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Journal of Research in Special Educational Needs  Volume 16  Number s1  2016 85–88

doi: 10.1111/1471-3802.12128

~ DO SURDO NO ENSINO
A INCLUSAO
SUPERIOR NO BRASIL
Ana Paula Santana
UFSC Bolsista do CNPq/Brasil

~o.
Palavras-chave: surdez, universidade, inclusa

No Brasil, o Programa de Acessibilidade na com essa nova realidade da universidade e os alu-


Educac ßa~ o Superior propo ~ e acßo~ es que garantam vo nos precisam de maiores ac ßo~ es para que possam
acesso pleno de pessoas com deficie ^ ncia a  s uni- solucionar suas dificuldades. So  a partir dessas
versidades. Nesse sentido, as políticas de mudanc ß as poderemos alcanc ~ o real-
ß ar uma inclusa
Educac ßa~ o Especial no Brasil buscam assegurar a mente efetiva na universidade.
inclusa~ o de todos os alunos nas instituic ßo~ es educa-
cionais, em todos os níveis de ensino. Com relac ~o
ßa
especificamente a  surdez, temos em 2013 um
total de 29.034 alunos matriculados com alguma
deficie^ ncia no ensino superior: 1.488 alunos sur- Introducß~ao
dos (5,13% do total), 7.037 deficientes auditivos Nos ultimos anos houve um crescimento no nıvel educa-
(24,24% do total) e 151 alunos surdo-cegos cional dos surdos. Atualmente, o Censo da Educacß~ao
(0,52% do total). A questa ~ o que se coloca e  se Superior (2013a) aponta que temos um total de 8.676 alu-
esses alunos esta ~ o efetivamente incluídos na nos surdos, com defici^encia auditiva ou surdos-cegos
educac ßa~ o superior. Ainda ha  barreiras que dificul-
matriculados nas instituicß~oes de educacß~ao superior.
tam sua permane ^ ncia? discutir as condic ßo ~ es de
permane ^ ncia dos universita  rios surdos a partir da
visa~ o de estudantes e professores. entrevistas Essa nova realidade demanda uma formacß~ao dos profes-
com seis surdos, sendo tre ^ s do curso de Letras/Li- sores e uma preparacß~ao da universidade para receber
bras e tre ^ s de outros cursos e seis professores esses alunos. A Polıtica Nacional da Educacß~ao Especial
universita  rios. As entrevistas eram semi-estrutu- na Perspectiva da Educacß~ao Inclusiva (BRASIL, 2007) a
radas e questionavam o processo de inclusa ~ o dos partir dos direitos humanos e do conceito de cidadania a
alunos surdos na universidade. Os alunos surdos partir da Convencß~ao sobre os Direitos das Pessoas com
apontam dificuldades relacionadas a  dida  tica dos Defici^encia, aprovada pela ONU em 2006 e da qual o
professores, dificuldade de produc ßa~ o e inter- Brasil e signatario, estabelece que os Estados-Partes
pretac ~ o textual de ge
ßa ^ neros secunda  rios, falta de devem assegurar um sistema de educacß~ao inclusiva em
 rpretes. Ou seja, eles na
inte ~ o se sentem capazes
todos os nıveis de ensino em ambientes que maximizem
de atender a demanda de letramento que se
 rios. Os alunos do curso de
o desenvolvimento acad^emico e social compatıvel com a
espera dos universita
Letras/Libras apresentam uma outra realidade,
meta da plena participacß~ao e inclus~ao. Fazem parte do
considerando que as aulas e avaliac ßo~ es sa ~ o todas publico atendidos pela Educacß~ao Especial os alunos com
em Língua Brasileira de Sinais. Contudo, isso na ~o defici^encia, transtornos globais de desenvolvimento e
impede que esses surdos tenham dificuldade na altas habilidades/superdotacß~ao.
leitura de textos em portugue ^ s escrito. Acres-
cente-se que os alunos referem que os profes- Especificamente sobre a Educacß~ao Superior foi criada
sores na ~ o esta ~ o preparados para terem alunos pelo Decreto no 7611, de novembro 2011, a obrigato-
surdos. De seu lado, os professores afirmam que riedade da estruturacß~ao de nucleos de acessibilidade nas
esta~ o preparados para receberem alunos surdos instituicß~oes federais de educacß~ao superior visando elimi-
em sala de aula, embora esses mesmos profes- nar barreiras fısicas, de comunicacß~ao e de informacß~ao que
sores nunca tenham tido nenhuma formac ~o
ßa
restringem a participacß~ao e o desenvolvimento acad^emico
específica sobre surdez. Vemos que, apesar de
termos leis que garantam a acessibilidade dos
e social de estudantes com defici^encia.
deficientes no ensino superior, ha  uma dista ^ ncia
entre a teoria e a pra  tica. Acredita-se, contudo, Com relacß~ao as polıticas educacionais no contexto da sur-
que essa dista ^ ncia e  devido a  entrada ainda dez, temos no Brasil uma modificacß~ao no sistema educa-
recente dos surdos na universidade. Os profes- cional a partir da oficializacß~ao da Libras (Lei n 10.436/
sores precisam de formac ~ o sobre como lidar
ßa 2002, BRASIL, 2002). O Decreto n° 5.626/2005 (BRA-

