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SILVICULTURA
Capítulos Páginas
IV - Implantação florestal 41
V - Manejo florestal 55
VI - Colheita florestal 79
Apêndices 138
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
TERMINOLOGIA E OBJETIVOS DA IMPLANTAÇÃO DE MACIÇOS
FLORESTAIS
1. Terminologia
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CAPÍTULO II
1. Sementes
2.1. Substrato
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e) casca de arroz carbonizada
f) esterco de gado curtido
g) folhas de eucalipto curtidas
h) galhos de eucalipto carbonizados
i) moinha de carvão vegetal
j) serragem curtida*
k) terra argilosa
l) terra de sub-solo
m) terriço
n) turfa palhosa ou argilosa
o) vermiculita 2 a 3 mm
* detalhes sobre a relação C/N em ROSA JUNIOR (1991) - Relação Solo-
organismos-plantas.
O sistema de produção em recipitentes pode ser assim subdividido:
Esse sistema só deve ser utilizado para espécies que suportem bem o trauma
radicular. Assim, já se sabe que não pode ser aplicado para Araucaria angustifolia e
Eucalyptus citriodora, embora na primeira espécie seja possível realizar a repicagem se
for feita quando a radícula tiver sido recém emitida.
Consiste na semeadura em canteiros com posterior repicagem para embalagens
individuais.
Para os pinheiros tropicais, a repicagem só é recomendada para lotes de
sementes com germinação inferior a 75%.
O substrato dos canteiros de semeadura podem ser resultado de mistura de terra
com areia e argila para permitir boa drenagem e arejamento, sendo conveniente passar a
terra em peneira com malha de no máximo 2 cm de diâmetro, e fazer controle de ervas
daninhas, nematóides e insetos.
Estando o substrato nivelado e úmido procede-se a semeadura, que pode ser em
sulcos ou por distribuição uniforme, sendo esta última a mais aplicada, por aproveitar
melhor o espaço e fechar rapidamente o canteiro.
Para eucalipto, em geral 30 a 40 g de sementes.m-2 é o ideal.
Após a semeadura aplica-se fina camada de terra peneirada, podendo-se ainda
fazer uma cobertura morta para manter a umidade e evitar alta temperatura. Pode-se usar
casca de arroz em camada de 0,5 cm, que se possível deve ser desinfestada.
As regas são feitas em geral duas vezes ao dia, ou de acordo com a necessidade.
É recomendável que se faça pulverização com fungicidas para evitar
principalmente tombamento.
Para os eucaliptos, a repicagem é feita quando as mudas atingem 3 a 5 cm de
altura ou 2 pares de folhas, cerca de 10 a 15 dias após a germinação, ou dois pares de
folhas. O canteiro deve ser molhado duas horas antes, e no ato do arrancamento faz-se a
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seleção e a poda de raízes. As mudas são estocadas em recipientes com água, deixados
à sombra até a transferência para as embalagens.
Ao colocar a muda na embalagem deve-se ter a precaução de não deixar a raiz
dobrada, eliminar o ar, e não cobrir o colo. Em seguida vai-se molhando o canteiro e
recobrindo.
A irrigação deve suprir as necessidades, e gradativamente os canteiros devem
ser descobertos para rustificação e aclimatação, além da redução dos níveis de irrigação,
que são os procedimentos menos onerosos e mais práticos. Entretanto, outras atitudes
podem ser tomadas, como: a aplicação de NaCl em água de irrigação, na dosagem de 1
mg planta.dia-1, no intuito de gerar nas mudas um potencial hídrico muito baixo,
favorecendo maior força de absorção a nível radicular; a poda da parte aérea com
redução de 1/3 da porção superior, redução das folhas dos 2/3 inferiores das mudas
(nestes dois últimos, o objetivo é a redução da área transpirável); aplicação de
antitranspirante a partir de 20 dias antes do plantio na proporção de 1:7 (GOMES, et al.,
1996).
Este método vem sendo bastante utilizado, sendo viável para muitas espécies,
como o pinus, eucalipto, araucária, bracatinga, pau-de-balsa e guapuruvú, devendo ser
utilizado para as espécies que não toleram trauma no sistema radicular.
Prepara-se os canteiros com as embalagens, que podem ser enchidas com terra
de sub-solo, de modo a se evitar a incidência de fungos patogênicos e de sementes de
plantas invasoras, com o acréscimo necessário de adubo para contrabalançar a baixa
fertilidade natural deste substrato.
Para a semeadura rega-se o canteiro previamente, distribuindo-se as sementes
de eucalipto em número de 3 a 6 unidades por embalagem. De preferência fazer a
separação por tamanho. Para pinus, semeia-se 1 a 2 sementes por recipiente. Após esta
operação, aplica-se fina camada de terra e cobertura morta.
A irrigação é feita sempre que necessário, com ou sem aplicação de defensivos e
adubos.
Pulverizações periódicas para controle de fungos patogênicos devem ser feitas.
De um modo geral para as espécies florestais, quando as mudas tiverem dois
pares de folhas procede-se o raleamento, mantendo-se a muda mais vigorosa. No caso
de haver mais de uma muda nessas condições, pode-se fazer a sua repicagem para
embalagem. O raleamento deve ser feito com o canteiro úmido.
Quando as mudas apresentarem 25 cm de altura estarão prontas para serem
levadas ao campo. Promove-se então a classificação por classes de altura. Para aquelas
produzidas em embalagens, faz-se o corte do fundo dos saquinhos, eliminando-se assim
a parte enovelada das raízes.
Se as mudas foram muito movimentadas, ou sofreram estresse, devem se
recuperar por 4 a 5 dias antes de serem remetidas ao campo.
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2.4. Sistema por propagação vegetativa
a. Estaquia
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Elaboração de estacas
Corte da Árvore Elimina-se partes tenras e Tratamento fúngico
Coleta de brotos
Com 1,5 a 2 anos lignificadas; comprimento Benlate, solução
de idade, a 15 cm Aos 2 meses de 200 ppm na base
após o corte de 12 a 14 cm com 1 a 2
de altura, em bisel pares de folhas cortadas das estacas
pela metade
Recipientes Plantio
Sacos com subsolo, mais Tratar a base das estacas Enraizamento
camada de 2 cm de areia, com AIB (7500 a 8000 ppm) Ocorre de
orifício de 4 cm em talco ou solução de 10 a 15 dias
(ou tubetes) água e alcool 50% e plantar
Seleção
Adubação 35 a 40 dias pós-plantio,
Feita 25 dias após o plantio, Campo
transferir para área Depois de 70 a 80
em geral com 3 kg de 5-17-3 descoberta, desbrotar,
por 100 l de água, suficiente dias pós-plantio
fazer adubação
para 10000 embalagens semelhante
Para prevenir a infestação de fungos, as estacas têm sua base mergulhada numa
solução de Benlate (200 ppm ou 0,2%), logo após terem sido preparadas. No momento da
aplicação do hormônio para indução do enraizamento as estacas podem novamente ser
tratadas com Captan a 2%.
Os recipientes normalmente utilizados são sacos plásticos enchidos com terra de
subsolo, completados (2 a 3 cm) com areia para melhorar o arejamento da base da
estaca. Esses recipientes são então colocados no local sombreado, irrigados até a
capacidade de campo, e o plantio é feito em orifícios de 4 cm de profundidade.
Antes do plantio as estacas são tratadas com ácido indolbutírico (AIB) que tem
sido o mais eficiente para estimular o enraizamento, diluído em talco, na proporção de
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1.000 a 8.000 ppm. Outros hormônios podem ser utilizados, isoladamente ou em mistura,
tais como o ácido indolacético (AIA), o ácido naftalenoacético (ANA) e o 2-4-
diclorofenoxiacético (2-4-D).
Nas condições citadas, as estacas apresentam enraizamento entre 10 a 15 dias.
Vinte e cinco dias após o plantio é feita uma adubação à base de 3 kg de NPK (5:17:3)
diluídos em 100 l de água para 10.000 recipientes. Durante todo o período de
enraizamento, na casa de vegetação, são necessárias aplicações preventivas semanais
de fungicidas, alternando entre produtos sistêmicos e não-sistêmicos.
Com a idade de 35 a 40 dias é feita a seleção, e as mudas são transferidas para a
área descoberta, onde é feita uma adubação semelhante à anterior, fazendo-se
simultaneamente o desbrotamento. Alí as estacas permanecem por mais 35 a 40 dias,
quando então podem ir para o campo.
Modelo 2: semelhante ao Modelo 1, diferenciando-se apenas em algumas fases
conforme pode ser observado na Figuras II-3
Elaboração de estacas
Recipientes
6 a 8 cm de comprimento;
Corte da Árvore Tubetes, com substrado
um par de folhas; nova
Diâmetro de 5 cm, de 50% de palha de arroz
coleta a cada 60 dias;
altura de 60 cm carbonizada, 30% de
substituição da cepa fraca
em bisel vermiculita e 20%
ou morta; produz 120
de solo
estacas por cepa por coleta
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Quadro II-2 - Resultados de enraizamento para eucalipto
Espécie Resultado
Eucalyptus acmenioides +
Eucalyptus alba +
Eucalyptus brassiana +
Eucalyptus citriodora -
Eucalyptus cloeziana -
Eucalyptus deglupta +
Eucalyptus grandis +
Eucalyptus grandis x E. urophylla +
Eucalyptus maculata -
Eucalyptus microcorys +
Eucalyptus pellita +
Eucalyptus pilularis +
Eucalyptus propinqua -
Eucalyptus resinifera +
Eucalyptus robusta +
Eucalyptus saligna +
Eucalyptus tereticornis +
Eucalyptus torelliana +
Eucalyptus torelliana x E. citriodora +
Eucalyptus urophylla +
+ positivo; - negativo
b. Enxertia
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c. Micropropagação ou cultura de tecidos
Técnica que utiliza alta tecnologia, consiste em se produzir brotos e raízes por
meio de células retiradas de órgãos de plantas, e tratadas em ambiente asséptico
contendo meio com substâncias estimulantes (Figura II-4).
(a)
(b)
Figura II-4 - (a) Micropropagação para rejuvenescimento (ASSIS, 1996a); (b) explante de
pinus em tubo de ensaio.
A taxa de multiplicação deste método é mais elevada do que nos outros sistemas
de multiplicação. É uma técnica que oferece excelentes possibilidades para a propagação
comercial de plantas, como também, pode auxiliar em programas de melhoramento,
possibilitando, neste último caso, grande economia, além da antecipação em décadas,
dos resultados finais. Como técnica de clonagem comercial, possibilita a obtenção de
grande número de plantas a partir de poucas matrizes, em curto espaço de tempo e em
reduzida área de laboratório (PAIVA e GOMES, 1995)
No tubo de ensaio (Figura II-4), o substrato é formado por macro e micro
nutrientes, fitohormônios, aminoácidos, sacarose, agar. Estes produtos são uma das
limitações do método, por serem dispendiosos. Além disso os custos iniciais para
treinamento e dos equipamentos de laboratório e importação de certos produtos, podem
interferir negativamente na produção de mudas em larga escala.
Outra dificuldade que se tem encontrado, é a rustificação das mudas.
Após o desenvolvimento inicial do material vegetativo, as mudas são levadas para
casa de vegetação, e os tratos são os mesmos do que para os outros métodos.
d. Microestaquia
e. Miniestaquia
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(b)
(a)
(c)
Figura II-5 - (a) Muda de estaca enraizada, antes (esquerda) e após (direita) a poda do
ápice; (b) coleta de miniestacas em minicepa; (c) miniestaca pronta para a cada se
vegetação (XAVIER e WENDLING, 1998).
2.5. Recipientes
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b) facilidade do preenchimento com substrato;
c) facilidade de manuseio;
d) facilidade de acondicionamento para transporte;
e) permeabilidade às raízes;
f) boa capacidade de retenção de umidade;
g) facilidade de decomposição no solo;
h) permitir o plantio mecanizável;
i) ter custo acessível.
Inúmeros são os tipos de recipientes encontrados no mercado, dentre eles:,
paper-pot (Figura II-6a), blocos ou bandejas de polietileno (Figura II-6b), de isopor, (Figura
II-6c), tubos de polietileno (Figura II-6d), sacos de polietileno (Figura II-6e), fértil-pot
(Figura II-6f), togaflora e laminados (Figura II-6g), jacás, latas, vasos de barro.
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(b)
(a)
(c) (d)
(f)
(e)
(g)
Figura II-6 - Tipos de recipientes para produção de mudas: paper-pot (a), blocos ou
bandejas de polietileno (b) e c-esquerda (win-strip), de isopor (c, direita), tubos de
polietileno (d), sacos de polietileno (e), fértil-pot (f), togaflora (g, esquerda) e laminados (g,
direita).
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As embalagens mais utilizadas na silvicultura brasileira são:
a. Saco plástico
b. Tubos de polietileno
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Figura II-7 - Semeadoras
Um dos substratos mais comuns nas misturas para tubetes é a vermiculita, que é
estéril, o que resulta na necessidade de maior número de adubações.
Este método é aplicado somente a espécies mais rústicas, como o pinus e alguns
eucaliptos, ou que mesmo não o sendo, suportam os traumas radiculares. As mudas
devem ser plantadas sob condições especiais de clima, com boa distribuição de chuvas e
baixa temperatura.
Em viveiro, a semeadura é feita no seu próprio solo, onde as mudas crescem até
a hora do plantio.
A área do viveiro é em geral maior, pois enquanto uma parte está sendo utilizada
para produção das mudas, a outra pode estar sendo melhorada com adubação verde.
Antes da formação dos canteiros, deve-se fazer a incorporação de adubo
químico, corretivo, herbicidas e desinfestante no solo.
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A semeadura pode ser feita a lanço ou em sulcos, em época que permita que o
plantio seja no período chuvoso. Deve-se fazer uma cobertura morta para aumentar a
germinação.
Quando as mudas estão com 20 cm de altura faz-se uma poda mecanizada de
raízes, com uma lâmina passando de 12 a 15 cm de profundidade, visando a rustificação.
Outra poda deve ser feita quando as mudas atingirem 28 a 30 cm de altura. Se
necessário, uma última poda deve ser feita antes do plantio para facilitar o arranquio, que
deve ser manual, selecionando-se as mudas por classe de altura. Estas são colocadas
em caixas de 2 x 3 m, com capacidade para 3 a 6 mil mudas, e mantidas úmidas até
serem levadas ao campo o mais rapidamente possível.
Em outros países, as mudas são embaladas em sacos plásticos ou de papel após
o arrancamento, para serem levadas para o campo com mais comodidade e com menor
perda de vitalidade.
Tratamentos fungicidas são feitos preventivamente contra o tombamento. Pode-
se utilizar a fertirrigação para acelerar o crescimento e aumentar o vigor das mudas.
O plantio pode ser mecanizado, obtendo-se quase 100% de sobrevivência.
