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FICHAMENTO

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA


PROF.: MARIA DULCE REIS DATA DE ENTREGA: 24.05.2017

ALUNO (A): BRUNO MAGALHÃES COSTA

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1996. Livros I e II, p.
118- 121; 125-129; 134-136; 137-150.

LIVRO I

IDEIAS PRINCIPAIS
Capítulo 1
Todas as coisas tendem ao bem. Como são muitas as ações, muitas são também as finalidades.
Por exemplo, a finalidade da medicina é a saúde, da estratégia é a saúde, do estudo é o
aprendizado. Onde as finalidades são distintas das ações, elas são melhores que essas. Algumas
artes se subordinam a outras, estando assim em função de outras. Fato é que, para Aristóteles,
não há diferença se as atividades são finalidades das ações, ou distintas delas.
Capítulo 2
Se, pois, há nas ações finalidades que desejamos per si mesmas, tudo estando em função dela,
tal finalidade é, para Aristóteles, o bem, cujo conhecimento terá grande influência sobre a vida
de quem o deseja. Por isso, é preciso determinar o que seja este bem, e de qual ciência ele é
objeto. Ao que parece, ele deve ser objeto de uma ciência mais imperativa e predominante de
todas as outras, qual seja a política, já que ela determina quais outras devem ser estudadas na
pólis, a quem é dirigida o conhecimento dela, ou seja, quem deve aprendê-la; e que outras
ciências se incluem nela, como a retórica, a estratégia e a economia. Logo, já que a política
inclui o conhecimento de outras ciências, incluirá também a finalidade destas outras ciências de
igual modo, que deve ser o bem do homem e da cidade; e no caso de atingir o desta, é mais
nobre. É esse o objetivo de nossa investigação e, de certo modo, o objetivo do estudo da ciência
política.
Capítulo 3
É preciso, para Aristóteles, ter então clareza no assunto para ter uma discussão adequada;
entretanto nem sempre teremos a mesma clareza e objetividade em todas as discussões. Na
política, por exemplo, as ações boas e justas que ela investiga são de forma variada e vaga, o
que pode se tornar algo convencional. Os bens também são vagos, pois para algumas pessoas
podem sê-lo, mas para outras podem ser algo prejudicial. É o caso também da coragem, que a
alguns levou à perdição. Assim, Aristóteles considerará a verdade em sua forma aproximada,
“sumária’ e “rudimentar”, não pretendendo chegar a conclusões muito precisas quando se quiser
falar que coisas são verdade em linhas gerais, ou seja, até onde a natureza do assunto possa
permitir. Ora, cada homem está apto a julgar com acerto somente aquilo que conheça. Só assim
será um bom juiz em relação a tal assunto. E um homem que conheça muitos assunto, mas
pouco sobre cada um em particular, será bom juiz em geral. Assim, um jovem não é pessoa
mais indicada para ter aulas de política, já que é pouco experiente no que diz respeito aos fatos
da vida, e a política se baseia justamente nestes pontos. Ora, os jovens podem se deixar levar
por suas paixões, o que poderá trazer prejuízos. Para Aristóteles também, não faz diferença se
o cidadão é jovem em idade ou jovem na cidade.
Capítulo 4
Ora, considerando que todo conhecimento visa um bem, tratemos, pois, do que é considerado
como finalidade da ciência política: a felicidade. Isso é de comum acordo tanto da maioria das
pessoas quanto das mais qualificadas, pois viver bem significa ser feliz, embora a definição de
felicidade não seja a mesma para todos. a maioria das pessoas defini-a como prazer, ou que
esteja contida na riqueza, nas honras, com a saúde, não chegando a uma conclusão definida,
admitindo que se trata de algo que está para além de sua capacidade de compreensão. Outros
ainda acreditam que haja um outro bem por si mesmo que seja a causa e a forma de tudo quanto
há de bem nesta realidade. Os desta realidade são bem por participarem da forma deste bem
suprassensível. É impensável averiguar todas as concepções sobre esse assunto. Para conhecer
precisamos começar por aquilo que seja evidente para nós.
Capítulo 7
Consideremos agora a natureza do bem sobre o qual estamos tratando. As vezes pode ter uma
aparência, as vezes outra. Como em cada uma das ciências pode ter uma “feição”: na medicina
é a saúde, na estratégia é a vitória, na arquitetura é a casa, no estudo é o aprendizado. Ora, há
então um fim desejado que incita o homem a buscar o que seja. O fim desejado é, pois, o fim
