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JOGOS NAS AULAS DE MATEMÁTICA DO 2º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL: COMPARTILHANDO EXPERIÊNCIA DA FORMAÇÃO

Tatiana Carvalho Dornelles Chenchi (A) – EMEB Profa. Angelina Dagnone de Melo
(tatiana.dornelles@gmail.com)
Nélida Aparecida Mascagna Vieira Barboza – EMEB Angelina Dagnone de Melo
(profanelida@yahoo.com.br)
Selma Rodrigues de Carvalho Dornelles – SME/Uchoa (selmarcdornelles@ig.com.br)
Sandra Alves de Oliveira – UFSCar, UNEB, Secretaria Municipal de Educação de
Candiba-BA (sandr.oliv@bol.com.br)

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência da utilização de jogos e resolução de
problemas em duas salas de aula do 2º ano da EMEB Profa. Angelina Dagnone de
Melo, pelas professoras dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, participantes da
ACIEPE “A Matemática nos Anos Iniciais: Programa de Formação Contínua de
Professores dos Anos Iniciais da Secretária Municipal de Educação de São Carlos-SP”.
A construção de uma linguagem própria do estudante, em uma situação de jogo e
criação de situações-problema, ajuda na compreensão da linguagem matemática.
Durante o desenvolvimento do jogo o estudante busca estratégias e desafios para vencê-
lo, desenvolvendo o seu raciocínio. Foram construídos e aplicados os seguintes jogos:
Boliche; Construindo o 10; Pegadas da Matemática; Eu tenho, quem tem?; O chapéu;
Brincando com a Matemática. Notamos que o jogo é um fator de interesse dos
estudantes, pois lhes resgata o prazer em aprender. Também foi possível, pelo professor,
diagnosticar dificuldades e competências dos estudantes na disciplina. Observamos que
o jogo: Pegadas da Matemática envolveu mais os estudantes e o jogo: Eu tenho, quem
tem? foi o que apresentou um grau de dificuldade maior. Ressaltamos que a capacitação
para a aplicação dos jogos de forma lúdica e da utilização da metodologia da resolução
de problemas nas aulas de Matemática dos Anos Iniciais foi importante tanto para a
preparação profissional do educador quanto para a compreensão dos conceitos
construídos e adquiridos pelos estudantes nos jogos desenvolvidos e nas situações-
problema criadas. Essas atividades se mal conduzidas, tornam-se perda de tempo e sem
propósitos, apenas uma atividade aleatória dentro da sala de aula.

Palavras-chave: Ensino e aprendizagem de Matemática. Anos Iniciais do Ensino


Fundamental. Jogos e resolução de problemas. Formação dos professores na ACIEPE.

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Introdução

Educar ludicamente tem um significado muito profundo. É algo que está


presente em todos os segmentos da vida, tornando-se, uma ação inerente tanto na
criança e no adolescente, como no jovem e no adulto. As atividades lúdicas são
processos que envolvem o indivíduo e sua cultura, adquirindo especialidade de acordo
com cada grupo. É através do jogo, da brincadeira que o indivíduo vai conhecer,
aprender e se construir um ser pertencente de um grupo. Essas atividades envolvem
emoções; afetividade, aproximação entre as pessoas, tornando-se também um motivador
de si próprio, sempre trazendo novas situações, novos desafios e interação social.
Santos e Cruz (2007, p. 12) destacam que:

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não


pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico
facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural,
colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil,
facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do
conhecimento.

Essas autoras salientam que “a formação lúdica se assenta em pressupostos que


valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade [...]”,
proporcionando aos futuros educadores e aos educadores “vivências lúdicas,
experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo
no jogo sua fonte dinamizadora” (Ibidem, p. 14).
Nesse contexto, o grupo participante da ACIEPE (Atividade Curricular de
Integração Ensino Pesquisa e Extensão): “A Matemática nos Anos Iniciais: Programa de
Formação Contínua de Professores dos Anos Iniciais da Secretaria Municipal de
Educação de São Carlos” pode vivenciar nos encontros formativos, no período de março
a agosto de 2011, essa formação lúdica ao discutir a resolução de problemas nas aulas
de Matemática dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e os jogos e a resolução de
problemas nas aulas de Matemática.
Segundo Moura (2001), diante das situações-problemas seriamente vividas pelo
homem, a Matemática deve buscar no jogo essa ludicidade para construir as soluções.
Para Grando (2004, p. 29), “o jogo propicia o desenvolvimento de estratégias de
resolução de problemas na medida em que possibilita a investigação”. Dessa forma, no
desenvolvimento do jogo o estudante busca criar as suas estratégias e testá-las com o
intuito de vencer o jogo.