4. Ferlilização
Para Acacia mangium, DIAS et al. (1991) determinaram que a dose de N para
solo de baixa fertilidade (LVa) e sem a inoculação de bactérias fixadoras deve ser de 100
g.m-3, com uma concentração crítica foliar de 1,52%. Concluíram também que as plantas
responderam negativamente à adição de K no solo.
No Quadro II-4 resume-se os efeitos de alguns nutrientes sobre o substrato e as
plantas e no Quadro II-5 as características de fertilidade para mudas de coníferas e
folhosas.
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Quadro II-4 - Efeitos da aplicação de alguns nutrientes sobre as plantas e o substrato
Elemento Quantidade adequada Quantidade excessiva
Nitrogênio a) favorece o crescimento das a) queima as raízes das mudas
folhas e caules
b) estimula a produção de clorofila b) provoca desequilíbrio na proporção
raíz/parte aérea favorecendo a parte
aérea
c) funciona como uma reserva de c) reduz a resistência à seca
alimentos
d) aumenta a susceptibilidade às
doenças
e) fixa quantidades importantes de
P2O5
Fósforo a) estimula a germinação
b) aumenta o desenvimento da
raíz
Potássio a) ajuda na formação de a) reduz a resistência à seca
carboidratos
b) impede o desenvolvimento de uma
raíz pivotante
Cálcio a) aumenta a disponibilidade de a) reduz a disponilidade de ferro
fósforo resultando em clorose
b) melhora as condições físicas b) aumenta a ocorrência de
do solo tombamento
c) estimula o crescimento em
geral
Quadro II-5 - Características do substrato para o bom desenvolvimento de mudas de
coníferas e folhosas
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Quanto ao pH do solo, este influi diretamente na disponibilidade de nutrientes no
solo, conforme observa-se no Quadro II-6.
Quadro II-6 - Disponibilidade de nutrientes e condições ótimas para o desenvolvimento de
microorganismos, em função do pH do solo
Elementos ou microorganismos pH baixo pH elevado
Bactérias (nitratos de carbono) < atividade > atividade
Actinomicetos (sulfatos) > atividade < atividade
Cálcio <
Magnésio <
Fósforo < <
Boro < <
Zinco < <
Alumínio > tóxico
Ferro > tóxico <
Manganês > tóxico <
Cobre <
A faixa ideal de pH para o substrato está entre 5,5 e 6,5, onde há maior
disponibilidade de nutrientes e não há efeitos tóxicos causados pelo excesso de alumínio
e manganês.
Detalhes quanto às funções dos principais nutrientes nas plantas, fertilização
mineral de mudas de eucalipto (macro e mirconutrientes) e sintomas de deficiência podem
ser encontrados na revisão de DANIEL (1997).
Outras informações referentes à diagnose visual de deficiências nutricionais e
excesso de macro e micro nutrientes, podem ser obtidas em GTBE (1997) e
GONÇALVES et al. (1998).
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A inoculação de fungos micorrízicos pode ser:
a. Natural
b. Artificial
6. Poda
É uma técnica de manejo das mudas, que visa melhorar a relação parte
aérea/sistema radicular, proporcionando melhor aproveitamento de água e nutrientes, ou
favorecendo a sobrevivência das mudas no campo.
A poda pode ser:
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7. Doenças fúngicas no viveiro
a. "Damping-off"
É a mais importante das três, e pode ser causada por uma série de fungos
presentes nas sementes ou no solo, entre eles: Cercospora, Pestalozzia, Fusarium,
Phytophora, Botrytis, Diplodia, Cylindrocladium, Pythium e Rhisoctonia. Os três últimos
são os mais comuns nos nossos viveiros.
b. Podridões de raiz
c. Doenças da copa
7.1. Controle
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a. Controle preventivo
b. Controle curativo
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Quadro II-8 - Fungicidas que apresentaram efeito curativo aplicados em mudas de
E.grandis após a infecção de Puccinia psidii
Princípio ativo Doses Dias após a Inoculação
Oxicarboxin 0,375 e 0,75 g.l-1 6
Triadimenol 0,375 e 0,75 ml.l-1 9
Triforine 0,14 e 0,28 ml.l-1 6
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10. Localização
a. Disponibilidade de água
b. Solo
O solo deve ter boas propriedades físicas e profundidade suficiente para permitir
a drenagem adequada.
Aqueles solos chamados "pesados" (argilosos) devem ser evitados devido à
dificuldade de cultivo e limpeza, alem de ficarem pegajosos quando molhados e duros
quando secos.
Observar este fator é relevante quando se utiliza o próprio solo do viveiro para
preparação de mudas de raízes nuas.
Para mudas embaladas, o transtorno focaliza-se apenas nos problemas com
drenagem do excesso de água de irrigação no fundo dos canteiros e nas áreas de
trânsito. Neste caso, as dificuldades podem ser superadas forrando-se o fundo dos
canteiros e carreadores com materiais permeáveis como brita ou cascalho.
No hemisfério sul deve ser evitada a face sul, por ser menos iluminada e mais
sujeita aos ventos frios.
As mudas são susceptíveis a danos físicos provocados por ventos frios, que
podem provocar queimaduras em plântulas muito novas.
d. Facilidade de acesso
e. Declividade
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f. Área
13. Irrigação
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14. Dimensionamento
b. Mudas embaladas
Para este sistema não existem fórmulas especiais. Os cálculos devem ser
adaptados ao tamanho das embalagens utilizadas, e outros parâmetros que serão
exemplificados a seguir.
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14.1. Exemplos de dimensionamento
Problema:
- 1000 ha de reflorestamento
- espaçamento → 3,0 m x 1,5 m
- espécies/área de plantio: - Pinus elliottii (800 ha)
- Pinus taeda (200 ha)
- dimensões dos canteiros - 1,1 m x 50 m (55 m2)
- características tecnológicas das sementes:
Espécie Germinação (%) Pureza (%) No sementes por kg
P. elliottii 80 97 31.500
P. taeda 70 95 36.000
Solução
1º - Número de mudas por ha
2
10000 m → área de 1 ha
2
4,5 m → área ocupada por uma árvore no campo
= 2222 mudas por ha
4º - Áreas do viveiro
2 2
área útil → 112 canteiros x 55 m por canteiro = 6.160 m
2
área não útil → (em geral, outro tanto) = 6.160 m
2
área total → 12.320 m
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5º - Quantidade de sementes por espécie
P. elliottii P. taeda
400 × 55 400 × 55
K = K =
0 ,8 × 31 . 500 × 0,97 × (1 − 0 ,1) 0 ,7 × 36 . 000 × 0 ,95 × (1 − 0,1)
K = 1 kg de sementes por canteiro K = 1,021 kg de sementes por canteiro
1 kg x 89 canteiros = 89 kg de sementes 1,021 kg x 23 canteiros = 23,48 kg de
sementes
7º Tabela resumo
Discriminação P. elliottii P. taeda Total
Nº de mudas por ha 2.222 2.222 2.222
Nº de mudas necessárias 1.955.360 488.840 2.444.200
Quantidade de canteiros por espécie 89 23 112
Área útil (m2) -- -- 6.160
Área não útil (m2) -- -- 6.160
Área total (m2) -- -- 12.320
Quant. de sementes por canteiro 1 1,021 --
(kg)
Quant. total de sementes (kg) 89 23,48 --
Quant. de sementes por fileira 1.432 1.671 --
Quant. de sementes por m linear 30 35 --
32
2º - Quantidade de canteiros por espécie e total
nº de mudas por canteiro = 55 m2 ÷ 0,00536 m2 = 10.261 mudas
11,5 × 2
2
100
área ocupada por embalagem =
π = 0,00536
P. elliottii P. taeda
1.955.360 ÷ 10.261 ≅ 191 canteiros 488.840 ÷ 10.261 ≅ 48 canteiros
Total ≅ 239 canteiros
3º - Áreas do viveiro
área útil → 239 canteiros x 55 m2 por canteiro = 13.145 m2
área não útil → (em geral, outro tanto) = 13.145 m2
área total → 26.290 m2
5º Tabela resumo
Discriminação P. elliottii P. taeda Total
Nº de mudas por ha 2.222 2.222 2.222
Nº de mudas necessárias 1.955.360 488.840 2.444.200
Quantidade de canteiros por espécie 191 48 238
Área útil (m2) -- -- 13.145
Área não útil (m2) -- -- 13.145
Área total (m2) -- -- 26.290
Quantidade de mudas por canteiro 10.261 10.261 --
Quantidade total de sementes (kg) 267 68 --
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15. Referências Bibliográficas
34
RUIZ, R.A.R.; ALFENAS, A.C.; FERREIRA, F.A.; ZAMBOLIM, L. Fungicidas protetores e
sistêmicos para o controle da ferrugem do eucalipto, causada por Puccinia psidii.
Revista Árvore, v.11, n.1, p.56-65, 1987.
SIMÃO, S. Manual de Fruticultura. São Paulo: CERES, 1971. 530 p.
SOARES, I.; BORGES, A.C.; BARROS, N.F.; NEVES, J.C.L.; BELLEI, M.M. Teor de
fósforo no solo influenciando o desenvolvimento de ectomicorrizas e nutrição e
crescimento de mudas de eucalipto. Revista Árvore, v.13, n.2, p.140-151, 1989.
XAVIER, A., COMÉRIO, J. Microestaquia: uma maximização da micropropagação de
Eucalyptus. Revista Árvore, v.20, n.1, p.9-16, 1996.
XAVIER, A.; WENDLING, I. Miniestaquia na clonagem de Eucalyptus. Viçosa: SIF,
1998. 10p. (SIF, Informativo Técnico, 11).
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CAPÍTULO III
Vários parâmetros são utiizados para avaliar a qualidade das mudas de espécies
florestais e, dentre eles, destacam-se: altura da parte aérea, sistema radicular, diâmetro
do coleto, proporção entre as partes aérea e radicular, proporção entre o diâmetro do
coleto e a altura da parte aérea, pesos de matéria seca e verde das partes aérea e
radicular, rigidez da parte aérea, aspectos nutricionais, etc.
Muitos desses parâmetros têm sido testados por meio da avaliação da
sobrevivência e do crescimento da muda no campo, e os resultados têm sido muito
variáveis, mesmo com mudas consideradas de alto padrão de qualidade morfológica e
plantadas em sítios favoráveis. Nenhum parâmetro deve ser usado como critério único
para classificação de mudas. Na realidade, há dependência entre os parâmetros
mencionados. Esses parâmetros sofrem acentuada influência das técnicas de produção
de mudas empregadas no viveiro, principalmente nos aspectos densidade, poda de
raízes, fertilidade do solo e disponibilidade hídrica nos tecidos das mudas (Carneiro, 1976,
citado por Fonseca, 1988). A deficiência hídrica do solo afeta mais o crescimento em
diâmetro que o crescimento em altura. Isso porque o diâmetro parece ser mais
dependente da fotossíntese que o crescimento em altura (Carneiro, 1976, citado em
FONSECA, 1988).
As raízes desenvolvem-se melhor em solos mais férteis; entretanto, nesses solos
o crescimento da pane aérea é ainda mais estimulado, resultando numa razão raiz/ parte
aérea menor que a encontrada em solos mais pobres (Sturion, 1981).
As características nas quais as empresas florestais se fundamentam, para
classificação da qualidade das mudas de eucaliptos, são baseadas na avaliação das
plantas pertencentes à unidade amostral, na qual são considerados os parâmetros: altura
média (entre 15 e 30cm), diâmetro do coleto (2 mm), sistema radicular (desenvolvimento,
formação e agregação), rigidez da haste (amadurecimento das plantas), número de pares
de folhas (mínimo de três), aspecto nutricional (sintomas de deficiência) e resistência a
pragas e doenças (sanidade) (GOMES et al., 1996).
37
1. Parâmetros de verificação
É um indicador que sozinho não tem muita importância, pois através de uma
adubação nitrogenada excessiva, pode ocorrer maior crescimento em altura, e como
conseqüência um enfraquecimento geral aumentando a mortalidade no plantio.
Na prática, verifica-se a ocorrência de menor mortalidade entre mudas de menor
altura do que nas mais altas.
Quanto ao desenvolvimento no campo, existe muita controvérsia quanto à relação
altura no viveiro/sobrevivência no campo.
b. Diâmetro do coleto
Vários trabalhos indicam que mudas com maior diâmetro de coleto apresentam
maior sobrevivência no campo.
Se for necessário utilizar mudas com maior altura do que o normal, como por
exemplo num plantio em área com grande concorrência com outro tipo de vegetação, é
recomendável que estas tenham grandes dimensões de diâmetro de coleto.
37
38
O poder de regeneração das raízes é influenciado pelo ambiente, pelo tipo de solo
e suas propriedades, pela época de extração e modo de armazenagem das mudas antes
do plantio.
b. Poda de raízes
Sempre que se arranca uma muda, esta sofre traumatismo nas raízes, levando a
brotações.
38
39
Na repicagem, deve-se observar que é fácil produzir deformações nas raízes, o
que leva a um menor desenvolvimento do sistema radicular. Essas deformações podem
ser evitadas ou diminuídas com um sulco ou furo de profundidade suficiente, posição
correta da muda em relação ao sulco ou furo e poda de raiz antes da repicagem.
d. Embalagem
e. Adubação
39
40
4. Referências bibliográficas
40
CAPÍTULO IV
IMPLANTAÇÃO FLORESTAL
1. Preparo da área
6a8m
Estrada secundária
30 ha N
Aceiro de divisa
4a5m 4a5m
10 m
1.2. Desmatamento
a. Correntão
É utilizado em áreas com vegetação mais fraca (diâmetro inferior a 45 cm), sem
pedras ou depressões, de declividade suave e densidade inferior a 2500 árvores ha-1.
Com uma corrente pesada, puxada por dois tratores de esteiras, passa-se sobre a
área, cortando o declive em faixas de 25 a 50 m, e novamente em arrepio, para facilitar o
trabalho de enleiramento (Figura IV-2). Em áreas leves de cerrado, dois tratores de pneus
com proteções nas rodas e pesos, podem realizar um bom trabalho com correntes não
muito longas.
A corrente deve ter um comprimento total de 90 a 150 m, levando-se em conta que
o seu tamanho deve ser de 2 a 3 vezes a distância entre as máquinas. O seu peso deve
42
variar de 50 a 120 kg m-1. Deve ter de 30 em 30 m e no engate das máquinas,
destorcedores para evitar rupturas.
Devido à necessidade de grandes distâncias para que esse trabalho torne-se
econômico, recomenda-se que seja feito em áreas com pelo menos 400 ha, onde seu
rendimento atinge 2 a 4 ha.h-1.
25 a 50 m
Normal
Arrepio
b. Lâmina KG
Para vegetação mais pesada, a lâmina KG faz o corte das árvores a baixa altura.
