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1. CONSULTA
2. PARECER
A cláusula arbitral (ou cláusula compromissória) nada mais é do que um acordo das partes
pelo qual, voluntária e antecipadamente, se obrigam a solucionar as divergências decorrentes de
relação jurídica havida entre elas por meio de juízo arbitral.
A Lei de Arbitragem, nos artigos 3º ao 6º, determina as regras para instituição da cláusula
arbitral:
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral
mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o
compromisso arbitral.
Art. 6º Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte
interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via
postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de
recebimento, convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso
arbitral.
Parágrafo único. Não comparecendo a parte convocada ou, comparecendo, recusar-se a
firmar o compromisso arbitral, poderá a outra parte propor a demanda de que trata o
art. 7º desta Lei, perante o órgão do Poder Judiciário a que, originariamente, tocaria o
julgamento da causa.
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Existem dois tipos de cláusula compromissória: a vazia e a cheia. A cláusula vazia contém
apenas a previsão de submeter futuras controvérsias à arbitragem, sem prever a forma de
instauração do procedimento. Já a cláusula cheia estabelece como a arbitragem será feita,
incluindo as regras a serem seguidas no processo. Se na cláusula compromissória as partes
mencionarem o regulamento de alguma câmara de arbitragem, o procedimento será instituído e
processado de acordo com ele. Caso contrário, as regras podem ser estabelecidas na própria
cláusula de arbitragem ou em outro documento. A cláusula cheia deve especificar se a arbitragem
ficará por conta de uma câmara, mencionando o nome da instituição, ou se haverá uma
arbitragem ad hoc. Ela também deve definir a forma de indicação e o número de árbitros, os
locais da arbitragem e da emissão da sentença, a legislação aplicável e o idioma a ser usado, se o
caso for internacional.
De fato, o que fica claro é que as partes desejam instituir a arbitragem, mas não há
especificação detalhada dos procedimentos e métodos. Por isso, este parecer técnico reconhece
que não há cláusula cheia, mas sim vazia, devendo as partes comparecem ao Núcleo de
Arbitragem da Universidade Estadual de Maringá para firmarem novo compromisso
arbitral, ou aditamento contratual, estipulando as regras que serão aplicáveis no processo
de arbitragem.
É o parecer.
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João Lennon
Parecerista