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A Arte de Fazer
Mudanças

Campo Mourão - 2008


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................... 03

COMO DESENVOLVER A CRIATIVIDADE.................................................................. 03

TIPOS DE CRIATIVIDADE............................................................................................ 04

PRINCÍPIOS DO CONTINUÍSMO................................................................................. 04

O PENSAMENTO LÓGICO E O PENSAMENTO LATERAL......................................... 05

MOVIMENTO................................................................................................................. 06

PROVOCAÇÕES (PO)................................................................................................... 06

ESTIMULANDO A CRIATIVIDADE DE OUTRAS PESSOAS........................................ 07

EXERCITANDO SUA MENTE PARA A CRIATIVIDADE............................................... 08

ANEXO I – FRASES ASSASSINAS .............................................................................. 09

ANEXO II – O CARRINHO............................................................................................. 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 12
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INTRODUÇÃO
Ao longo dos últimos anos as empresas se envolveram em três grandes jogos. Houve o
jogo de reestruturação, que incluiu aquisições, fusões, separações e assim por diante.
Depois veio o corte de custos, um jogo que ainda ocorre em muitas organizações, uma
vez que esse caminho não é tão complicado - reduzindo custos, os balanços ficam muito
melhor - os objetivos são claros e os resultados podem ser medidos. É também um
caminho “certo” pois os lucros realmente aumentam. Mas chega o momento em que a
gordura se acaba e novos cortes acabam removendo músculos.
O jogo mais recente é a busca pela qualidade de produtos e serviços, o que levou as
empresas a perceberem que o envolvimento de seus colaboradores é essencial para o
crescimento e para a permanência de uma organização no mercado. Esse jogo busca
alternativas diferentes e inovação, busca surpreender o cliente e solucionar problemas
sem aumentar custos. Busca conciliar a lucratividade com o bem estar de seus
colaboradores. Para isso, utiliza muito o pensamento criativo.
Por outro lado, o ensino formal pouco faz para desenvolver a habilidade do pensamento
criativo. Muitos ainda presumem que a criatividade pertence ao mundo da arte e, pior
ainda, que é uma questão de talento e não pode ser desenvolvida. Para uma sociedade
que não se reconhece como participativa no processo de mudança, isso basta e pouco se
cobra para que esse cenário mude.
Além disso, depois de gerada, toda idéia precisa ser lógica, precisa fazer sentido e ser
compreendida por todos para ser colocada em prática, ou será só uma “idéia maluca”. Por
isso, muita gente acabou acreditando que as boas idéias deveriam ser atingidas através
da lógica e assim a criatividade seria desnecessária. Muitos ainda pensam assim, mas
existe um grupo cada vez maior de pessoas, presentes em todas as áreas, que já
compreenderam que o futuro exige a construção de novos valores, a busca de novas
alternativas, de novas formas de pensar e de lidar com os desafios. E para trilhar esse
novo caminho, é preciso Criatividade.
Edward de Bono é, reconhecidamente, um dos autores que mais tem se dedicado a
transformar a criatividade numa ferramenta acessível a todas as pessoas, e a maioria dos
conceitos aqui apresentados foram tirados de seus livros: “Criatividade Levada a Sério” e
Sistema Criativo P.O.

