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APOSTILA DE CÁLCULO III

Prof. Edgar Manuel Chipana Huamaní

Nilópolis – RJ – Brasil
2018
Sumário
Capítulo I : Seqüências, Séries Infinitas e Séries de Potências
1.1 Sequências.......................................................................................... 1
1.2 Séries Infinitas..................................................................................... 4
1.3 Série de Potências............................................................................... 7
1.3.1 Série de Taylor 8
1.4 Exercícios Propostos........................................................................... 12

Capítulo II : Equações Diferenciais de Primeira Ordem


2.1 Modelos Matemáticos.......................................................................... 15
2.2 Definições Importantes........................................................................ 17
2.3 Equações Diferenciais de Primeira Ordem.......................................... 18
2.3.1 Equação Linear de Primeira Ordem Homogênea 18
2.3.2 Equação Linear de Primeira Ordem Não Homogênea 19
2.4 Equação de Bernoulli........................................................................... 20
2.5 Equação de Riccati.............................................................................. 21
2.6 Equações Separáveis.......................................................................... 22
2.7 Equações de Coeficientes Homegêneos............................................ 24
2.8 Equações Exatas e Fatores de Integração......................................... 27
2.9 Exercícios Propostos........................................................................... 31

Capítulo III : Equações Diferenciais de Ordem Superior


3.1 Introdução............................................................................................ 35
3.2 Equações Diferenciais Lineares Homogêneas.................................... 36
3.3 Equações Diferenciais com Coeficientes Constantes......................... 38
3.4 Equações Diferenciais Lineares Não-Homogêneas........................... 42
3.4.1 Método dos Coeficientes a Determinar 42
3.4.2 Método da Variação dos Parâmetros 44
3.5 Aplicações de Equações Diferenciais de Segunda Ordem................. 46
3.6 Transformada de Laplace.................................................................... 48
3.7 Método da Transformada de Laplace.................................................. 54
3.8 Exercícios Propostos........................................................................... 55

Capítulo IV : Gabarito dos Exercícios Propostos


4.1 Capítulo I ............................................................................................ 58
4.2 Capítulo II .......................................................................................... 74
4.3 Capítulo III ........................................................................................... 92
1
Sequências, Séries In…nitas
e Séries de Potências
1.1 Sequências
De…nição 1.1 Uma sequência de números reais é uma função f : N ! R, que associa a cada
número natural n um número real f (n): Os números na imagem desta função são chamados de
elementos da sequência.

Observação 1.1 Consideraremos o conjunto dos números naturais N como sendo

N = f1; 2; 3; 4; :::g :

Observação 1.2 Denominaremos como n-ésimo termo a imagem f (n):

Notação:
Considerando f (i) = xi ; podemos escrever os termos de uma sequência, como sendo

x1 ; x2 ; x3 ; x4 ; :::

Esta sequência poderá ser representada pela sua lei de formação, usando uma das seguinte
notações
(xn )1
n=1 ou (xn )n2N ou simplimente (xn ) :

Exemplo 1.1 Escreva a lei de formação das seguintes sequências:


(1) 0; 2; 4; 6; 8; :::
(2) 1; 3; 5; 7; :::
1 2 3 4
(3) ; ; ; ; :::
2 3 4 5
1 1 3 1 5 3
(4) ; ; ; ; ; ; :::
2 2 8 4 32 32
Exemplo 1.2 Diga, caso seja possível, o valor para o qual se aproxima o termo n-ésimo quando
n tende para o in…nito:
1
(1)
2n n2N
5n 1
(2)
n n2N
(3) (( 1)n )n2N
( 1)n
(4) n
n2N

Observação 1.3 Chamaremos de valor de convergência de uma sequência (xn )n2N ao valor de
seu limite quando o termo n-ésimo tende para o in…nito.

1
De…nição 1.2 Diremos que L é o limite de uma sequência (xn )n2N se para todo número real
> 0; existe um n0 2 N tal que
n > n0 ) jxn Lj < :
Neste caso diremos que a sequência (xn )n2N é convergente e escrevemos
lim (xn ) = L ou xn ! L; quando n ! 1:
n!1

Uma sequência que não é convergente é chamada de divergente.

1.1.1 Propriedades dos Limites de Sequências


Teorema 1.1 (Convergência de Sequências e Funções) Seja a função f : [1; +1) ! R e
(xn )n2N uma sequência de…nida por xn = f (n): Então, se
lim f (x) = L ) lim (xn ) = L:
x!1 n!1

Teorema 1.2 Se (xn )n2N e (yn )n2N forem sequências convergentes e c for uma constante, então
(i) lim (c) = c;
n!1
(ii) lim (cxn ) = c lim (xn ) ;
n!1 n!1
(iii) lim (xn yn ) = lim (xn ) lim (yn )
n!1 n!1 n!1

(iv) lim (xn :yn ) = lim (xn ) lim (yn ) ;


n!1 n!1 n!1

xn lim (xn )
n!1
(v) lim = se lim (yn ) 6= 0:
n!1 yn lim (yn ) n!1
n!1

Exemplo 1.3 Determine o valor de convergência das seguintes sequências:


3n2 2n + 5
(1)
2n2 + 1 n2N
3n
(2)
5n+1 n2N
ln(n)
(3)
n n2N
1
(4) n:Sen( )
n n2N
Teorema 1.3 (Teorema do Sanduíche) Sejam (xn )n2N , (yn )n2N e (zn )n2N sequências tais que
lim (xn ) = lim (zn ) = L e xn yn zn para todo n n0 ; então lim (yn ) = L:
n!1 n!1 n!1

Exemplo 1.4 Determine a convergência das sequências


Sen(n)
(1) :
n n2N
2n
(2)
n! n2N
n!
(3)
nn n2N

2
1.1.2 Sequências Monótonas e Limitadas
De…nição 1.3 Uma sequência (xn )n2N é chamada de monótona crescente se, xn < xn+1 para
todo n 2 N; e monótona decrescente se, xn > xn+1 para todo n 2 N:

De…nição 1.4 Uma sequência (xn )n2N é chamada de monótona não-decrescente se, xn xn+1
para todo n 2 N; e monótona não-crescente se, xn xn+1 para todo n 2 N:

De…nição 1.5 Uma sequência (xn )n2N é dita limitada inferiormente se, somente se, existe
a 2 R; tal que,
a xn 8n 2 N:

De…nição 1.6 Uma sequência (xn )n2N é dita limitada superiormente se, somente se, existe
b 2 R tal que
xn b 8n 2 N:

De…nição 1.7 Uma sequência (xn )n2N é dita limitada se, somente se, ela for simultaneamente
limitada superiormente e inferiormente, isto é,

se existem a; b 2 R tal que a xn b 8n 2 N:

Observação 1.4 Considerando K = max fjaj ; jbjg ; podemos rede…nir a sequência limitada,
como sendo
(xn )n2N é limitada , 9K > 0; tal que jxn j K; 8n 2 N:

Exemplo 1.5 Veri…que se a sequência dada é crescente, decrescente ou não-monótona.


n+2
(1)
n n2N
3n 2
(2)
2n 1 n2N
2n
(3)
n! n2N

Teorema 1.4 Toda sequência monótona e limitada é convergente.

Exemplo 1.6 Use o teorema (1.4) para provar se as sequências são convergentes.
2n
(1)
n! n2N
n
(2) n
e n2N

3
1.2 Séries In…nitas
De…nição 1.8 Se (xn )n2N for uma sequência e

Sn = x1 + x2 + x3 + ::: + xn ;

então a sequência (Sn )n2N será chamada de série in…nita, a qual será denotada por
X
1
xn = x1 + x2 + x3 + ::: + xn + :::
n=1

Os termos x1 ; x2 ; x3 ; :::; xn ; :::são chamados de termos da série in…nita e os termos

S1 ; S2 ; S3 ; :::; Sn ; :::;

as somas parciais da série.

De…nição 1.9 Diremos que a série é convergente se, a sequência de…nida pelas somas parciais
é convergente. Diremos que a série é divergente se, a sequência de…nida pelas somas parciais é
divergente.
P
1
Exemplo 1.7 Mostre que a série n é divergente.
n=1

P
1 1
Exemplo 1.8 (Série Telescópica) Determine o valor de convergência da série :
n=1 n(n + 1)

P1 1
Exemplo 1.9 (Série Geométrica) Calcule o valor de convergência da série n
:
n=1 3

P
1
Teorema 1.5 (Condição Necessária de Convergência) Se a série in…nita xn for conver-
n=1
gente, então
lim (xn ) = 0:
n!1

Exemplo 1.10 Veri…que se as seguintes séries veri…cam a condição necessária de convergên-


cia.
P1 3n2
(1) 2
n=1 (n + 1)
P1 en
(2)
n=2 ln(n)
P1 1
(3) n
n=1 3
P1 1
(4)
n=1 n

P
1 a
Teorema 1.6 A série geométrica arn converge para a soma se, jrj < 1 e diverge se,
n=0 1 r
jrj 1:

4
P
1 P
1
Teorema 1.7 Se xn e yn são séries que convergem para S e R, respectivamente, então
n=1 n=1

X
1
(xn yn ) converge para S R:
n=1

P
1 P
1 P
1
Teorema 1.8 Se a série xn converge e a série yn diverge, então ( xn yn ) é diver-
n=1 n=1 n=1
gente.

P1 (3n 1)
Exemplo 1.11 Veri…que a convergência ou divergência da série n
:
n=1 2

1.2.1 Testes de Convergência


P
1 P
1
Teorema 1.9 (Teste da Comparação) Sejam xn e yn duas séries de termos não-
n=1 n=1
negativos, onde xn yn 8n 2 N.
P
1 P
1
(i) Se yn é convergente, então xn é convergente.
n=1 n=1
P
1 P
1
(ii) Se xn é divergente, então yn é divergente.
n=1 n=1

P1 1
Exemplo 1.12 (Série Harmônica) Mostre que a série é divergente.
n=1 n

Exemplo 1.13 Veri…que a convergência ou divergência das séries.


P1 3
(1)
n=2 n 1
P1 1
(2)
n=2 ln(n)

Teorema 1.10 (Teste da Integral) Seja f uma função contínua, decrescente e não-negativa
em [1; 1) : Z 1
P1
(i) Se a integral imprópria f (x)dx converge, então a série in…nita f (n) converge.
Z1 1 n=1
P
1
(ii) Se a integral imprópria f (x)dx diverge, então a série in…nita f (n) diverge.
1 n=1

Exemplo 1.14 Use o teste da integral, veri…cando as suas condições, para determinar a con-
vergência ou divergência das séries:
P1 1
(1)
n=1 n
P1 1
(2) 2
n=1 n
P1 1
(3) p
n=1 n

5
P1 1
Teorema 1.11 (Série p) A série p
é convergente se, p > 1 e divergente se, p 1:
n=1 n

Exemplo r 1.15 Veri…que a convergência ou divergência das séries.


P1 1
(1)
n=2 n 1
P1 1
(2)
n=1 n(n + 1)

P
1 P
1
Teorema 1.12 (Teste da Comparação com Limite) Sejam xn e yn duas séries po-
n=1 n=1
sitivas.
xn
(i) Se lim = L > 0 (número …nito), então ambas séries convergem ou ambas di-
n!1 yn
vergem.
xn P1 P1
(ii) Se lim =0e yn converge, então xn converge.
n!1 yn n=1 n=1
xn P
1 P
1
(iii) Se lim = +1 e yn diverge, então xn diverge.
n!1 yn n=1 n=1

Exemplo 1.16 Veri…que a convergência ou divergência das séries.


P1 1
(1)
n=1 n + 1
P1 1
(2) 2
n=2 n (n 1)
P1 ln(n)
(3) :
n=1 n

1.2.2 Séries Alternadas.


De…nição 1.10 Se xn > 0 8n 2 N; então as séries
X
1
( 1)n xn = x1 + x2 x3 + x4 x5 + ::: e
n=1

X
1
( 1)n+1 xn = x1 x2 + x3 x4 + x5 :::;
n=1

são chamadas de séries alternadas.


P
1
Teorema 1.13 (Teste das Séries Alternadas) Dada uma série alternada ( 1)n+1 xn (ou
n=1
P
1
( 1)n xn ); onde xn > 0 e xn+1 < xn 8n 2 N: Se lim (xn ) = 0; então a série alternada é
n=1 n!1
convergente.
P
1 1
Exemplo 1.17 Prove que a série alternada ( 1)n+1 é convergente.
n=1 n

6
P
1
De…nição 1.11 A série in…nita xn será denominada absolutamente convergente se, a série
n=1
P
1
jxn j é convergente.
n=1

Teorema 1.14 Se uma série in…nita for absolutamente convergente, então ela será conver-
gente.
P
1 3
Exemplo 1.18 Veri…que a convergência ou divergência da série ( 1)n .
n=1 5n
P
1
Teorema 1.15 (Teste da Razão) Seja xn uma série in…nita de termos não-nulos.
n=1
xn+1
(i) Se lim < 1; então a série é absolutamente convergente.
n!1 xn
xn+1 xn+1
(ii) Se lim > 1 ou lim = 1; então a série é divergente.
n!1 xn n!1 xn
xn+1
(iii) Se lim = 1; então o teste nada conclui.
n!1 xn
Exemplo 1.19 Use o teste da razão para determinar a convergência ou divergência das séries.
P1 2n
(1) n
n=2 3 (n + 1)
P1 3n
(2) ( 1)n+1
n=1 n!
P1 1 3 5 ::: (2n 1)
(3) :
n=1 n!

1.3 Séries de Potências


De…nição 1.12 Uma série de potências em (x a) é uma série da forma
X
1
cn (x a)n = c0 + c1 (x a) + c2 (x a)2 + ::: + cn (x a)n + :::
n=0

Exemplo 1.20 Ache os valores de x para os quais as séries de potências são convergentes.
P1 nxn
(i) ( 1)n+1 n
n=0 3
P1 x n
(ii) ( 1)n+1
n=0 n!
P
1
(iii) (n!)(x + 2)n
n=0

Observação 1.5 O "intervalo I" de convergência de uma série de potências centrada em a


P
1
cn (x a)n , sempre terá uma das seguintes formas:
n=0
(i) Um intervalo limitado de centro em a e extremos a R e a + R; onde R 2 R+ ;
(ii) I = ( 1; +1);
(iii) I = fag :

7
P
1
Teorema 1.16 (Raio de Convergência) Seja cn (x a)n uma série de potência de raio
n=0
cn+1
R. Se lim =L 0 ou L = +1; então
n!1 cn
1
(i) Se L > 0; então R = ;
L
(ii) Se L = 0; então R = +1;
(iii) Se L = +1; então R = 0:

Exemplo 1.21 Determine o intervalo de convergência da série de potências


X
1
(x + 3)n
:
n=0
3n

P
1
Teorema 1.17 Se cn (x a)n for uma série de potências com raio de convergência R > 0;
n=0
P
1
então a série n:cn (x a)n 1
também terá R como raio de convergência.
n=0

1.3.1 Série de Taylor


Seja f uma função in…nitamente derivável no ponto x = a: A função f pode ser escrita como
uma série de potências, centrada em a; isto é,
X
1
f (x) = cn (x a)n = c0 + c1 (x a) + c2 (x a)2 + :::
n=0

Para esta a…rmação ser válida, devemos mostrar a existência dos coe…cientes ci que garantem
esta igualdade.
Então, derivando sucessivamente a função f , segue:

f (x) = c0 + c1 (x a) + c2 (x a)2 + c3 (x a)3 + c4 (x a)4 + c5 (x a)5 + ::: + cn (x a)n + ::: )

f 0 (x) = c1 + 2c2 (x a) + 3c3 (x a)2 + 4c4 (x a)3 + 5c5 (x a)4 + ::: + ncn (x a)n 1
+ ::: )
f ”(x) = 2c2 + 3 2 c3 (x a) + 4 3 c4 (x a)2 + 5 4c5 (x a)3 + ::: + n(n 1)cn (x a)n 2
+ ::: )
f ”’(x) = 3 2 1 c3 + 4 3 2 c4 (x a) + 5 4 3c5 (x a)2 + ::: + n(n 1)(n 2)cn (x a)n 3
+ ::: )
f (4) (x) = 4 3 2 1 c4 + 5 4 3 2c5 (x a) + ::: + n(n 1)(n 2)(n 3)cn (x a)n 4
+ :::

..
.
Logo, substituindo x = a; temos
f (a) f (a)
f (a) = c0 ) c0 = ) c0 =
1 0!
0 f 0 (a) f 0 (a)
f (a) = 1 c1 ) c1 = ) c1 =
1 1!

8
f ”(a)
f ”(a) = 2 1 c2 ) c2 =
2!
f ”’(a)
f ”’(a) = 3 2 1 c3 ::: ) c3 =
3!
(4)
f (a)
f (4) (x) = 4 3 2 1 c4 ) c4 =
4!
..
.
f (n) (a)
f (n) (x) = n(n 1)(n 2) ::: 3 2 1 cn ) cn = :
n!
Por hipótese 9f (n) (a), portanto, concluímos que cn existe para todo n: Desta forma, é
possível escrever a função f como uma série de potências, onde a sua representação geral será
dada por:

f (a) f 0 (a) f ”(a) f (n) (a)


f (x) = + (x a) + (x a)2 + ::: + (x a)n + ::: )
0! 1! 2! n!
X
1
f (n) (a)
f (x) = (x a)n :
n=0
n!
Esta série será denominada de Série de Taylor de f em a:

De…nição 1.13 (Série de Taylor) De…niremos como Série de Taylor de uma função f em a
(ou f centrada em a) a seguinte série de potências

f (a) f 0 (a) f ”(a) f (n) (a) X


1
f (n) (a)
2 n
f (x) = + (x a) + (x a) + ::: + (x a) + ::: = (x a)n :
0! 1! 2! n! n=0
n!

Observação 1.6 A Série de Taylor centrada em a = 0 pode, também, ser chamada de Série
de Maclaurin
f (0) f 0 (0) f ”(0) 2 f (n) (0) n X f (n) (0) 1
f (x) = + (x) + (x) + ::: + (x) + ::: = (x)n :
0! 1! 2! n! n=0
n!

Exemplo 1.22 Determine a série de Taylor, centrada em a = 0; das seguintes funções:


(1) f (x) = ex
(2) f (x) = Sen(x)
(3) f (x) = Cos(x)
p
(4) f (x) = Sen( x)
x
(5) f (x) = xCos( ):
2
De…nição 1.14 (Polinômio de Taylor) De…niremos como Polinômio de Taylor de grau n;
de uma função f no ponto a; ao seguinte polinômio

f (a) f 0 (a) f ”(a) f (n) (a) X


n
f (i) (a)
2 n
Pn (x) = + (x a) + (x a) + ::: + (x a) = (x a)i :
0! 1! 2! n! i=0
i!

9
Observação 1.7 Dada uma função f derivável pelo menos até a ordem (n+1); podemos tomar
uma aproximação desta função através de um polinômio de Taylor de grau n (Pn (x)): Esta
aproximação acarretará obviamente num erro de aproximação, que de…niremos como função
Resto Rn (x): Sendo assim, podemos escrever

f (x) = Pn (x) + Rn (x):

Segundo o Resto de…nido por Lagrange, temos que

f (n+1) (")
Rn (x) = (x a)n+1 ; onde " se encontra entre x e a:
(n + 1)!

Desta forma, teremos


X
n
f (i) (a) f (n+1) (")
f (x) = Pn (x) + Rn (x) = (x a)i + (x a)n+1 :
i=0
i! (n + 1)!

O próximo Teorema nos garante quando uma função pode ser escrita como uma série de potên-
cias.

Teorema 1.18 Seja f uma função, tal que, f e todas as suas derivadas existam em algum
intervalo (a R; a + R): Então, a função é representada por sua série de Taylor

X
1
f (n) (0)
(x)n
n=0
n!

para todo x; tal que jx aj < R se, somente se

f (n+1) (")
lim Rn (x) = lim (x a)n+1 = 0:
n!1 n!1 (n + 1)!

Onde " se encontra entre x e a:

Exemplo 1.23 Use o T eorema 1:19 para mostrar que a série de Maclaurin para f (x) = ex ;
do Exemplo 1:21, representa a função f para todos os valores de x:
Z
2
Exemplo 1.24 Encontre uma série de potências para a integral e x dx e determine uma
Z 1
2
série numérica para a integral de…nida e x dx:
0

1.3.2 Aproximação de Funções, usando Polinômios de Taylor


A substituição de algumas funções por Polinômios de Taylor, na modelagem matemática
de problemas físicos, tem-se tornado um mecanismo de simpli…cação algébrica e…caz, quando
o erro ocasionado por esta aproximação não ultrapassa o limite de tolerância imposto pela
natureza do fenômeno físico estudado.