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A partir da participação nos jogos: Boliche, Construindo o 10, Pegadas da
Matemática, Eu tenho, quem tem?, O chapéu e Brincando com a Matemática nos
encontros formativos da ACIEPE, aplicamos nas nossas salas de aula (Professoras
Nélida e Tatiana) com os estudantes do 2º ano da EMEB Profa. Angelina Dagnone de
Melo (e, em menor extensão, alguns jogos foram aplicados na EMEFEI Profª. Hermínia
Rodrigues Maffra – Uchoa-SP pela professora e diretora Selma Rodrigues de Carvalho
Dornelles). A professora Selma aplicou esses jogos que foram compartilhados pela
professora Tatiana, sua filha, participante da formação. Dessa forma, essa professora
buscava compartilhar com a professora Selma as atividades formativas desenvolvidas e
construídas na ACIEPE.
De acordo com Larrosa (2002, p. 21), “a experiência é o que nos passa, o que
nos acontece, o que nos toca”. Assim, para que algo nos aconteça ou nos toque

[...] requer parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais
devagar, olhar mais devagar, e escutar mais devagar; [...] abrir os olhos e os
ouvidos, falar sobre o que nos acontece, aprender a lentidão, escutar aos
outros, cultivar a arte do encontro [...] (Ibidem, p. 24).

As experiências compartilhadas pelo grupo de professores participantes da


formação possibilitaram-nos parar para fazer o que propõe Larrosa ao pensar na nossa
prática pedagógica e nas nossas experiências da trajetória estudantil e também
profissional.
Paramos para pensar no desenvolvimento de jogos nas aulas de Matemática na
perspectiva apresentada por Grando (2004, p. 45-70), dos “momentos de jogos”
(Familiarização dos alunos com o material do jogo; Reconhecimento das regras; O
“Jogo pelo jogo”: jogar para garantir regras; Intervenção pedagógica verbal; Registro do
jogo; Intervenção escrita; Jogar com “competência”), a serem considerados “na
realização das atividades de intervenção com jogos em situações de sala de aula de
Matemática” (Ibidem, p. 45).
Assim, os jogos desenvolvidos na ACIEPE e nas salas de aula das professoras
participantes e da professora Selma foram realizados nesse contexto, criando assim as
possíveis situações-problema.
Segundo Grando (2004), é necessária uma reflexão e uma análise sobre o jogo,
um processo de discussão e elaboração de procedimentos para a resolução dos
problemas que aparecem no mesmo.

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Essa autora salienta que “o jogo e a resolução de problemas, apresentam-se
impregnados de conteúdo em ação e que, psicologicamente, envolvem o pensar, o
estruturar-se cognitivamente a partir do conflito gerado pela situação-problema”
(GRANDO, 2004, p. 30).
Um aspecto importante presente nos jogos “é o desafio genuíno que eles
provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos
façam parte da cultura escolar” (BRASIL, 1997, p. 49).
A realização de atividades com jogos e a resolução de problemas com os
estudantes do 2º ano da EMEB Profa. Angelina Dagnone de Melo e na EMEFEI Profª.
Hermínia Rodrigues Maffra – Uchoa-SP ao serem planejadas e desenvolvidas teve o
propósito de possibilitar aos estudantes a criação de situações-problema e o
desenvolvimento de estratégias para resolvê-las, a apropriação de conceitos
matemáticos, reflexão acerca das jogadas, questionamento e discussão das idéias e
estratégias utilizadas no contexto do jogo.
Este trabalho objetiva compartilhar experiência da formação através da
utilização de jogos e resolução de problemas nas aulas de Matemática do 2º ano do
Ensino Fundamental, pelas professoras dessa turma, da EMEB Profa. Angelina
Dagnone de Melo.