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SIL, 2005) determina: a inclus~ao da Libras como disci- ingressam na universidade t^em uma aquisicß~ao precaria do
plina curricular obrigat oria em cursos de formacß~ao de portugu^es escrito.
professores e fonoaudi ologos; a formacß~ao de professor e
instrutor de Libras; o uso e a difus~ao da Libras e da Diante dessas consideracß~oes, a quest~ao que se coloca e se
lıngua portuguesa para o acesso das pessoas surdas a os surdos est~ao efetivamente incluıdos na educacß~ao supe-
educacß~ao; a formacß~ao do tradutor e interprete de Libras - rior. Quais barreiras dificultam sua perman^encia? O obje-
Lıngua Portuguesa; a garantia da inclus~ao de alunos sur- tivo deste trabalho e discutir as condicß~oes de perman^encia
dos ou com defici^encia auditiva, por meio da organizacß~ao dos universitarios surdos a partir da vis~ao de estudantes e
de escolas e classes de educacß~ao bilıngue. Ainda diz o professores.
artigo 24 que a programacß~ao visual dos cursos de nıvel
medio e superior, preferencialmente os de formacß~ao de A inclus~ao dos surdos: alguns dados ilustrativos
professores, na modalidade de educacß~ao a dist^ancia, deve Os episodios abaixo foram retirados de entrevistas com
dispor de sistemas de acesso a informacß~ao com janela seis surdos, sendo tr^es do curso de Letras/Libras e tr^es de
com tradutor e interprete de Libras - Lıngua Portuguesa e outros cursos e seis professores universitarios. Os dados
subtitulacß~ao por meio do sistema de legenda oculta, de fazem parte do Projeto de Pesquisa Fonoaudiologia, Lin-
modo a reproduzir as mensagens veiculadas as pessoas guagem e Inclus~ao coordenado pela Profa. Dra. Ana
surdas. Paula Santana. Alguns dados foram retirados de Dias
(2013) e Rocha (2014) que participaram do projeto.
Temos tambem a Lei n° 12.319/2010 (BRASIL, 2010), Todos os sujeitos da pesquisa frequentam a mesma uni-
que regulamentou a profiss~ao de tradutor e interprete de versidade federal brasileira. A entrevista foi semi-aberta e
Libras e o Decreto n 7.611 (BRASIL, 2011), especificou questionava o processo de inclus~ao dos alunos surdos na
o atendimento as diretrizes e os princıpios dispostos no universidade. A seguir apresento, de forma resumida, o
Decreto n 5.626/2005 (BRASIL, 2005). Com intuito de relato de tr^es surdos e dois professores sobre a inclus~ao
viabilizar o acesso e a perman^encia estudantil de esco- na universidade:
lares com perda auditiva e n~ao sinalizantes, foi instituıda
tambem a Portaria n 21/2013 (BRASIL, 2013b), que tor- Surdo 1, aluno do Curso de Letras-Libras:
nou p ublica a decis~ao de incorporar o Sistema de FM ao

