. Estabelece a
poder exerce controle. Constituição Federal:
De um ponto de vista racional, as estruturas de poder
hierárquicas e formais nas organizações evitam tensões que Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta de
poderiam surgir quando da tentativa de se achar pessoas superiores qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
a outras para certas posições. Havendo a estrutura hierárquica e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
formal, o poder é transferido automaticamente ao ocupante soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao se-
do cargo, que é transitório. Muito embora, na realidade, as guinte: [...]
características individuais modificam frequentemente o sistema
formal e em grande parte determinam a verdadeira estrutura do São princípios da administração pública, nesta ordem:
poder que emergirá. Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o
vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Administra-
ção Pública. É de fundamental importância um olhar atento ao sig-
nificado de cada um destes princípios, posto que eles estruturam
todas as regras éticas prescritas no Código de Ética e na Lei de
Improbidade Administrativa, tomando como base os ensinamentos
de Carvalho Filho9 e Spitzcovsky10:
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade sig-
nifica a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo,
como a administração pública representa os interesses da coleti-
vidade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual só
poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera
estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que seja pre-
servado o princípio da legalidade). A origem deste princípio está
na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Esta-
do deve respeitar as leis que dita.

9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 23.


ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
10 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método,
2011.

Didatismo e Conhecimento 58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses que II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
representa, a administração pública está proibida de promover dis- formações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º,
criminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma di- X e XXXIII;
ferente dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este III -  a disciplina da representação contra o exercício negli-
princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
aqueles que se encontrem na mesma situação jurídica (princípio pública.
da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a im-
pessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de
qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é somente gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso
o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode in- público seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao
fluenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um
a preservação do interesse coletivo. servidor público por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é
artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços
moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder pú- públicos e os serviços administrativos internos, se referindo dire-
blico. A administração pública não atua como um particular, de tamente à conduta dos agentes.
modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais
parte deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o or- diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser apontados
denamento jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento como princípios de natureza ética relacionados à função pública a
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da mo- probidade e a motivação:
ralidade deve se fazer presente não só para com os administrados, a) Princípio da probidade:  um princípio constitucional in-
mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado à cluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o dever de
noção de bom administrador, que não somente deve ser conhece- todo o administrador público, o dever de honestidade e fidelidade
dor da lei, mas também dos princípios éticos regentes da função com o Estado, com a população, no desempenho de suas funções.
administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE Possui contornos mais definidos do que a moralidade. Diógenes
ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação Gasparini11 alerta que alguns autores tratam veem como distintos
com os dois princípios anteriores. os princípios da moralidade e da probidade administrativa, mas
d) Princípio da publicidade: A administração pública é obri- não há  características que permitam tratar os mesmos como pro-
gada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas cedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a
informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publi- probidade administrativa é um aspecto particular da moralidade
cação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por exem- administrativa.
plo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao ad-
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo ministrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou de efei-
seletivo de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, tos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos
se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado mais importantes, uma vez que sem a motivação não há o devido
caracteriza ato de improbidade administrativa. processo legal, uma vez que a fundamentação surge como meio
No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o prin- interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado,
cípio da publicidade seja deturpado em propaganda político-elei- sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade
toral: dos atos da Administração.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao
Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, obras, caso concreto e relacionar os fatos que concretamente levaram à
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter edu- aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos
cativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o méri-
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção to do ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse
pessoal de autoridades ou servidores públicos. controle, devem ser observados os motivos dos atos administrati-
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a legali- vos.
dade e a eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos para Em relação à necessidade de motivação dos atos administra-
proteção são o direito de petição e as certidões (art. 5°, XXXIV, tivos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único comporta-
CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado de segu- mento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a lei, den-
rança. Neste viés, ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º:  tro dos limites nela previstos, aponta um ou mais comportamentos
possíveis, de acordo com um juízo de conveniência e oportuni-
Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de participa- dade), a doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade
ção do usuário na administração pública direta e indireta, regu- de motivação com relação aos atos administrativos vinculados;
lando especialmente: todavia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis-
I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos cricionários.
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualida- 11 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva,
de dos serviços; 2004.

Didatismo e Conhecimento 59
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Meirelles12 entende que o ato discricionário, editado sob os Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de car-
limites da Lei, confere ao administrador uma margem de liberdade reira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,
necessária a motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade de ob- Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o
servância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricio- serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de
nário, é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
adotado pelo administrador. Gasparini13, com respaldo no art. 50
da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos desempenho nas provas, ao passo que nos concursos de provas e
os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também
discricionários quanto os vinculados. é considerado. Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não
exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos servidores
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público
da administração pública estudados no tópico anterior, aos quais será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
estão sujeitos servidores de quaisquer dos Poderes em qualquer
das esferas federativas, e, em seus incisos, regras mínimas sobre o Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto
serviço público: no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são de provas ou de provas e títulos será convocado com priorida-
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabele- de sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
cidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. carreira.

Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:


8.112/1990, que prevê:
Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá valida-
Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para in- de de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
vestidura em cargo público: por igual período.
I - a nacionalidade brasileira; §1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
II - o gozo dos direitos políticos; realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; § 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
V - a idade mínima de dezoito anos; aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expi-
VI - aptidão física e mental. rado.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
outros requisitos estabelecidos em lei. [...] O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição,
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e casos de isenção, número de vagas e prazo de validade. Havendo
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os ser chamado para assumir eventual vaga e não ser realizado novo
procedimentos desta Lei. concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:
Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo 207 Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos
da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos no II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
ramo da pesquisa, ciência e tecnologia. responsável, nos termos da lei.

Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização da-
depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou quele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no serviço
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as e títulos.
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre no-
meação e exoneração. Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclu-
Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990: sivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, desti-
12 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 1993.
nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramen-
13 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, to.
2004.

Didatismo e Conhecimento 60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Observa-se o seguinte quadro comparativo14:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo Qualquer pessoa, observado o percentual mínimo reservado ao
efetivo. servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente pode exercê-la o
Sem concurso público, ressalvado o percentual mínimo
servidor de cargo efetivo, mas a função em si não prescindível de
reservado ao servidor de carreira.
concurso público.
É atribuído posto (lugar) num dos quadros da Administração
Somente são conferidas atribuições e responsabilidade Pública, conferida atribuições e responsabilidade àquele que irá
ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que se refere à função e
De livre nomeação e exoneração
não em relação ao cargo efetivo.

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito individual e de direito
social.

Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.

O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela preservação da
sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei
geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).

Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
os critérios de sua admissão.

Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provi-
mento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Prossegue o artigo 37, CF:


Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de ex-
cepcional interesse público.

A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Constituição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o servidor contratado e
a Administração Pública, para atender à “necessidade temporária de excepcional interesse público”.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de relação que comporta dependência jurídica do servidor perante o Estado, duas opções
se ofereciam: ou a relação seria trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das prerrogativas de Poder Público, ou institucional,
estatutária, preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo: o sistema preconizado pela Carta Política de 1988 é o do contrato, que
tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na esfera do Direito Privado) quanto administrativo (situando-se no campo do Direito Público). [...]
Uma solução intermediária não deixa, entretanto, de ser legítima. Pode-se, com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no qual coexis-
tam normas trabalhistas e estatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sentido de atender às exigências
do Estado moderno, que procura alcançar os seus objetivos com a mesma eficácia dos empreendimentos não-governamentais”15.

Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados
ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices.

14 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html
15 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servidores para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em: 23 dez. 2014.

Didatismo e Conhecimento 61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocupan- Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:
tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá perce-
II, 153, III, e 153, § 2º, I. ber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior
à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea de qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Minis-
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. tros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pú- do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. Excluem-se do
blica, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constitui- teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei do art. 61.
de livre nomeação e exoneração.
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem aprofunda-
Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos artigos mentos sobre o mencionado inciso XI:
40 e 41:
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efeito dos
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
de cargo público, com valor fixado em lei. artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso XI do
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acor- noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
do com o estabelecido no § 1º do art. 93. mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens cando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
de caráter permanente, é irredutível. Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser- Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equiparação
vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi- salarial:
vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salá- Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equiparação
rio mínimo. de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remunera-
ção de pessoal do serviço público.
Ainda, o artigo 37 da Constituição:
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho de polí-
Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocupan- tica de administração e remuneração de pessoal, integrado por ser-
tes de cargos, funções e empregos públicos da administração vidores designados pelos respectivos Poderes (artigo 39, caput e §
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer 1º), sem qualquer garantia constitucional de tratamento igualitário
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- aos cargos que se mostrem similares.
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebidos
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pes- por servidor público não serão computados nem acumulados
soais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o sub- para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do A preocupação do constituinte, ao implantar tal preceito, foi
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do de que não eclodisse no sistema remuneratório dos servidores, ou
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Depu- seja, evitar que se utilize uma vantagem como base de cálculo de
tados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o um outro benefício. Dessa forma, qualquer gratificação que venha
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a ser concedida ao servidor só pode ter como base de cálculo o pró-
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub- prio vencimento básico. É inaceitável que se leve em consideração
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal outra vantagem até então percebida.
Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen- Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remunerada de
sores Públicos. cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de ho-
rários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a)  a
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder Le- de dois cargos de professor; b)  a de um cargo de professor com
gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos outro, técnico ou científico; c)  a de dois cargos ou empregos pri-
pagos pelo Poder Executivo. vativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

Didatismo e Conhecimento 62
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se a é relativamente brando, quando cotejado com outros estatutos de
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso nessa ilici-
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so- tude diversas oportunidades para regularizar sua situação e esca-
ciedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. par da pena de demissão. Também prevê a lei em comentário, um
processo administrativo simplificado (processo disciplinar de rito
Segundo Carvalho Filho16, “o fundamento da proibição é im- sumário) para a apuração dessa infração – art. 133” 17.
pedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o servidor Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e seus ser-
não execute qualquer delas com a necessária eficiência. Além vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
disso, porém, pode-se observar que o Constituinte quis também dição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
impedir a cumulação de ganhos em detrimento da boa execução forma da lei.
de tarefas públicas. [...] Nota-se que a vedação se refere à acumu-
lação remunerada. Em consequência, se a acumulação só encerra a Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da União,
percepção de vencimentos por uma das fontes, não incide a regra dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades es-
constitucional proibitiva”. senciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a questão: carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realiza-
ção de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
Artigo 118, Lei nº 8.112/1990.  Ressalvados os casos previstos com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos forma da lei ou convênio.
públicos.
§ 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos “O Estado tem como finalidade essencial a garantia do bem-
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, -estar de seus cidadãos, seja através dos serviços públicos que dis-
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos ponibiliza, seja através de investimentos na área social (educação,
Estados, dos Territórios e dos Municípios. saúde, segurança pública). Para atingir esses objetivos primários,
§ 2o  A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio- deve desenvolver uma atividade financeira, com o intuito de obter
nada à comprovação da compatibilidade de horários. recursos indispensáveis às necessidades cuja satisfação se com-
§ 3o  Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- prometeu quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988.
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da [...] A importância da Administração Tributária foi reconhecida
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu- expressamente pelo constituinte que acrescentou, no artigo 37 da
nerações forem acumuláveis na atividade. Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a sua precedência e de
Art. 119, Lei nº 8.112/1990.  O servidor não poderá exercer seus servidores sobre os demais setores da Administração Pública,
mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará- dentro de suas áreas de competência”18.
grafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
órgão de deliberação coletiva.  Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica poderá ser
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica à re- criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
muneração devida pela participação em conselhos de administra- de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
ção e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mis- complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
ta, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas
ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislativa, em
participação no capital social, observado o que, a respeito, dispu- cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
ser legislação específica. no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada.
Art. 120, Lei nº 8.112/1990.  O servidor vinculado ao regime
desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando Órgãos da administração indireta somente podem ser criados
investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado por lei específica e a criação de subsidiárias destes dependem de
de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver autorização legislativa (o Estado cria e controla diretamente deter-
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, minada empresa pública ou sociedade de economia mista, e estas,
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades por sua vez, passam a gerir uma nova empresa, denominada sub-
envolvidos. sidiária. Ex.: Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um
parêntese para observar que quase todos os autores que abordam o
“Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da acu- assunto afirmam categoricamente que, a despeito da referência no
mulação de cargos e funções públicas, regulamentam, no âmbito texto constitucional a ‘subsidiárias das entidades mencionadas no
do serviço público federal a vedação genérica constante do art. inciso anterior’, somente empresas públicas e sociedades de eco-
37, incisos VXI e XVII, da Constituição da República. De fato, a nomia mista podem ter subsidiárias, pois a relação de controle que
acumulação ilícita de cargos públicos constitui uma das infrações existe entre a pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria
mais comuns praticadas por servidores públicos, o que se constata
observando o elevado número de processos administrativos ins- 17 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores Públicos da
União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almir-
taurados com esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 morgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
16 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 18 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_tributaria_sao_pau-
23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. lo.htm

Didatismo e Conhecimento 63
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
de pessoas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias e I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos que, são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
se o legislador de um ente federado pretendesse, por exemplo, de cargo em comissão;
autorizar a criação de uma subsidiária de uma fundação pública, II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
NÃO haveria base constitucional para considerar inválida sua au- III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
torização”19. § 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
Ainda sobre a questão do funcionamento da administração in- fato se tornou conhecido.
direta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto nos §§ 8º e 9º § 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
do artigo 37, CF: às infrações disciplinares capituladas também como crime.
§ 3o  A abertura de sindicância ou a instauração de processo
Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamentária e disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indi- por autoridade competente.
reta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre § 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, caben-
do à lei dispor sobre: Prescrição é um instituto que visa regular a perda do direito
I -  o prazo de duração do contrato; de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5 anos para as
II -  os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- infrações mais graves, 2 para as de gravidade intermediária (pena
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; de suspensão) e 180 dias para as menos graves (pena de adver-
III -  a remuneração do pessoal. tência), contados da data em que o fato se tornou conhecido pela
administração pública. Se a infração disciplinar for crime, valerão
Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às em- os prazos prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
presas públicas e às sociedades de economia mista e suas subsi- favoráveis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar
diárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Dis- a contagem do prazo para que, retornando, comece do zero. Da
trito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de abertura da sindicância ou processo administrativo disciplinar até
pessoal ou de custeio em geral. a decisão final proferida por autoridade competente não corre a
prescrição. Proferida a decisão, o prazo começa a contar do zero.
Continua o artigo 37, CF: Passado o prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.

Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados na Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as res-
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contra- trições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta
tados mediante processo de licitação pública que assegure igual- e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre o conflito
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Execu-
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis tivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou
à garantia do cumprimento das obrigações. emprego; e revoga dispositivos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 2000, e das Medidas Provisórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de
37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para li- 2001, e 2.225-45, de 4 de setembro de 2001.
citações e contratos da Administração Pública e dá outras provi- Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
dências. Licitação nada mais é que o conjunto de procedimentos Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configuram
administrativos (administrativos porque parte da administração conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou emprego
pública) para as compras ou serviços contratados pelos governos no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos e restrições
Federal, Estadual ou Municipal, ou seja todos os entes federativos. a ocupantes de cargo ou emprego que tenham acesso a informa-
De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve com- ções privilegiadas, os impedimentos posteriores ao exercício do
prar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licitação cargo ou emprego e as competências para fiscalização, avaliação
é um processo formal onde há a competição entre os interessados. e prevenção de conflitos de interesses regulam-se pelo disposto
nesta Lei.
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de prescrição
para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que 3) Responsabilidade civil do Estado e de seus servidores
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do di-
ressarcimento. reito obrigacional, uma vez que a principal consequência da prá-
tica de um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encontra dis- reparar o dano, mediante o pagamento de indenização que se re-
ciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990: fere às perdas e danos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em
omissão que gere dano deve suportar as consequências jurídicas
Art. 142, Lei nº 8.112/1990.  A ação disciplinar prescreverá: decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.20
19 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. São 20 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São Paulo:
Paulo: GEN, 2014. Saraiva, 2005.

Didatismo e Conhecimento 64
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, podendo somente aquele que é causado por um agente público no exercício
recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os limites da heran- de suas funções e que exceda as expectativas do lesado quanto à
ça, embora existam reflexos na ação que apure a responsabilidade atuação do Estado.
civil conforme o resultado na esfera penal (por exemplo, uma ab- É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os direi-
solvição por negativa de autoria impede a condenação na esfera tos humanos, porque o Estado é uma ficção formada por um gru-
cível, ao passo que uma absolvição por falta de provas não o faz). po de pessoas que desempenham as atividades estatais diversas.
A responsabilidade civil do Estado acompanha o raciocínio Assim, viola direitos humanos não o Estado em si, mas o agente
de que a principal consequência da prática de um ato ilícito é a que o representa, fazendo com que o próprio Estado seja responsa-
obrigação que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante bilizado por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação
o pagamento de indenização que se refere às perdas e danos. To- dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação a eles,
dos os cidadãos se sujeitam às regras da responsabilidade civil, caberá ação de regresso se agiram com dolo ou culpa.
tanto podendo buscar o ressarcimento do dano que sofreu quanto Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
respondendo por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o
Estado tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as
danos que seus agentes causem durante a prestação do serviço, de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
inclusive se tais danos caracterizarem uma violação aos direitos pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a ter-
humanos reconhecidos. ceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque não de- casos de dolo ou culpa.
pende de ajuste prévio, basta a caracterização de elementos genéri-
cos pré-determinados, que perpassam pela leitura concomitante do Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurídica
Código Civil (artigos 186, 187 e 927) com a Constituição Federal autônoma entre o Estado e o agente público que causou o dano
(artigo 37, §6°). no desempenho de suas funções. Nesta relação, a responsabilidade
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil se en- civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado provar a culpa do
contram no art. 186 do Código Civil: agente pelo dano causado, ao qual foi anteriormente condenado a
reparar. Direito de regresso é justamente o direito de acionar o cau-
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, sador direto do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a ou- considerada a existência de uma relação obrigacional que se forma
trem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente causar
Este é o artigo central do instituto da responsabilidade civil, aos membros da sociedade, mas se este agente agiu com dolo ou
que tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir como culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pago à vítima. O agente
não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do causará danos ao praticar condutas incompatíveis com o compor-
agente (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e tamento ético dele esperado.21
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e efeito A responsabilidade civil do servidor exige prévio processo
entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo administrativo disciplinar no qual seja assegurado contraditório
sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou e ampla defesa. Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou
material, econômico e não econômico). com culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que
1) Dano - somente é indenizável o dano certo, especial e anor- gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (administrado),
mal. Certo é o dano real, existente. Especial é o dano específico, o servidor terá o dever de indenizar.
individualizado, que atinge determinada ou determinadas pessoas. Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos violado-
Anormal é o dano que ultrapassa os problemas comuns da vida res de direitos humanos se sujeitam à responsabilidade penal e
em sociedade (por exemplo, infelizmente os assaltos são comuns à responsabilidade administrativa, todas autônomas uma com
e o Estado não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que relação à outra e à já mencionada responsabilidade civil. Neste
na circunstância específica possuía o dever de impedir o assalto, sentido, o artigo 125 da Lei nº 8.112/90:
como no caso de uma viatura presente no local - muito embora o
direito à segurança pessoal seja um direito humano reconhecido). Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais e ad-
2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe dentro da ministrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
administração pública, tenha ingressado ou não por concurso, pos-
sua cargo, emprego ou função. Envolve os agentes políticos, os No caso da responsabilidade civil, o Estado é diretamente
servidores públicos em geral (funcionários, empregados ou tem- acionado e responde pelos atos de seus servidores que violem di-
porários) e os particulares em colaboração (por exemplo, jurado reitos humanos, cabendo eventualmente ação de regresso contra
ou mesário). ele. Contudo, nos casos da responsabilidade penal e da responsa-
3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta quali- bilidade administrativa aciona-se o agente público que praticou o
dade - é preciso que o agente esteja lançando mão das prerrogati- ato.
vas do cargo, não agindo como um particular. São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser pratica-
Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Estado dos pelo agente público no exercício de sua função que violam
para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por mais relevante direitos humanos. A título de exemplo, peculato, consistente em
que tenha sido a esfera de direitos atingida. Assim, não é qual- 21 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método,
quer dano que permite a responsabilização civil do Estado, mas 2011.

Didatismo e Conhecimento 65
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
apropriação ou desvio de dinheiro público (art. 312, CP), que viola IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí-
o bem comum e o interesse da coletividade; concussão, que é a cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
exigência de vantagem indevida (art. 316, CP), expondo a vítima todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
a uma situação de constrangimento e medo que viola diretamente V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
sua dignidade; tortura, a mais cruel forma de tratamento humano, tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
cuja pena é agravada quando praticada por funcionário público tivesse.
(art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc.
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-se, a tí- 5) Regime de remuneração e previdência dos servidores
tulo de exemplo, as penalidades cabíveis descritas no art. 127 da públicos
Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo funcionário que violar a Regulamenta-se o regime de remuneração e previdência dos
ética do serviço público, como advertência, suspensão e demissão. servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constituição Federal:
Evidencia-se a independência entre as esferas civil, penal e
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
administrativa no que tange à responsabilização do agente público
Municípios instituirão conselho de política de administração e re-
que cometa ato ilícito.
muneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
Tomadas as exigências de características dos danos acima co-
respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
lacionadas, notadamente a anormalidade, considera-se que para o nº 19, de 1998 e aplicação suspensa pela ADIN nº 2.135-4, des-
Estado ser responsabilizado por um dano, ele deve exceder ex- tacando-se a redação anterior: “A União, os Estados, o Distrito
pectativas cotidianas, isto é, não cabe exigir do Estado uma ex- Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competên-
cepcional vigilância da sociedade e a plena cobertura de todas as cia, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores
fatalidades que possam acontecer em território nacional. da administração pública direta, das autarquias e das fundações
Diante de tal premissa, entende-se que a responsabilidade ci- públicas”).
vil do Estado será objetiva apenas no caso de ações, mas sub- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-
jetiva no caso de omissões. Em outras palavras, verifica-se se o ponentes do sistema remuneratório observará:
Estado se omitiu tendo plenas condições de não ter se omitido, isto I -  a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
é, ter deixado de agir quando tinha plenas condições de fazê-lo, dos cargos componentes de cada carreira;
acarretando em prejuízo dentro de sua previsibilidade. II -  os requisitos para a investidura;
São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade omis- III -  as peculiaridades dos cargos.
siva do Estado: morte de filho menor em creche municipal, bura- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
cos não sinalizados na via pública, tentativa de assalto a usuário de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
do metrô resultando em morte, danos provocados por enchentes e públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi-
escoamento de águas pluviais quando o Estado sabia da problemá- sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
tica e não tomou providência para evitá-las, morte de detento em de convênios ou contratos entre os entes federados.
prisão, incêndio em casa de shows fiscalizada com negligência, § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
etc. disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI, XVII,
Logo, não é sempre que o Estado será responsabilizado. Há XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi-
excludentes da responsabilidade estatal, notadamente: a) caso sitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
fortuito (fato de terceiro) ou força maior (fato da natureza) fora dos exigir.
alcances da previsibilidade do dano; b) culpa exclusiva da vítima. § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
4) Exercício de mandato eletivo por servidores públicos
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
A questão do exercício de mandato eletivo pelo servidor pú-
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
blico encontra previsão constitucional em seu artigo 38, que nota-
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
damente estabelece quais tipos de mandatos geram incompatibi- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
lidade ao serviço público e regulamenta a questão remuneratória: nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re-
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso,
Artigo 38, CF.  Ao servidor público da administração direta, o disposto no art. 37, XI.
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, apli- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publica-
cam-se as seguintes disposições: rão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos car-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri- gos e empregos públicos.
tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove-
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar-
ração; quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso ante- § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
rior; carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Didatismo e Conhecimento 66
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Artigo 40, CF.  Aos servidores titulares de cargos efetivos da II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluí- cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
das suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previ- estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência so-
dência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição cial de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-
do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos cela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio fi- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para pre-
nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. servar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de rios estabelecidos em lei.
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proven- § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
tos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio- correspondente para efeito de disponibilidade.
nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou gem de tempo de contribuição fictício.
incurável, na forma da lei; § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro- proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acu-
ventos proporcionais ao tempo de contribuição; mulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previ-
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no dência social, e ao montante resultante da adição de proventos
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se- de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
guintes condições: desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
a)  sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
se mulher; dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no
b)  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
de previdência social.
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
contribuição.
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti-
o regime geral de previdência social.
vo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
serviu de referência para a concessão da pensão.
desde que instituam regime de previdência complementar para os
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca-
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi-
sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-
xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas
zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido
previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. para os benefícios do regime geral de previdência social de que
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados trata o art. 201.
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime § 15. O regime de previdência complementar de que trata o
de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe-
complementares, os casos de servidores: cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no
I -  portadores de deficiência; que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência
II -  que exerçam atividades de risco; complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
III -  cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais participantes planos de benefícios somente na modalidade de con-
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. tribuição definida.
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, a, posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in-
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins-
exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensi- tituição do correspondente regime de previdência complementar.
no fundamental e médio. § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
§ 6º  Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza-
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção dos, na forma da lei.
de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta-
previsto neste artigo. dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do
morte, que será igual: regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci- percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de
do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime cargos efetivos.
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen- as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no §
tado à data do óbito; ou 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um

Didatismo e Conhecimento 67
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exo-
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-
compulsória contidas no § 1º, II. do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quais-
de previdência social para os servidores titulares de cargos efe- quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção,
tivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so-
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape- cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be- 6, 5 e 4, ou equivalentes.
nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
portador de doença incapacitante. incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
outro cargo na Administração Pública Federal.
6) Estágio probatório e perda do cargo
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a ser lido
e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem
em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento.
Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo exercí-
cio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em O estágio probatório pode ser definido como um lapso de
virtude de concurso público. tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão avaliadas
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: de acordo com critérios de assiduidade, disciplina, capacidade de
I -  em virtude de sentença judicial transitada em julgado; iniciativa, produtividade e responsabilidade. O servidor não apro-
II -  mediante processo administrativo em que lhe seja asse- vado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, recon-
gurada ampla defesa; duzido ao cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para
III -  mediante procedimento de avaliação periódica de de- um servidor em estágio probatório exercer quaisquer cargos de
sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla de- provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
fesa. ramento no órgão ou entidade de lotação.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disciplina do
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estágio probatório mudou, notadamente aumentando o prazo de 2
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza- anos para 3 anos. Tendo em vista que a norma constitucional pre-
ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com valece sobre a lei federal, mesmo que ela não tenha sido atualiza-
remuneração proporcional ao tempo de serviço. da, deve-se seguir o disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- Uma vez adquirida a aprovação no estágio probatório, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- vidor público somente poderá ser exonerado nos casos do §1º do
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em artigo 40 da Constituição Federal, notadamente: em virtude de
outro cargo. sentença judicial transitada em julgado; mediante processo ad-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri- ministrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; ou me-
gatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituí- diante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
da para essa finalidade. forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta
lei complementar ainda inexistente no âmbito federal.
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o servidor
7) Atos de improbidade administrativa
nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administrativa, que
probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o
é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo de desonesti-
qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o dade administrativa. A improbidade é uma lesão ao princípio da
desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: moralidade, que deve ser respeitado estritamente pelo servidor
I - assiduidade; público. O agente ímprobo sempre será um violador do princípio
II - disciplina; da moralidade, pelo qual “a Administração Pública deve agir com
III - capacidade de iniciativa; boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”22.
IV - produtividade; A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada devido
V - responsabilidade. ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes do serviço pú-
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro- blico que se intensificavam com a ineficácia do diploma então vi-
batório, será submetida à homologação da autoridade competente gente, o Decreto-Lei nº 3240/41. Decorreu, assim, da necessidade
a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão de acabar com os atos atentatórios à moralidade administrativa e
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a causadores de prejuízo ao erário público ou ensejadores de enri-
lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo quecimento ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil.
da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I 22 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São
a V do caput deste artigo. Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 68
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públicos Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies: desvio,
passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos atos de im- que é o direcionamento indevido; apropriação, que é a transferên-
probidade administrativa descritos nos artigos 9º, 10 e 11, ficando cia indevida para a própria propriedade; malbaratamento, que sig-
sujeitos às penas do art. 12. A existência de esferas distintas de nifica desperdício; e dilapidação, que se refere a destruição25.
responsabilidade (civil, penal e administrativa) impede falar-se em O objeto da tutela é a preservação do patrimônio público, em
bis in idem, já que, ontologicamente, não se trata de punições idên- todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a ocorrência de
ticas, embora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
em esferas distintas do Direito. Este artigo admite expressamente a variante culposa, o que
Destaca-se um conceito mais amplo de agente público pre- muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no REsp n° 939.142/
visto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º porque o agen- RJ, apontou alguns aspectos da inconstitucionalidade do arti-
te público pode ser ou não um servidor público. Ele poderá estar go. Contudo, “a jurisprudência do STJ consolidou a tese de
vinculado a qualquer instituição ou órgão que desempenhe direta- que é indispensável a existência de dolo nas condutas descritas
mente o interesse do Estado. Assim, estão incluídos todos os inte- nos artigos 9º e 11 e ao menos de culpa nas hipóteses do arti-
grantes da administração direta, indireta e fundacional, conforme go 10, nas quais o dano ao erário precisa ser comprovado. De
o preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma entidade pri- acordo com o ministro Castro Meira, a conduta culposa ocor-
vada que desempenhe tais fins, desde que a verba de criação ou re quando o agente não pretende atingir o resultado danoso,
custeio tenha sido ou seja pública em mais de 50% do patrimônio mas atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp n°
ou receita anual. Caso a verba pública que tenha auxiliado uma 1.127.143)”26. Para Carvalho Filho27, não há inconstitucionalidade
entidade privada a qual o Estado não tenha concorrido para cria- na modalidade culposa, lembrando que é possível dosar a pena
ção ou custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei. Em conforme o agente aja com dolo ou culpa.
caso de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% do O ponto central é lembrar que neste artigo não se exige que o
patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se aplica. Entretan- sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas, basta o dano
to, nestes dois casos, a sanção patrimonial se limitará ao que o ao erário. Se tiver recebido vantagem indevida, incide no artigo
ilícito repercutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. Signifi- anterior. Exceto pela não percepção da vantagem indevida, os tipos
ca que se o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição
exemplificados se aproximam muito dos previstos nos incisos do
por parte do poder público, o ressarcimento terá que ser buscado
art. 9°.
por outra via que não a ação de improbidade administrativa.
c) Ato de improbidade administrativa que atente con-
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de impro-
tra os princípios da administração pública (artigo 11, Lei nº
bidade administrativa em três categorias:
8.429/1992)
a) Ato de improbidade administrativa que importe enri-
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “constitui ato
quecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
O grupo mais grave de atos de improbidade administrativa se
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os de-
caracteriza pelos elementos: enriquecimento + ilícito + resultante
de uma vantagem patrimonial indevida + em razão do exercício veres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
de cargo, mandato, emprego, função ou outra atividade nas enti- instituições [...]”. O grupo mais ameno de atos de improbidade
dades do artigo 1° da Lei nº 8.429/1992. administrativa se caracteriza pela simples violação a princípios
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não se opõe da administração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude
que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos ditames morais, do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço público.
notadamente no desempenho de função de interesse estatal. Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios gerais da
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial ilícita. administração pública28.
Contudo, é dispensável que efetivamente tenha ocorrido dano aos O objeto de tutela são os princípios constitucionais. Basta a
cofres públicos (por exemplo, quando um policial recebe propina vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis o enriqueci-
pratica ato de improbidade administrativa, mas não atinge direta- mento ilícito e o dano ao erário. Somente é possível a prática de
mente os cofres públicos). algum destes atos com dolo (intenção), embora caiba a prática por
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enriquecer ação ou omissão.
ilicitamente por negligência, imprudência ou imperícia, todas as Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade para
condutas configuram atos dolosos (com intenção). Não cabe prá- não permitir a caracterização de abuso de poder, diante do conteú-
tica por omissão.23 do aberto do dispositivo. Na verdade, trata-se de tipo subsidiário,
b) Ato de improbidade administrativa que importe lesão ou seja, que se aplica quando o ato de improbidade administrativa
ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992) não tiver gerado obtenção de vantagem
O grupo intermediário de atos de improbidade administrativa 25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário ou aos cofres 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
públicos + gerando perda patrimonial ou dilapidação do patri- 26 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade administrativa: deso-
mônio público. Assim como o artigo anterior, o caput descreve nestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível em: <http://www.stj.gov.
a fórmula genérica e os incisos algumas atitudes específicas que br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103422>.
exemplificam o seu conteúdo24. Acesso em: 26 mar. 2013.
27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
23 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
2011. 28 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método,
24 Ibid. 2011.

Didatismo e Conhecimento 69
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Com efeito, os atos de improbidade administrativa não são com culpa do empregado. No caso de exercer apenas uma função
crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na esfera cível, pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revogação da
não criminal. Por isso, caso o ato configure simultaneamente um designação”. Lembra-se que determinadas autoridades se sujeitam
ato de improbidade administrativa desta lei e um crime previsto na a procedimento especial para perda da função pública, ponto em
legislação penal, o que é comum no caso do artigo 9°, responderá que não se aplica a Lei de Improbidade Administrativa.
o agente por ambos, nas duas esferas. - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, mas
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte forma: ini- flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados nesta mar-
cialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito passivo) e daqueles gem optar pela mais adequada. Há ainda variabilidade na base de
que podem praticar os atos de improbidade administrativa (sujeito cálculo, conforme o tipo de ato de improbidade (a base será o valor
ativo); ainda, aborda a reparação do dano ao lesionado e o ressar- do enriquecimento ou o valor do dano ou o valor da remuneração
cimento ao patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de do agente). A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo
improbidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal natu- caráter indenizatório, mas punitivo.
reza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, - Proibição de receber benefícios: não se incluem as imunida-
descreve os procedimentos administrativo e judicial. des genéricas e o agente punido deve ser ao menos sócio majoritá-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente obtém um rio da instituição vitimada.
enriquecimento ilícito (vantagem econômica indevida) e pode ain- - Proibição de contratar: o agente punido não pode participar
da causar dano ao erário, por isso, deverá não só reparar eventual de processos licitatórios.
dano causado mas também colocar nos cofres públicos tudo o que
adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que enri-
queceu indevidamente ou este valor acrescido do valor do prejuízo Descentralização e Desconcentração
causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de A atividade administrativa pode ser prestada de duas formas,
ganhar). No caso do artigo 10, não haverá enriquecimento ilícito, uma é a centralizada, pela qual o serviço é prestado pela Adminis-
mas sempre existirá dano ao erário, o qual será reparado (even- tração Direta, e a outra é a descentralizada, em que o a prestação é
tualmente, ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor ad- deslocada para outras Pessoas Jurídicas.
quirido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo que Assim, descentralização consiste na Administração Direta
pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarcimento. Além deslocar, distribuir ou transferir a prestação do serviço para a Ad-
disso, em todos os casos há perda da função pública. Nas três ca- ministração a Indireta ou para o particular. Note-se que, a nova
tegorias, são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos polí- Pessoa Jurídica não ficará subordinada à Administração Direta,
ticos, multa e vedação de contratação ou percepção de vantagem, pois não há relação de hierarquia, mas esta manterá o controle e
graduadas conforme a gravidade do ato. É o que se depreende da fiscalização sobre o serviço descentralizado.
leitura do artigo 12 da Lei nº 8.929/1992 como §4º do artigo 37, Por outro lado, a desconcentração é a distribuição do serviço
CF, que prevê: “Os atos de improbidade administrativa impor- dentro da mesma Pessoa Jurídica, no mesmo núcleo, razão pela
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- qual será uma transferência com hierarquia.
blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1126602/qual-a-diferenca-
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
-entre-descentralizacao-e-desconcentracao
cabível”.
A única sanção que se encontra prevista na Lei nº 8.429/1992
Administração Direta e Indireta
mas não na Constituição Federal é a de multa. (art. 37, §4°, CF).
Não há nenhuma inconstitucionalidade disto, pois nada impediria
ADMINISTRAÇÃO DIRETA: É chamado de Administração
que o legislador infraconstitucional ampliasse a relação mínima de
Direta o núcleo de cada Administração Pública (federal, estadual,
penalidades da Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade
distrital ou municipal), que corresponde à própria pessoa jurídica
e porque a lei é o instrumento adequado para tanto29.
política (União, Estado, Distrito Federal, Municípios) e seus ór-
Carvalho Filho30 tece considerações a respeito de algumas das
sanções: gãos despersonalizados.
- Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre os bens ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Administração Indireta é
acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se alcançasse o conjunto de entidades personalizadas, vinculadas normalmente
anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem escora constitu- a um órgão da Administração Direta (Ministério ou Secretaria),
cional. Além disso, o acréscimo deve derivar de origem ilícita”. previstas no art. 4, II, do Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de
- Ressarcimento integral do dano: há quem entenda que en- 1967:
globa dano moral. Cabe acréscimo de correção monetária e juros · autarquias;
de mora. · fundações públicas;
- Perda de função pública: “se o agente é titular de mandato, · empresas públicas;
a perda se processa pelo instrumento de cassação. Sendo servidor · sociedades de economia mista.
estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço público. Havendo Portando, as atividades realizadas em nome da própria pes-
contrato de trabalho (servidores trabalhistas e temporários), a per- soa jurídica política, são as atividades realizadas de forma cen-
da da função pública se consubstancia pela rescisão do contrato tralizada. As atividades realizadas de forma centralizadas podem
ser desconcentradas, isto é, podem ser distribuídas entre os vários
29 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. órgãos despersonalizados componentes da pessoa jurídica política
30 Ibid. (ministérios, secretarias, departamentos, diretorias etc).

Didatismo e Conhecimento 70
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Gestão de Processos Hierarquia
O atual dinamismo das organizações, aliado ao peso cada vez Uma das consequências do princípio da divisão do trabalho
maior que a tecnologia exerce nos negócios, vem fazendo com que é a diversificação funcional dentro da organização. Porém, uma
o tema processos e, mais recentemente, gestão por processos (Bu- pluralidade de funções desarticuladas entre si não forma uma orga-
siness Process Management, ou BPM) seja discutido e estudado nização eficiente. ◦ Como decorrência das funções especializadas,
com crescente interesse pelas empresas. surge inevitavelmente a de comando, para dirigir e controlar todas
Sua implantação deve considerar no mínimo cinco 5 diferen- as atividades para que sejam cumpridas harmoniosamente. Por-
tes passos fundamentais:
tanto, a organização precisa, além de uma estrutura de funções, de
1. Tradução do negócio em processos: É importante definir
uma estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos
quais são os processos mais relevantes para a organização e aque-
les que os suportam. Isso é possível a partir do entendimento da níveis que lhes estão subordinados ◦ Em toda organização formal
Visão Estratégica, como se pretende atuar e quais os diferenciais existe uma hierarquia.
atuais e desejados para o futuro. Com isso, é possível construir o
Mapa Geral de Processos da Organização. Distribuição da autoridade e da responsabilidade
2. Mapeamento e detalhando os processos: A partir da de- A hierarquia na organização formal representa a autoridade e a
finição do Mapa Geral de Processos inicia-se a priorização dos responsabilidade em cada nível da estrutura. A autoridade é, pois,
processos que serão detalhados. O mapeamento estruturado com o fundamento da responsabilidade, dentro da organização formal,
a definição de padrões de documentação permite uma análise de ela deve ser delimitada explicitamente. Assim, como a condição
todo o potencial de integração e automação possível. De forma básica para a tarefa administrativa, a autoridade investe o admi-
complementar são identificados os atributos dos processos, o que nistrador do direito reconhecido de dirigir subordinados, para que
permite, por exemplo, realizar estudos de custeio das atividades desempenhem atividades dirigidas pra a obtenção dos objetivos da
que compõe o processo, ou ainda dimensionar o tamanho da equi- empresa. A autoridade formal é sempre um poder, uma faculdade,
pe que deverá realizá-lo.
concedidos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma po-
3. Definição de indicadores de desempenho: O objetivo. do
BPM é permitir a gestão dos processos, o que significa medir, atuar sição determinada em relação aos outros.
e melhorar! Assim, tão importante quanto mapear os processos é
definir os indicadores de desempenho, além dos modelos de con- Racionalismo
trole a serem utilizados. Uma organização é substancialmente um conjunto de encar-
4. Gerando oportunidades de melhoria: A intenção é garantir gos funcionais e hierárquicos a cujas prescrições e normas de com-
um modelo de operação que não leve a retrabalho, perda de es- portamento todos os seus membros se devem sujeitar. ◦ O princípio
forço e de eficiência, ou que gere altos custos ou ofereça riscos básico desta forma de conceber uma organização é que, dentro de
ao negócio. Para tal é necessário identificar as oportunidades de limites toleráveis, os seus membros se comportarão racionalmente,
melhoria, que por sua vez seguem quatro alternativas básicas: in- isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamento pres-
crementar, simplificar, automatizar ou eliminar. Enquanto que na critas para cada um deles. ◦ Toda organização se estrutura a fim de
primeira busca-se o ganho de escala, na última busca-se a simples atingir os seus objetivos, procurando com a sua estrutura organiza-
exclusão da atividade ou transferência da mesma para terceiros. cional a minimização de esforços e a maximização do rendimento.
5. Implantando um novo modelo de gestão: O BPM não deve
◦ A organização, portanto, não é um fim, mas um meio de permitir
ser entendido como uma revisão de processos. A preocupação
maior é assegurar melhores resultados e nesse caminho trata-se de à empresa atingir adequadamente determinados objetivos.
uma mudança cultural. É necessária maior percepção das relações
entre processos. Nesse sentido, não basta controlar os resultados Departamentalização:
dos processos, é preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar É o agrupamento, de acordo com um critério específico de
fluxo de atividades mais equilibrado e de controles mais robustos. homogeneidade, das atividades e correspondentes recursos (huma-
nos, financeiros, materiais e equipamentos) em unidades organiza-
Divisão do Trabalho cionais. Nada mais é que as divisões da empresa, seus órgãos que
O objetivo imediato e fundamental de todo e qualquer tipo compõem a estrutura base como departamento de compras, vendas
de organização é a produção. ◦ Para ser eficiente, a produção deve e demais repartições, porém há critérios e considerações para criar
basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira esses departamentos. Não há departamentalização ideal, todos os
pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma tipos apresentam vantagens e desvantagens.
série de pequenas tarefas.
Tipos de Estrutura Organizacional:
Especialização ◦
I. Quantidade
A especialização do trabalho proposta pela Administração
Científica constitui uma maneira de aumentar a eficiência e de II. Funcional
diminuir os custos de produção. ◦ Simplificando as tarefas, atri- III. Territorial (ou Geográfica)
buindo a cada posto de trabalho tarefas simples e repetitivas que IV. Produtos (ou Serviços)
requeiram pouca experiência dos executores e escassos conheci- V. Clientes
mentos prévios, reduzem-se os períodos de aprendizagem, facili- VI. Processo
tando substituições de uns indivíduos por outros, permitindo me- VII. Projeto
lhorias de métodos de incentivos no trabalho e, consequentemente, VIII. Mista
aumentando o rendimento de produção.

Didatismo e Conhecimento 71
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
I. Quantidade: Neste são agrupados um número apropriado de la pessoa que preenche todos os requisitos do cargo, longe dessa
número apropriado de pessoas não individualizadas que, entretan- ideia, selecionar significa buscar o profissional que mais atende
to, pessoas não individualizadas tem obrigação de executar tarefas tais requisitos.
sob as ordens de um superior. Os profissionais de Recursos Humanos com foco em Recruta-
II. Funcional: são agrupadas de acordo com as funções da s mento e Seleção utilizam ferramentas de investigação que aponte,
funções da empresa. dentre um universo de candidatos, os mais qualificados para ocu-
III. Territorial (ou Geográfica): este tipo é usado por empresas par um determinado cargo dentro da empresa, as bases primordiais
territorialmente e territorialmente espalhadas. Um bom exemplo dessa procura se baseia em características pessoais dentro de seus
para entender espalhadas melhor é o tipo que se usa nos bancos. conhecimentos, suas habilidades, postura para o trabalho entre ou-
As atividades são agrupadas e colocadas sob a ordem de um ad- tras competências.
ministrar apenas. As avaliações as quais os candidatos serão submetidos são
IV. Produtos (ou Serviços): Neste tipo, as atividades são agru- processos de busca que possam identificar quais dentre eles (can-
padas feitas de acordo com as atividades essenciais a cada um dos
didatos) o que reúne mais qualidades para ocupar a cadeira em
as atividades essenciais a cada um dos produtos ou serviços da
vacância.
empresa.
É importante saber quais são as expectativas de carreira do
V. Clientes: Neste tipo as atividades são agrupadas com base
candidato, até onde ele pretende chegar, quais são as suas reais
nas necessidades diversas e necessidades diversas e exclusivas dos
clientes da empresa. necessidades de colocação profissional naquela empresa.
VI. Processo: Neste são agrupadas conforme as etapas de um As empresas costumam ter um fluxo de trabalho com os can-
etapas de um processo. É considerado de maneira pelo qual pro- didatos, esses trabalhos podem variar de empresa para empresa,
cesso são executados os serviços ou processos para conseguir a compreende as seguintes etapas:
meta ou objetivo especifico. • Análise dos Currículos;
VII. Projeto: As atividades e as pessoas recebem atribuições • Pré-entrevista por telefone ou pela internet;
temporárias. O gerente de atribuições temporárias projeto é res- • Entrevista presencial;
ponsável pela realização de todo o projeto ou de uma parte dele. • Preenchimento de ficha de solicitação de emprego;
Terminada a tarefa, o pessoal é designado para outros departamen- • Questionários psicológicos;
tos ou outros projetos. • Analise Grafológica;
VIII. Mista: Muitas empresas usam esse tipo de departamen- • Dinâmicas de grupo;
talização, principalmente as grandes empresas. Pois apresenta vá- • Testes de Conhecimento;
rias técnicas. É o tipo mais usado, pois adapta melhor a É o tipo • Exame médico pré admissional;
mais usado, pois adapta melhor a realidade organizacional. • Exames para detectar vícios de teor toxicológicos;
https://mauricioteles.files.wordpress.com/2011/02/adminis- • Demais exigências internas da empresa.
trac3a7c3a3o-pc3bablica-aula.pdf
Toda e qualquer entrevista de emprego deve ter seu lado hu-
mano enfatizado, para tanto o entrevistador deverá adotar uma
postura para tornar a entrevista agradável possibilitando ao candi-
6. NOÇÕES DE RH: RECRUTAMENTO,
dato que se expresse de forma livre sem sentir-se ameaçado, opri-
SELEÇÃO, TREINAMENTO,
mido, coagido, e inferiorizado, naquele momento ele poderá ser
DESENVOLVIMENTO E importante para a empresa como a empresa para ele.
RELAÇÕES INTERPESSOAIS. Toda e qualquer pergunta deverá estar relacionada a vida pro-
fissional do candidato a empregado observando o princípio da não
discriminação, sabemos que o empregador tem o poder da direção,
mas precisará limitar-se a perguntar somente sobre às atividades
técnico profissional que o candidato poderá a vir a desenvolver
São comuns as empresas em geral aplicar técnicas de seleção
caso seja escolhido, não podendo usar de ferramentas que tem por
de pessoal visando analisar determinadas características, totalmen-
te voltadas a sua área de atuação profissional. objetivo o de revelar aspectos de personalidade dos candidatos
Os profissionais de RH estão acostumados a analisar deter- Nascimento (2009, p. 110), [...] todas e quaisquer informações
minadas condições no candidato no campo físico, psicológico e obtidas neste procedimento de avaliação devem ser relacionadas
comportamental, fatores, segundo sua ótica, é imprescindível para apenas com as atividades profissionais do trabalhador e com o
sua contratação. Essa condição para as contratações é quase que objeto de sua prestação de serviços. Trata-se, portanto, de nítido
uma regra onde os profissionais do RH procuram por qualificar-se e legítimo limite imposto pela ordem constitucional ao limite de
quase que constantemente para conhecerem as melhores técnicas alcance do exercício do poder diretivo do empregador.
de seleção. O procedimento de entrevista deve se limitar a obter informa-
Para ser escolhido, o candidato passa por essa seleção que é o ções sobre o candidato ao emprego, de acordo com os seguintes
processo de escolha da pessoa certa para o lugar certo, sabendo-se aspectos: a) histórico escolar e profissional; b) experiência, quali-
que ainda resta o processo de adaptação dentro do cargo para o ficações e aptidões profissionais; c) organização de trabalho; d) de-
qual se candidatou. Quando falamos em seleção de pessoal não es- senvolvimento de atividades; e) outros assuntos relacionados com
tamos afirmando que o candidato escolhido seja exatamente aque- o perfil da vaga e com o objeto da prestação de serviços.