COMO DESENVOLVER A CRIATIVIDADE


Durante muito tempo acreditou-se que a criatividade era um dom de alguns privilegiados
e que pouco poderia ser feito para desenvolvê-la. Hoje, alguns autores afirmam que nada
é criado a partir do nada – até mesmo as manifestações da arte estão inseridas num
contexto, numa tradição, numa realidade pré-existente. Sendo assim, o processo criativo
consiste, na verdade, em olhar o velho com olhos novos, como se fosse a primeira vez e
essa habilidade pode ser desenvolvida a partir de técnicas que nos permitem descobrir,
explorar e avaliar novas idéias e possibilidades.
Quando usamos a criatividade na solução de problemas observamos que:
 Soluções precipitadas são evitadas e várias hipóteses para a causa são consideradas.
 As pessoas aprendem a buscar alternativas e não a resposta certa.
 Os aspectos negativos são considerados para aprimorar a idéia e não para destruí-la
 As pessoas não se prendem a defender pontos de vista e se abrem para o diferente.
 As pessoas aprendem a lidar com as incertezas, ficam mais seguras e preparadas
para novas mudanças.
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TIPOS DE CRIATIVIDADE
A compreensão dos diferentes tipos de criatividade nos ajuda a utilizar melhor o potencial
criativo presente em cada um, lembrando que existe sempre a possibilidade de
sobreposição dos diferentes tipos nas mesmas pessoas e nas mesmas situações.
 Criatividade da Inocência: aparece quando alguém, por desconhecer os métodos
tradicionais de lidar com uma situação, acaba criando algo novo, às vezes até mais
interessante do que da maneira anterior.
 Criatividade da Experiência: vem da pessoa (especialista) que conhece muito bem
um processo ou situação a ponto de perceber pontos de melhoria que passariam
desapercebidos a observadores mais distantes.
 Criatividade Lúdica: aparece através das pessoas alegres e extrovertidas, que
gostam de brincar e fantasiar. Sem se preocupar se as idéias serão ou não colocadas
em prática, elas se sentem livres para criar e expressar suas idéias.
 Criatividade Obsessiva: surge em pessoas muito determinadas e motivadas para
descobrir algo ou para resolver um problema. Elas perseguem a solução a todo custo
e não se conformam com fracassos. Quando bem direcionado, esse tipo de
criatividade acaba sempre encontrando uma solução.
 Criatividade Inovadora: é fundamental nos dias de hoje, porque busca
constantemente as modificações ou melhorias. É a criatividade das pequenas coisas.
 Criatividade da Percepção: aparece quando alguém presta atenção detalhada ao
processo atual e não deixa passar nenhum indício de mudança ou possibilidade de
melhoria.

PRINCÍPIOS DO CONTINUÍSMO
São atitudes e procedimentos aos quais estamos muito apegados, o que nos leva a deixar
de criar e de perceber situações de forma mais ampla e completa. Os tipos de
continuísmo mais comuns são:
 Negligência: refere-se àquela mania de apenas olhar para os problemas depois
deles provocarem conseqüências graves. Não perceber a insatisfação de um
colaborador é negligência; não perceber que o sistema de produção poderia ser
melhorado é negligência; não se preparar para o futuro é negligência.
 Seqüência: são procedimentos, normas e acessórios de produtos que, apesar de
terem sido válidos e importantes um dia, não têm mais razão de continuar existindo.
São como relatórios que nunca são lidos ou como os táxis em Londres, que são altos
para dar espaço às cartolas de seus clientes, mesmo que ninguém mais use cartolas.
 Dependência: quando o desenvolvimento de produtos ou a criação de procedimentos
ficam dependentes de fatores ou instituições que, ao invés de contribuir, atravancam o
processo. Um grande exemplo vem da indústria automobilística americana, que teve
que adiar o lançamento de automóveis de pequeno porte porque os revendedores
não os aceitavam, por gerarem lucros menores.
 Complacência: aparece quando as pessoas se acomodam e se submetem a
determinadas situações ou valores, evitando se esforçar para que as mudanças e
inovações sejam feitas. Alguns valores bastante comuns são os do tipo: “o chefe não
vai gostar”, “é contra a cultura da empresa”, “o mercado não está preparado”, “neste
país não vai dar certo”, “nem vale a pena tentar”.
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O PENSAMENTO LÓGICO E O PENSAMENTO LATERAL


O Pensamento Lógico é aquele a que estamos mais habituados e estimulado nas escolas
principalmente através da Matemática. É certo e faz sentido em todos os estágios, dando
segurança ao pensador. Por outro lado, o Pensamento Lateral é aquele que sai da trilha
da lógica, passa pelo absurdo e volta para ela enriquecido com idéias fora do comum.
Pensar lateralmente é abandonar a postura passiva que fica à espera da criatividade, indo
ao seu encontro. É fazer provocações tirar nossos pensamentos da realidade tradicional,
levando-nos a imaginar novas possibilidades e estimulando a criação de novas idéias.

Pensamento Lógico Pensamento Lateral

 É convergente: considera a resposta  É divergente: considera várias hipóteses


certa para cada questionamento. a partir de uma mesma situação.