Sistema Unico de Saude (SUS). Atualmente, a concess~ao Eu n~ao lia e escrevia nada durante a minha vida
desse sistema ocorre apenas na educacß~ao basica, como toda. E agora ainda escrevo so os trabalhos e leio os
regulamenta a Portaria n 1.274/2013 (BRASIL, 2013c). textos. (. . .) Algumas coisas eu compreendia, outras
n~ao [referindo-se a quando entrou na universidade].
O que vemos e que as polıticas educacionais do Brasil Eu n~ao acompanhava. O professor falava uma lıngua
est~ao sendo desenvolvidas e ampliadas para dar apoio ao muito formal. Eu n~ao entendia. A minha irm~a me aju-
surdo, ao ensino bilıngue e ao surdo oralizado. No con- dava, lia e escrevia para mim. Aı que eu comecei a
texto educacional, a presencßa do interprete, do instrutor entender. Fazia cinco disciplinas, era muito pesado.
surdo, de uma equipe para formacß~ao dos professores Dor de cabecßa e problemas no coracß~ao aumentaram
assim como as modificacß~ oes de estrategias de avaliacß~ao muito. Foi muito difıcil. Depois, eu misturava os con-
tanto em portugu^es escrito quanto em lıngua de sinais s~ao teudos que estavam sendo dados. N~ao sabia mais o
metas a serem alcancßadas. que era de qu^e. O texto era muito difıcil. Pensei em
desistir, alguns surdos tambem. (. . .) A escrita preju-
Ressalte-se que a Lei que oficializa a Libras (BRASIL, dica os surdos quanto t^em que fazer trabalho. Eu ten-
2002) tambem define que a Lıngua Brasileira de Sinais - tava interagir tambem com os professores e n~ao
Libras n~ao podera substituir a modalidade escrita da conseguia. Conversei com os professores e eles fala-
lıngua portuguesa. Esse e um ponto importante, ja que os vam pra eu ter paci^encia. Sentava com os professores
surdos ter~ao que ler e escrever na segunda lıngua, o por- para tirar duvida. Quando eu entrei na faculdade, eu
tugu^es escrito. fazia pergunta so para os alunos e n~ao para os pro-
fessores. Os professores n~ao est~ao preparados. N os
Pesquisas evidenciam que o letramento dos surdos univer- fomos a primeira turma. N~ao tinha didatica pronta
sitarios ainda constitui-se a partir de poucos habitos de para acolher.
leitura e escrita. Segundo Guarinello, Berberian, Santana,
et al. (2009), o letramento acad^emico que envolve os Surdo 2: fez dois cursos de graduacß~ao. Primeiro, peda-
g^eneros secundarios (trabalhos de conclus~ao de curso, gogia em uma universidade estadual e, depois, Letras/Li-
relatorios, provas, livros didaticos) s~ao mais difıceis para bras em uma universidade Federal.
os surdos. Principalmente porque os surdos universitarios
de hoje foram os surdos educados a partir de uma per- Estudei na faculdade la na cidade de Criciuma, Peda-
spectiva oralista, o que n~ao garantia o acesso dos surdos gogia. . . no desenvolvimento do estudo n~ao tinha
a cultura escrita nem a praticas significativas com a lin- interprete, eu sofria, era difıcil, mas junto, do meu
guagem escrita. Dito de outra forma, os surdos que lado, tinha um surdo, meu amigo surdo, mas eu