Didatismo e Conhecimento 72
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A intimidade do candidato não deve em hipótese alguma ser E todo processo de seleção deve ter um planejamento estraté-
violado, caso o entrevistador ultrapasse esse direito, nesse momen- gico, com objetivos de longo prazo, para que eventuais ocorrências
to, abre-se um leque a favor do candidato podendo ele não respon- não venham a prejudicar o bom andamento da empresa, princi-
der tais perguntas, ou responder da forma que bem lhe convir, ou palmente se os substitutos não forem eficientemente selecionados.
por último omitir. Veremos de uma forma genérica as definições de recrutamen-
As entrevistas e testes de conhecimento técnico profissional to e seleção e suas diferenças.
permitem a todos os candidatos a participação e a igualdade, elimi- Recrutamento é um sistema de informações, que visa atrair
nando a condução de perguntas de cunho discriminatório segundo candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão seleciona-
as normas jurídicas.
dos futuros funcionários da organização. A função do recrutamen-
As entrevistas, testes psicológicos, as análises grafológicas e
to é suprir a seleção de pessoal de matéria-prima básica, ou seja,
demais testes, deverão estar alinhados as competências técnicas e
comportamentais requisitos do cargo, eliminando toda e qualquer os candidatos ao emprego.
tendência a propriedade da personalidade do candidato. A seleção de recursos humanos é a escolha da pessoa certa
Caso o profissional encarregado de formar as perguntas aos para o cargo certo, com o objetivo de manter ou aumentar tanto a
candidatos tenha dificuldade de identificar se elas ferem os direitos produtividade quanto os resultados.
dos candidatos, fica aqui uma dica, faça uma relação de perguntas Podemos concluir que enquanto o recrutamento é um proces-
e solicite ajuda ao sindicato ou ao Ministério do Trabalho, para so de coleta de informações, a seleção é um processo de compa-
verificação e ajuste dentro das normas jurídicas. É um meio de ca- ração de conhecimento, habilidades e atitudes (CHA) e decisão
librar as perguntas para que a empresa, seus dirigentes e prepostos sobre os melhores candidatos.
não corram o risco de processos futuros. É apenas e tão somente Na gestão pública, o recrutamento e a seleção ocorrem sob a
uma dica, não existe nenhuma legislação a respeito. denominação de provimento de cargo público.
Hoje em dia, aumentou-se a procura por pessoas eficazes e di- O processo de recrutamento e seleção tem passado por mu-
nâmicas, capazes de aumentar a perspectiva de vida das empresas danças no que diz respeito ao perfil dos candidatos a servidor pú-
e, consequentemente, alcançar o sucesso. O processo para fazer
blico desejado pelas instituições. Além do conhecimento técnico
com que essas pessoas trabalhem é de extrema importância para a
empresa que, quer chegar ao sucesso. específico para execução de suas tarefas, a gestão pública tem bus-
Os objetivos organizacionais podem ser atingidos somente cado servidores que possuam um conjunto de habilidades e atitu-
com, e através de pessoas, por isso a importância do cuidado com des compatíveis com sua futura função.
a condução do processo de seleção. As variadas formas de avaliação para um candidato a servidor
O objetivo maior da seleção é contratar os melhores dentre os público estão presentes além das provas e comprovação de titula-
candidatos, um processo pelo qual se faz a escolha dos candidatos ção, também curso de formação após a aprovação em fase inicial,
que possuam o perfil necessário para ocupar o cargo. com o objetivo de contar com servidores aptos a desempenhar suas
Quando feita adequadamente garante a entrada de pessoas funções com toda eficiência. As provas abrangem conteúdos am-
de alto potencial e qualidade na organização, que é o objetivo de plos e profundos, exigindo dos candidatos elevado nível de conhe-
qualquer empresa, pois o lado humano da empresa deve apresen- cimentos e alta performance para serem aprovados e classificados
tar coerência em termos de políticas e práticas de recrutamento e de acordo com o número de vagas previamente fixado.
seleção. A seleção pública, como é realizada atualmente, escolhe can-
O alinhamento dos recursos humanos à estratégia da empresa
didatos aptos intelectualmente, não se preocupando com o perfil
é muito importante, visto que o planejamento estratégico é uma
poderosa ferramenta para a construção e a consolidação da ima- do servidor, comprometendo assim sua adaptação na função para
gem dela. Apenas com planejamento é possível estabelecer uma a qual foi designado.
comunicação integrada que dê consistência e potencialize a men- O cargo público é a unidade de competência indivisível, pre-
sagem em todos os pontos de contato com o mercado, ele é um visto em número certo, com denominação própria, colocado à dis-
dos elementos mais importantes para um bem sucedido programa posição por pessoas jurídicas de direito público.
de administração de recursos humanos, é um processo pelo qual a
organização garante o número certo e as pessoas apropriadas, no CAPACITAÇÃO
lugar certo.
“Recrutamento é o processo de atrair candidatos para uma A capacitação profissional e os requisitos necessários aos pro-
vaga, anunciando e tornando atrativo para candidatos disponíveis fissionais da atualidade são temas muito relevantes, tanto do ponto
no mercado. Buscando candidatos dentro e fora da organização”. de vista das empresas, que muitas vezes se veem em dificuldades
O recrutamento nunca teve importância tão significativa nos em encontrar trabalhadores qualificados, quando do ponto de vista
resultados de uma empresa como no mercado atual, uma prática do profissional que busca direcionamento de seus talentos para ga-
bem desenhada, integrada e praticada terá um impacto positivo na rantir sua empregabilidade.
empresa e o inverso, um resultado devastador.
Por isso, se a escolha de pessoas é realizada a satisfação, da 1. Autogerenciamento da carreira
melhor e mais eficiente forma possível, visando ao benefício da A carreira de um profissional deve ser encarada como um
empresa, a empresa já tem grande chance de obter sucesso, com
projeto, e como tal, deve ter bem definidos os objetivos, passos a
base nas pessoas que a compõe. Por isso, o processo de seleção
serem executados e previsão de prazos para cada uma dessas ativi-
merece atenção especial, já que é ele que vai definir, por diferentes
dades, pois somente assim, existe um esforço estruturado para que
modos e com diferentes estratégias, qual candidato ficará com a
vaga. os objetivos sejam atingidos.

Didatismo e Conhecimento 73
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Quem não planeja e gerencia a própria carreira, fica ao sabor A maioria dos estressados e insatisfeitos, com certeza falha
das circunstâncias, dependendo apenas da sorte, esperando que um na organização pessoal e, por conta disso, tem-se uma situação de
belo dia o chefe venha até a sua mesa e o convide para ser vice- trabalho excessivo, pouco rendimento, falta de tempo para laser,
-presidente. Convenhamos que, na vida real, isso é muito difícil saúde e para a família, criando uma situação de péssima qualidade
de acontecer. de vida.
O profissional deve ter consciência de que seu sucesso ou Para não cair nessa armadilha, é importante que o profissional
fracasso depende apenas dele mesmo. Sem objetivos claros não saiba planejar o seu tempo e as suas ações. Com raras, exceções,
existe ponto de chegada, e sem planejamento não é possível atingir o trabalho de um dia SEMPRE pode ser feito normalmente dentro
um objetivo. das 8 horas úteis do mesmo. Aprender a dizer “não” de vez em
O cuidado com o marketing pessoal também é muito impor- quando, definir prioridades e delegar funções são pequenas atitu-
tante. Muitos profissionais se queixam de que não são reconhe- des que geram resultados surpreendentes.
cidos, agindo como se a empresa fosse seu pai ou mãe, que têm
obrigação de ficar olhando cada passo de seu querido filho. É claro NOÇÕES SOBRE RECURSOS HUMANOS
que as empresas devem se atentar para o desempenho de seus co-
laboradores para incentivá-los a melhorar sempre, bem como para O departamento pessoal ou recursos humanos é parte inte-
premiar a dedicação, mas não é possível ser onisciente. grante da estrutura organizacional de praticamente todas as em-
Cabe ao profissional ajudar a empresa e a si mesmo, cuidando presas, excetuando-se apenas aquelas de porte muito pequeno. O
de seu marketing pessoal para que seu trabalho e resultados sejam departamento pessoal ou de recursos humanos é imprescindível
para o bom funcionamento dos negócios.
conhecidos. O melhor produto do mundo não será comprado se
O departamento pessoal ou recursos humanos executa algu-
ninguém souber que ele existe.
mas funções básicas para o andamento das atividades de uma em-
presa: admissão de funcionários, controle de presença, treinamen-
2. Importância da qualificação profissional
to e orientação, e desligamento.
Há 200 anos um profissional poderia passar toda a sua vida A atividade de admissão executada pelo departamento de pes-
útil sem aprender nada de novo, apenas fazendo o que aprendeu no soal envolve todo o processo de avaliação de necessidade (abertura
início da carreira. Hoje isso é impossível. A globalização fez com de vagas), desenvolvimento junto ao setor envolvido do perfil de
que o mercado se tornasse mais complexo e dinâmico, exigindo trabalhador procurado, formas de divulgação da vaga, recepção,
das empresas rapidez e eficiência para lidar com as constantes mu- avaliação e seleção de candidatos.
danças, condição essencial para sua sobrevivência. O departamento de pessoal também é o responsável pela con-
Naturalmente essa necessidade se refletiu nos profissionais. tratação, dentro das normas trabalhistas vigentes no país. A admis-
Nenhuma empresa hoje quer “mão de obra”. O que se procura são são é, portanto uma rotina departamento pessoal. Mas o papel do
“cabeças de obra”, profissionais altamente capacitados, que as- departamento pessoal ou recursos humanos não se encerra com a
sumem responsabilidades, tomam decisões e resolvem situações admissão, cabendo a ele integrar o novo funcionário à empresa e
complexas e inusitadas com rapidez e segurança. Isso não aparece a sua nova função, treinando, acompanhando e supervisionando.
do nada. Somente com constante aperfeiçoamento e estudo, o pro- Outra rotina departamento pessoal é a relativa ao controle
fissional consegue as ferramentas necessárias para utilizar em suas de frequência, chamado usualmente de compensação de pessoal.
atividades diárias dentro dessas condições. Cabe ao departamento de pessoal efetuar o controle de frequên-
Esse cenário exige também uma base cada vez mais multidis- cia, calcular os salários, impostos, benefícios e outros adicionais
ciplinar. O objetivo de qualquer profissional atualmente é tentar previstos em contrato e legislação e efetuar o pagamento desses
ser o melhor possível na sua área de atuação, mas também obter valores. Essa atividade está intrinsecamente ligada ao departamen-
conhecimento em outras áreas. Saber muito de sua especialidade to financeiro ou contábil da empresa. Envolve contínua atualização
e, ao mesmo tempo, um pouco de tudo. quanto a leis trabalhistas e outras específicas. O departamento pes-
Por outro lado, as empresas devem fomentar esse desenvolvi- soal necessita estar constantemente a par das modificações ocor-
mento pessoal, incentivando sempre seus colaboradores a não es- ridas na área e informar e efetuar as mudanças necessárias com
tagnarem, pois, implementando a cultura de constante capacitação, agilidade e precisão.
tanto profissional quanto empresa saem ganhando. O departamento de pessoal também é o responsável pelo des-
ligamento de funcionários da empresa. A rotina de departamento
pessoal envolvida nessa atividade inclui os procedimentos esta-
3. Estresse e qualidade de vida
belecidos em lei, incluindo cálculo de valores, representação da
Com certeza, esse ritmo alucinado do mercado atual tem ge-
empresa junto à aos vários órgãos da Justiça do Trabalho ou a sin-
rado muito estresse. No sentido de minimizar os efeitos negativos
dicatos, entre outros.
dessa situação e melhorar a produtividade de seus colaboradores,
O moderno departamento de recursos humanos também tem
a empresa pode (e deve) agir para garantir, tanto quanto possível, a importante função de treinar e orientar a força de trabalho na
um ambiente amigável e de cooperação, com políticas e diretrizes empresa. Isso envolve desde atividades básicas de treinamento
claras, e feedbacks constantes para que cada profissional saiba o para a função, passando por aperfeiçoamento ou revisão de co-
que se espera dele. nhecimentos de interesse da empresa ou setores da empresa, até o
Por outro lado, o profissional deve saber planejar seu tempo estabelecimento de programas de educação continuada e especia-
e ações para que o trabalho não se transforme num tormento. Boa lizada para funcionários. Os Recursos Humanos pode trabalhar de
parte do estresse que afeta as pessoas tem origem nelas próprias.

Didatismo e Conhecimento 74
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
diversas formas nesses casos. Inclui desenvolvimento de cursos ou interno que concorra para viabilizar a atuação da área de vendas
atividades de treinamento próprias ou a contratação de terceiros propriamente dita e de uma projeção externa de imagem que favo-
para a execução dessas atividades. Pode também envolver a aloca- reça essa atuação. “Do ajudante ao diretor... todo mundo é vende-
ção de recursos financeiros para o pagamento de cursos externos dor”. Até os vendedores.
para funcionários. Essa visão holística da organização, em que todos são intera-
De qualquer forma, apesar de não ser considerada uma rotina tivamente responsáveis pelos seus resultados, está totalmente coe-
departamento pessoal, as atividades de treinamento, orientação e rente e convergente com as concepções atuais que estão mudando
educação continuada são cada vez mais consideradas peças fun- completamente e configuração das relações de trabalho (relações
damentais para o sucesso de qualquer empresa competindo num estas vistas da maneira mais ampla) nas organizações – a visão da
mundo globalizado. Uma força de trabalha bem treinada produz própria pessoa como um ser holístico, a participação responsável,
mais e melhor, significando ganhos e lucros para o empregador. a democratização das informações, a busca de objetivos comuns,
Qualquer rotina do departamento pessoal, em suas várias ati- a valorização e o respeito pelo indivíduo etc. E é essa mudança da
vidades e atribuições, envolve extensa e complexa legislação. Os configuração das relações de trabalho que está fazendo a diferença
funcionários do setor devem se manter constantemente atualizados entre organizações ganhadoras e perdedoras. A máxima é inexorá-
e informados. Essa atualização pode ser em rotinas usuais, como vel – “não mudou, dançou”.
admissão e desligamento, por exemplo. Mas também podem ser Essa mudança na configuração das relações de trabalho leva,
feitas para temas específicos, como participação de empregados inevitavelmente, a uma mudança no papel na área de RH.
em resultados da empresa, novas técnicas de avaliação de candi- Deve-se começar pela mudança do próprio nome da área: em
datos, legislação de contratos terceirizados e outros inúmeros as- vez de continuarmos a chamar a função e a área de Recursos Hu-
suntos. Tributação e fiscalização são também dois assuntos que manos, vamos passar a identificá-la como “Gestão de Pessoas”.
abrangem várias atividades do departamento pessoal e que exigem A mudança no papel no papel da área e da função de Gestão de
constante atualização para que a rotina do departamento pessoal Pessoas passa então por uma reformulação total. Os principais as-
seja executada corretamente. pectos dessa mudança são:
Para os interessados na área, mas sem conhecimentos iniciais, • a área de Gestão de Pessoas deixa de ser uma área cen-
o melhor caminho é um curso de departamento pessoal. Esse curso tralizada e centralizadora e passa a ser descentralizada pelas várias
de departamento pessoal pode ser feito de forma presencial, ofere- áreas da organização e a ter uma função muito mais orientadora
cido por escolas e instituições como SENAC, por exemplo. Outras (exercendo a “liderança” da organização no que diz respeito às
opções para quem deseja aprender é adquirir um curso de depar- relações de trabalho);
tamento pessoal disponível, por exemplo, em CD-ROM. Esse tipo • a função Gestão de Pessoas passa a ser exercida por todas
de curso envolve parte teórica e exercícios práticos. Cada qual pos- as pessoas na organização, com base em diretrizes gerais oriundas
sui suas vantagens e desvantagens. e aprovadas por toda a organização e coerentes com os objetivos
O curso de departamento pessoal do tipo oferecido pelo SE- das pessoas e da própria organização;
NAC oferece a chance do estudante praticar cada rotina do depar- • os esforços da área de Gestão de Pessoas passam a se
tamento pessoal, familiarizando-o com os procedimentos. Além
concentrar muito mais nos aspectos estratégicos de sua atuação
disso, muitos desses cursos oferecem certificação, o que pode ser
do que nos aspectos operacionais propriamente ditos. Isso implica
útil no momento de procurar um emprego no mercado de trabalho.
mudanças profundas também no perfil dos profissionais que atuam
Os cursos virtuais ou em forma de apostila de departamento
na área de Gestão de Pessoas, que se devem tornar muito mais
pessoal oferecem a vantagem de permitir ao aluno que estude em
generalistas e empreendedores, deixando as especializações para
seu próprio ritmo. O aluno escolhe seu horário e seu ambiente de
empresas terceirizadoras;
estudo. É mais útil para quem já está empregado e quer melhorar
• o poder público da área de Gestão de Pessoas (poder pú-
seus conhecimentos, pois não oferecem certificado.
blico no sentido de ocupação de espaço para contribuir para os
Para os cargos de chefia, supervisão e gerência em recursos
humanos ou departamento de pessoal, quase sempre é necessário o resultados da organização) não está mais ligado ao seu poderio
curso de contabilidade, ciências contábeis, direito, administração “militar” (grandes estruturas e poder de mando), mais sim à sua
ou psicologia. Além disso, para o emprego nesse nível em depar- competência em contribuir efetivamente para que a organização
tamentos de recursos humanos, é necessário experiência no setor e alcance seus resultados. Isso implica áreas de Gestão de Pessoas
perfil adequado para o cargo. menores, descentralizadas, composta de profissionais com compe-
Ao referir-se à “função” RH, em vez de área, departamento tência mais abrangente que visualizam os objetivos da organização
ou diretoria, deve-se deixar claro que a responsabilidade pelas re- (tema que será melhor detalhado no decorrer do trabalho).
lações entre a organização e seus colaboradores é de todos os que
nela trabalham, dentro de um processo essencialmente interativo. RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E DESENVOLVIMEN-
Assim, não faz sentido entender o papel do RH como uma TO DE PESSOAL
responsabilidade limitada a uma área específica da organização, no
caso a área de RH. Da mesma maneira, a atividade financeira não é Mais do que em qualquer outro momento da história das cor-
responsabilidade isolada de uma Controladoria; e a função Vendas porações, as pessoas e suas competências estão no centro das aten-
também não se restringe à área de Vendas. Todos são responsáveis ções. É a competência dos empregados a condição essencial para
pela saúde financeira da organização, utilizando adequadamente a competitividade e sobrevivência das empresas. Saber escolher
os recursos dessa natureza, do mesmo modo que todos são respon- os colaboradores adequados é prover os meios para se ganhar as
sáveis pelos resultados de vendas, por meio de um desempenho etapas da corrida – e assim se distanciar dos concorrentes.

Didatismo e Conhecimento 75
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Dentre os subsistemas de RH, é a atividade de Atração e Se- empresas está na atuação sinérgica dos seus colaboradores, com-
leção que identifica e provê, interna ou externamente, as compe- petências como comunicação, relacionamento interpessoal, coope-
tências individuais necessárias ao alcance das estratégias organi- ração, habilidade em lidar com mudanças, solução de problemas e
zacionais. conflitos, visão sistêmica e empreendedora tem sido o diferencial
É responsabilidade desta área planejar e implantar mecanis- na escolha dos candidatos. Para níveis de gestão não podemos es-
mos que garantam um processo de atração dos talentos necessários quecer das competências voltadas a gestão de pessoas.
bem como definir e implantar políticas e ferramentas que garantam
a escolha dos profissionais adequados. DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
Mas cabe aqui esclarecermos diferenças entre os conceitos de
“Recrutamento” e “Atração”: Desenvolver pessoas não é o mesmo que treinar pessoas. Esse
“Recrutamento” é um conjunto de técnicas e procedimentos conceito de desenvolvimento de pessoas é mais amplo, pois tem
que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes como o objetivo principal capacitar as pessoas para serem profis-
de ocupar cargos dentro da organização. É basicamente um siste- sionais de sucesso.
ma de formação, através do qual a organização divulga e oferece Desenvolvimento é o processo de longo prazo para aperfei-
ao mercado de recursos humanos, oportunidades de emprego que çoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-
-los futuros membros valiosos da organização.
pretende preencher. O Recrutamento é feito a partir das necessi-
Claro que não será desenvolvido o profissional perfeito, já que
dades presentes e futuras dos Recursos Humanos da organização.
a perfeição humana não existe, mas o que se busca é estabelecer
Esse recrutamento requer um cuidadoso planejamento.
um perfil dentro do ideal que a empresa deseja, para isso é impor-
As fontes de recrutamento podem vir de dentro da empresa tante saber que o profissional plenamente desenvolvido é uma pes-
ou de fora, neste caso, correspondendo à pesquisa no mercado de soa com boa formação, experiência garantida na área, uma pessoa
recursos humanos. Exemplos de fontes de recrutamento são: reco- disposta a aprender sempre mais, tem vínculos fortes de amizade,
mendação ou indicação de empregados; ex-empregados; anúncios conquista com facilidade o respeito das pessoas e de preferência
em jornais ou revistas; Sites Corporativos ou de Empregos; Esco- ser arbitrário quando existir conflitos.
las e Universidades; sindicatos e Associações de Classe; caçadores Mas qual a necessidade de se ter profissionais desenvolvidos?
de talentos – headhunters; consultorias na área de Recursos Hu- No mundo de hoje é primordial. O mercado de trabalho vem
manos; banco de talentos das empresas; redes sociais profissionais passando por mudanças radicais do qual algumas empresas passa-
na internet como Linke-in, Plaxo e Via6 - vêm crescendo o uso ram a ser multinacionais e funcionários com um outro idioma em
de Redes Sociais onde os profissionais se cadastram evidenciando nível avançado à fluente, com as características descritas acima
suas experiências e qualificações e formam uma rede com outros tem grandes chances de ser o representante principal dessa mul-
profissionais do seu network. Nessas redes, os profissionais podem tinacional e conquistar os benefícios que todo profissional sonha
fazer recomendações em relação aos outros contando o que obser- quando inicia uma carreira, como altos salários, benefícios esten-
varam quando trabalharam juntos. dido a família, respeito dentro da empresa pelos demais colabora-
Já o termo “atração” destaca mudanças na forma de se buscar dores, reconhecimentos dos concorrentes. Para essas empresas, os
profissionais no mercado de trabalho. Reflete o investimento feito profissionais precisam ter não só o aprendizado no idioma, como
por algumas organizações para aperfeiçoar seus procedimentos. experiência internacional, com viagens e cursos no exterior e uma
O processo de seleção é um processo de “duas mãos”, ou seja, grande habilidade de relacionamento, pois estará enfrentando uma
a empresa escolhe e é escolhida. Pesquisas brasileiras que estu- cultura e pessoas muito diferentes do convívio do país nativo.
dam os fatores de atração e retenção no trabalho demonstram que Outros motivos que levam as empresas desenvolverem os fun-
a imagem da empresa no mercado, a oferta de desafios, as pers- cionários são os aumentos de concorrentes (a maior realidade no
pectivas de crescimento, a liberdade de ação e um clima organiza- momento), sendo que muitos dos concorrentes não são empresas
cional favorável despertam mais o interesse dos profissionais do físicas e sim virtuais, que prestam um serviço tão qualificado que
que a remuneração. As organizações que desejam atrair profissio- os clientes preferem buscar os produtos necessários nas empresas
virtuais no conforto da casa, pois sabe que serão bem atendidos e
nais competentes devem cuidar de suas imagens. A forma como
algumas vezes até mais rápido que se comprar algum produto em
a responsabilidade social com os diversos grupos – empregados,
loja física.
comunidade e sociedade – influencia os conceitos que terão para o
Nem sempre o desenvolvimento profissional parte da empre-
candidato potencial. sa, muitas vezes os funcionários deverão se demonstrar proativos
Cabe ainda a área de Seleção avaliar o sucesso obtido no pro- e buscar com seus próprios recursos o desenvolvimentos que tanto
cesso visando readequá-lo ser for o caso. precisam. Alguns percebem que podem estar ficando para trás por
Uma área de Recrutamento e Seleção atuando de forma mais faltar alguma competência, que também podemos chamar de CHA
estratégica pode, a partir do entendimento do plano estratégico da (conhecimento, habilidade e atitude), e o mesmo tem que buscar
empresa e do acompanhamento dos indicadores de gestão, plane- se habilitar para viver a concorrência interna, ou seja, entre os pró-
jar, antecipadamente, as demandas em relação ao preenchimento prios funcionários da empresa.
de vagas. O desenvolvimento de pessoal está cada vez mais ganhando
No mercado de trabalho hoje se busca um profissional que destaque, porque ele tem como objetivo estratégico o crescimen-
alie competências técnicas às comportamentais. Mas por quê? Em to e a sustentabilidade das organizações para enfrentar as rápidas
um ambiente onde o tempo é determinante, muitas empresas op- mudanças que os tempos atuais e a globalização estão proporcio-
tam por buscar profissionais já capacitados, pois estes darão um nando, assim com funcionários desenvolvidos, as empresas con-
retorno mais rápido às organizações. No entanto, num ambiente seguem buscar o crescimento e até mesmo a manutenção dela na
em constantes transformações onde a vantagem competitiva das posição de liderança no mercado.

Didatismo e Conhecimento 76
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A ARTE É COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL Este mesmo princípio de empatia se processa para quem dese-
ja se comunicar. Para conseguir um ótimo resultado, basta colocar-
Além das palavras, existe um mundo infinito de nuances e se no lugar do outro e gerar estímulos adequados conforme o jeito
prismas diferentes que geram energias ou estímulos que são per- do outro funcionar, de processar informações, de entender confor-
cebidos e recebidos pelo outro, através dos quais a comunicação me o seu nível cultural ou limitações de vocabulário, conceitos e
se processa. Um olhar, um tom de voz um pouco diferente, um experiências pessoais. A pergunta ideal para termos a evidência se,
franzir de cenho, um levantar de sobrancelhas, podem comunicar de fato, o outro entendeu o que dissemos é “O que você entendeu
muito mais do que está contido em uma mensagem manifestada do que eu disse?”. O mundo seria, certamente, bem melhor e as
através das palavras. Em 15 anos atuando como professor de Co- pessoas conseguissem relacionar-se melhor se pudessem fazer e
municações Verbais, tendo treinado mais de 13.000 pessoas, tenho responder a essa pergunta;
observado algumas curiosidades que creio interessantes para que
cada um possa refletir e tirar algum proveito. d) Voz: Outra grande dificuldade para muitos (e o problema é
que desses, poucos sabem) é sobre a utilização adequada da voz.
Há pessoas que falam muito devagar, outras ainda que tem dicção
PROBLEMAS DA COMUNICAÇÃO
ruim ou falam de forma linear ou ainda com volume muito baixo.
A questão é simples: Como posso esperar, de fato, que alguém
Uma dessas constatações de pessoas que se dizem com gran- me compreenda ou preste atenção no que digo se nem sequer con-
des problemas de comunicação é que, de fato, os problemas são sigo entender o que estou dizendo?
relativamente simples e de fácil solução. O que ocorre é que esse
problema, por menor que seja, compromete todo o sistema de co- e) Corpo: Curiosamente, a expressão corporal assume até
municação. Por exemplo, uma pessoa pode ter boa cultura, ser ex- mais importância do que a voz e, em alguns casos, do que o pró-
trovertida e desinibida, saber usar bem as mãos, possuir um rico prio conteúdo. Medo de olhar nos olhos, expressão facial incon-
vocabulário e dominar uma boa fluência verbal. Pode possuir tudo gruente com o conteúdo, aparência mal cuidada, ausência de ges-
isso, mas se falar de forma linear, com voz monótona irá provocar tos ou excessiva gesticulação, bem como posturas inadequadas são
desinteresse e sonolência aos ouvintes e, consequentemente, a co- suficientes para tirarem o brilho de um processo de comunicação;
municação ficou limitada.
f) Vícios: Quantas vezes ouvimos, ou melhor, tentamos ouvir
pessoas, acompanhar seu raciocínio, mas fica difícil pois ouvimos
O somatório desses pequenos problemas impede que uma pes-
alguns ruídos, tais como “aaaa...”, “éééé....”, “tá”, “né”, “certo”,
soa se comunique com fluidez e naturalidade. É o mesmo princípio
“percebe” repetidos inúmeras vezes. Deixamos de prestar atenção
de que: “A união faz a força”, ou seja, o conjunto dessas dificulda- no conteúdo e ficamos incomodados com esses sons que dificultam
des neutraliza o efeito que a comunicação poderia provocar, impe- a compreensão;
dindo-a de mostrar o seu potencial e a sua competência, gerando
frustrações na vida pessoal e profissional: g) Prolixidade: Por acaso, você conhece pessoas que dão vá-
rias voltas, entram em paralelas ou transversais, fazem retornos,
a) Timidez: Há pessoas que possuem muito conhecimento e dão marcha ré, engatam novamente a primeira marcha... Já deu
muito talento mas na hora de falar em público, em uma reunião para perceber que estamos falando de pessoas prolixas, ou seja:
ou quando convidadas para proferir uma palestra, ficam totalmen- Ninguém aguenta por muito tempo ouvir aquelas pessoas que fa-
te apavoradas e preferem fugir do que enfrentar. Se observarmos lam demais e desnecessariamente, principalmente sobre assuntos
bem, uma pessoa não é valorizada por aquilo que sabe ou conhece, sem interesse;
mas por aquilo que faz com aquilo que sabe. Por isso, a timidez
tem impedido muitas pessoas de conseguirem galgar melhores h) Controle emocional: Você já ficou magoado e ficou cha-
teado um dia inteiro por um simples fato ocorrido no trânsito ou
possibilidades de sucesso na vida. Basicamente, os problemas de
um tom de voz mais elevado em um momento de discussão ou
timidez manifestam-se por medos, tais como de não ser bem su- um “bom dia” que não lhe disseram? Você já imaginou o poder
cedido, de errar, de ter o famoso “branco”. Outra evidência é a que você mesmo dá, assim, de presente a uma pessoa que você
baixa auto-estima, ou a sensação de incapacidade para se expres- nem conhece, talvez nunca mais a veja na vida, ou mesmo que
sar diante de situações desafiadoras. Além disso, há o excesso de seja alguém conhecido, que é a capacidade de tirar o seu bom hu-
manifestações no próprio corpo, tais como tremedeira, gagueira, mor, seu otimismo, ou a sua motivação? Esteja atento para essas
sudorese, taquicardia, chegando, em alguns casos até a desmaios; armadilhas da comunicação e previna-se. Conheço uma frase de
um filme de treinamento chamado “O Homem Milagre”, que diz o
b) Saber Ouvir: Saber ouvir é muito mais do que escutar e seguinte: “SNIOP”, ou seja: “Salve-se das Nefastas Influências de
darmos a nossa interpretação conforme desejarmos ou baseada nas Outras Pessoas”. De qualquer modo é importante que você mesmo
nossas próprias limitações. Saber ouvir é cultivar a difícil arte da mantenha o devido controle emocional e saiba proteger-se dessas
empatia que é a habilidade de se colocar no lugar do outro e prestar negatividades;
muita atenção no significado das palavras, na maneira em que a
i) Foco de mudanças: Você não pode mudar as atitudes e
pessoa está transmitindo, no seu estado emocional, seus limites e
comportamentos de outras pessoas. Assuma! Você é o responsá-
conhecimentos; é olhar para os seus olhos, é perguntar se houver vel apenas por aquilo que está ao seu alcance e pelas mudanças
dúvidas, é evitar interpretar ou “alucinar” a partir do que foi dito; que pode proporcionar a você mesmo;

Didatismo e Conhecimento 77
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
j) Motivação e autoestima: Considero um dos aspectos mais vivem os empregados. Ou seja, os empregados necessitam de uma
importantes da comunicabilidade de uma pessoa, a energia que flui comunicação just-in-time, isto é, a informação certa, na medida
sutilmente através da sua voz e do seu corpo, das palavras e da certa e no tempo certo para executarem com êxito suas tarefas.
sua postura, dos gestos e do olhar. É a expressão do seu otimismo
ou pessimismo, da agressividade ou suavidade, do nível da sua A propósito, é bom lembrar o que diz Levine and Wright Ko-
autoestima. É a comunicação invisível, mas presente, percebida zoles que, “quando os empregados são mantidos informados, ten-
pelos sentidos. Quão agradável é a energia que flui de pessoas oti- dem a se sentir mais satisfeitos com seus trabalhos, apresentam
mistas, bem humoradas, felizes, que diante das adversidades da um moral de nível mais alto e são motivados a serem empregados
vida encontram desafios que serão superados. produtivos”. Continua sendo verdadeiro afirmar que a existência
Para concluir, cabe ressaltar a sutileza da comunicação das de um processo de comunicação bem planejado e executado pro-
pessoas que tem bondade no coração, a gentileza nos gestos, be- voca impacto positivo no desempenho individual dos empregados.
leza e doçura nas palavras. “Sensualidade, alinhamento e graça Como se vê, o impacto da comunicação sobre os empregados deve
permeiam seus movimentos. Uma nobreza natural flui silenciosa ser avaliado de maneira muito mais profunda e crítica para que as
e discretamente em suas ações; há uma segurança pessoal apoiada empresas atinjam suas metas em parceria com seus funcionários.
na humildade; uma reverência, um senso de humor mesclado com
a consciência do sagrado”. Essas são as pessoas que fazem mais do O QUE É EQUIPE
que se comunicar, irradiam luz e brilho pessoal.
Há alguns anos atrás, não falavam em equipe, elas existiam
O QUE É COMUNICAÇÃO INTERGRUPAL mais eram convencionais, orientadas para a função, compostas de
especialistas nessas funções. O mundo está cheio de equipes, e
“Uma comunicação bem estruturada e efetiva provoca im- existem muitos tipos, e cada uma possui seu próprio potencial que
pacto positivo no desempenho individual dos empregados”. Não se desmorona à sua frente. Elas tem sido um componente-chave da
obstante todo o progresso tecnológico deve-se levar em conta uma realidade organizacional desde que existem as organizações, diga-
verdade fundamental. O homem, para produzir e sobreviver neces- mos que, é a unidade natural para atividades de pequena escala,
sita da comunicação. Comunicar-se com seu semelhante está na desde o início da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII.
base de qualquer relacionamento humano. E mais: Quanto maior O mundo, após o final da II Guerra Mundial, estava em ruínas,
for o entendimento entre as pessoas, melhor será o bem-estar exis- tinha recém se reconstruído e tornara-se altamente competitivo.
tente entre elas e mais produtivas elas serão. Diante dessa perspec- Em outros países, estavam-se experimentando novos modelos para
tiva é que as organizações modernas, de grande ou pequeno porte, grandes organizações. O sucesso desses países deve-se a custa dos
devem orientar-se, lembrando-se de que sua maior força produtiva, norte-americanos. O entusiasmo da prosperidade norte-americana
de muito mais valia do que suas máquinas, são seus funcionários. estava parada, e o novo entusiasmo viraria a velha pirâmide de
A eles deve ser dada toda a atenção, para que convivam em har- ponta-cabeça e iria devolver o foco à esquecida e básica unidade
monia, conheçam os objetivos pelos quais trabalham e possam ser de operações: o grupo de trabalho ou equipe. Mas o que é uma
produtivos pela sua atuação em equipe. E o que pode produzir essa equipe? O Japão após a II Guerra estava sem infra-estrutura, mas
ligação entre pessoas é a comunicação. possuía pessoas motivadas, com disposição cultural para trabalha-
rem juntas e a visão e paciência para traçar estratégias e praticá-
Diversos sentimentos negativos podem surgir dentro da orga- -las. Alguns anos mais tarde os japoneses estavam exigindo o má-
nização quando essa não se preocupa em criar um eficiente proces- ximo, para todos os trabalhadores de todas as funções, e a missão
so permanente de comunicação com os empregados. Um sistema de cada equipe era a melhoria contínua dos processos. Nenhuma
ineficiente de comunicação pode causar nos funcionários frustra- idéia era pequena demais e nenhum trabalhador insignificante. To-
ção por se sentirem de certa forma menosprezados, e ansiedade por dos participavam.
se verem diante do desconhecido, o que acaba provocando medos
e incertezas quanto à segurança no emprego. Em um ambiente fe- São pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma equipe faz
chado de trabalho, no qual centenas de pessoas dependem da con- não é o que a torna uma equipe, é o juntos que interessa. Por várias
fiança que depositam umas nas outras para o cumprimento de suas vantagens as organizações estão mudando de grupos para equipes,
tarefas, a existência de um quadro psicológico negativo, inseguro, em resumo:
diminui a concentração no trabalho, a motivação e pode provocar
irritação e muito estresse em quem deve atender a programas rígi- • Aumento de produtividade: Outra visão para oportuni-
dos de produtividade. dades que a gerência convencional deixaria passar despercebida.
Organizações que viram as equipes apenas como estratégia de re-
Hoje, a importância estratégica da comunicação nos negócios dução de custos não se desapontaram;
tornou-se tão grande que é impossível uma organização manter • Melhoria de comunicação: Informações compartilhas e
seus níveis de produtividade e lucratividade sem que institua inter- trabalho delegado. Equipes realizam tarefas que grupos comuns
namente excelente processo de informação, de diálogo com seus não podem fazer. Há conhecimentos demais para que uma única
funcionários. A existência de boa comunicação na empresa motiva pessoa ou turma de funcionários possa saber tudo e competir com
a boa execução das tarefas, elimina as incertezas, as ambiguidades uma equipe de integrantes versáteis;
e produz confiança e segurança. Para ser eficaz, o processo de co- • Melhor uso dos recursos: As equipes focalizam seus re-
municação não pode ser tratado como algo sazonal. Ao contrário, cursos mais importantes diretamente nos problemas. É o princípio
precisará ser permanente, acurado, adequado ao contexto em que de que nada pode ser desperdiçado;

Didatismo e Conhecimento 78
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
• Mais criatividade e eficiência na resolução de proble- Formar equipes não é uma idéia inovadora, isto está em nos-
mas: Além de estarem mais motivadas, estão mais próximas dos so sangue, queremos fazê-lo e bem, mas temos essa tendência de
clientes e combinam-se. Elas invariavelmente sabem mais sobre a estragar tudo na execução. Quando as coisas estiverem difíceis,
estrutura da organização; ajuda lembrar que nossas intenções são sempre boas no fundo, e
• Decisões de alta qualidade; Vem do princípio do conhe- muito naturais.
cimento compartilhado;
• Melhores produtos e serviços: As equipes aumentam o NECESSIDADES INDIVIDUAIS X NECESSIDADES DE
conhecimento que, quando aplicado no momento certo, é a chave EQUIPE
para a melhoria contínua;
• Processos Melhorados: Apenas as equipes, que possuem Mesmo com a tendência do ser humano pertencer a uma
o conhecimento de todas as funções, podem remover os obstáculos equipe, não queremos desenraizar nossas vidas e prioridades in-
e acelerar o ciclo; dividuais pelo bem de um grupo de trabalho desprezível qualquer.
• Diferenciam enquanto integram: As equipes permitem Se os membros de uma equipe não tiverem suas necessidades in-
às organizações misturar pessoas com diferentes tipos de conheci- dividuais satisfeitas ou pelo menos direcionadas para um mesmo
mentos sem que essas diferenças rompam o tecido da organização. objetivo, dificilmente serão uma grande equipe; e não conseguirão
As organizações mudaram da velha pirâmide hierárquica para atingir suas metas de forma oportuna, porque as metas de sua equi-
trabalharem em equipes, e muitas já fracassaram no início. E agora pe estão sendo sutilmente enfraquecidas por uma grande quantida-
será que compensa continuar com isso? Ou deve-se voltar para a de de metas pessoais insatisfeitas.
velha pirâmide da burocracia? Quando fracassam, é quase sempre Trabalho eficaz em equipe significa saber manter um equilí-
porque a organização que as emprega voltou-se para equipes para brio constante entre as necessidades da equipe e as necessidades
diminuir a gerência de nível médio, sem dar-lhes atenção, ferra- individuais. Não apenas as básicas de sobreviver através de filia-
mentas, visão, recompensas, ou a clareza de que necessitam para ção, mas também coisas que cada um deseja, coisa que nada tem a
serem bem sucedidas. As empresas que abordam a formação de ver com equipes ou cargos. As equipes devem desconfiar de mem-
equipes com a orientação de numerador (potencial de uma empre- bros que não tem qualquer intenção honesta de serem membros
ativos da equipe. Sacrifício, lealdade e a vontade de passar por um
sa para crescimento) não abandonam a idéia da lucratividade de
pouco de dificuldades uns pelos outros apenas ocorrem quando as
seus resultados financeiros.
cartas estão na mesa e as pessoas podem ser honestas acerca de
suas necessidades. Quaisquer que sejam as metas pessoais, preci-
NECESSIDADES HUMANAS
samos saber quais são para lidar com elas, ou ao menos reconhe-
cê-las, como equipe. Quando sabemos o que nossos companheiros
O ser humano, como ser social, necessita de interação com desejam que consigamos e o que nós mesmos queremos, forma-se
outras pessoas, da mesma forma que necessitamos da água, ar, etc. um excelente vínculo entre os membros.
Uns mais ou menos do que outros. Mas o que obtemos uns dos
outros? O QUE É TRABALHO EM EQUIPE

• Afeição: Todo ser humano necessita de afeição; Uma das condições essenciais nas organizações é o trabalho
• Afiliação: É o sentimento de pertencer a algum grupo ou em grupo. Parece bastante simples, visto que as necessidades e
organização; os resultados alcançados são de longe muito mais significativo do
• Reconhecimento: Uma vida sem reconhecimento é algo que o trabalho separado. Então o desafio resume-se somente em
superficial; colocar as pessoas ao lado das outras e explicar bem os desafios e
• Troca de idéias: É a maneira mais rápida e prática de dar condições para a realização das tarefas, certo? Errado, o que
aprender; parece extremamente fácil, pode ser algo de extrema dificuldade,
• Valorização pessoal: Processo de benchmarking pessoal. quando se tenta colocar em prática.

Alguns tipos de cultura, não só antigamente, mas ainda hoje, Pesquisas mostram que quanto maior a habilidade de um líder
fazem ao contrário para punir alguém, excluem-no, não o deixando em utilizar os métodos de supervisão em grupo, tanto maiores se-
relacionar-se com outros membros. Nós ainda queremos que gos- rão a produtividade e as satisfações encontradas no emprego, pelos
tem de nós, ainda usamos uns aos outros para aprender, realizar subordinados. A frequência das reuniões de grupo de trabalho, bem
tarefas complexas e enfatizar nosso valor individual como colabo- como a atitude e comportamento do superior em relação às idéias
radores. A afiliação existe em diversas gradações de intensidade e dos subordinados, afetam o grau em que os subordinados acham
acontece por diferentes razões, uma delas, é a fim de sobreviver. O que o supervisor é bom nas relações humanas. Assim, um super-
indivíduo isolado é solitário; ele também é ineficaz e vive pouco. visor ou gerente só deve fazer uma reunião se realmente estiver
Para muitos membros de equipe, sua equipe é sua passagem para interessado em servir-se das idéias dos subordinados. Uma atitude
solidária por parte do chefe/supervisor, assim como a utilização
a sobrevivência. A equipe fornece a força dos números que serve,
construtivas das reuniões de grupo, é necessária para desenvol-
muitas vezes, de camuflagem para esconder seus fracassos ou me-
ver orgulho e lealdade no grupo. Supervisores que são altamente
diocridade. Eles farão o que for necessário, incluindo juntar-se a
cotados pela administração fazem uso frequentes de reuniões de
uma equipe, para sobreviver.
grupos para tratar de problemas relativos ao trabalho.

Didatismo e Conhecimento 79
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Outro fator importante registrado, é que mestres de grupos de d) Numa equipe gerencial eficiente, os aspectos de com-
trabalho de elevada produção reportam, com muito mais frequên- petição encarniçada, que representam um prejuízo para o suces-
cia do que mestres de grupos de baixa produção, que seus grupos so organizacional, podem ser minimizados pelo desenvolvimento
de trabalho apresentam bom desempenho quando os mestres estão da “unidade de propósito”, sem reduzir a motivação individual.
ausentes. Aparentemente mestres de alta produtividade criam no Temos muito o que aprender, e muitos preconceitos para vencer.
interior do grupo de trabalho expectativas, a capacidade e as me- Mas realmente acredito que essa transição seja inevitável, a longo
tas necessárias para seus funcionamento normal na ausência do prazo. Logo mais já não será possível dirigir uma empresa com-
mestre. plexa, interdependente e cooperativa, como a companhia industrial
moderna, com base nas premissas totalmente ilusórias de que ela é
Os grupos de trabalho com maior orgulho de sua capacidade feita de relações individuais.
de produzir ou com maior lealdade pelo grupo tendem a ser grupos
de altos índices de produtividade. O alto índice de lealdade em um MITOS DA EQUIPE
grupo, não está necessariamente relacionada com produtividade.
Existem consideráveis indícios que grupos de trabalho podem ter 1. O mito do aprendizado através da aventura: O aprendizado
objetivos que influenciarão a produtividade e custo tanto favorável através da aventura é um evento de grupo em que uma equipe é
como desfavoravelmente. A capacidade e tendência de grupos de submetida a uma série de tarefas desafiadoras, físicas e mentais.
trabalho para restringir a produção foram encontradas em muitos Frequentemente são realizadas em locais abertos, em um cenário
estudos. As organizações informais que se compõe quase na tota- idílico ou em um retiro nas montanhas, ou em um hotel-fazenda
lidade ou da maioria dos membros dos grupos de trabalho podem ou parque.
restringir ou aumentar a produção, aumentar as faltas e, de outras Descobriu-se que as pessoas poderiam passar por transfor-
maneiras, influir nos objetivos da empresa. Portanto já se verifi- mações comportamentais incríveis, se solicitadas a fazer coisas
cou que aumentos substanciais de produtividade e reciprocamente que comumente não faziam, com o resto do grupo atuando como
diminuição do desperdício, quando os objetivos grupais são alte- apoio. Há dois graus básicos de aprendizado por aventura:
rados de forma a se tornarem compatíveis com os da organização.
Razões diversas parecem concorrer para maior produtividade dos - De alto risco: São os de maior aventura, há um certo grau de
grupos de trabalho com elevado índice de orgulho e lealdade entre perigo físico real nos exercícios desse tipo;
os colegas. Uma delas é que os trabalhadores nesses grupos reve- - De Baixo risco: Implicam um risco real muito pequeno. É o
lam mais cooperação para realizar as tarefas. aprendizado através da aventura de forma barata, geralmente uma
série de exercícios físicos ao ar livre, que podem ser realizados em
TRABALHO EM EQUIPE X AGENDA SOCIAL um parque ou num quintal.

O propósito da equipe é reunir pessoas e fazer coisas juntas, As lições que as pessoas aprendem nestes grupos incluem a
e o propósito da agenda social é satisfazer suas necessidades pes- superação do medo e da desconfiança, assim como a lição de que a
soais de afiliação ao estar envolvido em um grupo. Um deles diz força sinérgica do grupo trabalha para ajudar o indivíduo;
respeito a trabalho, o outro não. Se conhecermos os detalhes uns
dos outros logo no início, poderemos resolver ansiedades e expec- 2. O mito do tipo de personalidade: As categorias de perso-
tativas antes que elas arrastem a equipe para baixo. Algumas ve- nalidade também fornecem a cada membro de equipe uma nova
zes a definição de trabalho em equipe e agenda social torna-se um compreensão de si mesmo e um conjunto de iniciais para explicar
pouco indefinida. Pesquisadores afirmam que a agenda social é um que tipo de personalidade tem. Mas a classificação de personali-
componente necessário para manter a sanidade durante o trabalho, dade não mede nada que seja importante para equipes. As equipes
aliviar o estresse. não se destacam ou fracassam em função de como as pessoas são
lá no fundo, seja em sua forma real ou percebida. Elas se destacam
AS POTENCIALIDADES DO TRABALHO EM EQUIPE ou fracassam em função do que elas, de fato, realizam ou de como
elas, de fato, se comportam com relação a outros grupos que lhe
O pequeno grupo face-a-face é uma unidade tão importante são externos;
quanto o indivíduo, na organização. Os dois não se opõem. Isto só
pode ser realizado se certas exigências forem cumpridas. Teremos 3. O mito de que as pessoas gostam de trabalhar juntas: As
de aprender a distinguir entre atividades que são próprias para gru- pessoas precisam de seu espaço para se sentirem calmas e segu-
pos e as que não são. Na medida em que essas exigências forem sa- ras. Passar o dia inteiro encurralados com colegas de equipe pa-
tisfeitas, faremos algumas descobertas importantes. Por exemplo: rece menos com uma receita para desempenho do que com uma
peça teatral francesa de tédio existencial. Ao projetar um ambiente
a) O estabelecimento de metas em grupo oferece vantagens para equipes, não espere que as pessoas fiquem loucas para terem
que não podem ser obtidas pelo estabelecimento de metas por um contatos constantes entre si. Respeite sua relutância em perder sua
indivíduo; identidade individual para a equipe;
b) Um grupo gerencial eficiente proporciona o melhor am-
biente possível para o desenvolvimento individual; 4. O mito de que o trabalho em equipe é mais produtivo do
c) Muitos objetivos importantes e muitas medidas de de- que o individual: A verdade é que as equipes são inerentemente
sempenho podem ser criadas para serem aplicadas ao grupo, o que inferiores a indivíduos, em termos de eficiência. Se uma única pes-
não acontece no plano individual; soa tiver informações suficientes para completar uma tarefa, ela

Didatismo e Conhecimento 80
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
sobrepujará uma equipe incumbida da mesma tarefa. Não há in- estes quatro elementos compreende a agenda inteira da equipe. O
terfaces, repasses de serviços intermediários entre indivíduos. Não treinador está ali para ajudar, não para interferir. É tão delicado
há mal-entendidos nem culturas conflitantes. Nenhum conflito de como andar na corda bamba, porque o moral pode cair a níveis
personalidade ou algo assim. baixos e as hostilidades emergirão e exigirão alguma espécie de
reação. De qualquer modo, estas coisas acontecem na tormenta. A
5. O mito do “quanto mais, melhor” nas equipes: Há uma única reação errada em tal circunstância é a de tornar-se realmente
tendência em algumas empresas de pensar sua organização inteira defensivo. Não houve intenção de ofensa.
como uma equipe. Esta é uma expressão interessante mas sem uti-
lidade. Equipes, por sua própria natureza, não podem ser grandes. Os líderes devem compreender os sinais de tormenta. A tor-
Em algum ponto elas deixam de ser equipes e tornam-se multi- menta é a esperança misturada com uma grande dose de temor.
dões. O tamanho da equipe é importante. Pequeno é melhor que Durante a tormenta, todos os membros da equipe estão cogitando
grande. Uma equipe pode ser conduzida, dirigida por um líder, se são respeitados pelos demais. A tormenta é o estágio no qual
instituída formalmente. algumas pessoas decidirão diminuir o ritmo. Elas aparecerão para
trabalhar, e ainda se comunicarão com membros de outras equipes,
REVIRANDO AS EQUIPES mas não muito bem. Mas se olhar mais de perto para o comporta-
mento delas, ficará claro que a equipe considerada não é a equipe
1. Fazendo As Equipes Passarem Por Estágios Rumo Ao que elas queriam, e por isso elas decidirão não ser membros entu-
Sucesso siastas;
Há quatro estágios no desenvolvimento de equipes que alme- c) Aquiescência: Uma época na qual os papéis são aceitos.
jam ser bem sucedidas: Todas as equipes bem sucedidas passam Com o passar da tormenta chega-se a um novo alinhamento e acei-
por todos estes quatro estágios: tação dos papéis na equipe. O sucesso experimentado durante o
a) Formação: Quando os membros do grupo está ainda apren- estágio de aquiescência é um sucesso marcado por contradições,
dendo a lidar uns com os outros. A formação é aquele estágio do de que o grupo se torna mais forte à medida que os indivíduos
desenvolvimento de equipe em que tudo está para se iniciado, cedem em suas defesas-chave, reconhecem pontos fracos e pedem
quando a equipe é ainda somente uma equipe no sentido mais solto a ajuda das pessoas como formas de compensação. O estágio de
da palavra. Um dos sinais de uma equipe no estágio de formação aquiescência é definido pela aceitação dos mesmos papéis que a
é a extrema delicadeza, um esforço enorme para não ofender e tormenta renegou. Os relacionamentos que começaram no estágio
para não provocar animosidades. Isso é compreensível quando se da formação, tem a oportunidade de se aprofundarem durante a
considera que as boas maneiras são instituídas de uma forma glo- aquiescência. Durante a aquiescência as arestas não tratadas do
bal para evitar que as pessoas que não se conhecem não ameacem conflito começam a ceder. O que aconteceu é que as agendas ocul-
umas às outras. Essa ânsia de se apresentar como não ameaçador tas pelos membros durante a tormenta foram desmascaradas ou
é realmente a chave para quão ameaçador o estágio de formação diminuíram de importância. A necessidade das pessoas de avaliar
realmente é. As pessoas que se reúnem pela primeira vez tem con- seus domínios sobre o grupo, sejam eles ativos ou passivos, redu-
sigo todos os tipos de pergunta acerca de quais membros tem poder ziu-se na medida em que aumentou a intimidade do grupo;
e se eles compartilharão este poder e com quem, dúvidas a respeito
de suas próprias capacidades e a dos demais, e preconceitos sobre d) Realização: Quando níveis ótimos são finalmente alcança-
os tipos de pessoas com que terão que se ombrear dentro na equi- dos. Realização não é ser viciado em trabalho. De certa forma é o
pe. Em meio a tais sentimentos conflitantes, as pessoas se agarram contrário, porque é admissão por cada membro da equipe de que
ansiosamente em alguma coisa para formar alianças temporárias. ele não pode fazer o trabalho sozinho. Trata-se de um nível de
compromisso genuíno com as metas e objetivos da empresa que
Durante o estágio de formação, os potenciais colegas de equi- pode ser novidade para os membros de equipe individualmente.
pe identificam similaridades e expectativas de resultados, concor- Os realizadores sabem o valor real de todos com que trabalham.
dam com o propósito da equipe e identificam recursos possíveis Os membros de equipe realizadores não demonstram cansaço se
e conjuntos de habilidades. A formação é uma época de grande forem convocados no fim de semana para ajudarem a resolver um
perigo. As primeiras impressões são formadas e fixadas. As perso- problema aparente. A realização é um período de grande cresci-
nalidades agressivas se movimentam para estabelecer o domínio; mento pessoal entre os membros da equipe. Com o compartilha-
mento de experiências, sentimentos e idéias de outros membros da
b) Tormenta: Uma época de difícil negociação das condições equipe que advém de um novo nível de consciência.
sob as quais a equipe deverá trabalhar juntas. Estima-se que três
quintos da extensão de um projeto de equipe, do começo ao fim, 2. Equipes E Tecnologia
sejam constituídos com os dois primeiros estágios, formação e tor-
menta. Nunca houve uma equipe que não tenha sido testada na fase Naturalmente, a tecnologia é o que tornou possível esta es-
de tormenta. E a tormenta sempre vem como uma surpresa, inde- pécie global de trabalho em equipe. Com sorte, a tecnologia irá
pendentemente de como se tenha preparado para ela. Esta é a hora ajudar para que isso tudo funcione. É difícil elaborar uma frase tec-
de entrar, de explicar limites, de oferecer sugestões, de manter um nológica que signifique tanto e tenha tão pouca conotação como a
controle sobre a anarquia inevitável. A tarefa de treinar é crítica, palavra “groupware”, que é um software para uso em PC e voltado
porque a tormenta é onde mais importantes dimensões da equipe para grupos. Até agora os produtos de groupware se destinaram a
são delineadas. Juntamente com suas metas, as quais a equipe co- dois problemas principais, controlar o fluxo de trabalho e regular o
meçou a estabelecer durante a formação, esclarecer e implementar conteúdo do trabalho ou uma certa combinação destas duas coisas.