Pensamento Convergente Pensamento Divergente

 É seletivo: julga e estabelece relações  É multiplicador: sai de relações evidentes


 Procura provas e respostas.  Procura perguntas incomuns, alternativas
 Preocupa-se com a estabilidade e a  Preocupa-se com as mudanças e o
segurança. movimento.
 Utiliza o sim e o não, o certo e errado  Ignora o sim e não; não se preocupa com
e seleciona eliminando o errado. certo e errado, mas sim com o bom.
 É analítico: alimenta-se com as  É provocativo: usa as informações para
informações. criar novas idéias.
 Quer saber a origem das idéias.  Quer saber onde a idéia vai dar.
 Quer saber o que está errado na idéia,  Quer saber o que há de bom na idéia
para eliminá-la. para melhorá-la e aproveitá-la.
 Quer descrever o que aconteceu.  Quer que alguma coisa aconteça.
 Quer estabelecer continuidade: a  Não liga para continuidade: aproveita
conclusão vem depois da evidência. oportunidades para criar novos padrões.
 Só utiliza o que é relevante.  Aproveita dados irrelevantes que podem
ser provocativos.
 Segue a trilha do óbvio.  Sai da trilha do óbvio.
 Garante um resultado.  Pode ter de nenhum a infinitos resultados
 É necessário durante 95% do nosso  É necessário durante 5% do nosso tempo
tempo.
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MOVIMENTO
O movimento é parte integrante do pensamento lateral e consiste numa ação específica e
deliberada de trabalhar uma idéia absurda ou inadequada e transformá-la numa idéia
viável, realizável e útil. O objetivo do movimento é verificar o que pode ser aproveitado em
uma idéia se ela for modificada. Existem 4 técnicas para se obter MOVIMENTO partindo
de uma idéia absurda, a que vamos chamar de “provocação”:
1. Momento a Momento: consiste em imaginar a provocação sendo posta em ação,
visualizando o que aconteceria “momento a momento”. Não interessa o resultado final,
mas somente o que acontece momento a momento. É como se assistíssemos a um
vídeo quadro a quadro, observando detalhadamente o que está acontecendo. A partir
dessa observação procuramos desenvolver conceitos ou idéias que possam ser úteis.
2. Extração de um Princípio: consiste em olhar e extrair alguma coisa da provocação.
Aquilo a ser extraído pode ser um “princípio”, um “conceito”, uma “característica” ou
um “aspecto”. O importante é que algo seja tirado da provocação para ser trabalhado
e, a partir daí, todo o resto é completamente ignorado. Procuramos então montar uma
idéia viável ao redor desse princípio ou aspecto extraído.
3. Realce da Diferença: comparar a provocação com a maneira atual de se fazer às
coisas e procurar todos os pontos de diferença, estudando-os percebendo se eles nos
conduzem a uma nova idéia interessante. Mesmo que a provocação pareça ser muito
semelhante ao que já está sendo feito, com esforço podemos realçar pequenas
diferenças que podem ser exploradas.
4. Aspectos Positivos: sendo a mais simples das técnicas de movimento, consiste em
procurar os benefícios ou aspectos positivos da provocação. Não se trata dos
benefícios que poderão vir depois, com os resultados da idéia, mas sim daqueles que
já estão presentes na provocação. Procuramos então chegar com esses benefícios a
uma nova idéia.