10
Vejamos nas …guras 1 e 2 os grá…cos de alguns Polinômios de Taylor para a função f (x) = ex :

Figura 1

Figura 2
1 1
Se o intervalo de…nido para o domínio da função f (x) = ex for ; ; podemos substituí-
2 2
x2
la pelo polinômio P2 (x) = 1 + x + , pois apresenta uma aproximação su…ciente para este
2
intervalo. Por outro lado, se o domínio for [ 1; 1] um outro polinômio, mais preciso, seria
x2 x3 x4
P4 (x) = 1 + x + + + : Em ambos os casos, a utilização deles gerarão erros numéricos
2 6 24
nos resultados obtidos, mas obviamente serão de natureza pequenos quando mais próximos se
encontrem da situação real do objeto substituido, isto é, quando maior seja o grau do Polinômio
de Taylo utilizado. A escolha deles dependerá de uma análise entre o equilíbrio da simplicidade
algébrica e a tolerância do erro, que é de…nido no problema estudado.
Com esta ilustração simples podemos entender algumas utilidades do Polinômio de Taylor
na Teoria das Aproximações, que é uma ferramenta muito utilizada na modelagem matemática

11
das leis constitutivas dos fenômenos físicos.

1.4 Exercícios Propostos:


1. Determine se cada sequência converge ou diverge, se a sequência convergir, encontre seu
limite.
n(n + 1)
a)
3n2 + 7n n2N
p
n+1
b) p
3n + 1 n2N
0 n 1
Cos
c) @ p 2 A
n
n2N
2
n
d)
ln(n) n2N
0 1
n2 Sen
e) @ n A
2n + 1
n2N

2. Determine se a sequência dada é crescente, decrescente ou não monótona.

3n 1
a)
4n + 5 n2N
2
1 2n
b)
n2 n2N
1
c)
n + Sen(n2 ) n2N
5n
d)
1 + 52n n2N
n!
e)
3n n2N

3. Use o teste da comparação direta ou com uma série-p ou com uma série geométrica para
determinar se cada série converge ou diverge.

P
1 n2
a) 4
n=1 n + 2n + 1
P
1 1
b) n
n=1 n5
P1 n+1
c) n
n=1 (n + 2):7

12
P
1 3n
d) p
3
n=1 2n 1
P1 1
e) p
n=1 n + 2

4. Use o teste de comparação no limite para determinar se a série converge ou diverge


P
1 4
a) n
n=1 3 + 1
P
1 1
b) p4 3
n=1 n + 1
P1 7n + 3
c) n
n=1 (5n + 1):3
P
1 ln(n)
d) 4
n=1 n
P1 1
e) p
n=1 2n + 1

5. Use o teste da integral para veri…car se a série converge ou diverge.


P1 n
a) n
n=1 e
P
1 1
b) p
n=1 n ln(n)

6. Use o teste da razão para veri…car se a série converge ou diverge.

P
1 (4n)!
a) ( 1)n
n=0 (n!)2
P
1 32n+1
b) ( 1)n
n=1 nn

7. Encontre o intervalo de convergência da série de potências


P1 xn
a)
n=1 n
P
1 (x 17)n
b) ( 1)n
n=0 n!

8. Determine a série de Taylor centrada em a = 0 e o intervalo de convergência.

1
a) f (x) =
1+x
1
b) f (x) =
1 x

13
c) f (x) = ln(1 + x)
d) f (x) = ln(1 x)
e) f (x) = arcT g(x)

9. Encontre uma série numérica que represente o número irracional :

10. Mostre usando série de potências, a relação de Euler


p
ei = Cos( ) + Sen( )i; onde i = 1:

1.4.1 Respostas:
1 p
3
a) Converge; limite b) Converge; limite c) Converge; limite 0
1. 3 3
d) Diverge e) Converge; limite 2 :

a) Crescente b) Decrescente c) Não monótona


2.
d) Decrescente e) Crescente depois dos dois primeiros termos.

a) Converge b) Converge c) Converge


3.
d) Diverge e) Diverge.

a) Converge b) Diverge c) Converge


4.
d) Converge e) Diverge.

5. a) Converge b) Diverge

6. a) Diverge b) Converge

7. a) I = [ 1; 1) b) I = ( 1; +1)

8.
P
1 P
1
a) ( 1)n xn para jxj < 1 b) xn para jxj < 1
n=0 n=0
P1 xn+1 P
1 xn+1
c) ( 1)n para x em ( 1; 1] d) para x em [ 1; 1)
n=0 n+1 n=0 n+1
P1 x2n+1
e) ( 1)n para jxj 1:
n=0 2n + 1
P
1
4 4 4 4 4
9. Resposta: = ( 1)n 2n+1 =4 3
+ 5 7
+ 9
:::
n=0

14
2
Equações Diferenciais de 1ra Ordem

2.1 Modelos Matemáticos


O estudo das equações diferenciais constitui um dos assuntos mais importantes da Matemática
Aplicada. Diversos fenômenos da natureza em diferentes áreas, como: física, química, en-
genharia, medicina, demogra…a, biologia; entre outras, utilizam modelos matemáticos repre-
sentados por equações diferencias para descrever alguns fenômenos da natureza presentes nas
respectivas áreas, obtendo destas representações as propriedades importantes para o estudo do
seu comportamento, em relaçao ao tempo.
A seguir, como motivação, veremos alguns modelos clássicos.

2.1.1 Queda Livre de Corpos


Analisemos a modelagem de um problema de queda livre, sem considerar o efeito da resistência
do ar.
Sabemos, pela Segunda Lei de Newton, que a soma total das forças atuantes sobre um corpo
é igual ao produto da sua massa pela aceleração total, com a qual se movimenta.
Em decorrência disso, considerando que a única força atuante num corpo em queda livre
seja apenas o seu peso, teremos o seguinte modelo:

d2 y
F orça Resultante = (P eso do Objeto) ) m = mg:
dt2
Que implica
d2 y
= g:
dt2
Onde y = y(t) representa a posição do corpo em cada instante de tempo, no referencial de
"cima para baixo", m a massa do corpo e g a aceleração da gravidade.
Pelos conhecimentos básicos estudados em Cálculo 1, podemos resolver esta equação difer-
encial de segunda ordem integrando sucessivamente, até encontrar y: Isto é,

d2 y dy gt2
= g ) = gt + c 1 ) y = + c1 t + c2 :
dt2 dt 2
Logo, considerando a condição inicial
dy
y(0) = h e v(0) = (0) = v0 ;
dt
teremos a seguinte equação do movimento

gt2
y(t) = + v0 t + h:
2

15
2.1.2 Movimento Vertical com Resistência do Ar
Neste caso, utilizaremos o modelo anterior onde será tomado em conta a força de resistência
do ar, que é exercida no objeto.
Consideremos a resistência do ar como sendo proporcional a velocidade do corpo. Desta
forma, o nosso novo modelo será de…nido por

F orça Resultante = (P eso do Objeto) encia do Ar) )


(F orça de Resist^

d2 y d2 y dy
m = mg v)m + mg = 0 )
dt2 dt 2 dt
2
dy dy
2
+ g = 0; (2.1)
dt dt
onde = :
m
dy
Tomando = v; podemos, escrever o mesmo modelo como:
dt
dv
+ v g = 0: (2.2)
dt
Para o caso de grandes superfícies em contato, como acontece num paraquedas, a resistência
do ar é habitualmente considerada como sendo proporcional ao quadrado da velocidade. Desta
forma, de…niremos um outro modelo

d2 y dv
m 2 = mg v2 ) m + v2 mg = 0 )
dt dt
dv
+ v 2 g = 0: (2.3)
dt
As equações diferenciais (2:1) (2:3) serão resolvidas neste capítulo.

2.1.3 Crescimento Populacional


O crescimento (ou decrescimento) populacional é um outro exemplo de aplicação das equações
diferenciais, que é muito importante no estudo da demogra…a, na bactereologia e na medicina,
com estudos na epidemologia.
Consideremos inicialmente, de forma intuitiva, que a "taxa de natalidade" e a "taxa de
mortalidade", de uma certa espécie, sejam linearmente proporcionais a população existente
P = P (t): Com esta suposição podemos ter o seguinte modelo:

T axa de crescimento da P opulaç~


ao = T axa de N ascimento T axa de M ortalidade )
dP
= N:P M:P = (N M )P )
dt
dP
= P. (2.4)
dt
Onde =N M é o coe…ciente de crescimento.

16
Se N > M , diremos que haverá um crescimento populacional e, para o caso N < M , um
decrescimento populacional.
Este modelo é bem aceito quando a população é pequena e em intervalos curtos de tempo.
Agora, para grandes populações é evidente que devem ser considerados outros fatores, como
por exemplo, a luta pela sobrevivência. Sendo assim, o coe…cente não é mais constantes,
pois a taxa de mortalidade pode ser, por exemplo, proporcional a população existente. Desta
forma, teremos
= N M P:
De onde, encontramos o modelo
dP
= (N MP) P )
dt
dP
= NP M P 2: (2.5)
dt

2.1.4 Problemas de Temperatura


Segundo a Lei de esfriamento de Newton: "A taxa de variac~ao da temperatura de uma superf {cie de um ob
Sendo assim, considerando = (t) a temperatura do corpo e T0 a temperatura do meio ambi-
ente, teremos o seguinte modelo
d
= k( T0 ) : (2.6)
dt
Onde k > 0 é a constante térmica de proporcionalidade.

Observação 2.1 Uma questão importante sempre será levada em consideração, quando se
está realizando a modelagem matemática de um fenômeno físico. Sistemas mais completos
requerem da utilização de equações diferenciais mais complexas, cujas soluções na maioria de
vezes acabam sendo do tipo numérica (com aproximações numéricas computacionais). A análise
da escolha do modelo é feita segundo o equilíbrio entre o custo operacional e a proximidade dos
resultados obtidos, quando comparados com a situação real.

2.2 De…nições Importantes


De…nição 2.1 De…niremos como Equações Diferenciais Ordinárias (E.D.O.), as equações que
envolvem derivadas de uma ou mais variáveis dependentes em relação a uma única variável
independente. Por exemplo:
d2 y dy
2
+ g=0
dt dt
dP
= NP MP2
dt
d3 y dy
3
+ y xy 2 = 0
dx dx

17
De…nição 2.2 De…niremos como Equações Diferenciais Parciais (E.D.P.), as equações que
envolvem derivadas de uma ou mais variáveis dependentes em relação a mais de uma variável
independente. Por exemplo:

@2u @2u
= 0 (Eq. de Ondas)
@t2 @x2
@u @2 @2
r2 u = 0; onde r2 = + (Eq. do Calor)
@t @x2 @y 2
utt + uxxxx = 0 (Eq. de vibração de vigas)

De…nição 2.3 Se a derivada de maior ordem em uma equação diferencial for n; então de…nire-
mos essa equação diferencial como sendo de ordem n:
Exemplos:
d2 y dy
2
x xy 2 = 0 (Equação diferencial 2da ordem),
dx dx
2
dy dy
y = 0 (Equação diferencial de 1ra ordem).
dx dx

De…nição 2.4 Uma equação diferencial é dita linear se todas a operação envolvendo a variável
dependente "y", for de natureza linear.
Exemplos:
dy
+ p(x)y = q(x) (Equação linear de 1ra ordem)
dx
dy
+ p(x)y = q(x):y 4 (Equação não linear de 1ra ordem)
dx
2
dy dy
y = 0 (Equação diferencial não linear de 2da ordem).
dx dx

2.3 Equações Lineares de Primeira Ordem


2.3.1 Equação Linear de Primeira Ordem Homogênea
De…nição 2.5 Sejam I R e p : I ! R; uma função contínua. Toda equação diferencial que
pode ser escrita da forma
dy
+ p(x)y = 0; (2.7)
dx
é chamada de equação linear homogênea de 1ra ordem.

Solução Geral da Equação Linear de 1ra Ordem Homogênea Consideremos y =


y(x) 6= 0; 8x 2 I, então

dy
dy dy d (ln y)
+ p(x)y = 0 ) = p(x)y ) dx = p(x) ) = p(x) )
dx dx y dx

18
Z
ln [y(x)] = p(x)dx )
R
y(x) = e( p(x)dx)
: (2.8)
Esta equação é dita solução geral da equação (2:7):

Solução Particular da Equação Linear Homogênea de 1ra Ordem Tomando a equação


(2:9); com a condição inicial y(x0 ) = y0 ; teremos a seguinte solução particular:
0 Z x 1
@ p(t)dtA
y(x) = y0 :e x0 : (2.9)

Exemplo 2.1 Encontre a solução geral de cada uma das equações


dy y
(1) = ; x > 0:
dx x
dy
(2) + yCos(t) = 0:
dt
Exemplo 2.2 Determine a solução geral da equação de crescimento populacional (2:4).

Exemplo 2.3 Resolva o problema de valor inicial


(
dy
+ 3xy = 0
dx :
y(0) = 5

2.3.2 Equação Linear de Primeira Ordem Não Homogênea


De…nição 2.6 Sejam I R, p; q : I ! R; funções contínuas. Toda equação diferencial que
pode ser escrita da forma
dy
+ p(x)y = q(x); (2.10)
dx
é chamada de equação linear não homogênea de 1ra ordem.

Solução Geral da Equação Linear Não Homogênea de 1ra Ordem Utilizaremos o


Método do Fator Integrante.
Multipliquemos (2:10); pela equação u(x); que denominaremos de fator integrante.
dy
u(x) + u(x)p(x)y = u(x)q(x): (2.11)
dx
Suponhamos a seguinte condição:
du(x)
= u(x)p(x): (2.12)
dx
Então, substituindo (2:12) em (2:11); temos
dy du(x)
u(x) + y = u(x)q(x) )
dx dx

19
Z
d
[u(x)y] = u(x)q(x) ) u(x)y = u(x)q(x)dx + C )
dx
Z
1
y= u(x)q(x)dx + C (2.13)
u(x)
Agora, de (2:12) segue
du(x)
p(x)u(x) = 0:
dx
Que é uma equação diferencial linear de 1ra ordem. Logo,
R
u(x) = e( p(x)dx)
(2.14)

Substituindo (2:14) em (2:13); conseguimos


Z R
1
y= R e( p(x)dx) q(x)dx + C )
e( p(x)dx )
R
Z R
y=e ( p(x)dx)
: e( p(x)dx) q(x)dx + C (2.15)

Exemplo 2.4 Calcule a equação geral de cada uma das seguintes equações:
dy
(1) + yx2 = x2 ;
dx
dy
(2) (1 + t2 ) + 2ty = 1:
dt
Exemplo 2.5 Encontre a solução para as equações (2:2) e (2:6):

Exemplo 2.6 Resolva o problema de valor inicial


( 1 1
y 0 + y = 2 , x > 0:
x x :
y(1) = 1

2.4 Equação de Bernoulli


De…nição 2.7 Chama-se Equação de Bernoulli a toda equação diferencial de primeira ordem
que pode ser posta da forma
dy
+ p(x)y = q(x)y n ; (2.16)
dx
onde p(x) e q(x) são funções contínuas de…nidas num intervalo I R e n um número real não
nulo, diferente de zero e de um.

20
2.4.1 Solução da Equação de Bernoulli
A solução consiste em transformar a equação de Bernoulli numa equação linear de primeira
ordem não homegênea, através de uma mudança de variáveis. Vejamos:
dy 1 dy
+ p(x)y = q(x)y n ) n + p(x)y 1 n
= q(x): (2.17)
dx y dx
Considerando
dz 1 dy n dy
= n =y ;
dx y dx dx
temos
n+1
y
z= n+1
) y1 n
= (1 n) z: (2.18)

Substituindo (2:18) em (2:17); conseguimos

dz
+ (1 n)p(x):z = q(x):
dx
Que é uma equação linear não homogênea de primeira ordem.

Exemplo 2.7 Determine a solução da equação


dy y
2 = 3xy 2 ; x > 0:
dx x
Exemplo 2.8 Resolva a equação do crescimento populacional (2:5):

2.5 Equação de Riccati


De…nição 2.8 Uma equação diferencial de primeira ordem da forma
dy
= a2 (x)y 2 + a1 (x)y + a0 (x); (2.19)
dx
em que a2 (x); a1 (x) e a0 (x) são funções contínuas de…nidas num intervalo I R e a2 (x) 6= 0
em I; é chamada de equação de Riccati.

Teorema 2.1 Se duas funções y1 = y1 (x) e y2 = y2 (x); são soluções da equação (2:19); então
z = y1 y2 é solução da equação de Bernoulli
dz
[a1 (x) + 2y1 :a2 (x)] z = a2 (x)z 2 : (2.20)
dx
Prova: De fato, sendo y1 = y1 (x) e y2 = y2 (x); soluções da equação (2:21); teremos

dy2
= a2 (x)y22 + a1 (x)y2 + a0 (x)
dx
dy1
= a2 (x)y12 + a1 (x)y1 + a0 (x):
dx

21
Subtraindo ambas equações, conseguimos
d [y2 y1 ]
= a2 (x) y22 y12 + a1 (x) [y2 y1 ] :
dx
Tomando y2 y1 = z e y22 y12 = (y2 y1 )(y2 + y1 ) = z:(z + 2y1 ) = z 2 + 2y1 z; segue
dz
= a2 (x) z 2 + 2y1 z + a1 (x)z )
dx
dz
[a1 (x) + 2y1 :a2 (x)] z = a2 (x)z 2 :
dx

Observação 2.2 Para resolver a equação de Riccati é necessário conhecer uma solução partic-
ular. Se não conhecermos pelo menos uma solução, não teremos nenhuma chance de resolver
a equação.
Observação 2.3 Sejam yp e y a solução particular e a solução geral, respectivamente, da
Equação de Riccati.
dy
= a2 (x)y 2 + a1 (x)y + a0 (x):
dx
Tomando z = y yp (ou y = z + yp ) e usando o T eorema 2:1, podemos transformar esta
equação na seguinte Equação de Bernoulli:
dz
[a1 (x) + 2yp :a2 (x)] z = a2 (x)z 2 :
dx
Exemplo 2.9 Encontre a solução geral para a equação
y0 xy 2 + (2x 1)y = x 1:
Sabendo-se que y(x) = 1 é uma solução particular.

2.6 Equações Separáveis


De…nição 2.9 Sejam I e J intervalos abertos, F : I ! R e G : J ! R funções contínuas,
onde G(y) 6= 0 para todo y 2 J: Uma equação diferencial que pode ser escrito da forma.
dy F (x)
=
dx G(y)
é chamada de equação de variáveis separáveis.
Observação 2.4 Toda equação linear homogênea de primeira ordem
dy
+ p(x)y = 0;
dx
pode ser representada pela seguinte equação de variáveis separáveis.
dy p(x)
= ; com y 6= 0:
dx 1
y

22
2.6.1 Solução da Equação
Para resolver a equação
dy F (x)
= com G(y) 6= 0:
dx G(y)
Basta multiplicar ambos os membros por G(y) e fazer a sua integração em x: Vejamos
Z Z
dy dy
G(y) = F (x) ) G(y) dx = F (x)dx:
dx dx

Logo, pelo Teorema Fundamental do cálculo, temos


Z
dy d
G(y) = G(y)dy:
dx dx
Que implica Z Z Z
d
G(y)dy dx = F (x)dx:
dx
Então, Z Z
G(y)dy = F (x)dx:

Observação 2.5 (Método Simpli…cado) Do método acima, podemos usar a sua forma mais
simpli…cada, sem uso do rigor matemático, que consiste em
Z Z
dy F (x)
= ) "G(y)dy = F (x)dx" ) G(y)dy = F (x)dx:
dx G(y)

Neste caso, basta resolver as duas integrais e colocar apenas uma constante, normalmente do
lado direito.

Exemplo 2.10 Calcule soluções da equação


x
y0 = ; x 2 R e y > 0:
y

Exemplo 2.11 Resolva a equação

y0 (1 + x)y = 1 + x; para y > 1:

Exemplo 2.12 Resolva a Equação do Crescimento Populacional (também chamada de Equação


Logística)
dP
= N P M P 2:
dt

23
2.7 Equações de Coe…cientes Homegêneos
De…nição 2.10 (Equação Homogêneas)
A equação F (x; y) é denominada homogênea de grau k se, 8(x; y) 2 R2 e 8t 2 R; temos

F (tx; ty) = tk F (x; y):

De…nição 2.11 Uma equação diferencial


dy
M (x; y) + N (x; y) = 0; com M; N R2 ! R; (2.21)
dx
é denominada de coe…cientes homogêneos quando M (x; y) e N (x; y); são equações homogêneas
de mesmo grau.