Didatismo e Conhecimento 81
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Decidir qual tecnologia é a mais indicada para tal equipe é uma - Informação: É o que se tem em abundância pelo mundo, a
pergunta de porte, envolvendo tudo o que existe no mercado hoje, informação é boa e indispensável para o término de muitas tarefas;
desde de programas de software, plataformas de hardware e mon-
tagem de fone/fax, até lápis e borracha. As tecnologias de equipe - Conhecimento: É um ponto de vista sobre a informação, uma
são raramente solicitadas pelas equipes, elas são em geral impostas teoria que lhe dá um contorno e um significado, acontece dentro de
pela organização. Impor soluções às equipes subtrai a flexibilidade nós e somente dentro de nós, é esta transformação mágica que nos
que queremos delas. faz humanos, que nos permite mudar. Ao respirarmos, inspiramos
informação e expiramos conhecimento.
Muitas equipes tem uma subequipe encarregada de monitorar
o desenvolvimento de novas tecnologias e recomendar compras. O
trabalho dessas subequipes é difícil, pois tem que andar na ponta
dos pés em um campo minado de paradoxos que podem ser fatais.
A triste verdade é que, embora as tecnologias de equipe existen- 7. REGIMENTO JURÍDICO
tes no momento sejam frequentemente fantásticas, as equipes es- ÚNICO DO SERVIDOR
tão ainda tropeçando em suas ferramentas, gastando seu precioso PÚBLICO FEDERAL.
tempo aprendendo sistemas que não fazem o que elas querem que
façam ou que são muito difíceis de serem dominados por cada um
dos membros da equipe e tentando fazer com que essas ferramen-
tas façam coisas que elas simplesmente ainda não conseguem fa-
zer. LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
3. Saúde Da Equipe A Longo Prazo
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis
Tendo-se conseguido uma boa trilha para a equipe, tem-se que da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
achar formas de conservá-las e evitar que ela se desgaste, transfor-
mando-se em um beco sem saída. A equipe sobrevive ao sucesso PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11
lutando para manter o mesmo nível de atenção a seus próprios pro- DE DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13
cessos como ela mantinha quando começou a ter êxito. O ponto de DA LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997.
referência é a melhoria contínua, a idéia de que o processo pode
ser melhorado indefinidamente. A clareza contínua significa que O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
deve-se estar constantemente esclarecendo a clareza já alcançada Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
durante a formação inicial da equipe. Não basta que os membros
de equipe se reúnam e discutam com detalhes suas metas e visões Título I
em um determinado dia. Eles tem que continuar mantendo aquele Capítulo Único
entendimento novo e claro no dia seguinte, um dia após o outro. Das Disposições Preliminares

A clareza contínua significa enumerar continuamente as coi- Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores
sas que levam a equipe ao sucesso e perguntar se elas estão fun- Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime
cionando ou se precisam ser trabalhadas de alguma forma. Adotar especial, e das fundações públicas federais.
uma atitude de diagnóstico contínuo sobre si própria. Normalmen-
te há alguém na equipe que tem um jeito especial para o pensamen- Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa
to circunspecto, aquele que cobre todos os aspectos das coisas, o legalmente investida em cargo público.
que é um requisito para o diagnóstico. Esta pessoa tem seus “fios”
ligados de forma diferente da maioria das outras pessoas. Algu- Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e
mas equipes não tem ninguém que atenda a esta descrição. Não responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem
podem designar ninguém para ser o controlador de clareza e tem ser cometidas a um servidor.
uma brutal dificuldade de permanecer focalizadas. Outras equipes Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos
tem o problema oposto, um ou mais membro gostam da tarefa do os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e
diagnóstico. Estas pessoas são extremamente apaixonadas pela vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em
clareza. Seus egos e autoestimas estão excessivamente voltados caráter efetivo ou em comissão.
para detectar variações mínimas. Elas visualizam como um bando
de maníacos que se aplicam chicotadas implacáveis com fins de Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
autocorreção. casos previstos em lei.

A razão para se ter uma equipe hoje é explorar o conhecimen-


to e a inteligência das pessoas. A razão para se tê-la ao longo do
tempo é fazer com que o conhecimento e a inteligência cresçam,
se disseminem e se multipliquem. As pessoas às vezes confundem
informações com conhecimento:

Didatismo e Conhecimento 82
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Título II Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso
Substituição público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
classificação e o prazo de sua validade.
Capítulo I Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o
Do Provimento desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção,
serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de
Seção I carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
Disposições Gerais (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo
Seção III
público:
I - a nacionalidade brasileira; Do Concurso Público
II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos,
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei
V - a idade mínima de dezoito anos; e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
VI - aptidão física e mental. inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de
outros requisitos estabelecidos em lei. isenção nele expressamente previstas.(Redação dada pela Lei nº
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)
direito de se inscrever em concurso público para provimento de
cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois )
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de sua
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
§ 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
Art. 6o O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
ato da autoridade competente de cada Poder. aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
expirado.
Art. 7o A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
Seção IV
Art. 8o São formas de provimento de cargo público: Da Posse e do Exercício
I - nomeação;
II - promoção; Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
III - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97 responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que
V - readaptação; não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
VI - reversão; ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
VII - aproveitamento; § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da
VIII - reintegração; publicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
IX - recondução. de 10.12.97)
§ 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
Seção II
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos
Da Nomeação
I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI,
Art. 9o A nomeação far-se-á: VIII, alíneas «a», «b», «d», «e» e «f», IX e X do art. 102, o prazo
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de será contado do término do impedimento. (Redação dada pela Lei
provimento efetivo ou de carreira; nº 9.527, de 10.12.97)
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para § 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por
10.12.97) nomeação. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão § 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração de
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar § 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 83
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
inspeção médica oficial. submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for o disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei trabalho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270,
nº 9.527, de 10.12.97) de 17.12.91)
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o I - assiduidade;
disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) II - disciplina;
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para onde III - capacidade de iniciativa;
for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. IV - produtividade;
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V- responsabilidade.
§ 4o O início do exercício de função de confiança coincidirá § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando probatório, será submetida à homologação da autoridade
o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por
comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que
motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o
dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
término do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da
sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados
publicação. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº
11.784, de 2008
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
exercício serão registrados no assentamento individual do servidor. exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente
ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
apresentará ao órgão competente os elementos necessários ao seu quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de
assentamento individual. direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação,
e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão
que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis
6, 5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de publicação do ato que promover o servidor. (Redação dada pela
§ 4o Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido outro cargo na Administração Pública Federal. (Incluído pela Lei
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no nº 9.527, de 10.12.97)
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças
para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem
incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
a nova sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) retomado a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou nº 9.527, de 10.12.97)
afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado
a partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e Seção V
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Estabilidade
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade
no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada (prazo 3 anos - vide EMC nº 19)
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos,
respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude
horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e de sentença judicial transitada em julgado ou de processo
oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla
8.270, de 17.12.91) defesa.

Didatismo e Conhecimento 84
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção VI § 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os
Da Transferência proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer
pelo menos cinco anos no cargo. (Incluído pela Medida Provisória
Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
Seção VII artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Readaptação
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de 4.9.2001)
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
inspeção médica. completado 70 (setenta) anos de idade.
§ 1o Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
será aposentado. Seção IX
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribuições Da Reintegração
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
até a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
10.12.97) administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as
vantagens.
Seção VIII § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
Da Reversão em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
(Regulamento Dec. nº 3.644, de 30.11.2000) § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de 4.9.2001) Seção X
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar Da Recondução
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
II - no interesse da administração, desde que: (Incluído pela anteriormente ocupado e decorrerá de:
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida II - reintegração do anterior ocupante.
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem,
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art.
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) 30.
c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Seção XI
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores Da Disponibilidade e do Aproveitamento
à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
4.9.2001) Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade
e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225- far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de
45, de 4.9.2001) atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo ocupado.
resultante de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será determinará o imediato aproveitamento de servidor em
considerado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) da Administração Pública Federal.
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art. 37,
o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob
ocorrência de vaga. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da
de 4.9.2001) Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527,
administração perceberá, em substituição aos proventos da de 10.12.97)
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
nº 2.225-45, de 4.9.2001) legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Didatismo e Conhecimento 85
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Capítulo II Seção II
Da Vacância Da Redistribuição

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de
I - exoneração; provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral
II - demissão; de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com
III - promoção; prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observados os
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
VI - readaptação; 10.12.97)
VII - aposentadoria;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº 9.527,
IX - falecimento. de 10.12.97)
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do
III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
servidor, ou de ofício.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de
exercício no prazo estabelecido. 10.12.97)
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
10.12.97) finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei
I - a juízo da autoridade competente; nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido do próprio servidor. § 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços,
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão
Capítulo III ou entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Da Remoção e da Redistribuição § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e
Seção I entidades da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído
Da Remoção pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será
sede. colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527,
por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de de 10.12.97)
10.12.97) § 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão
nº 9.527, de 10.12.97) central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei
entidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº
nº 9.527, de 10.12.97)
9.527, de 10.12.97)
III - a pedido, para outra localidade, independentemente
do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) Capítulo IV
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também Da Substituição
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial
9.527, de 10.12.97) terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamente,
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
que o número de interessados for superior ao número de vagas, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância
de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um
em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de deles durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº
10.12.97) 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 86
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial,
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares Decreto nº 1.502, de 1995)(Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide
de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento)(Regulamento)
Título III § 1o Mediante autorização do servidor, poderá haver
Dos Direitos e Vantagens
consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a
critério da administração e com reposição de custos, na forma
Capítulo I
Do Vencimento e da Remuneração definida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.172, de
2015)
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício § 2o O total de consignações facultativas de que trata o §
de cargo público, com valor fixado em lei. 1o não excederá a 35% (trinta e cinco por cento) da remuneração
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados exclusivamente
de 2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008) para: (Redação dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, crédito; ou (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão
em lei. de crédito. (Incluído pela Lei nº 13.172, de 2015)
§ 1o A remuneração do servidor investido em função ou cargo
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas
§ 2o O servidor investido em cargo em comissão de órgão até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao
ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no
acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93. prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do
§ 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de caráter permanente, é irredutível.
de 4.9.2001)
§ 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou
servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter
individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao 4.9.2001)
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 § 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no
mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida
título de remuneração, importância superior à soma dos valores Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no § 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados
Federal. até a data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as 2.225-45, de 4.9.2001)
vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido,
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade
nº 9.624, de 2.4.98) cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 44. O servidor perderá:
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
justificado; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não
art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de
horário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
pela chefia imediata. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 87
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Capítulo II Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
Das Vantagens servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com
mudança de domicílio.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art.
as seguintes vantagens: 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando
I - indenizações; cabível.
II - gratificações;
III - adicionais. Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
§ 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento ou quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no
provento para qualquer efeito. prazo de 30 (trinta) dias.
§ 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
Subseção II
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Das Diárias
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter
nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
fundamento. as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e
locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação
Seção I dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Das Indenizações § 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as
I - ajuda de custo; despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela
II - diárias; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III - transporte. § 2o Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração
urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes
I a III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão,
e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado
serão estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos
11.355, de 2006) órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida,
salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias
Subseção I pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do
Da Ajuda de Custo território nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,
de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter prazo de 5 (cinco) dias.
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o Correm por conta da administração as despesas de Subseção III
transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, Da Indenização de Transporte
bagagem e bens pessoais.
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao
§ 2o À família do servidor que falecer na nova sede são
servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio
assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
de locomoção para a execução de serviços externos, por força
origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em
§ 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de regulamento.
remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art.
36. (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) Subseção IV
Do Auxílio-Moradia
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
exceder a importância correspondente a 3 (três) meses. Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo. hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa
pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)

Didatismo e Conhecimento 88
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se Seção II
atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de Das Gratificações e Adicionais
2006)
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições,
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel gratificações e adicionais: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) 10.12.97)
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer assessoramento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de II - gratificação natalina;
construção, nos doze meses que antecederem a sua nomeação; III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). 4.9.2001)
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres,
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
perigosas ou penosas;
auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
VI - adicional noturno;
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo- VII - adicional de férias;
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) pela Lei nº 11.314 de 2006)
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § Subseção I
3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor; Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) e Assessoramento
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
inferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
nº 11.355, de 2006) em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
11.355, de 2006) dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o. (Redação
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição
comissão relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, pelo exercício de função de direção, chefia ou assessoramento,
de 2006) cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial a que
se referem os arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994,
Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014) e o art. 3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo
25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão,
somente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos
função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. servidores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. Subseção II
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Da Gratificação Natalina
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um
os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
oitocentos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de será considerada como mês integral.
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel,
o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês
pela Lei nº 11.355, de 2006) de dezembro de cada ano.
Parágrafo único. (VETADO).

Didatismo e Conhecimento 89
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação Subseção VI
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada Do Adicional Noturno
sobre a remuneração do mês da exoneração.
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento), computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos
Subseção III e trinta segundos.
Do Adicional por Tempo de Serviço Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário,
o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de prevista no art. 73.
2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999)
Subseção VII
Subseção IV Do Adicional de Férias
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou
Atividades Penosas Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao
servidor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade (um terço) da remuneração do período das férias.
em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias
tóxicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de
sobre o vencimento do cargo efetivo. direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão,
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
e de periculosidade deverá optar por um deles. que trata este artigo.
§ 2o O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram Subseção VIII
causa a sua concessão. Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores
em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
perigosos.
é devida ao servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
11.314 de 2006) (Regulamento)
afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local
salubre e em serviço não penoso e não perigoso. desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no
âmbito da administração pública federal; (Incluído pela Lei nº
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, 11.314 de 2006)
de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações II - participar de banca examinadora ou de comissão para
estabelecidas em legislação específica. exames orais, para análise curricular, para correção de provas
discursivas, para elaboração de questões de provas ou para
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos julgamento de recursos intentados por candidatos; (Incluído pela
servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades Lei nº 11.314 de 2006)
cujas condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e III - participar da logística de preparação e de realização
limites fixados em regulamento. de concurso público envolvendo atividades de planejamento,
coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle atribuições permanentes; (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria. exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo atividades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. § 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os
Subseção V seguintes parâmetros: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Do Adicional por Serviço Extraordinário I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas
a natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com Lei nº 11.314 de 2006)
acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120
de trabalho. (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de
excepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
máximo de 2 (duas) horas por jornada. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)

Didatismo e Conhecimento 90
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
da administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço
2006) declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.(Redação
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)(Férias de Ministro - Vide)
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste Parágrafo único. O restante do período interrompido será
artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) gozado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Capítulo IV
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Das Licenças
somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput
deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo Seção I
de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação Disposições Gerais
de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de
trabalho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei. (Incluído pela Lei Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
nº 11.314 de 2006) I - por motivo de doença em pessoa da família;
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito III - para o serviço militar;
e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer IV - para atividade política;
V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
10.12.97)
aposentadoria e das pensões. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista.
Capítulo III
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
Das Férias
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso § 2o(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
haja legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de período da licença prevista no inciso I deste artigo.
10.12.97) (Férias de Ministro - Vide)
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
exigidos 12 (doze) meses de exercício. do término de outra da mesma espécie será considerada como
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. prorrogação.
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração Seção II
pública. (Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando- de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
se o disposto no § 1o deste artigo. (Férias de Ministro - Vide) padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
§ 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante
§ 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, comprovação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver nº 11.907, de 2009)
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de § 1o A licença somente será deferida se a assistência direta do
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
Lei nº 8.216, de 13.8.91) com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
§ 4o A indenização será calculada com base na remuneração forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei
do mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nº 8.216, de 13.8.91) § 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
§ 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
Federal quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela
Lei nº 9.525, de 10.12.97) I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem
com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, § 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado
proibida em qualquer hipótese a acumulação. a partir da data do deferimento da primeira licença concedida.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

Didatismo e Conhecimento 91
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas não são acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto
no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos Art. 88. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Art. 90. (VETADO).
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para Seção VII
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em
remuneração. estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou pelo prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer
ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação
fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção VIII
Seção IV
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
Da Licença para o Serviço Militar
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação remuneração para o desempenho de mandato em confederação,
específica. federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício ou, ainda, para participar de gerência ou administração em
do cargo. sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para
prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea
Seção V c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em
Da Licença para Atividade Política regulamento e observados os seguintes limites: (Redação dada
pela Lei nº 11.094, de 2005) (Regulamento)
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção (dois) servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº
12.998, de 2014)
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, 8 (oito) servidores. (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades,
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação desde que cadastradas no órgão competente. (Redação dada pela
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Lei nº 12.998, de 2014)
§ 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os de 2014)
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Capítulo V
Dos Afastamentos
Seção VI
Da Licença para Capacitação Seção I
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
para participar de curso de capacitação profissional. (Redação (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002) (Regulamento)

Didatismo e Conhecimento 92
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
I - para exercício de cargo em comissão ou função de § 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista
confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada pela diversa daquela onde exerce o mandato.
Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou Seção III
entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária,
mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República,
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, Supremo Tribunal Federal.
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida
em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das nova ausência.
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
dada pela Lei nº 11.355, de 2006) será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário particular antes de decorrido período igual ao do afastamento,
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da afastamento.
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro carreira diplomática.
próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído § 4o As hipóteses, condições e formas para a autorização de
pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Incluído pela Lei
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste nº 9.527, de 10.12.97)
artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo
sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento se-á com perda total da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de
de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I 2000)
e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado
cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Seção IV
Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
de cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº Do Afastamento para Participação em Programa de
10.470, de 25.6.2002) Pós-Graduação Stricto Sensu no País
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
com a finalidade de promover a composição da força de trabalho Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração,
dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com
determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-
independentemente da observância do constante no inciso I e nos se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
§§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em
(Vide Decreto nº 5.375, de 2005) instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907,
de 2009)
Seção II § 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá,
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo em conformidade com a legislação vigente, os programas de
capacitação e os critérios para participação em programas de pós-
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam- graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
se as seguintes disposições: avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará Lei nº 11.907, de 2009)
afastado do cargo; § 2o Os afastamentos para realização de programas de
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há
III - investido no mandato de vereador: pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não
de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
para a seguridade social como se em exercício estivesse.

Didatismo e Conhecimento 93
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós- § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de à compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um)
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não I e II do caput do art. 76-A desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares 11.501, de 2007)
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data
da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
de 2010) da administração é assegurada, na localidade da nova residência
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício em qualquer época, independentemente de vaga.
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao
afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda,
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência com autorização judicial.
previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade,
na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Capítulo VII
dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, Do Tempo de Serviço
de 2009)
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) dias, que serão convertidos em anos, considerado o ano como de
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação trezentos e sessenta e cinco dias.
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97,
Capítulo VI são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em
Das Concessões virtude de:
I - férias;
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar- II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão
se do serviço: (Redação dada pela Medida provisória nº 632, de ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e
2013) Distrito Federal;
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; III - exercício de cargo ou função de governo ou administração,
II - pelo período comprovadamente necessário para
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do
alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer
Presidente da República;
caso, a 2 (dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
IV - participação em programa de treinamento regularmente
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País,
a) casamento;
conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
11.907, de 2009)
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante,
quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e merecimento;
o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada
respeitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
e alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VIII - licença:
§ 2o Também será concedido horário especial ao servidor a) à gestante, à adotante e à paternidade;
portador de deficiência, quando comprovada a necessidade por b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
junta médica oficial, independentemente de compensação de quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
horário. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensivas pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de c) para o desempenho de mandato classista ou participação de
deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
horário na forma do inciso II do art. 44. (Incluído pela Lei nº 9.527, por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para
de 10.12.97) efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº
11.094, de 2005)

Didatismo e Conhecimento 94
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; § 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
f) por convocação para o serviço militar; sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; § 2o O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
X - participação em competição desportiva nacional ou a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
convocação para integrar representação desportiva nacional, no
País ou no exterior, conforme disposto em lei específica; Art. 108. O prazo para interposição de pedido de
XI - afastamento para servir em organismo internacional de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da
que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 12.300, de 2010)

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
disponibilidade: a juízo da autoridade competente.
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
Municípios e Distrito Federal; Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à
do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em data do ato impugnado.
período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de
2010) Art. 110. O direito de requerer prescreve:
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
no serviço público federal; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à quando outro prazo for fixado em lei.
Previdência Social; Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que
interessado, quando o ato não for publicado.
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art.
102. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando
§ 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
cabíveis, interrompem a prescrição.
contado apenas para nova aposentadoria.
§ 2o Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
Forças Armadas em operações de guerra.
relevada pela administração.
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada
e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
mista e empresa pública. procurador por ele constituído.

Capítulo VIII Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
Do Direito de Petição tempo, quando eivados de ilegalidade.

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade Título IV


competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela Do Regime Disciplinar
a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Capítulo I
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que Dos Deveres
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não
podendo ser renovado. (Vide Lei nº 12.300, de 2010) Art. 116. São deveres do servidor:
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no II - ser leal às instituições a que servir;
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010) manifestamente ilegais;
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; V - atender com presteza:

Didatismo e Conhecimento 95
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XV - proceder de forma desidiosa;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; serviços ou atividades particulares;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
autoridade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando
12.527, de 2011) solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VII - zelar pela economia do material e a conservação do Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
patrimônio público; deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; nº 11.784, de 2008
IX - manter conduta compatível com a moralidade I - participação nos conselhos de administração e fiscal
administrativa; de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou
X - ser assíduo e pontual ao serviço; indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
XI - tratar com urbanidade as pessoas; cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
poder. II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de
será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representando ampla defesa. Capítulo III
Da Acumulação
Capítulo II
Das Proibições Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.
Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
2.225-45, de 4.9.2001)
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
autorização do chefe imediato;
Estados, dos Territórios e dos Municípios.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica
qualquer documento ou objeto da repartição;
condicionada à comprovação da compatibilidade de horários.
III - recusar fé a documentos públicos;
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento
vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos
e processo ou execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas
da repartição; remunerações forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos nº 9.527, de 10.12.97)
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
responsabilidade ou de seu subordinado; Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o,
associação profissional ou sindical, ou a partido político; nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de coletiva. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica
civil; à remuneração devida pela participação em conselhos de
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de
outrem, em detrimento da dignidade da função pública; economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como
X - participar de gerência ou administração de sociedade quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou
privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, indiretamente, detenha participação no capital social, observado o
exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; que, a respeito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela
(Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que
previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em
de cônjuge ou companheiro; cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
estrangeiro; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 96
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Capítulo IV Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos
Das Responsabilidades de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII
e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição
pelo exercício irregular de suas atribuições. de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
ou a terceiros. das faltas punidas com advertência e de violação das demais
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de
somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
recebida. de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
(cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco)
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não
função. houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão efeitos retroativos.
cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será I - crime contra a administração pública;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do II - abandono de cargo;
fato ou sua autoria. III - inassiduidade habitual;
IV - improbidade administrativa;
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade VI - insubordinação grave em serviço;
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
autoridade competente para apuração de informação concernente salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
função pública. (Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) cargo;
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio
Capítulo V nacional;
Das Penalidades XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções
Art. 127. São penalidades disciplinares: públicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
I - advertência;
II - suspensão; Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal
III - demissão; de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua
V - destituição de cargo em comissão; chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de
VI - destituição de função comissionada. dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão,
adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá
a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela nas seguintes fases:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou I - instauração, com a publicação do ato que constituir
atenuantes e os antecedentes funcionais. a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão
mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
disciplinar. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 97
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar- prejuízo da ação penal cabível.
se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela
descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) prazo de 5 (cinco) anos.
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão federal o servidor que for demitido ou destituído do cargo em
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por
intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao
serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório
durante o período de doze meses.
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor,
em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo
habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, refere o art. 133, observando-se especialmente que: (Redação dada
para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando- 9.527, de 10.12.97)
se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do
Lei nº 9.527, de 10.12.97) período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para trinta dias; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) superior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de
§ 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má- doze meses; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará
em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior
§ 7o O prazo para a conclusão do processo administrativo a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas
§ 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação
de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao
as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº
respectivo Poder, órgão, ou entidade;
9.527, de 10.12.97)
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia
imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
demissão. respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração tratar de destituição de cargo em comissão.
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
em destituição de cargo em comissão. demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
destituição de cargo em comissão;

Didatismo e Conhecimento 98
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; Capítulo II
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Do Afastamento Preventivo
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
fato se tornou conhecido. Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade
às infrações disciplinares capituladas também como crime. instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta)
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida dias, sem prejuízo da remuneração.
por autoridade competente.
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
concluído o processo.
Título V
Do Processo Administrativo Disciplinar Capítulo III
Do Processo Disciplinar
Capítulo I
Disposições Gerais Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado
a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, atribuições do cargo em que se encontre investido.
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar,
assegurada ao acusado ampla defesa. Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) composta de três servidores estáveis designados pela autoridade
§ 2o(Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005) competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indicará,
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei nº 9.527,
a irregularidade, mediante competência específica para tal de 10.12.97)
finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo § 1o A Comissão terá como secretário servidor designado
pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus
Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder
membros.
Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da
§ 2o Não poderá participar de comissão de sindicância ou
República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade,
de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado,
preservadas as competências para o julgamento que se seguir à
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
apuração. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
grau.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com
de apuração, desde que contenham a identificação e o endereço
independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à
do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
autenticidade. Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar terão caráter reservado.
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será
arquivada, por falta de objeto. Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes
fases:
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
I - arquivamento do processo; comissão;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
até 30 (trinta) dias; defesa e relatório;
III - instauração de processo disciplinar. III - julgamento.
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar
período, a critério da autoridade superior. não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do
ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) § 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração ponto, até a entrega do relatório final.
de processo disciplinar. § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas que
deverão detalhar as deliberações adotadas.

Didatismo e Conhecimento 99
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção I Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do
Do Inquérito acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio menos um médico psiquiatra.
do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será
utilização dos meios e recursos admitidos em direito. processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após
a expedição do laudo pericial.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo
disciplinar, como peça informativa da instrução. Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a imputados e das respectivas provas.
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério § 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo
Público, independentemente da imediata instauração do processo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
disciplinar. 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
§ 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a e de 20 (vinte) dias.
tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro,
cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando para diligências reputadas indispensáveis.
necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia
elucidação dos fatos. da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o assinatura de (2) duas testemunhas.
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
quesitos, quando se tratar de prova pericial. comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedidos
considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não
nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a
e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
comprovação do fato independer de conhecimento especial de
conhecido, para apresentar defesa.
perito.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a
segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a citado, não apresentar defesa no prazo legal.
expedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados e devolverá o prazo para a defesa.
para inquirição. § 2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora
do processo designará um servidor como defensor dativo, que
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente.
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará
infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos
e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a convicção.
comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados os § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência
procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. ou à responsabilidade do servidor.
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles será § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão
ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem
declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
acareação entre eles.
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém,
julgamento.
reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Didatismo e Conhecimento 100


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção II Seção III
Do Julgamento Da Revisão do Processo

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
§ 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à inadequação da penalidade aplicada.
autoridade competente, que decidirá em igual prazo. § 1o Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento
§ 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da do processo.
pena mais grave. § 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
§ 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação será requerida pelo respectivo curador.
de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às
autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
§ 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servidor,
requerente.
a autoridade instauradora do processo determinará o seu
arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo ainda não apreciados no processo originário.
quando contrário às provas dos autos.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
responsabilidade. onde se originou o processo disciplinar.
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149.
autoridade que determinou a instauração do processo ou outra
de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
instauração de novo processo.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
10.12.97) arrolar.
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade
do processo. Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que conclusão dos trabalhos.
trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo
IV do Título IV. Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade processo disciplinar.
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
individuais do servidor. Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a
penalidade, nos termos do art. 141.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime,
Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a
instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
autoridade julgadora poderá determinar diligências.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos
acaso aplicada. do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão,
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o que será convertida em exoneração.
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
demissão, se for o caso. agravamento de penalidade.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: Título VI


I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da Da Seguridade Social do Servidor
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado Capítulo I
ou indiciado; Disposições Gerais
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o
de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. servidor e sua família.

Didatismo e Conhecimento 101


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não d) assistência à saúde.
seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo § 1o As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
na administração pública direta, autárquica e fundacional não pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os
terá direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
exceção da assistência à saúde.(Redação dada pela Lei nº 10.667, § 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por
de 14.5.2003) fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.
sem direito à remuneração, inclusive para servir em organismo
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com Capítulo II
o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência Dos Benefícios
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do
Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar Seção I
o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os Da Aposentadoria
benefícios do mencionado regime de previdência.(Incluído pela
Lei nº 10.667, de 14.5.2003) Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem Constituição)
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração proporcionais nos demais casos;
total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. proventos proporcionais ao tempo de serviço;
(Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) III - voluntariamente:
§ 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos (trinta) se mulher, com proventos integrais;
servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com
vencimento.(Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) proventos integrais;
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
compreende um conjunto de benefícios e ações que atendam às 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
seguintes finalidades: de serviço.
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, § 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou
invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose
e reclusão; ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase,
III - assistência à saúde. cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e
incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar,
desta Lei. com base na medicina especializada.
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art.
servidor compreendem: 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, «a» e «c», observará o
I - quanto ao servidor: disposto em lei específica.
a) aposentadoria; § 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à
b) auxílio-natalidade; junta médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada
c) salário-família; a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a
d) licença para tratamento de saúde; impossibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
f) licença por acidente em serviço;
g) assistência à saúde; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho declarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele
satisfatórias; em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço
II - quanto ao dependente: ativo.
a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará
c) auxílio-reclusão; a partir da data da publicação do respectivo ato.

Didatismo e Conhecimento 102


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de licença § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
quatro) meses. § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
§ 2o Expirado o período de licença e não estando em público, quando a parturiente não for servidora.
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor
será aposentado. Seção III
§ 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da Do Salário-Família
licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado
como de prorrogação da licença. Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão inativo, por dependente econômico.
consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos
ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela para efeito de percepção do salário-família:
Lei nº 11.907, de 2009) I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
convocado a qualquer momento, para avaliação das condições que II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
11.907, de 2009) inativo;
III - a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com
Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando
observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma
o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho
data e proporção, sempre que se modificar a remuneração dos
ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da
servidores em atividade.
aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e
em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
dos dependentes.
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
especificadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for
considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
provento integral, calculado com base no fundamento legal de nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
concessão da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 11.907, Previdência Social.
de 2009)
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da
atividade. Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação
natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será
ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. concedida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº
11.907, de 2009)
Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente § 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada
participado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, encontrar internado
será concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte § 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde
e cinco) anos de serviço efetivo. se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor,
e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art.
Seção II 230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação
Do Auxílio-Natalidade dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos
motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor humanos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907,
vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. de 2009)

Didatismo e Conhecimento 103


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica
oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009) Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de
o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em
previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas dois períodos de meia hora.
hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa)
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 dias de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
perícia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
pela Lei nº 11.907, de 2009) artigo será de 30 (trinta) dias.

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se Seção VI


referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de Da Licença por Acidente em Serviço
lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou
qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o. Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o
servidor acidentado em serviço.
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões
orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica. Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico
ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento). I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e servidor no exercício do cargo;
suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
Lei nº 12.998, de 2014) versa.
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo
órgão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de
(Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada,
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou à conta de recursos públicos.
parceria com os órgãos e entidades da administração direta, suas Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica
autarquias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) oficial constitui medida de exceção e somente será admissível
III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição
à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam pública.
autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de
junho de 1993, e demais normas pertinentes. (Incluído pela Lei nº Seção VII
12.998, de 2014) Da Pensão

Seção V Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses


Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade legais, fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o
limite estabelecido no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 Federal e no art. 2o da Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004.
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
§ 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014)
de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. (Vigência) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá início
a partir do parto. Art. 217. São beneficiários das pensões:
§ 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do I - o cônjuge;(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
apta, reassumirá o exercício. b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora c) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. d) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 104


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada,
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união
com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual
a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
c) Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
III - o companheiro ou companheira que comprove união presumida do servidor, nos seguintes casos:
estável como entidade familiar;(Incluído pela Lei nº 13.135, de I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
2015) competente;
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou
seguintes requisitos:(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) acidente não caracterizado como em serviço;
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo
ou em missão de segurança.
13.135, de 2015)
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em
b) seja inválido;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
c)(Vide Lei nº 13.135, de 2015) (Vigência)
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.
regulamento;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
I - o seu falecimento;
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no
concessão da pensão ao cônjuge;
inciso IV.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário
§ 1o A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam inválido, o afastamento da deficiência, em se tratando de
os incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos beneficiário com deficiência, ou o levantamento da interdição, em
incisos V e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) se tratando de beneficiário com deficiência intelectual ou mental
§ 2o A concessão de pensão aos beneficiários de que trata que o torne absoluta ou relativamente incapaz, respeitados os
o inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e “b”
VI.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) do inciso VII; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 3o O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho
mediante declaração do servidor e desde que comprovada ou irmão; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
dependência econômica, na forma estabelecida em regulamento. V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) VI - a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei nº 13.135,
de 2015)
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I
o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários a III do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que
§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se
2015) o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº
2015) 13.135, de 2015)
§ 3o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo
com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois)
prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 anos após o início do casamento ou da união estável: (Incluído
(cinco) anos. pela Lei nº 13.135, de 2015)
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos
oferecida. de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove)
Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
pela Lei nº 13.135, de 2015) 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e
servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 105


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) indenizado, observado o disposto no artigo anterior.
§ 1o A critério da administração, o beneficiário de pensão
cuja preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora
por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte
avaliação das referidas condições. (Incluído pela Lei nº 13.135, do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
de 2015) fundação pública.
§ 2o Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no
inciso III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, Seção IX
ambos do caput, se o óbito do servidor decorrer de acidente de Do Auxílio-Reclusão
qualquer natureza ou de doença profissional ou do trabalho,
independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-
mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de reclusão, nos seguintes valores:
união estável. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade
§ 3o Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e
competente, enquanto perdurar a prisão;
desde que nesse período se verifique o incremento mínimo de
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude
um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos,
de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine
correspondente à expectativa de sobrevida da população brasileira a perda de cargo.
ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades § 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor
para os fins previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.
ato do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, § 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda
referido incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) que condicional.
§ 4o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência § 3o Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão
Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos
será considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições dependentes do segurado recolhido à prisão. (Incluído pela Lei nº
mensais referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput. 13.135, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Capítulo III
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a Da Assistência à Saúde
respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada
pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo,
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) e de sua família compreende assistência médica, hospitalar,
II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) odontológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica
o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção
Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS,
mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o
dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art. servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma
189. de auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido
pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma
estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302
percepção cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge
de 2006)
ou companheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões.
§ 1o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico
ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou
Seção VIII entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades
Do Auxílio-Funeral de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins
lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor Nacional do Seguro Social - INSS. (Incluído pela Lei nº 9.527,
falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um de 10.12.97)
mês da remuneração ou provento. § 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da
§ 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade
pago somente em razão do cargo de maior remuneração. promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa
§ 2o (VETADO). jurídica, que constituirá junta médica especificamente para esses
§ 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) fins, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes,
horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam
que houver custeado o funeral. respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora
da profissão. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)

Didatismo e Conhecimento 106


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção
União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.
de serviços de assistência à saúde para os seus servidores ou
empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
seus respectivos grupos familiares definidos, com entidades da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os
de autogestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto
de 2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão processual;
regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
data somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica final do mandato, exceto se a pedido;
sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até em assembléia geral da categoria.
12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de e)(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
órgão regulador; (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) constem do seu assentamento individual.
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
§ 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido companheiro, que comprove união estável como entidade familiar.
pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de
assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício,
Capítulo IV em caráter permanente.
Do Custeio
Título IX
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99) Capítulo Único
Das Disposições Transitórias e Finais
Título VII
Capítulo Único Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos
Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as
Art. 232. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários
Art. 234. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do
Art. 235. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93) Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, cujos
Título VIII contratos não poderão ser prorrogados após o vencimento do prazo
Capítulo Único de prorrogação.
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no
Das Disposições Gerais
regime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na
data de sua publicação.
Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não
e oito de outubro.
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas
Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou
Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos entidades na forma da lei.
funcionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de § 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS,
carreira: exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal,
I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos ficam extintas na data da vigência desta Lei.
que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos § 4o (VETADO).
operacionais; § 5o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários
II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.
condecoração e elogio. § 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade
no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade
Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo
dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos
vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Didatismo e Conhecimento 107


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e
não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais 102o da República.
Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme
critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante FERNANDO COLLOR
indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo Jarbas Passarinho
exercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.12.1990 e
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na republicado em 18.3.1998
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista Brastra.gif (4376 bytes)
no parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do Presidência da República
disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo Casa Civil
quando considerados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, Subchefia para Assuntos Jurídicos
de 10.12.97)
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos
aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo
anuênio. Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei n.°
8.112, de 11 de dezembro de 1990, que “dispõe sobre o Regime
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e
nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada das fundações públicas federais”.
em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87
a 90. O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:

Art. 246. (VETADO). Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu,
MAURO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, do § 7° do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes partes da
haverá ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990:
ao período de contribuição por parte dos servidores celetistas
abrangidos pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de “Art. 87 ....................................................................................
8.1.91) .........................................
§ 1° ...........................................................................................
.......................................
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
§ 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não
desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
gozados pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em
do servidor.
pecúnia, em favor de seus beneficiários da pensão.
Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231,
Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para
os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e
aposentadoria com provento integral será aposentado:
nos percentuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da
I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente
União conforme regulamento próprio.
superior àquela em que se encontra posicionado;
II - quando ocupante da última classe da carreira, com a
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a remuneração do padrão correspondente, acrescida da diferença
satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a entre esse e o padrão da classe imediatamente anterior.
aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção,
outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele chefia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão,
dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional) por período de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos
interpolados, poderá aposentar-se com a gratificação da função ou
Art. 251. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) remuneração do cargo em comissão, de maior valor, desde que
exercido por um período mínimo de 2 (dois) anos.
Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, § 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de
com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente. maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será
incorporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em
Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de comissão imediatamente inferior dentre os exercidos.
1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais § 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
disposições em contrário. previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata o art.
62, ressalvado o direito de opção.

Didatismo e Conhecimento 108


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 231. ................................................................................... II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
........................................ jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
§ 1° ........................................................................................... de decisão.
.......................................
§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
do Tesouro Nacional. aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
Art. 240. ................................................................................... segurança jurídica, interesse público e eficiência.
........................................ Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
a) .............................................................................................. observados, entre outros, os critérios de:
....................................... I - atuação conforme a lei e o Direito;
b) .............................................................................................. II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia
....................................... total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em
c) .............................................................................................. lei;
....................................... III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada
d) de negociação coletiva; a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
do Trabalho, nos termos da Constituição Federal. boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
satisfazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de
aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
dos Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
determinarem a decisão;
dispositivo.”
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos
direitos dos administrados;
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar
e 103° da República.
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos
administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,
8. NOÇÕES DE GESTÃO DE PROCESSOS:
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
FERRAMENTAS E CONCEITOS. litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados;
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999. XIII - interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige,
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
Pública Federal.
CAPÍTULO II
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a
CAPÍTULO I Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo suas obrigações;
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
ao melhor cumprimento dos fins da Administração. cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos proferidas;
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho III - formular alegações e apresentar documentos antes
de função administrativa. da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: competente;
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
Administração direta e da estrutura da Administração indireta; quando obrigatória a representação, por força de lei.

Didatismo e Conhecimento 109


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
CAPÍTULO III CAPÍTULO VI
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO DA COMPETÊNCIA

Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
I - expor os fatos conforme a verdade; casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário; Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
colaborar para o esclarecimento dos fatos. a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão
CAPÍTULO IV de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
DO INÍCIO DO PROCESSO territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
a pedido de interessado. presidentes.

Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e I - a edição de atos de caráter normativo;
conter os seguintes dados: II - a decisão de recursos administrativos;
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
II - identificação do interessado ou de quem o represente; autoridade.
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de
comunicações; Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
publicados no meio oficial.
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
fundamentos;
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
ressalva de exercício da atribuição delegada.
de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem delegado.
pretensões equivalentes.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão
CAPÍTULO V publicamente os locais das respectivas sedes e, quando
DOS INTERESSADOS conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de
interesse especial.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo
administrativo: Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de grau hierárquico para decidir.
representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos CAPÍTULO VII
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
III - as organizações e associações representativas, no tocante
a direitos e interesses coletivos; Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas servidor ou autoridade que:
quanto a direitos ou interesses difusos. I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito,
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto
os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
normativo próprio. III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

Didatismo e Conhecimento 110


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de representar;
atuar. V - informação da continuidade do processo independentemente
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o do seu comparecimento;
impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias
Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor úteis quanto à data de comparecimento.
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,
interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro
parentes e afins até o terceiro grau. meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
objeto de recurso, sem efeito suspensivo. meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância
CAPÍTULO VIII das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO supre sua falta ou irregularidade.
PROCESSO
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. pelo administrado.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura garantido direito de ampla defesa ao interessado.
da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo
somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus,
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos
ser feita pelo órgão administrativo.
de outra natureza, de seu interesse.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas
seqüencialmente e rubricadas.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e
o processo.
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal
os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo
procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor
atuações probatórias.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos
ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que autos os dados necessários à decisão do processo.
dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
motivo de força maior. devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se
preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
se outro for o local de realização. interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
CAPÍTULO IX terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS a parte interessada.
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
de decisão ou a efetivação de diligências. alegações escritas.
§ 1o A intimação deverá conter: § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito
administrativa; de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
II - finalidade da intimação comum a todas as alegações substancialmente iguais.
III - data, hora e local em que deve comparecer;

Didatismo e Conhecimento 111


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a
pública para debates sobre a matéria do processo. respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
atraso.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e
de administrados, diretamente ou por meio de organizações e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
associações legalmente reconhecidas. de quem se omitiu no atendimento.

Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
de outros meios de participação de administrados deverão ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos
apresentados com a indicação do procedimento adotado. e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão
responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser
realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo
ata, a ser juntada aos autos. for legalmente fixado.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. prévia manifestação do interessado.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a
registrados em documentos existentes na própria Administração obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros
órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção
protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à
dos documentos ou das respectivas cópias.
imagem.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para
da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer
emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido
diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à
inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta
matéria objeto do processo.
de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
motivação do relatório e da decisão. autoridade competente.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando CAPÍTULO XI
sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. DO DEVER DE DECIDIR

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, reclamações, em matéria de sua competência.
forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a
órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo
a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. prorrogação por igual período expressamente motivada.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao CAPÍTULO XII


interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, DA MOTIVAÇÃO
o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
mencionando-se data, hora e local de realização. III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública;
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de licitatório;
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de V - decidam recursos administrativos;
maior prazo. VI - decorram de reexame de ofício;

Didatismo e Conhecimento 112


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão CAPÍTULO XV
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
convalidação de ato administrativo. Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, razões de legalidade e de mérito.
podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o
neste caso, serão parte integrante do ato. encaminhará à autoridade superior.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos administrativo independe de caução.
das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
interessados.
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar,
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
termo escrito. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência
CAPÍTULO XIII Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
DO PROCESSO
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, processo;
renunciar a direitos disponíveis. II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia afetados pela decisão recorrida;
atinge somente quem a tenha formulado. III - as organizações e associações representativas, no tocante
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, a direitos e interesses coletivos;
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
considerar que o interesse público assim o exige. difusos.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir
processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão
da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias,
CAPÍTULO XIV a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de
adquiridos. reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os tem efeito suspensivo.
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
praticados, salvo comprovada má-fé. incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. efeito suspensivo ao recurso.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
validade do ato.
de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que I - fora do prazo;
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela II - perante órgão incompetente;
própria Administração. III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.

Didatismo e Conhecimento 113


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a CAPÍTULO XVIII
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a
ocorrida preclusão administrativa. reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente
os preceitos desta Lei.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão
confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a ou instância, os procedimentos administrativos em que figure
decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo 2009).
puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível
2006). Vigência e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da
competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída
futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de
de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e 2009).
penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício,
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem administrativa competente, que determinará as providências a
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de serem cumpridas. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar § 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
agravamento da sanção. § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).