PROVOCAÇÕES (PO)
A provocação é uma idéia maluca que funciona como um instrumento para boas idéias,
levando o pensamento para além dos padrões normais. A PROVOCAÇÃO é o que nos
tira da trilha da lógica, assim como o MOVIMENTO nos conduz de volta, do absurdo para
o palpável, para o viável.
Podemos chegar a uma provocação através da técnica do PO que apresenta idéias que
vão desde o “talvez” até o “impossível”. O importante é ter em mente que as provocações
precisam realmente estar fora do pensamento lógico e uma provocação que já sugere um
resultado final ao pensador, não vai trazer respostas realmente originais e inovadoras.
Mas também é sempre bom lembrar que as provocações são válidas apenas num estágio
do pensamento lateral e em algum momento, serão abandonadas.
As provocações podem surgir do nada ou podem ser realmente estimuladas ou
provocadas e mesmo aquelas que acontecem por acaso, por acidente ou por engano
podem mudar e ampliar nosso pensamento.
Quando alguém diz uma coisa com a qual você não concorda, você pode apenas julgar e
discordar da observação (e esse pode ser o fim dela) ou então pode tratá-la como uma
provocação. Mesmo que o autor da observação não saiba nada sobre o processo
provocativo, a escolha é inteiramente sua. Na prática, é difícil tratar como provocações
idéias que sabemos serem impraticáveis e das quais não gostamos. Mesmo assim,
devemos estar preparados para reconhecer o valor em cada oportunidade.
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Existem algumas técnicas para se obter provocações e entre elas podemos destacar:
1. Exclusão: consiste em excluir algumas características óbvias e indispensáveis do
objeto ou da situação com a qual estamos lidando.
2. Alavanca ou Atalho: são modificações que podemos fazer no objeto ou situações
com a qual estamos trabalhando, que levarão a novas idéias. Os tipos de alavancas
mais utilizadas são:
a. Inversão: consiste em olhar para a direção usual em que um processo acontece e
seguir na direção oposta, ou seja: de trás para frente, de dentro para fora, de
cabeça para baixo etc.
b. Exagero: está diretamente relacionada a dimensões ou medições: números,
tamanho, peso, temperatura, volume, freqüência, duração e assim por diante.
Existe um intervalo considerado normal e exagerar significa ficar muito fora desse
intervalo, seja para cima ou para baixo.
c. Distorção: se considerarmos que toda situação tem aquilo que pode ser
considerado como um curso normal das relações entre as partes envolvidas, a
distorção consiste em mudar esses arranjos. Se houver apenas duas partes
envolvidas, essa alavanca se aproxima bastante da inversão.
d. Devaneio: consiste em usar aquilo que gostaríamos que acontecesse como uma
provocação, por mais absurda que possa parecer. É um sonho, uma fantasia.
e. Absurdo: consiste em inserir propositalmente uma idéia totalmente absurda na
proposta inicial.
3. Estímulo Aleatório: ocorre quando utilizamos uma palavra ou uma imagem escolhida
aleatoriamente ao nosso objeto ou situação. Por mais absurda que possa parecer
essa associação, ela ajuda nosso cérebro a seguir uma seqüência de pensamentos
diferente daquela que estamos repetindo e que sempre nos leva às mesmas idéias.

ESTIMULANDO A CRIATIVIDADE DE OUTRAS PESSOAS


Para estimular a criatividade de alguém, primeiramente é preciso criar um ambiente em
que novas idéias sejam sempre acolhidas e consideradas, mesmo que tenham que ser
lapidadas ou modificadas posteriormente. Além disso, algumas atitudes e posturas por
parte de um líder podem contribuir:
 Direcionar: pedir para um colaborador trazer idéias é muito vago, mas expor um
problema ou os benefícios que se busca com uma determinada mudança, pode ajudá-
lo a encontrar respostas e soluções criativas. Ensinar sua equipe a usar o pensamento
lateral também pode ser uma forma de direcionamento.
 Desafiar: incentive as pessoas a trazerem sempre mais de uma alternativa para
resolver o mesmo problema. Através do desafio é que as pessoas adquirem mais
confiança em si mesmas e no processo criativo.
 Descontrair: a geração de idéias é um processo lúdico e engraçado e acontece com
freqüência em momentos de descontração. Também é possível criar um clima mais
descontraído, dando permissão para a ousadia e a brincadeira, através de um jogo ou
aquecimento, antes de uma reunião para gerar novas idéias.
 Diversidade: respeite e incentive o respeito pela diversidade individual. Não só a
diversidade de cor, sexo, ideologia e cultura, mas principalmente a diversidade de
idéias e pontos de vista.
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EXERCITANDO SUA MENTE PARA A CRIATIVIDADE


Suas habilidades de raciocínio podem ser estimuladas a partir de exercícios rápidos e
atitudes que podem ser incorporadas ao seu cotidiano, trazendo como benefícios maior
facilidade na geração de idéias, percepção mais ampliada das situações, maior
capacidade de acolher e respeitar as diferenças, mais agilidade na administração de
imprevistos.