Depois faz-se o arrancamento dos tocos com o "stumper" e o enleiramento.
c. Lâmina "bulldozer"
Empresas florestais e agrícolas com menos recursos, utilizam esse tipo de lâmina
para desmatamento, acoplada ao trator de esteiras (Figura IV-3) ou de pneus . No entanto
ela é preparada para terraplanagem, o que ocasiona o acúmulo de material orgânico e
parte do solo para as leiras.
43
Figura IV-3 - Trator de esteiras equipado com lâmina tipo Bulldozer.
Se houver na área a ser desmatada, madeira para lenha, esta deve ser retirada
antes da derrubada. O restante da madeira deve ser aproveitada para lenha, de modo a
diminuir os custos de preparo de área, e para não desperdiçar material.
44
e/ou gradagem do solo. Trezentos formigueiros por ha podem levar à perda de 60% de
cepas de eucalipto em brotação (PACHECO, 1991).
Atta spp - Chamadas "saúvas". Para o controle químico com iscas deve-se
observar a espécie, cálculo da área do formigueiro, produto e época de aplicação. Para
detalhes de combate, ver "Manual de Entomologia" de Gallo et al..
Vale a pena um comentário sobre o produto formicida a ser usado. Não há dúvidas
quanto à qualidade dos clorados para o combate à formiga, embora tenha restrições. Para
formigas, o mercado possui um substituto eficiente, que é a sulfluramida, lançada no
mercado com 3 g do princípio ativo por kg de isca. Para testar sua eficiência no controle
de Atta bisphaerica, ZANUNCIO et al. (1993) desenvolveram um trabalho, e concluíram
que este produto necessita de apenas 8 g m-2 para fazer o mesmo efeito do que aqueles
compostos por dodecacloro (0,45%), tornando portanto a sulfluramida mais econômica.
A termonebulização é outro método utilizado no controle de saúvas, sendo viável
economicamente apenas para grandes áreas e grandes formigueiros, tendo como
formicida o Fenitrotion e o Clorpirifos (ARRIGONE, 1991).
As pesquisas sobre plantas resistentes à saúva encontram-se em andamento e
revestem-se de grande importância, devido à possibilidade de se diminuir o custo de
implantação e manutenção das florestas de eucalipto e os danos ao meio ambiente. No
Quadro IV-1 observa-se os resultados de um teste de resistência de eucalipto às saúvas.
Nota-se no entanto, que das espécies testadas, as mais utilizadas (E. urophylla, E.
saligna, E. tereticornis e E. camaldulensis) são susceptíveis ou altamente susceptíveis às
duas espécies de formigas testadas, não demonstrando, por enquanto, ser uma técnica
muito promissora.
Quadro IV-1 - Graus de resistência das espécies de Eucalyptus em função das médias de
amostras foliares carregadas segundo a espécime de Atta (SANTANA e
ANJOS, 1989)
Atta sexdens
Espécie Procedência Atta laevigata rubropilosa
E. brassiana 8206 AS AS
E. camaldulensis 10544 AS AS
E. cloeziana 9785 AR SS
E. dunnii 9245 AS AS
E. intermedia 8714 RM SS
E. microcorys +27 AS AS
E. nesophila 6675 AR AR
E. pellita 7536 AS AS
E. pilularis 9491 SS AR
E. quadrangulata 8706 AS AS
E. saligna +23 AS AS
E. tereticornis 10054 SS AS
E. torreliana +4 AS AS
E. trachipholia 10378 SS AS
E. urophylla 10140 AS AS
AS - alternadamente susceptível; SS - susceptível; RM - moderadamente resistente; AR - altamente
resistente.
45
1.6. Revolvimento do solo
O preparo do solo florestal é feito uma vez em cada rotação. Portanto, deve reduzir
ao máximo a competição com ervas daninhas e melhorar a capacidade de retenção de
umidade e propriedades físicas.
Algumas culturas são mais exigentes no prepara do solo, como é o caso dos
eucaliptos, justificando-se do ponto de vista técnico e econômico.
Em solos leves e permeáveis, faz-se um revolvimento com grade aradora pesada,
aplica-se o calcário se for o caso, e passa-se uma grade leve.
A profundidade da gradagem pesada, principalmente logo após o desmatamento,
deve ser bastante profunda (35 a 40 cm). Já a gradagem leve é feita em torno de 15 cm.
Para o primeiro caso o diâmetro dos discos deve ser de 30" ou mais, e no segundo, de
22" a 26".
A pesquisa e mapeamento dos solos da área deve ser feito, para que se faça um
bom preparo de solo, visto que em alguns casos a camada de solo fértil é muito pequena,
e uma gradagem profunda pode trazer subsolo infértil para a superfície.
Preparo de área em dias chuvosos, além de forçar as máquinas, forma torrões e
compactar mais o solo.
Nos terrenos de inclinação média, ao invés do revolvimento total, usa-se passar
enxada rotativa numa faixa de 70 cm de largura por 15 cm de profundidade onde serão as
linhas de plantio. Para fortes inclinações, usa-se a abertura manual de covas com
dimensões de 30 x 30 cm.
Um equipamento que vem sendo difundido é a grade "bedding". Possui 6 discos de
32" por 1,27 cm de espessura, pesando até 3.047 kg com lastro, proporcionando uma
largura de corte de 2,13 m, própria para atividades florestais. Na sua passagem, forma um
camaleão, pois seus discos são voltados para dentro. É tracionada por tratores de 140
HP, de esteiras ou pneus tração 4 x 4.
A grade "bedding" faz de uma só passada, o revolvimento, o camaleão, o
alinhamento do plantio, e dependendo da adaptação, faz também a adubação. Vem
sendo utilizada freqüentemente na reforma de povoamentos, onde o centro da grade
passa sobre os tocos, sufocando-os com o camaleão, evitando o rebrotamento (se for o
caso).
2 - Plantio
46
Se há necessidade de cortar árvores muito jovens, a densidade deve ser maior. No
entanto deve-se observar a espécie em uso. O Eucalyptus dunnii e E. saligna são
intolerantes a alta densidade, aumentando o número de dominadas e a mortalidade, o
que já é menor no E. grandis.
No caso dos pinus, o Pinus caribaea var. hondurensis em densidade menor que
2.500 árvores ha-1 apresenta maior percentagem de defeitos tais como "fox-tail",
bifurcações e árvores tortas. Já o P. caribaea var. caribaea pode ser plantado a 2.000
árvores ha-1.
A Gmelina arborea e Cordia goeldiana necessitam de espaçamentos mais
apertados para produzirem fustes retos, enquanto que o Didymopanax morototoni tem um
fuste de boa qualidade em quaisquer condições.
Para florestas energéticas, tem-se tentado reduzir o espaçamento dos eucaliptos
para 1,0 x 1,5 m. Isto pode aumentar o consumo de carvão em até 35%, porém pode se
compensado pela maior produtividade em relação à floresta tradicional (3 x 2 m).
Entretanto, deve-se levar em consideração que uma rotação extremamente curta (3
anos), pode levar à exaustão do solo, e conseqüente necessidade de recuperação com
aplicação de quantidades maiores de fertilizantes, aumentando muito os custos. Isso
ocorre porque o corte é feito muito antes do povoamento entrar no processo de ciclagem
de nutrientes, quando então as plantas devolveriam ao solo, parte dos elementos
absorvidos, através da queda de folhas, galhos, ramos, flores, frutos e raízes mortas.
Para minimizar o efeito da grande exportação de nutrientes nas florestas
energéticas, pode-se estudar a possibilidade de deixar na área, as folhas e galhos, e
ainda espalhar a cinza que é rica em K, Ca, Mg e outros elementos.
Em trabalhos de pesquisa, verificou-se que aos 18 meses de idade, apenas 18%
dos nutrientes totais do eucalipto estava no tronco, e que 50 a 65% encontravam-se nas
folhas. Observou-se também que o E. grandis é mais eficiente na relação consumo de
nutrientes/produção de biomassa, do que E. urophylla e E. saligna, em espaçamento 1,0
x 1,5 m.
Para se diminuir o espaçamento, deve-se considerar também a qualidade do sítio,
já que a competição torna-se maior.
Um sistema de plantio que tem sido utilizado é o de linhas duplas, onde o
espaçamento é apertado entre as plantas destas, e maior entre estas. Isso aumenta o
número de plantas por ha, e ao mesmo tempo, proporciona espaço suficiente para o
desenvolvimento das árvores. Para esse desenho, o espaçamento mais usado para o
eucalipto é de 3 x 1 x 1 m. Entretanto, se for E. saligna as dimensões devem ser de 4 x 1
x 1 m.
47
Quanto ao teor de Al do solo, as árvores também são afetadas, embora em menor
grau que culturas agrícolas. Verificou-se para P. elliottii var. elliottii que uma concentração
de Al maior que 0,5 m.eq. 100 g-1 de solo não afetou a sua capacidade produtiva, quando
os teores de Ca e Mg trocáveis não foram menores que 0,5 m.eq. 100 g-1 de solo. Já o P.
caribaea var. hondurensis não parece ser afetado por teores de Al de quase 1 m.eq. 100
g-1 de solo e menos de 0,5 m.eq. 100 g-1 de solo para Ca e Mg.
De um modo geral os pinus tropicais são menos exigentes em nutrientes do que os
eucaliptos, não respondendo bem à adubação, a não ser em condições extremas de
pobreza, quando se aplica calcário e adubo fosfatado. Isto ocorre devido ao pouco
desenvolvimento de micorrizas em solos extremamente pobres.
A deficiência de boro provoca seca dos ponteiros, prejudicando o crescimento. No
caso da rebrotação do eucalipto, aplica-se antes do corte em sulco, ou a lanço após a
exploração. No entanto, a resposta das árvores não tem sido satisfatória para adubação
em cobertura, exceto para o E. saligna, aplicando-se 5 g de bórax (11% de B) na projeção
da copa, aos 6 meses, no final da estação chuvosa.
Em termos de formulações de NPK a serem utilizadas, elas são escolhidas mais
em função do mercado do que de pesquisas. Usa-se em geral 100 a 150 g de qualquer
das fórmulas seguintes: 10-34-6; 10-28-6; 5-30-10; 10-30-10; 5-30-6, para os eucaliptos.
Se for para pinus, pode-se diminuir a proporção de fósforo.
Em geral, maiores teores de matéria orgânica no solo diminuem o efeito do Al+3
pela formação de complexos matéria orgânica versus Alumínio.
No gênero Eucalyptus a calagem resulta em maior crescimento em diâmetro,
podendo-se estabelecer 0,4 m.eq. de Ca+2 + Mg+2 como mínimo para se aplicar Ca,
podendo ser de 1,0 m.eq. em sítios bons (50 m3 ha-1 ano-1). A calagem será usada para
suprir Ca e Mg e não para corrigir acidez.
Segue algumas informações a respeito de alguns nutrientes:
Boro (B) - o E. saligna responde à aplicação de Bórax: 5 g na projeção da copa aos
6 meses de idade, no final da estação chuvosa. As outras espécies do gênero só
respondem à aplicação em sulco.
Enxofre (S) - apresenta interação com o fósforo, especialmente em solos de textura
média, onde a aplicação de 50 a 100 g de gesso por cova pode resultar em ganhos da
ordem de 200% a 225 %.
Nitrogênio (N) - não se tem observado efeitos em aplicações em dose única,
devido à perda por lixiviação e o distanciamento raiz-adubo. Recomenda-se parcelar,
iniciando algum tempo após o plantio. Deve ser usado preferencialmente o sulfato de
amônio devido à presença de enxofre em sua fórmula e porque muitas espécies de
eucalipto são mais eficientes na absorção de N nesta forma. Tem-se conseguido bons
resultados com a aplicação de 25 a 75 kg de N ha-1 (ganho médio de 17% a 28%).
Fósforo (P) - os superfosfatos devem ser aplicados na cova ou no sulco do plantio,
reduzindo as possibilidades de retenção pelo solo. Os fosfatos naturais devem ser
aplicados a lanço ou em faixas ou sulcos antes do plantio e incorporados, ou algum tempo
depois do plantio em faixa de 1,2m a 1,5m na entrelinha e incorporados. Com a aplicação
de 1 kg de fosfato de Araxá e 400 g de superfosfato triplo por cova já se conseguiu em
experimentação, um ganho de 1400% em volume (10 m3 ha-1 para 150 m3 ha-1).
48
Potássio (K) - a necessidade de potássio no eucalipto aumenta com a idade
(mudas = 15 ppm, campo = 40 ppm) mas deve estabilizar-se com o início da ciclagem
entre 4 e 5 anos. A dose de 40 kg de K2O ha-1 (24 g de K2O por planta) é satisfatória,
aplicada em dose única para o solo argiloso ou parcelado (30 e 360 dias) no solo
arenoso.
Os cupins atacam o colo das plantas, iniciando logo após o plantio. O controle é
preventivo, podendo ser iniciado no viveiro como já foi discutido no capítulo sobre
Viveiros.
Nesta fase do controle de cupins encontrou-se substitutos à altura do Aldrin.
RESENDE (1993) testou Carbossulfan 10G e Aldrin 5P em várias doses e formas de
aplicação. O primeiro produto é formado por grânulos de matriz termoplástica de liberação
controlada, com 0,6 a 2 mm de diâmetro. Ficou demonstrado que as doses de 5 a 10 g
foram mais eficientes na proteção de mudas de eucalipto do que o Aldrin, tornando-se
portanto um potencial substituto deste clorado, recomendando-se preliminarmente a dose
de 5 g aplicada no fundo da cova.
Uma espécie de cupim, o Coptotermis testaceus, tem atacado em áreas de cerrado
nos Estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. É conhecido como cupim do cerne, e
instala-se na planta quando jovem ou adulta, corroendo o cerne muitas vezes até 8 m de
altura. Raramente mata as árvores. Entretanto, causa perda de volume e qualidade de
madeira, e normalmente é detectado na época da exploração, quando as estimativas de
quantidade de material não mais condizem com a realidade.
a. Plantio manual
49
situações onde não há necessidade de incorporação de fertilizantes. Em caso de
necessidade, o produto podes ser depositado ao redor da cova, providenciando uma leve
incorporação.
b. Plantio semi-mecanizado
b. Plantio mecanizado
50
(a) (b)
Figura IV-5 - Plantadeiras de mudas florestais por meio de tração animal (a) e
mecanizada (b)
2.6 - Irrigação
Sem irrigação, o plantio só pode ser feito durante a estação chuvosa. No entanto,
algumas empresas estão plantando o ano todo, utilizando 3 l de água por cova, o que
possibilita a continuidade da contratação de mão-de-obra e aumento da área plantada
anualmente.
A irrigação é feita com carreta pipa tracionada por trator, munida de mangueiras, e
repetida de 1 a 3 vezes, conforme o período, para garantir a sobrevivência e bom
pegamento.