CAPÍTULO XVI Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
DOS PRAZOS
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e 111o
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da da República.
cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e
incluindo-se o do vencimento. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo 9. COMPRAS PÚBLICAS.
contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. A corrente que defende a Lei afirma que é impossível
controlar as aquisições públicas sem os processos licitatórios e
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente argumentam ainda que este instrumento é o meio capaz de gerar
comprovado, os prazos processuais não se suspendem. economicidade, igualdade e moralidade nas contratações públicas
(PIMENTA, 1998).
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES No seu Artigo 1º a Lei 8.666/93 estabelece:
Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Didatismo e Conhecimento 114


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Segundo Justen Filho (2000), a licitação consiste em um O Pregão tem uma peculiaridade em relação ao seu objeto,
procedimento administrativo, composto de atos sequenciais, pois estes só podem ser bens e serviços de uso comum, cujos
ordenados e independentes, mediantes os quais a Administração padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu definidos em edital, sendo vedada a utilização para bens e serviços
interesse, devendo ser conduzida em estrita conformidade com os de engenharia, locações imobiliárias e alienações.
princípios constitucionais e aqueles que lhes são correlatos. Além de prevê as modalidades de licitação, a Lei 8.666/93
A Lei 8.666/93 em seu Art. 3º prevê: estabelece em ser art. 45, os tipos de julgamento das propostas,
A licitação destina-se a garantir a observância do princípio que devem ser previamente estabelecidos no ato convocatório e de
constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a
vantajosa para a Administração e será processada e julgada em possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, Os critérios podem ser por menor preço; melhor técnica; técnica e
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, preço ou maior lance ou oferta.
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento No Menor Preço, será vencedor o licitante que apresentar a
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos. proposta de acordo com as especificações constantes no edital e
A Lei 8.666/93 estabeleceu cinco modalidades de licitação: ofertar o menor preço.
Concorrência; Tomada de Preços; Convite; Concurso; Leilão. Na Melhor Técnica, selecionará o proponente melhor
Entretanto, a Lei 10.520, de 17 de julho de 2002, instituiu a sexta qualificado para execução de uma técnica para atingir um
modalidade de licitação denominada Pregão, para aquisição de determinado fim.
bens e serviços comuns. Na Técnica e Preço será selecionada a proposta que alcance a
Para cada modalidade de licitação há exigências específicas maior média ponderada das valorizações das propostas técnicas e
de procedimentos, formalização do processo e prazos. Respeitadas de preço, de acordo com os pesos pré-estabelecidos.
as exceções estabelecidas na Lei, o que determina a modalidade da No Maior Lance ou oferta vence o licitante que fizer a melhor
proposta quando da alienação de bens ou concessão de direito real
contratação é o valor do objeto a ser contratado.
de uso.
É importante salientar que a obrigatoriedade em utilizar as
modalidades Concorrência; Tomada de Preços e Convite, é dada
2.2 - Inexibilidade e Dispensa de Licitação
para valores superiores a um limite estabelecido nas legislações
Apesar do ordenamento jurídico brasileiro ter referendado a
de cada Ente Federativo; porém, valores abaixo do limite também
licitação como regra para a contratação, por parte da Administração
podem ser licitados através das modalidades mais complexas, caso
Pública, este prevê exceções nas quais a contratação pode ser
seja necessário, ou seja, pequenas compras podem ser realizadas
realizada de forma direta. As previsões transcritas tanto no art. 17
através de Concorrência.
quanto no art. 24 da Lei 8.666/93, só devem ocorrer por razões de
As modalidades Concurso, Leilão e Pregão têm procedimentos
interesse público e nos casos expressamente previstos.
diversos e não estão vinculadas a tabelas de valores. Justen Filho (2000) assim descreve sobre a questão:
O Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer a supremacia do interesse público fundamenta a exigência,
interessados, para escolha de trabalho técnico, científico ou como regra geral, de licitação para contratações da Administração
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos Pública. No entanto, existem hipóteses em que a licitação formal
vencedores. seria impossível ou frustraria a própria consecução dos interesse
O Leilão é a modalidade de licitação para a venda de bens públicos.(...). Por isso, autoriza-se a Administração a adotar um
móveis inservíveis para a Administração e mercadorias legalmente outro procedimento, em que formalidades são suprimidas ou
apreendidas ou penhoradas. substituídas por outras.
O Pregão é a modalidade de licitação para aquisição de bens Uma das formas de contratação direta é a inexibilidade de
e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado, onde a licitação, que tem como característica o fato de que a licitação não
disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances é possível, haja vista que um dos possíveis competidores possui
em sessão pública ou por meio eletrônico. qualidades que atendem de forma exclusiva às necessidades da
Justen Filho (2000) descreve o Pregão nos seguintes termos: administração pública, inviabilizando os demais participantes.
O pregão é absolutamente peculiar, com duas características A utilização deste dispositivo deverá obedecer a comprovação
fundamentais. Uma consiste na inversão das fases de habilitação de exclusividade em relação a especificação do item a ser
e julgamento. Outra é a possibilidade de renovação de lances contratado, sendo vedada a indicação de uma marca específica
por todos ou alguns dos licitantes, até chegar-se à proposta mais quando houver mais de uma que atenda as exigências descritas
vantajosa. Em segundo lugar, o pregão comporta propostas por no item.
escrito, mas o desenvolvimento do certame envolve a formação Outra forma de contratação direta é através da dispensa
de novas proposições (“lances”), sobre forma verbal (ou, mesmo, de licitação, que tem como característica o fato de que a
por via eletrônica). Em terceiro lugar, podem participar quaisquer licitação é possível, entretanto não se realiza por conveniência
pessoas, inclusive aqueles não inscritos em cadastro. Sob um certo administrativa. Para caracterizar a dispensa, a Lei 8.666/93, no seu
ângulo, o pregão é uma modalidade muito similar ao leilão, apenas art. 24, enumerou 24 situações que tornam facultativo o processo
que não se destina a alienação de bens públicos e à obtenção licitatório. Fatores como emergência e a relação custo-benefício,
da maior oferta possível. O pregão visa à aquisição de bens ou são exemplos do que deve ser levado em consideração na opção
contratações de serviços comuns, pelo menor preço. deste tipo de contratação.

Didatismo e Conhecimento 115


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
3 - Procedimentos de Contratação É esperado que a tendência atual seja que, nos processos de
Em relação aos procedimentos para contratação, a Lei contratação não analise apenas se a norma foi cumprida, mas se o
8.666/93, nos seus artigos 14 e 15, traz de forma bastante objetiva valor contratado foi o mais vantajoso e se os objetivos propostos
as regras que deverão ser obedecidas nos procedimentos de foram alcançados. A burocracia deixará de exercer o papel
contratação com a administração pública. principal, se tornando acessória.
Outro ponto importante é a diminuição da utilização das
A Lei 8.666/93 prevê: compras públicas como instrumento de política industrial e
de reservas de mercado para setores específicos, o que tende a
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
aumentar a competitividade com a busca do menor preço com a
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários
para seu pagamento sob pena de nulidade do ato e responsabilidade maior qualidade.
de quem lhe tiver dado causa. A flexibilização dos processos ainda se faz bastante necessária
e urgente, devido ao fato de que os organismos internacionais
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: exigem a aplicação de suas regras na utilização de seus empréstimos
I. Atender ao princípio da padronização, que imponha e estas são bastante ágeis e devem estar compatíveis com as normas
compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, internas. È importante salientar que a cada ano vem crescendo a
observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, participação dos empréstimos de organismos internacionais para
assistência técnica e garantias oferecidas; financiar as compras públicas brasileiras.
II. Ser processadas através de sistema de registro de preços;
III. Submeter-se às condições de aquisição e pagamento Fonte: http://licitacao.uol.com.br/apoio-juridico/
semelhantes às do setor privado; artigos/63-politica-de-compras-na-administracao-publica-
IV. Ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias brasileira.html?showall=&start=1
para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando
economicidade;
V. Balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
entidades da Administração Pública.
10. CONTRATOS PÚBLICOS.
3.1 - Registro de Preços
De acordo com o art. 15 da Lei 8.666/93, as compras, sempre
que possível, deverão ser processadas através de sistema de
registro de preços. Este consiste em uma forma de contratação, Preza a Lei Federal nº 8.666/93, em seu artigo 67, que os con-
onde a administração pública promove uma concorrência para tratos firmados pela Administração Pública serão acompanhados
estabelecer preços para itens que virá a necessitar, gerando para e fiscalizados por representantes da mesma. Este fiscal terá como
o fornecedor vencedor uma expectativa de venda de acordo com principal obrigação verificar o atendimento a todas as cláusulas
a necessidade futura da administração, até o limite do quantitativo do contrato, seções do edital e do projeto básico. Cumpre obser-
previsto no processo licitatório. var que para todos estes instrumentos há um rol exemplificativo
Este modelo traz características bastante positivas para a
e mínimo de itens obrigatórios tanto na Lei 8.666/93 quanto nas
administração pública, tais como, a redução significativa de
demais legislações que regulamentam procedimentos de licitação.
gastos com gestão de grandes estoques e a não necessidade de
disponibilizar um grande volume de capital em uma única compra, Nesse sentido, pode o Administrador Público incluir nos con-
haja vista que estas serão realizadas de forma paulatina, atendendo tratos, editais e termos de referência cláusulas ou itens que propi-
a cada necessidade que venha a surgir. ciem o atendimento ao nível de qualidade necessário desde que
este não restrinja a competição e estejam devidamente fundamen-
4 - Considerações Finais tados. Um exemplo destas cláusulas que não são contempladas nas
A política de compras governamentais no Brasil, apesar de leis, mas que são incluídas em alguns contratos é a “Da Fraude e
estar alicerçada em uma legislação pouco flexível, está seguindo da Corrupção”, a inclusão desta cláusula em contratos cujo objeto
a tendência para a flexibilização dos processos, com controle seja custeado por recursos do Banco Mundial é obrigatória confor-
nos resultados e não apenas nos meios. Já está comprovado que me disposto na publicação: “Diretrizes: Seleção e Contratação de
o excesso de formalismos não garante a utilização eficiente dos Consultores pelos Mutuários do Banco Mundial”.
recursos públicos. Além da citada lei, o Ministério do Planejamento, Orçamento
Atualmente percebe-se a implantação de uma série de e Gestão por meio da Secretaria de Logística e Tecnologia da In-
iniciativas, no sentido de aprimorar os processos relacionados
formação (SLTI) editou em 2008 a Instrução Normativa nº 02 de
a gestão de compras, incorporando modernas ferramentas já
utilizadas com eficiência na iniciativa privada. A utilização do 30/04/2008, que “dispõe sobre regras e diretrizes para a contrata-
comércio eletrônico, a contratação através do registro de preços ção de serviços, continuados ou não.”
e a incorporação do pregão como modalidade de licitação são Nesta Instrução Normativa, nos itens abaixo transcritos, são
exemplos da preocupação com a otimização dos processos. previstas as regras principais para a inclusão de Acordos de Nível
Faz necessário, com a maior brevidade possível, a revisão de Serviço em editais e sua aplicação.
da legislação vigente, visando simplificar os procedimentos;
padronizar e racionalizar as rotinas e introduzindo controles de Art. 15. O Projeto Básico ou Termo de Referência deverá conter:
custo gerenciais. [...]

Didatismo e Conhecimento 116


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
X - a unidade de medida utilizada para o tipo de serviço a ser § 2º O órgão contratante deverá monitorar constantemente o
contratado, incluindo as métricas, metas e formas de mensuração nível de qualidade dos serviços para evitar a sua degeneração, de-
adotadas, dispostas, sempre que possível, na forma de Acordo de vendo intervir para corrigir ou aplicar sanções quando verificar
Níveis de Serviços, conforme estabelece o inciso XVII deste ar- um viés contínuo de desconformidade da prestação do serviço à
tigo; qualidade exigida.
[...]
XVII - o Acordo de Níveis de Serviços, sempre que possível, Anexo I:
conforme modelo previsto no anexo II, deverá conter: [...]
a) os procedimentos de fiscalização e de gestão da qualidade XXII - ACORDO DE NÍVEL DE SERVIÇO - ANS, para os
do serviço, especificando-se os indicadores e instrumentos de me- fins desta Instrução Normativa, é um ajuste escrito, anexo ao con-
dição que serão adotados pelo órgão ou entidade contratante; trato, entre o provedor de serviços e o órgão contratante, que defi-
b) os registros, controles e informações que deverão ser pres- ne, em bases compreensíveis, tangíveis objetivamente observáveis
tados pela contratada; e e comprováveis, os níveis esperados de qualidade da prestação do
c) as respectivas adequações de pagamento pelo não atendi- serviço e respectivas adequações de pagamento;
mento das metas estabelecidas.
[...]
HIPÓTESES DE EXPLICAÇÃO DA LÓGICA DE IN-
CLUSÃO DE ACORDO DE NÍVEIS DE SERVIÇO EM
Art. 17. Quando for adotado o Acordo de Níveis de Serviços,
este deverá ser elaborado com base nas seguintes diretrizes: CONTRATOS PÚBLICOS
I - antes da construção dos indicadores, os serviços e resul-
tados esperados já deverão estar claramente definidos e identifi- Partindo do conceito apresentado pela Instrução Normativa do
cados, diferenciando-se as atividades consideradas críticas das Governo Federal, cumpre observar que pressuposto essencial do
secundárias; Acordo de Nível de Serviço (ANS) é a quantificação da qualidade
II - os indicadores e metas devem ser construídos de forma do serviço prestado em bases compreensíveis, tangíveis objetiva-
sistemática, de modo que possam contribuir cumulativamente para mente observáveis e comprováveis.
o resultado global do serviço e não interfiram negativamente uns Quanto ao termo bases compreensíveis, entende-se que o tex-
nos outros; to do edital não pode incluir frases com possibilidade de dupla
III - os indicadores devem refletir fatores que estão sob con- interpretação, termos desconhecidos da pessoa média e deve optar
trole do prestador do serviço; pela simplicidade das orações. Neste caso, deve-se privilegiar a
IV - previsão de fatores, fora do controle do prestador, que interpretação gramatical da norma, não indo nem além nem aquém
possam interferir no atendimento das metas; do texto escrito no edital e seus anexos.
V - os indicadores deverão ser objetivamente mensuráveis, de Devem ser compreensíveis também os fatos que gerem a in-
preferência facilmente coletáveis, relevantes e adequados à natu- cidência da ANS, logo a descrição detalhada do objeto no Termo
reza e características do serviço e compreensíveis. de Referência também deve ser de fácil entendimento tanto com a
VI - evitar indicadores complexos ou sobrepostos; finalidade da correta caracterização e precificação do objeto, con-
VII - as metas devem ser realistas e definidas com base em forme se verifica na Lei Federal 8.666/93, quanto para servir de
uma comparação apropriada; base para mensuração do ANS.
VIII - os pagamentos deverão ser proporcionais ao atendimen- Quanto aos requisitos de tangibilidade e objetividade de ob-
to das metas estabelecidas no ANS, observando-se o seguinte: servação estes podem ser resumidamente explicados da seguinte
a) as adequações nos pagamentos estarão limitadas a uma fai- forma: tangível é o que pode ser percebido de maneira precisa, ou
xa específica de tolerância, abaixo da qual o fornecedor se sujeitará seja, passível de comprovação; quanto à objetividade esta se refere
às sanções legais; e à imparcialidade, comprovação por fatos “crus” ou números, que
b) na determinação da faixa de tolerância de que trata a alínea
não são afetados por interpretação subjetiva.
anterior, considerar-se-á a relevância da atividade, com menor ou
Quanto ao requisito da obrigatoriedade de comprovação este
nenhuma margem de tolerância para as atividades consideradas
já está implícito no requisito da tangibilidade. Sendo assim, pode-
críticas.
IX - o não atendimento das metas, por ínfima ou pequena di- se entender que, além de comprovável,a cobrança do ANS deveter
ferença, em indicadores não críticos, poderá ser objeto apenas de as características próprias da prova documental e esta, ser acres-
notificação nas primeiras ocorrências, de modo a não comprometer centada ao processo de execução do serviço.
a continuidade da contratação. Devem constar do projeto básico ou termo de referência, nos
[...] termos do art. 15, inciso X, da Instrução Normativa nº 02/2008
da SLTI, a unidade de medida utilizada para o tipo de serviço a
Art. 33. A verificação da adequação da prestação do serviço ser contratado, incluindo as métricas, metas e formas de mensu-
deverá ser realizada com base no Acordo de Níveis de Serviço, ração adotadas dispostos de forma igual à que constará no ANS.
quando houver, previamente definido no ato convocatório e pac- Percebe-se que o redator da citada Instrução se preocupou com a
tuado pelas partes. uniformidade do edital e seus anexos, o que facilita a compreensão
§ 1º O prestador do serviço poderá apresentar justificativa e reduz a chance de existência de informações contraditórias.
para a prestação do serviço com menor nível de conformidade, Além dos requisitos extraídos do conceito de Acordo de Ní-
que poderá ser aceita pelo órgão ou entidade, desde que comprova- vel de Serviço, o inciso XVII do art. 15 da Instrução Normativa
da a excepcionalidade da ocorrência, resultante exclusivamente de nº02/2008 da SLTI, determina que nos documentos referentes à
fatores imprevisíveis e alheios ao controle do prestador. contratação constem:

Didatismo e Conhecimento 117


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
a) os procedimentos de fiscalização e de gestão da qualidade Art. 69.  O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,
do serviço, especificando-se os indicadores e instrumentos de me- reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
dição que serão adotados pelo órgão ou entidade contratante; objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor-
b) os registros, controles e informações que deverão ser pres- reções resultantes da execução ou de materiais empregados.
tados pela contratada; e [...]
c) as respectivas adequações de pagamento pelo não atendi-
mento das metas estabelecidas. Art. 77.  A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
Tais informações nada mais são que desdobramentos práticos rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
dos três requisitos de validade do ANS extraídos do conceito. ou regulamento.
As regras para elaboração de um Acordo de Nível de Serviço [...]
constam do art. 17 da Instrução Normativa nº02/2008 da SLTI.
Para tanto o gestor da aquisição ou contrato deverá: Art. 87.  Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi-
1.       identificar e definir previamente e de forma clara (requi- nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado
sito da tangibilidade) os serviços e resultados esperados; as seguintes sanções:
2.       após a identificação e definição acima definir criticidade I - advertência;
das atividades (tanto para serviços quanto para resultados); II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
3.       se houver mais de um indicador de ANS a ser criado, no contrato;
cria-los de forma que haja harmonia entre todo o conjunto, não III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
existindo, por exemplo, indicadores que se anulem ou que redu- pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-
zam a eficácia uns dos outros; rior a 2 (dois) anos;
4.       devem fazer parte do indicador apenas fatores que estão IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-
sob o controle do prestador de serviço. Caso existam fatores que
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
não estão sob o controle do prestador de serviço estes deverão es-
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
tar expressos e não devem contar, quando ocorrerem, do cálculo
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
do ANS;
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
5.       os indicadores deverão ser objetivamente mensuráveis, no inciso anterior.
de preferência facilmente coletáveis, relevantes e adequados à na- § 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia
tureza e características do serviço e compreensíveis; prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua
6.       evitar indicadores complexos ou sobrepostos; diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de-
7.       as metas devem ser realistas e definidas com base em vidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
uma comparação apropriada; § 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
8.       pagamentos proporcionais ao atendimento da meta es- poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a
tabelecida: defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de
8.1.    as adequações nos pagamentos estarão limitadas a uma 5 (cinco) dias úteis.
faixa específica de tolerância, abaixo da qual o fornecedor se su- § 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com-
jeitará às sanções legais; e petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual
8.2.    na determinação da faixa de tolerância de que trata a alí- ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado
nea anterior, considerar-se-á a relevância da atividade, com menor no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de
ou nenhuma margem de tolerância para as atividades consideradas vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de
críticas. sua aplicação.
9.       o não atendimento das metas, por ínfima ou pequena Como o próprio art. 87 transcrito acima a inexecução não
diferença, em indicadores não críticos, poderá ser objeto apenas de deve ser tratada de forma intolerante havendo diversas formas de
notificação nas primeiras ocorrências, de modo a não comprometer se “avisar” ao prestador do serviço do não atendimento pleno do
a continuidade da contratação disposto em edital. Neste sentido, pergunta-se: por que então é
Dos itens acima é interessante ressaltar que pode parecer que necessário o ANS?
a Administração contratou um serviço, mas que, por mera deli- A resposta pode ser encontrada na estatística, analisando-se o
beração expressa em edital (afinal papel aceita tudo), “resolveu” conceito de erro. Abaixo utilizaremos o conceito apresentado pelo
aceitar um serviço um pouco inferior ao contratado sem aplicar as Instituto de Física “Gleb Wataghin” da UNICAMP.
Todo valor obtido experimentalmente deve ser indicado na
penalidades previstas em lei, desde que tivesse o preço do mesmo
forma: (medida +/- erro) unidade.
reduzido. Tal entendimento não deve prevalecer.
O erro é uma estimativa da faixa em torno do valor medido
O agente público está obrigado a agir nos limites da lei, e a Lei
onde o valor “verdadeiro” tem maior probabilidade de ser encon-
Federal nº 8.666/93 definiu que:
trado. (UNICAMP)
Cumulando o conceito de erro acima com o item 8.1 contido
Art. 66 O contrato deverá ser executado fielmente pelas par- nas regras para elaboração de um ANS, novamente transcrito abai-
tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, xo, pode-se notar uma semelhança: o erro estatístico é a faixa onde
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to- há maior probabilidade de o valor verdadeiro estar, o ANS é a faixa
tal ou parcial. específica de tolerância onde a adequação do serviço contratado
[...] pode estar.

Didatismo e Conhecimento 118


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
As adequações nos pagamentos estarão limitadas a uma faixa O ANS cobrado de forma repetitiva e que, analisando o caso
específica de tolerância, abaixo da qual o fornecedor se sujeitará concreto, verificar-se que a prestação inadequada do serviço cau-
às sanções legais; sará danos à Administração poderá ser subsídio pela aplicação das
Isto quer dizer que, se um valor obtido experimentalmente sanções previstas em lei, quaisquer uma. Atenção para par o fato
pode estar errado, os parâmetros definidos previamente para veri- que as sanções não podem ser aplicadas sem o devido processo le-
ficações de atendimento de execução de um serviço definido com gal conforme disposto no caput art. 87 da Lei Federal nº 8.666/93.
base na experiência própria e subjetiva do gestor também podem. Quanto à aceitação do Acordo de Nível de Serviços pelos ór-
Logo, deve ser atribuída a estes parâmetros estimativas de faixas gãos de fiscalização o Tribunal de Contas da União expediu a Nota
de tolerância (erro estatístico). Este erro, na linguagem da Admi- Técnica 6/2010 – Sefit/TCU a qual tem o objetivo de:
nistração Pública, pode ser entendido como Acordo de Nível de Firmar entendimento da Secretaria de Fiscalização de Tec-
Serviços: desvios objetivamente verificados que pode ser deriva- nologia da Informação (Sefti) sobre a aplicabilidade da gestão de
dos das definições iniciais do serviço. nível de serviço como mecanismo de pagamento por resultados em
Deve-se ponderar contundo que, embora os conceitos sejam contratações de serviços de Tecnologia da Informação (TI) pela
semelhantes, matematicamente não pode ser aplicada a fórmula do Administração Pública Federal (APF).
erro à definição dos níveis de serviço. Isto porque algumas variá-
veis que devem ser conhecidas para o cálculo do erro não são co-
nhecidas no momento da definição dos parâmetros de atendimento
aos contratos administrativos. 11. PATRIMÔNIO PÚBLICO.
Preliminarmente e de forma simplificada, verificou-se tam-
bém que a curva criada a partir de dados disponíveis de contratos
que continham controle de sua execução com base no acordo de
nível de serviço não coincide com as particularidades da curva ca- Bens Públicos
racterística do erro estatístico. É o conjunto de coisas corpóreas e incorpóreas, imóveis
Neste sentido, apesar de o conceito do erro estatístico ser uma e semoventes de que o Estado se vale para poder exercer suas
possível explicação para a adoção do Acordo de Nível de Serviço, funções administrativas e sociais. (Meirelles, 2004, p. 493).
deve-se desenvolver metodologia e fórmula próprias para justifi- Todos os bens públicos são bens nacionais, por integrantes
cação dos parâmetros adotados em contratos. Mas, o grande parâ- do patrimônio da Nação, na sua unidade estatal, mas,
metro para a Administração Pública seria a possibilidade ou não de embora politicamente componham o acervo nacional, civil e
dano ao erário, este é inadmissível, logo tudo que o gere deve ser administrativamente pertencem a cada uma das entidades públicas
punido nos termos da Lei. que os adquiriram.
Quanto à legalidade da adoção do ANS em contratos admi- Segundo a destinação os bens públicos classificam-se em três
nistrativos, a adoção do conceito de erro estatístico encaixaria a
categorias:
questão no Princípio da Autotutela Administrativa, neste caso o
I – os de uso comum do povo, como; rios, mares, estradas,
administrador não pode se furtar de definir características, métri-
ruas e praças; (Meirelles, 2004, p. 495).
cas, metas e formas de mensuração no edital de licitação e tam-
II – os de uso especial, tais como os edifícios ou terrenos
bém  não  pode permanecer silente quando do não cumprimento
destes na fase de execução contratual independente do motivo. destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,
Contudo, este não atendimento pode derivar da impossibilidade estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
de saber previamente se a Administração conseguiu prever a meta (Meirelles, 2004, p. 495).
exata para aplicação das sanções propriamente ditas previstas em III – os dominiais, que constituem o patrimônio das pessoas
Lei. jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou
Assim, a definição de ANS (conforme criticidades definidas real, de cada uma dessas entidades. (Meirelles, 2004, p. 496).
também anteriormente) é o ajuste das definições frente á realidade Administração dos bens públicos
observada. Assim, se o fornecedor conseguir cumprir todos os pra- O poder de utilização e conservação das coisas administradas,
zos, a administração mensurou com exatidão as suas metas; se não diversamente da ideia de propriedade, que contém, além desse, o
consegue, mas se manteve em na faixa definida que não causa poder de oneração e disponibilidade e a faculdade de aquisição.
dano ao erário, o desconto no pagamento ocorrerá não como san- Estando submissa ao direito público e no caso de falhas ou omissão
ção, mas como ajuste da meta definida de forma mais rigorosa, recorre-se ao direito privado (Meirelles, 2004, p. 496).
mas que era impossível à Administração prever o rigor possível Patrimônio Público é o conjunto de bens e direitos, mensurável
exato. em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município,
Quanto à forma de aplicação dos ANS o art. 33 da Instrução a uma autarquia ou empresa pública. (Art. 1º, §1º, Lei 4.717/65).
Normativa nº 02/2008 define que sua aplicação não pode ser distinta Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis
da disposta no Termo de Referência. Contudo, resta ao administra- ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos,
dor ainda a possibilidade de dispensar o desconto desde que com- recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público,
provada  a excepcionalidade da ocorrência, resultante exclusiva- que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou
mente de fatores imprevisíveis e alheios ao controle do prestador. futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração
Note-se que a dispensa deve ser documentada exatamente como a econômica por entidades do setor público e suas obrigações. (NBC
cobrança do ANS, pois as ações do administrador público são vincu- T 16.2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis )
ladas ao disposto no edital (e seus anexos) e nas Leis.

Didatismo e Conhecimento 119


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
A contabilidade esta intrinsicamente ligada ao controle do (c) o Patrimônio Líquido representa a diferença entre o Ativo
patrimônio público, a Lei Federal nº 4.320/64 predispõe o seguinte; e o Passivo.
Art. 94. “Haverá registros analíticos de todos os bens de O que determina um sistema de controle mais eficiente e
caráter permanente, com indicação dos elementos necessários abrangente, dando uma ênfase mais pratica ao sistema contábil de
para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes controle patrimonial.
responsáveis pela sua guarda e administração”; este artigo nos No caso do Município, a responsabilidade direta pelo zelo
informa que o Poder Executivo deve ter controle individual e com o patrimônio público em regra é do Poder Executivo. Ele
pormenorizado do bem público. pode, entretanto, dividir esta responsabilidade como os demais
agentes públicos (Secretários, Diretores de Departamentos e ao
Art. 95. Nos fala que a contabilidade manterá registros Encarregado do Setor de Patrimônio, devidamente nomeado para
sintéticos dos bens móveis e imóveis; tal função). Basta, para isto, delegar tal responsabilidade através
de Decreto.
Art. 96. Traz uma conotação física onde diz “O levantamento Não se pode perder de vista, a responsabilidade indireta de
geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico toda a população, em relação ao cuidado com o patrimônio público.
de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração Isto porque, sendo o patrimônio público pertencente ao povo – a
sintética na contabilidade; todos cabe por ele zelar, preservando-o e defendendo-o, inclusive
judicialmente, através de Ação Popular. (Art. 1º, Lei 4.717/65).
Art. 97. Preconiza a Lei nº101/2000, Lei de Responsabilidade O gestor público municipal, assim como nas demais esferas,
Fiscal, onde se estipula os fins orçamentários e determinação dos deverá promover a adoção de procedimentos administrativos e
devedores, bem como o registro contábil das receitas patrimoniais, contábeis que garantam o bom uso do patrimônio público, e para
fiscalizando-se sua efetivação; melhor adequar as decisões de sua administração.

Art. 100. Nos mostra que as alterações da situação líquida Domínio Público
patrimonial, que abrange os resultados da execução orçamentária, É o poder de dominação ou de regulamentação que o Estado
bem como as variações independentes dessa execução constituem exerce sobre os bens do seu patrimônio (bens públicos), ou sobre os
elementos da conta patrimonial. bens do patrimônio privado, bens particulares de interesse público
Trata-se de uma acepção restritiva do termo, que considera ou sobre as coisas inapropriáveis individualmente, mas de fruição
que o patrimônio público é formado pelos bens públicos, definidos geral da coletividade – res nullius. (Meirelles, 2004, p. 490).
no Código Civil como sendo os bens do domínio nacional
pertencentes as pessoas jurídicas de direito público interno, http://www.administradores.com.br/producao-
diferençando-os, portanto, dos bens particulares. academica/patrimonio-publico-estudo-do-patrimonio-
De acordo com Meirelles “bens públicos, em sentido publico-bens-imoveis-no-municipio-de-sete-lagoas-mg/5115/
amplo, são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, moveis e
imóveis e semoventes créditos, direitos e ações que pertencem
a qualquer titulo as entidades, autarquias, fundações e empresas
governamentais”. (Justen filho, 2006, p. 712)
Segundo Mello “os bens públicos são todos que pertencem ás 12. FUNDAMENTOS DE ORGANIZAÇÃO,
pessoas jurídicas de direito público” (Justen filho, 2006, p. 712).
No entendimento de Di Pietro, não se deve formular uma
SISTEMAS E MÉTODOS.
definição abrangente de bem público, preferindo examinar os
bens do domínio público e os bens do domínio privado do Estado.
(Justen filho, 2006, p. 712).
A temática é bem aceita, mas analisando as propostas de
ambos os autores. A que melhor define patrimônio público é O aprofundamento da Revolução Industrial a partir da segun-
a de Meirelles, por abranger um leque maior e salvaguardar o da metade do século XIX gerou inúmeras consequências para a
patrimônio. sociedade, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento
No que afirma as Normas brasileiras de contabilidade NBC e aumento da complexidade das organizações empresariais. O apa-
T 16 e NBC T 16.2 – patrimônio e sistemas contábeis – normas recimento exponencial de novas tecnologias, invenções, inovações
brasileiras de contabilidade aplicadas ao setor público. Esta norma técnicas e sociais, e a tendência de concentração do capital, ocasio-
estabelece a definição do patrimônio público e a classificação dos nou o surgimento de grandes fábricas responsáveis por empregar
elementos patrimoniais sob o aspecto contábil, além de apresentar - em um só local – centenas e às vezes milhares de seres humanos
o conceito de sistema e de subsistemas de informações contábeis que só tinham a força de trabalho a oferecer aos detentores dos
para as entidades públicas. meios de produção.
Patrimônio público sob o enfoque contábil: O Patrimônio Dentro desse contexto de grandes mudanças econômicas, so-
Público é estruturado em Ativo, Passivo e Patrimônio Liquido: ciais e demográficas, muitos estudiosos e profissionais começaram
(a) o Ativo compreende as disponibilidades, os bens e os a perceber o quão difícil se tornava a organização e o controle
direitos que possam gerar benefícios econômicos ou potencial de dessas grandes empresas, as quais precisavam lidar com diversas
serviço. variáveis, ao mesmo tempo em que buscavam garantir o lucro ne-
(b) o Passivo compreende as obrigações, as contingências e cessário à manutenção do empreendimento e a remuneração do
as provisões. capital investido. No início do século XX, grandes empresários,

Didatismo e Conhecimento 120


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
como Ford, Rockefeller dentre outros, estavam com bastantes A Teoria Clássica da Administração de Henri Fayol surgia
problemas em seus conglomerados, principalmente no que tange logo depois dos primeiros estudos e resultados de Taylor realiza-
à gestão dos empregados. Dessa forma, foram nas duas primeiras dos nos Estados Unidos. Pode-se dizer que o ponto de partida foi
décadas do século passado que apareceram os acadêmicos e “pe- em 1916, com a primeira publicação do trabalho de Fayol, inti-
ritos da indústria”, os quais apresentaram-se oferecendo ajuda aos tulado Administration Industrielle et Générale – Prévoyance, Or-
empresários americanos e europeus. ganisation, Comandement, Coordination, Controle. Assim como a
Como havia a necessidade de produção em massa, devido à Administração Científica, a Teoria Clássica se caracterizava tam-
demanda sempre crescente e a exploração de novos mercados, a bém pela busca da eficiência organizacional, porém com um foco
relação empregado x empregador parecia ser a mais complexa. Os diferenciado: a estrutura da organização e as funções gerenciais.
principais problemas podem ser assim enumerados: 1) altíssimas Fayol estabeleceu a definição de gerência, como compreen-
taxas de rotatividade da mão-de-obra; 2) pressão por produtivi- dendo cinco elementos: 1) Planejar, diz respeito ao “olhar para
dade por meio de atitudes muitas vezes agressivas e injustas; 3) o futuro”, preparando-se para ele. Sobre essa função, a gerência
baixa qualificação dos empregados; 4) necessidade de adaptação deveria levar em conta os objetivos de cada unidade e alinha-
às novas tecnologias, como a linha de montagem; 5) modelos de mento aos objetivos organizacionais; utilizar previsões de curto e
remuneração capazes de gerar motivação e produtividade. longo prazo; ter flexibilidade para adaptações do plano; ser capaz
Surge, então, neste momento, no despontar do século XX, de prognosticar os cursos das ações. 2) Organizar, referindo-se a
os primeiros trabalhos de cunho científico na administração. Os elaboração de uma estrutura material e humana onde as ativida-
expoentes dessa fase científica foram dois engenheiros: Frederick des poderão ser desenvolvidas de forma otimizada. 3) Comando,
Winslow Taylor, responsável pelo desenvolvimento da Escola da que significa manter as pessoas em atividade, buscando, através
Administração Científica, e Henri Fayol, criador da Teoria Clássi- da liderança e relacionamento, o melhor desempenho dos cola-
ca. Dessa forma, a chamada Abordagem Clássica da Administra- boradores. 4) Coordenação, em que o gestor busca harmonizar e
ção é formada pelas duas abordagens construídas por esses dois unificar todos os esforços e atividades, a fim de que os objetivos
engenheiros pesquisadores. das unidades estejam alinhados com os objetivos estratégicos da
Os trabalhos de Taylor podem ser considerados como a pri- organização. 5) Controle, responsável pela verificação do desem-
meira tentativa de fundar uma “ciência da administração”. O pes- penho de todos os elementos anteriores. O controle deve se certifi-
car que as atividades estão sendo realizadas de acordo com o plano
quisador era engenheiro, e teve a possibilidade de atuar em vários
estabelecido.
cargos dentro uma fábrica, desde operário até engenheiro-chefe.
Após alguns anos como empregado, Taylor passou a trabalhar
Fayol também desenvolveu alguns princípios gerais da admi-
como consultor, aperfeiçoando suas pesquisas e ideias sobre ges-
nistração, os quais são a base de sua teoria. São alguns deles: divi-
tão. O aspecto fundamental de sua teoria é a busca do aumento da
são do trabalho (a especialização torna o indivíduo mais produti-
eficiência da organização, por meio da racionalização do trabalho
vo); unidade de comando, em que Fayol estabelece que o empre-
e da obtenção de métodos mais eficientes de controle dos traba-
gado deve ter somente um chefe, para evitar conflitos de comando;
lhadores.
remuneração, como importante fator de motivação; cadeia escalar,
Para solucionar a questão do relacionamento empregado em que se diz que a hierarquia é necessária, porém a comunicação
x empregador, Taylor propõe quatro “grandes princípios”: 1) O lateral também é importante, desde que os superiores sejam infor-
desenvolvimento de uma verdadeira ciência do trabalho, em que mados a respeito daquilo que está sendo tratado; espírito de equi-
seria necessária uma investigação científica para se chegar a uma pe, equidade e justiça na condução da empresa; ordem material,
jornada de trabalho justa. Neste caso, o empregador saberia qual a social e estabilidade de pessoal, para minimização dos custos com
quantidade de trabalho ideal a ser realizada pelo trabalhador, e este desenvolvimento da equipe.
receberia uma alta taxa de pagamento, já que este busca a “maxi- Apesar das criticas à visão minimalista do ser humano (homo
mização de seus ganhos”; 2) A seleção científica e o desenvolvi- economicus) ou talvez a uma “falta de humanidade” dos princí-
mento progressivo do trabalhador. Aqui caberia à administração da pios tayloristas, que levariam o homem a comportar-se como uma
organização desenvolver os trabalhadores, buscando garantir que máquina, as contribuições de Taylor e Fayol foram de essencial
estes se tornem altamente produtivos, ou seja, de “primeira linha”; importância para o desenvolvimento posterior da administração,
3) A conexão da ciência do trabalho e trabalhadores cientificamen- servindo de base para várias áreas, tais como a engenharia indus-
te selecionados e treinados; 4) A constante e íntima cooperação de trial, gestão de processos, qualidade, modelos de gestão e aperfei-
gestores e trabalhadores. Esta cooperação eliminaria os conflitos, çoamento das funções gerenciais.
já que os gestores e operários estariam cientes de suas responsabi-
lidades e funções. ORGANIZAÇÃO FORMAL
O trabalho de Taylor visou resolver a problemática da depen-
dência do capital frente ao trabalho vivo. Para isso, a administra- Hierarquia oficial como ela se apresenta no papel. Piramidal.
ção deveria entender, sistematizar e normatizar a execução das ta-
refas dentro da organização, visando a máxima produtividade por Status
meio das ferramentas adequadas. •Diferença entre operários e pessoal do escritório.
O Taylorismo, esclarecendo que este se caracteriza como uma •Status medido pela opulência do escritório. Cada um em sua
forma de controle do capital sobre os processos de trabalho, atra- posição.
vés do controle de todos os tempos e movimentos do trabalhador, •Pessoas do mesmo departamento, juntas.
ou seja, do trabalho vivo.

Didatismo e Conhecimento 121


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Autoridade e Poder: • Divisões da estrutura - funções diferentes, vários departa-
• de cima para baixo mentos na mesma linha horizontal – difícil o membros de um nível
apreciar o trabalho de outro nível.
Ordens para baixo e informações para cima. A organização formal não pode ser eliminada; é inevitável e
As informações sempre são relativas à produção e nunca em essencial, pois nenhuma organização pode ser compreendida sem
relação aos problemas humanos e ressentimentos. o conhecimento da organização formal, é quase impossível tam-
Informações relativas a assuntos pessoais circulam em forma bém compreendê-la apenas nessa base.
de cochichos. (não oficiais) Vantagem da grande empresa - resolver os problemas huma-
Comitês – tratar assuntos emocionais, pessoais e técnicos. nos - solução de problemas, esquemas de participação, benéficos,
Limitam-se a tratar de assuntos e queixas triviais e formais. etc, dando segurança aos trabalhadores.
Ressentimentos se manifestam: greves, sabotagens, absente- Desvantagem – sua natureza impessoal, dificuldade de comu-
ísmo, etc. nicação.
A estrutura de uma firma e sua organização influenciam o
Firma do tipo autoritário leva o trabalhador a um estado de comportamento dos indivíduos e grupos. Assim como os atos in-
civilidade e disciplina superficial. dividuais só podem ser compreendidos em relação ao grupo e o
Trabalham na presença do “chefe”. Atmosfera de medo. comportamento de grupo só pode ser compreendido num contexto
de um grupo maior ao qual pertencem.
Promoção Para se estudar pequenos grupos faz-se necessário o conheci-
Gerentes promovem pessoas bem adaptadas ou que adotem mento das estruturas maiores. O grupo sofre influências de fatores
seu ponto de vista. “Escolhidas” do gerente. vindos de fora do mesmo.
Características das organizações formais DEPARTAMENTALIZAÇÃO
1. deliberadamente impessoal; É uma divisão do trabalho por especialização dentro da estru-
2. baseada em relações ideais; tura organizacional da empresa.
3. baseada na “hipótese da gentalha” sobre a natureza hu- Ou Departamentalização é o agrupamento, de acordo com um
mana. (a competição leva a máxima eficiência, luta de cada um por critério específico de homogeneidade, das atividades e correspon-
si leva a servir aos melhores interesses do grupo, homem unidade
dente recursos (humanos, financeiros, materiais e equipamentos)
isolada que podem ser deslocadas de um trabalho para o outro...)
em unidades organizacionais.
iguala o bem da organização com o bem dos indivíduos que a com-
Existem diversas maneiras básicas pelas quais as organiza-
põem.
ções decidem sobre a configuração organizacional que será usada
para agrupar as várias atividades. O processo organizacional de
Estrutura de trabalho
determinar como as atividades devem ser agrupadas chama-se De-
• Organização em linha.
partamentalização.
Divisão básica na estrutura de trabalho – baseada na autorida-
Formas de Departamentalizar:
de – função definida (cada um tem um chefe e é responsável por
chefiar). 1- Função
Quanto maior o nível de estrutura maior a distância social. 2- Produto ou serviço
3- Território
• Organização funcional. 4- Cliente
Baseada no tipo de trabalho a ser feito. Na subdivisão do tra- 5- Processo
balho. 6- Projeto
Status de função. Fonte de conflito. (mesma linha hierárquica, 7- Matricial
importância do trabalho) 8- Mista

• Organização do estado-maior. Deve-se notar, no entanto, que a maioria das organizações


Fundamentada na especialização. usam uma abordagem da contingência à Departamentalização:
Posição de aconselhamento – não possuem autoridade na or- isto é, a maioria usará mais de uma destas abordagens usadas em
ganização. algumas das maiores organizações. A maioria usa a abordagem
Podem ser integradas na organização em linha. funcional na cúpula e outras nos níveis mais baixos.

FRAQUEZAS NA TEORIA DA ORGANIZAÇÃO FOR- DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FUNÇÕES


MAL A Departamentalização funcional agrupa funções comuns ou
• Problemas de coordenação - deficiências na comunicação atividades semelhantes para formar uma unidade organizacional.
devido ao fator tempo, espaço e as divisões naturais da estrutura . Assim todos os indivíduos que executam funções semelhantes fi-
• Tempo - pouco contato entre turnos e pessoas, problemas são cam reunidos, todo o pessoal de vendas, todo o pessoal de contabi-
deixados para o outro turno, vagas trocas de informações. lidade, todo o pessoal de secretaria, todas as enfermeiras, e assim
• Espaço - unidades podem estar amplamente separadas, quan- por diante.
to maior a separação maior dificuldade de coordenação. Distância A Departamentalização funcional pode ocorrer em qualquer
espacial tende a levar distância social. nível e é normalmente encontrada muito próximo à cúpula.

Didatismo e Conhecimento 122


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Vantagens: As vantagens principais da abordagem funcional As vantagens e desvantagens da Departamentalização terri-
são: torial são semelhantes às dadas para a Departamentalização de
• Mantém o poder e o prestígio das funções principais produto. Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as neces-
• Cria eficiência através dos princípios da especialização. sidades singulares de sua área, mas exige coordenação e controle
• Centraliza a perícia da organização. da administração de cúpula em cada região.
• Permite maior rigor no controle das funções pela alta admi-
nistração. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTE
• Segurança na execução de tarefas e relacionamento de co- A Departamentalização de cliente consiste em agrupar as
legas. atividades de tal modo que elas focalizem um determinado uso
• Aconselhada para empresas que tenham poucas linhas de do produto ou serviço. A Departamentalização de cliente é usada
produtos. principalmente no grupamento de atividade de vendas ou serviços.
As lojas de departamentos, por exemplo, podem ter uma seção
Desvantagens: Existem também muitas desvantagens na abor- para o grupo dos catorze aos vinte anos, uma seção para gestan-
dagem funcional. tes ou uma seção de roupas masculinas sociais, sem mencionar os
• Entre elas podemos dizer:
departamentos para bebês e crianças. Em cada caso, o esforço de
• A responsabilidade pelo desempenho total está somente na
vendas pode concentrar-se nos atributos e necessidades especificas
cúpula.
do cliente.
• Cada gerente fiscaliza apenas uma função estreita.
• O treinamento de gerentes para assumir a posição no topo é A principal vantagem da Departamentalização de cliente é a
limitado. adaptabilidade uma determinada clientela.
• A coordenação entre as funções se torna complexa e mais As desvantagens são:
difícil quanto à organização em tamanho e amplitude. • Dificuldade de coordenação.
• Muita especialização do trabalho. • Subutilização de recursos e concorrência entre os gerentes
para concessões especiais em benefício de seus próprios clientes.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE PRODUTO
É feito de acordo com as atividades inerentes a cada um dos DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROCESSO OU
produtos ou serviços da empresa. EQUIPAMENTO
Exemplos de Departamentalização de produto: É o agrupamento de atividades que se centralizam nos pro-
1- Lojas de departamentos cessos de produção ou equipamento. É encontrada com mais fre-
2- A Ford Motor Company tem as suas divisões Ford, Mer- quência em produção. As atividades de uma fábrica podem ser
cury e Lincoln Continental. grupadas em perfuração, esmerilamento, soldagem, montagem e
3- Um hospital pode estar agrupado por serviços prestados, acabamento, cada qual em seu departamento.
como cirurgia, obstetrícia, assistência coronariana. Você perceberá uma modificação deste agrupamento organi-
Vantagens: Algumas das vantagens da Departamentalização zacional quando comprar um hamburguer em um restaurante de
de produtos são: serviço rápido. Note que algumas pessoas estão assando a carne,
• Pode-se dirigir atenção para linhas especificas de produtos outras estão fritando as batatas, e outras preparando a bebida. Usu-
ou serviços. almente há um anotador de pedidos que também recebe o paga-
• A coordenação de funções ao nível da divisão de produto mento e compõe o pedido.
torna-se melhor. Vantagens:
• Pode-se atribuir melhor a responsabilidade quanto ao lucro. • Maior especialização de recursos alocados.
• Facilita a coordenação de resultados. • Possibilidade de comunicação mais rápida de informações
• Propicia a alocação de capital especializado para cada grupo técnicas.
de produto.
• Propicia condições favoráveis para a inovação e criatividade.
Desvantagens:
• Possibilidade de perda da visão global do andamento do pro-
Desvantagens:
• Exige mais pessoal e recursos de material, podendo daí re- cesso.
sultar duplicação desnecessária de recursos e equipamento. • Flexibilidade restrita para ajustes no processo.
• Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de
atividade nos vários grupos de produtos. DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETO
• Pode criar uma situação em que os gerentes de produtos se Aqui as pessoas recebem atribuições temporárias, uma vez
tornam muito poderosos, o que pode desestabilizar a estrutura da que o projeto tem data de inicio e término. Terminado o projeto as
empresa. pessoas são deslocadas para outras atividades.
Por exemplo: uma firma contábil poderia designar um sócio
DEPARTAMENTALIZAÇÃO TERRITORIAL (como administrador de projeto), um contador sênior, e três con-
Algumas vezes mencionadas como regional, de área ou geo- tadores juniores para uma auditoria que está sendo feita para um
gráfica. É o agrupamento de atividades de acordo com os lugares cliente.
onde estão localizadas as operações. Uma empresa de grande porte Uma empresa manufatureira, um especialista em produção,
pode agrupar suas atividades de vendas em áreas do Brasil como um engenheiro mecânico e um químico poderiam ser indicados
a região Nordeste, região Sudeste, e região Sul. Muitas vezes as para, sob a chefia de um administrador de projeto, completar o
filiais de bancos são estabelecidas desta maneira. projeto de controle de poluição.