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comecei a estudar sozinha. Estudei com o grupo de sim, ne?” e ficava nessa, assim, ent~ao n~ao resolveu o
ouvintes,  as vezes eu tinha ajuda, trocas com eles, problema! Aı eu procurei o servicßo da universidade!1
mas era difıcil. As vezes os professores explicavam, Tinha uma menina que era cega na minha sala e ela
me davam papel pra eu ler. (. . .) O foco era s o na me falou sobre isso. Eu fui atras [. . .] o que fornecia
oralizacß~ ao, sempre. As vezes eu n~ ao entendia a oral- e aqueles fones pra tu escutar. Aı o que eles me
izacß~ao dos professores, daı eu pedia: “Por favor, deram foi um conselho “Pecßa o vıdeo pra ver em
escreve no papel pra mim?” Escrita, textos, coisas casa e escuta com o fone, tu pode pegar emprestado,
difıceis. . . Se passaram 4 anos e nada de interprete pode escutar aqui tambem!”
de Libras e eu s o visualizava a oralizacß~ ao. (. . .) Ja
reprovei em duas disciplinas, as mais difıceis, por Professor 1, curso de Letras/Libras:
exemplo, sobre polıticas, tambem did atica. . . dentro
da pedagogia s~ao disciplinas muito difıceis, reprovei  viavel a insercßa~o do aluno surdo na sala de aula e
E
duas vezes (. . .) o professor explicava muita teoria e sua aprendizagem se da de maneira efetiva. No caso
eu n~ ao entendia a explicacß~ ao. . . (. . .) tambem tinham desta universidade, n~ao se trata de inclus~ao “dos sur-
palavras pesadas e eu n~ ao entendia o significado. dos”, mas sim inclus~ao de modo geral. Ha profes-
Mas tinha algumas disciplinas mais ou menos f aceis, sores surdos e ouvintes proficientes em libras que
aı eu chamava minha m~ae, porque a minha m~ ae muitas vezes tornam o ouvinte a pessoa que necessita
tambem e professora e ela me ajudava, me explicava de “acessibilidade”. Porem, penso que os alunos sur-
como fazer, falava o significado das palavras, mas dos precisariam de um apoio institucional no que se
minha m~ ae tambem oralizava comigo, minha m~ae refere ao desenvolvimento de profici^encia de leitura e
nunca usou Libras. . .foi um semestre difıcil escrita, que e o grande obstaculo para o aprofunda-
reprovacß~ ao, mas passou e me formei. . . Depois, eu mento de sua formacß~ao; e, o mais importante, a uni-
vim fazer Letras-Libras, n~ ao foi difıcil, era muito versidade, assim como qualquer espacßo educacional
acil, minha lıngua, Libras. O desenvolvimento da
f onde circulam surdos, precisa ser um ambiente bilın-
minha aprendizagem foi bom. . .aprendi todas disci- gue, pois todo e qualquer aluno precisa se sentir ple-
plinas em Libras, nunca reprovei. Os anos que eu namente integrado.
cursei Letras-Libras aqui foram melhores dos que eu
cursei Pedagogia. Na Pedagogia eu n~ ao me sentia Professor 2, Curso de Ci^encias Humanas:
bem. Era difıcil, algumas professoras das disciplinas
tinham limitacß~ oes, a comunicacß~ ao n~ ao acontecia com A aprendizagem do aluno n~ao e efetiva. E  possıvel a
os colegas, alguns n~ ao aceitavam fazer trabalhos insercß~ao do surdo em sala de aula desde que as aulas
comigo. Eu acho que a sociedade, inclus~ ao, n~ ao sejam ministradas considerando a presencßa do aluno
ajuda nada, mas a principal ajuda pra mim foi o surdo, fazendo o uso de instrucß~oes escritas e detal-
Letras-Libras, quando eu entrei tinha interprete. hadas e consulta do aluno sobre seu entendimento.
Ha um crescente esforcßo institucional quanto a