2.7.1 Solução da Equação


Considerando que N (x; y) 6= 0 e que M e N; sejam homogêneas de grau k: Teremos

dy dy
M (x; y) + N (x; y) = 0 ) N (x; y) = M (x; y) )
dx dx
dy M (x; y)
= :
dx N (x; y)
Dividindo por xk ; é possível chegar numa equação do tipo
dy y
=F :
dx x
De onde, substituindo
y
= v ) y = xv ) y 0 = v + xv 0 :
x
Podemos transformar a equação (2:21); numa equação do tipo

dv
v+x = F (v):
dx
Que é uma equação de variáveis separáveis, pois
dv dx
= :
F (v) v x

Exemplo 2.13 Determine as soluções de


dy
(x2 + y 2 ) + (2x + y)y = 0:
dx

24
Observação 2.6 Para resolver uma equação do tipo
dy a1 x + b 1 y
=F : (2.23)
dx a2 x + b 2 y
Devemos recorrer a seguinte mudança de variáveis:
y dy dv
= v onde =v+x :
x dx dx
Assim, teremos
0 y 1
dy a1 x + b 1 y a1 + b 1
=F =F@ x A para x 6= 0:
dx a2 x + b 2 y y
a2 + b 2
x
De onde, segue
dv a1 + b 1 v
v+x =F ;
dx a2 + b 2 v
que é pode ser transformada em uma equação de separável
dv dx
= : (2.24)
a1 + b 1 v x
F v
a2 + b 2 v
Exemplo 2.14 Resolver a equação
dy
(x y) (x + y) = 0:
dx

dy a1 x + b 1 y + c 1
2.7.2 As Equações do tipo =F
dx a2 x + b 2 y + c 2
Para resolver este tipo de equações devemos de fazer uma mudança de variáveis, de tal forma
a para transformar a equação
dy a1 x + b 1 y + c 1
=F ; (2.25)
dx a2 x + b 2 y + c 2
em uma equação do tipo
dY a1 X + b 1 Y
=F : (2.26)
dX a2 X + b 2 Y
Isto, pode ser feito trabalhando com uma translação de coordenadas, para um ponto (x0 ; y0 );
de tal forma a termos
x = X + x0
: (2.27)
y = Y + y0
Onde, pela regra da cadeia, segue
dY dY dy dx dy
= : : = :
dX dy dx dX dx

25
Sendo assim, teremos
a1 x + b1 y + c1 = a1 (X + x0 ) + b1 (Y + y0 ) + c1 = a1 X + b1 Y + (a1 x0 + b1 y0 + c1 ) e
a2 x + b2 y + c2 = a2 (X + x0 ) + b2 (Y + y0 ) + c2 = a2 X + b2 Y + (a2 x0 + b2 y0 + c2 ).
Logo, devemos então analisar e encontrar os valores de x0 e y0 ; que satisfazem o seguinte
sistema
a1 x 0 + b 1 y 0 + c 1 = 0 a1 x 0 + b 1 y 0 = c 1
) : (2.28)
a2 x 0 + b 2 y 0 + c 2 = 0 a2 x 0 + b 2 y 0 = c 2
Duas possibilidades decorrem da análise do sistema (2:28):
i) Se
a1 b 1
det 6= 0:
a2 b 2
Então existe uma única solução, assim a equação (2:25) se transforma na equação (2:26);
com a mudança proposta em (2:27) e a sua solução segue como na comentado na Observaç~ ao
(2:6):
ii) Se
a1 b 1 a1 b1 c1
det = 0; onde = = m 6= :
a2 b 2 a2 b2 c2
Podemos concluir que
a1 = ma2 e b1 = mb2 :
Assim, teremos
dy a1 x + b 1 y + c 1 ma2 x + mb2 y + c1 m(a2 x + b2 y) + c1
=F =F =F : (2.29)
dx a2 x + b 2 y + c 2 a2 x + b 2 y + c 2 a2 x + b 2 y + c 2
Neste caso, tomaremos
dw dy dy 1 dw a2 1 dw
w = a2 x + b 2 y ) = a2 + b 2 ) = = m:
dx dx dx b2 dx b2 b2 dx
Logo, substituindo em (2:29); segue
dy m(a2 x + b2 y) + c1
=F )
dx a2 x + b 2 y + c 2
1 dw mw + c1
m=F :
b2 dx w + c2
Que é uma equação separável.
Exemplo 2.15 Resolva
dy 2x + 3y 1
= :
dx 4x + 6y + 4
Exemplo 2.16 Resolva
dy 2x 3y 1
= :
dx 3x + y 2

26
2.8 Equações Exatas e Fatores de Integração
2.8.1 Introdução
Consideremos uma equação

'(x; y) = c; onde c é uma constante qualquer.

Derivando a expressão em x, considerando y = y(x) e usando a regra da cadeia , teremos

@' @x @' @y @' @' @y dy


+ =0) + = 0 ) 'x + 'y = 0:
@x @x @y @x @x @y @x dx
Podemos observar que esta equação resultante é do tipo
dy
M (x; y) + N (x; y) =0 (2.30)
dx
e terá como solução geral, a seguinte equação

'(x; y) = c:

Sempre enquando,
'x = M (x; y) e 'y = N (x; y):
Para que isso aconteça devemos encontrar alguma condição que garanta tal situação. De
fato, recorrendo aos nossos conhecimentos de cálculo 2, temos

'xy = 'yx , se ' 2 C 2 :


Usando este resultado, podemos encontrar a seguinte condição:
@M @N
= :
@y @x

Com esta imposição dada as equações M e N; podemos obter uma função ' de classe C 2
que satisfaça a equação diferencial (2:30):
A seguir formalizaremos este processo.

De…nição 2.12 A equação


dy
M (x; y) + N (x; y) = 0; onde M; N : U R2 ! R;
dx
é denominada Exata em U; se existe uma função '(x; y) em U; tal que

'x (x; y) = M (x; y) e 'y (x; y) = N (x; y); 8(x; y) 2 U:

Esta função é denominada de F unç~


ao P otencial da equação.

27
De…nição 2.13 A equação
dy
M (x; y) + N (x; y) = 0; onde M; N : U R2 ! R;
dx
é denominada F echada em U; se

My (x; y) = Nx (x; y); 8(x; y) 2 U:

Teorema 2.2 Dada a equação


dy
M (x; y) + N (x; y) = 0; onde M; N : U R2 ! R
dx
são continuamente deriváveis e a equação é exata em U; então ela será fechada em U:

Teorema 2.3 Dada a equação


dy
M (x; y) + N (x; y) = 0; onde M; N : U R2 ! R:
dx
Se esta equação é fechada em U; então ela será localmente exata em U:

Observação 2.7 A recíproca é válida apenas para regiões contidas em U; caso ela não for
convexa. Agora se U = R2 ; podemos garantir a recíproca em todo U:

Exemplo 2.17 Resolva


dy x y
= :
dx x y2
Exemplo 2.18 Resolva
dy
[2xSen(y) + ex Cos(y)] + x2 Cos(y) ex Sen(y) = 0:
dx

2.8.2 Fatores de Integração


Dada uma equação não exata
dy
P (x; y) + Q(x; y) = 0; onde Py (x; y) 6= Qx (x; y):
dx
Queremos encontrar uma função u = u(x; y); que denominaremos de Fator de Integração,
de tal forma a obter
dy
u(x; y)P (x; y) + u(x; y)P (x; y) = 0; onde My (x; y) = Nx (x; y):
| {z } | {z } dx
M (x;y) N (x;y)

Sendo assim, teremos


@M @
M (x; y) = u(x; y)P (x; y) ) = [u(x; y)P (x; y)] )
@y @y

28
@M @u @P
= P +u (2.31)
@y @y @y
Assim como,
@N @
N (x; y) = u(x; y)Q(x; y) ) = [u(x; y)Q(x; y)] )
@x @x
@N @u @Q
= Q+u (2.32)
@x @x @x
Comparando (2:31) e (2:32); segue
@u @P @u @Q
M y = Nx ) P +u = Q+u )
@y @y @x @x
@P @Q @u @u
u u = Q P )
@y @x @x @y
@P @Q @u @u
u = Q P: (2.33)
@y @x @x @y
O problema, então, consistirá em encontrar uma função u = u(x; y) que satisfaça (2:33):
Isto pode, aparentemente, não ser muito fácil, pois se trata de uma EDP que não é foco da
nossa disciplina, mas neste curso nos limitaremos ao estudo dos casos mais simples, que são
u = u(x) e u = u(y); ou u = u(x; y) quando ele for dado.
Observação 2.8 Se u = u(x); então a equação (2:33) …cará
h i
@P @Q
@P @Q du @y @x 1 du
u = Q) = : (2.34)
@y @x dx Q u dx
@Q
[ @P
@y @x ]
Caso Q
…que em função de x; a solução de (2:34) será
h i
Z @P @Q Z
@y @x 1 du
dx = dx = ln u )
Q u dx
@Q
R [ @P
@y @x ] dx
u(x) = e Q (2.35)
Observação 2.9 Se u = u(y); a equação (2:33) …cará
@P @Q @u
u = P: (2.36)
@y @x @y
@Q
[ @P
@y @x ]
Caso P
…que em função de y; a solução de (2:37) será
h i
Z @P @Q Z
@y @x 1 du
dy = dy = ln u )
P u dy
@Q
R [ @P
@y @x ] dy
u(y) = e P (2.37)

29
Observação 2.10 Se usarmos o mesmo argumento, para resolver a equação diferencial de 1ra
ordem não homegênea, teriamos
dy dy
+ p(x)y = q(x) ) p(x)y q(x) + |{z}
1 = 0:
dx | {z } dx
P Q

De onde, segue
@P @Q @ [p(x)y q(x)] @ [1]
= = p(x):
@y @x @y @x
Considerando o pelo fator integrante u = u(x); da equação (2:36); segue
@Q
R [ @P
@y @x ] dx R
p(x)dx
u(x) = e Q =e :

Que é oum fator de integração já conhecido. Agora, resolvendo a equação exata


R R dy
p(x)dx
e [p(x)y q(x)] + e| p(x)dx
{z } dx = 0:
| {z }
M N

Teremos R R R
p(x)dx
'x = e [p(x)y q(x)] = e p(x)dx p(x)y e p(x)dx q(x) )
Z h R R i
'= e p(x)dx p(x)y e p(x)dx q(x) dx + g(y) )
Z h R i Z h R i
p(x)dx
'=y e p(x) dx e p(x)dx q(x) dx + g(y) )
h R i Z h R i
p(x)dx
'=y e e p(x)dx q(x) dx + g(y) (2.38)

Além disso, Z h
R R i
p(x)dx p(x)dx
'y = e )'= e dy + f (x) )
h R i
' = y e p(x)dx + f (x) (2.39)

Comparando (2:38) e (2:39); teremos


h R i Z h R i
p(x)dx p(x)dx
'=y e e q(x) dx = c )

h R i Z R
p(x)dx p(x)dx
y e = e q(x)dx + c )
R
Z R
p(x)dx p(x)dx
y(x) = e e q(x)dx + c

Que é um outro resultado já conhecido.

30
Exemplo 2.19 Dada a equação
dy
y + (x2 y x) = 0:
dx
(i) Veri…que se a equação é exata.
(ii) Determine o fator integrante u = u(x):
(iii) Determine a solução da equação.

Exemplo 2.20 Resolva a equação


dy
y 2 + (xy + 1) = 0:
dx

2.9 Exercícios Propostos:


1. Determine as soluções gerais de:

dy
a) = Sen(x):Cos(x)
dx
dy 1
b) = 2
dx x (1 + x)
dy ln x
c) =
dx x
dy
d) = tet
dt
2. Calcule a solução geral de cada uma das seguintes equações:

dy
a) (1 + x2 ) + y = arcT g(x)
dx
dy
b) y:T g(x) = Sen(x)
dx
dz
c) + zt2 t2 = 0
dt
dy
d) + y = tet
dt
3. Resolva os problemas de valor inicial:
8
< dy + Sen(t):y = 0
>
a) dt
> 3
: y(0) =
2
(
dy
x y = x2 ; para x > 0:
b) dt
y(2) = 6

31
4. Resolva:
dy
a) x y = x3 y 3
dx
(
dy 4 p
= y+t y
b) dt t
y(1) = 1

5. Mostre que a equação de Riccati com coe…cientes constantes


dy
+ ay 2 + by + c = 0;
dx
tem uma solução da forma y = m; onde m é uma constante e

am2 + bm + c = 0:

6. Resolva as seguintes equações:

dy y 2
a) 2 1 = 0; onde yp = x e x > 0:
dx x
b) y 0 + y 2 (1 + 2ex ) y + e2x = 0; onde yp = ex e x > 0:
dy
c) + y 2 + 3y + 2 = 0:
dt
7. Resolva as seguintes equações separáveis:

dy
a) (x 1) y=0
dx
b) y 0 + yCos(x) = 0
dy
c) (1 + x2 )y 3 x3 y 2 =0
dx
1
d) tg(y):y 0 = 0
x
dy
e) (x2 + 4) e 2y = 0:
dx
8. Determine as soluções gerais de:

dy
a) (x2 y2) 2xy =0
dx
dy x y
b) =
dx x+y
y!
dy y
c) =e x +
dx x
9. Resolva:

32
dy 2x 3y 1
a) =
dx 3x + y 2
dy 2x y + 1
b) =
dx 6x 3y 1

10. Determine a solução geral de:

dy
a) (3x2 + 6xy 2 ) + (6x2 y + 4y 3 ) =0
dx
dy 1 + ySen(x)
b) =
dx Cos(x) 1

11. Determine os fatores integrantes das seguintes equações:

a) (x3 y x2 ) + xy 0 = 0
dy
b) [yCos(x) T g(x)] Sen(x) =0
dx
1
12. Veri…que se u(x; y) = é um fator de integração da equação
xy 3
dy
xy 3 + x(1 + y 2 ) =0
dx
e determine a sua solução, sabendo-se que y(1) = 1.

2.9.1 Respostas:
Sen2 x 1+x 1
a) y(x) = +c b) y(x) = ln +c
1. 2 x x
ln2 x
c) y(x) = +c d) y(t) = tet et + c:
2

arcT g(x) Sen2 x


a) y(x) = arcT g(x) + ce 1 b) y(x) = Secx: +c
2
2. t3 t 1
c) z(t) = ce 3
+1 d) y(t) = ce t + et :
2 4
3
3. a) y(t) = e(Cost 1)
b) y(x) = x + x2
2

4. a) 5x2 + 2x5 y 2 + Cy 2 = 0 t4 [ln(t) 2]2


b) y(t) =
4
5. Basta substituir y = m na equação e veri…car que ela será solução, se am2 + bm + c = 0:

33
2x (1 + c)ex + e2x (2 + cet )
6. a) y(x) = x + b) y(x) = c) y(x) =
c ln x ex + c 1 + cet
c
a) y(x) = c(x 1) b) y(x) = Sen(x)
e
y 1 1 1
7. c) ln + =c d) xCos(y) = c
x 2 x2 y 2
x
e) e2y = arcT g + c:
2
a) x3 3xy 2h = c b) x2 2xy y2 = c
8. c i
c) y = x ln ln
x
9. a) 2y 2 6xy y2 2x + 4y = c b) 5x 15y + 4 ln(10x 5y 3) = c

10. a) x3 + 3x2 y 2 + y 4 = c b) x yCos(x) + y = c


0 31
x
@ A
11. e 3
a) u(x) = b) u(x) = Cosc2 x
x
1
12. 2x + ln(y 2 ) = 1:
y2

34
3
Equações Diferenciais de Ordem Superior
3.1 Introdução
Neste último capítulo estudaremos algumas técnicas para resolver equações diferenciais
ordinárias de ordem superior, dando enfâse nas equações de segunda ordem, pela importân-
cia da sua aplicação nos modelos físicos clássicos. Num primeiro momento citaremos algumas
de…nições importantes e enunciaremos o Teorema da Existência e Unicidade para equações difer-
enciais lineares com condições iniciais, posteriormente comentaremos alguns métodos utilizados
na solução deste tipo de equações.

De…nição 3.1 Uma equação diferencial linear ordinária de ordem n é uma equação do tipo

dn y dn 1 y dy
an (x) n
+ a n 1 (x) n 1
+ ::: + a1 (x) + a0 (x)y = h(x); (3.1)
dx dx dx
onde an (x) não é identicamente nulo. Se h(x) 0; a equação é chamada de homogênea.

De…nição 3.2 De…niremos a equação (3.1) como normal no intervalo I, se 8x 2 I temos


an (x) 6= 0:

De…nição 3.3 O problema de…nido pela equação diferencial (3.1) é denominado de problema
de valor inicial, se existem constantes arbitrárias
(n 1)
y0 ; y00 ; y000 ; :::; y0 ;

tais que
(n 1)
y(x0 ) = y0 ; y 0 (x0 ); y 00 (x0 ) = y000 ; :::; y (n 1)
(x0 ) = y0 :
Estes valores são denominados de condicões iniciais da equação.

Teorema 3.1 (Existência e Unicidade de Soluções de Equações Lineares)


Seja a equação diferencial linear normal

dn y dn 1 y dy
an (x) n
+ a n 1 (x) n 1
+ ::: + a1 (x) + a0 (x)y = h(x);
dx dx dx
onde an (x); an 1 (x); ::; a1 (x); :::; a0 e h(x) são contínuas no intervalo I: Se x0 2 I e
(n 1)
y(x0 ) = y0 ; y 0 (x0 ); y 00 (x0 ) = y000 ; :::; y (n 1)
(x0 ) = y0 ;

então existe uma única solução para este problema de valor inicial.

Observação 3.1 Em intervalo I podemos encontrar in…nitas soluções que satisfazem uma
mesma equação diferencial, mas apenas uma, que passa por (x0 ; y0 ); satisfaz uma as condições
inicias impostas. Veja a interpretação geométrica deste resultado

35
Exemplo 3.1 Veri…que se as funções y1 (x) = 2 e y2 (x) = x 2 são soluções da equação
diferencial linear
dy
x y = 2;
dx
que é normal no intervalo I = (0; +1):

3.2 Equações Diferenciais Lineares Homogêneas


De…nição 3.4 (Combinação Linear)
Sejam f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn 1 e fn funções de…nidas em I R. Diremos que f é uma combi-
nação linear dessas n funções se,

f (x) = c1 f1 (x) + c2 f2 (x) + c3 f3 (x) + :::cn fn (x):

Onde c1 ; c2 ; c3 ; :::; cn são constantes.

De…nição 3.5 (Dependência Linear)


Diremos que o conjunto que contém as funções f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn é linearmente dependente
em um intervalo I R se, existem constantes c1 ; c2 ; c3 ; :::; cn não todas nulas, tais que

c1 f1 (x) + c2 f2 (x) + c3 f3 (x) + :::cn fn (x) = 0;

para todo x 2 I:

De…nição 3.6 (Independência Linear)


Diremos que o conjunto que contém as funções f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn é linearmente indepen-
dente em um intervalo I R se,

c1 f1 (x) + c2 f2 (x) + c3 f3 (x) + :::cn fn (x) = 0 ) c1 = c2 = c3 = ::: = cn = 0; 8x 2 I:

Exemplo 3.2 Veri…que a dependência ou independência linear das funções


(a) f1 (x) = ex e f2 (x) = e2x em R
(b) f1 (x) = Sen(x) e f2 (x) = Cos(x) em R
(c) f1 (x) = x e f2 (x) = j2xj em (0; +1).

36
De…nição 3.7 Dadas as funções f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ; onde cada uma possui derivadas pelo menos
até a ordem (n 1); o determinante
f1 f2 fn
f10 f20 fn0
W (f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ) = .. .. .. ..
. . . .
(n 1) (n 1) (n 1)
f1 f2 fn
é denominado Wronskiano dessas funções.

Teorema 3.2 (Critério da Independência Linear de Funções)


Dadas as funções f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ; onde cada uma possui derivadas pelo menos até a ordem
(n 1): Se
W (f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ) 6= 0;
em pelo menos um ponto no intervalo I; então f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ; são linearmente independentes
no intervalo.