Didatismo e Conhecimento 123


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Em cada um destes casos, o administrador de projeto seria
designado para chefiar a equipe, com plena autoridade sobre seus 13. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
membros para a atividade específica do projeto.
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE MATRIZ
NO SERVIÇO PÚBLICO.
A Departamentalização de matriz é semelhante à de projeto,
com uma exceção principal. No caso da Departamentalização de
matriz, o administrador de projeto não tem autoridade de linha
sobre os membros da equipe. Em lugar disso, a organização do
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
administrador de projeto é sobreposta aos vários departamentos
Neste tópico do edital, vamos fazer uma abordagem geral
funcionais, dando a impressão de uma matriz.
dos temas propostos, logo após, faremos a leitura da Lei de
A organização de matriz proporciona uma hierarquia que res-
Responsabilidade Fiscal; indispensável para o entendimento e
ponde rapidamente às mudanças em tecnologia. Por isso, é tipica-
complementação da matéria.
mente encontrada em organização de orientação técnica, como a
Boeing, General Dynamics, NASA e GE onde os cientistas, enge-
Finanças Públicas é a terminologia que tem sido
nheiros, ou especialistas técnicos trabalham em projetos ou pro-
tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política
gramas sofisticados. Também é usada por empresas com projetos
econômica que envolve o uso de medidas de tributação e de
de construção complexos.
dispêndios públicos. Esta expressão não é muito adequada, já
Vantagens: Permitem comunicação aberta e coordenação de
que os problemas básicos não são financeiros, mas tratam do uso
atividades entre os especialistas funcionais relevantes. Capacita a
dos recursos econômicos, da distribuição da renda e do nível de
organização a responder rapidamente à mudança. São abordagens
emprego.
orientadas para a tecnologia.
Ainda que a política orçamentária seja uma parcela importante
Desvantagens: Pode haver choques resultantes das priorida-
deste tema tão amplo, dificilmente ela poderia reivindicar uma
des.
participação exclusiva.
Há muito tempo, economistas e filósofos sociais preocupavam-
A MELHOR FORMA DE DEPARTAMENTALIZAR
se com a equidade fiscal. Seus pensamentos geraram duas teorias
Para evitar problemas na hora de decidir como departamenta-
básicas:
lizar, pode-se seguir certos princípios:
dos “benefícios recebidos”; e
• Princípio do maior uso – o departamento que faz maior uso
da “capacidade de pagamento”.
de uma atividade deve tê-la sob sua jurisdição.
A teoria dos benefícios foi a primeira a ser desenvolvida e
• Principio do maior interesse – o departamento que tem maior
utilizada extensivamente. Com o advento do marginalismo –
interesse pela atividade deve supervisioná-la.
utilidade marginal aplicada na determinação do valor e preço – o
• Principio da separação e do controle – As atividades do con-
princípio da capacidade de pagamento evoluiu considera­velmente.
trole devem estar separadas das atividades controladas.
Boa parcela do nexo desses princípios é devida ao próprio
• Principio da supressão da concorrência – Eliminar a con-
Adam Smith que, em “A Riqueza das Nações” (1776), estabeleceu
corrência entre departamentos, agrupando atividades correlatas no
que “os cidadãos de qualquer Estado devem contribuir para o
mesmo departamento.
suporte do Governo, tanto quanto possível, na proporção de sua
capacidade, ou seja, da renda que usufruem sob a proteção do
Outro critério básico para departamentalização está baseado
Estado”.
na diferenciação e na integração, os princípios são:
Smith reconheceu o princípio da progres­sividade na tributação.
• Diferenciação, cujo princípio estabelece que as atividades
Na mesma obra, estipula que “não é irrazoável que os ricos devam
diferentes devem ficar em departamentos separados. A diferencia-
contribuir para a despesa pública, não apenas na proporção de suas
ção ocorre quando:
rendas, mas em algo mais do que essa proporção”.
• O fator humano é diferente,
Esses três princípios – benefício, capacidade e progressividade
• A tecnologia e a natureza das atividades são diferentes,
– fornecem as bases para as discussões correntes da equidade
• Os ambientes externos são diferentes,
fiscal.
• Os objetivos e as estratégias são diferentes.
1 ORÇAMENTO PÚBLICO.
A integração – Quanto mais atividades trabalham integradas,
A função do Orçamento é permitir que a sociedade acompanhe
maior razão para ficarem no mesmo departamento.
o fluxo de recursos do Estado (receitas e despesas). Para isto, o
Fatores de integração são:
governo traduz o seu plano de ação em forma de lei. Esta lei passa
• Necessidade de coordenação.
a representar seu compromisso executivo com a sociedade que lhe
delegou poder.
DEPARTAMENTALIZAÇÃO MISTA
O projeto de lei orçamentária é elaborado pelo Executivo,
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve ter a es-
e submetido à apreciação do Legislativo, que pode realizar
trutura que mais se adapte à sua realidade organizacional.
alterações no texto final. A partir daí, o Executivo deve promover
sua implementação de forma eficiente e econômica, dando
transparência pública a esta implementação. Por isso o orçamento

Didatismo e Conhecimento 124


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
é um problema quando uma administração tem dificuldades para Como o orçamento passa a ser apresentado de forma mais
conviver com a vontade do Legislativo e da sociedade: devido à simples e acessível, mais gente pode entender seu significado.
sua força de lei, o orçamento é um limite à sua ação. A sociedade passa a ter mais condições de fiscalizar a execução
Em sua expressão final, o orçamento é um extenso conjunto orçamentária e, por extensão, as próprias ações do governo
de valores agrupados por unidades orçamentárias, funções, municipal. Se, juntamente com esta simplificação, forem adotados
programas, atividades e projetos. Com a inflação, os valores não instrumentos efetivos de intervenção da população na sua
são imediatamente compreensíveis, requerendo vários cálculos e elaboração e controle, a participação popular terá maior eficácia.
o conhecimento de conceitos de matemática financeira para seu Os orçamentos sintéticos, ao apresentar o orçamento (ou
entendimento. Isso tudo dificulta a compreensão do orçamento partes dele, como o plano de obras e os orçamentos setoriais) de
e a sociedade vê debilitada sua possibilidade de participar da forma resumida, fornecem uma informação rápida e acessível.
elaboração, da aprovação, e, posteriormente, acompanhar a sua A análise vertical permite compreender o que de fato influencia
execução. a receita e para onde se destinam os recursos, sem a “poluição
Pode-se melhorar a informação oferecida aos cidadãos sem numérica” de dezenas de rubricas de baixo valor. Funciona como um
dificultar o entendimento, através da técnica chamada análise demonstrativo de origens e aplicações dos recursos da prefeitura,
vertical, agrupando as receitas e despesas em conjuntos (atividade, permitindo identificar com clareza o grau de dependência do
grupo, função), destacando-se individualmente aqueles que tenham governo de recursos próprios e de terceiros, a importância relativa
participação significativa. É apresentada a participação percentual das principais despesas, através do esclarecimento da proporção
dos valores destinados a cada item no total das despesas ou dos recursos destinada ao pagamento do serviço de terceiros, dos
receitas. Em vez de comunicar um conjunto de números de difícil materiais de consumo, encargos financeiros, obras, etc.
entendimento ou valores sem base de comparação, é possível A análise horizontal facilita as comparações com governos e
divulgar informações do tipo “a prefeitura vai gastar 15% dos seus anos anteriores.
recursos com pavimentação”, por exemplo. A evidenciação das premissas desnuda o orçamento ao público,
Uma outra análise que pode ser realizada é a análise horizontal trazendo possibilidades de comparação. Permite perguntas do tipo:
do orçamento. Esta técnica compara os valores do orçamento com “por que a prefeitura vai pagar x por este serviço, se o seu preço de
os valores correspondentes nos orçamentos anteriores (expressos mercado é metade de x ?”. Contribui para esclarecer os motivos de
em valores reais, atualizados monetariamente, ou em moeda forte). ineficiência da prefeitura nas suas atividades-meio e na execução
Essas técnicas e princípios de simplificação devem ser das políticas públicas.
aplicados na apresentação dos resultados da execução orçamentária
(ou seja, do cumprimento do orçamento), confrontando o previsto ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL
com o realizado em cada período e para cada rubrica. Deve-se Apesar dos muitos avanços alcançados na gestão das contas
apresentar, também, qual a porcentagem já recebida das receitas e públicas no Brasil, a sociedade ainda não se desfez da sensação
a porcentagem já realizada das despesas. de caixa preta quando se trata de acompanhar as contas públicas.
É fundamental que a peça orçamentária seja convertida em A gestão das contas públicas brasileiras passou por melhorias
valores constantes, permitindo avaliar o montante real de recursos institucionais tão expressivas que é possível falar-se de uma
envolvidos. verdadeira revolução. Mudanças relevantes abrangeram os
Uma outra forma de alteração do valor real é através das processos e ferramentas de trabalho, a organização institucional, a
margens de suplementação. Para garantir flexibilidade na execução constituição e capacitação de quadros de servidores, a reformulação
do orçamento, normalmente são previstas elevadas margens de do arcabouço legal e normativo e a melhoria do relacionamento
suplementação, o que permite um uso dos recursos que modifica com a sociedade, em âmbito federal, estadual e municipal.
profundamente as prioridades estabelecidas. Com a indexação Os diferentes atores que participam da gestão das finanças
orçamentária mensal à inflação real, consegue-se o grau necessário públicas tiveram suas funções redefinidas, ampliando-se as
de flexibilidade na execução orçamentária, sem permitir burlar o prerrogativas do Poder Legislativo na condução do processo
orçamento através de elevadas margens de suplementação. Pode- decisório pertinente à priorização do gasto e à alocação da despesa.
se restringir a margem a um máximo de 3%. Esse processo se efetivou fundamentalmente pela unificação dos
Não basta dizer quanto será arrecadado e gasto. É preciso orçamentos do Governo Federal, antes constituído pelo orçamento
apresentar as condições que permitiram os níveis previstos de da União, pelo orçamento monetário e pelo orçamento da
entrada e dispêndio de recursos. previdência social.
No caso da receita, é importante destacar o nível de evolução Criou-se a Secretaria do Tesouro Nacional, em processo em
econômica, as melhorias realizadas no sistema arrecadador, o que foram redefinidas as funções do Banco do Brasil, do Banco
nível de inadimplência, as alterações realizadas na legislação, os Central e do Tesouro Nacional.
mecanismos de cobrança adotados. Consolidou-se a visão de que o horizonte do planejamento
No caso da despesa, é importante destacar os principais custos deve compreender a elaboração de um Plano Plurianual (PPA) e, a
unitários de serviços e obras, as taxas de juros e demais encargos cada ano, uma Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que por sua
financeiros, a evolução do quadro de pessoal, a política salarial e a vez deve preceder a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA).
política de pagamento de empréstimos e de atrasados. Introduziu-se o conceito de responsabilidade fiscal,
Os resultados que a simplificação do orçamento geram são, reconhecendo-se que os resultados fiscais e, por consequência, os
fundamentalmente, de natureza política. Ela permite transformar níveis de endividamento do Estado, não podem ficar ao sabor do
um processo nebuloso e de difícil compreensão em um conjunto acaso, mas devem decorrer de atividade planejada, consubstanciada
de atividades caracterizadas pela transparência. na fixação de metas fiscais. Os processos orçamentário e de

Didatismo e Conhecimento 125


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
planejamento, seguindo a tendência mundial, evoluíram das § 5° Durante a execução orçamentária do exercício, não
bases do orçamento-programa para a incorporação do conceito poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações
de resultados finalísticos, em que os recursos arrecadados devem que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
retornar à sociedade na forma de bens e serviços que transformem orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a
positivamente sua realidade. abertura de créditos suplementares ou especiais (CF, art 99, § 5°;
A transparência dos gastos públicos tornou-se possível graças CF, art. 127, § 6°).
à introdução de modernos recursos tecnológicos, propiciando Enfim, a Constituição determina que a elaboração da LDO
registros contábeis mais ágeis e plenamente confiáveis. A execução ocorra à luz das diretrizes fixadas no PPA (CF, art. 166, § 4°).
orçamentária e financeira passou a contar com facilidades Esta mesma orientação vale para a elaboração da LOA (CF,
operacionais e melhores mecanismos de controle. Por consequência, art. 165, § 7°; CF, art. 166, § 3°, inciso I).
a atuação dos órgãos de controle tornou-se mais eficaz, com a O ciclo orçamentário tem início com a elaboração da proposta
adoção de novo instrumental de trabalho, como a introdução do do Plano Plurianual (PPA) pelo poder Executivo.
SIAFI e da conta única do Tesouro Nacional, acompanhados de Isso ocorre no primeiro ano de governo do presidente,
diversos outros aperfeiçoamentos de ferramentas de gestão. governador ou prefeito recém-empossado ou reeleito.
O exercício financeiro, no Brasil, é um período de doze meses
O CICLO ORÇAMENTÁRIO (um ano). O exercício financeiro coincidirá com o ano civil (Lei
A CF 88 determina a elaboração do contrato orçamentário 4.320/64, Art. 34). O exercício financeiro define o período para fins
com base em três leis ordinárias: de organização dos registros relativos à arrecadação de receitas, a
Plano Plurianual (PPA), a cada 4 anos; execução de despesas.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), anualmente;
Lei Orçamentária Anual (LOA). ORÇAMENTO-PROGRAMA
A experiência demonstra, ao longo dos últimos anos,
Visando fortalecer a interligação dos processos de a preocupação em fortalecer a vinculação existente entre
planejamento e orçamento (alocação de recursos), a CF 88 exigiu planejamento e orçamento. Ao contrário do que ocorria em
que o PPA, a LDO e a LOA fossem articulados, interdependentes períodos de altos índices inflacionários, hoje é possível planejar
e compatíveis. (pelo menos a curto e médio prazo) ações voltadas à realização
A LDO recebeu a função unir o PPA e a LOA. Por isso, a eficiente de políticas públicas de bem-estar. É a programação
LDO pode ser considerada um “esqueleto” da lei orçamentária orçamentária voltada não só para o controle de gastos, mas também
anual: estabelece, anualmente, a estrutura para a elaboração para a avaliação de resultados.
Com esse objetivo, foram promovidas mudanças
do orçamento. Por sua vez, a própria elaboração da LDO deve
metodológicas na elaboração e acompanhamento da execução
obedecer aos princípios do PPA.
orçamentária, cuja ênfase recaísse sobre a alocação de recursos com
Essa sobreposição entre as três leis está disposto
vistas à consecução dos objetivos de governo, consubstanciados
prioritariamente nos artigos 165, 166 e 167 da CF.
no plano governamental e na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
O artigo 165 da Constituição determina que os orçamentos
preconizando, pois, a adequação das necessidades de realização
anuais, neste caso tanto a LOA como a LDO, precisam ser
de despesas à realidade cada vez mais gritante da restrição de
compatíveis com o PPA. recursos destinados ao seu financiamento.
Art. 165. (...) O processo de elaboração foi aperfeiçoado na tentativa de
§ 7° Os orçamentos previstos no § 5°, I e II, deste artigo, eliminar a prática já tão enraizada nas unidades orçamentárias
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas de elaborar propostas pedindo o máximo de recursos possível,
funções a de reduzir desigualdades inter regionais, segundo de modo que se pudesse conferir aos órgãos centrais (com poder
critério populacional (CF, art. 165, § 7°). Compreendendo o ciclo político-decisório) a faculdade de ajustar o volume das demandas
orçamentário à receita existente, de modo que cada unidade fosse contemplada
O artigo 167 da CF exige que emendas que modifiquem a com um montante de recursos “suficiente” para o desenvolvimento
LOA, ou projetos no mesmo sentido, precisam ser compatíveis de suas atividades e para os novos projetos.
tanto em relação ao PPA como naquilo que determina a LDO: A principal mudança refere-se à transição entre a época de
Art. 166. (...) altos índices de inflação para a realidade atual, na qual as taxas
§ 3° As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos parecem ser controláveis. No período inflacionário, o orçamento era
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovados caso: elaborado a preços correntes e, ao longo da execução, corrigiam-
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de se as distorções de preços através de suplementações, pois os
diretrizes orçamentárias. Compreendendo o ciclo orçamentário valores orçados já não correspondiam, quando do desembolso,
.O super ordenamento do PPA sobre à LOA está claro no art. ao montante necessário ao cumprimento da despesa. Não havia
167, da CF: correspondência entre a realidade da execução orçamentária
Art. 167. (...) com a execução financeira das despesas, que acabavam sendo
§1° Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um mensalmente corrigidas.
exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Com a redução dos índices de inflação, nova metodologia
plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob crime de foi adotada, qual seja a introdução da sistemática de indexação
responsabilidade (CF, art. 167,§ 1°). do orçamento à sua execução a preços constantes, o que acabou
.Esse super-ordenamento também aparece em outros trechos permitindo às unidades executoras a reavaliação permanente
da Constituição, como a necessidade de que a LOA observe a de seus gastos, sobretudo em face da efetiva disponibilidade de
LDO: recursos.

Didatismo e Conhecimento 126


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Dessa forma, o orçamento passou a ser peça estratégica para o - Foram estabelecidos parâmetros disciplinadores do gasto
controle financeiro, deixando compatíveis receitas e despesas em com os Poderes Legislativo e Judiciário;
volume, dentro de um determinado período de tempo. O efeito esperado com tais mudanças é duplo: maior eficiência
A crise fiscal não é caracterizada pelo desempenho na gestão das políticas públicas e possibilidade de se ajustar o
insatisfatório no tocante à obtenção de receitas, mas sim pela dispêndio às necessidades de retomada dos investimentos em
rigidez das despesas: pessoal; gastos com assistência e previdência áreas hoje carentes de expansão e modernização, em particular de
dos servidores; juros da dívida interna e externa, além de contratos elevado interesse social.
com taxas de correção exorbitantes, isso sem falar no montante de Mas, tais medidas seriam inócuas se não houvesse uma
despesas desnecessárias e das alheias à função estatal. Confirma- reformulação no instrumento de asseguramento dos gastos, qual
se, assim, a regra de que o Estado é perdulário, de que gasta muito seja, o orçamento. Daí a necessidade de estabelecer medidas para
e, principalmente, de que gasta mal. que a lei orçamentária não apenas sirva como uma peça meramente
Como, de um modo geral, o crescimento do setor público contábil, mas sim como ferramenta para a execução e controle dos
está diretamente relacionado ao aumento da população, ao seu gastos públicos.
nível de renda per capita e à estrutura de faixa etária, fatalmente o Para tanto, de grande importância são os critérios de
Estado brasileiro teria mesmo que abandonar a posição de direção classificação das contas públicas, pois são utilizados para facilitar
para efetivamente prestar, por sua conta, políticas e atividades de e padronizar as informações a serem obtidas. Pela classificação
bem-estar. Isso porque, no Brasil, encontram-se presentes todos é possível visualizar o orçamento por poder, por instituição, por
os fatores supracitados, os quais acabam por exercer pressão por função de governo, por programa, por projeto e/ou atividade, ou,
serviços sociais básicos como assistência à saúde, à infância, ainda, por categoria econômica.
educação, serviços de segurança etc. Várias são as razões por que deve existir um bom sistema de
A soma dos fatores de pobreza da população e da sua classificação no orçamento, a saber:
dependência cada vez maior em relação à prestação de serviços 1) facilitar a formulação de programas;
estatais, aliados, é claro, à já constatada realidade de que o Estado 2) proporcionar uma contribuição efetiva para o
emprega muito mal seus recursos, causa, por conseguinte, uma acompanhamento da execução do orçamento;
constante ampliação do montante referente à despesa, forçando, 3) determinar a fixação de responsabilidades e
cada vez mais, a busca de novas fontes de custeio, e, principalmente, 4) possibilitar a análise dos efeitos econômicos das ações
de mecanismos eficazes de controle. governamentais.
O fato é que o Estado parece dar sinais de não poder arcar com A lei nº 4.320/64 estabelece a obrigatoriedade de classificação
um valor tão elevado de sua despesa, sobretudo se comparado à segundo critérios, dentre os quais o da classificação por categoria
disponibilidade de recursos em face de seu endividamento. A fim econômica, cuja importância refere-se ao impacto das ações de
de conter esse processo, passou-se, então, a falar na redução do governo na conjuntura econômica do país. Ela possibilita que o
tamanho do Estado, na sua reorganização, visando à retomada da orçamento constitua um instrumento de importância para a análise
taxa de desenvolvimento sustentável. e ação de política econômica, de maneira a ser utilizado no fomento
Tais são as razões que levaram o Poder Executivo a enviar ao ao desenvolvimento nacional, no controle do déficit público etc.
Congresso Nacional um conjunto de alterações em dispositivos da A moderna visão de gestão fiscal responsável não concebe,
Constituição Federal que propõe: pois, o planejamento apenas dos quantitativos financeiros das
- Restrição à criação de novos Estados e Municípios; ações, mas também dos quantitativos físicos que irão reverter em
- Aperfeiçoamento no processo de elaboração dos orçamentos; benefício do cidadão/contribuinte, introduzindo parâmetros de
- Mudança na relação entre os Poderes Executivo e Legislativo custos destas ações, o que acaba por exigir mudança de postura
e na fixação dos limites para operação de créditos dos Estados; por parte de governantes e dirigentes.
- Exigência de maior controle nos gastos com pessoal por Nesse sentido, deve-se tomar como premissa básica a
parte dos três poderes. transparência na realização dos gastos, segundo referenciais de
Como resultado das reformas em andamento, atualmente eficiência e eficácia, aliada à sua seletividade e otimização, tudo a
temos os seguintes instrumentos que visam a garantir o equilíbrio fim de cumprir os objetivos e metas do Estado brasileiro.
das contas públicas e o atendimento de necessidades sociais A elaboração de uma proposta orçamentária eficiente e
básicas: condizente com os ditames legais recomenda, necessariamente:
- Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000 (Lei - a compreensão da importância dos instrumentos (Plano
da Responsabilidade na Gestão Fiscal) - que estabeleceu limites Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, e Lei Orçamentária
para as despesas de pessoal: em nível da União - 50% da receita Anual);
corrente líquida federal; em nível dos Estados e Distrito Federal - - a precisão, padronização e agilização das informações
60% e em nível dos municípios - 60%; gerenciais dos processos de elaboração e execução que subsidiam
- O acompanhamento sistemático das despesas de Pessoal a tomada de decisões e que irão repercutir sobre todo o ciclo
e Encargos Sociais foi aperfeiçoado, assegurando-se com essa orçamentário, evitando-se, com isso, excessivas correções e
medida que os gastos com admissão e benefícios de pessoal não desvios.
assumam montantes incompatíveis com a arrecadação; - o entendimento de que a metodologia de trabalho a ser seguida
- No âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias é estabelecido pelos governantes deve ser consistente com o equilíbrio das contas
valor mínimo para aplicação na área da saúde; públicas e com as metas a serem alcançadas pela administração
-Dispositivo Constitucional determina a aplicação mínima de que, em última instância, se entende como o atendimento dos
25% da receita tributária na área da educação; reclamos da sociedade.

Didatismo e Conhecimento 127


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Assim, a mudança na sistemática orçamentária traz outras receitas de capital — classificação genérica para receitas
importantes modificações de cunho metodológico, introduzindo não especificadas na lei; também classifica-se aqui o superávit do
elementos que evidenciam a transparência de suas ações e contínua orçamento corrente (diferença entre receitas e despesas correntes),
prestação de contas, não apenas no sentido financeiro, mas no de embora este não constitua item orçamentário.
prover informações, discutir alternativas, exibir custos e resultados Receita extra orçamentária
de suas ações, criando no setor público uma cultura de respeito à Receitas extra orçamentárias são aquelas que não fazem parte
sociedade. do orçamento público.
Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para
CLASSIFICAÇÃO ORÇAMENTÁRIA DE RECEITA garantia, consignações em folha de pagamento, retenções na fonte,
PÚBLICA POR CATEGORIA salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e
A receita pública se divide em dois grandes grupos: as receitas outras operações assemelhadas.
orçamentárias e as extra orçamentárias. Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua
realização não se vincula à execução do orçamento.
Receita orçamentária Tais receitas também não constituem renda para o Estado,
Receitas orçamentárias são aquelas que fazem parte do uma vez que este é apenas depositário de tais valores. Contudo
orçamento público. tais receitas somam-se às disponibilidades financeiras do Estado,
1- receitas correntes — destinadas a cobrir as despesas porém têm em contrapartida um passivo exigível que será
orçamentárias que visam a manutenção das atividades resgatado quando da realização da correspondente despesa extra
governamentais; orçamentária.
receita tributária — é a proveniente de impostos, taxas e Em casos especiais, a receita extra orçamentária pode
contribuições de melhorias; converter-se em receita orçamentária. é o caso de quando
receita de Contribuições — é a proveniente das seguintes alguém perde, em favor do Estado, o valor de uma caução por
contribuições sociais(previdência social, saúde e assistência social), inadimplência ou quando perde o valor depositado em garantia.
de intervenção domínio econômico (tarifas de telecomunicações) O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua prescrição
e de interesse das categorias profissionais ou econômicas (órgãos administrativa decorrida. É importante frisar que cauções, fianças,
representativos de categorias de profissionais), como instrumentos e depósitos efetuados em títulos e assemelhados quando em moeda
de intervenção nas respectivas áreas; estrangeira são registrados em contas de compensação, não sendo,
receita patrimonial — rendas obtidas pelo Estado quando este portanto considerados receitas extra orçamentárias.
aplica recursos em inversões financeiras, ou as rendas provenientes
de bens de propriedade do Estado, tais como aluguéis; CLASSIFICAÇÃO DE GASTOS PÚBLICOS.
receita agropecuária — é a proveniente da exploração de Despesa pública ou gastos públicos é a aplicação (em dinheiro)
atividades agropecuárias de origem vegetal ou animal; de recursos do Estado para custear os serviços de ordem pública ou
receita de serviços — é a proveniente de atividades para investir no próprio desenvolvimento econômico do Estado.
caracterizadas pelas prestações de serviços financeiros, transporte, As despesas públicas devem ser autorizadas pelo Poder
saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e legislativo, através do ato administrativo chamado orçamento
fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de público. Exceção são as chamadas despesas extra orçamentárias.
mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidade entre As despesas públicas devem obedecer aos seguintes
outros ; requisitos: utilidade (atender a um número significativo de
receita industrial — resultante da ação direta do Estado em pessoas) legitimidade (deve atender uma necessidade pública
atividades comerciais, industriais ou agropecuárias; real) discussão pública (deve ser discutida e aprovada pelo Poder
transferências correntes — recursos financeiros recebidos de Legislativo e pelo Tribunal de Contas) possibilidade contributiva
outras entidades públicas ou privadas e que se destinam a cobrir (possibilidade da população atender à carga tributária decorrente
despesas correntes; da despesa) oportunidade hierarquia de gastos deve ser estipulada
outras receitas correntes — provenientes de multas, cobrança em lei
da dívida ativa, indenizações e outra receitas de classificação Divide-se, no Brasil, em despesa orçamentária e despesa extra
específica; orçamentária.
2- receitas de capital — provenientes de operações de crédito, Despesa Orçamentária é aquela que depende de autorização
alienações de bens, amortizações de empréstimos concedidos, legislativa para ser realizada e que não pode ser efetivada
transferências de capital e outras receitas de capitais; sem a existência de crédito orçamentário que a corresponda
operações de crédito — oriundas da constituição de dívidas suficientemente.
(empréstimos e financiamentos); Classificam-se em categorias econômicas as quais se dividem
alienação de bens — provenientes da venda de bens móveis e conforme o esquema abaixo:
imóveis e de alienação de direitos; Despesas correntes:
amortização de empréstimos concedidos — retorno de valores Despesas de custeio: destinadas à manutenção dos serviços
anteriormente emprestados a outras entidades de direito público; criados anteriormente à Lei Orçamentária Anual, e correspondem
transferência de capital — recursos recebidos de outras entre outros gastos, os com pessoal, material de consumo, serviços
pessoas de direito público ou privado, destinados à aquisição de de terceiros e gastos com obras de conservação e adaptação de
bens; bens imóveis;

Didatismo e Conhecimento 128


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Transferências correntes: são despesas que não correspondem Art. 167. São vedados:
a contraprestação direta de bens ou serviços por parte do Estado e VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de
que são realizadas à conta de receitas cuja fonte seja transferências recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
correntes. Dividem-se em: órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
Subvenções sociais: destinadas a cobrir despesas de custeio de A vigência dos créditos adicionais não pode ul­trapassar o
instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, exercício financeiro, exceto os especiais e os extraordinários,
desde que sem fins lucrativos; quando houver expressa determinação legal.
Subvenções econômicas: destinadas a cobrir despesas de
custeio de empresas públicas de caráter industrial, comercial,
agrícola ou pastoril.
Despesas de capital: 14. NOÇÕES DE ARQUIVAMENTO.
Despesas de investimentos: despesas necessárias ao
planejamento e execução de obras, aquisição de instalações,
equipamentos e material permanente, constituição ou aumento do
capital do Estado que não sejam de caráter comercial ou financeiro,
incluindo-se as aquisições de imóveis considerados necessários à Arquivologia
execução de tais obras;
Inversões financeiras: são despesas com aquisição de imóveis,
bens de capital já em utilização, títulos representativos de capital A arquivística ou arquivologia é uma ciência que estuda as
de entidades já constituídas (desde que a operação não importe funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem
em aumento de capital), constituição ou aumento de capital de observados durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos.
entidades comerciais ou financeiras (inclusive operações bancárias É a Ciência e disciplina que objetiva gerenciar todas as informa-
e de seguros). Ou seja, operações que importem a troca de dinheiro ções que possam ser registradas em documentos de arquivos. Para
por bens. tanto, utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos
Transferências de capital: transferência de numerário a
diversos, que são aplicados nos processos de composição, coleta,
entidades para que estas realizem investimentos ou inversões
análise, identificação, organização, processamento, desenvolvi-
financeiras. Nessas despesas, inclui-se as destinadas à amortização
da dívida pública Podem ser: mento, utilização, publicação, fornecimento, circulação, armaze-
Auxílios: se derivadas da lei orçamentária; namento e recuperação de informações.
Contribuições: derivadas de lei posterior à lei orçamentária. O arquivista é um profissional de nível superior, com for-
As categorias econômicas dividem-se em elementos que se mação em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado.
separam em sub elementos, estes por sua vez bifurcam, por fim, Ele pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros
em rubricas e sub rubricas. de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições
Despesa extra orçamentária: Constituem despesa extra culturais etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação,
orçamentária os pagamentos que não dependem de autorização gestão documental, conservação, preservação e disseminação da
legislativa, ou seja, não integram o orçamento público. Se informação contida nos documentos. Também tem por função a
resumem a devolução de valores arrecadados sob título de receitas preservação do patrimônio documental de um pessoa (física ou
extra orçamentárias. jurídica), institução e, em última instância, da sociedade como um
todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da elabo-
TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS.
ração de instrumentos de pesquisa, observando as três idades dos
Créditos orçamentários são autorizações constantes na Lei
Orçamentária para a realização de despesas. arquivos: corrente, intermediária e permanente.
Créditos adicionais são autorizações de despesas não O arquivista atua desenvolvendo planejamentos, estudos e
computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento. técnicas de organização sistemática e conservação de arquivos, na
Estes cré­ditos classificam-se em: elaboração de projetos e na implantação de instituições e sistemas
• Suplementares: Os destinados a reforços de do­tação arquivísticos, no gerenciamento da informação e na programação e
orçamentária. Ex: acréscimo das despesas com pessoal, acima do organização de atividades culturais que envolvam informação do-
previsto, em virtude do au­mento dos vencimentos. cumental produzida pelos arquivos públicos e privados. Uma gran-
• Especiais: Os destinados a despesas para as quais não haja de dificuldade é que muitas organizações não se preocupam com
dotação orçamentária específica. Ex: cri­ação de órgão. seus arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho deste
• Extraordinários: Os destinados a despesas urgen­tes e profissional, delegando a outros profissionais as atividades espe-
imprevisíveis, em caso de guerra ou calami­dade pública. cíficas do arquivista. Isto provoca problemas quanto à qualidade
Os Suplementares e Especiais são autorizados por lei e do serviço e de tudo o que, direta ou indiretamente, depende dela.
abertos por decreto do Executivo; os extraordinários são abertos
Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos
por decreto do Executivo, que dará imediato co­nhecimento ao
Poder Legislativo. Normalmente, a própria lei orçamentária já por uma organização, firma ou indivíduo, que os mantém ordena-
autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares até um damente como fonte de informação para a execução de suas ati-
determinado limite. Deve-se, contudo, observar que a transposição, vidades. Os documentos preservados pelo arquivo podem ser de
o remanejamento, ou a transferência de re­cursos de uma categoria vários tipos e em vários suportes. As entidades mantenedoras de
de programação para outra, ou de um órgão para outro, é proibida arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital, Munici-
sem prévia autoriza­ção legislativa (art. 167, VI da CF). pal), institucionais, comerciais e pessoais.

Didatismo e Conhecimento 129


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Um documento (do latim documentum, derivado de docere As comunicações oficiais devem tratar os assuntos públicos
“ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo gráfico, que de forma impessoal, ou seja, sem impressões pessoais sobre o as-
comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma sunto tratado.
afirmação etc. No meio jurídico, documentos são frequentemente Esta recomendação não tem relação direta com a pessoa gra-
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor pro- matical do verbo relativo ao emissor que tanto pode ser empregado
batório. na 1ª pessoa do singular (ex: Comunico, Solicito), quanto na 1ª do
Documento arquivístico: Informação registrada, independen- plural (ex: Comunicamos, Solicitamos).
te da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer da
atividade de uma instituição ou pessoa e que possui conteúdo, con- Concisão - Consiste em apresentar uma ideia com poucas
texto e estrutura suficientes para servir de prova dessa atividade. palavras, sem, no entanto, comprometer a clareza. Uma redação
Desde o desenvolvimento da Arquivologia como disciplina, a concisa evita-se adjetivação desnecessária, períodos extensos e
partir da segunda metade do século XIX, talvez nada tenha sido tão redundância.
revolucionário quanto o desenvolvimento da concepção teórica e Polidez - É o resultado final de uma redação, apresentando-se
dos desdobramentos práticos da gestão. um texto agradável para ser lido e no tratamento respeitoso, digno
e apropriado do emissor. Devem ser evitadas a ironia, as gírias e
PRINCÍPIOS: a irreverência.

Os princípios arquivísticos constituem o marco principal da Os atos administrativos são compostos pelos seguintes ele-
diferença entre a arquivística e as outras “ciências” documentárias. mentos:
São eles:
1. Competência - É a condição primeira para a validade do ato
Princípio da Proveniência: Fixa a identidade do documento, administrativo. Nenhum ato pode ser realizado validamente sem
relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos de- que o agente disponha de poder legal para praticá-lo.
vem ser organizados em obediência à competência e às atividades
da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, 2. Finalidade - É o objetivo de interesse público a atingir. Não
acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de se compreende ato administrativo sem fim público.
uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva in-
dividualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não 3. Forma - A forma em que se deve exteriorizar o ato adminis-
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. trativo constitui elemento vinculado e indispensável à sua perfei-
ção. A inexistência da forma induz à inexistência do ato adminis-
Princípio da Organicidade: As relações administrativas or- trativo. A forma normal do ato administrativo é a escrita, embora
gânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade atos existam consubstanciados em ordens verbais, e até mesmo
é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, em sinais convencionais, como ocorre com as instruções momen-
funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas tâneas de superior a inferior hierárquico, com as determinações
relações internas e externas. da polícia em casos de urgência e com a sinalização do trânsito.
No entanto, a rigor, o ato escrito em forma legal não se exporá à
Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, gênero, tipo invalidade.
ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter úni-
co, em função do contexto em que foram produzidos. 4. Motivo - O motivo ou a causa é a situação de direito ou de
fato que determina ou autoriza a realização do ato administrati-
Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Os fundos de vo. O motivo como elemento integrante da perfeição do ato, pode
arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, aliena- vir expresso em lei, como pode ser deixado a critério do adminis-
ção, destruição não autorizada ou adição indevida. trador. Em se tratando de motivo vinculado pela lei, o agente da
administração, ao praticar o ato, fica na obrigação de justificar a
Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma formação existência do motivo, sem o qual o ato será inválido ou pelo menos
progressiva, natural e orgânica. invalidável por ausência da motivação.
A redação oficial é a maneira de redigir as correspondências,
processos e documentos afetos à administração pública. 5. Objeto - O objeto do ato administrativo é a criação, a mo-
Assim, a correta redação dos atos administrativos é necessária dificação ou a comprovação de situações jurídicas concernentes a
e algumas características devem ser observadas na elaboração dos pessoas, coisas ou atividades sujeitas à atuação do Poder Público.
textos oficiais. Tais como: Neste sentido, o objeto identifica-se com o conteúdo do ato e por
Objetividade e clareza - Dar a impressão exata das palavras, meio dele a administração manifesta o seu poder e a sua vontade
visando facilitar a compreensão da informação, evitando o supér- ou atesta simplesmente situações pré-existentes.
fluo, a linguagem técnica.
A linguagem culta deve nortear a formalidade do texto.
Correção - Uso das regras gramaticais, segundo os padrões e
normas do idioma.
Impessoalidade - O emissor do documento não é a pessoa que
o assina, mas a Instituição que ele representa.

Didatismo e Conhecimento 130


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialismos, neo-
logismos, regionalismos, bordões da fala e da linguagem oral, bem
15. REDAÇÃO OFICIAL. como as abreviações e imagens sígnicas comuns na comunicação
eletrônica.
Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jornalísticos
ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito estético nem à
originalidade. Ao contrário, impõe uniformidade, sobriedade, cla-
Conceito reza, objetividade, no sentido de se obter a maior compreensão
possível com o mínimo de recursos expressivos necessários. Porta-
Entende‑se por Redação Oficial o conjunto de normas e prá- rias lavradas sob forma poética, sentenças e despachos escritos em
ticas que devem reger a emissão dos atos normativos e comuni- versos rimados pertencem ao “folclore” jurídico‑administrativo e
cações do poder público, entre seus diversos organismos ou nas são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também inacei-
relações dos órgãos públicos com as entidades e os cidadãos. táveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, provocados por
A Redação Oficial inscreve‑se na confluência de dois univer- descuido ou ignorância, que constituem desvios das normas da
sos distintos: a forma rege‑se pelas ciências da linguagem (morfo- língua‑padrão. Enumeram‑se, a seguir, alguns desses vícios:
logia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o conteúdo submete‑se
aos princípios jurídico‑administrativos impostos à União, aos Es- - Barbarismos: São desvios:
tados e aos Municípios, nas esferas dos poderes Executivo, Legis- - da ortografia: “ advinhar” em vez de adivinhar; “excessão”
lativo e Judiciário. em vez de exceção.
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação Oficial - da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
deve ter as qualidades e características exigidas do texto escrito - da morfologia: “interviu” em vez de interveio.
destinado à comunicação impessoal, objetiva, clara, correta e efi- - da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez de des-
caz. percebido (não percebido, sem ser notado).
Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder público, - pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do francês):
essa modalidade de redação ou de texto subordina‑se aos princí- “mise‑en‑scène” em vez de encenação; anglicismo (do inglês):
pios constitucionais e administrativos aplicáveis a todos os atos da “delivery” em vez de entrega em domicílio.
administração pública, conforme estabelece o artigo 37 da Cons-
tituição Federal: - Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões anacrôni-
cas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira, depressa.
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- - Neologismos: Palavras novas que, apesar de formadas de
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, acordo com o sistema morfológico da língua, ainda não foram in-
moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”. corporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez de imóvel, que
não se pode mexer; “talqualmente” em vez de igualmente.
A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem convergir na
produção dos textos dessa natureza, razão pela qual, muitas vezes, - Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser:
não há como separar uma do outro. Indicam‑se, a seguir, alguns - de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de sobra-
pressupostos de como devem ser redigidos os textos oficiais. ram.
- de regência: os comerciantes visam apenas “o lucro” em vez
Padrão culto do idioma de ao lucro.
- de colocação: “não tratava‑se” de um problema sério em vez
A redação oficial deve observar o padrão culto do idioma de não se tratava.
quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estrutura grama-
tical das orações) e à morfologia (ortografia, acentuação gráfica - Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.: O desco-
etc.). nhecido falou‑me de sua mãe. (Mãe de quem? Do desconhecido?
Por padrão culto do idioma deve‑se entender a língua refe- Do interlocutor?)
rendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situações formais
de comunicação. Devem‑se excluir da Redagão Oficial a erudição - Cacófato: Som desagradável, resultante da junção de duas
minuciosa e os preciosismos vocabulares que criam entraves inú- ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um prêmio por
teis à compreensão do significado. Não faz sentido usar “perfunc- cada eleitor que votar em mim (por cada e porcada).
tório” em lugar de “superficial” ou “doesto” em vez de “acusação”
ou “calúnia”. São descabidos também as citações em língua es- - Pleonasmo: Informação desnecessariamente redundante.
trangeira e os latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, vivem na
manuais de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar, miséria; Os moralistas, que se preocupam com a moral, vivem vi-
são unânimes em desaconselhar a utilização de certas formas sa- giando as outras pessoas.
cramentais, protocolares e de anacronismos que ainda se leem em
documentos oficiais, como: “No dia 20 de maio, do ano de 2011 do A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador linguís-
nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que permanecem nos tico dotado de um repertório vocabular e de uma articulação ver-
registros cartorários antigos. bal minimamente compatíveis com o registro médio da linguagem.

Didatismo e Conhecimento 131


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Nesse sentido, deve ser um texto neutro, sem facilitações que in- “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, “Meritíssimo”, “Reverendíssi-
tentem suprir as deficiências cognitivas de leitores precariamente mo” são vocativos que, em algumas instâncias do poder, torna-
alfabetizados. ram‑se inevitáveis. Entenda­-se que essa solenidade tem por consi-
Como exceção, citam‑se as campanhas e comunicados des- deração o cargo, a função pública, e não a pessoa de seu exercente.
tinados a públicos específicos, que fazem uma aproximação com Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obrigato-
o registro linguístico do público‑alvo. Mas esse é um campo que riamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito comuns
refoge aos objetivos deste material, para se inserir nos domínios e construções como “Vossa Excelência sois bondoso(a)”; o correto é
técnicas da propaganda e da persuasão. “Vossa Excelência é bondoso(a)”.
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de com- A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que os
preensão de leitores precariamente equipados quanto à lingua- textos oficiais procuravam revestir‑se de um tom solene e cerimo-
gem, fica evidente o falo de que a alfabetização e a capacidade nioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e pedante, salvo em
de apreensão de enunciados são condições inerentes à cidadania. algumas peças oratórias envolvendo tribunais ou juizes, herdeiras,
Ninguém é verdadeiramente cidadão se não consegue ler e com- no Brasil, da tradição retórica de Rui Barbosa e seus seguidores.
preender o que leu. O domínio do idioma é equipamento indispen- Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação Oficial
sável à vida em sociedade. é a necessidade prática de padronização dos expedientes. Assim,
as prescrições quanto à diagramação, espaçamento, caracteres ti-
Impessoalidade e Objetividade
pográficos etc., os modelos inevitáveis de ofício, requerimento,
memorando, aviso e outros, além de facilitar a legibilidade, ser-
Ainda que possam ser subscritos por um ente público (fun-
vem para agilizar o andamento burocrático, os despachos e o ar-
cionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do poder
público e é em nome dele que o emissor se comunica, sempre nos quivamento.
termos da lei e sobre atos nela fundamentados. É também por essa razão que quase todos os órgãos públicos
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu” editam manuais com os modelos dos expedientes que integram
enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou opi- sua rotina burocrática. A Presidência da República, a Câmara dos
niões. Mesmo quando o agente público manifesta‑se em primeira Deputados, o Senado, os Tribunais Superiores, enfim, os poderes
pessoa, em formas verbais comuns como: declaro, resolvo, deter- Executivo, Legislativo e Judiciário têm os próprios ritos na elabo-
mino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei que ele o faz e é ração dos textos e documentos que lhes são pertinentes.
em função do cargo que exerce que se identifica e se manifesta.
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o Concisão e Clareza
objeto da informação. A impessoalidade contribui para a necessá-
ria padronização, reduzindo a variabilidade da linguagem a certos Houve um tempo em que escrever bem era escrever “difícil”.
padrões, sem o que cada texto seria suscetível de inúmeras inter- Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos raros, in-
pretações. versões sintáticas, adjetivação intensiva, enumerações, gradações,
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O adje- repetições enfáticas já foram considerados virtudes estilísticas.
tivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo de valor Atualmente, a velocidade que se impõe a tudo o que se faz, inclu-
pessoal do emissor. São inaceitáveis também a pontuação expres- sive ao escrever e ao ler, tornou esses recursos quase sempre obso-
siva, que amplia a significação (! ... ), ou o emprego de interjeições letos. Hoje, a concisão, a economia vocabular, a precisão lexical,
(Oh! Ah!), que funcionam como índices do envolvimento emocio- ou seja, a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
nal do redator com aquilo que está escrevendo. Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo “enxuto”
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de Andrade, de João
individual é estimulado e serve como diferencial das qualidades Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, mestres da linguagem
autorais, a função pública impõe a despersonalização do sujeito, altamente concentrada.
do agente público que emite a comunicação. São inadmissíveis, Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e “exór-
portanto, as marcas individualizadoras, as ousadias estilísticas, a dios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais, como o
linguagem metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial
exemplo risível e caricato que segue:
prima pela denotação, pela sintaxe clara e pela economia vocabu-
lar, ainda que essa regularidade imponha certa “monotonia buro-
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz
crática” ao discurso.
Reafirma‑se que a intermediação entre o emissor e o recep- que nos valhamos do ensejo para congratularmo‑nos com Vossa
tor nas Redações Oficiais é o código linguístico, dentro do padrão Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação
culto do idioma; uma linguagem “neutra”, referendada pelas gra- de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor público,
máticas, dicionários e pelo uso em situações formais, acima das para abordar questões de tamanha complexidade, a respeito das
diferenças individuais, regionais, de classes sociais e de níveis de quais divergem os hermeneutas e exegetas.
escolaridade. Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das cau-
sas primeiras, que fundamentaram a proposição tempestivamen-
Formalidade e Padronização te encaminhada por Vossa Excelência, indispensável se faz uma
abordagem preliminar dos antecedentes imediatos, posto que estes
As comunicações oficiais impõem um tratamento polido e res- antecedentes necessariamente antecedem os consequentes”.
peitoso. Na tradição ibero‑americana, afeita a títulos e a tratamen-
tos reverentes, a autoridade pública revela sua posição hierárquica Observe que absolutamente nada foi dito ou informado.
por meio de formas e de pronomes de tratamento sacramentais.

Didatismo e Conhecimento 132


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
As Comunicações Oficiais - Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e
A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos de Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Presi-
objetividade, concisão, clareza, impessoalidade, formalidade, pa- dentes das Câmaras Legislativas Municipais.
dronização e correção gramatical. - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Superiores;
Além dessas, há outras características comuns à comunica- Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça Militar.
ção oficial, como o emprego de pronomes de tratamento, o tipo de Vocativos
fecho (encerramento) de uma correspondência e a forma de iden-
tificação do signatário, conforme define o Manual de Redação da O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
Presidência da República. Outros órgãos e instituições do poder chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec-
público também possuem manual de redação próprio, como a Câ- tivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentís-
mara dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações simo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo
Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciário etc. Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
As demais autoridades devem ser tratadas com o vocativo Se-
Pronomes de Tratamento nhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo: Senhor Senador /
Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora Juiza; Senhor Ministro
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e / Senhora Ministra; Senhor Governador / Senhora Governadora.
polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais, como
também às normas de educação e cortesia. Para isso, é fundamen- Endereçamento
tal o emprego de pronomes de tratamento, que devem ser utili-
zados de forma correta, de acordo com o destinatário e as regras De acordo com o Manual de Redação da Presidência, no en-
gramaticais. velope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autorida-
Embora os pronomes de tratamento se refiram à segunda pes- des tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte forma:
soa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é feita em
terceira pessoa. A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Concordância verbal: Ministro de Estado da Justiça
Vossa Senhoria falou muito bem. 70064‑900 ‑ Brasília. DF
Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião. A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Concordância pronominal: Senado Federal
Pronomes de tratamento concordam com pronomes possessi- 70165‑900 ‑ Brasília. DF
vos na terceira pessoa.
Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”). A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Concordância nominal: Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que se Rua ABC, nº 123
refere o pronome de tratamento. 01010‑000 ‑ São Paulo. SP
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em comuni-
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem) cações oficiais, está abolido o uso do tratamento digníssimo (DD)
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) às autoridades na lista anterior. A dignidade é pressuposto para que
se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetida
Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela). evocação”.
Vossa Excelência - com quem se fala (você)
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado para
Emprego dos Pronomes de Tratamento as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal.
As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação da
Presidência da República. No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as seguin- Fulano de Tal
tes autoridades: Rua ABC, nº 123
70123-000 – Curitiba.PR
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vice-presi-
denIe da República; Ministros de Estado; Governadores e vice‑go- Conforme o Manual de Redação da Presidência, em comu-
vernadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais generais das nicações oficiais “fica dispensado o emprego do superlativo Ilus-
Forças Armadas; Embaixadores; Secretários‑executivos de Minis- tríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa
térios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretá- Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de
rios de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais. tratamento Senhor. O Manual também esclarece que “doutor não

Didatismo e Conhecimento 133


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
é forma de tratamento, e sim título acadêmico”. Por isso, reco- (espaço para assinatura)
menda-se empregá-lo apenas em comunicações dirigidas a pessoas Nome
que tenham concluído curso de doutorado. No entanto, ressalva-se Chefe da Secretaria‑Geral da Presidência da República
que “é costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os
bacharéis em Direito e em Medicina”. (espaço para assinatura)
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento dirigido a Nome
reitores de universidade. Corresponde‑lhe o vocativo: Magnífico Ministro de Estado da Justiça
Reitor.
Vossa Santidade: É o pronome de tratamento empregado em “Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
Santíssimo Padre. menos a última frase anterior ao fecho”, alerta o Manual.

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: São os Padrões e Modelos


pronomes empregados em comunicações dirigidas a cardeais. Os
vocativos correspondentes são: Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou O Padrão Ofício
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal.
O Manual de Redação da Presidência da República lista três
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades ecle- tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes,
siásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima (para arce- possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A
bispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reve- diagramação proposta para esses expedientes é denominada pa-
rendíssima (para monsenhores, cônegos e superiores religiosos); drão ofício.
Vossa Reverência (para sacerdotes, clérigos e demais religiosos). O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes
partes:
Fechos para Comunicações
- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão
que o expede. Exemplos:
De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das comu-

nicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de arrematar o
Of. 123/2002-MME
texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o fecho é a maneira de
Aviso 123/2002-SG
quem expede a comunicação despedir‑se de seu destinatário.
Mem. 123/2002-MF
Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual
Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 pa-
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamento à
drões de fechos para comunicações oficiais. O Manual simplificou direita. Exemplo:
a lista e reduziu­-os a apenas dois para todas as modalidades de
comunicação oficial. São eles: Brasília, 20 de maio de 2011
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive o - Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos:
presidente da República.
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
hierarquia inferior. Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição próprios, a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído também o
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério endereço.
das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação da Presidên-
cia da República. - Texto. Nos casos em que não for de mero encaminhamento
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atenciosamen- de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
te” é recomendada para os mesmos casos pelo Manual de Reda- Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura, na
ção da Câmara dos Deputados e por outros manuais oficiais. Já os qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
fechos para as cartas particulares ou informais ficam a critério do uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cum-
remetente, com preferência para a expressão “Cordialmente”, para pre‑me informar que”,empregue a forma direta;
encerrar a correspondência de forma polida e sucinta. Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o texto
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
Identificação do Signatário em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
Conforme o Manual de Redação da Presidência do Repúbli- tada a posição recomendada sobre o assunto.
ca, com exceção das comunicações assinadas pelo presidente da
República, em todas as comunicações oficiais devem constar o Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos ca-
nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo de sua assina- sos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtí-
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: tulos.

Didatismo e Conhecimento 134


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a - a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
estrutura deve ser a seguinte: branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que e ilustrações;
solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver - todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser im-
sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu- pressos em papel de tamanho A‑4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos - deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e Rich Text nos documentos de texto;
assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado, - dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
segundo a seguinte fórmula: ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro-
veitamento de trechos para casos análogos;
“Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, - para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do documento + palavras‑chave do conteúdo. Exemplo:
servidor Fulano de Tal.”
“Of. 123 ‑ relatório produtivida-
ou de ano 2010”

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da
Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de São modalidades de comunicação oficial praticamente idênti-
modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.” cas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclu-
sivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma
Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas demais
algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode- autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos
rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, no caso
não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero do ofício, também com particulares.
encaminhamento. Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do pa-
drão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário,
- Fecho. seguido de vírgula. Exemplos:
- Assinatura.
- Identificação do Signatário Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhora Ministra,
Forma de Diagramação Senhor Chefe de Gabinete,

Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-


Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte
tes informações do remetente:
forma de apresentação:
- nome do órgão ou setor;
- endereço postal;
- deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
- telefone e endereço de correio eletrônico.
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
- para símbolos não existentes na fonte Times New Roman,
Obs: Modelo no final da matéria.
poder‑se‑ão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
- é obrigatório constar a partir da segunda página o número Memorando ou Comunicação Interna
da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- O Memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata‑se, portanto,
espelho”); de uma forma de comunicação eminentemente interna.
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado
cia da margem esquerda; para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adota-
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- dos por determinado setor do serviço público.
mo 3,0 cm de largura; Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; memorando em qualquer órgão deve pautar-­se pela rapidez e pela
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desneces-
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não sário aumento do número de comunicações, os despachos ao me-
comportar tal recurso, de uma linha em branco; morando devem ser dados no próprio documento e, no caso de fal-
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, ta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do transparência a tomada de decisões, e permitindo que se historie o
documento; andamento da matéria tratada no memorando.