2.7. Replantio
3. Tratos culturais
51
O número de capinas varia de acordo com a taxa de crescimento das árvores, do
nível de infestação de ervas, do espaçamento e do sistema de preparo de solo. Para o
pinus, em geral usa-se duas capinas no primeiro e segundo anos, e uma capina no
terceiro e quarto anos, enquanto no eucalipto, que fecha rapidamente as copas, faz-se
duas a três capinas apenas.
Os tratos culturais são essenciais para se evitar o atraso no crescimento inicial por
competição, já que deve-se aproveitar o rápido crescimento em altura nessa fase.
A união de um bom preparo do solo, fertilização, seleção e padronização de
mudas, uso de espécies e procedências adequadas, concorrerão para a diminuição dos
tratos culturais, em face à rápida formação do povoamento.
Os tratos culturais podem ser:
3.1. Manual
Só é usado em locais onde a declividade não permite outro tipo de ação, devido
ser oneroso e moroso.
Consiste em roçadas nas entrelinhas e coroamento, gastando-se 10 homens dia-1
ha ; só para roçada, 8,5 homens dia-1 ha-1 e só para coroamento, 3 homens dia-1 ha-1.
-1
Os tratos mecânicos podem ser feitos com grades leves e semi-pesadas, enxadas
rotativas e roçadeiras. Deve-se ter o cuidado com o corte das raízes, particularmente nas
regiões de déficit hídrico. A mecanização pode ser feita nas entrelinhas e linhas se isso
não prejudicar a conservação do solo e se o espaçamento permitir. Caso contrário, será
manual nas linhas, ou ainda, com aplicação de herbicidas ao lado das plantas em linha
contínua.
3.3. Químico
52
Quadro IV-2- Relação de alguns produtos herbicidas testados em reflorestamento e sua
fitotoxidade
Dosagem
Produtos kg ou litro Espécies Fitotoxidade
*IA ha-1
Bromacil 3,2 E. saligna morte
Glyphosate 1a3 E. grandis morte
Linuron 1,5 E. saligna leve
M.S.M.A. 1,77 Eucalyptus e Pinus severa
Oryzalin 1,5 a 3 Eucalyptus e Pinus não
Oxifluorfen 0,75 a 1,5 Eucalyptus e Pinus leve
*IA - índice ativo
53
4. Referências Bibliográficas
54
CAPÍTULO V
MANEJO FLORESTAL
1. Introdução
2. Desrama
56
a. Seleção das espécies e indivíduos a serem desramados
A desrama só é feita nas árvores que ficarão para o corte final em povoamentos
que sofrerão desbaste, pois este garante a dominância das árvores desramadas e ajuda
na cicatrização dos cortes. Deve-se considerar também que em sítios ruins a desrama
pode não ser bem sucedida.
Nos povoamentos sujeitos a incêndios e a ataque de insetos e doenças que
preferem madeira morta, a desrama deve ser estudada com cautela, pois é necessário a
retirada do material residual.
A desrama deve ser iniciada logo que os primeiros galhos começarem a morrer,
em geral logo após a formação do povoamento.
Para o eucalipto, que em boas condições está formado quando atinge 4 m de
altura a 1,5 ano, já poderia receber a primeira desrama, à altura das mãos de uma pessoa
(até 2 m de altura). Como nessa idade as árvores tem ramos desde a base, a desrama
seria de 50% da copa, o que poderia ser prejudicial ao desenvolvimento geral das plantas,
além de neste momento não se ter condições de definir as melhores árvores para o corte
final. Assim, abre-se uma exceção, e a desrama deverá começar além do período de
formação, a não ser que se faça necessário para facilitar os tratos.
As desramas subseqüentes vão sendo mais altas, até a altura que se deseje um
fuste limpo.
O número de desramas depende da rotação, do crescimento, da finalidade e da
qualidade geral do povoamento, situando-se entre uma e quatro. O momento adequado
para se proceder a desrama pode ser determinado em função do diâmetro do núcleo
nodoso.
O diâmetro do núcleo nodoso deve ser definido previamente. Este diâmetro
pode auxiliar na determinação do momento de promover nova desrama, que ocorrerá
toda vez que a parte superior da desrama anterior atingi-lo, como se observa na Figura V-
1. A sua principal finalidade é a produção de madeira isenta de nós mortos (Figura V-1b),
que são depreciativos pois podem soltar-se ao longo do tempo, na madeira trabalhada.
Na Figura V-1c pode-se observar à esquerda um disco de madeira de pinus com efeito da
57
desrama e conseqüente restrição da região de nós mortos na área central (núcleo
nodoso), e à direita o inverso, com nós espalhados por todo o disco.
12 m
(b)
6m
2m
Núcleo nodoso
(a) (c)
Figura V-1 - (a) Simulação da definição do núcleo nodoso; (b) tronco descascado
mostrando a formação de nós mortos; (c) discos de tronco desramado com núcleo nodoso
(esquerda) e de tronco não desramado sem o núcleo (direita).
e. Ferramentas
Com um serrote comum um operador pode fazer a primeira desrama até 2,5 m do
chão (o rendimento é de 250 árvores homem-1 dia-1 ); para a segunda, até 6 m, a
ferramenta pode ser montada em um cabo (rendimento de 200 árvores homem-1 dia-1);
para a terceira, até 12 m, usando uma escada de 6 m (rendimento de 50 árvores homem-1
dia-1).
Deve-se evitar ferramentas que cortam por impacto, devido à: possibilidade de
rachadura, que pode levar à morte do toco; permanência de um toco longo; possibilidade
de causar traumatismos na casca, facilitando a infestação de organismos patogênicos. No
entanto, algumas empresas se utilizam de uma foice bem curva e afiada, que pode render
340 árvores homem-1 dia-1.
3. Desbaste
D D D
CD CD CD CD
I I
DD
DD S DD
S S
59
b) tronco levemente defeituoso, e
c) tronco muito defeituoso;
e as classes de qualidade de copa:
a) copa bem formada;
b) copa levemente defeituosa, e
c) copa muito defeituosa.
60
3.3. Grau e intensidade dos desbastes
a. Grau de desbastes
b. Intensidade de desbastes
61
1º 2º 3º Corte
final
350 339 339 339
328
77 100 55
-66 -100 -55
284
262
Volume m3 262
239
175
87
0
0 7 11,5 18 23
Idade (anos)
a. Quanto ao corte
62
a.2. Desbaste pelo alto
63
Espaçamento
pré-determinado
(EPD)
Espaçamento
em linhas
pré-determinadas
(EFD)
Espaçamento
em faixas
pré-determinadas
Quanto mais denso o povoamento, menor a área das copas com relação aos
fustes, e quanto maior a densidade, menor o incremento em DAP. Baseado nessas
relações, pode-se determinar o número máximo de árvores por ha:
π × dc 2 10.000 m 2
dc = a + b(DAP) ac = Nha −1
=
4 ac
dc = diâmetro de copa
ac = área de copa
a, b = constante e parâmetro da regressão
Nha-1 = número máximo de árvores por ha
Após a obtenção da equação dc, aplica-se o DAP futuro desejado. A seguir
determina-se ac, e conseqüentemente, o Nha-1. Uma subtração fornece o número de
árvores a serem cortadas.
No Apêndice encontra-se o método de cálculo para estimação dos parâmetros de
regressão para a equação da reta, baseado no método dos mínimos quadrados.
64
b.2. Método baseado na área basal ideal
A área basal (G) é obtida através da média dos diâmetros entre as árvores
dominantes e co-dominantes, considerando-se que tal diâmetro representa a média ideal
do povoamento.
A área basal deve ser acompanhada periodicamente até que atinja a estagnação.
Nesse momento tem-se a G máxima, quando então procede-se ao desbaste, e assim
sucessivamente cada vez que ela for alcançada.
No momento da estagnação procede-se assim:
a) monta-se unidades de amostra onde se faz a marcação das árvores potenciais
ao desbaste;
b) determina-se a distância entre elas, encontrando-se assim a distância média
( d );
Para os métodos que não indicam o momento ideal do desbaste, pode-se usar a
taxa percentual de crescimento em DAP ou G para uma aproximação:
em DAP
D− d
t= × 100
d
Quando esta taxa atingir 2% a 3% pode ser feito o desbaste.
em G
Ga − G
t= × 100
G
Quando esta taxa atingir 4% a 6%, pode-se realizar o desbaste.
65
3.6. Planos de desbaste
Nos Quadros V-2, V-3 e V-4 e Figuras V-5, V-6 e V-7 exemplificam-se planos de
desbastes, que não devem ser generalizados para todas as condições.
Quadro V-2 - Plano de desbaste Modelo A (Pinus spp)
Desbastes Anos Intensidade Observações
Desbaste 1 8 50% Corte raso a cada 4 linhas, desbastes nas
restantes laterais.
Desbaste 2 12 25% Corte raso na linha central, desbaste nas
restantes.
Corte raso 16 - -
1º 2º
16 anos
CR
66
Exemplo de desbaste (Pinus spp) - Modelo B
Ciclo curto
1º 2º CR
1º
11 anos
2º
16 anos
CR
67
Quadro V-5 - Plano de desbaste e estimativa de produção para ciclo longo (Pinus spp
espaçamento 2,5 m x 2,0 m)
Desbas Desbas Desbas Desbas Desbas Corte Produção
Considerações te te te te te raso acumulada
ano 8 ano 10 ano 12 ano 15 ano 19 ano 25 (m3)
No de árvores 600 400 300 200 200 300 -
retiradas
Volume 0,058 0,100 0,150 0,250 0,350 1,570 -
sc.árvore-1 (m3)
Volume sc.ha-1 35 40 45 50 70 470 710
(m3)
IMAvol. - - - - - - 28
sc.ha-1.ano-1
Produção m3.ha-1 30 30 25 20 20 90 215
Fábrica*
Volume m3 sc 5 10 20 30 50 380 495
serraria
* laminados, faqueados, postes, etc.
Quadro V-6 - Plano de desbaste e estimativa de produção para ciclo longo (Pinus spp
espaçamento 2 x 2 m)
Desbas Desbas Desbas Desbas Desbas Corte Produção
Considerações te te te te te raso acumulada
ano 7 Ano 9 ano 11 ano 15 ano 19 ano 25 (m3)
No de árvores 40% 33,33% 30% 28,57% 40% - -
retiradas 1000 500 300 200 200
Vol.sc m3.ha-1 33 32 25 20 20 90 20
Fábrica
Volume sc m- 0,2 0,8 20 30 50 380 481
3
.ha-1 serraria
4. Resinagem
68
Quadro V-7 - Teste de rendimento e qualidade de breu e terebentina em quatro espécies
de Pinus
Rendimento Rendimento
Espécies Qualidade Qualidade
(breu) terebentina
P. elliottii var. elliottii - - + +
P. oocarpa - - - -
P. caribaea var. bahamensis - - + -
P. kesiya + + + +
+ indica se a espécie é melhor no rendimento e/ou qualidade de terebentina e breu.
69
líquido a 25% eleva a produção de resina em 44%, enquanto que o ácido sulfúrico (25%)
mais ethephon (5%) pode resultar em 22% de aumento;
e. Rendimento - pode-se alcançar um rendimento de resina de 3 kg a 3,5 kg
árvore-1 ano-1 explorando-se árvores aos 19 anos de idade ou 2 kg árvore-1 ano-1 aos 10
anos, usando-se Pinus elliottii var. densa (SILVA et al., 1984; NICOLIELO, 1983).
% da Corte: 2 mm
circunferência Larg. canal: 1 cm
Prof. canal: 0,5 cm
70º
17
cm
O procedimento é o seguinte:
a. Raspagem - como em qualquer método descendente, a face de resinação
começa na altura máxima que o resineiro pode alcançar (1,7 m a 2,0 m);
b. Instalação e corte das faces - na parte superior da face marca-se um "V" cujo
ângulo tenha de 60 a 70 graus de abertura. Do seu vértice faz-se um canal de 1,0 cm de
largura, por 0,5 cm de profundidade e 17 cm de comprimento, para o escorrimento da
resina. Na extremidade inferior do canal fixa-se a calha de bambu ou metal. Na China
usa-se o esquema do Quadro V-8 para determinar a largura da face de corte.
70
Quadro V-8 - Largura da face de corte em função do período de resinagem
Período de resinagem Largura da face de corte
+ de 10 anos 40% da CAP
De 6 a 9 anos 50%
De 4 a 8 anos 65%
De 1 a 2 anos 75% a 80% da CAP
Inicia-se então o corte, podendo-se utilizar o "jebong", sendo o primeiro com 0,5
cm de largura e profundidade suficiente para atingir o cambio. Os cortes posteriores são
feitos com 2 mm de largura, repetidos a cada dois dias.
50% da
circunferência
Área
cortada: 15 mm
Área não
cortada:
10 a 15 mm
72
O manejo para produção de óleo pode ainda produzir lenha, postes e toras.
Planta-se em alta densidade (2 x 0,5 m a 3 x 1 m) e a primeira coleta é feita a partir do
primeiro ano. Coleta-se as folhas até 1/4 da copa, passando a ser mais intensos com o
desenvolvimento das plantas, e no ano seguinte realiza-se o corte total das árvores
fazendo-se a segunda coleta de folhas. Se o objetivo for principalmente a produção de
óleo, aconselha-se um espaçamento de 3 x 1,5 m, para favorecer a penetração de luz, a
expansão lateral da folhagem, as operações de manejo e colheita.
Deve haver preferência pela coleta de folhas durante os meses de estiagem, pois
neste período a concentração das essências no óleo é maior em função do menor teor de
umidade das folhas (GALANTI, 1987).
A madeira do segundo corte de folhas só serve para lenha, produzindo 40 a 60 st
ha-1. As árvores rebrotarão, e no próximo ano executa-se a desbrota, com aproveitamento
das folhas, deixando-se 2 a 3 brotos por cepa. Estes brotos também são desramados. O
ciclo é repetido enquanto for econômico, sendo em geral de 5 a 6 anos quando a
pretensão é a produção de lenha no final do ciclo. A produção de folhas tem sido de 8 a
12 t ha-1.
No caso de se desejar a produção de postes ou toras, antes do primeiro corte
raso faz-se a seleção das árvores que permanecerão.
Como ilustração, na Figura V-10 pode-se observar a operação de colheita de
folhas, cuja seqüência de trabalho é o amontoamento. Nesta fase, os montes não devem
ser muito volumosos e só devem permanecer no campo por poucas horas ou no máximo
até o dia seguinte, o que facilita a perda de água e evita a fermentação.
Figura V-10 - Operação de colheita de folhas para extração de óleo essencial (GALANT,I
1987).