Jogos matemáticos na sala de aula do 2º ano do Ensino Fundamental: relato das


experiências vivenciadas

Acreditamos que os jogos matemáticos e as situações-problema criadas no


contexto do jogo possibilitam aos estudantes pensar matematicamente, envolvendo na
atividade que o jogo representa nos momentos e situações presentes nas suas jogadas.
Pudemos perceber através da utilização de jogos nas aulas de Matemática do 2º
ano a busca dos estudantes pela resolução das situações-problema apresentadas e a
criação de outras. Esse dinamismo característico do jogo, segundo Grando (2004, p. 29),
“é o que possibilita identificá-lo no contexto da resolução de problemas”.
Dentre os “momentos de jogo” apresentados por Grando (2004, p. 45-70) e que
buscamos utilizá-los no desenvolvimento dos jogos propostos, apresentamos a seguir a
síntese da realização desses jogos na sala de aula do 2º ano da EMEB Profa. Angelina

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Dagnone de Melo. Esses jogos foram desenvolvidos também na EMEFEI Profª.
Hermínia Rodrigues Maffra – Uchoa-SP.
Jogo: Boliche
O primeiro jogo confeccionado foi o BOLICHE, com 10 garrafas plásticas
numeradas de 0 a 9 e 1 bola de jornal. Organizamos as equipes de tal modo que elas
ficassem a uma determinada distância das garrafas.
As garrafas foram dispostas na forma triangular. Cada equipe na sua vez jogava
a bola tentando derrubar o máximo de garrafas. A equipe conferia a soma das garrafas
derrubadas. A cada jogada, a equipe registrava o resultado e o total das jogadas. Ao
final de todas as jogadas, caso o jogo seja competitivo, vencerá a equipe que somar o
maior total.
Os estudantes puderam na realização do jogo: Boliche vivenciar os seguintes
“momentos de jogo” apresentados por Grando (2004):
1. Familiarização com o material do jogo: no primeiro momento, os estudantes
entram em contato com o material do jogo que foi construído por eles.
2. Reconhecimento das regras: as professoras apresentam aos estudantes as regras do
jogo.
3. O “Jogo pelo jogo”: jogar para garantir regras: este é o momento do jogo pelo
jogo, em que os estudantes jogam para garantir a compreensão das regras. Neste
momento, são exploradas as noções matemáticas contidas no jogo em relação a
disposição das garrafas, o número de garrafas, a quantidade de garrafas derrubadas
em cada jogada.
4. Intervenção pedagógica verbal: nesse momento, os estudantes passam a jogar
contando com a intervenção verbal da professora, orientadora da ação, durante o
movimento do jogo. É o momento da apresentação de questionamentos e
observações que poderão ser realizados para a realização das análises de suas
jogadas e das estratégias utilizadas na resolução dos problemas de jogo.

5. Registro do jogo: “O registro dos pontos, ou mesmo dos procedimentos e cálculos


utilizados, pode ser considerado uma forma de sistematização e formalização,
através de uma linguagem própria que, no nosso caso, seria a linguagem
matemática”. (GRANDO, 2004, p. 59).
No jogo: Boliche os estudantes puderam fazer o registro dos pontos e dos cálculos
utilizados na resolução dos problemas apresentados.

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O registro é um importante instrumento de que pode dispor o estudante, para a
análise de suas jogadas e desenvolvimento de estratégias nas próximas jogadas.
6. Intervenção escrita: Nesse momento os estudantes resolvem as situações-
problema apresentadas no desenvolvimento do jogo: Qual a quantidade de garrafas
derrubadas por cada grupo? Qual grupo derrubou mais garrafas? Todas as jogadas
os grupos conseguiram derrubar garrafas? etc.
7. Jogar com “competência”: Esse último momento representa o retorno ao jogo,
considerando todos os momentos anteriores das jogadas e respectivas análises feitas
pelos participantes do jogo e as intervenções da professora.
Esses sete momentos apresentados foram utilizados no decorrer do
desenvolvimento dos jogos. Conhecemos essa proposta no percurso da formação que
participamos com a formadora, orientadora desse trabalho.
Segue como foram realizados os outros jogos na turma do 2o ano.
Jogo: Construindo o 10
O jogo CONSTRUINDO O 10, cada grupo formado montou os 5 quebra-
cabeças e registrou as operações. Venceu a equipe que montou os 5 quebra-cabeças
primeiro.
O professor confeccionou as peças dos quebra-cabeças com cartolina tendo o
cuidado para que todas as peças tivessem a forma idêntica para que o estudante de fato
encaixasse-as. Cada quebra cabeça continha quatro triângulos cuja soma de todas as
figuras (iguais) representadas resultasse em 10.
Jogo: Pegadas da Matemática
O jogo PEGADAS DA MATEMÁTICA o professor dividiu a sala em 2 grupos.
Cada grupo escolheu um nome para identificar a sua equipe. Em seguida com o papel
cenário no chão cada aluno desenhou os seus pés e pintaram da cor que preferiram. O
professor orientou os estudantes na colocação dos pés para que pudessem formar uma
trilha. Quando todos os pés foram colocados o professor colocou em algumas ou em
todas as pegadas perguntas. As perguntas podem variar de acordo com o ano ou com o
objetivo que o professor quer atingir.
Um participante de cada grupo joga o dado e começa o jogo. O número que cair
no dado é o número que deve andar na trilha. A pegada que parar o estudante deve ler a
pergunta e falar a resposta. Se acertar continua onde está, se errar volta onde estava. A
cada rodada um participante diferente. Vence a equipe que chegar primeiro ao final da
trilha.