Didatismo e Conhecimento 135


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser menciona- - outras possibilidades de resolução do problema.
do pelo cargo que ocupa. Exemplos: - Custos. Mencionar:
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá‑la;
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos. - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça-
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá‑la;
Obs: Modelo no final da matéria. - valor a ser despendido em moeda corrente;
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente
Exposição de Motivos se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva
tramitar em regime de urgência). Mencionar:
É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao vice- - se o problema configura calamidade pública;
-presidente para: - por que é indispensável a vigência imediata;
- informá-lo de determinado assunto; - se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
- propor alguma medida; ou nham sido previstos;
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo. - se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
prevista.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da - Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medi-
República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto da proposta possa vir a tê-lo)
tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos - Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
deverá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por - Síntese do parecer do órgão jurídico.
essa razão, chamada de interministerial.
Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do Com base em avaliação do ato normativo ou da medida propo-
padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas for- sa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3.
mas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclu- A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
sivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
ou submeta projeto de ato normativo. a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simples- exame ou se reformule a proposta.
mente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da Re- O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
pública, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
ofício. de ato normativo tem como finalidade:
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- - permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada resolver;
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentários blema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apon- do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
tar: na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da cutivo (v. 10.4.3.)
medida ou do ato normativo proposto; - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
eventuais alternativas existentes para equacioná‑lo; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efei-
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março tos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição
de 2010. de motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério da providência proposta: por que deve ser adotada e como resol-
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de verá o problema.
201_. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
meação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, rever-
- Síntese do problema ou da situação que reclama providên- são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
cias; ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
medida proposta; de motivos. Ressalte-se que:
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar: - a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; dispensa o encaminhamento do parecer completo;

Didatismo e Conhecimento 136


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos - Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumpri-
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos mento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da Re-
comentários a serem alí incluídos. pública encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus mem-
bros, com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, jun-
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a tando cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação
atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, conci- de Documentação da Presidência da República.
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos - Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao
é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem determina-
República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser dos cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do
encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário TCU, Presidentes e diretores do Banco Central, Procurador‑Geral
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou da República, Chefes de Missão Diplomática etc.) têm em vista
em parte. que a Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela
Casa do Congresso Nacional competência privativa para aprovar a
Mensagem
indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente assinado,
acompanha a mensagem.
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato - Pedido de autorização para o presidente ou o vice‑presi-
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião dente da República se ausentarem do País por mais de 15 dias:
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional Trata‑se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar 83), e a autorização é da competência privativa do Congresso Na-
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja cional.
de interesse dos poderes públicos e da Nação. O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia,
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comuni-
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação cação a cada Casa do Congresso, enviando‑lhes mensagens idên-
final. ticas.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades: - Encaminhamento de atos de concessão e renovação de
concessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de submeter
- Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- tais atos à apreciagão do Congresso Nacional consta no inciso XII
tar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou complementar do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
são enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de ur- outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
gência (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o pro- Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensa-
jeto pode ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser gem a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
objeto de nova mensagem, com solicitação de urgência. 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensa-
Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da gem o correspondente processo administrativo.
Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação
(Constituição, art. 64, caput). - Encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem pla- rior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e cré-
a abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacio-
ditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem‑se
nal as contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art.
aos membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são
84, XXIV), para exame e parecer da Comissão Mista permanente
endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é
que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual so- (Constituição, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados
bre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedi-
forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso mento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. - Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve con-
57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas. ter o plano de governo, exposição sobre a situação do País e soli-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvi- citação de providências que julgar necessárias (Constituição, art.
do no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame 84, XI).
técnico, jurídico e econômico‑financeiro das matérias objeto das O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presi-
proposições por elas encaminhadas. dência da República. Esta mensagem difere das demais porque vai
Tais exames materializam‑se em pareceres dos diversos ór- encadernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de
gãos interessados no assunto das proposições, entre eles o da Ad- livro.
vocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises
necessárias constam da exposição de motivos do órgão onde se - Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos):
geraram, exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de Esta mensagem é dirigida aos membros do Congresso Nacional,
encaminhamento ao Congresso. encaminhada por Aviso ao Primeiro ­Secretário da Casa onde se

Didatismo e Conhecimento 137


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da
sanção. República, não traz identificação de seu signatário.

- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado Obs: Modelo no final da matéria.


Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a
decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e Telegrama
as razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Ofi-
cial da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publicação Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os pro-
se restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. cedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por
- Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos
com regular frequência mensagens com: e tecnologicamente superada, deve restringir‑se o uso do telegra-
- encaminhamento de atos internacionais que acarretam encar- ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio
gos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
- pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às opera- bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
ções e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art. deve pautar‑se pela concisão.
155, § 2º, IV); Não há padrão rígido, devendo‑se seguir a forma e a estrutura
- proposta de fixação de limites globais para o montante da dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); sítio na Internet.
- pedido de autorização para operações financeiras externas
(Constituição, art. 52, V); e outros. Obs: Modelo no final da matéria.

Entre as mensagens menos comuns estão as de: Fax


- convocação extraordinária do Congresso Nacional (Consti-
tuição, art. 57, § 6º); O fax (forma abreviada já consagrada de fac‑símile) é uma
- pedido de autorização para exonerar o Procurador‑Geral da forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao de-
República (art. 52, XI, e 128, § 2º); senvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de men-
sagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
- pedido de autorização ou referendo para celebrara paz
segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
(Constituição, art. 84, XX);
Se necessário o arquivamento, deve‑se fazê‑lo com cópia xe-
- justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
rox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos,
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
se deteriora rapidamente.
- pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
tituição, art. 137); que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
- relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formu-
ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); lário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada.
- proposta de modificação de projetas de leis financeiras
(Constituição, art. 166, § 5º); Correio Eletrônico
- pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re- O correio eletrônico (“e‑mail”), por seu baixo custo e cele-
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166, ridade, transformou‑se na principal forma de comunicação para
§ 8º); transmissão de documentos.
- pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi- Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1º); etc. flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua
As mensagens contêm: estrutura. Entretanto, deve‑se evitar o uso de linguagem incompa-
- a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon- tível com uma comunicação oficial.
talmente, no início da margem esquerda: O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensa-
gem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu-
Mensagem nº mental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,
- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que enca-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda: minha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu
conteúdo.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Sempre que disponível, deve‑se utilizar recurso de confirma-
ção de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensa-
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; gem pedido de confirmação de recebimento.

Didatismo e Conhecimento 138


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião
correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ou dá uma informação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual res-
ser aceita como documento original, é necessário existir certifica- ponde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por
ção digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabe- deputados, deve‑se usar a carta, não o memorando ou ofício, por
lecida em lei. estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara dos Depu-
Apostila tados. O parlamentar deverá assinar memorando ou ofício apenas
como titular de função oficial específica (presidente de comissão
É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo ou membro da Mesa, por exemplo). Estrutura:
de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens,
- Local e data.
evitando‑se assim a expedição de um novo título ou documento.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, car-
Estrutura:
- Título: APOSTILA, centralizado. go e endereço.
- Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, - Vocativo.
atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso, - Texto.
onde o documento foi publicado. - Fecho.
- Local e data. - Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo.
- Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que cons-
tatou a necessidade de efetuar a apostila. Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerá‑las.
Nesse caso, a numeração poderá apoiar­-se no padrão básico de
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de docu- diagramação.
mento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos ou no O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência
verso do documento. oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cor-
Em caso de publicação do ato administrativo originário, a dialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou
apostila deve ser publicada com a menção expressa do ato, núme- igualdade de posição entre os correspondentes.
ro, dia, página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no qual
o ato administrativo foi originalmente publicado, a fim de que se Obs: Modelo no final da matéria.
preserve a data de validade.
Declaração
Obs: Modelo no final da matéria.

ATA É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo


sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos - Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia. - Texto: exposição do fato ou situação declarada, com fina-
Estrutura: lidade, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) e sua
- Título ‑ ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequen- relação com a Câmara nos casos mais formais.
cialmente, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em - Local e data.
caixa‑alta. - Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autori-
- Texto, incluindo: Preâmbulo ‑ registro da situação espacial dade, função ou cargo.
e temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de
suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for A declaração documenta uma informação prestada por autori-
o caso; Fecho ‑ termo de encerramento com indicação, se neces- dade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação do fato
sário, do redator, do horário de encerramento, de convocação de ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão do car-
nova reunião etc. go que ocupa ou da função que exerce.
A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os presentes à Declarações que possuam características específicas podem
reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exi-
receber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”.
gências regimentais do órgão.
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, deve‑se,
em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da informação Obs: Modelo no final da matéria.
correta a ser registrada. No caso de omissão de informações ou de Despacho
erros constatados após a redação, usa‑se a expressão “Em tempo”
ao final da ATA, com o registro das informações corretas. É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição
que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode
Obs: Modelo no final da matéria. ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura:
- Nome do órgão principal e secundário.
Carta - Número do processo.
- Data.
É a forma de correspondência emitida por particular, ou au- - Texto.
toridade com objetivo particular, não se confundindo com o me- - Assinatura e função ou cargo da autoridade.
morando (correspondência interna) ou o ofício (correspondência

Didatismo e Conhecimento 139


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
O despacho pode constituir‑se de uma palavra, de uma expres- - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido
são ou de um texto mais longo. em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do
Obs: Modelo no final da matéria. cargo.

Ordem de Serviço Certas portarias contêm considerandos, com as razões que


justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles.
É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou pon- A ementa justifica‑se em portarias de natureza normativa.
tuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da Ad- Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomea-
ministração. Estrutura: ção e exoneração, por exemplo, suprime­-se a ementa.
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade Obs: Modelo no final da matéria.
que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação perti-
nente ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra Relatório
“resolve”.
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamento
em itens, incisos, alíneas etc. de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do de-
- Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da senvolvimento de serviços específicos num determinado período.
função.
Estrutura:
- Título ‑ RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui
- Texto ‑ registro em tópicos das principais atividades desen-
caráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a
otimização e a racionalização de serviços. volvidas, podendo ser indicados os resultados parciais e totais,
com destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos
Obs: Modelo no final da matéria. do período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvi-
do, os quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser apre-
Parecer sentados como anexos.
- Local e data.
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de - Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es).
órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para
análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios No caso de Relatório de Viagem, aconselha‑se registrar uma
para tomada de decisão. Estrutura: descrição sucinta da participação do servidor no evento (seminá-
- Número de ordem (quando necessário). rio, curso, missão oficial e outras), indicando o período e o tre-
- Número do processo de origem. cho compreendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem
- Ementa (resumo do assunto). deverá ser elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução); informações tratadas no evento para os trabalhos legislativos e ad-
Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho opi- ministrativos da Casa.
nativo (conclusão). Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve‑se aten-
- Local e data. tar para os seguintes procedimentos:
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. - abster‑se de transcrever a competência formal das unidades
administrativas já descritas nas normas internas;
Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o - relatar apenas as principais atividades do órgão;
Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido - evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas
no art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados. unidades administrativas que lhe são subordinadas;
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos - priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas
itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados;
de melhor organizar o assunto, imprimindo‑lhe clareza e didatis-
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas, iden-
mo.
tificando as causas e indicando as prioridades para os próximos
anos;
Obs: Modelo no final da matéria.
Portaria - gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao
máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, Departamen-
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece re- to ou unidade equivalente.
gras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organiza-
ção e do funcionamento de serviços dentro de sua esfera de com- Obs: Modelo no final da matéria.
petência. Estrutura:
- Título: PORTARIA, numeração e data. Requerimento (Petição)
- Ementa: síntese do assunto.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma
que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor. Es-
palavra “resolve”. trutura:

Didatismo e Conhecimento 140


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja, da autoridade competente.
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: nacionalidade,
estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do processo, segundo a
Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil deve ser colocado
o número do registro funcional e a lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais do requerimento e os
elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
- Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.

Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindicação ou manifestação, o documento utilizado será um abaixo‑assinado, com
estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defe-
sa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumentaliza por meio
de requerimento. No que concerne especificamente aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabelece que o requerimento
deve ser dirigido à autoridade competente para decidi‑lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado
o requerente (Lei nº 8.112/90, art. 105).

Obs: Modelo no final da matéria.

Protocolo

O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático) em que são transcritos
progressivamente os documentos e os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro, se obedece-
rem a normas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em casos de controvérsia jurídica.
O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identificando-se diretamente com o próprio procedimento. Por extensão de sen-
tido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido para alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”).
A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma repartição determinada, que recebe o material documentário do sujeito que o
produz em saída e em entrada e os anota num registro (atualmente em programas informáticos), atruibuindo-lhes um número e também uma
posição de arquivo de acordo com suas características.
O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios:
- Número progressivo.
- Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspondência

Didatismo e Conhecimento 141


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Ofício

(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 20 de maio de 2011

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF
3 cm 297 mm
1,5 cm
Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de


24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em
sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas
pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído
pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que –
na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto
no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade
civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e
das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

Didatismo e Conhecimento 142


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Aviso

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
297 mm

3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro


Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser
realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das
Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído
pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

Didatismo e Conhecimento 143


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

Didatismo e Conhecimento 144


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

Didatismo e Conhecimento 145


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

4 cm

297 mm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

2 cm 1,5 cm

3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 28 de março de 2011

210 mm

Didatismo e Conhecimento 146


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Telegrama

[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
_____________________________________________________________________


Exemplo de Apostila

APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal declara que


o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CDCC-RQ001/2004, publicada no Suplemento ao Boletim
Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua situação funcional alterada, de Secretário Parlamentar
Requisitado, ponto n. 123, para Secretário Parlamentar sem vínculo efetivo com o serviço público, ponto n.
105.123, a partir de 11 de abril de 2004, em face de decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da Silva, Diretora
da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que foi aprovada, sem
alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão do item “Projetos Concluídos”,
sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de
Marketing, que apresentou um breve relato das atividades desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento
dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos
meses os trabalhos enviados para publicação estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando
a todos pelos resultados alcançados. Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos
mantiveram-se dentro do cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na
próxima semana. Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de
junho, quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

Didatismo e Conhecimento 147


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRASECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70 do Regimento
do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos das informações e
manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


PrimeiroSecretário

Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados,
consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de Serviços
Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte ordem de
preferência:
1 reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 reuniões de trabalho da diretoria;
111 reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da Coordenação de
Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

Didatismo e Conhecimento 148


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).


(assinatura)
(nome)
(cargo)

Didatismo e Conhecimento 149


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Exemplo de Portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIAGERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições de


passagens aéreas e diárias de viagens, autorizadasem processos
administrativos no âmbito da Câmara dos Deputados e assinadas
pelo DiretorGeral.

O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral, para
parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de segurança
e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


DiretorGeral

Modelo de Relatório

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
. ................................................................................ ....

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, . .......................... de de 201...

Nome
Função ou Cargo

Didatismo e Conhecimento 150


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. ���������������������������������������������������������� de 201.....

Nome
Cargo ou Função

16. TRANSPARÊNCIA NO
SERVIÇO PÚBLICO.

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o  Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de
garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal. 
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei: 
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário
e do Ministério Público; 
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta
ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 

Art. 2o  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização
de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de
parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres. 

Didatismo e Conhecimento 151


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Parágrafo único.  A publicidade a que estão submetidas II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
as entidades citadas no  caput  refere-se à parcela dos recursos autenticidade e integridade; e 
públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
de contas a que estejam legalmente obrigadas.  observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e
eventual restrição de acesso. 
Art. 3o  Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a
assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem Art. 7o  O acesso à informação de que trata esta Lei compreende,
ser executados em conformidade com os princípios básicos da entre outros, os direitos de obter: 
administração pública e com as seguintes diretrizes:  I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
como exceção;  obtida a informação almejada; 
II - divulgação de informações de interesse público, II - informação contida em registros ou documentos,
independentemente de solicitações;  produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela ou não a arquivos públicos; 
tecnologia da informação;  III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
na administração pública;  ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; 
V - desenvolvimento do controle social da administração IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; 
pública.  V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e
entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e
Art. 4o  Para os efeitos desta Lei, considera-se:  serviços; 
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser VI - informação pertinente à administração do patrimônio
utilizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos
em qualquer meio, suporte ou formato;  administrativos; e 
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer VII - informação relativa: 
que seja o suporte ou formato;  a) à implementação, acompanhamento e resultados dos
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade como metas e indicadores propostos; 
para a segurança da sociedade e do Estado;  b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo,
identificada ou identificável;  incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. 
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes § 1o  O acesso à informação previsto no caput não compreende
à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento
reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à
armazenamento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da segurança da sociedade e do Estado. 
informação;  § 2o  Quando não for autorizado acesso integral à informação
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
autorizados;  parte sob sigilo. 
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido § 3o  O direito de acesso aos documentos ou às informações
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão
indivíduo, equipamento ou sistema;  e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, decisório respectivo. 
inclusive quanto à origem, trânsito e destino;  § 4o  A negativa de acesso às informações objeto de pedido
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.  fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
termos do art. 32 desta Lei. 
Art. 5o  É dever do Estado garantir o direito de acesso à § 5o  Informado do extravio da informação solicitada, poderá
informação, que será franqueada, mediante procedimentos o interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva
fácil compreensão.  documentação. 
§ 6o  Verificada a hipótese prevista no § 5o  deste artigo, o
CAPÍTULO II responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO  prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que
comprovem sua alegação. 
Art. 6o  Cabe aos órgãos e entidades do poder público,
observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, Art. 8o  É dever dos órgãos e entidades públicas promover,
assegurar a:  independentemente de requerimentos, a divulgação em local de
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de
acesso a ela e sua divulgação;  interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 

Didatismo e Conhecimento 152


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 1o  Na divulgação das informações a que se refere o caput, c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a
deverão constar, no mínimo:  informações; e 
I - registro das competências e estrutura organizacional, II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de participação popular ou a outras formas de divulgação. 
atendimento ao público; 
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de CAPÍTULO III
recursos financeiros;  DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO 
III - registros das despesas;  Seção I
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, Do Pedido de Acesso 
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os
contratos celebrados;  Art. 10.  Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art.
ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e  1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.  a identificação do requerente e a especificação da informação
§ 2o  Para cumprimento do disposto no  caput, os órgãos e requerida. 
entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos § 1o  Para o acesso a informações de interesse público, a
legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em identificação do requerente não pode conter exigências que
sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).  inviabilizem a solicitação. 
§ 3o  Os sítios de que trata o § 2o  deverão, na forma de § 2o  Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:  alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o seus sítios oficiais na internet. 
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em § 3o  São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
linguagem de fácil compreensão;  determinantes da solicitação de informações de interesse público. 
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como Art. 11.  O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou
planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;  conceder o acesso imediato à informação disponível. 
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos § 1o  Não sendo possível conceder o acesso imediato, na
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;  forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: 
estruturação da informação;  I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações efetuar a reprodução ou obter a certidão; 
disponíveis para acesso;  II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para parcial, do acesso pretendido; ou 
acesso;  III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
entidade detentora do sítio; e  interessado da remessa de seu pedido de informação. 
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a § 2o  O prazo referido no § 1o  poderá ser prorrogado por
acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será
termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, cientificado o requerente. 
e do  art. 9o  da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com § 3o  Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no  186, de 9 de e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade
julho de 2008.  poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa
§ 4o  Os Municípios com população de até 10.000 (dez pesquisar a informação de que necessitar. 
mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória § 4o  Quando não for autorizado o acesso por se tratar de
na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser
divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições
orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade
73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de competente para sua apreciação. 
Responsabilidade Fiscal).  § 5o  A informação armazenada em formato digital será
fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente. 
Art. 9o  O acesso a informações públicas será assegurado § 6o  Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
mediante:  em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
e entidades do poder público, em local com condições apropriadas lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
para:  a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informações;  ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
respectivas unidades;  mesmo tais procedimentos. 

Didatismo e Conhecimento 153


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 12.  O serviço de busca e fornecimento da informação é Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassificação
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo de informação protocolado em órgão da administração pública
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da área,
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reavaliação
custo dos serviços e dos materiais utilizados.  de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16. 
Parágrafo único.  Estará isento de ressarcir os custos previstos § 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá ser
no  caput  todo aquele cuja situação econômica não lhe permita dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à
fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente
nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto de 1983.  superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso
das Forças Armadas, ao respectivo Comando. 
Art. 13.  Quando se tratar de acesso à informação contida em § 2o  Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
esta confere com o original.  prevista no art. 35. 
Parágrafo único.  Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão Art. 18.  Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classificação
ponha em risco a conservação do documento original.  de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
Art. 14.  É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
de negativa de acesso, por certidão ou cópia.  caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido. 

Seção II Art. 19.  (VETADO). 


Dos Recursos  § 1o  (VETADO). 
§ 2o  Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público
informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho
Art. 15.  No caso de indeferimento de acesso a informações
Nacional do Ministério Público, respectivamente, as decisões que,
ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor
em grau de recurso, negarem acesso a informações de interesse
recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua público. 
ciência. 
Parágrafo único.  O recurso será dirigido à autoridade Art. 20.  Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a  Lei
hierarquicamente superior à que exarou a decisão impugnada, que no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata
deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.  este
Capítulo. 
Art. 16.  Negado o acesso a informação pelos órgãos ou
entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá CAPÍTULO IV
recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO 
de 5 (cinco) dias se:  Seção I
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for Disposições Gerais 
negado; 
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou Art. 21.  Não poderá ser negado acesso à informação necessária
parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. 
classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser Parágrafo único.  As informações ou documentos que versem
dirigido pedido de acesso ou desclassificação;  sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e  não poderão ser objeto de restrição de acesso. 
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros
procedimentos previstos nesta Lei.  Art. 22.  O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
§ 1o  O recurso previsto neste artigo somente poderá ser legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submetido industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica
à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará qualquer vínculo com o poder público. 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2o  Verificada a procedência das razões do recurso, a Seção II
Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos
que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao de Sigilo 
disposto nesta Lei. 
Art. 23.  São consideradas imprescindíveis à segurança da
§ 3o  Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as
da União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de
informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: 
Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35. 

Didatismo e Conhecimento 154


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a § 2o  O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
integridade do território nacional;  obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. 
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações § 3o  Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão
internacionais;  e divulgação não autorizados. 
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; 
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, Art. 26.  As autoridades públicas adotarão as providências
econômica ou monetária do País;  necessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de
estratégicos das Forças Armadas;  segurança para tratamento de informações sigilosas. 
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e Parágrafo único.  A pessoa física ou entidade privada que,
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, em razão de qualquer vínculo com o poder público, executar
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;  atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas providências necessárias para que seus empregados, prepostos ou
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou  representantes observem as medidas e procedimentos de segurança
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de das informações resultantes da aplicação desta Lei. 
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a
prevenção ou repressão de infrações.  Seção IV
Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
Art. 24.  A informação em poder dos órgãos e entidades Desclassificação 
públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade
à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada Art. 27.  A classificação do sigilo de informações no âmbito da
como ultrassecreta, secreta ou reservada. 
administração pública federal é de competência:  (Regulamento)
§ 1o  Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 
conforme a classificação prevista no  caput, vigoram a partir da
a) Presidente da República; 
data de sua produção e são os seguintes: 
b) Vice-Presidente da República; 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
prerrogativas; 
III - reservada: 5 (cinco) anos. 
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e 
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão no exterior; 
sob sigilo até o término do mandato em exercício ou do último II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso
mandato, em caso de reeleição.  I, dos titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e
§ 3o  Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser sociedades de economia mista; e 
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso incisos I e II e das que exerçam funções de direção, comando
do prazo máximo de classificação.  ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e
§ 4o  Transcorrido o prazo de classificação ou consumado Assessoramento Superiores, ou de hierarquia equivalente, de
o evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade,
automaticamente, de acesso público.  observado o disposto nesta Lei. 
§ 5o  Para a classificação da informação em determinado grau § 1o  A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:  pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e no exterior, vedada a subdelegação. 
do Estado; e  § 2o  A classificação de informação no grau de sigilo
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que ultrassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do
defina seu termo final.  inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado,
no prazo previsto em regulamento. 
Seção III § 3o  A autoridade ou outro agente público que classificar
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas  informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a
Art. 25.  É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento. 
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
assegurando a sua proteção. (Regulamento) Art. 28.  A classificação de informação em qualquer grau de
§ 1o  O acesso, a divulgação e o tratamento de informação sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo,
classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham os seguintes elementos: 
necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas I - assunto sobre o qual versa a informação; 
na forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes II - fundamento da classificação, observados os critérios
públicos autorizados por lei.  estabelecidos no art. 24; 

Didatismo e Conhecimento 155


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e
previstos no art. 24; e  exclusivamente para o tratamento médico; 
IV - identificação da autoridade que a classificou.  II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
Parágrafo único.  A decisão referida no caput será mantida no evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada
mesmo grau de sigilo da informação classificada.  a identificação da pessoa a que as informações se referirem; 
III - ao cumprimento de ordem judicial; 
Art. 29.  A classificação das informações será reavaliada pela IV - à defesa de direitos humanos; ou 
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente V - à proteção do interesse público e geral preponderante. 
superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos § 4o  A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
previstos em regulamento, com vistas à sua desclassificação honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de
ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular
24.  (Regulamento) das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas
§ 1o  O regulamento a que se refere o caput deverá considerar para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. 
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por § 5o  Regulamento disporá sobre os procedimentos para
autoridades ou agentes públicos.  tratamento de informação pessoal. 
§ 2o  Na reavaliação a que se refere o  caput, deverão ser
examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade CAPÍTULO V
de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.  DAS RESPONSABILIDADES 
§ 3o  Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação,
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua Art. 32.  Constituem condutas ilícitas que ensejam
produção.  responsabilidade do agente público ou militar: 
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos
Art. 30.  A autoridade máxima de cada órgão ou entidade desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-
publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; 
à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir,
de regulamento:  inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente,
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso
últimos 12 (doze) meses;  ou conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo,
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, emprego ou função pública; 
com identificação para referência futura;  III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos acesso à informação; 
de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
informações genéricas sobre os solicitantes.  acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal; 
§ 1o  Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou
publicação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.  de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si
§ 2o  Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de ou por outrem; 
informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente
sigilo e dos fundamentos da classificação.  informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em
prejuízo de terceiros; e 
Seção V VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos
Das Informações Pessoais  concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte
de agentes do Estado. 
Art. 31.  O tratamento das informações pessoais deve ser feito
§ 1o  Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada,
e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias
consideradas: 
individuais. 
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças
§ 1o  As informações pessoais, a que se refere este artigo,
Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo os
relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: 
critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação
como crime ou contravenção penal; ou 
de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua
data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de
pessoa a que elas se referirem; e  1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da estabelecidos. 
pessoa a que elas se referirem.  § 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
§ 2o  Aquele que obtiver acesso às informações de que trata agente público responder, também, por improbidade administrativa,
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.  conforme o disposto nas  Leis nos  1.079, de 10 de abril de 1950,
§ 3o  O consentimento referido no inciso II do § 1o não será e 8.429, de 2 de junho de 1992. 
exigido quando as informações forem necessárias: 

Didatismo e Conhecimento 156


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 33.  A pessoa física ou entidade privada que detiver § 3o  A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §
informações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o 1   deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a
o

poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos
sujeita às seguintes sanções:  ultrassecretos ou secretos. 
I - advertência;  § 4o  A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de
II - multa;  Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3o implicará
III - rescisão do vínculo com o poder público;  a desclassificação automática das informações. 
IV - suspensão temporária de participar em licitação e § 5o  Regulamento disporá sobre a composição, organização e
impedimento de contratar com a administração pública por prazo funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
não superior a 2 (dois) anos; e  observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com demais disposições desta Lei.  (Regulamento)
a administração pública, até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.  Art. 36.  O tratamento de informação sigilosa resultante de
§ 1o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e
aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de recomendações constantes desses instrumentos. 
defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
dias.  Art. 37.  É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança
§ 2o  A reabilitação referida no inciso V será autorizada Institucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança
somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos:  (Regulamento)
ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
sanção aplicada com base no inciso IV.  de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
§ 3o  A aplicação da sanção prevista no inciso V é de tratamento de informações sigilosas; e 
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.  os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
Art. 34.  Os órgãos e entidades públicas respondem das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação órgãos competentes. 
não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou Parágrafo único.  Regulamento disporá sobre a composição,
informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade organização e funcionamento do NSC. 
funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo
direito de regresso.  Art. 38.  Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se à pessoa novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou
física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades
natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação governamentais ou de caráter público. 
sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. 
Art. 39.  Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à
CAPÍTULO VI reavaliação das informações classificadas como ultrassecretas
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS  e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo
inicial de vigência desta Lei. 
Art. 35.  (VETADO).  § 1o  A restrição de acesso a informações, em razão da
§ 1o  É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de reavaliação prevista no  caput, deverá observar os prazos e
Informações, que decidirá, no âmbito da administração pública condições previstos nesta Lei. 
federal, sobre o tratamento e a classificação de informações § 2o  No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
sigilosas e terá competência para:  prevista no  caput  poderá ser revista, a qualquer tempo, pela
I - requisitar da autoridade que classificar informação como Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os
ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou termos desta Lei.
integral da informação;  § 3o  Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou no caput, será mantida a classificação da informação nos termos
secretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, da legislação precedente. 
observado o disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e  § 4o  As informações classificadas como secretas e
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no  caput  serão
como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu consideradas, automaticamente, de acesso público. 
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às Art. 40.  No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da
1o do art. 24.  administração pública federal direta e indireta designará autoridade
§ 2o  O prazo referido no inciso III é limitado a uma única que lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo
renovação.  órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições: 

Didatismo e Conhecimento 157


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a Art. 47.  Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;  após a data de sua publicação.  
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência e
apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;  123o da República.  
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao lei/l12527.htm
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e 
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos. 
17. ESTATUTO E REGIMENTO
Art. 41.  O Poder Executivo Federal designará órgão da GERAL DA UFAL.
administração pública federal responsável: 
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de
fomento à cultura da transparência na administração pública e
conscientização do direito fundamental de acesso à informação;  ESTATUTO DA UFAL
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na CAPÍTULO I
administração pública;  Da Universidade
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da
administração pública federal, concentrando e consolidando a Art. 1º. A Universidade Federal de Alagoas (UFAL), com
publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;  sede e foro na cidade de Maceió, Capital do Estado de Alagoas,
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório criada pela Lei Federal nº 3.867, de 25 de janeiro de 1961, é uma
anual com informações atinentes à implementação desta Lei.  instituição federal de educação superior pluridisciplinar, de ensino,
pesquisa e extensão, mantida pela União, gozando de autonomia
Art. 42.  O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta assegurada pela Constituição Brasileira , pela legislação nacional
Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua e por este Estatuto.
publicação.  Parágrafo único. A UFAL observa os seguintes princípios e
finalidades decorrentes de sua natureza de instituição pública e
Art. 43.  O inciso VI do art. 116 da  Lei no 8.112, de 11 de gratuita:
dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:  a) da gestão democrática e descentralizada;
“ b) da legalidade, da moralidade, da impessoalidade, da
Art. 116.  ................................................................... eficiência e eficácia, da publicidade de seus atos;
............................................................................................  c) da ética, como norteadora de toda a prática institucional, em
VI -  levar as irregularidades de que tiver ciência em razão todas as suas relações internas e com a sociedade;
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando d) da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;
houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra e) da liberdade de expressão do pensamento, de criação, de
autoridade competente para apuração; difusão e socialização do saber;
.................................................................................” (NR)  f) da universalidade do conhecimento e do fomento à
interdisciplinaridade;
Art. 44.  O g) do desenvolvimento científico, político, cultural, artístico e
Capítulo IV do Título IV da Lei no  8.112, de 1990, passa a sócio econômico do Estado de Alagoas;
vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:  h) da regular prestação de contas;
“ i) da articulação sistemática com as diversas instituições e
Art. 126-A.  Nenhum servidor poderá ser responsabilizado organizações da sociedade.
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra Art. 2º. São objetivos institucionais da UFAL:
autoridade competente para apuração de informação concernente I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, científico e do pensamento reflexivo;
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento,
função pública.”  aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, colaborando na sua
Art. 45.  Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos formação contínua;
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas gerais III - incentivar o trabalho de pesquisa e a investigação
estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia
quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II do e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o
Capítulo III.  entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais,
Art. 46.  Revogam-se:  científicos, e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e  comunicar o saber por meio do ensino, de publicações ou de outras
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991.  formas de comunicação;

Didatismo e Conhecimento 158


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
V - estimular o conhecimento dos problemas do mundo V - contratação e dispensa de professores e técnicos-
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços administrativos;
especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação VI - planos de carreira docente e técnico-administrativo.
de reciprocidade;
VI - promover a extensão, aberta à participação da população, Art. 4º. O Regimento Geral da UFAL, os regimentos internos
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação de seus órgãos e as resoluções do Conselho Universitário
cultural e da pesquisa científica geradas na instituição. regulamentam os preceitos deste estatuto.

Art. 3º. A UFAL, no exercício de sua autonomia poderá, sem Art. 5º. A qualidade das atividades da UFAL está vinculada ao
prejuízo de outras atribuições de sua competência: processo de planejamento e de avaliação periódica, em função de
I - criar, organizar e extinguir cursos e programas de educação seus objetivos institucionais e setoriais de universidade pública e
superior, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o gratuita, voltada para a sociedade.
caso, do respectivo sistema de ensino;
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas Art. 6º. A UFAL oferece cursos de graduação, pós-graduação,
as diretrizes gerais pertinentes; sequenciais, de extensão e de educação profissional, aprovados
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa mediante resoluções de seu Conselho Universitário, observadas as
científica, produção artística e atividades de extensão; diretrizes gerais definidas em atos normativos superiores.
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade
institucional e as exigências do seu meio; CAPÍTULO II
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em Dos Órgãos
consonância com as normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos; Art. 7º. São órgãos da UFAL:
VII - firmar contratos, acordos e convênios; I - Conselho Universitário - CONSUNI;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos II - Conselho de Curadores - CURA;
de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em III - Reitoria;
geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos IV - Unidades Acadêmicas;
institucionais; V - De Apoio.
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
prevista no ato de constituição, nas leis e neste estatuto; Seção I
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e Do Conselho Universitário - CONSUNI
cooperação financeira resultante de convênios com entidades
públicas e privadas; Art. 8º. O Conselho Universitário, órgão de deliberação
XI - propor o seu quadro de pessoal (docente e técnico superior da UFAL, compõe-se de 70% (setenta por cento) de
-administrativo), assim como um plano de cargos e salários, representantes do corpo docente, 15% (quinze por cento) de
atendidas as normas gerais pertinentes e a disponibilidade de representantes do corpo discente e 15% (quinze por cento) de
recursos; representantes do corpo técnico -administrativo da Universidade.
XII - elaborar o regulamento de seu pessoal (docente e § 1º. O Regimento Geral da UFAL disciplina o número total
técnico-administrativo) em conformidade com as normas gerais de membros do Conselho
concernentes; Universitário e o modo de escolha dos representantes de cada
XIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de segmento, devendo considerar como membros natos do corpo
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, docente os Diretores das Unidades Acadêmicas, além do Reitor e
de acordo com os recursos alocados pelo Governo Federal; o Vice-Reitor como seus Presidente e Vice-Presidente.
XIV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; § 2º. A comunidade local, regional e os setores organizados
XV - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas da sociedade participarão do Conselho Universitário, de forma
peculiaridades deorganização e funcionamento; consultiva, conforme o Regimento Geral.
XVI - realizar operações de crédito ou de financiamento para § 3º. O Conselho Universitário delibera em plenário, em
aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos, mediante Câmaras e em Comissões, de acordo com as composições e
aprovação do Governo Federal; atribuições definidas no Regimento Geral.
XVII - efetuar transferências, quitações e tomar outras § 4º. Das decisões tomadas nas Câmaras e Comissões cabe
providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial recurso ao plenário do Conselho Universitário, interposto por
necessárias ao seu bom desempenho. qualquer de seus membros ou interessado.
Parágrafo único. Aos Conselhos Universitário e de § 5º. Na forma das disposições do Regimento Geral o
Unidade Acadêmica compete, observadas as disponibilidades Conselho Universitário terá instâncias assessoras para formulação
orçamentárias, decidir sobre: de políticas acadêmicas;
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; § 6º. Como órgão de assessoria ao Conselho Universitário
I - ampliação e diminuição de vagas; e à Reitoria, o Regimento Geral organizará uma Ouvidoria na
III - elaboração da programação dos cursos; Universidade Federal de Alagoas.
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;

Didatismo e Conhecimento 159


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 9º. Compete ao Conselho Universitário, além de outras Parágrafo único. Em casos de urgência e relevante interesse,
atribuições definidas no Regimento Geral : o Reitor pode editar resoluções “Ad Referendum” do Conselho
I - aprovar e/ou modificar, ouvida a comunidade universitária, Universitário, submetendo-as para aprovação na sessão
o Estatuto e o Regimento Geral da UFAL, com quórum qualificado subsequente.
de 2/3 dos seus membros;
II - deliberar, em caráter geral, mediante resoluções, sobre Art. 10. Toda decisão do Conselho Universitário será divulgada
matérias de ensino, pesquisa, extensão e administração e traçar a de acordo com o disposto no Regimento Geral da UFAL.
política geral da Universidade;
III - elaborar, com quórum de 2/3, a lista de candidatos a Art. 11. Excetuando os membros natos do Conselho
Reitor e Vice-Reitor da Universitário e a representação do corpo discente, cujos mandatos
UFAL, observada a consulta prévia à comunidade universitária; são de um (01) ano, os demais representantes e seus suplentes
IV - apreciar e deliberar sobre os recursos interpostos contra terão mandato de dois (02) anos.
decisão do Reitor e dos Conselhos das Unidades Acadêmicas; Parágrafo único. Será permitida apenas uma (01) recondução
V - autorizar, suspender ou suprimir cursos oferecidos pela do mandato.
Universidade;
VI - apreciar e aprovar os projetos pedagógicos dos cursos, Seção II
observada a legislação aplicável; Do Conselho de Curadores - CURA
VII - regulamentar as formas de acesso de estudantes à UFAL;
VIII - criar, modificar, fundir e extinguir, com quorum de Art. 12. O Conselho de Curadores, órgão de fiscalização
2/3, as Unidades Acadêmicas e Unidades de Apoio ouvidas as econômico-financeira da UFAL, compõe-se de um representante
comunidades interessadas; do Ministério da Educação, um representante do Conselho
IX - aprovar os Regimentos Internos do Conselho de Regional de Contabilidade, um representante do Conselho
Curadores, da Reitoria, das Unidades Acadêmicas e Órgãos de Regional de Economia, um representante do Conselho Regional
Apoio; de Administração, um representante do corpo docente, um
X - elaborar a proposta de seu Regimento Interno, representante do corpo discente e um representante do corpo
submetendo-o à sua aprovação. técnico administrativo.
XI - aprovar o planejamento global da Universidade, anual e Parágrafo único. Excetuados os representantes do corpo
plurianual, acompanhando e avaliando sua execução; docente e técnico administrativo, que serão escolhidos em votação
XII - aprovar o orçamento anual da Universidade, elaborado direta e secreta, os demais representantes serão indicados pelas
pela Reitoria, acompanhando a sua execução; suas respectivas entidades representativas (MEC, CRC/AL,
XIII - aprovar as linhas gerais dos programas de pesquisa e CORECON/AL, CRA/AL e DCE/UFAL).
extensão;
XIV - conceder títulos honoríficos e acadêmicos definidos no
Art. 13. Compete ao Conselho de Curadores, além de outras
Regimento Geral, mediante parecer prévio da Unidade Acadêmica
atribuições definidas no Regimento Geral:
pertinente;
I - eleger o seu Presidente e Vice-Presidente, na forma prevista
XV - homologar convênios firmados pelo Reitor;
em seu Regimento Interno;
XVI - Aprovar o recebimento pela UFAL de subvenções,
II - emitir parecer sobre a proposta orçamentária, o orçamento
doações, heranças, legados e de cooperações financeiras resultantes
próprio e a prestação
de convênios com entidades públicas e privadas;
de contas anual da Universidade, para aprovação do Conselho
XVII - definir o quadro de pessoal docente e técnico-
administrativo, ouvidas as Unidades Acadêmicas; Universitário;
XVIII - autorizar o Reitor a realizar operações de crédito ou III - acompanhar a fiscalização e a execução orçamentária da
de financiamento, mediante a apresentação de projetos e ouvido o Universidade;
Conselho de Curadores; IV - emitir parecer sobre a alienação, cessão, locação e
XIX - aprovar a abertura de créditos adicionais ao orçamento transferência de bens da Universidade, para aprovação do
da UFAL, mediante parecer do Conselho de Curadores - CURA; Conselho Universitário;
XX - aprovar a prestação de contas anual da Universidade, V - emitir parecer sobre o recebimento pela UFAL de
mediante parecer do Conselho de Curadores - CURA; subvenções, doações, heranças, legados e de cooperações
XXI - aprovar o calendário acadêmico; financeiras resultantes de convênios com entidades públicas e
XXII - decidir, após processo administrativo, sobre privadas, para aprovação do Conselho Universitário;
intervenção em Unidade Acadêmica e destituição de seu Diretor VI - emitir parecer sobre a abertura de créditos adicionais ao
e/ou Vice-Diretor na forma do Regimento Geral, com quórum de orçamento da UFAL, para aprovação do Conselho Universitário;
2/3 dos seus membros; VII - elaborar a proposta de seu Regimento Interno,
XXIII - apurar atos de responsabilidade do Reitor e do Vice- submetendo-o à aprovação do Conselho Universitário.
Reitor e tomar as providências cabíveis, inclusive de propor à
autoridade competente suas destituições, na forma definida no Art. 14. Excetuando a representação do corpo discente no
Regimento Geral, com quórum de 2/3 dos seus membros; Conselho de Curadores, cujo mandato é de um (01) ano, os demais
XXIV - definir e acompanhar o Programa de Avaliação representantes e seus suplentes terão mandato de dois (02) anos.
Institucional, seus planos de trabalho e orçamento, e aprovar os Parágrafo único. Será permitida apenas uma (01) recondução
respectivos relatórios produzidos. do mandato.

Didatismo e Conhecimento 160


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção III § 1º. Cada Unidade Acadêmica, no âmbito de sua área de
Da Reitoria e da Administração conhecimento, deve oferecer no mínimo um curso de graduação,
podendo agregar outros cursos afins.
Art. 15. A Reitoria é o órgão máximo de execução § 2º. Além de curso(s) de graduação, integram a Unidade
administrativa e acadêmica da Universidade dirigido pelo Reitor, Acadêmica todos os cursos/programas de pós-graduação, projetos
que terá como substituto e auxiliar o Vice-Reitor, integrantes do e atividades de extensão, grupos ou linhas de pesquisa relativos à
corpo docente da UFAL, eleitos na forma da legislação em vigor, área de conhecimento.
deste Estatuto e do Regimento Geral, para mandato de quatro (04) § 3º. Os órgãos de apoio de natureza administrativa ou
anos.
acadêmica que dão suporte às atividades e projetos de ensino,
§ 1º. Compete ao Reitor administrar, coordenar e supervisionar
pesquisa e extensão, integram a unidade acadêmica respectiva à
todas as atividades da UFAL, dar cumprimento às resoluções do
Conselho Universitário e editar atos não privativos deste, mediante sua área de conhecimento, de acordo com seu Regimento Interno.
portarias, observado o parágrafo único do art. 9º do presente § 4º. As Unidades Acadêmicas podem adotar em cada área do
Estatuto. conhecimento as denominações que melhor correspondam ao uso
§ 2º. Fica vedada a reeleição do Reitor e do Vice-Reitor para corrente.
o mandato subsequente.
§ 3º. O Reitor é auxiliado diretamente pelo Vice -Reitor, por Art. 19. São atribuições da Unidade Acadêmica, além de
assessores e por órgãos de apoio da Reitoria, cujas atribuições são outras definidas em seu Regimento Interno, e no âmbito de sua
definidas no Regimento Geral. competência:
§ 4º. Os titulares e os assessores dos órgãos de apoio à Reitoria I - aprovar e modificar seu Regimento, em sessão(ões) do seu
são nomeados ou designados pelo Reitor, dentre o pessoal do Conselho com quórum qualificado de 2/3 dos seus membros e por
quadro permanente da UFAL. maioria absoluta, submetendo-o à aprovação superior do Conselho
§ 5º. Das decisões do Reitor cabe recurso ao Conselho Universitário;
Universitário, interposto por qualquer membro ou pelo interessado. II - fazer constar em seu Regimento as funções gratificadas no
âmbito da Unidade;
Art. 16. O Reitor representa ativa e passivamente a UFAL III - propor a criação, organização e extinção de cursos e
perante pessoas físicas e jurídicas de direito público ou privado, programas de educação superior;
em juízo e fora dele, e em todos os atos jurídicos com poderes de
IV - elaborar o projeto pedagógico de seus cursos de educação
administração em geral.
§ 1º. Nos impedimentos e ausências eventuais, o Reitor é superior e submetê-lo à aprovação de seu Conselho;
substituído pelo Vice Reitor, e na ausência de ambos, pelo Diretor V - estabelecer e executar planos, programas e projetos de
de unidade acadêmica mais antigo no magistério da UFAL. pesquisa e extensão;
§ 2º. No caso de vacância do cargo de Reitor, o Vice-Reitor o VI - propor o número de vagas de seus cursos de educação
substitui para conclusão do mandato. superior;
§ 3º. No caso de vacância do cargo de Vice-Reitor, o Conselho VII - propor a celebração de contratos, acordos e convênios;
Universitário elege o substituto para a conclusão do mandato, na VIII - gerir-se administrativa e financeiramente no âmbito de
forma da legislação em vigor. sua competência;
IX - atuar como primeira instância disciplinar para todos os
Art. 17. A administração da UFAL dá-se de forma membros da comunidade universitária que se encontrem a ela
descentralizada, mediante: vinculados ou nela lotados.
I - gestão delegada aos titulares dos órgãos de apoio da
Reitoria, conforme disposto no Regimento Geral. Os gestores Art. 20. Os docentes são lotados na Unidade Acadêmica
delegados respondem solidariamente com o Reitor por seus atos, correspondente à área de conhecimento em que atuam.
no limite da delegação; Parágrafo único. O docente, em comum acordo com as partes
II - autonomia administrativa, acadêmica, gestão financeira e envolvidas, poderá atuar em programas e atividades desenvolvidas
patrimonial das Unidades Acadêmicas.
por outra Unidade Acadêmica.
§ 1º. À Reitoria cabe exercer diretamente as atividades
que sejam comuns às Unidades Acadêmicas, ou quando houver
impedimento a qualquer delas em fazê-lo. Art. 21. São requisitos para constituição de Unidade
§ 2º. O fomento e a supervisão das atividades das Unidades Acadêmica:
Acadêmicas, por parte da Reitoria, não incluem o exercício direto I - ter em seu quadro de docentes, pelo menos, 1/3 de seu total
delas ou interferência em suas políticas de ensino, pesquisa e efetivo com titulação acadêmica de Mestrado ou Doutorado;
extensão. II - ter em seu quadro de docentes, 1/2 de seu total efetivo em
regime de tempo integral;
Seção IV III - oferecer, no mínimo, 01 (um) curso de graduação;
Das Unidades Acadêmicas IV - oferecer curso de pós-graduação Lato Sensu ou Stricto
Sensu, com ofertas permanentes e regulares;
Art. 18. As Unidades Acadêmicas, organizadas por áreas V - ter grupo de pesquisa institucionalizado;
de conhecimento, realizam as atividades de ensino, pesquisa e VI - ter programa de extensão institucionalizado;
extensão da Universidade, administrando-as de modo autônomo, VII - dispor de infra -estrutura adequada para o desenvolvimento
observadas as diretrizes emanadas do Conselho Universitário e a de suas atividades.
supervisão geral da Reitoria.