GALANTI (1987) descreve uma pequena destilaria de óleo essencial, não apenas
de eucalipto, com capacidade produtiva de 120 kg de óleo por dia:
a) caldeira (Figura V-11a) para produção de vapor a ser injetado nas dornas;
b) dornas (Figura V-11b), em geral no mínimo duas, onde são depositadas as
folhas, as quais receberão o vapor pela parte inferior. O vapor arrasta o óleo
do interior das folhas durante aproximadamente 50 a 60 minutos, e sai pela
parte superior, até atingir o condensador;
73
c) condensador (Figura V-11c), cuja função é a transformação do óleo e água em
forma de vapor para o estado líquido, através do contato com as paredes
resfriadas de tubos de alumínio por onde o vapor se move. A mistura líquida é
então destinada ao separador;
d) separador (Figura V-11d): todo o destilado entra no tanque, onde por diferença
de densidade o óleo permanece na superfície da lâmina d'água. Após o
término da destilação, injeta-se água neste tanque, de modo que o nível suba
e o óleo saia para um recipiente de captação, no caso um balde.
(a) (b)
(c) (d)
Figura V-11 - Equipamento básico para produção de óleo essencial: caldeira (a), dornas
(b), destilador (c) e separador (d).
74
Figura V-12 - Folhas retiradas das dornas após o processo de arraste do óleo essencial,
denominado "bagacinho".
Mais detalhes sobre cada fase e equipamentos utilizados podem ser obtidas em
GALANTI (1987).
6. Idade de corte
75
80
60 IMA
Incremento (m )
3
40
ICA
Idade de
20 rotação
técnica
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Idade (anos)
7. Florestas de preservação
76
8. Referências bibliográficas
BOLAND, D.J.; BROPHY, J.J.; HOUSE, A.P.N. Eucalyptus leaf oils: use, chemistry,
destillation and marketing. Melbourne: Inkata Press, 1991. 252p.
BRAGA, H.C. Os óleos essenciais no Brasil: estudo econômico. Rio de Janeiro:
DNPA, 1971. 158p.
GALANTI, S. Produção de óleo essencial do Eucalyptus citriodora Hoecher, no
município de torrinha, estado de São Paulo. Viçosa: UFV, 1987. 50 p. (Monografia).
GARRIDO, L.M.A.G.; GARRIDO, M.A.O.; SILVA, H.M.; CARBALLAL, M.R. Estudo
matemático de alguns componentes da produção diária de resina. Boletim Técnico do
Instituto Florestal, v.38, n.1, p.47-71, 1984.
KIEFFER, H. Exploração de plantas aromáticas e óleos essenciais. In: SIMPÓSIO DE
ÓLEOS ESSENCIAIS, 1, São Paulo, 1986. Anais... São Paulo, Fundação Cargill,
1986. P.15-20.
NICOLIELO, N. Obtenção de resinas em regiões tropicais. Silvicultura, v.8, n.33, p. 27-
32, 1983.
RIBAS, C.; GARRIDO, L.M.A.G.; GARRIDO, M.A.O.; ASSINI, J.L.; BOAS, O.V. Produção
de resina e influência no crescimento dendrométrico em árvores de Pinus elliottii Eng.
var. elliottii, de diferentes diâmetros.
RIBAS, C.; GURGEL GARRIDO, L.M.A.; GARRIDO, M.A.O.; ASSINI, J.L.; ROCHA, A.D.
Resinagem de Pinus - Comparação entre técnicas operacionais e estimulantes
químicos. BoletimTécnico do Instituto Florestal, v.38, n.1, p.35-46, 1984.
77
Exercícios complementares
Árvores com 5 DAP (cm) var. dc (m) var. Yi XiYi Xi2 Yi2
anos Xi
1 15 2
2 15,5 2,3
3 16,8 3
4 16 2,5
5 15,7 2,4
6 16 2,8
7 17 2,9
8 17 3
9 15,5 2,5
10 14 2
∑ 158,5 25,4
Média 15,85 2,54
Idade (anos) Volume (m3 ha-1 ano-1 ICA (m3 ha-1 ano-1) IMA (m3 ha-1 ano-1)
1 2
2 10
3 50
4 150
5 315
6 480
7 590
8 660
9 710
78
CAPÍTULO VI
COLHEITA FLORESTAL
2. Sistemas de colheita
Embora nesse sistema use-se principalmente atividades manuais, ele pode ter
algum grau de mecanização.
Abate-se a árvore, e no mesmo local realiza-se o desgalhamento, destopamento,
desdobramento e descascamento eventual. As toras apresentam comprimento variável de
1 a 6 m (Figura VI-1), dependendo do índice de mecanização empregado, o qual está
ligado especialmente à topografia. Ainda é o sistema predominante no Brasil.
Abate
1a6m
80
a) vantagens: a porção da árvore não comerciável é deixada na área; somente a
porção da árvore aproveitável em uma dada indústria é explorada e transportada,
minimizando os custos finais; o sistema é muito eficiente, quando o volume médio das
árvores for menor do que 0,5 m3; o manuseio das toras é facilitado; verifica-se alta
eficiência nos desbastes.
b) desvantagens: geralmente não é utilizado na produção de madeira para
serraria, postes etc. ; há um excessivo manejo de um mesmo volume de madeira;
dependendo das circunstâncias, não há um bom aproveitamento da árvore.
Abate
Variável
81
b) desvantagens: requer um bom planejamento, organização e controle das
operações para que se evitem pontos de estrangulamento e se tenham boas condições
de trabalho e alta utilização dos recursos; requer um planejamento criterioso do sistema
de corte florestal para garantir maior eficiência do sistema; requer um grau de
mecanização mais elevado.
Variável
82
2.4. Sistema de árvores completas
3.1. Corte
83
empilhamento. Em sistemas mais mecanizados, as operações são separadas, pois se
realizam em locais diferentes.
Nos sistemas semi-mecanizados, o corte é feito com motosserras, dando-se
certa orientação à queda. Faz-se em seguida o desgalhamento, integrado ao
desdobramento e empilhamento. Se está se realizando um desbaste, normalmente o
empilhamento vem após o arraste, devido à dificuldade de movimentação de
equipamentos maiores. Utilizam-se motosserras de 3 a 5 HP, com peso variando de 7 a 9
kg, com tendência ao uso de motores cada vez menores para conforto do operador. Este
deve estar equipado com protetores auriculares e visuais, calças e calçados especiais, e
o motosserra com cabo anti-vibratório.
Este sistema iniciou-se na década de 60, sendo competitiva para qualquer volume
de madeira, porém é mais apropriado para corte raso de florestas com pequenos
diâmetros e também nos primeiros desbastes. Quando no planejamento projeta-se longas
distâncias entre pilhas, pode-se complementar o empilhamento com o auxílio de
pequenos guinchos. O baldeio da madeira é feito com tratores e carretas grícolas e
forwarders.
Na escolha do motosserra ideal, além do conforto do operador, deve-se
considerar o seu índice de desempenho, que agrega o peso, rpm e torque. MACHADO e
IGNÁCIO (1990) determinaram índices de desempenho, constantes no Quadro VI-1, que
são úteis na aquisição deste tipo de equipamento.
Pode ser realizada tanto no local de corte como na área de processamento. Se for
possível deve-se arrastar e amontoar as árvores em feixes, onde se pode utilizar um
motosserra de sabre longo aumentando a produtividade.
A produtividade desta operação está em função do diâmetro das árvores,
comprimento dos toretes, disposição das árvores na queda, topografia, tipo de ferramenta
empregada, treinamento do operador.
3.3. Descascamento
(a) (b)
86
(a) (b)
(c)
87
c.5. transportador autocarregável (forwarder) - equipamento dotado de grua
hidráulica para carga e descarga; tem chassi articulado; tração em todas as rodas;
capacidade de carga variável de 10 a 15 toneladas. Tem bom desempenho em
declividade de até 32%. Alto custo de aquisição (Figura VI-6b).
c.6 - arrastador (skider) - após os guinchos e cabos aéreos, o skider é o
equipamento mais adequado para trabalho em terrenos de solo e topografia adversos.
Possui chassi articulado e pode atuar em declividade de 40 a 45% com bom desempenho
e segurança, sendo utilizado também em colheita de florestas nativas (Figura VI-6c).
3.5. Carregamento
88
3.6. Transporte às fontes consumidoras
Caminhão articulado
3.7. Descarregamento
89
Na etapa de descascamento eventual, destacam-se os dois sistemas descritos a
seguir:
Figura VI-9 - Disposição de campo, num sistema manual para obtenção de madeira curta,
com ou sem casca.
São sistemas utilizados para madeiras industriais, em toras curtas, para celulose,
chapas ou carvão. Dependendo se o manejo é o corte raso de eucalipto ou desbaste dos
povoamentos de pinos, ou ainda em alguns casos de corte seletivo, a estrutura dos
sistemas mecanizados assumem estruturas diferentes.
90
a. Sistema mecanizado para cortes rasos
É o mais usado no Brasil, devido aos rendimentos alcançados e da redução de
mão-de-obra. Um único operador realiza o corte, o desgalhamento, a picagem e o
amontoamento, utilizando uma motosserra leve e equipamentos auxiliares (ganchos,
trena e barra para auxiliar a derrubada). Esse sistema é de difícil implantação, pois
necessita de alto grau de treinamento e planejamento para todas as operações.
Em geral a madeira fica amontoada no campo, e o descascamento eventual é
feito por equipamento acoplado ao trator agrícola. Nesse sistema, a linha de resíduos é
centralizada de forma a permitir que o "forwarder" transite sobre ela, evitando danos ao
solo e aos pneus da máquina. Na Figura VI-10 vê-se o esquema de campo.
Linha de resíduos e
Entrada de veículos
Figura VI-10 - Disposição geral de campo do sistema mecanizado para cortes rasos, a fim
de produzir madeira industrial.
91
5. Aproveitamento dos resíduos para fins energéticos
92
N P K Ca Mg N P K Ca Mg
12000 3000
g de nutrientes / t de madeira
g de nutrientes / t de casca
10000 2500
8000 2000
6000 1500
4000 1000
2000 500
0 0
30 40 50 60 70 80 30 40 50 60 70 80
Idade (meses) Idade (meses)
(a) (b)
N P K Ca Mg N P K Ca Mg
7000 14000
g de nutrientes / t de raízes
g de nutrientes / t de copa
6000 12000
5000 10000
4000 8000
3000 6000
2000 4000
1000 2000
0 0
30 40 50 60 70 80 30 40 50 60 70 80
Idade (meses) Idade (meses)
(c) (d)
93
Comparando-se os dados de todos os componentes da árvore, verifica-se que a
parte que menos exporta nutrientes é a madeira.
Com a Figura VI-12 e os dados de biomassa informados por REIS (1987), pode-
se estimar as perdas de nutrientes na colheita (Quadro VI-2). Se fosse realizada a
colheita somente de madeira, estima-se que a reposição de N para manter a
sustentabilidade do solo seria da ordem de 148 kg.ha-1, 7 kg.ha-1 de P, 51 kg.ha-1 de K, 28
kg.ha-1 de Ca e 11 kg.ha-1 de Mg. É uma técnica importante no manejo florestal e
especificamente na conservação do solo florestal.
Estas informações são também importantes na tomada de decisões que reduzam
a necessidade de reposição de nutrientes por meio da fertilização química, em função de
que suas fontes tornar-se-ão cada vez mais caras e raras, no futuro.
Quadro VI-2- Estimativa de perdas de nutrientes na colheita de Eucalyptus grandis aos 6
anos de idade no Município de Bom Despacho-MG, considerando os dados
da Figura VI-12
Nutrientes (kg ha-1)
Parte analisada
N P K Ca Mg
-1
Casca (10 t.ha ) 34 8 60 79 14
Madeira (62 t.ha-1) 148 7 51 28 11
Copa (11 t.ha-1) 122 8 65 31 15
94
6. Referências bibliográficas
95
CAPÍTULO VII
1. Regeneração
Neste capítulo será tratada a reforma do ponto de vista silvicultural, ou seja, após
tomada a decisão de fazê-la, quais as estratégias e técnicas a serem aplicadas.
A tomada de decisão envolve fatores técnicos e econômicos que não serão
abordados aqui. Entretanto, pode-se citar duas metodologias de análise econômica de
uso relativamente simples, por meio das quais pode-se obter o valor presente total da
floresta em análise, considerando-se vários anos futuros, de modo a que se tenha um
parâmetro para decidir quando substituir o atual povoamento. São elas a metodologia de
BAKER (1979)e a de CLUTTER et al. (1983), e que foram suficientemente detalhadas no
trabalho de RIBAS (1989), que pode ser o ponto de partida para os interessados em se
aprofundar mais neste tema.
A regeneração da floresta é o seu processo de recuperação, garantindo sua
continuidade, visando nova rotação após o primeiro corte final que pode ser total ou
parcial, dependendo dos objetivos da empresa.
Em silvicultura raramente se utiliza a semeadura direta no campo. Os processos
mais comuns são a regeneração através de plantio de mudas (provenientes de mudas ou
enraizamento de estacas) e brotação de cepas.
A brotação de cepas é conduzida no caso da espécie cultivada apresentar boas
condições de brotação, como é o caso de várias espécies de Eucalyptus, Tectona grandis
e a Gmelina arborea.
Após sucessivos cortes, a sobrevivência das cepas se reduz a ponto de se tornar
antieconômica a regeneração por brotação, seja devido à queda na capacidade de brotar,
seja devido à idade do toco ou seja devido à queda nas reservas nutricionais da área
abrangida pelas cepas. Com eucalipto pode-se conseguir até três rotações econômicas
por esse processo.
1.1. Condução da brotação
97
Quadro VII-1- Resultados de teste de eficiência de fungicidas no controle da ferrugem
causada por Puccinia psidii em brotações de E. cloeziana
1.2. Interplantio
A floresta pode apresentar um número muito grande de falhas que vão refletir na
produtividade futura. O interplantio visa diminuir o número destas falhas, e é usado do
primeiro corte em diante, no sistema de brotação.
Conceitualmente, interplantio é o plantio de mudas da mesma espécie, nas falhas
de brotação, ao lado da cepa não brotada.
Em solos pobres, as falhas de eucalipto cortado aos 7 anos podem chegar a 50%.
Um dos maiores problemas do interplantio é o rápido crescimento dos brotos com
relação às mudas. Para diminuir a diferença, as mudas utilizadas devem ser bem
desenvolvidas em plantadas em covas adubadas mais largas do que o usual para cortar
as raízes das cepas ao redor. Além disso pode-se fazer o rebaixamento geral da brotação
com roçada manual, para garantir um povoamento mais uniforme.
A decisão entre reforma e interplantio está relacionada com o manejo e o material
genético do povoamento. Se estes forem inadequados na primeira rotação, o interplantio
não é recomendado de modo algum. Em contrapartida, se o povoamento apresentou bom
rendimento na 1a rotação e, por alguma razão, tenha tido baixo índice de sobrevivência, o
interplantio pode se tornar interessante (MARTINI et al., 1984). Se a queda na
produtividade da próxima rotação for devido à baixa qualidade genética das sementes, a
melhor opção é a reforma.