Surdo 3, e estudante do curso de Ci^encias Humanas. E inclus~ao do aluno surdo. O professor e informado da
oralizada e tem implante coclear. presencßa do aluno e recebe material necessario de
apoio, ha grupos empenhados em auxiliar esses alu-
Todo mundo sabia que eu usava aparelho, mas as nos. Contudo, o aprendizado pleno ainda exigiria
pessoas n~ ao pensam que e tanto assim, n~ ao sei! Em mais recursos e esforcßos, e no contexto do paıs, n~ao e
sala de aula os professores universit arios n~
ao t^em o viavel.
costume de falar alto! E eu tive muito, muito prob-
lema de ficar no sil^encio na sala, de n~ ao entender. Eu De modo geral, os alunos surdos apontam dificuldades
cheguei a um ponto que eu tive que falar mesmo. relacionadas a didatica dos professores, dificuldade de
[. . .] Eu tinha uma professora que ela falava muito producß~ao e interpretacß~ao textual de g^eneros secundarios,
baixo e ela botava sempre vıdeo, assim, que n~ ao tinha falta de interpretes. Ou seja, eles n~ao se sentem capazes
legenda e era de pessima qualidade, vıdeo velho! de atender a demanda de letramento que se espera dos
[. . .] E aı, eu fui conversar com ela pessoalmente e universitarios. Embora o alunos do curso de Letras/Libras
falei “professora, eu n~ ao escuto, eu sou surda, e eu apresentem uma outra realidade, considerando que as
preciso que fale mais alto se puder, se tiver legenda aulas e avaliacß~oes s~ao todas em Lıngua Brasileira de
[. . .] “aı ela disse assim “n~ao, Janete, mas peraı, tu Sinais isso n~ao impede que esses surdos tenham dificul-
escuta um pouco, sim, porque tu t a me escutando!” dade na leitura de textos em portugu^es escrito ou mesmo
Eu falei (risos): “Eu escuto um pouco, mas eu, na com a lıngua de sinais utilizada na universidade, muito
sala, eu n~ ao consigo!” Daı, ela falou “Ah, tenta sen- mais formal. Lembrando aqui que, segundo Santana
tar mais l a na frente!” Daı eu falei “mas eu sento la (2011), a lıngua de sinais n~ao e homog^enea, evidente-
na frente, mas eu n~ ao consigo escutar a senhora!” mente. Ha contextos de usos mais formais que outros.
Ela falava muito pra dentro, assim, ne? Daı ela disse
assim “[. . .] Mas eu vejo que tu escuta um pouco, 1
Aqui, Janete faz refer^encia ao AASI.