Didatismo e Conhecimento 161


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 22. O Conselho da Unidade Acadêmica é o órgão de III - os vinculados às Unidades Acadêmicas, quando sua
deliberação coletiva sobre ensino, pesquisa, extensão, política natureza e finalidade predominantes forem relacionadas às
acadêmica e de interesse da área, no seu âmbito. O Conselho respectivas áreas de conhecimento, conforme disposto no
poderá funcionar em plenário, câmaras e comissões, de acordo Regimento Geral.
com o Regimento Interno da Unidade, cabendo recurso ao plenário Parágrafo único. Os órgãos de apoio da Unidade Acadêmica,
das deliberações tomadas nas câmaras e comissões. com estruturas e funções próprias, podem ter autonomia se prevista
§ 1º. O Conselho da Unidade Acadêmica, presidido por seu no Regimento Interno da Unidade.
Diretor, compõe-se de docentes nela lotados, correspondendo a
70% (setenta por cento) de seus membros, completando-se os 30% Art. 25. Incluem-se nos órgãos de apoio, todos os núcleos de
(trinta por cento) restantes com representação dos corpos técnico estudos temáticos, preferencialmente interdisciplinares, destinados
administrativo e discente, nos níveis de graduação e pós-graduação a reunir especialistas da Universidade ou da comunidade externa,
e na forma estabelecida pelo Regimento Interno da Unidade. com o objetivo de desenvolver novos programas de ensino, pesquisa
§ 2º. Participarão do Conselho com direito a voz, a comunidade e extensão, ou os núcleos de prestação de serviços especializados e
local, os conselhos regionais e/ou associações profissionais da de treinamento, no interesse exclusivo da Unidade.
categoria correspondente ao(s) curso(s) de graduação, oferecido(s)
pela Unidade Acadêmica. CAPÍTULO III
§ 3º. Das deliberações do plenário do Conselho, cabe recurso Do Regime Acadêmico e Científico
ao Conselho Universitário, interposto por qualquer de seus
membros ou pela parte interessada. Seção I
Dos Cursos de Educação Superior
Art. 23. A Diretoria é o órgão executivo da Unidade e
compõe-se das funções de Diretor e de Vice-Diretor, cabendo-lhe Art. 26. A Universidade Federal de Alagoas oferece cursos de
a administração financeira, acadêmica, patrimonial e de pessoal, educação superior nos seguintes níveis:
das atividades e curso(s) a ele vinculado(s), além do cumprimento I - cursos de graduação, abertos aos concluintes do ensino
das deliberações de seu Conselho e das do Conselho Universitário, médio ou equivalente, classificados mediante processo seletivo;
bem como dos atos editados pelo Reitor, podendo recorrer quanto II - cursos de pós-graduação, abertos aos diplomados em
a estes ao Conselho Universitário. cursos de graduação, classificados mediante processo seletivo,
§ 1º. O Diretor e o Vice-Diretor são escolhidos dentre os nos seguintes níveis: de aperfeiçoamento, de especialização, de
professores efetivos integrantes da carreira, eleitos pelos docentes, mestrado, doutorado e outros;
discentes e técnico -administrativos da Unidade, para mandato III - cursos sequenciais, abertos aos candidatos que atendam
de quatro anos, vedada a reeleição para o mandato subsequente, aos requisitos estabelecidos pela instituição no ato de sua criação,
sendo assegurados a eleição direta e o voto facultativo. conforme suas finalidades, mediante classificação em processo
§ 2º. Nos impedimentos e ausências eventuais, o Diretor seletivo;
é substituído pelo Vice Diretor, e na ausência de ambos, pelo IV - cursos de extensão, abertos aos candidatos que atendam
professor mais antigo do corpo docente da Unidade Acadêmica. aos requisitos estabelecidos pela instituição no ato de sua criação,
§ 3º. No caso de vacância do cargo de Diretor, o Vice-Diretor conforme suas finalidades.
o substitui para a conclusão do mandato. § 1º. Os cursos de graduação, pós-graduação e sequenciais
§ 4º. No caso de vacância do cargo de Vice-Diretor, o Conselho são aprovados pelo Conselho Universitário e ofertados pelas
da Unidade Acadêmica elege o substituto para a conclusão do Unidades Acadêmicas às quais estão vinculados, conforme a área
mandato, na forma da legislação em vigor. do conhecimento.
§ 5º. Os titulares das funções de assessoria, de coordenação § 2º. Os cursos de extensão são aprovados e ofertados pela
dos órgãos de apoio, programas, atividades e curso(s), de secretaria Unidade Acadêmica as quais estão vinculados, conforme a área do
executiva, vinculados à Unidade, são escolhidos na forma do conhecimento.
Regimento Geral e Regimento Interno da Unidade e designados
pelo Diretor. Art. 27. A Universidade Federal de Alagoas pode ofertar,
§ 6º. As funções remuneradas são definidas no Regimento ainda, cursos de educação profissional.
Interno da Unidade, aprovado pelo Conselho Universitário, dentro Parágrafo único. Os cursos de educação profissional são
do quadro geral de funções da UFAL. aprovados pelo Conselho Universitário e ofertados pelas Unidades
Acadêmicas aos quais estão vinculados, conforme a área do
Seção V conhecimento.
Dos Órgãos de Apoio
Art. 28. Os cursos oferecidos pela UFAL, respeitadas as suas
Art. 24. São órgãos de apoio administrativo e acadêmico às especificidades, observarão os seguintes princípios:
atividades universitárias: I - compreensão do currículo como a totalidade de experiências
I - os pertencentes à Reitoria, para atender às necessidades formativas, no qual o educando é sujeito de seu processo de
administrativas comuns da Instituição, conforme o disposto no conhecimento, sendo estimulado a desenvolver elevados graus de
Regimento Geral; autonomia intelectual, política, cultural e estética;
II - os vinculados à Reitoria, quando tenham objetivos comuns II - oferta de sólida formação teórico-prática, referenciada na
a várias Unidades Acadêmicas ou ofertem serviços específicos à qualidade acadêmica e no compromisso social de construção de
comunidade, conforme o disposto no Regimento Geral; valores da ética e da cidadania;

Didatismo e Conhecimento 162


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
III - flexibilidade na organização curricular, para promoção Seção IV
de perfis profissionais flexíveis, aptos a desenvolver novas Da Avaliação Institucional
competências e habilidades e posicionar-se criticamente frente à
realidade. Art. 34. A fim de preservar e aperfeiçoar continuamente os
padrões de qualidade acadêmica, a Universidade mantém seu
Art. 29. A Universidade Federal de Alagoas oferece seus Programa de Avaliação Institucional, com os seguintes princípios:
cursos nas modalidades: I - a avaliação é processual, formativa, permanente, global,
I – presencial; conduzida de forma ética, útil, viável, precisa, transparente,
II - a distância.
respeitando a pluralidade de concepções, métodos e processos de
trabalho acadêmico;
Art. 30. O sistema acadêmico; o modelo pedagógico; as
II - a avaliação é concebida como um processo de
normas de freqüência de avaliação da aprendizagem; os critérios
de admissão, permanência, desligamento, diplomação ou autoconhecimento e de prestação de contas permanente à
certificação dos alunos, reconhecimento e revalidação de diplomas comunidade e referenciada à missão institucional e ao plano
são disciplinados no Regimento Geral da Universidade e as institucional.
normas complementares relativas às especificidades de cada curso Parágrafo único. O Regimento Geral disporá sobre as formas
ou área do conhecimento são definidas no Regimento Interno de de avaliação.
cada Unidade Acadêmica e no projeto pedagógico de cada curso.
CAPÍTULO IV
Seção II Da Comunidade Universitária
Da Pesquisa
Art. 36. A comunidade universitária é constituída pelos corpos
Art. 31. A pesquisa tem como objetivos produzir, criticar docente, discente e técnico -administrativo, diversificados em suas
e difundir conhecimentos culturais, artísticos, científicos e atribuições e funções, e unificados pelos princípios que norteiam
tecnológicos, de forma articulada com o ensino e a extensão, as ações da Instituição.
comprometendo-se com os interesses coletivos da sociedade, e,
em particular, com os interesses da Região Nordeste e do Estado Art. 37. A natureza, a forma de acesso, as atribuições, os
de Alagoas. relacionamentos estruturais, as responsabilidades individuais, os
limites de autoridade e os requisitos exigidos dos membros da
Art. 32. Cabe à Universidade assegurar o desenvolvimento comunidade universitária, bem como os seus direitos e deveres,
da pesquisa e da produção acadêmica, respeitando a liberdade são pautados nos princípios deste Estatuto e definidos pelo
científica, artística e cultural, e consignando em seu orçamento
Regimento Geral.
recursos para este fim, inclusive para fins de concessão de bolsas,
Parágrafo único. Será objetivo permanente da Instituição
levando em consideração as prioridades acadêmicas definidas por
elevar a qualificação da comunidade universitária, desenvolvendo
sua comunidade.
programas de formação inicial e continuada, que possibilitem o
Seção III aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços que presta à
Da Extensão sociedade.

Art. 33. A extensão é o processo de relações diretas e recíprocas Seção I


com a sociedade, que se desenvolverá de forma indissociável com Do Corpo Docente
o ensino e a pesquisa, observando:
I - objetivos de promoção do conhecimento, democratização Art. 38. O corpo docente é constituído pelos integrantes
do acesso ao saber, elevação do nível cultural da população e da carreira do magistério do quadro de pessoal permanente da
intervenção solidária junto à comunidade para a transformação Universidade e demais professores admitidos, na forma da lei.
social, inclusive a relação respeitosa entre conhecimento popular e
conhecimento científico e filosófico; Art. 39. Os professores integrantes do corpo docente são
II - respeito à liberdade científica, artística e cultural da lotados nas Unidades Acadêmicas.
comunidade universitária e aos direitos de cidadania e autonomia
da comunidade externa; Art. 40. O ingresso, a nomeação, a posse, a carreira, o regime
III - os compromissos sociais, éticos e políticos com os de trabalho, a promoção, a aposentadoria e a dispensa do docente
interesses coletivos da sociedade e com os valores da cidadania, são regidos pela legislação em vigor, por este Estatuto e pelo
particularmente com os da Região Nordeste e do Estado de Regimento Geral.
Alagoas.
Art. 41. Os atos de provimento, de exoneração ou dispensa
Art. 34. Cabe à Universidade assegurar o desenvolvimento dos dos cargos e empregos da carreira de magistério superior, bem
programas e projetos de extensão consignando em seu orçamento como os de admissão e dispensa de professor visitante e substituto,
recursos para esse fim. são de competência do Reitor, observadas as prescrições legais.

Didatismo e Conhecimento 163


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 42. O corpo docente terá direito a voto nos processos Art. 48. Os atos de provimento, de exoneração ou dispensa
de eleições e consultas e nas instâncias colegiadas da Instituição, dos cargos e empregos do corpo técnico-administrativo, são de
sendo que, neste último caso, o voto será exercido por meio de competência do Reitor, observada a legislação vigente que rege
representação eleita especificamente para tal, na forma do Estatuto a espécie.
e Regimento Geral.
Art. 49. O corpo técnico-administrativo terá direito a voto
Seção II nos processos de eleições, consultas e nas instâncias colegiadas da
Do Corpo Discente Instituição, sendo que, neste último caso, o voto será exercido por
meio de representação eleita especificamente para tal, na forma do
Art. 43. O corpo discente da Universidade é constituído por Estatuto e do Regimento Geral.
duas categorias :
I - alunos regulares; Seção IV
II - alunos especiais. Do Regime Disciplinar
§ 1º. São alunos regulares os matriculados em cursos de
graduação, pós-graduação, sequenciais, e de formação profissional Art. 50. As normas sobre a ordem disciplinar na Universidade,
por campo do saber, observado os requisitos indispensáveis à as sanções disciplinares aplicáveis e a competência para sua
obtenção dos respectivos diplomas ou certificados. aplicação, bem como os recursos cabíveis são fixados pelo
§ 2º. São alunos especiais os matriculados em cursos de Regimento Geral, observadas as disposições legais.
extensão, em disciplinas isoladas de cursos de graduação ou pós-
graduação. CAPÍTULO V
§ 3º. A aprovação em disciplinas, cursadas na qualidade de Dos Diplomas, Certificados e Títulos
aluno especial, não assegura o direito à obtenção de diploma
ou certificado em cursos de graduação ou pós graduação, sendo Art. 51. Aos concluintes dos cursos de graduação e pós-
garantido o atestado ou declaração correspondente. graduação Stricto Sensu a Universidade confere grau e expede o
correspondente diploma.
Art. 44. A Universidade presta assistência aos alunos Parágrafo único. Aos concluintes dos demais cursos a
regulares, sem prejuízo de suas responsabilidades com os demais Universidade expedirá diploma, certificado ou declaração,
membros da comunidade, fomentando entre outras iniciativas, de dependendo da natureza do Curso, de acordo com a legislação em
acordo com suas disponibilidades orçamentárias: vigor.
I - programas de bolsas de trabalho, de extensão, de iniciação
científica, de estágio, de monitoria e de treinamento; Art. 52. A Universidade pode instituir prêmios e conferir
II - promoção ou participação de eventos de natureza científica, títulos honoríficos por decisão do Conselho Universitário.
artística, cultural, esportiva e recreativa; § 1º. A concessão dos títulos e prêmios é disciplinada pelo
III - orientação psico pedagógica, psicossocial e profissional; Regimento Geral.
IV - programas de moradia estudantil universitária e de § 2º. O reconhecimento de notório saber pelo Conselho
restaurante universitário aos comprovadamente carentes. Universitário é condicionado à prévia avaliação e indicação do
V - programas de assistência à saúde. curso de Doutorado mantido pela UFAL em área afim, suprindo
exigência do título de Doutor.
Art. 45. O corpo discente é representado através do Diretório
Central dos Estudantes – DCE, Diretórios Acadêmicos – DA’s e Art. 53. Os Conselhos Universitário e de Curadores se reunirão
Centros Acadêmicos – CA’s, na forma definida em estatuto próprio. em sessão conjunta para entrega de Títulos Honoríficos e a posse
Parágrafo único. Os alunos regulares do corpo discente de Reitor e Vice-Reitor da UFAL.
terão direito à voz e voto nos processos de eleição e consultas e
nas instâncias colegiadas da Instituição na forma do Estatuto e CAPÍTULO VI
Regimento Geral. Do Patrimônio e do Orçamento

Seção III Art. 54. Constituem bens patrimoniais da Universidade:


Do Corpo Técnico - Administrativo I - imóveis, móveis e semoventes;
II - títulos e direitos;
Art. 46. O corpo técnico-administrativo é constituído III - fundos especiais e recursos financeiros extra
dos servidores integrantes do quadro de pessoal permanente orçamentários;
da Universidade que exerçam atividades de caráter técnico, IV - saldos de exercícios financeiros;
administrativo e operacional. V - doações e legados de quaisquer espécies.

Art. 47. O ingresso, a nomeação, a posse, a carreira, o regime Art. 55. Os bens patrimoniais devem ser empregados na
de trabalho, a promoção, a aposentadoria e a dispensa do servidor realização dos objetivos da Universidade, ou de outras destinações
técnico -administrativo são regidos pela legislação em vigor, por definidas pelo Conselho Universitário.
este Estatuto e pelo Regimento Geral. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, os bens
patrimoniais podem ser aplicados em:

Didatismo e Conhecimento 164


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
I - investimentos para valorização patrimonial, observadas as Art. 64. Este Estatuto entra em vigor na data de sua publicação
disposições legais em vigor e ou vido o Conselho Universitário; no Diário Oficial da União.
II - inversões financeiras para obtenção de rendas, observadas REGIMENTO GERAL D A U F A L
as disposições legais e ouvido o Conselho Universitário.
TÍTULO I
Art. 56. A aquisição de bens e valores pela Universidade DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
depende de prévia autorização do Reitor, na qualidade de ordenador
de despesa, observadas as disposições legais em vigor. Art. 1. Este Regimento Geral disciplina os aspectos gerais e
Parágrafo Único. A alienação e oneração de bens, bem como comuns da estruturação e do funcionamento dos órgãos e serviços
a aceitação de legados e doações à Universidade, dependem de da Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
prévia autorização do Conselho Universitário, ouvido o Conselho Parágrafo Único – As normas deste Regimento serão
de Curadores. complementadas pelos regimentos da Reitoria, das Unidades
Acadêmicas, dos Órgãos de Apoio e pelas Resoluções do Conselho
Art. 57. A proposta do orçamento da UFAL é precedida de
Universitário da UFAL.
consulta e discussões com as diversas unidades da Instituição.
TÍTULO II
CAPÍTULO VII
Disposições Gerais e Transitórias DA ESTRUTURA

Art. 58. Quando presente a reuniões de órgãos colegiados, o Art. 2º. Integram a estrutura da UFAL o Conselho Universitário
Reitor assume a sua - CONSUNI, o Conselho de Curadores - CURA, a Reitoria, as
presidência automaticamente. Unidades Acadêmicas e os Órgãos de Apoio.
Parágrafo Único – A UFAL poderá se estruturar em sistema
Art. 59. O Reitor é competente para convocar reunião de multi campi.
qualquer órgão da
Universidade, ou em conjunto com outros órgãos, observado CAPÍTULO I
o Regimento Geral. DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO

Art. 60. Os cargos ou funções de direção acadêmica, somente Art. 3º - O Conselho Universitário, CONSUNI, órgão de
podem ser exercidos deliberação superior da UFAL, compõe-se de:
por docentes que tenham, no mínimo, cinco anos de exercício I. Reitor/a, como Presidente;
de magistério superior em II. Vice-Reitor/a, como Vice -Presidente;
instituição pública de ensino superior, ou dois anos de III. Diretores/as de Unidades Acadêmicas;
docência na UFAL. IV. Representantes do Corpo Docente;
Parágrafo único. Os cargos e as funções compreendidas nas V. Representantes do Corpo Técnico Administrativo;
áreas de apoio acadêmico, planejamento e administração, podem VI. Representantes do Corpo Discente;
ser exercidas por servidores integrantes do quadro técnico- VII. Membros designados pelo/a Reitor/a, em número de 06
administrativo permanente da Universidade. (seis).
§ 1º São membros natos do CONSUNI o/a Reitor/a, o/a Vice-
Art. 61. O Conselho Universitário pode autorizar a criação Reitor/a, e os/as Diretores/as de Unidades Acadêmicas;
e manutenção de fundos especiais para subsidiar as atividades- § 2º Os representantes do Corpo Docente serão em número
fim da UFAL, promovendo fiscalização e avaliação permanentes,
de 2/5 (dois quintos) do número dos/as Diretores/as de Unidades
devendo ser revertido para a Universidade os resultados líquidos,
Acadêmicas, com seus respectivos suplentes, sendo 01 (um)
na forma do Regimento Geral.
membro indicado pela entidade representativa e os demais
Parágrafo único. O orçamento e patrimônio destes fundos
submetem-se em tudo ao disposto neste Estatuto, particularmente representantes eleitos por seus pares em votação direta e secreta,
ao para cumprirem mandato de 02 (dois) anos, com apenas uma única
Capítulo VI, inclusive a supervisão do controle interno da recondução.
Universidade. § 3º A representação do Corpo Técnico-Administrativo com
seus respectivos suplentes será constituída de 01 (um) membro
Art. 62. No prazo de noventa dias, contados da publicação indicado pela entidade representativa e os demais representantes
deste Estatuto, deve o Colegiado Especial aprovar o Regimento eleitos por seus pares em votação direta e secreta, para cumprirem
Geral. mandato de 02 (dois) anos, com apenas uma única recondução.
Parágrafo único. Os demais Regimentos Internos das Unidades § 4º Os representantes do Corpo Discente e seus respectivos
devem ser submetidos a aprovação do Colegiado Especial que suplentes, estudantes regulares da Universidade, serão eleitos por
aprovou este Estatuto, no prazo de cento e oitenta dias, à partir da seus pares, para cumprirem mandato de 01 (um) ano, com apenas
publicação do Regimento Geral. uma única recondução.
§ 5º A Coordenação das eleições de que tratam os parágrafos
Art. 63. As disposições transitórias, em virtude do advento anteriores será de responsabilidade da Secretaria Executiva dos
deste Estatuto, serão definidas pelo Conselho Universitário - Conselhos Superiores, salvo quando as respectivas entidades
CONSUNI, mediante resoluções especificas. representativas usarem o direito de avocar a condução do processo.

Didatismo e Conhecimento 165


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 6º Os membros designados pelo/a Reitor/a serão os titulares IX. elaborar a proposta de seu Regimento Interno,
das Pró Reitorias mencionadas no Art.16 deste Regimento. submetendo-o à sua aprovação;
X. aprovar o planejamento global da Universidade, anual e
Art. 4º É admitida a participação nas reuniões do CONSUNI plurianual;
de representantes das comunidades local e regional e de setores da XI. aprovar o orçamento anual da Universidade, elaborado
sociedade civil organizada. pela Reitoria;
Parágrafo Único – Os representantes, que terão direito à voz, XII. aprovar as linhas gerais dos programas de pesquisa e
poderão, na forma que vier a ser definida no regimento interno do extensão;
Conselho, formular proposições ao Colegiado ou, por designação XIII. conceder títulos honoríficos e acadêmicos definidos no
deste, funcionar como consultores em matérias específicas. Regimento Geral, mediante parecer prévio da Unidade Acadêmica
pertinente;
Art. 5º A competência do Conselho Universitário está definida XIV. homologar convênios firmados pelo/a Reitor/a;
no artigo 9º do Estatuto da Universidade. XV. autorizar o/a Reitor/a a realizar operações de crédito ou
§ 1º - Ressalvadas as deliberações que versem as matérias de financiamento, mediante a apresentação de projetos e ouvido o
referidas nos incisos I, III, VIII, XXII e XXIII do artigo 9º do Conselho de Curadores;
Estatuto, as decisões do CONSUNI serão tomadas em votação, XVI. aprovar a abertura de créditos adicionais ao orçamento
por maioria simples de seus membros. da UFAL, mediante parecer do Conselho de Curadores - CURA;
§ 2 - Serão consideradas aprovadas as propostas sufragadas XVII. aprovar a prestação de contas anual da Universidade,
pela maioria dos Conselheiros presentes. mediante parecer do Conselho de Curadores - CURA;
§ 3º Em casos de urgência e relevante interesse, o/a Reitor/a pode XVIII. decidir, após processo administrativo, sobre
editar resoluções “Ad Referendum” do Conselho Universitário,
intervenção em Unidade Acadêmica e destituição de seu/sua
submetendo-as para aprovação na sessão subsequente.
Diretor/a e/ou Vice-Diretor/a na forma do Regimento Geral, com
quórum de 2/3 (dois terços) dos seus membros;
Art. 6º O Conselho Universitário é constituído de 02 (duas)
Câmaras, sendo uma Acadêmica e outra Administrativa. XIX. apurar atos de responsabilidade do/a Reitor/a e do/a
§ 1º À Câmara Acadêmica compete conhecer, analisar e Vice-Reitor/a e tomar as providências cabíveis, inclusive de propor
deliberar sobre matérias concernentes ao ensino, à pesquisa e à à autoridade competente suas destituições, na forma definida
extensão, especialmente as que versem sobre: no Regimento Geral, com quórum de 2/3 (dois terços) dos seus
I. projetos pedagógicos de cursos de graduação e de pós- membros;
graduação; XX. definir e acompanhar o Programa de Avaliação
II. calendário acadêmico da Universidade. Institucional, seus planos de trabalho e orçamento, e aprovar os
§ 2º À Câmara Administrativa compete conhecer, analisar respectivos relatórios produzidos.
e deliberar sobre matérias concernentes à administração da § 4º As Câmaras Acadêmica e Administrativa poderão
Universidade, especialmente as que versem sobre: constituir Comissões, conforme dispuser o Regimento Interno do
I. definição do quadro de pessoal docente e técnico- CONSUNI.
administrativo, ouvidas as unidades acadêmicas;
II. aprovação do recebimento pela UFAL de subvenções, Art. 7º Cada Câmara é composta pela metade dos membros
doações, heranças, legados e de cooperações financeiras resultantes do CONSUNI, tendo, proporcionalmente, representantes de todos
de convênios com entidades públicas e privadas. os segmentos, observada a aproximação para maior, cuja escolha,
§ 3º São matérias de deliberação exclusiva do plenário do sempre que possível, levará em conta a opção formalmente
CONSUNI: manifestada pelo Conselheiro por ocasião de sua posse.
I. aprovar e/ou modificar, ouvida a comunidade universitária, § 1º As deliberações das Câmaras serão tomadas por maioria
o Estatuto e o Regimento Geral da UFAL, com quórum qualificado simples e encaminhadas ao plenário do CONSUNI na primeira
de 2/3 (dois terços) dos seus membros; reunião subsequente.
II. deliberar, em caráter geral, mediante resoluções, sobre § 2º Das decisões adotadas pelas Câmaras cabe recurso ao
matérias de ensino, pesquisa, extensão, administração e definição pleno do CONSUNI, na forma prevista nos § 4º do artigo 8º do
da política geral da Universidade; Estatuto da Universidade.
III. elaborar, com quórum de 2/3 (dois terços), a lista de
candidatos a Reitor/a e Vice-Reitor/a da UFAL, observada a
Art. 8º - As decisões do Conselho Universitário serão
consulta prévia à comunidade universitária;
expressas em forma de Resolução.
IV. apreciar e deliberar sobre os recursos interpostos contra
decisão do/a Reitor/a e dos Conselhos das Unidades Acadêmicas;
V. autorizar, suspender ou suprimir cursos oferecidos pela Seção I
Universidade; Da Ouvidoria Geral
VI. regulamentar as formas de acesso de estudantes à UFAL;
VII. criar, modificar, fundir e extinguir, com quórum de 2/3 Art. 9º Junto ao Conselho Universitário e à Reitoria funcionará
(dois terços), as Unidades Acadêmicas e Unidades de Apoio a Ouvidoria Geral, órgão encarregado de prestar assessoramento
ouvidas as comunidades interessadas; em questões de natureza administrativa e acadêmica que envolvam
VIII. aprovar os Regimentos Internos do Conselho de interesse dos segmentos docente, discente e técnico-administrativo,
Curadores, da Reitoria, das Unidades Acadêmicas e Órgãos de bem como os da comunidade externa que guardem relação com a
Apoio; Universidade.

Didatismo e Conhecimento 166


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Parágrafo Único – O Regimento Interno da Reitoria e do § 1º As atribuições do/a Reitor/a são as definidas nos artigos
CONSUNI disciplinará as atribuições e ações da Ouvidoria Geral. 15 § 1º e 16 do Estatuto da Universidade.
§ 2º Ao/à Vice -Reitor/a compete auxiliar o/a Reitor/a no
Art. 10. À Ouvidoria Geral, com jurisdição em todos as desempenho das atividades próprias do cargo, substituí-lo/a em
instâncias administrativas e acadêmicas da Universidade, compete suas ausências eventuais, afastamentos, impedimentos e férias, e
: sucedê-lo/a no caso de vacância.
I. receber e apurar a procedência de reclamações ou
denúncias que lhe forem formalmente dirigidas por membros das Art. 15. O/a Reitor/a e o/a Vice-Reitor/a, indicados em lista
comunidades universitária e externa; tríplice elaborada pelo Conselho Universitário, serão escolhidos e
II. receber, encaminhar e acompanhar propostas feitas por nomeados pelo Presidente da República para cumprir mandato de
membros das comunidades universitária e externa; 04 (quatro) anos.
III. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme Parágrafo único – Na elaboração da lista tríplice de que trata o
dispuser o Regimento Interno da Reitoria e do CONSUNI. caput deste artigo, o Conselho Universitário observará o resultado
de consulta prévia levada a efeito pela comunidade universitária.
Seção II
Do/a Ouvidor/a Geral Art. 16. Junto à Reitoria funcionarão se is Pró Reitorias, a
saber:
Art. 11. A função de Ouvidor/a Geral será exercida por I. Pró Reitoria Estudantil - PROEST;
servidor ativo ou inativo reconhecidamente idôneo, escolhido pelo II. Pró Reitoria de Extensão - PROEX;
Conselho Universitário e designado pelo/a Reitor/a para cumprir III. Pró Reitoria de Graduação - PROGRAD;
mandato de 02 (dois) anos, admitida uma única recondução para IV. Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - PROPEP;
mandato consecutivo. V. Pró Reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho – PROGEP;
Parágrafo Único – O Regimento Interno da Reitoria e do VI. Pró Reitoria de Gestão Institucional - PROGINST.
CONSUNI disciplinará as atribuições e ações do/a Ouvidor/a § 1º À Pró Reitoria Estudantil compete:
Geral. I. superintender, planejar e coordenar as políticas e atividades
estudantis, promovendo ampla integração do corpo discente, da
CAPÍTULO II comunidade e Universidade;
DO CONSELHO DE CURADORES II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades
relacionadas com assistência ao corpo discente, desenvolvidas
Art. 12. O Conselho de Curadores, CURA, órgão de na forma de acesso ao Restaurante Universitário, à Residência
fiscalização econômico financeira da UFAL, é composto por 07 Universitária, à assistência à saúde, ao programa de Bolsas de
(sete) membros titulares e outros tantos suplentes, sendo: Estudo/Trabalho e de outras formas;
I. 01 (um) representante do Ministério da Educação, indicado III. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme
pelo Titular da Pasta; dispuser o Regimento Interno da Reitoria.
II. 01 (um) representante do Conselho Regional de § 2º À Pró Reitoria de Extensão compete:
Contabilidade; I. planejar, superintender e coordenar as políticas de extensão
III. 01 (um) representante do Conselho Regional de Economia; da Universidade;
IV. 01 (um) representante do Conselho Regional de II. planejar, coordenar e supervisionar as atividades artístico-
Administração; culturais da Universidade;
V. 01 (um) representante do corpo docente, eleito por seus III. planejar, coordenar e supervisionar os programas de
pares em votação direta e secreta; extensão da Universidade;
VI. 01 (um) representante do corpo discente, estudante regular IV. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme
da Universidade, indicado pelo Diretório Central dos Estudantes dispuser o Regimento Interno da Reitoria.
da UFAL, em conformidade com seu Estatuto; § 3º À Pró Reitoria de Graduação compete:
VII. 01 (um) representante do corpo técnico-administrativo, I. planejar, superintender e coordenar as políticas de ensino de
eleito por seus pares em votação direta e secreta. graduação da Universidade;
Parágrafo Único – Excetuado o representante do corpo II. acompanhar e avaliar a elaboração e implementação dos
discente, que terá mandato de 01 (um) ano, os demais membros Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação da Universidade;
do CURA cumprirão mandato de 02 (dois) anos, permitida uma III. acompanhar e avaliar as atividades de estágios
única recondução. curriculares e monitoria relacionados aos Cursos de Graduação da
Universidade;
Art. 13. A competência do Conselho de Curadores é a definida IV. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme
no artigo 13 do Estatuto da Universidade. dispuser o Regimento Interno da Reitoria.
§ 4º À Pró Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação compete:
CAPÍTULO III I. planejar, superintender e coordenar as políticas de pesquisa
DA REITORIA e de ensino de pós-graduação da Universidade;
II. acompanhar e avaliar a elaboração e implementação
Art. 14. A Reitoria, órgão máximo de execução administrativa dos programas e projetos dos Cursos de Pós-Graduação da
e acadêmica da Universidade, é dirigida pelo/a Reitor/a. Universidade;

Didatismo e Conhecimento 167


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
III. planejar, organizar e executar ações institucionais para I. Departamento de Registro e Controle Acadêmico - DRCA;
promover a geração de empreendimentos de base tecnológica; II. Departamento de Contabilidade e Finanças - DCF;
IV. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme III. Departamento de Administração de Pessoal – DAP;
dispuser o Regimento Interno da Reitoria. IV. Núcleo de Tecnologia da Informação - NTI;
§ 5º À Pró Reitoria Gestão de Pessoas e do Trabalho compete: V. Núcleo Executivo de Processos Seletivos – NEPS;
I. planejar, superintender e coordenar as políticas de VI. Superintendência de Infraestrutura – SINFRA.
desenvolvimento dos corpos docente e técnico-administrativo da § 1º Os órgãos de apoio da estrutura da Reitoria serão
Universidade; administrados por gestores designados pelo/a Reitor/a, escolhidos
II. superintender e coordenar as atividades relacionadas à dentre os servidores da Universidade.
administração, ao controle e avaliação do quadro funcional; § 2º Compete ao Conselho Universitário, por proposta do/a
III. superintender e coordenar as atividades relacionadas ao Reitor/a, criar, desmembrar, fundir ou extinguir órgãos de apoio da
pro cesso de trabalho; estrutura da Reitoria.
IV. planejar, coordenar e supervisionar as atividades § 3º Os órgãos de apoio administrativo da estrutura da Reitoria
relacionadas com assistência aos integrantes dos corpos docente e terão suas atribuições definidas conforme dispuser o Regimento
técnico-administrativo; Interno da Reitoria.
V. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme
dispuser o Regimento Interno da Reitoria. Seção III
§ 6º À Pró Reitoria de Gestão Institucional compete:
Dos Órgãos de Apoio Acadêmico
I. planejar, superintender e coordenar as políticas de
desenvolvimento institucional da UFAL;
Art. 20. São órgãos de apoio acadêmico vinculados à Reitoria:
II. superintender e coordenar as atividades de gestão da
informação, de programação orçamentária, de planejamento e de I. Biblioteca Central - BC;
avaliação da Universidade; II. Editora Universitária - EDUFAL;
III. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme III. Hospital Universitário - HU;
dispuser o Regimento Interno da Reitoria. IV. Núcleo de Desenvolvimento Infantil – NDI;
V. Restaurante Universitário – RU;
Art. 17. As Pró Reitorias serão dirigidas por Pró-Reitores/as VI. Biotério Central – BIOCEN.
escolhidos/as dentre servidores ocupantes de cargos efetivos do § 1º Os órgãos de apoio acadêmico vinculados à Reitoria serão
quadro de pessoal permanente da Universidade, designados pelo/a administrados por gestores designados pelo/a Reitor/a, escolhidos
Reitor/a. dentre servidores do quadro da Universidade.
§ 2º Compete ao Conselho Universitário, por proposta do/a
CAPÍTULO IV Reitor/a, criar, desmembrar, fundir ou extinguir órgãos de apoio
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO E DE APOIO acadêmico vinculados à Reitoria.
VINCULADOS À REITORIA § 3º Os órgãos de apoio acadêmico da estrutura da Reitoria
terão suas atribuições definidas conforme dispuser o Regimento
Seção I Interno da Reitoria.
Dos Órgãos de Assessoramento
CAPÍTULO V
Art. 18. Junto à Reitoria funcionarão os seguintes órgãos de DAS UNIDADES ACADÊMICAS
assessoramento:
I. Chefia de Gabinete - GR; Art. 21. Às Unidades Acadêmicas (UA’s), organizadas por
II. Assessoria de Comunicação – ASCOM; área de conhecimento, compete desenvolver as atividades de
III. Assessoria de Intercâmbio Internacional – ASI; ensino, pesquisa e extensão, administrando as de modo autônomo
IV. Controladoria Geral – CG; sob a supervisão geral da Reitoria e de acordo com as diretrizes
V. Ouvidoria Universitária - OUVIDORIA; emanadas do Conselho Universitário.
VI. Procuradoria Geral Federal da UFAL – PGF;
§ 1º A criação de Unidades Acadêmicas (UA’s) far-se-á
VII. Secretaria Executiva dos Conselhos Superiores - SECS.
mediante resolução do CONSUNI, observados os requisitos
§ 1º Os órgãos de assessoramento da estrutura da Reitoria
previstos no artigo 21 do Estatuto e de acordo com projeto
serão administrados por gestores designados pelo/a Reitor/a.
§ 2º Compete ao Conselho Universitário, por proposta encaminhado pela área interessada.
do/a Reitor/a, criar, desmembrar, fundir ou extinguir órgãos de § 2º Quaisquer que sejam as denominações que vierem a
assessoramento da estrutura da Reitoria. adotar, as Unidades Acadêmicas terão a mesma posição hierárquica
§ 3º Os órgãos de assessoramento da estrutura da Reitoria na estrutura da Universidade.
terão suas atribuições definidas conforme dispuser o Regimento
Interno da Reitoria. Art. 22. Cada Unidade Acadêmica disporá de uma estrutura
mínima, definida em seu Regimento Interno, constituída pelos
Seção II seguintes órgãos:
Dos Órgãos de Apoio Administrativo I. Órgãos de Deliberação Coletiva:
a) Conselho de Unidade Acadêmica;
Art. 19. A Reitoria contará com os seguintes órgãos de apoio b) Colegiado(s) de Curso(s).
administrativo: II. Órgão de Direção:

Didatismo e Conhecimento 168


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
a) Diretoria de Unidade Acadêmica. VII. manifestar-se sobre a celebração de contratos, acordos e
III. Órgãos Operativos: convênios que envolvam peculiar interesse da Unidade Acadêmica;
a) Órgãos de Apoio Acadêmico; VIII. deliberar sobre a instauração de sindicâncias e processos
b) Órgãos de Apoio Administrativo. administrativos disciplinares, no âmbito da Unidade Acadêmica;
§ 1º A comprovação do preenchimento dos requisitos para a IX. desempenhar outras atribuições compatíveis.
criação da Unidade Acadêmica previstos no artigo 21 do Estatuto Parágrafo Único – Em caso de urgência ou relevante
da Universidade é pré-requisito indispensável para aprovação de interesse, ao/à Diretor/a da Unidade Acadêmica é facultado
seu Regimento Interno. adotar providências “Ad Referendum” do Conselho de Unidade
§ 2º A presença dos requisitos para constituição e Acadêmica, submetendo-as a esse Conselho na primeira sessão
funcionamento da Unidade Acadêmica será verificada a cada triênio subsequente.
pelo CONSUNI, tomando-se por base a avaliação institucional, a
partir da data da aprovação de seu Regimento Interno. Seção II
Dos Colegiados de Cursos de Graduação
Seção I
Do Conselho de Unidade Acadêmica Art. 25. O Colegiado de Curso de Graduação é órgão
vinculado à Unidade Acadêmica, com o objetivo de coordenar
Art. 23. O Conselho de Unidade Acadêmica, órgão colegiado o funcionamento acadêmico de Curso de Graduação, seu
com capacidade deliberativa em matérias atinentes ao ensino, à desenvolvimento e avaliação permanente, sendo composto de:
pesquisa, à extensão, à política acadêmica e de interesse da área, é I. 05 (cinco) professores efetivos, vinculados ao Curso e
presidido pelo/a Diretor/a da Unidade seus respectivos suplentes, que estejam no exercício da docência,
Acadêmica. eleitos em Consulta efetivada com a comunidade acadêmica,
§ 1º Comporão o Conselho representantes dos corpos docente, para cumprirem mandato de 02 (dois) anos, admitida uma única
discente e técnico administrativo da Unidade Acadêmica. recondução;
§ 2º Participarão do Conselho da Unidade Acadêmica com II. 01 (um) representante do Corpo Discente, e seu respectivo
direito à voz, a comunidade local, os conselhos regionais e/ou suplente, escolhido em processo organizado pelo respectivo
associações profissionais da(s) categoria(s) correspondente(s) ao(s) Centro ou Diretório Acadêmico, para cumprir mandato de 01 (um)
Curso(s) de Graduação, oferecido(s) pela Unidade Acadêmica. ano, admitida uma única recondução;
§ 3º O Conselho, conforme dispuser o Regimento Interno da III. 01 (um) representante do Corpo Técnico-Administrativo, e
Unidade Acadêmica, poderá constituir câmaras e ou comissões seu respectivo suplente, escolhidos dentre os Técnicos da unidade
especializadas. acadêmica, eleito pelos seus pares, para cumprir mandato de 02
§ 4º As decisões das câmaras e/ou das comissões especializadas (dois) anos, admitida uma única recondução.
serão comunicadas ao plenário na primeira reunião subsequente. Parágrafo Único – O Colegiado terá 01 (um) Coordenador e
§ 5º Das decisões adotadas pelas câmaras e comissões cabe seu Suplente, escolhidos pelos seus membros dentre os docentes
recurso ao Conselho de Unidade Acadêmica, na forma prevista no que o integram.
artigo 22, do Estatuto da Universidade.
§ 6º Das deliberações do plenário do Conselho de Unidade Art. 26. São atribuições do Colegiado de Curso de Graduação:
Acadêmica cabe recurso ao Conselho Universitário, interposto por I. coordenar o processo de elaboração e desenvolvimento do
qualquer de seus membros ou pela parte interessada. Projeto Pedagógico do Curso, com base nas Diretrizes Curriculares
§ 7º O Conselho da Unidade Acadêmica deverá se reunir Nacionais, no perfil do profissional desejado, nas características e
ordinariamente, no mínimo, 02 (duas) vezes por semestre ou com necessidades da área de conhecimento, do mercado de trabalho e
outra periodicidade definida em seu da sociedade;
Regimento Interno. II. coordenar o processo de ensino e de aprendiza gem,
promovendo a integração docente-discente, a interdisciplinaridade
Art. 24. Compete ao Conselho de Unidade Acadêmica: e a compatibilização da ação docente com os planos de ensino,
I. aprovar, com quórum de 2/3 (dois terços), o Regimento com vistas à formação profissional planejada;
Interno da Unidade e submetê-lo à homologação do Conselho III. coordenar o processo de avaliação do Curso, em termos
Universitário; dos resultados obtidos, executando e/ou encaminhando aos órgãos
II. propor, com quórum de 2/3 (dois terços), reformas no competentes as alterações que se fizerem necessárias;
Regimento Interno da Unidade Acadêmica, submetendo-as à IV. colaborar com os demais Órgãos Acadêmicos;
apreciação do Conselho Universitário; V. exercer outras atribuições compatíveis.
III. opinar sobre transferência, remoção e afastamento de
docentes e de servidores técnicos-administrativos lotados na Seção III
Unidade Acadêmica; Dos Colegiados de Cursos e Programas de Pós-Graduação
IV. propor, no âmbito da Unidade Acadêmica, a criação,
organização e extinção de cursos e programas de educação Art. 27. O Curso ou Programa de Pós-Graduação é
superior; vinculado à Unidade Acadêmica e terá um Conselho de Pós-
V. aprovar planos, programas e projetos de pesquisa e Graduação constituído por todos os docentes do Programa, em
extensão; efetivo exercício, e 01 (um) representante Discente e Técnico-
VI. propor o número de vagas de seus cursos; Administrativo, com atribuições definidas pelo CONSUNI.

Didatismo e Conhecimento 169


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
§ 1º O representante do Corpo Discente, e seu suplente, será § 4º No caso de vacância do cargo de Vice-Diretor/a, o
escolhido dentre os discentes do Curso ou Programa regularmente Conselho da Unidade Acadêmica elegerá o substituto para a
matriculados e eleitos pelos seus pares, para cumprir mandato de conclusão do mandato, na forma da legislação em vigor.
um 01 (um) ano. § 5º Os titulares das funções de secretaria executiva e
§ 2º O representante do Corpo Técnico-Administrativo, e seu assessorias, vinculadas à Unidade Acadêmica, serão escolhidos
suplente, será escolhido dentre os Técnicos da Unidade Acadêmica, pelo/a Diretor/a e designados pelo/a Reitor/a.
eleito pelos seus pares, para cumprir mandato de 02 (dois) anos. § 6º Os titulares das funções de coordenação de programas e
coordenação de órgãos de apoio, vinculados à Unidade Acadêmica,
Art. 28. O Curso ou Programa de Pós-Graduação terá um serão escolhidos na forma de seu Regimento Interno e designados
Colegiado composto de: pelo/a Reitor/a.
I. 05 (cinco) professores, e respectivos suplentes, escolhidos § 7º As funções remuneradas serão definidas no Regimento
dentre os membros docentes do Conselho da Pós-Graduação e Interno da Unidade, aprovado pelo Conselho Universitário, de
eleitos pelos seus pares, para cumprirem mandato de 02 (dois) acordo com o quadro geral de funções da UFAL.
anos; § 8º O cargo de Diretor/a de Unidade somente poderá ser
II. 01 (um) representante do Corpo Discente, e seu suplente; exercido em regime de tempo integral ou de tempo integral com
III. 01 (um) representante do Corpo Técnico-Administrativo, dedicação exclusiva.
e seu respectivo suplente. § 9º O Exercício da Direção de Unidade não exime seu titular
§ 1º Os representantes Discente e Técnico-Administrativo do desempenho de atividades de ensino.
serão os mesmos do Conselho de Pós-Graduação do Curso ou
Programa. Art. 32. Compete ao/à Diretor/a de Unidade Acadêmica:
§ 2º As atribuições do Colegiado do Curso ou Programa I. dirigir, superintender e coordenar as atividades da Unidade
serão definidas em regulamentação do CONSUNI e do respectivo Acadêmica;
Conselho. II. convocar e presidir as reuniões do Conselho de Unidade
Acadêmica;
Art. 29. O Curso ou Programa de Pós-Graduação será III. representar a Unidade Acadêmica;
dirigido por 01 (um/uma) Coordenador/a do Curso ou Programa IV. cumprir e fazer cumprir as disposições do Estatuto da
eleito/a pelo Colegiado do Curso ou Programa, referendado Universidade, deste Regimento Geral e do seu próprio Regimento
pelo(s) Conselho(s) da Unidade(s) Acadêmica(s) proponente(s) e Interno;
designado por ato do/a Reitor/a. V. cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho de
§ 1º O Coordenador e o Vice Coordenador serão escolhidos Unidade Acadêmica e dos órgãos da administração superior da
dentre os membros docentes do Colegiado do Curso ou Programa. Universidade, assim como as instruções e determinações do/a
§ 2º As atribuições do Coordenador serão definidas em Reitor/a;
regulamentação do CONSUNI. VI. distribuir o pessoal técnico-administrativo lotado na
Unidade Acadêmica;
Seção IV VII. assinar certificados;
Da Diretoria de Unidade Acadêmica VIII. exercer atividades de supervisão e fiscalização no âmbito
da Unidade Acadêmica;
Art. 30. Cada Unidade Acadêmica contará com uma Diretoria, IX. constituir comissões para o estudo e a execução de projetos
órgão executivo encarregado de exercer a gestão administrativa, específicos;
financeira, patrimonial e acadêmica dos cursos a ela vinculados. X. manter a disciplina, representando ao/à Reitor/a nos casos
Parágrafo Único – A Diretoria atuará em consonância com em que se imponha a aplicação de penalidade superior à de sua
os princípios regentes da Administração Pública, observando as esfera de competência;
deliberações do Conselho de Unidade Acadêmica e as diretrizes XI. prorrogar o expediente por necessidade de serviço;
emanadas do CONSUNI e da Reitoria. XII. apresentar ao Conselho de Unidade Acadêmica, na
primeira quinzena posterior ao encerramento do período letivo, o
Art. 31. A Diretoria será composta por 01 (um/uma) Diretor/a relatório das atividades nele desenvolvidas com as sugestões de
e 01 (um/uma) Vice Diretor/a, providos em comissão por ato do/a providências necessárias ao aperfeiçoamento das atividades da
Reitor/a. Unidade, encaminhando-as, depois de aprovadas, ao/à Reitor/a;
§ 1º O/a Diretor/a e o/a Vice-Diretor/a são escolhidos dentre os XIII. participar do processo de elaboração da proposta
professores efetivos integrantes da carreira, eleitos pelos docentes, orçamentária anual da Universidade;
discentes e técnico-administrativos da Unidade, para mandato de XIV. superintender a administração dos bens patrimoniais
04 (quatro) anos, vedada a reeleição para o mandato subsequente, de uso dos órgãos administrativos e outros que estejam na carga
sendo assegurados a eleição direta e o voto facultativo. da Unidade Acadêmica, definindo a responsabilidade de seus
§ 2º Nas faltas, impedimentos e ausências eventuais, o/a detentores diretos;
Diretor/a será substituído pelo/a Vice-Diretor/a, assumindo a XV. encaminhar no início de cada exercício, ao Chefe do
direção, na ausência de ambos, o professor mais antigo do corpo Patrimônio da UFAL, o resultado da conferência da carga dos bens
docente da Unidade. patrimoniais existentes na Unidade;
§ 3º No caso de vacância do cargo de Diretor/a, o/a Vice- XVI. praticar outros atos de administração, no âmbito de sua
Diretor/a ocupará esse cargo até a conclusão do mandato. competência.

Didatismo e Conhecimento 170


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção V Art. 37. O ingresso dos discentes na UFAL será efetivado
Dos Órgãos de Apoio às Unidades Acadêmicas através de processo seletivo, com a realização de 01 (um) único
certame por ano, com a entrada de todos os discentes em uma única
Art. 33. Cada Unidade Acadêmica definirá no Regimento turma, no primeiro semestre, ou com a divisão dos aprovados em
Interno seus Órgãos de Apoio. 02 (duas) turmas, conforme o Projeto Pedagógico do Curso (PPC).
§ 1º Os Órgãos de Apoio, na conformidade do que dispuser o Parágrafo Único - Poderá ingressar em curso de graduação,
Regimento Interno da Unidade Acadêmica, poderão ter autonomia com dispensa de aprovação no processo seletivo referido no caput:
operacional, além de estrutura e funções próprias. deste artigo:
§ 2º Incluem-se na categoria Órgãos de Apoio os núcleos de I. portador de diploma de graduação, havendo vaga;
estudos temáticos, preferencialmente interdisciplinares, destinados II. estudante estrangeiro, desde que haja convênio cultural
a reunir especialistas da Universidade e/ou da comunidade externa, do Brasil com seu país de origem no qual esteja contemplada a
com o objetivo de desenvolver novos programas de ensino, pesquisa hipótese, dentro do número de vagas especificamente oferecidas.
e extensão, ou os núcleos de prestação de serviços especializados
e de treinamento, no interesse exclusivo da Unidade Acadêmica. Seção II
Do Sistema Acadêmico
TÍTULO III
DO REGIME ACADÊMICO E CIENTÍFICO Art. 38. A programação acadêmica terá como base o semestre
letivo de 100 (cem) dias de trabalho escolar efetivo.
CAPÍTULO I § 1º Os sábados são dias letivos, podendo ser utilizados para
DO ENSINO reposição de aulas e/ou complementação das atividades acadêmicas
previstas nos Projetos Pedagógicos dos Cursos, e serão contados
Seção I na composição dos 100 (cem) dias letivos.
Disposições Comuns § 2º A oferta acadêmica deverá ser organizada pelos Colegiados
de Curso, para viabilizarem seus Projetos Pedagógicos.
Art. 34. A Universidade Federal de Alagoas oferece Cursos de
Educação Superior nos seguintes níveis: Art. 39. O discente cumprirá a matriz curricular mediante a
I. cursos de graduação, abertos aos concluintes do ensino seguinte dinâmica acadêmica:
médio ou equivalente, classificados mediante processo seletivo; I. Fluxo Padrão: matriculado em disciplinas e outros
II. cursos de pós-graduação, abertos aos diplomados em componentes curriculares obrigatórios, organizados em séries
cursos de graduação, classificados mediante processo seletivo, semestrais, conforme definido nos Projetos
nos seguintes níveis: de aperfeiçoamento, de especialização, de Pedagógicos dos Cursos;
mestrado, de doutorado e outros; II. Fluxo Individual: matriculado em disciplinas constantes
III. cursos sequenciais, abertos a candidatos que atendam aos da matriz curricular, respeitados os pré -requisitos e co requisitos
requisitos estabelecidos pela instituição no ato de sua criação, estabelecidos nos Projetos Pedagógicos dos Cursos.
conforme suas finalidades, mediante classificação em processo § 1º Vivenciarão o Fluxo Padrão os discentes ingressantes e
seletivo; os veteranos que lograram aprovação em todas as disciplinas da
IV. cursos de extensão, abertos a candidatos que atendam aos série anterior.
requisitos estabelecidos pela instituição no ato de sua criação, § 2º Vivenciarão o Fluxo Individual os discentes que não
conforme suas finalidades. lograram aprovação em todas as disciplinas do período anterior, os
que trancaram matrícula em disciplina e os que estejam submetidos
Art. 35. Os cursos oferecidos pela Universidade, respeitadas à adaptação curricular.
as suas especificidades, observarão os seguintes princípios: § 3º A matrícula em disciplinas do discente que estiver a
I. compreensão do currículo como a totalidade de experiências vivenciar o Fluxo Individual será acompanhada pelo Colegiado de
formativas, no qual o educando é sujeito de seu processo de Curso, que objetivará sua volta ao Fluxo Padrão.
conhecimento, sendo estimulado a desenvolver elevados graus de § 4º Em qualquer situação, verificada a impossibilidade de
autonomia intelectual, política, cultural e estética; o discente integralizar a matriz curricular no prazo previsto no
II. oferta de formação teórico-prática, referenciada na Projeto Pedagógico de Curso, isso implicará o seu desligamento
qualidade acadêmica e no compromisso social de construção de automático do Curso.
valores da ética e da cidadania;
III. flexibilidade na organização curricular, para promoção Art. 40. O regime de aprovação do discente em cada disciplina
de perfis profissionais flexíveis, aptos a desenvolver novas será efetivado mediante a apuração:
competências e habilidades e posicionarem-se criticamente frente I. da frequência às atividades didáticas;
à realidade. II. do rendimento escolar.