atingível pela atividade. O bem supremo é final, mas o que buscamos é sempre por algo mais,
não sendo então final em si, mas conduzindo sempre ao bem supremo (bem absoluto). O bem
absoluto é aquele procurado em si mesmo, não por causa de algo a mais. A felicidade é então
esse bem supremo e final, que o homem busca em si mesmo, nunca em função de algo a mais.
Mas todas as outras, as escolhemos porque a final buscamos a felicidade. Todos os outros bens
estão em função da felicidade, pois buscamo-los para sermos felizes. Para Aristóteles, o homem
é um ser social e a felicidade, apesar de dar-lhe a autossuficiência, não é para que ele viva
isolado, mas para indicar que o homem tem em si o que torna a vida desejável por não ser
carente de algo. Isso é a felicidade. Assim, a felicidade é objetivo final e autossuficiente, já que
não pode conduzir a nenhum outro bem que lhe seja superior. É o fim a que visam nossas ações.
Mas como explicar o que ela seja? É preciso antes definir a função do homem. A atividade
racional é uma coisa peculiar a ele, não encontrada em nenhum outro ser. O bem para o homem
é então o exercício ativo das faculdades da alma de conformidade com a melhor e mais completa
das excelências, exercício esse que deve estender-se durante toda a vida, já que se trata de
virtude. O tempo é uma boa ajuda para consolidar o exercício da virtude. Para cada classe de
coisas é preciso dedicar-se a buscar o que lhe é compatível. Por exemplo, o geômetra e o
carpinteiro podem ter concepções e aplicações diferentes no que diz respeito a um ângulo reto.
Ambos têm objetivos próprios no seu estudo, mas com o mesmo objeto.
Capítulo 8
Para conduzir esta investigação sobre a felicidade, é preciso considerar as conclusões e
premissas de onde se partiu, e também considerar o que se diz sobre ela em geral. Ora, para
Aristóteles, os bens se dividem em três classes: exteriores, pertinentes à alma (bens no sentido
verdadeiro) e pertinentes ao corpo. À alma é atribuído também a atividade psíquica. Ora, o
homem feliz então vive bem, já que a felicidade é uma forma de vida boa. Muitas pessoas têm
considerado a felicidade como excelência (areté), outras ainda como discernimento (phonesis,
prudência, sabedoria prática), outras ainda consideram um tipo de sabedoria, outras ainda
associam-na ao prazer, outras ainda à prosperidade exterior. E elas podem estar certas, não
totalmente, mas sob alguns aspectos sim. Para Aristóteles, a felicidade está na ordem da
excelência. O agradável para cada pessoal é o que costuma dizer que ama: os atos justos são
agradáveis a que ama a justiça, um bom espetáculo é agradável a quem ama o teatro, e assim,
atos que sejam caracterizados pela excelência são prazerosos para que ama a excelência.
Entretanto, para a maioria dos homens, seus atos chocam-se uns contra os outros, pois não são
agradáveis por natureza. Já os atos virtuosos os são. A felicidade é o mais agradável dos bens,
mas também requer bens exteriores, pois não é fácil praticar pelas ações sem os meios próprios.
Por vezes as pessoas confundem a felicidade com esses meios próprios.
Capítulo 13
Considerando agora que a felicidade é uma atividade da alma, Aristóteles propõe investigar a
natureza da excelência, o que pode ajudar na investigação sobre a felicidade. Os políticos
estudam essa excelência, pois procurar tornar os homens bons e obedientes às leis. É preciso
então investigar a excelência humana, pois tratamos aqui do bem do homem. A investigação
circunda então a excelência da alma, não do corpo, como foi dito anteriormente, já que a
felicidade é atividade da alma. Daí que o político deve ter algum conhecimento sobre as
faculdades da alma, por isso deve estuda-la o suficiente tendo em vista esse objetivo.
Considerando que a alma é formada por duas partes: uma racional, outra irracional. Esta tem
um componente vegetativo, responsável por sua nutrição e crescimento, está presente desde o
homem na sua fase de embrião, até a sua morte, exclusive; e é comum também a todos os outros
seres vivos, não estando relacionado à excelência humana. Apesar de o elemento vegetativo não
participar da razão, há o elemento apetitivo e o desiderativo que, em parte, participam. A
excelência também se divide em duas: intelectuais (sabedoria, inteligência e discernimento) e
morais (liberdade e moderação).