Dicas:
 Pense lateralmente pelo menos durante 5 minutos por dia. Saia da trilha habitual e use
as provocações (PO).
 Exercite o princípio do movimento antes de rejeitar uma idéia ou situação: analise seus
princípios, o que ela tem de bom, o que ela tem de diferente e o que você pode tirar
dela. Mesmo que você abandone essa idéia, você poderá perceber algo que seja útil.
 Procure melhorar tudo: máquinas, situações, idéias e percepções... Se algo for ruim ou
negativo não creia que não possa ser solucionado. Se algo já é bom, não creia que já
alcançou seu último estágio da perfeição. Tudo pode ser melhorado.
 A mente é como um pára-quedas: só funciona quando está aberta. Veja em toda parte
uma fonte para novas idéias. Deixe sua mente voar livremente de uma idéia para
outra. Esteja aberto às experiências e estímulos de todo o tipo.
 “Xerete” problemas. Descubra coisas erradas ou inadequadas; ouça as queixas das
pessoas; tome notas da sua própria insatisfação com relação a coisas ou situações.
Desenvolva uma atitude positiva de “insatisfação constante”.
 Aprenda a brincar com as idéias e desenvolva a capacidade de afastar-se um pouco
do problema e pensar nele com a ingenuidade e pureza de uma criança.
 Tenha um bloco de notas sempre com você. As idéias são fugazes e podem escapar
tão repentinamente quanto chegaram. Se você sempre anotá-las, além de você não
perder boas idéias, esse hábito desenvolve sua capacidade criativa.
 Relaxe sua mente. Ao fim de um dia de trabalho deixe sua mente divagar, tome um
banho, ouça música relaxante... Ou após uma boa noite de sono, acorde uma hora
mais cedo, faça uma caminhada, medite.
 Quando perceber que está preso a uma só alternativa, deixe o problema de lado por
algum tempo e só mais tarde, depois desse descanso, trabalhe nele novamente.
Trabalhe em dois projetos alternadamente - muitas vezes, enquanto você estiver
trabalhando em um deles, surgirá uma idéia para o outro.
 Descubra formas de mudar seus pontos de vista.
 O humor é criativo, inovador e provoca uma quebra no pensamento lógico, levando-o
de encontro ao pensamento lateral.
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ANEXO I - FRASES ASSASSINAS

Mate uma idéia com uma dessas reações::