Art. 36. Os cursos poderão ser oferecidos nas modalidades Seção III
presencial ou a distância. Da Avaliação
Parágrafo Único – Um curso oferecido na modalidade a
distância deve ter, quando couber, a definição das atividades Art. 41. A avaliação do rendimento escolar será feita através
realizadas na modalidade presencial e da frequência mínima de:
necessária para aprovação fixada em seu projeto pedagógico, nos I. Avaliação Bimestral (AB), em número de 02 (duas), por
marcos da legislação em vigor. semestre letivo;

Didatismo e Conhecimento 171


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
II. Prova Final (PF), quando for o caso; I. o TCC não se constitui como disciplina, não tendo, portanto,
III. Trabalho de Conclusão de Curso. carga horária fixa semanal, sendo sua carga horária total prevista
§ 1º Não poderá ser realizada qualquer atividade de avaliação, no Projeto Pedagógico do Curso e computada para a integralização
inclusive prova final, antes de decorridas, pelo menos, 48 (quarenta do Curso;
e oito) horas da divulgação das notas obtidas pelo discente em II. a matrícula no TCC dar-se-á automaticamente a partir
do período previsto no Projeto Pedagógico do Curso para a sua
avaliações anteriores.
elaboração, não tendo número limitado de vagas, nem sendo
§ 2º O discente terá direito de acesso aos instrumentos e necessária a realização de sua matrícula específica no Sistema
critérios de avaliação e, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas Acadêmico;
após a divulgação de cada resultado, poderá solicitar revisão de III. a avaliação do TCC será realizada através de 01 (uma)
sua avaliação, por uma comissão de professores designada pelo única nota, dada após a entrega do trabalho definitivo, sendo
Colegiado do Curso. considerada a nota mínima 7,0 (sete), nas condições previstas no
§ 3º Será também considerado, para efeito de avaliação, Projeto Pedagógico do Curso;
o Estágio Curricular Obrigatório, quando previsto no Projeto IV. caso o discente não consiga entregar o TCC até o final
Pedagógico do Curso. do semestre letivo em que cumprir todas as outras exigências da
matriz curricular, deverá realizar matrícula-vínculo no início de
Art. 42. Cada Avaliação Bimestral (AB) deverá ser limitada, cada semestre letivo subsequente, até a entrega do TCC ou quando
sempre que possível, aos conteúdos desenvolvidos no respectivo atingir o prazo máximo para a integralização do seu curso, quando
bimestre e será resultante de mais de um instrumento de avaliação. então esse discente será desligado.
Art. 43. A Nota Final (NF) das Avaliações Bimestrais será a Art. 48. Além das médias finais das disciplinas, o histórico do
média aritmética, apurada até centésimos, das notas obtidas nas 02 discente conterá o Coeficiente de Rendimento Escolar Recente e o
(duas) Avaliações Bimestrais. Coeficiente de Rendimento Escolar Total.
§ 1º Será considerado aprovado, livre de prova final, o discente § 1º O Coeficiente de Rendimento Escolar Recente é a média
que alcançar Nota Final (NF) das Avaliações Bimestrais, igual ou ponderada das médias finais obtidas nas disciplinas cursadas,
superior a 7,00 (sete). no último período letivo, com pesos iguais às respectivas cargas
§ 2º Será automaticamente reprovado o discente cuja Nota horárias.
Final (NF) das Avaliações Bimestrais for inferior a 5,00 (cinco). § 2º O Coeficiente de Rendimento Escolar Total é a média
§ 3º O discente que alcançar nota inferior a 7,00 (sete), em ponderada das médias finais obtidas nas disciplinas cursadas até o
uma das duas Avaliações Bimestrais (AB), terá direito, no final do
último período letivo frequentado, com pesos iguais às respectivas
semestre letivo, a ser reavaliado naquela em que obteve a menor
cargas horárias.
pontuação, prevalecendo, neste caso, a maior nota.
Seção IV
Art. 44. O discente que obtiver a Nota Final (NF) das
Da Matrícula Institucional
Avaliações Bimestrais igual ou superior a 5,00 (cinco) e inferior a
7,00 (sete), terá direito a prestar a Prova Final (PF).
Parágrafo Único - A Prova Final (PF) versará sobre todo o Art. 49. A matrícula do estudante ingressante na Universidade
conteúdo da disciplina ministrada e será realizada no término do Federal de Alagoas via processo seletivo deverá ser efetivada na
semestre letivo, em época posterior às reavaliações, conforme o Coordenação do respectivo Curso de Graduação, que recolherá os
Calendário Acadêmico da UFAL. documentos necessários para a matrícula institucional e procederá
à matrícula acadêmica.
Art. 45. Será considerado aprovado com avaliação final, após Parágrafo Único – O número de matrícula do estudante
a realização da Prova Final (PF), em cada disciplina, o discente ingressante será gerado pelo Departamento de Registro e Controle
que alcançar média final igual ou superior a 5,5 (cinco inteiros e Acadêmico - DRCA/UFAL, baseado na listagem dos aprovados e
cinco décimos). classificados, encaminhada pelo Núcleo Executivo de Processos
Parágrafo Único – O cálculo para a obtenção da média final é Seletivos - NEPS/UFAL.
a média ponderada da Nota Final (NF) das Avaliações Bimestrais,
com peso 6 (seis) e da nota da Prova Final (PF), com peso 4 Art. 50. O candidato aprovado e classificado no processo
(quatro). seletivo para ingressar em Curso de Graduação da UFAL que não
se apresentar para matrícula institucional no prazo definido pela
Art. 46. Terá direito a uma segunda chamada o discente que, instituição, ou que não apresentar a documentação exigida nos
não tendo comparecido à Prova Final (PF), comprove impedimento termos do Edital de convocação do Processo Seletivo/UFAL, será
legal ou motivo de doença, devendo requerê-la ao respectivo considerado desistente.
Colegiado de Curso, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, após a Parágrafo Único – O DRCA/UFAL convocará o próximo
realização da Prova Final a que deixou de comparecer. candidato classificado, por ordem de classificação naquele Curso
Parágrafo Único – A Prova Final (PF) em segunda chamada de Graduação, para ocupar a vaga.
realizar-se-á até 05 (cinco) dias após a realização da primeira
chamada. Art. 51. A aprovação e a classificação no Processo Seletivo da
UFAL de candidato para o Curso de Graduação no qual já é discente,
Art. 47. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é componente efetivamente matriculado, não implicarão o preenchimento de
curricular obrigatório em todos os Projetos Pedagógicos dos vaga, sendo esta ocupada conforme o disposto no artigo 58 deste
Cursos da UFAL, assumindo a seguinte conformação: Regimento.

Didatismo e Conhecimento 172


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção V Art. 59. As transferências obrigatórias serão concedidas
Da Matrícula Acadêmica independentemente da existência de vaga e de avaliação.
Parágrafo Único – Na hipótese deste artigo, caso a
Art. 52. Somente a partir da segunda série, será permitido ao Universidade não oferte o curso frequentado pelo interessado, este
discente o trancamento de matrícula, em disciplinas ou na série, poderá optar por ser matriculado em outro afim, definido pela Pró
em data fixada pelo Calendário Acadêmico da UFAL, exceto nos Reitoria de Graduação, ouvida a Unidade Acadêmica em que seja
casos em que for comprovada, pela Junta Médica da UFAL, a
ofertado.
necessidade do afastamento do discente por questões de saúde.

Art. 53. Todo discente de graduação deverá, a cada semestre Seção IX


letivo, a partir do segundo semestre do curso, e de acordo com o Matrícula de Diplomados
calendário acadêmico, efetuar sua matrícula acadêmica no sistema.
Parágrafo Único – A matrícula dar-se-á na série a que tiver Art. 60. As vagas não preenchidas resultantes do processo
direito ou em disciplinas, observado o artigo 39 deste Regimento. seletivo para ingresso de discentes na UFAL serão destinadas
à matrícula de pessoas portadoras de diplomas de cursos de
Art. 54. O discente que não efetuar sua matrícula, no tempo graduação reconhecidos conforme a legislação.
especificado deverá, no período de ajuste definido no calendário Parágrafo Único – O candidato à matrícula será submetido a
acadêmico, comparecer à Coordenação do Curso para efetuá-la. processo seletivo realizado na forma de edital próprio.
§ 1º Não será matriculado, no semestre letivo correspondente,
o discente que não fizer matrícula e deixar de comparecer à CAPÍTULO II
Coordenação do Curso no período de ajuste.
DO ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
§ 2º Será permitida a efetivação de matrícula mediante
procuração.
Art. 61. Os cursos de pós-graduação “Lato Sensu”, em nível
Seção VI de aperfeiçoamento e especialização, e “Sricto Sensu”, em nível
Do Bloqueio de Matrícula e do Desligamento da UFAL. de mestrado e doutorado, são vinculados às Unidades Acadêmicas
que os ofertam.
Art. 55. Terá o seu registro de matrícula suspenso e será, em § 1º A implantação de cursos de Pós-Graduação Sricto Sensu”
consequência, bloqueado no Sistema Acadêmico da Universidade depende da prévia recomendação de seus projetos pedagógicos
Federal de Alagoas, o discente que deixar de efetuar a matrícula pela CAPES e da subsequentes homologação pelo Conselho
em 01 (um) semestre letivo. Universitário.
Parágrafo Único – O pedido de desbloqueio será formalizado § 2º A implantação de cursos de Pós-Graduação “Lato Sensu”
ao Colegiado do Curso, mediante formulário próprio, acompanhado depende da prévia aprovação de seus projetos pedagógicos pelo
de justificativa, nos prazos fixados pelo Calendário Acadêmico. Conselho Universitário.
§ 3º Do projeto pedagógico dos cursos constarão, entre outros,
Art. 56. Terá o seu registro de matrícula cancelado e,
os critérios de verificação de aprendizagem e o sistema acadêmico
consequentemente, será desligado da Universidade Federal de
Alagoas, não sendo permitida sua rematrícula, o discente que: do curso.
I. ultrapassar o tempo máximo de integralização do curso,
incluindo os períodos de trancamento e de bloqueio; Art. 62. A admissão em curso de Pós-Graduação far-se-á
II. apresentar o coeficiente de rendimento, no semestre, mediante prévia aprovação em processo seletivo específico.
inferior a 3,0 (três), em 03 (três) semestres consecutivos. Parágrafo Único – O processo seletivo poderá constar,
III. estiver bloqueado no sistema por 02 (dois) semestres alternativa ou concomitantemente, conforme definido no projeto
letivos consecutivos, ou 03 (três) semestres letivos intercalados. pedagógico do curso, de provas escritas e/ou orais, entrevistas,
Parágrafo Único – Nos casos de discentes que ingressaram na análise de currículo ou análise de propostas de planos de estudos
UFAL, por transferência não obrigatória de outra IES, a contagem e de pesquisas.
do tempo será iniciada a partir do ingresso no Curso de origem.
CAPÍTULO III
Seção VII
DA PESQUISA
Da Re opção e da Transferência

Art. 57. É permitida ao discente regular da Universidade, Art. 63. A Pesquisa tem por objetivo produzir, criticar
mediante re opção, a mudança para outro curso de graduação por e difundir, de forma articulada com o ensino e a extensão,
ela ofertado, desde que haja vaga na série em que o interessado conhecimentos culturais, artísticos, científicos e tecnológicos,
deva ser matriculado. voltados para os interesses coletivos, particularmente aqueles
relacionados com a região Nordeste e o Estado de Alagoas.
Art. 58. A transferência, que dependerá da existência de vaga,
dar-se-á para curso idêntico ao que esteja sendo frequentado pelo Art. 64. A Universidade incentivará a pesquisa por todos os
interessado, em outro estabelecimento de nível superior de ensino meios ao seu alcance, especialmente mediante:
credenciado, mediante processo seletivo. I. concessão de bolsas de pesquisa de categorias diversas,
Parágrafo Único – O Curso de origem deverá estar regularizado inclusive de iniciação científica para discentes regulares da
de acordo com a legislação em vigor. Universidade;

Didatismo e Conhecimento 173


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
II. formação de pessoal em cursos de pós-graduação próprios TÍTULO IV
ou de outras instituições nacionais, estrangeiras ou internacionais; DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
III. concessão de auxílio para execução de projetos de pesquisa
específicos; Art. 70. A comunidade universitária é constituída por
IV. formalização de convênios com agências de fomento docentes, discentes e servidores técnico-administrativos que,
à pesquisa nacionais, estrangeiras ou internacionais, visando a desempenhando funções específicas e atribuições próprias, atuam
programas de investigação específica; de modo integrado na realização das finalidades da Universidade.
V. intercâmbio com outras instituições científicas, estimulando § 1º É dever de todo membro da comunidade universitária
os contatos entre pesquisadores e o desenvolvimento de projetos contribuir para a consecução das finalidades da instituição, pautar
comuns; sua conduta, segundo os preceitos da ética, do respeito e da
VI. divulgação de resultados de pesquisas realizadas; solidariedade mútuas, e dignificar a instituição por cuja promoção
VII. promoção de congressos, simpósios e seminários para é responsável, por seus atos e modo de proceder.
estudo e debate de temas científicos, bem como a participação em § 2º Salvo disposição legal expressa em contrário, os atos
iniciativas semelhantes, levadas a efeito em outras instituições. praticados por membro da comunidade, fora dos limites da
Instituição, e que não guardem relação com suas atividades ou
Art. 65. A pesquisa, na Universidade, obedecerá a uma política atribuições legais ou estatutárias, não vinculam a Universidade.
institucional definida pelo Conselho Universitário, sem prejuízo
de outras iniciativas oriundas de Unidades Acadêmicas. Art. 71. Os direitos e os deveres dos membros da comunidade
universitária, nesses incluídos os papéis sociais, os relacionamentos
Art. 66. O Conselho Universitário regulamentará as questões estruturais, as responsabilidades individuais e os requisitos
da ética em pesquisa na UFAL. exigidos de seus integrantes, serão pautados pelos princípios e
Parágrafo Único – As pesquisas cujo objeto envolva seres pelas disposições expressas no Estatuto da Universidade, neste
humanos e animais deverão ser previamente submetidas ao Comitê Regimento Geral e nas Resoluções dos Conselhos da Instituição.
de Ética em Pesquisa da UFAL.
Art. 72. A Universidade prestará, na medida de sua capacidade,
CAPÍTULO IV assistência aos membros da comunidade interna, observadas as
DA EXTENSÃO disposições do Estatuto e deste Regimento
Geral.
Art. 67. A Extensão Universitária, enquanto processo Parágrafo Único – A assistência de que trata este artigo poderá
educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa ser promovida mediante o desenvolvimento de:
de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre I. programas de alimentação e saúde;
Universidade e Sociedade, observará: II. promoções de natureza artística, cultural, esportiva e
I. a promoção da arte e do conhecimento, a democratização recreativa;
do acesso ao saber, e a intervenção solidária junto à comunidade, III. programas de monitoria;
para a transformação social, inclusive a relação respeitosa entre IV. programas de bolsa Estudo/Trabalho;
expressões artísticas e culturais, populares e eruditas, bem como V. orientação psico pedagógica e profissional;
entre o conhecimento popular e o conhecimento científico e VI. programas de formação inicial e continuada, que
filosófico; possibilitem o aperfeiçoamento contínuo da qualidade dos serviços
II. respeito à liberdade científica, artística e cultural da que presta à sociedade;
comunidade universitária e aos direitos de cidadania e autonomia VII. e outros programas de interesse da comunidade.
da comunidade externa;
III. compromissos sociais, éticos e políticos com os Art. 73. A política comunitária global da Universidade será
interesses coletivos da Sociedade e com os valores da cidadania, institucionalizada em resolução do Conselho Universitário.
particularmente com os da região Nordeste e do Estado de Alagoas.
CAPÍTULO I
Art. 68. A extensão será desenvolvida sob a forma de ações DO CORPO DOCENTE
integradas no cumprimento de programas específicos, ou de
cursos e atividades de formação nas modalidades de atualização Art. 74. O corpo Docente da Universidade é constituído
profissional e difusão cultural. por professores que exercem as atividades de ensino, pesquisa e
Parágrafo Único – As atividades de extensão serão oferecidas extensão.
sob a forma de atendimento, de consulta, de realização de estudos,
elaboração e orientação de projetos em matérias científicas,
Art. 75. Compreendem o corpo docente as seguintes classes
técnicas, educacionais, artísticas e culturais, bem como de
da Categoria Funcional Professor de Ensino Superior do Grupo
participação em iniciativas de quaisquer desses setores.
Magistério:
I. Professor Titular;
Art. 69. As atividades de extensão podem ser remuneradas
II. Professor Adjunto;
de acordo com seus fins específicos, características e destinatários
III. Professor Assistente;
imediatos, conforme dispuser resolução do Conselho Universitário.
IV. Professor Auxiliar.

Didatismo e Conhecimento 174


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Parágrafo Único – Além das classes referidas neste artigo, e as § 1º São discentes regulares aqueles matriculados em cursos de
que vierem a ser estabelecidas em legislação pertinente, integram graduação, pós graduação, sequenciais e de formação profissional
ainda o corpo docente Professores Substitutos, Professores por campo do saber, observados os requisitos indispensáveis à
Visitantes e Professores Voluntários, admitidos na forma da obtenção dos respectivos diplomas ou certificados.
legislação específica. § 2º São discentes especiais aqueles matriculados em cursos
de extensão, ou em disciplinas isoladas de cursos de graduação ou
Art. 76. O regime jurídico a que são submetidos os docentes, pós-graduação.
seu ingresso, nomeação, posse, regime de trabalho, promoção, § 3º A aprovação em disciplinas cursadas na qualidade de
acesso, aposentadoria e dispensa são definidos pela legislação discente especial não assegura o direito à obtenção de diploma
em vigor, pelas disposições do Estatuto da Universidade e deste ou certificado em cursos de graduação ou pós graduação, sendo
Regimento Geral e atos normativos baixados pelo Conselho garantido o atestado ou declaração correspondente.
Universitário.
Art. 84. O vinculo do discente com a Universidade é definido
Art. 77. Compete ao docente desenvolver atividades de em função do curso e/ou do programa em que estiver matriculado
ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária de acordo com as ou inscrito.
atribuições definidas pela natureza do vínculo, de sua classe e do
seu regime de trabalho, nos termos deste Regimento Geral e dos CAPÍTULO III
atos normativos gerais baixados pelo Conselho Universitário. DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

Art. 78. A lotação define o contexto institucional de atuação do Art. 85. Integram o corpo Técnico-Administrativo da
Universidade os servidores que exerçam funções de apoio técnico,
docente, de sua subordinação e de sua participação em atividades
administrativo e operacional necessárias ao desenvolvimento das
acadêmicas, de gestão universitária e de atuação em órgãos
atividades levadas a efeito pela Instituição.
colegiados.
Art. 86. O regime jurídico a que são submetidos os servidores
Art. 79. Os docentes têm lotação permanente nas Unidades técnicos administrativos, seu ingresso, nomeação, posse, regime
Acadêmicas, sendo permitida a designação temporária para atuar de trabalho, promoção, acesso, aposentadoria e dispensa são
em órgãos de assessoramento ou de apoio, para exercer funções definidos pela legislação em vigor, pelas disposições do Estatuto
administrativas, de gestão universitária e/ou para desenvolver da Universidade e deste Regimento Geral e dos atos normativos
atividades técnicas. baixados pelo Conselho Universitário.

Art. 80. É admitida a mudança de lotação de uma para outra Art. 87. Os servidores técnicos-administrativos são lotados
Unidade Acadêmica mediante a anuência formal do docente e a nas Unidades Acadêmicas, nos órgãos de assessoramento e nos
concordância expressa dos Conselhos da Unidade Acadêmica de órgãos de apoio.
origem e da destinatária. Parágrafo Único – O Conselho Universitário, observadas as
Parágrafo Único – A lotação do docente deve ter por objetivo disposições deste Regimento Geral, regulamentará a lotação do
maximizar sua contribuição para o cumprimento dos fins da servidor técnico-administrativo.
Universidade, prevalecendo sobre outros critérios a afinidade de
sua formação e produção com as atividades desenvolvidas pela CAPÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
Unidade Acadêmica.
Seção I
Art. 81. O docente poderá ser designado, sem prejuízo das Do Regime Disciplinar dos Corpos Docente e Técnico-
atividades de ensino, desenvolvidas em sua unidade de lotação, Administrativo
para prestar serviço complementar em outro órgão da Universidade,
mediante anuência do Conselho da Unidade Acadêmica em que se Art. 88. Pelas faltas que praticarem no exercício do cargo,
encontre lotado. emprego ou função, os integrantes dos corpos docente e técnico-
Parágrafo Único – Na hipótese deste artigo, a carga horária administrativo ficam sujeitos às penalidades disciplinares previstas
semanal a que estiver obrigado será partilhada entre a unidade de na legislação a que corresponde o vínculo que os une à Instituição
lotação e o órgão em que vier a prestar serviço. e àquelas definidas pelo Conselho Universitário.
Parágrafo Único – O Conselho Universitário regulamentará
Art. 82. O Conselho Universitário, observadas as disposições mecanismos de controle de frequência docente às atividades
deste Regimento Geral, regulamentará a lotação docente. acadêmicas perante os discentes e de cumprimento das
determinações emanadas das instâncias superiores.
CAPÍTULO II
DO CORPO DISCENTE Art. 89. A aplicação de penalidades disciplinares, conforme o
caso, é competência do/a Reitor/a, dos/as Pró-Reitores/as, dos/as
Diretores/as das Unidades Acadêmicas, dos dirigentes de Órgãos
Art. 83. O corpo Discente da Universidade é constituído por
de Assessoramento e Órgãos de Apoio, ressalvadas aquelas que
duas categorias :
tenham como consequência o rompimento do vínculo com a
I. discentes regulares; Universidade, que são da competência exclusiva do/a Reitor/a.
II. discentes especiais.

Didatismo e Conhecimento 175


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Seção II TÍTULO V
Do Regime Disciplinar do Corpo Discente DOS DIPLOMAS, CERTIFICADOS E TÍTULOS

Art. 90. Os integrantes do corpo discente, qualquer que seja CAPÍTULO I


sua categoria, estarão sujeitos às seguintes penas disciplinares: DOS DIPLOMAS E CERTIFICADOS
I. advertência;
II. repreensão; Art. 95. A Universidade expedirá os diplomas de Graduado,
III. suspensão; de Mestre e de Doutor.
IV. exclusão. Parágrafo Único – Os diplomas serão assinados pelo/a
§ 1º Na aplicação das penas previstas neste artigo, serão Reitor/a, pelo/a Pró-Reitor/a específico e pelo diplomado.
observadas as seguintes prescrições, a serem regulamentadas em
Resolução do CONSUNI: Art. 96. No caso de cursos que comportem mais de uma
I. a advertência será feita verbalmente e em caráter particular, habilitação sob o mesmo título, observar-se-á o seguinte:
não se aplicando em casos de reincidência; I. o diploma conterá no anverso o título geral correspondente
II. a repreensão será lida perante o Conselho da Unidade ao curso concluído, sendo as habilitações especificadas no verso.
Acadêmica e comunicada, por escrito, ao discente punido; II. as novas habilitações adicionais a título já concedido serão
III. a suspensão implicará o afastamento do discente de todas consignadas no verso do diploma, dispensando-se a expedição de
as atividades universitárias, por um período mínimo de 05 (cinco) um novo instrumento.
e máximo de 45 (quarenta e cinco) dias letivos;
IV. a exclusão implicará o afastamento compulsório da Art. 97. A Universidade só revalidará diploma obtido em
Universidade. instituição estrangeira, se o curso concluído for por ela oferecido
§ 2º As penas de repreensão, suspensão e exclusão serão no mesmo nível do curso cujo diploma deva ser revalidado.
registradas na pasta do discente, pelo Departamento de Registro e Parágrafo Único – A revalidação de diploma obtido em
instituição estrangeira é concedida pelo Conselho Universitário,
Controle Acadêmico - DRCA.
conforme legislação vigente.
§ 3º Na aplicação das penas disciplinares, em analogia ao
disposto nos termos do
Art. 98. A Universidade registrará os diplomas relativos a:
I. cursos de graduação correspondentes a profissões
Art. 89, levar-se-ão em conta a gravidade da infração e os
regulamentadas;
antecedentes do discente.
II. outros cursos de graduação, criados pela Universidade e
reconhecidos pelo Poder Público, para atender às exigências de
Art. 91. Constituem práticas passíveis de acarretar a aplicação
sua programação específica ou às peculiaridades do mercado de
de pena disciplinar, dentre outras:
trabalho;
I. colar ou filar; III. cursos de pós-graduação “Stricto Sensu” credenciados, em
II. plagiar trabalhos acadêmicos; nível de mestrado e de doutorado;
III. agredir verbal ou fisicamente colega, docente ou técnico- IV. cursos em nível de graduação, de mestrado e de
administrativo doutorado, obtidos em instituições estrangeiras e revalidados pela
IV. portar, mesmo que autorizado, arma no espaço do Campus Universidade.
Universitário; Parágrafo Único – Os diplomas registrados pela Universidade,
V. dilapidar o patrimônio da Universidade; mediante delegação do Ministério da Educação, têm validade
VI. usar drogas no âmbito da Instituição, inclusive bebidas em todo o território nacional e darão direito, na forma da lei, ao
alcoólicas; exercício profissional no setor de estudos, abrangido pelo currículo
VII. utilizar, no âmbito da Instituição e no horário destinado do curso a que correspondam.
a aulas ou a outras atividades acadêmicas, aparelhos de ampliação
de som, salvo em situações regulamentadas pelo Conselho Art. 99. A Universidade expedirá certificados de conclusão de
Universitário. cursos de pós-graduação “Lato Sensu” e de extensão.
§ 1º Os certificados referentes a cursos de aperfeiçoamento e
Art. 92. Enquanto estiver respondendo a processo disciplinar, especialização só terão validade se assinados pelo/a Pró-Reitor/a
o discente não poderá obter trancamento de matrícula ou específico, pelo Coordenador do Curso e pelo concluinte.
transferência. § 2º Os certificados referentes a cursos de extensão só terão
validade se assinados pelo/a Pró-Reitor/a específico, pelo/a
Art. 93. Na aplicação de penas disciplinares observar-se-ão o Diretor/a da Unidade Acadêmica e pelo Coordenador do Curso.
devido processo legal e o direito ao contraditório.
Art. 100. O reconhecimento de notório saber pelo Conselho
Art. 94. A cominação das penas de suspensão, por mais de 30 Universitário é condicionado à prévia avaliação e indicação do
(trinta) dias e de exclusão, far-se-á de acordo com as conclusões de curso de Doutorado mantido pela UFAL, em área afim, suprindo
processo disciplinar, levado a efeito por comissão composta de 03 exigência do título de Doutor.
(três) membros, designada pelo/a Reitor/a.

Didatismo e Conhecimento 176


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 101. A outorga dos graus relativos aos cursos de graduação Art. 105. O planejamento institucional terá como fundamento
e de pós-graduação será feita em solenidade pública, presidida os seguintes princípios:
pelo/a Reitor/a, conforme dispuser norma específica emanada do I . reflexão crítica sobre o trabalho;
Conselho Universitário. II . cultivo do sentimento de pertencimento;
III . planejamento como prática educativa, que ensina e orienta
CAPÍTULO II o trabalho;
DAS DIGNIDADES UNIVERSITÁRIAS IV. apropriação, tratamento e emprego do conjunto de
informações e ações que formam o trabalho;
Art. 102. A Universidade conferirá títulos honoríficos de V. organização e otimização de recursos de toda natureza
Professor Emérito, Professor Honoris Causa e Doutor Honoris – humanos, materiais, financeiros, estruturais, ambientais,
Causa. informacionais e tecnológicos;
§ 1º O título de Professor Emérito será concedido ao docente VI. ampliação do diálogo entre as pessoas, negociação de
aposentado que tenha se distinguido na Universidade, mediante estratégias e recursos, fortalecimento de alianças e parcerias
proposta do/a Reitor/a ou de Conselho de Unidade Acadêmica. internas e externas.
§ 2º O título de Professor Honoris Causa será concedido a
professor ou pesquisador estranho aos quadros da Universidade, Art. 106. Haverá na Universidade uma Comissão Própria
que tenha prestado relevantes serviços à instituição, mediante de Avaliação (CPA), incumbida da coordenação central das
proposta do/a Reitor/a ou de Conselho de Unidade Acadêmica. atividades de avaliação, de acordo com as normas estabelecidas
§ 3º O título de Doutor Honoris Causa será concedido pelo Conselho Universitário.
a personalidades eminentes que tenham contribuído
significativamente para o progresso da Universidade, da Região Art. 107. A CPA, em suas ações, será norteada pelos seguintes
ou do País, ou que se tenham distinguido por sua atuação em favor princípios:
da ciência, das letras, das artes, do meio ambiente ou da cultura em I. preservação da autonomia, em relação aos órgãos de gestão
geral, mediante proposta do/a Reitor/a ou de Conselho de Unidade acadêmica, necessária ao cumprimento de sua missão;
Acadêmica. II. compromisso com a garantia da fidedignidade das
§ 4º As propostas para concessão dos títulos honoríficos informações coletadas, no processo avaliativo;
de que trata o caput deste artigo serão submetidas ao Conselho III. respeito e valorização dos sujeitos e dos órgãos que
Universitário, sendo sua aprovação condicionada à manifestação integram a UFAL;
favorável, em votação secreta: IV. respeito à liberdade de expressão, de pensamento e de
I. da maioria simples dos membros do Colegiado, na hipótese crítica;
da concessão do título de Professor Emérito; V. compromisso com a melhoria da qualidade da educação
II. de mais de 3/5 (três quintos) dos membros do Colegiado, como caminho para a construção de uma sociedade mais justa e
na hipótese da concessão do título de Professor Honoris Causa; solidária;
III. de mais de 2/3 (dois terços) dos membros do Colegiado, VI. garantia e difusão de valores éticos e de liberdade,
na hipótese da concessão do título de Doutor Honoris Causa . igualdade e pluralidade cultural e democrática.

Art. 103. A Universidade concederá Medalha do Mérito Art. 108. A CPA define como objetivos:
Universitário destinada a reconhecer ou premiar personalidades I. coordenar os procedimentos de construção, sistematização,
eminentes, professores distinguidos, técnicos administrativos implantação e implementação da auto avaliação no âmbito da
exemplares e discentes laureados que tenham contribuído UFAL;
significativamente para a causa da educação e da cultura ou para o II. promover uma cultura avaliativa no âmbito da UFAL;
progresso da Universidade, mediante proposta do/a Reitor/a ou do III. estimular a melhoria da qualidade educativa pela
Conselho de Unidade Acadêmica. otimização das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Parágrafo Único – A proposta será apresentada ao Conselho
Universitário, sendo sua aprovação condicionada à manifestação Art. 109. A CPA garante a representatividade dos diferentes
favorável, em votação secreta, da maioria simples de seus segmentos da comunidade acadêmica interna e de representantes
membros. da sociedade civil organizada, sendo vedada a composição que
privilegie a maioria absoluta de um dos segmentos: Docente,
TITULO VI Técnico-Administrativo e Discente.
DO PLANEJAMENTO E DA AVALIAÇÃO Parágrafo Único – O Conselho Universitário regulamentará o
funcionamento da Comissão Própria de Avaliação (CPA).
Art. 104. A Universidade procederá, de modo permanente e
contínuo, ao planejamento institucional e aos meios necessários TITULO VII
para a execução e a avaliação das atividades acadêmicas e DO PATRIMÔNIO E DO ORÇAMENTO
administrativas em consonância com as deliberações do Conselho
Universitário. Art. 110. O patrimônio da Universidade, constituído de bens
Parágrafo Único – As atividades de planejamento serão objeto imóveis, móveis, semoventes, títulos, direitos, fundos especiais,
de coordenação central pela Pró -Reitoria de Gestão Institucional recursos financeiros orçamentários e extra orçamentários, doações
com a corresponsabilidade de todos os órgãos integrantes da e legados, será administrado pela Reitoria, conforme dispuser seu
estrutura organizacional. Regimento Interno.

Didatismo e Conhecimento 177


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 111. É dever da comunidade universitária zelar pela Parágrafo Único – Até que se dê posse e instalação do Conselho
manutenção e conservação dos bens patrimoniais da Instituição. Universitário, o Colegiado Especial cumprirá provisoriamente
suas atribuições.
Art. 112. O resultado líquido gerado, no âmbito da
Universidade, mediante a exploração de seu patrimônio disponível Art. 121. A distribuição dos corpos docente e técnico-
e o emprego dos meios de que disponha, será aplicado em administrativo, dentre as diversas Unidades Acadêmicas, far-se-á,
atividades ligadas às finalidades da Instituição. preferencialmente, observada a atual lotação, de acordo com a
§1º Os recursos de que trata este artigo serão depositados tabela de correspondência constante do Anexo II deste Regimento
em conta individuada, nominalmente identificável, aberta em Geral.
estabelecimento oficial de crédito, podendo ser aplicados no
mercado de capitais. Art. 122. As atribuições próprias dos atuais Departamentos,
§ 2º A aplicação e a movimentação dos recursos mencionados especialmente aquelas relativas à pesquisa, pós-graduação e
no caput serão disciplinadas em resolução do Conselho extensão, bem como os núcleos de estudos temáticos a eles
Universitário. vinculados, passarão à responsabilidade das Unidades Acadêmicas
que lhes correspondam, de acordo com a tabela de correspondência
Art. 113. O controle da utilização dos recursos referidos
constante do Anexo II deste Regimento Geral.
no artigo precedente será levado a efeito pela Controladoria
Geral - CG e pelo Conselho de Curadores - CURA, observados
os objetivos estabelecidos nos programas, projetos e planos de Art. 123. Os cursos de graduação, aí incluídas as habilitações,
aplicação, aprovados pelo Conselho Universitário. ficam vinculados às Unidades Acadêmicas na forma definida
na tabela de correspondência que constitui o Anexo III deste
Art. 114. A Universidade encaminhará ao Tribunal de Regimento Geral.
Contas da União - TCU a contabilidade geral e as demonstrações
financeiras dos recursos referidos no artigo 112 deste Regimento Art. 124. As Unidades Acadêmicas serão provisoriamente
Geral. dirigidas pelos/as atuais Diretores/as de Centro, observada a tabela
de correspondência constante do Anexo II.
Art. 115. A Reitoria, as Unidades Acadêmicas e os Órgãos de Parágrafo Único – No prazo de até 15 (quinze) dias, contados
Apoio que constituam unidades orçamentárias, sob a coordenação da data da publicação deste Regimento Geral, o/a Diretor/a
da Pró Reitoria específica, participarão do processo de elaboração Provisório de Unidade Acadêmica convocará os corpos discente,
da proposta orçamentária anual da Universidade. docente e técnico-administrativo vinculados à Unidade Acadêmica
para a escolha direta dos docentes que assumirão a direção das
Art. 116. A aquisição de bens e valores pela Universidade Unidades Acadêmicas.
depende de prévia autorização do/a Reitor/a, na qualidade de
ordenador de despesa, observadas as disposições legais em vigor. Art. 125. No prazo de até 06 (seis) meses, contados a partir
Parágrafo Único – A alienação e oneração de bens, bem como da data da promulgação deste Regimento Geral, a Universidade
a aceitação de legados e doações à Universidade, dependem de promoverá a adequação às suas disposições das normas, dos
prévia autorização do Conselho Universitário, ouvido o Conselho Regimentos Internos e das resoluções em vigor, ressalvadas
de Curadores - CURA. aquelas que por ele hajam sido recepcionadas.
TÍTULO VII Art. 126. A Superintendência de Infraestrutura - SINFRA,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS no prazo de 01 (um) ano, contado a partir da data da aprovação
deste Regimento Geral, promoverá o levantamento dos bens
Art. 117. As Unidades Acadêmicas estão definidas conforme o
patrimoniais da Universidade e sua distribuição dentre as diversas
Anexo I deste Regimento Geral.
Unidades Acadêmicas.
Art. 118. O Colegiado Especial de que trata o artigo 62 do
Estatuto é constituído pelos/as Conselheiros/as do CONSUNI e Art. 127. O comparecimento às reuniões dos Conselhos, das
do CEPE, na composição prevista no Estatuto anterior, presidido Câmaras e das Comissões é obrigatório ao componente, sendo
pelo/a Reitor/a. preferencial a qualquer outra atividade universitária.
Parágrafo Único – A ausência não justificada à reunião
Art. 119. O processo de escolha dos representantes dos corpos formalmente convocada implica no registro da falta e no
docente, técnico administrativo e discente para compor o Conselho consequente corte da frequência do faltoso, quando couber.
Universitário, na forma prevista nos §§ 2º, 3º e 4º do artigo 3º deste
Regimento Geral, será instaurado pelo/a Reitor/a no prazo de até Art. 128. Os processos de escolha dos candidatos a cargos de
30 (trinta) dias contados a partir da data de sua publicação. direção serão normatizados pelo CONSUNI e coordenados por
Comissão Especial designada:
Art. 120. O Conselho Universitário tomará posse perante I. pelo/a Reitor/a, mediante indicação do Conselho
o Colegiado Especial referido no artigo 118, reunido em sessão Universitário para o caso de Reitor/a e Vice-Reitor/a;
pública e solene, convocada pelo/a Reitor/a no prazo de até II. pelo/a Diretor/a de Unidade Acadêmica, mediante
cento e oitenta dias contados a partir da data da publicação deste indicação do respectivo Conselho de Unidade Acadêmica, para o
Regimento Geral. caso de Diretor/a e Vice-Diretor/a de Unidade Acadêmica.

Didatismo e Conhecimento 178


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Art. 129. O processo de escolha dos candidatos a cargos de Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Mo-
direção das Unidades Acadêmicas de que trata o artigo 124 deste ral e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte dela.
Regimento Geral será normatizado pelo Colegiado Especial, no Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
prazo de 07 (sete) dias, contados a partir da data da promulgação exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
deste Regimento Geral. Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela
Moral ser apenas uma parte da Ética; mas principalmente porque
Art. 130. Permanecem em vigor todas as Resoluções enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização
decorrentes de deliberações dos antigos Conselho de Ensino, efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “fi-
Pesquisa e Extensão - CEPE/UFAL e Conselho Universitário losofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Moral é
– CONSUNI, naquilo que não contrariarem as disposições do ação, Ética é reflexão.
Estatuto da UFAL e deste Regimento Geral. A ética está presente em todas as esferas da vida de um indi-
víduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para a ma-
Art. 131. Este Regimento Geral entrará em vigor na data de
nutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos grande
sua promulgação, ficando revogadas as disposições em contrário,
parte deles) obedeçam os ditames éticos consolidados. A obediên-
especialmente o Regimento Geral aprovado pela Portaria nº 226,
de 27 de março de 1978, do Ministro da Educação e do Desporto, cia à ética não deve se dar somente no âmbito da vida particular,
publicada no Diário Oficial da União de 29 do mesmo mês e ano. mas também na atuação profissional, principalmente se tal atuação
ANEXOS DISPONÍVEIS EM: http://www.ufal.edu.br/ se der no âmbito estatal.
transparencia/institucional/estatuto-e-regimento/Estatuto_ O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de fins
Regimento_Ufal.pdf gerais que permite o desenvolvimento, em seu seio, das individua-
lidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O
Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos
homens para organizar a sociedade de disciplinar o poder visando
18. ÉTICA NO que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finali-
SERVIÇO PÚBLICO. dades particulares.
O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve
se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que
é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou
não aos homens que o compõem. Ou seja, o bom comportamento
A ética é composta por valores reais e presentes na socieda- profissional do funcionário público é uma questão ligada à ética
de, a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valo- no serviço público, pois se os homens que compõem a estrutura
res apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar
do Estado tomam uma atitude correta perante os ditames éticos há
em convivência humana se esses forem desconsiderados. Entre
uma ampliação e uma consolidação do valor ético do Estado.
tais valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor do justo
(componente ético do Direito). Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas den-
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas transfor- tro da administração pública, passando a desempenhar um papel
mações sofridas pela sociedade através dos tempos provocaram de fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nesta con-
uma variação no conceito de ética, por outro, não é possível negar dição, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado
que as questões que envolvem o agir ético sempre estiveram pre- é responsável pela manutenção da sociedade, que espera dele uma
sentes no pensamento filosófico e social. Aliás, um marco da ética conduta ilibada e transparente.
é a sua imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente Quando uma pessoa é nomeada como servidor público, passa
hoje, por exemplo, respeitar ao próximo nunca será considerada a ser uma extensão daquilo que o Estado representa na sociedade,
uma atitude antiética. Outra característica da ética é a sua validade devendo, por isso, respeitar ao máximo todos os consagrados pre-
universal, no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para ceitos éticos.
todos os que vivem no mundo. Não há uma ética conforme cada Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exer-
época, cultura ou civilização: a ética é uma só, válida para todos cem, o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos
eternamente, de forma imutável e definitiva. de Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas das profissões na esfera pública, esta exigência se amplia.
vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, chamada Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação
epsílon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vo- ética no setor público vai além e encontra-se disciplinada em de-
gal longa, significa costume; porém, se escrita com a vogal breve,
talhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente
éthos, significa caráter, índole natural, temperamento, conjunto das
no artigo 37) quanto na ordinária (em que se destacam o Decreto
disposições físicas e psíquicas de uma pessoa.31
n° 1.171/94 - Código de Ética - a Lei n° 8.429/92 - Lei de Impro-
A ética passa por certa evolução natural através da história,
mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores do bidade Administrativa - e a Lei n° 8.112/90 - regime jurídico dos
passado permite perceber que ela é composta por valores comuns servidores públicos civis na esfera federal).
desde sempre consagrados. Em geral, as diretivas a respeito do comportamento profissio-
31 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13. ed. São nal ético podem ser bem resumidas em alguns princípios basilares.
Paulo: Ática, 2005.

Didatismo e Conhecimento 179


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Segundo Nalini32, o princípio fundamental seria o de agir de
acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acor-
do com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se
como princípios específicos:
- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na
vida pública e na vida particular.
- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da
melhor maneira esperada em sua profissão e fora dela, com técni-
ca, justiça e discrição.
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular fun-
ções incompatíveis.
- Princípio da correção profissional - atuação com transpa-
rência e em prol da justiça.
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os
demais operadores do Direito querem a mesma coisa, realizar a
Logo, as regras éticas do setor público são mais do que regu-
justiça.
lamentos morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis de
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas
coação. A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza
funções.
ato de improbidade administrativa, sujeitando o servidor às pe-
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para
nas previstas em lei. Da mesma forma, o seu comportamento em
buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dota- relação ao Código de Ética pode gerar benefícios, como promo-
do de atributos personalíssimos e intransferíveis, sendo escolhido ções, e prejuízos, como censura e outras penas administrativas.
por causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele A disciplina constitucional é expressa no sentido de prescrever
que busca o serviço e o profissional é de confiança. a moralidade como um dos princípios fundadores da atuação da
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos administração pública direta e indireta, bem como outros prin-
valores constitucionais, à verdade, à transparência. cípios correlatos. Assim, o Estado brasileiro deve se conduzir
- Princípio da independência profissional - a maior autono- moralmente por vontade expressa do constituinte, sendo que à
mia no exercício da profissão do operador do Direito não deve imoralidade administrativa aplicam-se sanções.
impedir o caráter ético. Considerados os princípios administrativos basilares do art.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as in- 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma específico que
formações que acessa no exercício da profissão. estabelece a ação ética esperada dos servidores públicos, qual
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de seja o Decreto n° 1.171/94.
forma correta, com lealdade processual. Vale lembrar que o Código de Ética foi expedido pelo Pre-
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional sidente da República, considerada a atribuição da Constituição
do Direito é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão. Federal para dispor sobre a organização e o funcionamento da
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade, administração pública federal, conforme art. 84, IV e VI da
cidadania, residência, localização, continuidade da profissão, li- Constituição Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publi-
berdade profissional, função social da profissão, severidade consi- car as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua
go mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e tolerância. fiel execução; [...] VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) orga-
Vale destacar que, se a Ética, num sentido amplo, é composta nização e funcionamento da administração federal, quando não
por ao menos dois elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
da disciplina da Ética no Setor Público a expressão é adotada num públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va-
sentido estrito - ética corresponde ao valor do justo, previsto no gos”. Exatamente por causa desta atribuição que o Código de
Direito vigente, o qual é estabelecido com um olhar atento às pres-
Ética em estudo adota a forma de decreto e não de lei, já que as
crições da Moral para a vida social. Em outras palavras, quando se
leis são elaboradas pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional).
fala em ética no âmbito do Estado não se deve pensar apenas na
Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam, O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado poder
o que permite a aplicação de sanções. Veja o organograma: regulamentar inerente ao Executivo, que se perfaz em decretos
regulamentares. Embora sejam factíveis decretos autônomos33,
não é o caso do decreto em estudo, o qual encontra conexão com
diplomas como as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servi-
dores públicos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade
administrativa), além da Constituição Federal.

32 NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed. 33 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 180


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
Disto extrai-se que a adoção da forma de decreto não signifi- ANEXO
ca, de forma alguma, que suas diretrizes não sejam obrigatórias: Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
o servidor público federal que desobedecê-las estará sujeito à Poder Executivo Federal
apuração de sua conduta perante a respectiva Comissão de Ética,
que enviará informações ao processo administrativo disciplinar, CAPÍTULO I
podendo gerar até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de Seção I
censura nos casos menos graves. Das Regras Deontológicas

DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência


dos princípios morais são primados maiores que devem nortear
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora
Civil do Poder Executivo Federal. dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista II - O servidor público não poderá jamais desprezar o ele-
o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e mento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o in-
11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, conveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente en-
tre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
DECRETA: 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Ser- distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de
vidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalida-
baixa. de e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tri-
Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as butos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele pró-
providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, prio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de administrativa se integre no Direito, como elemento indissociá-
Ética, integrada por três servidores ou empregados titulares de vel de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como con-
cargo efetivo ou emprego permanente. sequência, em fator de legalidade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu pró-
comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presi- prio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade,
dência da República, com a indicação dos respectivos membros o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior pa-
titulares e suplentes. trimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissio-
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publica- nal e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor
ção. público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-
-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° bom conceito na vida funcional.
da República. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações
policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pú-
ITAMAR FRANCO blica, a serem preservados em processo previamente declarado
Romildo Canhim sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato admi-
nistrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994. sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, impu-
tável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses
da própria pessoa interessada ou da Administração Pública.
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder
corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais
a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica-
dos ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina.
Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indireta-
mente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar

Didatismo e Conhecimento 181


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, dete- i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
riorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações
todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los. j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negati-
atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude vamente em todo o sistema;
contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual-
dano moral aos usuários dos serviços públicos. quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as pro-
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens le- vidências cabíveis;
gais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimen- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
to, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o seguindo os métodos mais adequados à sua organização e dis-
descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de tribuição;
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem
da função pública. com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de realização do bem comum;
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que qua- p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
se sempre conduz à desordem nas relações humanas. exercício da função;
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, co- serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas fun-
labora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade ções;
pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engran- r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
decimento da Nação.
ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto
possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sem-
Seção II
pre em boa ordem.
Dos Principais Deveres do Servidor Público
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
de direito;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcio-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou
nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contraria-
emprego público de que seja titular;
mente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendi-
dos jurisdicionados administrativos;
mento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver si-
tuações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, po-
qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo der ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público,
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo
moral ao usuário; qualquer violação expressa à lei;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante sobre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu in-
de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; tegral cumprimento.
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição Seção III
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade Das Vedações ao Servidor Público
a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiço- XV - E vedado ao servidor público;
ando o processo de comunicação e contato com o público; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços si ou para outrem;
públicos; b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servi-
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- dores ou de cidadãos que deles dependam;
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de
ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, Ética de sua profissão;
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
causar-lhes dano moral; cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re- moral ou material;
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
ra em que se funda o Poder Estatal; alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

Didatismo e Conhecimento 182


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, capri- tureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem
chos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamen-
com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com te a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas pú-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer blicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor
tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doa- onde prevaleça o interesse do Estado.
ção ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para
influenciar outro servidor para o mesmo fim;
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva en-
caminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos;
j) desviar servidor público para atendimento a interesse
particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente au-
torizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao pa-
trimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âm-
bito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes,
de amigos ou de terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habi-
tualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa hu-
mana;
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome
a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração


Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou
em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele-
gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão
de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética
profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com
o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente
de imputação ou de procedimento susceptível de censura.
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga-
nismos encarregados da execução do quadro de carreira dos
servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito
de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais
procedimentos próprios da carreira do servidor público.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão
de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do res-
pectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com
ciência do faltoso.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético,
entende-se por servidor público todo aquele que, por força de
lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de na-

Didatismo e Conhecimento 183


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 184


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 185


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 186


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 187


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 188


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 189


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS/ Assistente em Administração

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 190

Potrebbero piacerti anche