LIVRO II

IDEIAS PRINCIPAIS
Capítulo 1
Aristóteles inicia retomando o que fora dito no livro I: há duas espécies de excelência
(intelectual e moral). A intelectual deve seu nascimento e crescimento à instrução, daí que ela
requeira tempo e experiência; já a moral constitui-se por natureza, pois nada dessa ordem deve
ser modificado pelo hábito. Exemplo disso é a pedra que move-me para baixo, por mais que
seja jogada para cima inúmeras vezes, continuará a mover-se para baixo. De igual modo o fogo,
que move-se para cima, por mais que se tente habituá-lo a mover para baixo, continuará a
mover-se para cima. A natureza de modo algum gera a excelência moral no homem, mas dá-
lhe capacidade para adquiri-la contudo, esta só será aperfeiçoada com o hábito.
Fique certo que, da excelência moral só a adquirimos se a houvermos praticado, tal como nas
artes. De fato, o que aprendemos antes de fazer, só é possível ser aprendido se for fazendo. O
homem só se torna justo, praticando atos de justiça, moderados, com atos de moderação,
corajosos, com atitudes de coragem. Assim, na pólis, os legisladores formam os cidadãos
conduzindo-os a terem o hábito de terem atitudes boas, e esta é a intenção dos bons legisladores,
esse é o objetivo deles. Os professores existem porque é possível ao homem aprender fazendo.
Ele não nasce já sabendo fazer, se assim fosse, os professores seriam desnecessários. Na prática
de suas atitudes é que o homem vai fazendo-se justo ou injusto, corajoso ou covarde amável ou
irascível.
Capítulo 2
Ora, Aristóteles trata aqui não de um conhecimento teórico, ou seja, não quer só conhecer a
excelência moral, mas que discorrer sobre ela, para praticá-la, para tornar-se bom. Para isso é
preciso investigar como é preciso praticá-la, pois pode ser destruída pela carência como pelo
excesso. É preciso definir o uso adequado, na medida certa. Se não for assim, até mesmo veneno
e remédio podem se confundir, dependendo da dosagem. O meio termo deve ser preservado,
pois carência e excesso podem destruir igualmente o homem. A pessoa que teme tudo e evita
tudo, tonar-se medrosa; mas a que tudo enfrenta pode tornar-se temerária. O que se entrega aos
prazeres torna-se concupiscente, mas o que o evita em tudo, pode tornar-se insensível.