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Jogo: Eu tenho, quem tem?
A partir da organização da atividade: Eu tenho, quem tem? por Kátia Stocco
Smole, e da apresentação na ACIEPE fizemos as alterações possíveis e realizamos com
as turmas do 2o ano.
No jogo: EU TENHO, QUEM TEM? o professor distribuiu para cada estudante
uma cópia das tiras eu tenho, quem tem? Depois pediu para os estudantes analisarem as
tiras: como começa cada uma; como termina; onde podem encontrar a resposta da
pergunta de uma das tiras.
Em seguida o professor leu uma das tiras: Eu tenho 18, quem tem 8x3? E pediu
para os alunos localizarem a tira da resposta para a pergunta e que depois encontrem a
tira que tem a pergunta para o produto 18.
O professor repetiu esse jogo algumas vezes e variou de acordo com o seu
objetivo, por exemplo: perguntas com adições e subtrações simples, e num segundo
momento dificultou as adições e subtrações, incluindo a tabuada e assim por diante.
Jogo: O chapéu
No JOGO: O CHAPÉU, o professor dividiu a sala em duas equipes. Cada
participante recebeu o resultado de uma operação Matemática. No centro da sala
ficaram dois chapéus. Ao sinal do início do jogo, o professor retirou de uma caixa uma
ficha apresentando uma expressão matemática. Quem pegou primeiro o chapéu marcou
um ponto para a equipe.
Jogo: Brincando com a Matemática
Neste jogo o professor organizou a competição, formando um número de
equipes de acordo com o número de colunas de carteiras existentes na sala de aula. Os
estudantes ficaram de pé ao lado de suas carteiras e o professor anunciou em voz alta
uma operação matemática cujo resultado final desse um número que só tinha um
algarismo. Ex.: 3x5-12=
Os estudantes, em grupo, resolveram mentalmente a expressão e agruparam-se
em círculo em frente de sua coluna, dando os braços entre si, de acordo com o resultado
(no exemplo acima agruparam três alunos). Saiu vencedora a equipe que respondeu
corretamente a expressão, no menor tempo possível.
Pudemos conferir na realização desses jogos nas duas turmas do 2º ano da
EMEB Profa. Angelina Dagnone de Melo e nas turmas dos Anos Iniciais da EMEFEI
Profª. Hermínia Rodrigues Maffra – Uchoa-SP, o que relatou a professora Selma,

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“momentos de alegria, descontração, paixão e envolvimento” (GRANDO, p. 112) pelas
várias situações apresentadas nos jogos no contexto da resolução dos problemas.
Ensinar e aprender Matemática através dos jogos e resolução de problemas
possibilita aos estudantes investigar e compreender melhor os conteúdos matemáticos
trabalhados no Ensino Fundamental. Assim, é relevante reconhecer que a Matemática
pode ser trabalhada nessa perspectiva. Nesse contexto, há boas razões para empreender
esse esforço de trabalhar as aulas de Matemáticas dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental na proposta apresentada nesse trabalho.

Algumas considerações
Com a aplicação dos jogos nas aulas de Matemática do 2º ano do Ensino
Fundamental pudemos perceber que este é um fator de interesse do estudante, pois
segundo Grando (2004) desenvolve a participação ativa na construção do seu próprio
conhecimento, favorecendo a interação social entre os estudantes, a conscientização do
trabalho em grupo, a criatividade, o senso crítico, a competição sadia, a observação e o
resgate do prazer em aprender.
As atividades com jogos permitiram que o professor identificasse e
diagnosticasse algumas dificuldades que os estudantes possuem, pois na sala de aula em
uma atividade rotineira o estudante acaba não perguntando ou fica com vergonha de
estar esclarecendo a sua dúvida. Já no jogo se sente mais a vontade e acaba
demonstrando, de forma lúdica, a sua questão e desenvolve competências (como uma
linguagem matemática auxiliar) que lhe permite sanar sua dificuldade.
No jogo: Boliche, por ser conhecido pelos estudantes, pode-se perceber que os
mesmos não encontraram muitas dificuldades na execução do jogo. Este auxiliou na
resolução das situações-problema apresentadas, formalizou o pensamento aditivo e
possibilitou a integração entre os participantes.
No jogo: Construindo o 10, notamos uma melhora bastante considerável na
capacidade dos estudantes de formar uma dezena a partir de quantidades menores,
formalizaram o pensamento aditivo e subtrativo e conseguiram, de uma maneira mais
concreta, desmembrar os números.
No jogo: Pegadas da Matemática, os estudantes desenvolveram de uma maneira
bem significativa a habilidade de resolver mentalmente operação de adição, subtração e
tabuada e resolução de situações-problema. Esse foi um dos jogos que os alunos mais
gostaram, pois eles participaram da elaboração do jogo (construção da trilha) e na