Os mesmos autores acima indicam que só há ganho volumétrico com o
interplantio quando as falhas forem acima de 60%.
98
1.3. Adensamento
2. Reforma
99
3. Referências bibliográficas
100
CAPÍTULO VIII
NOÇÕES DE DENDROMETRIA
1. Introdução
102
a. Método da observação - é de baixa precisão, e está ligado a algumas
características da espécie, sob determinadas condições ambientais. A conformação da
árvore e o aspécto da casca podem ser características morfologicas decisivas, assim
como o aspécto sanitário.
b. Método da contagem dos verticílios - em algumas espécies os verticílios se
mantem nítidos através da vida do indivíduo, e a sua contagem fornece a idade, como é o
caso da Terminalia catapa, Araucaria excelsa, Cordia goeldiana. O seu inconveniente é a
tendência de queda dos galhos inferiores com o avanço da idade.
c. Método dos anéis de crescimento - é bastante difundido, e consta da
medição dos anéis de crescimento da árvore. Os anéis são camadas justapostas de
atividade cambial. Um anel é constituido por uma parte mais escura chamada lenho de
verão ou tardio, constituido por um maior número de células por unidade de área, e uma
parte mais clara formada no inicio da estação denominada lenho inicial ou de primavera.
A formação destes anéis requer um período de estiagem ou de frio. A existência de
irregularidade entre o período seco e o úmido pode levar à formação de falsos anéis, o
que pode prejudicar uma estimativa correta da idade das árvores. Em algumas espécies
esse método é inadequado, como em Pinus palustris, que não forma anéis na sua
juventude. Para a execução do método, corta-se a árvore rente ao chão, ou usa-se uma
verruma (Figura VIII-1) no DAP, acrescentando os anos que a espécie leva para atingir
aquela altura.
Figura VIII-1 - Verruma ou trado, utilizada para obtenção de material para análise de anéis
de crescimento.
103
17,80
16,50
15,00
13,45
11,75
10,25
7,25
5,80
4,30
2,80
1,30 DAP
0,30
0
0 21,8
Diâmetro (cm)
104
3. Diâmetro e área basal
105
pmd
pmd
1,30m
pmd
1,30m
1,30m
pmd pmd
pmd
pmd 1,30m 1,30m 1,30m
1,30m
Sempre que possível deve-se usar medir o CAP em lugar do DAP, pois como π =
3,1416, um erro de 1,0 cm no DAP corresponde a mais de 3,0 cm no CAP, enquanto que
o mesmo erro no CAP corresponde a menos de 0,3 cm em DAP.
Dentre os instrumentos usados para medir o diâmetro cita-se: a fita diamétrica,
dendrômetro de Friedrich, relascópio de Bitterlich (Figura VIII-4a), visor de diâmetro de
Bitterlich (Figura VIII-4b) que é semelhante a uma suta, telerelascópio de Bitterlich (Figura
VIII-4c), a barra de Biltmore (Figura VIII-4d), o garfo de diâmetro (Figura VIII-4e). Há um
instrumento utilizado para a medição permanente de diâmetro, que é fixado no tronco da
árvore, utilizado para quando se deseja medidas precisas de incremento periódico, que
pode ser denominado registrador diamétrico (Figura VIII-4f), a suta (Figura VIII-4g), o
prisma ou cálibre prismático de Wheeler (Figura VIII-4h).
106
(b)
(c)
(a)
(d)
(e)
(f)
(g)
(h)
107
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DAP (CM) CAP (cm)
1,0 3,15
1,5 4,71
2,0 6,28
1 1,5 2 2,5 3 2,5 7,85
3,0 9,42
CAP = DAP . π
108
Dividindo-se G pelo número médio de árvores obtem-se g médio, e através de
uma dedução encontra-se o diâmetro médio.
1 2
Árvore Fator
360º 3 1 0,5
2 1
3 0
109
d
dc = 58 + 2 × S K=2
dc = 68 + 2 × S K=1
sendo dc = distância entre centros.
110
4. Estimação da altura
Diversas alturas podem ser utilizadas, de acordo com a finalidade (Figura VIII-9):
111
H=S
h s
H = (S.h)/s
S
s
112
c. Método da vara - o observador segura uma vara de aproximadamente 1 m, de
modo que o comprimento da mesma acima da mão, seja igual a distância de seu olho até
a vara, e movimenta-se para frente e para trás até fazer coincidir a imagem da vara com
a imagem da árvore (Figura VIII-12). A altura desta árvore será igual à distância do
observador até ela.
114
115
(b)
(a)
(c) (e)
(d)
(f)
(g)
Figura VIII-14 - Clinômetro de Suunto (a), nível de Abney (b), hipsômetro de Blume-Leiss
(Figura VIII-14c), hipsômetro de Haga (Figura VIII-14d), hipsômetro de JAL (e),.
hipsômetro a laser (f), vertex a laser (g),
115
116
Quadro VIII-2 - Fatores de correção de alturas em função da declividade
Graus Tangentes Fator (f) Graus Tangentes Fator (f)
4 0,0699 0,01 17 0,3057 0,09
5 0,0875 0,01 18 0,3249 0,09
6 0,1051 0,01 19 0,3443 0,10
7 0,1228 0,01 20 0,3640 0,11
8 0,1405 0,02 21 0,3839 0,12
9 0,1583 0,02 22 0,4040 0,13
10 0,1763 0,03 23 0,4245 0,14
11 0,1944 0,03 24 0,4452 0,16
12 0,2126 0,04 25 0,4663 0,18
13 0,2309 0,04 26 0,4877 0,19
14 0,2493 0,06 27 0,5095 0,21
15 0,2679 0,07 28 0,5317 0,21
16 0,2867 0,08
Cada aparelho tem sua própria precisão, sendo uma fonte de erro que já está
inplícita no resultado, mesmo que não se cometa nenhuma outra falha. Entretanto,
supondo que toda a medição de altura que se pretende fazer seja feita com o mesmo
instrumento, a maior fonte de erros, além da habilidade do operador, encontra-se na
posição inclinada das árvores e na forma ou invisibilidade da copa (dentro de um
povoamento denso e alto, em geral torna-se difícil observar o topo da copa) - Figura VIII-
15.
Exemplificando: se o operador observa uma árvore inclinada em sua direção, a
altura real será menor do que a altura lida; se ele observa uma árvore inclinada em
direção contrária a sí, a altura real será maior do que a altura lida.
Um modo de diminuir um pouco o erro devido à inclinação, é fazer as leituras pelo
perfil da árvore.
116
117
Hb
Ha
a b
5. A forma da Árvore
Observa-se dentro da floresta uma grande variação na forma dos fustes das
árvores, sendo uns mais cilíndricos ou cônicos que outros. Esta variação do diâmetro na
extensão do fuste é conhecida como "taper", e varia segundo a espécie, a idade e as
condições do sítio.
O volume preciso de uma árvore só pode ser tirado (teoricamente) de uma árvore
abatida através da cubagem rigorosa. No entanto, é inviável obter o volume de um
povoamento cubando rigorosamente todas as árvores das parcelas levantadas no
inventário. Desenvolveu-se então alguns métodos para encontrar o volume com grande
precisão de árvores em pé, sem que seja necessário abater todas elas. São os
conhecidos fatores de forma, que são obtidos através da cubagem de um determinado
número de indivíduos abatidos.
O fator de forma (f) é o mais simples, pelo fato de ser necessário apenas o DAP
e a altura, e compõe-se da razão entre o volume da árvore e o volume de um cilindro que
possua um diâmetro igual ao DAP da árvore. Este fator portanto, só pode ser conhecido
após a determinação do volume real da árvore, podendo-se empregar para isto qualquer
método de cubagem.
Sendo g a área da base do cilindro (área seccional correspondente ao DAP) e h a
altura, o volume cilíndrico é dado por:
Vcil = g× h
117
118
De posse do volume verdadeiro obtido através da cubagem rigorosa, o fator de
forma é calculado por:
Vreal
F1,3 =
Vcil
Com a cubagem rigorosa de certo número de árvores, o fator de forma poderá ser
dado através de tabelas, curvas ou equações, em função dos diâmetros, alturas, e às
vêzes do comprimento da copa.
As seguintes equações podem ser testadas:
h
F = b 0 + b 1 d+ b 2 d 2 F = b 0 + b 1h+ b 2
d
1 1 1
F = b 0 + b1 + b 2 2 + b 3 2
h d d h
logF = logb 0 + b 1logd + b 2 logh + b 3 logl logF = logb 0 + b 1logd + b 2 loghl
sendo d = DAP h = altura da árvore l = comprimento da copa
Já foram vistas todas as variáveis que compõem o cálculo do volume das árvores,
ou seja, o diâmetro, a altura e o fator de forma.
Entre as espécies, ou mesmo entre indivíduos dentro de um povoamento
homogêneo, existem diferenças entre as formas das árvores, dando tipos geométricos
definidos.
As árvores nos povoamentos tendem a ter seus troncos mais parecidos com
formas geométricas definidas do que quando estão isoladas. Neste caso o cálculo preciso
do volume é mais difícil, necessitando muitas vezes do auxílio de um xilômetro.
Partindo do princípio da semelhança entre a forma das árvores e as figuras
geométricas, os estudos de geometria resultaram em fórmulas e métodos com a
finalidade de cubar o volume de árvores abatidas ou em pé.
118
119
Dentre os métodos para cálculo de volume cita-se:
O tronco de uma árvore pode muitas vezes apresentar em sua extensão várias
formas geométricas, quer sejam:
o cilindro - V = g×L g - área seccional L - comprimento
g×L g×L
o neilóide - V= o parabolóide - V = o cone -
4 2
g×L
V=
3
as quais devem ser usadas para cada parte isoladamente.
De acordo com a forma do tronco ou secção utiliza-se uma fórmula, e as três
seguintes são as mais utilizadas:
a. Fórmula de Newton
gi gm gf
Figura VIII-16 - Ilustração para tomada de medidas sobre a tora, pelo método de Newton.
119
120
Para se obter o volume total basta somar os volumes parciais, e deduzindo-se
chega-se à seguinte fórmula, supondo-se cinco secções (Figura VIII-17):
g + g5 g 2 + g3 + g 4 g + g m2 + g m3 + g m4 g 5 × L n
Vt = L × 1 + + 2 × m1 +
6 3 3 3
sendo L - comprimento do cone e L - comprimento total.
n
L0
Figura VIII-17 - Ilustração para tomada de medidas sobre uma tora com 5 secções, pelo
método de Newton.
b. Fórmula de Huber
gm
Figura VIII-18 - Ilustração para tomada de medidas sobre a tora, pelo método de Huber.
Para o volume total procede-se do mesmo modo que foi feito com a fórmula
anterior:
g5 × L n
Vt = L × (gm1 + gm2 + gm3 + gm4 ) +
3
120
121
c. Fórmula de Smalian
gi gf
Figura VIII-19 - Ilustração para tomada de medidas sobre a tora, pelo método de Smalian.
121
122
Como já foi dito, a fórmula de Newton é a mais precisa, embora mais trabalhosa.
A fórmula de Smalian superestima o volume em torno de 2% e a de Huber subestima-o
em torno de 1 a 2%.
Em linhas gerais pode-se dizer que quanto menor o comprimento da tora a ser
cubada, maior a precisão, e que a fórmula mais usada no meio florestal é a de Smalian.
1,0 m
1,0 m
1,0 m
122
123
123
124
8. Referências bibliográficas
124
CAPÍTULO IX
INCÊNDIOS FLORESTAIS
1.1. Causas
1.2. Efeitos
Ocasionados por fogo que queima sob a superfície do solo, tendo em vista a
acumulação de matéria orgânica. É um fogo de difícil controle, pois apresenta alta
temperatura e nem sempre é de fácil localização.
3.1. Combustão
127
3.2. Temperatura
3.3. Oxigênio
128
d. vento - os ventos aceleram a propagação do incêndio e dirigem o seu avanço,
e sua velocidade representa os seguintes fatores de propagação:
4. Combustíveis florestais
São aqueles que sob condições naturais se mostram de fácil e rápida combustão,
como as cascas das árvores mortas, os ramos, os raminhos, folhas, pastagens, musgos e
liquens, quando secos. São esses materiais que facilitam o início de um incêndio.
A vegetação integrada por árvores, arbustos, ervas e outras plantas vivas. Isso
não quer dezer que não possam entrar em combustão, dependendo da quantidade de
combustíveis perigosos e semiperigosos, da umidade, da temperatura, da densidade e
composição da floresta.
129
5. Métodos clássicos para previsões de incêndios florestais
São vários os índices que tem como princípio a não acumulação de dados, tais
como a umidade relativa, o déficit de saturação e o fator de risco de Angströn, sendo este
último o mais divulgado:
a. Fator de risco de Angströn - o sistema foi idealizado por Angströn (1952), na
Suécia, e se fundamenta na temperatura e umidade relativa do ar, ambas medidas às
13:00 h, através da seguinte fórmula:
B = 0,05.R - 0,1.(t - 27) onde:
R = umidade relativa do ar em %
t = temperatura em ºC.
A floresta está em risco de incêndio quando B estiver abaixo de 2,5, ou seja, as
condições atmosféricas do dia estarão favoráveis à ocorrência de incêndios.
Segundo SAMPAIO (1991), os índices não acumulativos foram pouco eficientes
na prática de prevenção de incêndios florestais, o contrário ocorrendo com os métodos
acumulativos.
G = ∑ (d × t )
n
sendo:
i=1
130
d - déficit de saturação do ar em milibares
E - a pressão máxima de vapor d'água em milibares
R - umidade relativa do ar em %
Por ser acumulativo, nos cálculos deve-se considerar ainda uma série de
restrições:
- precipitação pluviométrica (p.p.) de 2,1 a 5,0 mm/dia reduz-se o valor de G em
25% (ou multiplica-se por 0,75), antes de adicionar o valor de (d.t) do dia;
- p.p. de 5,1 a 8,0 mm/dia reduz-se o valor de G em 50% (ou multiplica-se por
0,5), antes de adicionar o valor de (d.t) do dia;
- p.p. de 8,1 a 10,0 mm/dia, abandona-se a somatória anterior de G (ou multiplica-
se por zero) e reinicia-se novo G no dia da chuva;
- p.p. > 10,0 mm, recomeça-se o cálculo de G no dia imediato ao da ocorrência da
chuva.
A interpretação do grau de risco estimado por este índice é feita por meio da
escala de perigo representada a seguir:
131
- p.p. > 12,9 mm, recomeça-se o cálculo de FMA no dia imediato ao da ocorrência
da chuva.