01-Isso não me entusiasma 34-Ninguém vai dar bola pra 69-Todo mundo vai dizer que
nem um pouco. isso. somos uns idiotas.
02- Ninguém vai comprar isso! 35-Fica melhor assim, quer 70-Todo mundo vai dizer que
03-A gente já tentou isso ver? somos uns apressadinhos.
antes e não funcionou. 36-Desculpe mas isso é uma 71-O que o público vai dizer?
04-Isso não se adapta ao droga. 72-Vamos ver isto no próximo
nosso sistema. 37-Argh! mês.
05-E que é que vai fazer? 38-O que isso soluciona, cria 73-Estão falando nisso há
06-Essa “merda” vai custar de problemas. anos.
uma grana. 39-(Riso). 74-Não vai vender...
07-O diretor não vai gostar. 40-(Silêncio). 75-Não vai funcionar...
08-Não está de acordo com 41-Essa não é sua função. 76-Não vai emplacar...
os nossos padrões. 42-Isso não é trabalho seu. 77-Vai passar em branco...
09-Nós estamos preparados 43-Isso não está de acordo 78-Vai pisar no calo de muita
para fazer isso? com o jeito que a gente faz gente.
10-Pelo amor de Deus! as coisas aqui. 79-O que é que os homens
11-No duro mesmo você não 44-Eu já ouvi esta história vão dizer.
quer dizer isso! antes. 80-Deixe-me brincar de
12-Não se mexe em time que 45-Vamos formar um grupo de advogado do diabo.
está ganhando. trabalho para estudar esse 81-As feministas vão cair
13-Ah, mas o computador não assunto. matando...
vai conseguir processar. 46-Vamos fazer uma 82-Obviamente, você
14-Isso não faz parte de pesquisa. interpretou mal o pedido.
nossa imagem. 47-Semana que vem a gente 83-Você pensou nisso a
15-Não é do nosso jeito. fala disso. fundo?
16-É simples demais. 48-Isso só vai trazer pepinos. 84-Nós precisamos de alguma
17-É complicado demais. 49-De onde é que você tirou coisa mais excitante.
18-Mas até que ponto isso é isso. 85-Você realmente acha que
válido. 50-Os homens não vão deixar. funciona?
19-Não vai dar tempo de 51-Por mim tudo bem, Mas.... 86-Ninguém vai entender
fazer. 52-Humm.... sobre o que você está
20-O que é que o pessoal vai 53-Humm? falando.
dizer? 54-Ah, realmente 87-Ninguém vai saber de
21-Não é a nossa. 55-Ah, eu pensei que você onde você tirou essa.
22-A gente está fosse dizer outra coisa 88-Este é um assunto para
encompridando demais. 56-Deixe comigo, eu vou outra reunião.
23-O último que apareceu estudar isso. 89-Papo furado...
com esta idéia não está 57-Lembre-se que o nosso 90-Pô, outra vez!
mais aqui. cliente é muito careta. 91-Isso resolve apenas uma
24-Boa idéia, mas implica em 58-Isso vai mudar com a parte do problema.
alguns custos. nossa imagem. 92-Desse jeito nós vamos
25-Isso é uma bobagem! 59-Não é factível e pronto. ficar na “merda”.
26-O que é que isso tem de 60-Vamos ser realistas. 93-Porque “esquentar” com
novo? E daí? 61-Isso não é do meu isso?
27-Espere só até a gente ver departamento. 94-Tente outra vez. O
quanto custa. 62-Não vem que não tem... caminho é esse mas...
28-A gente nunca fez nada 63-Tá fora de questão e ponto 95-É mas esse é o outro lado
igual a isso. final. da história.
29-Alguém já fez alguma 64-Não bagunce o coreto. 96-Isso é muito tentador,
coisa igual ou não? 65-Vamos lá, fale sério. mas...
30-Você sabe que a gente tá 66-Você está realmente 97-Isso é muito interessante,
numa bruta recessão, pô! propondo isto? mas...
31-De cara, eu não gosto. 67-Grande idéia – mas não 98-Isso é realmente
32-Você deve estar brincando. para nós. fantástico, mas...
33-Eu ligo pra você depois, tá! 68-Eu tenho uma idéia melhor. 99- Tá, mas...
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ANEXO II – O CARRINHO
Ganhei um carrinho de presente. Coloquei-o sobre a minha mesa de trabalho. Olho para
ele quando escrevo os pensamentos que ele me faz pensar. A caneta, o grampeador, a
lâmpada, a cadeira, objetos à minha volta: eu os uso automaticamente; eles não me
fazem pensar. É que eles estão ligados ao meu corpo, mas não à minha alma. Mas o
carrinho é diferente.
Bastou que eu visse a primeira vez para sentir uma emoção, um movimento na alma. Eu
o reconheci como morador do mundo das minhas memórias. Ele me fez lembrar e sonhar.
Fez cócegas no meu pensamento. Meu pensamento começou a voar. O que eu vejo nele
não é nada comparado àquilo que ele me faz imaginar. Sonho. Os teólogos medievais
diziam que o sacramento é um sinal visível de uma graça invisível. O carrinho é um
sacramento: sinal visível de uma felicidade adormecida, esquecida. Volto ao mundo da
minha infância.
Uma lata de sardinha. A tampa foi dobrada inteligentemente, e assim se produziu a
capota. As rodas foram feitas de uma sandália havaiana que não se prestava mais a ser
usada. Os eixos, dois galhinhos de arbusto. E ei-lo pronto! Um carrinho, construído com