Corolário 3.1 Se f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ; possuem pelo menos (n 1) derivadas e são linearmente


dependentes em I, então
W (f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ) = 0; 8x 2 I:

Exemplo 3.3 Veri…que se as funções são linearmente independentes


(a) f1 (x) = Sen(x) e f2 (x) = Cos(x)
(b) f1 (x) = emx e f2 (x) = enx
(c) f1 (x) = erx e f2 (x) = xerx
(d) f1 (x) = ex Cos(2x) e y2 (x) = ex Sen(2x):

Exemplo 3.4 Veri…que que W (ex ; xex ; x2 ex ) 6= 0:

Exemplo 3.5 Seja f uma função de classe C 1 [a; b] : Se f (x) não é uma função identicamente
nula, mostre que f (x) e xf (x) são linearmente independentes.

Observação 3.2 As funções


y1 (x) = eax Cos(bx) e y2 (x) = eax Sen(bx);
são linearmente independentes, para todo a 2 R e b 2 R :

Teorema 3.3 (Principio da Superposição de Soluções)


Sejam f1 ; f2 ; f3 ; :::; fm soluções da equação diferencial linear homogênea ordinaria de ordem
n
dn y dn 1 y dy
an (x) n + an 1 (x) n 1 + ::: + a1 (x) + a0 (x)y = 0; (3.2)
dx dx dx
em um intervalo I: Então, a combinação linear
f (x) = c1 f1 (x) + c2 f2 (x) + c3 f3 (x) + :::cm fm (x);
em que os coe…cientes ci ; com i = 1; 2; ::; m; são constantes arbitrárias, é também uma solução
da equação (3.2) em I:

37
Teorema 3.4 A equação diferencial linear homogênea ordinaria de ordem n (3.2), sempre
possui n soluções linearmente independentes e sua solução linear é uma combinação linear
dessas n soluções na forma

f (x) = c1 f1 (x) + c2 f2 (x) + c3 f3 (x) + :::cn fn (x):

Teorema 3.5 (Critério para Independência Linear de Soluções)


Sejam f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn soluções da equação diferencial linear homogênea ordinaria de ordem
n (3.2), em um intervalo I: Então o conjunto de soluções é linearmente independente em I se,
somente se,
W (f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ) 6= 0; 8x 2 I:

Observação 3.3 Podemos ter f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn linearmente independentes e W (f1 ; f2 ; f3 ; :::; fn ) =


0; 8x 2 I: Neste caso f1 ; f2 ; f3 ; ::: e fn não são soluções da mesma equação diferencial linear
de ordem n:

3.3 Equações Diferenciais com Coe…cientes Constantes


As equações diferenciais lineares de ordem n, com coe…cientes constantes, são equações da
forma
dn y dn 1 y dy
an n + an 1 n 1 + ::: + a1 + a0 y = h(x);
dx dx dx
onde os coe…cientes ai ; com i = 0; 1; 2; ::; n; são todos constantes. Se h(x) = 0 a equação é
denominada de homogênea.

3.3.1 Equações Diferenciais Homogêneas com Coe…cientes Constantes


Dada a equação

dn y dn 1 y d2 y dy
an n + an 1 n 1
+ ::: + a2 2 + a1 + a0 y = 0: (3.3)
dx dx dx dx
Considerando y(x) = erx uma solução desta equação, temos

dn (erx ) dn 1 (erx ) d2 (erx ) d(erx )


an + an 1 + ::: + a 2 + a 1 + a0 (erx ) = 0 )
dxn dx n 1 dx 2 dx
an rn erx + an 1 rn 1 erx + ::: + a2 r2 erx + a1 rerx + a0 (erx ) = 0 )
erx an rn + an 1 rn 1
+ ::: + a2 r2 + a1 r + a0 = 0 )
an r n + an 1 r n 1
+ ::: + a2 r2 + a1 r + a0 = 0: (3.4)
Esta equação é denominada de Equação Característica da equação diferencial. O método
que usaremos para resolver este tipo de equações diferenciais segue o mesmo princípio, onde
devemos encontrar as raízes da sua equação característica correspondente.

38
Raízes Reais e Distintas Se a equação (3.4) possui n raízes reais e distintas, então um
conjunto de soluções linearmente independentes (L.I.) para a equação (3:3), será dado por

fer1 x ; er2 x ; er3 x ; :::; ern x g :

Com isto, a solução geral desta equação será dada por

y(x) = c1 er1 x + c2 er2 x + c3 er3 x + :::cn er3 x :

Exemplo 3.6 Resolva a equação diferencial

d2 y dy
2
+ 5 + 6y = 0:
dx dx

Raízes Reais e Repetidas Se alguma das raízes da equação característica apresenta


multiplicidade maior do que um, como por exemplo m1 para a raiz r1 , então o conjunto de
soluções L.I., relacionado a esta raiz deverá ser dado por

er1 x ; xer1 x ; x2 er1 x ; :::; xm1 1 er1 x :

Estes conjunto se juntará as outras soluções de multiplicidade um, totalizando no máximo o


número de n soluções L.I.

Observação 3.4 Vejamos uma ilustração simples para uma equação diferencial linear de or-
dem dois, com raízes idênticas.
Consideremos a equação diferencial

d2 y dy
a2 2
+ a1 + a0 y = 0;
dx dx
com equação característica
a2 r2 + a1 r + a0 = 0:
Suponhamos que esta equação possua duas raízes idênticas (r1 = r2 ), isto é, = 0. Logo,
p
a1 0
r1 = r2 = ) 2a2 r1 + a1 = 0:
2a2
Tomando r1 ; teremos as seguintes funções linearmente independentes:

y1 = er1 x e y2 = xer1 x :

Agora, veri…quemos se y2 é, também, uma solução desta equação diferencial. Então,

d2 y2 dy2 d2 (xer1 x ) d (xer1 x )


a2 + a 1 + a 0 y 2 = a 2 + a 1 + a0 (xer1 x )
dx2 dx dx2 dx
d [er1 x + xr1 er1 x ]
= a2 + a1 [er1 x + xr1 er1 x ] + a0 (xer1 x )
dx
= a2 r1 er1 x + r1 er1 x + xr12 er1 x + a1 [er1 x + xr1 er1 x ] + a0 (xer1 x ) :

39
= er1 x 2a2 r1 + a1 + a2 xr12 + a1 xr1 + a0 x
8 9
< =
r1 x 2
=e [2a2 r1 + a1 ] + x a2 r1 + a1 r1 + a0 =0
:| {z } | {z };
= 0 = 0
r1 x
Desta forma, concluímos que y2 = xe é, também, uma solução da equação diferencial, que é
linearmente independente da solução y1 = er1 x :
Portanto, a solução geral desta equação será dada por:

y(x) = c1 er1 x + c2 xer1 x

Este resultado é análogo para qualquer equação diferencial linear homogênea de ordem n;
com raízes repetidas, onde devemos sempre lembrar que só podemos ter n soluções linearmente
independentes e, a quantidade de soluções linearmente independentes associadas a uma deter-
minada raiz não pode ultrapassar a sua multiplicidade, de…nida na equação característica..

Exemplo 3.7 Resolva a equação diferencial

d2 x dx
4 + 4x = 0:
dt2 dt
Exemplo 3.8 Resolva
d3 y d2 y
+3 2 4y = 0:
dt3 dt

Raízes Complexas Embora a equação característica de uma equação diferencial linear


apresente raízes complexas, o procedimento para encontrar soluções linearmente independentes,
continuará sendo o mesmo. Neste caso encontraremos primeiro a soluçao geral complexa e
depois de usar a relação de Euler

ei = Cos + iSen ;

devemos chegar na solução geral real.


É importante lembrar que, se um polinômio possui uma raiz complexa do tipo r1 = a + bi;
uma outra raiz deverá ser necessariamente o seu conjugado, isto é, r2 = a bi: Vejamos alguns
resultados importantes para o caso de uma equação diferencial linear de segunda ordem, que
servirão para os casos gerais.

Lema 3.1 Se Yc = y1 (x) + y2 (x)i é uma solução complexa da equação diferencial

dn y dn 1 y d2 y dy
an + an 1 + ::: + a 2 + a1 + a0 y = 0:
dxn dx n 1 dx 2 dx
Então, y1 (x) e y2 (x) são soluções reais da mesma equação.

Prova: Por hipótese Yc é solução da equação diferencial, então

dn Yc dn 1 Yc d2 Yc dYc
an + an 1 + ::: + a 2 + a1 + a0 Yc = 0:
dxn dx n 1 dx 2 dx

40
Logo
dn [y1 (x) + y2 (x)i] d [y1 (x) + y2 (x)i]
an n
+ ::: + a1 + a0 [y1 (x) + y2 (x)i] = 0 + 0i:
dx dx
Agrupando, conseguimos

dn y1 dy1 dn y2 dy2
an n
+ ::: + a 1 + a 0 y 1 + a n n
+ ::: + a1 + a0 y2 i = 0 + 0i:
dx dx dx dx
Então
dn y1 dy1 dn y2 dy2
an n
+ ::: + a 1 + a y
0 1 = 0 e a n n
+ ::: + a1 + a0 y2 = 0:
dx dx dx dx
Portanto, concluímos que y1 (x) e y2 (x) são soluções reais da equação diferencial linear.

Observação 3.5 Dada a equação diferencial linear

d2 y dy
a2 2
+ a1 + a0 y = 0:
dx dx
cuja equação característica possui raízes complexas

r1 = a + bi e r2 = a bi.

Então,
Yc1 = e(a+bi)x e Yc2 = e(a bi)x

serão soluções complexas da equação.

Observação 3.6 Dada uma função complexa

Yc = e(a+bi)x = eax+bxi :

Usando a relação de Euler, temos

Yc = eax :ebxi = eax [Cos (bx) + Sen (bx) :i] :

Portanto,
Yc = eax Cos (bx) + eax Sen (bx) :i
| {z } | {z }
y1 (x) y2 (x)

Teorema 3.6 Se r1 = a + bi e r2 = a bi são as soluções complexas da equação característica


de
d2 y dy
a2 2 + a1 + a0 y = 0:
dx dx
Então, a sua solução geral será dada por:

y(x) = c1 eax Cos (bx) + c2 eax Sen (bx) :

Prova: Segue como consequência do Lema 3:1 e as Observaç~


oes (3:2), (3:5) e (3:6).

41
Exemplo 3.9 Determine a solução geral complexa da equação
d2 y dy
6 + 25y = 0:
dx2 dx
Exemplo 3.10 Encontre a solução da equação
8
< y" 2y 0 + 2y = 0
y(0) = 2 :
: 0
y (0) = 3

Exemplo 3.11 Determine a solução geral da equação


d4 y d3 y d2 y dy
4 3 + 14 2 20 + 25y = 0:
dx4 dx dx dx
2
Sugestão: Lembre que r4 4r3 + 14r2 20r + 25 = [r2 2r + 5] :

3.4 Equações Diferenciais Lineares Não-Homogêneas.


Inicialmente citaremos um importante Teorema, sobre a solução de equações lineares não-
homogêneas de forma geral.

Teorema 3.7 A solução geral da equação diferencial diferencial não-homogênea


dn y dn 1 y d2 y dy
an (x) n
+ a n 1 (x) n 1
+ ::: + a 2 (x) 2
+ a1 (x) + a0 (x)y = h(x) (3.5)
dx dx dx dx
é dada por
y = yh + yp ;
onde yh é a solução da equação diferencial homogênea correspondente
dn y dn 1 y d2 y dy
an (x) n + an 1 (x) n 1 + ::: + a2 (x) 2 + a1 (x) + a0 (x)y = 0
dx dx dx dx
e yp é uma solução particular, sem constantes arbitrárias, da equação diferencial linear não-
homogênea (3.5).

Prova: Consideremos y e yp soluções da equação (3:5), então

dn y dn 1 y d2 y dy
an (x) n + an 1 (x) n 1 + ::: + a2 (x) 2 + a1 (x) + a0 (x)y = h(x) (3.6)
dx dx dx dx
dn yp dn 1 yp d2 yp dyp
an (x)
n
+ a n 1 (x) n 1
+ ::: + a 2 (x) 2
+ a1 (x) + a0 (x)yp = h(x): (3.7)
dx dx dx dx
Tomando (3:6) menos (3:7) e aproveitando a linearidade, temos
dn [y yp ] dn 1 [y yp ] d2 [y yp ] d [y yp ]
an (x) +a n 1 (x) +:::+a2 (x) +a1 (x) +a0 (x) [y yp ] = 0:
dxn dxn 1 dx 2 dx
Logo, considerando yh = y yp o resultado segue.

42
3.4.1 Método dos Coe…cientes a Determinar
Este método é usado para encontrar soluções particulares de uma equação diferencial linear
homogênea de coe…cientes constantes
dn y dn 1 y d2 y dy
an n + an 1 + ::: + a 2 + a1 + a0 y = h(x);
dx dxn 1 dx2 dx
onde h(x) são funções transcendentes (polinômial, exponencial, logarítmica e trigonométrica).
Embora este método seja usado apenas para casos especí…cos de h(x); ele resolve uma grande
variedade de equações lineares não-homogêneas que se derivam de modelos físicos como, por
exemplo, os relacionados a vibrações amortecidas.
A seguir citaremos uma tabela com sugestões para a solução particular, segundo o formato
da equação h(x):

Formato de h(x) Sugestão para yp

an x n + an 1 x n 1
+ ::: + a1 x + a0 cn xn + cn 1 xn 1
+ ::: + c1 x + c0

aebx cebx

Sen(ax + b) ou Cos(ax + b) c1 Sen(ax + b) + c2 Cos(ax + b)

(an xn + ::: + a1 x + a0 ) aebx (cn xn + ::: + c1 x + c0 ) ebx

(bn xn + :::: + b1 x + b0 ) Sen(ax)


(an xn + ::: + a1 x + a0 ) Sen(ax)
+ (cn xn + :::: + c1 x + c0 ) Cos(ax)

(bn xn + :::: + b1 x + b0 ) Sen(ax)


(an xn + ::: + a1 x + a0 ) Cos(ax)
+ (cn xn + :::: + c1 x + c0 ) Cos(ax)

(bn xn + :::: + b1 x + b0 ) ebx Sen(ax)


(an xn + ::: + a1 x + a0 ) ebx Sen(ax)
+ (cn xn + :::: + c1 x + c0 ) ebx Cos(ax)
.. ..
. .

Exemplo 3.12 Determine uma solução geral da equação diferencial


d2 y dy
3 + 2y = 2x + 1:
dx2 dx
Exemplo 3.13 Encontre a solução geral de
d2 y dy 2x
+ +y =e :
dx2 dx
Exemplo 3.14 Calcule a solução geral da equação
d2 y dy
2 + y = 2Sen(3x):
dx2 dx

43
Observação 3.7 Caso algum termo na expressão de yp for uma solução homogênea associada,
deve ser tomado a expressão xyp como suposta solução particular. Caso algum termo de xyp ;
também, seja uma solução da equação homogênea, devemos tomar x2 yp e assim sucessivamente.

Exemplo 3.15 Encontre a solução geral de


d2 y dy
2 3y = 2e3x :
dx2 dx
Observação 3.8 Caso o termo h(x) = h1 (x)+h2 (x); pela superposição de soluções na equação
linear, podemos tomar yp = yp1 + yp2 ; onde yp1 e yp2 são as soluções particulares propostas para
h1 (x) e h2 (x); respectivamente.

Exemplo 3.16 Determine a solução geral


d2 y dy
2 3y = 4x 5 + 6xe2x :
dx2 dx

3.4.2 Método da Variação dos Parâmetros


Embora este método seja aplicável para qualquer equação diferencial linear, por questões
de ilustração, tomaremos como modelo a equação diferencial linear de segunda ordem, de onde
os resultados para ordens maiores, seguem de forma análoga.
Sendo assim, consideremos a equação diferencial

d2 y dy
a2 2
+ a1 + a0 y = h(x);
dx dx
com a2 = a2 (x); a1 = a1 (x) e a0 = a0 (x):
Supondo que y = y1 (x) e y = y2 (x) sejam soluções linearmente independentes da equação
homogênea associada, tentaremos encontrar soluções particulares do tipo

yp = C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x); (3.8)

onde os coe…cientes são variáveis.


Assumindo que isto seja possível, teremos
d2 [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)] d [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)]
a2 2
+a1 +a0 [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)] = h(x):
dx dx
(3.10)
De onde, calculando separadamente
d [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)]
= C10 (x)y1 (x) + C1 (x)y10 (x) + C20 (x)y2 (x) + C2 (x)y20 (x);
dx
e impondo a condição
C10 (x)y1 (x) + C20 (x)y2 (x) = 0; (3.11)
temos
d [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)]
= C1 (x)y10 (x) + C2 (x)y20 (x): (3.12)
dx
44
Assim, como

d2 [C1 (x)y1 (x) + C2 y2 (x)] d


2
= [C1 (x)y10 (x) + C2 (x)y20 (x)] )
dx dx
d2 [C1 (x)y1 (x) + C2 y2 (x)]
= C10 (x)y10 (x) + C1 (x)y1" (x) + C20 y20 (x) + C2 y2" (x): (3.13)
dx2
Logo, substituindo (3:13), (3; 12) em (3:10), segue

a2 C10 (x)y10 (x) + C1 (x)y1" (x) + C20 y20 (x) + C2 y2" (x)

+a1 [C1 (x)y10 (x) + C2 (x)y20 (x)] + a0 [C1 (x)y1 (x) + C2 (x)y2 (x)] = h(x):
De onde, agrupando, temos

a2 C10 (x)y10 (x) + a2 C20 y20 (x) + a2 C1 (x)y1" + a1 C1 (x)y10 (x) + a0 C1 (x)y1 (x)
| {z }

+ a2 C2 (x)y2" (x) + a1 C2 (x)y20 (x) + a0 C2 (x)y2 (x) = h(x) )


| {z }
a2 C10 (x)y10 (x) + a2 C20 y20 (x) + C1 (x) a2 y1" (x) + a1 y10 (x) + a0 y1 (x)
| {z }
= 0

+C2 (x) a2 y2" (x) + a1 y20 (x) + a0 y2 (x) = h(x) )


| {z }
= 0

a2 C10 (x)y10 (x) + a2 C20 y20 (x) = h(x) )


h(x)
C10 (x)y10 (x) + C20 y20 (x) = : (3.14)
a2
Sendo assim, tomando (3:14) e (3:11), obtemos o sistema
8
< C10 (x)y1 (x) + C20 (x)y2 (x) = 0
h(x) )
: C10 (x)y10 (x) + C20 y20 (x) =
a2
2 3
0 0
y1 (x) y2 (x) C1 (x)
0 0 = 4 h(x) 5 :
y1 (x) y2 (x) C20 (x)
a2
Cuja solução, pela Regra de Cramer, será

0 y2 (x)
h(x) h(x)
y20 (x) y2 (x)
a2 a2 h(x)y2 (x)
C10 (x) = = = )
y1 (x) y2 (x) W (y1 (x); y2 (x)) a2 W (y1 (x); y2 (x))
y10 (x) y20 (x)
Z
h(x)y2 (x)
C1 (x) = dx (3.15)
a2 W (y1 (x); y2 (x))

45
y1 (x) 0
h(x) h(x)
y10 (x) y1 (x)
a2 a2 h(x)y1 (x)
C20 (x) = = = )
y1 (x) y2 (x) W (y1 (x); y2 (x)) a2 W (y1 (x); y2 (x))
y10 (x) y20 (x)
Z
h(x)y1 (x)
C2 (x) = dx (3.16)
a2 W (y1 (x); y2 (x))
Exemplo 3.17 Encontre a solução geral de
d2 y dy
5 + 6y = ex :
dx2 dx
Exemplo 3.18 Utilize este método para resolver os exemplos anteriores.

3.5 Aplicações de Equações Diferenciais de Segunda Ordem


3.5.1 Movimento Harmônico
Consideremos uma mola ‡exível suspensa por um suporte rígido, em três instantes difer-
entes, como mostra a …gura abaixo.