Capítulo 3
O prazer e o sofrimento subjacentes às próprias ações são indicativos das disposições morais
do homem. De fato, quem se abstém de prazeres e se alegra com esse fato, é dita moderada, já
a que se irrita com essa abstenção é dita concupiscente. Assim, a excelência moral também se
relaciona com o prazer e o sofrimento causados pela prática de determinadas ações. Ou seja,
em geral, é procurando prazer que o homem pratica certas ações, e é evitando o sofrimento que
evita outras. Daí a importância de o homem ser, desde criança, educado a se habituar de maneira
adequada.
É por causa destes prazeres ou sofrimentos que o homem se torna bom ou mal, à medida que os
procuram ou os evitam. Assim, essa excelência moral tende a educar também os prazeres e
sofrimentos, e a deficiência causa o contrário.
Aristóteles aponta três objetos de escolha (o nobilitante, o vantajoso e o agradável) e três de
repulsa (o ignóbil, o nocivo e o penoso). Em relação a todos eles, todos os homens bons tendem
a acertar e os maus tendem a errar, principalmente no que diz respeito ao prazer, já que ele
cresce com o homem desde a sua infância, sendo, pois, difícil livra-se dele, tão enraizado que
está. Fato é que o homem, uns mais e outros menos, tendem a regular suas ações com base no
sofrimento e no prazer com os quais deleita-se ou sofre e que impetra forte influência nas suas
ações.
Capítulo 4
O que torna o homem justo e moderado é o fato de ele praticar atos justos e moderados. Desde
que estes atos sejam condizentes com a excelência moral terão qualidades em si. Para isso,
precisam ser praticados conscientemente, depois, declaradamente e, por fim, provindo de uma
disposição moral firme e imutável. Para a arte, nenhum destes pré-requisitos é necessário. Já
para a excelência moral, são imprescindíveis.
Desse modo, as atitudes do homem são justas e moderadas quando são iguais às que os homens
justos e moderados praticam, mas o agente não é já virtuoso só porque a praticou uma única
vez, mas porque ele as pratica como o virtuoso. Sendo assim, é conforme pratica os atos justos
e moderados que o homem se torna justo e moderado; é conforma pratica atos concupiscente,
que se torna concupiscente; é conforme pratica atos corajosos que se torna corajoso. Sem a
prática de tais atos, jamais o homem seria virtuoso, nem teria a possibilidade de tornar-se bom.
Capítulo 5
Importante procurar discriminar agora o que seja a excelência moral. Considerando que as
manifestações da alma são de três ordens (emoções, faculdades e disposições), é preciso que a
excelência seja de uma delas.
Por emoção, Aristóteles elenca os desejos, a cólera, o ciúme, a emulação, a inveja, a alegria,
amizade, o ódio, dentre outras, mas sempre sentimentos acompanhados de prazer ou sofrimento.
Por faculdades ele elenca as inclinações em virtudes das quais o homem seja capaz de sentir as
emoções, ou seja, a capacidade de encolerizar-se, de sentir pena ou piedade. Já nas disposições,
aponta os estados de alma em função dos quais o homem está bem ou mal em relação às suas
emoções.
Fato é que nem a excelência moral, nem a deficiência moral são emoções, mas o homem é
apontado como bom ou mal com base nelas, não em função das emoções. Em função das
excelências e deficiências morais é que são louvados ou censurados. Por exemplo, independente
de sua escolha, o homem sente cólera e medo, mas ele não será censurado por senti-las. As
emoções movem os homens, mas a excelência dispõe-no a determinadas atitudes. Ninguém é
bom ou mal pelo fato de sentir cólera. Então, se a excelência moral não é emoção, nem
faculdade, resta-lhe ser disposição. Assim Aristóteles a define.
Capítulo 6
Entretanto, não basta apresentar a definição de disposição para a excelência moral, se não
definir de que espécie de disposição se trata. A excelência também dispõe a coisa a que atue
bem. Logo, a excelência moral do homem dispõe-no a que seja bom e leva-o a desempenhar
bem a sua função.
Por “meio termo” Aristóteles define aquilo que é equidistante em relação aos extremos, e que é
único e, ao mesmo tempo, em relação a todos os homens. Já o “meio termo em relação a nós”,
quer significar tão somente aquilo que não é de mais, nem muito pouco, o que então não é único,
nem absoluto, nem o mesmo para todos. Por isso, cada homem deve evitar o excesso e a falta,
buscando sempre o meio termo, não em relação ao objeto, mas em relação a nós.
No que diz respeito à excelência moral, o homem, pois, deve sempre inclinar-se a sentir medo,
confiança, desejos, cólera, piedade, prazer e sofrimento na medida nem demasiada nem pouca;
mas no momento certo, em relação aos objetos certos e às pessoas certas, e de maneira certa,
que é o meio termo, e isso é característico da excelência.
Entretanto, é preciso considerar igualmente que nem toda ação ou emoção admite um meio
termo, pois algumas já implicam maldade em si mesmas, tais como: a imprudência, o adultério,
o roubo, a inveja, o assassinato e demais afins. A maldade, como é possível verificar, não está
no excesso nem na falta, mas em si mesmo. Para o adultério não há momento certo, pessoa
certa, medida certa, sempre há um erro. Praticar essas ações injustas, covardes e libidinosas já
implica erro.
Capítulo 7
Não basta chegar a essa definição geral, mas é preciso aplica-la a situações particulares, já que
a conduta tem a ver com atitudes particulares. Por exemplo, em relação ao medo e á temeridade,
o meio-termo é a coragem. Quanto aos vários sofrimento e prazeres, o meio-termo é a
moderação e o excesso é a concupiscência. Em relação ao dinheiro, o meio-termo é a
liberalidade; o excesso e a falta são a prodigalidade e a avareza. Aqui, as pessoas são excedentes
e deficientes nos opostos, ou seja, o pródigo é excedente no gasto e deficientes na receita, e o
ávaro é excedente na receita e deficiente nos gastos. Em relação à honra, o meio-termo é a
magnanimidade, o excesso é a pretensão, e a falta, pusilanimidade. De igual modo em relação
à cólera, o meio-termo é a amabilidade, os extremos são a irascibilidade e a apatibilidade.
Aristóteles segue sua lista apresentando também em relação à verdade, à afabilidade,
amabilidade, a vergonha, a indignação justa.
Capítulo 8
Podemos então apontar três disposições da alma: os dois extremos (excesso e falta) opostos
entre si, e o meio-termo. Ora, o meio-termo é oposto também em relação aos extremos, pois é
excessivo em relação à falta e deficiente em relação ao excesso. Por isso, o homem corajoso
parece ser temerário em relação ao covarde, e parece covarde em relação ao temerário. Sendo
então todas opostas, o maior grau de oposição, é o entre os dois extremos, e não entre um dos
extremos e o intermediário. As coisas para as quais nos inclinamos parecem mais contrárias ao
meio-termo.
Capítulo 9
Aristóteles conclui então que ser bom não é uma tarefa fácil, já que não é fácil estipular o meio-
termo. Agir bem é raro e nobre. Que busca o meio-termo, deve, pois, a princípio evitar de
imediato o extremo mais contrário a ele. Sendo, pois, difícil acertar o meio termo, deve o
homem tender ao menor dos males. É preciso estar o homem atento ao erro para os quais mais
facilmente está inclinado, para poder saber para onde deve tender (o extremo oposto). Só pela
observação do prazer do sofrimento adjacente é que é possível descobri-los e atingir o meio-
termo. As vezes será preciso inclinar-se no sentido do excesso, as vezes no sentido da falta para
assim atingir mais facilmente o ponto do meio-termo.

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