imaginação e objetos imprestáveis.
Fosse um carrinho comprado em loja, e eu nada pensaria. Seria como meu lápis, o meu
grampeador, a minha lâmpada, a minha cadeira. Mas basta olhar para o carrinho para eu
ver o menino que o fez, menino que nunca vi, menino que sempre morou em mim. Fico
até poeta: faço um pequeno verso
Uma lata vazia de sardinha,
Uma sandália havaiana abandonada,
Um menino guia seu automóvel...
Os entendidos dirão que o verso está errado. De fato, não sei fazer versos. Sou igual ao
menino que não sabia fazer automóveis mas a despeito disso os fazia. Meu verso se
parece com o carrinho de lata de sardinha e de rodas de sandálias havaianas.
Sei que o menino é pobre. Se fosse rico teria pedido ao pai, que lhe teria comprado um
brinquedo importado. Dinheiro é um objeto que só dá pensamentos de comprar. A riqueza,
com freqüência, não faz bem ao pensamento. Mas a pobreza faz sonhar e inventar.
Carrinho de pobre tem de ser parido. A professora – se é que ele vai à escola – deve ter
notado que ele estava distraído, ausente e olhando o vazio fora da janela. Falou alto para
chamar a sua atenção. Inutilmente. Ela não percebeu que distração é atração por um
outro mundo. Se os professores entrassem nos mundos que existem na distração dos
seus alunos eles ensinariam melhor. Tornar-se-iam companheiros de sonho e invenção.
Penso que o menino devia andar lá pela favela, olhos atentos, procurando algo, sem
saber direito o quê. Até que deram com a lata de sardinha jogada no lixo. Foi um
momento de iluminação. A lata de sardinha virou uma outra coisa. O menino virou poeta,
entrou no mundo das metáforas: isto é aquilo. Ele disse: “Esta lata de sardinha é o meu
carro...” Fez aquilo que o mestre Jesus fez, ao tomar o pão e dizer que o pão era seu
corpo”. E a lata de sardinha ganhou um outro nome, virou outra coisa. O menino, sem
saber executou uma transformação mágica. Todo ato de criança é magia. O menino
dobrou a tampa e sentou ao volante.
Faltavam as rodas. Pensei que muitas vezes me defrontei com problema semelhante,
quando menino. Mas na minha infância a solução já estava dada. O leite vinha em
garrafas bojudas de boca larga, que eram fechadas com tampas metálicas semelhantes
às tampinhas de cervejas, só que muito maiores. Era só pegar as tampas, e o problema
estava resolvido. Mas os tempos são outros. O menino teria de fazer suas rodas, se
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quisesse andar de automóvel. Se tivesse uma serra tico-tico poderia fazer rodinhas de um
pedaço de compensado abandonado. Mas é certo que tal ferramenta ele não tinha. Pois
se tivesse, teria feito. Suas ferramentas: uma faca, subtraída da cozinha, um prego para
fazer os buracos, e uma pedra, à guisa de martelo. O material deveria ser dócil às
ferramentas que possuía. Seria fácil fazer rodas de papelão. Mas as rodas de desfariam,
depois de passar pela primeira poça de água. Seus olhos e pensamentos procuram. E
aquilo que calçara pés se transformou em calçado de automóvel. Quatro buracos na lata
de sardinha, dois galhinhos de árvores e ei-lo pronto: o carrinho!
O menino sabia pensar. Pensava bem, concentrado. É sempre assim. Quando o sonho é
forte, o pensamento vem. O amor é o pai da inteligência. Mas sem amor todo o
conhecimento permanece adormecido, inerte e impotente.
O menino e o seu carrinho resumem tudo o que penso sobre a educação. As escolas:
imensas oficinas, ferramentas de todos os tipos, capazes dos maiores milagres. Mas de
nada valem para aqueles que não sabem sonhar. Os profissionais da educação pensam
que o problema da educação se resolverá com a melhoria das oficinas: mais verbas, mais
artefatos técnicos, mais computadores (Ah! O fascínio dos computadores!).
Não percebem que não é aí que o pensamento nasce. O nascimento do pensamento é
igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há
de ser depositada no ventre vazio. É a semente do pensamento e o sonho. Por isto os
educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser
especialistas em Amor: intérpretes de sonhos.

*ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo: Ars Poetica, 1994. P.97 - 102
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. São Paulo: Ars Poética, 1994.

BONO, Edward de. Criatividade Levada a Sério. São Paulo: Pioneira,1994.

BONO, Edward de. O Sistema Criativo PO. São Paulo: Vértice, 1972.

BONO, Edward de. Seis Chapéus. São Paulo: Vértice, 1985

CHUNG, Tom. A qualidade Começa em Mim. São Paulo, Vozes, 1995

GAWAIN, Shakti. Visualização Criativa. São Paulo: Pensamento, 1978

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