Num primeiro momento a mola se encontra no estado de relaxamento total, sem agentes
externos, num segundo instante a mola se encontra em estado de equilíbrio, após ter sido
colocado um corpo de massa m; …nalmente num terceiro instante foi aplicado uma força externa
!
Fe e é considerada a existência de uma força de resistência do meio, denominada de força de
!
amorteciemento Fa ; proporcional a velocidade !
v do corpo.
Com estas condições, usando a Segunda Lei de Newton e considerando que a mola tenha
apenas movimento unidimensional, teremos:

FR = ma = mg + Fe Fr Fa )
d2 x
m = mg + Fe Fr v)
dt2

46
d2 x dx
m 2
= mg + Fe Fr :
dt dt
Agora, usando a Lei de Hooke e considerando que a mola possui uma força restauradora
oposta à direção do alongamento e proporcional à distensão, segue
Fr = k(x + s):
Onde k é a constante de elasticidade da mola.
Logo, substituindo encontramos
d2 x dx
m = mg + Fe k(x + s) )
dt2 dt
d2 x dx
m 2
= mg + Fe kx ks :
dt dt
Desta forma, considerando o equilíbrio do problema visto no segundo instante, isto é,
supondo que a força restauradora seja igual a força peso do corpo, então
mg = ks:
De onde, substituindo novamente, segue
d2 x dx
m = Fe kx )
dt2 dt
d2 x dx
m 2
+ + kx = Fe :
dt dt
Esta equação é denominada de equação fundamental do movimento harmônico unidimen-
sional.
Quando o coe…ciente de amortecimento do meio = 0 e Fe = 0; isto é, quando o sistema é
considerado no vácuo sem força externa, diremos que o sistema é do tipo harmônico simples,
onde o corpo e a mola oscilam inde…nidamente. Por outro lado, quando 6= 0 e Fe = 0; diremos
que o sistema é do tipo harmônico amortecido, neste caso o corpo deve atingir o seu estado
de equibrio em algum instante próximo. Finalmente se, 6= 0 e a força externa Fe = Fe (t) não
for nula, diremos que o sistema é harmônico forçado.

3.5.2 Circuitos Elétricos


Consideremos um circuito do tipo RLC, como mostra a …gura abaixo

47
Pelas relações existentes entre o ‡uxo de corrente elétrica e variação de tensão dos compo-
nentes do circuito, temos:
VR = iR para a resistência,
di
na indutância,
VL = L
dt
Z
dVC 1
i=C ) VC = idt para a capacitância.
dt C
Logo, usando Lei de Kirchho¤, segue

VR + VL + VC = V (t) )
Z
di 1
iR + L + idt = V (t):
dt C
De onde, derivando, segue

d2 i di 1 dV (t)
L 2
+R + i= :
dt dt C dt
Esta equação diferencial linear determinará a corrente i = i(t) deste circuito.

3.6 Transformada de Laplace


De…nição 3.8 A transformada de Laplace de uma função f (t), com t 0; é uma função F (s)
de…nida por Z +1
F (s) = L ff (t)g = e st f (t)dt (3.17)
0
se essa integral existir e for …nita.

De…nição 3.9 (Ordem Exponencial)


A função f (t) é dita de ordem exponencial se existem constantes c; M > 0 e T > 0 tais que

jf (t)j M ect para todo t > T:

Teorema 3.8 (Condição Su…ciente de Existência)


Se f (t) uma função contínua por partes no intervalo [0; +1) e de ordem exponencial para
t > T; então a sua transformada existe para todo s > c:

Exemplo 3.19 Determine as seguintes transformadas


(a) L f1g :
(b) L ftg
(c) L ft2 g
(d) L fet g
(e) L fCos(t)g :

48
Teorema 3.9 (Transformada de Algumas Funções Elementares)
c
(i) L fcg = ; onde c é uma constante qualquer
s
n n!
(ii) L ft g = n+1 ; onde n 2 N
s
at 1
(iii) L fe g =
s a
a
(iv) L fSen(at)g = 2
s + a2
s
(v) L fCos(at)g = 2
s + a2
a
(vi) L fSenh(at)g = 2
s a2
s
(vii) L fCosh(at)g = 2 :
s a2
Observação 3.9 O Seno-hiperbólico e o Cosseno-hiperbólico são de…nidos como sendo

ex e x
ex + e x
Senh(x) = e Cosh(x) = .
2 2
De onde segue
Senh0 (x) = Cosh(x) e Cosh0 (x) = Senh(x).

3.6.1 Propriedade Linear


Teorema 3.10 Se as funções f1 e f2 possuem transformada de Laplace e c1 e c2 são constantes,
então
L fc1 f1 + c2 f2 g = c1 L ff1 g + c2 L ff2 g : (3.18)

Prova: Este resultado segue direto da de…nição. Vejamos


Z +1
L fc1 f1 + c2 f2 g = e st fc1 f1 (t) + c2 f2 (t)g dt )
0
Z +1 Z +1
st st
L fc1 f1 + c2 f2 g = c1 e f1 (t)dt + c2 e f2 (t)dt )
0 0

L fc1 f1 + c2 f2 g = c1 L ff1 g + c2 L ff2 g :

3.6.2 1ra Propriedade da Derivada


Teorema 3.11 Se f possui uma transformada de Laplace e f 0 é contínua (pelo menos por
partes), então
L ff 0 (t)g = sL ff (t)g f (0): (3.19)

49
Prova: Aplicando a de…nição para a transformada de f 0 , temos
Z +1
0
L ff (t)g = e st f 0 (t)dt:
0

Usando integração por partes, segue


Z +1
0 st +1 st 0
L ff (t)g = e f (t) 0
( s)e f (t)dt )
0
Z +1
0 st 0
L ff (t)g = f (0) + s e f (t)dt )
0

L ff 0 (t)g = sL ff (t)g f (0):

3.6.3 2da Propriedade da Derivada


Teorema 3.12 Se f possui uma transformada de Laplace e as suas f (m) são contínuas (pelo
menos por partes), até a ordem (n 1); então

L f (n) (t) = sn L ff (t)g sn 1 f (0) sn 2 f 0 (0) sn 3 f "(0)::: sf (n 2)


(0) f (n 1)
(0): (3.20)

Prova: O resultado segue da aplicação sucessiva da 1ra propriedade da derivada

L f (n) (t) = sL f (n 1)
(t) f (n 1)
(0) )

L f (n) (t) = s sL f (n 2)
(t) f (n 2)
(0) f (n 1)
(0) )
L f (n) (t) = s2 L f (n 2)
(t) sf (n 2)
(0) f (n 2)
(0) f (n 1)
(0) )
L f (n) (t) = s2 sL f (n 3)
(t) f (n 3)
(0) sf (n 2)
(0) f (n 2)
(0) f (n 1)
(0) )
L f (n) (t) = s3 L f (n 3)
(t) s2 f (n 3)
(0) sf (n 2)
(0) f (n 2)
(0) f (n 1)
(0) ) :::
L f (n) (t) = sn L ff (t)g sn 1 f (0) sn 2 f 0 (0) sn 3 f "(0)::: sf (n 2)
(0) f (n 1)
(0):

3.6.4 Propriedade da Translação


Teorema 3.13 Se Z +1
st
L ff (t)g = e f (t)dt = F (s);
0
então
L eat f (t) = F (s a): (3.21)

50
Prova: Basta apenas fazer mudança de variáveis. Vejamos
Z +1 Z +1
at st at
L e f (t) = e e f (t)dt = e (s a)t
f (t)dt:
0 0

Logo, tomando r = s a; temos


Z +1
at rt
L e f (t) = e f (t)dt = F (r) = F (s a):
0

Exemplo 3.20 Encontre


L e3t t4 :

3.6.5 3ra Propriedade da Derivada


Teorema 3.14 Supondo que
Z +1
st
L ff (t)g = e f (t)dt = F (s); (3.22)
0

então
dn
L ftn f (t)g = ( 1)n F (s): (3.23)
dsn
Prova: O resultado segue por indução, derivando (3:22) sucessivamente em relação a s: De
fato, Z +1
st
F (s) = e f (t)dt )
0
Z +1 Z +1 Z +1
d d st d st st
F (s) = e f (t)dt = e f (t)dt = e tf (t) )
ds ds 0 0 ds 0
d
F (s) = L ftf (t)g :
ds
Derivando novamente, temos
Z +1
d2 d d d d st
2
F (s) = F (s) = [ L ftf (t)g] = e tf (t) )
ds ds ds ds ds 0
Z +1 Z +1
d2 d st st 2
F (s) = e tf (t) = e t f (t) )
ds2 0 ds 0

d2
F (s) = L t2 f (t) :
ds2
Logo, repetindo este processo sucessivamente, o resultado segue.

Observação 3.10 A prova formal por indução matemática, embora seja simples, …cará por
conta do aluno.

51
3.6.6 Transformada Inversa de Laplace
De…nição 3.10 Seja f (t) uma função, tal que
Z +1
st
F (s) = L ff (t)g = e f (t)dt: (3.24)
0

De…niremos como antitransformada ou transformada inversa de Laplace de F (s); a expressão


1
L fF (s)g = f (t): (3.25)

Teorema 3.15 Se f e g forem duas funções contínuas que possuem a mesma transformada de
Laplace F (s); então necessariamente

f (t) = g(t); 8t 0:

n c o (Algumas Transformada Inversas)


Teorema 3.16
(i) L 1 = c; onde c é uma constante qualquer
s
n!
(ii) L 1 = tn ; onde n 2 N
sn+1
1
(iii) L 1 = eat
s a
a
(iv) L 1 = Sen(at)
s + a2
2

s
(v) L 1 = Cos(at)
s + a2
2

a
(vi) L 1 2
= Senh(at)
s a2
s
(vii) L 1 = Cosh(at):
s2 a2

3.6.7 Propriedades Linear da Transformada Inversa


Teorema 3.17 A transformada de Laplace inversa é uma transformação linear, isto é, para
quaisquer constantes c1 e c2 ; temos
1 1 1
L fc1 F (s) + c2 G(s)g = c1 L fF (s)g + c2 L fG(s)g : (3.26)

Prova: Este resultado segue da de…nição. De fato, considerando


Z +1
F (s) = L ff (t)g = e st f (t)dt
0

e Z +1
st
G(s) = L fg(t)g = e g(t)dt;
0

52
temos
Z +1 Z +1 Z +1
st st st
c1 F (s) + c2 G(s) = c1 e f (t)dt + c2 e g(t)dt = e [c1 f (t) + c2 g(t)] dt )
0 0 0

1 1 1
L fc1 F (s) + c2 G(s)g = c1 f (t) + c2 g(t) = c1 L fF (s)g + c2 L fG(s)g :

Exemplo 3.21 Determine


1
(a) L 1
s3
1
(b) L 1 2
s +9
1 2 1
(c) L 1 +
s s 2 s+2
s 5
(d) L 1
(s + 1) (s 2)
5s + 1
(e) L 1 :
s2 (s + 1)

3.6.8 Convolução
De…nição 3.11 Dadas duas funções f e g contínuas (pelo menos em partes), a função
Z t
f (t) g(t) = f (z)g(t z)dz; (3.27)
0

é chamada de convolução de f e g:

Observação 3.11 Tomando u = t z; temos


dz du
z=t ue = :
dt dt
Substituindo (3:27), segue
Z 0 Z t
f (t) g(t) = f (t u)g(u)du = f (t u)g(u)du )
t 0

f (t) g(t) = g(t) f (t):

Teorema 3.18 (Teorema da Convolução)


Sejam f (t) e g(t) funções contínuas por partes em [0; +1) e de ordem exponencial, onde

F (s) = L ff (t)g e G(s) = L fg(t)g :

Então
1
L fF (s)G(s)g = f g: (3.28)

53
Exemplo 3.22 Calcule
1 1
L :
(s 1) (s + 2)
Usando separação em frações parciais e usando convolução.

Exemplo 3.23 Verifque que

1 1 Sen(kt) ktCos(kt)
L = :
[(s2 + k 2 )]2 2k 3

1
Sugestão: Use a relação Sen(A)Sen(B) = [Cos(A B) Cos(A + B)] :
2

3.7 Método da Transformada de Laplace


Este método é usado para encontrar a solução de uma equação diferencial linear de coe…-
cientes constantes do tipo

dn y dn 1 y d2 y dy
an + an 1 + ::: + a 2 + a1 + a0 y = h(x);
dxn dx n 1 dx 2 dx
com condições iniciais 8
>
> y(0) = c0
>
>
>
< y 0 (0) = c1
y"(0) = c2
>
> ..
>
> .
>
: y (n 1)
(0) = cn 1 :
Resolveremos, por questões de ilustração, a solução para uma equação de segunda ordem.
Consideremos a equação diferencial linear

d2 y dy
a2 2
+ a1 + a0 y = h(x);
dx dx
com condições iniciais
y(0) = c0
y 0 (0) = c1 :
Aplicando transformada de Laplace em ambos os membros, teremos

d2 y dy
a2 L + a1 L + a0 L fyg = L fh(x)g : (3.29)
dx2 dx

Considerando
Y (s) = L fy(x)g e H(s) = L fh(x)g (3.30)
e aplicando as propriedades, temos

d2 y
a2 L = a2 s2 L fy(t)g sy(0) y 0 (0) )
dx2

54
d2 y
a2 L = a2 s2 $ fy(t)g a2 sc0 a2 c 1 )
dx2
d2 y
a2 L = a2 s2 Y (s) a2 c 0 s a2 c 1 (3.31)
dx2
dy
a1 L = a1 [sL fy(t)g y(0)] )
dx
dy
a1 L = a1 sY (s) a1 c 0 (3.32)
dx
Substituindo (3:32), (3:31) e (3:30) em (3:29), teremos

a2 s2 Y (s) a2 c 0 s a2 c1 + [a1 sY (s) c0 ] + a0 Y (s) = H(s) )

a2 s2 + a1 s + a0 Y (s) a2 c 0 s a2 c 1 a1 c0 = H(s) )
H(s) + a2 c0 s + a2 c1 + a1 c0
Y (s) = :
[a2 s2 + a1 s + a0 ]
De onde, segue
1 H(s) + a2 c0 s + a2 c1 + a1 c0
y(x) = L :
[a2 s2 + a1 s + a0 ]

Exemplo 3.24 Resolva


dy
3y = e2x ; onde y(0) = 1:
dx
Exemplo 3.25 Resolva

d2 y dy
2
+ 4 + 3y = 0; onde y(0) = 3 e y 0 (0) = 1:
dt dt
Exemplo 3.26 Resolva

d2 y dy
6 + 9y = t2 e3t ; onde y(0) = 1 e y 0 (0) = 6:
dt2 dt

3.8 Exercícios Propostos


1. Encontre a solução geral das seguintes equações diferenciais

a) y" y0 6y = 0
b) 8y" + 14y 0 15y = 0
c) y 000 + 2y" 5y 0 6y = 0
d) y 000 9y" + 24y 0 16y = 0
e) y" + 2y = 0
f) y" + 2y 0 + 4y = 0

55
g) y 000 2y" + y 0 2y = 0

2. Determine a solução geral das equações diferenciais

a) y" + y 0 = 3ex
b) y" y 0 = Sen(x)
c) y" + y = 3Cos(x)
d) y" + 4y 0 + 2y = xe 2x

e) y" + y 0 6y = 6(x + 1)

3. Resolva o problema de valor inicial

d2 y
+ y = 4x + 10Sen(x);
dx2
com condição inicial y( ) = 0 e y 0 ( ) = 2:

4. Resolva
d2 y dy
6 + 9y = 6x2 + 2 12e3x :
dx2 dx
5. Dada a equação
d2 y dy
4 + 4y = (x + 1) e2x :
dx2 dx
a) Determine uma solução particular usando o método da variação de parâmetros.
b) Encontre a solução geral.

6. Resolva, usando o método das transformadas de Laplace, a seguinte equação


8 2
> dy dy
< 2
5 + 6y = ex
dx dx
>
: 0y(0) = 1
y (0) = 0

7. Usando transformadas de Laplace, resolva

d2 y
+ 16y = Cos(4x); onde y(0) = 0 e y 0 (0) = 1:
dx2

8. Resolva
d2 y dy
+ 4 + 6y = 1 + e t ; onde y(0) = 0 e y 0 (0) = 0:
dt2 dt

56
3.8.1 Respostas:
1. a) y(x) = c1 e3x + c2 e 2x

5
b) y(x) = c1 e( 2 )x + c e( 34 )x
2
x
c) y(x) = c1 e + c2 e2x + c3 e 3x

d) y(x) = c1 e4x + c2 xe4x + c3 ex


p p
e) y(x) = c1 Sen( 2x) + c2 Cos( 2x)
p p
f ) y(x) = c1 e x Sen( 3x) + c2 e x Cos( 3x)
g) y(x) = c1 e2x + c2 Cos(x) + c3 Sen(x)
3 x
2. a) y(x) = c1 + c2 e + ex
2
1 1
b) y(x) = c1 + c2 ex Sen(x) + Cos(x)
2 2
3
c) y(x) = c1 Cos(x) + c2 Sen(x) + xSen(x)
2
p p 1 2x
d) y(x) = c1 e (2+ 2)x + c2 e( 2+ 2)x e
2
7
e) y(x) = c1 e2x + c2 e 3x x
6
3. y(x) = 9 Cos(x) + 7Sen(x) + 4x 5xCos(x)
2 8 2
4. y(x) = c1 e3x + c2 xe3x + x2 + x + 6x2 e3x
3 9 3
x3 x2
5. y(x) = c1 e2x + c2 xe2x + + e2x
6 2
3 3x 1 x
6. y(x) = 2e2x e + e
2 2
1 1
7. y(x) = Sen(4x) + xSen(4x)
4 8
p
1 1 t 1 2t
p 2 2t
p
8. y(t) = + e e Cos 2t e Sen 2t :
6 3 2 3

57
4
Gabarito dos Exercícios Propostos
4.1 Capítulo 1
1. Determine se cada sequência converge ou diverge, se a sequência convergir, encontre seu
limite.
n(n + 1)
a)
3n2 + 7n n2N
Solução:
Consideremos
n(n + 1) n2 + n
xn = 2 = 2 :
3n + 7n 3n + 7n
Logo,
n2 + n +1
lim xn = lim = :
n!+1 n!+1 3n2 + 7n +1
Aplicando L’Hôpital, encontramos
2n + 1 +1
lim xn = lim = :
n!+1 n!+1 6n + 7 +1
Como a indeterminação continua, aplicando novamente L’Hôpital, conseguimos
2 1
lim xn = lim = :
n!+1 n!+1 6 3

Portanto, xn ! 13 :
OBS: Esta questão pode ser resolvida usando apenas manipulações algébricas, para
levantar a indeterminação. Vejamos:
1 1
n2 + n n2 1 + n
1+ n 1
lim xn = lim = lim 7
= lim 7
= :
n!+1 n!+1 3n2 + 7n n!+1 n2 3 +
n
n!+1 3+ n
3
p
n+1
b) p
3n + 1 n2N
Solução:
Tomemos p r
n+1 n+1
xn = p = :
3n + 1 3n + 1
Portanto, s
r r
n+1 n+1 1
lim xn = lim = lim = :
n!+1 n!+1 3n + 1 n!+1 3n + 1 3
q p
Desta forma, concluímos que xn ! 13 = 33 :

58
0 n 1
Cos
c) @ p 2 A
n
n2N
Solução:
Consideremos
n
Cos
xn = p 2 :
n
Então, 2 3
n
Cos 0
lim xn = lim 4 p 2 5= = 0:
n!+1 n!+1 n +1
Logo, concluímos que xn ! 0:
n2
d)
ln(n) n2N
Solução:
De…namos
n2
xn = :
ln(n)
Logo,
n2 +1
lim xn = lim = :
n!+1 n!+1 ln(n) +1
Aplicando L’Hôpital, segue
2n
lim xn = lim 1 = lim 2n2 = +1:
n!+1 n!+1 n!+1
n

Assim, concluímos que xn diverge.


0 1
n2 Sen
e) @ n A
2n + 1
n2N
Solução:
Consideremos
n2 Sen
xn = n :
2n + 1
Calculando o limite, temos
2 3 2 32 3
n2 Sen n2 Sen
lim xn = lim 4 n 5 = lim 4 n 54n5
n!+1 n!+1 2n + 1 n!+1 2n + 1
n
2 32 3 2 3
Sen n2 Sen n
= lim 4 n 54 n 5 = lim 4 n 5 : lim = 1: :
n!+1 2n + 1 n!+1 n!+1 2n + 1 2
n n
Desta forma, veri…camos que xn ! 2 .

59
2. Determine se a sequência dada é crescente, decrescente ou não monótona.