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Por outro lado, os relatos dos professores apontam para a 2002, que disp~oe sobre a Lıngua Brasileira de Sinais -
necessidade de um maior empenho institucional a partir Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de
de medidas mais efetivas que visem a inclus~ao. A quest~ao dezembro de 2000. Disponıvel em: <http://
da dificuldade de leitura e escrita dos surdos tambem e www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/
ressaltada pelos professores. Contudo, ressalte-se que essa decreto/d5626.htm> (Acesso em: 16 jun. 2013).
universidade oferece cursos de capacitacß~ao em Lıngua de BRASIL (2007) A Polıtica Nacional da Educacß~ao
sinais e inclus~ao, mas sobram vagas e participam poucos Especial na Perspectiva da Educacß~ao Inclusiva. http://
docentes (Rocha, 2014). Talvez por isso mesmo os alunos peei.mec.gov.br/arquivos/
surdos se queixem do despreparo dos professores. politica_nacional_educacao_especial.pdf
BRASIL (2010) Lei n 12.319, de 1 de setembro de
Nos dados vemos que, enquanto os professores queixam- 2010. Regulamenta a profiss~ao de Tradutor e
se de que a universidade n~ao da apoio, mas ressaltam que Interprete da Lıngua Brasileira de Sinais - LIBRAS.
eles conseguem comunicar-se com seus alunos surdos, Disponıvel em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
por outro lado, os alunos queixam-se dos professores e da _Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm> (Acesso em:
necessidade de atitudes mais efetivas no ensino e apren- 12 fev. 2015).
dizagem. BRASIL (2011) Decreto n° 7.611, de 17 de novembro de
2011. Disp~oe sobre a Educacß~ao Especial, o
Conclus~ ao atendimento educacional especializado e da outras
Esta pesquisa evidenciou que a realidade dos surdos no provid^encias. Disponıvel em: <http://
ensino superior parece n~ao ser diferente da realidade dos www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/
surdos na educacß~ao basica no Brasil. Ou seja, embora haja Decreto/D7611.htm> (Acesso em: 16 jun. 2013).
polıticas publicas para apoiar a inclus~ao do surdo, na BRASIL (2013a) Censo da educacß~ao superior 2013.
pratica ha poucos recursos financeiros para a efetivacß~ao Disponıvel em: <http://download.inep.gov.br/
dessas acß~oes, assim como ha escassez de profissionais qual- educacao_superior/censo_superior/apresentacao/
ificados envolvidos no processo. Acrescente-se que a liter- 2014/coletiva_censo_superior_2013.pdf> (Acesso em:
atura da area ainda e bastante restrita com relacß~ao a estudos 12 fev. 2015).
sobre as dificuldades dos alunos e as polıticas de acessibili- BRASIL (2013b) Portaria n 21, de 07 de maio de 2013.
dade. Concluımos, assim, que apesar de termos avancßado Torna publica a decis~ao de incorporar o sistema de
com relacß~ao as leis que garantam a acessibilidade dos defi- frequ^encia modulada pessoal - FM que possibilita a
cientes no ensino superior, ha uma dist^ancia entre a teoria e acessibilidade da criancßa e/ou jovem com defici^encia
a pratica. Entender a o contexto educacional dos surdos na auditiva no Sistema Unico de Saude (SUS).
universidade pode favorecer modificacß~ oes para uma Disponıvel em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
inclus~ao realmente efetiva na universidade. saudelegis/sctie/2013/prt0021_07_05_2013.html>
(Acesso em: 12 fev. 2015).
Conflicts of interest BRASIL (2013c) Portaria n 1.274, de 25 de junho de
N~ao ha conflito de interesse. 2013. Inclui o Procedimento de Sistema de Frequ^encia
Modulada Pessoal (FM) na Tabela de Procedimentos,

Medicamentos, Orteses, Proteses e Materiais Especiais
(OPM) do Sistema Unico  de Saude. Disponıvel em:
Address for correspondence <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/
Ana Paula Santana,
UFSC. prt1274_25_06_2013.html> (Acesso em: 12 fev. 2013).
Centro de Ci^encias da Saude, Coordenadoria Especial INSERIR: Dias, N. M. F. Inclus~ao do surdo oralizado no
do Curso de Graduacß~ao em Fonoaudiologia, Campus ensino superior. Trabalho de Conclus~ao de Curso.
Reitor Jo~ao David Ferreira Lima, s/n, Trindade, Flor- Curso de Fonoaudiologia. UFSC. 2013.
ianópolis (SC), Brasil, CEP: 88040-900. Guarinello, A. C., Berberian, A. P., Santana, A. P.,
Email: anaposantana@hotmail.com
Bortolozzi, K., Schemberg, S. & Figueredo, L. C.
(2009) ‘Surdez e letramento: pesquisa com surdos
universitarios de Curitiba e Florianopolis.’ Revista
Brasileira de Educacß~ao Especial, Marılia, 15 (1), pp.
Refer^encias 99–120.
BRASIL (2002) Lei n° 10.436, 24 de abril de 2002. Rocha, B. (2014) O olhar do professor universitario em
Regulamenta/Disp~ oe sobre a Lıngua Brasileira de relacß~ao a inclus~ao do aluno surdo na Educacß~ao
Sinais – Librase da outras provid^encias. Disponıvel Superior. Trabalho de Conclus~ao de Curso.
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/ Fonoaudiologia. Brasil: Universidade Federal de Santa
l10436.htm> (Acesso em: 16 jun. 2013). Catarina.
BRASIL (2005) Decreto n° 5.626, de 22 de dezembro de Santana, A. P. (2011) Surdez e Linguagem: aspectos
2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de neurolinguısti- cos. S~ao Paulo: Editora Plexus.

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