A interpretação do grau de risco estimado por este índice é feita por meio da
escala de perigo representada a seguir:
I = ∑ log(t − PO )
n
sendo:
i =1
I - índice de Telicyn
n - nº de dias sem chuva (considerados sem chuva, os dias com precipitação
pluviométrica ≤ a 2,5 mm)
t - temperatura do ar em ºC
PO - temperatura do ponto de orvalho em ºC
log - logaritmo na base 10.
Acumula-se o valor de I até o dia no qual a precipitação pluviométrica for > 2 mm,
recomeçando-se o cálculo no dia seguinte. A sua interpretação é feita com base na
seguinte escala:
Valor de I Grau de perigo
≤ 2,0 Nenhum
2,1 a 3,5 Pequeno
3,6 a 5,0 Médio
>5 Alto
132
6. Organização mínima
A denúncia de fogo pode ser feita pelo público alheio às atividades florestais,
chamando-se então denúncia pública, ou ainda por:
- patrulha terrestre - as empresas de reflorestamento devem manter equipe
treinada, munida de equipamento de transmissão, e veículos de locomoção (bicicletas,
cavalos, automóveis, barcos), vistoriando permanentemente a área;
- patrulha aérea - empresas com maior capacidade financeira podem ter esta
equipe para vigiar áreas de difícil acesso. Um equipamento de baixo custo que pode ser
utilizado é o ultraleve;
- torres de observação - as torres podem ser de madeira, ferro ou alumínio, com
altura e distancias entre cada uma variável de acordo com a altura das árvores ao seu
redor e com a visibilidade do local. Em geral, pelo menos 3 torres são necessárias para
que se possa fazer a identificação do local do fogo com precisão, através da triangulação
com auxílio do goniômetro. Cada unidade deve possuir uma cabina com equipamento
para combate ao fogo, utilidades para o conforto do vigia que deve ser mantido por 24
horas nas épocas mais críticas, mapas da área, binóculo, luneta, equipamento de
comunicação, podendo ser ainda adaptados instrumentos meteorológicos.
Os equipamentos em geral utilizados, dependendo das proporções do incêndio
são: As ferramentas manuais mais comuns são a pá, o abafador, o ancinho, sacos
molhados, ramos da vegetação local, enxada, machado, foice, bomba costal e lança-
chamas. Dentre os equipamentos motorizados destacam-se o motosserra e o atomizador
costal. Como parte dos equipamentos pesados empregam-se o trator de esteiras e a
motoniveladora, e como equipamento para o bombeamento ou transporte de água
destacam-se a moto-bomba portátil, o carro-tanque, e em alguns casos o avião-tanque e
até mesmo helicópteros.
133
7. Combate
134
No entanto, nem sempre é dispensável outros equipamentos e técnicas, mesmo
em incêndios de grandes proporções, e principalmente nos menores.
Os métodos a que se ajustam os diferentes tipos de luta podem ser classificados
em quatro categorias:
É mais utilizado para conter fogo subterrâneo. Consiste em se limpar uma área
próxima à borda do fogo, de preferência com o uso de um arado, jogando-se a leiva para
o interior. A faixa deve ter em torno de 60 cm, e deve ser mantida limpa como no caso
anterior.
A profundidade de aradura deve ser suficiente para atingir o solo mineral.
As principais desvantagens do método são:
- devido à limpeza da linha de contenção, o excesso de confiança pode ocasionar
descuido à sua vigilância;
- deixa entre o bordo do fogo e o costado interior da linha de contenção uma faixa
de material combustível, que poderá contribuir para a persistência do fogo.
135
7.4. Método indireto
8. Plano de ataque
136
9. Referências bibliográficas
137
APÊNDICES
APÊNDICE A
Conversões
Estéreo -> Lenha - um estéreo de lenha seca de eucalipto é equivalente a 0,6 metro
cúbico de lenha.
Estéreo -> Carvão - dois estéreos de lenha seca de eucalipto produzem um metro cúbico
de carvão vegetal.
m3 de lenha -> m3 de carvão - 1,2 m3 de lenha seca de eucalipto produz 1 m3 de carvão.
Custos para exploração (US$) segundo MOREIRA (1993):
Eucalipto: (8 anos de idade, 350 m3.ha-1, corte raso)
1 - Corte com machado (3 m3 h-1 dia-1) 4,00/m3
Baldeio com caminhões, carga/desc. manual (10 m3.dia-1) 2,41/m3
Total 6,41/m3
2 - Corte com motosserra (3,4 m3 hora-1) 1,85/m3
Baldeio com trator + carreta + carga/desc.
mecanizada (8 t hora-1) 1,75/m3
Total 3,60/m3
3 - Corte com motosserra 1,85/m3
Baldeio com forwarder (20 m3 hora-1) 1,73/m3
Total 3,58/m3
BIBLIOGRAFIA
MOREIRA, M.F. O desenvolvimento da mecanização na exploração florestal sob a ótica
de custos. Madeira & Cia., v.1, n.3, p.18, 1993.
139
APÊNDICE B
140
APÊNDICE C
Com estes dados pode-se fazer o diagrama de dispersão (Figura 1C), onde se
observa a tendência de reta nas relações entre DAP e volume.
141
50
40
Volume (dm3)
30
20
10
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Diâmetro à Altura do Peito (cm)
A variação dos dados em relação a uma linha pode ser medida tomando-se a soma
dos quadrados dos desvios em relação àquela linha. Procura-se então encontrar um
traçado para tal linha que apresente a menor soma de quadrados dos desvios possível,
dos pontos a esta linha. Esse método é chamado de método dos quadrados mínimos.
Deste método deduz-se as fórmulas seguintes, com os respectivos resultados
baseados no exemplo do Quadro 1C:
∑X ∑Y (115)(320)
∑X Y −
i i
n
i i
3919 −
10
b= b= = 1,55
(∑ X i )2 1477 −
(115) 2
∑X 2
i
−
n 10
Resíduo n-2 SQ Re s = SQ T − SQ RL SQ Re s
QMRe s =
g.l.Re s
Total n-1 (∑ Y ) 2
SQ T = ∑ Yi −
2 i
142
Substituindo valores no quadro de análise de variância (Quadro 2C) tem-se os
resultados mostrados no Quadro 3C.
Quadro 3C - Resultados da análise de variância em função dos dodos do Quadro 1C
Causas de variação g.l. Soma de quadrados Quadrado médio F
Regressão linear 1 369,72 369,72 26,82
Resíduo 8 110,28 13,79
Total 9 480,00
143
APÊNDICE D
144
Figura 1D - Diagrama de representação do princípio de operação e construção da barra
de Biltmore para medição de diâmetro.
145
Deve-se padronizar uma distância do observador à árvore. Para uma única barra
pode-se utilizar escalas para quatro distâncias.
Posiciona-se a barra verticalmente, fazendo coincidir o ponto zero com a base da
arvore, e procede-se à leitura no ponto em que a imagem do topo da árvore ou qualquer
local desejado intercepta a barra. Da mesma forma que na barra para diâmetro, a leitura
será direta. A fórmula utilizada é a seguinte:
d = 63,5 * (H / D)
sendo d a distância na barra, necessária para se obter uma altura H da árvore,
estando o observador a uma distância padronizada D. A distância do braço do observador
pode ser alterada. É importante notar, entretanto, que tanto na barra de altura quanto na
de diâmetro, depois de utilizada uma distância de braço ou do observador à árvore para
construir o instrumento, estas medidas deverão ser respeitadas para os trabalhos de
campo.
No Quadro 2D observa-se um exemplo de cálculo da distância d, de acordo com
um braço de 62 cm, e uma distância D de 15 m.
Quadro 2D - Exemplo de cálculo das distâncias d da barra de Biltmore, e as alturas que
devem ser registrados sobre elas, considerando um comprimento de braço
de 62 cm e uma distância D de 15 m
D = 15 m D = 20 m
Altura (m) d (cm) Altura (m) d (cm)
5 20,7 5 15,5
5,5 22,7 5,5 17,1
6 24,8 6 18,6
6,5 26,9 6,5 20,2
7 28,9 7 21,7
7,5 31,0 7,5 23,3
. . . .
15 62,0 20 62,0
146
APÊNDICE E
INTRODUÇÃO
O período dos incentivos fiscais no setor florestal foi marcado, em essência, por
uma maioria de plantios com baixa produtividade, feitos em terras próprias, adquiridas a
baixo custo e com a utilização de grandes contingentes de trabalhadores assalariados
(Capitani et al., 1992). Nessa época, no Brasil, a atividade florestal estava tomando seus
primeiros rumos e, consequentemente, muito pouco se conhecia do comportamento
silvicultural das espécies e dos seus efeitos sobre o meio ambiente, o que certamente
induziu á ocorrência de uma série de equívocos na condução desses povoamentos
florestais (Silva, 1994).
Atualmente, o setor reflorestador encontra-se engajado no que se denomina
"novos modelos de plantios", tendo superado inúmeras técnicas hoje contestadas, tais
como: utilização intensiva da prática de queima dos restos vegetais na implantação e
reforma de talhões; plantios em áreas de veredas e em terrenos de forte inclinação;
utilização do traçado ortogonal no estabelecimento da malha viária e do talhonamento dos
projetos florestais; emprego massivo de cortes rasos, independentemente da situação
topográfica da área (Capitani et al., 1992 e Maia et al., 1992).
Essa evolução ambiental dos plantios florestais no Brasil, em que se enquadram
os reflorestamentos com o gênero Eucalyptus, segundo Siqueira Júnior (1992), pode ser
melhor compreendida, à medida que se reconhecem as técnicas que estão sendo
adotadas pela maioria das empresas florestais, tais como: implantação apenas em áreas
já exploradas, ou seja, em áreas degradadas, incorporando-as ao processo produtivo;
seleção criteriosa de germoplasma vegetal mais adaptado às condições locais, o que
minimiza a ocorrência de efeitos ambientais adversos; monitoramento continuo da
fertilidade e da capacidade produtiva do sítio, com a preocupação central na incorporação
de resíduos florestais sem a utilização da técnica de queima e revolvimento excessivo dos
solos; adoção de faixas de vegetação nativa como corredores de fauna nas áreas de
plantios.
Considerando o exposto, o objetivo do presente trabalho é evidenciar os
principais impactos ambientais da implantação de eucaliptais maduros, associados ás
áreas de vegetação nativa (reserva florestal legal, áreas de preservação permanente e
sub- bosques do plantio comercial), que também compõem o empreendimento florestal
das empresas. Neste sentido, serão enfocadas as funções ambientais que os projetos
florestais com eucalipto exercem, as quais transcendem em importância aos inerentes
impactos positivos ou negativos de uma atividade antrópica, que se caracteriza pelo uso
alternativo do solo.
FUNÇÕES AMBIENTAIS DE EUCALIPTAIS
Com base em literatura especializada, 19 funções ambientais de plantios de
eucaliptos são apresentadas a seguir:
147
Melhoria da qualidade do ar
É bastante reconhecida a função da vegetação e, principalmente, dos eucaliptais
na liberação de oxigênio para a atmosfera, durante o processo fotossintético. Portanto,
trata-se de uma função benéfica para todos os seres vivos que dependem desse
elemento para cumprirem seu ciclo vital.
Minimização do efeito estufa
Reconhece-se que os eucaliptais, enquanto grandes depósitos naturais de
carbono, podem-se somar a outras formas para aliviar o problema do efeito estufa (Silva,
1994), advindo do excesso de 115 bilhões de toneladas de carbono atmosférico. A
capacidade estimada de fixação de carbono, para espécies arbóreas de rápido
crescimento, é da ordem de 2,7 toneladas de carbono por hectare/ano (Salati, 1993).
Controle do efeito erosivo dos ventos
A utilização de eucaliptais como quebra-ventos é uma prática muito difundida,
principalmente em sistemas agroflorestais, a fim de minimizar os efeitos da erosão eólica
(Nair, 1985). Fernandes (1987) relata que o efeito de redução da velocidade do vento
para um agrupamento de árvores de altura H faz-se sentir a uma distância de 3 H, ante s
que o fluxo de vento atinja as árvores e de cerca de 20H, depois que passa por elas.
Redução dos níveis de poluição aérea
Todo tipo de vegetação, incluindo os eucaliptais, desempenha importante papel
na melhoria da qualidade do ar, pela absorção parcial ou total de gases poluentes (dióxido
de enxofre, dióxido de nitrogênio, ozônio etc.), bem como pela retenção de particulados
em sua pane aérea (Mohr, 1987 e Mather, 1990).
Redução da intensidade dos fenômenos erosivos
Os eucaliptais maduros proporcionam adequada proteção ao solo, notadamente
em regime de rotações mais longas e associados a sub-bosques bem desenvolvidos
(Hunter Júnior, 1990), minimizando-se, assim, os efeitos erosivos e protegendo a
fertilidade do solo.
Regularização de mananciais hidricos
Apesar de vários estudos, citados por Lima (1993), relatarem distúrbios no regime
hidrológico de bacias reflorestadas com espécies do gênero Eucalyptus, o mesmo autor
demonstra que os plantios maduros de eucalipto não apresentam efeitos hidrológicos
negativos. Agem, na verdade, regularizando a vazão dos mananciais hídricos,
exatamente por recobrirem efetivamente o solo, o que potencializa os fenômenos de
infiltração e percolação da água no perfil do terreno, em detrimento dos efeitos adversos
dos escorrimentos superficial e subsuperficial.
Melhoria da capacidade produtiva do sitio
Inegavelmente, os eucaliptais maduros têm a capacidade de reciclar do solo os
nutrientes das camadas mais profundas para as superficiais, mediante a ação das raízes
pivotantes. Essa fertilização das camadas superficiais ocorre pela deposição e posterior
mineralização do folhedo das árvores por parte da microbiota do solo.
148
produtividades e material homogêneo, minimizando, assim, a necessidade de explorar as
áreas nativas.
Estabilidade ecológica das áreas dos plantios
Por apresentarem sub-bosque geralmente diversificado, assume-se que os
eucaliptais apresentam a capacidade de garantir uma maior estabilidade ecológica ás
suas áreas de plantios, amplamente benéfica para a vida silvestre (Silva, 1994).
Manutenção da vida silvestre
Apesar do reconhecimento de que qualquer monocultura apresenta uma menor
biodiversidade, se comparada a ecossistemas nativos bem preservados, os eucaliptais
mostram-se em condições de abrigar muitas espécies animais silvestres, principalmente
pela função exercida pela vegetação de sub-bosque em termos de fonte de alimento,
abrigo e rei gio á fauna silvestre (Evans, 1982).
Proteçào aos ecossistemas aquáticos
Pelo fato de os eucaliptais maduros permitirem um recobrimento efetivo do solo,
minimizando, assim, os impactos decorrentes dos processos erosivos, com a
conseqüente diminuição da turbidez e do assoreamento dos mananciais hídricos,
identifica-se uma importante função ambiental desse tipo de plantio _junto aos
ecossistemas aquáticos (Silva, 1994).