3n 1
a)
4n + 5 n2N
Solução:
Tomemos
3n 1
xn = :
4n + 5
Logo,
3n 1 3 (n + 1) 1 3n 1 3n + 2
xn xn+1 = =
4n + 5 4 (n + 1) + 5 4n + 5 4n + 9
19
= < 0; 8n 2 N:
(4n + 5) (4n + 9)
Isto implica,
xn xn+1 < 0 ) xn < xn+1 ; 8n 2 N:
Portanto, (xn ) é uma sequência crescente.
1 2n2
b)
n2 n2N
Solução:
Consideremos
1 2n2 1
xn = 2
= 2 2:
n n
Logo,
1 1 1 1
xn xn+1 = 2 2 2 2 = 2 > 0:
n (n + 1) n (n + 1)2
Então,
xn xn+1 > 0 ) xn > xn+1 ; 8n 2 N:
De onde, concluímos que (xn ) é decrescente.
1
c)
n + Sen(n2 ) n2N
Solução:
Tomemos
1
xn = :
n + Sen(n2 )
Sabemos que a expressão Sen(n2 ) apresenta valores oscilantes no intervalo [ 1; 1] ;
isto é,
1 Sen(n2 ) 1; 8n 2 N:
Potanto, não é possível con…rmar um comportamento monótono no denominador
n + Sen(n2 ): Para con…rmar este fato, tomemos alguns elementos desta sequência,
como por exemplo:
1 1 1
x1 = , x2 = e x3 = :
1 + Sen(1) 2 + Sen(4) 3 + Sen(9)

60
De onde, veri…camos

x1 0; 5430, x2 0; 8043 e x3 0; 2930:

Isto é,
x1 < x 2 e x2 > x 3 :
Sendo assim forma, podemos concluir a sequência não é monótona.
5n
d)
1 + 52n n2N
Solução:
Consideremos
5n
xn = :
1 + 52n
Logo,

5n 5n+1 5n + 25 (53n ) 5 (5n ) 5 (53n )


xn xn+1 = =
1 + 52n 1 + 52(n+1) (1 + 52n ) (1 + 52(n+1) )

20 (53n ) 4 (5n ) 4 (5n ) [5 (53n ) 1]


= = >0
(1 + 52n ) (1 + 52(n+1) ) (1 + 52n ) (1 + 52(n+1) )
Portanto,
xn xn+1 > 0 ) xn > xn+1 ; 8n 2 N:
Assim, concluímos que (xn ) é decrescente.
xn
OBS: Outra solução consiste em veri…car a razão do quociente : Vejamos:
xn+1
5n
xn 52n = 5n 1 + 25 (52n )
= 1 +n+1
xn+1 5 1 + 52n 5 (5n )
1 + 52(n+1)
1 1 + 25 (52n ) 1 1 + 5 (52n ) + 20 (52n ) 1 20 (52n )
= = = 1+ > 1:
5 1 + 52n 5 1 + 52n 5 1 + 52n
Isto é,
xn
> 1 ) xn > xn+1 ; 8n 2 N:
xn+1
n!
e)
3n n2N
Solução:
Tomemos
n!
xn = :
3n

61
xn
Analisando o quociente , temos
xn+1
n!
xn 3n n! 3 (3n ) 3
= = =
xn+1 (n + 1)! 3n (n + 1)! n+1
3n+1
Logo,
xn 3
= < 1 ) xn < xn+1 ´para n > 3
xn+1 n+1
Observemos que para n = 1 e n = 2; conseguimos
x1 3 x2
= >1e = 1:
x2 2 x3
Desta forma, encontramos
x1 > x2 ; x2 = x3 e x3 < x4 < x5 < :::
Portanto, (xn ) não é monótona, considerando 8n 2 N; ou crescente depois dos dois
primeiros termos.

3. Use o teste da comparação direta ou com uma série-p ou com uma série geométrica para
determinar se cada série converge ou diverge.
P
1 n2
a) 4
n=1 n + 2n + 1
Solução:
Sabemos que
n2 n2 1
0< 4
< 4
= 2 ; 8n 2 N:
n + 2n + 1 n n
P1 1
Como 2
é uma série-p convergente, pelo critério da comparação, concluimos que
n=1 n

X
1
n2
é convergente.
n=1
n4 + 2n + 1

P1 1
b) n
n=1 n5
Solução:
Sabemos que
1 1
0< ; 8n 2 N:
n5n 5n
P1 1
Como n
é uma série geométrica convergente, pelo critério da comparação, con-
n=1 5
cluimos que
X1
1
é convergente.
n=1
n5n

62
P
1 n+1
c) n
n=1 (n + 2):7
Solução:
Sabemos que
n+1 1
0< < ; 8n 2 N:
(n + 2):7n 7n
P1 1
Como n
é uma série geométrica convergente, pelo critério da comparação, segue
n=1 7

X
1
n+1
é convergente.
n=1
(n + 2):7n

P
1 3n
d) p
3
n=1 2n 1
Solução:
Por comparação, segue
3n 3n
0< p
3
< p
3
; 8n 2 N;
2n 2n 1
onde r r r
3n 3 27n3 3 27 p
3 3 27 1
p = = n2 = :
3
2n 2n 2 2 n 23
Isto é, r
3 27 1 3n
2 < p ; 8n 2 N:
2 n 3 3
2n 1
P
1
1
Como 2 é uma série-p divergente, temos
n=1 n 3

r
27 X 1
1
3
é divergente.
2 n=1 n 23

Finalmente, pelo critério da comparação, concluimos que


X
1
3n
p
3
é divergente.
n=1
2n 1

OBS: Outra solução mais simples consiste em veri…car a condição necessária para a
convergência das séries, isto é,
s
3n 3 27n3
lim xn = lim p = lim 6= 0:
n!+1 n!+1 3
2n 1 n!+1 2n 1

Portanto, a série divergente.

63
P
1 1
e) p
n=1 n + 2
Solução:
Por construção, temos
X
1
1 1 1 1 X 1 1
1
p = p + p + p + ::: = p 1+ p
n=1
n + 2 3 4 5 n=1
n 2

P1 1
Como p é uma série-p divergente, segue
n=1 n

X
1
1
p é divergente.
n=1
n+2

4. Use o teste de comparação no limite para determinar se a série converge ou diverge


P
1 4
a) n
n=1 3 + 1
Solução:
P1 4
Consideremos a série geométrica convergente n
; então
n=1 3

4
n 3n
lim 3 + 1 = lim = 1 > 0:
n!+1 4 n!+1 3n + 1
3n
Então, pelo teste de comparação pelo limite concluimos que
X
1
4
é convergente.
n=1
3n +1

P
1 1
b) p
4
n=1 +1 n3
Solução:
P1 1
Tomemos a série-p divergente p
4
: Usando a comparação pelo limite, temos
n=1 n3

1 " p # "r #
p 4
4
n3 +1 n3 4 n3
lim = lim p = lim = 1 > 0:
n!+1 1 n!+1 4
n3 + 1 n!+1 n3 + 1
p
4
n3
Logo,
X
1
1
p
4
é divergente.
n=1
n3 +1

64
P
1 7n + 3
c) n
n=1 (5n + 1):3
Solução:
P1 1
Consideremos a série geométrica convergente n
; então
n=1 3

7n + 3
(5n + 1):3n 7n + 3 7
lim = lim = > 0:
n!+1 1 n!+1 5n + 1 5
3n
Portanto,
X
1
7n + 3
n
é convergente.
n=1
(5n + 1):3

P1 ln(n)
d) 4
n=1 n
Solução:
P1 1
Tomemos a série harmônica divergente 2
: Usando a comparação pelo limite,
n=1 n
temos
ln(n)
1
n 4 ln(n) n
lim = lim = lim = 0:
n!+1 1 n!+1 n2 n!+1 2n
n2
Portanto,
X
1
ln(n)
é convergente.
n=1
n4
P
1 1
e) p
n=1 2n + 1
Solução:
P1 1
Consideremos a série-p divergente p : Então,
n=1 n

1 r
p r
2n + 1 n 1
lim = lim = > 0:
n!+1 1 n!+1 2n + 1 2
p
n

Logo, do critério de comparação pelo limite, segue


X
1
1
p é divergente.
n=1
2n + 1

5. Use o Teste da Integral para veri…car se a série converge ou diverge.

65
P1 n
a) n
n=1 e
Solução:
x
Considerendo f (x) = ; veri…camos que
ex
x
f (x) = > 0; 8x 2 [1; +1) :
ex
Assim como,
0 ex xex 1
f (x) = = x < 0; 8x 2 [1; +1) :
e2x ex
Logo, f (x) é decrescente e positiva.
Além disso,
Z +1 Z N Z N
x x N
x
dx = lim x:e x dx = lim x:e 1
+ e x dx
1 e N !+1 1 N !+1 1
h i
N x N
= lim x:e x 1 e 1
N !+1

N 1 N
= lim N:e + e +e
N !+1 e
1 N 1
= lim + 1 = + e:
N !+1 eN eN e
P1 n
Portanto, pelo Teste da Integral concluímos que n
converge.
n=1 e
P1 1
b) p
n=1 n ln(n)
Solução:
1
De…namos p ; então
x ln(x)

f (x) > 0; 8x 2 [1; +1) :

Assim como, p 2 ln(x)+1


ln(x) x p1 :1 p
0 2 ln(x) x 2 ln(x)
f (x) = =
x2 ln(x) x2 ln(x)
[2 ln(x) + 1]
= q < 0; 8x 2 [1; +1) :
2 3
2x ln (x)
Portanto, f (x) é decrescente e positiva. Logo,
Z +1 "Z #
1 N
1 p N
p dx = lim p dx = lim 2 ln(x)
1 x ln(x) N !+1 1 x ln(x) N !+1 1

66
h p p i
= lim 2 ln(N ) 2 ln(1) = +1:
N !+1
P
1 1
Usando o Teste da Integral, concluímos que p diverge.
n=1 n ln(n)

6. Use o teste da razão ou o teste da raiz para veri…car se a série converge ou diverge.
P
1 (4n)!
a) ( 1)n :
n=0 (n!)2
Solução:
(4n)!
Consideremos xn = ( 1)n ; então
(n!)2

xn+1 (4n + 4)! (n!)2


lim = lim :
n!+1 xn n!+1 [(n + 1)!]2 (4n)!

(4n + 4)(4n + 3)(4n + 2)(4n + 1)(4n)! (n!)2


= lim :
n!+1 [(n + 1) n!]2 (4n)!
(4n + 4)(4n + 3)(4n + 2)(4n + 1)
= lim = +1:
n!+1 (n + 1)2
Então, a série é divergente.
P
1 32n+1
b) ( 1)n n
n=1 n
Solução:
32n+1
Consideremos xn = ( 1)n n ; então
n
xn+1 32n+3 nn
lim = lim :
n!+1 xn n!+1 (n + 1)n+1 32n+1

32n+1 :32 nn
= lim :
n!+1 (n + 1)n (n + 1) 32n+1
n
9 n
= lim : :
n!+1 (n + 1) n+1
n
9 n
= lim : lim
n!+1 (n + 1) n!+1 n+1
Fazendo n
n
L = lim ;
n!+1 n+1
temos 2 3
n
n 6 ln n+1 7
ln(L) = lim n: ln = lim 6 7
n!+1 n+1 n!+1 4 1 5
n

67
2 1 3
n 1
6 n+1 7
6 (n + 1)2 7
= lim 6 1 7= 1:
n!+1 4 5
n2

Logo,
1 1
ln(L) = 1)L=e = :
e
Isto é,
n
n 1
L = lim = :
n!+1 n+1 e
Finalmente, substituindo
n
xn+1 9 n 1
lim = lim : lim = 0: = 0 < 1:
n!+1 xn n!+1 (n + 1) n!+1 n+1 e

Portanto, a série é convergente.

7. Encontre o intervalo de convergência da série de potências


P1 xn
a)
n=1 n
Solução:
xn
Consideremos xn = ; então
n
xn+1 xn+1 n xn :x n
lim = lim : n = lim :
n!+1 xn n!+1 n + 1 x n!+1 n + 1 xn

n
= lim :x = jxj
n!+1 n+1
(i) A sequência é absolutamente convergente (convergente) se,

jxj < 1 ) 1 < x < 1:

(ii) Para x = 1; teremos a série


X1
( 1)n
, que é convergente.
n=1
n

(iii) Para x = 1; teremos a série


X
1
(1)n X
1
1
= ; que é divergente.
n=1
n n=1
n

Portanto, o intervalo de convergência da série será I = [ 1; 1) :

68
P
1 (x 17)n
b) ( 1)n
n=0 n!
Solução:
P
1 (x 17)n
Consideremos xn = ( 1)n ; então
n=0 n!

xn+1 (x 17)n+1 n!
lim = lim :
n!+1 xn n!+1 (n + 1)! (x 17)n

(x 17)n (x 17) n!
= lim :
n!+1 (n + 1) n! (x 17)n
(x 17)
= lim =0<1
n!+1 (n + 1)
Portanto, a série é convergente 8x 2 R; isto é, o intervalo de convergência será
I = ( 1; +1) :

8. Determine a série de Taylor centrada em a = 0 e o intervalo de convergência.


1
a) f (x) =
1+x
Solução:
Derivando sucessivamente, temos
1 0 1 00 2
f (x) = ) f (x) = 2 ) f (x) =
1+x (1 + x) (1 + x)3
000 2 3 (4) 2 3 4
) f (x) = 4 ) f (x) = ) :::
(1 + x) (1 + x)5
Logo,
0 00 000
f (0) = 1; f (0) = 1!; f (0) = 2!; f (0) = 3!; ::
Portanto, da série de Taylor centrada em a = 0; dada por
1! 2! 3! 3
f (x) = 1 + x + x2 + x + ::
1! 2! 3!
encontramos

1 X
1
2 3
=1 x+x x + ::: = ( 1)n xn para x 6= 1:
1+x n=0

Analisando o intervalo de convergência da série, temos

xn+1 xn+1
lim = lim = jxj :
n!+1 xn n!+1 xn

(i) Para jxj < 1 ) 1 < x < 1 a sequência é convergente.

69
(ii) Para x = 1; temos
X
1 X
1
( 1)n ( 1)n = 1, que é divergente.
n=0 n=0

(iii) Para x = 1; temos


X
1 X
1
n n
( 1) (1) = ( 1)n , que é divergente.
n=0

Finalmente, a série procurada será de…nida por:

1 X 1
= ( 1)n xn ; com intervalo de convergência jxj < 1:
1 + x n=0

1
b) f (x) =
1 x
Solução:
Usando a série de potências do item (a), substituindo x por x; temos

1 2 3
X
1
=1 ( x) + ( x) ( x) + ::: = ( 1)n xn com x 6= 1:
1 + ( x) n=0

Logo,
1 X
1
2 3
= 1 + x + x + x + ::: = xn com x 6= 1:
1 x n=0

Analisando o intervalo de convergência, temos

xn+1 xn+1
lim = lim = jxj :
n!+1 xn n!+1 xn

Procedendo analogamente ao item (a), temos a série:

1 X
1
= xn ; com intervalo de convergência jxj < 1:
1 x n=0

c) f (x) = ln(1 + x)
Solução:
Derivando sucessivamente, temos
0 1 00 1
f (x) = ln(1 + x) ) f (x) = ) f (x) =
1+x (1 + x)2
000 2 (4) 2 3
) f (x) = 3 ) f (x) = ) :::
(1 + x) (1 + x)4

70
(5) 2 3 4
) f (x) = ) :::
(1 + x)5
Então,
0 00 000 (4)
f (0) = 0; f (0) = 0!; f (0) = 1!; f (0) = 2!; :f (0) = 3!; :::

Desta forma, chegamos em

0! 1! 2 2! 3 X xn
1
ln(1 + x) = 0 + x x + x + ::: = ( 1)n com x > 1:
1! 2! 3! n=0
n!

que implica

x x2 x3 X 1
xn+1
ln(1 + x) = + + ::: = ( 1)n com x > 1:
1 2 3 n=0
n + 1

Analisando o seu intervalo de convergência, temos


xn+1 xn+2 n + 1
lim = lim : = jxj :
n!+1 xn n!+1 n + 2 xn+1

(i) Para jxj < 1 ) 1 < x < 1 a sequência é convergente.


(ii) Para x = 1; temos
X
1
1)n+1 X 1
1
n(
( 1) = , que é divergente.
n=0
n+1 n=0
n+1

(iii) Para x = 1; temos


X
1 X1
( 1)nn+1
n (1)
( 1) = , que é convergente.
n=0
n+1 n=0
n+1

Logo, a série será de…nida por:


X
1
xn+1
ln(1 + x) = ( 1)n ; com intervalo de convergência ( 1; 1] :
n=0
n+1

d) f (x) = ln(1 x)
Solução:
Pelo item (c), temos
X
1
xn+1 n
ln(1 + x) = ( 1)
n=0
n+1
Substituindo x por x; segue
X
1
( x)n+1 X
1
xn+1
ln(1 x) = ( 1)n = ( 1)
n=0
n+1 n=0
n+1

71
Analisando o seu intervalo de convergência, temos

xn+1 xn+2 n + 1
lim = lim : = jxj :
n!+1 xn n!+1 n + 2 xn+1

(i) Para jxj < 1 ) 1 < x < 1 a sequência é convergente.


(ii) Para x = 1; temos

X
1
( 1)n+1 X ( 1)n
1
( 1) = , que é convergente.
n=0
n+1 n=0
n+1

(iii) Para x = 1; temos

X
1
(1)n+1 X ( 1)
1
( 1) = , que é divergente.
n=0
n+1 n=0
n+1

Finalmente, a série será de…nida por


X
1
xn+1
ln(1 x) = , com intervalo de convergência [ 1; 1) :
n=0
n+1

e) f (x) = arcT g(x)


Solução:
Pelo item (a), temos
1 X 1
= ( 1)n xn
1 + x n=0
Substituindo x pelo x2 ; conseguimos

1 X 1
n
X
1
= ( 1)n x2 = ( 1)n x2n :
1 + x2 n=0 n=0

Integrando, segue
Z Z "X
1
#
X
1
1 n 2n x2n+1
dx = ( 1) x dx = ( 1)n
1 + x2 n=0 n=0
2n + 1

Logo,
X
1
x2n+1
arcT g(x) = ( 1)n :
n=0
2n + 1
Analisando o intervalo de convergência da série, temos

xn+1 x2n+3 2n + 1
lim = lim : 2n+1 = x2 :
n!+1 xn n!+1 2n + 3 x

72
(i) Para x2 < 1 ) 1 < x < 1 a sequência é convergente.
(ii) Para x = 1; temos

X
1
1)2n+1 X ( 1)n+1
1
n(
( 1) = , que é convergente.
n=0
2n + 1 n=0
2n + 1

(iii) Para x = 1; temos

X
1
(1)2n+1 X ( 1)n
1
( 1)n = , que é convergente.
n=0
2n + 1 n=0
2n + 1

Desta forma, a série será de…nida por


X
1
x2n+1
arcT g(x) = ( 1)n ; com intervalo de convergência jxj 1:
n=0
2n + 1

9. Encontre uma série numérica que represente o número irracional :


Solução:
Pelo item (e) da questão 3, temos

X
1
x2n+1
arcT g(x) = ( 1)n :
n=0
2n + 1

Logo,
X
1 2n+1 X
1
n (1) 1
arcT g(1) = ( 1) = ( 1)n :
n=0
2n + 1 n=0
2n + 1
Sabemos que
arcT g(1) = ) = 4:arcT g(1)
4
Então,
X
1
4 4 4 4 4
= ( 1)n =4 + + :::
n=0
2n + 1 3 5 7 9

10. Mostre usando série de potências, a relação de Euler


p
ei = Cos( ) + Sen( )i; onde i = 1:

Prova: Utilizando as séries de Taylor das funções transcendentes

x x2 x3 x4 x5 x6
ex = 1 + + + + + + + :::;
1! 2! 3! 4! 5! 6!
x x3 x5 x7 x9 x11
Sen(x) = + + + :::;
1! 3! 5! 7! 9! 11!