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decisão das regras. Os estudantes se envolveram mais porque além de ter uma
competição saudável foram eles que construíram o jogo o que o torna mais atrativo.
No jogo: Eu tenho, quem tem? os estudantes tiveram bastante dificuldade.
Depois da terceira rodada que eles começaram a entender e o jogo atingiu o objetivo:
concentração, rapidez no pensamento e o cálculo mental. Na primeira rodada quando o
primeiro estudante leu a sua tira: eu tenho 10, quem tem o meu número mais 3, os
estudantes achavam que tinha que ler quem tivesse a tira de número 10, pois não
compreenderam, num primeiro momento, que na tira vinha primeiro a resposta e depois
a pergunta. Quando a resposta não era dada a tira era lida novamente até que os
estudantes conseguissem dar a resposta correta. Na segunda rodada eles continuaram
com dificuldades, mas já conseguiam realizar o jogo mais rapidamente. Na terceira
rodada eles entenderam o jogo e o realizaram com mais facilidade.
No jogo: O chapéu, os alunos demonstraram bastante rapidez e concentração na
resolução das situações-problema apresentadas. Nesse jogo, além dos estudantes
fazerem o cálculo mental, eles tinham que ser ágeis para pegar o chapéu. Observamos
que os mesmos ficaram atentos na situação-problema lida pelo professor e qual
elemento da sua equipe continha o resultado esperado incentivando a ser o primeiro a
pegar o chapéu e ganhar o ponto.
No jogo: Brincando com a Matemática pode-se perceber claramente a integração
dos estudantes no jogo, além de resolver rapidamente operações ou expressões.
Pudemos perceber que os estudantes além de resolverem as operações, tinham que
interagirem de maneira rápida para formar a resposta correta. Este jogo possibilitou a
integração dos participantes da mesma equipe, pois se a equipe não se ajudasse, não
conseguiriam chegar ao resultado esperado.
Ao utilizar os jogos como ferramenta metodológica de ensino e aprendizado da
Matemática, os mesmos se tornam importante recurso para o desenvolvimento dessa
aprendizagem. Foi possível verificar a compreensão dos estudantes, suas dificuldades e
habilidades acerca de um conteúdo matemático como a adição, subtração,
multiplicação, que foram os princípios aplicados nos jogos.
Este tipo de trabalho não é simples de ser implantado, pelo fato de que o
processo de ensinar e aprender Matemática, neste caso, está voltado para a aplicação
prática dos conceitos no dia a dia do estudante, sua satisfação em vencer o jogo pelos
seus próprios meios e a imagem que vai construindo de si, como alguém capaz de
aprender um saber escolar.

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Também se agrega, a esta dificuldade, a formação profissional, onde deveriam
ser inseridas tais metodologias de trabalho, para que ajudassem os estudantes a
compreenderem os conceitos, princípios e procedimentos matemáticos.
O modo de trabalho dos professores desta experiência teve mudanças
importantes no sentido de enxergar e lecionar de modo mais prático (e menos
tradicional) os conceitos da Matemática. E, neste contexto, a participação na ACIEPE:
“A Matemática nos Anos Iniciais: Programa de Formação Contínua de Professores dos
Anos Iniciais da Secretaria Municipal de Educação de São Carlos” foi fundamental para
formação e aplicação dos jogos e da metodologia da resolução de problemas nas aulas
de Matemática dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Sem essa formação
poderíamos continuar trabalhando a Matemática de forma tradicional e o processo
ensino e aprendizagem da Matemática teria caráter puramente aleatório e mecânico,
sem os estudantes saberem por que estão participando dessas atividades, bem como não
sentirem motivados pelas atividades desenvolvidas nas aulas de Matemática.

Referências bibliográficas

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GRANDO, R. C. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo:


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LARROSA, J. B. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Tradução de João


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