Abrigo de parte da biodiversidade planetária
Os eucaliptais são depositários de uma pane da biodiversidade planetária, tendo
em vista suas áreas de vegetação nativa e sua flora típica de sub-bosque, as quais
abrigam espécies de interesse medicinal e até animais ameaçados de extinção (Maia et
al., 1992).
Utilização para fins recreacionistas
A utilização das florestas implantadas com Eucalyptus para propósitos
recreacionistas vem tomando vulto nos últimos tempos, tal como o Programa Pic-Nic na
Floresta, desenvolvido pela empresa Duratex no estado de São Paulo (Educação...,
1993). É um tipo de ação que deveria ser fomentada junto ao público urbano, o qual, por
via de regra, desconhece a importância ecológica dos eucaliptais implantados.
Melhoria do valor cênico da paisagem
É inegável que o recobrimento arbóreo, proporcionado por qualquer espécie do
gênero Eucalyptus, principalmente quando efetuado em áreas degradadas pela ação
humana, promove uma melhoria do valor cênico da paisagem, além dos benefícios já
explicitados sobre a conservação dos solos, a qualidade do ar, a fauna silvestre e os
mananciais hídricos (Silva, 1994).
Novas rendas rurais
O gênero Eucalyptus tem sido utilizado em sistemas agroflorestais, ou saia, em
consorciação racional com cultivos agrícolas e/ou pastagem (Capitani et al., 1992). Esta
situação implica o aumento da renda do setor rural, não só pela redução dos custos de
manutenção dos povoamentos, em razão da ocupação de suas entrelinhas com lavouras
ou pastagens por um determinado período, como também pela diversificação da produção
com a conseqüente redução de riscos para o empreendedor (Nair, 1985).
149
Recuperação de-áreas degradadas
Na atualidade, a expansão horizontal dos eucaliptais de empresas vem
ocorrendo, fundamentalmente, em áreas degradadas pela ação antrópica (Siqueira
Júnior, 199?). Isso induz à recuperação ambiental desses ambientes pelo recobrimento
arbóreo com a concomitante incorporação dessas áreas marginais ao processo produtivo.
Alternativa energética renovável
Pelo fato de os eucaliptais constituírem-se em importante fonte de energéticos
renováveis (lenha e carvão vegetal), fundamentais á sobrevivência de significativos
contingentes populacionais em todo o mundo, percebe-se a sua importância estratégica e
ecológica, esta última em função de reduzir a pressão sobre as áreas de vegetação nativa
(Silva, 1994).
Produção científica e tecnológica
Reconhece-se que os plantios de eucaliptos contribuíram para o enriquecimento
da pesquisa florestal em todo o mundo, principalmente pelo fato de ser a espécie florestal
mais plantada em várias partes do planeta. No caso do Brasil, é inegável o grande
acúmulo de conhecimentos científicos e tecnológicos desencadeados com a implantação
do gênero Eucalyptus em terras de empresas ou de produtores rurais, bem como na parte
de industrialização e beneficiamento da madeira e subprodutos.
Geração de novas divisas e garantia de produtos florestais
Esta função ambiental dos eucaliptais implantados no Brasil apresenta forte
conotação sócio-econômica, pois, à medida que os plantios mostraram-se capazes de
abastecer o mercado interno e com o excedente alcançaram o mercado internacional,
geraram-se novas divisas, com reflexos evidentes em vários fatores do meio antrópico.
Os setores brasileiros de papel e celulose podem ser utilizados como exemplo, pois
ocupam anualmente 4% da pauta de exportações brasileiras, á base de madeira de
Eucalyptus (Carvalho & Silva, 1992).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
150
APÊNDICE F
FIGLIOLIA, M.B. Colheita de sementes. In: Manual técnico de sementes florestais. São
Paulo: Instituto Florestal, 1995. P.1-12. (Instituto Florestal, Série Registros, 14)
151
152
153
154
155
APÊNDICE G
1. Eucalyptus camaldulensis
Conforme BOLAND et ali (1991) o Eucalyptus camaldulensis corresponde a urna
árvore de tamanho médio a grande, com uma copa estreita e com grande número de
galhos, em seu habitat natural, suportando um grande e contínuo crescimento dentro do
gênero Eucalyptus, pode-se considerar que o E. camaldulensis tem maior distribuição
geográfica. Geralmente encontrado associado a cursos d'água, mas não descartando a
possibilidade de encontra-lo em locais afastados de rios ou cursos d'água, preferindo
solos aluviais e arenosos.
Sua madeira é muito durável e é largamente utilizada para diversos fins. A
espécie è extensivamente plantada para outros objetivos que não sejam óleo essencial,
como: postes, moirões e energia.
Na área de Petford, Queensland, Austrália, constataram-se dois tipos químicos de
E. camaldulensis, tipo 1 rico em cineol (1,8-cineol correspondente a 38-48%) enquanto o
tipo 2 em sesquiterpenos, com biciclogermacreno em sua constituição.
O rendimento de óleo (baseado no peso verde) do tipo químico 1 é de 1,2-1,7%, e
do tipo químico 2 de 2,3%.
Quanto ao uso, o óleo do tipo químico 1 é embalado e usado principalmente para
fins medicinais.
2. Eucalyptus citriodora
Segundo SANTOS (1961), o E. citriodora pode ser considerado como uma das
espécies de maior importância econômica para o pais, dado a sua baixa susceptibilidade
às variações edafo-climáticas. Esta espécie, além de ser ótima produtora de óleo
essencial, tendo o citronelal como componente principal, produz também madeira de
excelente qualidade principalmente devido ao fator densidade; madeira esta, utilizada na
produção de carvão, moirões, dormentes, postes, lenha para energia e outros. É uma
planta de rápido desenvolvimento, resistente a cones seguidos, fornecendo subseqüentes
brotações.
De acordo com KIEFER (1986), como maiores produtores de óleo essencial de E.
citriodora temos o Brasil e a China Continental, sendo que no Brasil há cerca de 15
empresas entre médio e grande porte, com produção total estimada em 700 - 750
toneladas por ano, cuja maior produção provêm do estado de São Paulo.
GOLFARI & PINHEIRO (1970) destacam o E. citriodora, entre as diversas
espécies promissoras para as diferentes regiões do Brasil, como sendo uma das mais
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plásticas, em virtude das plantações existentes desde o Rio Grande do Sul até a região
Amazônica. Isso , com certeza , devido á espécie apresentar um sistema radicular
desenvolvido e profundo, o que toma possível explorar um grande volume de solo e retirar
a água e nutrientes suficientes para suprir suas necessidades, não tendo problema com
irregularidade na precipitação média anual, como ocorre em grande parte do Brasil.
Segundo BOLAND et al (1985), pode-se encontrar esta espécie em solos litólicos,
montanhosos e declivosos, e muito rasos. Em tais condições, o solo apresenta-se com
baixa capacidade de acumular umidade, mas possui razoável nível de fertilidade.
Contrariando ainda este comportamento, esta espécie pode ocorrer em locais com relevo
suave ondulado a plano, porém com boa fertilidade, assim como em regiões mais secas,
em baixadas, onde o solo é arenoso e pobre, porém solos bem drenados são preferidos.
Trabalhos de melhoramento do E. citriodora, realizados a partir de matrizes encontradas
no Horto Florestal Navarro de Andrade em Rio Claro-SP, permitiram através de trabalho
de mais de 20 anos e 5 gerações, a obtenção de 40 progênies selecionadas para a
produção de óleo essencial (DONALISIO, 1986). Este mesmo autor salienta, que culturas
não selecionadas de E. citriodora produzem em média, rendimentos da ordem de 1,o a
1,5 % de óleo essencial sobre peso de material vegetal verde; óleo com teor médio em
citronelal da ordem de 75%. As progênies selecionadas apresentam médias de
rendimento em óleo essencial entre 2,0 a 2,5 % com teores de citronelal superiores à
85%.
Segundo SANTOS (1961), para plantios destinados especialmente a exploração
de óleo essencial, o espaçamento recomendado é de 3 x 1,5m, por favorecer a expansão
lateral da copa, maior superfície exposta à luz e maior arejamento, além de favorecer a
mecanização dos tratos culturais, a exploração e transporte das folhas. Quanto á
exploração das folhas, pode-se iniciar a partir do primeiro ano de vida da planta, podendo-
se utilizar do cone total da planta a mais ou menos 40 cm do solo com posterior
desgalhamento da pane cortada, ou desrama artificial dos galhos laterais deixando
apenas uma pequena copa de ponteiro para dar continuidade ao desenvolvimento da
planta. No caso de se usar técnica de cone raso, só é viável o aproveitamento da
brotação até a 3< rotação. A desrama artificial deve ser aplicada até que a prática seja
economicamente viável, geralmente o ciclo é de 5 a 6 anos quando o manejo é para obter
folhas anualmente e lenha no final do ciclo (GALANTI, 1987).
Quando se utiliza a desrama, sem o cone do tronco, o período da mesma pode
variar de 6 meses a 1,5 ano, dependendo das condições edafo-climáticas em que se
encontra o plantio. Dessa forma a massa foliar obtida a cada colheita é de
aproximadamente 3 kg por árvore.
Hoje muitas empresas utilizam do cone raso, aproveitando toda a folhagem da
copa, sendo o cone efetuado a uma altura de 40 a 60 cm de altura, utilizando de no
máximo 3 rotações de 1 ano cada.
Uma grande vantagem do E. citriodora, além da produção de óleo essencial, é a
sua utilização para produção de carvão vegetal, para emprego na siderurgia. Apesar de
ainda hoje o carvão vegetal ser na maior parte, proveniente de madeira de E. grandis,
espécie de rápido crescimento, com pouca resistência mecânica, limitando assim o
manuseio e a carga no alto forno, atividade que provoca grande produção de finos,
levando assim, a acreditar ainda mais na prosperidade do carvão vegetal do E. citriodora,
o qual é mais denso e menos fiável, permitindo cargas maiores nos alto tomo. Além
disso, aproveitando de sua densidade o mesmo pode ser usado em substituição às
madeiras de lei na fabricação de dormentes, aumentando, em conseqüência desses
incentivos a produção de óleo essencial no país.
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3. Eucalyptus globulus
Segundo BOLAND et al (1991), o Eucalyptus globulus é uma espécie que pode
chegar a 70m de altura em sua região de origem, com uma copa longa e aberta. Embora
se estabeleça principalmente na Tasmânia, podemos encontra-lo ocorrendo também no
Sul de Victoria.
Esta espécie apresentam maior produtividade em locais úmidos, principalmente
fundo de vales; porém pode ser encontrado em locais de solo pobre e arenoso próximo ao
litoral. Sua madeira ofierece boa resistência mecânica e é moderadamente durável, para
construções que exigem grandes esforços. O E. globulus é intensamente plantado na
Península Ibérica, Província de Yunnam, na China e Chile, para produção de madeira e
óleo essencial.
Seu principal componente é o cineol (1,8-cineol correspondente a 61-69%). Este
componente é acompanhado por significantes quantidades de monoterpenos
hidrocarbonados, α-pineno, limoneno e ρ-cimeno.
O rendimento do óleo da amostra de Victoria (baseado no peso verde)é de 1,4 -
2,4%; e da amostra da Tasmânia (baseado no peso seco) 4,6% na forma juvenil e 3,8%
na forma adulta. Após sua correção, o óleo pode ser usado como óleo medicinal.
4. Eucalyptus staigerana
Segundo BOLAND et ali (1991), o E. staigerana é uma espécie de porte médio,
com uma copa esparsa e estreita, porém quando ocorre isolado pode apresentar uma
copa ampla e alta. Ele se desenvolve em zonas de clima quente e sub-úmido, e na
maioria das vezes em solos pobres e livremente drenados.
Podemos encontra-la em florestas abertas de folhosas, esparsadamente em sub-
bosque. O E. staigerana é caracterizada pela liberação de sua essência com odor de
limão.
O óleo essencial obtido do E. staigerana é quase exclusivamente
monoterpenóide, e seus principais hidrocarbonetos são α-pineno (1 - 2%), mirceno (1%),
α-felandreno (3 - 8%), etc.
O rendimento do óleo (baseado no seu peso verde) é de 2,9 - 3,4%, e tem sido
usado em produção de perfumarias.
5. Eucalyptus tereticornis
Conforme BOLAND et al (1991), o E. tereticornis tem ampla distribuição
geográfica, ocorrendo nas mais diversas condições climáticas, e principalmente em
formações florestais abertas junto a inúmeras outras espécies de Eucalyptus Podemos
encontra-lo com freqüência nas proximidades de rios, locais planos ou encostas de
morros, e em solos aluviais arenosos. Apresenta uma madeira forte e durável.
O óleo essencial do E. tereticornis é de caráter monoterpenóide, composto
essencialmente por cineol (1,8-cineol) a 0,1 -33%, limoneno (4 - 19%), β-pineno (0,1 -
18%) e α-pineno (1 - 27%).
O rendimento de seu óleo (baseado no peso verde) é de 0,9 -1,4%.
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Referências bibliográficas
BOLAND, D.J.; BROOKER, M.I.H.; CHIPPENDALE, G.M.; HALL, N.; HYLAND, B.P.M.;
JOHNSTON, R.D.; KElNlG, D.A.; TURNER, J.D. Forest trees of Australia. Melbourne:
CSIRO, 1985. 687p,
BOLAND, D.J.; BROPHY, J.J.; HOUSE, A.P.N. Eucalyptus leaf oils: use, chemistry,
destillation and marketing. Melbourne: Inkata Press, 1991. 252p.
DONALISIO, M.G.R. Pesquisas sobre plantas aromáticas no Instituto Agronômico de
Campinas. In: SIMPOSIO DE ÓLEOS ESSENCIAIS, São Paulo, 1986. Anais... São
Paulo, Fundação Cargill, 1986. p. 11-14.
GALANTI, S. Produção de óleo essencial do Eucalyptus citriodora Hoecher, no
município de torrinha, estado de São Paulo. Viçosa: UFV, 1987. 50 p. (Monografia).
GOLFARI, L.; PINHEIRO, F.A. Escolha de espécies de eucalipto potencialmente aptas
para diferentes regiões do Brasil. Brasil Florestal, v.1, n.3, p. 17-38, 1970.
KIEFER, H. Exploração de plantas aromáticas e óleos essenciais. ln: SIMPÓSIO DE
ÓLEOS ESSENCIAIS, 1986, São Paulo. Anais... São Paulo, Fundação Cargill, 1986.
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SANTOS, S.R.; LABATE, G.; SILVA, A.C.M. Considerações sobre a produção de óleo
essenciais do E. cilriodora Hook no estado de São Paulo. São Paulo, APPA, 1961.
14p. (Boletim APPA).
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