73
e
x2 x4 x6 x8 x10
Cos(x) = 1 + + + :::;
2! 4! 6! 8! 10!
temos
i (i ) (i )2 (i )3 (i )4 (i )5 (i )6
e =1+ + + + + + + :::
1! 2! 3! 4! 5! 6!
2 3 4 5 6 7
=1+ i i+ + i i + :::
1! 2! 3! 4! 5! 6! 7!
Logo, agrupando, conseguimos
2 4 6 3 5 7
ei = 1 + + ::: + + + ::: i
2! 4! 6! 1! 3! 5! 7!
| {z } | {z }
=Cos( ) =Sen( )

Isto é,
ei = Cos( ) + Sen( )i

4.2 Capítulo 2
1. Determine as soluções gerais de:
dy
a) = Sen(x):Cos(x)
dx
Solução:
Integrando, temos
Z
Sen2 (x)
y= Sen(x):Cos(x)dx = + C:
2
dy 1
b) = 2
dx x (1 + x)
Solução:
Usando separação em frações parciais, segue
1 A B C
= + 2+ :
x2 (1 + x) x x (1 + x)
Logo,
1 = Ax(1 + x) + B(1 + x) + Cx2
Dando valores numéricos, conseguimos

A= 1; B = 1 e C = 1:

Portanto, Z Z
1 1 1 1
y= 2
dx = + 2+ dx
x (1 + x) x x (1 + x)

74
Que implica
1
y= ln(x) + ln(1 + x) + C
x
1+x 1
) y = ln +C
x x
dy ln x
c) =
dx x
Solução:
Integrando, segue Z
ln x ln2 (x)
y= dx = + C:
x 2
dy
d) = tet
dt
Solução:
Usando integração por partes, temos
Z
y= tet dt

Onde u = t e dv = et dt, que implica

du = dt e vet :

Logo, Z
t
y = te et dt ) y = tet et + C

2. Calcule a solução geral de cada uma das seguintes equações:

dy
a) (1 + x2 ) + y = arcT g(x)
dx
Solução:
Dividindo por (1 + x2 ); encontramos

dy 1 arcT g(x)
+ 2
y= :
dx (1 + x ) (1 + x2 )

Considerando
1 arcT g(x)
p(x) = 2
e q(x) = ;
(1 + x ) (1 + x2 )
segue Z R
1 1
(1+x2 )
dx arcT g(x)
y(x) = R 1 e : dx + C
e (1+x2 )
dx (1 + x2 )
Z
1 arcT g(x)
) y(x) = earcT g(x) : dx + C
earcT g(x) (1 + x2 )

75
Logo, usando integração por partes, temos
earcT g(x)
u = arcT g(x) e dv = dx
(1 + x2 )
1
) du = 2
e v = earcT g(x) :
(1 + x )
De onde, conseguimos
Z
1 arcT g(x) earcT g(x)
y(x) = e :arcT g(x) dx + C
earcT g(x) (1 + x2 )
1
) y(x) = earcT g(x) :arcT g(x) earcT g(x) + C
earcT g(x)
arcT g(x)
) y(x) = arcT g(x) + Ce 1
dy
b) y:T g(x) = Sen(x)
dx
Solução:
Considerando
p(x) = T g(x) e q(x) = Sen(x);
segue Z
1 R
T g(x)dx
y(x) = R
T g(x)dx
e :Sen(x)dx + C
e
Z
1
) y(x) = eln[Cos(x)] :Sen(x)dx + C
eln[Cos(x)]
Z
1
) y(x) = Cos(x):Sen(x)dx + C
Cos(x)
Sen2 (x)
) y(x) = Sec(x) +C
2
dz
c) + zt2 t2 = 0
dt
Solução:
Tomemos
p(t) = t2 e q(t) = t2 ;
segue Z
1 R
t2 dt
z(t) = R
t2 dt
e :t2 dt + C
e
Z
1 t3
) z(t) = t3
e 3 :t2 dt + C
e 3

1 h t3
i
) z(t) = t3
e 3 +C
e3
t3
) z(t) = 1 + Ce 3 :

76
dy
d) + y = tet
dt
Solução:
Consideremos
p(t) = 1 e q(t) = tet ;
segue Z
1 R
dt
y(t) = R
dt
e :tet dt + C
e
Z
1
) y(t) = t te2t dt + C
e
Fazendo uso da integração por partes, conseguimos

e2t
u = t e dv = e2t dt ) du = 1 e v = :
2
Logo, Z
1 te2t 1
y(t) = t e2t dt + C
e 2 2
1 te2t e2t
) y(t) = +C
et 2 4
t 1
) y(t) = et + Ce t :
2 4

3. Resolva os problemas de valor inicial:


8
< dy + (Sent)y = 0
>
a) dt
> 3
: y(0) =
2
Solução:
Consideremos
p(t) = Sen(t);
segue R
Sen(t)dt
y(t) = e
) y(t) = eCos(t)+D = CeCos(t)
Usando a condição inicial, encontramos
3 3
y(0) = CeCos(0) = )C=
2 2e
Finalmente, temos
3eCos(t) 3
y(t) = ) y(t) = eCos(t) 1 :
2e 2

77
(
dy
x y = x2 para x > 0:
b) dt
y(2) = 6
Solução:
Dividindo por x; temos
dy 1
y = x.
dt x
Considerando
1
p(x) = e q(x) = x;
x
segue Z
1 R 1
y(x) = R 1
dx
e x dx :xdx + C
e x
Z
1 ln x
) y(x) = ln x
e :xdx + C
e
Z
1
) y(x) = 1 x 1 :xdx + C
x
Z
) y(x) = x dx + C = x2 + Cx:

Usando a condição, temos


y(2) = (2)2 + C (2) = 6 ) C = 1:
Finalmente, conseguimos
y(x) = x2 + x:

4. Resolva:
dy
a) x y = x3 y 3
dx
Solução:
Dividindo equação diferencial por xy 3 , encontramos
1 dy 1
= x2 ; com x 6= 0 e y 6= 0:
y 3 dx xy 2
Considerando Z Z
1 dy du 1 1
= ) dy = du ) u = :
y 3 dx dx y3 2y 2
Substituindo na equação, temos
du 2
+ u = x2 ; com x 6= 0 (E.D. de 1ra ordem linear não-homogênea).
dx x
2
Onde p(x) = e q(x) = x2 , logo
x
Z R Z
1 2
dx 2 1 2
u = R 2 dx e x :x dx + c ) u = 2 eln x :x2 dx + c
ln
(e ) x
e x

78
Z
1 1 x5 + 5c x5 + 5c
)u= 2 x4 dx + c ) u = = :
x x2 5 5x2
Voltando para a varável y, conseguimos

x5 + 5c 1
= ) 2x5 y 2 + 10cy 2 = 5x2
5x2 2y 2
Isto é,
5x2 + 2x5 y 2 + Cy 2 = 0:
(
dy 4 p
= y+t y
b) dt t
y(1) = 1
Solução: Redescrevendo a equação
dy 4 1
y = t:y 2 :
dt t
1
Dividindo por y 2 , temos
1 dy 4 1
1 y 2 = t:
y 2 dt t
Logo, fazendo Z Z
1 dy du 1 1
1 = ) y 2 dy = du ) u = 2y 2 :
y 2 dt dt
Substituindo na equação, segue
du 2
y = t com t 6= 0 (E.D. de 1ra ordem linear não-homogênea).
dt t
Então,
Z R
Z
1 2
dx 1 2
u= R e t :tdt + c ) u = eln t :tdt + c
(eln t ) 2
2
dx
e t

Z
1
)u= 2
t 2 :tdt + c = t2 [ln jtj + c] :
t
Voltando para a variável y; considerando t > 0, conseguimos
1
t2 [ln t + c] = 2y 2 ) t4 [ln t + c]2 = 4y:

Finalmente, usando a condição y(1) = 1, encontramos

(1)4 [ln (1) + c]2 = 4 (1) ) c2 = 4 ) c = 2:

Portanto
t4 [ln(t) 2]2
y= :
4

79
5. Mostre que a equação de Riccati com coe…cientes constantes
dy
+ ay 2 + by + c = 0;
dx
tem uma solução da forma y = m; onde m é uma constante e

am2 + bm + c = 0:

Prova: Substituindo y = m; com m constante, no primeiro membro da equação, temos

d (m)
+ a (m)2 + b (m) + c = a (m)2 + b (m) + c:
dx
Se
a (m)2 + b (m) + c = 0
segue
d (m)
+ a (m)2 + b (m) + c = 0:
dx
Portanto, y = m; com a condição a (m)2 + b (m) + c = 0; é uma solução da equação de
Riccati com coe…cientes constantes.

6. Resolva as seguintes equações:

dy y 2
a) 2 1 = 0; onde yp = x e x > 0:
dx x
Solução:
Consideremos a seguinte mudança de variável

y = z + yp ) y = z + x:

Substituindo na equação, temos


2
d [z + x] z+x dz z 2 + 2xz + x2
2 1=0)2 +2 1=0
dx x dx x2

dz z 2 + 2xz + x2 dz z2 z
)2 +2 1=0)2 +2 2 1 1=0
dx x2 dx x2 x
dz z z2
)2 2 = 2:
dx x x
Dividindo por 2z 2 , conseguimos
1 dz 1 1
= 2:
z 2 dx xz 2x
Fazendo
du 1 dz 1
= 2 temos u = :
dx z dx z

80
Substituindo na equação diferencial, encontramos
du 1 1
+ u = 2:
dx x 2x
Logo,
Z R
Z
1 1
dx 1 1 1
u= R 1 e x : dx + c ) u = elnjxj : dx + c :
e x
dx 2x2 (elnjxj ) 2x2
Considerando x > 0; temos
Z
1 1 1 1 1 ln(x) + 2c
u= dx + c = ln(x) + c ) u = :
x 2 x x 2 2x
Voltando para a variável z, conseguimos
1 ln(x) + 2c 1 2x
u= ) = )z= :
z 2x z ln(x) + 2c
Finalmente, voltando para a variável y, segue
2x
y =z+x)y = +x
ln(x) + 2c
2x 2x
)y= +x)y =x+ :
ln(x) 2c C ln(x)
b) y 0 + y 2 (1 + 2ex ) y + e2x = 0; onde yp = ex :
Solução:
Consideremos a seguinte mudança de variável

y = z + ex :

Substituindo na equação, segue


d [z + ex ]
+ [z + ex ]2 (1 + 2ex ) [z + ex ] + e2x = 0:
dx
dz
)+ ex + z 2 + 2ex z + e2x z ex 2ex z 2e2x + e2x = 0
dx
dz
) z= z2
dx
2
Dividindo por z , conseguimos
1 dz 1
= 1:
z 2 dx z
Fazendo
1 dz du 1
2
= temos u = :
z dx dx z

81
Substituindo na equação, temos
du
+u= 1:
dx
Logo, Z
1 R
dx
u= R
dx
e : ( 1) dx + c
e
Z
1 ex + c
)u= x ex dx + c =
e ex
Voltando para a variável z, conseguimos
1 ex + c 1 ex
u= ) = )z= x :
z ex z e c
Finalmente, voltando para a variável y, segue

x ex
y =z+e )y = + ex
ex c
ex + e2x cex (1 c)ex + e2x
)y= =
ex c ex c
(1 + C)ex + e2x
)y= :
ex + C
dy
c) + y 2 + 3y + 2 = 0:
dt
Solução:
Veri…camos que esta equação é de Riccati de coe…cientes constantes, portanto, pelo
resultado encontrado na questão 5, concluimos que yp = m (constante) é uma solução
particular. Então,
dm
+ m2 + 3m + 2 = 0 ) m2 + 3m + 2 = 0 ) m1 = 1 e m2 = 2:
dt
Tomemos yp = 1 e consideremos a seguinte mudança de variável

y = z + yp ) y = z 1:

Substituindo na equação, segue


d [z 1]
+ [z 1]2 + 3 [z 1] + 2 = 0:
dt
dz dz
) + z 2 2z + 1 + 3z 3+2=0) +z = z2:
dt dt
Dividindo por z 2 , conseguimos
1 dz 1
+ = 1:
z 2 dt z

82
Fazendo
1 dz du 1
2
= )u= :
z dt dt z
Substituindo na equação, temos
du
u= 1:
dt
Logo, Z
1 R
dt
u= R
dt
e : ( 1) dt + c
e
Z t
1 e +c
)u= t e t dt + c = t
= 1 + cet
e e
Voltando para a variável z, conseguimos
1 1 1
u= ) 1 + cet = )z= :
z z 1 + cet
Finalmente, voltando para a variável y, segue
1 2 cet (2 + cet )
y= 1= )y= :
1 + cet 1 + cet 1 + cet
7. Resolva as seguintes equações separáveis:

dy
a) (x 1) y = 0:
dx
Solução: Redescrevendo a equação
dy 1 1
(x 1) = y ) dy = dx:
dx y (x 1)
Integrando, conseguimos
ln jyj = ln jx 1j + ln D
) ln jyj = ln D jx 1j ) jyj = D jx 1j
) y = c (x 1) :
b) y 0 + yCos(x) = 0
Solução: Redescrevendo a equação
dy 1
= yCos(x) ) dy = Cos(x)dx:
dx y
Integrando, temos
Sen(x)+D Sen(x) D
ln jyj = Sen(x) + D ) jyj = e =e e
c
)y= :
eSen(x)

83
dy
c) (1 + x2 )y 3 x3 y 2
=0
dx
Solução: Redescrevendo a equação
dy 1 1 1
x3 y 2 = (1 + x2 )y 3 ) dy = 3 + dx:
dx y x x
Integrando, encontramos
1 y 1
ln jyj = + ln jxj + ln D ) ln =
2x2 Dx 2x2
y 1
) = c:e 2x2
x
OBS: Para a equação diferencial
dy
(1 x2 )y 3 + x3 (1 + y 2 ) = 0;
dx
nós teríamos
dy
x3 (1 + y 2 ) = (1 x2 )y 3
dx
1 + y2 1 + x2
) dy = dx
y3 x3
1 1 1 1
) 3
+ dy = 3
+ dx
y y x x
Integrando, segue
1 1 y 1 1
ln jyj 2
= 2 + ln jxj + c ) ln = c:
2y 2x x 2y 2 2x2
y
Considerando > 0, segue
x
y 1 1 1
ln 2
+ 2 =c
x 2 x y

1
d) tg(y)y 0 = 0
x
Solução: Redescrevendo a equação
dy 1 1
tg(y) = ) tg(y)dy = dx:
dx x x
Integrando, conseguimos
1 1
ln jcos(y)j = ln jxj + ln D ) ln = ln
Cos(y) Dx
1 1 1 c
) = ) = ) xCos(y) = c
Cos(y) Dx Cos(y) x

84
dy
e) (x2 + 4) e 2y = 0:
dx
Solução: Redescrevendo a equação
dy 1
(x2 + 4) =e 2y
) e2y dy = dx:
dx (x2 + 4)

Integrando, temos
e2y 1 x
= arcT g +D
2 2 2
x
) e2y = arcT g +c
2
8. Determine as soluções gerais de:

dy
a) (x2 y2) 2xy = 0:
dx
Solução: Veri…camos que a equação é de coe…cientes homogêneos de grau 2, por-
tanto, redescrevendo a equação e dividindo por x2 , temos

x2 y2
2 2
dy x y dy x2
= ) =
dx 2xy dx 2xy
x2
y 2
dy 1
) = x :
dx y
2
x
Fazendo
y dy dv
= v ) y = x:v ) = 1:v + x: e
x dx dx
substituindo na equação, encontramos

dv 1 v2 dv 1 v2
v + x: = ) x: = v
dx 2v dx 2v
dv 1 3v 2 2v 1
) x: = ) dv = dx:
dx 2v 1 3v 2 x
Integrando, segue

ln j1 3v 2 j 1
= ln jxj + ln D ) ln 1 3v 2 3
= ln D jxj
3
1 1
) 1 3v 2 3
= D jxj ) 1 3v 2 =
D3 jxj3
y 2 1 x2 3y 2 c
) 1 3 = 3 ) 2
= 3
x 3
D jxj x x

85
) x3 3xy 2 = c:
OBS: Outra solução:
Considerando
@M @N
M = x2 y2 e N = 2xy ) = 2y e = 2y:
@y @x
Portanto, a equação é exata, assim
x3
'x = x2 y2 ) ' = xy 2 + f (x) e
3
'y = 2y ) ' = xy 2 + g(y).
Logo,
x3
'= xy 2 :
3
Finalmente,
x3
xy 2 = D ) x3 3xy 2 = c:
3
dy x y
b) =
dx x+y
Solução: Veri…camos que a equação é de coe…cientes homogêneos de grau 1, por-
tanto, dividindo por x, temos
x yy
dy 1
x ) dy =
= x+ x :
dx y dx y
1+
x x
Fazendo
y dy dv
= v ) y = x:v ) = 1:v + x: e
x dx dx
substituindo na equação, encontramos
dv 1 v dv 1 v
v + x: = ) x: = v
dx 1+v dx 1+v
dv 1 2v v 2 1+v 1
) x: = ) 2
dv = dx:
dx 1+v 1 2v v x
Integrando, segue
ln j1 2v v2j 1
= ln jxj + ln D ) ln 1 2v v2 2
= ln D jxj
2
1 1
) 1 2v v2 2
= D jxj ) 1 2v v2 = :
D2 jxj2
Logo,
y y 2 1 x2 2xy y2 1
1 2 = ) =
x x D 2 x2 x2 D 2 x2
x2 2xy y 2 = c:

86
y!
dy y
c) =e x +
dx x
Solução: Fazendo
y dy dv
= v ) y = x:v ) = 1:v + x: e
x dx dx
substituindo na equação, temos
dv 1
v + x: = ev + v ) e v dv = dx:
dx x
Integrando, encontramos
v v
e = ln jxj + ln D ) e = ln D jxj

v 1 1
)e = ln ) v = ln ln :
D jxj D jxj
Considerando x > 0; segue
y h c i hc i
= ln ln )y= x ln ln :
x x x
9. Resolva:
dy 2x 3y 1
a) =
dx 3x + y 2
Solução: Podemos resolver esta equação de duas formas
1o Forma: Consideremos a seguinte mudança de varáveis

x = X + x0
y = Y + y0

Onde, pela regra da cadeia, temos


dy dY
= :
dx dX
Substituindo na equação inicial, conseguimos
dY 2 (X + x0 ) 3 (Y + y0 ) 1 2X 3Y + 2x0 3y0 1
= = :
dX 3 (X + x0 ) + (Y + y0 ) 2 3X + Y + 3x0 + y0 2
Tomando
2x0 3y0 1 = 0 7 1
) x0 = e y0 = :
3x0 + y0 2 = 0 11 11
Desta forma, o sistema inicial pode ser transformado em
dY 2X 3Y
= :
dX 3X + Y

87
Dividindo por X; temos
Y
dY 2 3 X
= Y
:
dX 3+ X
Fazendo
Y dY dv
= v ) Y = X:v ) = 1:v + X: e
X dX dX
substituindo na equação, segue

dv 2 3v dv 2 6v v 2
1:v + X: = ) X: =
dX 3+v dX 3+v
3+v 1
) :dv = dX:
2 6v v 2 X
Integrando, conseguimos

ln j2 6v v2j 1
= ln jXj + ln D ) ln 2 6v v2 2
= ln D jXj
2
1 1
2 6v v2 2
= D jXj ) 2 6v v2 =
D2 jXj2
2
Y Y 1
) 2 6 =
X X D2 jXj2
2
Y Y C
)2 6 =
X X X2
) 2X 2 6XY Y 2 = C:
Como
7
x = X + 11
1
y = Y + 11
Voltando para as variáveis x e y, …nalmente encontramos
2 2
7 7 1 1
2 x 6 x y y = C:
11 11 11 11

2o Forma: Da equação
dy 2x 3y 1 dy
= temos ( 2x + 3y + 1) + (3x + y 2) =0
dx 3x + y 2 dx
Tomando
M= 2x + 3y + 1 e N = 3x + y 2;
segue
dM dN dM dN
=3e =3) = :
dy dx dy dx

88
Portanto, a equação é exata. Logo,

'x = 2x + 3y + 1 ) ' = x2 + 3xy + x + f (y)

e
y2
'y = 3x + y 2 ) ' = 3xy + 2y + g(x):
2
Assim, teremos
y2
'= x2 + 3xy + x + 2y = c
2
2x2 + 6xy + 2x + y 2 4y = 2c
Que implica
2x2 6xy 2x y 2 + 4y = C:
OBS: As duas soluções são equivalentes, …ca como desa…o conferir as contas.
dy 2x y + 1
b) =
dx 6x 3y 1
Solução: Consideremos a seguinte mudança de variáveis:
du dy dy du
u = 2x y) =2 ) =2 :
dx dx dx dx
Substituindo, segue
du u+1 du u+1
2 = ) =2
dx 3u 1 dx 3u 1
du 5u 3 3u 1
= ) du = dx
dx 3u 1 5u 3
Z 4 Z
3 5
) + du = xdx
5 5u 3
3 4
) u+ ln j5u 3j = x + c
5 25
) 15u + 4 ln j5u 3j = 25x + 25c
) 15 (2x y) + 4 ln j5 (2x y) 3j = 25x + 25c
) 5x 15y + 4 ln j10x 5y 3j = C

10. Determine a solução geral de:

dy
a) (3x2 + 6xy 2 ) + (6x2 y + 4y 3 ) =0
dx
Solução: Considerando
@M @N
M = 3x2 + 6xy 2 e N = 6x2 y + 4y 3 ) = 12xy e = 12xy:
@y @x

89
Portanto, a equação é exata, sendo assim,

'x = 3x2 + 6xy 2 ) ' = x3 + 3x2 y 2 + f (x) e

'y = 6x2 y + 4y 3 ) ' = 3x2 y 2 + y 4 + g(y).


Então,
' = x3 + 3x2 y 2 + y 4 :
Finalmente,
x3 + 3x2 y 2 + y 4 = c:
dy 1 + ySen(x)
b) =
dx Cos(x) 1
Solução: Redescrevendo a equação, temos
dy
1 ySen(x) + [Cos(x) 1] = 0:
dx
Considerando
@M @N
M= 1 ySen(x) e N = Cos(x) 1) = Sen(x) e = Sen(x):
@y @x
Veri…camos que a equação é exata., logo

'x = 1 ySen(x) ) ' = x + yCos(x) + f (x) e

'y = Cos(x) 1 ) ' = yCos(x) y + g(y).


Então,
'= x + yCos(x) y = C:
Finalmente,
x yCos(x) + y = c:

11. Determine os fatores integrantes das seguintes equações:

a) (x3 y x2 ) + xy 0 = 0
Solução: Multiplicando a equação pelo fator integrante u, temos
dy
u(x3 y x2 ) + ux = 0:
dx
Considerando
M = u(x3 y x2 ); N = ux e
@M @N
usando a condição @y
= @x
, segue

@ [u(x3 y x2 )] @ [ux]
=
@y @x

90
@u 3 @u
)(x y x2 ) + u:x3 = x + u:1:
@y @x
Supondo u = u(x); encontramos
du
u:x3 = x+u
dx
du 1 1
) u x3 1 = x ) du = x2 dx:
dx u x
Integrando, encontramos
x3
ln juj = ln jxj + ln D
3
x3 x3
lnjxj+ln D lnjxj
) juj = e 3 = e 3 :e :eln D
x3 x3
D:e 3 c:e 3
) juj = )u=
jxj x
Logo, basta tomar c = 1 para encontrar um fator integrante da equação.
dy
b) [yCos(x) T g(x)] Sen(x) =0
dx
Solução: Multiplicando a equação inicial pelo fator integrante u, temos
dy
u: [yCos(x) T g(x)] u:Sen(x) = 0:
dx
@M @N
Usando a condição @y
= @x
, segue

@ [u [yCos(x) T g(x)]] @ [ u:Sen(x)]


=
@y @x
@u @u
) [yCos(x) T g(x)] + u:Cos(x) = Sen(x) u:Cos(x):
@y @x
Supondo u = u(x); encontramos
du
u:Cos(x) = Sen(x) u:Cos(x)
dx
du 1
) 2u:Cos(x) = Sen(x) ) 2Ctg(x)dx = du
dx u
Integrando, conseguimos

) 2 ln jSen (x)j = ln juj + ln D


2 2 1
) ln D juj = ln jSen (x)j ) D juj = jSen (x)j =
Sen2 (x)
c
)u= ) u = c:Csc2 (x) :
Sen2 (x)
Basta tomar c = 1:

91
1
12. Veri…que se u(x; y) = é um fator de integração da equação
xy 3
dy
xy 3 + x(1 + y 2 ) =0
dx
e determine a sua solução, sabendo-se que y(1) = 1.

1
Solução: Multiplicando a equação pelo fator u(x; y) = ; conseguimos
xy 3
1 1 dy
3
:xy 3 + 3 :x(1 + y 2 ) =0
xy xy dx

1 1 dy
)1+ + =0
y 3 y dx
Considerando
1 1 @M @N
M =1eN = + temos = 0 e = 0:
y3 y @y @x
1
Portanto, veri…camos que u(x; y) = 3 é um fator integrante da equação.
xy
Sendo assim, tomemos
'x = 1 ) ' = x + f (x) e
1 1 1
'y = 3
+ )'= + ln jyj + g(y).
y y 2y 2
Logo,
1 1
'=x + ln jyj = D ) 2x + 2 ln jyj = 2D
2y 2 y2
1
) 2x + ln y 2 = c:
y2
Usando a condição y(1) = 1, temos
1
2(1) 2
+ ln(1)2 = c ) c = 1:
(1)

Finalmente, encontramos
1
2x + ln y 2 = 1:
y2

4.3 Capítulo 3
1. Encontre a solução geral das seguintes equações diferenciais

92
a) y" y 0 6y = 0
Solução:
Equação característica:
r2 r 6 = 0 ) r1 = 2 e r2 = 3:
Portanto, a solução geral será
2x
y(x) = c1 e + c2 e3x :

b) 8y" + 14y 0 15y = 0


Solução:
Equação característica:
5 3
8r2 + 14r 15 = 0 ) r1 = e r2 = :
2 4
Logo, a solução geral será
5 3
x
y(x) = c1 e 2 + c2 e 4 x :
c) y 000 + 2y" 5y 0 6y = 0
Solução:
Equação característica:
r3 + 2r2 5r 6 = 0 ) r1 = 1; r2 = 2 e r3 = 3:
Então, a solução geral será
x
y(x) = c1 e + c2 e2x + c3 e 3x
:

d) y 000 9y" + 24y 0 16y = 0


Solução:
Equação característica:
r3 9r2 + 24r 16 = 0 ) r1 = r2 = 4 e r3 = 1:
Portanto, a solução geral será
y(x) = c1 e4x + c2 xe4x + c3 ex

e) y" + 2y = 0
Solução:
Equação característica:
p p
r 2 + 2 = 0 ) r1 = 2i e r2 = 2i:
Logo, a solução geral será
p p
y(x) = c1 e0x :Sen( 2x) + c2 e0x :Cos( 2x)
p p
y(x) = c1 Sen( 2x) + c2 Cos( 2x):

93
f) y" + 2y 0 + 4y = 0
Solução:
Equação característica:
p p
r2 + 2r + 4 = 0 ) r1 = 1+ 3i e r2 = 1 3i:

Então, a solução geral será


p p
y(x) = c1 e x :Sen( 3x) + c2 e x :Cos( 3x):

g) y 000 2y" + y 0 2y = 0
Solução:
Equação característica:

r3 2r2 + r 2 = 0 ) r1 = 2; r2 = i e r3 = i:

Portanto, a solução geral será

y(x) = c1 e2x + c2 Cos(x) + c3 Sen(x)

2. Determine a solução geral das equações diferenciais

a) y" + y 0 = 3ex
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:

r 2 + r = 0 ) r 1 = 0 e r2 = 1:

Então,
yh (x) = c1 e0x + c2 e x
) yh (x) = c1 + c2 e x

2o ) Encontrando a solução particular:


Como
h(x) = 3ex ) yp = cex :
Logo,
3
(cex ) " + (cex )0 = 3ex ) cex + cex = 3ex ) c =
2
3
) yp = ex :
2
Finalmente, como
y(x) = yh (x) + yp (x);
segue
x 3
y(x) = c1 + c2 e + ex :
2

94
b) y" y 0 = Sen(x)
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:

r2 r = 0 ) r1 = 0 e r2 = 1:

Logo,
yh (x) = c1 e0x + c2 ex ) yh (x) = c1 + c2 ex
2o ) Encontrando a solução particular:
Como
h(x) = Sen(x) ) yp = ASen(x) + BCos(x):
Então,
[ASen(x) + BCos(x)] " [ASen(x) + BCos(x)]0 = Sen(x)
) ASen(x) BCos(x) ACos(x) + BSen(x) = Sen(x)
) [ A + B] Sen(x) + [ A B] Cos(x) = Sen(x)
1 1
A+B =1 e A B=0)A= eB=
2 2
1 1
) yp = Sen(x) + Cos(x):
2 2
Finalmente, a solução geral será dada por
1 1
y(x) = c1 + c2 ex Sen(x) + Cos(x):
2 2

c) y" + y = 3Cos(x)
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:

r 2 + 1 = 0 ) r1 = i e r2 = i:

Então,
yh (x) = c1 Sen(x) + c2 Cos(x)
2o ) Encontrando a solução particular:
Como h(x) = 3Cos(x) é uma solução da equação homogênea associada, tomaremos

yp = x [ASen(x) + BCos(x)] :

Portanto,

fx [ASen(x) + BCos(x)]g " + fx [ASen(x) + BCos(x)]g = 3Cos(x)

95
) f[ASen(x) + BCos(x)] + x [ACos(x) BSen(x)]g0 +AxSen(x)+BxCos(x) = 3Cos(x)
) ACos(x) BSen(x) + [ACos(x) BSen(x)] + x [ ASen(x) BCos(x)]
+AxSen(x) + BxCos(x) = 3Cos(x)
3
) 2BSen(x) + 2ACos(x) = 3Cos(x) ) A = eB=0
2
3
) yp = xSen(x):
2
Finalmente, a solução geral será dada por
3
y(x) = c1 Cos(x) + c2 Sen(x) + xSen(x):
2

d) y" + 4y 0 + 2y = xe 2x
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:
p p
r2 + 4r + 2 = 0 ) r1 = 2 2 e r2 = 2 + 2:

Então, p p
yh (x) = c1 e( 2 2)x
+ c2 e( 2+ 2)x

2o ) Encontrando a solução particular:


Como h(x) = xe 2x , tomaremos
2x 2x 2x
yp = (ax + b) e = axe + be :

Logo,
2x 2x 0
axe + be " + 4 axe 2x + be 2x + 2 axe 2x + be 2x = xe 2x
h i
2x 2x 0 2x
ae 2axe + 4be +4 ae 2x 2axe 2x 2be 2x +2 axe 2x + be 2x
= xe 2x

2x
2axe 2be 2x = xe 2x

1
)a= e b = 0:
2
1
) yp = xe 2x :
2
Finalmente, a solução geral será dada por
p p 1
(2+ 2)x
y(x) = c1 e + c2 e( 2+ 2)x
e 2x
:
2

96
e) y" + y 0 6y = 6(x + 1)
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:

r2 + r 6 = 0 ) r1 = 2 e r 2 = 3:

Logo,
yh (x) = c1 e2x + c2 e 3x

2o ) Encontrando a solução particular:


Como 6(x + 1), tomaremos
yp = ax + b
Portanto,
[ax + b] " + [ax + b]0 6 [ax + b] = 6(x + 1)
6ax + a6b = 6x + 6
7
)a= 1eb=
6
7
) yp = x :
6
Finalmente, a solução geral será dada por

7
y(x) = c1 e2x + c2 e 3x
x :
6
3. Resolva o problema de valor inicial

d2 y
+ y = 4x + 10Sen(x);
dx2
com condição inicial y( ) = 0 e y 0 ( ) = 2:
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:
r 2 + 1 = 0 ) r1 = i e r2 = i:
Logo,
yh (x) = c1 Cos(x) + c2 Sen(x)
2o ) Encontrando a solução particular:
Como 4x + 10Sen(x), tomaremos

yp = ax + b + x [cSen(x) + dCos(x)]

97
Portanto,

fax + b + x [cSen(x) + dCos(x)]g " + fax + b + x [cSen(x) + dCos(x)]g = 4x + 10Sen(x)

) fa + cSen(x) + dCos(x) + cxCos(x) dxSen(x)g0


+ax + b + cxSen(x) + dxCos(x) = 4x + 10Sen(x)
) fcCos(x) dSen(x) + cCos(x) cxSen(x) dSen(x) dxCos(x)g
) 2cCos(x) 2dSen(x) + ax + b = 4x + 10Sen(x)
) a = 4; b = 0; c = 0; d = 5
) yp = 4x 5xCos(x):
Desta forma, a solução geral será dada por

y(x) = c1 Cos(x) + c2 Sen(x) + 4x 5xCos(x):

4. Derivando, temos

y 0 (x) = c1 Sen(x) + c2 Cos(x) + 4 5Cos(x) + 5xSen(x)

Usando as condições, segue

y( ) = c1 Cos( ) + c2 Sen( ) + 4 5 Cos( ) = 0

) c1 = 9
e
y0( ) = c1 Sen( ) + c2 Cos( ) + 4 5Cos( ) + 5 Sen( ) = 2
) c2 = 7:
Finalemente, conseguimos

y(x) = 9 Cos(x) + 7Sen(x) + 4x 5xCos(x):

5. Resolva
d2 y dy
6 + 9y = 6x2 + 2 12e3x :
dx2 dx
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:
r2 6r + 9 = 0 ) r1 = r2 = 3:
Logo,
yh (x) = c1 e3x + c2 xe3x :
2o ) Encontrando a solução particular:

98
Como h(x) = 6x2 + 2 12e3x , tomaremos

yp = ax2 + bx + c + dx2 e3x

Portanto,
0
ax2 + bx + c + dx2 e3x " 6 ax2 + bx + c + dx2 e3x
+9 ax2 + bx + c + dx2 e3x = 6x2 + 2 12e3x :
0
) 2ax + b + 2dxe3x + 3dx2 e3x 6 2ax + b + 2dxe3x + 3dx2 e3x
+9ax2 + 9bx + 9c + 9dx2 e3x = 6x2 + 2 12e3x :
) 2a + 2de3x + 6dxe3x + 6dxe3x + 9dx2 e3x 12ax 6b 12dxe3x 18dx2 e3x
+9ax2 + 9bx + 9c + 9dx2 e3x = 6x2 + 2 12e3x :
) 9ax2 + ( 12a + 9b) x + (2a 6b + 9c) + 2de3x = 6x2 + 2 12e3x :
2 8
) a = ; b = ; c = 0; d = 6
3 9
2 8
) yp = x2 + x 6dx2 e3x :
3 9
Desta forma, a solução geral será dada por
2 8
y(x) = c1 e3x + c2 xe3x + x2 + x 6dx2 e3x :
3 9

6. Dada a equação
d2 y dy
4 + 4y = (x + 1) e2x :
dx2 dx
a) Determine uma solução particular usando o método da variação de parâmetros.
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:

r2 4r + 4 = 0 ) r1 = r2 = 2:

Então,
yh (x) = c1 e2x + c2 xe2x :
2o ) Encontrando a solução particular, pelo método de Variação de Parâmetros:
Sabemos
y1 = e2x ; y2 = xe2x ; e h(x) = (x + 1) e2x :
Então, Z Z
h(x)y2 (x) (x + 1) e2x :xe2x
C1 (x) = dx = dx
a2 W (y1 (x); y2 (x)) W (e2x ; xe2x )
Z
(x + 1) :xe4x
) C1 (x) = dx =
e4x

99
Z
x3 x2
) C1 (x) = x2 + x dx =
3 2
Assim como,
Z Z
h(x)y1 (x) (x + 1) e2x :e2x
C2 (x) = dx = dx
a2 W (y1 (x); y2 (x)) W (e2x ; xe2x )
Z
(x + 1) :e4x
) C2 (x) = dx =
e4x
Z
x2
) C2 (x) = (x + 1) dx = +x
2
Desta forma, temos
yp (x) = C1 (x):y1 (x) + C2 (x):y2 (x)
x2 2xx3 x2
) yp (x) = ( )e + ( + x)xe2x :
2 3 2
1 1 1 3 1 2 2x
) yp (x) = x3 e2x + x2 e2x = x + x e :
6 2 6 2
b) Encontre a solução geral.
Finalmente, como
y(x) = yh (x) + yp (x);
segue
1 3 1 2 2x
y(x) = c1 e2x + c2 xe2x + x + x e :
6 2

7. Resolva, usando o método das transformadas de Laplace, a seguinte equação


8 2
> dy dy
< 2
5 + 6y = ex
dx dx
>
: 0y(0) = 1
y (0) = 0

Solução:
Aplicando transformadas, em ambos os membros, temos

d2 y dy
L 5 + 6y = L fex g
dx2 dx
1
) s2 L fyg sy(0) y 0 (0) 5 [sL fyg y(0)] + 6L fyg =
s 1
1
) s2 5s + 6 L fyg = s 5+
s 1
2
s 6s + 6
) (s 3) (s 2) L fyg =
s 1

100
s2 6s + 6
) L fyg = :
(s 3) (s 2) (s 1)
Separando em frações parciais, segue

s2 6s + 6 A B C
= + +
(s 3) (s 2) (s 1) (s 3) (s 2) (s 1)

s2 6s + 6 A B C
) = + +
(s 3) (s 2) (s 1) (s 3) (s 2) (s 1)
A (s 2) (s 1) + B (s 3) (s 1) + C (s 3) (s 2)
=
(s 3) (s 2) (s 1)
Logo,

s2 6s + 6 = A (s 2) (s 1) + B (s 3) (s 1) + C (s 3) (s 2) :

Dando valores numéricos, conseguimos


3
s=3) 3 = A (1) (2) ) A = ;
2
s=2) 2 = B ( 1) (1) ) B = 2;
1
s = 1 ) 1 = C ( 2) ( 1) ) C = :
2
Portanto,
1 s2 6s + 6
y (x) = L
(s 3) (s 2) (s 1)
3 1
1 2 1 2 1 2
=L +L +L
s 3 s 2 s 1
De onde, …nalmente obtemos
3 3x 1
y (x) = e + 2e2x + ex :
2 2

8. Usando transformadas de Laplace, resolva

d2 y
+ 16y = Cos(4x); onde y(0) = 0 e y 0 (0) = 1:
dx2

Solução:
Aplicando, transformadas em ambos os membros, temos

d2 y
L + 16y = L fCos(4x)g
dx2
s
) s2 L fyg sy(0) y 0 (0) + 16L fyg =
s2 + 16

101
s
) s2 + 16 L fyg = 1 +
+ 16 s2
1 s 1
) L fyg = 2 + 2 : 2
s + 16 s + 16 s + 16
1 s 1
) y(x) = L 1 + L 1
:
s2 + 16 s2 + 16 s2 + 16
Usando convolução, encontramos

1 s 1 1
L : =L fF (s) :G (s)g = f (x) g (x)
s2 + 16 s2 + 16
s 1
) F (s) = e G (s) =
s2 + 16 s2 + 16
Sen (4x)
) f (x) = Cos (4x) e g (x) =
4
Logo, Z Z
x x
1
f (x) g (x) = f (z)g(x z)dz = Cos (4z) Sen (4x 4z) dz:
0 4 0
Como,
1
Sen(A):Cos(B) = [Sen (A + B) + Sen (A B)] ;
2
segue
1
Sen (4x 4z) Cos (4z) = [Sen (4x) + Sen (4x 8z)] :
2
Portanto, Z x
1 1
f (x) g (x) = [Sen (4x) Sen (4x 8z)] dz:
4 0 2
x
1 Sen (4x) Cos(4x 8z)
f (x) g (x) = z:
4 2 8 0

1 Sen (4x) Cos(4x) Sen (4x) Cos(4x)


= x: 0: +
4 2 8 2 8
1
= x:Sen (4x)
8
Isto é,
1 s 1 x:Sen (4x)
L : = f (x) g (x) =
s2 + 16 s2 + 16 8
Finalmente, segue

1 1 1 s 1
y(x) = L +L : 2
s2 + 16 s2 + 16 s + 16

Sen (4x) x:Sen (4x)


) y(x) = +
4 8

102
9. Resolva
d2 y dy
2
+ 4 + 6y = 1 + e t ; onde y(0) = 0 e y 0 (0) = 0:
dt dt
Solução:
1o ) Encontrando a solução da equação homogênea associada:
Equação característica:
p p
r2 + 4r + 6 = 0 ) r1 = 2+ 2i e r2 = 2 2i:
Logo,
2t
p 2t
p
yh (t) = c1 e Sen 2t + c2 e Cos 2t :
2o ) Encontrando a solução particular:
Como h(x) = 1 + e t , tomaremos
yp = a + be t :
Então,
d2 (a + be t ) d (a + be t )
+ 4 + 6 a + be t = 1 + e t
dt2 dt
) be t 4be t + 6a + 6be t = 1 + e t
1 1
) 6a + 3be t = 1 + e t ) a = e b =
6 3
1 1
) yp = + e t :
6 3
Portanto,
2t
p 2t
p 1 1 t
y(t) = c1 e Sen 2t + c2 e Cos 2t + + e :
6 3
Derivando, conseguimos
p p p
y 0 (t) = 2c1 e 2t
Sen 2t + c1 2e 2t
Cos 2t

2t
p p 2t
p 1 t
2c2 e Cos 2t c2 2e Sen 2t e :
3
Substituindo as condições, segue
1 1 0
y(0) = c1 e0 Sen (0) + c2 e0 Cos (0) ++ e =0
6 3
1 1 1
) c2 + + = 0 ) c2 = :
6 3 p 2
y 0 (0) = 2c1 e0 Sen (0) + c1 2e0 Cos (0)
p 1 0
2c2 e0 Cos (0) c2 2e0 Sen (0) e = 0:
3 p
p 1 p 2 2
) c1 2 2c2 = 0 ) c1 2 = ) c1 =
3 3 3
Logo, p
2 2t p 1 2t p 1 1
y(t) = e Sen 2t e Cos 2t + + e t :
3 2 6 3

103

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